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D ia de prova, e agora? Bastam as avaliações escolares começarem para que as crianças entrem em pânico, fiquem ansiosas e até desesperadas. As avalia- ções geram nos pequenos um misto de sentimentos, como o medo, a frustração e a preocu- pação. Esse é um processo delicado em que nós professo- res precisamos estar atentos e preparados, afinal, dia de prova é esperado com estresse e nervosismo por grande parte das crianças que estão sendo avaliadas. As crianças veem as provas como um julgamento do que é certo ou errado e levam isso a sério. E o ato que rotula é eva- sivo aos colegas, que por ins- tantes constroem suas relações com base naquela visão. Toda essa ansiedade e tensão pré-a- valiação podem acabar levan- do a criança a níveis de estres- se fora dos padrões para a idade. Tal tensão pode desen- cadear sintomas demasiados como enjoo, diarreia, pressão baixa, taquicardia, sensação de desmaio, choro e sentimen- to de incapacidade. Se pararmos pra pensar, não são raros os momentos que vemos crianças de oito anos, por exemplo, que no dia da prova já acordam estressa- das, mal-humoradas, falando para os pais que estão nervo- sas, que não conseguem comer, isso mesmo tendo estu- dado a matéria. Não é raro e deve sim, chamar nossa aten- ção para a questão: Será que os métodos avaliativos atuais são realmente eficazes? Vou dar outro exemplo: Gabriel é um menino inteligente, que precisava de determinada nota em matemática, porém, seu professor era rígido e tratava a avaliação de forma muito dura. Qual o resultado? Mesmo tendo estudado, Gabriel ficou nervoso e teve uma crise de choro do começo ao fim da avaliação, atrapa- lhando seus resultados. Por esses e outros motivos, devemos parar e refletir sobre os métodos avaliativos usados em nossa educação, em como eles refletem nos alunos e em como nós podemos melhorá -lo, para uma real avaliação, sem toda essa tensão. O fato é, não existe um culpado para a situação aqui discutida, mas sim, um conjunto de fatores que precisam e devem ser ava- liados, para se possível, serem melhorados, para que alunos e s professores não sofram nesse processo. Afinal, o professor é a porta de entrada e de abertu- ra ao novo, pois é ele que acompanha o aluno do primei- ro ao último dia de aula. Se essa mediação não acontece de maneira tranquila, alguns problemas, como os já citados, podem ser revelados e preci- sam ser encaminhados para soluções adequadas, evitando assim maiores prejuízos. Ana Regina Caminha Braga (anaregina_braga@hotmail. com) é escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar. Um catanduvense deu um bom exemplo nessa semana. Encontrou uma carteira com dinheiro e ao avistar um carro da Guarda Civil Municipal entrou o objeto para que a GCM encontrasse o dono. A quantia em dinheiro não foi infor- mada, isso porque, dentro da car- teira não havia documentos pes- soais, que pudessem auxiliar a guarda na procura pelo seu verda- deiro dono. A carteira com o din- heiro foi entregue no Plantão poli- cial e o dono deverá informar o valor exato que continua guardado para tê-la de volta. A atitude do jovem deveria ser comum, porém, nos dias atuais em que muitas pessoas não se preocu- pam com as outras e ainda querem sempre tirar vantagens, acaba sendo um fato a ser comemorado, demonstrando que há pessoas neste mundo de caráter e que se impor- tam. A frase do jovem que entregou a carteira resume tudo. “Pensei que se eu estou precisando, o dono também pode estar precisando do dinheiro que perdeu”. Temos de viver esse exemplo, pensar nos out- ros, bons exemplos geram outros bons exemplos e o que plantamos sempre será o que colhemos. 2 K O REGIONAL OPINIÃO [email protected] K CATANDUVA K SÁBADO, 6 DE MAIO DE 2017 Efeitos da burocracia A tensão das avaliações e sua real eficácia K ARTIGO "Continua o autor afirmando que “no final de 2015, tramitavam 73,9 milhões de processos na Justiça, dos quais 28,9 milhões (39,1% do total) eram de execução fiscal." K EDITORIAL Bom exemplo ÓRGÃO DA EMPRESA DE PUBLICIDADE DE CATANDUVA LTDA. FUNDADO EM 7.10.1971 © 2003- PROJETO GRAFICO EDITORIAL JOACS AI -DA RESERVADOS- WWW.JOACS.COM.BR © 2003- PRODUÇÃO E INTEGRAÇÃO AUTOMATIZADA - WWW.AICS.COM.BR MARINA F. C. GABAS PRESIDENTE Associado a ONDE CIRCULA O REGIONAL: Santa Adélia, Palmares Paulista, Pindorama,Tabapuã, Irapuã, Novo Horizonte, Elisiário, Ibirá, Catiguá, Novais,Embauba,Paraíso, Itajobi, Marapoama, Cajobi, Ariranha, Sales, Urupês, Pirangi