8
Fechamento: 02/02/2016 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 5.790 Quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016 Reunião Bancada O início do ano legislativo será marcado pela escolha dos novos líderes partidários. Os deputados petistas se reúnem hoje, a partir das 14h30, no plenário 13, para definir quem conduzirá a bancada em 2016. Sibá: Dilma mostra respeito ao Congresso e protagonismo político O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Sibá Sibá Sibá Sibá Machado (AC) Machado (AC) Machado (AC) Machado (AC) Machado (AC), elogiou a decisão da presi- denta Dilma Rousseff de comparecer ontem ao Congresso Nacional para discursar na abertura dos trabalhos do Legislativo em 2016. Para ele, o comparecimento, por si só, evidencia o prota- gonismo da presidenta para a superação da crise política e econômica. “Ela acenou para o diálo- go e mostrou respeito ao Congresso Nacional, com a apresentação de uma agenda de interesse nacional, a ser concretizada com a participação do Parlamento brasileiro”. Na avaliação do líder, a mensagem lida pela presidenta enfatiza a importância do diálogo para a aprovação de medidas essenciais à retomada do crescimento econômico em bases sustentáveis, mantendo-se o modelo que tem como objetivo central o combate às desigualdades sociais e regionais. “Dilma mostrou a necessidade de se concluir o ajuste fiscal, aprofundar a reforma tributária e discutir temas essenciais, como a reforma previdenciária, mas com a manu- tenção de direitos, assegurando as conquistas dos trabalhadores”, observou. Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment e deixou claro seu papel na condução do processo relacionado aos ajustes necessários à retomada do crescimento econô- mico. Ele destacou a defesa feita por Dilma de uma agenda fiscal de curto e longo prazo, bem como o seu pedido para o Congresso Nacional aprovar medidas como a recriação temporária da CPMF, a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU). Para o deputado Afonso Florence fonso Florence fonso Florence fonso Florence fonso Florence (BA) (BA) (BA) (BA) (BA), um dos vice-líderes da Bancada, a proposta de sair do ajuste fiscal para a reforma fiscal, sem perda de direitos, tem importância política estratégica. Um dos pontos é a perspectiva de taxação das camadas mais ricas da sociedade, apontou Florence. “A reforma tributária, como defende o Partido dos Trabalhado- res, é um dos eixos para retomarmos os investimentos, com a geração de mais empregos e renda”, argumentou o parlamentar baiano. Sobre a reforma da previdência, Florence observou que a questão já vem sendo debatida no Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdên- cia Social. Para o parlamentar, o importante é tratar do tema de forma democrática, na perspectiva dada pela presidenta, de não mexer em direitos já conquistados e de garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário. Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para reformas e combate ao zika A presidenta Dilma Rousseff afirmou ontem que o Brasil precisa da contribuição do Congresso Nacional para dar sequência à estabilização fiscal e assegurar a reto- mada do crescimento. “Esses objetivos não são contraditórios, pois o crescimento du- radouro da economia depende da expansão do investimento público e do investimento privado, o que, por sua vez, requer equilí- brio fiscal e controle da inflação”, disse a presidenta durante a sessão de reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional, rea- lizada na Câmara dos Deputados. Dilma lembrou as principais medidas que estão na pauta de votação do Congresso, como a aprovação da recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), extinta há oito anos, e a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2019, medida que per- mite ao Executivo maior flexibilidade com a parte do orçamento não desti- nada a despesas fixas, as chamadas “despesas carimbadas”, mecanismo que seria estendido aos estados e municípios. “Vamos propor a participação dos estados e municípios na arrecadação da CPMF, destinando esses recursos para a seguridade social. Além disso, proporemos a adoção da DRE e da DRM tam- bém para estados e municípios. As três es- feras de governo precisam de mais flexibili- dade para gerir o orçamento e de novas re- ceitas para dar sustentabilidade à transição do ajuste fiscal à reforma fiscal”, afirmou a presidenta, asseverando que, para o gover- no, “a CPMF é provisória”. Zika Zika Zika Zika Zika - Dilma disse contar com o empe- nho do Congresso Nacional na luta contra a epidemia do zika vírus e garantiu que não faltarão recursos para enfrentar o que chamou de “guerra em favor da saúde e da vida”, a ser travada no Brasil e no mundo. “Todo meu governo está engajado no enfrentamento desta emergência. Tenho certeza de que con- tarei com a sensibilidade do Congresso para que possamos reverter a epidemia do zika vírus”, afiançou. A presidenta lembrou ainda que o momento atual é importante para uma reforma previdenciária. “Nesse momento, nos cabe enfrentar o desafio maior para a política fiscal no Brasil e para vários países do mundo, que é a sustentabilidade da Previdência Social em um contexto de envelhecimen- to da população”, argumentou. SALU PARENTE/PTNACÂMARA

Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

  • Upload
    others

  • View
    6

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

Fechamento: 02/02/2016 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 5.790Quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Reunião Bancada O início do ano legislativo será marcado pela escolha dos novos líderes partidários. Os deputados petistasse reúnem hoje, a partir das 14h30, no plenário 13, para definir quem conduzirá a bancada em 2016.

Sibá: Dilma mostra respeito ao Congresso e protagonismo políticoO líder do PT na Câmara, deputado SibáSibáSibáSibáSibá

Machado (AC)Machado (AC)Machado (AC)Machado (AC)Machado (AC), elogiou a decisão da presi-denta Dilma Rousseff de comparecer ontem aoCongresso Nacional para discursar na aberturados trabalhos do Legislativo em 2016. Para ele,o comparecimento, por si só, evidencia o prota-gonismo da presidenta para a superação da crisepolítica e econômica. “Ela acenou para o diálo-go e mostrou respeito ao Congresso Nacional, com a apresentação de uma agenda deinteresse nacional, a ser concretizada com a participação do Parlamento brasileiro”.

Na avaliação do líder, a mensagem lida pela presidenta enfatiza a importânciado diálogo para a aprovação de medidas essenciais à retomada do crescimentoeconômico em bases sustentáveis, mantendo-se o modelo que tem como objetivocentral o combate às desigualdades sociais e regionais.

“Dilma mostrou a necessidade de se concluir o ajuste fiscal, aprofundar a reformatributária e discutir temas essenciais, como a reforma previdenciária, mas com a manu-tenção de direitos, assegurando as conquistas dos trabalhadores”, observou.

Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão doimpeachment e deixou claro seu papel na condução do processo relacionado aos ajustes

necessários à retomada do crescimento econô-mico. Ele destacou a defesa feita por Dilma deuma agenda fiscal de curto e longo prazo, bemcomo o seu pedido para o Congresso Nacionalaprovar medidas como a recriação temporáriada CPMF, a prorrogação da Desvinculação deReceitas da União (DRU).

