13
7 R. Periodontia - Setembro 2008 - Volume 18 - Número 03 INTRODUÇÃO Fisiopatologia da Periodontite A periodontite é uma doença inflamatória crôni- ca caracterizada por infiltração de leucócitos, perda de tecido conjuntivo, reabsorção de osso alveolar e formação de bolsa periodontal. Neste processo, o papel da bactéria e a resposta do hospedeiro na periodontite foram reconhecidos há muito tempo. Juntos, estes dois fatores conduzem à liberação de mediadores inflamatórios e, finalmente, perda de osso alveolar (ASSUMA et al., 1998). Os processos inflamatórios e imunológicos se ins- talam nos tecidos orais para protegê-los contra a pre- sença, invasão e disseminação de microrganismos e seus produtos. Em alguns casos, essas reações de defesa do hospedeiro podem ser prejudiciais por se- rem, também, passíveis de danificar as células e es- truturas vizinhas do tecido conjuntivo. Ademais, as reações imunoinflamatórias, cuja extensão alcança os níveis mais profundos do tecido conjuntivo, indo além da base do sulco gengival, poderão envolver o osso alveolar nesse processo destrutivo. Dessa for- ma, tais processos “defensivos” podem, paradoxal- mente, responder pela maior parte da lesão tecidual observada na gengivite e na periodontite (MADIANOS et al., 2005). PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA FISIOPATOLOGIA DA PERIODONTITE – PAPEL DE MODULADORES FARMACOLÓGICOS Main inflammatory mediators involved in the physiopathology of periodontitis – role of pharmacological modulators Vilma Lima 1 , Mirna Marques Bezerra 2 , Renata Ferreira de Carvalho Leitão 3 , Gerly Anne de Castro Brito 4 , Francisco Airton Castro da Rocha 5 , Ronaldo de Albuquerque Ribeiro 6 RESUMO A periodontite é uma doença inflamatória caracteriza- da por infiltrado leucocitário, perda de tecidos de sustenta- ção, reabsorção do osso alveolar e formação de bolsas periodontais. A gravidade da doença está associada com os mecanismos de resposta do hospedeiro a fatores microbianos uma vez que componentes dessas bactérias são capazes de ativar as células de defesa do hospedeiro determinando a liberação de mediadores que estimulam o dano tecidual. Esses mediadores incluem uma variedade de moléculas tais como citocinas, especialmente IL-1β e TNF-α; prostaglandinas, como PGE 2 ; enzimas hidrolíticas, como as metaloproteinase de matriz (MMP) e o óxido nítrico (NO), um mediador importante que determina eventos de sinalização extra e intracelular, produzindo dentre outros efeitos biológicos, relaxamento da musculatura lisa, com a conseqüente vasodilatação e broncodilatação. Além disso, o NO atua em eventos inflamatórios afetando o metabo- lismo ósseo. Em conjunto, esses mediadores são respon- sáveis pela extensão e gravidade da doença. O objetivo dessa revisão foi discutir os principais mediadores inflama- tórios envolvidos na patogênese da doença periodontal e o papel de moduladores farmacológicos nesse processo, na perspectiva de contribuir para a compreensão dos fenô- menos associados com a lise óssea e a busca de tratamen- tos que possam alterar o curso evolutivo da doença periodontal. UNITERMOS: Recebimento: 31/10/07 - Correção: 04/03/08 - Aceite: 31/05/08 periodontite, citocinas, prostaglandinas, metaloproteinases, óxido nítrico. R Periodontia 2008; 18:07-19.

PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

7

R. Periodontia - Setembro 2008 - Volume 18 - Número 03

INTRODUÇÃO

Fisiopatologia da Periodontite

A periodontite é uma doença inflamatória crôni-ca caracterizada por infiltração de leucócitos, perda

de tecido conjuntivo, reabsorção de osso alveolar e

formação de bolsa periodontal. Neste processo, opapel da bactéria e a resposta do hospedeiro na

periodontite foram reconhecidos há muito tempo.

Juntos, estes dois fatores conduzem à liberação demediadores inflamatórios e, finalmente, perda de

osso alveolar (ASSUMA et al., 1998).

Os processos inflamatórios e imunológicos se ins-talam nos tecidos orais para protegê-los contra a pre-

sença, invasão e disseminação de microrganismos e

seus produtos. Em alguns casos, essas reações dedefesa do hospedeiro podem ser prejudiciais por se-

rem, também, passíveis de danificar as células e es-

truturas vizinhas do tecido conjuntivo. Ademais, asreações imunoinflamatórias, cuja extensão alcança

os níveis mais profundos do tecido conjuntivo, indo

além da base do sulco gengival, poderão envolver oosso alveolar nesse processo destrutivo. Dessa for-

ma, tais processos “defensivos” podem, paradoxal-

mente, responder pela maior parte da lesão tecidualobser vada na gengivite e na periodontite

(MADIANOS et al., 2005).

PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOSENVOLVIDOS NA FISIOPATOLOGIA DA PERIODONTITE –PAPEL DE MODULADORES FARMACOLÓGICOSMain inflammatory mediators involved in the physiopathology of periodontitis – role of

pharmacological modulators

Vilma Lima1, Mirna Marques Bezerra2, Renata Ferreira de Carvalho Leitão3, Gerly Anne de Castro Brito4, Francisco AirtonCastro da Rocha5, Ronaldo de Albuquerque Ribeiro6

RESUMOA periodontite é uma doença inflamatória caracteriza-

da por infiltrado leucocitário, perda de tecidos de sustenta-ção, reabsorção do osso alveolar e formação de bolsasperiodontais. A gravidade da doença está associada comos mecanismos de resposta do hospedeiro a fatoresmicrobianos uma vez que componentes dessas bactériassão capazes de ativar as células de defesa do hospedeirodeterminando a liberação de mediadores que estimulam odano tecidual. Esses mediadores incluem uma variedadede moléculas tais como citocinas, especialmente IL-1β eTNF-α; prostaglandinas, como PGE

2; enzimas hidrolíticas,

como as metaloproteinase de matriz (MMP) e o óxido nítrico(NO), um mediador importante que determina eventos desinalização extra e intracelular, produzindo dentre outrosefeitos biológicos, relaxamento da musculatura lisa, com aconseqüente vasodilatação e broncodilatação. Além disso,o NO atua em eventos inflamatórios afetando o metabo-lismo ósseo. Em conjunto, esses mediadores são respon-sáveis pela extensão e gravidade da doença. O objetivodessa revisão foi discutir os principais mediadores inflama-tórios envolvidos na patogênese da doença periodontal eo papel de moduladores farmacológicos nesse processo,na perspectiva de contribuir para a compreensão dos fenô-menos associados com a lise óssea e a busca de tratamen-tos que possam alterar o curso evolutivo da doençaperiodontal.

UNITERMOS:

Recebimento: 31/10/07 - Correção: 04/03/08 - Aceite: 31/05/08

periodontite, citocinas, prostaglandinas,metaloproteinases, óxido nítrico. R Periodontia 2008;18:07-19.

Page 2: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

8

Uma vez instalada a doença, diversos fatores podem,

eventualmente, interferir na progressão da inflamação, agra-vando-a. A extensão e a gravidade da lesão estão relaciona-

das com o nível de resistência do hospedeiro aos fatores

microbianos, pois bactérias e seus produtos são capazes deiniciar respostas locais do hospedeiro. Estas respostas envol-

vem geração de alguns mediadores inflamatórios como

citocinas e prostaglandinas; fatores de crescimento; elabo-ração de enzimas líticas; além do recrutamento de células

inflamatórias e ativação de osteoclastos, as quais formam a

base da destruição periodontal (WAHL et al., 1993;ALEXANDER et al., 1996; ASSUMA et al., 1998).

Metabolismo ósseo

O osso é um tecido que contém células vitais que pro-

duzem e respondem a vários estímulos externos e internos.

Assim como outros tecidos conjuntivos, depois de formado,é continuamente destruído e renovado por atividade celular,

em resposta a diversos fatores sistêmicos e locais e estresse

mecânico. Esse processo de remodelagem ocorre através deações coordenadas dos osteoclastos e dos osteoblastos que

agem em porções discretas do tecido. Os fatores que regu-

lam estes efeitos são gerados sistemicamente ou produzi-dos no local, tais como os metabólitos do ácido araquidônico,

os fatores de crescimento e as citocinas (MUNDY, 1991;

DIZIAK, 1993).Num estado fisiológico normal existe um acoplamento

entre reabsorção e formação relacionadas com a

remodelagem óssea. Entretanto, em várias doenças meta-bólicas que podem acometer os ossos ocorrem anormalida-

des nesta coordenação. Isso é comumente causado pelo

desequilíbrio entre os processos de reabsorção eneoformação óssea (MUNDY, 1991). Como por exemplo, nas

osteoporoses há um relativo excesso de destruição óssea,

comparada com sua respectiva formação. Nesse caso, o ossoé gradativamente perdido durante o avanço da idade ou após

o período da menopausa. Em algumas fases da doença, tal

alteração pode ser devida a um aumento absoluto nareabsorção e, em outras fases, a um decréscimo absoluto

na formação óssea (WACTAWSKI-WENDE et al., 1996).

Os mecanismos que afetam o balanço entre reabsorçãoe formação não são completamente compreendidos. No en-

tanto, há crescente evidência de que uma cascata complexa

de eventos relacionando fatores autócrinos e parácrinos dohospedeiro estejam envolvidos na regulação desse metabo-

lismo (MUNDY, 1991).

O primeiro evento celular da seqüência de remodelagemóssea consiste na formação e ativação dos osteoclastos. Os

osteoblastos, entretanto, exercem um papel regulatório em

apoio a essa atividade. O tecido que é removido é, subse-

qüentemente, reposto pela ação das células osteoblásticas,o que leva à formação de elementos da matriz orgânica e

sua eventual mineralização (DIZIAK, 1993).

Os eventos relacionados com a formação óssea inclu-em atração dos precursores de osteoblastos para o sítio do

defeito ósseo, a partir de um processo de quimiotaxia, e

estimulação da proliferação e maturação destes precurso-res, os quais são capazes de sintetizar as proteínas ósseas,

ou seja, colágeno tipo I, osteocalcina, osteopontina, fosfatase

alcalina, proteoglicanos e outros componentes estruturais.Além disso, ocorre também a síntese de fatores regulatórios

de crescimento, os quais são estocados dentro da matriz

óssea por curto período de tempo, quando então, acontecea mineralização dessa estrutura (MUNDY, 1991).

