5
Prevenção das infecções por microrganismos resistentes As bactérias multirresistentes são microrganismos resistentes a diferentes classes de antimicrobianos e um problema crescente dentro das unidades hospitalares, pois são os maiores causadores de infecções relacionadas à assistência à saúde. Em estimativa a Organização Mundial da Saúde (OMS) declara que teremos antibióticos ainda efetivos por aproximadamente 20 anos. Em 2017 a OMS publicou uma lista com as 12 bactérias de maior risco à saúde humana, devido sua resistência antimicrobiana. Foram divididas em prioridades, sendo: Crítica • Acinetobacter baumannii, resistente a carbapenêmicos Figura 1: Acinetobacter. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/acinetobacter-baumanni-e-risco- a-saude-quando-em-hospitais/ • Pseudomonas aeruginosa, resistente a carbapenêmicos Figura 2: Pseudomonas. Disponível em: https://www.gettyimages.pt/ilustra%C3%A7%C3%B5es/pseudomonas- aeruginosa?family=creative&mediatype=illustration&phrase=pseudomonas%20aeruginosa&sort=mostpo pular • Enterobacteriaceae, resistente a carbapenêmicos produtora de ESBL

Prevenção das infecções por microrganismos resistentes · 2020. 11. 30. · Microsoft Word - Prevenção das infecções por microrganismos resistentes.docx Created Date: 20201123172855Z

  • Upload
    others

  • View
    5

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Prevenção das infecções por microrganismos resistentes · 2020. 11. 30. · Microsoft Word - Prevenção das infecções por microrganismos resistentes.docx Created Date: 20201123172855Z

Prevenção das infecções por microrganismos resistentes

As bactérias multirresistentes são microrganismos resistentes a diferentes classes de antimicrobianos e um problema crescente dentro das unidades hospitalares, pois são os maiores causadores de infecções relacionadas à assistência à saúde. Em estimativa a Organização Mundial da Saúde (OMS) declara que teremos antibióticos ainda efetivos por aproximadamente 20 anos. Em 2017 a OMS publicou uma lista com as 12 bactérias de maior risco à saúde humana, devido sua resistência antimicrobiana. Foram divididas em prioridades, sendo: Crítica • Acinetobacter baumannii, resistente a carbapenêmicos

Figura 1: Acinetobacter. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/acinetobacter-baumanni-e-risco-a-saude-quando-em-hospitais/ • Pseudomonas aeruginosa, resistente a carbapenêmicos

Figura 2: Pseudomonas. Disponível em: https://www.gettyimages.pt/ilustra%C3%A7%C3%B5es/pseudomonas-aeruginosa?family=creative&mediatype=illustration&phrase=pseudomonas%20aeruginosa&sort=mostpopular • Enterobacteriaceae, resistente a carbapenêmicos produtora de ESBL

Page 2: Prevenção das infecções por microrganismos resistentes · 2020. 11. 30. · Microsoft Word - Prevenção das infecções por microrganismos resistentes.docx Created Date: 20201123172855Z

Figura 3: Enterobacteriaceae. Disponível em: https://www.sciencephoto.com/media/922223/view/enterobacteriaceae-bacteria-illustration Alta • Enterococcus faecium, resistente a vancomicina

Figura 4: Enterococcus. Disponível em: https://www.indiamart.com/proddetail/enterococcus-faecium-probiotics-8411604530.html • Staphylococcus aureus, resistente a oxacilina e vancomicina de resistência intermediária a resistente

Figura 4: Staphylococcus aureus. Disponível em: http://www.crfsp.org.br/noticias/5426-descoberta-no-brasil.html • Helicobacter pylori, resistente a claritromicina

Page 3: Prevenção das infecções por microrganismos resistentes · 2020. 11. 30. · Microsoft Word - Prevenção das infecções por microrganismos resistentes.docx Created Date: 20201123172855Z

Figura 5: Helicobacter pylori. Disponível em: https://www.news-medical.net/life-sciences/Helicobacter-pylori-Life-Cycle-(Portuguese).aspx • Campylobacter spp., resistente a fluorquinolonas

Figura 6: Campylobacter. Disponível em: https://badgut.org/information-centre/health-nutrition/campylobacter/ • Salmonellae, resistente a fluorquinolonas

Figura 7: Salmonellae. Disponível em: https://freitag.com.br/blog/salmonella-e-perigosa/ • Neisseria gonorrhoeae, resistente a cefalosporinas e fluorquinolonas

Figura 8: Neisseria gonorrhoeae. Disponível em: https://en.vircell.com/diseases/40-neisseria-gonorrhoeae/ Média

Page 4: Prevenção das infecções por microrganismos resistentes · 2020. 11. 30. · Microsoft Word - Prevenção das infecções por microrganismos resistentes.docx Created Date: 20201123172855Z

• Streptococcus pneumoniae, não suscetível a penicilina

Figura 9: Streptococcus pneumoniae. Disponível em: https://thenativeantigencompany.com/products/streptococcus-pneumoniae-antigen-native-extract/ • Haemophilus influenzae, resistente a ampicilina

Figura 10: Haemophilus influenzae. Disponível em: https://www.ecdc.europa.eu/en/invasive-haemophilus-influenzae-disease/facts • Shigella spp., resistente a fluorquinolonas

Figura 11: Shigella. Disponível em: https://www.cdc.gov/shigella/index.html No Brasil foi a partir da década de 80 que tivemos um grande desenvolvimento no controle das infecções hospitalares, com a instituição das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), a princípio em alguns estados, sendo que somente em 1997, após a aprovação da Lei 9431, que ficou instituído a presença obrigatória da CCIH dentro dos hospitais. Com isso visava-se reduzir o número de infecções hospitalares e suas gravidades.

Page 5: Prevenção das infecções por microrganismos resistentes · 2020. 11. 30. · Microsoft Word - Prevenção das infecções por microrganismos resistentes.docx Created Date: 20201123172855Z

As bactérias resistentes aparecem devido exposição continuada aos antibióticos, os mecanismos de resistência vão aparecendo como forma da bactéria se defender e essa informação vai sendo passada para as outras bactérias. Segundo a OMS, cerca de 700.000 pessoas morrem todos os anos devido a infecções por bactérias resistentes e esse número poderá chegar a 10 milhões de pessoas por anos até 2050. A situação é definhada como grave pela OMS e corremos o risco de voltarmos ao passado, no período anterior a descoberta do antibiótico, quando um simples procedimento poderia representar um grande risco à saúde. Cabe a nós profissionais de saúde impedir que isso aconteça, com algumas medidas simples que podem modificar esse panorama. Tais medidas como a higienização das mãos (lembrar dos 5 momentos para a higienização das mãos: Antes de contato com um paciente; Antes da realização de procedimentos assépticos; Após risco de exposição a fluidos corporais; Após contato com um paciente; Após contato com as áreas próximas ao paciente.) e o suo racional e consciente da antibioticoterapia pode ser a diferença para o controle destas bactérias. Dra. Ariadne B Silvério Suplente Vice-presidente da CCI/SMS Infectologista pediátrica