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O Crescimento da Igreja As igrejas têm crescido em quantidade, mas falta qualidade. Hoje as pessoas tiram menos tempo para orar, ler a Bíblia e jejuar. É difícil achar pessoas com caráter bíblico Ação social e a Igreja O mau uso do dinheiro pela igreja Referência Jovem Jader Fernandez fala ao Diário do Levita ANO 2012 N° 1 R$ 9,99 8 DE DEZEMBRO DE 2012 www.diariodolevita.com Editora Diário do Levita

Primeira Revista Diário do Levita - Dezembro 2012

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Primeira revista do Diário do Levita. Uma publicação de Art's Aviva. 8 de Dezembro data de lançamento

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O Crescimento da IgrejaAs igrejas têm crescido em quantidade, mas falta qualidade. Hoje as pessoas tiram menos tempo para orar, ler a Bíblia e jejuar. É difícil achar pessoas com caráter bíblico

Ação social e a IgrejaO mau uso do dinheiropela igreja

Referência JovemJader Fernandez fala ao Diário do Levita

ANO 2012 N° 1 R$ 9,99

8 de dezembRO de 2012

www.diariodolevita.com

editora

Diário do Levita

12 de Abril de 2013 na Qe 11 Área especial b/C - Ginásio do maxwell - Guará I

Apoio:

www.diariodolevita.com

Mc Andrezinho

Minha Balada Mudou

no Lançamento do seu Novo CD

Alegria, Santidade e muita música pra você

Gravadora:

Aprendendo

Prezado Diretor de Redação da revista Diário do Levita. Após ler sua revista, decidi escrever para expor algumas opiniões e sugestões acerca do seu trabalho.

Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo pelo esforço feito para deixar a revista com um aspecto moderno e prático. Funcionou. A diagramação foi bem feita e as fotografias bem escolhidas, o que tor-nou a leitura mais fácil e agradável.

A linguagem informal também é um ponto po-sitivo, pois assim, os jovens (público alvo da revis-ta) sentem-se mais à vontade e atraídos a realizar a leitura.

Embora meu estilo de vida seja baseado em uma crença em Deus e no “fazer o bem” longe das re-ligiões, acredito que qualquer ação religiosa que busque tornar o mundo em que vivemos um lugar melhor é válida.

Penso que todos podem manter suas crenças e, simultaneamente, conviver com as diferenças paci-ficamente.

Esse é um ponto de vista que costuma faltar nos adeptos das mais diversas religiões e, se você con-seguir alcançá-lo e mantê-lo, sua revista prestará um ótimo serviço à comunidade.

Continue seu bom trabalho sem jamais perder sua essência e, principalmente, o respeito pelo pró-ximo e suas diferenças.

Fernando moreirabrasília-dF

[email protected]

Cartas de um Diário Espaço do Leitor

Seja diferente

A grande maioria das pessoas vive de forma co-mum. Com o cotidiano praticamente igual ao do vi-zinho. O problema não está em ter um dia parecido com o do outro, mas, ter o resto da vida igual a do outro. É normal observarmos nos grandes centros urbanos do Brasil as pessoas com os mesmos sem-blantes, tipos de roupas e outras características que trazem à tona uma pergunta: “Como ser diferente?”.

O “ser diferente” é abrir a mente para entender que existe algo mais que trabalho, trânsito e di-nheiro. Existe uma vida esperando para ser vivida. Pergunte-se: “Quantas vezes você passeou em um parque sem preocupar-se com horário?” ou “Como você tem aproveitado o seu tempo com a sua famí-lia?”.

O grande problema de ser diferente, hoje, é ter tempo para isso.

Aproveite mais a vida, enxergando que ela está além das paredes do seu trabalho e olhando para a natureza, pois do jeito na atual conjuntura, ela pode não existir mais em breve. Abrace seus amigos e di-ga-lhes que são importantes para você. Ame sua fa-mília e dê o seu melhor por ela. Seja diferente, não por causa de uma religião ou algo parecido, mas por você, que pode ser melhor a cada dia e fazendo do espaço em que vive um lugar melhor.

elton PedroRedator Chefe

Diário do Levita é uma publicação do UNICESP - Instituto Científico de Ensino Superior e Pesquisa, produzida e editada na disciplina de Produção de Arte e editorial do curso de Produção Publicitária.Design responsável: prof. Rogério Fernandes Redação e diagramação: elton Pedro SantosSupervisão de textos: prof. Rodrigo Jorge e Adrina Campeti Supervisão de arte: prof. Rogério Fernandes GuimarãesFotografia: elton Pedro Santos e Thales marques Editora: Art's AvivaFACULdAdeS INTeGRAdAS dO UbICeSP/SOebRAS (www.unicesp.edu.br) Coordenador do curso de Produção Publicitária: prof. Alexandre Picarelli Impressão: Rainbow Soluções Gráficas Tiragem: 300 exemplares.E-mail: [email protected] Contato: (61) 3877-1159 Reportagens e matérias de conteúdo opinitavo publicados neste veículo podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. Artigos assinados são da inteira responsabilidade de seus autores. brasília, dezembro / 2012.4 / 8 de dezembRO de 2012 | DIÁRIODOLEVITA

JADER FERNANDEZdestaque no meio dos jovens, Jader tem se empenhado a trazer a linguagem da bíblia para a realidade atual

