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MARIA CRISTINA DOS SANTOS FIGUEIRA
PREVALÊNCIA DE MORTE DE MULHERES
EM IDADE FÉRTIL POR CAUSAS
EXTERNAS NA CIDADE DO RECIFE: ANO
DE 2001 e 2002.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA AO MESTRADO DE SAUDE MATERNO INFANTIL DO INSTITUTO MATERNO INFANTIL DE PERNAMBUCO – IMIP PARA OBTENÇAO DO TÍTULO DE MESTRE EM SAUDE DA MULHER E DA CRIANÇA.
ORIENTADOR:GILLIATT HANOIS FALBO NETO CO-ORIENTADORES:
LUIZ CLÁUDIO ARRAES DE ALENCAR MELÂNIA MARIA RAMOS DE AMORIM
IMIP 2004
AGARDECIMENTOS
SUMARIO
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
I. INTRODUÇAO..............................................................................................1
1.1 CONTEXTUALIZAÇAO DA VIOLENCIA..............................
1.2 VIOLENCIA NO MUNDO..........................................................
1.3 VIOLENCIA NAS AMÉRICAS..................................................
1.4 VIOLENCIA NO RASIL.............................................................
1.5 VIOLENCIA EM RECIFE – PERNAMBUCO..........................
II. JUSTIFICATIVA...........................................................................................
III. OBJETIVOS.................................................................................................
IV. MÉTODOS...................................................................................................
4.1 LOCAL DO ESTUDO............................................................................
4.2 DESENHO DO ESTUDO......................................................................
4,3 POPULAÇAO DO ESTUDO................................................................
4.4 SELEÇAO DOS SUJEITOS..................................................................
4.5 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS.................................
4.6 OPERACIONALIZAÇAO DA COLETA DE DADOS.......................
4.7 VARIAVEIS DE ANALISE..................................................................
4.8 DEFINIÇAO DOS TERMOS................................................................
4.9 PROCESSAMENTO DE ANÁLISE DE DADOS.................................
V. RESULTADOS............................................................................................
VI. DISCUSSÃO...............................................................................................
VII. CONCLUSÃO.............................................................................................
VIII. CONSIDERAÇOES GERAIS......................................................................
IX. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................
ANEXOS
LISTA DE ABREVIATURAS
Ap. Aparelho
SSECNC Sintomas, sinais e achados anormais de exame de exames
clínicos, laboratoriais não classificados em outra parte
CDC Centers for Disease Control and Prevention
CID Código Internacional de Doenças
CLAP Centro Latino Americano de Perinatologia
CLAVES Centro Latino Americano de Estudos da Violência
CNS Conselho Nacional de Saúde
CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
DEVIS Diretoria de Epidemiologia e Vigilância a Saúde
DNV Declaração de Nascido Vivos
DO Declaração de Óbito
EPI-INFO Programa de Epidemiologia para Microcomputadores
EUA Estados Unidos da América
Grav./par./Puerp. Gravidez, parto e puerpério
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDB Indicadores de Dados Básicos
IML Instituto de Medicina Legal
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
PCR Prefeitura da cidade do Recife
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
RPA Região Político Administrativa
SIM Sistema de Informações de Mortalidade
SINASC Sistema de Nascidos UNICEF United Nations International Chidren’s Emergency Fund
WHO World Health Organization
CLAVES Centro Latino Americano de violência e saúde
FIGO Federação Internacional Ginecologia e Obstetrícia
MS Ministério da Saúde
CENEPI
DAC Doença do Aparelho Cardiovascular
DIP Doenças Infecciosas e Parasitárias
D. Doença
SMS Secretaria Municipal de Saúde
LISTA DE FIGURA, GRÁFICOS E TABELAS
Figura 1. Mapa da cidade do Recife divido pelas RPAs com as causas externas
plotadas por tipo de causa. Recife, 2001 – 2002.
Gráfico 1. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil de
acordo com a causa. Recife, 2001 – 2002.
Gráfico 2. Distribuição das seis primeiras causas de óbitos em mulheres de idade
fértil. Recife, 2001 – 2002.
Gráfico 3. Distribuição das mortes de mulheres em idade fértil por tipo de causa
externa estratificado por idade.Recife, 2001 – 2002.
Tabela 1. Caracterização das mulheres em idade fértil que morreram devido a
causas externas em Recife nos anos de 2001 e 2002, quanto a idade, raça,
estado civil, escolaridade, ocupação e local de ocorrência do óbito.
Tabela 2. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por
causas externas de acordo com a causa. Recife 2001 – 2002.
Tabela 3. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por
causas externas - eventos de intenção não determinada, de acordo com a
causa. Recife, 2001 – 2002.
Tabela 4. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por
causas externas, de acordo com a Região Político Administrativa (RPA),
de residência. Recife. 2001 – 2002.
Tabela 5. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por
causas externas, de acordo com a relação com o ciclo grávido-puerperal,
Recife, 2001 – 2002.
Tabela 6. Coeficiente de mortalidade em mulheres em idade fértil por causas
externas. Recife, 2001
Tabela 7. Coeficiente de mortalidade em mulheres em idade fértil por causas
externas. Recife, 2002
Prevalence of death due external causes in women of childebearing-age, Recife
2001/2002
Abstract
Objectives: to establish the prevalence of death due causes in women of childbearing-
age in Recife, at the period from January/2001 to December/2002, and describe the
subjects characteristics related to death certificate variables.
Methods: A cross sectional study was carried out focusing a group of women who lived
in Recife, aging from 10 to 49 years, witch died due to external causes during the
study’s period. To do it so, a secondary data base was made with information collected
from the SIM (Mortality Information Sistem) and the SINASC ( National Live Births
Information Sistem). A cross match investigation between this two data bases were
performed to identify if some of the deaths happened during the gestational and
puerperal period.
Results: Cancer was the principal cause of death followed by coronary disease and
external causes. An important number of homicides perpetrated mostly at the political-
mortality coefficients increase was found at the ages of 20 to 39 years. After the cross
match of the data bases (SIM and SINASC) was found five more deaths that were not
notified before. The number of suicides in the group was 26 (12,3%) and follows the
tendency of North America mainly of adolescents and young adults.
Conclusion: Is scarce the number of studies focusing external causes in female
population specially of childbearing-age. Violence strikes this group with relevant
intensity and it is wise to improve our knowledge on this subject to contribute to better
planned measures to minimize this important Public Health problem and prevent
woman precocious deaths.
Key words: mortality, violence, childbearing-age
Prevalência de morte de mulheres em idade fértil por causas externas na cidade do
Recife – 2001/2002
Resume
Objectifs:Déterminer la prevalence de mort parmi lês femmes em age fertile par dês
causes externes.Recife, 2001-2002.