e São José do Rio Preto. EMPRESA DE PUBLICIDADE CATANDUVA LTDA ADMINISTRAÇÃO E REDAÇÃO Rua Pará, 147 - CEP: 15.800-040 - Catanduva-SP Fone : (17) 3531-1000 E_mail: [email protected] [email protected] AGÊNCIAS O jornal publica textos da agência Folhapress (noticiário nacional), AP e Reuters (noticiário internacional) OPINIÃO Os artigos assinados representam a opinião dos autores. O ponto de vista do jornal é expresso em editoriais. CLASSIFICADOS E ANÚNCIOS EM GERAL: 3531-1001 REDAÇÃO Fone: 3531-1003 COMERCIAL Fone: 3531-1009 CIRCULAÇÃO: 3531-1002 / 3531-1017 TELEMARKETING: 3531-1024/ 3531-1025/ 3531-1026 e 3531-1027 Vendas avulsas: Semana: R$ 1,50 Domingo: R$ 2,50 Assinaturas Semestral R$ 231,00 à vista R$ 82,33 3 parcelas Anual R$ 343,00 à vista R$ 121,66 3 parcelas R$ 96,50 4 parcelas R$ 68,00 6 parcelas K ARTIGO Toda essa ansiedade e tensão pré-avaliação podem acabar levando a criança a níveis de estresse fora dos padrões para a idade. K ARTIGO E m artigo no jornal O Globo, Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, abordou um aspecto fundamental rela- cionado ao caos tributário vigente no país. No texto “Os nós tributários”, publicado em 4 de maio último, o autor mos- tra dados resultantes da com- plexa legislação fiscal e tribu- tária no Brasil. Em um trecho do artigo Everardo Maciel diz que “os créditos inscritos na Dívida Ativa da União totalizam R$ 1,5 trilhão; cerca de R$ 620 bilhões e R$ 330 bilhões de créditos, relativos a tributos federais, se encontram em dis- cussão na esfera administrativa e judicial, respectivamente; 60% dos litígios judiciais são relativos à matéria tributária; em 2014, quase a metade das maiores empresas (35 maiores companhias abertas) recorrem a parcelamentos de tributos, muitas vezes associados a lamentáveis anistias e remis- sões; ainda em 2014, o valor das disputas fiscais das 30 maiores empresas de capital aberto constitui 32% do res- pectivo valor de mercado”. Continua o autor afirmando que “no final de 2015, tramita- vam 73,9 milhões de processos na Justiça, dos quais 28,9 milhões (39,1% do total) eram de execução fiscal. Apenas como exercício estatístico, observe-se que, caso não ingressassem novos processos de execução fiscal (hipótese heroica) e fosse mantido o vigente ritmo de execução de sentenças (hipótese razoável), a Justiça levaria mais de 11 anos para liquidar o atual esto- que”. Everardo Maciel finaliza essa parte do artigo dizendo: “Parece evidente que existe algo muito errado em tudo isso. A excessiva litigiosidade escandaliza os investidores estrangeiros. A morosidade processual e a expectativa de um parcelamento generoso favorecem os litigantes. A ine- ficiência do processo explica, em parte, o tamanho da carga tributária”.O texto de Everardo Maciel dá uma noção dos efei- tos da burocracia tributária no país. É impressionante como as regras nessa área proliferam no Brasil. São ações insanas que criam uma estrutura cada vez mais complexa, impossível de ser digerida, gerando custos para as empresas e tornando o sistema cada vez mais vulnerá- vel à corrupção e um dissemi- nador de litígios em todos os níveis de governo. Na questão tributária o país precisa mudar paradigmas em vez de aprofundar seus defei- tos, como a burocracia pública insiste em fazer. O potencial da economia brasileira é difícil de ser concretizado, e isso, em boa parte, decorre de uma visão que repele o simples e assimila o complexo. Os dados apresen- tados por Everardo Maciel são espantosos. O sistema causador das aberrações apontadas por ele gera custos enormes para a economia do país. Recursos são desperdiçados pelas empre- sas e pelas pessoas físicas com as inúmeras disputas judiciais. Há também perdas governa- mentais em função dos gastos envolvendo a máquina pública responsável pelo controle e fis- calização de tributos. Só uma reforma profunda e ampla do sistema tributário, nos moldes do Imposto Único, é capaz de equacionar a enxur- rada de litígios que ocorre atualmente. Simplificar a estru- tura de arrecadação e eliminar o modelo declaratório de impostos são diretrizes que devem guiar esse processo. Marcos Cintra Doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular da Fundação Getulio Vargas. É autor do projeto do Imposto Único. É presidente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Jovem encontra carteira com dinheiro e entrega à polícia O ambiente corporativo em milha- res de