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PRESIDENTE 2015 - SBOT-RJ | Sociedade … residência médica. O OrtoCurso, que aborda um tema da ortopedia a cada mês, é uma das atividades que prepara os residentes de todos os

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Estamos caminhando de maneira transparente para o entendimento sobre a nossa missão enquanto entidade médica representativa da classe ortopédica. E um pouco do que tem sido desenvolvido durante a minha gestão pode ser conferido nas páginas desta edição do BORJ, uma publicação que estreita ainda mais a comunicação da SBOT-RJ com os colegas da especialidade.

Comemoramos o Dia do Ortopedista, 19 de setembro, em um debate caloroso sobre algumas questões que afetam diretamente a prática da nossa profissão atualmente. Convido-os a lerem os artigos de eminentes especialistas que contribuíram com diferentes vertentes sobre a especialidade para a homenagem pelo nosso dia.

A excelência com a qual vimos executando os cursos avançados da SBOT-RJ, por meio do esforço sem igual dos membros da nossa CEC — com a participação, inclusive, de especialistas de outros Estados e de outros países da América Latina — também ganhou destaque na publicação, assim como as ações direcionadas ao treinamento dos residentes, liderado pela CET SBOT-RJ.

É possível conferir, ainda, as matérias a respeito de dois eventos importantes para a Regional Rio: com os parceiros 2015 da SBOT-RJ e com as lideranças ortopédicas do Estado. Essas iniciativas exemplificam a intenção da atual Diretoria de estreitar o relacionamento com os profissionais que atuam no setor, de forma interativa e atenta aos seus pleitos.

Gostaria de reforçar que a Casa do Ortopedista, sede da SBOT-RJ, está sempre de portas abertas para novas ideias que contribuam com a atualização profissional, o ensino e treinamento dos médicos residentes e o desenvolvimento da ortopedia.

Boa leitura!

Dr. Marcelo CamposPresidente SBOT-RJ • Diretoria 2015

PRESIDENTE 2015

Com a palavra

RIOSUMÁ

Presidente: Marcelo Campos1º Vice-Presidente: Marcos Giordano2º Vice-Presidente: José Paulo Gabbi1º Secretário: Carlos Eduardo Franklin2º Secretário: Pedro Labronici3º Secretário: Alexandre Pallottino4º Secretário: Marcelo Erthal1º Tesoureiro: Tito Rocha2º Tesoureiro: Luis Marcelo Malta3º Tesoureiro: Marcos Britto

Diretoria 2015

Conselho Editorial: Dr. Marcelo Campos Dr. Vincenzo Giordano

Coordenação Editorial: JINX° Comunicação

Redação: Natasha DiasEdição e Revisão: Mariana AbrahãoDireção de criação : Guilherme MonteiroImpressão: Walprint Gráfica e Editora

Expediente 2015

CEC SBOT-RJ 05

CET SBOT-RJ 07

GALERIA DA ORTOPEDIA 10

PARCEIROS SBOT-RJ 12

DIA DO ORTOPEDISTA 14

REPRESENTATIVIDADE DO RIO 19 Dr. Sérgio Delmonte Presidente da SBQ

ARTIGO RIO 2016 31O Vôlei e o TornozeloPor: Dr. Felipe Serrão

“O QUE VI DA ORTOPEDIA” 34 Hospital Municipal Miguel Couto

DIREITOS & DEVERES 29 “Médico, cura-te a ti mesmo”Por: Dr. Alexandre Martins

SBOT RIO CULTURAL 28 Clarice LispectorPor: Dr. Alberto Deflon

BATEPAPO.COM 26Dr. João Maurício BarretoPresidente eleito SBOT 2017

EVENTOS DA ÁREA 24

PEDRA NO SAPATO 20 To the water on MarsPor: Dr. Vincenzo Giordano

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Calendário 2015

A SBOT-RJ comunica que as datas do calendário podem sofrer alterações. Acompanhe as atualizações no site da Regional Rio (www.sbotrj.com.br) e mantenha-se informado.

SBOT-RJ oferece excelência em atualização profissional

Eduacação Continuada

NOVEMBRO DEZEMBRO

05

26

12

14

19, 20, 21 e 22

COMITÊ DE TUMOR Casa do Ortopedista 03 COMITÊ DE TUMOR

Casa do Ortopedista

COMITÊ DE JOELHOChurrascaria Fogo de Chão

REUNIÃO DE IMAGEM ORTOPÉDICA Casa do Ortopedista

05 ORTOCURSO - SIMULADOCasa do Ortopedista

ORTOCURSO – TRAUMA IICasa do Ortopedista 10 REUNIÃO DE IMAGEM

ORTOPÉDICA (R.I.O.)Casa do Ortopedista

47º CONGRESSO BRASILEIRO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA (CBOT)Expo Center Norte - São Paulo 18, 19 e 20

47º CONGRESSO BRASILEIRO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA (CBOT)Expo Center Norte - São Paulo

12 ORTOCURSOSIMULADO ORAL E FÍSICOINTO

EducaçãoCEC SBOT-RJ

A educação médica continuada promovida pela

SBOT-RJ tem se destacado pelo alto nível técnico

aplicado nas atividades. Cursos avançados com a

participação de expoentes especialistas nacionais

e internacionais ganharam novas formatações,

com aulas teóricas e práticas, desenvolvidas

dentro da Casa do Ortopedista e nos centros de

treinamento de importantes hospitais do Estado.

Com o apoio de empresas parceiras foi

possível estender a agenda de atividades da

Comissão de Educação Continuada (CEC) da

SBOT-RJ em 2015, com a realização de cinco

cursos em nove meses, de abril a novembro.

Os temas abordados foram relacionados à

coluna cervical, coluna lombar, cirurgia de

quadril, de ombro e cotovelo, e artroplastia total

de joelho, todos com o limite máximo de vagas

preenchido e com a participação de nomes

expressivos de cada subespecialidade, tanto como

alunos quanto como palestrantes e instrutores.

Para o Dr. Marcos Giordano, presidente da CEC

SBOT-RJ, é um grande desafio capitanear recursos

para cursos de excelência, devido aos altos custos

de produção dessas atividades, sobretudo quando

há demanda de peças anatômicas para treinamento.

“As parcerias comerciais que a SBOT-RJ vem

consolidando têm auxiliado no desenvolvimento do

plano de atividades destinadas à educação médica

continuada, elaborado pela CEC SBOT-RJ. Os

cursos oferecidos são de alto nível de excelência,

com programas que permitem o aperfeiçoamento

profissional e o debate qualificado de técnicas

de tratamento”, avalia Dr. Marcos Giordano.

Dr. Marcos Giordano durante a aula teórica do Curso Avançado “Dor axial na coluna vertebral”.

Atividade prática: Dr. Luiz Eduardo Carelli (de paletó) demonstra técnicas cirúrgicas.

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Evento realizado pela CEC SBOT-RJ reuniu especialistas do Estado no Hospital

Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ).

Com a participação de 24 especialistas de

diversas cidades do Rio, o curso avançado de

ombro “Instabilidade Glenoumeral” aconteceu

no Laboratório de Artroscopia do Hospital

Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ). Para o

aprimoramento do tratamento aberto e atroscópico

da instabilidade do ombro, os participantes tiveram

acesso a modelos anatômicos e a equipamentos

sofisticados, formato viabilizado pelo patrocínio

de quatro empresas, que também reconhecem

o alto nível das atividades realizadas: M4, Per

Prima, Tellus e World Medical.

Para o Dr. Marcelo Erthal, um dos coordenadores

do Curso Avançado de Ombro, realizado em

outubro, “houve uma interação grande entre

os participantes e os instrutores com grande

Na reta final para o exame de obtenção do TEOT

Os residentes em ortopedia do terceiro ano (R3)

poderão aprofundar seus conhecimentos para a

prova de obtenção do Titulo de Especialista em

Ortopedia e Traumatologia (TEOT), semanas antes

do exame. O 15º Curso Intensivo da SBOT-RJ,

realizado pela Comissão de Ensino e Treinamento

(CET) da Regional, acontecerá nos dias 18, 19 e

20 de dezembro, em Itaipava, Região Serrana do

Rio, como uma revisão final dos assuntos mais

relevantes cobrados na prova.

