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PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 09487-13 Exercício Financeiro de 2012 Prefeitura Municipal de SANTA CRUZ CABRÁLIA Gestor: Jorge Monteiro Pontes Relator Cons. José Alfredo Rocha Dias RELATÓRIO / VOTO 1 – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS As contas da Prefeitura Municipal de Santa Cruz de Cabrália , referentes ao exercício financeiro de 2012, são da responsabilidade do Sr. Jorge Monteiro Pontes. Protocoladas sob TCM nº 09487/13, foram tempestivamente encaminhadas à Câmara de Vereadores local e a esta Corte. A comprovação de que estiveram em disponibilidade pública consta do Edital s/nº, publicado no Diário Oficial do dia 02 de abril, contido às fls. 05 da prestação de contas do Legislativo do mesmo exercício e anexado a estas quando da defesa final, na forma do disposto nos artigos 31, § 3º da Lei Maior, 63 da Constituição Estadual e 53 e 54 da Lei Complementar Estadual nº 06/91, na forma do disciplinado na Resolução TCM nº 1.060/05. O Relatório Anual/Cientificação, de fls. 686 a 947, traduz a consolidação dos trabalhos de acompanhamento realizados em 2012 pela 26ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Eunápolis. A análise técnica, efetivada após a formalização dos autos com anexação das peças anuais, é refletida no Pronunciamento Técnico – fls. 954 a 983. Foram rigorosamente respeitadas as garantias consagradas no inciso LV do art. 5º da Carta Federal, ao longo de 2012 e mediante publicação do Edital nº 197 no Diário Oficial do Estado, edição de 20/09/13. Às fls. 957 há declaração probatória de que ao Gestor, ou a preposto pelo mesmo indicado, foi possibilitado acesso a todas as peças processuais, em decorrência do que houve a apresentação dos esclarecimentos, documentação e justificativas que considerou pertinentes – processo TCM nº 15.307/13, anexado as fls. 959 a 1.033 e em 08 (oito) pastas tipo “AZ”. 2 – DOS EXERCÍCIOS PRECEDENTES As contas do exercício anterior – 2011, da responsabilidade do mesmo Gestor das sub examen, contidas no processo TCM nº 8.568/12, foram objeto do Parecer Prévio datado 27/03/2013 pela rejeição, com aplicação de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e determinação de ressarcimento ao erário da quantia de R$204.621,79, em função de diversas ausências de notas fiscais ou recibos que somam R$54.604,42; apresentação de notas fiscais em cópias que somam R$146.217,37 e despesas com publicidade sem a comprovação da efetiva divulgação, impedindo a fiscalização do controle externo, no montante de R$3.800,00, não recolhidas as cominações ao erário municipal, fato que, por si, compromete o mérito das presentes contas. 3 – DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO 1

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PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 09487-13Exercício Financeiro de 2012Prefeitura Municipal de SANTA CRUZ CABRÁLIA Gestor: Jorge Monteiro PontesRelator Cons. José Alfredo Rocha Dias

RELATÓRIO / VOTO

1 – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

As contas da Prefeitura Municipal de Santa Cruz de Cabrália, referentes ao exercício financeiro de 2012, são da responsabilidade do Sr. Jorge Monteiro Pontes. Protocoladas sob TCM nº 09487/13, foram tempestivamente encaminhadas à Câmara de Vereadores local e a esta Corte. A comprovação de que estiveram em disponibilidade pública consta do Edital s/nº, publicado no Diário Oficial do dia 02 de abril, contido às fls. 05 da prestação de contas do Legislativo do mesmo exercício e anexado a estas quando da defesa final, na forma do disposto nos artigos 31, § 3º da Lei Maior, 63 da Constituição Estadual e 53 e 54 da Lei Complementar Estadual nº 06/91, na forma do disciplinado na Resolução TCM nº 1.060/05.

O Relatório Anual/Cientificação, de fls. 686 a 947, traduz a consolidação dos trabalhos de acompanhamento realizados em 2012 pela 26ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Eunápolis. A análise técnica, efetivada após a formalização dos autos com anexação das peças anuais, é refletida no Pronunciamento Técnico – fls. 954 a 983. Foram rigorosamente respeitadas as garantias consagradas no inciso LV do art. 5º da Carta Federal, ao longo de 2012 e mediante publicação do Edital nº 197 no Diário Oficial do Estado, edição de 20/09/13. Às fls. 957 há declaração probatória de que ao Gestor, ou a preposto pelo mesmo indicado, foi possibilitado acesso a todas as peças processuais, em decorrência do que houve a apresentação dos esclarecimentos, documentação e justificativas que considerou pertinentes – processo TCM nº 15.307/13, anexado as fls. 959 a 1.033 e em 08 (oito) pastas tipo “AZ”.

2 – DOS EXERCÍCIOS PRECEDENTES As contas do exercício anterior – 2011, da responsabilidade do mesmo Gestor das sub examen, contidas no processo TCM nº 8.568/12, foram objeto do Parecer Prévio datado 27/03/2013 pela rejeição, com aplicação de multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e determinação de ressarcimento ao erário da quantia de R$204.621,79, em função de diversas ausências de notas fiscais ou recibos que somam R$54.604,42; apresentação de notas fiscais em cópias que somam R$146.217,37 e despesas com publicidade sem a comprovação da efetiva divulgação, impedindo a fiscalização do controle externo, no montante de R$3.800,00, não recolhidas as cominações ao erário municipal, fato que, por si, compromete o mérito das presentes contas.

3 – DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO 1

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A elaboração e a execução dos orçamentos públicos envolvem, necessariamente, na forma do disposto nos artigos 165 a 169 da Constituição da República, três principais instrumentos de planejamento, quais sejam o Plano Plurianual de Aplicação – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e o Orçamento Anual – LOA, revigorados e aprimorados pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – a Complementar Federal nº 101/00.

Trouxe a defesa final cópia da Lei Municipal nº 445 de 30/12/2009, que instituiu o Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio 2010/2013, com publicação ocorrida n Diário Oficial de 08/01/2010, em cumprimento ao disposto no art. 165, parágrafo 1º da Constituição Federal e no art. 159, § 1º da Carta Estadual.

A LDO, por imposição dos §§ 1º e 3º do art. 4º da LRF, deve conter anexos relativos a Metas e Riscos Fiscais, guardando conformidade com o PPA. Norteia a elaboração do orçamento e regula o ritmo da realização das metas. Foi aprovada em 26 de agosto de 2011, sob o nº 484, respeitadas as referidas normas.

A LOA traduz as expectativas técnicas de realização da receita fixada e da despesa autorizada, compreendendo os Orçamentos Fiscal e de Seguridade Social. Para o exercício financeiro de 2012 foi aprovada sob nº 494 e apresenta o valor total de R$68.000.000,00 (sessenta e oito milhões de reais), com os seguintes dados fundamentais:

Descrição Valor (R$)Orçamento Fiscal 41.174.631,22Orçamento da Seguridade Social 20.825.429,78Total 68.000.000,00

O diploma em apreço contempla autorização para abertura de créditos adicionais suplementares, em conformidade com as prescrições constitucionais e regras da Lei Federal nº 4.320/64, com a utilização dos recursos de superávit financeiro ou excesso de arrecadação, no percentual de 100% (cem por cento) do existente e comprovado, e anulação parcial ou total de dotações, no limite percentual de 20% (vinte por cento) do fixado.

Considerado o disposto no art. 167, inciso VI, da Carta Federal, a autorização a que se reporta o inciso IV do artigo 4º da LOA tem sede mais adequada em Lei Ordinária. Devem a Comuna e o Legislativo local atentar para a matéria, evitando a reincidência.

O texto do art. 5º da LOA exclui, indevidamente, do limite autorizado para suplementações valores que o tornariam sem limitação, o que não mais deve ocorrer. À vista das disposições legais de regência e das reiteradas advertências deste Tribunal, a irregularidade incide nas conclusões deste pronunciamento.

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Aprovou-se o Quadro de Detalhamento de Despesas – QDD – pelo Decreto nº 379, em anexo, publicado em meio eletrônico no dia 17/01/12. A Programação Financeira, instrumento ratificado e aprimorado pela LFR, tem como objetivo assegurar às unidades orçamentárias a soma de recursos suficientes à execução dos respectivos programas anuais de trabalho, mantendo-se o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada e evitando insuficiência de Caixa. Foi aprovada através do Decreto nº 378, publicado em meio eletrônico no dia 17/01/12, em cumprimento ao art. 8º da LRF. Acha-se apensado às fls. 07 a 24.

4 – DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

As alterações orçamentárias, procedidas objetivando o ajuste dos valores iniciais às necessidades reveladas no curso do exercício, importaram no valor total de R$18.936.676,91 (dezoito milhões, novecentos e trinta e seis mil seiscentos e setenta e seis reais e noventa e um centavos), em decorrência da abertura de Créditos Suplementares. Foram utilizados recursos de cobertura decorrentes da anulação de dotações, pelo que ditas modificações não alteraram o valor orçamentariamente estabelecido.

