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introdução por
onaldR yrmseK
oncursopoesiasdeC
primeiro
prefácio
onaldR yrmsek
aos poemas do concurso
ou repetir aqui algo que costumo dizer: Uns quarenta anos atrás, quando comecei a me interessar pela vida e obra de Tolkien, tive a impressão de que era a única pessoa, num raio de muitos milhares de quilômetros, que já tinha ouvido falar d’O Professor. Jamais poderia imagi-nar que no ano de 2018 – então tão longínquo como um ambiente de ficção científica! – estaria avaliando poemas brasileiros, selecionados dentre muitos, que tratariam de temas tolkienianos.
E que surpresa agradável! Foi difícil a decisão entre as peças que tive a oportunidade de ler. Todas boas, algumas muito boas. As vencedoras se destacaram, como se isso fosse fácil, num conjun-to de obras redigidas com cuidado e principalmen-te muito amor pela matéria, e que temos a sorte de poder ler em seguida.
Os primeiros lugares foram excepcionais por aplicarem critérios técnicos de poesia. O vencedor, A Dádiva, usou versos decassílabos rigorosos e um esquema de rimas que lembra o estilo dos Lusíadas camonianos, um modo clássico – difícil de se encontrar na poesia contemporânea – que se ajustou como uma luva ao tema, a Queda de
Númenor. Isso sem mencionar o nome da desafor-tunada ilha, mas deixando muito claros os dois períodos da história numenoreana, cada um repre-sentado por uma estrofe. Parabéns ao João Romário Fernandes, e obrigado por ter ressuscitado esse gênero quase esquecido, a poesia heroica!
O Destino de Gondolin relata bem, com capricho em gramática, rima e métrica, essa outra Queda famosa no legendário tolkieniano. O terceiro e o quarto colocados são difíceis de classificar em termos de qualidade, por isso cito-os aqui em ordem alfabética: A Balada de Túrin Turambar e Bill, o Pônei.
Foi impressionante a variedade dos temas aborda-dos pelos autores. Se por um lado lemos sobre enre-dos bem conhecidos como a aventura de Bilbo e o romance de Thingol e Melian, por outro fomos lembrados de pontos bem mais originais, como o pônei da Companhia, a estrada onde os mais diver-sos povos passam diante de Tolkien, as estrelas acesas por Varda Elentári...
Em suma: Podemos nos considerar bem felizes por vivermos numa época em que as obras de Tolkien não só convidam à leitura, mas também inspiram tantos bons autores a darem sua própria contribui-ção. Isto está bem no espírito d’O Professor, cuja intenção expressa era “deixar espaço para outras mentes e mãos, lidando com a tinta, música e drama”.
V
3
IDesfeita a Sombra Vil do extremo norte,
quiseram os Poderes concederaos homens que lutaram passaportepra um mundo de virtude e de saber.
Ali mais plena e pura foi sua sortedo que a qualquer mortal foi dado ter.
Distantes da doença e da morte,por séculos fulgiam até morrer...
Partiam muitas vezes rumo ao Leste,compartilhando entendimento e paz
com a gente simples de uma terra agreste.Mas diz-se que seu coração vivaz
voltado estava sempre mais pro Oestenum ímpeto consumidor, voraz...
II“Que importa se vivemos mais que o homem
comum de vã e miserável vida?Que importa, se, ao final, uns e outros somem
nos ermos de uma treva indefinida?”“Naveguem, pois, até o Oeste e tomem,de quem lhes nega, a Verdadeira Vida!
No embalo das vontades que os consomemImponham-lhes conquista merecida...”
E assim, tomando engodos por conselhos,quiseram por os Imortais de joelhosno próprio chão da terra consagrada.
Porém, negando-se Eles a lutar,foi Deus que agiu e, abrindo o enorme mar,
lançou guerreiro e barco e chão ao nada!