Méthodes:Étude de la population des femmes entre 10 et 49, habitants à Recife,qui sont
mortes entre lês années 2001 et 2002 .Une banque de données secondaires a été
construit à partirdes informations contenues dans le Systême d’ Information de
Mortalité (SIM) et du Systême d’information dês nouveaux-nés vivants(SINASC).On a
aussi realizé un croisement des données dans le but de de savoir si quelques un de ces
décés sont arrivés pendant la période de la grossesse ou pendant la période puerpérale.
Résultats:Nous avons trouvé lês tumeurs comme la principale cause de mort, suivies dês
maladies cardio vasculaires et les causes externes. Ces données démontrent un grand
nombre d’ assassinats , surtout dans la région politique administrative RPA 6,p=0,001.
Malgré le court espace du temps ,nous avons une croissance importante es coéficients
de mortalité dans les tranches d’ âge entre les âges de 20 a 29 et celles de 30 a 39 ans.
Quanto on compare la banque de données du SIM et du SINASC, nous vons rencontré
cinq morts pendant la période puerpérale qui n’ avait pás été notifiées.La quantité de
suicides a suivi la tendence dês Amériques, avec um chiffre élevé chez les adolescents
et les jeunes adultes.
Conclusion:Les études sur les causes externes concernant les femmes jeunes sont
rares.Des efforts sont nécessaires pour une meuilleure connaissance de cette réalité et
dês mesures preventives doivent être planifiées et et mises em service avec l’ objectif de
minorer le problême de la violence, dans le but d’ éviter la mort precoce des femmes .
Mots eclefs: mortalité,vilence, âge fertile
Prevalência de morte de mulheres em idade fértil por causas externas na cidade do
Recife, nos anos 2001 e 2002
Resumo
Objetivos: Determinar a Prevalência de Morte de Mulheres em Idade Fértil por Causas
Externas. Recife, 2001-2002 , Caracterizar a população quanto às variáveis contidas na
declaração de óbitos.
Métodos:Estudo da população de mulheres entre 10 e 49 anos, residentes em Recife,
que foram a óbito entre os anos 2001 e 2002. Foi construído um banco de dado
secundário a partir das informações contidas no Sistema de Informação de Mortalidade
(SIM) e Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC). Realizado um
cruzamento dos dados afim de investigar se alguns desses óbitos se encontravam no
período gravídico puerperal
Resultados: Encontramos as neoplasias como a principal causa de morte, seguidas pelas
doenças do aparelho circulatório e pelas causas externas. Essas apontam para um
grande número de homicídios, sobretudo na região político administrativa RPA 6.
Apesar do pouco espaço de tempo, encontramos um crescimento importante, nos
coeficientes de mortalidade nas faixas etárias entre 20 e 39 anos. Ao compararmos o
banco do SIM e do SINASC, encontramos cinco mortes em período puerperal que não
tinham sido notificadas. O número de suicídio foi segue a tendência das Américas, com
um elevado número para os adolescentes e adultos jovens.
Conclusão: São escassos os estudos a respeito de causas externas envolvendo a
população feminina Esforços são necessários para o melhor conhecimento desta
realidade e medidas preventivas devem ser planejadas e implantadas com o objetivo de
minimizar o problema da violência evitando a morte precoce de mulheres.
Palavras-chave mortalidade, violência, idade fértil.
1. INTRODUÇÃO
A Organização Mundial de Saúde, (OMS) define violência como: o uso
intencional de força física ou de poder, ameaças ou atos contra si, contra outra pessoa
ou contra um grupo ou comunidade, que resultem em prejuízo físico ou psicológico,
morte, retardo de desenvolvimento ou privação.1
Exclui-se aqui, as causas violentas, porem não intencionais, como os acidentes. 1
A violência, os acidentes, e os eventos de intenção não determinada são reunidos
pelo Código de Classificação Internacional de Doenças décima revisão (CID 10) sob a
denominação de causas externas.2
A violência é uma questão constante, talvez inerente da prática relacional. Desde
os primórdios percebe-se uma permanente preocupação do homem em compreender a
essência do fenômeno da violência, sua natureza, suas origens, na intenção de atenuá-la,
preveni-la ou elimina-la da convivência social. 3
“Os historiadores sociais e os antropólogos têm se referido sempre ao fato de
que inexistem sociedades, sobre as quais se guarda algum tipo de informação, sem
violência (mesmo que esse termo “violência”, em sua conotação negativa, seja usado
apenas no período da história moderna)”. 4 Embora, as estatísticas revelem que não há
correlação direta entre pobreza e violência, os seus maiores índices são encontrados
nas populações desenraizadas. Os assentamentos humanos feitos sem respeito às
relações entre as pessoas geram violência e criminalidade. 5
O problema da violência, na nossa sociedade foi, durante muito tempo, de
responsabilidade exclusiva da segurança pública. Considerada uma questão social,
contudo, não é vista na maioria das vezes, como um campo do setor saúde.6 Todavia,
devido ao impacto que tem causado na qualidade de vida das pessoas, pelas lesões
físicas, psíquicas e morais que elas carreiam, e pelos cuidados médicos e hospitalares
que as vítimas muitas vezes necessitam, a violência hoje, é objeto da intersetorialidade,
onde o campo médico-social se enquadra.6
Violência no mundo
O impacto da violência pode ser visto de diversas formas em todas as regiões do
mundo.1 Atualmente, ocupa a primeira causa de morte no mundo entre jovens de 15 a
44 anos. Em média, 1.424 pessoas são assassinadas por dia, representando quase um
assassinato por minuto e um suicídio a cada 40(quarenta) segundos. Em alguns países,
os gastos devido à violência chegam a ser maior que 5% do produto interno bruto.7
O suicídio, na faixa etária de 15-44 anos, é uma das primeiras causas de mortes
no mundo, ocupando o quarto lugar dentre todas as causas de óbito e a sexta causa de
adoecimento e invalidez.8
Estima-se que no século XX, 191 milhões de pessoas perderam suas vidas como
resultado direto ou indireto de conflitos armados, ressaltando que a maioria destas
mortes ocorreu em cidadãos civis.7
As lesões por acidentes de transporte, embora, segundo a OMS, sejam
negligenciadas, são considerados como um dos grandes desafios da saúde pública, pois
de todos os sistemas que as pessoas têm que lidar no dia a dia, o sistema de trafego de
estradas é o mais complexo e perigoso. Estima-se que 1,2 milhões de pessoas são
mortas em acidentes automobilisticos a cada ano, e mais de 50 milhões sofrem danos de
alguma ordem devido aos acidentes de transporte. 9
No ano 2000, 1.600.000 de pessoas morreram no mundo como produto da
violência. 10
Na epidemiologia das mortes violentas no mundo, as taxas de suicídio são
maiores que as de acidentes e homicídios, exceto, na América Latina, Caribe e Sub-
Sahara onde as taxas de suicídios são superadas pelas de homicídios. 2, 11
Dentre as diferentes formas de violência, destacam-se os homicídios, definidos
pela OMS como “lesões infligidas por outra pessoa, empregando qualquer meio, com a
intenção de agredir e matar”. 12
A violência é considerada um problema global, e a mortalidade como
conseqüência dela é alta, particularmente nas Américas. 13
Durante as últimas décadas, o aumento no nível de violência tem sido