empresas brasileiras que lidam de forma direta e indireta com o poder público passa por fortes mudanças. Os empenhos das autoridades nas sucessivas fases da Operação Lava Jato têm uma forte influência no âmbito corporativo, particularmente em função do impulso que deu para a implantação da Lei Anticorrupção. Para se compreender a dimensão efetiva do seu impacto é rele- vante destacar que esta lei responsabiliza as entidades jurídicas, não excluindo a responsabilidade civil de seus dirigentes ou administradores ou qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito à administração pública. A regulamentação para que a Lei Anti- corrupção seja aplicada impõe o modo como uma empresa deve se preparar para empreender as suas atividades junto à qualquer esfera da administração pública. Define o programa corporativo de integri- dade, descreve os requisitos mínimos a serem observados em sua elaboração, quais devem ser os mecanismos e procedi- mentos internos de integridade, auditoria e incentivo a denúncia e irregularidades, a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes com o obje- tivo de detectar desvios, fraudes, irregula- ridades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou estran- geira. Desta forma, a Lei Anticorrupção tem de ser aplicada a todas entidades jurídicas independente de sua forma societária, fatu- ramento, tamanho etc. Assim, a dimensão do impacto da medida está eclipsada na medida em que o tema tem sido quase sempre relacionado às grandes corpora- ções. Estas já possuem muitos procedi- mentos e controles que atendem as exigên- cias da Lei, podendo existir algumas implementações ou melhorias para se adaptarem, mas em sua grande maioria, o sistema de procedimentos e controles já está consolidado, além de contarem com auditoria interna, auditoria externa, gover- nança corporativa e outros mecanismos para prevenção e detecção de irregularida- des. No mercado de pequenas e médias empresas, o que se encontra na grande maioria das situações é a ausência de pro- cedimentos e controles formalizados. Por- tanto, este será o grande desafio para estas empresas, sendo o principal obstáculo para a aplicação da Lei Anticorrupção. Um exemplo para demonstrar a difi- culdade. O processo para implementação do programa de integridade determinado pela legislação passa, obrigatoriamente, por uma elaboração de mecanismos que garantam a integridade das informações, ou seja, procedimentos e controles com este propósito. Para tanto, é necessário que estas empresas mantenham profissionais capacitados, capazes de implementar con- troles, gerenciar informações de forma adequada e que tenham consciência da importância das informações apresentadas nas demonstrações financeiras. A Lei Anticorrupção não está sozinha. Uma recente leva de medidas do governo federal molda um ambiente mais comple- xo para o empreendedor. Seus termos, indiretamente, ampliam a importância e o papel da auditoria contábil, fiscal e tributá- ria em cada empresa do país. É este ponto em comum que subjaz nos termos da nova Lei de Repatriação de Recursos, nos ajus- tes relativos ao planejamento tributário e fiscal das empresas; nas medidas relativas ao uso do capital financeiro particular nas contas da Pessoa Jurídica; na regra para gestão e qualificação profissional nas empresas para desenvolver e sustentar a remuneração do capital investido diante da globalização e da competitividade dos diversos mercados; nos recém atualizados termos para efetivação de boas práticas de governança corporativa como instrumen- tos de geração e preservação do valor econômico da empresa em conjunto com ações de reestruturação organizacional e funcional do negócio; nos termos atualiza- dos da FATCA Brasil, com aspectos importantes sobre a coleta de informações de correntistas e investidores norte-ameri- canos no país; e também a nova obrigação acessória para empresas do setor financei- ro, seguradoras, consórcios e previdência complementar, o E-Financeira, dentre outros aspectos. Por conta disso tudo, estamos passan- do por um momento que possibilita às empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, se estruturarem para que nosso País possa crescer e alavancar a economia. Quem não se adequar a esta realidade não terá chance de sobreviver às exigências do mercado. Marcello Lopes Sócio da LCC Auditores e Consultores e mestre em contabilidade pela PUC-SP. A Lei Anticorrupção e o novo ambiente corporativo no Brasil

