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PIPC Módulo: AT 2014 PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA DE COLATINA Panorama Bíblico Antigo Testamento Extraído da Apostila do pastor Rev. Hélio O. Silva, BTh.

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PIPC – Módulo: AT 2014

PRIMEIRA IGREJA

PRESBITERIANA DE COLATINA

Panorama

Bíblico

Antigo Testamento

Extraído da Apostila do pastor Rev. Hélio O. Silva, BTh.

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Conteúdo

Introdução .................................................................................................................................................. 6

O Antigo Testamento ................................................................................................................................. 7

I. EU SOU IMPORTANTE? .......................................................................................................... 7

II. SERÁ QUE DEUS SE IMPORTA? .......................................................................................... 8

III. POR QUE DEUS NÃO AGE? .............................................................................................. 8

INTRODUÇÃO BÍBLICA ........................................................................................................................... 9

I. O QUE É UMA INTRODUÇÃO BÍBLICA? ...................................................................................... 9

II. A SINGULARIDADE HISTÓRICA DA BÍBLIA: .............................................................................. 9

III. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS ............................................................................................ 9

IV. A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO NAS ESCRITURAS: ............................................................ 10

V. DEFININDO A INSPIRAÇÃO: ....................................................................................................... 10

VI. Conceitos Errôneos Sobre a INSPIRAÇÃO: .............................................................................. 11

VI. LEITURAS SUPLEMENTARES: .................................................................................................. 11

O Manuseio da Bíblia. ............................................................................................................................. 12

I. NOMES E SIGNIFICADO: ............................................................................................................... 12

II. MANUSEIO: ...................................................................................................................................... 12

III. DIVISÕES: ....................................................................................................................................... 12

As Versões da Bíblia ............................................................................................................................... 14

Introdução: ............................................................................................................................................ 14

I. Os Idiomas da Bíblia: ....................................................................................................................... 14

II. O Valor de se Conhecer as Línguas Originais: ........................................................................... 15

III. As Versões Antigas: ....................................................................................................................... 15

V. Razões das Diferenças Nas Versões: ......................................................................................... 16

VI. Conclusão:....................................................................................................................................... 17

A Geografia da Palestina: ....................................................................................................................... 18

PANORAMA GERAL DO PENTATEUCO ............................................................................................ 20

Introdução: ............................................................................................................................................ 20

I. A Autoria do Pentateuco: ................................................................................................................. 20

II. Análise de Gênesis: ......................................................................................................................... 21

Implicações do Livro: ........................................................................................................................... 22

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INTRODUÇÃO AOS LIVROS HISTÓRICOS. ..................................................................................... 24

I. Composição: ...................................................................................................................................... 24

II. Autoria: .............................................................................................................................................. 24

III. Divisão Histórica do Período: ....................................................................................................... 24

IV. Divisão Literária do Período ......................................................................................................... 25

V. Auxílios Gráficos: ............................................................................................................................. 25

VI. JOSUÉ, JUÍZES E RUTE: ............................................................................................................ 25

I. O Livro de Josué. .......................................................................................................................... 25

II. O Livro de Juízes: ........................................................................................................................ 26

III. O Livro de Rute: .......................................................................................................................... 27

O Ministério Profético .............................................................................................................................. 30

Introdução: ............................................................................................................................................ 30

I. A Natureza da Profecia Hebraica: .................................................................................................. 30

II. A Natureza do Ofício Profético: ..................................................................................................... 30

III. A Função da Profecia Hebraica: .................................................................................................. 30

IV. Profetas Falsos e Verdadeiros: .................................................................................................... 31

V. A Mensagem Profética: .................................................................................................................. 32

INTRODUÇÃO AOS PROFETAS MENORES .................................................................................... 33

I. Quadro dos Profetas Menores: ....................................................................................................... 33

II. Quadro dos Profetas Menores:...................................................................................................... 34

A POESIA HEBRAICA ............................................................................................................................ 35

Introdução: ............................................................................................................................................ 35

I. A Poesia Hebraica: ........................................................................................................................... 35

II. Formas Poéticas. ............................................................................................................................. 35

A QUESTÃO DOS APÓCRIFOS ........................................................................................................... 37

I. Definição: ........................................................................................................................................... 37

PERÍODO INTERBÍBLICO .............................................................................................................................. 39

PORQUE ESTUDAR ESTE PERÍODO ............................................................................................ 39

AS DIVISÕES DO PERÍODO INTERBÍBLICO. ............................................................................... 39

O FIM DO PERÍODO DO ANTIGO TESTAMENTO E O INÍCIO DO PERÍODO PERSA. ....... 39

AS RESTAURAÇÕES ......................................................................................................................... 40

A participação de Neemias: ............................................................................................................ 40

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CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO PERSA. ................................................................................. 41

O PERÍODO GREGO .......................................................................................................................... 41

A PALESTINA SOB O DOMÍNIO DOS PTOLOMEUS (PERÍODO EGÍPCIO) ........................... 42

A PALESTINA SOB O DOMÍNIO DOS SELEUCIDAS (PERÍODO SÍRIO) ................................ 42

A REVOLTA DOS MACABEUS (1A.MACABEUS:2:23-28; 42SS) .............................................. 43

O Período Romano. ............................................................................................................................. 44

Herodes o Grande ................................................................................................................................ 44

O Surgimento das Sinagogas. Vd. Baxter, pgs.36-40................................................................... 45

Observações importantes: .................................................................................................................. 46

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ABRIL 2014

Introdução

O objetivo desse curso é proporcionar uma visão panorâmica de todas as categorias bíblicas sem, porém entrar nos detalhes da análise de cada uma delas. Na bibliografia alistamos vários livros onde o aluno da Escola Dominical poderá encontrar farto material de análise de cada livro da Bíblia. Aqui apresentaremos aquelas questões que o ajudarão a olhar por detrás do texto e assim entender melhor a linguagem e os métodos empregados por esses autores.

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O Antigo Testamento

O Antigo testamento expressa de forma muito precisa meus anseios interiores. Encontro nele um realismo a respeito da natureza humana que lamentavelmente está ausente em tanta propaganda cristã do tipo”Sorria, Jesus te ama”. E, mesmo assim, os autores do Antigo Testamento, especialmente os salmistas e os profetas, apontam adiante para um tempo em que Deus promete tratar desses anseios, responder às perguntas que nunca cessam de incomodar. Essas perguntas angustiantes, prometem os autores, encontrarão solução pelo menos parcial quando o Messias vier.

Deuteronômio prefigura o fracasso da aliança de Deus com seu povo, expressando em detalhes aterrorizantes o que acontecerá quando os Hebreus voltarem as costas a Deus. As repetições tristes que os profetas fazem do canto do cisne de Moises sublinham esse fracasso. Não só a nação fracassa, mas cada individuo deixa de guardar a aliança. Os livros sapienciais, especialmente Eclesiastes, demonstram cabalmente a impotência do conhecimento, da riqueza e dos genes na transformação da base do caráter humano. Assim, no final do Antigo Testamento o abismo entre Deus e os seres humanos está maior do que nunca.

O Antigo Testamento conta a historia da criação e da queda, depois os esforços incansáveis de Deus para edificar uma nação a partir dos escombros do fracasso humano. O Novo Testamento mantém a trama básica intacta, mas reinterpreta a moral da história. Identifica Jesus como o “descendente da mulher” prometido no jardim do Éden, e então o vincula a outras personagens centrais: o “Segundo Adão”, o “Filho de Abraão”, o “Filho de Davi”.

Em certo sentido, toda a história do Antigo Testamento serve de preparo para Jesus, e as personagens de suas páginas proporcionaram uma família, uma identidade e uma raça na qual jesus pudesse nascer. O que Deus tinha com a longa e tortuosa historia dos Hebreus? A resposta do Novo Testamento é inequívoca: Jesus é o que Deus tinha em mente. Ele veio reconciliar a humanidade com Deus, estendendo o reino divino alem das fronteiras da raça para o mundo todo. Ao pensar no Antigo testamento, três perguntas continuam me incomodando. Porem o Antigo

testamento trata destas questões:

Eu sou importante? Será que Deus se importa? Porque ele não

age?

I. EU SOU IMPORTANTE? “Quando contemplo os teus céus”, diz um salmista (que talvez enxergasse as coisas como

eu) ao admirar as estrelas, “que é o homem, que dele te lembres?”. Cada livro do Antigo Testamento que analisei gira em torno dessa questão. Sofrendo no Egito, os Hebreus quase não conseguiam acreditar na confiança que Moises tinha de que o próprio Deus estava se importando coma causa deles. Os amigos de Jó se riram da noção absurda de que o ínfimo Jó era importante para o Senhor do universo. O pregador de Eclesiastes teria formulado a frase de forma mais sarcástica: “Será que existe alguma coisa debaixo do sol que importe? A vida não é completamente sem sentido?”.

Os Judeus estavam esperando com temor, não somente com esperança a vinda do Messias. “Mas que suportará o dia da sua vinda?”, clama o profeta Malaquias em angustia,”... Porque ele é como fogo do ourives e como sabão dos lavadeiros”. Se o Senhor dos Exércitos fizesse uma visita pessoal ao corrupto planeta terra, será que algum de sus habitantes sobreviveria? Será que a terra sobreviveria? No entanto, como esclarece Isaias, o Deus que visita a terra não surge num vento violento, nem num fogo devastador. “A virgem conceberá e dará à luz um filho, e será seu nome Emanuel [que quer dizer Deus conosco]”. Em vez disso, aparece na forma menor e menos ameaçadora possível:... um bebe salta do ventre de Maria pra unir ínfimos seres humanos.... Para a pergunta Será que sou importante? Jesus de fato é a resposta.

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II. SERÁ QUE DEUS SE IMPORTA? Sempre que leio a Bíblia de ponta a ponta, uma diferença enorme entre o Antigo e o Novo Testamento vem a tona. No Antigo testamento posso encontrar muitas expressões de duvidas e decepção. Livros inteiros – Jeremias, Habacuque, Jó – focalizam o mesmo tema. Como já disse, boa parte dos Salmos tem um tom sombrio. Em marcante contraponto, as epistolas do Novo testamento contem pouco desse tipo de angustia. O problema do sofrimento com certeza não desapareceu: Tiago1, Romanos 5 e 8, todo o livro de I Pedro e grande parte do Apocalipse tratam do problema em detalhes. Não obstante, não acho em nenhum lugar a indagação angustiante Será que Deus se importa? Não vejo nada da acusação do Salmo 77: “Esqueceu-se Deus de ter misericórdia?” Quando Jesus enfrentou a dor, reagiu como a maioria de nós. Talvez não encontremos em Jesus a resposta para o problema do sofrimento. Em vez disso recebemos a misteriosa resposta de que Deus sofre conosco. Não estamos sós. Por meio do seu corpo, Jesus reconstrói a confiança em Deus. Por causa de Jesus, posso confiar que Deus realmente entende minha condição. Posso ter certeza de que sou importante para Deus, e que Deus se importa comigo, independente das aparências a minha volta. Quando começo a duvidar, volto-me de novo para o rosto de Jesus, e lá vejo o amor compassivo de um Deus que conhece bem a tristeza.

III. POR QUE DEUS NÃO AGE? Malaquias é a ultima voz do Antigo testamento, e seu livro serve de bom prelúdio para os

quatrocentos anos seguintes de silencio bíblico. Da perspectiva dos israelitas, aqueles eram anos de

poucas expectativas. Tinham retornado do cativeiro babilônico para a sua terra, mas aquela terra ainda

era uma província de fundo de quintal para os persas (depois os gregos e romanos – exércitos desses

impérios faziam fila para marchar por Israel). O templo reconstruído era uma triste imitação da maravilha

arquitetônica de Salomão. O alivio futuro de triunfo e paz mundial descrito pelos profetas parece um

sonho distante.

Uma melancolia geral tomou conta dos judeus, uma decepção para com Deus visível nas reclamações e também nos atos. Como as pessoas diziam na época: “Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos...?”. Essa ultima indagação incomodou os judeus durante séculos depois que malaquias e os outros últimos profetas tinham desaparecido de cena. Eles já não viam milagres, intervenções espetaculares e não ouviam palavras novas do Senhor. Será que Deus tinha se esquecido de ser misericordioso? Tinha tapado os ouvidos aos seus gemidos? O Antigo Testamento termina com um tom de frustração, de anseios não satisfeitos e de fraca esperança. Para a pergunta porque Deus não age? Judeus e cristãos têm a mesma resposta, com uma diferença fundamental. Os judeus crêem que Deus agirá enviando o Messias. Os cristãos crêem que Deus já agiu enviando o Messias, e agirá mais uma vez enviando-o de novo, desta vez em poder e glória, não em fraqueza e humildade.

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INTRODUÇÃO BÍBLICA

A Singularidade da Bíblia

I. O QUE É UMA INTRODUÇÃO BÍBLICA? Definição: É o estudo sistemático do pano de fundo dos livros bíblicos, dentro do qual se deve entender os livros da Bíblia de forma correta.