Aponta o Pronunciamento Técnico que os créditos abertos teriam ultrapassado a respectiva quantia autorizada na Lei de Meios, em face da utilização de recursos decorrentes de anulação de dotações. A tabela seguinte traduz a situação existente quando da emissão desse documento técnico:

V. Autorizado Créditos Abertos Diferença 13.600.000,00 18.936.676,91 5.336.676,91

A defesa final, entretanto, apresenta exemplar da Lei Municipal nº 501/12, regularmente editada, autorizando acréscimo do percentual de mais 20% (vinte por cento) ao quanto anteriormente existente, pelo que o valor da abertura de créditos com suporte legislativo alcança o montante de R$27.200.000,00 (vinte e sete milhões e duzentos mil reais). Efetivadas as verificações acerca da veracidade do documento apresentado e constatada a sua publicação no dia de 26/09/12, com registros existentes na Regional da Corte, resta esclarecida a matéria e eliminadas as pendências antes referidas, pelo que pode a Relatoria declarar que é regular a matéria.

5 – DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA REALIZADO PELA 26ª INSPETORIA REGIONAL DE CONTROLE EXTERNO

Os trabalhos empreendidos pelo TCM objetivando orientar e alertar a Administração Municipal, ao longo dos meses do exercício cujas contas são apreciadas, não produziu os resultados almejados, na medida em que a Administração não adotou oportunas providências objetivando o cumprimento da legislação. É o que reflete o largo elenco de faltas, irregularidades e senões resumidos na Cientificação/ Relatório Anual, com respectivo enquadramento legal, ainda que considerada a defesa final,o que

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repercute nas conclusões deste pronunciamento. Abaxo são mencionadas as de maior expressividade:

a) Falhas repetidas ao longo dos meses do exercício no que concerne ao sistema informatizado “SIGA”, a revelar inobservância das normas da Resolução TCM nº 1.282/09, dificultando o exercício do controle externo, constitucionalmente instituído;

b) Não cumprimento de disposições referentes a execução da despesa, contidas na Lei Federal nº 4.320/64, Resoluções e Instruções editadas por este órgão;

c) Desrespeito aos princípios constitucionais e a normas atinentes a licitação pública - Lei Federal nº 8.666/93;

d) Ausência de comprovação de despesa, no mês Outubro, no valor de R$ 48.049,13 (quarenta e oito mil e quarenta e nove reais e treze centavos);

e) Processo de pagamento não encaminhado à IRCE, no mês de novembro, no montante de R$ 2.000,00 (dois mil reais);

f) Pagamento efetuado em duplicidade, no mês de junho, no valor de R$ 2.087,23 (dois mil e oitenta e sete reais e vinte e três centavos);

g) Gastos excessivos com a contratação de bandas, a demonstrar agressão aos princípios constitucionais da razoabilidade e economicidade, além de desconsiderar as recomendações e orientações deste TCM, consideradas as dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios baianos;

h) O concurso público constitui-se em princípio constitucional, de sorte que é regra para a admissão de pessoal. Exceções só podem ocorrer nos limites legais. Deve a Comuna implementar as providências que informa estar adotando para a concretização do certame seletivo, que poderá resultar em admissão de servidores sob a regência das normas da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;

i) Ausência de individualização do credor, mediante registro dos respectivos números de inscrição no CPF/MF e de identificação civil , tornando inválidos os recibos respectivos;

j) Reincidência no cometimento de irregularidades anteriormente apontadas pelo TCM.

Os valores citados nos itens d, e e f deverão ser ressarcidos ao erário , com recursos pessoais do Gestor das presentes contas, no prazo de até 60 (sessenta) dias a contar deste pronunciamento, comprovando-se o fato junto à Regional da Corte.

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6 – DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A análise empreendida neste item considera a execução orçamentário-financeira e a gestão patrimonial. O primeiro aspecto reflete a realização de receitas e despesas e a respectiva movimentação. A gestão patrimonial traduz a posição dos ativos e passivos, bem assim o comportamento da dívida pública municipal.

Havendo sido apontado no Pronunciamento Técnico que as peças contábeis não continham a assinatura do contador, tampouco do Prefeito, foram as mesmas reencaminhadas quando da defesa final, juntamente com a Certidão de Regularidade Profissional da contadora. Atente a Administração que as peças contábeis postas em disponibilidade pública não mais podem ser alteradas. Evite-se a reincidência, causa de rejeição de contas futuras.

6.1 - CONFRONTO COM AS CONTAS DA CÂMARA

O total lançado no Demonstrativo de Despesas do mês de dezembro da Câmara Municipal foi incorporado ao da Prefeitura, por elementos de despesas, na respectiva unidade orçamentária, de sorte que os balanços do Município acham-se consolidados, como devido.

6.2 – BALANÇO ORÇAMENTÁRIO - Anexo XII

A peça contábil em tela demonstra as Receitas e Despesas previstas em confronto com as realizadas, indicando o Resultado Orçamentário, nos termos do artigo 102 da Lei Federal nº 4.320/64. A comparação da Despesa Realizada com a Receita Arrecadada revela a ocorrência de DÉFICIT ou SUPERÁVIT ORÇAMENTÁRIO, enquanto o cotejo entre a despesa autorizada com a realizada indica a existência, ou não, de ECONOMIA ORÇAMENTÁRIA. Os resultados refletidos nas contas são:

Descrição R$Receita Prevista 68.000.000,00(-) Receita Arrecadada (A) 51.460.109,51(=) Déficit de Arrecadação 16.539.890,49Despesa Inicial Fixada 68.000.000,00(+) Créditos Adicionais -(=) Despesa Final Fixada 68.000.000,00(-) Despesa Executada (B) 52.358.148,25(=) Economia Orçamentária 15.641.851,75Déficit Orçamentário (A-B) 898.038,74

A Receita Arrecadada em 2012 alcançou o valor total de R$51.460.109,51 (cinquenta e um milhões, quatrocentos e sessenta mil cento e nove reais e cinquenta e um centavos), situando-se abaixo da prevista no percentual de 24,33% (vinte e quatro vírgula trinta e três por cento), com a seguinte composição: 5

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Descrição R$Receitas Correntes 52.979.018,51Receitas de Capital 2.516.588,45Dedução de Receita para formação do FUNDEB 4.035.497,45Total 51.460.109,51

Os elementos postos indicam superestimada previsão orçamentária, evidenciando a não utilização de critérios ou parâmetros técnicos adequados para a elaboração da LOA, a revelar descumprimento das normas regedoras da matéria, contidas na Carta Federal, na LRF e na Lei Federal nº 4.320/64. A falta, consideradas as orientações anteriormente expedidas, repercute nas conclusões deste pronunciamento. No que tange às receitas de Capital, frustrou-se a previsão – no valor de R$11.289.667,00 (onze milhões, duzentos e oitenta e nove mil seiscentos e sessenta e sete reais) – desde que registrada no importe de apenas R$2.516.588,45 (dois milhões, quinhentos e dezesseis mil quinhentos e oitenta e oito reais e quarenta e cinco centavos),

A despesa alcançou montante de R$52.358.148,25 (cinquenta e dois milhões, trezentos e cinquenta e oito mil cento e quarenta e oito reais e vinte e cinco centavos), superior à receita, conforme o Balanço Orçamentário, sintetizada no quadro abaixo:

Descrição R$Despesas Correntes 47.064.487,36Despesas de Capital 5.293.660,89Total 52.358.148,25

Consignam o Balanço Orçamentário e demais Anexos os montantes de (R$51.460.109,51) e (R$52.358.148,25) como sendo os valores totais das receitas arrecadadas e das despesas executadas, respectivamente, enquanto os Demonstrativos de Receita e de Despesa do mês de dezembro/12 indicam os montantes de (R$50.224.246,70) e (R$52.356.692,43). Esclarece a defesa que ditas diferenças decorreriam de falhas nos lançamentos contábeis, mas que teriam sido regularizadas perante a Inspetoria na notificação do mês de dezembro, restando confirmadas Receitas e Despesas Orçamentárias nos valores de R$51.460.109,51 (cinquenta e um milhões, quatrocentos e sessenta mil cento e nove reais e cinquenta e um centavos) e R$52.358.148,25 (cinquenta e dois milhões, trezentos e cinquenta e oito mil cento e quarenta e oito reais e vinte e cinco centavos), respectivamente.

6.3 – BALANÇO FINANCEIRO - Anexo XIII

Apresentando os valores das receitas e despesas orçamentárias, os recebimentos e pagamentos extra orçamentários, os saldos em espécie oriundos do exercício anterior e os a transferir para o seguinte, nos termos do artigo 103 da Lei Federal nº 4.320/64, o Balanço em epígrafe traduz os dados financeiros refletidos nas contas, a seguir condensados:

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Descrição R$Receita Orçamentária 51.460.109,51Receita Extra orçamentária 7.240.870,10Saldo do exercício anterior 6.465.899,99Total 65.166.879,60Despesa Orçamentária 52.358.148,25Despesa Extra orçamentária 6.558.433,41Interferência Financeira 81.517,40Saldo para exercício seguinte 6.168.780,54Total 65.166.879,60

As divergências apontadas no Pronunciamento Técnico, em decorrência do cotejo entre os dados registrados nos Demonstrativos de dezembro/12 (receitas e despesas extra-orçamentária) e os contidos no Balanço Financeiro, restaram esclarecidas quando da defesa final.

Aponta o Pronunciamento Técnico que a conta “Antecipações a Terceiros FMT”, no valor de R$55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais), foi registrada indevidamente no Disponível, quando o correto seria no Realizável. A matéria está contida na Instrução TCM nº 002/005, artigo 7º, como adiante disposto:

“Art. 7º. Do Contrato, cujo extrato deverá ser publicado na imprensa oficial, constarão, obrigatoriamente:I. ….................................................................................................II - indicação do crédito orçamentário pelo qual correrá a despesa;§ 1º. O adiantamento previsto no inciso II deste artigo será sempre considerado suprimento de recurso, caracterizado como operação de ordem financeira, classificável no grupo do Ativo Realizável – subgrupo “Antecipações a Terceiros”, somente sendo reconhecido como despesa pública no encerramento do ciclo, que se completa com a regular liquidação.” (grifamos).