João Romário Filho
a Dádiva1º
4
Ai de ti, formosa Gondolin,Fortaleza de Turgon amada,Mandos teu fim já previra,
Por ser obra de Noldor fadada.Quão altas são tuas torres,Brancas as tuas muralhas,Em Tirion inspirada foste,
Para ser de um rei elfo morada.Planície verde a circunda,
Olhos de águias te guardam,Por alta montanha és oculta,Por sete portões és fechada.
Monumento de grande beldade,Radiosa, de esplendor e pompa,
De Beleriand és tu a cidade,Para um povo, a de mais alta conta.
Do Leste o teu povo esperaAlvorada que às nuvens inflama,De escarlate o céu Norte pincela,
Hoste vil que o horizonte profana.Quão penoso foi ver em tuas ruas,
Em que andaram preciosas donzelas ,Dragões negros, tiranos, em fúria,
E heróis mortos, com os rostos em terra.Belas artes que um dia tiveste,Hoje jazem em cinzas eternas,
Só Idril, Pés de Prata, restou-lhe,Das belezas que outrora tivera.
odedestino
ondolinG
Felipe Lima
2º
5
Bill, o pônei da comitivapacato cargueiro da narrativa
décimo membro da sociedade do anelfoi de Sam parceiro fiel
Partiram juntos na grande empreitadanaquela que seria a mais famosa jornadamesmo não tendo chegado até seu fim
pastou nos prados de azevim.Nas muralhas de Moria se despediu
deixando mestre Sam Wise um tanto febrilpois pensava nos lobos em perseguição
mas Bill voltou a Bree sem nenhum arranhão!De grande alegria foi o reencontro
Após a demanda e findado o seu contoPor Carrapicho foi bem tratado
Acompanhou mestre Sam de volta ao CondadoAté no expurgo participou
Em Bill Samambaia um coice acertouTodos celebraram: que belo pinote!
Logo depois, foi-se o CharcoteO pônei que quase conseguia falar
Viu o fim na sociedade na beira do marNo fim de tudo, vendo a partida a AmanColocou seu focinho na orelha de Sam
Findou os seus dias – casado ou solteiro?Não sei dizer, pergunte ao Bolseiro
Com certeza que aproveitou para pastarNa sombra de um Mallorn e sob a luz do luar.
ill,pôneio
B
Octávio Uliana
3º
Oh Túrin, filho de Húrin!Por ERAS cantaremos tuas proezas
E teu destino de amargura e de tristezaOh Túrin, enfrentaste Glaurung!
Grande verme, poderoso seu escárnioE os capitães de Angband lado a lado
Oh Túrin, guerreiro do norte!Carregava o Elmo de Hador, tua casa
Cabelos negros e a pele alvaOh Túrin, tu foste tão forte!Mas TRISTE era teu destino
Por orgulho tornou-se um proscritoOh Túrin, amado entre os eldar!
Tiraste a vida de teu próprio amigoE o senhor do escuro em seu escuro trono rindo
Oh Túrin! Infortunado que eraCasaste com Níniel, a Niënor que jamais vira
E enfim cai sobre ti tua própria iraOh Túrin, filho de Húrin!
Por eras choraremos tua derrotaNos mistérios de Eru, descansa agora.
BALADA
tÚRINtURAMBARDE
A
6
André de Sena
3º
Era uma noite quente de verãoSob um pinheiro, Tolkien o seu cachimbo fumavaE ao fundo da estrada surgia um brilhante clarão
A comitiva de belos Elfos caminhavaAté ao seu navio nos Portos Cinzentos
Tolkien escutou o seu cantarDedicado a Elbereth e às suas estrelas no firmamento
Amanhecia mas antes de o Sol despertarCom pesadas passadas marchavam os Anões
Sempre preocupados com os seus próprios botões‘Partir pedras e gemas procurar! É esse o nosso trabalho!
