19
Primal Times Comitê de Imprensa

Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

  • Upload
    lynhan

  • View
    219

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

Primal Times Comitê de Imprensa

Page 2: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

Diretor

Ígor Passarini

Diretores Assistentes

Fabrício Lima e Maria Carolinna Camilo

Colaboradores

Leticia Rezende, Nathália Caroline Costa, Natalia Barcelos e Lúcio Chagas

Núcleo Impresso

Editores: Marcus Celestino e Lucas A. Kruse

Diagramadores: Mateus Maciel e Juliana Gusman

Fotógrafos: Igor Noze; André Correia e Ana Luísa Santos

Repórteres Especiais: Alexandre Oliveira e Juliana Silveira

Repórteres: Isabelle Rêda, Rafael Bonanno, Paula Moraes, Thiago Vidigal, Lucas

Borges David, Camilla Fiorini, Nayara Oliveira, Juliana Castellii, Roberto

Barcelos, Gilvan Meireles, André Castro, Eliza Dinah, Bárbara Souto, Ana Clara

Carvalho e Julia Magalhães

Núcleo Web

Editor: Renan Pacheco

Repórteres: Ana Paula Cerqueira; Lara Coimbra e Ana Luiza Conti

Editora de fotografia: Júlia Mascarenhas

Núcleo TV

Âncoras: Bruno Costa e Nathalia Cassiolato

Repórteres: Carolina Simões, Mariana Almeida e Camila Saraiva

Editores de Vídeo: Thiago Antunes e Jamilly Vidigal

Correspondentes Internacionais: Gabrielle Assis e Mariana Xavier

Page 3: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

Caros Repórteres,

Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a

entrar em contato com o Jornalismo internacional e vão experimentar os desafios da

produção de um jornal diário. Meu nome é Ígor Passarini e sou aluno do 8º período

de jornalismo da PUC Minas. Este é o quarto MINIONU que participo, em 2011 fui

repórter, em 2012 ocupei a função de coordenador midiático e desde 2013 sou o

diretor do comitê.

Durante os quatro dias de evento vocês terão a oportunidade de vivenciar o

ambiente de uma redação, uma tarefa árdua, mas gratificante. O fazer jornalístico

exige dedicação: A pressão do deadline (tempo limite para entrega da matéria), a

apuração bem feita, a escolha do gancho (informação que transforma um fato em

notícia), são alguns dos fatores presentes no cotidiano de um repórter. Cabe ao

jornalista informar os fatos, sempre de maneira objetiva, separando fatos de

opiniões.

Este guia funcionará como um manual. Foram colocadas informações sobre o

Jornalismo e também as normas de escrita que utilizaremos no Primal Times.

Qualquer dúvida que tiverem é só entrar em contato comigo pelo email

[email protected] ou pelo facebook.com/ipassarini , será um prazer ajudá-los. Não

deixem de curtir a nossa página facebook.com/jornalprimaltimes . Mais que

integrantes do comitê de imprensa, somos uma equipe. Boa leitura e bom trabalho a

todos!

Atenciosamente,

Ígor Passarini

Page 4: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

SUMÁRIO

1 O JORNALISMO ...................................................................................................... 5 2 ONU E O JORNALISMO ......................................................................................... 6 3 O PRIMAL TIMES .................................................................................................... 6 4 O JORNAL IMPRESSO ........................................................................................... 7 5 ANTES DE SAIR PARA APURAR ........................................................................... 8 6 OS TIPOS DE TEXTO JORNALÍSTICO .................................................................. 9 7 A ENTREVISTA ...................................................................................................... 10 8 COMO ESCREVER PARA UM JORNAL? ............................................................ 11

8.1 O Título ............................................................................................................... 11

8.2 O Lead ................................................................................................................ 11

