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www.mbgrupo.com.br 1 1.1 NOTA INTRODUTÓRIA PRINCIPAIS ENTIDADES QUE PARTICIPAM DO PROCESSO DE PPP 1.2 CONSELHO GESTOR – CGP - do Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas Composição do Conselho Gestor (proposição) SECRETÁRIO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E/OU SAÚDE SECRETÁRIO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA, INDÚSTRIA E SERVIÇOS SECRETÁRIO DE FINANÇAS SECRETÁRIO MUNICIPAL DE OBRAS SECRETÁRIO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO 1.3 UNIDADE DE PARCERIAS PÚLICO- PRIVADAS - UPPP Da estrutura e das atribuições da Unidade PPP Prevista no artigo XX da Lei Municipal nº XX.XXXX, de YYYY, a Unidade de Parcerias Público-Privadas (Unidade PPP) está situada no âmbito da – (órgão municipal). Dentre suas principais atribuições encontra-se a execução de atividades operacionais e de coordenação de parcerias público-privadas, bem como o assessoramento do Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas (CGP), destacando as seguintes atividades: - prestar assessoramento técnico aos órgãos e entidades da Administração Direita e Indireta do Município, inclusive na elaboração de projetos, modelos de negócio e contratos; - prover suporte técnico ao CGP, inclusive quanto à análise e recomendação de projetos, à elaboração e acompanhamento da execução do Plano Municipal de Parcerias Público- Privadas (quando existente); - disseminar a metodologia própria dos contratos de PPP; - apoio os órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta do Município na gestão e regulação de contratos de PPP;

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1.1 NOTA INTRODUTÓRIA

PRINCIPAIS ENTIDADES QUE PARTICIPAM DO PROCESSO DE PPP

1.2 CONSELHO GESTOR – CGP - do Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas

Composição do Conselho Gestor (proposição)

• SECRETÁRIO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E/OU SAÚDE

• SECRETÁRIO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA,

INDÚSTRIA E SERVIÇOS

• SECRETÁRIO DE FINANÇAS

• SECRETÁRIO MUNICIPAL DE OBRAS

• SECRETÁRIO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

• PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO

1.3 UNIDADE DE PARCERIAS PÚLICO- PRIVADAS - UPPP

Da estrutura e das atribuições da Unidade PPP

Prevista no artigo XX da Lei Municipal nº XX.XXXX, de YYYY, a Unidade de Parcerias

Público-Privadas (Unidade PPP) está situada no âmbito da – (órgão municipal).

Dentre suas principais atribuições encontra-se a execução de atividades operacionais e de

coordenação de parcerias público-privadas, bem como o assessoramento do Conselho Gestor

de Parcerias Público-Privadas (CGP), destacando as seguintes atividades:

- prestar assessoramento técnico aos órgãos e entidades da Administração Direita e Indireta

do Município, inclusive na elaboração de projetos, modelos de negócio e contratos;

- prover suporte técnico ao CGP, inclusive quanto à análise e recomendação de projetos, à

elaboração e acompanhamento da execução do Plano Municipal de Parcerias Público-

Privadas (quando existente);

- disseminar a metodologia própria dos contratos de PPP;

- apoio os órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta do Município na gestão e

regulação de contratos de PPP;

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- promover articulação com unidades congêneres em âmbito nacional e internacional;

- gerenciar a rede de Parcerias Público-Privadas no âmbito da Administração Direta e Indireta

do Poder Executivo.

“OM” - ÓRGÃO MUNICIPAL o É a entidade municipal que precisa e

tem interesse em realizar o processo de PPP.

PPP – (TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS)

CONDIÇÕES LEGAIS ( verificar as questões abaixo.)

1) A Lei Orgânica do Município permite PPP?

2) O PMSB (Plano Municipal de Saneamento Básico) já está aprovado na Câmara

Municipal?

3) O PMSB contempla PPP ou outro mecanismo de delegação pública?

4) Existe LEI que autoriza PPP?

5) Existe algum Termo de Ajuste de Conduta com o MP sobre Resíduos Sólidos?