Há que começá-lo cedo enquanto ainda há orvalho!’Em seu esplendor, o Sol brilhava e subia
Caminhantes dos Homens passavam escondidos entre a folhagemE cavaleiros galopavam carregando suas mensagens
O dia avançava e o sol desciaE como de surpresa, um grupo de cinco Hobbits surgia
Com os seus passos macios e discretos‘Olá senhor, que bela tarde para uma caminhada!’
‘Boa tarde amiguinhos, sempre tão felizes e despertos!’E seguiram trauteando cantigas despreocupadas
Passaram e o dia começou a findarMas havia quem não chegara a passar
Os Ents que já quase não existemSão poucos os que agora ao sono eterno resistem
Pastores das árvores que Tolkien amava com todo carinhoE Tolkien seguiu então também o seu caminho
estrada
povosDos A
7
Inês Cardoso Anacleto
Olá! Bom dia!Um dia bom poderia ser mais apropriado
Ou mesmo um dia para se estar bem viria a calharAté mesmo tudo isso junto
Mas o quero lhe falarÉ que além do bom dia gostaria de conversar
Talvez sobre Valfenda e elfos, ou até mesmo cantarUma canção sobre Beren e Lúthien viria a calhar
Talvez você possa não aceitarChateado não iria ficar
Afinal não sou um BolseiroTalvez como um Tûk eu até poderia disfarçar
Mas o mais importante que essas rimas querem expressarE mostrar que mesmo pequeno
Um hobbit tem um grande coração para mostrar
oraçãohobbitDE
um
8
Rafael Terrô Fernandes
Em um mundo diferenteDe tudo se pode encontrarCriaturas de todos os tipos
Em qualquer lugar.Hobbits saem em aventuras
Trolls vagam a sua frenteGoblins vivem em montanhas
E de Gollum, o Anel consome sua mente.Ao redor da Carrocha a companhia se encontra
Na casa do Troca-peles eles são abrigadosEntrando na floresta se deparam com aranhas
E pelos elfos são capturados.Pelas águas eles escampam
E vão direto à EsgarothCom a cidade a sua frente
E a montanha logo ao Norte.Em direção à montanha
Eles vãoO que há em suas entranhas...
Um enorme Dragão.
9
em
direçãoM à ontanha
Felipe Betim
Deitadas em leito infinitoA escura noite é seu larDe cima nos observam
E historias podem contar.Presenciaram o despertar dos élfos,
E o mundo crescer e mudar.Sempre brilhando pelo caminho,
Guiando navios pelo mar.Filhas de Varda, do cabelo em véu,
Permanecem eternas entalhadas no céu.Rios, mares e lagos refletem sua beleza,
Como gotas de prata em vestuário divino,Tecido com delicadezaEstrelas são o que são,
Joias inalcançáveis,Seja por homem, élfo ou anão.
10
strelasDEEvarda
Alexandre Marques
Nem todo ouro fulguraMas aquele, em pleno dia, brilhou
De longe, apenas uma figuraPor dentro, meu precioso chegou
Se com sangue eu compreiSó com sangue há de sair
Se a cobiça me pegouCom o precioso vou cair
Criatura miserávelSob a escuridão habitaSobre a terra ele rasteja
Com uma forma inauditaPegajoso, pobre e nu
A cobiça satisfeitaApesar de toda treva
No precioso se deleitaDiante do anel
Minha vontade já não há mais“Vamos sim”, “Vamos não”Se queria, não quero mais
Se tudo der erradoDo anel eu vou cuidar
Gollum...Gollum...Alguém pode me ajudar?
Preço de sangue hei de pagarNão serei audacioso
Até o fim hei de clamarMeu precioso... Meu precioso...
ollumollumgg
11
Gabriel Marques Oliveira
Antes de a noite o dia degolar,ponho-me a labutar,
pois o fardo é pesadoe sem pressa não hei de chegar!
Caminhando na terra calcada,vejo uma sombra ante a espada.
Frio e frouxo, ponho-me à espreita,pois algum mal me fará com toda certeza!