8.3 Declarações ....................................................................................................... 13 8.4 Linguagem ......................................................................................................... 13 9 EXEMPLOS PRÁTICOS PARA O MOMENTO DE ESCREVER ........................... 14 10 A ATITUDE DO PROFISSIONAL JORNALISTA ................................................. 15 11 PADRÕES E CONVENÇÕES .............................................................................. 15

11.1 Datas ................................................................................................................. 16

11.2 Dinheiro ............................................................................................................ 16

11.3 Hora e tempo .................................................................................................... 16

11.4 Idade ................................................................................................................. 16

11.5 Identificação de personagens ........................................................................ 17

11.6 Palavras estrangeiras...................................................................................... 17

11.7 Nomes e sobrenomes ..................................................................................... 17

11.8 Números ........................................................................................................... 17 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19

Page 5: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

1 O JORNALISMO

“O jornalismo é a profissão que envolve uma série de atividades que

visam levar a informação ao público. Compreende desde a pesquisa de fatos

até a produção e edição do texto” (ERBOLATO, 1985). O jornalismo, porém não

se limita a captar e divulgar informações. Dentro deste campo de trabalho é

necessário conhecer e diferenciar três aspectos para entendermos melhor o

jornalismo. A Imprensa, que trata da divulgação periódica de notícias, e é feita

normalmente por meio dos veículos de comunicação (jornais, revistas, televisão,

internet e rádio), a empresa jornalística que é a estrutura econômica destinada à

comercialização do material jornalístico, e o jornalismo em si, conjunto de técnicas,

saber e ética voltado para a captação de informações. Ao longo dos séculos, o

jornalismo foi passando por mudanças relacionadas principalmente ao texto e aos

meios em que se transmitiam a notícia, mas desde a origem da profissão a essência

de transmissão de notícias permanece.

“[...] ao longo de séculos, durante os quais viajantes, cronistas,

correspondentes, gazeteiros e membros do baixo clero transmitiam

informações e opiniões através de relatos orais, cartas particulares, cartas de

notícias e gazetas a mão, reproduzidas por copistas.” (RIBEIRO JUNIOR, 1994).

Foi a partir das grandes revoluções na Europa, principalmente a Revolução

Industrial no Século VIII, que o envolvimento político e comercial com o jornalismo

se consolidou, formando as primeiras empresas jornalísticas. A função se aliou à

tipografia, para a impressão dos jornais, e à distribuição por meio dos correios para

garantir uma das características da imprensa: a regularidade das publicações. Com

as inovações tecnológicas que aconteceram nos últimos séculos, novos meios de

comunicação foram criados e o jornalismo se adequou a cada um deles. No entanto,

a função básica do jornalista permaneceu. Em cada veículo, o jornalismo sofreu

adaptações e os jornalistas trabalharam no desenvolvimento de técnicas para

conseguir transmitir as notícias da melhor maneira possível. No Comitê de

Imprensa, os participantes terão contato com o jornalismo impresso. É importante

então, que os repórteres compreendam a organização e a maneira de se redigir um

texto para uma edição impressa de jornal, assunto do qual trataremos mais a frente.

Page 6: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

2 ONU E O JORNALISMO

Desde a criação das Nações Unidas, após a Segunda Guerra Mundial, a

instituição possui relação com o campo da comunicação. Uma das primeiras ações

da ONU nesse sentido foi a criação dos Centros de Informação em 1946. Os

Centros de Informação são escritórios que possuem a função de permitir aos povos

de todo o mundo conhecer as atividades realizadas nas Nações Unidas. Para isso,

são publicadas informações atualizadas sobre a instituição e organizados seminários

e foros de discussões sobre os assuntos políticos, econômicos e sociais que dizem

respeito à ONU.

Os Centros estão presentes em 60 países de todos os continentes, e são

considerados o elo entre a ONU, a imprensa local e os organismos não

governamentais parceiros. Na Secretaria Geral das Nações Unidas, o departamento

que centraliza todas as ações de informações é o DIP (Department of Public

Information), localizado em Nova York. Além disso, cada agência e representação da

ONU em todo o mundo possui dinâmica própria com relação à comunicação e ao

trato com a Imprensa. Isso se faz por meio de seus respectivos assessores de

comunicação/imprensa.