Quanto à destruição óssea, está claro que os

osteoclastos podem tornar-se ativados por mudanças nasuperfície mineral do osso. São formados a partir de precur-

sores hematopoiéticos da medula, os quais interagem com

os elementos formados do sangue, como linfócitos,monócitos e granulócitos. Após a maturação dos progeni-

tores, a fase de reabsorção óssea osteoclástica ocorre por

um período de dez dias (MUNDY, 1991).Nos últimos anos tem existido um aumento marcante

na compreensão sobre o papel das citocinas geradas no am-

biente ósseo. Estas citocinas podem ser geradas por célulasimunes, tais como os linfócitos e monócitos na cavidade me-

dular ou por outras células ósseas, particularmente as célu-

las da linhagem osteoblástica. Elas incluem as IL-1α e β, oTNF (TNF-α), a linfotoxina (TNF-β), a IL-6, o Fator de Indução

de Diferenciação, também chamado de Fator Inibitório de

leucemia, a 1,25 dihidroxivitamina D, o IFN-γ, o TGF-β e,ainda, o antagonista de receptor de IL-1, IL-1ra (MUNDY,

1991).

A PGE2 é o principal metabólito do ácido araquidônico e

pode ser produzida pela maioria das células. Possui efeito

significante sobre o metabolismo ósseo e seu possível papel

na reabsorção óssea estimulada por IL-1 tem sido extensiva-mente estudado com resultados conflitantes (TATAKIS, 1993).

Alguns estudos in vitro têm mostrado que a inibição da sín-

tese de PG não tem efeito sobre a atividade de reabsorçãoóssea mediada por IL-1 (THOMSON et al., 1986). Outros

achados in vitro sugerem que, embora as PGs contribuam

para o processo de reabsorção através do aumento do efei-to da IL-1, esta não requer PGs para seu efeito de reabsorção

(TATAKIS, 1993).

As PGs estão envolvidas no recrutamento de osteoclastosestimulados por IL-1, podendo afetar as células progenitoras

dos mesmos, além de promover sua diferenciação. De modo

Page 3: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

9

geral, as evidências sugerem que a IL-1 tem efeitos sobre a

reabsorção dependentes e independentes de PGs (TATAKIS,1993).

REVISÃO DA LITERATURA

Citocinas e periodontite

Diversos estudos apontam as citocinas como importan-tes mediadores associados à patogênese da periodontite.

Produtos bacterianos induzem a síntese de citocinas pró-in-

flamatórias, como interleucina-1 beta (IL-1β), interleucina-6(IL-6), interleucina-8 (IL-8) e fator de necrose tumoral (TNF)

principalmente por macrófagos (GARRINSON et al. 1988,

LINDEMANN et al. 1988, AGARWAL et al., 1995).Dentre as várias citocinas, destacam-se o TNF e a IL-1,

mediadores que podem potencialmente participar nesse pro-

cesso. Tais citocinas estimulam a reabsorção óssea direta-mente por induzir a proliferação de progenitores de

osteoclastos, e indiretamente por estimular a atividade de

reabsorção dos osteoclastos maduros (ASSUMA et al., 1998),e por aumentar a síntese de colagenases (McGEE et al.,

1998).

Tem sido demonstrado que o bloqueio de TNF-α ou deIL-1 contribui sobremaneira para a inibição de aproximada-

mente 80% do recrutamento de células inflamatórias e redu-

ção de 60% da perda óssea que ocorre na periodontite. Amagnitude dessa inibição deveria ser inesperada devido ao

papel primário atribuído às prostaglandinas nesse processo

durante muitos anos (ASSUMA et al., 1998). Contudo, sabe-se que o papel das citocinas é de suma importância para o

desencadeamento e perpetuação das periodontites.

Além das citocinas IL-1 e TNF, um papel relevante paraIL-6 tem sido sugerido na regulação da reabsorção mediada

por citocinas, visto que IL-6 aumenta a reabsorção óssea es-

timulada por IL-1 e por TNF (MUNDY, 1991). Kurihara et al.,(1990) demonstraram que IL-6 é capaz de estimular a for-

mação de osteoclastos a longo prazo em culturas de medu-

la humana, além da diferenciação de precursoresosteoclásticos em osteoclastos maduros, não apresentan-

do, porém, efeitos diretos em osteoclastos maduros (DZIAK,

1993). Da mesma forma, IL-1, TNF-α e TNF-β apresentamefeitos similares a IL-6 na estimulação da formação de célu-

las osteoclásticas (PFEILSCHIFTER et al., 1989). Isso implica

dizer que a IL-6 pode ser um importante alvo na modulaçãoda resposta osteoclástica observada na periodontite.

Adicionalmente, atenção especial vem sendo dada a IL-

10, uma citocina antiinflamatória, também conhecida porsuas propriedades imunossupressoras no controle da perda

óssea periodontal. A IL-10 pode ser produzida por linfócitos

T e B, monócitos e macrófagos ativados e tem sido implicada

na supressão da destruição tecidual (GOUTOUDI et al.,

2004). Sabe-se que agentes como as metilxantinas, a exem-

plo da pentoxifilina, apresentam além de suas propriedades

inibidoras de citocinas pró-inflamatórias, capacidade de au-mentar a síntese de IL-10. Vale salientar, que os níveis dessa

citocina podem ser críticos na regulação imune, controlan-

do o balanço entre as respostas inflamatórias inatas e asrespostas humorais adquiridas (YAMAZAKI et al., 2001). Dessa

forma, as citocinas podem participar da fisiopatologia das

periodontites desencadeamento e perpetuação de media-dores imunoinflamatórios.

