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PRIMEIROS PASSOS...

“Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no

mundo que nós nos fazemos” Paulo Freire

Historicamente, o corpo humano em sua forma e movimento é

investigado, estudado e analisado desde a Antiguidade. As diversas relações

advindas do corpo em movimento, a busca por entender os sentidos e

significados desse corpo perpassam séculos, bem como constituem-se como

objeto de estudo de muitos filósofos e pesquisadores.

A França é considerada como país que inicia os estudos em

Psicomotricidade, no final do século XIX e início do século XX. O neurologista

francês Ernest Dupré é considerado o pai da psicomotricidade, pois realizou

estudos pioneiros que tematizavam a perturbação motora e a debilidade

mental, introduzindo a dissociação entre as duas síndromes – mental e motora

– explicada pela independência relativa das zonas psíquicas e motoras no

manto cortical. Outra situação que o médico pesquisou foi a importância do

corpo em movimento na formação do indivíduo, tanto em aspectos da

inteligência humana quanto a maneira como o corpo mobiliza as situações de

manifestação humana. De acordo com Dupré (1993) apud Mesquita e

Zimmerman (2006)

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A atividade física tem, para o médico, o duplo interesse de ser o único meio, para o indivíduo traduzir para o exterior seus sentimentos e suas ideias e de construir, por ela mesma, um elemento primordial e objetivamente perceptível da personalidade (DUPRÉ apud MESQUITA e ZIMMERMAN, 2006).

Nesse momento, tem-se o entendimento da Psicomotricidade numa

perspectiva neurológica, buscando compreender o desenvolvimento das

funções motoras em relação ao das funções cognitivas.

Na segunda metade do século XX, Henry Wallon insere nos estudos

sobre Psicomotricidade aspectos da Psicologia, principalmente a infantil, e

constrói sua teoria do desenvolvimento cognitivo na relação entre a motricidade

e a emoção, o que chama de diálogo tônico-emocional. A teoria de Wallon

observa o movimento como construção do psiquismo e o correlaciona com

aspetos como: afeto, emoção, meio ambiente e hábitos das crianças. Passa-se

a desconsiderar o dualismo entre corpo e mente, entendendo que não é mais

possível essa dissociação, haja vista que o ser humano, por meio do seu corpo

em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas

possibilidades perceptivas de atuar e agir, ou seja, de interagir consigo mesmo,

com o outro e com o meio e objetos, tendo o corpo o papel essencial de

originar as aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

Wallon propõe uma série de estágios do desenvolvimento cognitivo,

porém ele não acredita que os estágios de desenvolvimento formem uma

sequência linear e fixa, ou que um estágio suprima o outro. Para Wallon, o

estágio posterior amplia e reforma os anteriores. Nesse sentido, o

desenvolvimento não seria um fenômeno suave e contínuo; pelo contrário, o

desenvolvimento seria permeado de conflitos internos e externos.

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É natural que, no desenvolvimento, ocorram rupturas, retrocessos e

reviravoltas. Os conflitos, mesmo os que resultem em retorno a estágios

anteriores, são fenômenos geradores de evolução.

A mudança de cada estágio se caracteriza um tipo diferenciado de

comportamento, uma atividade predominante que será substituída no estágio

seguinte, além de conferir ao ser humano novas formas de pensamento, de

interação social e de emoções que irão se direcionar, ora para a construção do

próprio sujeito, ora para a construção da realidade exterior. A tabela abaixo

apresenta os estágios de desenvolvimentos teorizados por Wallon.

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Ao professor cabe a tarefa de conhecer aspectos da psicomotricidade

haja vista sua contribuição para o desenvolvimento integral do aluno, da tabela

apresentada o item essencial na atuação docente é o que trata dos principais

recursos de aprendizagem, pois, é nesse aspecto que o professor deve

organizar sua prática pedagógica bem como selecionar atividades. Vale

ressaltar que esse material tem por objetivo contribuir na atuação do professor,

propondo atividades, estratégias e técnicas que possam ser utilizadas em sala

de aula de maneira sistematizada, de modo a contribuir para o

desenvolvimento do aluno em diversos aspectos.

Page 6: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

O esquema abaixo mostra a sistematização da teoria proposta por Henry

Wallon

De acordo com Manohey e Almeida (2005) em estudos sobre a teoria de

Wallon e sua relação com o processo ensino-aprendizagem, o mesmo

Page 7: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

[...] só pode ser analisado como uma unidade, pois ensino e aprendizagem são faces de uma mesma moeda; nessa unidade, a relação interpessoal professor-aluno é um fator determinante. Esses atores são concretos, históricos, trazendo a bagagem que o meio lhes ofereceu até então; estão em desenvolvimento, processo que é aberto e permanente. O processo ensino-aprendizagem é o recurso fundamental do professor: sua compreensão, e o papel da afetividade nesse processo, é um elemento importante para aumentar a sua eficácia, bem como para a elaboração de programas de formação de professores.

No polo ensino temos um professor que, para atingir seus objetivos, deve ter clareza de alguns pontos:

• que confiar na capacidade do aluno é fundamental para que o mesmo aprenda;

• que, ao ensinar, está promovendo o desenvolvimento do aluno e o seu próprio;

• que, ao desempenhar todas as suas tarefas no cotidiano escolar, revela diferentes saberes (conhecimento específico de sua área e de como comunicá-la aos alunos, habilidades de relacionamento interpessoal, conteúdos da cultura) que são, no dizer de Tardif (2000, 2002), temporais, plurais e heterogêneos; esses saberes são construídos no tempo, na socialização familiar, escolar, profissional, numa integração cognitiva-afetiva (conhecimentos, concepções, crenças, valores);

• que as emoções e os sentimentos podem variar de intensidade, em função dos contextos, mas estão presentes em todos os momentos da vida, interferindo de alguma maneira em nossas atividades.

No pólo aprendizagem temos um aluno que:

• busca a escola com motivações diferentes; • tem características próprias, conforme o seu momento de

desenvolvimento; • tem saberes elaborados nas suas condições de existência; • funciona de forma integrada: dimensões afetiva-cognitiva-

motora imbricadas.

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O grande desafio do professor, que teve uma formação na qual sua integração não foi levada em conta, é enxergar seu aluno em sua totalidade e concretude.

Ambos, professor e aluno, participam de vários meios, entre eles a escola:

a escola é um meio fundamental para o desenvolvimento do professor e do aluno, ao dar oportunidades de participação em diferentes grupos;

nesse meio, professor e aluno são afetados um pelo outro, e, ambos, pelo contexto onde estão inseridos;

a não satisfação das necessidades afetivas, cognitivas e motoras prejudica a ambos, e isso afeta diretamente o processo ensino-aprendizagem:

no aluno, pode gerar dificuldades de aprendizagem;

no professor, gera insatisfação, descompromisso, apatia, podendo chegar ao burnout, prejudicando sua atividade. Codo (2000, p. 241) apresenta o burnout — estresse laboral — como mal que afeta, com maior frequência, profissionais da área da educação e da saúde:

podemos resumir a situação da seguinte maneira: o trabalhador se envolve afetivamente com seus clientes, desgasta-se, não aguenta mais, entra em burnout (...). O que as pesquisas têm demonstrado é que o burnout ocorre em trabalhadores altamente motivados (MANOHEY e ALMEIDA, 2005, p. 12).

No decorrer dos anos, diversas teorias foram sendo elaboradas e

algumas propostas foram disponibilizadas no sentido de dar à Psicomotricidade

a devida relevância para o desenvolvimento de habilidades e competências

necessárias para a formação humana saudável. Pensando que o professor

deve conhecer as teorias que foram elaboradas e que são aplicadas tanto no

espaço clínico quanto no institucional, segue uma tabela de organização que

apresenta aspectos que envolvem a Psicomotricidade e suas particularidades.

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Sabendo que, para essa ciência existem vertentes variadas como

REEDUCAÇÃO e TERAPIA PSICOMOTORA, PSICOMOTRICIDADE

FUNCIONAL e RELACIONAL. A opção por disponibilizar esse quadro síntese

se dá, pois, a prioridade desse material é apresentar estratégias e técnicas

para o uso da Psicomotricidade no cotidiano escolar com o objetivo de

enriquecer a prática docente bem como de auxiliar o professor na utilização

dessa ferramenta em suas aulas.