Para o deputado AAAAA fonso F lorencefonso F lorencefonso F lorencefonso F lorencefonso F lorence(BA)(BA)(BA)(BA)(BA), um dos vice-líderes da Bancada, a proposta de sair do ajuste fiscal paraa reforma fiscal, sem perda de direitos, tem importância política estratégica.Um dos pontos é a perspectiva de taxação das camadas mais ricas da sociedade,apontou Florence. “A reforma tributária, como defende o Partido dos Trabalhado-res, é um dos eixos para retomarmos os investimentos, com a geração de maisempregos e renda”, argumentou o parlamentar baiano.

Sobre a reforma da previdência, Florence observou que a questão já vem sendodebatida no Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdên-cia Social. Para o parlamentar, o importante é tratar do tema de forma democrática, naperspectiva dada pela presidenta, de não mexer em direitos já conquistados e de garantira sustentabilidade do sistema previdenciário.

Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio doCongresso para reformas e combate ao zika

A presidenta Dilma Rousseff af i rmouontem que o Brasil precisa da contribuiçãodo Congresso Nacional para dar sequênciaà estabilização fiscal e assegurar a reto-mada do crescimento. “Esses objetivos nãosão contraditórios, pois o crescimento du-radouro da economia depende da expansãodo investimento público e do investimentoprivado, o que, por sua vez, requer equilí-brio fiscal e controle da inflação”, disse apresidenta durante a sessão de reaberturados trabalhos do Congresso Nacional, rea-lizada na Câmara dos Deputados.

Dilma lembrou as principais medidas que estão na pauta de votação doCongresso, como a aprovação da recriação da Contribuição Provisória sobreMovimentações Financeiras (CPMF), extinta há oito anos, e a prorrogaçãoda Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2019, medida que per-mite ao Executivo maior flexibilidade com a parte do orçamento não desti-nada a despesas fixas, as chamadas “despesas carimbadas”, mecanismoque seria estendido aos estados e municípios.

“Vamos propor a participação dos estados e municípios na arrecadaçãoda CPMF, destinando esses recursos para a seguridade social. Além disso,

proporemos a adoção da DRE e da DRM tam-bém para estados e municípios. As três es-feras de governo precisam de mais flexibili-dade para gerir o orçamento e de novas re-ceitas para dar sustentabilidade à transiçãodo ajuste fiscal à reforma fiscal”, afirmou apresidenta, asseverando que, para o gover-no, “a CPMF é provisória”.

Zika Zika Zika Zika Zika - Dilma disse contar com o empe-nho do Congresso Nacional na luta contraa epidemia do zika vírus e garantiu quenão faltarão recursos para enfrentar o quechamou de “guerra em favor da saúde e da

vida”, a ser travada no Brasil e no mundo. “ Todo meu governo estáengajado no enfrentamento desta emergência. Tenho certeza de que con-tarei com a sensibilidade do Congresso para que possamos reverter aepidemia do zika vírus”, afiançou.

A presidenta lembrou ainda que o momento atual é importante parauma reforma previdenciária. “Nesse momento, nos cabe enfrentar o desafiomaior para a política fiscal no Brasil e para vários países do mundo, que éa sustentabilidade da Previdência Social em um contexto de envelhecimen-to da população”, argumentou.

SALU PARENTE/PTNACÂMARA

Page 2: Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

03/02/201603/02/201603/02/201603/02/201603/02/2016 PT NA CÂMARA2

Líder da Bancada: Deputado Siba Machado (AC)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka e Jocivaldo Vale

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Sandro Mendes e Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara, antigo Informes, foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

PE

DIE

NT

E

CÂMARA

O líder do governo na Câmara, de-putado José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE)José Guimarães (PT-CE),afirmou ontem que a palavra de ordem é“agenda positiva”, com um pacto pelocrescimento e desenvolvimento do País.A avaliação foi feita após reunião, noPalácio do Planalto, entre os líderes dabase aliada na Câmara dos Deputadoscom os ministros da Fazenda, NelsonBarbosa; da Casa Civil, Jaques Wagner;e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.

“Os ministros pediram apoio do Congresso paraesse diálogo permanente. E também pediram todo oesforço para concluir as matérias com impacto nas con-tas públicas”, disse Guimarães.

Entre as medidas, o líder do governo citou a me-dida provisória (MP 692/2015) que eleva a tributa-ção sobre ganhos de capital e já pode ser votada peloplenário. “Em um momento de restrições fiscais eeconômicas e crescimento negativo, temos que elevara arrecadação, e esta medida provisória precisa servotada. A parte mais rica da sociedade também preci-sa contribuir para ajudar o País”, disse Guimarães.

Ele disse ainda que o governo pretende mantero diálogo sobre medidas estruturantes, como as re-formas tributária e da Previdência e também sobre arecriação de tributação nos moldes da CPMF. “Oesforço tem que ser feito para as reformas estrutu-rais que vão permitir ao País equilíbrio fiscal deforma duradoura e permanente. O Brasil precisa

A Câmara retoma hoje sua pauta de votaçõesem sessão extraordinária deliberativa. Três me-didas provisórias (MPs 692/15, 695/15 e 696/15) já estão trancando a pauta de votações. Aotodo, 20 MPs estão tramitando na Casa. Segun-do a Constituição, as medidas provisórias tran-

“Parte mais rica da sociedade precisa contribuirpara ajudar o País”, defende Guimarães

dessas reformas. A CPMF vai impactar apenas quemganha muito, porque quem ganha menos não teráproblema”, explicou o líder do governo.

DRU DRU DRU DRU DRU – Guimarães disse ainda que após a esco-lha dos novos líderes partidários, a base aliada reto-mará o diálogo com a oposição sobre a PEC 4/15, queprorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU)até 2019. “Temos de votar rapidamente as MPs parainiciarmos esse novo debate. Precisamos preservar oentendimento. Não é pedir apoio, mas discutir a agen-da, o pacto do desenvolvimento, com projetos queinteressam ao país”, destacou o líder do governo.

Retomada do crescimentoRetomada do crescimentoRetomada do crescimentoRetomada do crescimentoRetomada do crescimento – Em entrevistacoletiva na semana passada, Guimarães já havia reforça-do que em 2016 o Brasil precisa construir uma agendapara a retomada do crescimento econômico e do desen-volvimento. Ele defendeu um pacto para a implementa-ção de medidas que permitam ao País “virar a página” doajuste econômico que dominou o ano passado.

“Esse é o ano da retomada do desenvolvimen-

to. 2016 é o ano de virar a página doajuste fiscal e promover a retomada docrescimento. Novas medidas econômicasserão discutidas pelo ministro da Fazen-da, Nelson Barbosa. A nossa expetativa éa de que sejam medidas para a retomadado crescimento, retomada com responsa-bilidade. Por exemplo, precisamos ace-lerar o lançamento do ‘Minha Casa, Mi-nha Vida 3’, que vai ser fundamental

para reaquecer o setor da construção civil”, disse.ImpeachmentImpeachmentImpeachmentImpeachmentImpeachment – Sobre o tema do impeachment,

o líder José Guimarães disse que o governo tem pressapara concluir o processo. “É fundamental virarmos essapágina do impeachment. Há uma decisão de mérito doSupremo, há um rito estabelecido e nós temos pressa devirar essa página. Não tem que ficar discutindo só issoo tempo todo. O País não quer ficar preso a isso”,ressaltou. Uma comissão especial foi eleita no anopassado para debater o tema, mas o Supremo TribunalFederal (STF) determinou a realização de uma novaeleição com uma chapa única indicada pelos líderes.