1.4 AÇÕES (caso não exista as previsões legais acima)

1) É preciso instituir Lei Específica para a execução do processo de PPP no âmbito

do Saneamento Básico? (CONSULTAR O PROCURADOR DO MUNICÍPIO)

Exemplo:

LEI Nº XXX/2015 Institui o Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas e dá outras providências.

A CÂMARA MUNICIPAL DE ___________________ aprova e o PREFEITO

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MUNICIPAL, usando das atribuições legais que lhe são conferidas pelo artigo XX, inciso YY da Lei Orgânica do Município, sanciona, promulga e manda publicar a seguinte Lei

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º. Fica instituído o Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas, destinado a promover, fomentar, coordenar, regular e fiscalizar arealização de parcerias público-privadas no âmbito da Administração PúblicaMunicipal Direta e Indireta.

2) É necessário fazer Decreto Específico para execução do processo de PPP para

Tratamento de Resíduos Sólidos? (CONSULTAR O PROCURADOR DO

MUNICÍPIO)

Exemplo

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº , DE 2015

Institui no Município de ____________________, a Política Municipal de Resíduos Sólidos, aprova o Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos e Autoriza

o Poder Executivo Municipal a contratar em conjunto ou isoladamente Parceria

Público-Privada para a prestação dos serviços de limpeza urbana, coleta seletiva,

manejo e destinação final de resíduos sólidos do Município de _________________.

O PREFEITO MUNICIPAL DE ______________, faço saber que a Câmara Municipal de ______________decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TITULO I

DA INSTITUIÇÃO DA POLÍTICA MUNICIPAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

“Art. XX Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a contratar Parceria Público-Privada, na modalidade de concessão administrativa, nos termos da Lei Federal n° 11.079, de 30 de dezembro de 2004 e da Lei Municipal n° XXXXX, de

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YYYYYYYYYYY de 2015, para a prestação das atividades dos serviços públicos de de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos no Município de _________________.

Parágrafo único. Consideram-se serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos aqueles definidos pela Lei Federal n° 11.445, de 05 de janeiro de 2007.

Art. XX A concessão administrativa abrangerá toda a extensão territorial do Município de XXXX e seu prazo e eventuais prorrogações atenderão ao disposto na Lei Federal n° 11.079, de 30 de dezembro de 2004.

Art. XX Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a celebrar, com vistas a viabilizar e implementar a parceria público-privada de que trata esta Lei, os convênios termos de parcerias e outros assemelhados que se façam necessários.

Art. XX Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se aos resíduos sólidos, além do disposto nesta Lei, no que cabe ao Município legislar, os dispositivos constantes de Leis de âmbito Estadual e Federal, revogando-se as disposições em contrário.

PARTE I: INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO – PRIVADAS

1 O QUE SÃO PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS – PPP´s?

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.2 CONSELHO GESTOR DE PARCERIAS PÚBLICO- PRIVADAS - CGP

1.3 FUNDO GARANTIDOR DE PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS – FGP

2 DIFERENCIAÇÃO ENTRE PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS,

CONCESSÃO TRADICIONAL E TERCEIRIZAÇÃO

3 MODELOS DE PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS 4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS PARCERIAS

PÚBLICO-PRIVADAS

5 APLICAÇÕES DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

6 CICLO DE UMA PPP

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PARTE II : FASE DE PRÉ-ENQUADRAMENTO

7 OBJETIVO

8 INÍCIO DO PROCESSO

9 ELABORAÇÃO DA PROPOSTA PRELIMINAR

9.1 Descrição do Problema

9.2 Objetivos e Metas a Serem Alcançados

9.3 Modalidade de PPP

9.4 Prazo

9.5 Valor

9.6 Interesse Público

9.7 Vantagens Operacionais e Econômicas

9.8 Aderência a Planos de Governo

9.9 Órgão Implementador

9.10 Aspecto Jurídico

10 ENCAMINHAMENTO AO CGP

11 PARECER DA UPPP

12 PRÉ-ENQUADRAMENTO

PARTE III: FASE DE ENQUARAMENTO NO PLANO MUNICIPAL DE

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA

13 ELABORAÇÃO DO ESTUDO TÉCNICO

13.1 Preliminares

13.2 Análise da Demanda

13.3 Dimensionamento da Oferta

13.4 Pré-Modelagem da PPP

13.5 Projeto Básico de Engenharia

13.6 Requisitos de Prestação de Serviço

13.7 Indicadores de Desempenho

13.8 Elaboração da Matriz de Risco

13.9 Avaliação Financeira

13.9.1 Fluxo de Caixa

13.9.2 Figuras de Mérito

13.9.3 Valor dos Aportes de Recursos Públicos

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13.9.4 Impacto dos Aportes de Recursos Públicos