REEDUCAÇÃO

PSICOMOTORA

TERAPIA

PSICOMOTORA

PSICOMOTRICIDAD

E

FUNCIONAL

PSICOMOTRICIDA

DE

RELACIONAL

FINALIDA

DE

Reeducação das

funções psicomotoras

Tratar patologias:

afetivas,

relacionais e

cognitivas

Sanar problemas

motores, melhorar

as aprendizagens

cognitivas e o

comportamento da

criança

Desenvolver as

potencialidades

relacionais da

criança utilizando

a ação do brincar

ÁREA DE

BASE

Biomédica

Neuropsiquiatria

infantil

Psicanálise Psicopedagogia Psicopedagogia

AUTORES

DE BASE

Dupré

Wallon

Rogers

Wallon

Piaget Winnicott

Vigotsky

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PRINCIPAI

S

AUTORES

Guilmain

Defontine

Empinet e darrault

Ajurriaguerra

Levin

Le Boulch

Picq e Vayer

Aucouturier

Lapierre

Negrine

OBRAS E

PUBLICAÇ

ÕES

Manual de

reeducação

Psicomotriz

1º., 2º. E 3º. Ano

La educacion

psicomotriz como

terapia “Bruno”

A clínica

psicomotora

A educação pelo

movimento

Educação

psicomotora e

retardo mental

Simbologia do

movimento

Aprend. e desenv.

Infantil

Vols 1,2 e 3.

REEDUCAÇÃO

PSICOMOTA

TERAPIA

PSICOMOTORA

PSICOMOTRICIDADE

FUNCIONAL

PSICOMOTRICIDADE

RELACIONAL

RELAÇÃO

ADULTO/CRIANÇA

Comando, não

interage

Escuta, ajuda,

interação e

disponibilidade

corporal

Comando e direção,

é o modelo da

criança

Ajuda, escuta,

estímulo, interação

e intervenção

COMPOSIÇÃO DOS

GRUPOS

Grupos

pequenos

Individual

Individual Grupos de um

mesmo nível de

desenvolvimento

Grupos de

diferentes níveis de

desenvolvimento

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ORGANIZAÇÃO E

PROPOSIÇÃO DA

PRÁTICA

Programas de

sessão de

exercícios

conforme a

necessidade

da criança

Atividades em

que objetos e o

corpo do

terapeuta se

tornem o

depósito das

emoções da

criança

Atividades pré-

programadas,

famílias de

exercícios

Ritual de entrada;

atividades livres de

expressão,

construção e

comunicação; ritual

de saída

DESENVOLVIMENTO

DAS ROTINAS

Método

diretivo

Método não

diretivo

Método diretivo Método não diretivo

AVALIAÇÃO

ACOMPANHAMENTO

Bateria de

testes que

determinam o

perfil

psicomotor

Avaliação

conforme a

evolução da

criança

Correção do erro,

padrão de

movimento certo e

errado

Despertar de zonas

proximais na criança

POSTURA CORPORAL

DIANTE DA CRIANÇA

Não ocorre

contato

corporal

Ocorre contato

corporal

Raramente ocorre

contato

Corporal

Ocorre contato

corporal

Elaborada para fins didáticos, a tabela a seguir mostra os principais

teóricos da Psicomotricidade e seus fundamentos essenciais para o

entendimento de suas propostas:

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Teóricos Fundamentos Recortes

Henri Wallon

Sua teoria pedagógica afirmava

ser o desenvolvimento intelectual

muito mais o resultado da

interação da afetividade, do

movimento, da inteligência e da

formação do eu como pessoa, do

que de um simples cérebro.

O objeto da psicologia pode ser,

em vez do indivíduo, uma

situação e confunde-se com o

efeito que esta situação suscita,

com a solução buscada ou

encontrada das dificuldades que

ela apresenta.... Só a

observação, a análise e a

comparação tornam possível a

discriminação dos fatores em

jogo. Este método, estritamente

objetivo, que parte da indivisão

entre forças externas e internas,

entre necessidades físicas e

possibilidades mentais, é, no

entanto, o mais capaz de mostrar

as oposições ou os conflitos e de

fazer as diferenciações que se

seguem a tudo isso. Porque as

relações mais primitivas do ser

vivo e do meio são aquelas em

que as suas ações se combinam

totalmente (WALLON, 1979,

p.88).

Page 13: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

Eduard Guilman

Entendia que os distúrbios de

comportamento tinham na

reeducação psicomotora o

tratamento ideal. Os objetivos

desta reeducação apontavam

para três linhas de ação, quais

sejam: reeducar a atividade

tônica com exercícios de atitudes,

de equilíbrio e de mímica;

melhorar a atividade de relação

exercitando a dissociação e a

coordenação motora tendo o

lúdico como ferramenta de apoio;

e desenvolver o controle motor.

A evolução do comportamento

social e do caráter da criança é

condicionada não somente por

seu nível de desenvolvimento

neuromotor, mas,

essencialmente, por seu tipo

neuromotor, mesmo em crianças

de nível normal (Guilmain,

remarques surI'éducation psycho-

motrice. Em Cahiers de I'Enfance

Inadaptée, nº 71960)

Julian de Ajuriaguerra

Aprofunda os estudos no terreno

da patologia, circunscrevendo de

forma clara os transtornos

psicomotores que pendem entre

o neurológico e o psiquiátrico,

redefinindo o conceito de

debilidade motora ao considerá-la

uma síndrome com todas as suas

peculiaridades.

Traz a psicomotricidade como

sendo a experiência do corpo,

como diálogo tônico, podendo ser

lida como uma linguagem, uma

expressão de comunicabilidade.

Implementa, ainda, um novo

método de relaxamento, a ideia,

a visão relacional e

psicodinâmica contamina os

métodos tradicionais,

enriquecendo as aplicações

terapêuticas e preventivas.

A Psicomotricidade se conceitua

como ciência da Saúde e da

Educação, pois indiferente das

diversas escolas, psicológicas,

condutistas, evolutistas,

genéticas, etc., ela visa à

representação e a expressão

motora, através da utilização

psíquica e mental do indivíduo

(AJURIAGUERRA APUD

ISPEGAE, 2009).

A criança é o seu corpo. O

movimento corporal é

comunicação com o mundo.

(AJURIAGUERRA (1983)

O tônus que prepara e guia o

gesto é simultaneamente a

expressão da realização ou

frustração do indivíduo

(AJURIAGUERRA, 1983)

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Jean Piaget

O conhecimento, a inteligência,

como sendo um processo de

construção contínua a partir das

descobertas e adaptações das

crianças em contato com o seu

mundo exterior e objetos. Sua

teoria traz a compreensão que é

através do simbólico e dos

movimentos corporais que a

inteligência trabalha, sendo sua

construção iniciada a partir da

atividade motriz das crianças,

principalmente nos primeiros sete

anos de vida, aproximadamente,

uma vez que, o conhecimento e a

aprendizagem centram se na

ação da criança sobre o meio, os

outros e as experiências através

de sua ação e movimento, sendo

a educação, nesta fase,

basicamente psicomotriz.

O jogo é, portanto, sob as suas

duas formas essenciais de

exercício sensório-motor e de

simbolismo, uma assimilação do

real à atividade própria,

fornecendo a esta seu alimento

necessário e transformando o

real em função das necessidades

múltiplas do eu. Por isso, os

métodos ativos de educação das

crianças exigem todos que se

forneça às crianças um material

conveniente, a fim de que,

jogando, elas cheguem a

assimilar as realidades

intelectuais que, sem isso,

permanecem exteriores à

inteligência infantil. (PIAGET

1976)

Page 15: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

Jean Le Boulch

Ressalta a importância da

psicomotricidade desde a

educação de base, uma vez que

a educação psicomotora é um

facilitador para que a criança

passe a dispor de uma imagem

do "corpo operatório", podendo,

então, usufruir sua

disponibilidade. Entende a

psicomotricidade como sendo

uma ciência cujo objeto de

estudo é a conduta motora como

sendo o reflexo do

amadurecimento e

desenvolvimento da psicofísica

do indivíduo. Recebe

contribuições da Psicanálise no

tocante à importância do afeto no

desenvolvimento, e da

concepção comportamental, no

sentido de valorizar o instrumento

para um maior desempenho do

indivíduo.