II. A SINGULARIDADE HISTÓRICA DA BÍBLIA: a) Conteúdo: A Bíblia é a revelação escrita do único Deus verdadeiro ao homem. b) Propósito: Ela tem por propósito a glorificação do nome de Deus e o anúncio da salvação do homem por meio do sacrifício substitutivo de Jesus Cristo realizado na Cruz. c) Historicidade comprovada: Autoria Divina – II Tm 3.16,17; Sl 19; Ex 20. Profecias cumpridas :

1. De Micaías quanto a Josias – c. de 250 anos antes (II Rs). 2. De Isaías quanto a Ciro – c. de 250 anos antes (Is). Quanto ao Messias – C. de 700 anos antes (Is 42; 45; 53; 61 etc.). 3. De Daniel quanto aos impérios mundiais (Dn). 4. De Jeremias quanto ao Cativeiro Babilônico (70 anos). O cumprimento é citado em Daniel. 5. O Messias – Sl 16; 22; Is 42; 45; 53; 61; Mq 5; Ag 2. 6. O derramamento do Espírito Santo – Ez 36; Jr 33; Jl 2.

Descobertas arqueológicas : 1. Nínive – Bota (1.843) – O trono de Sargão II (Is 20.1). as inscrições contendo o nome de reis de Israel (Acabe, Onri e Jeú). 2. Ugarite – (1.929-37) – Os heteus; a poesia dos Salmos. A gramática do Hebraico do AT. 3. Qunran – Os Manuscritos do Mar Morto (1.948) – A datação dos livros do AT foi recuada mais 1.000 anos, entre 400 a.C. e 100 d.C. 4. Ebla – (1.964) – 350 tabuinhas de argila – comprovando o período de Abraão. 5. Egito – As cartas de Amarna. Túmulo de uma menina (anos 90) – um manuscrito de Salmos datado de c. 450 a.C.

Concluímos que a mensagem bíblica é historicamente comprovada e tem relevância e valor

históricos.

III. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS

Este campo é da Apologética, porém, é determinante na formação de nosso conceito acerca das Escrituras como um todo. Apresentamos a seguir algumas razões para a fé na Inspiração Bíblia. 1. Unidade Interna Há uma unidade de propósito e programa marcante, evidenciando a atuação de uma mente única, a mente de Deus.

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2. Epistemologia Logicamente Defensível

De todas as religiões universais, só a hebréia-cristã oferece uma ciência do Conhecimento religioso logicamente defensível. Nenhuma proposta de salvação é tão clara e incisiva quanto a da Bíblia. Os textos bíblicos exigem a exclusividade de Deus e de sua revelação. A pessoa de Deus e a revelação que faz de si mesmo são inegociáveis. A pesquisa científica não pode chegar a Deus sem a Revelação. O conhecimento de Deus é revelado (Mt 16; Sl 19) e não deduzido pura e simplesmente da observação empírica das leis da natureza. A Bíblia é a revelação escrita (especial) de Deus. “Revelação divina em linguagem humana”, para que o homem possa conhecer a Deus.

3. O Cumprimento de Suas Profecias, e a Clareza de Suas Proposições

Historicamente Colocadas.

Os demais livros religiosos estão salpicados de inconsistências, inexatidões e Incoerências históricas. (ex. O Livro de Moroni; O Corão).

4. A Transformação de Vidas .

Através da Bíblia, Deus tem transformado vidas de forma real, clara e definitiva. O que pode mudar a personalidade ? A conversão cristã é uma incógnita para a Psicologia.

IV. A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO NAS ESCRITURAS: A própria Bíblia reivindica sua INFABILIDADE. Mt 5.18 – a inspiração abrange mais que pensamentos, até palavras individuais. Jo 10.35 – “Falhar” = invalidado, colocado de lado, ignorado. II Tm 3.16 – TODA a escritura É INSPIRADA – Todo o AT e todo o NT. II Pe 3.16 – Pedro considera os escritos de Paulo inspirados por Deus. Hb 1.1,2 – Os profetas do AT falaram movidos por Deus. I Pe 1.10,11 – A intenção de Deus ultrapassava até mesmo o entendimento dos autores humanos. II Pe 1.21 – “Movidos” = levados adiante como um navio é levado pelo vento. Is 8.20 – a palavra escrita é superior a pretensas manifestações espirituais revelatórias (confira com I

Co 14.36). Sl 19 – A Lei (escrita) é perfeita.

“A Bíblia é infalível quanto à sua verdade, e final quanto à sua autoridade”(Archer Jr. p.23). O que isso quer dizer ? a) Que a Bíblia possui exatidão histórica.

Adão e Eva (I Co 11.8,9; I Tm 2.13,14). Jonas e a baleia ( Mt 12.40).

b) Que a teologia e a ética são inseparáveis. Rm 5.14-19 depende da veracidade de Adão. Se há erros históricos, haverá erros doutrinários.

V. DEFININDO A INSPIRAÇÃO:

O termo INSPIRAÇÃO é usado para denotar a operação de Deus na formação das Escrituras Sagradas (a Bíblia). Expressa o pensamento da origem e qualidades divinas da Bíblia, sendo usado para indicar a influência divina e sobrenatural que capacitou as mentes humanas para receberem a Revelação de Deus e escrevê-la fielmente.

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O que a Inspiração não é: 1. Não é um ditado mecânico. Deus fez mais que ditar; Ele trabalhou internamente nos autores que

escolheu. 2. Embora a Inspiração não obliterasse as personalidades dos autores humanos, isso não significa que

os mesmos tenham distorcido o conteúdo que receberam. 3. A Inspiração não é aplicada à transmissão do texto em suas cópias e traduções, mas somente à

escrita dos primeiros originais (autógrafos). 4. Não pode ser equiparada à inspiração de autores literários profanos, nem mesmo ser considerada

como uma grande literatura de produção humana. A Inspiração não está presa à qualidade do caráter literário comum, mas ao de ser Revelação direta e exclusiva de Deus.

O que é a Inspiração

1:

Num sentido amplo, a inspiração “inclui o processo total por que alguns homens, movidos pelo Espírito Santo, enunciaram e escreveram palavras emanadas da boca do Senhor; e, por isso mesmo, palavras dotadas da autoridade divina”

2. Esse processo contém três elementos:

1. Causalidade Divina. Deus é a fonte originadora da Bíblia. 2. Mediação Profética. “Deus usou personalidades humanas para comunicar proposições divinas”

33. A

Bíblia é um livro divino-humano. 3. Autoridade Escrita. A Bíblia é a última palavra em assuntos doutrinários e religiosos. A inspiração é verbal , plena e autoritativa, ou seja, todas as palavras são inspiradas por Deus para cumprir os propósitos de Deus. II Tm 3.16 ( TODA, ESCRITURA, ÚTIL).

VI. Conceitos Errôneos Sobre a INSPIRAÇÃO: Com o advento da Neo-ortodoxia (início do séc. XX), propôs-se que o homem fosse o juiz do que é certo ou errado na Bíblia . Há dois conceitos básicos: 1. O Modernismo: a Bíblia contém a palavra de Deus. Partes da Bíblia é divina e verdadeira, outras são humanas e possuem erros. 2. A Neo-Ortodoxia. A Bíblia torna-se a Palavra de Deus. Na visão de Karl Barth, a palavra de Deus seria um princípio dinâmico divino que opera somente quando há um encontro vivo ou existencial entre o crente e Deus. a verdade é considerada mais relacional que PROPOSICIONAL . A implicação é declarar que os autores bíblicos, sendo pecadores humanos, trouxeram erro para dentro das Escrituras, o texto bíblico. Para eles, não importa os erros de transmissão e escrita, mas somente a mensagem que foi transmitida (o Kerigma – pregação, mensagem). Observação: Esse tipo de interpretação é muito bem elaborada no filme: “A Última Tentação de Cristo”. Para os neo-ortodoxos, Deus usa o texto mesmo cheio de erros e entra num relacionamento salvador com os homens. Querendo salvaguardar a mensagem das Escrituras dos ataques à sua historicidade, acabaram por negar a revelação proposicional das Escrituras (que Deus se revela por meio de palavras formuladas em sentenças). Segundo eles, a revelação não passa de apenas um encontro direto entre Deus e o homem através de uma crise existencial. A veracidade do que está escrito não tem importância histórica, apenas religiosa. São “lendas piedosas”, que Deus usa para falar a nós. A grande dificuldade desse ponto de vista é colocar a autoridade das Escrituras num nível de fé que não se pode averiguar objetivamente. A fé aceita ser inconsistente e incoerente, pois a verdadeira base dela fica sendo a subjetividade da experiência pessoal de cada um.

VI. LEITURAS SUPLEMENTARES: 1. Merece Confiança o AT ? G. L. Archer Jr. p.14-31. 2. Introdução Bíblica. Norman Geisler & e William Nix. Ed. Vida, p.5-37. 3. Novo Dicionário da Biblia vol. I. “Inspiração”. J. I. Packer, p. 747-51.

1 Norman Geisler & W. Nix., Introdução Bíblica, p. 11.

2 Ibid., p.10.

3 Ibid., p.11.

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4. A Origem da Bíblia. “A Inerrância e a Infalibilidade da Bíblia”. Harold O. J. Brown, p. 61-78. 5. O Alicerce da Autoridade Bíblica. “A Declaração de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia”. P. 183-96. 6. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, vol. II. “Inspiração Plenária e Inspiração Verbal”. I. S. Rennie. P.333-37.

O Manuseio da Bíblia.

I. NOMES E SIGNIFICADO: 1. Bíblia (ta biblia = livros) = plural de livro (bibloj). 2. Escrituras. 3. Palavra de Deus. 4. A Lei de Deus. A Bíblia é a Palavra de Deus. Ele falou (e fala) através dos livros que Ele mandou escrever.

II. MANUSEIO:

Todos os livros da Bíblia são divididos em capítulos e versículos:

Salmo (Sl) 91.2

Nome do livro ou abreviatura (Sl).

Número do capítulo (grande). 91

Número do versículo (pequeno). 2

As Bíblias são divididas em capítulos e versículos. As versões mais modernas contêm também divisão de parágrafos, titulações e notas auxiliares. Seu objetivo é auxiliar na leitura, contudo é bom lembrar que esses auxílios não estão contidos nos textos originais inspirados. Exemplos: Versículo mal dividido: Ef 1.4. Titulação incorreta:

o I Co 13 – O amor é o dom supremo. Na verdade o amor é fruto do Espírito. Parágrafo mal dividido: Mt 5.13,14. Sal e luz são assuntos interligados. Essa divisão pode conduzir a

uma interpretação fragmentada pelo leitor desatento.

III. DIVISÕES: 1. Antigo Testamento (AT) = Escrito antes do nascimento de Jesus Cristo. 2. Novo Testamento (NT) = Escrito Após a ressurreição e ascensão de Jesus Cristo. A palavra testamento significa aliança ou pacto. Não são duas alianças distintas, uma nova e outra velha, mas uma mesma aliança em duas dispensações distintas. O NT está escondido no AT e o AT está revelado plenamente no NT. O AT é sombra ou figura do NT (Hb 8.5; Cl 2.16,17). Veja o gráfico:

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O gráfico acima demonstra que a revelação divina nas Escrituras é:

Histórica = Acontece dentro da história humana. Progressiva = À medida que acontece a sua compreensão se torna maior Orgânica = É perfeita em todos os seus estágios. Adaptável = Sua linguagem é compreensível a quem a recebe.

A Bíblia possui ao todo 66 (protestantes = 39 + 27) ou 73 livros (católicas = 46 + 27). Em algumas seitas chamadas de igrejas para-cristãs podem chegar a mais ainda (Ex. Mórmons – livro de Moroni). Essas diferenças todas têm a ver com livros do AT. No NT são todas iguais. O AT possui 4 divisões principais: Nº DIVISÃO QUANTIDADE LIVROS

1 Lei ou Pentateuco

5 livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio

2 Históricos Josué,

12 livros Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

3 Poéticos 5 livros Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares

4 Proféticos

17 livros a) Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. b) Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

5 Livros

Deuterocanônicos (ou Apócrifos.)

7 livros I e II Macabeus, Tobias, Judite, Baruque, Sabedoria, Eclesiástico; acréscimos a Daniel e a Ester. (Presentes somente nas versões católicas).

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O NT também possui 4 divisões principais:

No DIVISÀO QUANTIDADE LIVROS

1 Evangelhos 4 livros Mateus, Marcos, Lucas e João.

2 Histórico 1 livro Atos dos Apóstolos.

3 Epístolas 21 livros a) Epístolas Paulinas: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito e Filemon. b) Epístolas Gerais : Hebreus4, Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas.

4 Profético 1 livro Apocalipse de João.

As Versões da Bíblia

Introdução: Existem hoje no mercado várias edições da Bíblia. Não é difícil perceber algumas diferenças nelas. Isso se deve, na maioria dos casos a questões de estilo e tradução. Nessa aula vamos entender um pouco melhor porque isso acontece.