Com um grito fulcro e agudo a relva preenche.Sem nada encontrar,
na sua besta torna a galopar.
Este caminho que entremeei,muito árduo se mostra,
mas não posso falhar, se não toda a Terra Média sucumbirá!
Se há um retorno eu o desconheço,pois ao fim desta jornada sei que pereço.
Sob as planícies de Rohan irei calvagar.Os hortos sombrios hei de atravessar.
As entranhas de Mordor cruzareie quando à Montanha da Perdição chegar,
colocar-me-ei a cantar,pois a última guerra desta era irá se findar!
eróinônimoAh
12
Victor Samuel
13
E nos meus sonhosVivo, ando e pereço.
Aprecio, me desprendo, sintoEm arda
Cercado pela músicaCom os mais altos Elfos
A criação das erasOnde nascem os altos NoldorOs de barba, Povo de Durin
Fracos homens, pequenos BolseirosJustas-correia, Grados
Ando do Condado, a LórienRompe-me o peito pela Rainha Galadriel
Jardins sem fim, em seu espelho sofriNo anduin parti, e nas correntezas fortes
Batalhas de espadasEntre o bem, o maligno
Caiu Boromir, regente dos HomensE com sua trombeta, ouvi
O inicio, O FinalA Sociedade e o Anel.
nícioinalfi&
Davi Almeida
14
Melian, a Maia era da raça dos Valar, nos jardins de Lórien vivia a enfeitar.E por seus cantos, a Maia recebia, dos Valar a atenção por suas belas melodias.Os rouxinóis, ela seu canto ensinou, e a seguiram para as escuras Terras de Cá.
Trazendo assim seu canto para com o silencio terminar.Elwë Singolo, o grande senhor dos Teleri viajava, a seu amigo Finwë procurava.
Por grandes bosques passou e a Nan Elmoth chegou.E sob as estrelas a brilhar, o canto de rouxinóis veio a escutar.
De súbito, sobre si caiu então um encantamento,Que o deixou por um longo tempo sem seus movimentos.
Pois a canção de Melian o alcançou e seu coração se maravilhou.E aos rouxinóis acompanhou e por Nan Elmoth se embrenhou.
Numa clareira aberta para um céu de estrelas repleto,Contemplou na escuridão o que lhe seria mais belo.
Melian, a Maia cuja luz de Aman era no rosto eterno.E tal foi nele o encantamento, que viveu por longos anos aquele momento.
Acima no céu as estrelas girando,Em Nan Elmoth a escuridão se aprofundando.
Assim o grande Elwë caiu no esquecimento,Depois que seu povo o procurou por tanto tempo.
A Valinor então, nunca chegou a regressar,E com Olwë seu povo atravessou o Grande Mar.
Em Beleriand se tornou Elwë Rei Manto-CinzentoE Melian sua Rainha foi por muito, muito tempo.
E da Linhagem Real que deles descendia,Vieram os mais belos filhos que em Eä existiria.
elianlweeM&
Priscila de Oliveira Caldas
De dentro da cavernaHá algo a perambular.
Com seus grandes olhosBrilhantes como o luar.
Sua voz é medonha.Mas espere um pouco
Ele conversa consigo mesmoSó pode estar louco.Ele já fora humano
Mas agora está diferenteSeu presente de aniversário
Consumiu sua mente.Um pequeno ladrão o roubou.
Seu precioso sumiuPor uma grande busca
A criatura partiuSeu real nome poucos conhecem
Mas hoje, Gollum é chamado.Sua busca não acaba
Enquanto o precioso não for encontrado.