A educação psicomotora deve ser

considerada como uma educação

de base na escola primária. Ela

condiciona todas as

aprendizagens pré-escolares e

escolares: leva a criança a tomar

consciência de seu corpo, da

lateralidade, a situar-se no

espaço, a dominar o tempo, a

adquirir habilidade suficiente e

coordenação de seus gestos e

movimentos. A educação

psicomotora deve ser praticada

desde o início da infância e

conduzida com perseverança,

permite prevenir certas

18inadaptações difíceis de

melhorar, quando já estruturadas

(LE BOULCH 1992)

Page 16: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

Bernard Aucouturier A Educação Física, como entendida

e praticada à época, de maneira

muito mecanicista, faz com que

Aucouturier, admirador da pedagogia

do movimento, mude o rumo de sua

vida profissional, tornando-se

professor do Centro de Reeducação

Física de Tours, dando início a sua

trajetória de pesquisas e

experiências diretas com crianças

que, durante certo tempo,

juntamente com André Lapierre, o

possibilitaram construir

progressivamente a Prática

Psicomotora Aucouturier (PPA) no

campo educativo e terapêutico.

A Psicomotricidade é um convite

para se compreender o que a criança

expressa sobre seu mundo interno

pela via da motricidade. É também

um convite para se captar o sentido

dos comportamentos. A

Psicomotricidade clarificada nos

permite, assim, melhor compreender

a prática psicomotora educativa e

preventiva, como também a prática

de ajuda à orientação

terapêutica. (AUCOUTURIE, 2003)

André Lapierre Em decorrência de suas pesquisas e

observações percebe que em todas

as atividades corporais e físicas,

existe, além do conteúdo mecânico e

fisiológico, o conteúdo psíquico, o

afetivo. Diante de suas constatações

começa a questionar, por não mais

comungar, a prática e os exercícios

físicos tal como eram aplicados nas

aulas de Educação Física cuja

abrangência limitava-se ao corpo

físico, mecânico, e sua estrutura

fisiológica, funcional.

[...] É apenas a partir desta

regressão, deste revivenciamento

das relações corporais primárias que

será possível reestruturar as etapas

posteriores que dela decorrem:

espaço fusional, comunicação

simbólica e afirmação da identidade.

(LAPIERRE; AUCOUTURIER, 1984,

p. 57).

O que dissemos do corpo, também

pode ser dito da linguagem; nossa

linguagem adulta, estruturada,

intelectualizada, conceituada, não

toca a criança a não ser em certo

nível superficial, o de relações

socializadas e convencionais. Só

podemos atingir a criança de forma

autêntica e profunda, através de sua

própria linguagem, inclusive sua

linguagem gestual. (LAPIERRE;

AUCOUTURIER, 1984, p. 60)

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Em tempos como os que estamos vivendo na Educação, que constituem

em entender de que maneiras a criança, o adolescente e o adulto aprendem,

bem como as possibilidades de intervenção que possibilitam o aprendizado

eficaz e interativo, de modo que o aluno seja protagonista da construção de

conhecimentos, faz-se necessário conhecer as possibilidades de intervenção e

atividades que contribuam no processo ensino-aprendizagem buscando a

qualidade tão almejada no espaço escolar.

Pensando nisso, colocamos algumas questões iniciais, o que chamamos

de indagações filosóficas, a fim de iniciarmos esse curso. Perguntas essas que

devem motivar sua reflexão inicial sobre o tema Psicomotricidade, abrir

caminho para novas e diferentes descobertas e que também serão respondidas

no decorrer das vídeo-aulas, tanto no formato teórico quanto prático.

Seguem as indagações filosóficas:

- Na escola, o corpo é considerado um elemento facilitador da

aprendizagem?;

- Quando olhamos a aprendizagem do aluno, avaliamos somente os

aspectos cognitivos ou também consideramos o desenvolvimento e aquisição

das habilidades motoras para dizer se o aluno está ou não aprendendo?;

- Qual o grau de importância do movimento no processo ensino-

aprendizagem?;

- Como os aspectos da motricidade humana são tratados e utilizados

como ferramentas pedagógicas no cotidiano em sala de aula?

Essas e tantas outras questões que podem surgir sobre a importância

do trato com as habilidades motoras no espaço escolar, como mola propulsora

Page 18: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

de aprendizagem é que serão trabalhadas no decorrer desse curso.

A Psicomotricidade é entendida como “a ciência que tem como objeto de

estudo o homem por meio do seu corpo em movimentos e em relação ao seu

mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar,

agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionado ao

processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas,

afetivas e orgânicas”, conceito disponibilizado pela Sociedade Brasileira de

Psicomotricidade (SBP).

O uso da Psicomotricidade como ferramenta didática na escola requer a

atenção para a junção dos seguintes fatores: concepção, comportamento,

compromisso, materiais e espaços.

1- Concepção: o trabalho deve ser cuidadosamente planejamento, a fim

de não correr o risco de que os benefícios das atividades

psicomotoras não sejam vistos. Esse planejamento deve ter objetivos

claros, condução adequada, direcionamento das práticas e uma linha

de pensamento a seguir. O professor deve tomar cuidado para não

utilizar a técnica de maneira isolada, o que pode prejudicar o

andamento das aulas e o alcance aos objetivos e não favorecer o

desenvolvimento psicomotor do aluno.

2- Comportamento: o professor deve atuar como observador e, a partir

dessa observação cotidiana, inserir atividades e práticas adequadas

para atingir objetivos psicomotores. Motricidade e afetividade devem

caminhar juntas, pois essa junção é que resulta no trabalho

psicomotor. O professor não deve desqualificar as relações vividas

pelos alunos, mas tornar cada uma das ações, possibilidade de que o

aluno possa perceber sua complexidade e essência. Os aspectos

Page 19: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

mecânicos – realização dos movimentos – não devem ser mais

importantes que os relacionais. Observar que cada movimento

realizado se dá em um contexto e o mesmo deve ser considerado.

3- Compromisso: o cuidado que deve ser tomado pelo professor é o de

não oprimir as ações motoras e relacionais, mas que, para que as

práticas sejam proveitosas e mobilizem efetivamente aprendizagens

é necessário organização e rotina. Quando se racionaliza, planeja,

operacionaliza, as ações se tornam claras fazendo com que o

compromisso do professor se torne também mais limpo e mais

consciente.

4- Materiais: são essenciais nas práticas psicomotoras, pois ampliam

ações e possibilitam que a criança possa intervir e se relacionar com

objetos concretos, melhorando o processo educativo. O trabalho do

professor não pode ser condicionado aos recursos. É essencial que

se tenha a concepção do trabalho a ser realizado, as concepções da

teoria e do método a ser seguido. Material sozinho não trabalha, não

atua., precisa ser humanizado, vir para dentro da vida do

conhecimento que se busca.

5- Espaços: os espaços são constituídos pela estrutura física: cadeiras,

salas, armários, quadros, livros, entre outros. Os espaços precisam

se tornarem ambientes educativos. A Psicomotricidade deve ser

desenvolvida em ambientes psicomotores educativos que são

aqueles em que se busca explorar cada ação acontecida ali. Toda e

qualquer relação humana tem de ser considerada porque a criança

está em pleno momento de construção de referências para ela e ara

o mundo. O ambiente educativo é aquele que vai proporcionar que a

criança o explore, em que a criança poderá se expressar sem

amarras e poderá viver uma porção de faz de contas que são

Page 20: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

importantes fontes de percepções. Neste ambiente, a criança poderá

experimentar, testar, errar e construir, porque neste espaço se

constrói enquanto se vive todas as dimensões com todos os recursos

disponíveis. Os ambientes devem ser espaços humanizados e são

compostos por: recursos, ações, pessoas, relações sociais e

exploração coletiva.

As práticas motoras para sala de aula podem utilizar materiais como:

bolas, fios, cordas, bambolê, fitas, tintas, bexigas, massinha, papel, sucata,

tecidos, entre outros. Lembrando que o professor pode utilizar diversos

materiais a serem explorados e vivenciados nas atividades psicomotoras, mas

o material não deve ser o suporte fundamental para que a prática aconteça, o

professor não deve ficar ancorado na utilização do material tendo em vista que

situações adversas podem acontecer e não ser possível a utilização do

material. O material fundamental na Psicomotricidade e que deve ser visto

como primordial é o próprio corpo em movimento e as relações que estabelece

durante as práticas corporais

HABILIDADES PSICOMOTORAS E POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO

Nesse tópico do material serão trazidas as principais habilidades

motoras trabalhadas nas práticas psicomotoras, bem como atividades práticas

a serem aplicadas para cada uma delas quais sejam: coordenação motora

ampla, coordenação motora fina, lateralidade, percepção musical, percepção

olfativa, percepção gustativa, percepção espacial, percepção temporal,

percepção corporal. Além de habilidades e atividades para seriação e

classificação, expressividade.