presenciado em todas as partes do mundo. Na Região das Américas, tem assumido
proporções epidêmicas e chega a ser um dos mais sérios problemas que a saúde pública
tem enfrentado. 14
A cada ano, mais da metade de mulheres e meninas em qualquer lugar do
mundo, já experimentou algum tipo de violência física pelo parceiro ou membro da
familiar, entretanto apenas 44 países adotaram legislação específica dirigida para
violência domestica. 15 Estima-se que aproximadamente 300.000 pessoas morrem nas
Américas devido a causas externas. Os dados da Organização Pan Americana de Saúde
(OPAS), mostram que a violência interpessoal e a terceira causa de morte na faixa etária
de 15 a 44 anos. 16
Violência na Américas
A violência interfere na qualidade de vida das pessoas e destrói estruturas
sociais. Embora seja um fenômeno global, não há dúvida que a região das Américas é
uma das áreas com os mais altos níveis de violência. 17
Nas Américas as lesões são as principais causas de morte em todas as idades,
independente do gênero, raça ou status social. 18 De acordo com a OPAS, para cada
criança ou adolescente que morre devido ao trauma, 15 são severamente atingidas pela
violência. 14
No Brasil, o consumo de álcool e drogas ilícitas é um problema relevante do
ponto de vista da saúde pública, neste contexto reflete agravos na sociedade por sua
relação comprovada com danos sociais, tais como: acidentes de transporte e de trabalho,
violência domiciliar e crescimento da criminalidade. 19
Segundo dados da OPAS, aproximadamente 120.000 homicídios e 55.000
suicídios são registrados anualmente no hemisfério sul, além do quê, estima-se que haja
um percentual de 10% de sub-registro. Mulheres e crianças são vítimas de violência
doméstica. Jovens assumem ao mesmo tempo, o papel de vítimas e de agressores, nas
diversas formas de violência. 17
A OPAS vem trabalhando a violência, no intuito de colocar o problema em um
contexto mais amplo do que os jurídicos/legais, na tentativa de enfocar os aspectos
socioeconômicos, políticos, sanitários entre outros, com objetivo de reduzir as altas
taxas de mortalidade e incapacidades provocadas pela violência. 20
As mortes e danos causados por atitudes violentas estão aumentando na Região
das Américas, e devido ao grande número de vítimas, tem assumido características de
uma endemia (OPAS, 2004). Um outro sério problema na Região são os crimes contra a
mulher que ocorre com freqüência, mas não exclusivamente como contexto de violência
familiar. 21
A questão de gênero e violência, não é um problema recente, no entanto o seu
reconhecimento como uma violação dos direitos humanos o é. 22
Violência contra mulher tem sido associada a maiores índices de suicídio, abuso
de drogas e álcool, e distúrbios psíquicos em geral. 23
Homens e Mulheres estão expostos universalmente às violências de formas
diferentes segundo os contextos (o lugar, o trabalho, os ambientes públicos, etc.) e os
tipos de violência específicos (suicídio, homicídio, acidentes). Em todos os âmbitos, as
taxas masculinas são maiores que as femininas, no entanto, para ambos os sexos os
números vem crescendo, sobretudo na faixa de 15 a 24 anos. 24
Os acidentes e as violências no transito são considerados um problema social,
pois tiram vidas e provocam lesões e traumas por muitas vezes incapacitantes.25 De uma
maneira geral, as características da mortalidade por acidente de transporte, referem uma
maior exposição para o sexo masculino, pois os homens possuem comportamento social
e cultural tais como: dirigir em mais velocidade, maior consumo de álcool, mais
agressividade, dentre outros. No entanto, esse quadro deve se modificar devido a
crescente adoção desses mesmos comportamentos pela mulher. 26
A OPAS, relata que uma a cada três mulheres são vítimas da violência nas
Américas. Trinta e três por cento das mulheres afirmaram que foram vítimas de
violência sexual, 45% se refere ter sofrido ameaças por parte seus parceiros. 27
Nos Estados Unidos os homicídios ocupam o segundo lugar entre as mulheres
de 15 a 24 anos, e na faixa etária de 01 a 54 anos, os acidentes, suicídios e homicídios
estão entre as cinco primeiras causas de óbitos de mulheres. 28 Ainda nos Estados
Unidos, 1,8 milhões de mulheres (3% da população feminina) são severamente
agredidas por seus companheiros a cada ano.29
Violência no Brasil
Os acidentes e a violência no Brasil configuram um problema de saúde pública
de grande magnitude e transcendência com forte impacto na mortalidade e morbidade
da população devendo ser melhor estudados. 30
Existe uma peculiaridade no quadro brasileiro, enquanto no mundo encontramos
os suicídios e acidentes como a principal causa de morte dentre as por causas externas,
aqui, os suicídios são substituídos pelos homicídios e, juntando-se aos acidentes,
lideram as causas de morte dentre as externas. 3 No entanto, no Brasil entre os anos
1980 e 1999, houve um aumento significativo das taxas de suicídios. Essas taxas
começam a subir a partir de 1991. É importante ressaltar na região Nordeste foi onde
houve um maior incremento (86,8%), seguida pela região Centro Oeste e Sul.31
No Brasil, a violência urbana, está sempre nas manchetes dos jornais. Ela é de
tal forma ameaçadora, recorrente e geradora de um profundo sentimento de insegurança.
Aqui, a taxa de homicídio, tornou-se seis vezes maior entre 1975 e 1989, sendo
comparável com as da Inglaterra na Idade Média. 32
A criminalidade violenta atinge índices intoleráveis nas cidades brasileiras
(25/100.000 hab.), colocando o Brasil em condição altamente desfavorável diante dos
outros países, não só os tranqüilos como Japão, Inglaterra e França (com taxas de 0,6;
1,0 e 1,0/100.000 hab.) respectivamente, mas também na América Latina, onde só perde
para Colômbia. 33
O Ministério da Saúde do Brasil define violência como: “o evento representado
por ações realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações, que ocasionam danos
fisicos, emocionais, morais e ou espirituais a si próprio ou a outros”.30
O custo da violência no Brasil corresponde anualmente a 10,5% do produto
interno bruto. Esses gastos vão desde a segurança privada, até ausências no trabalho. 34
No panorama brasileiro, as causas externas ocupam o segundo lugar no quadro
da mortalidade geral, antecedidas apenas pelas doenças do aparelho circulatório. No
entanto, quando observado a faixa etária compreendida entre 05 a 39 anos de idade, esse
grupo de causa, se torna a principal causa de morte no país. 10 No segmento feminino, as
causas externas ocupam o quarto lugar da mortalidade geral feminina. 35
O perfil da mortalidade por causas externas no Brasil, quando nos referimos a
faixa etária e gênero, é semelhante à tendência mundial, com maior incidência para o
sexo masculino e principalmente nos adultos jovens 3. Contudo, em 1988, o percentual
de óbito no sexo feminino, nas faixas mais extrema (0-14 anos, 40-64 anos e 64 anos e
mais), são maiores que os observados no sexo masculino. 36
No Brasil, em 1998, 65,8% dos homicídios envolviam armas de fogo. Os
estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo apresentam taxas superiores a
100/100.000 habitantes. 4
Embora seja menor a incidência na mulher do que no homem, no ranking geral
de mortalidade, as causas externas, ocupam o quinto lugar no total de óbitos femininos.