ENTREVISTA

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Crescimento dos Evangélicos no Brasil de acordo com o IBGEAs igrejas têm crescido em quantidade, mas falta qualidade. Hoje as pessoas tiram menos tempo para orar, ler a bíblia e jejuar. É difícil achar pessoas com caráter bíblico

IDÉIAS

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IDÉIAS

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Ação social e a igrejaO mau uso do dinheiro pela a Igreja, tem formado várias perguntas na cabeça dos fiéis de como se deve administrar o dinheiro da Igreja

FALA QUE EU TE OUÇO

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A importância de se preservarViver uma vida diferente sem deixar de ser feliz

REFERÊNCIA JOVEm

“Se um Jovem hoje não busca santidade, é porque

pouco se tem falado sobre santidade

”Nascido em Brasília-DF, passou a gostar de ler assuntos voltados para a vida cristã quando se converteu em 1996. A partir daí nunca mais dormiu, acordou, viveu sem ler alguns versículos e devocionais.

DL: Conte-nos a história da sua conversão.Jader: Eu não cresci em um lar cris-tão, mais, sim, meio católico com par-ticipações de candomblé. Entreguei-me a Cristo pela dor, e fui ficando pelo amor. Tive alguns relacionamen-tos, tentei suicídio por 3 vezes. Tomei remédio controlado, mais fui buscar a resposta que eu queria, e não achei a que eu queria, mas encontrei a que eu precisava.

Então me entreguei, de verdade, a Cristo.

DL: O que motivou o seu cha-mado?Jader: Acredito que o amor que sinto pelo Reino de Deus seja verdadeiro e ainda vou além. Quero ir e levar pes-soas para lá. Quanto mais indivíduos eu puder alcançar e me entregar a isso, eu farei.

DL: Quais os principais exem-plos de pessoas da Bíblia para você? E por que eles?Jader: Elias, o que era convicto em dizer que estava na presença de Deus. Davi, por me motivar em adorar o Deus verdadeiro. João, por ser um dos 12 que mais teve experiências com o Amado.

DL: E fora da Bíblia? Quais as pessoas que você segue como exemplo?Jader: Pastor Lucinho Barreto, por não deixar seu lado Jovem, mesmo tendo uma idade avançada. E ainda, Pr. Silas Malafaia, por seu grande te-mor e conhecimento. DL: O que Deus tem te falado quando você fala aos jovens?Jader : Que eu preciso, a cada dia, me colocar no lugar deles, para sa-ber o porquê de algumas decisões e atitudes que eles têm tomado. Se um Jovem hoje não busca santidade, é porque pouco se tem falado sobre san-tidade. E você pode perceber que todo acontecimento de avivamento tem al-gumas chaves: Santidade-Unidade-A-doração-Compromisso e Palavra. Por

isso alguns jovens não têm recebido e entendido seu papel no mundo, e, para entender, eu me coloco no lugar deles. Muito se exige do jovem, mais pouco se fala para ele.

DL: Qual foi o maior momento de dor de sua vida? Jader: Pergunta sobre qual nunca pensei (risos), mas acho que a maior foi de ter visto pessoas que entraram comigo na caminhada com Cristo sa-írem assim por não agüentar, em tal-vez, o peso da cruz.

DL: Qual o tema mais difícil a ser ministrado?Jader: Santidade e renúncia.

DL: Como sua família reage ao seu ministério?Jader: Graças a Deus, eles vêm como algo sério, nunca tive problema com isso, eles me apoiam em tudo, me direcionam e acreditam no chamado.

DL: Conselhos para quem está começando.Jader: Sua visão tem que ser aprova-da por DEUS, não pelos homens. Não seja como Saul que foi rejeitado por Deus. Antes cabe agradar a Deus do que aos homens.

DL: Fale um pouco sobre o Di-ário do Levita, o que é? E Pala-vras finais aos jovens.Jader: Diário do Levita começou como um diário mesmo particular, que foi tomando uma proporção maior.

Em que eu colocava minhas experi-ências, mais foram surgindo amigos que sentiram no coração vontade de participar e entrar nessa visão. Hoje, o Diário do Levita é direcionado a Jo-vens e Ministério de Louvor. Acredito que a visão aqui é direcionar nossos Jovens da IGREJA DE DEUS NO BRASIL para um despertar de unida-de que foi esquecida há muito tempo.Jovens, ou você marca ou será marca-do, ou você levanta a bandeira da Uni-dade IDB, ou continuará murmuran-do: ninguém me apoia, ninguém me convida etc. Não espere outro fazer. Vá você e faça.

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JADER FERNANDEZ

ELTON PEDRO

Entrevista

Destaque no meio dos jovens, Jader tem se empenhado a trazer a linguagem da Bíblia para a realidade atual

▷pág 6 / 8 de dezembRO de 2012 | DIÁRIODOLEVITA

www.facebook.com/guilhermecastro

mostre seu estilo

atraia olharesdesperte sorrisos

Dance! Street Dance E escreva a sua história a cada movimento.