13.10 Avaliação Econômica

13.10.2 Fluxo de Caixa

13.10.3 Figuras de Mérito

13.10.3 Análise de Sensibilidade

13.11 Elaboração de Estudo e de Relatório de Impacto Ambiental – EIA /

RIMA

13,11,3 PPP com Baixo Impacto Ambiental

13.11.2 PPP com Elevado Impacto Ambiental

13.11.3 Minuta do Edital de Licitação

14 CONSULTA PÚBLICA

15 PARECERES DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS E DO PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO

15.1 Parecer do OM

15.2 Parecer da SEFAZ

15.3 Parecer da SEPLAG

15.4 Parecer da PGE

15.5 Consolidação dos Pareceres

15.6.1 ENQUADRAMENTO NO PLANO MUNICIPAL DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA

15.6.2 Parecer da UPPP

15.6.3 Parecer do CGP

15.6.4 Promulgação do Decreto

PARTE IV: FASE DO PROCESSO DE LICITAÇÃO

16 AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA

17 INSTITUIÇÃO DE COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO.

18 MODALIDADE DE LICITAÇÃO

19 TIPOS DE LICITAÇÃO

20 ABERTURA DO PROCESSO LICITATÓRIO

21 ATO CONVOCATÓRIO

22 PROCEDIMENTOS DE LICITAÇÃO – FASE EXTERNA

23 PRÉ-QUALIFICAÇÃO

PARTE V: FASE DE GESTÃO DO CONTRATO

24 ACOMPANHAMENTO E CONTROLE

25 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

26 GESTÃO DE RISCO

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27 GESTÃO DE DESEMPENHO

28 GESTÃO DE ATIVOS

29 GESTÃO DE RELACIONAMENTO

30 GESTÃO DE PAGAMENTO

ANEXO 1 - SIGLÁRIO E GLOSSÁRIO

ANEXO 2 - MATRIZ DE RISCO

ANEXO 3 - EDITAL DE LICITAÇÃO DA PPP ......EXEMPLO 1

ANEXO 4 - EDITAL DE LICITAÇÃO DA PPP.......EXEMPLO 2

ANEXO 5 - FLUXOGRAMA

(Esse compêndio é baseado na legislação federal, no que respeita à Estados e Municípios.

1.4.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEIS A PPP

• Lei Federal n.º 11.079/04 - Lei da PPP;

• Lei Complementar Federal n.º 101/00;

• Lei Federal n.º 8.987/95;

• Lei Federal n.º 9.074/95;

• Lei Federal nº 8.666/93.

LEGISLAÇÃO GERAL

As principais legislações federais são as seguintes:

http://www4.planalto.gov.br/legislacao

LEGISLAÇÃO EM GERAL

Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007

LEI DO SANEAMENTO BASICO

Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras

providências.

Lei nº 10.308, de 20 de novembro de 2001

Dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a

indenização, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos de rejeitos radioativos.

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Lei nº 9.795, de 25 de abril de 1999

Política Nacional de Educação Ambiental.

Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998

Lei de Crimes Ambientais.

Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981

Política Nacional do Meio Ambiente.

Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010

Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o

Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos

Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências.

Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006

Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública

federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de

materiais recicláveis.

DECRETO Nº 7.405, 2010

Institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos

Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis o Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de

Residuos sólidos criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003, dispõe sobre sua organização e

funcionamento, e dá outras providências.

LEI Nº 12.375

Alterações na Legislação Tributária para indústria que comparem materia prima diretamente das cooperativas

de catadores.