Apesar da extensa literatura a esse respeito, falta ainda

uma definição exata do papel da imunoinflamação naperiodontite em respostas aos agentes patogênicos, especi-

almente por que a periodontite é mais facilmente estudada

retrospectivamente no homem e, ainda, marcadores clíni-cos confiáveis, utilizados para detectar a atividade da doen-

ça, não são avaliáveis na prática clínica (GRIFFITHS et al.,

1988). Nesse sentido, o uso de um modelo animal, no qualdeterminados parâmetros locais e sistêmicos possam ser es-

tudados prospectivamente são bastante interessantes

(KLAUSEN, 1991). Existem várias maneiras de se induzir do-ença periodontal em ratos, como, por exemplo, introduzin-

do experimentalmente bactérias específicas ou seus própri-

os produtos no sulco gengival (BAB et al., 1979; IJUHIN,1988). Outro modo de se induzir a periodontite nestes ani-

mais é através da inserção de fio de sutura, em torno do

colo de um dos dentes molares (LIMA et al., 2000; Bezerraet al., 2000). Assim, seja como corpo estranho ou como fa-

tor retentivo à microbiota oral, a presença do fio incita uma

resposta local que muito se assemelha à periodontite hu-mana (BEZERRA et al., 2000).

Nos últimos anos, foram realizados diversos estudos uti-

lizando um modelo animal onde a periodontite pode serinduzida, reproduzida e facilmente mensurável. Assim, utili-

zando fio de náilon em torno dos molares superiores de ra-

tos Wistar, a perda óssea alveolar é induzida de formasignificante com pico entre sete e onze dias (BEZERRA et al.,

2000; LIMA et al., 2000). Vale salientar que, sendo o náilon

um material que menos contribui para acúmulo microbiano,o fio utilizado especialmente em monofilamento deve atuar,

sobretudo, como um corpo estranho estimulando a respos-

ta local. Nesse aspecto, demonstrou-se também o quão in-teressante tem sido o uso de agentes farmacológicos en-

quanto moduladores da resposta inflamatória.

Diante do fato que a periodontite pode tanto contribuirpara alterações sistêmicas importantes, favorecendo o au-

mento do risco de doença cardiovascular (VETTORE, 2003),

Page 4: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

10

diabetes (PUCHER & STEWART, 2004) ou nascimento de be-

bês prematuros (OFFENBACHER, 1996), como também podesofrer influências de condições sistêmicas, parece interessante

verificar o efeito de determinados medicamentos utilizados

na prática clínica com objetivos terapêuticos diversos à abor-dagem periodontal.

Prostaglandinas e Periodontite

As prostaglandinas (PG) exercem várias funções nas rea-

ções inflamatórias, contribuindo principalmente nos fenô-

menos de aumento de permeabilidade vascular evasodilatação na microcirculação (MONCADA et al., 1973).

A formação das PG está sob o controle das isoenzimas

cicloxogenases 1 e 2 (COX-1 e COX-2). COX-1 é expressaconstitutivamente no estômago, rins, musculatura lisa

vascular e plaquetas, levando à formação de pequenas quan-

tidades de PG necessárias para a homeostase (SMITH et al.,1994). Por outro lado, a expressão de COX-2 pode ser

induzida em diferentes células (neutrófilos, monócitos,

macrófagos, células endoteliais) por estímulos inflamatórios(IL-1, TNF, LPS) contribuindo para produção de grandes quan-

tidades de PGs nos sítios inflamatórios (VANE & BOTING,

1995). Recentemente, foi descrita uma terceira isoenzimaciclooxigenase (COX-3) que compartilha características

catalíticas e estruturais tanto da COX-1 como da COX-2

(CHANDRASEKHARAN et al., 2002). Entretanto, mais estu-dos ainda são necessários para esclarecer o papel de COX-3,

caracterizando o padrão específico da expressão da COX-3

em condições fisiológicas e patológicas.Com base nessas observações foi sugerido que COX-2 é

o alvo relevante para os efeitos terapêuticos de fármacos

antiinflamatórios não esteroidais (AINES), enquanto a inibi-ção de COX-1 seria responsável pelos efeitos colaterais co-

muns dos AINES (ulcerações e hemorragia da mucosa gás-

trica, redução do fluxo sanguíneo renal e alterações na coa-gulação sanguínea (VANE & BOTING, 1996).

Embora a relação entre COX-1/COX-2 e efeitos colaterais

e terapêuticos dos AINES pareça elucidada é interessanteavaliar esses achados sob a luz de estudos animais que reve-

laram um papel protetor da COX-2 no estômago, rim, cora-

ção, vasos e sistema reprodutor (CORUZZI et al., 2004). Defato, recentemente foi demonstrada a associação entre agen-

tes seletivos para COX-2 (rofecoxib) e distúrbios

cardiovasculares graves (DAVIES & JAMALI, 2004). Com basenesses achados, é válido considerar que cada uma das

isoformas da COX parece exercer papéis importantes na fisi-

ologia celular, sendo também provável que ambas isoformasparticipem do processo inflamatório, cada uma sob circuns-

tâncias particulares.

As principais alterações inflamatórias observadas na

periodontite incluindo eritema gengival, edema e reabsorçãoóssea podem ser, pelo menos em parte, mediadas por ações

diretas das prostaglandinas, particularmente aquelas da sé-

rie E (PGE2) (OFFENBACHER et al., 1993; CHOI et al., 2005).