às16hAulas Segundas.Quarta.SextaLocal: Casa da Cultura - Guará II Fone: (61) 8510-3624

evangélicos, ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o per-centual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%. O Reverendo Hernandes Dias Lopes, apresentador de programa na TV Presbiteriana do Brasil sobre o “rea-vivamento e o sepultamento,” disse, em entrevista ao The Christian Post, que não acredita que a explosão do crescimento da Igreja evangélica, no Brasil, seja um sinal de reavivamento espiritual. Ele descreve: “A explosão de crescimento numérico da Igreja brasileira tem muito a ver com um evangelho que eu chama-ria de um evangelho híbrido, sincrético, com práticas completamente estranhas à palavra de Deus”. Ele também comen-ta que um evangelho deve ser “voltado apenas para a questão da prosperidade, para a questão das curas, o evangelho focado e centrado no homem”. Para ele, as pessoas estão procurando aquilo que funciona, aquilo que o povo gosta, e não procurando aquilo que glorifica a Deus. Esse crescimento tem extensão, mas não tem profundidade.”

Apesar do fato de que a Bíblia não se dirige, especificamente, ao crescimento da igreja, o princípio por trás do cresci-mento da Igreja é entender o que Jesus disse: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão con-tra ela” (Mateus 16:18). Paulo confirmou que a igreja tem sua fundação em Jesus

Cristo (1 Coríntios 3:11). Jesus Cristo também é o cabeça da Igreja (Efésios 1:18-23) e a vida da Igreja (João 10:10). Tendo dito isso, é importante lembrar que “crescimento” pode ser um termo relati-vo. Há tipos diferentes de crescimento, alguns dos quais não têm nada a ver com números. Keith Gordon Green (21 de outubro de 1953 – 28 de julho de 1982) cantor e multi-instrumentista gospel americano, diz que “Ir à igreja não faz de você um cristão, como ir ao McDonalds não faz de você um hambúrguer”. Uma igreja pode ser viva e crescer, apesar de o número de membros e de frequentado-res não mudar. Se aqueles na igreja estão mais firmes na graça e no conhecimento do Senhor Jesus, submetendo-se à Sua

vontade para suas vidas, individualmente e conjuntamente, essa é uma igreja que está tendo crescimento verdadeiro. Ao mesmo tempo, uma igreja pode ter mais e mais pessoas que frequentam seus cul-tos semanalmente, ter grandes números, e ainda ser, espiritualmente, morta.

Cláudio Dutra Crespo, membro da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, defende que as igrejas

pentecostais foram as que mais impul-sionaram o crescimento do número de evangélicos no país, enquanto as igrejas de missão, também conhecidas como históricas, tiveram o crescimento estag-nado no período. “O crescimento dos evangélicos foi impulsionado, principal-mente, pelas igrejas pentecostais. As de missão pararam de crescer” – explica. A descrição de uma igreja viva e crescen-do bem é encontrada em Atos 2:42-27, nessa passagem, afirma-se que os crentes “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Mas adiante, afirmou-se que eles estavam servindo uns aos outros, ajudando aqueles que precisam vir a co-nhecer o Senhor, e “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo sal-vos.” Quando essas coisas estão presen-tes, a igreja vai experimentar crescimento espiritual, quer os seus números cresçam ou não. Pitágoras dizia que: “A melhor maneira de que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus”.

Uma das explicações para o fenome-nal crescimento das igrejas evangélicas no, Brasil, reside no poder que estas têm de fazer muito pela prosperidade mate-rial e social dos que se convertem à sua pregação. Num país onde a educação é muito precária, o costume protestante de promover a leitura cotidiana da Bíblia - e, mais que isso, de obrigar o fiel a ler os textos sagrados antes de convertê-lo - transformou-se numa verdadeira revolu-ção. As igrejas evangélicas realizam um monumental trabalho de alfabetização de adultos e estimulam o hábito da lei-tura, especialmente entre a população de baixa renda. Além disso, são notáveis os esforços de recuperação de dependentes de drogas e de álcool empregados pelos evangélicos. Também não existem, na maioria das seitas, dogmas que impeçam o planejamento familiar - estas religiões podem distribuir anticoncepcionais a seu rebanho. Há, ainda, uma sólida e ampla rede de solidariedade entre os fiéis, que garante que um ajude o outro na hora do desemprego ou da dificuldade financeira.

Crescimento dos Evangélicos no Brasil de acordo com o IBGEAs igrejas têm crescido em quantidade, mas falta qualidade. Hoje as pessoas tiram menos tempo para orar, ler a Bíblia e jejuar. É difícil achar pessoas com caráter bíblico

O número de evangélicos, no Bra-sil, tem crescido enormemente, porém as igrejas evangélicas andam cada uma segundo a sua

visão ou interesse. Não existe uma nor-ma padronizada de doutrina e isso tem causado uma confusão total na cabeça de novos convertidos, fiéis maduros acredi-tam que tem um tipo de igreja para cada tipo de pessoa. Leonard Ravenhill (1907-1994), escritor e evangelista cristão britâ-nico que estudava assuntos como oração e avivamento, é conhecido por desafiar a igreja moderna. Em seu mais notável livro "Por que Tarda o Pleno Avivamen-to?", faz a seguinte afirmação: “A Igreja costumava ser um barco resgatando os que perecem. Agora, ela é um cruzeiro recrutando pessoas promissoras”.