Durante os três dias, os postulantes do Rio e

de outros Estados a receberem a titulação de

ortopedista e traumatologista pela SBOT têm a

oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos

seguindo uma programação científica similar à que

geralmente é aplicada durante o Exame. No dia 18,

sexta-feira, o curso acontece entre 13h e 19h30;

no dia 19, sábado, de 8h às 18h30 e no dia 20,

domingo, de 8h às 12h30.

As atividades são divididas em aulas expositivas,

discussão de casos clínicos e aulas práticas de

exame físico, aplicadas sempre a pequenos grupos

para facilitar o entendimento e a compreensão

dos alunos. Os R3 fazem uma intensa revisão

EducaçãoCEC SBOT-RJ

XV Curso Intensivo da

CET SBOT-RJ

abrangência no tema proposto. A parte prática foi

muito proveitosa para treinamento das técnicas

abordadas e com a participação de médicos com

destaque no cenário da cirurgia do ombro do Rio

e nacional atuando como instrutores”, ressaltou

Dr. Marcelo Erthal, que é chefe do Serviço de

Ortopedia e Traumatologia do Hospital dos

Servidores do Estado (HSE).

Na avaliação do presidente da SBOT-RJ, Dr.

Marcelo Campos, assim como os demais cursos

realizados pela CEC SBOT-RJ esse ano, o de

ombro foi uma ocasião oportuna para a troca de

experiências. “Foi uma grande oportunidade para

imersão e discussão de casos clínicos complexos,

e também para a prática de técnicas artroscópicas

e abertas”, considera Dr. Marcelo Campos,

destacando que o treinamento de ortopedistas já

formados, com a formatação de um sólido fórum

de discussão técnica, é a principal atividade da

sociedade de ortopedia.

dos assuntos mais importantes aplicada por

instrutores (membros da SBOT) de todas as

subespecialidades da ortopedia.

A CET, por meio de um programa de atividades

abrangente, se organiza para oferecer ao

residente um ensino de alto nível, que serve de

complemento ao que é aprendido nos programas

de residência médica. O OrtoCurso, que aborda

um tema da ortopedia a cada mês, é uma das

atividades que prepara os residentes de todos

os níveis, em aulas que contam com a presença

de renomados especialistas em diversas área da

especialidade.

“O Intensivo é uma consolidação de toda a

estratégia colocada em prática ao longo do

ano pela Comissão por meio de uma atuação

integrada e multidisciplinar de aprofundamento

dos temas presentes no edital do TEOT. É um

complemento de todo o processo acadêmico

realizado, um checklist para o residente ter

como referência educacional na reta final dos

estudos”, avalia Dr. Rodrigo Rodarte, presidente

da CET SBOT-RJ. “Esta é uma oportunidade para

o R3 ajustar os conceitos ainda pendentes e

esclarecer as dúvidas”, conclui o presidente.

Em 2014, o Curso Intensivo SBOT-RJ reuniu 146

participantes, sendo 83 médicos residentes do

Rio de Janeiro e 63 de outros estados, como São

Paulo, Bahia e Pernambuco.

EducaçãoCET SBOT-RJ

Curso avançado de ombro

Acima, especialistas participantes do curso. Ao lado, Drs. Marcelo Campos e Michael Simoni.

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O exame para obtenção do TEOT

acontecerá entre os dias 10 e 12 de

março, no Resort The Royal Palm Plaza,

em Campinas (SP). No dia 10 acontece a

primeira fase, que contempla a realização

do exame escrito com 100 questões. No

mesmo dia, até às 22h, é publicada uma

lista com o nome de todos os candidatos

classificados para a segunda fase da

prova, que acontece nos dias 11 e 12 com

a realização do exame oral, do exame

físico e atitudes do exame de habilidades.

A lista com os aprovados será divulgada

no site da SBOT (www.sbot.org.br) até o

dia 10 de abril de 2016.

Entenda o

TEOT2016

EducaçãoCET SBOT-RJ

Mantenha a regularidade dos estudos; Revise sempre que possível os temas mais importantes;

Realize provas anteriores como TARO e simu-lados da SBOT-RJ. Consulte as referências e aprenda com seus erros;

Durante a estadia em Campinas cuide da alimentação, tenha horas de sono adequadas e mantenha-se concentrado;

Fique atento ao horário e à localização de cada etapa;

Durante as avaliações mantenha a tranquilida-de e a postura diante dos examinadores;

Administre o tempo de prova;

Na prova oral, não deixe de mencionar o elementar e siga o roteiro exibido na tela;

Mantenha a estabilidade, mesmo que não saiba a resposta;

Não fique intimidado com a extensão da prova ou pela complexidade das questões;

Mantenha sempre a calma e a concentração.

Exame Escrito 40% - 4,0

Exame Oral 30% - 3,0

Exame Físico e Atitudes 13% - 1,3

Exame de Habilidades 13% - 1,3

Trabalho Científico 4% - 0,4

Por: Dr. Marcelo Bragança Vice-presidente da Comissão de Ensino e Treinamento (CET) da SBOT-RJ

Dicas para o TEOT

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Exposição

Com o intuito de manter viva a memória da

ortopedia fluminense, a Regional Rio lançou

a “Galeria da Ortopedia”. Situada na Casa do

Ortopedista, a exposição foi viabilizada por

meio de doações de ortopedistas e empresas do

setor, que ofertaram instrumentos ortopédicos

pioneiros e publicações tradicionais.

Idealizada pelo Dr. Marcelo Campos, presidente

da SBOT-RJ, a novidade faz parte da proposta

da Diretoria 2015 de preservar as tradições e a

evolução da especialidade médica no estado

do Rio de Janeiro. A exposição permanente já

conta com o primeiro artroscópio do Estado,

doado pelo Dr. Abraham Fiszman.

Galeria da Ortopedia do Rio de Janeiro

Mais interatividade entre a Regional Rio e os ortopedistasO site da SBOT-RJ ganhou mais um canal de comunicação entre a diretoria da Regional Rio, os médicos associados e os residentes da especialidade, a seção “Fala Presidente”. Em edições mensais, o presidente da entidade, Dr. Marcelo Campos, faz, em vídeo, um resumo de tudo que acontece na Sociedade e divulga as atividades que serão desenvolvidas.

Em tempos que demandam agilidade, os vídeos curtos e diretos atualizam os profissionais atuantes na área em poucos minutos, de qualquer lugar e em diferentes plataformas: smartphone, tablet ou computador.

“O programa traz as informações pertinentes à especialidade de maneira mais ágil. Com a rotina agitada que temos hoje é importante termos ferramentas como essas para que os ortopedistas consigam acompanhar as ações que desenvolvemos em prol da especialidade”, ressalta Dr. Marcelo Campos.

A Galeria é parte do

resgate da memória da

especialidade no Estado,

campanha que engloba

também o projeto

“O que vi da Ortopedia”

Em 1975, Dr. Abraham Fiszman fez uma especialização em cirurgia do joelho em Nottingham, na Inglaterra. Sob a coordenação do Dr. Peter Jackson, o médico conheceu a Artroscopia, técnica ainda pouco utilizada na época. Após um ano, quando voltou para o Brasil, Dr. Abraham trouxe na bagagem o primeiro artroscópio do Rio de Janeiro e introduziu a técnica no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSE).

O método foi inventado para ser utilizado em diagnósticos e tornou-se peça chave em cirurgias menos agressivas, além de proporcionar uma recuperação mais rápida ao paciente. Atualmente, a Artroscopia é uma técnica reconhecida e utilizada no mundo inteiro.