De fato, estudos sugerem que a concentração de PGE2 no

fluido gengival pode ser utilizada como um marcador da

periodontite (HEASMAN et al., 1998; CHOI et al., 2005). Foidemonstrado que pacientes com periodontite apresentam

elevados níveis de PGE2 no fluido gengival (OFFENBACHER

et al., 1986).As prostaglandinas possuem efeito significante sobre o

metabolismo ósseo e seu potencial papel na reabsorção ós-

sea através da atividade da IL-1 tem sido extensivamenteestudado (TATAKIS, 1993, RUWANPURA et al., 2004). Alguns

estudos in vitro têm demonstrado que a inibição da síntese

de prostaglandinas não possui efeito sobre a atividade dereabsorção óssea mediada por IL-1 (THOMSON et al., 1986).

Isto pode ser explicado por outros achados in vitro os quais

sugerem que embora as prostaglandinas possam contribuirpara o processo de reabsorção através do aumento do efei-

to da IL-1, ela não é essencial para a reabsorção via esta

citocina. De modo geral, as evidências sugerem que a IL-1tem efeitos sobre a reabsorção dependentes e independen-

tes de prostaglandinas (TATAKIS, 1993).

Vários estudos demonstram que a concentração de PGE2

no fluido gengival pode ser utilizada como um marcador clí-

nico e subclínico da periodontite tendo em vista a elevação

progressiva desse mediador a partir de gengivas saudáveisaté formas mais graves da doença periodontal

(OFFENBACHER et al. 1984, 1986,1989, 1993; HEASMAN

et al., 1998).Uma das maneiras de se inibir a síntese de

prostaglandinas é através da inibição da COX pelos AINES.

Esses agentes são usados como adjuvantes na terapiaperiodontal e alguns autores sugerem que a capacidade dos

AINES de reduzir a reabsorção óssea da periodontite se deve

à inibição de PGE2. Foi demonstrado que indometacina, um

clássico e potente antiinflamatório não esteroidal não-sele-

tivo, reduz a magnitude da periodontite (DIONNE &

BERTHOLD, 2001). De forma interessante, demonstrou-seque IL-1 induz a produção de PGE

2 em fibroblastos e outras

células do tecido conjuntivo, o que levaria à expressão e ati-

vação de genes para metaloproteinases (MMP). Se a produ-ção de PGE

2 é inibida não haveria efeitos sobre a expressão

dos genes das MMP. Este pode ser um mecanismo pelo qual

os AINES retardariam a degradação de osso e colágeno(WANG et al., 2005).

Embora a reabsorção óssea seja reduzida pelos AINES,

Page 5: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

11

sua abolição completa nem sempre é obser vada

(OFFENBACHER et al., 1992; PAQUETTE et al., 2000). Essaobservação está de acordo com as evidências que implicam

outros mediadores (IL-1, TNF-α) na periodontite e que tais

mediadores são freqüentemente dependentes da presençade PGE

2, o que sugere a atuação conjunta desses mediado-

res deve ser mais importante que a ação isolada de cada um

desses (PAGE, 1991; RUWANPURA et al., 2004).O principal objetivo da terapia periodontal é controlar a

lesão inflamatória de tal forma que a destruição progressiva

do periodonto possa ser interrompida ou, pelo menos, re-tardada. O bloqueio da resposta do hospedeiro juntamente

com o controle das bactérias periodontopatogênicas repre-

senta um conceito emergente no tratamento da periodontite.Tais estratégias terapêuticas têm sido empregadas a partir

da observação de que mediadores inflamatórios (IL-1, PGE2)

podem desempenhar importante papel na patogênese daperiodontite (PAGE, 1991; AIRILA-MANSSON et al., 2006).

Metaloproteinases e Periodontite

A perda progressiva dos constituintes da matriz levando

à perda óssea é uma etapa comum na patogênese de do-

enças ósseas inflamatórias como a periodontite (PRESHAWet al., 2004). Evidências crescentes sugerem que a ativação

de enzimas proteolíticas, incluindo uma família de enzimas

metal-dependentes chamadas metaloproteinases de matriz(MMP), é responsável pela destruição do colágeno durante

doenças inflamatórias (SORSA et al., 2004). Provavelmente,

um descompasso entre a ativação das MMP e a inibição deseus inibidores endógenos promove a destruição patológica

dos componentes da matriz extracelular (PAGE, 1991; SORSA

et al., 2004).A colagenase e outras MMP estão presentes nos teci-

dos e fluidos gengivais cronicamente inflamados, observan-

do-se após tratamento periodontal redução significativa daatividade colagenolítica no fluido gengival (MANCINI et al.,

1999; SORSA & GOLUB, 2005).

As MMP são produzidas por macrófagos, fibroblastos re-sidentes, queratinócitos e a enzima pré-formada está pre-

sente nos polimorfonucleares (PMNs) (MANCINI et al., 1999).

Essas células desempenham importante papel na destrui-ção tecidual periodontal. Progressos na elucidação da

fisiopatologia de doenças inflamatórias crônicas têm levado

a um novo conceito envolvendo a inibição das MMP comoalternativa terapêutica para o tratamento da periodontite

(SORSA et al., 2004; SORSA & GOLUB, 2005). A produção e

liberação das MMP são reguladas por citocinas tais comoTNF-α e IL-1β (NAITO & YOSHIKAWA, 2005). Estas citocinas

liberam MMP por um mecanismo dependente de PGE2.

Observou-se que baixos níveis de PGE2 são requeridos para

uma liberação ótima de MMP. Entretanto, a liberação de IL-1β e TNF-α, assim como a atividade dos genes das MMP

são suprimidas por altos níveis de PGE2. A análise deste últi-

mo mecanismo mostra que altos níveis de PGE2 parecem ter

um papel inibitório, controlando a degradação da matriz

extracelular que ocorre na periodontite. Essas respostas va-

riadas das células à PGE2 sugerem que esse mediador de-

sempenha ações supressoras e estimulatórias na progres-

são da periodontite (NAITO & YOSHIKAWA, 2005).