Pastor Júlio Fonseca, pastoreia a Igreja de Deus “I.D. A”, na pequena ci-dade de Anhanguera em Goiás. Formado em Administração, é também editor do

Idéias

site idagospel.com. Para semear a pala-vra de Deus, diz que “o foco da igreja atual é saciar o carnal por meio do divi-no. Em outras palavras, pega os desejos que o mundo apresenta e da uma resposta dentro de uma “Visão bíblica””. Como responder aos desejos carnais dentro do divino: “O ser humano não é muito difícil de entender, se você olhar de uma forma geral. O difícil é entender o ser humano no aspecto individual”, comenta Júlio Fonseca. Na forma geral, todos querem uma morada, um emprego ou abrir o pró-prio negócio, e, ainda, satisfazerem seus desejos carnais como, sexo, amor, acei-tação, carinho, etc. A igreja com base na prosperidade criou, uma forma de atrair

as pessoas, fazê-las contribuir, financei-ramente, e ainda se sentirem reconfor-tadas nas suas buscas pessoais. A ideia é, de certa, forma simples, vista de for-ma administrativa. Horatius Bonar (19 de Dezembro de 1808 - 31 de maio de 1889) escocês , autor do livro A justiça eterna, diz que “Procurei a igreja e en-contrei-a no mundo; procurei o mundo e encontrei-o na igreja”.

Com isso é fácil entender por que o número de evangélicos no Brasil au-mentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado no ano de 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram

ELTON PEDRO

FOTO: ELTON PEDRO

IBGE afirma que Brazil em comparação aos outros países da América Latina, se destaca com megatemplos e mais pessoas indo às igrejas todos os dias

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Uma das explicações para o fenomenal crescimento das igrejas

evangélicas no Brasil reside no poder que estas seitas têm de fazer muito pela prosperidade material e social dos que se convertem à sua

pregação

1980.Apenas 6,6% da popula-ção se declara-va evangélica

6,6%

1991.O percentual de evangélicos era de 9%

9%

2000.Cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da população

15,4%

2010. eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros

22,2%

2012. Número de evangélicos no brasil aumentou 61,45% em 10 anos

61,65%

► divulgado no ano de 2012 pelo Instituto brasileiro de Geografia e estatística (IbGe)

Censo Demográfico

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Evangélico empresário prefere empregar irmãos de fé ou candidatos à conversão. Estas são apenas algumas saídas viáveis oferecidas pelas igrejas pentecostais a problemas que nem o governo e nem a sociedade brasileira conseguiram solu-cionar. Abraham Lincoln dizia que “O maior presente que Deus deu ao homem foi a Bíblia e a pureza das suas palavras” e completa “Senhor, minha preocupação não é se Deus está ao nosso lado; minha maior preocupação é estar ao lado de Deus, porque Deus é sempre certo”.

A história da Igreja evangélica brasi-leira, segundo Johnny Torralbo Bernar-do, apologista futndador do Instituto de Pesquisas Religiosas do Brasil (INPR) apresenta o surgimento da força evangé-lica nacional por meio das Igrejas pente-costais, com a Assembleia de Deus, fun-dada por Daniel Berg e Gunnar Vingren, vindos dos EUA, em princípios do século XX. “Foi a primeira onda do pentecosta-lismo brasileiro,” informou Bernardo ao The Christian Post. Em seguida, o Brasil viria a ser tomado por uma onda de “ne-opentecostalismo,” com as principais de-nominações do país, tais como a Igreja In-ternacional da Graça de Deus (com mais de 2.000 igrejas em todo o mundo sem informações do número de fiéis no país) e a Igreja Apostólica Renascer em Cristo (com cerca de 120.000 fiéis no país). O apologista citou o método de “Igrejas em células” advindo da Igreja coreana Full Gospel Church, na Coréia do Sul, que foi implantado no país. Assim, de pouco menos de 20 membros, hoje, há Igrejas que contabilizam uma média de cinco a seis mil crentes que frequentam os cultos regularmente, no Brasil.

O Reverendo Hernandes explicou que o reavivamento se expressa pelo ar-rependimento do pecado: “pela sede de santidade, pela volta à Escritura, pela volta à oração, à evangelização. Quando a Igreja se volta para Deus não por aquilo que Deus dá, mas por aquilo que Deus é, é aí que a Igreja experimenta um reaviva-mento”, explica.

Na opinião do Reverendo, a Igreja

evangélica brasileira precisa passar por uma reforma, voltando-se para as escritu-ras, tendo: “os mesmos valores e princí-pios que inspiraram a reforma do século XVI, ou seja, só a escritura, só a graça, só a Cristo, só a Deus a glória.”

Luiz Longuini Neto, Pastor e Pro-fessor, formado em Teologia e Filosofia, com Mestrado em Ciências da Religião na UMESP e Doutorado em Ciências da Religião em Hamburgo, Alemanha e Bra-sil/UMESP, afirma que existem aspectos positivos que devem ser ressaltados, como a descentralização de estruturas rígidas na organização das comunidades locais; a valorização do trabalho do leigo, e não só do pastor ou clérigo; o envolvi-mento de vários membros com ministé-rios específicos, respeitando-se o dom de

trabalho de cada um; o fato de as comu-nidades deixarem de ser templocêntricas e espalharem-se pelos bairros e pelas ci-dades, em grupos menores e familiares; a democratização de estruturas de poder, antes centralizadas na mão de um pastor ou líder. Longuini, completa que por ou-tro lado, se podem assinalar também vá-rios aspectos negativos que carecem de maior atenção por parte da nossa lideran-ça evangélica no Brasil. O pano de fundo ou o lastro cultural que dá sustentação a esses movimentos é o “american way of life” (estilo de vida americano), travesti-do, em alguns casos, do “korean way of life” (estilo de vida coreano). Todos es-ses movimentos orientam-se pela ideia de quantidade, e não de qualidade – o estilo capitalista de acúmulo e de cresci-mento passa a ser entendido como valor

teológico. O que importa é construir me-gaigrejas, pois igreja grande é sinônimo de bênção e de sucesso. Há, também, a incorporação inescrupulosa de métodos utilizados na administração de empresas, como por exemplo, o planejamento estra-tégico.