I. Os Idiomas da Bíblia: A Bíblia não foi escrita originalmente em Português, mas ela veio até nós por meio de traduções e revisões dessas traduções. As línguas nas quais a Bíblia foi escrita originalmente são: 1. O Antigo Testamento: Na sua maioria em HEBRAICO (semítica) e pequenas partes em

ARAMAICO (partes de Esdras, Neemias e Daniel). O hebraico originalmente era uma língua não vocalizada na escrita. Por isso tornou-se uma língua

morta, ou seja não falada. Somente com o trabalho dos Massoretas, que vocalizaram a língua é que o hebraico voltou a ser falado.

O Alfabeto hebraico:

4 Alguns estudiosos creditam a autoria de Hebreus ao apóstolo Paulo

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2. O Novo Testamento : Escrito em grego (indo-germânico) “koinê” (comum). Esse era o grego falado pela população comum. Na época do NT, o grego exercia a função globalizante que o inglês exerce hoje.

O Alfabeto grego:

II. O Valor de se Conhecer as Línguas Originais: Nenhuma tradução pode substituir o original, principalmente no caso da Bíblia, pois cremos na inspiração dos originais bíblicos, e não de suas traduções. Os tradutores, embora cristãos fiéis não são inspirados, mas somente os escritores o foram. Note o que está escrito no prefácio da edição João Ferreira de Almeida, 2ª edição

5: “É certo que toda

tradução ou revisão da Bíblia Sagrada, ainda que levada a termo por íntegros peritos bíblicos, é sempre trabalho humano e, como tal, sujeito a falhas; por outro lado, no entanto, suscetível de melhoria”. É importante para o cristianismo que suas Igrejas mantenham uma ligação viva com as Escrituras através do estudo das línguas originais. Se esse estudo cair em desuso, abrir-se á a porta para todo tipo de interpretações particulares e heréticas da fé, colocando em risco a comunhão viva que temos com Deus (Jo 7.17)

6.

III. As Versões Antigas: 1. Antigo Testamento: a) A Septuaginta (LXX): A mais importante tradução grega do AT, datada de cerca de 250 a.C. É a base da tradução da Vulgata Latina de Jerônimo. Contém os livros Apócrifos ou Deuterocanônicos. b) Versão de Áquila: 2ª séc. d.C. feita para substituir a LXX, mais usada pelos cristãos. c) Versão de Teodócio: 2º séc. d.C. . Procurou corrigir muitas inexatidões da LXX. d) Versão de Símaco: 200 d.C. Uma paráfrase (tradução livre) muito elegante da LXX. 2. Versões Completas (AT e NT): a) Pesita (Peshita = simples): 2ºséc. d.C. É a melhor versão siríaca das Escrituras. b) Vulgata Latina : Traduzida por Jerônimo (383-405 d.C.). Feita para substituir as versões latinas anteriores que eram baseadas somente na LXX. Jerônimo traduziu direto do hebraico, usando o Texto Massorético (TM). Mais inclui os deuterocanônicos, que não têm no TM.

5 Bíblia, Edição Revista e Atualizada, 2ª edição, p.5.

6 TIDWELL, J.B., Visão Panorâmica da Bíblia, p.30.

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IV. As Versões em Português: As mais conhecidas são: a) Figueiredo: Produzida pelo Pd. Antônio Pereira de Figueiredo a partir da Vulgata. Usada pelos católicos. b) Bíblia de Jerusalém: Versão católica com notas. c) Almeida: Traduzida pelo Pr. João Ferreira de Almeida (1748). Atualmente consta de duas edições mais conhecidas: A Atualizada (ARA) e a Corrigida (ARC). Usadas pelos Protestantes. d) Nova Versão Internacional (NIV): Já foi lançado o NT em português, e o AT está em preparação. É traduzida do inglês em comparação com os originais gregos e hebraicos.

V. Razões das Diferenças Nas Versões: Elas surgem com base nas seguintes razões básicas: 1. Diferenças de significado quanto ao uso dos textos gregos e hebraicos .

Nós não temos os originais (autógrafos = escritos pelos próprios autores bíblicos) mas apenas cópias. Com o passar dos anos muitas cópias foram feitas e, como eram feitas à mão,começaram a surgir as variantes (expressões diferentes nos manuscritos).

Só do NT, existem mais de 5.000 manuscritos. Esses manuscritos foram estudados e catalogados, produzindo alguns textos completos que são utilizados para tradução: Exemplos: A LXX, o TM para o AT. O Texto Recebido (Receptus), o Texto do Vaticano, o Texto Majoritário (Bizantino).

Lembre-se de que: Embora hajam diferenças nos manuscritos, elas não atingem nenhuma doutrina básica das

Escrituras. Muitos manuscritos continuam sendo achados e catalogados para estudo.

Ex.: O Códice Alepo, encontrado em 1.947, na Síria. Os Manuscritos do Mar Morto, cerca de 200 manuscritos hebraicos encontrados em Israel de 1.948-1.956. 2. Diferenças de significados em virtude de ambigüidades . Existem palavras que podem ter mais de um significado (ambíguas). Na tradução da Bíblia isso também acontece e geram algumas diferenças. Nesses casos, um estudo mais detalhado do contexto ajuda a resolvera melhor tradução. Ex.: “Os pais das crianças chegaram”. Pais pode ser:

a) Dois homens. b) Marido e esposa. c) Dois casais que são pais.

3. Mudanças na forma visando uma boa comunicação . A tradução leva em conta o significado e a forma da linguagem. Às vezes a tradução não fica natural se for feita literalmente. Você não traduz “good morning” por “boa manhã”, mas por “bom dia”. 4. Mudanças na forma quanto ao uso de linguagem figurada . Uma palavra pode ser empregada de forma literal numa frase e de forma figurada em outra. Numa tradução, é possível que o sentido não seja entendido se não for feita mudanças na forma. Ex.: A sede das emoções para nós é o coração, mas para os gregos eram as entranhas (intestinos). (Fm 7). 5. Mudança na forma para tornar mais claro o significado . Uma Bíblia diz: “quinze estádios, outra: “três quilômetros” (Jo 11.18). Isso se aplica principalmente a pesos e medidas desconhecidas e/ou não usadas por nós hoje. É a mesma questão entre usar quilômetros (Brasil) e milhas (EUA) para medir a velocidade dos carros. 6. Mudança na forma a fim de tornar o texto mais natural em Português . Algumas expressões podem não soar muito bem em outra língua, e por isso algumas versões as modificam a fim da tradução ficar mais natural e bonita. Ex.: Cão, filho de Noé: revisado na ARA para Cam.

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VI. Conclusão: As novas versões são sempre bem vindas, desde que expressem o sentido original do texto bíblico, numa linguagem acessível, mas fiel ao original. Existem cerca de 5.500 línguas faladas no mundo de hoje. Cerca de 260 têm a Bíblia completa. 300 têm somente o NT. Aproximadamente 1.000 têm apenas porções traduzidas e cerca de 3.000 a 3.200 não têm nada da Bíblia em sua língua

7.

7 Essa estatística é de 1.993. Veja EKDAHL, Elizabeth M., Versões da Bíblia, p.115.

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A Geografia da Palestina: A Palestina se divide naturalmente em quatro áreas:

Planície Marítima Região Montanhosa Vale do Jordão

Platô Oriental

Área costeira ao Mediterrâneo. Três divisões: 1. Planície do Aco (Acre). Norte do Monte Carmelo. 2. Planície de Sarom . Sul do Carmelo. 3. Planície da Filístia

Entre o vale do Jordão e a Planície Marítima.Três divisões: 1. Galiléia – norte. · Vale de Jezreel ou Esdrelom (oriente) e o Vale de Megido (ocidente). 2. Samaria – centro. · Região montanhosa. 3. Judéia – sul. · Terras Altas – norte. · Sefelá (terras baixas) – sul. · Deserto do Neguebe.

Corta a palestina de Norte a sul a partir do Monte Hermon. · Suas águas formam o Mar da Galiléia ao norte e deságuam no Mar Morto ao sul (389 m. abaixo do nível do mar). · Ao sul está o deserto de Arabá.

· Engloba a Transjordânia. · Quatro divisões: 1. Basã . Sul do Hermon até o Rio Jarmuque. 2. Gileade . Rio Jaboque. 3. Amom . Nordeste do Mar Morto. 4. Moabe . Leste do Mar Morto, sul do Rio Arnom.

Principais Planícies: Planície Marítima ou da Filístia. Nela ficavam as cinco cidades dos filisteus (Gaza, Ecrom, Azoto,

Ascalom e Gate); Planície da Fenícia: Entre Tiro e Sidom. Planície de Sarom; Entre o Monte Carmelo e Jope (I Cr 27.29; Ct 2.1,2).

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Planície do Acre (Jesreel ou Esdraelon): Entre os montes de Samaria e Galiléia (Js 17.16; Jz 1.31; 6.33) . Muitas batalhas importantes aconteceram ali: Gideão venceu os midianitas (Jz 6.33; 7.1); a derrota de Sísera (Jz 4); Morte de Saul e seus filhos (I Sm 31); Morte de rei Josias (II Rs 23); vitória de Jeú sobre Acabe (II Rs 10).

Planície do Sefelá (terras baixas): Entre a Planície da Filístia e as montanhas de Judá. “É uma região politicamente estratégica e economicamente importante”

8.

Principais Planaltos: Planalto de Basã: Sl 22.12, 68.15, Ez 39.18. Planalto de Gileade: Jr 8.22. Na época do NT é conhecido como Peréia. Principais Montes: Líbano: 3060 m. (I rs 5.1,6,9,13-15,18). De lá foi tirada a madeira de cedro para a construção do

templo de Salomão. Tabor: Js 19.22, Jz 4.6,14. Carmelo: è citado 21 vezes no AT. Lugar onde Elias confrontou os profetas de Baal (I Rs 18.17-40). Ebal (924 m.) e Gerizim (853 m.): Dt 11.29. situados na Samaria e separados por um pequeno vale. Sião (800 m.): Leste de Jerusalém. Citado 151 vezes na Bíblia. Sl 48.2. Moriá (744 m.): monte do templo de Salomão (II Cr 3.1). Fica a leste do Monte Sião. Hermom: Jz 3.3; I Cr 5.23; Sl 133.3. O rio Jordão nasce entre as suas cordilheiras. Principais Rios: Jordão (“declive” ou “o que desce”): Principal rio da Palestina, divide-a em duas partes distintas:

Canaã e Transjordânia. Tem três trechos distintos: (1) Da nascente ao Lago Merom. Profundidade de 3 a 4 m. (2) Do Lago Merom ao Mar da Galiléia. Profundidade de 8 a 15 m. (3) Do Mar da Galiléia ao Mar Morto. Região de muitas corredeiras. Percirre uma distância de 117 Km, atingindo 25 a 35 m. de largura e somente 1 a 4 m. de profundidade.

Quisom: O mais importante depois do Jordão (Jz 5.21; I Rs 18.40). nasce das torrentes do Monte Gilboa e do Tabor.

Soreque: nasce a sudoeste de Jerusalém e desemboca entre Jope e Ascalom (Jz 16.4). Seu vale é famoso por seus vinhedos (Jz 14.1-5).

Besor: deságua ao sul de Gaza (I Sm 30.9,10). Principais Desertos: Neguebe: Sl 126.4. Fica ao sul da Palestina. Deserto da Judéia: Jz 1.16, Mt 3.1. Jericó: Lc 10.30-35. Principais Estradas: Real: Mencionada em Nm 20.17; 21.22. Via Maris: saía de Damasco em direção a Ptolemaida no Mediterrâneo. Estrada do Centro: Eram duas estradas que saiam de Jerusalém, uma para o norte e outra para o

sul. A estrada do sul se bifurcava, indo um ramal para Gaza (Filipe evangelizou o eunuco nessa estrada) e o outro para Berseba.

Estrada da Costa: saía do delta do Nilo no Egito e seguia por uma região deserta por 120 Km até chegar no Mediterrâneo. É chamada do “caminho dos filisteus” em Ex 13.17.

Estrada do Leste: saía de Jerusalém em direção a Damasco pelo caminho de Betânia. Nessa estrada, Paulo foi encontrado por Cristo (At 9).