10
Paiva, 1998 evidenciou que nas mulheres jovens, a estimativa de morrer por
homicídio se eleva (8,6/100.000). 37
Um estudo sobre mortalidade devido a homicídios, realizado na cidade de São
Paulo no período de 1979 a 1994, evidenciou que as taxas de óbitos/100.000 habitantes
passaram de 12,21 no ínício para 34,22 no final do período considerado. 12 Nesse
mesmo estudo, quando observado apenas as mulheres em idade fértil, essas taxas
chegam quase a dobrar, passando de 3,1 para 5,8/100.000. 12 No Brasil entre os anos 80 e 90, as taxas de mortalidade por causas externas na
população masculina houve aumentou em 18% enquanto que na população feminina em
geral, houve uma redução dessas taxas em 10%.38 No entanto, nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, houve um aumento dessas taxas de 40% , 20,1% e 8,9%
respectivamente. 38
Estudos multipaíses ( Brasil, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Filipinas, Peru e
Tailândia) realizados pela OMS e pela Rede Internacional de Epidemiologia Clínica
sobre a saúde da mulher e violência domestica, identificaram que as mulheres, devido
ao fato de que são mais expostas as pressões e violência, tentam se matar com mais
freqüência que os homens, no entanto esses quando o fazem tendem a ter melhor êxito
que as mulheres.31
A violência fatal contra a mulher apresenta um menor impacto do que em
relação ao sexo masculino, mesmo em nível mundial. No entanto, isso não significa que
este problema seja desprezível do ponto de vista da saúde pública. 39
O comportamento da mulher no Brasil, nas duas últimas décadas, apresentou
importantes mudanças. A crescente participação como força de trabalho e como chefe
de família, associado ao uso excessivo de álcool e fumo, etc. Papéis que em outrora
eram tipicamente masculinos, faz com que também estejam mais expostas aos acidentes
e outros tipos de violência. 26,40,41
As mudanças no comportamento da mulher e sua crescente participação no
processo produtivo e contribuição no desenvolvimento econômico e social do país,
fizeram com que ficassem mais expostas a doenças crônicas e como também aos
acidentes e violência. 42
Em Campinas-SP, na análise da mortalidade de mulheres em idade fértil (10 a
49 anos) entre os anos 1985 a 1994, as mortes devido a causas externas ocuparam o
segundo lugar, perdendo apenas para as doenças do aparelho circulatório e representam
1/5 da mortalidade em idade fértil. O homicídio foi a causa externa mais comum na faixa
etária de 20 -24 anos e de 35-39 anos. 41
Em, 1998 no estado de São Paulo, dados revelam que a morte de mulheres em
idade reprodutiva traduz 13% de homicídio e destes 60% foram cometidos pelos
parceiros. 23
No ano de 1997, no Brasil, os homicídios ocupam a terceira causa de morte no
país, com uma taxa nacional de 25,4 por 100.000 habitantes. No entanto neste mesmo
ano, Pernambuco se apresenta com uma taxa de 49,9 por 100.000 habitantes, quase o
dobro da taxa nacional. 43
Violência em Recife/Pernambuco
Pernambuco que em 1980 se encontrava em décimo quarto lugar, em 1998
chega ao terceiro lugar. Quando observamos apenas os homicídios, Pernambuco ocupa
o primeiro lugar. Dentre as capitais do Nordeste, Recife ocupa o primeiro lugar nas
causas externas. 38
A mortalidade por causas externas, em Recife no ano de 1977 ocupava o sétimo
lugar e em 1990 passou a ocupar o segundo lugar. O coeficiente de homicídio
46,7/100.000 caracteriza a cidade como uma das capitais mais violentas do país.44.
Estudo realizado em Recife, PE (1991-1992) identificou 1013 óbitos de
mulheres em idade fértil, as causas externas ocupam o terceiro lugar no quadro geral de
mortalidade, porém quando observamos as faixas de 10 a 19 anos e 20 a 29 anos, a
mortalidade por essa causa ocupa o primeiro lugar. 45
A problemática das causas externas apresenta complexidade e variações, como
podemos deduzir.
Além do mais, do reconhecimento recente desse fenômeno como problema de
saúde pública decorre a escassez de trabalhos sobre o tema.
Essa escassez é particularmente notada no nosso país. Quanto ao gênero,
existem mais trabalho sobre a situação masculina e quando o enfoque é a mulher,
preponderam a temática da violência doméstica. A escolha do nosso tema é
conseqüência direta dessa escassez.
Esperamos que esse estudo possa contribuir para o entendimento de um
problema de dimensão preocupante e crescente.
II. JUSTIFICATIVA
Na literatura pesquisada, não encontramos dados específicos do Recife e do
Brasil sobre mortalidade de mulheres em idade fértil devido a causas externas, no
entanto, o papel da mulher tem mudado muito, especialmente nas últimas duas décadas.
Isso se expressa na crescente participação feminina como força de trabalho e como
chefe de família.
O impacto dessas mudanças sobre a saúde e como conseqüência sobre a morte,
ainda é pouco conhecido, mas na medida em que estas adquirem hábitos e
comportamento que eram mais freqüentes na população masculina, como fumar e beber,
ficam também mais expostas aos acidentes e outros tipos de violência.
O presente estudo terá como objetivo, determinar a prevalência de morte de
mulheres em idade fértil por causas externas no Recife, permitindo o conhecimento da
magnitude do problema na capital pernambucana.
III. OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Determinar a prevalência de morte de mulheres em idade fértil por causas
externas na cidade do Recife nos anos de 2001 e 2002.
. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Caracterizar as vítimas quanto a variáveis demográficas (endereço de moradia),
sócio (nível de escolaridade) e econômicas (ocupação da vítima).
2. Determinar a freqüência de óbitos por de causas externas em mulheres em idade
fértil.
3. Determinar a freqüência de óbitos por tipo de causas externas em mulheres em
idade fértil.