3 O PRIMAL TIMES

O Primal Times é o jornal do comitê de imprensa do MINIONU e também a

forma carinhosa como o nosso comitê é conhecido. Ele existe na forma impressa

desde a 2ª edição da simulação e nos últimos anos ganhou vida em outras

plataformas como Web e TV. O trabalho de cobertura do evento é feito por

repórteres do Ensino Médio, em uma simulação do cotidiano de uma redação, sob a

coordenação de alunos dos cursos de Jornalismo e Relações Internacionais da PUC

Minas. A publicação tem papel importante no MINIONU, e exerce diversas funções

na simulação. Todas elas convergem para o objetivo principal do jornalismo que é

informar. As matérias que serão publicadas podem ser divididas em três categorias:

• As que vão falar do evento em si, mostrando os participantes e as questões

práticas relacionadas ao MINI ONU, deixando claro que se refere a uma simulação

Page 7: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

de comitês da ONU e de outras organizações internacionais;

• As matérias que irão mostrar o andamento das discussões em cada um dos

comitês;

• E aquelas que funcionarão como um combustível para as discussões.

Normalmente, as matérias são de cunho internacional e de interesse a

comitês específicos, auxiliando, assim, o debate e as atividades dos delegados e

mesa diretora. No trabalho para o jornal, os repórteres atuarão em duplas e terão

como primeira e principal função cobrir o comitê que será destinado a eles.

A partir deste ano, os delegados do comitê de imprensa também irão produzir

entrevistas para o Primal Times News, o primeiro telejornal produzido nestes 15

anos de simulação. Estas entrevistas serão orientadas durante o evento por alunos

de jornalismo que já tem experiência em televisão.

O mais importante ao escrever para o PRIMAL TIMES é ter em vista o

público alvo do jornal, que é majoritariamente composto por alunos do ensino

médio, como você, que participam como delegados. As matérias precisam ter

linguagem e assuntos que atendam aos interesses dos participantes, e ao mesmo

tempo, atender as perspectivas da linha editorial do jornal.

4 O JORNAL IMPRESSO

A principal função atribuída aos participantes do Comitê de Imprensa será a

de repórter do Jornal PRIMAL TIMES. Para que realizem esta tarefa, devem

compreender algumas características e preceitos que regem o trabalho do repórter e

do jornalismo impresso.

Primeiramente, é necessário seguir a linha editorial do jornal. A linha editorial

é o recorte que o veículo faz para produzir informações, isto é, o conjunto de valores

e ideias que vão reger o conteúdo do jornal. A linha editorial pode ser entendida

como o “ponto de vista” do veículo. O PRIMAL TIMES tem a missão de cobrir as

discussões dos comitês de forma transparente. A verdade e qualidade da informação

são nossos maiores compromissos.

Compreendida a linha editorial, é necessário entender como funciona a

redação de um jornal. Dentro de um veículo, o jornalista pode exercer funções

Page 8: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

referentes à apuração (coleta de informações), à redação (organização das

informações em texto) e à edição (seleção e hierarquização das informações no

produto final). Os cargos referentes à apuração são os trabalhos do próprio repórter,

do apurador e do pauteiro ou produtor. Estes últimos trabalham nos bastidores da

matéria, definindo temas e indicando diretrizes para o repórter. Os relacionados à

redação são redatores, articulistas, colunistas, críticos e o revisor. Finalmente, os

vinculados à edição são os de editor-chefe, editor de caderno e subeditor. Dentro da

redação, ainda existe o trabalho do fotógrafo, do ilustrador e do diagramador. Na

redação do jornal PRIMAL TIMES não existirão todos esses cargos. Lá estarão

presentes:

Editor-chefe - encarregado de supervisionar a confecção do jornal, seguindo as

orientações da direção. Também organiza trabalhos relacionados à edição,

preparando as matérias e selecionando os assuntos que serão desenvolvidos, com

maior ou menos espaço no jornal.