Foi apresentado novo anexo quando da defesa final, que não pode ser acolhido, ainda que a permuta ora efetivada não altere o Passivo Financeiro e pelo registro de que não podem ser substituídas peças contábeis integrantes das contas disponibilizadas à Comunidade e encaminhadas ao TCM.

6.4 – BALANÇO PATRIMONIAL - Anexo XIV Evidencia os componentes patrimoniais, classificados nos grupos Contas de Compensação, Ativos (Financeiro e Permanente), Passivos (Financeiro e Permanente) e Saldo Patrimonial, na forma estabelecida na Lei Federal nº 4.320/64. Seus principais dados são dispostos no quadro abaixo:

ATIVO PASSIVODescrição R$ Descrição R$Ativo Financeiro

Disponível 6.168.780,54Realizável 54.980,37 Passivo Financeiro 4.126.279,41

81.517,40 - -

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Interferência FinanceiraAtivo Permanente 67.874.584,51 Passivo

Permanente48.473.869,61

Soma Ativo Real 74.179.862,82 Soma Passivo Real

52.600.149,02

Ativo Compensado - Passivo Compensado -

Passivo Real Descoberto - Ativo Real Líquido 21.579.713,80

TOTAL 74.179.862,82 TOTAL 74.179.862,82

O Saldo Patrimonial – Ativo Real Líquido – apresentado nas contas e revelado no quadro acima, no importe de R$21.579.713,80 (vinte e um milhões, quinhentos e setenta e nove mil setecentos e treze reais e oitenta centavos), não espelha a realidade, tendo em vista que o Resultado Patrimonial do exercício – Superávit de R$12.793.048,85 (doze milhões, setecentos e noventa e três mil e quarenta e oito reais e oitenta e cinco centavos), Anexo XV – somado ao Saldo Patrimonial do exercício anterior – Ativo Real Líquido – R$8.885.214,95 (oito milhões, oitocentos e oitenta e cinco mil duzentos e quatorze reais e noventa e cinco centavos) – resulta em Ativo Real Líquido superior, no importe de R$21.678.263,80 (vinte e um milhões, seiscentos e setenta e oito mil duzentos e sessenta e três reais e oitenta centavos). O Gestor atribui a diferença ao registro indevido de R$98.550,00 (noventa e oito mil quinhentos e cinquenta reais) na conta nº 39.244-2, porquanto inexistente, conforme extrato que apresenta. A irregularidade, pois, revela descuido na elaboração e revisão das peças contábeis, o que não deve ocorrer.

6.4.1. Ativo

Inclui as contas representativas dos bens e direitos, demonstrando a aplicação dos recursos.

Figurando no Ativo Realizável pendências no valor de R$151.429,66 (cento e cinquenta e um mil quatrocentos e vinte e nove reais e sessenta e seis centavos), sendo a parcela de R$14.040,00 (quatorze mil e quarenta reais) em nome do Sr. Ubaldino Alves Pinto, proveniente de exercícios anteriores, as informações trazidas na defesa final, no sentido de que “tratando-se de conta de responsabilidade de ex-gestores, temos que a mesma remanesce, vez que o Município encontra-se adotando as medidas administrativas e judiciais a fim de garantir o ressarcimento ao erário, quando será adotada a baixa nos valores” merecem acolhida. Adverte-se o Prefeito quanto à obrigatoriedade da adoção de providências imediatas de equacionamento, para verificação nas contas seguintes, repercutindo a inação, ao arrepio de norma da LRF, nas conclusões deste pronunciamento.

Remanescendo, ademais, no Ativo Permanente, os elevados valores de R$2.993.504,99 (dois milhões, novecentos e noventa e três mil quinhentos e quatro reais e noventa e nove centavos), sob o título “Diversas Inscrições –

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Balanço 2004” e R$835.658,91 (oitocentos e trinta e cinco mil seiscentos e cinquenta e oito reais e noventa e um centavos), denominado “Terrenos – Dação em Pagamento”, repete a defesa final a mesma informação prestada no exercício anterior e registrada no Parecer Prévio atinente às contas respectivas, de que os indigitados saldos seriam provenientes de 2008 e que a Administração somente teve acesso às peças da gestão anterior em meados do exercício de 2009, não tendo sido encontrando nos arquivos “provas documentais” que justificassem tais lançamentos. Considerando-se a significância do valor, que tais argumentos já não foram considerados pelo egrégio Plenário desta Corte de Contas quando da análise das de 2011, e a omissão revelada em tão largo espaço de tempo decorrido, o fato repercute nas conclusões deste pronunciamento. Fica o Gestor advertido, mais uma vez, que a permanência da situação ensejará representação ao douto Ministério Público Estadual pela prática de ato de improbidade e agressão a regras da LRF. 6.4.1.1 – Dívida Ativa

As importâncias referentes a tributos, multas e créditos em favor do Município, lançados e não cobrados ou recolhidos no exercício de origem, constituem, ex vi do disposto no artigo 39 da Lei Federal nº 4.320/64, a partir da data da respectiva inscrição, a Dívida Ativa Municipal.

A Dívida Ativa Tributária, ao final de 2011, alcançara o montante de R$26.790.648,82 (vinte e seis milhões, setecentos e noventa mil seiscentos e quarenta e oito reais e oitenta e dois centavos). Em face da inscrição, correção e arrecadação, em 2012, dos valores de (R$3.353.113,06), (R$9.386.511,53) e (R$645.123,62), respectivamente, o saldo a cobrar ascendeu a valor extremamente significativo em face do orçamento municipal, de R$38.885.149,79 (trinta e oito milhões, oitocentos e oitenta e cinco mil cento e quarenta e nove reais e setenta e nove centavos), ao final de 2012.

O montante da Dívida Ativa Tributária, ao final de 2011, alcançou R$1.593.124,07 (um milhão, quinhentos e noventa e três mil cento e vinte e quatro reais e sete centavos). Em face da atualização, no exercício analisado, de valores equivalentes a R$816.105,47 (oitocentos e dezesseis mil cento e cinco reais e quarenta e sete centavos), elevou-se o saldo a cobrar para R$2.409.229,54 (dois milhões, quatrocentos e nove mil duzentos e vinte e nove reais e cinquenta e quatro centavos), sem que tenha havido qualquer inscrição ou cobrança no exercício sob apreciação. As justificativas produzidas, de que “as demandas judiciais de cobrança de impostos no município são inviáveis, e afrontam os princípios da Economicidade e da Razoabilidade uma vez que os valores são de pequena monta, além da ausência de estrutura do Poder Judiciário em demandar milhares de ações de valor insignificante, dada a baixa capacidade contributiva dos munícipes”, é pueril e inaceitável, até mesmo em face da expressividade dos valores mencionados neste pronunciamento. O fato inconteste é que permanece vigente a necessidade de implementação de medidas adequadas e

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eficazes ao incentivo do pagamento e à cobrança, aprimorando-se o gerenciamento da Dívida, em atendimento a dispositivo da LRF quanto a obrigatoriedade de instituição e efetiva cobrança de tributos municipais, como destacado em pronunciamentos anteriores desta Corte. A negligência, no particular, pode ser considerada ato de improbidade administrativa, com pena prevista no inciso II, do artigo 12 da Lei nº 8.429/92, pelo que deverá ser formulada representação ao douto Ministério Público Estadual, para análise e adoção das providências que entenda cabíveis o Parquet.

Quanto a conta “Inscr. Dívida Ativa Trib. - FMS - Rec. Terceiros”, registra o Pronunciamento Técnico que o saldo em 2012 é o mesmo apresentado em 2010 e 2011, o que demonstra que não houve movimentação no exercício, muito menos cobrança. As justificativas produzidas não podem, igualmente, ser acatadas.

6.4.2 – Passivo

Apresenta as obrigações da Comuna, demonstrando os compromissos com terceiros, devendo ser destacado:

Estão inscritos no Passivo Financeiro da Comuna como obrigações a cumprir valores retidos a título de ISS – R$3.607,58 (três mil seiscentos e sete reais e cinquenta e oito centavos) – em pagamentos efetivados, quando, à vista do disposto nos artigos 156, inciso III da Carta Federal, pertencem ao município. Os esclarecimentos trazidos não equacionam a matéria, objeto de orientações e advertências em pronunciamentos anteriores da Corte, pelo que repercute o fato nas conclusões deste pronunciamento. Atente a Administração Municipal para a urgente necessidade de adoção de providências, mesmo porque a matéria voltará a ser objeto de apreciação nas contas seguintes.

6.4.2.1 - Dívida Flutuante - Anexo XVII

A dívida em epígrafe é integrada pelos Restos e Serviços da Dívida a Pagar, Depósitos e Débitos de Tesouraria, incluídos os decorrentes de empréstimos por antecipação de receita orçamentária. Ao final de 2012 alcançou o montante de R$4.126.279,41 (quatro milhões, cento e vinte e seis mil duzentos e setenta e nove reais e quarenta e um centavos), correspondendo aos valores de R$4.061.379,92 (quatro milhões, sessenta e um mil trezentos e setenta e nove reais e noventa e dois centavos) (“Restos a Pagar”) e R$64.899,43 (sessenta e quatro mil oitocentos e noventa e nove reais e quarenta e três centavos) - (“Depósitos e Retenções”). Considerado o valor correspondente de 2011 – R$10.888.655,24 (dez milhões, oitocentos e oitenta e oito mil seiscentos e cinquenta e cinco reais e vinte e quatro centavos) – constata-se a ocorrência de redução percentual de 163,88% (cento e sessenta e três vírgula oitenta e oito por cento).