Page 21: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

Antes que o professor conheça as diversas possibilidades de

intervenção psicomotoras que contribuem no desenvolvimento de habilidades e

competências pelo aluno, é necessário que conheça aspectos do

desenvolvimento humano fundamentais para o crescimento e maturação

saudáveis. Esse tema será trazido em tabelas para melhor visualização e

compreensão pelo aluno desse curso.

A imagem abaixo representa a ampulheta elaborada por Gallahue e que

mostra as fases de desenvolvimento motor. Para cada uma dessas fases é

necessário que aluno adquira habilidades e competências.

Page 22: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

A tabela a seguir apresenta as habilidades que devem ser aprendidas de

acordo com cada uma das fases de desenvolvimento.

Page 23: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

Ampliando saberes

Sobre desenvolvimento motor, acesse:

https://www.youtube.com/watch?v=yry2sbZglgk

Para lembrar aspectos de desenvolvimento cognitivo, a partir da teoria de

Jean Piaget, acesse:

https://www.youtube.com/watch?v=EnRlAQDN2go

VALE RESSALTAR QUE O DESENVOLVIMENTO HUMANO NÃO SE

RESTRINGE À MOTRICIDADE. DEVEMOS CONSIDERAR, PARA QUE O

DESENVOLVIMENTO SEJA SAUDÁVEL, ASPECTOS MOTORES,

COGNITIVOS, AFETIVOS, SOCIAIS E EMOCIONAIS.

Page 24: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

Entendidos os aspectos de desenvolvimento, serão trazidas as

habilidades a serem estimuladas e desenvolvidas nas práticas psicomotoras

bem como diversas possibilidades de intervenção para cada uma delas, com o

objetivo de fornecer ao aluno desse curso elementos a serem aplicados em

suas aulas. O quadro abaixo mostra as habilidades psicomotoras básicas e

fundamentais e uma breve explicação para cada uma delas.

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COORDENAÇÃO MOTORA AMPLA ou GLOBAL

Condição que deve ser desenvolvida primeiramente no espaço infantil,

está relacionada à organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e às

percepções gerais da criança. O trabalho vai considerar os movimentos dos

membros superiores e inferiores, a fim de organizar uma grande coordenação

corporal.

ATIVIDADES PSICOMOTORAS GLOBAIS

VAI E VEM

Objetivo – Desenvolver a coordenação ampla, visomotora, atenção e tônus

muscular

Atividade – A atividade é desenvolvida com um brinquedo que deve ser

utilizado em duplas, o brinquedo pode ser desenvolvido com garrafas pets, fitas

adesivas, argolas e fios ou adquirido em lojas especializadas.

Desenvolvimento da atividade – Os participantes da atividade devem segurar

nas extremidades, nas argolas plásticas, dando impulso, ao abrir os braços, no

objeto para a outra extremidade.

Page 26: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

CORDA

Objetivo – Desenvolver a coordenação motora ampla, o esquema corporal,

estimular a orientação espacial e temporal, ampliar o equilíbrio, a lateralidade e

melhorar o tônus muscular.

Atividade – A atividade é desenvolvida com uma corda de quatro metros em

média.

Desenvolvimento das atividades – pode ser utilizada no chão, em que a

criança anda descalça sobre a corda, com os braços abertos, procurando

manter o equilíbrio.

Aproveitando a mesma atividade só que agora a criança vai andar de

costas sobre a corda.

Ainda esticada no chão a criança pula com os dois pés juntos para

esquerda e para direita consecutivamente.

Page 27: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

A corda pode ser erguida dez centímetros do chão para a criança pular

de um lado para o outro.

A corda pode ser utilizada pela dupla como cabo-de-guerra, no meio do

espaço utilizado deve ter uma marca no chão, para visualizar quem está

vencendo o cabo-de-guerra.

As crianças podem pular corda.

BAMBOLÊ

Objetivo – Desenvolver a coordenação motora ampla, o esquema corporal,

estimular a orientação espacial e temporal, ampliar o equilíbrio, a lateralidade e

melhorar o tônus muscular.

Atividade – A atividade é desenvolvida com quatro bambolês em média.

Desenvolvimento das atividades – uma criança deve segurar o bambolê,

enquanto outra vem engatinhando para passar por dentro do bambolê.

Girar o bambolê na cintura e outras partes do corpo, como pescoço e braço.

Com alguns bambolês alinhados lado a lado no chão, andar com a perna

esquerda no bambolê esquerdo e a direita no bambolê direito.

Ainda com os bambolês no chão pular com os dois pés de um bambolê para

outro.

Com um bambolê somente pular para dentro e para fora.

Brincar com o bambolê na mão, rodando-o como se fosse um volante.

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Passar o bambolê pelo corpo inteiro a começar pela altura da cabeça.

Além dessas atividades, podemos aprimorar essa habilidade com outras

possibilidades, tais como:

Fazer maquetes em papel;

Dobrar pedaços grande de papel e transformá-los em imagens de

bichos e pessoas;

Fazer dobraduras gigantes;

Montar quebra-cabeças gigante no chão;

Fazer imagem do corpo humano em tamanho natural, recortar e

montar no chão;

Fazer um tabuleiro grande para jogar trilha com pessoas;

Montar prédios com desenhos recortados no chão;

Fazer roupas de papel e usá-las numa dança ou atividades de

expressão corporal;

Fazer pintura no corpo com pincel, dedo ou canetas;

Colar retalhos de papel em roupas para atividades de expressão

corporal;

Brincar com fitas coloridas – girar ao redor da cabeça, pular em

cima, dobrar e soltar no ar, correr com as fitas sem deixar que

caiam (Sugestão: papel crepom colorido);

Jogar bolas (de tamanhos e pesos variados) – em cestos

colocados em distancias diferentes, para o alto sem deixar que

toquem o chão, dançar em meio as bexigas tentando desviar

delas e lançando durante a dança sem deixar que caiam

(Sugestão: bexigas);

Entrar em caixas de papelão – pequenas, médias e grandes;

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Montar diferentes circuitos de bambolês (arco) para a criança

dentro deles;

Colocar garrafas pet no chão para que as crianças corram entre

elas – podem ser colocadas aleatoriamente, em fileiras, formando

figuras;

Colocar jornais esparramados para confecção de roupas – podem

representar personagens (os jogos simbólicos são fundamentais

nas práticas psicomotoras), deixar que vivam o “caos”,

bagunçando os jornais, que depois devem ser recolhidos pelos

próprios alunos, dançar com as roupas construídas, tentando não

as rasgar;

Brincadeiras com malabares: fita, garrafas plásticas, bolinhas,

laranjas, entre outros.

Podem ser trabalhadas também nessa habilidade, brincadeiras típicas

da infância: amarelinha, futebol, rodar pneu, queima, duro e mole, morto e vivo,

estátua, esconde-esconde, passa-anel, cirandas, cantigas de roda, brinquedos

cantados, entre outras.

#ficaadica

Acesse o canal do Palavra Cantada no Youtube pelo link:

https://www.youtube.com/channel/UCXmvonYIhD5QZJ53qJbK8BA

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COORDENAÇÃO MOTORA FINA

Essa habilidade é fundamental para aprendizagem da escrita e contribui

significativamente em diversas atividades escolares. Está relacionada aos

trabalhos que podem ser executados com mãos e dedos, o que chamamos de

óculo-manual. Coordenação motora fina e tonicidade muscular de membros

superiores e inferiores estão intimamente ligadas, à medida que a criança

melhora sua coordenação fina, ela também desenvolve seu tônus e sua

capacidade de contração e relaxamento.

Esse tipo de coordenação contribui para o desenvolvimento do traçado

da criança e, atualmente tem-se uma vertente da motricidade chamada

Grafomotricidade, que trata especificamente do estudo dos traçados e

desenvolvimento da escrita.