O principal objetivo desse trabalho é o de propiciar uma uniformização

do conhecimento, em relação aos órgãos e entidades municipais acerca

das parcerias público-privadas, e dos requisitos necessários à sua

implementação, estes últimos traduzidos através de um detalhado

passo-a-passo, como adiante mostrado. Subdividido em cinco partes,

sendo:

Parte I: Introdução às Parcerias Público Privadas;

Parte II: Fase de Pré-enquadramento;

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Parte III: Fase de Enquadramento no Plano Municipal de Parcerias Público

Privadas - PPP;

Parte IV: Fase de Processo de Licitação;

Parte V: Fase de Gestão do Contrato.

PARTE I: INTRODUÇÃO ÀS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

A Parte I fornece um breve resumo conceitual a respeito de Parcerias Público-Privadas - PPP, aí incluídos

Conselho Gestor e Fundo Gestor. A diferenciação entre parcerias público-privadas, concessão tradicional e

terceirização, além de descritos modelos aplicáveis a essa modalidade de concessão. Por fim, são mostradas

as vantagens, desvantagens e aplicações de uma PPP, além de seu ciclo evolutivo.

1.4.1.1 1 O QUE SÃO PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS – PPP´S

1.4.1.1.1 1.1 Considerações Iniciais

As PPP´s são associações entre os setores público e privado, em que as partes trabalham em conjunto para

benefício mútuo, segundo regras previamente estabelecidas. As PPP´s são, em realidade, uma nova

modalidade de concessão de serviços públicos, em que há obrigatoriedade de aporte de recursos do parceiro

público ao parceiro privado, já que o retorno financeiro dos investimentos e gastos operacionais por este

último não seria suficiente apenas com receitas próprias.

Além disso, as PPP´s podem ser também consideradas como um novo mecanismo de financiamento ao setor

público, já que caberá ao parceiro privado arcar com os custos de implantação e operação do serviço público

concedido, estando os aportes de verbas públicas condicionados ao efetivo início da prestação do serviço.

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A legislação brasileira criou duas modalidades de contrato de PPP: a Concessão Patrocinada e a Concessão

Administrativa.

A concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei de

Concessões nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos

usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. A concessão administrativa é o

contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que

envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Verifica-se, dessa maneira, que na

Concessão Administrativa toda a remuneração advém do parceiro público, enquanto que na Concessão

Patrocinada, a remuneração do parceiro privado é composta de um mix de recursos públicos e de receitas

próprias.

Projetos com as seguintes características contratuais são elegíveis para PPP:

• valor superior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

• prazo de vigência não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo

eventual prorrogação;

• remuneração pelo parceiro público ao parceiro privado somente após a disponibilização do

serviço;

• remuneração variável pelo parceiro público ao parceiro privado vinculada ao seu desempenho;

• compartilhamento de risco entre o parceiro público e o parceiro privado;

• adimplência das obrigações financeiras do parceiro público relativamente ao parceiro privado

asseguradas através de fundo garantidor.

A presença destas características nem sempre significa que a PPP é uma opção viável. No entanto, quando

elas estão presentes, a possibilidade do projeto ser implementado na modalidade PPP deve ser devidamente

considerada.

As Parcerias Público-Privadas são destinadas a disciplinar e promover a realização desse tipo de parceria no

âmbito da Administração Pública, poderá ser aplicado em diversas áreas, tais como, saúde, educação,

transportes, saneamento, segurança pública, habitação, energia, esporte e lazer, dentre outras.

Toda a empresa responsável em implementar e gerir uma PPP deve ser, a priori, constituída sob a forma de

Sociedade de Propósito Específico (SPE). Esta pode assumir forma de capital aberto, adotar padrões de

governança corporativa e demonstrações financeiras padronizadas. Entretanto, é proibido à Administração

Pública ser titular da maioria do capital votante, exceto se por instituição financeira controlada pelo Poder

Público em caso de inadimplemento de contratos de financiamento.

A transferência do controle da SPE estará condicionada à autorização expressa da Administração Pública.