8 Ivete M. Pereira, Geografia Bíblica, Seminário Betel Brasileiro, 1998, p. 7. Trabalho não publicado.

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PANORAMA GERAL DO PENTATEUCO

Introdução: O Pentateuco diz respeito aos primeiros cinco livros da Bíblia atribuídos a Moisés (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt). A palavra significa literalmente “livro de cinco volumes”. É designado no TM como “a Lei – hattôrâ”. No AT o Pentateuco é chamado de: (1) Lei – Js 8.34; Ed 10.3. (2) Livro da Lei – Js 1.8; II Rs 22.8. (3) Livro da Lei de Moisés – Js 8.31; Ne 8.1. (4) Livro de Moisés – Ed 6.18; II Cr 25.4. (5) Lei do Senhor – Ed 7.10; I Cr 16.40. (6) Lei de Deus - Ne 10.28,29. (7) Livro da Lei de Deus – Js 24.26; Ne 8.18. (8) Livro da Lei do Senhor – II Cr 17.9; 34.14 (9) Livro da Lei do Senhor seu Deus – Ne 9.3. (10) Lei de Moisés, servo de Deus – Dn 9.11;Ml 4.4. No NT o Pentateuco é chamado de: (1) Livro da Lei – Gl 3.10. (2) Livro de Moisés – Mc 12.26. (3) Lei – Mt 12.5; Lc 16.16; Jo 7.19. (4) Lei de Moisés – Lc 2.22; Jo 7.23. (5) Lei do Senhor – Lc 2.23,24. Embora não possamos afirmar categoricamente que todas estas referências e outras mais sejam explícitas ao Pentateuco é difícil fazer tal ligação. O termo Pentateuco foi utilizado a primeira vez por Orígenes em seu comentário de Jo 4.25 “do Pentateuco de Moisés”; e Tertuliano em sua obra “Contra Márcion 1.10”.

I. A Autoria do Pentateuco: Há evidência Bíblica suficiente para crermos que Moisés foi o autor humano do Pentateuco. Isso não quer dizer que Moisés tenha escrito cada palavra como temos hoje, mas que é seu autor fundamental e real. É possível que Moisés tenha se utilizado de fontes anteriores e que revisões posteriores tenham ocorrido debaixo da inspiração do Espírito Santo, atualizando informações geográficas e históricas para facilitar sua leitura e entendimento. a. No próprio Pentateuco: Ex 17.14, 24.4-8, 34.27; Nm 33.1,2; Dt 31.9,22 e ainda Dt 1.1,5. b. No restante do AT: Josué está repleto (8.31,32,34;11.15,20; 14.2; 21.2, 22.5,9; 23.6 dentre outras); Jz 3.4, I Rs 2.3; II Rs 14.6; II Rs 21.8; Ed 6.18; II Cr 34.14; Dn 9.11-13. c. No NT: Mt 10.5; Mt 19.8; Mc 1.44; Lc 5.14; At 3.22; Rm 10.5-9; I Co 9.9; Ap 15.3.

LIVRO AUTOR DATA AÇÃO VERSO CHAVE

TEMA DIVISÃO

GÊNESIS Moisés 1.445 4.004 a 1.805 a.C.

1.1 Os princípios.

Primórdios. Patriarcas.

Providência.

ÊXODO Moisés 1.444 1.525 a 1.444 a.C.

3.10 Libertação pelo

sangue.

Libertação. Locomoção. Legislação.

LEVÍTICO Moisés 1.444 1.444 a.C.

19.2 Santidade. Sacrifício. Sacerdócio.

Saúde. Separação. Solenidade.

NÚMEROS Moisés 1.445 1.444 a 33.1 Peregrinação Sinai.

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1.405 a.C

Sinai a Cades. A Moabe.

DEUTERONÔMIO Moisés 1.445 1.405 a.C.

12.1 Obediência. Recorda ! Obedece!

II. Análise de Gênesis: Informações Gerais: a) Nome, Autoria e Data:

Na Torá (TM): Bereshit – “No Princípio”. Na LXX: Genesij (Gênesis – origem, fonte, geração). Autor e data: Moisés, cerca de 1.450 a.C.

b) Propósito: Fornecer um breve sumário da história da revelação divina, desde o princípio até que os israelitas

foram levados para o Egito e estavam prontos para se tornarem uma nação teocrática. c) Esboços: Capítulo Personagens Assuntos Lições

1-2 3-5 6-10 11 12-25 26-27 28-36 37-50

Deus Adão Noé Os povos Abraão Isaque Jacó José

Criação Queda Dilúvio Babel A Aliança A promessa Israel Conservação da promessa

Deus é o criador de tudo. Deus é santo. Deus é Justo. Deus é o governante dos povos. Deus elege. Deus é fiel. Deus cuida com paciência. Deus Intervêm.

CRIAÇÃO QUEDA DILÚVIO NOVO COMEÇO

1- 2 3-6.10 6.11-8.19 8.20 – 11 A Criação:

A duração dos dias da criação ainda é ponto discutido:

Eles nunca existiram – evolucionista.

Os dias representam eras (Evolucionista-Teísta). Os dias são literais – 24 horas.

1º dia 2º dia 3º dia. 4º dia 5º dia 6º dia 7º dia

Luz Firmamento Separação de terra e mar.

Luminárias nos céus.

Criaturas marinhas e as aves.

Os animais terrestres e o

homem.

Deus terminou seus atos criativos

e descansou.

A Queda: O pecado da queda foi a desobediência motivada por um desejo de tornar-se como Deus. “Deus proveu peles de animais para lhes servirem de vestes, o que envolveu o abate de animais, em favor do homem pecaminoso”

9.

Caim O primeiro homicida.

Lameque O primeiro polígamo Enos Começa-se a invocar a Deus (oração) Enoque Foi arrebatado Jubal Invenção da música através de instrumentos

9 Samuel J. Shultz, A História de Israel no AT, p. 14.

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musicais

. . Dilúvio: Medida da Arca. Tomando-se o côvado como 46 cm = !37 m. (comprimento) / 22,5 m. (largura) e 13,5 m. (altura). Deslocamento de água de 50 mil toneladas. Novo Começo: Terminado o dilúvio, começam as oferendas sacrificiais

10. Deus estabelece a pena de morte para o

homicídio e estabeleceu o arco-íris como promessa de mais destruir a terra com dilúvio. Destaque para a construção da torre de Babel, quando Deus confundiu as línguas para que o povo se dispersasse pelo mundo. Distribuição dos povos:

Sem Cão Jafé

Região do Golfo Pérsico

África e Palestina. Costa do Mar Mediterrâneo.

Europa e Ásia.

A lição que aprendemos desse período é que a corrupção do pecado se espalhou e contaminou a todos de forma crescente. A Era Patriarcal: A narrativa desse período está contida em Gênesis 12-50. Novas descobertas arqueológicas (Mari, Nuzi e Ugarite) têm trazido luz para esse período. O mundo patriarcal está identificado com o “Crescente Fértil” (Mesopotâmia, Palestina e Egito).Sua história está associada aos desenvolvimentos dos Sumérios e acadianos na Mesopotâmia e dos Egípcios no Egito. Quatro personagens bíblicos recebem destaque: Abraão, Isaque, Jacó e José. A vida de Abraão tem três fases distintas: 1. Partida de Ur e estabelecimento em Canaã (12.1 – 14.24). 2. Espera do filho prometido (15.1 –22.24). 3. Provimento para sua posteridade (23.1 – 25.18). A vida de Isaque se mistura ao relato da vida de Jacó (25.19 – 35.29). A vida de Jacó: 1. Jacó adquire de Esaú a Primogenitura – cap. 25. 2. Jacó rouba a Benção de Esaú – cap.27. 3. Jacó e Labão – cap. 28 – 32. 4. Jacó retorna a Canaã – cap.32 – 35.

Os Filhos de Jacó (Gn 35.23-26):

Ruben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom Filhos de Lia

Gade e Aser Filhos de Zilpa, serva de Lia

José e Benjamim Filhos de Raquel

Dã e Naftali Filhos de Bila, serva de Raquel

Implicações do Livro: Gênesis questiona:

1. O ateísmo – Existe um Deus que é criador de tudo.

10

Ibid., p. 16.

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2. O Panteísmo – Deus, embora imanente (presente na criação), é transcendente a ela (é separado da criação). Deus não é a criação, a natureza.

3. O politeísmo – Existe apenas um Deus, que é o SENHOR (Javé). 4. O Deísmo – Esse Deus intervêm na história da sua criação e a governa. 5. O materialismo – Deus não é a matéria, mas o seu criador (Ex nihilo – do nada).

A queda do homem explica: 1. A miséria do homem. 2. O vazio existencial do homem (quem sou? Donde vim ? Para onde vou ?). 3. A perdição e corrupção humana. 4. A existência da morte.

Para mais informação sobre o Pentateuco veja o link abaixo:

http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/biblia_sept_2.htm

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INTRODUÇÃO AOS LIVROS HISTÓRICOS.

I. Composição: Os livros históricos compreendem doze livros, que vão de Josué a Ester. A organização do TM segue uma linha diferente. Diferem do Pentateuco quanto à sua ênfase. O Pentateuco traça a história redentora da criação à morte de Moisés, destacando à aliança da Lei e aos alicerces legislativos de Israel como povo da aliança. Os livros históricos, por outro lado demonstram o movimento histórico de Israel na Palestina na sua obediência ou não à Lei e à aliança divina. Josué, Juízes, I e II Samuel, I e II Reis = Os Profetas Anteriores (Primeiros Profetas). Essa

designação é feita para contrastar com os profetas posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores). O termo não se refere a uma cronologia histórica, mas simplesmente ao seu lugar no cânon. “Enfatiza o fato de que apresentam uma história religiosa ou com um objetivo religioso. Eles “contém dados históricos escolhidos numa perspectiva profética”

11. O elemento

histórico está sempre ligado à mensagem espiritual. Os primeiros Profetas são históricos; os Últimos são exortativos”

12 Os Profetas Anteriores enfatizam o assentamento em Canaã e à Monarquia, os

Profetas Posteriores enfatizam os séculos finais dos dois reinos, especialmente Judá. A diferença fundamental entre ambos está no fato de os Anteriores serem “constituídos de narrativas”

13.

Esdras, Neemias, Ester, I e II Crônicas = Os Escritos. Rute é contado entre os cinco Rolos.

II. Autoria: Os livros históricos têm em sua maioria autoria anônima, porém certamente foram compilados por: Josué, Samuel, Jeremias e Esdras. Também haviam cronistas que eram oficialmente encarregados de relatar os fatos históricos para registro oficial; além do que, há outros escritores que narraram histórias específicas.

Davi = Samuel, Natã e Gade (I Cr 29.29). Salomão = Natã, Aías e Ido (II Cr 9.29). Roboão = Semaías e Ido (II Cr 12.15). Baruque era o escrivão de Jeremias. Outros documentos históricos, não inspirados, foram

utilizados como fonte (Js 10.13 – O livro dos Justos. I Rs – A História dos Reis de Israel e Judá).

III. Divisão Histórica do Período:

No Periodo Duração Data

1 Juizado Da entrada em Canaã até o estabelecimento da Monarquia.

1.406 – 1.044 a.C.

2 Monarquia 1) O Reino Unido: Saul, Davi e Salomão. 1.044 – 931 a.C. 2) O Reino Divido ou Período Profético. 931 – 536 a.C.

1.044 – 536 a.C.

3 Restauração Do Cativeiro Babilônico até a Silêncio Profético 536 – 400 a.C.

11

Leslie C. Allen, “Os Profetas Anteriores”. Em: Introdução ao AT, p.143. 12

Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o AT, p.63. 13

Leslie C. Allen, op.cit., p.143.

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IV. Divisão Literária do Período

LIVRO DATA APROXIMADA

TEMA OUTROS POVOS

ANTES DO REINADO – 1.406 – 1.044 a.C.

JOSUÉ 1.406 - 1.375 Ocupação da terra prometida. Pouca influência egípcia na Palestina.

JUÍZES 1.375 – 1.044

14

Bênçãos pela obediência e castigo pela desobediência conforme a aliança.

Chegada dos Filisteus à Palestina.

RUTE 1.330 A linha davídica abrange os gentios por intermédio de Rute

Período de paz entre Israel e Moabe. Época dos Juízes.

ASCENSÃO E QUEDA DO REINO - 1.044 – 586 a.C.

I e II SAMUEL 1.100 – 970 Estabelecimento do Reinado Filisteus: Os maiores inimigos de Israel.

I e II REIS 970 – 586 A história do reino pelo prisma da aliança

Cativeiro sob a Assíria (Israel) e Babilônia (Judá).

I e II CRÔNICAS

Adão – 586. A história do reino com ênfase em Judá. O Templo de Salomão.

“Reinos e impérios vizinhos erguem-se e caem conforme o desígnio de Deus para o reino davídico”

15

PÓS-EXÍLIO (PERIODO PERSA) – 537 – 432 a.C.

ESDRAS 537 – 458 Reconstrução do templo e reforma do culto

O Novo Império Persa. Retorno dos exilados

NEEMIAS 445 – 430 Reconstrução dos muros de Jerusalém e restabelecimento de um governo limitado.

A boa vontade dos governos persas permitem uma relativa paz.

ESTER 483 - 473 Deus é providente para com seu povo mesmo longe da terra prometida.

A Pérsia governa da Índia ao Helesponto.

V. Auxílios Gráficos: 1. Livros do AT, Conheça Melhor o AT, Stanley A. Ellisen, p.10. 2. Os Livros Históricos - Mapas, Gráficos, Cronologias e Ilustrações, p.22.

VI. JOSUÉ, JUÍZES E RUTE:

I. O Livro de Josué.

1. Nome, Autoria e Data: TM = Ieshuá ( u w h y ) – Josué = Deus é salvação. LXX = Ihsouj – Josué. Provavelmente foi escrito pelo próprio Josué (Js 24.26) entre 1.406 – 1.380 a.C.