4. Caracterizar as vítimas quanto a variáveis ligadas às circunstâncias do óbito
(local do óbito, meio utilizado, tipo de causa externa)
5. Determinar a freqüência de óbito em relação a gestação, parto e puerpério.
6. Calcular o coeficiente de mortalidade de mulheres em idade fértil por causas
externas.
7. Determinar uma razão de mortalidade materna incluindo as causas externas.
IV. MÉTODOS
4.1 Local do estudo
O Recife é uma cidade do Nordeste do Brasil, com 457 anos de fundação
e ocupa uma área de 2.200 km² do território nacional, com 1.473.461 habitantes
(Censo demográfico, 2001 DATASUS), destes 788.263 são do sexo feminino e
513.842 estão compreendidas na faixa etária entre 10 e 49 anos (idade fértil). O
Recife é considerada uma das cidades mais violentas do país.
A cidade apresenta uma taxa de analfabetismo de 20,6% da população
geral.68 O saneamento básico só é adequado para um terço da população71 e em
torno de 24.000 domicílios o lixo não é coletado pelo serviço de limpeza.70
O Recife é caracterizado por ser uma cidade com uma alta taxa de
desemprego onde 15% de 10 anos e mais encontram-se desocupadas. No que se
refere aos indicadores econômicos, são considerados pobres 35% da população69
e a renda dos 20% mais ricos supera em 26,6 vezes a renda dos 20% mais
pobres. Desta a cidade apresenta o maior índice de desigualdade do pais no ano
de 2002. 63,64
4.2 Desenho do estudo
Foi realizado um estudo descritivo tipo corte transversal. Este tipo de estudo foi
escolhido por permitir a observação do fator e efeito em um mesmo momento
histórico.
4.3 População do estudo
Mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), residentes na Cidade do Recife,
que tenham ido a óbito devido a causas externas nos anos de 2001 e 2002.
4.4 Seleção dos sujeitos
Critérios de Inclusão
Mulheres com idade entre 10 a 49 anos, residentes na cidade do Recife,
que foram a óbito devido a causas externas , no período de 01/01/2001 a
31/12/2002.
Critérios de Exclusão
Mulheres nas mesmas condições que:
- Não se tenha informação sobre a sua procedência.
- Não residiam em Recife
- Sem identificação
- Sem possibilidade de se estabelecer a idade
4.5 Instrumento para coleta de dados
Foi elaborado formulário estruturado como um instrumento para coleta de
dados, com questões fechadas segundo informações extraídas da declaração de
óbito (D. O.) Anexo (1)
4.6 Operacionalização da coleta de dados
Os dados foram coletados, pela pesquisadora principal, através de um
formulário previamente elaborado, com os dados contidos no banco de dados,
fornecidos pela Diretoria de Epidemiologia e Vigilância a Saúde (DIEVS) da
Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura da Cidade do Recife. Foram
selecionadas todas as mulheres de idade fértil (10 a 49 anos), residentes na cidade
do Recife. Posteriormente estes dados foram cruzados com o Sistema de
Informação de Mortalidade (SIM) e com o Sistema de Informações de
Nascimentos (SINASC) desta mesma secretaria no ano do óbito e do ano anterior
ao óbito, a fim de verificarmos se algumas destas mortes foram de mulheres se
encontravam no período puerperal.
Em relação a escolaridade as inconsistências de alguns resultados foram
corrigidos pelo código de ocupação descrito no banco de dados da prefeitura.
Quanto à causa de óbito, além do preenchimento do campo homicídio,
suicídio, acidentes, outros e ignorado, tal qual o banco de dados foi construído.
Realizou-se uma dupla checagem pela causa básica do óbito descrita no referido
banco com as causas classificadas no código internacional de doenças CID 10,
para correção dos possíveis erros.
4.7 Variáveis de Análise
• Data do Óbito: variável categórica considerada como data do óbito a data
registrada no banco de dados da DIEVS/PCR.
• Idade da vítima: variável categórica, contínua, classificada como o número de
anos de vividos pela vítima, a contar desde o seu nascimento até o dia do
óbito e tendo início aos 10 anos completos e fim aos 49 anos
• Raça: variável categórica, policotômica, que será classificada conforme as
informações constantes na Declaração de Óbito que são: branca, preta,
amarela, parda e indígena.
• Estado Civil: variável categórica, policotômica, que será classificada segundo
as informações constantes na Declaração de Óbito que são: solteiro, casado,
viúva, separado judicialmente, união consensual e ignorado.
• Escolaridade: variável categórica, policotômica, observada em anos de
estudos concluídos, classificada segundo as informações constantes na
Declaração de Óbito que são: Nenhuma, de 1 a 3 anos, de 4 a 7 anos, de 8 a
11 anos, de 12 e mais e ignorado.
• Ocupação habitual ou ramo de atividade: variável categórica policotomica e
classificadas segundo informações contidas na Declaração de Óbito.
• Logradouro do Falecido: variável categórica dependente dicotômica
• Bairro de Ocorrência do óbito: variável categórica policotomica classificadas
segundo a divisão das regiões político administrativas (RPA)da Prefeitura da
Cidade do Recife, sendo elas:
RPA 1 - centro composta por 11 bairros; Boa Vista; Cabanga; Ilha Joana
Bezerra; Ilha do Leite; Paissandu; Recife; Sto Amaro; Sto Antônio; São José;
Soledade.
RPA 2 – Norte, composta por 18 bairros; Arruda; Campina do Barreto;
Campo Grande; Encruzilhada; Hipódromo; Peixinhos; Ponto de Parada;
Rosarinho; Torreão; Água Fria; Alto de Santa Terezinha; Bomba do
Hemetério; Cajueiro; Fundão; Porto da Madeira; Dois Unidos; Beberibe;
Linha do Tiro.
RPA 3 – Nordeste, composta por 29 bairros; Aflitos; Alto do Mandu;
Apipucos; Derby; Dois Irmãos; Espinheiro; Graças; Jaqueira; Monteiro;
Parnamirim; Poço; Santana; Sítio dos Pintos; Tamarineira; Alto José
Bonifácio; Alto Jose do Pinho; Mangabeira; Morro da Conceição; Vasco da
Gama; Brejo da Guabiraba; Brejo de Beberibe; Córrego do Jenipapo;
Guabiraba; Macaxeira; Nova Descoberta; Passarinho; Pau Ferro; Casa
Amarela; Casa Forte.
RPA 4 – Oeste, composta por 12 bairros; Cordeiro; Ilha do Retiro; Iputinga;
Madalena; Prado; Torre; Zumbi; Engenho do Meio; Torrões; Caxangá;
Cidade Universitária; Várzea.
RPA 5 – Sudoeste, composta por 16 bairros; Afogados; Areias; Barro; Bongi;
Caçote; Coqueiral; Curado; Estância; Jardim São Paulo; Jiquiá; Mangueira;
Mustardinha; Sam Martin; Sancho; Tejipió; Totó.