Não há registro de valores relativos a INSS.

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6.4.2.2 – Dívida Fundada Interna – Anexo XVI

Composta dos compromissos de exigibilidade superior a doze meses, nos termos do art. 98 da Lei Federal nº 4.320/64, está representada pelas contas “INSS”, “IBAMA”, “COELBA”, “EMBASA”, “Resolução 460/00”, “TELEMAR” e “PASEP”, assumidas pelo Executivo, no expressivo montante de R$48.473.869,61 (quarenta e oito milhões, quatrocentos e setenta e três mil oitocentos e sessenta e nove reais e sessenta e um centavos). Constatado crescimento percentual de 23,73% (vinte e três vírgula setenta e três por cento) em relação à existente em 31/12/2011 – R$39.175.200,45 (trinta e nove milhões, cento e setenta e cinco mil e duzentos reais e quarenta e cinco centavos), repete-se que é imprescindível a atuação do Comuna para preservação do seu equilíbrio financeiro.

Havendo sido apontada ausência de comprovação das dívidas com o TELEMAR, Resolução TCM nº 460/00, Outras Dívidas CEF, EMBASA e IBAMA, alega a defesa que conquanto tenha solicitado os respectivos extratos aos órgãos competentes, não obteve êxito, razão pela qual os saldos respectivos foram demonstrados no Balanço Patrimonial/12 a partir dos saldos anteriores e das movimentações ocorridas no exercício. Permanece a pendência, que deve ser dirimida nas contas seguintes, devendo tais certidões integrar a prestação de contas desde a sua disponibilização pública.

6.4.2.3 – Dívida Consolidada Líquida

Os limites de endividamento dos entes da Federação são fixados por Resoluções do Senado Federal, na forma do disposto na Constituição Federal e na LRF. Para o exercício em apreciação vigoram as de números 40/01, relativa ao montante da dívida pública consolidada e 43/01, concernente a operações de crédito e concessão de garantias.

Os valores demonstrados no Balanço Patrimonial do exercício revelam que a Dívida Consolidada Líquida respeita o limite correspondente, cumprido o art. 3º, inciso II da Resolução nº 40, de 20.12.2001, do Senado Federal.

6.4.2.4. - Restos a Pagar e Despesas contraídas nos dois últimos quadrimestres do exercício – Art. 42 da LRF

Tais débitos englobam despesas empenhadas e não pagas até o dia 31 de dezembro do exercício financeiro de origem, na forma do disposto no caput do artigo 36 da Lei Federal nº 4.320/64. Constituindo-se em dívidas de curto prazo, impõe a legislação a existência de disponibilidade financeira suficiente à cobertura, ao final do exercício. A verificação é efetivada nos registros das contas Caixa e Bancos – Ativo Financeiro Disponível.

O ano de 2012 corresponde ao último da gestão iniciada em 2009. Desta forma, de acordo com art. 42 da LRF, é vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20 da mesma Lei, nos últimos dois quadrimestre do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida 11

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integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. A ocorrência é enquadrada como crime fiscal, na forma da Lei nº 10.028/00, art. 359-C.

O saldo financeiro da Municipalidade, no final do exercício de 2012, alcançou inicialmente o montante de R$6.123.790,64 (seis milhões, cento e vinte e três mil setecentos e noventa reais e sessenta e quatro centavos), incluindo-se os haveres financeiros. Deduzidas as Consignações/Retenções e os Restos a Pagar de exercícios anteriores, constata-se redução da disponibilidade financeira para R$4.768.828,17 (quatro milhões, setecentos e sessenta e oito mil oitocentos e vinte e oito reais e dezessete centavos). Consta do Balanço Patrimonial, entretanto, inscrição de “Restos a Pagar” do exercício, Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) e cancelamento de dívida flutuante sem apresentação do necessário processo administrativo, do que decorre indisponibilidade no montante de R$6.445.099,39 (seis milhões, quatrocentos e quarenta e cinco mil e noventa e nove reais e trinta e nove centavos), conforme discriminado no quadro abaixo. Verifica-se, portanto, que houve inobservância ao disposto no artigo 42 da LRF, o que compromete, irremediavelmente, o mérito das contas, ensejando, pela expressividade, formulação de representação ao douto Ministério Público, à vista do disposto na Lei Federal nº 10.028/00.

O quadro seguinte contém resumo da situação revelada nas contas:

Caixa e Bancos 6.113.780,54Haveres Financeiros 10.010,10= Disponibilidade Financeira 6.123.790,64(-) Consignações e Retenções 64.899,49(-) Restos a Pagar de Exercícios Anteriores 1.290.062,98= Disponibilidade de Caixa 4.768.828,17(-) Restos a Pagar do Exercício 2.766.127,14(-) Despesas de Exercícios Anteriores 972.644,30(-)Canc. de D. Flutuante s/ proc. administrativo 7.475.156,12= Saldo (6.445.099,39)

6.4.2.5 – Despesas de Exercícios Anteriores – DEA

O artigo 37 da Lei Federal nº 4.320/64 disciplina o pagamento de despesas classificadas nos seguintes termos, verbis: “As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida sempre que possível a ordem cronológica.”

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No exercício sob comento houve pagamento a esse título, do montante de R$534.176,50 (quinhentos e trinta e quatro mil cento e setenta e seis reais e cinquenta centavos), comprometendo o Orçamento no percentual de 1,02% (um vírgula zero dois por cento).

6.5 – DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS – Anexo XV

Nos termos do art. 104 da Lei Federal nº 4.320/64, o anexo citado reflete as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e registra o resultado patrimonial do exercício (Superávit / Déficit). A peça trazida apresenta os seguintes dados:

Variações Ativas Variações PassivasDescrição R$ Descrição R$Resultante da Execução Orçamentária

51.460.109,51 Resultante da Execução Orçamentária

52.358.148,25

Mutações Patrimoniais

3.593.397,60 Mutações Patrimoniais

645.123,62

Independente da Execução orçamentária

21.030.886,18 Independente da Execução Orçamentária

10.288.072,57

Total das Variações Ativas

76.084.393,29 Total das Variações Passivas

63.291.344,44

Déficit Patrimonial do Exercício

- Superávit Patrimonial do Exercício

12.793.048,85

Total 76.084.393,29 Total 76.084.393,29

As Variações Ativas somaram R$76.084.393,29 (setenta e seis milhões, oitenta e quatro mil trezentos e noventa e três reais e vinte e nove centavos) enquanto as Passivas foram correspondentes a R$63.291.344,44 (sessenta e três milhões, duzentos e noventa e um mil trezentos e quarenta e quatro reais e quarenta e quatro centavos), demonstrando resultado superavitário de R$12.793.048,85 (doze milhões, setecentos e noventa e três mil e quarenta e oito reais e oitenta e cinco centavos).

Na Demonstração das Variações Patrimoniais - Variação Ativa – Independente da Execução Orçamentária há informação de ter sido efetivada a atualização monetária, no exercício, do saldo existente na Dívida Ativa, em cumprimento às disposições pertinentes da Portaria STN nº 564, de 27/10/04.

Destaca o Pronunciamento Técnico que o Anexo XV, nas Variações Ativas Independentes da Execução Orçamentária, registra Cancelamento da Dívida Flutuante no elevado montante de R$7.475.156,12 (sete milhões, quatrocentos e setenta e cinco mil cento e cinquenta e seis reais e doze centavos), bem assim que a documentação apresentada às fls. 134 a 151 e igualmente na defesa final não se revela capaz de regularizar a matéria. Tais argumentos não podem ser acolhidos, visto que não não houve comprovação de haver sido 13

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efetivado processo administrativo de apuração, capaz de, legalmente, garantir a regularidade do cancelamento. Destarte, o referido montante foi considerado para efeito da verificação do cumprimento do artigo 42 da LRF, pela Comuna. Deve a Coordenadoria competente acompanhar a matéria, inclusive para verificações acerca de eventuais novas inscrições ou pagamentos correlatos ou correspondentes, nos exercícios seguintes.

7 – DO INVENTÁRIO

Constituindo-se em levantamento ordenado do patrimônio municipal, deve respeitar as regras do Decreto nº 8.365, de 06/11/02. Objetiva o eficaz controle dos bens municipais, quantitativa e qualitativamente, inclusive os consignados sob responsabilidade de órgãos e entidades administrativas (Câmara de Vereadores, descentralizadas, etc.) confirmada a sua existência física, em confronto com a escrituração e respectivos valores.

Não consta dos autos, como devido, o Inventário dos Bens. Silente a defesa, destaque-se que a permanência desta situação reflete descontrole sobre o patrimônio municipal, além de inobservância as normas legais de regência e regulamentação contida no art. 9º, item 18, da Resolução TCM nº 1.060/05. Destaca-se as consequências negativas da reincidência. Foi apresentado tão somente o Inventário dos bens sob a guarda da Câmara.

Acusa o Pronunciamento Técnico a existência de divergências entre o valor apresentado na relação dos Bens sob a guarda da Câmara e o constante no Balanço Patrimonial, irregularidade que não foi sanada quando da defesa final, ao menos para esclarecimento das razões motivadoras do fato. A independência e harmonia entre os Poderes não serve como justificativa para a ocorrência, ao invés, exige que ambos atuem no sentido de evitá-la, cumprindo-se os preceitos e obrigações legalmente impostos.

