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COOPERALIANÇA – PRIMEIRA REVISÃO TARIFÁRIA PERIÓDICA 1/31 COOPERATIVA ALIANÇA. COOPERALIANÇA CONTRIBUIÇÃO DA COOPERALIANÇA À AUDIÊNCIA PÚBLICA AP 031 /2.005 SOBRE A PROPOSTA PRELIMINAR DE REVISÃO TARIFÁRIA PERÍODICA APRESENTADA PELA ANEEL Içara, 25 de Novembro de 2005.

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COOPERALIANÇA – PRIMEIRA REVISÃO TARIFÁRIA PERIÓDICA

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COOPERATIVA ALIANÇA.

COOPERALIANÇA

CONTRIBUIÇÃO DA COOPERALIANÇA À AUDIÊNCIA PÚBLICA AP 031 /2.005

SOBRE A PROPOSTA PRELIMINAR DE REVISÃO TARIFÁRIA PERÍODICA

APRESENTADA PELA ANEEL

Içara, 25 de Novembro de 2005.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 3 1 – BASE DE REMUNERAÇÃO............................................................................. 4 2 – RECEITA REQUERIDA. ................................................................................... 5

2.1 – COMPRA DE ENERGIA............................................................................. 5 2.2 – ENCARGOS TARIFÁRIOS. ....................................................................... 5 2.3 – CUSTOS OPERACIONAIS. ....................................................................... 6

2.3.1 Complementaçâo de Custos Contemplados na NT_ANEEL ............. 7 2.3.2 Incorporação de Custos Não Contemplados na NT_ANEEL........... 17

2.2 INADIMPLÊNCIA. ....................................................................................... 22 3 – REPOSICIONAMENTO TARIFARIO. ............................................................. 24 4 - CUSTOS FINANCEIROS E RT FINAL. ........................................................... 25

4.1 SUBVENÇÃO DA TARIFA DE BAIXA RENDA.......................................... 25 4.2 RESOLUÇÃO 493....................................................................................... 26 4.3 ESTUDO DO PERFIL DA CARGA.............................................................. 26 4.4 RESUMO DO REPOSICIONAMENTO TARIFARIO. .................................. 26

5 - FATOR X ......................................................................................................... 27 6 – CONSIDERAÇÃO FINAL. .............................................................................. 29

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APRESENTAÇÃO Dando prosseguimento ao processo de Revisão Tarifária Periódica, a COOPERALIANÇA expõe publicamente os seus comentários sobre a proposta preliminar da Superintendência de Regulação Econômica de Reposicionamento Tarifário para a COOPERALIANÇA, conforme a Nota Técnica nº 336/2005 disponibilizada para consulta pública em 09 de novembro de 2005 e, doravante denominada NT_ANEEL. Neste sentido, o presente Documento é uma contribuição da COOPERALIANÇA à Audiência Publica AP 031 /2.005 a ser realizada em 30 de novembro próximo e, está estruturado em seis capítulos. Inicialmente, o capitulo 1 faz, em destaque, uma breve consideração sobre a questão da Base de Remuneração, elemento de suma importância no presente reposicionamento tarifário. Em seguida, os capítulos 2 e 3 apresentam, respectivamente, as justificativas e ajustes necessários nos cálculos da Receita Requerida e do Reposicionamento Tarifário. Em continuação, os capítulos 4 e 5 tecem comentários, respectivamente, sobre os custos financeiros externos da revisão tarifária e os componentes de formação do Fator X. E, por fim, no capitulo 6, Consideração Final, são expostos certos aspectos das Sociedades Cooperativas cujas aplicações apresentam impactos relevantes, seja no Índice Reposicionamento Tarifário, seja no Fator X, através do seu componente XE. É importante salientar que as contribuições aqui propostas visam assegurar que o resultado final do processo de Revisão Tarifária Periódica proporcione a COOPERALIANÇA a plena condição do cumprimento de todos os objetivos legais e contratuais vinculados ao negócio de distribuição de energia elétrica através de uma operação equilibrada econômica e financeiramente, aliada a pratica de uma tarifa justa para o consumidor. A COOPERALIANÇA ressalta, desde já, que os ajustes ora solicitados, no âmbito da presente contribuição a Audiência Publica 031/2005, não abordam todos os aspectos questionados pela mesma, no que diz respeito à metodologia de cálculo utilizada pela ANEEL no processo de revisão tarifária periódica, o que não importa em concordância com o posicionamento adotado pela ANEEL, nem em renúncia ao direito de a COOPERALIANÇA apresentar futuros pedidos /questionamentos, bem como não implica a desistência, alteração ou renúncia dos direitos decorrentes dos pedidos /questionamentos anteriormente formulados, estejam ou não, em andamento na esfera administrativa ou judicial.

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1 – BASE DE REMUNERAÇÃO. Para o montante de investimentos a ser remunerado a COOPERALIANÇA está considerando o valor dos ativos necessários para prestar o serviço de distribuição, nos termos da Resolução ANEEL nº 493, de 03 de setembro de 2002 e da Nota Técnica nº 178 de 30 de julho de 2003. Para isto, a COOPERALIANÇA contratou consultoria credenciada para a realização de avaliação patrimonial com base nos fundamentos estabelecidos pelo Regulador. Os trabalhos foram finalizados e encaminhados a ANEEL para fiscalização e aprovação, cujos resultados apontaram, respectivamente, os valores de R$ 42.393.336 e R$ 28.556.548 para Base de Remuneração Bruta e Liquida. Em função dos resultados da Avaliação Patrimonial, a COOPERALIANÇA não considera, no momento, como adequadas as Bases de Remuneração Bruta e Líquida nos valores de R$ 18.221.363 e R$ 12.113.074, respectivamente, adotadas provisoriamente pela NT_ANEEL, porém, não fará nenhuma proposta de ajuste, preferindo aguardar a conclusão dos resultados da avaliação patrimonial enviada a ANEEL. Observa –se que os dados de avaliação patrimonial apresentados pela COOPERALIANÇA referem –se à data de Agosto de 2.005. Para fevereiro de 2.006, data da revisão tarifária, além da atualização financeira vinculada ao período, deverá ser incorporada a atualização física das movimentações de adições e baixas de ativos em igual período. Ressalta –se ainda que com as Bases de Remuneração Liquida e Bruta definitivamente aprovadas pela ANEEL, na data de fevereiro de 2006, e, mantidos os mesmos critérios regulatórios de custos de capital (17,06%, pré – Imposto de Renda e Contribuição sobre Lucro Líquido) e de depreciação anual (4,96%), os valores estabelecidos provisoriamente de R$ 2.067.560 de Remuneração Bruta de Capital e R$ 903.780 de Quota de Reintegração deverão ser reavaliados.