José Guimarães também defendeu pressa nadefinição do afastamento ou não do presidente daCâmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “O País nãoquer ficar preso nestas questões. O Brasil não podeficar à mercê dos acontecimentos pontuais na Câ-mara. Tem que resolver logo essa questão do impe-achment e a questão do Cunha, temos que vencerisso logo”, afirmou o líder do governo.

Deputados retomam pauta de votações nesta quarta-feiracam a pauta do Plenário da Casa onde estiveremtramitando 45 dias depois da sua edição, desdeque tenham sido votadas por comissão mista –de deputados e senadores – encarregada de ana-lisá-la.

Do total de MPs, 18 foram editadas em 2015

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investigaos fundos de pensão tem reunião a partir das 10h dehoje, para colher dois depoimentos: João Vaccari Neto,ex-tesoureiro do PT, e Lício da Costa Raimundo, diretorde investimentos da Fundação Petrobras de SeguridadeSocial (Petros). A reunião da CPI será no plenário 1.

CPI dos Fundos de Pensão tem reunião para ouvir Vaccari

e duas em 2016. Algumas MPs, por terem sidoeditadas no recesso parlamentar ou próximo a ele,ainda não tiveram suas comissões mistas instala-das. A primeira sessão deliberativa está marcadapara as 16h de hoje para iniciar a apreciação dasmedidas provisórias.

BNDESBNDESBNDESBNDESBNDES – A CPI do BNDES terá reunião às9h30, no plenário 11, para a apresentaçãodos relatórios setoriais.

À tarde deverão se reunir a Comissão Mista deOrçamento (CMO), a partir das 15h, no plenário 2,e a comissão que debate o Marco Regulatório dos

Jogos no Brasil (PL 442/91), a partir das 14h30,no plenário 8. A CMO tem na pauta diversos relató-rios de prestação de contas, enquanto a comissão doPL 442/91 apreciará requerimentos.

O Conselho de Ética tem reunião deliberati-va marcada para 14h, no plenário 7.

FOTO:LULA MARQUES

Page 3: Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

03/02/201603/02/201603/02/201603/02/201603/02/2016PT NA CÂMARA 3

JUSTIÇA

O deputado PPPPPaulo Taulo Taulo Taulo Taulo Teixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP) protoco-lou na segunda-feira (1º) um pedido de providênciascontra o promotor Cassio Conserino, do MinistérioPúblico do Estado de São Paulo, por desvios de fun-ção. O parlamentar mencionou entrevista recente pu-blicada pela revista Veja, na qual o promotor anuncia,antes mesmo de colher depoimentos, que o ex-presi-dente da República Luiz Inácio Lula da Silva e suamulher, Marisa Letícia, “serão denunciados”, porque“tentaram, com a ajuda da OAS, ocultar patrimônio nocrime de lavagem de dinheiro”.

A representação, registrada sob o número0013787/16 e recebida diretamente pelo gabi-nete do procurador-geral do Estado, Márcio EliasRosa, critica a conclusão precipitada do promotor,divulgada de forma categórica e sem o benefícioda dúvida a quem ele acusa. “Verifica-se, portan-

O juiz federal Sergio Fernando Moro manteveprisões com fundamentos genéricos, tentou aplicaruma espécie de juízo universal e violou competênciado Supremo Tribunal Federal (STF) ao deixar de envi-ar à corte investigação que citava autoridades comprerrogativa de foro. Para quem não acompanha deperto a famosa operação Lava-Jato, essas afirmaçõespodem parecer tiradas da recente carta de advogadoscontrários a medidas tomadas na operação. Todas elas,porém, são conclusões do STF, onde ao menos 11decisões de Moro foram derrubadas entre 2014 e oinício de 2016.

Levantamento da revista Consultor Jurídico iden-tificou outras sete determinações reformadas pelo Tri-bunal Regional Federal da 4ª Região desde que osprocessos entraram na 13ª Vara Federal de Curitiba.Como a maioria dos recursos foi negada, o caso con-tinua em andamento e está próximo de completardois anos, sem indícios de chegar ao fim.

Advogados apostam que ainda será reconhecida anulidade de dados sobre contas bancárias na Suíçausadas pelo Ministério Público Federal. O tratado decooperação jurídica entre o Brasil e a Suíça para ma-téria penal define que cabe às autoridades centraisdos países fazer pedidos e autorizar a troca de docu-mentos. Mas o MPF trouxe da Suíça documentos semaval do Ministério da Justiça.

Supremo e TRFapontam ao menos18 erros de SérgioMoro na “Lava-Jato”

Para o procurador regional da República Vla-dimir Aras, não houve problema no procedimento,por considerar que contatos prévios com as autori-dades suíças permitiram a solicitação de dados“precisos, adequados e completos”.

Uma série de procedimentos da Lava-Jato tam-bém já foi alvo de questionamentos, como relatou aConJur. Advogados reclamam de vazamentos seleti-vos, dizem que a Polícia Federal demorou a infor-mar indícios de envolvimento de deputados fede-rais, apontam disparidade de armas em relação aoMPF e avaliam até que Sergio Moro complementa otrabalho da força-tarefa, com perguntas parciais –segundo cálculos da defesa da empreiteira OAS, ojuiz fez 2.297 questionamentos durante as audiên-cias, enquanto os procuradores fizeram 953.

LupaLupaLupaLupaLupa – O Supremo acabou intervindo para li-berar investigados presos em caráter preventivo,mesmo antes que tribunais inferiores analisassempedidos de Habeas Corpus em colegiado, como épraxe na corte. “É verdade que sobejam elementosindicativos de materialidade e autoria de crimesgraves”, reconheceu o ministro Teori Zavascki aoanalisar a prisão do ex-diretor da Petrobras RenatoDuque, em fevereiro de 2015.

“Porém, o magistrado de primeira instância res-tringiu-se a valorar a existência de indícios de que o

investigado manteria expressiva quantidade de di-nheiro no exterior e poderia, em razão disso, fugir doPaís, subtraindo-se à jurisdição criminal. Não houve,contudo, a indicação de atos concretos atribuídos aopaciente que demonstrem sua intenção de furtar-se àaplicação da lei penal”, afirmou Zavascki em votoseguido por unanimidade na 2ª Turma do STF. O en-tendimento abriu caminho para outras 14 solturas,em seis decisões posteriores.

Maior repercussão teve a decisão do Supremo defatiar a Lava-Jato, considerando que outros juízos de-veriam analisar “filhotes” do caso. “Nenhum órgãojurisdicional pode se arvorar de juízo universal detodo e qualquer crime relacionado a desvio de verbaspara fins político-partidários, à revelia das regras decompetência”, declarou o ministro Dias Toffoli.