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1.4.1.1.2 1.2 Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas – CGP

Organismo criado por Lei , a quem caberá, fundamentalmente:

• aprovar projetos de PPP´s, os editais de licitação, os contratos, seus aditamentos e prorrogações e autorizar a abertura do procedimento licitatório;

• apreciar os relatórios gerenciais dos contratos de PPP´s elaborados pela UPPP;

• autorizar a utilização dos recursos do FGP como garantia das obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública em contrato de PPP;

• propor a incorporação de bens imóveis dominicais ao patrimônio do FGP;

• dar publicidade a seus atos, além de remeter à Camara dos Vereadores, quando Municipal, e ao

Tribunal de Contas do Estado, com periodicidade semestral, os relatórios gerenciais dos contratos de PPP;

• estabelecer modelos de editais de licitação e de contratos de PPP, bem como os requisitos técnicos

mínimos para sua aprovação.

O CGP é constituído, geralmente no âmbito Municipal, pelos seguintes membros: Secretário

Municipal de Meio Ambiente, Secretário de Municipal de Planejamento e Gestão, Secretário de Municipal de

Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Secretário de Municipal de Fazenda, Secretário

Municipal de Obras e o Procurador–Geral do Município, adaptando-se sua constituição de acordo com a

constituição administrativa de cada município. Mas não necessário a participação de todos acima

mencionados, nem numero mínimo de participantes.

1.4.1.1.3 1.3 Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP

O FGP tem por finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos

parceiros públicos em virtude das parcerias, mediante autorização do CGP e manifestação da Secretaria

Municipal de Finanças.

O patrimônio do FGP será formado pelo aporte de bens e direitos realizado pelos cotistas, por meio da

integralização de cotas e pelos rendimentos obtidos com sua administração. A integralização das cotas

poderá ser realizada através de dotações orçamentárias, inclusive com recursos de fundos municipais, títulos

da dívida pública, bens imóveis dominicais, bens móveis, inclusive ações de sociedade de economia mista

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excedentes ao necessário para a manutenção de seu controle pelo Município, ou outros direitos com valor

patrimonial.

A utilização de recursos de fundos estaduais e ou municipais para integralização do FGP deverá ser feita de

sorte a observar correlação com natureza do respectivo fundo. Os fundos elegíveis para financiamento de

projetos de PPP poderão ser os relacionados a seguir:

• Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico;

• Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social -FUNDES;

• Fundo Especial da Secretaria de Segurança Pública;

• Fundo Especial do Corpo de Bombeiros;

• Fundo Especial Penitenciário ;

• Fundo Estadual e ou Municipal de Assistência Social;

• Fundo Estadual e ou Municipal de Conservação Ambiental ;

• Fundo Estadual e ou Municipal de Recursos Hídricos;

• Fundo Estadual e ou Municipal de Saúde;

• Fundo para a Infância e a Adolescência;

• Outros Fundos Estaduais e ou Municipais , observadas as disposições da Lei.

Os recursos do FGP serão depositados em conta especial junto à instituição financeira selecionada. Caberá à

instituição financeira zelar pela manutenção da rentabilidade e liquidez do FGP e à Secretaria Municipal de

Fazenda, como órgão gestor, deliberar sobre a gestão e alienação de bens e direitos do FGP, bem como se

manifestar sobre a utilização do Fundo para garantir o pagamento de obrigações pecuniárias assumidas

pelos parceiros públicos.

1.4.1.2 2 DIFERENCIAÇÃO ENTRE PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS, CONCESSÃO TRADICIONAL E TERCEIRIZAÇÃO

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Para realizar suas funções, a Administração Pública recorre frequentemente à colaboração de terceiros,

valendo-se dos serviços e dos bens de particulares ou agentes privados para melhor cumprir suas

finalidades. O recurso da Administração às atividades e aos bens privados manifestase sob modalidades

diversas de contratos administrativos. A concessão patrocinada e a concessão administrativa, introduzidas

pela Lei das PPP´s, vêm se somar a duas das modalidades correlatas que já existiam: concessão tradicional e

terceirização.

Ressalte-se que uma PPP está essencialmente vinculada à prestação de serviço pelo parceiro privado.

Portanto, o simples fornecimento de uma infra-estrutura ou ativo (rodovia, ponte, presídio, hospital etc.) não

é caracterizável como PPP. Será necessário que o parceiro privado, além do fornecimento do ativo, promova

a sua operacionalidade.

No que tange às modalidades de PPP´s citadas, é importante ressaltar as diferenças que ocorrem entre elas.