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2 – RECEITA REQUERIDA. Feitas no Capitulo 01 as devidas considerações sobre a Base de Remuneração, a COOPERALIANÇA expõe neste capitulo suas observações dos demais itens de formação da Receita Requerida e seus eventuais ajustes para fins de equilíbrio econômico da concessão e atendimento às exigências regulatórias de qualidade e segurança. .

2.1 – COMPRA DE ENERGIA.

A COOPERALIANÇA concorda com os volumes de Mwh do mercado de venda de energia, das perdas de energia e dos contratos de compra, não havendo, portanto, solicitação de ajustes no Balanço Energético nesta fase do processo de revisão tarifária. Igualmente, a COOPERALIANÇA, nesta fase do processo de revisão tarifária, não tem nenhuma solicitação de ajuste do valor estabelecido provisoriamente na NT_ANEEL para o preço de repasse da energia comprada do contrato junto a CELESC de R$ 99,00 /Mwh. Posto isto, a COOPERALIANÇA, nesta fase do processo de revisão tarifária não têm nenhuma solicitação de ajuste dos valores estabelecidos na NT_ANEEL para a Compra de Energia.

2.2 – ENCARGOS TARIFÁRIOS.

As anuidades relativas aos encargos tarifários de RGR, TFSEE, CCC e CDE são todas provisórias sendo que:

• RGR e TFSEE terão seus valores estabelecidos em janeiro de 2006, mediante a publicação de Despacho e Resolução respectivamente.

• CCC e CDE terão seus valores estabelecidos em janeiro de 2006, mediante

Resolução. Quanto ao item de P&D e Eficiência Energética, cujo valor tem como premissa de calculo na base de 1% da Receita Requerida, o seu valor final ficará por conta dos eventuais ajustes da Receita Requerida. Em síntese a COOPERALIANÇA, nesta fase do processo de revisão tarifária não têm nenhuma solicitação de ajuste dos valores estabelecidos na NT_ANEEL para os Encargos Tarifários.

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2.3 – CUSTOS OPERACIONAIS.

O valor apresentado na NT_ANEEL para os custos operacionais eficientes (1) foi de R$ 9.499.878, dos quais R$ 6.062.917 e R$ 3.436.961 referem –se, respectivamente, aos custos de Pessoal e Materiais, Serviços e Outros (MSO). Tal valor foi julgado como insuficiente pela COOPERALIANÇA para o atendimento do serviço de distribuição de energia elétrica com qualidade, continuidade e segurança dentro da sua área de concessão. São necessárias dotações de recursos adicionais de R$ 1.509.855 destinados aos seus processos e atividades de operação e manutenção dos ativos, prestação de serviço aos clientes e gestão administrativa o que elevaria o valor dos custos operacionais na NT_ANEEL Ajustada para R$ 11.009.733, como atesta a Tabela abaixo.

Observa –se na tabela que os valores dos itens de custos a serem ajustados pela COOPERALIANÇA foram agrupados em:

1 A determinação dos custos operacionais compreendeu a estruturação, por parte do Regulador, de uma “Empresa de Referência” (ER). Esta ER assume a forma de uma concorrente virtual que, explorando a mesma concessão de que é titular determinada concessionária, apresenta, a juízo do Regulador, a mais eficiente locação de recursos destinados aos seus processos vinculados aos negocio de distribuição de energia elétrica.

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• R$ 1.241.122 de Complementação de Custos Contemplados na NT_ANEEL. Referem-se aos itens de custo relevantemente subdimensionados de tal modo que não seria possível a uma empresa competitiva praticá-los, a não ser comprometendo a qualidade do serviço e,

• R$ 268.733 de Incorporação de Custos Não Contemplados na NT_ANEEL.

Referem –se aos itens de custo que por serem inerentes ao negócio da concessionária ou à sua área de atuação, devem necessariamente constar do rol de atividades consideradas na Empresa de Referência. Estes itens foram subdivididos em: R$ 28.733 de custos Contemplados para outras concessionárias cujo destaque tem por objetivo guardar os aspectos de isonomia que se quer do processo de revisão tarifária e, R$ 50.000 de custos Não contemplados para nenhuma outra concessionária mais que fazem parte da realidade da COOPERALIANÇA.

Considerando-se a inclusão dos ajustes propostos pela COOPERALIANÇA, estima-se um acréscimo de pessoal de cerca de 18 empregados, resultando num total de empregados de 141. Conseqüentemente, a proposta da NT_ANEEL passou a ter uma produtividade de 197 clientes /empregado e um custo operacional de distribuição e comercialização de R$ 400,00 por cliente.

A COOPERALIANÇA reconhece que no processo de revisão tarifária cada Concessionária possui indicadores econômicos e de produtividade próprios e competitivos e, portanto, as eventuais diferenças entre eles não refletem eficiências ou ineficiências, mas, condições específicas de suas áreas de concessão. Mesmo com esta limitação de comparação, os ajustes aqui propostos colocam a COOPERALIANÇA ainda em patamar bastante competitivo em relação, por exemplo, à outra concessionária de mesmo porte que atua no estado de Santa Catarina, a IGUAÇU. Nos itens a seguir é detalhado cada custo ajustado pela COOPERALIANÇA. É importante salientar que toda a base de pleitos no tocante a sua valorização – Piso salarial, Custos específicos de Aluguel, Comunicação, Informática etc - tem como referência a proposta do Regulador constante na NT_ANEEL.

2.3.1 Complementaçâo de Custos Contemplados na NT_ANEEL

• Diretoria Técnica e Comercial. A Diretoria Técnica e Comercial compreende o planejamento técnico, engenharia e operação da Distribuição, bem como todas as atividades relativas ao controle e supervisão da gestão comercial, atendimento ao cliente e ciclo comercial regular.