Algumas sugestões no link:

http://aventurasmaternas.com.br/2015/09/07/10-brincadeiras-simples-para-

desenvolver-a-coordenacao-motora-fina-das-criancas/

ATIVIDADES

Recortar com os dedos – papel de revista, quadrados, círculos,

triângulos e retângulos em folhas de revista de tamanhos

diferentes (pequeno, médio e grande) e cole no papel manilha;

Recortar com tesoura de corte e zig zag as mesmas figuras da

atividades anteriores;

Colar grãos em fileiras desenhadas no papel – fazendo uma pinça

com os dedos e usando grãos de diferentes tamanhos e formatos;

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Mesmo da atividade acima, mas usando fita dupla face;

Colar uma fileira com a mão direita e outra com a mão esquerda;

Faça a mesma atividade com formatos de linhas diferentes, retas,

curvas, quebradas;

Monte mosaicos com papel picado, grãos, retalhos de tecidos,

botões, entre outros;

Pinte formas geométricas usando a técnica do pontilhismo com o

dedo, com pincéis, com lápis e com giz;

Faça pinturas variadas com materiais diversos, em posições e

superfícies diferentes, como: pintar o muro da escola usando tinta

guache com pincel, pintar a folha na carteira com a mão

encapada com plástico bolha;

Pinte tecidos variados, faça pintura corporal (use tintas que não

provocam alergias);

Faça figuras geométricas ou desenhos usando barbante colado

no papel;

Entalhe figuras em barras de sabão, frutas verdes ou argila;

Faça desenhos com os dedos na areia;

Faça maquetes de sucatas como: caixas de papel, caixas de

remédios;

Construa brinquedos com matérias reutilizáveis como: caixas,

tampas, colas, barbantes, potes de iogurtes, entre outros;

Podem ser realizadas diversas brincadeiras que estimulem a habilidade

de coordenação motora fina, tais como: bolinhas de gude, adoleta, dominó,

figurinhas, vídeo game, teclado de computador (como brinquedo), cinco marias,

boliche, entre outras.

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FACILITANDO A INTERVENÇÃO...

RECEITA DE MASSINHA DE MODELAR

Para fazer a sua massinha você vai precisar de:

1 xícara de sal;

4 xícaras de farinha de trigo;

1 xícara e meia de água;

3 colheres de sopa de óleo;

Corante alimentício.

Como preparar a massa para modelar:

A receita de massa de modelar é muito fácil e legal de fazer. Em uma

vasilha grande misture a farinha e o sal em seguida adicione a água e o óleo.

Misture até que todo o conteúdo forme uma massa homogênea. Se ficar muito

mole você pode adicionar mais farinha, e se ainda estiver seca e quebradiça

adicione mais água.

O último ingrediente é o corante, você pode usar um corante natural

como o colorau. A quantidade de colorau que você colocar é que vai dar o tom

mais avermelhado ou mais alaranjado da massinha. Você pode fazer uma

massinha branca sem adicionar nenhum corante.

Você também pode fazer massinhas roxas e vermelhas utilizando sucos

em pó de uva e frutas vermelhas. O bom é que todas essas receitas são

comestíveis, então você não precisa se preocupar se seu filho colocar a

massinha na boca ou até mesmo engolir uns pedacinhos. Se você usar suco

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em pó ou corantes alimentícios de outras cores certifique-se de que o seu filho

não tem alergia a alguns destes corantes.

Depois de feita, a massa de modelar pode ser conservada na geladeira

em um pote fechado durante muito tempo. Outra vantagem da massa de

modelar caseira é que ela não adere à mão e tem um cheiro agradável. Caso

seu filho já seja maiorzinho e já tenha passado da fase de colocar todos os

objetos na boca, vocês podem explorar juntos a composição da massa de

modelar adicionando novos ingredientes a receita que farão uma massinha

toda especial.

Você pode colocar glitter na mistura, essências para dar um novo

cheirinho, e até mesmo cremes corporais que são cheirosos e darão uma nova

textura para a mistura.

Dicas de brincadeiras para fazer com a massinha

Esse é o tipo de brincadeira que não precisa de muitos recursos ou

planejamentos, só em manusear a massa seu filho pode ficar entretido por

horas a fio. Mas você pode propor atividades diferentes para eles. Inserindo

alguns objetos com texturas diferentes você pode pedir que eles “imprimam” a

textura na massinha, pressionando-a sobre o material.

Manuseando a massa de modelar, seus filhos podem descobrir

diferentes formas de manipulá-la. Eles podem usar palitos, forminhas e tampas

de garrafa pet para cortar, furar, riscar e desenhar sobre a massa. Com os

mesmos objetos, eles podem construir bonecos, usando simples palitos como

braços e pernas, e, quem sabe, rabos e caudas!

Page 34: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

Fonte: https://www.omo.com.br/atividades-para-criancas/massa-de-modelar-

aprenda-a-fazer-a-sua-massinha-em-casa/

Ampliando saberes

Para conhecer receitas de tinta, acesse:

http://indiretasmaternas.com.br/como-fazer-tinta-caseira-e-comestivel/

Ainda se tratando de coordenação motora fina, seguem algumas

brincadeiras que auxiliam no desenvolvimento da coordenação viso-motora,

quais sejam: dardos, baralhos, legos, amarelinha, gato e rato, carrossel, pular

corda, pescaria, alinhavo, modelagem em diversos materiais, jogo de argolas,

blocos lógicos, bonecos de areia, futebol de botão, ioiô, pingue-pongue.

LATERALIDADE

Entendida como a capacidade da criança poder olhar e agir em diversas

direções, com equilíbrio, coordenação mínima corporal, noção espacial.

Consiste em trabalhar com os lados do corpo, direito e esquerdo. Essa

habilidade é fundamental para o desenvolvimento do aluno tendo quem vista

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que contribui em toda e qualquer atividade realizada por ele. Vale ressaltar que

todo ser humano tem um lado do corpo que é dominante – destro ou canhoto –

e que esse aspecto se forma por volta dos 6-7 anos. Até essa idade, a criança

vai utilizar de maneira alternada e não consciente ambos os lados. Cabe ao

professor orientar atividades que estimulem SEMPRE os dois lados do corpo,

ou seja, toda atividade que fizer com a mão ou pé direito deve ser feito com os

membros do lado esquerdo. Essa dominância lateral não deve ser induzida e

nem escolhida pelo professor, ela acontece naturalmente, quando a criança

estiver preparada para tal aprendizagem.

ATIVIDADES

Faça a maquete e coloque nela um boneco que represente a

criança. Em seguida, vá orientando movimento que a criança

deve fazer com seu boneco, de direita e esquerda. Vá pedindo

que ela também dê as localizações.

Construa desenhos em folhas grandes de papel a partir de

comandos específicos, como: desenhar uma piscina no centro da

filha, à direita uma casa, à esquerda uma barraca, e assim

sucessivamente. Use comandos com orientações diferentes,

como ACIMA, ABAIXO, ENTRE;

Faça desenhos no chão da escola, no pátio, usando as indicações

de uma cidade e coloque placas de transito para virar à direita, à

esquerda e a criança deve atuar como motorista e andar pela

cidade (a atividade pode ser feita de bicicleta/motoca/patinete

também);

Brinque com bolas de tamanhos variados e oriente os alunos a

usar somente a mão ou o pé direito, depois somente o esquerdo –

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pode variar e lançar a bola, rolar a bola, sempre usando um dos

lados;

Fazer canudos de papel de jornal ou revista com a mão direita,

direita e depois com a esquerda. Use os canudos para montar

uma escultura;

Faça bolas de papel e jogue para criança, que deve pegar com a

mão/pé que o professor orientar, direita ou esquerda;

Fala corridas com materiais que devem ser equilibrados com

apenas uma das mãos;

Faça um molho de chaves que a criança deve usar para abrir os

respectivos cadeados, usando apenas a mão direita ou a

esquerda;

Fazer desenhos usando a mão direita somente e depois a mão

esquerda. Depois peça que faça o mesmo desenho cada vez com

uma das mãos.

Como possibilidade de brincadeiras temos: corrida com ovo na colher,

dobraduras, rodas e cirandas, palitos para colagem, tiro ao alvo, basquete,

marchas, movimentos alternados.

#ficaadica

Acesse o link abaixo e veja outras possibilidades de atividades para

desenvolver a lateralidade:

http://deboracg.blogspot.com.br/2009/11/jogos-e-brincadeiras-para-

desenvolver.html

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PERCEPÇÃO MUSICAL

Nessa habilidade o objetivo não é desenvolver a excelência, mas sim

promover o trabalho de estimulação, a fim de criar na criança uma referência

de musicalização e vocalização. Atividades que estimulem a percepção musical

podem ser desenvolvidos de modo que a criança apure a audição para

reconhecimento e prática da fala, mas também criar uma audição seletiva para

os diversos ambientes que frequenta, tanto os espaços educacionais quanto

fora desses. A música, além de uma área de conhecimento, é também uma

linguagem artística capaz de provocar no ser humano mudanças e reações,

que se manifestam em seu próprio ser, envolvendo corpo, sentimentos, mente

e espiritualidade.