Subeditor - participa e assessora o editor nas mesmas funções.

Repórter - cumpre a determinação de colher noticias e informações, e redige a

matéria que será publicada. Também cabe ao repórter sugerir fotos, imagens e

títulos para sua matéria, além de adequar o seu texto ao espaço disponível a ela.

Repórter especial - irá produzir reportagens sobre assuntos externos aos comitês e

ajudar os editores na revisão de matérias no final do dia.

Fotógrafo - responsável por apurar e mostrar as informações por meio da fotografia.

Diagramador - aquele a quem compete planejar e executar, em jornais e revistas, a

distribuição gráfica de matérias, fotografias, ou ilustrações de caráter jornalístico,

para fins da publicação. Para escrever em um jornal é necessário seguir alguns

cuidados e preceitos que irão facilitar o entendimento para quem lê as noticias. Este

trabalho acontece antes mesmo do repórter ir colher as informações.

5 ANTES DE SAIR PARA APURAR

Antes de sair para apurar um fato e escrever uma matéria o repórter recebe a

pauta. A pauta pode ser uma ordem para cobrir um acontecimento ou entrevistar

alguém. É importante perceber a pauta como um ponto de partida, uma proposta que

Page 9: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

possui indicações de fontes e sugestões de como a matéria será desenvolvida. A

pauta não pode ser rígida e inibidora, o repórter não pode ser um mero cumpridor de

pautas. Normalmente a pauta possui as orientações básicas para o repórter, como a

ideia da matéria, e quais fontes ele pode ouvir. Com a pauta na mão, o repórter deve

transformá-la em um plano de ação. Primeiro, ele deve se informar sobre o tema,

saber quem precisa entrevistar e o que deve saber de cada pessoa, e também

quando deve estar com o trabalho pronto. O segundo passo é a apuração. Este

ponto é essencial para o sucesso de uma matéria. É pela apuração que todas as

informações chegam até as redações jornalísticas. Esta atividade está ligada à

investigação da notícia, através de entrevistas e análise de documentos, dados ou

fontes oficiais. Obviamente, um bom texto é sinal de qualidade jornalística, mas ele

só é alcançado se o repórter conseguiu reunir uma boa apuração dos fatos e uma

interpretação correta do que foi investigado.

6 OS TIPOS DE TEXTO JORNALÍSTICO

Tradicional - O esquema tradicional de organização do texto jornalístico é o

chamado de pirâmide invertida. O início da matéria é alimentado com os fatos mais

importantes (especialmente no primeiro parágrafo, também chamado de Lead), e os

conteúdos dos parágrafos que seguem o lead vão decrescendo de acordo com o

grau de importância.

Page 10: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

Matéria original e suíte - Suítes são matérias que surgem a partir de uma matéria já

noticiada. São consequências do fato ou repercussões do mesmo. Importante: a

suíte deve recordar elementos da matéria original, para que quem não leu a primeira

matéria entenda o assunto que está sendo tratado.

Narrativo - É realçado o comportamento dos personagens e não somente o fato

noticiado em si. Ela obedece a certa ordem cronológica.

Explicativo - Os elementos da história são explicados com maiores detalhes.

Opinativo - É abordado um determinado ponto de vista sobre o assunto. As

matérias opinativas são publicadas nos editoriais (espaço reservado para a opinião

da própria ‘empresa jornal’) e nos espaços reservado aos colunistas.

Reportagem - são matérias maiores e mais completas. As ideias das grandes

reportagens se originam da realidade e geram uma grande demanda de investigação

jornalística.

Perfil - reportagens sobre uma pessoa. Perfis são escritos para descrever ou revelar

algo sobre uma pessoa, não para exaltar ou denegrir a sua imagem.