*Confira o vídeo da história do primeiro artroscópio do Estado, contada pelo Dr. Abraham Fizsman, no site da SBOT-RJ.

Um pouco da história

Doado pelo Dr. Abraham Fizsman, o primeiro artroscópio do Rio de Janeiro está exposto na Galeria da Ortopedia, na sede da SBOT-RJ.

O presidente da SBOT-RJ, Dr. Marcelo Campos, ladeado pelos Drs. Marcos Giordano e João Maurício Barretto.

Médicos convidados para a inauguração da Galeria de Ortopedia

Dr. Abraham Fizsman doou para a SBOT-RJ o primeiro artroscópio do Estado.

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PARCERIAS QUE BENEFICIAM OS ORTOPEDISTAS

A contribuição educacional oferecida pela

Regional Rio aos ortopedistas e médicos residentes

na especialidade tem o apoio de empresas

interessadas em associar a sua marca à proposta

da SBOT-RJ. O programa Parceiros SBOT-RJ

é constituído de planos para que as empresas

possam investir nos projetos da Sociedade

tendo como contrapartida a possibilidade de

promoverem suas marcas e produtos nos meios

de comunicação da SBOT-RJ: site, redes sociais,

malas diretas, BORJ, comunicados impressos e

digitais, dentre outros.

Para apresentar as atividades realizadas no

primeiro semestre do ano, o presidente da

SBOT-RJ, Dr. Marcelo Campos, reuniu-se no

mês de agosto com alguns representantes

de empresas parceiras de 2015. Em reunião

na Casa do Ortopedista, o presidente da

Regional Rio elucidou os resultados das ações

desenvolvidas e abriu espaço para a troca de

ideias e sugestões para as futuras atividades.

Diretoria da Regional Rio reunida com representantes das empresas que fazem parte do projeto "Parceiros SBOT-RJ 2015"

SBOT-RJ EM NÚMEROS

05 Cursos Avançados

10 Módulos do OrtoCurso

01 Simulado Oral e Físico

01 Curso Intensivo

04 Edições do projeto “O que vi da ortopedia”

24 Newsletters

04 Edições do BORJ

“A parceria permite o fomento

da educação médica continuada,

o treinamento de residentes em

ortopedia e ações em prol do exercício

profissional. Agradeço a confiança das

empresas que acreditam no trabalho da

nossa Sociedade”. Dr. Marcelo Campos,

presidente da SBOT-RJ.

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DIA DO ORTOPEDISTA | Capa

No dia 19 de setembro, data em que se comemora

o dia do ortopedista, a diretoria da SBOT-RJ

esteve reunida com representantes de importantes

entidades de classe para debater questões

profícuas à prática da especialidade no Estado do

Rio. No evento, realizado no auditório do Conselho

Regional de Medicina (CREMERJ), foram abordados

os temas “Saúde Suplementar”, “Saúde Pública” e

“A Segurança do Cirurgião Ortopédico”.

Nas mesas de discussão, os participantes destacaram a relação dos médicos com os planos de saúde, baseados na Lei 13.003/2014 que regulamenta a contratualização entre as partes, e na regulamentação sobre órteses e próteses proposta pelo Conselho Federal de Medicina para maior transparência das negociações com fornecedores. Também foram debatidos os aspectos éticos de segunda opinião, garantida aos pacientes pelo Código de Ética Médica.

No módulo sobre saúde pública, foram analisados os contextos relacionados à prática médica e o decreto 8.497/2015, que aborda a formação do Cadastro Nacional de Especialistas. Quanto à segurança do cirurgião ortopédico, foram analisadas situações dos contextos pré e pós-operatório e do ato cirúrgico, com a explanação de diversas vertentes de aspectos legais e morais.

O presidente da SBOT-RJ, Dr. Marcelo Campos, o presidente do CREMERJ Dr. Pablo Vazquez, e da Associação de Clínicas e Consultórios Ortopédicos do Rio de Janeiro (ACCOERJ), Dr. Jorge Luiz Petros, dividiram o comando das mesas de debates com o Dr. Manoel Ilídio Pinheiro, membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ. Os Drs. Marcos Britto e José Marcos Pillares, também integrantes da câmara técnica, foram moderadores do evento juntamente com o Dr. Marcos Giordano, presidente eleito para a gestão 2016 da SBOT-RJ.

O ex-presidente da SBOT e ex-secretário de saúde do Rio, Dr. Marcos Musafir, também palestrou e participou em diversos debates, assim como o Dr. Renato Graça, corregedor do conselho, o Dr. César Fontenelle, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Dr. Isaac Rotbande, professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Entidades reuniram-se para debater os novos rumos da especialidade e da medicina no Brasil.

8h às 8h30 - Inscrições

8h30 às 8h40 – Abertura Pablo Vazquez Queimadelos Conselheiro Presidente do CREMERJ Marcelo Costa de Oliveira Campos Presidente da SBOT-RJ Jorge Luiz Borges Petros Presidente da ACCOERJ

Módulo I - Saúde Suplementar Presidente da mesa: Jorge Luiz Borges Petros Presidente da ACCOERJ Moderador: Marcos Britto da Silva Membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ

8h40 às 9h Mudanças na relação médico/operadora de saúde após Lei 13.003/2014Márcia Rosa de Araújo Conselheira Coordenadora da Comissão de Saúde Suplementar do CREMERJ

9h às 9h15Resolução sobre Órteses e Próteses do Conselho Federal de Medicina Renato Brito de Alencastro Graça Conselheiro Corregedor do CREMERJ

PROGRAMAÇÃO:9h15 às 9h30Aspectos éticos da segunda opinião José Ramon Varela Blanco Presidente da SOMERJ

9h30 às 10h - Debate

10h às 10h20 - Intervalo para o café

Modulo II - Saúde PúblicaPresidente da mesa: Marcelo Costa de Oliveira Campos (SBOT-RJ) Moderador: Marcos Noberto Giordano (SBOT-RJ)

10h20 às 10h35 - Visão do gestor Marcos Esner Musafir Ex-secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro

10h35 às 10h50Decreto nº 8.497 de 04/08/2015 – Formação do Cadastro Nacional de Especialistas e Pós graduação no Município Nelson Nahon Conselheiro Segundo vice-presidente do CREMERJ

10h50 às 11h10 – Debate

Módulo III - A segurança do cirurgião ortopédico Presidente da mesa: Manoel Ilídio Pinto Pinheiro Membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ Moderador: José Marcos Barroso Pillar Conselheiro Membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ

11h10 às 11h25 No pré-operatório Max Rogério Freitas Ramos Professor da UNIRIO

11h25 às 11h40 No ato cirúrgico Alfredo Marques Villardi Coordenador da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ

11h40 às 11h55 No pós-operatório Cesar Rubens da Costa Fontenelle Membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ

11h55 às 12h15 – Debate

12h15 – Coquetel

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Dia do Ortopedista | ARTIGOS

Os aspectos políticos são inerentes a toda sociedade. A Ortopedia precisa participar cada vez mais dos grandes temas que envolvem a nossa profissão, desde as políticas de prevenção a acidentes, como a histórica campanha do cinto de segurança, da cadeirinha no banco de trás que foi um ato político da nossa SBOT, assim como a política dentro do Congresso Nacional.

Recentemente, tivemos a CPI de Órteses e Próteses, onde várias questões referentes à prática da Ortopedia foram levantadas e em um cenário de inúmeros casos graves de mau uso da prerrogativa médica, nós temos que ficar atentos

No século passado, a ortopedia e traumatologia passou a ser caracterizada como uma especialidade em nosso meio. Em 1935, um grupo de pioneiros fundou a Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) e marcou a especialidade no Brasil. A partir de então, seguiu-se a organização das Regionais, das quais a Sociedade do Rio de Janeiro foi a primeira e é uma das mais ativas do nosso país nos dias de hoje.