Precisamos refletir, seriamente, sobre essas teorias de crescimento da igreja. Tomamos como certo, que é da nature-za das comunidades cristãs, o fator cres-cimento – assim lemos nas Escrituras. Também é certo que os modelos tradi-cionais, centralizadores, templocêntricos e pastorcêntricos já não funcionam mais. A Bíblia ensina-nos a trabalhar com pe-quenos grupos e com reuniões familiares – este argumento é irrefutável; contudo algumas questões importantes precisam ser respondidas: que tipo de crescimento queremos para as nossas comunidades? O crescimento quantitativo apenas é su-ficiente? O crescimento visa à glória de quem? De Deus ou do líder? O imen-so crescimento quantitativo que temos experimentado, no Brasil, vem sendo acompanhado de compromisso de trans-formação da nossa sociedade? Existem trabalhos sociais nessas comunidades? As pessoas são realmente transformadas em seu caráter e em sua ética? Leonard Ravenhill dizia que “A maior vergonha de nossos dias é que a santidade que ensi-namos é anulada pela impiedade de nosso modo de viver”.

Quando encararmos essas questões com seriedade, estaremos dando um pas-so em direção a um crescimento efetivo. Então corresponderemos a isso que o último Censo está chamando de cresci-mento evangélico no Brasil. Estaremos crescendo em tudo, e não só inchando. Vamos fazer diferença e construir igrejas e sociedades diferentes, transformadas pelo poder do evangelho, e não apenas por teorias mundanas que podem fazer sucesso e servir fora da igreja, mas que, na igreja de Cristo, apenas atrapalham.

A igreja com foco na prosperidade criou uma forma de atrair as pessoas

para dentro da igreja, fazê-las contribuir financeiramente e ainda

se sentirem reconfortadas nas suas buscas pessoais

“ ”

12 / 8 de dezembRO de 2012 | DIÁRIODOLEVITA

Fazemos o seu estilo

facebook.com/jessicacristinna.ribeiro1

A reação católica foi lenta e não en-tendeu, imediatamente, o desafio do movi-mento operário. Num primeiro momento, houve a exortação à paciência, à aceitação religiosa da pobreza, e isso acompanhado da ação caritativo-assistencial, mas, pouco a pouco, assumiu uma posição mais clara, marcada, inicialmente, pelo paternalismo e, em seguida, assumindo uma posição autônoma na ação social católica. Pe José A. Besen diz que alguns dos motivos des-sa lentidão foram pouca conscientização das condições vitais das diversas classes sociais; a mentalidade aristocrática e con-servadora dos católicos pertencentes à nobreza e à burguesia intelectual; a des-confiança perante o Estado (liberais) e à classe política no poder (conservadores); a preocupação de não misturar a Igreja com questões sociais e, sobretudo, a mensagem cristã da Cruz e da espera de uma justiça ultraterrena.

Pe José A. Besen ainda afirma que, ao seu modo, a hierarquia e os leigos busca-vam uma solução cristã para a questão. Preocupada com a defesa da ordem social, do direito à propriedade privada e da auto-ridade do Estado, a Igreja condenou o so-cialismo e o comunismo (Pio IX em 1846 e 1864; Leão XIII em 1878 e 1884).

Leão XIII definiria assim a visão da Igreja: "A questão das relações entre ricos e pobres se resolverá quando se reconhe-cer que não falta dignidade à pobreza. O rico deve ser generoso e misericordioso, e o pobre resignado com a própria sorte: ambos não foram feitos para estas coisas perecíveis. O pobre deve ganhar o céu com a paciência e o rico com a liberali-dade".

A Igreja, com o decorrer da história, deixou que o Capitalismo tomasse conta de sua estrutura como instituição, sendo assim, ao invés de haver uma igualdade

entre todos dentro da Igreja, a imagem do sistema exterior foi refletidos nas pá-ginas da história da Igreja: o Capitalismo. Perdeu-se o costume de ajudar ao próxi-mo, e, quando se ajuda, há uma busca de interesse próprio prejudicando aquilo que Max Weber chama de “Ação social racio-nal com relação a valores”, o bem maior não está no que se recebe, ao fazer algo a alguém, mas na importância da vida.

Pensar em ação social sem atitude é tampar os ouvidos para o gemido de fome dos moradores dos lixões. É fingir que o vizinho do outro lado da rua não está pas-sando fome. A grande problemática da ação social e a igreja é que muito se fala, mas pouco se trabalha. Mahatma Gandhi diz que “Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.”