7 A ENTREVISTA

Consideramos entrevista as informações que são prestadas ao jornal por

meio das respostas dadas às perguntas feitas pelo repórter. Todo mundo que

concede uma entrevista acredita que aquilo que ele disse é realmente muito

importante. Cabe ao jornalista distinguir o que é verdadeiramente importante e

relevante para sua matéria, além de confirmar se o autor da declaração tem

autoridade para falar sobre aquele assunto. Alguns tipos de entrevista:

Coletiva - ocorre quando uma ou mais pessoas falam a diversos jornalistas na

mesma ocasião.

De grupo - Várias pessoas falam a diversos jornalistas. Ex.: campeões olímpicos

brasileiros durante desembarque no aeroporto.

Personalidade - entrevista que vai mostrar os hábitos e pensamentos de uma

pessoa, ouvindo-a e falando, se necessário com seus conhecidos e amigos.

De rotina - tem por finalidade fornecer ao repórter elementos sobre ocorrências do

dia-a-dia. As pessoas se referem a um desastre, incêndio, ou outro fato, mas nem

Page 11: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

sempre tem seu nome citado.

Opinativa - Entrevistas obtidas de pessoas que se destacam pelos seus

conhecimentos em determinadas áreas.

Pingue-pongue - perguntas e respostas em sequencia. Esta fórmula garante maior

fidelidade ao pensamento do entrevistado e maior facilidade de leitura.

Regra para todas as entrevistas:

Pesquisar o assunto e preparar questionário com perguntas breves e diretas.

O repórter deve estar pronto para fazer novas perguntas, seja para insistir quando as

respostas forem evasivas, seja para explorar pontos mencionados mais não

inteiramente esclarecidos.

8 COMO ESCREVER PARA UM JORNAL?

Em uma palavra: depressa. A notícia escrita deve ser precisa e interessante,

capaz de ser entendida por qualquer pessoa. O texto jornalístico requer fidelidade a

três requisitos: exatidão, clareza e concisão.

8.1 O Título

O título de uma matéria normalmente é definido pelo editor durante o

fechamento da edição (estrutura do jornal que será enviado para a diagramação e,

em seguida, para a impressão). Ele deve ser claro, objetivo e demonstrar de forma

curta e simples sobre o que o texto tratará. O subtítulo é comumente conhecido

como bigode e serve para auxiliar o título no acréscimo de alguma informação que

seja importante para chamar a atenção do leitor à notícia relatada.

8.2 O Lead

O termo lead pode ser considerado o guia da matéria, são as primeiras linhas

de um texto jornalístico. A função do lead é exatamente esta: guiar o leitor e atraí-lo

para o texto, mostrando a notícia e identificando os personagens. “As primeiras

Page 12: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

palavras da noticia deveriam dizer quem fez o quê, como, onde, quando e por

quê. Exemplo clássico: João mordeu cachorro ontem na Avenida Rio Branco

porque tinha fome” (GARCIA, 2003).

Quem? – Personagens

Que?- Fato

Quando? - Data

Onde? - Local

Porque? - Motivo

Como? - Modo

Esta formula não precisa ser uma regra para ser utilizada sempre, deve-se

levar em conta que um bom lead é aquele que faz o leitor continuar a ler o texto.

Quanto mais importante e extraordinário for o fato, mais se impõe a economia de

palavras no lead. Um lead NÃO deve:

• Ser vago e impreciso;

• Ser cheio de detalhes que escondem a importância do fato principal.

Ex.: ”Dois meses depois de terem sido mantidos como reféns durante quase três

horas por dois assaltantes que invadiram um prédio na Avenida Paulo Frontin, no

Rio Comprido, os irmãos Antonio Marcos Quintana Novo, de 15 anos, e Thalita, de

13, continuam sitiados pelo medo”; não é direto como: “Dois meses depois de serem

mantidos como reféns por dois assaltantes durante quase três horas, dois irmão de

15 e 13 anos continuam sitiados pelo medo”.