Alguns tipos de músicas podem ser trabalhados na escola, tais como:

músicas folclóricas, sons do corpo, sons da natureza, efeitos sonoros

variados, sons produzidos por instrumentos tradicionais e adaptados.

ALGUNS LINKS QUE PODEM SER ACESSADOS:

https://www.youtube.com/watch?v=eQCur57gOeU&list=PLpLuebszzni7L7yVbD

SlfOCOrQnAqi89K

https://www.youtube.com/user/barbatuques

Page 38: PRIMEIROS PASSOS - arapongas.pr.gov.br

ATIVIDADES

Reconhecimento sonoro – pode ser feito o reconhecimento dos sons

pertencentes à ambientes variados e também podem ser colocados

sons diversos para que os alunos identifiquem;

Definição sonora – convide alguém que trabalhe com música e tenha

formação para apresentar aspectos formais da música. Caso não tenha

alguém para contribuir, utilize um vídeo ou até mesmo monte uma aula

de caráter mais técnico sobre a música. Segue um link que pode

contribuir na construção da atividade:

https://www.youtube.com/watch?v=JcniLxce83Q&list=RDJcniLxce83Q#t

=2

Harmonizar sons – bandinha rítmica a partir de instrumentos construídos

pelos próprios alunos. Nesse momento podem ser trabalhados os

parâmetros do som, estudados anteriormente.

Criação de sons coletivos – podem ser utilizados instrumentos

construídos pelos alunos ou trazidos de casa. Nessa atividade são

trabalhados, além de aspectos do som, também o trabalho em equipe.

Exploração de sons do corpo – nessa atividade os alunos devem ser

motivados a explorar sons produzidos pelo corpo, como: batidas de pés,

estalos de dedos, palmas, batendo no peito, abdome, pernas, entre

outros.

Movimentação corporal a partir de sons – o professor deve colocar sons

de ritmos e sonoridade variada e pedir que os alunos acompanhem com

movimento corporais.

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Seguem algumas sugestões:

https://www.youtube.com/watch?v=YfgxvcmaW8o

https://www.youtube.com/watch?v=TQNMkjnjq-w

https://www.youtube.com/watch?v=l469uaunv6A

https://www.youtube.com/watch?v=Hlgkz-g-ukc

Essas sugestões são diferentes das utilizadas comumente, mas cabe ao

professor acrescentar músicas do repertório infantil e também outras

possibilidades.

LINKS PARA CONFECÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICIAIS COM

MATERIAL ALTERNATIVO:

http://www.roselypignataro.com.br/2013/05/instrumentos-musicais-

reciclados.html

http://www.reciclagemnomeioambiente.com.br/instrumentos-musicais-feitos-de-

reciclagem/

http://www.artesanatoereciclagem.com.br/547-instrumentos-musicais-de-

material-reciclado.html

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PERCEPÇÃO OLFATIVA

As atividades trabalhadas nessa estimulação devem ter a proposta de

promover no aluno situações de descoberta, a fim de aumentar o seu repertório

de aprendizagens sensoriais.

ATIVIDADES

Peça para as crianças trazerem plantas aromáticas de casa, faça a

maceração das plantas trazidas, de modo que os aromas se

desprendam e passe para que os alunos sintam os cheiros. Façam uma

atividade de representação das sensações – desenho. A cada planta

“cheirada” o professor deve explicar qual a planta e para que serve no

cotidiano.

Escolha alguns elementos que possam ser conhecidos pelas crianças e

faça uma atividade às cegas. Feche os olhos dos alunos com uma

venda e peça que tentem identificar cada um dos cheiros

experimentados.

Faça uma atividade culinária com as crianças explorando os aromas da

receita.

PERCEPÇÃO GUSTATIVA

Nesse caso, o trabalho é realizado em tempo real, ou seja, enquanto a

criança vai descobrindo sabores, esses vão sendo incluídos também no seu

cardápio diário, de modo a ampliar o repertorio alimentar e também os

conceitos de alimentação saudável. Esse tipo de atividade deve incluir a

família, até mesmo enviando como tarefa algumas aprendizagens advindas da

experimentação de novos e diferentes alimentos.

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ATIVIDADES

Faça uma conversa com os alunos e descubra quais alimentos eles

consomem e não consomem, o que gostariam de comer, mas não foi

provado ainda e outros elementos que permitam ao professor construir

um perfil alimentar da turma;

Leve alimentos exóticos para serem provados pelos alunos;

Faça uma atividade às cegas para saborear os alimentos, em dois

momentos: experimentando algo que ainda não tenham comigo e, em

seguida, experimentando alimentos do cotidiano que muitas vezes as

crianças se negam a comer;

Trabalhe com os diferentes conceitos dos sabores: doce, salgado,

azedo, amargo, quente, morno, frio, picante, condimentado, entre outros;

Procure consumir os alimentos em sua condição natural, sem fazer

alterações no sabor.

PERCEPÇÃO ESPACIAL

As atividades orientadas nessa habilidade contribuem para que a criança

tenha condições de reconhecer, interferir e agir nos diferentes espaços que

fazem parte ou não do seu cotidiano. Habilidades de noção espacial

contribuem significativamente para diversos aspectos da vida, como escrever,

cozinhar, dirigir, entre outros. O não desenvolvimento dessa habilidade pode

interferir em situações escolares como localização em desenhos e mapas,

escrita de letras, localização nos ambientes frequentados. Vale ressaltar que

todas as atividades de lateralidade motivam a aprendizagem da percepção

espacial.

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ATIVIDADES

Atividades impressas de caça-palavras, labirinto, mapas simples

com coordenadas, mapas celestes – com sol, lua, estrelas,

planetas, ligue os pontos;

Algumas brincadeiras que incentivam a aquisição dessa

habilidade são: brincar de casinha, pneu, peteca, dama, trilha,

dominó, materiais de encaixe, modelagem em argila e outros

materiais, atividades com linhas fios e cordões, marcenaria,

colagem de palitos, tiro ao alvo, quebra-cabeças, trilhas feitas em

formato de percurso, amarelinha, entre outras.

Outras sugestões

DINÂMICA DO TUBARÃO

Desenvolvimento: Dar um jornal para cada participante, pedindo que

coloquem no chão e que imaginem que o jornal é um barco, tudo que estiver

em volta será o mar. Avisar que quando o coordenador parar a música e gritar

“olha o tubarão”, todos tem que subir no jornal.

Na medida em que as músicas vão tocando, o coordenador vai tirando

aos poucos os jornais, para que as pessoas ao subir no “barco” tenham que

ficar juntas, no final dependendo da quantidade de pessoas deixar só dois

jornais.

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DINÂMICA DO NÓ

Desenvolvimento: Os participantes em pé, formam um círculo e dão as

mãos. Pedir para que não se esqueçam de quem está a seu lado esquerdo e

direito.

Após esta observação, o grupo deverá caminhar livremente. Ao sinal do

animador o grupo deve parar de caminhar e cada um deve permanecer no

lugar exato que está. Então cada participante deverá dar a mão à pessoa que

estava a seu lado (sem sair do lugar, ou seja, de onde estiver) mão direita para

quem segurava a mão direita e mão esquerda para quem segurava a mão

esquerda. (como no início).

Com certeza, ficará um pouco difícil devido à distância entre aqueles que

estavam próximos no início, mas o animador tem que motivar para que

ninguém mude ou saia do lugar ou troque o companheiro com o qual estava de

mãos dadas. Assim que todos estiverem ligados aos mesmos companheiros, o

animador pede que voltem para a posição natural, porém sem soltarem as

mãos e em silêncio. (O grupo deverá desamarrar o nó feito e voltar ao círculo

inicial, movimentando-se silenciosamente). Se após algum tempo não

conseguirem voltar a posição inicial, o animador libera a comunicação. Enfim,

partilha-se a experiência vivenciada.

(destacar as dificuldades).

Obs.: Sempre é possível desatar o nó completamente, mas

quanto maior for o grupo, mais difícil fica. Sugerimos que se o grupo passar de

30, os demais ficam apenas participando de fora.