As tetraciclinas têm sido largamente usadas como tera-pia adjuvante nas periodontites (GOLUB et al., 2001;

PRESHAW et al., 2004). Embora inicialmente atribuída a suas

propriedades antimicrobianas, a eficácia clínica dastetraciclinas modificadas na periodontite parece se dever a

sua atividade antiinflamatória intrínseca, uma vez que bai-

xas doses (não antimicrobianas) de doxiciclina, umatetraciclina semi-sintética reduz a perda de inserção e a ativi-

dade excessiva de colagenase no fluido gengival de pacien-

tes com periodontite (THOMAS et al., 2000; CATON et al.,

2000; PRESHAW et al., 2004). Desta forma, a inibição da ati-

vidade das MMP seria então responsável pelos efeitos prote-

tores das tetraciclinas na periodontite. Ademais, estudos invivo e in vitro mostraram que as tetraciclinas modificadas dis-

poníveis comercialmente, como a doxiciclina, podem inibir a

atividade de colagenases por um mecanismo independentede sua eficácia antimicrobiana (SORSA & GOLUB, 2005).

Embora os mecanismos dessa inibição não sejam com-

preendidos, o bloqueio das MMP pelas tetraciclinas podeser relacionado à capacidade de ligação dessas drogas a íons

metálicos (Ca+2, Zn+2), uma vez que essas enzimas

(colagenase e gelatinase) requerem íons Zn+2 no seu sítioativo e íons Ca+2 para estabilizar a sua conformação

molecular. Além de suas propriedades anticolagenase, as

tetraciclinas são também potentes inibidores da funçãoosteoclástica e da reabsorção óssea (SORSA & GOLUB, 2005).

Óxido Nítrico e Periodontite

O óxido nítrico (NO) é um mensageiro molecular com

múltiplas funções biológicas produzido por diversos tipos de

células. Desempenha papel relevante em várias áreas, comona transmissão de estímulos nervosos, na fisiologia pulmo-

nar, na coagulação sanguínea, na defesa e imunidade, in-

cluindo a modulação de respostas inflamatórias (MONCADAet al., 1991). É formado a partir do aminoácido L-arginina

por um grupo de enzimas denominadas NO sintetases (NOS).

Três isoformas distintas de NOS foram identificadas: umaisoforma neuronal (NOSn), inicialmente isolada do cérebro

(BREDT et al., 1991; SESSA et al., 1992), uma endotelial

Page 6: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

12

(NOSe), isolada do endotélio (LAMAS et al., 1992) e uma

isoforma induzida (NOSi), isolada inicialmente de macrófagos.Ambas NOSe e NOSn são constitutivamente expressas em

seus leitos de origem e, por essa razão, são referidas como

enzimas NOS constitutivas (NOSc) (EVANS & RALSTON,1996).

A atividade das NOSc é dependente da concentração

citosólica de cálcio (Ca2+) que aumenta em decorrência devários estímulos fisiológicos, liberando NO em pequenas

quantidades (concentrações picomolares) (MONCADA et al.,

2001). A NOSi é regulada em nível transcripcional em res-posta a estímulos inflamatórios, como citocinas pró-inflama-

tórias, endotoxinas, hipóxia e estresse oxidativo, ao passo

que glicocorticóides, citocinas antiinflamatórias, comointerleucina-4 (IL-4), interleucina-10 (IL-10) e o fator de trans-

formação de crescimento (TGF-β) suprimem a produção de

NO (MONCADA et al., 1991; BOGDAN et al., 1994). A ati-vação da NOSi, independe da concentração do cálcio

intracelular, resulta na liberação de maior quantidade de NO

(concentrações nanomolares) por períodos mais longos(NATHAN & XIE, 1994). O NO produzido em altas concen-

trações atua como uma molécula citotóxica contra fungos,

bactérias, protozoários e células tumorais (MONCADA et al.,1991; WONG & BILLIAR, 1995). Por outro lado, essa libera-

ção de NO produz outras conseqüências biológicas, as quais

incluem vasodilatação e danos aos tecidos do hospedeiro,resultando em apoptose, lesão tecidual e dor (MONCADA

et al., 1991; BOGDAN et al., 1994; SZABÓ, 1996). Os

metabólitos ativos de NO, como nitrito, nitrato, nitrosaminase, principalmente, peroxinitrito, ânion citotóxico formado pela

reação do NO com o superóxido são responsáveis por mui-

tos dos efeitos tóxicos de NO, como inibição da respiraçãomitocondrial e danos a proteínas e DNA. Como resultado,

ocorrem alterações genéticas, perda da função protéica,

necrose e apoptose (WINK et al., 1998; L AL A &CHAKRABORTY, 2001, BEZERRA et al., 2004).