3. Esboço Básico:

ENTRADA CONQUISTA DIVISÃO

14

Ellisen aponta a data de 1.075 a.C. Conheça Melhor o AT, p.64. 15

Ibid., p. 65.

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1 – Preparação 3 – Travessia do Jordão. 5 – Circuncisão: (Renovação da Aliança).

6 – Centro 10 – Sul. 11 – Norte.

13 – Herança das tribos 20 – Cidades de refúgio. 22 – Despedida de Josué.

Palavra Chave: Redenção. Verso Chave: 1.2 3. Teologia: 1. A fidelidade de Deus: Deus sempre cumpre as suas promessas, apesar dos nossos pecados (21.45). Ele também nos dá a vitória e ela é pela fé somente. 2. A santidade de Deus: Deus castiga a iniqüidade dos cananeus através de Israel, mas também exige santidade de seu povo para executar a sua vontade (Cap. 7 – O pecado de Acã). 3. A salvação de Deus: Josué significa “JEOVÁ é salvação”. Ele é um tipo de Cristo no AT, no sentido que levou o povo de Deus ao descanso da terra prometida (Cf. Hb 3.7-4.11).

II. O Livro de Juízes:

1. Nome, Autoria e Data. TM = Shophetim – Juízes = “julgadores”, “líderes executivos”. LXX = kritai (kritai) – Juízes. Embora sua autoria seja desconhecida, a maioria dos estudiosos a credita a Samuel. Escrito por volta de 1.000 a.C. , abrange o período que vai da morte de Josué ao estabelecimento do Juizado de Samuel (1.380 – 1.060 a.C.). 2. Tema. O tema é “Opressão e Livramento”. 7 apostasias; 7 opressões e 7 livramentos. O livro narra os fracassos de Israel por causa da transigência (conformação). Verso chave: 17.6 ou 21.25 – “Naqueles dias não havia rei em Israel; Cada um fazia o que achava mais reto”. 3. O Perfil dos Juízes: I Co 1.26-31: “Deus escolheu ... aquelas (coisas) que não são para reduzir a nada as que são...”. Mas o Senhor ... (3.10; 6.11-34; 11.29; 14.19 ...).

Eúde Canhoto

Sangar Arma insignificante (queixo de boi).

Débora Uma mulher

Gideão Medroso

Jefté Filho de uma prostituta

Jair Polígamo

Sansão Polígamo

Como explicar a derrota de Sansão? (1)Desperdiçou seus dons. (2) Buscou seus próprios interesses. (3) Entregou-se a desejos carnais. 4. A Explicação da Decadência. Eles não expulsaram os inimigos como Deus ordenara, mas se conformaram com o que já tinham conquistado e se acomodaram satisfeitos, perdendo o ânimo para completar a obra (1.19,21,27,29-31,33,34). Há um padrão notável na narrativa de Juízes:

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5. Teologia. 1. Deus é Justo. Uma nação que abandona o Senhor, rebaixa e compromete os seus padrões, não pode Esperar a benção de Deus. 2. Deus é Soberano. Ele não depende do poder humano para atuar, mas humilha-o utilizando-se de Instrumentos desprezíveis a seus olhos. A vitória é sempre de Deus no final! 3. Deus é magnânimo e Cheio de Graça. “A paciência de Deus e a maravilhosa possibilidade de um novo começo, mediante Sua graça faz ressoar uma nota alegre neste livro”

16 (Cundall & Morris).

4. A Fé é Importante. Os Juízes não tinham grandezas morais que nos inspire, mas notamos que há neles um tipo de fé que coopera com Deus, através da qual Ele revela o seu poder (Hb 11.32,33).

III. O Livro de Rute:

1. Nome, Autoria e Data. TM = t w r - Rute = Amizade, Associação. LXX = Rouq - Rute. Sua autoria tem sido atribuída a Samuel pelo Talmude. Seu pano de fundo é o período dos Juízes (1.1). Uma vez que Rute é bisavó de Davi, deve ser datado por volta de 1.100 a.C. Está contado entre os “Cinco Rolos”. É lido anualmente em Israel durante a festa de Pentecostes (Junho). 2. Objetivo e Tema do Livro. Seu objetivo é explicar a introdução de sangue gentio na linhagem do rei Davi e mostrar a providência da Deus na vida daqueles que confiam Nele. Verso chave: 1.16. O livro mostra de forma muito bela como Deus age nos bastidores mais comuns de nossas vidas (fome; gravidez; a Lei), não precisando se utilizar somente de atos sobrenaturais. 3. Mensagens. 1. As circunstâncias não criam e nem destroem os crentes. 2. A fé é o segredo ou o teste do verdadeiro discípulo. 3. A pessoa que confia em Deus torna-se um instrumento nas Suas mãos. 4. Teologia. 1. Deus acolhe não israelitas na aliança. “Rute, a moabita”. 2. A benevolência é o estilo de vida correto para o povo de Deus. Rute nos mostra de modo prático o que o estilo de vida hesed (Benevolência - dispor-se a ir “além da obrigação”).

16

Cundall & Morris, Juízes, Introdução e Comentário, Vida Nova / Mundo Cristão, p. ?

PECADO

CASTIGO SUPLICA

LIVRAMENTO

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Rute Sacrifício e obediência.

Noemi Perseverança e inteligência.

Boaz Generosidade e integridade.

3. Deus é providente e sempre cumpre seus decretos. A linhagem real de Davi e a linhagem do Messias. 4. O parente redentor (go’el) como tipo ou prenúncio do Messias.

1. Ser um parente de sangue Cristo se aparentou com a raça humana por meio de um nascimento virginal.

2. Possuir o valor necessário para adquirir a Herança perdida.

Só Cristo possuía o mérito suficiente para pagar o preço em prol dos pecadores.

3. Dispor-se a resgatar a herança perdida. Cristo entregou sua vida livremente.

4. Dispor-se a casar-se com a esposa do parente falecido.

Tipifica o relacionamento de noivo e noiva entre Cristo e a Igreja.

5. Esboço Básico. A Vida de Rute, a Moabita.

Para mais informação sobre os livros Historicos veja o link abaixo:

http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/biblia_sept_3.htm

1.Rute decide voltar.

2.Rute serve a Noemi.

3.Rute descansa

aos pés de Boaz.

4.Rute resgatada, Casa-

se com Boaz.

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REIS E PROFETAS DE ISRAEL E JUDÁ17

DATA REIS PROFETAS REIS ASSÍRIA SÍRIA

REINO UNIDO

1044 Saul

1011 Davi Natã

971 Salomão

JUDÁ ISRAEL

931 Roboão Aías Jeroboão Rezom

Abias Semaías

Asa Ido

Nadabe

909 Aazarias / Hanani

Baasa

Jeú Elá

(Zinri)

885 Josafá Elias Onri Ben-Hadade

Micaías (Tibni) Assurnasirpal

Eliezer Acabe

Jorão Eliseu Acazias

Acazias Joiada Jorão

Atalia Salmaneser III

841 Joás Zacarias Jeú Hazael

Amazias

Azarias Jonas Jeocaz Ben-Hadade

Oséias Jeoás

Amós Jeroboão II

752 Zacarias

Jotão Salum

Isaías Menaém Tiglate-Pileser III Rezim

Salmaneser V

Acaz Odede Pecaías Sargão II

Peca Senaqueribe

Oséias Esaradom

Assurbanípal

722

Ezequias Miquéias Queda de Samaria

Manassés Babilônia

Amom Nabopolassar

Josias Nabucodonosor

Jeocaz Jeremias

640 Jeoaquim Hulda

Joaquim

Zedequias

(Ezequiel)

586 Queda de Jerusalém

(Daniel)

17

Samuel J. Shultz, História de Israel no AT, Vida Nova, p.150.

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O Ministério Profético

Introdução: O TM divide os profetas em Profetas Anteriores (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e os Profetas Posteriores, que são os profetas propriamente ditos, indo do livro de Isaías até Malaquias. Estes, por sua vez, são divididos em Profetas Maiores (Isaías a Ezequiel) e Profetas Menores (Os doze). Essa subdivisão está baseada unicamente no tamanho dos livros. Nessa aula vamos tratar mais especificamente do movimento profético de Israel, uma vez que é tema de grande importância e debate nos dias atuais. Nossa intenção é refletir sobre sua importância para o AT.

I. A Natureza da Profecia Hebraica: A profecia bíblica se define, num sentido mais amplo, por ser uma revelação oral ou escrita, em linguagem humana, dada por meio de um porta-voz humano, transmitindo e esclarecendo a vontade Deus

18. A profecia do AT inclui também eventos proféticos, como a travessia do Mar Vermelho, a

Serpente de Bronze, ambos com significado profético para o NT. As ordenanças do Tabernáculo e do sacerdócio também estão repletos de significados proféticos por causa das tipificações. Num sentido mais específico, o termo é utilizado para referir-se “aos discursos de homens especialmente escolhidos e ungidos para ocupar o ofício profético”

19.

Contudo, é preciso deixar claro, que nem todos os profetas do AT foram escritores Os escritos proféticos que temos são aqueles que o Espírito Santo preservou por causa de suas implicações para o futuro, em relação àquela época e também com relação à nossa época.

II. A Natureza do Ofício Profético: A principal responsabilidade dos profetas no AT era anunciar a vontade de Deus comunicada na Sua revelação. Isso podia conter elementos preditivos, mas não era a essa a principal marca distintiva do profeta. Seu ministério tinha notadamente um caráter reformador (abandonar o pecado e retornar à obediência ao pacto da Lei) Três termos estão ligados ao profetismo do AT: 1. Nãbhi: Profeta, pessoa chamada. Geralmente o profeta desse tipo fazia parte de um grupo de profetas. 2. Rõ’eh: Um particípio ativo do verbo “ver”, traduzido por “vidente. O vidente costumava andar sozinho

20. O termo é usado 10 vezes, sendo seis aplicadas a Samuel.

3. Hõzeh: Um particípio ativo de outro verbo que significa “ver”. É traduzido ou por “profeta” ou por “vidente”. Esse termo é aplicado a Gade, e geralmente associado com o rei (exceto II Cr 29.30). O profeta também podia ser chamado de “homem de Deus” (‘ish Elõhim), ressaltando o grau de intimidade do profeta com Deus. Uma passagem importante na definição desses termos é I Samuel 9.9, onde é dito claramente que houve mudança no uso dos termos profeta e vidente.

III. A Função da Profecia Hebraica: São quatro elementos principais. 1. Encorajar o povo de Deus a confiar exclusivamente na graça de Deus, e no seu poder libertador, e não nos seus próprios méritos.

18

G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT? P. 222 19

Ibid., p.223. 20

J. A. Motyer, “Profecia, Profetas”. NDB II, p.1.319.

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2. Lembrar o seu povo que a segurança e a bem-aventurança dependiam da sua fidelidade à aliança, demonstrada em vida piedosa e consagrada. “A conduta segundo a vontade de Deus era o resultado infalível de uma fé salvadora”

21. Deus não aceitaria qualquer

substitutivo à obediência à sua palavra. 3. Encorajar Israel quanto às coisas futuras. A desobediência só poderia redundar na ira de Deus (Lv 26 e Dt 28). 4. Selar a qualidade autorizada da mensagem de Deus, quando a profecia se cumpria de maneira objetivamente averiguável. O que o profeta falasse quanto ao futuro deveria se cumprir do jeito que dissera (Dt 18). Isso era aplicável tanto às profecias de cumprimento breve, quanto às de longo alcance. Alguns fundamentos são importantes

22:

1º. Para exercer a devida responsabilidade moral no presente é preciso estar consciente do futuro. A predição não implicava apenas em saber sobre o futuro, mas saber por causa do plano que Deus está executando e do qual a nação fazia parte. A visão de bênçãos ou maldições futuras apelava para que no presente se andasse na luz. 2º. Os profetas falavam em nome de Deus e não de si mesmos. 3º. A predição está ligada à essência do ministério profético (Dt 18.9). Israel foi advertido não somente sobre as abominações dos cananeus, mas também sobre as suas adivinhações. Assim sendo, o profeta que falasse em nome do senhor deveria ser julgado através da exatidão de suas predições (Dt 18.22).