A seguir, são apresentadas duas tabelas: diferenciação entre PPP patrocinada e concessão tradicional (tabela

1) e entre PPP administrativa e terceirização (tabela 2).

PPP Patrocinada Concessão Tradicional

Valor Mínimo de R$ 20 milhões Não estabelecido

Prazo Entre 5 (cinco) e 35 (trinta

e cinco) anos Não estabelecido

Fundo Garantidor Necessário Não aplicável

Contraprestação do Setor Público

Necessária Aplicável apenas em situações excepcionais

(art. 26 da Lei

Complementar 101/00)

Risco de Demanda Compartilhado entre

parceiro privado e público Assumido unicamente pelo

concessionário (art. 2º da Lei 8.987/95)

1.4.1.2.1 Tabela 1: Diferenciação entre PPP Patrocinada e Concessão Tradicional

Concessão – PPP

Administrativa Terceirização

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Valor Mínimo de R$ 20 milhões Não estabelecido.

Prazo Entre 5 (cinco) e 35 (trinta e

cinco) anos 5 (cinco) anos (Lei 8.666/93)

Fundo Garantidor Necessário Não aplicável

Contraprestação do Setor

Público Necessária Necessária

Risco de Demanda Compartilhado entre parceiro privado e público

Não aplicável

Tabela 2: Diferenciação entre PPP Administrativa e Terceirização

1.4.1.3 3 MODELOS DE PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

Há muitos modelos de parcerias entre entes públicos e privados, incluindo joint-ventures, parcerias

estratégicas, convênios, acordos e franquias . No Brasil, o modelo introdutório das PPP´s, no espírito da Lei

Federal 11.079/04, é o da garantia de juros, largamente utilizado no Segundo Reinado para alavancar a

construção de estradas de ferro. Nesse sentido, pode-se afirmar que “a PPP no Brasil é um novo nome para

um velho tema”.

Um dos pontos importantes de uma PPP é a questão da reversão de ativos ao poder concedente, ao final do

contrato de prestação de serviço público. Isso inclusive é também uma diferenciação clara entre a parceria

público-privada e a privatização. A tabela 3 apresenta situações básicas de concessões no que respeita à

constituição dos ativos e sua reversibilidade, tendo como divisores projetos greenfield e brownfield.

Ativo Greenfield Brownfield

Constituição Concessionário Ativos públicos

préexistentes Concessionário, no

período pós-outorga

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Reversão Reversão ao poder concedente ao final do

prazo de concessão, segundo

regras estabelecidas

no contrato.

Devolução ao poder concedente ao final do prazo de concessão, segundo

regras estabelecidas

no contrato.

Reversão ao poder concedente ao final do prazo de concessão, segundo

regras estabelecidas

no contrato.

1.4.1.3.1 Tabela 3: Constituição e reversão dos ativos

No que tange às PPP´s conceituadas na Lei Federal 11.079/04, as modalidades de parcerias mais comumente

empregadas são as seguintes:

• Modelo DBFOT - Projetar, Construir, Financiar, Operar e Transferir. O modelo envolve a

integração das quatro funções ao parceiro privado e, ao final do prazo de concessão, os ativos

são transferidos ao poder concedente. Neste modelo, o parceiro público especifica o serviço a ser ofertado e uma SPE irá incumbir-se da elaboração do projeto de engenharia, construção, financiamento, operação e transferência de ativos ao poder concedente. Neste modelo o risco

do projeto é compartilhado entre os parceiros público e privado;

• Modelo BFOT - Construir, Financiar, Operar e Transferir. Neste modelo o parceiro público, além

de especificar o serviço, irá desenvolver o respectivo projeto de engenharia, e, a partir daí, competirá ao parceiro privado financiar, construir e operar o serviço associado. Ao final do prazo

de concessão, os ativos da PPP retornarão ao poder público. Neste modelo o risco do projeto é do setor público.

Além desses modelos, convém que a Administração Municipal esteja aberta a qualquer outra nova variação

de modelo PPP, que venha a ser proposta pelo setor privado, obedecidos os preceitos legais aplicáveis.