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DINÂMICA DO CABO DE GUERRA COOPERATIVO

Desenvolvimento: colocar dentro de uma sacola uma bala para cada

participante, a qual terá em cada alça um barbante de dois metros ou mais

amarrado, no centro do local que será realizada a brincadeira colocar um

barbante em formato de circulo, no qual terá que cair todas as balas, em

seguida dividir o grupo em dois e dar a seguinte orientação:

Como é uma brincadeira cooperativa os grupos devem ter forças iguais

e fazer com que a sacola rasgue no meio do círculo, dessa forma eles só

poderão pegar as balas que caírem dentro do círculo e as que caírem fora

serão do professor, como as crianças estão acostumadas com a competição

dificilmente vai seguir o comando, se cair bala fora o professor deve repartir só

as que ficaram dentro do circulo e conversar com os alunos a respeito do que

ocorreu, depois de um tempo aplicar a dinâmica novamente para ver se algo

mudou.

DINÂMICA DA JABUTICABA E DO JACARÉ

Desenvolvimento: Contar a história da jabuticaba e do jacaré e dar o

seguinte comando: cada vez que a palavra jabuticaba for falada pedir que

sentem e quando falar jacaré que se levantem. A história é a seguinte: João ia

à casa do seu tio Juca pegar jacas, mas bem no meio do caminho tinha um rio

grande e que não tinha ponte e era preciso atravessar de canoa, porém nesse

rio tinha muitos jacarés ferozes.

Diante disso João pensou: Como eu quero as jacas vou enfrentar os

jacarés, João então chegou perto da beira do rio e viu muitos jacarés e pensou:

pego as jacas ou enfrento os jacarés?

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Decidiu enfrentar os jacarés, entrou na canoa e começou a remar contra

os jacarés, remou, lutou, lutou, mas sempre sem se esquecer de suas jacas,

depois de remar muito chegou à margem do rio.

João pensou: Ufa!!! Esses jacarés me cansaram, porém estou mais

perto das minhas jacas.

João andou, andou e viu o pé de jaca, apanhou cinco jacas e lembrou

que dali um tempo ia enfrentar os jacarés, mas voltou contente com as jacas

até a margem do rio, ele colocou as jacas na canoa e começou a luta, salvar as

jacas e bater nos jacarés, bater nos jacarés e salvar as jacas, até que ele jogou

uma jaca para os jacarés e eles deixaram Manoel seguir em paz. Quando

João chegou do outro lado do rio desceu da canoa e comeu todas

as jabuticabas.

TEMPESTADE

Desenvolvimento: Todos sentados em círculo e cada vez que

o professor falar a palavra direita todos mudam para cadeira da direita, quando

o professor falar a palavra esquerda todos mudam pra cadeira da esquerda e

quando a palavra for tempestade todos trocam de lugar.

O texto é o seguinte:

Vamos fazer uma viagem pelas águas de um lindo rio, chegando à

margem a gente vai entrar em uma canoa, o dia está lindo, ao olhar o horizonte

a gente sente o vento soprar levemente para direita.

Nesse momento estamos muito contentes, olhamos ao redor, avistamos

a cidade e observamos também as árvores que estão próximas da margem à

esquerda.

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Nesse momento estamos nos aproximando de uma grande pedra à

direita, mas a gente se pergunta: Será que aquelas nuvens é sinal de

tempestade? É melhor não pensar no pior.

Continuando a nossa viagem, iremos apreciar os lindos pássaros e

outras árvores que estão bem longe, à direita.

A fome apertou e quando a gente levanta para lanchar, caímos a direita

do barco, com isso a gente percebe que o sol começa a baixar e ficamos

pensado : Será que é tempestade?

Mesmo assim continuamos a brincar.

Como tudo estava tranquilo, resolvemos pescar e jogar os anzóis, um

jogou para a direita e o outro jogou para a esquerda. Depois de pescar, o sol

desapareceu e o fim da tarde chegou de repente o rio começou a jogar a canoa

para a esquerda, foi quando vimos um raio lá no horizonte e gritamos:

Tempestade!!!

Ficamos preocupados e olhamos para a direita, olhamos para a

esquerda, e falamos novamente: será que é tempestade?

Bem mais perto da margem ficamos aliviados por que íamos pegar a

tempestade em terra firme.

PERCEPÇÃO TEMPORAL

O tempo constitui uma das mais difíceis habilidades a serem trabalhadas

na escola, pois, na etapa da Educação Infantil, as crianças tem dificuldade de

diferenciar o tempo real do tempo da imaginação.

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Comandos como: daqui 10 minutos, não são literalmente entendidos pelas

crianças. A noção de tempo pela criança se dá de maneira extremista, agora

ou muito tempo depois. Apesar de ser difícil trabalhar com essa habilidade na

escola é fundamental que sejam realizadas atividades de estimulação da

mesma tendo em vista que a não aprendizagem pode afetar o desenvolvimento

humano dos alunos.

ATIVIDADES

Use conta-gotas para marcar a relação entre o tempo e a

quantidade de gotinhas, assim facilita que a criança comece a

compreender o significado de tempo. Vá modificando o tempo de

contagem das gotinhas, aumentando ou diminuindo;

Faça o calendário semanal e tenha um calendário anual na

parede da sala. Vá retomando com os alunos as diferentes

medidas de tempo: dia, mês, ano;

Retome o que aconteceu no dia anterior e faça projeções para os

dois dias futuros;

Conte histórias e faça perguntas para crianças em fatos, o que

aconteceu depois de tal fato, etc;

Desenhe partes da história e coloque-os em ordem junto com as

crianças;

Apresente uma história qualquer na oralidade e, em seguida, dê

desenhos dos fatos das histórias para que as crianças coloquem

na ordem. Essa atividade pode ser feita a partir de fatos escritos

da história caso a criança esteja em processo de alfabetização ou

já saiba ler.

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Faça relógios do sol no pátio da escola e vá de vez em quando

em horários diferentes fazer a compreensão da posição da

sombra;

PERCEPÇÃO CORPORAL

Nessa habilidade é fundamental que seja estimulado o conhecimento do

corpo. Não devem ser observados aspectos de desempenho e aptidão, mas as

condições de aprendizagem que a criança apresenta em relação ao seu corpo,

tanto de maneira integral – o corpo em movimento como um todo, quanto de

maneira fragmentada – movimento de cada segmento corporal. Envolve o

estudo de articulações, segmentos corporais e também a sua possibilidade de

realização de movimentos. As danças são muito bem-vindas na estimulação

dessa prática, danças livres, folclóricas, de rua, circulares, entre outras.

ATIVIDADES

IMAGEM CORPORAL

Pedir para que os alunos representem algumas situações corporalmente, essas

representações se refletem no andar, no agir, no se comportar, na postura,

etc.: Representem como o corpo se comporta quando:

· Estamos com medo;

· Estamos com frio;

· Estamos com sono;

· Estamos com raiva; etc.

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Reflexão: Podemos concluir que imagem corporal é o conceito (definição) que

cada pessoa tem de seu corpo e suas partes, bem como a forma que ele se

comporta ou deve se comportar em diferentes situações. Vamos então agora

vivenciar algumas brincadeiras onde o movimento corporal e as

representações corporais são fundamentais?

MEUS COMPANHEIROS (REPRESENTANDO CORPORALMENTE UM

ANIMAL)

O professor deverá preparar previamente um par de ilustrações de diferentes

tipos de animais (sapos, tigres, elefantes, patos, etc.). O professor distribui a

cada aluno, um papel dobrado onde está a ilustração de um animal (cada

animal tem o seu PAR representado em outro papel, ou seja, deverá ter duas

imagens de cada animal). Ao sinal do professor, os alunos desdobram o papel

e veem o desenho nele representado. A partir daí os alunos deverão

representar corporalmente o animal que lhe cabe buscando procurando o seu

par em um outro colega que também fará o mesmo. Os últimos alunos a se

reconhecerem e se agruparem sairão da brincadeira. Os papeis são recolhidos

embaralhados e novamente distribuídos para uma nova rodada com os alunos

remanescentes.

Ao final a dupla que conseguir permanecer no jogo será a campeã.

Obs.: Nenhum som ou frase deve ser dita durante as representações.

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PEDRA, PAPEL E TESOURA (REPRESENTANDO CORPORALMENTE UM

OBJETO).