presidente O ambiente corporativo em milhalccauditores.com.br/clippings/artigo-lei-anticorrupaao-o-regional-2242.pdfa carteira resume tudo. “Pensei que se eu estou precisando, o

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Page 1: presidente O ambiente corporativo em milhalccauditores.com.br/clippings/artigo-lei-anticorrupaao-o-regional-2242.pdfa carteira resume tudo. “Pensei que se eu estou precisando, o

Dia de prova, e agora? Bastam as avaliações escolares começarem

para que as crianças entrem em pânico, fiquem ansiosas e até desesperadas. As avalia-ções geram nos pequenos um misto de sentimentos, como o medo, a frustração e a preocu-pação. Esse é um processo delicado em que nós professo-res precisamos estar atentos e preparados, afinal, dia de prova é esperado com estresse e nervosismo por grande parte das crianças que estão sendo avaliadas.

As crianças veem as provas como um julgamento do que é certo ou errado e levam isso a sério. E o ato que rotula é eva-sivo aos colegas, que por ins-tantes constroem suas relações com base naquela visão. Toda essa ansiedade e tensão pré-a-valiação podem acabar levan-do a criança a níveis de estres-se fora dos padrões para a idade. Tal tensão pode desen-cadear sintomas demasiados como enjoo, diarreia, pressão

baixa, taquicardia, sensação de desmaio, choro e sentimen-to de incapacidade.

Se pararmos pra pensar, não são raros os momentos que vemos crianças de oito anos, por exemplo, que no dia da prova já acordam estressa-das, mal-humoradas, falando para os pais que estão nervo-sas, que não conseguem comer, isso mesmo tendo estu-dado a matéria. Não é raro e deve sim, chamar nossa aten-ção para a questão: Será que os métodos avaliativos atuais são realmente eficazes? Vou dar outro exemplo: Gabriel é um menino inteligente, que precisava de determinada nota em matemática, porém, seu professor era rígido e tratava a avaliação de forma muito dura. Qual o resultado? Mesmo tendo estudado, Gabriel ficou nervoso e teve uma crise de choro do começo ao fim da avaliação, atrapa-lhando seus resultados.