8 – DAS OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

8.1 – EDUCAÇÃO

8.1.1 – Artigo 212 da Constituição Federal

O dispositivo em epígrafe determina a aplicação, pelos municípios, do percentual mínimo de 25% (vinte e cinco por cento) da receita de impostos, incluídas as transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. O percentual alcançado pela Prefeitura cujas contas são analisadas restringiu-se a 22,75% (vinte e dois vírgula setenta e cinco por cento) – R$16.521.025,44 (dezesseis milhões, quinhentos e vinte e um mil e vinte e cinco reais e quarenta e quatro centavos), consideradas as despesas pagas e as liquidadas até 31 de dezembro do exercício, inscritas em Restos a Pagar, com os correspondentes saldos financeiros.

À vista das alegações e documentos produzidos pela defesa, bem assim da expressividade dos valores envolvidos, solicitou a Relatoria o exame de todos os elementos produzidos por técnicos da Coordenaria de Controle Externo 14

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competente. A conclusão das apurações consta do Relatório de fls. 1043 a 1049, ora acolhido inteiramente, inclusive como razão para decidir. Cumpre, em face da extensão da análise empreendida no referido trabalho, transcrever a sua parte fundamental: - “Após os reexames realizados, conclui-se que o Município de Santa Cruz Cabrália aplicou na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, no exercício de 2112, o montante de R$17.779.825,96 (dezessete milhões, setecentos e setenta e nove mil oitocentos e vinte e cinco reais e noventa e seis centavos), que corresponde ao percentual de 24,48% (vinte e quatro vírgula quarenta e oito por cento) do total de impostos e transferências constitucionais, em descumprimento ao art. 212 da Constituição Federal”.

8.1.2 – FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07

A Emenda Constitucional nº 53, de 19/12/06, instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, a ser aplicado na forma do disposto na Lei Federal nº 11.494/07.

Dos recursos totais, o percentual mínimo de 60% (sessenta por cento) é de aplicação obrigatória na remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício na área pública da educação básica – parágrafo único do artigo 22 de lei mencionada. A Prefeitura de Santa Cruz Cabrália, havendo recebido recursos no montante de R$15.866.230,63 (quinze milhões, oitocentos e sessenta e seis mil duzentos e trinta reais e sessenta e três centavos), despendeu na remuneração mencionada o valor de R$10.631.392,78 (dez milhões, seiscentos e trinta e um mil trezentos e noventa e dois reais e setenta e oito centavos), equivalente ao percentual de 66,60% (sessenta e seis vírgula sessenta por cento), cumprida a exigência legal.

Remanesce ausente dos autos o Parecer do Conselho do FUNDEB, em inobservância ao artigo 31 da Resolução TCM nº 1.276/08. E vite-se a reincidência.

8.1.2.1 – Despesas do FUNDEB - §2º, do artigo 21 da Lei Federal nº 11.494/07

O art. 13, parágrafo único da Resolução TCM nº 1.276/08, emitido em consonância ao artigo 21, § 2º da Lei Federal nº 11.494/07, estabelece que até 5,00% (cinco por cento) dos recursos do FUNDEB poderão ser aplicados no primeiro trimestre do exercício subsequente ao recebimento dos valores, mediante abertura de crédito adicional. Verifica-se que na municipalidade de Santa Cruz Cabrália houve aplicação do percentual correspondente a 90,45% (noventa vírgula quarenta e cinco por cento). Havendo sido apropriado, porque com suporte legal, o valor de R$149.015,77 (cento e quarenta e nove mil e quinze reais e setenta e sete centavos), o valor aplicado ascendeu ao de R$14.587.067,38 (quatorze milhões, quinhentos e oitenta e sete mil e sessenta e sete reais e trinta e oito centavos), equivalente ao percentual de 91,38% (noventa e um vírgula trinta e oito por cento), restando a ser aplicado o de 15

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8,62% (oito vírgula sessenta e dois por cento), desrespeitada a norma fixada no dispositivo legal citado. Silente a defesa, determina-se a adoção de providências com vistas ao cumprimento da legislação, repercutindo a falta nas conclusões deste pronunciamento.

8.1.2.2 – Despesas glosadas no exercício em face da aplicação de recursos do FUNDEB com desvio de finalidade

A análise técnica informa, originalmente, a ocorrência de desvio de finalidade na aplicação de recursos do FUNDEB, porque investidos em ações não abrangidas pela legislação de regência, o que resultaria na exclusão de despesas no montante de R$1.390.041,59 (um milhão, trezentos e noventa mil e quarenta e um reais e cinquenta e nove centavos). Na defesa final o Gestor esclarece que ditas despesas corresponderiam ao ensino fundamental, de sorte que não teria havido desvio de finalidade, conforme processos que apresenta.

Submetida a matéria à Coordenadoria de Controle Externo, em face dos argumentos produzidos, acolhe a Relatoria as conclusões do estudo empreendido, na forma do contido às fls. 1043 a 1049, para registrar que, do montante indicado, somente pode ser excluída a parcela de R$149.015,77 (cento e quarenta e nove mil e quinze reais e setenta e sete centavos). Desta sorte, reduz-se o valor original, devendo retornar à conta do referido Fundo a importância de R$1.241.025,82 (um milhão, duzentos e quarenta e um mil e vinte e cinco reais e oitenta e dois centavos), com recursos municipais, em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais, iguais e sucessivas, a contar deste pronunciamento, comprovado o fato, também mensalmente, perante a Regional do TCM. Adverte-se que a omissão, a par de gerar a aplicação de penas pecuniárias, poderá incidir negativamente sobre o mérito de contas subsequentes.

8.1.2.3 - Despesas glosadas em exercício anteriores, face da aplicação de recursos do FUNDEF – Lei Federal nº 9.424/95 e do FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07 – com desvio de finalidade

Inexistindo comprovação do cumprimento das determinações anteriores, inclusive ao Gestor das presentes contas, de ressarcimento dos valores contidos nos processos adiante relacionados, às contas do FUNDEF e FUNDEB, porquanto aplicados com desvio de finalidade e silente a defesa, o valor global de R$2.864.015,74 (dois milhões, oitocentos e sessenta e quatro mil e quinze reais e setenta e quatro centavos) deve retornar à conta dos referidos Fundos, com recursos municipais, em até 20 (vinte) parcelas mensais, iguais e sucessivas, a contar do trânsito em julgado deste pronunciamento, encaminhando-se à Regional as comprovações devida, também mensalmente. O não cumprimento das determinações incide nas conclusões deste pronunciamento, advertido o Gestor que a continuidade na omissão ensejará a aplicação de penas de maior gravidade, bem assim para o quanto disposto no parágrafo único do artigo 42 e inciso VII do artigo 71, ambos da Lei Complementar Estadual nº 006/91.

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São abaixo discriminados os valores cujas determinações de reposição não foram cumpridas:

Processo Responsável(eis) Natureza Valor R$08661-00 Geraldo Scaramussa FUNDEF 447.306,0208020-08 José Ubaldino Alves Pinto FUNDEB 95.655,4206810-05 Geraldo Scaramussa FUNDEF 82.875,0709003-09 José Ubaldino Alves Pinto FUNDEB 548.829,2908568-12 Jorge Monteiro Pontes FUNDEB 1.689.349,94Total 2.864.015,74

É necessário lembrar que a Lei Federal nº 11.494/07 determina que os saldos ou valores de restituições atinentes ao FUNDEF continuem a ser aplicados em conformidade com a respectiva legislação, ou seja, no ensino fundamental, não sendo computados para fins do art. 212 da Constituição Federal ou para o FUNDEB.

8.2 - APLICAÇÃO EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

A Lei Complementar nº 141, de 13/01/12, estatui em seu art. 7º a obrigatoriedade da aplicação, pelos municípios, do percentual mínimo de 15% (quinze por cento) dos recursos enumerados nos artigos 156, 158 e 159, I, “b” e § 3º da CRFB em ações e serviços públicos de saúde, com a exclusão do percentual de 1% (um por cento) do FPM, na forma da Emenda Constitucional nº 55/07.

O município de Santa Cruz Cabrália, no exercício de 2012, não cumpriu a exigência constitucional, na medida em que despendeu apenas a quantia de R$2.742.566,97 (dois milhões, setecentos e quarenta e dois mil quinhentos e sessenta e seis reais e noventa e sete centavos) correspondente ao percentual de 11,09% (onze vírgula zero nove por cento) dos recursos pertinentes, nas ações e serviços referenciados. Os dados persistem, mesmo porque a defesa final nada acrescenta em relação ao assunto, não havendo sido cumprida a norma legal.

Destarte, deve o município observar o disposto no art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 13/01/2012, verbis:

- “Eventual diferença que implique o não atendimento, em determinado exercício, dos recursos mínimos previstos nesta Lei Complementar deverá, observado o disposto no inciso II do parágrafo único do art. 160 da Constituição Federal, ser acrescida ao montante mínimo do exercício subsequente ao da apuração da diferença, sem prejuízo do montante mínimo do exercício de referência e das sanções cabíveis”. Grifamos.

Na defesa final foram apresentadas Atas de Reuniões realizadas, em c´pias não autenticadas, deixando de apresentar o Parecer do Conselho Municipal de Saúde, em inobservância ao artigo 13 da Resolução TCM nº 1.277/08.