1.4.1.4 4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS PARCERIAS

PÚBLICO-PRIVADAS - PPP

O objetivo geral das parceiras público-privadas é canalizar para os serviços públicos a habilidade gerencial e

os capitais privados, estruturando o relacionamento entre as partes, de forma a que o termo parceria

abranja partilha de riscos e de ganhos financeiros. Deste modo, para se trabalhar com sucesso com o setor

privado, setor público necessita clarificar os princípios e objetivos fundamentais por trás das parcerias.

A avaliação da experiência internacional tem demonstrado que as PPP´s são uma solução ganha para o setor

público, setor privado e sociedade, possuindo diversas vantagens a seguir mostradas.

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Para o setor público, a PPP permite a obtenção de um melhor uso do recurso público (value for money),

quando da oferta de serviços públicos, ao lhes conferir eficiência, eficácia e efetividade, particularmente

através das seguintes fontes:

• Inovação. A PPP permite a transferência da capacidade inovadora do setor privado para a área pública. Uma das maiores fontes de ganho a esse respeito advém do fato do Governo não necessitar de fornecer pormenores de como um ativo deva ser projetado e construído, mas sim

de estabelecer os condicionantes básicos de como o serviço público deverá ser ofertado pelo parceiro privado (modelo DBFOT);

• Otimização do custo e da vida útil. Num modelo DBFOT, o empreendedor estará numa ótima

posição para aprimorar técnicas de projeto e construção, que minimizem os custos de implantação e operação e aumentem a vida útil dos ativos, algo que dificilmente seria possível no esquema tradicional de gestão pública, em que as diversas fases do modelo antes citado são de responsabilidade de diferentes atores;

• Compartilhamento de infraestruturas. Existem vários casos em que facilidades governamentais

implementadas através de PPPs são compartilhadas com terceiros, minimizando gastos operacionais do parceiro público, num movimento impulsionado pela experiência do parceiro

privado em gestão de ativos;

• Divisão ótima de responsabilidades. No caso mais freqüente, o parceiro público define as condições de oferta de determinado serviço público, e o parceiro privado projeta, constrói e

opera os ativos para tal. Nessas circunstâncias, costuma ocorrer uma divisão de responsabilidades mais clara e consistente, já que cada um dos parceiros estará exercendo suas

atividades finalísticas.

Para o setor privado, a PPP representa um novo e amplo leque de oportunidades de negócios, muitas

delas restritas anteriormente à governança pública.

Para a sociedade, as PPP´s representam uma oportunidade de se desfrutar de serviços públicos mais

bem estruturados e coordenados, sobretudo pelo fato que indicadores de desempenho estarão

monitorando todo o processo de concessões.

Os aspectos negativos de projetos firmados sob a forma de PPP encontrados nas experiências internacionais estão relacionados sobremaneira ao mau uso da palavra “parceria”, que muitas vezes é confundida com uma “benesse” do setor público à iniciativa privada. Do mesmo modo das vantagens, são em seguida listadas as principais desvantagens das PPPs:

• Tempo de maturação. As PPP´s exigem modelagens, editais de licitação e arranjos comerciais privados complexos, que denotam prazos de implementação;

• Taxa de juro (custo de transação financeira) – TIR DO PROJETO. A PPP, como dito anteriormente, é um mecanismo de financiamento ao setor público. Diante dos riscos incorridos pelo projeto e

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pela freqüente inexistência de ativos pertencentes ao parceiro privado capazes de assegurar-lhe

garantias creditícias (modelo project finance), as taxas de juros incorridas pelo parceiro privado e

repassadas ao parceiro público costumam ser significativamente superiores às taxas que seriam cobradas ao setor público por bancos de fomento econômico;

• Conflito de interesses. Como as PPPs são arranjos complexos, que envolvem diversos

participantes, a busca de um consenso entre todos os envolvidos, necessitam de um cronograma bem estruturado de atividades e prazos;

• Ajuste contratual no tempo. Embora uma concessão tradicional também requeira ajuste

contratuais ao longo de muitos anos (as denominadas revisões qüinqüenais), uma concessão via PPP demanda muito mais deveres e obrigações das partes (sobretudo as pecuniárias) sendo seu ajuste temporal mais elaborado.