Maximilian Karl Emil Weber, mais co-nhecido como Max Weber, foi um intelec-tual alemão, jurista, economista e consi-derado um dos fundadores da Sociologia. Sua obra mais famosa é o ensaio “A ética

protestante e o espírito do capitalismo”, com o qual começou suas reflexões so-bre a sociologia da religião. Weber mos-trou que certos tipos de Protestantismo (em especial o Calvinismo) favoreciam o comportamento econômico racional e que a vida terrena (em contraste com a vida "eterna") recebeu um significado espiri-tual e moral positivo. O Calvinismo trou-xe a ideia de que as habilidades humanas (música, comércio, etc.) deveriam ser per-cebidas como dádivas divinas e, por isso, deveriam ser incentivadas. Esse resultado não era o fim daquelas ideias religiosas, mas um subproduto ("byproduct"). A lógi-ca inerente essas novas doutrinas teológi-

cas e as deduções que se lhe podem retirar, quer direta ou indiretamente, encorajam o planejamento e a abnegação ascética em prol do ganho econômico.

O direcionamento do dinheiro inves-tido pelos fiéis tem sido investido de for-ma equivocada, pois, enquanto pessoas morrem de frio por falta de abrigo, muito dinheiro é investido em mega templos, em lançamentos de shows e em mídias que marcam e trazem expectativas momentâ-neas e, que em pouco tempo serão esque-cidos pelas pessoas. Pode-se afirma assim que é um mau investimento, pois, ao invés de haver um investimento momentâneo, deve haver um investimento progressista, em que as pessoas ajudadas podem cres-cer e ajudar outros que estavam na mesma situação. Charles Dickens, escritor inglês da obra Oliver Twist, na qual, pela primei-ra vez, apontava-se para os males sociais da era vitoriana, diz o seguinte: “Eu acre-dito que a disseminação do catolicismo é o meio mais horrível de degradação política e social deixado no mundo.”

Revoltar-se contra a forma que é ad-ministrado o dinheiro pela Igreja tanto ca-tólica como protestante não adianta, o pro-posto aqui é começarmos a cumprir aquilo que é encontrado na Bíblia: “Quanto à ad-ministração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos; porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós para com os macedô-nios; que a Acaia está pronta desde o ano passado, e o vosso zelo tem estimulado a muitos”. II Co 9:1-2(Bíblia Sagrada). As palavras do apóstolo Paulo são bem explí-citas em mostrar a sua satisfação pela for-ma de administração do dinheiro da igreja e do cuidado que todos tinham uns com os outros, pois os santos aqui citados são as próprias pessoas da igreja, algumas das quais eram pessoas que passavam por ne-cessidades, pois mesmo com estas, Paulo mostra satisfação, mas sabia que essas pessoas eram bem supridas e ajudadas. O que se tem visto com a ação social, atual-mente, são reuniões sociais em que pesso-as se socializam e esquecem o verdadeiro sentido dessas reuniões: ajudar pessoas. Mario Quintana cita a seguinte frase sobre

Quando a igreja opta por uma Teologia que enfatiza a ação

social, é comum surgirem resistências dos grupos mais

conservadores

“ ”

Ignorados pela sociedade, crianças e jovens em situação de rua a oportuni-dade de se expressar os pensamentos, sonhos, atraves do projeto “Arte de Rua com Meninos de Rua” que é realizado no Rio de Janeiro.

FOTO: JOEL BERGNER

Ação social e a igrejaO mau uso do dinheiro pela a Igreja tem formado varias perguntas na cabeça dos fiéis de como se deve administrar o dinheiro da Igreja

A prosperidade, a riqueza e o crescimento econômico pes-soal sempre acompanharam as principais sociedades ao redor

do mundo. A separação entre o pobre e o rico foi ficando cada vez maior. Quanto mais as pessoas adquiriam, menos se foi se dando importância para aquelas de bai-xa renda, ou que não possuíam nada. A pa-lavra doar saiu do vocabulário das pesso-as, e a palavra poupar tomou conta do co-tidiano da sociedade. José Saramago diz: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo." Ou seja, precisamos entender onde erramos, para buscar uma mudança em nossas atitudes.

Segundo o Pe José A. Besen, professor de história no ITESC, o problema deu-se no início no Século XVIII, que assistiu a duas grandes revoluções: a Francesa, em 1789, com os ideais de igualdade, e de li-berdade; e a Industrial, com a descoberta da máquina a vapor. A Igreja viu-se diante de dois enormes desafios. Já vimos como se colocou diante dos ideais democráti-cos, apresentemos agora alguns pontos

de seu posicionamento diante da questão social.

Dois fenômenos caracterizaram a vida técnica – econômico - social no século XIX e início do XX: imenso progresso técnico, industrial e comercial; o homem que vence a natureza superou as distân-cias. Tudo isso repercutiu na vida social, pois de um lado, havia a concentração de

enormes riquezas nas mãos de poucos e, de outro, encontravam-se os operários quase sempre oprimidos pela miséria e degradados por um trabalho realizado em condições desumanas.

As descobertas científicas deram origem a doutrinas econômicas. No sé-culo, XVIII temos Adam Smith e David

Ricardo, o qual sistematizou o liberalis-mo econômico. As teorias econômicas levaram às primeiras formulações do socialismo, que procurou defender o pro-letariado das imposições do capitalismo. Surge, em primeiro lugar, o socialismo utópico, que sugere a coletivização dos meios de produção, o controle da eco-nomia pelos poderes públicos e defende igual dignidade de todo trabalhador, no início do século XIX. Por isso nasce, liga-do ao Partido Socialista, o sindicalismo, que seriam sociedades de socorro mútuo que, com o tempo, alargaram sua compe-tência.