Por esses e outros motivos, devemos parar e refletir sobre

os métodos avaliativos usados em nossa educação, em como eles refletem nos alunos e em como nós podemos melhorá-lo, para uma real avaliação, sem toda essa tensão. O fato é, não existe um culpado para a situação aqui discutida, mas sim, um conjunto de fatores que precisam e devem ser ava-liados, para se possível, serem melhorados, para que alunos e s professores não sofram nesse processo. Afinal, o professor é a porta de entrada e de abertu-ra ao novo, pois é ele que acompanha o aluno do primei-ro ao último dia de aula. Se essa mediação não acontece de maneira tranquila, alguns problemas, como os já citados, podem ser revelados e preci-sam ser encaminhados para soluções adequadas, evitando assim maiores prejuízos.

Ana Regina Caminha Braga([email protected]) é escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar.

Um catanduvense deu um bom exemplo nessa semana. Encontrou uma carteira com dinheiro e ao avistar um carro da Guarda Civil Municipal entrou o objeto para que a GCM encontrasse o dono. A quantia em dinheiro não foi infor-mada, isso porque, dentro da car-teira não havia documentos pes-soais, que pudessem auxiliar a guarda na procura pelo seu verda-deiro dono. A carteira com o din-heiro foi entregue no Plantão poli-cial e o dono deverá informar o valor exato que continua guardado para tê-la de volta. A atitude do

jovem deveria ser comum, porém, nos dias atuais em que muitas pessoas não se preocu-

pam com as outras e ainda querem sempre tirar vantagens, acaba sendo um fato a ser comemorado, demonstrando que há pessoas neste mundo de caráter e que se impor-tam. A frase do jovem que entregou a carteira resume tudo. “Pensei que se eu estou precisando, o dono também pode estar precisando do dinheiro que perdeu”. Temos de viver esse exemplo, pensar nos out-ros, bons exemplos geram outros bons exemplos e o que plantamos sempre será o que colhemos.

2 K O REGIONALopiniã[email protected] K cAtANDuvA K SÁBADO, 6 DE mAIO DE 2017

Efeitos da burocracia

A tensão das avaliações e sua real eficácia

K ARtIGO"Continua o autor afirmando que “no final de 2015,

tramitavam 73,9 milhões de processos na Justiça, dos quais 28,9 milhões (39,1% do total) eram de execução fiscal."

K EDItORIAL

Bom exemplo

Órgão da EmprEsa dE publicidadE dE catanduva ltda.

fundado em 7.10.1971

© 2003- projeto grafico editorial joacs ai -da reservados- www.joacs.com.br© 2003- produÇÃo e integraÇÃo automatiZada - www.aics.com.br

marina f. c. gabas

presidente

Associado a

ondE circula o rEgional:Santa Adélia, Palmares Paulista, Pindorama,Tabapuã, Irapuã, Novo Horizonte, Elisiário, Ibirá, Catiguá, Novais,Embauba,Paraíso, Itajobi, Marapoama, Cajobi, Ariranha, Sales, Urupês, Pirangi e São José do Rio Preto.

EmprEsa dE publicidadE catanduva ltda

administraÇão E rEdaÇãoRua Pará, 147 - CEP: 15.800-040 - Catanduva-SP

Fone : (17) 3531-1000 E_mail: [email protected]

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agÊnciasO jornal publica textos da agência Folhapress (noticiário nacional), AP e Reuters (noticiário internacional)

opiniãoOs artigos assinados representam a opinião dos autores. O ponto de vista do jornal é expresso em editoriais.