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A COOPERALIANÇA entende que a estrutura de pessoal da Diretoria Técnica e Comercial está subdimensionada na proposta da NT_ANEEL para a Empresa de Referência, apresentando uma produtividade bem superior ao que foi reconhecido para diversas concessionárias, de porte semelhante, como por exemplo: CFLO, COCEL e IGUAÇU.

A ANEEL reconheceu para estas empresas uma produtividade média de 683 clientes por pessoal, enquanto que na COOPERALIANÇA foi reconhecido um índice de 905 clientes por pessoal, ou seja, uma produtividade cerca de 33% maior que a média das empresas selecionadas, como atesta a tabela adiante.

A COOPERALIANÇA entende ser necessário adequar a produtividade do pessoal lotado na Diretoria Técnica – Comercial, todas das áreas de operação e manutenção, para patamar mais próximo da média observada em outras concessionárias traduzindo uma situação de maior isonomia.

Diante do exposto, a COOPERALIANÇA solicita o aumento do quadro de pessoal da Diretoria Técnica Comercial em 06 pessoas, traduzindo uma produtividade de 749 clientes /pessoal, o que representa o acréscimo de R$ 334.180, a preços de fev/06, sendo R$ 282.295 nos custos de Pessoal e R$ 51.885 nos custos de Materiais e Serviços, estes ainda sem os custos com veículos, que será tratado em item específico, como atesta a tabela abaixo.

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• Escritórios Comerciais.

A NT_ANEEL contemplou a área de concessão da COOPERALIANÇA com 01 Escritório Comercial ou Agencia, localizado no Município de Içara. Como a área de concessão da COOPERALIANÇA possui 04 Municípios, a NT_ANEEL desconsiderou os municípios de Sangão, Jaguaruna e Araranguá e, com isso não atendeu plenamente o Parágrafo 1º do Artigo 98 da Resolução ANEEL nº 456, de 29 de novembro de 2000, que diz textualmente “...... possibilita ao consumidor ser atendido em todas as suas solicitações e reclamações sem que, para tanto, tenha que se deslocar do município onde reside”. Neste aspecto, todos os municípios deveriam contar com Agencias locais com pessoal devidamente treinado para executar todas as funções necessárias de atendimento ao cliente. No entanto, a eventual concessão, pelo Regulador, de 04 Agencias, além de não ser a realidade da COOPERALIANÇA não traria ganhos significativos de melhoria de atendimento aos clientes. Entretanto, o Regulador ao dimensionar 01 Escritório Comercial do tipo 03, com apenas 02 eletricistas e 02 atendentes para uma população de mais de 100.000 pessoas concentrada num raio de 30 Km prejudica de sobremaneira as ações de fiscalização e controle das atividades de Comercialização em seu âmbito geográfico definido.

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Por outro lado, observa –se que os municípios da área de concessão da COOPERALIANÇA apresentam incrementos populacionais significativos durante o período de verão em relação a outros períodos do ano. Esta sazonalidade promove o aumento da ida de clientes as agencias fazendo com que a concessionária abra temporariamente novas agencias nestas localidades, em media por três meses do ano. Dentro deste contexto, a COOPERALIANÇA solicita a inclusão de 01 escritório comercial do tipo 04, o que representa o acréscimo de R$ 88.337, a preço de fev/06, sendo R$ 47.716 nos custos de Pessoal e R$ 40.621 nos custos de Materiais e Serviços.

• Processos e Atividades Técnicas – Localização dos Ativos.

Na NT_ ANEEL os custos dos processos e atividades Técnicas de Operação e Manutenção foram definidos com base de estrutura física de Subestações, Redes e Capacitores e Reguladores, segundo sua localização em termos Urbano e Rural, da área de concessão da COOPERALIANÇA. Entretanto, uma analise dos dados constantes do Apêndice II do Anexo 01 da NT_ANEEL verificou –se uma distribuição equivocada dos ativos segundo sua localização, conforme atesta a Tabela abaixo.

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Como a metodologia do Regulador de cálculo do custo dos processos e atividades Técnicas – Operação e Manutenção - considera o tempo médio de deslocamento das equipes de eletricistas de acordo com a localização dos ativos elétricos em áreas urbanas e rurais, a nova redistribuição implicará no recalculo dos custos de todas as atividades vinculadas àqueles ativos. Utilizando –se da mesma metodologia de valorização do Regulador, a COOPERALIANÇA inferiu o novo custo dos processos e atividades Técnicas, a preço Jul/03, como registrado na Tabela abaixo.

Posto isto, a COOPERALIANÇA solicita um novo reagrupamento dos ativos elétricos, segundo a localização proposta, o que representa o acréscimo de R$ 190.621, a preço de fev/06, sendo R$ 87.344 nos custos de Pessoal e R$ 103.276 nos custos de Materiais e Serviços.

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• Custo com a Salinidade. A concessão da COOPERALIANÇA possui uma faixa de extensão costeira. Por outro lado, o seu sistema elétrico existente foi construído utilizando-se basicamente redes aéreas, e nesta região, devido à exposição salina, acentuada pela predominância de ventos que vaporizam a névoa salina sobre as redes, provoca desligamentos. Este fato exige uma rotina de lavação permanente dos isoladores para evitar o excesso de desligamentos e a danificação de equipamentos e estruturas. A rotina de atuação exige a lavagem os isoladores das áreas contaminadas de tempo em tempo, pois a reincidência de ventos de forma periódica polui novamente o sistema elétrico. A NT_ANEEL não indicou qualquer equipe de lavagem de isoladores para a real necessidade de operação e manutenção do sistema distribuidor da COOPERALIANÇA. No entanto, uma Empresa de Referência atuando na sua área de concessão deveria contar com pelo menos 01 equipe do tipo C9 operando 25% do tempo anual disponível para atender os quilômetros de rede expostos à ação da salinidade. Diante do exposto, a COOPERALIANÇA solicita a inclusão de equipe de lavagem de isoladores no combate ao efeito da salinidade da região, o que representa o acréscimo de R$ 41.091, a preços de fev/06, sendo R$ 22.043 nos custos de Pessoal e R$ 19.091 nos custos de Materiais e Serviços.

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É importante registrar que no Plano de Investimento da COOPERALIANÇA contempla previsões de gastos com a Manutenção e Reforma da Rede de distribuição em patamar anual compatível com os recursos deslocados para a área operacional da Empresa de Referencia aqui solicitados, na medida que o modelo de calculo dos investimentos do Componente Xe do Fator X não contempla tais recursos.