Karl Marx (1818-1883), o pai do socialismo científico, escolhendo a li-nha da ação política, publicou, em feve-reiro de 1848, juntamente com Engels, em Londres, o Manifesto do Partido Comunista: "Proletários de todo o mundo, uni-vos". Marx e Engels lêem a história como uma contínua luta de classes. O an-seio socialista é superar essa sociedade de classes e levar à supressão da propriedade privada, à socialização do capital, à abo-lição da família, das pátrias, das naciona-lidades.

ELTON PEDRO

Idéias

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Max Weber chama de “Ação social racional com relação a valores”, o

bem maior não está no que se recebe ao fazer algo a alguém, mas na

importância da vida

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pág 14 / 8 de dezembRO de 2012 | DIÁRIODOLEVITA DIÁRIODOLEVITA | 8 de dezembRO de 2012 / 15

essas reuniões: “Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gen-te impede de ver as pessoas...”.

Friedrich Engels (Barmen, 28 de no-vembro de 1820 — Londres, 5 de agosto de 1895) foi um teórico revolucionário alemão que junto com Karl Marx fun-dou o chamado socialismo científico ou marxismo. Engels diz que “Um grama de ação vale uma tonelada de teoria”. Ele nos mostra que falar, estudar e planejar a ma-neira como será executada uma ação so-cial, gerará barreiras que no final se torna-rão grandes teorias que não levarão a uma ação prática de agir em favor do próximo.

Então por que a Igreja não se envolve com ação social? Essa pergunta já deveria estar ultrapassada no cotidiano missio-nário das igrejas locais, mas de tempos em tempos ela surge com maior ou com menor força. É muito difícil encontrar um pastor ou um crente fiel que considere a ação social desnecessário, ou não essen-cial na missão da Igreja. De fato, o que incomoda mais e causa muitos precon-ceitos são algumas questões teológicas e ideológicas que precisam ser mais bem entendidas e, em alguns casos, superadas. Quando a igreja opta por uma Teologia que enfatiza a ação social, é comum surgirem resistências dos grupos mais conservado-res. Assim foi com Walter Raushenbush, principal criador e articulador da Teologia do Evangelho Social, teólogo-pastor que soube conjugar , adequadamente, o amor a Deus e o amor ao mundo, no início do sé-culo XX, nos EUA, mas que foi duramente criticado pela centralidade da ação social

em sua Teologia. John Wesley, fundador do movimento metodista, na Inglaterra do século XVIII, também enfrentou os mais conservadores de sua época, quando op-tou por anunciar e viver um evangelho com dimensão social.

Relembrando que a “ação social cris-tã” é toda atividade de cristãos, individu-almente, ou da igreja, coletivamente, no sentido de suprir necessidades materiais

das pessoas, de aliviarem o sofrimento humano, de reduzir ou de eliminar males sociais que afligem indivíduos, famílias, comunidades e, até mesmo, a sociedade como um todo, “cristã” por corresponder a motivações e a princípios relacionados à palavra de Deus:

Essa ideia não seria um ponto de par-tida, mas uma resposta à “questão social” existente hoje na sociedade. Vivemos em um país onde poucos têm muito e muitos tem pouco, gerando uma avassaladora de-sigualdade social. É preciso explicar, no entanto que as pessoas não são pobres por-que não têm dinheiro (ausência de renda), na verdade muito mais do que a ausência

do dinheiro, as massas da nossa população hoje passam por uma ausência de oportu-nidades, de ter seus direitos básicos e de desenvolverem suas qualidades. Bárbara Goes, jornalista e cristã, afirma que, na ausência dessas pessoas é onde nasce a necessidade de pensarmos uns nos outros, de realmente colocarmos em prática as tão faladas “OBRAS”, o amor ao próximo, de usarmos esse amor de forma prática, atra-vés de ações na sociedade, afinal, como cristãos, temos um papel importante para que a realidade seja transformada.

Segundo Clóvis Pinto de Castro, Pastor metodista, docente do programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião e vice-reitor Acadêmico da Universidade Metodista de São Paulo, o ministério de Jesus, conforme relatado nos Evangelhos, como memória de fé das primeiras comunidades cristãs, eviden-cia a primazia da fé em ação, da prática das boas obras, ou seja, da ação social. “Lembremos apenas a ênfase posta na prática ao fim do Sermão da Montanha (Mt 7, 21-27), a parábola dos dois filhos (Mt 21, 28-32) e a do julgamento final (Mt 25, 31-46)”. Um forte exemplo da impor-tância da ação social está na parábola do ‘último julgamento’ (Mt 25, 31-46), onde Jesus aponta com clareza quem participa-rá do Reino preparado desde a fundação do mundo: “Vinde, benditos de meu pai, recebei o Reino (...), pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me vi-sitastes, preso e vieste ver-me” (Mt 25, 35 e 36). A ação social não pode ser vista ou compreendida apenas como dever, no sentido de uma obrigação formal e farisai-ca, pois ela é parte integrante da Missão da Igreja e deve ser acolhida como fruto natural de uma fé integral que tem, pelo menos, três elementos essenciais: afetivo (esfera dos sentimentos, das emoções); cognitivo (esfera da razão) e comporta-mental-normativo (esfera da ação). Em razão disso, a relação com Deus “implica conhecê-lo, amá-lo e servi-lo”. Sendo as-sim, a ação social, como uma das dimen-sões da fé em ação (práxis da fé), é essen-cial para a vivência do Evangelho.