IV. Profetas Falsos e Verdadeiros: Vemos no AT vários confrontos de profetas de Deus com falsos profetas: Micaías e Zedequias em I Rs 22. Jeremias e Hananias em Jr 28. O homem de Deus e o profeta velho em I Rs 13. Elias e os profetas de Baal em I Rs 18. Uma pergunta surge: Como podemos discernir o falso profeta do verdadeiro profeta? Os textos bíblicos que tratam do assunto são: Deuteronômio 13 e 18.9-18; Jeremias 23 e Ezequiel 12.21-14.11. Para Moisés, não era somente o cumprimento objetivo da profecia que caracterizava o verdadeiro profeta, mas qual a sua postura frente à Lei. Poderia acontecer de uma profecia falsa se cumprir, e então o falso profeta conclamar o povo a se afastar de Deus e adorar falsos deuses, pregando rebeldia contra o Senhor (Dt 13.2). outro critério demonstrado Dt 13.5-10 é que o falso profeta não reconhece a autoridade de Moisés e as doutrinas do Êxodo. Para Jeremias (Jr 23), o falso profeta é um homem de vida imoral (v.10-14), que não coloca qualquer barreira à imoralidade dos outros, pois sua regra é a conformidade (v.17); enquanto que o profeta verdadeiro conclamava o povo à santidade denunciando o pecado (v.22). O grande problema era a pregação mascarada da paz (profetizar o que o povo queria ouvir). Os profetas de Deus sempre proclamaram a paz, mas aquela que era encontrada dentro do relacionamento correto com Deus por meio da obediência à Lei (Aliança).”A paz só pode sobrevir quando a santidade é satisfeita no tocante ao pecado”

23. Para jeremias, os falsos profetas tinha um testemunho emprestado,

uma autoridade fingida e de um ministério auto-declarado (v.30-32). Ezequiel concorda com Jeremias substancialmente, acrescentando que ao crer em mentiras o povo ficava desprotegido em tempos de tribulação (13.4-7). Uma vez que a falsa profecia procura ser isenta de conteúdo moral, se torna insultuosa para os justos e encorajadora para os ímpios.

21

G. L. Archer Jr, op. cit., p.225. 22

J. A. Motyer, op. cit., p.1.320. 23

Ibid., p.1.324.

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V. A Mensagem Profética: Pode ser classificada em três grupos principais

24:

1. Profecias a respeito do destino interno de Israel. Declaram o juízo divino contra o pecado (falta de fé e iniqüidade) e a promessa de restauração após o exílio. 2. Profecias Messiânicas. Proclamam a vinda do redentor. 3. Profecias Escatológicas. Referem-se aos últimos dias, quando o reino de Deus será estabelecido na terra.

Quadro dos Profetas

Tempo e Lugar Judá Israel

Maior Menor

Antes do cativeiro 722 a.C. e 586 a.C.

Isaías Joel Obadias Miquéias

Oséias Amós Jonas Jeremias Naum

Habacuque Sofonias

Durante o Cativeiro Ezequiel Daniel

Após o Cativeiro Ageu Zacarias

Malaquias

Para mais informações sobre os livros profeticos, veja o link abaixo:

http://www.fatheralexander.org/booklets/portuguese/biblia_sept_5.htm

24

A Lamorte e G.F. Hawtorne.Profecia, “Profeta”; Enc. Histórico teológica da Igreja Cristã, vol.III, p.189.

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INTRODUÇÃO AOS PROFETAS MENORES Os profetas eram porta vozes de Deus ao seu povo, para fazê-lo cumprir a aliança, relembrando o povo do seu compromisso diante de Deus. Ressaltavam as bênçãos decorrentes da obediência e os castigos da desobediência como selo da soberania Divina. Invariavelmente, sua mensagem era marcada por:

1) Confrontação do pecado. 2) Chamada ao arrependimento. 3) Convite para se voltar para Deus.

Atestavam que “uma fé salvadora incluía uma vida santificada”. Como vimos antes, a mensagem profética não visava apresentar uma mensagem voltada somente para a revelação do futuro (embora isso acontecia), antes almejavam o retorno da nação à obediência à Lei de Deus, a fim de viver em comunhão com Ele. Na boca dos profetas “Deus falou na história e acerca da história”, por isso, “o conhecimento das condições sócio-econômicas, políticas e religiosas da época dos profetas é indispensável à compreensão da mensagem profética”

25. Os profetas queriam falar em prol de Deus aos seus

contemporâneos.

I. Quadro dos Profetas Menores26: PROFETAS

SIGNIFICADO DO NOME

TEMPO A.C.

LUGAR MENSAGEM VERSO CHAVE

ESBOÇO BÁSICO

Oséias Yaweh salva 725 Israel O Senhor te ama 6.7

I.Juízo II. Graça

Joel Yaweh é Deus 722 Judá O dia do Senhor vem!

2.1

Amós

Carregador (?) fardo

27

722 Israel Prepara-te Ó Israel !

4.12

Obadias Servo de Yaweh 722(?) Judá Edom 1.21 Jonas Pombo 722 Israel Nínive 4.11 Miquéias

Quem é como Yaweh

722 Judá Quem é como o Senhor ?

7.18

Naum Consolação 586 Judá Nínive 1.15 Habacuque

Abraço Ardente 586 Judá O justo viverá dafé

2.4

Sofonias O Senhor Escondeu

586 Judá Está perto o Dia do Senhor

1.7

Ageu

Festivo 538 Judá A glória do Senhor

2.9

Zacarias

Yaweh se Lembrou

538 Judá Não por força 4.6

Malaquias

Mensagem de Yaweh

538 Judá

O anjo da aliança 3.1

25

Dionísio Pape, Justiça e Esperança Para Hoje, ABU, p. ? 26

Anotações em sala de aula do Rev. Geraldo Silveira Filho, datada de 22/06/1988, no SPBC. 27

Stanley Ellisen, Conheça Melhor o AT, p.286.

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II. Quadro dos Profetas Menores28:

1. Antes do cativeiro do Norte (722 a.C.)

PROFETA DATA CARÁTER DE DEUS

MENSAGEM DA ALIANÇA

Oséias

740 Amor Aliança violada por Israel.

Joel 835 Julgamento Aviso a Judá do julgamento

devido ao pecado. Amós

760 Justiça Aviso a Israel do

julgamento amadurecido.

Obadias 845 Vingança Advertência a Judá acerca da proteção da

aliança. Jonas

765 Misericórdia Censura a Israel pelo

egoísmo da nação. Miquéias

735 Perdão para com o

mundo Censura a Judá pelas

injustiças sociais. 2. Antes do cativeiro do sul (606-585 a.C.)

Naum c.

710 Zelo Terror de Deus sobre os atacantes de Judá.

Habacuque 608 Santidade Uso divino de estrangeiros para a

disciplina. Sofonias

625 Indignação Cumprimento da aliança

no dia do Senhor. 3. Depois do regresso do Cativeiro (536-525 a.C.)

Ageu

520 Glória Glória verdadeira na presença de Deus.

Zacarias 520 Livramento Cumprimento da aliança através do Messias.

Malaquias

430 Grandeza Obrigações da aliança até que o Messias

venha.

28

Stanley Ellisen, Conheça Melhor o AT, p.272.

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A POESIA HEBRAICA

Introdução: A poesia bíblica não está limitada aos livros poéticos do AT, mas uma boa parte dos outros livros, também se apresentam na forma poética ou contém textos poéticos, especialmente os livros proféticos. É preciso estar consciente de que “a poesia apela mais à imaginação e à emoção que à razão

29”,

portanto, o entendimento da forma determinará, até certo ponto, a interpretação da mensagem. Também é preciso estar cônscio do fato de que a poesia Bíblia é realista, pois dá testemunho de experiências reais, acontecidas na vida de seus autores.

I. A Poesia Hebraica: A poesia hebraica é lírica

30 por definição, podendo ser classificada nos seguintes termos

31: Shir: Com ou

sem instrumento acompanhante. Mizmôr: Salmo ou hino (acompanhada com instrumentos). Qinäh: Elegia ou lamento. Tehillâ: Hino de louvor. Mãshãl: Provérbio ou “cântico satírico”. Os salmos são a maior coleção de poesia hebraica conhecida.

II. Formas Poéticas. A principal característica da poesia hebraica é o Paralelismo. O paralelismo é uma forma de compensação da rima por “um ritmo de pensamento ou de sentido

32”, que se refere “à prática de

contrabalançar um pensamento ou frase por outro que contenha aproximadamente o mesmo número de palavras, ou, pelo menos, uma correspondência de idéias

33”.

O paralelismo pode se manifestar de inúmeras formas, e os estudiosos cada dia inventam ou descobrem uma nova; contudo destacamos as seguintes formas básicas: a) Sinônimo: No paralelismo sinônimo, cada linha poética expressa o mesmo pensamento em linguagem equivalente. Exemplos:

Salmo 24. 1 Salmo 103.10 Salmo 30.11

Salmo 92.12 Salmo 19.3,7

Isaías 1.3 Salmo 46.1

b) Antitético: No paralelismo antitético, a segunda reitera a primeira pelo contraste. Uma das partes é contrária à outra. Exemplos:

Salmo 1. 6 Salmo 30.5 Salmo 32.10

Provérbios 10.1 Provérbios 14.11 Provérbios 3.5

Provérbios 15.20 Provérbios 27.6

Isaías 65.13 c) Sintético: No paralelismo sintético a segunda linha especifica ou completa a primeira. Hubbard

34 o

chama de “Paralelismo de Especificação”, enquanto que Archer diz que pode se chamar também de “Construtivo”, subdividindo-o em três categorias: De completação (Sl 2.6); de comparação (Pv 15.17) e de raciocínio (Pv 26.4)

35.Exemplos:

Salmo 55.6 Isaías 1.16c,17 Amós 1.7

29

Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: Introdução ao AT (IAT), p.249. 30

W. J. Martin, “Poesia”. Em: Novo Dicionário da Bíblia (NDB), vol. II, p.1299. 31

Ibid. 32

F. F. Bruce, “A Poesia do Velho Testamento”. Em: Novo Comentário da Bíblia (NCB), vol. I, p.42. 33

G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT?, p.383. 34

Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: IAT, p.252. 35

G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT?, p.384.

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Salmo 21.1,2 Salmo 20.7,8

Isaías 55.6,7 Provérbios 30.17

d) Climático: No Climático, há uma intensificação do efeito na segunda linha. A segunda linha repete parte das palavras da primeira para então completar o pensamento. A frase repetida é o ponto de partida para o clímax. F. F. Bruce o chama de Paralelismo Gradativo

36.

Exemplos:

Salmo 29.1 Salmo 1.1

Salmo 55.12,13 Salmo 25.1-7

Salmo 92.9

e) Emblemático

37 ou simbólico

38 : Uma das partes usa o sentido literal e a outra o figurado. As idéias

não comparadas ou completadas, mas justapostas. Segundo Archer demonstra39

, isso é mais perceptível no hebraico, que no português, onde o tradutor faz uso da comparação. Exemplos:

Salmo 103.13. Salmo 11.4

Provérbios 11.22 Salmo 129.5-8

Provérbios 25.25.

f) Quiástico ou Cruzado: A primeira parte corresponde à quarta e a segunda à terceira. O paralelo reverte a Ordem dos hemistíquios (metade de um verso) do verso inicial. Costuma ser mais extenso que os demais. Exemplos:

Salmo 2.9 Salmo 30. 8-10

Salmo 51.1 Oséias 13.14

Isaías 40.3

Outra forma da poesia hebraica digna de nota é o Acróstico; Aplicado como ajuda mnemônica, onde cada letra do alfabeto hebraico encabeça um dos versos. Seus exemplos mais conhecidos são o Salmo 119, organizado no padrão 8 X 1, e Lamentações 3, organizado no padrão 3 X 1. Na Seqüência Numérica, acontece o padrão (x, x + 1). Seu efeito literário é destacar um item crucial, específico; “a gota que fez o copo transbordar”

40. Exemplos:

Salmo 62.11 Provérbios 6.16

Miquéias 5.5 Amós 1.3

36

F. F. Bruce, “A Poesia do VT”. Em: NCB, vol I., p.43. 37

ibid, p.384. 38

F. F. Bruce, “A Poesia Hebraica”, NCB, vol. II, p.42. 39

G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT? p.384, 385. 40

Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: IAT, p.258.

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A QUESTÃO DOS APÓCRIFOS

I. Definição41: O termo apócrifo quer dizer “oculto”, sendo um termo técnico aplicado à relação de um certo grupo de livros para com o Cânon do AT. Estes livros não foram aprovados, mas são importantes para auxiliar-nos na compreensão do contexto do período intertestamentário. Os apócrifos dizem respeito aos livros constantes em manuscritos da Septuaginta, bem como a outros lendários, históricos e teológicos, muitos escritos originalmente em hebraico e aramaico e posteriormente traduzidos para o grego, que é a forma nas quais chegaram até nós. Sua posição diante da Igreja Cristã era meio ambígua, até o séc. XVI, quando o Concílio de Trento (instalado em 1545), incluiu alguns deles no cânon Católico Romano. Os que constam nas versões católicas são: I e II Macabeus, Baruque, Eclesiástico, Sabedoria, Judite, Tobias. Acréscimos a Daniel (Bel e o Dragão, Suzana, Cântico dos Três Jovens e a Oração de azarias), Acréscimos a Esdras ( O Debate dos Três Jovens – entre 3.1 – 5.6) e Acréscimos a Ester (6 passagens).