O professor divide a turma em duas equipes. O professor chama à frente um

representante de cada equipe para iniciar a brincadeira, explicando como cada

objeto deve ser representado corporalmente:

• A tesoura – Dedos médio e indicador estendidos para frente;

• O papel – A mão espalmada e aberta;

• A pedra – A mão fechada.

Cada jogador fica de frente um para o outro com a mão direita para trás. Ao

sinal do professor, cada aluno estende a mão ao adversário com a

representação do objeto que ele escolher (pedra, papel ou tesoura). O aluno

vence a disputa de acordo com a seguinte ordem:

· Tesoura vence papel, pois o corta, e perde da pedra, pois é amassada

por ela.

· Papel vence pedra, pois a embrulha, e perde para a tesoura, pois é

cortado por ela.

· Pedra vence a tesoura, pois a amassa, e perde para o papel, pois é

embrulhada por ele.

Cada vitória dá um ponto para sua equipe. Depois que todos os alunos das

equipes tiverem participado, o professor soma os pontos de cada equipe,

sendo vencedora a equipe que fizer mais pontos.

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ORDEM (REPRESENTANDO CORPORALMENTE UMA AÇÃO)

Em fila, com uma bola de plástico ou borracha nas mãos de frente para uma

parede lisa. O aluno deverá lançar a bola na parede e antes de agarrá-la

novamente deverá representar corporalmente uma série de tarefas na seguinte

ordem (uma tarefa para cada lançamento):

Sem lugar – Quieto, sem movimentar, só com as mãos e braços;

Sem rir – não pode rir;

Sem falar – não pode dizer nada, apenas joga a bola;

Um pé – ficar em um pé só;

O outro – Trocar os pés antes de receber a bola;

Uma mão – receber a bola com uma mão;

A outra – receber a bola com a outra mão;

Bate palmas – Bater uma palma a frente do corpo;

Pirueta – girar o corpo em 360º antes de receber a bola;

Ao Chão – Encostar a mão no chão antes de receber a bola;

Beijinhos – Mandar beijos antes de receber a bola,

Abraços – Abraçar o próprio corpo antes de receber a bola,

Comprimentos – cumprimentar o aluno que está atrás na fila.

Passar a vez – Tampar a bola na parede e sair da frente para o próximo

da fila pegar;

NOVA REPRESENTAÇÃO – Criada pelo aluno que conseguir passar a

vez.

Obs. Se um aluno errar em qualquer uma das etapas, passa a vez para o

próximo aluno da fila. Quando retornar reinicia onde parou.

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O aluno que conseguir toda a sequência tem direito a acrescentar uma

nova representação para que os outros cumpram.

O professor poderá montar várias filas para que os alunos não esperem

muito.

ESQUEMA CORPORAL

Exercício 1 : Reconhecendo as partes essenciais do corpo - O

profissional diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça,

peito, barriga, braços, pernas, pés, explorando uma parte por vez. A

criança mostra em si mesma a parte mencionada pelo profissional,

respeitando o nome que designa. Primeiramente o trabalho deverá

ser realizado de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados.

Olhos abertos: Aprendizado.

Olhos fechados: Quando dominar as partes do corpo.

Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz,

olhos, boca, queixo, sobrancelhas, cílios, trabalhar

também com os dedos com a mão apoiada sobre a mesa a criança

deverá apresentar o pulso, o dedo maior e o dedo menor, os nomes

dos dedos são ensinados a criança pedindo que ela levante um a um

dizendo os respectivos nomes dos dedos.

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Exercício 3: Trabalhar com os olhos - Em pé ou sentado a criança

acompanha com os olhos sem mexer a cabeça, a trajetória de um

objeto que se desloca no espaço.

Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as

mãos sobre os rins a criança dobra os joelhos e encosta-os no peito.

Comentar com a criança que a parte do corpo que se apoia com força sobre

suas mãos chama-se rins.

Exercício 5: Automatizando a noção de direita e esquerda

Conhecendo a direita e a esquerda do próprio corpo mostrar a criança qual é a

sua mão direita e qual é a sua mão esquerda. Dominando este conceito,

realizar o exercício em etapas:

- fechar com força a mão direita;

- depois a esquerda;

- Levantar o braço direito;

- depois o esquerdo;

- bater o pé esquerdo;

- depois o direito;

- mostrar o olho direito;

- depois o esquerdo;

- mostrar a orelha direita;

- depois a esquerda;

- levantar a perna esquerda;

- depois a direita.

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Trabalhar com os olhos abertos e quando a criança estiver

dominando o exercício trabalhar com os olhos fechados.

Exercício 6: Localizando elementos na sala de aula. A criança deverá dizer de

que lado está a porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc. em relação a si

mesma. Durante a realização do exercício, não deixar a criança cruzar os

braços, pois isso dificulta sua orientação espacial.

FINALIZANDO...

Com esse material esperamos que suas aulas fiquem recheadas de

estimulação psicomotora adequada para cada etapa do desenvolvimento

humano. Segue ainda uma relação de referências que podem ser estudadas

para aprofundamento e diversos links, sites e vídeos que podem ser assistidos

de modo a complementar sua atuação.

BOM CURSO E TODO SUCESSO PSICOMOTOR PARA TODOS...

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PROF. Me. JULIANA MONTENEGRO SERON

LINKS RECOMENDADOS

https://www.youtube.com/watch?v=xIKGsQVMvv0&list=PLe7HnIveeLK8TaYYI

Y422zHFAGidNoakX

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgrigAI/sugestoes-atividades-

psicomotricidade#

http://alunoon.com.br/infantil/atividades.php?c=123

http://soatividadesparasaladeaula.blogspot.com.br/2012/06/circuito-de-

psicomotricidade-tente-e.html

https://lhbrilhante.wordpress.com/2009/06/04/sugestoes-de-atividades-

psicomotoras/

#ficaadica

Acesse o link abaixo e baixe gratuitamente materiais sobre Psicomotricidade

em formato .pdf:

http://br.librosintinta.in/psicomotricidade-pdf.html

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AJURIAGUERRA, Julian. Manual de Psiquiatria Infantil. Rio de Janeiro: Masson do Brasil, 1983

AUCOUTURIER, Bernard. A prática Psicomotora: Reeducação e Terapia. PortoAlegre: Artmed, 1986

AUCOUTURIER, Bernard; LAPIERRE, Andre. A Simbologia do Movimento: Psicomotricidade e Educação.Curitiba: Filosofart e CIAR, 2004.

_______________ ___________________ Porto Alegre: Artes Médica, 1986

AUCOUTURIER, Bernard; LAPIERRE, Andre. Bruno: Psicomotricidade e Terapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade -Teoria & Prática. São Paulo: Lovise, 1998.

CABRAL, Suzana Veloso. Psicomotricidade Relacional: Prática Clínica e Escolar. Rio de Janeiro: Revinter, 2001

FONSECA, Vítor. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

LAPIERRE, André; LAPIERRE, Anne. Trad. PEREIRA, M. E. O Adulto Diante da Criança de 0 a 3 anos – Psicomotricidade Relacional e Formação da Personalidade. Curitiba: UFPR: CIAR., 2002

LAPIERRE, André; AUCOUTOURIER, Bemard. Fantasmas Corporais e Prática Psicomotora. São Paulo: Ed. Manole, 1984.

LE BOULCH, Jean . O Desenvolvimento Psicomotor: do Nascimento até os 6 anos. Porto Alegre: Artes Médica, 2001.

LE BOULCH, Jean. Trad. JENI Wolff. Educação Psicomotora: Psicocinética na IdadeEscolar. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.

LEVIN, Esteban. A Clínica Psicomotora: O Corpo na Linguagem. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995

PIAGET, Jean. A Equilibração das Estruturas Cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

PIAGET, Jean. Trad. ÁLVARO Cabral. O Nascimento da Inteligência na Criança -. Rio de Janeiro: Zahar., (1936/1970).

PIAGET, Jean; BARBEL, Inhelde. A Psicologia da Criança 15º edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998l.

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SCHINCA, Marta. Psicomotricidade, Ritmo e Expressão Corporal: Exercícios Práticos. São Paulo: Manole, 1991

VIEIRA, José Leopoldo; BATISTA, M. Isabel Batista; LAPIERRE, Anne. Psicomotricidade Relacional: A Teoria de Uma Prática. Curitiba: Filosofart, 2005.

WALLON, Henri. Do ato ao Pensamento. Lisboa: Moraes, 1979

WINNICOT, Donald Woods. O Ambiente e os Processos de Maturação. Porto Alegre: Artes Médica, 1990.