No TRF-4, foram derrubados decretos de prisãopreventiva baseados em notícias de jornais. Em abrilde 2015, Moro entendeu que a medida era necessá-ria diante de relatos de encontros entre advogados deinvestigados com o ministro da Justiça, José EduardoCardozo. O juiz assinou a ordem de ofício, sem serprovocado, por entender que os veículos de imprensatêm “credibilidade”. O desembargador federal JoãoPedro Gebran Neto, relator do caso, disse que nãohavia nos autos nenhum fato concreto justificando“imposição de medida tão extrema”.

FOTOMONTAGEM: CLAUDIA BARREIROS/PTNACÂMARA

Paulo Teixeira protocola representação contra desviosde função cometidos pelo promotor Cassio Conserino

to, que o noticiado ofereceu a primazia de suasconclusões antecipadas à revista”, escreveu PauloTeixeira, que também é advogado.

O deputado afirma na representação que “o ex-presidente Lula e sua esposa foram expostos a umconstrangimento público de forma a exterminar asmais básicas garantias da Constituição Federal, taiscomo a presunção da inocência (CF/88, art. 5º, LVII),o resguardo da imagem à intimidade e à honra (CF/

88, art. 5º, X) e, ainda, ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV)”.

O parlamentar considera que tal situação “é in-compatível com a conduta de um membro do Ministé-rio Público, ao qual foi confiado pelo Texto Constituci-onal, dentre outras coisas, a defesa da ordem jurídicae do regime democrático”.

A representação menciona outros meios de co-municação aos quais Conserino teria exposto juízo devalor prévio, apesar de não haver resultado conclusivodas investigações nem mesmo depoimentos presta-dos pelos acusados, prática que fere a legislação quedisciplina a atividade do Ministério Público.

Ao jornal Folha de São Paulo, por exemplo, Con-serino afirmou que sua conduta estaria “atenta aosanseios sociais”, como se isso pudesse funcionar comobaliza para atuação de um membro do MP.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Page 4: Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

03/02/201603/02/201603/02/201603/02/201603/02/2016 PT NA CÂMARA4

Analistas do mercado financeiro preveem queo déficit na balança de pagamentos do Brasil podechegar próximo a zero ainda neste ano ou em2017. A expectativa é baseada na mudança dascontas externas do País no ano passado, quandoocorreu um dos maiores ajustes já registrados peloBanco Central desde 1947, quando tiveram inícioas estatísticas detalhadas sobre a economia.

O déficit nas transações correntes – compras evendas de mercadorias e serviços e transferências derenda do País – caiu de US$ 104,181 bilhões em2014 para US$ 58,942 bilhões em 2015, redução de43%. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), odéficit passou de 4,31% para 3,32%. Em janeiro de2015, o boletim Focus, do Banco Central, previa que noo déficit externo em 2015 seria de US$ 77 bilhões.

Apesar da crise econômica, o déficit foi totalmentecoberto pelo Investimento Direto no País (IDP), algo quenão se verificava desde 2012. O IDP de 2015 somou US$75,075 bilhões (3,94% do PIB), ante a expectativa doBanco Central de entradas no valor de US$ 66 bilhões.Também contribuíram significativamente para a redução

O líder do PT na Câmara, deputado SibáSibáSibáSibáSibáMachado (AC)Machado (AC)Machado (AC)Machado (AC)Machado (AC), qualificou como “marca histórica” ofato de o Brasil passar a ser, pela primeira vez nahistória, um dos dez maiores cotistas do Fundo Monetá-rio Internacional (FMI), criado em 1944 e integradopor 188 países. “Graças aos governos do PT e aliados,de 2003 até agora, conseguimos esse feito histórico,rompendo com o ciclo de submissão ao FMI alimentadopor anos a fio pelo PSDB”, disse o parlamentar.

O FMI anunciou na semana passada que as con-dições para a implementação da esperada reforma decotas foram satisfeitas e os países emergentes vãoganhar maior poder na instituição. Outro fato inéditona história do Fundo é que quatro emergentes estarãoentre os dez maiores cotistas. Além do Brasil, China,Rússia e Índia vão figurar no grupo. Os Estados Unidosseguem como os maiores cotistas do FMI, seguidospor Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália.

Sibá recordou que a maior presença do Brasil no

Brasil está entre os 10 maiores cotistas do FMIcenário internacional foi articulada em sintonia finacom os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Chinae África do Sul). A maior influência dos emergentesno FMI está situada nesse contexto.

O líder do PT lembrou que até o governo tucanode FHC (1995-2002) o FMI “fazia o que queria” noBrasil. “O Fundo ‘ajudava’ com uma mão e tirava coma outra, e os tucanos ficavam subservientes, faziamaté o seu ‘superávit’ fiscal com recursos do FMI. Como PSDB, o Brasil ia de pires na mão em busca derecursos do FMI e jamais teria condições de imple-mentar políticas sociais, como o Bolsa Família, comas amarras impostas pelo FMI”, lembra Sibá.

ReformasReformasReformasReformasReformas – Com a reforma, no ranking projeta-do de maiores cotistas, a China ficará como terceiromaior cotista e o Brasil será o décimo maior. Atualmen-te o Brasil possui 1,396% das cotas do FMI e 1,72%do poder de voto. Com a reforma, a projeção é de que opaís tenha 2,32% das cotas e 2 22% do poder de voto.

Os Estados Unidos devem ter ligeira redução na partici-pação nas cotas, de 17,6% para 17,4%.

Na opinião de Sibá, ao liquidar a divida que tinhacom o FMI, ainda no governo Lula, o Brasil projetou-semundialmente e ajudou a construir, com os parceiros doBRICS, condições para alterar a ordem econômica inter-nacional. O petista citou como exemplo a criação, noano passado, do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD),do BRICS. A instituição foi criada para financiar os pri-meiros projetos de desenvolvimento sustentável empaíses pobres já a partir deste ano.

Como lembrou Sibá, é a primeira instituição finan-ceira de caráter global que não é liderada pela Europa oupelos Estados Unidos, e vem como alternativa ao FMI e aoBanco Mundial. O banco terá sede em Xangai, na China, eserá presidido durante um primeiro mandato de cincoanos pelo indiano K. V. Kamath. O capital inicial é de 50bilhões de dólares, somado a um fundo de resgate finan-ceiro no valor de 100 bilhões de dólares.

País pode alcançar brevemente déficit zero em transações correntesdo déficit a valorização do dólar – que beneficia asempresas exportadoras – e a queda das importações.

Para os economistas e deputados Enio VEnio VEnio VEnio VEnio Verri (PT-erri (PT-erri (PT-erri (PT-erri (PT-PR)PR)PR)PR)PR) e Raimundo Angelim (PT-AC)Raimundo Angelim (PT-AC)Raimundo Angelim (PT-AC)Raimundo Angelim (PT-AC)Raimundo Angelim (PT-AC), o investimentoestrangeiro no País é o sinal mais positivo de que, apesardas atuais dificuldades, a economia brasileira continuaforte e com grande capacidade de recuperação.

“De todo o investimento produtivo no Brasilem 2015, 51% foi externo e 49% nacional. Issomostra que os investidores externos reconhecem aforça da economia brasileira e entendem que asatuais dificuldades são conjunturais. Por isso con-tinuam a investir no País”, diz Verri.