RPA 6 – Sul, composta por 8 bairros. Boa Viagem; Brasília Teimosa; Cohab;
Ibura; Imbiribeira; IPSEP; Jordão e Pina.
• A morte ocorreu durante a gravidez, parto ou aborto: variável categórica
policotômica classificada segundo a Declaração de Óbito como: sim, não e
ignorado.
• A morte ocorreu durante o puerpério: variável categórica policotômica
classificada segundo a Declaração de Óbito como: sim até 42 dias; sim de 43
dias a 1 ano; não; e Ignorado.
• Recebeu assistência médica durante a doença que ocasionou a morte: variável
categórica policotômica classificada segundo a Declaração de Óbito como:
sim , não e ignorado.
• Confirmação diagnóstica por exame complementar; cirurgia ou necropsia:
variável categórica policotômica classificada segundo a Declaração de Óbito
como: sim , não e ignorado.
• Prováveis circunstâncias de morte não natural: variável categórica
policotomica classificadas segundo as informações da Declaração de Óbito
são elas: acidente, suicídio, homicídio, outros e ignorado.
• Acidente de trabalho: variável categórica policotomica classificada segundo
as informações contidas na Declaração de Óbitos são elas: sim, não e
ignorado.
• Fonte de Informação: variável categórica policotômica classificada segundo
as informações contidas na Declaração de Óbito, que são: Boletim de
Ocorrência, Hospital, Família, Outra e ignorado.
4.8 Definição dos termos
• Nascido Vivo: é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe,
independente da duração da gestação de um produto de concepção que depois
da separação, respira ou manifesta outro sinal de vida tal como batimento
cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou contração voluntária tenha sido ou
não cortado o cordão umbilical e esteja ou não desprendida a placenta. 49
• Nascido Morto: é o nascimento de um feto que pesa mais de 500 g e que não
tem evidencias de vida depois de nascer. 49
• Morte Materna: Morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um
período de 42 dias após o termino da gestação independente da duração ou da
localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada ou agravada
pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas
acidentais ou incidentais. 50
• Morte materna tardia: É a morte de uma mulher por causas obstétricas diretas
ou indiretas mais de 42 dias mas menos de uma ano após o término da
gravidez.
• Puerpério: período que se estende desde o momento em que ocorre o
delivramento da placenta até 1 ano após o parto.
• Idade Fértil: mulher com idade entre 10 e 49 anos.
• Causas Externas: Ocorrências relacionais e acidentais a circunstancias
ambientais como causas de lesões, envenenamentos e outros efeitos adversos.
Ministério da Saúde, 2001. Dentro das causas externas se enquadram os
homicídio; os suicídio; os acidentes e por essa razão, esses termos estão
abaixo definidos como sub item das causas externas.
Homicídio: lesões infligidas por outra pessoa, empregando qualquer meio,
com a intenção de lesar (ferir) ou de matar (CID 10)
Suicídio: morte devido a injuria, envenamento, ou sufocamento onde é
evidente que a injuria foi auto infligida e que descende da intenção de se
matar.
Acidente: evento não intencional e evitável, causador de lesões físicas e/ou
emocionais no âmbito doméstico ou nos outros ambientes sociais, como o do
trabalho, do transito, da escola, de esportes e o de lazer.
o Acidente de Transporte: todo acidente que envolve veículo
destinado ao transporte de pessoas ou mercadorias de um lugar
para outro.
o Acidente de trânsito: São acidentes com veículos, ocorridos na via
pública.
o Outras causas: Definido como eventos acidentais como
envenenamentos, quedas; exposição a forca mecânica inanimadas
e animadas; afogamento e submersão acidentais; choque; fogo,
fumaça e chamas.
4.9 Processamento de análise de dados
Foi construído um banco de dados com as variáveis do formulário
previamente elaborado no EPI INFO 2000. Por medida de segurança foi feita
uma cópia adicional.
Foram construídas tabelas de distribuição de freqüência das características
epidemiológicas e calculado o coeficiente de mortalidade de mulheres em idade
fértil por causas externas para os anos de 2001 e 2002.
V RESULTADOS
Na caracterização das vítimas na distribuição de óbitos por homicídio, a faixa
etária entre 15 e 39 anos são as mais vulneráveis (79%). Quanto aos acidentes esse
grupo representou 61% dos óbitos e em relação aos suicídios, essa faixa etária
representou 84% . Caracterizando os óbitos pelas circunstâncias, encontramos que os
homicídios, acidentes e lesões de intenção não determinada, representam
respectivamente 37,4%, 19% e 10,4% dos óbitos por estas causas. (Tabela 1)
Quando observamos as vítimas no que se refere a raça percebemos que em todas
as causa de óbito, predominaram a parda e a negra. Quanto ao estado civil, observamos
que as solteiras se apresentam com a maior freqüência para todos os tipos de morte
causas externas com um percentual de 76,3%. (Tabela 1)
A escolaridade foi ignorada em 88% dos casos, evidenciando um deficiente
preenchimento da Declaração de Óbito. Ao observarmos a ocupação das vítimas,
identificamos queo homicídio ocorreu em maior freqüência nas donas de casa,
representando 56,5% dos óbitos por essa causa. (Tabela 1)
Quanto ao local de ocorrência, 53,9% dos óbitos por homicídios ocorreram na
via pública, já óbitos por acidentes, suicídios e de intenção não determinada ocorreram
em sua maioria nas unidades de saúde representando 60,9%, 65,3% e 47%
respectivamente. (Tabela 1)
Tabela 1. Caracterização das mulheres em idade fértil que morreram devido a causas
externas em Recife nos anos de 2001 e 2002, quanto a idade, raça, estado civil,
escolaridade, ocupação e local de ocorrência do óbito
Homicídio Acidentes Suicídios Intenç. Indeter. Idade N % N % N % N % 10-14 anos 10 9,8 10 15,2 1 3,8 - - 15-19 anos 19 18,6 12 18,2 2 7,6 03 17,6 20-29 anos 36 35,3 17 25,8 10 38,5 06 35,3 30-39 anos 24 23,5 11 16,7 10 38,2 05 29,4 40-49 anos 13 12,7 16 24,2 03 11,5 03 17,6 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0 Cor N % N % N % N % Parda/negra 91 89,2 51 77,2 18 69,2 16 94,1 Branca 09 8,8 12 18,1 7 26,9 - - Ignorado 02 1,9 03 4,5 01 3,8 01 5,9 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0 Estado Civil N N N N Casada 08 7,8 03 4,5 05 19,2 01 5,8 Solteira 83 81,4 51 77,3 18 69,2 09 52,9 Separada/viúva 12 11,8 1 1,5 - - 05 29,4 Ignorado 09 8,8 11 16,7 03 11,5 02 11,7 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0 Escolaridade N % N % N % N % Nenhuma 02 2,0 - 0,0 - 0,0 01 100,0 1-3 anos - 0,0 - 0,0 03 11,5 - - 4-7 anos 04 3,9 04 6,1 03 11,5 - - 8-11 anos 02 2,0 02 3,0 04 15,4 - - > 12 anos 02 2,0 02 3,0 02 7,7 - - Ignorada 92 90,1 58 87,9 14 53,9 - - Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 01 100,0 Ocupação N % N % N % N % Dona de casa 48 56,5 22 33,3 11 42,3 06 50,0 Trabalhadores 20 23,5 9 13,6 10 38,4 02 16,6 Estudantes 17 20,0 20 30,3 05 19,2 04 15,3 Ignorado 17 16,6 15 22,7 - - 05 29,4 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0 Local de Ocorr. N % N % N % N % Hospital 22 21,5 40 60,6 17 65,3 08 47,0 Via pública 55 53,9 22 33,3 01 3,8 04 23,5 Residência 21 20,5 03 4,5 07 26,9 02 11,7 Outros 03 2,9 01 1,5 01 3,8 02 11,7 Ignorado 01 0,9 - - - - 01 5,8 Total 102 100,0 66 100,0 26 100,0 17 100,0
A principal causa de óbito em mulheres nos anos de 2001 e 2002 com idade
entre 10 a 49 anos na cidade do Recife, foi o grupo das neoplasias, representando 27,4%
da mortalidade geral de 1197 óbitos, seguidas pelas doenças do aparelho cardiovascular
(22,6%) e em terceiro lugar as causas externas, que representaram respectivamente
(18,7%). (Gráfico 1).