II. Canonicidade: Os principais argumentos em favor da inclusão dos Apócrifos no Cânon do AT estão relacionados com a autoridade atribuída aos manuscritos da LXX. Observamos, porém, que os Targuns aramaicos e a Pesita siríaca e os grandes unciais do quarto e quinto séculos não contém os Apócrifos em seus manuscritos, mas somente a LXX. Mesmo na LXX sua presença é incerta. Defende-se um “Cânon Alexandrino” paralelo ao “Palestiniano”, contudo é certo que nem todos os livros da LXX eram considerados canônicos entre os cristãos de fala grega. Filo de Alexandria era contrário à sua inclusão. Apela-se às citações que o NT faz do AT, usando a LXX, mas percebe-se que nenhum Apócrifo é citado. Também é importante colocar que a mera citação não atesta a inspiração, visto que livros pagãos ( At 17.28 - Phaenomena de Arato; I Co 15.33 – Thaís de Menander) e até Pseudoepígrafos também são citados ( Jd 14,15 - I Enoque).

Códex Vaticano (B) canônico.

Códex Sinaítico (Alef) Códex Alexandrino (A)

I Macabeus – não tem. II Macabeus – não tem.

Baruque – não tem.

I Esdras – não canônico.

IV Macabeus – não canônico I Esdras – não canônico. III Macabeus – não canônico. IV Macabeus – não

Pelo quadro acima, percebe-se que até mesmo entre os três manuscritos mais antigos da LXX há incerteza quanto à canonicidade dos Apócrifos. Outro argumento são as citações dos Apócrifos feitas por alguns dos Pais Apostólicos. Contudo, a mera citação não garante que defendiam sua canonicidade. I Clemente, a Epístola de Barnabé e Agostinho de Hipona os defendiam. Agostinho de uma forma um tanto ambígua, ora defendendo, ora depreciando. Atanásio e o próprio Jerônimo eram contrários à inclusão. Os Apócrifos recebem um tratamento contrário em muitos documentos importantes:

41

Veja mais em NDB I, J. N. Birdsall, “Apócrifos”, p. 91-94.

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1) Contra Apionem 1.8 de Josefo : “Desde Artaxerxes até nossos dias, tudo tem sido registrado, mas não tem sido considerado digno de tento crédito quanto aquilo que precedeu esta época”. 2) Prólogo Galeatus de Jerônimo : “Este prólogo, pode ser aplicado a todos os livro que traduzimos do Hebraico para o Latim, de tal maneira que possamos saber que tudo que é separado destes deve ser colocado entre os apócrifos. Portanto, a Sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de Jesus bem Siraque, e Judite e Tobias e o pastor (supõem-se ser o de Hermas) não fazem parte do Cânon... e assim, da mesma maneira pela qual a Igreja lê Judite, Tobias e Macabeus (no culto público) mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também sejam estes dois (Sabedoria e Eclesiástico {?}) úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer as doutrinas da Igreja”. 3) A Lista do Bispo Melito de Sardes : com a exceção da Sabedoria (que também pode ser Provérbios), não cita nenhum Apócrifo. 4) História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia : Cita em VI.25 uma lista feita por Orígenes de Alexandria, onde com a exceção da aparente inclusão da Epístola de Jeremias é igual à de Josefo. Um fato interessante é que a Igreja grega, em 1672, reduziu a quatro o número dos Apócrifos reconhecidos por ela ( Eclesiástico, Sabedoria, Tobias e Judite).

III. Alguns Erros Encontrados nos Apócrifos: 1. Salvação pelas obras: Tb 4.7-12; 12.8,9. 2. Aprovação do suicídio: II Mc 14.41-46. 3. Feitiçaria: Tb 6.4-8 (Tobias e o anjo). 4. Intercessão pelos mortos: II Mc 12.39-46 (purgatório). 5. Ausência de Inspiração: II Mc 15.38,39; I Mc 9.27. 6. No Livro de Sabedoria: A) Vingança. B) O egoísmo: 38.16-24. C) O gozar da vida: 14.14-17. D) Panteísmo: 43; 29. E) Tratamento cruel dos escravos: 33.26,30; 42.1,5. F) Ódio aos samaritanos: 50.27,28. G) Esmolas que expiam pecados: 3.33. 7. Mediação dos santos: Tb 12.12; II Mc 7.28; 15.14. 8. Justificação pelas obras: Tb 4.7-11; 12.8. 9. Os fins justificam os meios: Judite. 10. O corpo como prisão da alma (Pensamento grego): Sb 9.15. 11. Origem e destinos estranhos da alma: Sb 8.19,20. 12. A sabedoria salva: Sb 9.18.

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PERÍODO INTERBÍBLICO

Entre as profecias de Malaquias e João Batista se estende um período de 400 anos, ou seja,

entre as palavras de Malaquias: "Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante

de mim: e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais...", e as palavras de

João Batista: "E naqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia, e

dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus". Neste período há um profundo

silêncio divino de 400 anos, sem uma voz profética.

PORQUE ESTUDAR ESTE PERÍODO

1. Razões históricas - Explicam o fundo histórico do Novo Testamento; 2. Razões culturais - Explicam a origem e desenvolvimento dos costumes,instituições e vida

religiosa do povo judaico do período do Novo Testamento; 3. Razão Messiânica - Demonstra como Deus preparou o mundo para o advento.

AS DIVISÕES DO PERÍODO INTERBÍBLICO.

1. Período Persa 536-331AC 2. Período Grego 331-167AC

a) Período Grego próprio 331-323AC b) Período Egípcio 323-198AC c) Período Sírio 198-167AC

3. Período Macabeus 167-63AC 4. Período Romano 63-5AC

Hist. Gentios - Referem-se apenas superficialmente aos assuntos judeus daqueles dias,

provavelmente por não apreciarem o povo da aliança e devido a sua incapacidade para avaliar

corretamente os aspectos espirituais dos conflitos entre os judeus e os povos idólatras.

O FIM DO PERÍODO DO ANTIGO TESTAMENTO E O INÍCIO DO PERÍODO PERSA.

Depois de um longo período de apostasia, o Reino do Norte foi conquistado e levado para o

cativeiro pelos assírios em 721AC, lá desapareceu misturando-se. Igual tratamento recebeu o

Reino do Sul nas mãos dos babilônios sob Nabucodonosor em 586 AC.

Já em 597 AC. Nabucodonosor tinha colocado fim ao Estado judaico onde o rei Joaquim e os

principais tinham sido levados cativos 2Rs. 24:10-17. Nabucodonosor nomeou Matanias, em

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lugar de Joaquim, seu tio, e lhe mudou o nome para Zedequias. Judéia ficou como um reino

tributário.

Em 590 Zedequias tenta aliar-se ao Egito, mas Nabucodonosor novamente sitia a cidade até

ser tomada totalmente e ser destruída, e o seu templo profanado (Jr:39:4-10).

AS RESTAURAÇÕES

A queda da Babilônia deu-se aproximadamente em 538 AC. Ciro rei da Pérsia tomou-a por

meio do estratagema de afastar as águas do Eufrates que passavam pela cidade.

Ciro publicou um decreto (536AC) que autorizava os judeus voltarem a sua pátria com os

despojos do seu templo e a sua reconstrução seria financiada pelo tesouro real (Ed:6:1-5).

Nesta primeira leva nem todos voltaram, alguns preferiram ficar com os seus negócios. Cerca

de 50.000 exilados voltaram, principalmente das tribos de Judá, Benjamim e Leví sob a direção

de Zorobabel. Começaram com a reconstrução do templo e o povo que tinha ficado na terra fez

oposição para retardar a reconstrução (Ed:1:3,5-11 e 4:1-5). Nada mais se fez durante quase

20 anos embora que tiveram prosperidade (Ag:1-4).

Sob a pregação de Ageu e Zacarias (Ed:5:1-2) a obra foi recomeçada, havendo oposição mas

os judeus apelaram para Dario Ed:6:1-15 ficando pronto em 516 AC.

Há um período de quase 60 anos onde a história se conserva em silêncio a respeito do estado

dos judeus na Palestina. Em 495 AC (Ed:7:7) uma nova migração deixou a Babilônia sob a

direção de Esdras, esta segunda leva foi absorvida pelo povo e nada aportou.

Em 446 AC (Ne:2:1) Neemias dirige-se ao rei ao ser informado da situação das muralhas de

Jerusalém (parece ter sido uma recente devastação e não algo que ocorreu a um século meio

antes)

A participação de Neemias:

a) Em menos de dois meses foram feitas as reparações e as muralhas da cidade levantadas (Ne:6:15-16)

b) Promoveu também reformas econômicas e sociais (Ne:5:1-12)

c) Foi renovado o conhecimento da lei sob a direção do escriba Esdras, que leu e interpretou as Escrituras (Ne:8:2,7,8; 8:9,13-18)

d) Fazia aplicação rigorosa dos princípios da Lei. O culto do templo foi renovado e as contribuições para o sustento foram exigidas. Os casamentos mistos proibidos (Ne:10:30), a quebra do sábado condenada (10:31) e foi estabelecida a administração regular dos dízimos (Ne:12:44).

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e) Estas reformas deixaram efeitos perduráveis até o tempo dos Macabeus, criando um povo fiel a Deus que resistiu ao paganismo.

f) Dois aspectos da vida judaica desapareceram durante o período persa e grego: a monarquia e a função profética. As pretensões de independência foram centralizadas no sacerdócio e a função profética findou com Malaquias.

CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO PERSA.

No final de Malaquias os judeus se achavam ainda sob o reinado persa e permanecerem nessa

situação durante praticamente sessenta anos da era intertestamentária.

A forma sacerdotal do governo judeu foi respeitada e sumo sacerdote recebeu ainda maior

poder civil além de seus ofícios religiosos, embora tivesse de, naturalmente, prestar contas ao

governador persa da Síria.

Em 2Reis 17:24-4, lemos que bem antes, em 721 AC, depois destruir o reino das dez tribos de

Israel e dispersar os israelitas através das cidades dos medos, o rei da Assíria repovoou as

cidades de Israel com um povo misto que veio a ser chamado de “samaritanos”, seu território

sendo conhecido como Samaria, o nome da cidade principal, ex-capital de Israel.

O PERÍODO GREGO

Assim com Daniel tinha profetizado (Dn:8:1-7 “chifre notável”), o império persa caiu perante o

rei da Grécia. Este era Alexandre o Grande. Ele expandiu o helenismo com maior ímpeto já que

praticamente se tornou o senhor do antigo oriente médio.

O idioma grego se tornou a língua franca, foi a língua que foi usada no comércio e na

diplomacia. Ao se aproximar a época do Novo Testamento, o grego era a língua comumente

falada nas ruas de Roma, onde o proletariado indígena falava latim, mas onde os escravos

libertos falavam gregos.

Alexandre o Grande fundou setenta cidades moldando-as ao estilo grego. Ele e os seus

soldados se casaram com mulheres orientais misturando as culturas grega e oriental.

Com a morte de Alexandre o império se divide em quatro partes, governadas pelos quatro

generais de Alexandre (Ptolomeu, Lisímaco, Cassandro e Seleno, Cf. Dn:8:21-22). As partes

que influenciam o pano de fundo do Nono Testamento são: Ptolomeu( os Ptolomeus) e Seleno

ou Seleuco (os Seleucidas). O primeiro centralizava-se no Egito, tendo Alexandria como

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capital. Os seleucidas tinham por centro a Síria e Antioquia era a sua capital. Espremida entre

o Egito e a Síria, a Palestina tornou-se vítima da rivalidade destes dois.

A PALESTINA SOB O DOMÍNIO DOS PTOLOMEUS (PERÍODO EGÍPCIO)

No começo dominaram a Palestina durante 122 anos (320-198). Os judeus gozaram de uma boa condição de vida. O sumo sacerdote era o governador e aplicava as leis. O templo era o centro da vida nacional, a festa da Páscoa, das Semanas e dos Tabernáculos eram realizadas no próprio templo. Mantinha-se o estudo da lei e durante este período a interpretação da mesma se desenvolveu com pormenores.

Foi sob o reinado de Ptolomeu Filadelfo que se

realizou a versão do Antigo Testamento para o

grego. Esta ficou conhecida como Setuaginta

(LXX). A obra foi realizada no Egito

(Alexandria), onde setenta e dois eruditos

fizeram esta tradução.

Apesar das vantagens do povo judeu, este era

um povo relativamente pobre, pagava um

imposto baixo, pois as guerras constantes tinham empobrecido a terra.

A PALESTINA SOB O DOMÍNIO DOS SELEUCIDAS (PERÍODO SÍRIO)

Houve constantes lutas até que a Palestina caiu sob o domínio da Síria, mas o que mais

importa para compreensão do Novo Testamento é a figura de Antíoco Epifanio (176-164) e os

seus atos. O seu nome significa “deus manifesto”.

Quando o rei anterior à Antíoco IV, chamado Antíoco III tinha derrotado os egípcios

(Ptolomeus), já os judeus estavam divididos em duas facões: A casa de Onias (Pró-Egito) e a

casa de Tobias (Pró-Siria). Quando subiu Antíoco IV, rei da Síria, substituiu o sumo sacerdote

judeu Onias III, pelo irmão deste Jasom, helenizante, o qual planejava transformar Jerusalém

em uma cidade grega.