• Frota de Veículos. A COOPERALIANÇA entende que o dimensionamento da frota de 14 veículos está subdimensionada na proposta da NT_ANEEL para a Empresa de Referência, apresentando um quantitativo bem inferior ao que foi reconhecida para outra concessionária, que atua no estada de Santa Catarina, a IGUAÇU, como se vê na Tabela adiante.

Com os dados constantes da Tabela, a COOPERALIANÇA procede aos seguintes comentários:

• A diferença de 1 veiculo nas atividades Técnicas pode ser corrigida caso o Regulador reconheça os pleitos da COOPERALIANÇA nas questões de Relocação de Ativos Urbanos e Rurais e Salinidade, cujo custo adicional já contempla as despesas com veiculo.

• A mesma observação pode ser valida para os Escritórios Comerciais caso o

Regulador reconheça a necessidade de mais 1 escritório do Tipo 4, cujo custo adicional também já contempla as despesas com veiculo.

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• No entanto, a frota de veículos para a Diretoria Técnica e Comercial esta subdimensionada, por conta do subdimensionamento de pessoal como visto anteriormente. Há necessidade de se agregar à frota 4 veículos, sendo 2 veículos leves do Tipo V1 e sendo 2 veículos médios do Tipo V2.

• Quanto ao Conselho e Presidência a necessidade também de se agregar à

frota 1 veiculo leve do Tipo V1, inclusive com motorista, como considerado para diversas concessionárias.

Diante do exposto, a COOPERALIANÇA solicita aumento da frota em 5 veículos, o que representa o acréscimo de R$ 174.493, a preços de fev/06, nos custos de Materiais, Serviços e Outros.

É importante frisar que a frota dimensionada pela NT_ANEEL alcança um valor de AIS – Ativo Imobilizado em Serviço de R$ 788.689, valor bem abaixo de aquele encontrado nos Termos da Resolução 493, que foi de R$ 1.156.272. A COOPERALIANÇA entende que apesar dos valores não serem completamente comparáveis a distancia relativa entre eles evidencia um certo subdimensionamento da frota de veículos.

• Comunicação. Na NT_ANEEL o custo de Comunicação foi de R$ 202.080, a preço de julho de 2003. Este valor inclui R$ 106.080 de gastos correntes de telefonia, a menos do 0-800. Os R$ 96.000 restantes foram distribuídos em termos de: . Comunicação de Dados – R$ 48.000 em gastos de comunicação de dados em banda larga - WAN e LAN - necessários para a comunicação entre os sistemas da empresa. Inclui as anuidades de remuneração, depreciação e manutenção dos sistemas de comunicação e/ ou aluguel de redes de fibra ótica - WAN. . Comunicação via Rádio – R$ 48.000 em gastos com remuneração, depreciação e manutenção (e /ou aluguel) dos sistemas de rádio e VHF para comunicação do pessoal em O&M, dedicado fundamentalmente à comunicação dos centros de controle com pessoal de operação e manutenção de campo.

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Tais valores foram julgados insuficientes por não corresponderem à realidade. O Regulador por sua vez, para outros processos de revisão tarifaria, tem considerado valores superiores de até 100% para o custo específico da Comunicação de Dados mais VHF por cliente, como atesta a Tabela adiante para empresas de porte semelhante a COOPERALIANÇA.

Diante do exposto, a COOPERALIANÇA solicita dobrar o custo com a Comunicação de Dados mais VHF, o que representa o acréscimo de R$ 108.174, a preços de fev/06, nos custos de Materiais, Serviços e Outros.

• Iluminação Publica. A NT_ANEEL considerou as atividades de iluminação pública no valor de R$ 358.362, a preço de Jul/03 baseado em 19.908 pontos de iluminação informados pela COOPERALIANÇA. Embora na leitura da NT_ANEEL não sejam evidentes as bases utilizadas pelo Regulador para o dimensionamento do custeio da atividade, deduz-se que foi utilizado um valor médio de R$ 18,00 por ponto de Iluminação Pública, sendo R$ 11,00 para custo de Pessoal e R$ 7,00 para custo de Materiais e Serviços. Considerando ainda as recentes revisões tarifárias de outras distribuidoras (CELB, CENF, CFLCL, FORCEL e COCEL, dentro outras), a COOPERALIANÇA entende como adequada, por isonomia regulatória, a adoção do valor de R$ 25,00 por ponto de Iluminação Pública, a preço Jul/03, sendo R$ 12,00 para custo de Pessoal e R$ 13,00 para custo de Materiais e Serviços. Diante do exposto, a COOPERALIANÇA solicita o adicional de R$ 7,00 por ponto de Iluminação Pública, a preço Jul/03, sendo R$ 1,00 para custo de Pessoal e R$ 6,00 para custo de Materiais e Serviços, o que representa o acréscimo de R$ 187.082, a preços de Fev/06, sendo R$ 23.219 nos custos de Pessoal e R$ 163.863 nos custos de Materiais e Serviços.

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• Manutenção em Linha Viva. A manutenção em linha viva nas redes de distribuição é necessária para cumprir as metas de continuidade de fornecimento (indicadores DEC e FEC), minimizando o impacto para os clientes, já que não há a desenergização das redes elétricas para se efetuar as ações de manutenção. A modelagem da Empresa de Referência apresentada pela ANEEL efetua todos os custos operacionais das atividades considerando a utilização de equipes com linha morta. Porém a ANEEL, reconhecendo a importância de considerar este tipo de metodologia de execução de serviços, adicionou aos custos calculados na NT_ANEEL o valor incremental de R$ 50.000, a preço Jul/03, equivalente ao custo de 01 equipe trabalhando cerca de 15% do tempo anual disponível. Entretanto, a COOPERALIANÇA entende que este valor incremental não é suficiente para uma Empresa de Referência realizar a manutenção necessária nas redes, que permita cumprir com os níveis de qualidade estabelecidos no contrato de concessão e nas legislações pertinentes. Níveis estes estabelecidos pela ANEEL que está cada vez mais exigente, fato que impõe a necessidade de ampliação da manutenção das redes sem desligamento através da pratica de Linha Viva. Diante do exposto, a COOPERALIANÇA solicita duplicar o valor contemplado para a manutenção em Linha Viva, o que equivale ao custo de 01 equipe trabalhando cerca de 45% do tempo anual disponível, o que representa o acréscimo de R$ 117.144, a preços de fev/06, sendo R$ 53.650 nos custos de Pessoal e R$ 63.494 nos custos de Materiais e Serviços. É interessante registrar que o pleito da COOPERALIANÇA posiciona o custo especifico da manutenção em linha viva, expresso em R$ por Km de Rede, em patamar ainda abaixo de outra concessionária de igual porte atuando no estado de Santa Catarina.