0,0%
5,0%
Neoplasia = 308DAC = 254Causas Externas = 211DIP = 116
10,0%
15,0%
0%
25,0%D. Respiratórias = 71 D. Digestivas = 6220,D. Endócrinas = 48Gravidez, Parto e Puerpério = 23D. Sistema Nervoso = 22 Sint e sinais e ach. Anormais = 22Outras = 60
Gráfico 1. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil, de acordo
com a causa. Recife, 2001-2002.
Estratificando por faixas etárias as mulheres em idade fértil, evidenciamos que
as causas externas como primeira causa de morte entre 10 e 30 anos de idade. A partir
desta idade é ultrapassada pelas neoplasias e doenças do aparelho cardiovascular e só
apenas a partir doa 42 anos pelas doenças do aparelho respiratório. Gráfico 2
Disribuição da seis principais causa de óbitos em mulheres em idade fértil Recife 2001-2002
0
50
100
150
200
10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49
causa externaneoplasiasistema nervosoDACS.S.ñ def.Gravidez/par/puer.D.do Ap.Resp EndocrinasD.do Ap.Digestivo
DIEVS - SMS – PCR
Gráfico 2 Distribuição das seis primeiras causas de óbitos em mulheres em idade fértil
Recife 2001-2002
Na subdivisão das causas externas, percebemos que os homicídios ocuparam o
primeiro lugar, concorrendo para 48,3% dos óbitos por esta causa, dentre as causas de
homicídio, os por arma de fogo são os mais freqüentes, representando 74,5% dos casos.
Os acidentes representaram 31,3% dos óbitos por esta causa, destes, os de trânsito
(colisões entre veículos e atropelamentos) são os de maior freqüência concorrendo com
68,2% dos óbitos por esta causa. Os suicídios representaram a terceira causa, com
freqüência de 12,3%. Destes, as auto-intoxicações por uso de drogas, pesticidas e
produtos químicos foram os mais utilizados pelas vítimas (53,8%) Os eventos de
intenção não determinada corresponderam a 8,1% óbitos (Tabela 2).
Tabela 2. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por causas
externas de acordo com a causa. Recife, 2001-2002
CAUSAS EXTERNAS N %
Homicídios 102 48,3
Arma de fogo em rua ou estrada 76 74,5
Objeto cortante ou penetrante 15 14,7
Enforcamento 04 3,9
Objeto contundente 04 3,9
Agressão não especificada 01 1,0
Agressão sexual 01 1,0
Maus tratos 01 1,0
Total 102 100,0
Acidentes 66 31,3
Acidentes de trânsito 45 68,2
Queda 05 7,6
Afogamento 05 7,6
Choque elétrico 05 7,6
Acidentes não especificados 04 6,1
Envenenamento acidental 02 3,0
Total 66 100,0
Suicídios 26 12,3
Auto-intoxicação, drogas, pesticidas e produtos químicos 14 53,8
Objeto contundente 05 19,2
Arma de fogo 02 7,7
Precipício 02 7,7
Enforcamento 01 3,8
Exposição a vapor, gases e líquidos quentes 01 3,8
Outros meios 01 3,8
Total 26 100,0
Eventos de Intenção não determinada 17 8,1
Total 211 100,0
DIEVS - SMS – PCR
No total de óbitos por causas externas, 17 foram diagnosticados como de
intenção indeterminada. Dentre esses eventos, encontramos 41,2% dos óbitos devido a
contato com objeto contundente. O afogamento ocupou o segundo lugar dentro dessa
categoria com 23,5% e são seguidos por outros fatos de intenção não determinada e
exposição ao fogo com cada uma delas representando 11,8% da mortalidade dentro
desse grupo. Os envenenamentos e exposição a vapores, gases e líquidos quentes juntos
representam 11,8% dos óbitos (Tabela 3).
Tabela 3. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por causas
externas – eventos de intenção não determinada, de acordo com a causa. Recife, 2001-
2002.
CAUSAS N %
Contato com objeto contundente 07 41,2
Afogamento 04 23,5
Exposição ao fogo 02 11,8
Outros fatos de intenção não determinada 02 11,8
Envenenamento 01 5,9
Exposição a vapor quente, gases e líquidos quentes 01 5,9
Total 17 100,0
DIEVS - SMS - PCR
Ao observarmos os tipos de causa estratificadas por idade encontramos que os
homicídios, acidentes e suicídios são, respectivamente, as três primeiras causas de óbito
na faixa etária entre 15 e 39 anos. Entretanto na faixa etária entre 40 e 49 anos, os
acidentes que vinham com tendência a diminuir, voltam a subir e chegam a superar os
homicídios. Gráfico 3
3310
19
36
24
131210
1611
17
1 2
1010
0 36 50
510152025303540
10-14 anos 15-19 anos 20-29 anos 30-39 anos 40-49 anos
Homicídio Acidentes Suicídios Intenç. Indeter.
Gráfico 3 – Distribuição das mortes por tipo de causa externa estratificado por idade
Na distribuição de freqüência dos óbitos de acoro com a região político
administrativa – RPA, encontrou-se que a RPA 6 isolada foi responsável por mais de ¼
do total de óbitos por causas externas. Tabela 4
Tabela 4. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por causas
externas, de acordo com a região político-administrativa (RPA) de residência. Recife,
2001-2002.