Dona Das Dores como é conhecida, mora sozinha com suas crianças e sobrevive apenas do Programa Bolsa Família. Uma equipe da Igreja Batista de Batalha no Piauí que sensibilizada com a sua situação fez doação de cesta básica para a sua família

Foto: Marcelo Borges

É muito difícil encontrar um pastor ou um crente fiel que considere a ação social algo

desnecessário ou não essencial na missão da Igreja

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◆16 / 8 de dezembRO de 2012 | DIÁRIODOLEVITA

Ele não temsentidosem ela

Rádio Diário do Levita

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A importância de se preservarViver uma vida diferente sem deixar de ser feliz

Desde o início dos tempos, da existência do homem aos dias de hoje, sempre existiram aqueles que desejavam ser melhores ou passar a perna em outros; por isso existem vários motivos peque-nos para que as pessoas comecem a se odiar e pior, a perder o res-

peito umas pelas outras. Tudo isso trouxe brigas, discussões e o primeiro pecado do mundo: a morte. Caim matou seu irmão Abeu, por um motivo muito pequeno: a “inveja”.

O fato é que a humanidade desde o mundo antigo até hoje, importam-se unicamente com seus interesses por eles faz qualquer coisa. Muitos são os motivos, por exemplo, se alguém está atra-sado e precisa ir ao banco, não achando uma vaga para o carro, mesmo não tendo permissão, o cidadão não hesita em estacionar em um lugar proibido. E, ainda pior, quando multado, faz de tudo para que o guarda cancele a multa, usando a simples desculpa: “Seu guarda, eu não sabia”. Um outro exemplo são os aluguéis. Em tempos passados, não era necessário fiador, porque as pessoas confiavam mais umas nas outras. Atu-almente, para alugar uma casa, é exigido pelo menos 3 fiadores, pois existe uma desconfian-ça muito grande entre as pessoas. Cássia Sampaio, socióloga, diz: “Gosto das pessoas sinceras, daquelas conhecidas como as SEM máscaras”. As que Não escondem sua verdadeira face, e seus sentimentos mais confusos. Gosto de gente com "coração de carne”.

A sociedade está impregnada de pensamentos, como: “não é possível confiar em ninguém, porque todo mundo só liga para os seus interesses”. O fato de as pessoas não confiarem tanto mais nas outras nos deixa uma simples pergunta: “Por que não mudar a nossa maneira de agir?” É verdade que a criminalidade tem aumentado, entretanto vários são os crimes come-tidos todos os dias, nem todos por bandidos, mas pela própria sociedade. Outro simples exemplo: quando um papel de balinha é jogado no chão, fora da lixeira, em alguns países é considerado crime. E qualquer indiví-duo sabe que também está estabelecido contra a natureza. A realidade é que as pessoas têm julgado as outras, mas não olham para elas mesmas. A psicóloga Manu Bueno faz a seguinte pergunta: “Afinal, o que seria o amor? Para os cientistas é algo relacionado ao coração. Para os psicólogos,

é algo relacionado à mente. Para os apaixonados é a vida. Para os sofredores, é dor. Para os experientes, é o tempo. Hoje em dia a falta de amor é algo muito co-mum. Namoros são de, no máximo, uma semana, Cor-po vale mais que sentimento. Encontros são “ficadas”. Almas gêmeas são vistas em filmes e encontradas na internet. Romance são só beijos o tempo inteiro e fi-car passando a mão. E agora sociedade, até que ponto chegaremos?”.

A solução para esses problemas da sociedade re-sume-se em uma pequena palavra “Metanoia”, que significa “mudança de mente” ou “renovação da men-te”. A mudança de uma postura começa na mente, pois se escolhe viver diferentemente das outras pessoas.

É como dizem algumas pessoas “é nadar contra a correnteza”. A renovação da mente da humani-dade acontece unicamente pela decisão de mudar, de querer ser melhor para o próximo. Sendo assim, essa pessoa será melhor para ela mesma. Mudar de mente é adotar uma postura diferente, agir pensando coletivamente. Agir como os outros agem, por exemplo, é ver o seu amigo de

trabalho pegar algo que não é dele e levar para casa, e você não fazer o mesmo. É você ficar no transito e ver o carro da frente avançando o sinal e não fazer o mes-mo. Mudar de mente é deixar os maus hábitos e adotar uma postura diferente daquela das outras pessoas.

Se preservar é escolher agir de uma forma corre-ta, mesmo que as pessoas ao seu redor não façam o mesmo que você. Quando olhamos para a Câmara dos Deputados, achamos que todos são ladrões, corruptos, mas, na verdade, existem pessoas que escolheram se preservar e não se envolver com a corrupção. De todos os lados, somos cercados de ladrões, de assassinos e de todo tipo de pessoas que cometem erros, mas se escondem, e o que nos faz diferentes delas? A escolha de se preservar, pois somente essa escolha nos deixará íntegros no meio de um mundo corrupto.

Elton Pedro

“Se preservar é escolher andar de uma forma correta, mesmo que as pessoas ao seu redor não faça o mesmo que você

FALA QUE EU TE OUÇO

Formado em Teologia pelo seminário da Igreja de deus e estudante de Produção Publicitária no Unicesp

18 / 8 de dezembRO de 2012 | DIÁRIODOLEVITA

As Crônicas de Nárnia O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa

O alvo dela é a sua imaginação.

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