Os efeitos paradoxais do NO têm sido apontados em

várias pesquisas que envolvem essa molécula, em tecidos ecircunstâncias diversas, participando tanto das funções fisi-

ológicas normais, como da injúria tecidual. No metabolismo

ósseo, a produção constitutiva de pequenas quantidadesde NO por osteoblastos desempenha um importante papel

na regulação do crescimento dessas células, enquanto altas

concentrações de NO, produzidas pela NOSi, via ativaçãode citocinas, estão associadas à redução da formação ós-

sea, observada em algumas condições clínicas, como na

osteopenia inflamatória (PFEILSHIFTER et al., 1987). Resulta-dos semelhantes foram obtidos em estudos sobre a ativida-

de osteoclástica. Esses estudos sugerem que uma produção

basal de NO por osteoclastos, via NOSc, exerce uma ação

supressiva autócrina na atividade de reabsorção óssea des-sas células (KASTEM et al., 1994), e que a inibição desses

níveis basais pode ter um impacto dramático na perda óssea

localizada e na integridade de todo o osso (SUNYER et al.,1996). Por outro lado, grandes quantidades de NO podem

atuar como estimulador da reabsorção óssea, uma vez que

inibidores da NOS suprimiram a atividade de osteoclastosisolados e inibiram a reabsorção óssea estimulada por IL-1 e

TNF (RALSTON et al., 1995).

Na cavidade oral, acredita-se que quantidades de NOpresente nos tecidos periodontais e saliva façam parte dos

mecanismos naturais não específicos de defesa contra bac-

térias patogênicas, enquanto maiores concentrações de NOcontribuam para a destruição tecidual, inclusive periodontal

(UÐAR-CANKAL & OZMERIC, 2006).

Sabe-se que a doença periodontal possui um caráterimunoinflamatório associado a bactérias gram-negativas,

como Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia e

Aggregatibacter actinomycetemcomitans (SOCRANSKY &HAFFAJEE, 1992). Demonstrou-se maior produção de NO

por macrófagos de ratos, induzida por essas bactérias

periodontopatogênicas (BLIX et al., 1998; FROLOV et al.,

1998; SHAPIRA et al., 1998). O LPS dessas bactérias estaria

induzindo diretamente células residentes ou células imigran-

tes a expressar NOSi ou desencadeando uma resposta imu-ne com liberação de citocinas com, subseqüentemente, ex-

pressão de NOSi (PAGE, 1991; SEYMOUR et al., 1993). Des-

sa forma, as bactérias da cavidade oral e citocinas inflamató-rias induzem maior síntese de NO nos tecidos periodontais.

A conseqüência local da alta produção de NO não apenas

está envolvida com os mecanismos de defesa do hospedei-ro, mas também contribui para o dano tecidual, causando

destruição dos tecidos de sustentação do dente (LOHINAI

et al., 1998). É provável que componentes da parede de bac-térias gram-negativas mortas por NO ou pelo peroxinitrito

(ânion citotóxico formado pela reação do NO com o

superóxido) exerçam um feedback positivo na produção deNO. Da mesma forma, a produção de citocinas e outros

mediadores inflamatórios contribuem para uma amplifica-

ção local da resposta imune que é, em parte, responsávelpela destruição do periodonto durante a progressão da do-

ença periodontal (LOHINAI et al., 1998). Ainda demonstrou-

se a expressão e ativação de metaloproteinases (MMP) porNO, o que contribui para a destruição tecidual observada

na doença periodontal (BRENNAN et al., 2003).

Corroborando com os estudos citados, tem sido detec-tada maior expressão da NOSi em tecidos com doença

periodontal em relação a tecidos sadios na periodontite em

Page 7: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

13

humanos (LAPPIN et al., 2000; BATISTA et al.,2002; SKALERIC

et al., 2006;) ou em modelos com roedores (LOHINAI &SZABÓ, 1998; RODINI et al., 2008), assim como níveis maio-

res de L-arginina e L-citrulina, precursor e co-produto da sín-

tese de NO, respectivamente (MATEJKA et al., 1998). Umavez que a L-citrulina está relacionada à formação de NO,

quantidades elevadas de L-citrulina indicam aumento dos

níveis de NO nos tecidos periodontais. De fato, um estudorecente sugeriu que a excreção de NO na saliva pode ser

utilizado como um potencial marcador biológico no diag-

nóstico e monitoramento da doença periodontal crônica,uma vez que altos níveis de NO foram detectados na saliva

de portadores dessa doença (REHER et al., 2007).

Os efeitos do excesso de NO na mucosa gengival con-tribuem para o desenvolvimento dos sintomas mais freqüen-

tes da periodontite em humanos. Nesse caso, o rubor

gengival pode ser explicado pelo seu efeito vasodilatador; oinchaço gengival devido ao aumento da permeabilidade

vascular. Ademais, o sangramento à sondagem pode ser atri-

buído ao efeito inibitório do NO na agregação plaquetária.Além disso, a reabsorção óssea pode ser resultado do efeito

estimulatório de NO na atividade de osteoclastos

(HUKKANEN et al., 1995; LOHINAI et al., 1998), visto o NOter sido apontado como mediador adicional aos efeitos das

citocinas no metabolismo ósseo e o fato das citocinas serem

importantes reguladores da síntese de NO em vários tiposcelulares (MAcINTYRE et al., 1991; LOWIK et al., 1994;

RALSTON et al., 1996; EVANS & RALSTON, 1996). Nesse

contexto, vários estudos demonstraram o envolvimento deNO como mediador da reabsorção óssea em condições as-

sociadas à ativação de citocinas, como na artrite reumatóide,

osteoporose pós-menopausa (EVANS & RALSTON, 1996) eperiodontite (LAPPIN et al., 2000; KATO et al., 2001; LOHINAI

et al., 2001, LEITÃO et al., 2004, LEITÃO et al., 2005).

Todas essas evidências sugerem a participação do NOna resposta inflamatória da periodontite, porém, o modo de

ação desse radical livre ainda requer maiores investigações.