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Semestral r$ 231,00 à vista r$ 82,33 3 parcelas

Anual r$ 343,00 à vista r$ 121,66 3 parcelas r$ 96,50 4 parcelas r$ 68,00 6 parcelas

K ARtIGOToda essa ansiedade e tensão pré-avaliação podem acabar levando a criança a níveis de

estresse fora dos padrões para a idade.

K ARtIGO

Em artigo no jornal O Globo, Everardo Maciel, ex-secretário

da Receita Federal, abordou um aspecto fundamental rela-cionado ao caos tributário vigente no país. No texto “Os nós tributários”, publicado em 4 de maio último, o autor mos-tra dados resultantes da com-plexa legislação fiscal e tribu-tária no Brasil.

Em um trecho do artigo Everardo Maciel diz que “os créditos inscritos na Dívida Ativa da União totalizam R$ 1,5 trilhão; cerca de R$ 620 bilhões e R$ 330 bilhões de créditos, relativos a tributos federais, se encontram em dis-cussão na esfera administrativa e judicial, respectivamente; 60% dos litígios judiciais são relativos à matéria tributária; em 2014, quase a metade das maiores empresas (35 maiores companhias abertas) recorrem a parcelamentos de tributos, muitas vezes associados a lamentáveis anistias e remis-sões; ainda em 2014, o valor das disputas fiscais das 30 maiores empresas de capital aberto constitui 32% do res-pectivo valor de mercado”.

Continua o autor afirmando que “no final de 2015, tramita-vam 73,9 milhões de processos na Justiça, dos quais 28,9 milhões (39,1% do total) eram

de execução fiscal. Apenas como exercício estatístico, observe-se que, caso não ingressassem novos processos de execução fiscal (hipótese heroica) e fosse mantido o vigente ritmo de execução de sentenças (hipótese razoável), a Justiça levaria mais de 11 anos para liquidar o atual esto-que”.

Everardo Maciel finaliza essa parte do artigo dizendo: “Parece evidente que existe algo muito errado em tudo isso. A excessiva litigiosidade escandaliza os investidores estrangeiros. A morosidade processual e a expectativa de um parcelamento generoso favorecem os litigantes. A ine-ficiência do processo explica, em parte, o tamanho da carga tributária”.O texto de Everardo Maciel dá uma noção dos efei-tos da burocracia tributária no país. É impressionante como as regras nessa área proliferam no Brasil. São ações insanas que criam uma estrutura cada vez mais complexa, impossível de ser digerida, gerando custos para as empresas e tornando o sistema cada vez mais vulnerá-vel à corrupção e um dissemi-nador de litígios em todos os níveis de governo.

Na questão tributária o país precisa mudar paradigmas em vez de aprofundar seus defei-

tos, como a burocracia pública insiste em fazer. O potencial da economia brasileira é difícil de ser concretizado, e isso, em boa parte, decorre de uma visão que repele o simples e assimila o complexo. Os dados apresen-tados por Everardo Maciel são espantosos. O sistema causador das aberrações apontadas por ele gera custos enormes para a economia do país. Recursos são desperdiçados pelas empre-sas e pelas pessoas físicas com as inúmeras disputas judiciais. Há também perdas governa-mentais em função dos gastos envolvendo a máquina pública responsável pelo controle e fis-calização de tributos.

Só uma reforma profunda e ampla do sistema tributário, nos moldes do Imposto Único, é capaz de equacionar a enxur-rada de litígios que ocorre atualmente. Simplificar a estru-tura de arrecadação e eliminar o modelo declaratório de impostos são diretrizes que devem guiar esse processo.