1.4.1.5

1.4.1.6 5 APLICAÇÕES DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

As primeiras aplicações do conceito mais estrito de PPP foram no Reino Unido, no início da década de 90

(séc. XX). Nesse país foi implantado um amplo programa de parcerias, que recebem o nome de public

finance initiative (PFI).

Equivalentes às concessões administrativas brasileiras, e de public-private partnership (PPP), quando se trata

de concessões patrocinadas. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), PPPs e PFIs correspondem at

ualmente por 15% do investimento público britânico.

Outros países que desenvolveram importantes programas de PPP são Austrália (em particular o Estado de Victoria) e Irlanda. Na União Européia, Finlândia, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, Portugal e Espanha são os de maior envolvimento. Complementam o panorama europeu de PPPs, República Tcheca, Hungria e Polônia. Canadá (província de Quebec) e Japão iniciaram movimentos concessionais nesse modelo. Na América Latina, o pioneirismo está a cargo de México e Chile. No Extremo Oriente, Coréia do Sul e Singapura registram alguns avanços, enquanto que no continente africano a liderança está com a África do Sul. INGLATERRA

A avaliação da experiência inglesa tem como base os projetos desenvolvidos sob um instrumento

denominado Iniciativa para o Investimento Privado (em inglês, PFI de Private Finance Initiative). Nessa

modalidade de associação público-privada, o setor público mantém a responsabilidade pela provisão de

parte dos serviços.

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O conceito de PFI foi introduzido no Reino Unido em 1992, com o propósito de aumentar os investimentos

em áreas sociais, como saúde. Esses objetivos se viram inicialmente frustrados por fatores como falta de

coordenação inicial e priorização insuficiente, com muitos projetos sendo tocados ao mesmo tempo e de

forma muito rápida. A correção de rumos incluiu a formação de uma força-tarefa do Tesouro para coordenar

os projetos, a definição de prioridades, a remoção de obstáculos técnicos e uma abordagem flexível que

permitiu que as PPPs admitissem outros modelos além do típico conceber, construir, financiar e operar.

Segundo informações obtidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto ao International Financial

Services de Londres, no período de pouco mais de 10 anos desde a introdução do instrumento, o governo

britânico assinou mais de 500 projetos de PFI, que ultrapassam os U$ 70 bilhões em investimento. Mais de

um terço do valor total dos contratos refere-se a investimentos na área de transportes, especialmente nos

serviços de recuperação e manutenção do Metrô de Londres, considerado a maior PPP do mundo. Também

significativos foram os investimentos na área de saúde, defesa, educação, trabalho e previdência, presídios e

meio ambiente.

Os contratos de PFI são regularmente avaliados e auditados pelo National Audit Office (NÃO), instituição

independente do Governo ligada ao Parlamento (o equivalente ao TCU no Brasil). Uma das principais

conclusões dessas avaliações é que as PFIs se mostraram superiores às formas convencionais de contrato no

que diz respeito ao prazo de conclusão do projeto, ao cumprimento do orçamento previsto e à relação preço-

qualidade dos serviços prestados.

Segundo o NAO, o aumento da relação preço-qualidade é atribuído a um conjunto de característicaschave dos

contratos de PPP, tais como:

a) a transferência para o setor privado dos riscos que ele está mais apto a administrar

(riscos operacionais, obsolescência tecnológica e outros);

b) remuneração do setor privado apenas contra a prestação do serviço claramente especificado (nenhum pagamento é feito durante a fase de construção);

c) o longo prazo de vigência dos contratos (tempo suficiente para a recuperação do

investimento);

d) a concorrência na licitação.

Apesar do sucesso obtido, o setor privado ainda se ressente de alguns aspectos das PPP´s, dentre os quais se

destacam os altos custos da licitação e a dificuldade que as empresas menores encontram para participar dos

contratos devido ao porte dos projetos, à falta de qualificação adequada e à falta de credibilidade no

mercado.

A experiência inglesa evidencia ainda que o marco das PPP´s precisa ser continuamente desenvolvido e

aperfeiçoado. Um exemplo são os mecanismos de solução de conflitos (arbitragem): mesmo estabelecidos

aprioristicamente, provam-se freqüentemente insuficientes diante dos conflitos reais.

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