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2.3.2 Incorporação de Custos Não Contemplados na NT_ANEEL

• Almoxarifado e Deposito.

Uma Empresa de Referencia para manter o Sistema Elétrico necessita de um estoque estratégico de materiais como: Postes, Transformadores de Distribuição, Cruzetas, Cabos de Alumínio, Cabos Multiplexados, Ferragens, Isoladores, etc. O custo desse Depósito reflete a amortização mais a manutenção dos depósitos, no caso de imóvel próprio. No entanto, na NT_ANEEL não esta previsto os custos com depósitos de materiais utilizados nos Processos e Atividades de Técnicas. A COOPERALIANÇA solicita que seja considerada a inclusão de 01 deposito, até por uma questão de isonomia, o que representa o acréscimo de R$ 21.164, a preço de fev/06, nos custos de Materiais e Serviços.

• Manutenção de Equipamentos, Ferramentas e Instrumentos Especiais.

A NT_ANEEL não considera nenhum tipo de despesa de manutenção de equipamentos especiais em oficina. No entanto, a manutenção preventiva e corretiva de equipamentos, ferramentas e instrumentos, baseiam-se nas orientações técnicas que estabelecem critérios técnicos para este serviço focado na qualidade do resultado. A manutenção destas ferramentas tem por objetivo garantir o funcionamento seguro e preciso, mantendo confiável a qualidade dos serviços executados pelas equipes técnicas. Fazem parte destas manutenções:

o Manutenção Equipamentos de Cesta Area Isolada – Preventiva o Mantenção Equipamentos de Cesta Area Isolada – Corretiva o Manutenção da Ferramentas, tipo Load buster, e outras o Manutenção de Alicate Mecanico e Hidraulico o Manutenção de instrumentos de Medida Eletrica (A,V,M)

É importante frisar que em virtude da necessidade de se manter a operacionalidade do sistema distribuidor com segurança, são efetuadas manutenções periódicas em equipamentos que atuam sob tensão elétrica como também em equipamentos de suporte à manutenção de linhas. Neste sentido, a COOPERALIANÇA entende que é necessária a previsão deste custo na revisão tarifária em curso.

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Neste sentido, a COOPERALIANÇA solicita a inclusão das atividades de manutenção de equipamentos, ferramentas e instrumentos especiais em Oficinas, o que representa o acréscimo de R$ 25.000, a preço de fev/06 de custo de Materiais e Serviços. O valor foi inferido pela COOPERALIANÇA e esta compatível com a sua estrutura de ativos e com outros custos reconhecidos pelo Regulador para empresa de porte semelhante.

• Pessoal de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) A COOPERALIANÇA requer que o Regulador considere na ER dois assistentes técnicos e seus respectivos custos associados para a Gerência de P&D, a exemplo do que fez com as demais empresas de porte equivalente, o que representa o acréscimo de R$ 70.613, a preços de fev/06, sendo R$ 55.963 nos custos de Pessoal e R$ 14.650 nos custos de Materiais e Serviços.

• Seguro Acidente de Trabalho. Nas Notas Técnicas referentes à revisão tarifária de outras distribuidoras de energia elétrica já divulgadas e disponíveis no site da ANEEL, o valor especifico referente ao SAT esta sendo considerado na composição dos custos de pessoal. Entretanto, não foi encontrado nos cálculos da NT_ANEEL a discriminação específica do valor correspondente a esse adicional para a COOPERALIANÇA. O SAT representa um percentual de 03% sobre a remuneração básica sem encargos de toda a força de trabalho, enquadrando –se, no caso da COOPERALIANÇA, no Código Identificador da Atividade Econômica do Contribuinte – CNAE 40.10.0 conforme Artigo 202, parágrafo 4º. Anexo V, do Decreto no. 3.048 de 6 de maio de 1.999.

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A COOPERALIANÇA solicita que seja considerado o custo do Seguro Acidente de Trabalho, até por uma questão de isonomia, o que representa o acréscimo de R$ 87.173, a preço de fev/06, nos custos de Pessoal.

• Exames Periódicos. A Empresa de Referência não considera dentre os seus custos os gastos com exames periódicos. A realização de exames médicos periódicos é uma obrigação legal imposta pela Norma Regulamentadora Nº. 07, aprovada pela Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214, de 08/06/1978. Além de ser uma medida preventiva de doenças e de acidentes do trabalho, esta política se configura numa forma efetiva de redução de despesas de maior vulto no futuro. Os exames médicos necessários a cada atividade estão previstos no Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional - PCMSO, documento de apresentação obrigatória à fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. O objetivo da norma legal é preservar a saúde do trabalhador, garantindo que haja um rigoroso controle da empresa sobre os agentes de risco. A base de calculo dos valores é a tabela da Associação Média Brasileira – AMB, edição de 1992. Neste sentido, a COOPERALIANÇA solicita a inclusão do custeio com Exames Médicos, o que representa o acréscimo de R$ 14.782, a preço de fev/06 de custo de Materiais e Serviços. O valor foi inferido pela COOPERALIANÇA e esta compatível com a sua estrutura de ativos e com outros custos reconhecidos pelo Regulador para empresa de porte semelhante.

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• Conselho de Consumidores. Para organizar e manter em permanente funcionamento o Conselho de Consumidores, conforme determina a Clausula Segunda e Subcláusula 12º do contrato de concessão de uma ER, bem como o regimento interno disposto na Resolução ANEEL nº 138 de 10 de maio de 2000, conforme descrição abaixo, a COOPERALIANÇA solicita a inclusão dos referidos custos na base de cálculo.

Resolução ANEEL 138/2000, de 10 de Maio /2000:

Capítulo V - Dos Recursos Financeiros e das Instalações Físicas

Art. 8º. Os recursos financeiros destinados à cobertura das despesas de custeio dos Conselhos de Consumidores, definidas no Capítulo VI desta Resolução, serão disponibilizados pela concessionária ou permissionária de serviços públicos de energia elétrica.