15
meu
precioso
João Betim
Num tempo em que o nada e o tudo não se distinguiaSomente Ele existia no silêncio que se quebraria
Os Ainur afloraram dos pensamentos do Único que existiaE no silêncio, começaram a iluminar uma grande harmonia
A primeira canção era bela, uma perfeita sinfoniaA segunda destoava, quando Melkor à Chama desejava
Mas a terceira nada podia superar, era a voz de Eru IlúvatarE com essa melodia Arda vai dar seu primeiro suspiro
Os Valar moldam sua terra, sua luz, seu vento e sua águaPorém, quando a luz é colocada, Melkor sempre as apaga
O mundo não é silencioso nem iluminado, mas escuroAo mundo os Filhos de Ilúvatar logo chegariam
Nas Terras do Oeste, sob a Luz das Árvores estariamOnde Melkor estivesse, somente haveria escuridão
E nas Terras do Leste, será mantida toda essa corrupçãoMas nas margens do Cuiviénen os Primogênitos nasceramEm meio à escuridão, as estrelas foram sua primeira visãoA partir deste momento a luz de Arda apagou e resurgiu
Viu a coragem de elfos, homens, hobbits e anõesViu o mal resurgir em Sauron, Orcs, Saruman e Dragões
Sofreu da tragédia de Túrin Turambar e NínielProvou do amor de Beren e Lúthien, Elwing e Ëarendil
rda A
16
Silva N. Asato
Verde era o gramadoSuave era a brisa
Na terra do CondadoOnde Bilbo vivia
Confortável sua toca estavaEm mais um pacato diaSeu cachimbo queimava
E o inesperado apareceriaNum traje velho e cinzaE Chapéu pontudo azul
Assim estava a visitaAlgo fora do comum
Era visto um velho chegandoCom seu cajado que reluzia
Bilbo que estava repousandoSorriu e disse “bom dia”.
17
oencontro
inesperado
Tiago de oliveira Felix
Um dia a esperança findou, no peito o calor se extinguiuNo trono de pedra o pai lamentou a sina que lhe perseguiu
À destra erguida jazeu dos filhos do pai o destinoÓ Rei Mais Velho, trouxeste agonia à vida do pobre menino
Banhada de sangue as mãos, sozinho vivendo proscritoDa mãe apartado, do pai sempre achado negando o nome maldito
Dos elfos conselhos ouviu, orgulhoso os rejeitouDesposou a irmã, matou o amigo, seu preço o orgulho cobrou
A Ferro da Morte nasceu, o Espada Negra a forjou,O desventurado e sujo do sangue daquele que lhe resgatou
O verme da terra o achou, a cidade da ponte ruiuCarregou nas costas o corpo do amigo que ele mesmo traiu.O verme de novo o encontrou, o encanto então se afastou
Mentiras expostas, verdades veladas, angústia por fim os tomouIrmã e amada ela era, do irmão um filho esperava
Tal revelação foi a perdição daquela a quem desposaraRasgou da serpente o ventre, vingou-se dos anos malditos
Lançou-se no fio da espada que outrora foi de seu fiel amigoNa Batalha Final voltará, trajado de redenção
Vencendo o Inimigo com a Ferro da Morte ferindo seu coraçãoUm dia a esperança voltou, no peito o calor ressurgiu...
18
odofilhodesafortunado
Jardel de Araújo
Mundo criado a partir da músicaDissonâncias e harmonia surgem delaA harmonia combate a dissonância.
Assim será até o fim de tudoDeuses lutam assim alterando o mundo
O senhor do escuro combate os povos da terraPor fim é vencido e a paz prospera.
Seu servo cria o um anelEle se separa do anelBilbo encontra o anelFrodo destrói o anel.
Após o expurgo parte para os portos cinzentos.
19
odofimAnel
João Diana Peres
Ó meu querido, não ouviu eu chamar?Agora os pássaros dormem
Todos sabem que ele está a guardarE em pé, apenas um homem.
Durante o crepúsculo e sob o luar;Ele, de fato, está a guardar.
Seu nome é antigo e poucos o conhecemPois esta pessoa é amiga das lebres
Alto, forte e um pouco animalEle é de certo o guardião afinal.
E quando todos adormecemSabemos que Beorn, o amigo dos animais
Corre pelas colinas e rios sem vestesDurante os incontáveis anos.