Entre 2014 e 2015, os investimentos diretos fei-tos via participação de capital – principal modalidadeque indica o interesse externo em projetos de longoprazo – aumentaram de 59,7% para 75%. Em contra-partida, o capital transferido das matrizes de empresaspara suas filiais no Brasil (empréstimo intercompa-nhia) – sem garantia de investimento na produção –caiu de 40,3% em 2014 para 25% em 2015.

Competitividade e empregoCompetitividade e empregoCompetitividade e empregoCompetitividade e empregoCompetitividade e emprego – O deputa-

do paranaense disse ainda que até a valorização dodólar e a consequente queda nas importações têmum lado muito bom para o País. Segundo ele, essavariação cambial deve estimular a industrializaçãopor meio da substituição da matéria prima e deprodutos estrangeiros pelos nacionais.

“Com isso, os produtos fabricados aqui ga-nham competitividade no mercado interno e ex-terno, e assim poderemos até gerar novos postosde trabalho”, destacou Enio Verri.

Cenário externoCenário externoCenário externoCenário externoCenário externo – Apesar da expectativapositiva em relação à economia brasileira, o de-putado Raimundo Angelim alerta que apenas osesforços do Brasil podem não ser suficientes pararecuperar o crescimento em um curto prazo.

“O cenário internacional ainda é muito nebulo-so por conta de inúmeros fatores, inclusive em rela-ção à queda do valor do petróleo. Mas temos quefazer a nossa parte, e acredito que com a novaequipe econômica – tendo à frente o ministro daFazenda, Nelson Barbosa – vamos fazer os ajustesnecessários e também estimular o investiment

ECONOMIA

Page 5: Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

03/02/201603/02/201603/02/201603/02/201603/02/2016PT NA CÂMARA 5

As propostas econômicas entregues pela Bancada do PT na Câmara dosDeputados ao governo brasileiro têm potencial transformador, avalia o depu-tado Afonso Florence (PT-BA)Afonso Florence (PT-BA)Afonso Florence (PT-BA)Afonso Florence (PT-BA)Afonso Florence (PT-BA), um dos parlamentares que elaborou odocumento. Entre as 14 medidas apresentadas ele destaca a importância daproposta para utilizar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financei-ra (CPMF) como fonte de financiamento de políticas sociais. “Estamos fazen-do um governo de combate às desigualdades”, afirmou.

Os deputados propõem que a CPMF volte a ser arrecadada para gerarrecursos para a Previdência Social e, dependendo da porcentagem da alíquota,para outros setores também, como educação e saúde. Em um cenário econô-mico adverso e de ajuste fiscal, a Previdência Social requer outras fontes definanciamento, pois em 2016, seu déficit aumentará de R$ 88 bilhões paraR$ 117 bilhões em razão da correção dos benefícios pela inflação e doenvelhecimento do perfil demográfico da população.

A CPMF vigorou no Brasil por dez anos, entre janeiro de 1997 e dezembrode 2007. A alíquota inicial era de 0,25% e aumentou até chegar a 0,38%.A contribuição era empregada, em sua maior parte, no Fundo Nacional daSaúde, na Previdência e no Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.

Em 2015, o Executivo apresentou a proposta de utilização da CPMF por meioda PEC 140, com uma alíquota de 0,20% a ser cobrada até 31 de dezembro de2019. A arrecadação prevista com esse tributo seria de R$ 32 bilhões, integralmen-

A justiça tributária pode ser a principal ferra-menta do governo para retomar o desenvolvimentoeconômico com justiça social, ampliar as fontespúblicas de financiamento e gerar empregos noBrasil. É o que defende o deputado Vicente Cân-Vicente Cân-Vicente Cân-Vicente Cân-Vicente Cân-dido (PT-SP)dido (PT-SP)dido (PT-SP)dido (PT-SP)dido (PT-SP). Ele faz parte de um grupo dedeputados federais da bancada do Partido dos Tra-balhadores que apresentou documento com 14propostas econômicas ao governo federal.

Entre as propostas apresentadas, o de-putado destaca a “alteração na tributaçãodo Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)”. Se aprovada a iniciativa,será criada uma nova tabela para o imposto de renda, ampliando afaixa de isenção e tributando mais quem possui alto rendimento.

Atualmente, estão isentos os rendimentos mensais de até R$ 1,9 mil.A proposta do PT amplia esse limite para quase R$ 3,4 mil. Pelo projetoda bancada, o número de alíquotas será aumentado de quatro para seis,variando de 5% até 40%. Hoje, a variação é de 7,5% até 27,5%. A partirda proposta, por exemplo, quem ganhar entre R$ 3.390,01 e R$ 6.780,00pagará 5% de IRPF (menor alíquota); e quem ultrapassar o rendimento deR$ 108.480,01 entrará na alíquota de 40% (maior). As demais alíquotasestão distribuídas em faixas salariais intermediárias.

O deputado Vicente Cândido está otimista quanto ao encaminha-mento do texto e conta que houve receptividade da equipe do governo.Ele também avalia positivamente a discussão realizada com o minis-tro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e espera se reunir em brevecom a presidenta Dilma Rousseff para tratar dessa agenda.

Na Câmara dos Deputados e no Senado, Cândido acredita contarcom apoio da maioria dos parlamentares. “São medidas em busca da

BANCADA DO PT

Proposta de deputados petistasisenta de IR salários de até R$ 3.390

justiça tributária”, explicou, referindo-seao fato de, atualmente, os impostos seremmaiores sobre a classe média e sobre ostrabalhadores.

Além da base aliada, os deputados tam-bém pretendem discutir as propostas comsetores como entidades sindicais, empre-sariais e pesquisadores.

Apresentado ao governo federal com otítulo “Agenda para a retomada do desen-volvimento econômico com justiça social”,

o documento está dividido em duas partes. A primeira trata essencial-mente de alterações na estrutura tributária vigente. A segunda contémquatro medidas econômicas diversas: venda de ativos da União, regu-larização de recursos de residentes depositados no exterior, alteraçãona legislação que normatiza acordo de leniência e captação de recur-sos na China para o financiamento de empresas brasileiras.

Para Vicente Cândido, é inovadora também a tributação dos juros sobrecapital próprio e a volta da utilização da Contribuição Provisória sobreMovimentação Financeira (CPMF) como fonte de arrecadação.

Um dos projetos do documento entregue ao governo, o que trata sobretributação de lucros e dividendos no Brasil e das remessas para o exterior,é de autoria de Cândido, propondo uma alteração do artigo 10 da Lei9.249, de 1995. Na avaliação do parlamentar, o sistema vigente é injustoe desigual ao contribuinte, pois, enquanto os lucros e dividendos possuemisenção, a renda do trabalho é taxada a alíquotas de até 27,5%.