Parágrafo único. O total dos recursos financeiros indicados no Plano Anual de Atividades e Metas, de que trata o art. 7º desta Resolução, se constituirá no valor das despesas previstas para o custeio do Conselho e será disponibilizado em conta-corrente bancária específica denominada “Nome da Concessionária ou Permissionária / Conselho de Consumidores”, sob a responsabilidade conjunta da concessionária ou permissionária e do Conselho.

Art. 9º. As instalações para o funcionamento e execução das atividades do Conselho de Consumidores serão supridas pela concessionária ou permissionária, às suas expensas, e deverá contar com a estrutura mínima a seguir descrita:

I – espaço físico com ambiente adequado para serviços administrativos e reuniões, preferencialmente em instalações da concessionária ou permissionária, de uso exclusivo do Conselho; e,

II – mobiliário, equipamentos e materiais, tais como: mesas, cadeiras, material de escritório, telefone, microcomputador acessando à rede mundial de telecomunicações (Internet) e com endereço específico, impressora, fax, arquivos e outros.”“.

Do Contrato de Concessão

“Cláusula Segunda – Condições de Prestação de Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica”

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Subcláusula Décima Segunda – Sem prejuízo do disposto na subcláusula anterior a CONCESSIONÁRIA organizará e manterá em permanente funcionamento o conselho de consumidores; integrado por representante das diversas classes de caráter consultivo e voltado para orientação, análise e avaliação do serviço e da qualidade do atendimento prestado pela CONCESSIONÁRIA, bem como para formulação de sugestões e propostas de melhoria do serviço ““.

Diante do exposto, a PP_COOPERALIANÇA solicita contemplar este item no cálculo da Empresa de Referência, o que representa o acréscimo estimado de R$ 30.000, a preços de fev/06, nos custos de Materiais e Serviços.

• Indenização de Perdas e Danos. A ANEEL não prevê custos com indenização de perdas e danos elétricos, correspondente ao pagamento, ao consumidor, de valores referentes à indenização por danos em aparelhos elétricos provocados por problemas na rede da Concessionária, comprovados por análise técnica. As ocorrências de Perdas e Danos, na sua maioria, são decorrentes de casos fortuitos e de força maior provocadas normalmente por fortes tempestades, ventos e incidências de descargas atmosféricas. São de natureza inexorável, sendo economicamente inviável a sua total prevenção, de modo que qualquer empresa que atue no segmento de distribuição de energia elétrica incorrerá nesse tipo de custo em alguma proporção. Ressalta-se que a ANEEL, em diversas manifestações públicas, demonstrou-se favorável ao ressarcimento aos clientes por problemas na rede, quando não se tratar de casos de negligência do consumidor e, estabeleceu, após a Audiência Pública no 029/03, a Resolução ANEEL nº 061, de 29 de abril de 2.004, que traz as disposições relativas ao ressarcimento de danos em equipamentos elétricos instalados em unidades consumidoras, causadas por perturbação ocorrida no sistema elétrico. A implementação da Resolução ANEEL 061/04 deverá provocar o aumento de pedidos de ressarcimento por danos provocados por descargas atmosféricas. A COOPERALIANÇA, em obediência ao Código de Defesa do Consumidor, ao Artigo 101 da Resolução 456 da ANEEL e ao estabelecido no Contrato de Concessão, Anexo III, Apêndice 4, realiza em um prazo máximo de 15 dias úteis, o atendimento de solicitações de ressarcimento de queima de aparelhos e outros danos, provocados, comprovadamente, por problemas na rede elétrica. Apesar do esforço continuo da COOPERALIANÇA para a sua minimização foram observados gastos na ordem de R$ 0,8/consumidor nos últimos dois anos.

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Portanto, uma Empresa de Referência tem que arcar com esse tipo de custo, inevitável, o que implica em uma despesa que deve compor a Receita Requerida, sob pena de comprometer indevidamente a remuneração do acionista. Diante do exposto, a COOPERALIANÇA solicita que a ANEEL considere o custo médio de R$ 0,8/cliente a título de Indenização de Perdas e Danos Elétricos, o que representa o acréscimo de R$ 20.000, a preços de fev/06, nos custos de Materiais e Serviços.

2.2 INADIMPLÊNCIA.

Para a determinação do valor da inadimplência levada à perda para efeito de resultado operacional, ou seja, esgotado todos os recursos para o seu pagamento, sejam de naturezas técnicas, comerciais e judiciais, a NT_ANEEL considerou um percentual de 0,5% sobre o faturamento de 2.004, sem ICMS, o que conduziu ao valor de R$ 103.550, a preço de fevereiro de 2006. Além disto, o Regulador prevê uma trajetória declinante do percentual sobre o faturamento, sem ICMS, dentro do próximo ciclo tarifário cujos valores são demonstrados adiante:

Sob estes aspectos, a COOPERALIANÇA faz as seguintes considerações para o efetivo dimensionamento dos créditos de liquidação duvidosa levados à perda para efeito de resultado operacional:

• Quanto ao dado de partida: A exemplo das diversas manifestações sobre o assunto promovidas por outras concessionárias em igual processo de revisão, a COOPERALIANÇA considera como justo levar em conta o faturamento bruto, com ICMS, na medida que o valor é efetivamente recolhido a Secretaria Estadual de Fazenda independente do pagamento da fatura pelo consumidor. Porem não fará qualquer pleito de ajuste de valor preferindo aguardar o curso das ações junto ao Regulador para que considere a inclusão do ICMS no custo de perda com inadimplência.

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• Quanto à trajetória declinante do recurso de partida: Já são bem conhecidas as dificuldades para manter o atual índice de inadimplência de qualquer área de concessão, em função de diversos fatores que fogem ao controle gerencial da empresa, a saber:

1. Concessões de Liminares impedindo a suspensão de fornecimento de energia.

2. Dificuldade no ajuizamento de ações de cobrança, devido aos altos custos judiciais e, principalmente, à morosidade da justiça no andamento dos processos.

3. A vinculação do débito ao cliente e não à unidade consumidora, conforme Resolução ANEEL nº 456/00, que induz o ocupante do imóvel a não atualizar o seu cadastro.

4. Permissão na Resolução ANEEL nº 456/00 para mudança de titularidade, sem que haja a obrigatoriedade de quitação de débitos anteriores de unidades consumidoras.