Região Político-Administrativa N %
RPA6 54 25,6
RPA5 36 17,1
RPA3 35 16,6
RPA2 33 15,6
RPA1 22 10,4
RPA4 22 10,4
Ignorado/ Sem informação 09 4,3
Total 211 100,0
DIEVS - SMS – PCR
X2=32,66 p=0,018
Figura 7 Mapa da Cidade do Recife, dividido pelas RPA, com as causas externas
plotadas por tipo de causa.
Em relação a freqüência de óbito de acordo com o ciclo gravídico puerperal
encontramos que 1,4 % dessas mortes ocorreram nesse período. No entanto foram
encontrados mais cinco casos (2,4%) subnotificados durante o puerpério (Tabela 5)
Tabela 5. Distribuição de freqüência dos óbitos de mulheres em idade fértil por causas
externas, de acordo com a relação com o ciclo grávido-puerperal. Recife, 2001-2002.
Morte no ciclo grávido-puerperal N %
Durante a gravidez/parto/aborto
(notificados)
03 1,4
No puerpério (não notificados) 05 2,4
Não 203 96,2
Total 211 100,0
DIEVS - SMS - PCR
O coeficiente de óbitos de mulheres em idade fértil por causas externas foi de
16,4/100.000 mulheres na faixa etária de 10 a 14 anos. Já na faixa de 15 a 19 anos esse
coeficiente chega a 23,3/100.000 mulheres, se apresentando de maneira semelhante na
faixa etária de 20 a 29 anos com um coeficiente de 24,1/100.000. Na faixa etária de 30 a
39 e 40 a 49 anos, os coeficientes foram de 19,0/100.000 e de 20,2/100.000
respectivamente. (Tabela 6)
Tabela 6 – Coeficiente de mortalidade em mulheres de idade fértil por causas externas,
Recife, 2001.
Faixa
etária
No. total de
óbitos
No. total de óbitos
por causas externas
População
residente sexo
de mulheres
Coeficiente de óbitos
por causas
Fonte: DIEVS/IBGE 2001-2002
externas (por 100.000)
10 – 19 57 31 141.327 21,9
20 – 29 86 32 140.528 22,8
30 – 39 175 21 123.164 17,0
40 – 49 287 22 96.174 22,9
Total 605 106 501.193 21.1
Tabela 7 – Coeficiente de mortalidade em mulheres de idade fértil por causas externas,
Recife, 2002.
Faixa
etária
No. total de
óbitos
No. total de óbitos População
residente sexo
de mulheres
Coeficiente de óbitos
por causas por causas externas
externas (por 100.000)
10– 19 59 26 142.501 18,2
20 – 29 95 36 141.696 25,4
30 – 39 153 26 124.088 21,0
40 – 49 285 17 96.974 17,5
Total 592 105 505.259
Fonte: DIEVS/IBGE 2001-2002
21,0
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45. Albuquerque R M, Cecatti J G, Hardy E E, Faundes A. Causas e fatores
associados à mortalidade de mulheres em idade reprodutiva, Recife, Brasil.
ANEXOS
FORMULÁRIO
Nº DO FORMULÁRIO
REGISTRO:
DATA DA COLETA
REGISTRO IML
DATA DO ÓBITO: / /
HORA: :
NOME:________________________________________________________________
NOME DO PAI:_________________________________________________________
NOME DA MÃE:________________________________________________________
DATA DE NASCIMENTO: / /
IDADE:
RAÇA:
1 – Branca 2 – Preta 3 – Amarela 4 – Parda 5 – Indígena
ESTADO CIVIL:
1 – Solteiro 2 – Casada 3 – Viúva 4 – Separado 5 – União
9 – Ignorado
ESCOLARIDADE (em anos de estudos concluídos):
1- Nenhuma 2 – de 1 a 3 anos 3 – de 4 a 7 anos 4 – de 8 a 11 anos
5 – 12 e mais 9 – Ignorado.
OCUPAÇÃO HABITUAL E RAMO DE ATIVIDADE:_________________________
ENDEREÇO DA VÍTIMA:________________________________________________
______________________________________________________________________
BAIRRO:______________________________________________________________
LOCAL DE OCORRENCIA DO ÓBITO
1 – Hospital 2 – Outros estabelecimentos de Saúde 3 – Domicílio 4 – Via
Pública 5 – Outros 9 – Ignorado
ESTABELECIMENTO DE SAUDE:________________________________________
A MORTE OCORREU DURANTE A GRAVIDEZ, PARTO OU ABORTO?
1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado
A MORTE OCORREU DURANTE O PUERPÉRIO?
1 – Sim até 42 dias 2 – Sim de 43 dias a 1 ano 3 – Não 9 – Ignorado
RECEBEU ASSISTÊNCIA MÉDICA DURANTE A DOENÇA QUE OCASIONOU A
MORTE?
1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado
DIAGNOSTICO CONFIRMADO POR:
Exame Complementar?
1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado
Cirurgia?
1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado
Recebeu assistência médica durante a doente a que ocasiona a morte?
1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado
PROVÁVEIS CIRCUNSTANCIAS DE MORTE NÃO NATURAL
TIPO
1 – Acidente 2 – Suicídio 3 – Homicídio 4 – outros 9 – Ignorado
ACIDENTE DE TRABALHO
1 – Sim 2 – Não 9 – Ignorado
FONTE DE INFORMAÇÃO
1 – Boletim de Ocorrência 2 – Hospital 3 – Família 4 – Outra
9 - Ignorado
AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA NOS BANCOS DE
DADOS DA PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE
O presente projeto foi devidamente analisado pelo departamento de vigilância
sanitária – DEVIS da Prefeitura da Cidade do Recife, não havendo quaisquer objeção
nem entraves administrativos autorizamos a sua realização.
Recife, 20 de julho de 2003.
Departamento de Vigilância Sanitária da Prefeitura da Cidade do Recife - DEVIS
D E C L A R A Ç Ã O
Maria Cristina dos Santos Figueira, enfermeira do Instituto Materno Infantil de
Pernambuco e aluna do Mestrado em Saúde Materno infantil de Pernambuco,
pesquisadora do projeto “PREVALENCIA DE MORTE DE MULHERES EM IDADE
FÉRTIL POR CAUSAS EXTERNAS NACIDADE DO RECIFE NO ANO DE 2001 E
2002” e Dr Gilliatt Hanois Falbo Neto orientador do referido projeto, declaram através
deste instrumento que se comprometem a seguir os postulados da declaração de
Helsinque (emenda em Honk-Kong) para pesquisa em serem humanos e a cumprir os
termos da resolução 196 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde
(informativo Epidemiológico do SUS – Brasil, Ano V, n.º 2, 1996)
Recife, julho de 2003
Maria Cristina dos Santos Figueira (Pesquisadora)
Gilliatt Hanois Falbo Neto (Orientador)