Nossa área de atuação envolve principalmente o trauma, uma das principais causas de morbimortalidade, sobretudo nos jovens, e demais doenças osteoarticulares que vêm acometendo cada vez mais pacientes.

Dispomos, atualmente, de meios muito eficazes e sofisticados de diagnóstico e tratamento. Devemos prestar o melhor atendimento possível aos pacientes e daí decorre a necessidade de inserção em programas de educação continuada para que estejamos atualizados e em condições de cumprir esse preceito ético.

para que a resposta não seja um engessamento das possibilidades terapêuticas do livre uso de órteses e próteses que possam beneficiar o paciente, sempre zelando pela parte ética e profissional.

Nos últimos anos, a saúde brasileira tem sido vitimas de inúmeras agressões por parte deste governo, desde a entrada de médicos não certificados, passando por propagandas eleitoreiras que não olham esse profissional com o devido valor que deveria ter, passando agora, atualmente, pela abertura indiscriminada de cursos de Medicina que com certeza trarão grandes desafios para parte ética disciplinar e na formação dos futuros médicos do Brasil.

No desempenho de nossas atividades, restaurando a função dos segmentos comprometidos por lesões, é preciso ter em mente que estamos diante de pessoas fragilizadas, temerosas e frequentemente parcial ou completamente dependentes, o que justifica a preocupação com o estado emocional de nossos pacientes.

Temos também que trabalhar em benefício de nossos sofridos pacientes que vagam em busca de solução de seus urgentes problemas ortopédicos, enfrentando todas as dificuldades impostas pelas deficiências da rede pública de atendimento no Brasil. É nosso dever, por exemplo, lutar pela operação dos idosos com fratura do terço proximal do fêmur nas primeiras 48 horas e também na presteza do atendimento aos pacientes ortopédicos em geral.

Vamos cumprir o nosso dever

de médicos e de cidadãos.

A atividade ortopédica e a prática médica atual

No dia 19 de setembro comemorou-se o Dia do Ortopedista. Existem motivos para a comemoração? Acredito que sim!

Apesar de toda a carga sobre a classe médica, que vem sendo constantemente agredida, episódios recentes nos mostram que unidos ainda somos muito fortes. A mobilização de todos contra o decreto governamental que nos tirava o direito de dar o título de especialista foi uma vitória a ser celebrada.

E esse decreto caiu como uma bomba sobre nós, já que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) tem um dos mais conceituados exames para a concessão do título de especialista, o TEOT. O exame contempla a prova teórica, a prova oral, o exame físico, o teste de habilidades, que avalia a capacidade do residente em realizar determinados procedimentos, e recentemente foi criado o teste de aptidão, que avalia

sua capacidade frente a situações reais do dia a dia.Isto significa que a Comissão de Ensino e Treinamento (CET) da SBOT vem se aprimorando cada vez mais, buscando avaliar o residente com o objetivo final de colocar no mercado de trabalho um profissional mais capacitado. Toda essa exigência faz com que os serviços credenciados pela SBOT se aprimorem e mostrem excelência na formação do residente.

E houve uma tentativa do Governo Federal de nos tirar o direito dessa chancela! Mas numa demonstração de união, a Associação Médica Brasileira (AMB) reuniu todas as Sociedades de Especialidade e suas Federadas – a SBOT se fez presente de forma ativa – e a classe médica e conseguiu nos devolver o direito de formar e titular nossos especialistas.

O TEOT continua tão forte quanto antes!

SBOT continua com o direito de formar e titular especialistasPor: Prof. Dr. Marco Antonio PercopePresidente da SBOT

Por: Prof. Dr. Karlos MesquitaMembro da American Academy of Orthopaedic Surgeons Membro Titular da Academia Nacional de MedicinaEx-presidente da SBOT e da SBOT-RJ

Hoje, no Congresso Nacional, como ortopedista, acompanho de perto os projetos que são do interesse da categoria e espero em breve poder aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 454/09 que prevê a carreira de estado para os médicos e a PEC 01/2015 que garante recursos de forma definitiva e permanente para a saúde brasileira.

A SBOT Rio de Janeiro na condução do meu

colega de turma, Dr. Marcelo Campos, com

certeza tem colaborado e vai colaborar cada

vez mais para o destaque político da Ortopedia

no Congresso Nacional.

Aspectos políticos da defesa profissional da atividade ortopédica

Por: Dr. Luiz Henrique MandettaDeputado Federal DEM/MS – Ortopedista Pediátrico

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Representatividade Rio de Janeiro

À frente da SBQ desde 2014, Dr. Sérgio Delmonte é também coordenador do Grupo de Quadril da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.

Após dois anos de mandato, o especialista faz uma análise sobre o crescimento da subespecialidade no Brasil e no mundo, e destaca as ações desenvolvidas durante sua gestão.

Como o senhor analisa a ortopedia brasileira hoje, sobretudo a especialidade de quadril?A ortopedia brasileira vêm se destacando em todos os aspectos, tanto no cenário nacional diante das outras especialidades médicas quanto no cenário internacional dentro do universo da ortopedia. A cirurgia do quadril, assim como todas as subespecialidades ortopédicas, teve uma evolução muito grande com a melhoria dos implantes, do instrumental e com o desenvolvimento de técnicas operatórias atreladas ao avanço técnico e científico dos médicos ortopedistas. Atualmente, quando os grandes ortopedistas internacionais participam dos nossos congressos comentam sobre a alta qualidade da programação científica, das apresentações e principalmente do nível das discussões, mostrando respeito e admiração pela qualidade da medicina que estamos fazendo no Brasil. Outro fator que mostra o nosso crescimento internacional são as publicações de trabalhos científicos brasileiros em revistas estrangeiras de grande relevância.

Qual é o papel da SBQ na atualização dos profissionais atuantes na área?A SBQ vem exercendo um papel fundamental não só na atualização como também na formação de novos profissionais da nossa subespecialidade. Oferecemos um grande apoio às atividades científicas, viabilizando os eventos com suporte financeiro e técnico quando necessário. Mantemos também

a assinatura da revista “Hip International”, que possibilita o acesso às publicações para consultas.

De que maneira a Sociedade contribui para o dia a dia do ortopedista que escolheu atuar na cirurgia do quadril?A nossa Sociedade contribui de várias formas, buscando sempre uma relação de confiança e amizade. O nosso novo site, por exemplo, é uma ferramenta que viabiliza o acesso fácil a informações precisas e importantes para o especialista, como notícias, datas de eventos, entrevistas, técnicas cirúrgicas e esclarecimentos de assuntos pontuais. Temos também a nossa revista que, além de ser um elo entre a SBQ e o especialista, nos mantêm bem informados em relação a todo o funcionamento da Sociedade.

Que ações da gestão 2015 da SBQ o senhor destacaria?Tivemos algumas ações que em minha opinião foram de grande importância, como o credenciamento dos serviços que proporcionarão treinamento em cirurgia do quadril; a implantação do REMPRO, sistema de registro das cirurgias do quadril; uma maior aproximação com as nossas regionais, dando-as suporte científico e financeiro; e a implantação de um curso básico da SBQ para levar mais conhecimento e atualização a centros com maior carência e dificuldades.

Dr. Sérgio DelmontePresidente da Sociedade Brasileira de Quadril

QUADRIL EM FOCO

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Pasmem todos, mas não somos o centro do universo! Incrível, não? Mas a recente descoberta de que existe água no solo do planeta Marte, trazida à tona por cientistas da NASA, após a missão exploratória realizada pela sonda Curiosity, pôs por terra nossas últimas esperanças de o universo (ou ao menos a Via Láctea) girar em torno de nós, seres humanos.