5. Baixo percentual da multa por atraso de pagamento, estimulando a priorização de outros pagamentos, em especial os cartões de crédito e juros de bancos, entre outros.

Neste cenário, a premissa do Regulador de trajetória declinante da inadimplência, sem uma contrapartida de alocação de recursos para o seu efetivo combate pode a vir a comprometer o equilíbrio econômico e financeiro da concessão. A COOPERALIANÇA sugere que o Regulador solicite um Plano de Metas de Combate a Inadimplência, com os respectivos recursos e meios, dentro do período da trajetória declinante proposta.

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3 – REPOSICIONAMENTO TARIFARIO. O Reposicionamento Tarifário (RT) é o resultado da comparação entre o valor da Receita Requerida para o ano-teste e o valor da Receita Verificada da concessionária no mesmo período, sendo deduzidas da Receita Requerida às Outras Receitas. Como conseqüência dos ajustes sugeridos pela COOPERALIANÇA na Receita Requerida, o RT deve ser alterado de 3,18% para 8,84%, conforme cálculo a seguir.

Os valores das diferentes receitas registrados na Tabela exposta permitem as seguintes considerações:

• O ajuste sugerido pela COOPERALIANÇA da Receita Requerida não contemplou eventual acerto da Base de Remuneração, cujos trabalhos estão em fase de fiscalização e validação pelo Regulador.

• O valor das Outras Receitas está adequado para COOPERALIANÇA

na medida que a receita complementar recebida a titulo de Subvenção da Tarifa de Baixa Renda esta considerada como um custo financeiro externo à revisão tarifária, ora em curso, como se verá adiante.

• Por fim, a registrar-se que Receita Verificada já contempla o cálculo da

progressividade da tarifa do consumidor baixa renda, por faixa de consumo, para o ano teste.

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4 - CUSTOS FINANCEIROS E RT FINAL.

4.1 SUBVENÇÃO DA TARIFA DE BAIXA RENDA.

Em função de novos critérios de enquadramento dos consumidores de baixa renda, a COOPERALIANÇA, no período de maio de 2.002 a setembro de 2005, obteve uma receita indevida complementar a titulo de Subvenção da Tarifa de Baixa Renda de R$ 1.825.069,49 e, que pela proposta da NT_ANEEL, esta sendo abatida integralmente na revisão tarifaria, em curso. Devido ao seu valor expressivo, o impacto no índice de reposicionamento Tarifário é relevante, trazendo inclusive perda do valor atual da tarifa. Neste aspecto, a COOPERALIANÇA propõe, como forma de mitigar os efeitos perversos sobre o equilíbrio econômico financeiro de sua operação, o seguinte procedimento:

• Parcelamento da receita indevida complementar a titulo de Subvenção da Tarifa de Baixa Renda em quatro cotas anuais de igual valor, sendo a primeira paga na revisão tarifaria, em curso.

• Desconto do fluxo de caixa projetado na mesma taxa de desconto do custo

de capital da revisão, ou seja, 17,06% ao ano, de modo a assegurar para o consumidor nenhuma transferência de custo oriundo do parcelamento aqui proposto.

A Tabela abaixo apresenta uma simulação da proposta de Parcelamento da receita indevida complementar a titulo de Subvenção da Tarifa de Baixa Renda. O resultado é o pagamento de três cotas anuais no valor de R$ 666.084,69. A COOPERALIANÇA solicita que o Regulador considere esta proposta.

Neste aspecto, a COOPERALIANÇA reafirma que a sua receita verificada, para o ano teste, considerou apenas, para o seu cálculo, a progressividade da tarifa do consumidor baixa renda, sem agregar qualquer receita adicional a titulo de Subvenção da Tarifa de Baixa Renda. Por fim, cabe ressaltar que, para o futuro, a receita complementar recebida a titulo de Subvenção da Tarifa de Baixa Renda deve ser considerada como um componente financeiro externo à revisão periódica tarifária (ou reajuste anual) na medida que a variabilidade de seu valor limita o uso como elemento econômico de projeção.

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4.2 RESOLUÇÃO 493

Conforme exigência da ANEEL, a COOPERALIANÇA contratou a MERCATO, empresa homologada por esta agência, para fazer os levantamentos e elaborar os relatórios conforme determinado pela Resolução 493/02, de maneira a atender ao processo de revisão tarifária da empresa. A COOPERALIANÇA entende que este custo deve ser incorporado ao reajuste anual e, portanto, solicita a adição do valor de R$ 37.000,00 a sua tarifa de fornecimento.

4.3 ESTUDO DO PERFIL DA CARGA.

A COOPERALIANÇA optou pelo uso de pessoal próprio para fazer os levantamentos e estudos do comportamento da carga e elaborar os relatórios de tipologia de carga solicitados pela ANEEL, elementos básicos para construir uma proposta de reestruturação tarifária. A COOPERALIANÇA entende que este custo deve ser incorporado ao reajuste anual e, portanto, solicita a adição do valor de R$ 48.000,00, calculado para uma carga de trabalho de 1.200 horas ao custo de R$ 40,00 por hora, na sua tarifa de fornecimento.

4.4 RESUMO DO REPOSICIONAMENTO TARIFARIO.

Na Tabela adiante são consolidados, comparativamente, os resultados econômicos e financeiros, ainda provisórios, para a Revisão Tarifária segundo a proposta ANEEL e ANEEL ajustada na visão da COOPERALIANÇA. Como conseqüência o RT final, soma do RT Regulatório e dos componentes financeiros, deve ser alterado de -2,85% para 7,37%, conforme cálculo a seguir.

De novo cabe mencionar que o ajuste sugerido pela COOPERALIANÇA no Índice Reposicionamento Tarifário Final não contemplou eventual acerto da Base de Remuneração, cujos trabalhos estão em fase de fiscalização e validação pelo Regulador.