• Preferir o abstrato ao concreto - ”Foi aprovada ontem a nova política salarial” é

inferior a “os salários serão aumentados em 30%”.

• Não sair do lugar - Não começar o texto por comentários banais que não trazem a

verdadeira notícia, os chamados “nariz de cera”.

Ex.: Não começar com comentários do gênero “ninguém esperava que (...)” ou “foi

um dia diferente para (...)”.

• Começar com algum comentário e só identificar o autor da interpretação em outro

parágrafo. Muitas pessoas costumam ler só o primeiro parágrafo. Por isso, podem

acreditar que a opinião expressa é uma afirmação do próprio jornal.

Page 13: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

8.3 Declarações

Ao transcrever ou mostrar a fala de algum entrevistado em uma matéria é

fundamental respeitar o contexto e a intenção de quem falou. Estes são verbos

declaratórios que podem ser usados em declarações:

Ex: Para o professor de piano Juscelino Silva é um prazer ensinar as pessoas. “A

música tem uma coisa muito legal que é a socialização”, afirma.

Dizer - está sempre certo; é melhor abusar dele do que usar outro verbo

inadequadamente.

Acentuar, destacar - isola um fato ou argumento para mostra sua importância.

Admitir - tem sentido de confessar, revelar com relutância, a contragosto; é

importante saber se o entrevistado admitiu espontaneamente ou em resposta a uma

pergunta.

Afirmar - sugere opinião, tomada de posição;

Declarar - é um afirmar mais solene.

Ameaçar - não é prometer dramaticamente, a ameaça envolve necessariamente

uma ação contra alguém.

Argumentar - tentar convencer; alegar é argumentar com intenção de defesa.

Disparar - comentar d forma incisiva, cortante.

Garantir - dar certeza absoluta, assegurar sob forma de palavra. Garantir é algo que

é ou está, se a referência é algo que vai ser, o verbo adequado é prometer.

Informar - relatar fatos. Diferente de comentar (opinar sobre os fatos)

Lembrar - só pode ser usado quando há referencia a fato passado e já conhecido.

8.4 Linguagem

A linguagem jornalística deve aproximar-se da linguagem utilizada no

cotidiano, escolhendo sempre palavras simples e expressões diretas. Mas sem

deixar de utilizar a norma culta da língua. Os modismos e os maneirismos verbais

existem em todas as áreas, mas não devem ser utilizados em um jornal se estiver

além da compreensão do leitor médio do veículo. Nunca use palavras que não são

empregadas em uma conversação comum. Os jornais não estão interessados em

Page 14: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

aumentar o vocabulário do povo, mas, simplesmente, em transmitir uma informação.

No texto jornalístico, a frase deve ser curta. Mais de uma frase intercalada em

um mesmo período dificulta o entendimento.

Regra Prática - evitar, no mesmo período mais de um mas (ou equivalentes) ou

mais de um que. As informações em uma mesma frase não podem ser ligadas

gratuitamente, os dados informados têm que ter uma lógica entre si.

9 EXEMPLOS PRÁTICOS PARA O MOMENTO DE ESCREVER

Muito cuidado com os adjetivos. Há armadilhas a serem evitadas: o uso de

um adjetivo desnecessário, que nada informa, e de um adjetivo impreciso, que passa

ao leitor uma mensagem diferente daquela imaginada pelo autor. Termos como

alguns, vários, diversos e similares são frequentemente inúteis. Se o jornalista não

sabe de quantos deputados está falando, tanto faz escrever “alguns deputados

discursaram a favor” como “deputados discursaram a favor”.

Grande, pequeno, muito e pouco podem ser imprecisos: gaúchos e

nordestinos talvez não pensem a mesma coisa quando alguém lhes fala de um

grande calor ou um grande frio (GARCIA, 2003).

É saudável ter medo das grandes generalizações se não há certeza absoluta.