Dito assim, de um modo simplório e simplista, há quem já deva estar me achando um ignorante astronômico, pois desde o século XVI conhecemos e reconhecemos o modelo heliocêntrico de Copérnico. No entanto, apesar de sabermos que fisicamente somente a Lua gira em torno de nós, a existência da água em nosso planeta nos dava, até há pouco, a certeza de que éramos os senhores do universo. A única ameaça à essa soberania ou se dava pela presença de alguns seres estranhos, com peles enrugadas, narizes pontiagudos e tortos, orelhas esquisitas e olhos esbugalhados, que surgiam nos filmes de ficção científica por aí ou, em menor escala, pela divulgação esporádica de alguém que viu um OVNI ou teve contato com um extraterrestre. Quem não se lembra do ET de Varginha?

Pois bem, essa postura de que somos o centro de tudo, do geocentrismo astronômico ao egocentrismo comportamental, sempre me incomodou bastante,

mas convivia relativamente bem com isso até agora, tentando seguir a quase filosofia do “politicamente correto”. Meus “algozes” certamente hão de discordar de mim, fazendo-me lembrar dos meus rompantes de ira e descontentamento em diversas situações do cotidiano, vividos principalmente nos centros cirúrgicos da vida, no (cada vez mais) caótico trânsito do Rio de Janeiro e com os operadores de telemarketing. Aqui me permito uma breve interrupção no texto para retrucar esses amigos, lembrando-os que nunca cheguei nem perto dos atos e das caras do William Foster, personagem de Michael Douglas em “Um dia de fúria” (Falling down, 1993) embora não possa negar que fiquei fã do sujeito.

O problema que me deparo nessa fase da minha

vida é que não estou mais inclinado a tolerar atitudes

egoístas e ególatras. (Não, não serei finalmente

o William Foster!). Só não tenho mais vontade de

comportar-me de forma blasé, dando aquele risinho

de canto de boca, fingindo que não escutei ou

simplesmente abaixando a cabeça, em um típico sinal

de constrangimento com o que ocorre no entorno.

Onde será que foi parar o preceito popular de que o

direito de um cidadão termina quando começa o do

próximo? Ainda creio nisso e me assusta terrivelmente

pensar em agir diferente.

Muito desse padrão de comportamento vem, na minha visão, da complexa partição entre o ego (egoísmo, egocentrismo e egolatria) e autonomia. Tomando como referência as ideias do epistemólogo suíço Jean Piaget, no campo da psicologia, tanto a heteronomia quanto a autonomia emergem da consideração do fenômeno do desenvolvimento dos conceitos morais e sociais, com o pensamento e os sentimentos caminhando de forma paralela desde a infância. No modelo de Piaget, o equilíbrio psicológico é adquirido e montado em nossa psiquê, advindo do desenvolvimento cognitivo como uma condicionante da forma de sentir e do juízo moral. Nesse contexto, a heteronomia representa um desequilíbrio moral, paralelo do egocentrismo intelectual primitivo, no qual radica a impossibilidade de compreender as regras e os valores morais da sociedade.

Em outro extremo, surge o comportamento autônomo, advinda da experiência da igualdade e da cooperação mútuas. De acordo com a psicóloga portuguesa Maria Luísa Branco, “na ideia de indivíduo autônomo, como ser que se singulariza, radica a ideia da existência como projeto único, cuja particularidade é confirmada no reconhecimento e respeito pelas outras existências como projetos únicos e singulares. Considera-se, pois, que a construção da autonomia de cada um só pode ser verdadeiramente levada a cabo num contexto facilitador da autonomia de todos.”

Aplicados ao exercício da medicina e ajustados à realidade das relações interpessoais médico-paciente e médico-outros profissionais de saúde, o que se observa é a coexistência de ambos comportamentos. Aqui faz-se necessária uma pequena interrupção no texto mais uma vez, para que possa esclarecer ao leitor um pouco da minha visão do “ser médico”. Para mim, ser médico representa uma comunhão indivisível do conhecimento teórico e da aplicabilidade clínica, sempre com o objetivo de trazer ao paciente o conforto físico, mas também emocional que ele busca. Acredito piamente que a medicina deveria estar fora do rótulo de profissão biomédica, muito mais requerente do tecnicismo do que do humanismo. Na minha opinião, a medicina é uma profissão humanística.

Terminado este aparte, sinto-me pronto para seguir com o que vou escrever agora: vejo que o médico prefere adotar ou tem adotado muito mais uma postura técnica e heteronômica do que humanística e autonômica. Antes que o leitor me xingue ou interrompa sua leitura agora, insatisfeito com essa autocrítica profissional, ressalto que existem (e por sorte não são poucos) aqueles que, de fato, exercem uma condição autônoma e humanística diante de seus pacientes. Infelizmente tantos outros seguem heteronômicos, crendo que são o centro dos cuidados ao paciente, cercados por todos os outros profissionais de saúde e, inclusive, do próprio paciente. Quem ainda discorda

To the wateron MarsPor: Vincenzo Giordano

Pedra no Sapato

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Satec: [email protected]

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da minha “sandice”, tente lembrar-se quantas vezes já não presenciou situações em que o paciente ficou em segundo plano por uma questão de vaidade pessoal do profissional que o deveria estar confortando técnica e emocionalmente. Historicamente, deixamos à enfermagem o papel do acolhimento.

Viemos de uma estrutura onde o médico era o magnânimo professor-doutor, que passava visita de leito em leito trazendo consigo um séquito de súditos, tal e qual a cauda de um cometa, não permitindo que sua palavra e suas condutas fossem questionadas, em um modelo totalmente monocrático. Hoje em dia a figura do estupendo “mestre” praticamente não existe mais, justificada, dentre outros motivos, pela baixa remuneração e pelo sucateamento no setor público, onde concentra-se a maioria das escolas formadoras de médicos. Talvez por essas razões, o que temos atualmente é o médico preocupado com seu ganho pessoal, financeiro e de status quo, que perde seu interesse rapidamente pelo paciente muito demandante, onde o binômio remuneração-

tranquilidade é quebrado. Perdoem-me novamente aqueles (muitos) que não são ou não foram assim ao exercer sua atividade profissional, mas seguimos carregando esse fardo desde muito tempo, um comportamento heteronômico, em que tudo e todos giram ao redor do médico.

Uma demonstração clara desse “medicocentrismo” ocorreu durante a tentativa de aprovação do Ato Médico de forma integral. O que se viu foi uma completa omissão das outras profissões relacionadas à saúde, nos enfraquecendo qualitativa e quantitativamente em nossa busca pela regulamentação dos direitos e dos deveres do médico no Brasil. Precisamos modificar esse cenário urgentemente! “O respeito mútuo sucede-se ao respeito unilateral”, escreveu a Dra. Branco.

Precisamos sair da posição de núcleo do sistema de cuidados ao paciente e, conjuntamente aos demais profissionais da área da saúde, colocarmos lá quem de fato nunca deveria deixar de lá estar, o paciente. Em recente palestra do Dr. Marcelo Costa

Batista, nefrologista da Escola Paulista de Medicina e gerente médico de ensino do Instituto Albert Einstein, em São Paulo, que tive a oportunidade de assistir, o modelo de humanização do atendimento em saúde foi brilhantemente discutido pelo orador. Nele, além das óbvias divisão e estratificação dos papeis de cada um dos profissionais de saúde no atendimento ao paciente, alicerce para que todo o conceito autonômico seja estabelecido em definitivo, destacam-se as necessidades da adequada formação profissional e da justa remuneração financeira e do (porque não incluí-lo também) status quo. Somente com alicerces bem sólidos, poderemos chegar lá e essa transformação passa, inquestionavelmente, pela vontade do médico de incluir-se.

Precisamos descobrir que existe “água” também nas outras profissões que lidam com o paciente e, tal e qual os cientistas da NASA, brindarmos por e a isso.

Precisamos ver o paciente de verdade, aquele que deve ser o centro da atenção e dos cuidados de saúde. Precisamos recordar um pouco a moral e o civismo, ausentes das escolas fundamentais, embora extremamente indispensáveis na formação da moral autonômica desde a infância. À agua de Marte!!