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5 - FATOR X Os contratos de concessão das distribuidoras determinam que o valor da receita requerida será ajustado anualmente no período tarifário entre revisões, aplicando-se ao valor vigente o índice “IGP-M – Fator X”. Na verdade o Fator X é uma composição de três componentes cujo significado especifico no seu conjunto é de um redutor aplicado à tarifa com o objetivo de repassar os ganhos de produtividade ao consumidor final. Todo o procedimento e critérios de sua aplicação estão contidos na Resolução ANEEL no. 055 de 2.004. Em síntese, o Fator X proposto pela ANEEL de -0,1257% é constituído pelos componentes: • XE: tem a finalidade de capturar integralmente para o consumidor os ganhos de

escala (devido ao aumento de mercado da concessionária), considerando em um fluxo de caixa descontado. É um valor único para todos os anos do segundo período tarifário;

• XC: adicional para penalização ou mitigação do “Fator X” conforme resultado

da concessionária no Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor (IASC). É calculado para cada ano do segundo período tarifário;

• XA: acrescentado devido à Resolução CNPE nº 01/2003, deverá capturar a

diferença, na Parcela B, entre variação do IGP-M e variação do índice de remuneração da mão de obra formal. É calculado também para cada ano do segundo período tarifário.

Inicialmente, cumpre ressaltar que a COOPERALIANÇA não concorda com a inclusão dos componentes XC e XA no cálculo do seu Fator X, pelas seguintes razões: • XC: várias razões justificam rever a decisão de sua utilização, pois o IASC é

critério subjetivo e aleatório da qualidade do atendimento, em desfavor dos critérios objetivos e regulatórios já existentes no Contrato de Concessão; inexistente previsão contratual quanto à inclusão desse componente no Fator X; caráter punitivo representa um desvio em relação ao escopo da Revisão Tarifária Periódica;

• XA: também se justifica rever sua aplicação, pois foi acrescentado por

resolução do CNPE; não se baseia em nenhum parâmetro de medição de produtividade e eficiência (relação entre insumo e produto), mas reflete somente evolução nominal de uma variável (mão de obra), cujos resultados em termos de eficiência de gestão devem pertencer à distribuidora; há inobservância do Contrato de Concessão, ao segmentar custo da Parcela B para alterar o indexador previsto para correção (troca do IGP-M por outro índice).

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Sem prejuízo do seu posicionamento a respeito da inclusão dos componentes XC e XA no cálculo do Fator X, a COOPERALIANÇA apresenta duas considerações sobre o componente XE, estabelecido na NT_ANEEL no percentual de 1,7862%.

• Quanto ao aspecto conceitual - A COPERALIANÇA entende que não é correto que os ganhos de escala sejam capturados por completo pelo consumidor através dos reajustes anuais, visto que o conceito da regulação por incentivos permitiria fazê-lo também pela concessionária. Da mesma forma, cabe lembrar que a abordagem da Empresa de Referência, por si só, já captura todos os ganhos de eficiência operacional da concessionária.

• Quanto à inconsistência do calculo - Para a projeção dos Investimentos em renovação, a ANEEL utiliza uma vida media dos ativos de 32 anos, equivalente a uma taxa de depreciação anual de 3,125%. No entanto, para efeito do reposicionamento tarifário a taxa de depreciação foi de 4,96% equivalente a uma vida útil média dos ativos de 20,16 anos. A COOPERALIANÇA solicita que seja utilizada a taxa do reposicionamento tarifário de 4,96%. Por conseqüência, a taxa de crescimento dos ativos estabelecida em 6% deve ser compatibilizada. É importante observar que a tais considerações tem influencia direta na projeção dos investimentos para o novo ciclo tarifário. Dentro das premissas do Regulador de vida útil e taxa de crescimento de ativos, a projeção dos investimentos alcança, na media dos próximos 4 anos, o valor de R$ 1,2 milhão. A realidade da COOPERALIANÇA é de R$ 1,7 milhão. Nesta sentido, é importante o Regulador rever suas premissas de projeção dos investimentos.

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6 – CONSIDERAÇÃO FINAL. As Sociedades Cooperativas são entidades diferenciadas das demais Sociedades no que diz respeito aos aspectos tributários relacionados ao Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A Lei 5.764/71, que criou as Sociedades Cooperativas, determinou a isenção desses tributos no chamado ato cooperativo, ou seja, a tributação somente incide para os consumidores que não pertencem ao quadro social da Empresa. No caso da COOPERALIANÇA, a participação dos associados, sem tributação, alcança cerca de 80% e dos demais consumidores cerca de 20%, com tributação de 34%, o que resulta uma tributação media de 6,80%. Tal nível de tributação tem impacto direto no custo bruto de capital (na NT_ANEEL denominado como WACC – Weighted Average Cost Capital), conforme ilustra a tabela abaixo:

O menor custo bruto capital em Sociedades Cooperativas promove uma redução da Parcela B, via remuneração bruta de capital, e, por conseqüência, uma diminuição do índice de Reposicionamento Tarifário, como simulado na Tabela adiante, levando –se conta os dados da proposta da NT_ANEEL sem considerar os ajustes solicitados no presente Documento em termos de Custos Operacionais e Base de Remuneração.

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Alem do impacto no índice de Reposicionamento Tarifário por conta de uma tributação menor e necessário considerar outro aspecto especifico das Sociedades Cooperativas. De acordo com o seu Estatuto Social, o Capitulo XIII, Artigo 48, descreve: Os resultados das operações com não associados reverterão em sua totalidade, depois de descontados os impostos pertinentes, ao fundo de assistência técnica, educacional e social. Em termos objetivos, a aplicação do artigo significa a retirada de cerca de 20% do resultado operacional bruto do Caixa da Empresa, diminuindo o fluxo de caixa livre do negócio de distribuição de energia elétrica. A Tabela abaixo ilustra o impacto do referido Artigo, a partir dos dados da proposta NT_ANEEL sem considerar os ajustes solicitados no presente Documento em termos de Custos Operacionais e Base de Remuneração.

A conseqüência do menor fluxo de caixa livre e a redução de seu valor, abaixo do valor do negocio determinado pela soma da Base de remuneração liquida com o Capital de giro, o que não pode ocorrer no processo de revisão tarifária. Tal fato irá implicar na necessidade de se diminuir o Componente XE como forma de se restabelecer o valor do fluxo, como simulado na Tabela adiante. Nela, o valor de XE é corrigido 1,7862% para – 0,7265%.

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A COOPERALIANÇA reconhece que o assunto requer discussões mais aprofundadas e sugere que as mesmas se façam dentro do processo de revisão tarifária, em curso, juntamente com os demais pleitos solicitados neste Documento, de forma a preservar o equilíbrio econômico financeiro da concessionária.