8.3 – TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS PARA O PODER LEGISLATIVO 17

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O artigo 29-A da Constituição da República estabelece limites e prazo para o repasse de recursos ao Poder Legislativo Municipal, observada a execução orçamentária, de sorte a manter a proporção originalmente fixada. A redução ou superação do montante caracteriza crime de responsabilidade.

A dotação orçamentaria prevista – R$2.864.349,00 (dois milhões, oitocentos e sessenta e quatro mil trezentos e quarenta e nove reais) – é superior ao referido limite máximo fixado – R$1.678.668,19 (um milhão, seiscentos e setenta e oito mil seiscentos e sessenta e oito reais e dezenove centavos). Verificada a ocorrência de repasses no montante de R$1.678.669,24 (um milhão, seiscentos e setenta e oito mil seiscentos e sessenta e nove reais e vinte e quatro centavos), considera-se cumprida a norma constitucional.

8.4 – REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

A Lei Municipal nº 419, às fls. 25/26, fixou os subsídios dos Sr. Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários Municipais em R$9.000,00 (nove mil reais), R$4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais) e R$3.000,00 (três mil reais), respectivamente.

Regulares foram os pagamentos efetivados no período janeiro a dezembro ao Alcaide, Vice-Prefeito e Secretários Municipais, estes em face do exame das folhas constantes dos autos. Foram observados os princípios constitucionais e o quanto fixado na Lei Ordinária.

8.5 – DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

Ex vi do disposto no artigo 74 da Constituição da República, os Poderes municipais são obrigados a institucionalizar o sistema em epígrafe. A Lei de Responsabilidade Fiscal reforça a sua importância, quando lhe atribui competência para fiscalizar o cumprimento de suas regras. Possuindo o mesmo, ademais, cunho preventivo, constitui-se em instrumento de atualização técnica, capaz de evitar a prática de irregularidades e permitir a sua correção tempestiva, dando azo ao respeito, pelos atos administrativos, da legislação de regência. É, assim, valioso auxiliar do Gestor municipal, indispensável ao adequado funcionamento da máquina pública, em conformidade com o regramento legal vigente. Apesar de instituído no município de Santa Cruz Cabrália e das advertências e orientações anteriormente expedidas pelo TCM, o largo quantitativo das ocorrências consignadas nos documentos elaborados por técnicos da Corte indicam o seu precário ou mesmo inexistente funcionamento ou desprestígio, pelo Gestor, da atuação do sistema. Consideradas as advertências anteriores deste TCM, a situação revelada influi nas conclusões deste pronunciamento.

9 – DAS EXIGÊNCIAS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

9.1 – DESPESA TOTAL COM PESSOAL

A LRF, em seus artigos 18 a 20, 21 a 23 e 66, define e estabelece limites específicos para as despesas com pessoal e disciplina a forma de efetivação 18

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dos controles pertinentes. O § 1º do artigo 5º da Lei Federal nº 10.028/00, além de penalidades institucionais, prevê a aplicação de multa equivalente a 30% (trinta por cento) dos subsídios anuais do Gestor, na hipótese de omissão na execução de medidas para a redução de eventuais excessos. A reincidência omissiva repercute negativamente no mérito das contas.

A verificação da observância, ou não, do regramento citado impõe a análise dos gastos do exercício anterior – 2011 - além do atual, 2012.

9.1.1 – DESPESA TOTAL COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (ART. 23 DA LRF) REFERENTE AO EXERCÍCIO DE 2011 Não houve aplicação de multa em 2011

A Prefeitura, no exercício de 2011, ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF aplicando 60,83% (sessenta vírgula oitenta e três por cento) da Receita Corrente Líquida em gastos com pessoal. De conformidade com o artigo 23 da LRF, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente teria de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos 1/3 no primeiro (abril/12) e o restante no segundo (agosto/12).

De acordo com o Relatório de Prestação de Contas Mensal a despesa em tela, no mês de abril de 2012, alcançou o montante de R$30.915.074,16 (trinta milhões, novecentos e quinze mil e setenta e quatro reais e dezesseis centavos), correspondendo ao percentual de 66,56% (sessenta e seis vírgula cinquenta e seis por cento) da Receita Corrente Líquida de R$46.443.817,52 (quarenta e seis milhões, quatrocentos e quarenta e três mil oitocentos e dezessete reais e cinquenta e dois centavos), constatando-se, assim, o descumprimento da legislação supracitada, tendo em vista o limite máximo de 58,55%.

No segundo quadrimestre - mês agosto de 2012, a despesa sob comento atingiu o montante de R$31.707.810,10 (trinta e um milhões, setecentos e sete mil oitocentos e dez reais e dez centavos), conforme o Relatório de Prestação de Contas Mensal de agosto/2012, correspondendo ao percentual de 67,88% (por cento) da Receita Corrente Líquida de R$46.711.104,31 (quarenta e seis milhões, setecentos e onze mil cento e quatro reais e trinta e um centavos), constatando-se o descumprimento da legislação supracitada, tendo em vista o limite máximo de 54%.

9.1.2 - EXERCÍCIO DE 2012 - Percentual Excedente (art. 23 e 66 da LRF)

Ressalte-se, inicialmente, que os dados divulgados pelo IBGE em março de 2013 acerca do PIB nacional revelam taxa de variação real acumulada dos últimos quatro trimestres, em relação aos imediatamente anteriores, no valor negativo de 1% (um por cento). Este fato tem repercussão sobre a matéria, porquanto na forma do disposto no artigo 66 da LRF, na hipótese de PIB negativo, há duplicação dos prazos de recondução de tais despesas aos limites legais. Destarte, atente-se que o município passa a dispor das seguintes datas para recondução dos gastos, por quadrimestre, aos 19

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limites legais, se ultrapassados, nos percentuais citados: 31/12/2012, 30/04/2013 e 31/08/13, eliminação de pelo menos 1/3 (um terço) do excesso correspondente e 30/08/13, 31/12/2013 e 30/04/2014 para a recondução do gasto total ao limite máximo de 54%. O não cumprimento desta obrigação pode ensejar a aplicação de penalidades, inclusive a prevista no § 1º do art. 5º da Lei nº 10.028/00.

9.1.2.1 - DESPESA COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (ART. 23 DA LRF) REFERENTES AO 1º QUADRIMESTRE DE 2012

A despesa realizada com pessoal, no 1º quadrimestre de 2012, ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, despendendo o percentual de 66,56% da Receita Corrente Líquida em despesas com pessoal, descumprida a legislação supracitada.

9.1.2.2 - DESPESA COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (art. 23 da LRF) REFERENTE AO 2º QUADRIMESTRE DE 2012

A despesa em tela, no 2º quadrimestre de 2012, ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, alcançando o percentual de 67,88% da Receita Corrente Líquida em despesas com pessoal,constatando-se, assim, o descumprimento da legislação supracitada.

9.1.2.3 DESPESA TOTAL COM PESSOAL - 3º QUADRIMESTRE DE 2012

Os autos registram os valores abaixo, para o final do exercício de 2012, considerando-se a Receita Corrente Líquida de R$47.707.658,25 (quarenta e sete milhões, setecentos e sete mil seiscentos e cinquenta e oito reais e vinte e cinco centavos):

DESPESA COM PESSOAL R$ Limite legal – 54% (art. 20 LRF) 25.762.135,45 Limite Prudencial – (art. 22) 24.474.028,67 Limite para alerta – 90% do limite máximo (art. 59) 23.185.921,90 Participação em 2012 33.141.303,25 Percentual da despesa na Receita Corrente Líquida 69,47%

A Prefeitura cujas contas são apreciadas ultrapassou, no final do exercício de 2012, o limite definido no art. 20, inciso III, alínea “b”, da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, aplicando o percentual de 69,47% (sessenta e nove vírgula quarenta e sete por cento) da Receita Corrente Líquida em gastos com pessoal. A defesa final “requer que sejam retiradas do cômputo para fins de aferição do índice de pessoal, as despesas com terceirização de mão de obra que, no exercício financeiro implicaram em incremento do índice de pessoal”, sem, sequer, se dar ao cumprimento do dever de apresentar a documentação probatória. Assim, os argumentos apresentados na defesa final não alteram a situação posta, considerada, ademais, a não adoção das providências

20

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legalmente impostas para a redução dos gastos, não adotadas, ao longo do tempo, como destacado alhures.

Em conclusão, considerado o ocorrido em 2011 e a reiterada omissão constatada nos prazos legalmente ampliados para o enquadramento dos percentuais ao limite legal, como antes destacado, impõe-se a aplicação de pena pecuniária correspondente ao percentual de 30% (trinta por cento) da remuneração do Gestor, na forma do disposto no § 1º, do art. 5º da Lei 10.028/2000.

9.2. – CONTROLE DE DESPESA TOTAL DE PESSOAL – ART. 21

O parágrafo único do artº 21, da Lei Complementar nº 101/00 da Lei de Responsabilidade reza “in verbis”:

“Parágrafo único – também é nulo de pleno direito o ato que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular de respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.” (grifamos)

As informações da Inspetoria Regional e os registros contidos no Pronunciamento Técnico indicam que houve aumento nos gastos com pessoal e contratação de Mão de Obra Terceirizada nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do Gestor.

No período de julho de 2011 a junho de 2012, o total da despesa com pessoal – R$31.899.449,23 (trinta e um milhões, oitocentos e noventa e nove mil quatrocentos e quarenta e nove reais e vinte e três centavos) – representa o percentual de 67,71% da Receita Corrente Líquida de R$47.112.759,21 (quarenta e sete milhões, cento e doze mil setecentos e cinquenta e nove reais e vinte e um centavos).