Começamos bem as eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia. Bem mal! Perder do Chile na estreia, jogando um futebolzinho chinfrim, ganhar suado da Venezuela, crendo que o Willian é um “jogadoraço”, e saber que nosso próximo adversário será a Argentina, há anos jogando um futebol muito mais consistente do que o nosso, é cruel demais para quem acostumou-se a ver o futebol-arte pentacampeão mundial. “Haja coração!” (é do Galvão essa também?).

*Dr. Vincenzo Giordano foi presidenteda SBOT-RJ na gestão 2013

Pedra no Sapato

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C O M U N I C A D O

Com mais de 70 anos de atuação no mercado, a Oscar Iskin se baseia em

valores sólidos, princípios inflexíveis de ética e no respeito aos clientes,

fornecedores e parceiros comerciais.

Após uma reportagem que envolveu o nosso nome, realizada pelo programa

"Fantástico" no início deste ano, contratamos uma das mais respeitadas

consultorias internacionais para fazer um levantamento profundo dos

nossos processos e transações financeiras.

Comunicamos que, depois de mais de seis meses de investigação, não

foi identificada nenhuma das irregularidades apontadas na reportagem.

Acreditamos, porém, que os desafios enfrentados são sempre

oportunidades de crescimento e aperfeiçoamento.

Por isso, aprimoramos nossas políticas e controles internos e podemos

assegurar que saímos desse episódio ainda mais fortalecidos para atender

aos nossos parceiros comerciais e clientes.

O S C A R I S K I N & C I A L T D A

Eventos da Área

Em sua 47ª edição, o Congresso Brasileiro de Ortopedia

e Traumatologia acontecem em São Paulo, entre os dias

19 e 21 de novembro, destinado a todos os especialistas

do Brasil. Os ortopedistas aprovados no exame para

obtenção do Título de Ortopedista e Traumatologia

(TEOT) deste ano e todos os residentes foram

convidados da SBOT, tendo suas inscrições gratuitas.

A programação científica abordou assuntos de

interesse diversificado na área ortopédica, com

workshops, cross fire, temas livres e de atualização.

O cronograma do Dia da Especialidade, preparado

No dia 12 de setembro foi realizada, com apoio da SBOT-RJ, a 1ª Jornada de Medicina Desportiva do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (INTO). Coordenado pelo Dr. Rodrigo Rodarte, que também é presidente da Comissão de Ensino e Treinamento (CET) da SBOT-RJ, o evento favoreceu as discussões acerca das prevenções de lesões no esporte, lesões por esforço e exaustão,

fraturas por estresse, dentre outros aspectos.

“A Jornada foi de alto nível, com palestras

e integração multi e interdisciplinar entre as

especialidades. O trabalho foi todo desenvolvido em

pelos comitês permanentes da Nacional, foi

organizado de forma que os congressistas pudessem

assistir pelo menos três especialidades diferentes.

Para enriquecer ainda mais o intercâmbio de

conhecimento, o evento contou com os convidados

internacionais Dr. Thorsten Gehrke, cirurgião

e diretor médico do Hospital Helios Endo, em

Hamburgo, Alemanha; e Dr. Eduardo Novais,

diretor do Programa de Cirurgia preservadora

do quadril no Childrens Hospital Colorado e na

University of Colorado, nos Estados Unidos.

equipe e isso reforça a nossa caminhada. Acredito

que foi consolidada uma nova forma de discussão

graças aos palestrantes”, afirmou Dr. Rodarte.

O ex-atleta da Seleção Brasileira de Vôlei e atual chefe

médico do Comitê Olímpico Internacional (COI), Dr.

João Grangeiro, fez a abertura do evento. A SBOT-

RJ apoia o COI na disseminação da importância

do voluntariado médico nos Jogos Olímpicos 2016,

com divulgação estratégica do tema e a abertura

da Casa do Ortopedista para esclarecimentos

sobre o voluntariado para os interessados.

1ª Jornada de Medicina Desportiva do INTO

INFORME PUBLICITÁRIO

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Batepapo.com

Como ortopedista atuante no Estado do Rio, e que já presidiu a SBOT-RJ, qual é a sua análise sobre o cenário local da especialidade?

Sobre esse cenário, cabe ressaltar, com preocupação, o esvaziamento da ortopedia institucional do Rio de Janeiro. Quando constatamos que instituições tradicionais de assistência médica, ensino e pesquisa do Estado produzem bem menos do que poderiam, sempre me questiono o que deveria ser feito para corrigir essa situação, de modo que o Rio de Janeiro exercesse de forma mais plena o lugar de vanguarda que lhe cabe na ortopedia nacional.

Como 2º vice-presidente da SBOT, qual a sua análise sobre os desafios da atual gestão?

Os desafios do Marco Percope são, sem nenhuma

dúvida, os mesmos que a classe médica tem vivido

de forma geral. O governo tem feito todo o esforço

para banalizar nossa profissão, nivelando-a por baixo

a fim de oferecer à população brasileira médicos

com treinamento bem inferior ao mínimo necessário

à formação de especialista de boa qualidade.

E quais são as principais atividades desenvolvidas pela SBOT em 2015?

Essa gestão atual da SBOT merece o nosso reconhecimento pela atuação e pelo engajamento político em todas as frentes, no sentido de preservar nossa identidade e autonomia para promover especialização e treinamento em ortopedia e traumatologia.

Quais são os desafios e os planos para a sua gestão?

Vejo como desafios importantes a comunicação com nossos sócios e os custos. Quanto à comunicação, é impressionante como que, por mais que façamos, nossas ações não chegam como deveriam aos nossos associados. Temos comissões importantes, que trabalham arduamente o ano todo, e ainda assim, nos parece que temos muito a fazer. Com relação aos custos, todos sabem o difícil momento que o nosso país vem passando. Penso no futuro com preocupação a respeito da nossa capacidade operacional de estar produzindo treinamento e atualização científica de boa qualidade, seguindo os altos padrões que sempre caracterizou a nossa SBOT.

Dr. João Maurício Barretto2º vice-presidente da SBOT 2015Presidente eleito SBOT 2017

Eleito para presidir a SBOT em 2017, Dr. João Maurício Barretto é doutor em

ortopedia e traumatologia pela Universidade de São Paulo (USP) e chefe

do Serviço de Ortopedia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.

O especialista foi ainda presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do

Joelho (SBCJ) no biênio 2005 -2006 e presidente da SBOT-RJ em 2004.

No bate papo, Dr. João Maurício faz uma análise sobre o cenário da

ortopedia no Rio de Janeiro, fala sobre os atuais desafios da Nacional, e

conta o que planeja para 2017.

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SBOT Rio CulturalPor: Dr. Alberto Daflon e Fábio Daflon

Clarice Lispector

No texto acima há coragem, ousadia e principalmente um pensar que os homens não ousariam declarar. Pois é, os homens sempre escondem seus sentimentos e nesse esconderijo preservam suas fraquezas daqueles que as procuram. Os homens são fortes? “Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouca: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”

Não há como escapar deste texto sem reconhecer Clarisse Lispector, com sua intensa feminilidade e força, sua ternura e sinceridade e sua poética forma de escrever.

Há, na história da literatura, fatos pitorescos; por exemplo: antes de Franz Kafka e após Franz Kafka, alguns escritores podem ser considerados kafkianos, mas não tiveram a grandeza de Kafka como escritor ao revelar a monstruosidade da burocracia como o fez no livro “O processo”. Há também o fato de escritoras escreverem como homens e gradativamente passarem a escrever como mulheres. No Brasil, houve lampejos de feminilidade na escrita antes de Clarice Lispector e após Clarice Lispector, mas foi ela quem primeiro fez uma literatura exclusivamente feminina. Algumas escritoras continuam a escrever como homens, e produzem ótimas obras. Mas foi Clarice quem ensejou mulher como a mulher na literatura brasileira.