Quanto mais profundamente a noticia afetar o dia-a-dia do leitor, mais detalhado

deverá ser o texto. Ao escrever, use formas inventivas, mas que não se afastem do

universo do leitor. Ex.: A quadrilha foi condenada, ao todo, a 374 anos de prisão. É

uma operação matemática sem qualquer correspondência com a realidade.

Informações irrelevantes e óbvias não devem ocupar espaço. A informação

como a de que “os parentes da criança falecida estão tristíssimos” é dispensável. O

enfoque a ser dado à notícia depende quase sempre de seu impacto na comunidade

e segundo o numero de pessoas afetadas pelo acontecimento. A cobertura de

alguma inauguração de um órgão ou serviço público deve ser sobre aquilo vai ser

oferecido à comunidade e não sobre o que fizeram ou disseram às autoridades

presentes.

Em princípio o jornalista é testemunha, não personagem. O depoimento na

primeira pessoa não deve ser utilizado. Só se justifica nas raras ocasiões em que o

repórter acidentalmente teve papel de destaque no episódio.

Page 15: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

10 A ATITUDE DO PROFISSIONAL JORNALISTA

O repórter precisa querer saber de tudo e ter a obstinação de querer saber

certo. Ele deve saber perguntar ao entrevistado com eficiência e fazer certas

perguntas a si mesmo: “O que ouvi esgota o assunto? Satisfaz a curiosidade do

leitor? Eu entendi tudo? Tenho certeza sobre os números, a grafia dos nomes

próprios? Devo ouvir outras pessoas para completar a informação ou conferi-la? O

repórter precisa ter certeza dos fatos com os quais trabalha. Antes de escrever, é

importante que o repórter faça um relato fiel do que trouxe da rua ao seu chefe. Essa

notícia oral ajudará a determinar o destino da noticia escrita, em termos de espaço e

destaque. É indispensável para o planejamento da edição. Usar a memória também

é ajuda substancial na hora de escrever: ela é um filtro natural, que retém o que

realmente importa e despreza o irrelevante.

Importante - é sempre melhor confessar ignorância ao entrevistado do que, mais

tarde ao chefe na redação. E a observação é fundamental. O repórter observador

pode enriquecer seu texto com detalhes que irão ajudar o leitor a entender melhor a

notícia.

11 PADRÕES E CONVENÇÕES

Padrões e convenções são adotados por todos os jornais para que consigam

construir um padrão para a linguagem jornalística e a grafia do texto.

Palavras iniciadas com letras maiúsculas só devem ser usadas quando são

indispensáveis (nomes próprios – pessoas, locais, empresas)

• Quando as palavras "prefeitura", "fundação", "banco", "associação", "salão",

"universidade", "clínica" etc. aparecem no texto depois de terem seus nomes citados,

devem ser grafadas com caixa baixa (ex.: O reitor da UFMG está pedindo mais

verbas para a universidade).

• Cursos universitários ou áreas profissionais devem ser grafados com caixa alta e

baixa (ex.: Medicina, Jornalismo, Física etc).

Page 16: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

11.1 Datas

• O dia deve ser grafado com algarismos, o mês por extenso e o ano em algarismos,

de forma completa (Ex. 5 de setembro de 1983).

• Datas festivas, cívicas e religiosas devem ser grafadas com caixa alta (Ex. Natal,

Carnaval, Páscoa, Quaresma, Semana Santa, Sexta-feira da Paixão).

11.2 Dinheiro

• Valores em Real devem ser grafados com R$, seguido de um espaço e os

algarismos (Ex. R$ 37).

• Se o valor for redondo, não é necessário colocar vírgula e os zeros dos centavos.

• Se o valor for superior a mil e redondo, deve-se seguir a mesma regra dos

números em geral (Ex. R$ 59 mil).

• Quando o valor for superior a mil e não for redondo, deve-se colocar um ponto

separando o milhar da centena (Ex: Ela gastou R$ 4.587).