20
ouardiãoG
Matheus Menarim Moers
A lua prateada acinzenta a nascenteO sol em sombras põe meu coração a inflamarO desejo de partir é em mim como enchente
A cidade oculta, sob encantos, devo encontrar.O nebuloso céu semiesconde o alto monte
Na tempestade em fúria ouço Ulumúri a cantarSua voz carrega-me por visões inquietantes
Em Vinyamar sinto o cruel vento leste a soprar.Ai, Ulmo, Senhor das Águas, me responde:Que fonte rasa, sem ondas, há de me tirar,
Agora que os cisnes brancos em Nevrast voam longe,Esta saudade da imensidão do Grande Mar?
21
o
de
amentoLuort
Pablo Mateus
Príncipe de Hithlum, elfo corajosoluta com força e bravura
na defesa de seu povo valoroso,que sofrimentos atrozes atura.Para Angband viaja solitário,
à grande amizade ser solidáriorecebe a ajuda de Thorondor na missão,
sem alternativa, do seu amigo corta a mão.Vários foram os confrontos, sempre vitoriosos,
lidera contra inimigos arqueiros,Turgon e velozes cavaleiros.
Unidos lutam contra orcs e o Senhor do Escuro,ficando só no final de tudo,
um balrog vindo por trás obscuro,a traição sempre um golpe duro.
Sendo atingido pelo machado negro,foi assim que então caiu o Rei Supremo,
sendo sobre o chão esmagado,tendo seu coração parado.
Seu estandarte que antes fora azul e prateado,agora em seu sangue estava pisoteado.
Assim pereceu o Rei Fingon,um dos mais bravos
Que sempre será lembrado por,seus feitos extraordinários.
22
odepríncipe
ithlumh
Vânia Bonin
Esse foi o nosso fim...O último gigante sucumbiuRecuar não era alternativa
O receio dos fracos era a morteReceio de perder o poder
O mundo pediaE insistia com a conflagração
Hasteei a bandeira negraDeixei o vento do leste uivar...Da ardente chama de batalha
Que abrasava os coraçõesRestam apenas as cinzas
Preso a grilhõesSob o controle da lâmina inimiga
O fio repousa nas faucesO medo despiu os rostos, trajados de ódio...
Novos rumos?...
Com o sangue nas mãos, próprios ou nãoO que importa?
O vermelho da dorO vermelho do amor
São os mesmos...Banhavam as lanças e espadas
Que não resistem mais
Banidos seremos da existência como puniçãoEntregaremos a joia da mortalidade
O coração da montanha...Em meio às ruínas
Caímos...
23
o
últimoguerreiro
Matheus Henrique Almeida
Era Bolseiro e sua jornadaHá muito inesperada
Houve dúvida e confusãoDiria eu na ocasião
Olhe Bilbo, Olhe BilboPara o fundo de seu coração
24
ilboolhe Bilboolhe
B
Enrique Carvalho
Em tristes tempos nasceuAo seu povo deu esperança
Grande legado era o seuAragorn uma criança
Sem amparo ficou cedoE portanto vulnerável
Mas perto elfos e sem medoEstel cresceu inquebrável
Como voaram os anosSobre si a verdade ouviuAjudar eram seus planosThorongil lordes serviuPelos campos cirandou
Vivendo de forma erranteO portador encontrouPassolargo caminhante
Foi um membro da IrmandadeVenceu o anel e seu dono
Trouxe aos homens liberdadeElessar senhor do trono
25
muitosos
nomesdeumhomem
Inês Calmeiro
No início os quendi queriam contemplarTodas as terras a Leste do Mar
Pelos Valar, os Mais Velhos foram convocadosPara a luz das Árvores no Reino Abençoado
Os Valar teciam o Destino como tearBuscavam eles os eldar salvar
Das garras de Melko, Vala renegadoQue buscava ser um senhor de escravos
Quando muitos deles já estavam em AmanDesfrutavam um dia eterno, sem amanhã
Banhados pela Luz das Árvores BrilhantesOs eldar viviam em alegria constante