Foi erigido um ginásio com pista de corrida. Ali se praticavam corridas despidos, à moda grega,

isto era um ultraje para os judeus piedosos. As competições eram inauguradas com invocações

O rei Tutancâmon, o jovem faraó egipcio do século XIV a.C.

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feitas as divindades pagãs, participando até sacerdotes judeus. A helenização incluía a

freqüência aos teatros gregos, vestes aos estilo grego, a cirurgia que removia a marcas da

circuncisão e a mudança de nomes hebreus por gregos. Os que se opunham a esta

paganização eram os “hasidim” ou “os piedosos”, a grosso modo seriam os puritanos.

Jasom o sacerdote helenizante foi substituído por outro judeu helenizante que parece não ter

pertencido a uma família sacerdotal, este pagou um tributo mais elevado (simonia), o nome

deste era Melenau.

Antíoco tenta anexar o Egito ao seu domínio mas termina falhando. Isto chega aos ouvidos de

Jasom de que Antíoco era morto. Jasom retornou a Jerusalém retirou Melenau do controle da

cidade. Antíoco na sua volta interpretou isto como uma revolta de Jasom e enviou seus

soldados a reintegrarem Melenau e saquearam a cidade e o templo de Jerusalém e passaram

ao fio de espada os seus habitantes.

Dois anos mais tarde (168 AC), Antíoco enviou seu general Apolônio com um exército de 22 mil

homens para coletar tributo, tornar ilegal o judaísmo e estabelecer o paganismo à força e assim

consolidar o seu império e refazer o seu tesouro. Os soldados saquearam Jerusalém,

incendiaram a cidade, os homens mortos e as mulheres escravizadas.

Novas leis e Proibições: Ofensa capital é circuncidar-se; proibido observar o sábado; celebrar

festas judaicas, possuir copias do Antigo Testamento. Os sacrifícios pagãos tornaram-se

compulsórios. Foi erigido um altar consagrado a Zeus, possivelmente no templo. Foram

sacrificados animais imundos no altar e a prostituição sagrada passou a ser praticada no

templo de Jerusalém.

A REVOLTA DOS MACABEUS (1A.MACABEUS:2:23-28; 42SS)

Neste período houve em torno de oito guerras. Judas Macabeus morreu na sétima luta sendo

sucedido por Jônatas o quinto mais jovem filho de Matatias.

A revolta começou com Matatias, sacerdote de Modim (167). Após a sua morte seu filho Judas

(166-161) continuou a luta com seis mil homens. Quando Antíoco mandou sessenta mil

homens para subjugá-lo, Judas mandou os temerosos para a casa. Com três mil homens

derrotaram os sírios.

Em seguida Judas entrou em Jerusalém e reedificou o templo (25 de dezembro de 166 AC). A

festa da dedicação foi instituída no ano 164 (Cf.Jo:10:22).

O significado da opressão Síria e a revolta dos Macabeus: restaurou a nação da decadência

política e religiosa. Criou um espírito nacionalista, uniu a nação e suscitou virilidade. Deu um

novo impulso ao judaísmo, isto pode ser percebido na purificação moral e espiritual do povo; na

onda da literatura apocalíptica e numa nova e intensa esperança messiânica.

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Intensificou-se o desenvolvimento dos dois movimentos que se tornaram os fariseus e os saduceus. Os primeiros surgiram do grupo purista e nacionalista e os saduceus surgiram do grupo que se aliou com os helenistas. Houve um ímpeto maior da diáspora onde muitos judeus queriam ausentar-se durante as

perseguições de Antíoco.

O Período Romano.

O General Pompeu subjuga a Palestina (63AC) e o período do Novo Testamento fica sob o

domínio do Império Romano.

Imperadores ligados às narrações do Novo Testamento: Augusto (27AC-14DC), sob quem

ocorreram o nascimento de Cristo, o recenseamento e os primórdios do culto ao Imperador.

Tibério (14-37DC), ministério e morte de Jesus. Calígula (37-41DC) exigiu que lhe prestassem

culto e ordenou que sua estátua fosse colocada no templo de Jerusalém, mas veio a falecer

antes que sua ordem fosse cumprida. Cláudio (41-54DC), expulsou de Roma os residentes

judeus por distúrbios civis, entre os quais estavam Áquila e Priscila. Nero (54-68DC) perseguiu

os cristãos, embora provavelmente nas cercanias de Roma, e sob quem Pedro e Paulo foram

martirizados. Vespasiano (69-79DC), ainda general romano começou a esmagar uma revolta

dos judeus, tornou-se imperador e deixou o restante da tarefa ao seu filho Tito, numa

campanha que atingiu o seu clímax com a destruição de Jerusalém e seu templo, em 70DC.

Domiciano (81-96DC), cuja perseguição contra a Igreja provavelmente serviu de pano de fundo

para a escrita o Apocalipse, como encorajamento para os cristãos oprimidos.

Herodes o Grande

Os romanos permitiam a existência de governantes nativos vassalos de Roma, na Palestina.

Um deles foi Herodes o Grande, que governou o pais sob os romanos de 37-4AC. O senado

aprovou o oficio real de Herodes, mas ele foi forçado a obter o controle da Palestina mediante o

poder das armas.

A Dinastia de Herodes

a) Arquelau tornou-se etnarca da Judéia , Samária e Idumeia b) Herodes Filipe, tetrarca da Itúreia, Traconites, Gaulanites, Auranites e c) Bataneia d) Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia e Pereia e) Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande, executou Tiago e também f) encarcerou Pedro g) Herodes Agripa II, bisneto de Herodes o Grande, ouviu Paulo em sua

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h) autodefesa

Antecedentes na vida de Herodes: mostrou grande zelo no seu governo, erradicando os

bandidos que tinham infiltrado a Galiléia. Os primeiros 12 anos (37-25AC) foram gastos na luta

pelo poder. Os segundo doze anos (25-13AC) foram os seus melhores anos. Os últimos nove

anos (13-4AC) se caracterizaram pela crueldade e amargura.

Os sucessos de Herodes: usou de muito mais tato na sua tentativa de helenizar os judeus, que

Antíoco Epifanio. Com espetáculos, jogos, etc. ganhou a lealdade dos jovens que se tornaram

herodianos. Aumentou a fortaleza de Jerusalém denominada “Antonia”(At:21:34). Edificou a

Cesaréia (At:10:1); 23:23-24). Reconstruiu o templo de Zorobabel, cuidando de não ofender os

judeus. Começou em 20AC. completando o santuário em 18 meses e o templo todo só em 64

DC) (Cf.Jo:2:20

O Surgimento das Sinagogas. Vd. Baxter, pgs.36-40

A sinagoga veio em conseqüência da suspensão do serviço do templo em 586AC. Era o local

para a adoração e instrução. Era uma das mais importantes instituições na época de Cristo.

A sinagoga era dividida em duas partes. Numa parte ficava a arca com o livro da lei. Diante

desta seção estava o lugar para os adoradores. No centro do auditório ficava o palco onde o

leitor lia as Escrituras em pé e sentava-se para ensinar. Assentos foram colocados em volta do

palco - os homens dum lado e as mulheres do outro.

Os líderes principais da sinagoga eram: o chefe da sinagoga com poderes de excomungação,

superintendência dos cultos e presidência sobre o colégio dos anciãos. O Shaliach que oficiou

nos cultos lendo as orações e a Lei. O Chazzan que cuidou da sinagoga como zelador, abriu as

portas, preparou a sala e auditório, manteve a ordem e açoitou os condenados. O

Methurgeman ou Targoman que traduziu as escrituras lidas em hebraico para o aramaico. Daí

surgiram os Targuns. O Blatanim eram dez homens que assistiram todas as reuniões da

congregação e levantaram as esmolas.

O Culto na sinagoga: Oração e o hino (incluindo o Shema, Dt:6:4-9) sem instrumentos. O

Chazzan trazia a lei da arca. O Shaliach se levantava e lia a porção marcada num ciclo já

previsto. O Methurgoman ou Targoman traduzia o trecho para o aramaico. Em seguida havia a

palavra de exortação dum ancião sentado. A lei novamente era levada para a arca e orações

eram feitas.

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Observações importantes:

1. Escribas - Com a ânsia de aprender a palavra, aparece uma classe de pessoas que foram os responsáveis por guardar copiar e organizar a Bíblia da época. Estes foram os Escribas. (Ed 7.11). Eles tinham a responsabilidade de estudar e interpretar a lei e os profetas, e ensiná-lo ao povo.

2. Fariseus - Quando a cultura e a vida religiosa dos judeus começaram a sofre a influencia dos gregos, surgiu no meio do povo um grupo de pessoas denominadas Fariseus, que foram contra tais costumes, procurando preservar a tradição judaica. Eles foram extremamente legalistas, defendiam a prática de toda a tradição judaica, embora muitas vezes nem eles fossem capazes de seguir.

Do tempo de Esdras e Neemias até Jesus, muita coisa mudou no que diz respeito a Lei.

Com o objetivo de fazer com que cada Judeu fosse um fiel cumpridor da lei, foi se criando

um código de normas baseado nas interpretações da lei, que foi assumindo maior

importância do que a própria lei. Mt 23.13-14; 23-24; 27-28;

3. Sinagoga - Onde houvesse judeu ali haveria uma, com o objetivo de ensinar a palavra de Deus – No cativeiro supria a necessidade do estudo da palavra.

4. Sinédrio - Tribunal constituído de 71 pessoas formado por sumo sacerdote, principais sacerdotes, escribas e anciões do povo. Sua jurisdição era sobre o povo Judeu, mesmo aqueles que morassem fora da Judéia. Atuava em questões civis religiosas, principalmente estas, para não permitir qualquer desvio na prática da religião judaica. Mt 25:57...

5. Diáspora - Nos dias do Novo Testamento, a população judaica encontrava-se dispersa por vários lugares. Além da própria Palestina, havia inúmeros judeus em Roma, Egito, Ásia Menor, etc. (Atos 2.9-11; Tiago 1.1; I Pedro 1.1). Tal dispersão, que recebe o nome de Diáspora, tem razões diversas, começando pelos exílios para a Assíria e Babilônia, e se completando por interesses comerciais dos judeus, e até mesmo em função das dificuldades que se verificavam em sua terra natal. Esse quadro se apresenta como cumprimento claro dos avisos divinos acerca da dispersão que viria como conseqüência do pecado de Israel (Dt.28.64).

No período interbíblico foi o tempo que Deus preparou o mundo para

a chegada de Jesus, preparação esta que envolveu todas as áreas, e

todos os povos, de forma que a sua mensagem ao ser pregada fosse

entendida por todos os povos. E o evangelho pudesse alcançar o

mundo.

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CONCLUSÃO

Assim, o judaísmo acabou se dividindo em função da distribuição geográfica. Havia o

judaísmo de Jerusalém, mais ligado à ortodoxia, e o judaísmo da Diáspora, ou seja,

praticado pelos judeus residentes fora da Palestina. Estes últimos encontravam-se

distantes de suas origens. Se até na Palestina, os costumes gregos se impunham,

muito mais isso ocorria na vida dos judeus em outras regiões. Estavam profundamente

helenizados, embora não tivessem abandonado o judaísmo. Isto fez com que eles se

preocupassem com o futuro de suas tradições e sua religião. Tomaram então

providências para que o judaísmo não sucumbisse diante do helenismo. Uma delas foi

a tradução do Velho Testamento do hebraico para o grego, chamada Septuaginta. Já

que este idioma estava se tornando universal, havia o risco de que, no futuro, as

escrituras não pudessem mais ser lidas, devido à possível extinção do hebraico. Outras

obras literárias foram produzidas, incluindo narrativas históricas, propaganda e

apologia judaica, tudo escrito em grego e com influências gregas. Destacaram-se

nessa época os escritores: Fílon de Alexandria e Flávio Josefo. Tais escritos não foram

aceitos pela comunidade de Jerusalém. Até a tradução bíblica foi rejeitada, uma vez

que, para eles, toda escritura sagrada devia ser produzida necessariamente em

hebraico. Essa obra no idioma grego foi vista pelos ortodoxos como uma

descaracterização do judaísmo.

Para muitos judeus conservadores, o judaísmo era propriedade nacional e não devia

ser propagado entre outros povos. Já os judeus da Diáspora se dedicaram a conquistar

gentios para a religião judaica. Tal fenômeno recebe o nome de proselitismo. Os novos

convertidos eram chamados prosélitos (Mateus 23.15 Atos 2.9-11; 6.5; 13.43). Essa

prática difusora da religião também foi adotada por judeus de Jerusalém, mas em

escala bem menor.

Os judeus da diáspora cresciam em número e em poder econômico. Isso se tornou

incômodo para muitos cidadãos dos lugares onde residiam. A guarda do sábado e a

recusa em participar do culto ao Imperador tornaram-se também elementos que

atraíram a perseguição. Tendo, muitos deles, fugido da opressão na Palestina,

encontraram problemas semelhantes em outras terras.

Professores:

Pb. Wefferson Gomes

Dc Samuel de Paula