Além de Cândido, assinam o documento o líder do PT na Câmara, SibáSibáSibáSibáSibáMachado (PT-AC)Machado (PT-AC)Machado (PT-AC)Machado (PT-AC)Machado (PT-AC), e os deputados Afonso Florence (PT-BA), EnioAfonso Florence (PT-BA), EnioAfonso Florence (PT-BA), EnioAfonso Florence (PT-BA), EnioAfonso Florence (PT-BA), EnioVVVVVerr i (PT-PR), José Mentor (PT-SP)err i (PT-PR), José Mentor (PT-SP)err i (PT-PR), José Mentor (PT-SP)err i (PT-PR), José Mentor (PT-SP)err i (PT-PR), José Mentor (PT-SP) e PPPPPaulo Taulo Taulo Taulo Taulo Teixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP).

CPMF deve ser novo impulso para políticas sociais, afirma Florencete destinados à Previdência Social, segundo a proposta do governo.

O documento da Bancada do PT argumenta que a elevação da alíquota eo compartilhamento de sua arrecadação com os municípios podem contribuirpara a aprovação na Câmara.

A CPMF possui algumas vantagens em relação a outros tributos, explica odeputado. Segundo ele, esta forma de tributação não permite sonegação e écapaz de registrar a movimentação de capitais, já que a base de cálculo destacontribuição é qualquer transação que represente circulação escritural oufísica de moeda.

“Serve como um mecanismo de controle para afastar mafiosos do serviçofinanceiro”, disse Florence. Com a reintrodução da CPMF, segundo ele, serásolucionado o déficit da Previdência Social, sem comprometer o orçamento deoutras políticas públicas.

A Bancada do PT propôs ao governo 14 medidas para a economia, sendodez delas tributárias, para aumentar a arrecadação de fundos públicos, pro-mover geração de emprego e renda, além de retomar o crescimento econômi-co com justiça social.

“São medidas que ajudarão os mais pobres, tributando os maisricos”, argumenta o deputado. Embora a maior parte das propostas nãoseja inédita, para o deputado, elas têm caráter transformador porqueincluem a progressividade tributária.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

Page 6: Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

03/02/201603/02/201603/02/201603/02/201603/02/2016 PT NA CÂMARA6

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Ane-el) aprovou na semana passada a redução nasbandeiras tarifárias amarela e vermelha, que au-mentam a conta de luz do consumidor quando ficamais caro produzir energia no País. Com o níveldos reservatórios aumentando graças às chuvasdos últimos meses, a necessidade de uso das usi-nas termelétricas deve diminuir.

A partir de fevereiro, o valor da bandeira ama-rela vai cair de R$ 2,50 para R$ 1,50 para cada100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, reduçãode 40%. Já a bandeira vermelha terá um patamarintermediário, mais barato, de R$ 3,50 para cada100 kWh. O patamar mais caro foi mantido em R$4,50 para cada 100 kWh.

As bandeiras tarifárias coloridas – verde, amarela e vermelha – foramcriadas como uma maneira de informar ao consumidor os custos que sãorepassados para a conta de luz com o acionamento de usinas termelétricas,

Aprovado em dezembro pelo Ministério deMinas e Energia, o Plano Decenal de Expansãode Energia (PDE 2024) lista projeções e metaspara o setor energético do País até 2024 e prevêexpansão de 55% na capacidade instalada degeração de energia no Brasil.

O volume de investimentos previstos para essaexpansão chega a R$ 1,4 trilhão no período, a mai-or parte deles em projetos de energia renovável.Dos 73 mil megawatts (MW) em novos empreendi-mentos, 62,1 mil MW serão de energias renováveis.Desse total, 27,2 mil MW de hidrelétricas, 18,9mil MW de energia eólica e 16,4 mil de outrasfontes, entre elas a biomassa e solar.

Diante dos dados do PDE, o deputado Bohn GassBohn GassBohn GassBohn GassBohn Gass(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS) enalteceu o fato de o Brasil ser um dospoucos países do mundo que tem obtido destaque na

POLÍTICA ENERGÉTICA

Conta de luz ficará mais barata a partir deste mêsque geram uma energia mais cara e são ligadasquando as hidrelétricas produzem menos por causado baixo nível de seus reservatórios.

A arrecadação com a taxa extra das bandeirasem 2015 gerou um saldo, até novembro, de R$ 1bilhão, valor bem superior ao necessário para pa-gar os custos da falta de água nos reservatórios eda geração termelétrica. Ainda no fim do ano, ogoverno decidiu desligar as térmicas mais caras ereduziu o custo da bandeira vermelha de R$ 5,50para R$ 4,50, a cada 100 kWh consumidos nosimóveis. Durante todo o ano de 2015, as bandeiraspermaneceram no patamar vermelho, devido aoscustos altos de geração de energia.

A Aneel divulga no próximo dia 29 de janeiro qual será a bandeiratarifária que vai incidir sobre as contas de luz de fevereiro. A bandeiravermelha encontra-se vigente, onerando a conta do consumidor, pelo menosdesde março de 2015.

Bohn Gass enaltece Plano de Expansão de Energiae diz que críticas a vetos no PPA são “disputa política”

produção de energia limpa e renovável e, por outrolado, afirmou que as críticas de alguns segmentos “nãopassam de disputa política sem base em fatos reais”.

Bohn Gass lembrou que o Brasil é “destaque nomundo” justamente pelo trabalho que vem realizando notema da sustentabilidade. “Temos investido muito naprodução de energia a partir de matrizes renováveis elimpas – como a energia eólica, a solar e outras – sejapor meio de leilões, editais e de investimento público

direto, num volume jamais visto na história brasileira. Asprovas podem ser vistas de norte a sul do País em váriosempreendimentos, em proporção superior ao que foi pro-posto e vetado no PPA”, destacou o petista, fazendoreferência a críticas de organizações não governamentaisque atuam na pauta socioambiental.

Algumas entidades criticaram o veto da presidentaDilma Rousseff a alguns pontos do Plano Plurianual(PPA 2016-2019) na área energética, especificamen-te em itens que tratavam de investimentos em fontesrenováveis de energia não hidráulicas.

O objetivo 1169 do PPA tratava, entre outras ques-tões, do “uso de sistemas e tecnologias visando àinserção de geração de energias renováveis na matrizelétrica brasileira”. Esse item incluía a adição 13.100megawatts de capacidade instalada de geração de ener-gia a partir de fontes renováveis.

Desemprego recua e fecha 2015 abaixo de 7%

e com trabalhadores mais qualificadosO cenário apocalíptico previsto – e desejado

– para 2015 pela oposição de direita e seus porta-vozes na grande mídia não se confirmou no Brasil.Apesar da piora em vários indicadores, o ano termi-nou com sinais de recuperação em alguns elemen-tos importantes da conjuntura econômica, como onível de emprego. Enquanto a turma do “quantopior, melhor” bradava que o desemprego logo che-garia a dois dígitos, o dado real apontou 6,9% dedesemprego em dezembro – ante 7,8% em outu-bro – e uma média de 6,8% no ano.

Os números consolidados foram divulgadospelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-

ca (IBGE) na semana passada, e, na análise delongo prazo, há outros dados positivos.