Um Espírito de Fogo gemas criouE a mescla das luzes nelas aprisionou
As Silmarilli criou, gemas que iriam mudarO Destino das Terras Além-Mar
Nelas começou uma triste históriaDe dor causada por Melkor e sua escória
Quando vastas terras afundaram no oceanoE o Reino de Arda deixou de ser plano
E após tantos anosUm Anel veio a surgir
Um artefato de poder tamanhoQue prometia faz o mundo ruir
Mais a menor das criaturasFez o maldito adereço queimar
E cansado de sua labutaEm Valinor o Pequeno foi descansar
E o mundo, por fim, estava limpoE em suas tocas os Pequenos fumam seus cachimbos
26
sagas deArda
João Pedro Zanganelli
Os anos significam algoFerro e lança, luta e forçaUma vez um sábio disseQue o tempo é escolha
De Tirith a MorgulO caminho se fez escuro
Os fracos se tornaram fortesEra a batalha contra o luto
Esquecidos se tornaram reisPequenos marcaram história
O ensinamento que encontreiConta sobre o bem e sua glória
27
sobre a
e seuoragem
fimc
Carolina Clemens
Sob o solo desta terra singularJazem restos de tão nobre guerreiro
Suportou uma dor imensurávelDe confrade ele tinha o desesperoHomem, herói, honrado e valenteSua espada era negra como a noite
O seu elmo reluzia bravamenteA sua beleza que nos cortava como foice
O Dragão obliterado na penumbraNão te trouxe o bálsamo de NiënorNem o carinho de seus amados pais
Teu galardão derivado de seu desatinoTúrin, Senhor do Destino
A perdição de Glaurung, e nada mais.
28
deum
tragédiaherói
Cleydson Medeiros
29
nota finalaos poemas
elipef ruzC
de agradecimento
Mal poderia eu imaginar, que em brava missão de adquirir todos os 13 volumes da HistoryofMiddle--Earth, em meio à uma sequência de extravios e pedidos incorretos, eu acabaria com 2 volumes extras em minha estante.
O que nos vem sem custo deve ser usado de, e para o bom grado, em algo valoroso, e imaginei que a melhor forma de alcançar esse objetivo seria incen-tivando a cultura junto com essa espetacular comu-nidade que o Tolkien Talk criou. Percebo que fui feliz em minha decisão, fui surpreendido com a qualidade desse concurso, que desejo que seja o primeiro de muitos.
Deleite enorme é a oportunidade de ver surgir nesse tempo, canções e poemas inéditos como os que estão contidos neste documento. Pouco além do que o grande Ronald já expôs sobre eles é preciso dizer, pois os avaliamos, selecionamos e concluímos juntos, às cegas (e unanimemente) os vencedores queforam então revelados, de tão alto nível, que não poderíamos deixar de fora dois excelentes poemas, e decretamos, portanto, quatro vencedores para o concurso.
Tenho uma gratidão enorme pela oportunidade de ter posto em prática esse projeto, e agradeço ao Cesar “O Hobbit” Augusto e Sérgio “Dúnadan” Ramos pela calorosa recepção de um trabalho como esse; à parceria inestimável do Ronald Kyrmse, que forneceu sua vasta experiência para avaliação dos poemas aqui exibidos, além de invo-luntariamente ensinar muito sobre o assunto poesia; à equipe do Tolkien Talk com quem pude trabalhar dessa vez: Cristina “Bighouse” Casagran-de, Gustavo Fritzen o Alexandre “bigodON” Aze-vedo; e à todos vocês, comunidade iluminada do Tolkien Talk/Dragão Verde. Espero que tenham se divertido tanto quanto eu na realização desse evento. Que as estrelas de Varda sempre brilhem em vossas vidas. Grande abraço!