Em seu livro “A paixão segundo GH”, no prólogo, escreveu ser necessário “... atravessar o contrário do que se deseja alcançar.” Tímida, tomava atitudes pessoais coerentes, ex-mulher de um diplomata não quis pensão, preferiu viver do suor da sua escrita e ler, ler muito, pois essa era “A felicidade clandestina”, sendo este, aliás, o título de um dos seus contos intimistas. Publicava suas crônicas no Jornal do Brasil e nos anos 70 do século passado tornou-se uma paixão nacional, ao ponto de Caetano Veloso compor a canção Clarice. Teve seu romance “A hora da estrela” vertido para o cinema, de origem judia fez o nome da estrela ser Macabéa, em uma alusão aos macabeus referidos que são ao judaísmo.

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”

Direitos & Deveres*Por Dr. Alexandre Martins

“ Médico, cura-te a ti mesmo”

O Brasil está atravessando “uma crise” ou “a grande crise”? A melhor resposta é um simples “depende”, do ponto de vista: moral, ética, econômico, político, social, futebolístico, de abastecimento de água...

Como advogado não quero falar sobre política ou economia, quero falar sobre processos. Em momentos de crise, de nervosismo, o número de processos aumenta. O Judiciário vira uma catarse e toda a frustração e medo da sociedade são transformados em processos contra todo e qualquer um que inadvertidamente atravesse nosso caminho.

E com os pacientes não é diferente, a sensação de impotência que assola a sociedade brasileira diante de tantos escândalos reduz o nível de tolerância, fazendo assim eclodir uma chuva de processos. Nessas horas, recomendo à classe médica que busque ao máximo ser aquele profissional que todos nós gostaríamos de encontrar em nosso cotidiano: uma pessoa calma, diligente, atenciosa, disposta a fazer um pouco mais do que o esperado, nos surpreendendo de forma positiva. Isso não evita o processo, mas reduz drasticamente a chance de o mesmo ocorrer, posto que, onde existe uma relação sólida de confiança e parceria, o paciente ficará menos impelido a processar o profissional que a seu ver, se tornou um amigo.

O único problema dessa fórmula é que o médico também é vítima da tensão e das incertezas comuns em tempos de crise.

Citando o Messias Jesus Cristo “Médico, cura-te a ti mesmo!”, como está relatado no livro de Lucas 4:23, que também era médico. Por vezes, devemos nos preocupar com o nosso bem estar, com a nossa saúde emocional, valorizar as nossas relações sociais e familiares. Fugir da rotina, chegar a casa um pouco mais cedo, cancelar alguns compromissos profissionais e abrir agenda para momentos com pessoas que amamos. Levar o filho ao cinema, fazer uma viagem que não estava programada, uma visita a um parente distante, enfim, mudar a perspectiva sabendo que a crise (seja ela qual for) vai passar, assim como a vida, a infância dos filhos e tantas outras coisas que pensamos que podem ficar para depois e quando percebemos, já passou.

“Médico, cura-te a ti mesmo”, e assim, o mundo a sua volta será também curado. Vamos ouvir o que o Médico dos médicos nos recomenda: se você estiver bem consigo mesmo, nada do exterior poderá te atingir.

Pratique o abraço e o sorriso. Destrua o “espírito de crise” que tenta roubar a nossa paz interior. Quem vai querer processar o médico que é um exemplo de alegria? Fica aqui a dica desse advogado, vamos dar valor ao que não tem preço.

*Alexandre Martins é advogado e Consultor Jurídico da SBOT-RJ. É de sua autoria o livro

“Responsabilidade Civil do Médico – Ed. DOC”.

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Artigo Rio 2016

A atuação ortopédica na prática esportiva

O Vôlei e o TornozeloPor Dr. Felipe Serrão

A SBOT-RJ, inspirada nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos que acontecerão no Rio de Janeiro, apresentará até 2016 artigos científicos assinados por especialistas que, além das rotinas de consultórios e hospitais, escolheram vivenciar a medicina relacionada à prática esportiva.

Ao longo dos anos foi demonstrado que a incidência de lesões no voleibol está entre 1,7 e 4,2 / 1000 horas de jogo, o que representa a quarta maior fonte de lesões do esporte. Apesar de ter sido criado para serem evitadas as lesões nos competidores, por não haver contato entre os oponentes, seus índices de lesões demonstram-se similares aos esportes de contato como futebol e basquete. A taxa de entorse agudo do tornozelo é 0,9/1000 horas de jogo, portanto, comparável aos dois esportes citados anteriormente. O tornozelo é a localização mais comum de lesões em cerca de um terço dos esportes. O entorse é a lesão mais comum desta articulação.

As lesões no membro inferior representam cerca de 80% durante as partidas de voleibol, reduzindo para cerca de 55% se forem acrescentadas as horas de treino. O entorse do tornozelo representa cerca de 44% das lesões durante o jogo e 30% durante o treino. Portanto, o entorse do tornozelo é a lesão mais comum do voleibol.

A incidência de lesões graves no voleibol é baixa. A maior parte das lesões não leva mais que cinco dias de repouso. Lesões por sobrecarga ultrapassam com muita distância as lesões agudas e suas causas são a repetição ou erros de técnica. Quando identificada uma sobrecarga deve ser avaliada a técnica para a sua correção. Um exemplo de erro de técnica é o atleta que salta para atacar e aterrissa sobre um pé depois o outro, levando a uma lesão por estresse do membro que sofre o primeiro impacto.

O segundo convidado para escrever sobre o assunto é o Dr. Felipe Serrão, médico da Seleção Brasileira de Vôlei Masculino.

O tema escolhido para o artigo foi:"Entorse do tornozelo", lesão mais comum do vôlei.

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As lesões mais comuns por sobrecarga são a tendinite patelar, devido à repetição de saltos e as tendinites do ombro, secundárias às atividades do braço acima da cabeça, como saque e ataque. Lesões graves do joelho são raras. As lesões do ligamento cruzado anterior são mais comuns no sexo feminino.

Nos últimos anos houve um aumento da descrição de uma lesão incomum na população geral: a lesão do nervo supraescapular. Nos atletas de voleibol, principalmente de alta performance, esta lesão não é tão rara. O ramo distal deste nervo, que enerva o músculo infraespinal, perde sua função e o atleta apresenta atrofia local, contudo, sua função de rotação externa do braço acaba sendo suprida pelo músculo redondo menor.

As lesões agudas são muito mais comuns nos

jogadores que estão nas três posições mais próximas

a rede. Apesar de ser um esporte sem contato entre

os jogadores, inadvertidamente os jogadores entram

em contato com os adversários sob a rede pisando na

quadra adversária, ou com os jogadores do próprio time. O principal momento que ocorrem as lesões agudas é durante o salto para realização do bloqueio ou

do ataque. Ao aterrissar do salto, o jogador, que está com sua atenção voltada para a bola, sofre impacto contra o solo ou contra o pé de outro jogador, levando ao trauma torcional do tornozelo. O impacto direto contra o solo ou contra o pé de outro jogador correspondem, cada um, a cerca de 20% dos traumas durante o jogo. Portanto, durante o bloqueio duplo ou triplo há maior proximidade entre os jogadores e as três posições mais próximas à rede são mais propensas à lesão ao aterrissar.

Além do impacto contra o solo e contra outro jogador, as posições próximas à rede também sofrem impacto contra bola com os dedos estendidos no bloqueio e ataque, levando a lesões agudas nos dedos e nas mãos.

O maior fator de risco do entorse de tornozelo é a história de entorse do tornozelo previamente. Os entorses de tornozelo apresentam-se como recorrência da lesão em cerca de 80% dos casos, com taxas de 3,8 de incidência sobre um tornozelo com história de lesão prévia, comparado ao lado contralateral. O período mais suscetível à recorrência são os próximos 6 a 12 meses subsequentes a lesão. Com esta alta taxa de incidência de lesões no tornozelo e recorrência, atualmente se dá bastante enfoque a prevenção.