• Se o valor for maior que mil e a centena for redonda, usar vírgula (Ex. R$ 3,7

milhões)

11.3 Hora e tempo

• Para grafar o horário, usa-se somente o ‘h’ para horas (Ex. 6h30, 12h59).

• Já para tempo, não há abreviações (Ex. “Depois de quatro horas esperando na

fila...”).

11.4 Idade

• A idade dos personagens só deve ser citada quando for um dado relevante no

contexto da matéria, isto é, acrescente ao entendimento do leitor. Nesse caso, deve

ser colocada entre vírgulas e seguida de "anos" (Ex. "Rachilda Halbmeyer, 42 anos,

é caloura de psicologia da PUC Minas...").

• A idade deve ser colocada sempre em forma de algarismo, mesmo que o número

Page 17: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

estiver entre zero e dez.

11.5 Identificação de personagens

• Quando o personagem não puder ser identificado, como em matérias sobre

alcoólatras, o melhor é colocar as iniciais do nome (Ex. “A estudante L.D.R.

começou a beber por influência dos amigos...”).

11.6 Palavras estrangeiras

• Palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico (Ex. "Marcel é fã do rapper

americano Eminem...").

• A regra vale para qualquer expressão estrangeira, mesmo que já faça parte do

vocabulário cotidiano (Ex. "Um jovem que sempre sonhou em ser advogado e foi

office-boy da PUC Minas pelo convênio com a Cruz Vermelha.").

• Nomes estrangeiros (bandas, artistas, lugares, bares, movimentos etc.) não devem

ser grafados em itálico.

11.7 Nomes e sobrenomes

• Para repetir nomes de pessoas já citados, o correto é usar o último sobrenome, no

caso de personagens homens, e apenas o primeiro nome, em caso de mulheres (Ex.

"Elierverton dos Santos não concorda com a proibição de nomes artísticos (...). De

acordo com Santos..." ou "Janaína Costa trabalha durante o dia (...). Segundo,

Janaína...").

• Uma exceção é quando a matéria tem duas fontes masculinas com o mesmo

sobrenome, como ‘Silva’, que é muito comum. Nesses casos, pode-se usar o

primeiro nome dos personagens.

11.8 Números

• Números entre zero e dez devem ser escritos por extenso. A partir do número 11,

devem ser usados algarismos.

Page 18: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

• Números ordinários seguem a mesma regra. Do "primeiro" ao "décimo" se escreve

por extenso. A partir daí, grafa-se "11°", "32°", "59°".

• A exceção é de números redondos acima de mil, que devem ser escritos,

"2 mil", "10 milhões" etc.

• Quando um número acima de mil não for redondo, deve ser usado um ponto entre

a centena e o milhar (Ex. "O programa atendeu, no primeiro semestre letivo deste

ano, 91.758 crianças.").

• Idades devem ser sempre grafadas com algarismos, mesmo que seja entre 0 e 10

anos.

Page 19: Primal Times - minionu15anosoea.files.wordpress.com · Caros Repórteres, Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a entrar em contato com o Jornalismo

REFERÊNCIAS

ERBOLATO, Mário. Dicionário de Propaganda e Jornalismo: Legislação, termos

técnicos e definição de cargos e funções. 1985.

FOLHA DE S. PAULO. Manual de redação. São Paulo: Publifolha, 2002.

GARCIA, Luiz. O Globo: Manual de redação e estilo. 28 ed. São Paulo: Globo,

2003

RIBEIRO JUNIOR, Jorge Cláudio Noel. Sempre alerta: condições e contradições

do trabalho jornalístico. São Paulo: Olho d’Água, Brasiliense, 1994.

PÁGINAS DA INTERNET

Department of Public Information Non-Governmental Organization – DPI-NGO.

Disponível em http://www.un.org/dpi/ngosection/index.asp

Centro de Informação das Nações Unidas – Rio de Janeiro. Disponível em

http://unicrio.org.br/