No período de janeiro a dezembro de 2012, o total da despesa com pessoal – R$33.141.303,25 (trinta e três milhões, cento e quarenta e um mil trezentos e três reais e vinte e cinco centavos) – representa o percentual de 69,47% da Receita Corrente Líquida do exercício – R$47.707.658,25 (quarenta e sete milhões, setecentos e sete mil seiscentos e cinquenta e oito reais e vinte e cinco centavos), constatando-se acréscimo percentual de 1,74% (um vírgula setenta e quatro por cento). Alega a defesa que o acréscimo indicado no Pronunciamento Técnico seria decorrente da variação do salário mínimo, ao pagamento do 13º salário e à concessão de Abono do FUNDEB, com o pagamento das obrigações patronais decorrentes. Atente o Gestor que a sua justificativa não encontra respaldo legal e não é coerente em face da data de elevação do aumento salarial citado e porquanto representa confissão da inexistência de planejamento, atividade realçada como indispensável à Administração Pública na LRF. Destarte, a falta repercute nas conclusões deste pronunciamento.

9.3 – RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DE GESTÃO FISCAL 21

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9.3.1 - Publicidade

Foram encaminhados os demonstrativos e comprovada divulgação oportuna dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal, respeitado o disposto nos artigos 6º e 7º da Resolução TCM nº 1.065/05 e § 2º do art. 55 da LRF 9.4 – AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Ocorreu demonstração e avaliação do cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiências publicas realizadas até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, na sede do Legislativo local – exigência da LRF – conforme atas apresentadas às fls. 241 a 243.

10 – DAS RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL

10.1 – ROYALTIES / FUNDO ESPECIAL / COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS DE RECURSOS MINERAIS E HÍDRICOS – Resolução TCM nº 931/04

A Prefeitura de Santa Cruz Cabrália, no exercício de 2012, recebeu e contabilizou recursos provenientes dessa origem no montante de R$233.148,61 (duzentos e trinta e três mil cento e quarenta e oito reais e sessenta e um centavos). Havendo os autos registrado a aplicação, em conformidade com a legislação, dá-se a matéria como regular.

10.2 – CIDE – Resolução TCM nº 1.122/05

Revelam os autos que o município recebeu a importância de R$37.941,39 (trinta e sete mil novecentos e quarenta e um reais e trinta e nove centavos) relativa a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, observada a legislação de regência. É regular a matéria.

10.3 – DO REPASSE DE RECURSOS PARA ENTIDADES CIVIS – Resolução TCM nº 1.121/05

O repasse de recursos públicos municipais pela administração direta ou indireta, mediante convênio, a entidades civis sem fins lucrativos, reconhecidas por lei municipal como de utilidade pública, a título de subvenção ou auxílio, deve observar o disposto nos artigos 16 e 17 da Lei Federal nº 4.320/64 e 26, da LRF. Conforme Pronunciamento Técnico, a Prefeitura de Santa Cruz Cabrália repassou recursos para as Entidades Civis abaixo relacionadas, sem apresentação oportuna das prestações de contas mensais, como determina a Resolução TCM nº 1.121/05 e prejudicado o exercício do controle externo. A defesa final apresenta as prestações de contas. Deve a Secretaria Geral desentranhar as Provas F, G, H, I e J, contidas na pasta AZ 03/03 e a Prova “R” contida na pasta “AZ” 08/08, remetendo-a para análise, em autos apartados, pela unidade técnica competente, ficando ressalvadas as conclusões que venham a ser alcançadas em relação a aplicação dos referidos recursos públicos. 22

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São a seguir citadas as entidades e os valores respectivos:

Entidades Valor (R$)APAE – Assoc. de Pais e Amigos dos Excepcionais 12.000,00Associação Centro de Conv. e Cult. de Santo André 10.000,00Associação Nutrivida 14.200,00

10.4 – DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS ALCANÇADOS – item 30, artigo 9º da Resolução TCM nº 1.060/05

Acostado às fls. 239 a 240, o Relatório sobre as Ações do Executivo no âmbito da Fiscalização da Receita e Combate à Sonegação atende parcialmente, porque sintético, ao disposto no artigo 13, da LRF e item 30, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1060/05. Deve, portanto, ser aperfeiçoado.

10.5 – RELATÓRIO DE PROJETOS E ATIVIDADES – item 32, art.º 9º da Resolução TCM nº 1.060/05

O Relatório de Projetos e Atividades – fls. 244 a 249 – apresentado de forma regular, contempla dados atinentes aos concluídos e em conclusão, cumprida a Resolução em tela.

10.6 – DECLARAÇÃO DE BENS DO GESTOR

Deixou de ser apresentada a Declaração de Bens do Gestor, descumprindo-se a regulamentação do artigo 11 da Resolução TCM nº 1060/05.

10.7. – TRANSMISSÃO DE GOVERNO – Resolução TCM nº 1.270/08

Na defesa final foi apresentado o Relatório Conclusivo de Comissão de Transmissão de Governo – Prova “S”.

11 - DAS MULTAS E RESSARCIMENTOS PENDENTES

Os autos registram pendências concernentes ao não recolhimento de cominações impostas a Agentes Políticos do município em decisões transitadas em julgado nesta Corte - multas ou ressarcimentos – abaixo citados, com valores e datas de vencimento. A defesa final nada acrescenta sobre a matéria, em total descaso com o prejuízo causado ao erário municipal.

MULTAS

Processo Multado Cargo Venc. Valor R$ 04020-02 GERALDO

SCARAMUSSAPrefeito

Municipal21/11/2010 15.000,00

10732-06 GERALDO SCARAMUSSA

ex-Prefeito 28/09/2007 7.000,00

23

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92607-07 DANIEL EVANGELISTA SENA

Presidente 26/07/2008 400,00

92698-06 DANIEL EVANGELISTA SENA

PRESIDENTE

18/07/2008 500,00

05621-06 DANIEL EVANGELISTA SENA

Presidente da Camara

05/10/2007 10.000,00

05621-06 DANIEL EVANGELISTA SENA

Presidente da Camara

05/10/2007 700,00

08710-04 GERALDO SCARAMUSSA

Ex-Prefeito Municipal

09/06/2008 200,00

92695-08 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

Prefeito 20/09/2008 5.300,00

11841-08 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

PREFEITO 26/01/2009 500,00

08020-08 JOSE UBALDINO ALVES PINTO

Prefeito 05/01/2009 29.000,00

93283-07 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

PREFEITO 05/10/2009 11.000,00

09035-09 HUMBERTO BOTELHO CACHOEIRA

Presidente da Camara

21/01/2010 500,00

02754-08 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

EX-PREFEITO

10/04/2010 20.000,00

11261-09 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

EX-PREFEITO

31/05/2010 5.000,00

00852-10 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

PREFEITO 02/08/2010 500,00

09003-09 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

Prefeito 06/08/2010 1.000,00

07734-07 DANIEL EVANGELISTA SENA

Presidente da Câmara

23/10/2008 2.000,00

07734-07 DANIEL EVANGELISTA SENA

Presidente da Câmara

23/10/2008 10.947,15

09229-10 HUMBERTO BOTELHO CACHOEIRA

Presidente da Camara

15/01/2011 800,00

09947-10 JORGE MONTEIRO PONTES

Prefeito 30/01/2011 1.500,00

92740-10 JORGE MONTEIRO PONTES

PREFEITO 17/06/2011 4.000,00

04436-11 JORGE MONTEIRO PONTES

Prefeito 08/08/2011 400,00

93033-08 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

ex-Prefeito 23/09/2011 8.000,00

24

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93092-10 JORGE MONTEIRO PONTES

Prefeito 26/10/2011 500,00

12301-10 JORGE MONTEIRO FONTES

PREFEITO 16/01/2012 3.000,00

92741-08 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

ex-Prefeito 19/05/2012 5.000,00

08190-11 HUMBERTO BOTELHO CACHOEIRA

Presidente da Camara

12/08/2012 800,00

93225-11 JORGE MONTEIRO PONTES

PREFEITO 22/09/2012 5.000,00

08215-12 Humberto Botelho Cachoeira

Presidente da Camara

06/01/2013 1.500,00

08799-11 JORGE MONTEIRO PONTES

Prefeito 11/01/2013 10.000,00

08568-12 JORGE MONTEIRO PONTES

Prefeito 18/05/2013 10.000,00

00499-13 JORGE MONTEIRO PONTES

Prefeito 14/07/2013 500,00

RESSARCIMENTOS

Processo Responsável(eis) Cargo Venc Valor R$03471-92 ANTONIO FREDERICO

BARBOSA LACERDAVEREADOR 08/12/1997 926,71

03471-92 XANCHA DA CONCEIÇÃO LACERDA SILVA

VEREDAOR 08/12/1997 1.978,62

03471-92 EMIR MENDES BEZERRA

VEREADOR 08/12/1997 1.978,62

03471-92 MARIÁ CARVALHO DO NASCIMENTO

VEREDAOR 08/12/1997 1.978,62

06052-93 ANTONIO FREDERICO BARBOSA LACERDA

VEREDOR 08/12/1997 648,30

06052-93 XANCHA DA CONCEIÇÃO LACERDA SILVA

VEREADOR 08/12/1997 648,30

06052-93 EMIR MENDES BEZERRA

VEREADOR 08/12/1997 648,30

06052-93 MARIÁ CARVALHO DO NASCIMENTO

VEREADOR 08/12/1997 648,30

03416-94 ISRAEL MARINHO PAIRANA

VEREADOR 08/12/1997 2.243,20

25

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03416-94 ANTONIO FREDERICO BARBOSA LACERDA