Artigo Rio 2016

Os métodos de prevenção mais utilizados para o entorse de tornozelo no voleibol são o treino técnico, o suporte externo e o treino de propriocepção, propostos por Barh e colaboladores em 1997.

O treino técnico tem ênfase no salto e aterrissagem com técnica adequada durante a realização dos bloqueios e dos ataques. Melhorias na técnica pode ser uma medida preventiva importante e precisam ser ensinados a jogadores por seus treinadores. Com o aprimoramento da técnica, os atletas reduzem suas taxas de lesões. Aprender a técnica correta para um esporte leva tempo. À medida que um atleta ganha experiência, sua técnica melhora. Assim, a frequência de lesões pode ser maior no início de suas carreiras. A técnica de um atleta pode causar lesões, bem como impedi-las.

O treino proprioceptivo é realizado desde que foi proposto por Freeman e colaboradores em 1965. São utilizados dispositivos como “tilt board”, “ankle disk” e “balance board”, que demandam o uso da musculatura para pronar e supinar o pé.

A melhor estratégia para a prevenção do entorse

do tornozelo é o treino técnico e a pior é o uso

de suporte externo. Todas as três estratégias de

prevenção podem ser efetivas na redução do entorse

de tornozelo, desde que o jogador só tenha sofrido

a lesão uma ou duas vezes durante sua carreira.

A incidência das lesões relacionadas ao voleibol

é influenciada pelas características somáticas,

parâmetros de salto e duração da carreira do atleta. A

prevenção com atenção a cada habilidade específica

e pequenas correções são as formas mais eficazes

de tratar a lesão, evitando o primeiro episódio.

O suporte externo é o método preventivo mais comumente utilizado pelos jogadores que utilizam órteses, bandagens ou tênis de cano alto para restringir o tornozelo.

A utilização de suporte externo não parece ser efetiva nos tornozelos que já sofreram entorses, contudo, demonstra efetividade em tornozelos sem histórico. Muitos estudos demonstram que a utilização de suporte externo não afeta a performance dos jogadores. Portanto, cabe à comissão técnica e médica estimular os jogadores a utilizarem o suporte externo desde as categorias de base, para evitar a primeira lesão. A utilização de suporte externo demonstra-se não efetivas em casos de histórico maior que três lesões prévias. Atletas que sofreram entorses severos ou moderados após completarem a reabilitação e retornem a prática esportiva, devem utilizar órteses pelo menos por seis meses após a lesão. Aparentemente, órteses mais rígidas parecem proteger mais que as não rígidas.

Métodos de Prevenção

Conclusão

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“Filhos do Hospital Miguel Couto são filhos do Serviço Nova Monteiro”

“O que vivi no Miguel Couto”

Una volta ancora Umilta e silenzio Hanno dato buon fruttoE facile fare un poco di beneChiedendo pocoParlando menoLavorando intesamente...- V. Putti -

O trecho acima, escrito por Vittorio Putti, eminente cirurgião ortopédico italiano, fica exposto na entrada do Serviço de Ortopedia e Traumatologia Professor Nova Monteiro do Hospital Municipal Miguel Couto. A citação transmite uma mensagem que vai ao encontro da filosofia deixada pelo especialista que, durante quase 60 anos, liderou a equipe ortopédica da unidade: disciplina e dedicação.

Para reavivar as histórias marcantes do serviço que acolheu e capacitou ortopedistas expressivos do Es-tado, a quinta edição de 2015 do projeto “O que vi da Ortopedia”, realizada no dia 5 de agosto, recebeu como convidados os Drs. Celso Antunes Rodrigues, Cláudio Chame, Ivan Mihayra, José Ary Souto, José Sérgio Franco, Marcos Musafir e Paulo H. Murtinho Couto, que compartilharam suas vivências em um bate-papo emocionante mediado pelos Drs. Karlos Mesquita e Carlos Giesta.

“É uma honra participar do projeto “O que vi da Ortopedia”. Nesses mais de 59 anos de exercício da ortopedia, muitos dos quais eu passei dentro do Miguel Couto, eu guardo boas lembranças. É indescritível poder voltar a este lugar onde eu vivi bons momentos, poder matar a saudade, rever amigos e lembrar com carinho daqueles que já se foram.” Dr. Celso Antunes Rodrigues

“É um grande privilégio ser parte da família do Serviço Nova Monteiro. O professor Nova Monteiro é um exemplo de vida, de profissional e de homem. Aproveito para agradecê-lo por todos os seus ensinamentos e exemplos de hombridade que nortearam a minha vida. Obrigado a todos desta escola e que ela continue sendo modelo de seriedade e qualidade. Que ela traga mais conquistas para a ortopedia brasileira.” Dr. Marcos Musafir

“Parabenizo mais uma vez a SBOT-RJ por reviver a história do Serviço Professor Nova Monteiro, que sem dúvida nenhuma é um dos maiores serviços da ortopedia nacional. É uma grande honra reencontrar colegas que viveram e ainda vivem a história desse grande Serviço.” Dr. Paulo H. Murtinho Couto

“Eu tenho uma admiração muito grande pelo profes-sor Nova Monteiro. Ele sempre me deu suporte e nos casos mais problemáticos me chamava a sós e me passava tudo o que ele achava que tinha que ser fei-

No início do encontro uma homenagem da SBOT-RJ aos participantes da edição. Uma placa entregue pelo presidente da SBOT-RJ, Dr. Marcelo Campos, para cada convidado simbolizou o reconhecimento e a gratidão da Regional Rio. “É com grande sa-tisfação que a Diretoria 2015 reverencia um dos maiores hospitais de atendimento ao politraumati-zado da América Latina, que formou e ainda forma profissionais comprometidos com o atendimento à população e o desenvolvimento da especialidade no Estado”, enfatizou Dr. Marcelo Campos.

Chefe de serviço do Miguel Couto há dez anos, Dr. Ney Pecegueiro do Amaral destacou que os resi-dentes e o staff de hoje ainda seguem padrões de condutas ortopédicas, sociais e de trabalho imple-mentadas pelo Prof. Nova Monteiro, fundador do serviço de ortopedia e traumatologia do hospital.“O Nova Monteiro criou um serviço, uma escola, um padrão que se repete. A rotina, os procedimentos e o funcionamento do serviço ainda são os mesmos praticados por ele. Uma frase que ouvimos mui-to por aqui e que exemplifica bem é: os filhos do Hospital Miguel Couto serão filhos do serviço Nova Monteiro”, declarou Dr. Ney.

to. Então, eu agradeço por todo o conhecimento com-partilhado e por ele ter acreditado em mim, me incen-tivando a fazer sempre o melhor.” Dr. Ivan Mihayra

“É uma grande honra ter trabalhado com o professor Nova Monteiro no Miguel Couto. Foi com ele que eu aprendi a ser ortopedista. Incorporei para a minha vida muitos aprendizados passados por ele, como disciplina, respeito à hierarquia e respeito ao paciente.” Dr. José Ary Souto

“Foi aqui que eu fiz vários amigos e que o meu filho iniciou na ortopedia trabalhando comigo. É no Miguel Couto que eu pretendo terminar minha vida profissional, talvez seguindo até o exemplo do professor Nova Monteiro, que só deixou o hospital quando não tinha mais forças para trabalhar.” Dr. Cláudio Chame

“Todo o meu conhecimento ortopédico é baseado nos ensinamentos do professor Nova Monteiro, que foi um grande mestre e que fez uma grande escola. O professor foi e é muito importante, pois seus ensinamentos ultrapassaram o tempo e seguem vivos até hoje.” Dr. José Sergio Franco

Este encontro foi gravado em vídeo e está disponível no site da SBOT-RJ, assim como todas as edições do projeto que foi lançado em 2013. www.sbotrj.com.br

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