De 2003 para 2015, por exemplo, cresceu aproporção de pessoas ocupadas com 11 anos oumais de estudo, passando de 46,7% para 66,5%.O aumento de 19,8 pontos percentuais ficou aci-ma do aumento verificado na população total de10 anos ou mais, que foi de 16,7%. Aumentoutambém a proporção de trabalhadores com o en-sino superior completo: em 2003 eles represen-tavam 13,8%, em 2015 esta estimativa ultra-passou um quinto dos ocupados (22,0%).

Para o deputado Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI)Assis Carvalho (PT-PI),

os dados fortalecem a expectativa otimista para2016. “Esperamos que neste ano possamos teruma situação melhor. Os dados do IBGE nos ani-mam e mostram que a economia pode se recupe-rar”, avalia o parlamentar.

A respeito do avanço da qualificação no tra-balho, o deputado piauiense lembra que isso éfruto dos investimentos dos governos petistas. “De2003 para cá, temos um governo que acredita nopotencial do Brasil, que aposta num País moder-no, com investimento forte em educação, em ci-ência e tecnologia, em pesquisa e desenvolvi-mento e na formação dos trabalhadores”.

Page 7: Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

03/02/201603/02/201603/02/201603/02/201603/02/2016PT NA CÂMARA 7

O governo publicou na segunda-feira (1º) medidaprovisória (MP) que permite o ingresso forçado de agen-tes de saúde em imóveis públicos e particulares aban-donados para ações de combate ao Aedes aegypti, trans-missor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika.

O texto autoriza ainda a entrada do agente públi-co em casas onde o proprietário não esteja para ga-rantir o acesso e quando isso se mostre “essencialpara contenção de doenças”. O agente poderá, nestescasos, solicitar auxílio de autoridade policial.

A MP estabelece como imóvel abandonado aquelecom flagrante ausência prolongada de utilização, situa-ção que pode ser verificada por características físicas doimóvel, por sinais de inexistência de conservação, pelorelato de moradores da área ou por outros indícios.

Já a ausência de pessoa que permita o acessodo agente de saúde ao imóvel fica caracterizada,conforme o texto, pela impossibilidade de localiza-ção de alguém que autorize a entrada após duasvisitas devidamente notificadas, em dias e períodos

AEDES AEGYPTI

MP prevê entrada forçada de agentesde saúde em imóveis abandonados;

Jorge Solla comemora iniciativaalternados, dentro do intervalo de dez dias.

Para o deputado e médico Jorge Sol laJorge Sol laJorge Sol laJorge Sol laJorge Sol la(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA), a medida terá relevante impacto naguerra travada atualmente em todo o País paradebelar os focos do Aedes aegypti.

“Essa medida é essencial para combater os fo-cos do mosquito. O governo da presidenta Dilmademonstra assim que está atento ao problema e quetem tomado as medidas possíveis para reduzir oscasos de dengue, de febre chikungunya e do vírusZika em todo o País”, destacou.

Proposta parecida com a editada nesta segunda-feira pelo governo federal tramita atualmente na Câ-mara. O Projeto de Lei 1861/15, aprovado na Comis-são de Seguridade Social e Família com parecer dodeputado Jorge Solla, prevê que o poder público po-derá entrar em imóvel que apresente risco de prolife-ração do mosquito para avaliá-lo, dedetizá-lo ou de-terminar ao proprietário essas providências.

Pelo texto os infratores estarão sujeitos à multa

progressiva de, no mínimo, 50% do valor anual doImposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Os re-cursos dessas multas municipais serão usados emparte para programas de combate ao mosquito.

O projeto de lei institui ainda incentivos à pesquisacientífica para combater a doença; a elaboração decampanhas de conscientização; mecanismos descentra-lizados para divulgar informações educativas sobre sa-neamento; e recebimento de denúncias por telefone oupela internet sobre a existência de foco de mosquitos. Aproposta tem caráter conclusivo e precisa ser analisadapelas comissões de Finanças; e de Constituição e Justi-ça. Se aprovada, o texto poderá seguir para apreciaçãodo Senado, sem passar pelo plenário da Câmara.

BalançoBalançoBalançoBalançoBalanço – Dados do Ministério da Saúde divul-gados na última sexta-feira (29) apontam que, até omomento, 10,9 milhões de domicílios foram vistoria-dos por agentes de saúde e por militares das ForçasArmadas para combate ao Aedes aegypti – o que repre-senta 22% dos 49,2 milhões de imóveis previstos.

O governofederal anunciouno fim de janei-ro que 220 milmi l i ta res vãoajudar no com-bate ao mosqui-to Aedes aegyp-t i , responsáve lpela transmissão da dengue, da febre chinkun-gunya e do vírus Zika. O ministro da Defesa,Aldo Rebelo, informou que os homens das trêsForças Armadas vão atuar em 356 municípios.

“As Forças Armadas já exercem essa função auxiliardesde o primeiro momento de combate ao mosquito Ae-des aegypti. Agora estamos intensificando a mobilizaçãoonde há uma incidência maior”, disse Aldo Rebelo.

Dos 356 municípios, 115 concentram grandequantidade de casos de microcefalia, que podem tersido provocados pelo vírus Zika. A atuação das For-ças Armadas vai complementar as ações desenvolvi-das pelo Ministério da Saúde, estados e municípi-os. Aldo Rebelo informou que a ação dos militaresserá dividida em quatro etapas.

A primeira termina esta semana com umainspeção para erradicar criadouros do mosquitoem instalações das Forças Armadas em todo o

Guerra ao mosquito: 220 mil militaresvão combater Aedes em 356 cidades

País. No dia 13de feve re i ro ,quando ocorreráa segunda fase,220 mi l ho-mens e mulhe-res das ForçasArmadas farãouma ação de

conscientização para orientar a população nocombate ao mosquito. Três milhões de imóveisresidenciais deverão ser visitados.

Entre os dias 15 e 18 de fevereiro, um contin-gente de 50 mil militares fará nova visita, em açãocoordenada com o Ministério da Saúde e autoridadeslocais, para inspecionar possíveis focos de prolifera-ção nas casas e, se for o caso, aplicar larvicida.

A última etapa, ainda em discussão com o Mi-nistério da Educação (MEC), prevê a mobilizaçãodos militares para reforçar o trabalho de conscienti-zação em escolas das redes pública e privada. “Va-mos depender, naturalmente, do calendário escolarque é diferente em cada escola, nas redes privada epública, seja municipal ou estadual. Estaremos àdisposição do MEC para apoiar a ação de esclareci-mento para prevenção e combate ao mosquito nasescolas”, disse o ministro.

Governo pagará

auxílio a famílias

carentes com casos

de microcefaliaO governo federal informou na semana

passada que as mães de crianças diagnosti-cadas com microcefalia poderão se inscreverno Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O auxílio será pago por meio do Minis-tério do Desenvolvimento Social e Combateà Fome (MDS), com o valor de um saláriomínimo por mês (R$ 880). No entanto, parareceber o valor, é preciso ter renda per capitafamiliar inferior a 1/4 de salário mínimo.