Marcos CintraDoutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular da Fundação Getulio Vargas. É autor do projeto do Imposto Único. É presidente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

Jovem encontra carteira com dinheiro e entrega à polícia

O ambiente corporativo em milha-res de empresas brasileiras que lidam de forma direta e indireta

com o poder público passa por fortes mudanças. Os empenhos das autoridades nas sucessivas fases da Operação Lava Jato têm uma forte influência no âmbito corporativo, particularmente em função do impulso que deu para a implantação da Lei Anticorrupção. Para se compreender a dimensão efetiva do seu impacto é rele-vante destacar que esta lei responsabiliza as entidades jurídicas, não excluindo a responsabilidade civil de seus dirigentes ou administradores ou qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito à administração pública.

A regulamentação para que a Lei Anti-corrupção seja aplicada impõe o modo como uma empresa deve se preparar para empreender as suas atividades junto à qualquer esfera da administração pública. Define o programa corporativo de integri-dade, descreve os requisitos mínimos a serem observados em sua elaboração, quais devem ser os mecanismos e procedi-mentos internos de integridade, auditoria e incentivo a denúncia e irregularidades, a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes com o obje-tivo de detectar desvios, fraudes, irregula-ridades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou estran-geira.

Desta forma, a Lei Anticorrupção tem de ser aplicada a todas entidades jurídicas independente de sua forma societária, fatu-ramento, tamanho etc. Assim, a dimensão do impacto da medida está eclipsada na medida em que o tema tem sido quase sempre relacionado às grandes corpora-ções. Estas já possuem muitos procedi-mentos e controles que atendem as exigên-cias da Lei, podendo existir algumas implementações ou melhorias para se adaptarem, mas em sua grande maioria, o sistema de procedimentos e controles já está consolidado, além de contarem com auditoria interna, auditoria externa, gover-nança corporativa e outros mecanismos para prevenção e detecção de irregularida-des.

No mercado de pequenas e médias empresas, o que se encontra na grande maioria das situações é a ausência de pro-cedimentos e controles formalizados. Por-tanto, este será o grande desafio para estas empresas, sendo o principal obstáculo para a aplicação da Lei Anticorrupção.

Um exemplo para demonstrar a difi-culdade. O processo para implementação do programa de integridade determinado pela legislação passa, obrigatoriamente, por uma elaboração de mecanismos que garantam a integridade das informações, ou seja, procedimentos e controles com este propósito. Para tanto, é necessário que estas empresas mantenham profissionais capacitados, capazes de implementar con-troles, gerenciar informações de forma adequada e que tenham consciência da importância das informações apresentadas nas demonstrações financeiras.

A Lei Anticorrupção não está sozinha. Uma recente leva de medidas do governo federal molda um ambiente mais comple-xo para o empreendedor. Seus termos, indiretamente, ampliam a importância e o papel da auditoria contábil, fiscal e tributá-ria em cada empresa do país. É este ponto em comum que subjaz nos termos da nova Lei de Repatriação de Recursos, nos ajus-tes relativos ao planejamento tributário e fiscal das empresas; nas medidas relativas ao uso do capital financeiro particular nas contas da Pessoa Jurídica; na regra para gestão e qualificação profissional nas empresas para desenvolver e sustentar a remuneração do capital investido diante da globalização e da competitividade dos diversos mercados; nos recém atualizados termos para efetivação de boas práticas de governança corporativa como instrumen-tos de geração e preservação do valor econômico da empresa em conjunto com ações de reestruturação organizacional e funcional do negócio; nos termos atualiza-dos da FATCA Brasil, com aspectos importantes sobre a coleta de informações de correntistas e investidores norte-ameri-canos no país; e também a nova obrigação acessória para empresas do setor financei-ro, seguradoras, consórcios e previdência complementar, o E-Financeira, dentre outros aspectos.

Por conta disso tudo, estamos passan-do por um momento que possibilita às empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, se estruturarem para que nosso País possa crescer e alavancar a economia. Quem não se adequar a esta realidade não terá chance de sobreviver às exigências do mercado.

Marcello LopesSócio da LCC Auditores e Consultores e mestre em contabilidade pela PUC-SP.

A Lei Anticorrupção e o novo ambiente corporativo no Brasil