VEREADOR 08/12/1997 2.299,97

05169-96 ISRAEL MARINHO PAIRANA

VEREADOR 31/12/1996 718,20

05169-96 ANTONIO FREDERICO BARBOSA LACERDA

VEREADOR 31/12/1996 718,20

05169-96 GIVALDO CERQUEIRA DE JESUS

VEREADOR 31/12/1996 718,20

40715-03 DALVINO NASCIMENTO DE SOUZA

PRESIDENTE 28/01/2004 5.600,00

06417-04 ANTÔNIO BORGES MONTEIRO

SECRETÁRIO 25/01/2005 1.249,65

06417-04 LUIZ CARLOS B. FIGUEIREDO

SECRETÁRIO 25/01/2005 2.749,65

06417-04 RAUL BEZZI DOS SANTOS

SECRETÁRIO 25/01/2005 2.383,25

06417-04 GILSON BATISTA COSTA

SECRETÁRIO 25/01/2005 459,75

06417-04 ANGELA MARIA B. MOURA

SECRETÁRIA 25/01/2005 624,50

06417-04 JAIME MARTINS DE A. FILHO

SECRETÁRIO 25/01/2005 499,80

06417-04 DIEGO DA ROSA LEAL SECRETÁRIO 25/01/2005 379,3006417-04 ALEX LACERDA LEITE SECRETÁRIO 25/01/2005 1.319,0006810-05 GERALDO

SCARAMUSSAPREFEITO 11/06/2006 18.504,13

96080-03 GERALDO SCARAMUSSA

PREFEITO 22/07/2007 66.446,06

05621-06 DANIEL EVANGELISTA SENA

PRESIDENTE 715,00

05621-06 DALVINO NASCIMENTO DE SOUZA

VEREADOR 02/07/2007 715,00

05621-06 GILBERMON LARANJEIRAS DE CERQUEIRA

VEREADOR 02/07/2007 715,00

05621-06 HUMBERTO BOTELHO CACHOEIRA

VEREADOR 02/07/2007 715,00

05621-06 MANOEL BONFIM MONTEIRO

VEREADOR 02/07/2007 715,00

05621-06 MANOEL FIGUEIREDO VEREADOR 02/07/2007 715,00 26

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ALENCAR05621-06 NICOLAU ABRAS

NETOVEREADOR 02/07/2007 715,00

05621-06 CENILDA MARIA DOS SANTOS

VEREADORA 02/07/2007 715,00

05621-06 ROMILDO DANTAS DA SILVA

VEREADOR 02/07/2007 715,00

10732-06 LUIZ CARLOS BASTOS FIGUEIREDO

SECRETÁRIO 26/06/2007 2.745,66

10732-06 MARCELLO BONELLA SCARAMUSSA

SECRETÁRIO 26/06/2007 2.253,86

10732-06 RAUL BEZZI DOS SANTOS

SECRETÁRIO 26/06/2007 3.253,56

10732-06 ANTÔNIO BORGES MONTEIRO

SECRETÁRIO 26/06/2007 3.278,58

10732-06 ANGELA MARIA B. M. BRITO

SECRETÁRIO 26/06/2007 2.253,86

92607-07 DANIEL EVANGELISTA SENA

PRESIDENTE DA CÂMARA

14/10/2007 2.918,00

92790-07 HUMBERTO BOTELHO CACHOEIRA

PRESIDENTE 22/09/2008 5.078,14

07734-07 DANIEL EVANGELISTA SENA

PRESIDENTE 30/06/2008 2.267,76

07734-07 CENILDA MARIA DOS SANTOS

VEREADORA 30/06/2008 2.267,76

07734-07 DALVINO NASCIMENTO DE SOUZA

VEREADOR 30/06/2008 2.267,76

07734-07 GILBERNON LARANJEIRA DE CERQUEIRA

VEREADOR 30/06/2008 2.267,76

07734-07 HUMBERTO BOTELHO CACHOEIRA

VEREADOR 30/06/2008 2.267,76

07734-07 MANOEL BONFIM MONTEIRO

VEREADOR 30/06/2008 2.267,76

07734-07 MANOEL FIGUEREDO ALENCAR

VEREADOR 30/06/2008 2.267,76

07734-07 NICOLAU ABRAS NETO

VEREADOR 30/06/2008 2.267,76

07734-07 ROMILDO DANTAS DA SILVA

VEREADOR 30/06/2008 2.267,76

11841-08 JOSÉ UBALDINO PREFEITO 27/01/2009 57.377,85 27

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ALVES PINTO MUNICIPAL09003-09 JOSÉ UBALDINO

ALVES PINTOPREFEITO À

ÉPOCA17/04/2010 36.769,57

09947-10 JORGE MONTEIRO PONTES

PREFEITO 13/06/2011 2.250,00

10561-06 GERALDO SCARAMUSSA

PREFEITO 06/06/2011 13.860,00

09229-10 HUMBERTO BOTELHO CACHOEIRA

PRESIDENTE 08/01/2011 6.408,14

11261-09 JOSE UBALDINO ALVES PINTO

EX-PREFEITO 29/05/2010 55.303,77

92741-08 JOSÉ UBALDINO ALVES PINTO

EX-PREFEITO 15/05/2012 143.969,78

08799-11 JORGE MONTEIRO PONTES

PREFEITO 11/01/2013 599.975,13

08568-12 JORGE MONTEIRO PONTES

PREFEITO 18/05/2013 204.621,79

00499-13 JORGE MONTEIRO PONTES

PREFEITO 14/07/2013 1.905,00

Tomando em consideração que:

a) tem o município obrigação de promover a cobrança, inclusive judicial, dos débitos impostos pelo TCM aos Agentes Políticos, caso não recolhidos voluntariamente, circunstância em que geram créditos públicos executáveis judicialmente, denominados Dívida Ativa Não Tributária;b) as decisões das Cortes de Contas impositivas de apenação de multas, ou de ressarcimentos, a agentes públicos, têm eficácia de título executivo extrajudicial, na forma do disposto nos artigos 71, § 3º e 91, § 1º das Cartas Federal e Estadual, respectivamente;c) é, portanto, dever do Prefeito a cobrança dos débitos, sob pena de responsabilidade;d) a omissão aqui constatada, caracterizando o cometimento de ato de improbidade administrativa, impõe a formulação de representação junto à Procuradoria Geral da Justiça, com vistas à aplicação da Lei nº 8.429/1992, com o objetivo, também, de recuperar os recursos do erário, devidamente corrigidos;e) o instituto da prescrição não alcança os ressarcimentos.

12 – CONCLUSÃO

Vistos, detidamente analisados e relatados, respeitados que foram os direitos consagrados no inciso LV do artigo 5º da Constituição da República em todas as fases processuais, consideradas as irregularidades e ilegalidades aqui apontadas e detalhadas nos pronunciamentos técnicos, reveladoras de agressão a normas constitucionais e contidas nas Leis de Responsabilidade 28

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Fiscal, Federais nºs 8.666/93 e 4.320/64, Resoluções e Instruções desta Corte, com fulcro no art. 40, inciso III, alíneas “a”e “b” e respectivo parágrafo único, todos da Lei Complementar Estadual nº 06/91, combinados com as disposições da Resolução TCM nº 222/92*, votamos pela REJEIÇÃO, porque irregulares, das contas do exercício financeiro de 2012 da Prefeitura de Santa Cruz Cabrália, constantes do processo TCM nº9.487/13, da responsabilidade do Sr. Jorge Monteiro Pontes, a quem é aplicada multa no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais), com respaldo nos incisos I, II, VII e VIII. do artigo 71 da mesma Lei Complementar citada, a ser recolhida ao erário municipal com recursos pessoais do Gestor, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da edição do Parecer Prévio, na forma da Resolução TCM nº 1.124/05, devendo ser emitida a competente Deliberação de Imputação de Débito, da qual deverão constar, os ressarcimentos ao erário municipal, pelo Gestor, das seguintes quantias: - R$ 48.049,13 (quarenta e oito mil e quarenta e nove reais e treze centavos), relativa a ausência de comprovação de despesa, no mês Outubro; - R$ 2.000,00 (dois mil reais), referente a processo de pagamento não encaminhado à IRCE, no mês de Novembro; e - R$ 2.087,23 (dois mil e oitenta e sete reais e vinte e três centavos) atinente a pagamento efetuado em duplicidade no mês de Junho.

A liberação da responsabilidade do Gestor fica condicionada ao cumprimento do quanto aqui determinado.

Recomenda-se a adoção, pela SGE da Corte, das seguintes providências:

− Autuação, em apartado, para autônoma tramitação, da documentação - Provas F, G, H, I e J, contidas na pasta AZ 03/03 e a Prova “R” contida na pasta “AZ” 08/08, concernente a prestações de contas de Entidades Civis, com remessa à competente Coordenadoria de Controle Externo, na forma explicitada no item 10.3 deste pronunciamento.

Ciência aos interessados e à CCE.

Cópia ao Prefeito Municipal multi citado e reeleito, para adoção das providências aqui determinadas.

À vista do disposto no artigo 76, inciso I, alínea “a” da Lei Complementar Estadual nº 005/91, considerada a gravidade das ilegalidades e irregularidades apontadas, formule-se representação ao douto Ministério Público Estadual, através da competente Assessoria Jurídica deste Tribunal.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 30 de outubro de 2013.

Cons. José Alfredo Rocha Dias Relator

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Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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