Além disso, o MDS informou que o be-nefício é pago apenas a quem for atestadopelo INSS com algum tipo de deficiência.Atualmente, o BPC é concedido a pessoascom mais 65 anos que não recebem aposen-tadoria e também a aqueles diagnosticadoscom algum tipo de deficiência.

O governo federal também vai distri-buir repelentes a grávidas beneficiárias doBolsa Família. Estimativas apontam que há400 mil mulheres inscritas no programa.Para isso, o governo se reuniu com fabri-cantes de repelentes que podem ser utili-zados contra o Aedes aegypti.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Page 8: Presidenta sinaliza diálogo e pede apoio do Congresso para ... NA CAMARA - 5790.pdf · Para Sibá, a presença da presidenta no Congresso sepultou de vez a questão do impeachment

03/02/201603/02/201603/02/201603/02/201603/02/2016 PT NA CÂMARA8

O que se convencionou chamar de pedaladas fis-cais, apesar de ter se tornado um termo com apelopopular, são práticas adotadas que não trouxeramqualquer prejuízo aos cofres públicos. São medidasaplicadas há mais de 20 anos. Foram adotadas, porexemplo, nos governos Itamar e FHC, mas, estranha-mente, agora (e só agora!) são usadas para criarinstabilidade política no País, com o objetivo de deto-nar um golpe contra a democracia brasileira.

O principal questionamento é quanto ao paga-mento dos benefícios sociais às famílias de menorrenda, como bolsa família, seguro desemprego eabono salarial. Mensalmente, o governo faz umaprevisão dos investimentos e repassa os recursos aoagente operador, nesse caso a Caixa Econômica Fe-deral. A relação entre União e CEF é de um contratode prestação de serviços. Se a execução é menor quea prevista, a Caixa paga juros ao governo; do contrá-

ARTIGO/DEPUTADO PAULO PIMENTA (PT-RS)

“Pedaladas existem há maisde 20 anos, impeachment é

golpe”, diz Pimenta

Prestação de serviçorio, é o governo que paga juros à instituição.

Esta sistemática foi firmada há mais de duas déca-das e, ao longo destes anos, ao final de cada exercíciofinanceiro, a Caixa sempre pagou juros à União. Issoocorreu porque o saldo médio dessa conta sempre foipositivo para a Caixa, com a União deixando depositadoum valor superior ao devido aos beneficiários.

O mesmo ocorreu em 2014, quando a Uniãorecebeu da Caixa R$ 141 milhões pela remunera-ção dessa mesma conta. Sendo assim, não houve,em qualquer hipótese, prejuízo aos cofres da Uniãoe, mais importante, nem qualquer atraso aos bene-ficiários desses importantes programas sociais.

Todas as práticas agora questionadas foram au-torizadas por leis e atos normativos públicos e obe-decem às regras estipuladas e jamais contestadas.A visão de que esses atrasos são operação de créditodos bancos públicos com a União, contrariando a

Lei de Responsabilidade Fiscal, não faz sentido.Caracterizar esses atrasos como operação de cré-

dito seria considerar qualquer atraso de pagamentocomo tal. Quando uma família atrasa o seu aluguel,podemos afirmar que o proprietário do imóvel em-prestou dinheiro a essa família? Obviamente, não!

Qualquer mudança de entendimento não poderetroagir, mas pode sim levar a melhores práticas,como algumas já adotadas pelo governo federal. Noentanto, precisamos garantir que qualquer novo en-tendimento não impeça a adoção de políticas públi-cas que procuram garantir o Estado de Bem-EstarSocial preconizado pela Constituição, nem que astais “pedaladas” sejam caracterizadas e compreen-didas como qualquer irregularidade supostamentecometida pela presidenta Dilma. Por essas razões,inúmeros juristas e entidades respeitáveis da socie-dade classificam o impeachment como golpe.

SALU PARENTE/PTNACÂMARA

Diversos parlamentares do PT na Câmara comemora-ram a resolução do Conselho Superior de Polícia e doConselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil que veda ouso dos autos de resistência nos registros de operaçõespoliciais. A resolução é de outubro do ano passado, masfoi publicada no Diário Oficial da União apenas em ja-neiro. Deputados e deputadas petistas consideraram amedida uma grande vitória da luta contra as recorrentesexecuções de jovens negros e pobres no País.

Para o deputado PPPPPaulo Taulo Taulo Taulo Taulo Teixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP)eixeira (PT-SP), aresolução é “uma conquista da população brasileira,sobretudo a população jovem, negra e de periferia”.Teixeira é autor de um projeto de lei (PL 4471/2012)que determina a abertura de inquérito para investigaçãode todas as mortes decorrentes de ações policiais, pro-cedimento que muitas vezes era ignorado graças aosautos de resistência.

“Um estudo da UFRJ levantou que em 60% dos

Fim dos autos de resistência é comemorado por parlamentares petistasautos de resistência registrados no Rio de Janeiro nãohouve resistência por parte da vítima. Foram execuções.Tiros nas costas, sem resquício de pólvora nas mãos, semarma de fogo. Jovens que poderiam estar vivos, arcandocom as penas previstas em lei”, ressalta Teixeira.

Na opinião do deputado Reginaldo Lopes (PT-Reginaldo Lopes (PT-Reginaldo Lopes (PT-Reginaldo Lopes (PT-Reginaldo Lopes (PT-MG)MG)MG)MG)MG), que presidiu a CPI da Violência contra Jovens Ne-gros e Pobres, a resolução é um “importante avanço”diante do racismo institucional historicamente reconheci-do na atuação das polícias brasileiras. “Os autos têm sidoutilizados para encobrir execuções, já que as mortes nãosão investigadas ao serem registradas dessa forma. Aresolução é importante porque dá prioridade ao processode investigação”, avalia o parlamentar mineiro.

Reginaldo Lopes defende também a aprovação da PEC117/2015, resultante da CPI, que separa a perícia oficialde natureza criminal das polícias civis e federal e institui aperícia criminal como órgão de segurança pública.

“A luta pelo fim dos autos de resistência é histórica eincessante”, lembrou a deputada Margarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida Salomão(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG). “Essa é uma reivindicação antiga das organi-zações de direitos humanos no Brasil. A maioria dasvítimas dos chamados autos de resistência é de jovensnegros, do sexo masculino, moradores de favelas e perife-rias. Agora, podemos garantir mais eficiência às investi-gações de crimes de mortes violentas ocorridas em açõescom a participação policial”, complementou Margarida.

Vitória do processo civilizatório. Assim o deputadoWadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ) classificou a resolução. “Ocombate pela proibição dos autos de resistência é umaluta antiga. O nome ‘autos de resistência’ nada mais édo que uma camuflagem da política de extermínio quese abate sobre a nossa população pobre, sobretudo osjovens negros moradores das favelas, como se se tratas-se de legítima defesa do agente policial que mata”,disse Damous.

Em artigo, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) lembra que “o que se convencionou chamar de pedaladas” existe há mais de 20

anos, mas apenas agora são questionadas “com o objetivo de detonar um golpe contra a democracia”. Além disso, Pimenta

explica o que são as “pedaladas” e demonstra que não há qualquer irregularidade na prática. Confira o artigo na íntegra.