DISCUSSÃO

Mediadores inflamatórios, como citocinas,prostaglandinas e óxido nítrico, participam na fisiopatologia

da periodontite, o que torna bastante razoável considerar

sua relevância na amplificação e perpetuação do processo àluz de estudos que buscam avaliar a atividade desses medi-

adores inflamatórios no curso evolutivo da periodontite a

partir de modulações farmacológicas relevantes na práticaclínica,

A clorpromazina, um fármaco clinicamente utilizado

como um neuroléptico, tem demonstrado possuir também

a capacidade de reduzir diversas citocinas, radicais livres eoutros mediadores (KOMODA et al., 1985b). Um outro as-

pecto interessante desse fármaco consiste no seu potencial

em alterar o metabolismo ósseo, seja aumentando a perdaóssea (KOMODA et al., 1985b; KOMODA et al., 1988) ou

inibindo a reabsorção óssea, de uma maneira concentração-

dependente, sem afetar a sobrevivência dos osteoclastos,nem a das células tipo osteoblastos (HALL et al., 1996).

Considerando que muitos pacientes que fazem uso ro-

tineiro dessa classe de medicamento mostram um quadroinconclusivo sobre as alterações no seu metabolismo ósseo,

o estudo da clorpromazina na perda óssea periodontal foi

bastante pertinente, uma vez que também exibe importan-tes atividades antiinflamatórias. De fato, quando se utilizou

a clorpromazina no modelo de periodontite em ratos, obser-

vou-se redução significante da perda óssea alveolar induzidaem molares superiores de ratos durante 11 dias (LIMA et al.,

2000).

Devido à relativa inespecificidade da clorpromazina eminibir diferentes mediadores, foram utilizadas, a seguir, a

pentoxifilina, um inibidor de algumas citocinas pró-inflama-

tórias, como o TNF-α e a IL-1β, e a talidomida, como uminibidor seletivo do RNAm de TNF-α, nesse modelo de

reabsorção óssea.

A pentoxifilina, um agente hemorreológico importante,reduz o acúmulo de RNA

m de TNF-α através da inibição da

transcrição de seu gene (DOHERTY et al., 1991; SCHMIDT-

CHOUDHURY et al., 1996), além de inibir a fosfodiesterase,resultando em elevação dos níveis de AMP

c (YANG et al.,

1995). Tem sido mostrado que a pentoxifilina é capaz de

prevenir a osteoporose induzida experimentalmente e au-mentar a produção de AMPc e a recaptação de cálcio em

culturas de osteoblastos (ROBIN & AMBRUS, 1984). A

talidomida, adicionalmente aos seus efeitos hipnosedativo eimunossupressor, possui outras ações importantes. Inibe

seletivamente a produção de TNF-α (SAMPAIO et al., 1991),

através do aumento da degradação do RNAm desta citocina,

sem afetar a produção de IL-1β, IL-6 ou GM-CSF (SAMPAIO

et al., 1991). Assim, semelhante ao observado com a

clorpromazina, ambas pentoxifilina e talidomida foram ca-pazes de reduzir, de forma significante e dose-dependente,

a perda óssea e o processo inflamatório subjacente a

periodontite induzida, sugerindo fortemente a participaçãode citocinas nesse modelo animal (LIMA et al., 2004).

Apesar de não haver até o presente momento nenhum

estudo clínico prospectivo utilizando tais agentes em paci-entes com periodontite, seus efeitos são, no mínimo, consi-

deráveis, visto que estes agentes são utilizados em diversas

Page 8: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

14

patologias crônicas, como no tratamento de distúrbios psi-

quiátricos pela clorpromazina, nas alterações vasculares pelapentoxifiina, ou mesmo no tratamento do eritema nodoso

da lepra pela talidomida. Dessa maneira, é lícito considerar

que esses pacientes poderiam ser beneficiados indiretamen-te por tais agentes na prevenção da perda óssea periodontal,

e não o contrário pensado, não prescindindo, obviamente,

do controle local da doença.Com relação às prostaglandinas, demonstrou-se em mo-

delo de periodontite em ratos que a administração de

indometacina, um potente inibidor não seletivo das COXs,reduziu de forma dose-dependente a reabsorção óssea

alveolar. Na análise histopatológica observou-se ainda redu-

ção significante do infiltrado celular e do número deosteoclastos, associada com preservação do processo alveolar

e cemento (BEZERRA et al., 2000). Além disso, a indometacina

reduziu a neutrofilia e a linfomonocitose observadas nos ra-tos não tratados (BEZERRA et al., 2000). Neste mesmo estu-

do, no intuito de investigar o efeito de uma inibição prefe-

rencial de COX-2, grupos de animais foram tratados commeloxicam, pertence à primeira geração de Coxibs, sendo

considerado moderadamente seletivo para COX-2 (SPEKTOR

& FUSTER, 2005). Observou-se que o meloxicam foi tão efi-caz quanto indometacina na redução da perda óssea alveolar

e dos demais parâmetros inflamatórios. Considerando que

tem sido descrito que o meloxicam, quando utilizado emdoses até 2,47 mg/kg em ratos, age principalmente via inibi-

ção de COX-2 (PAIRET et al., 1998), sugere-se que seus efei-

tos sobre a reabsorção óssea possivelmente ocorreram viainibição de COX-2 (BEZERRA et al., 2000). Nesse caso, a ini-

bição da COX-2 seria a responsável não apenas pelos seus

efeitos no controle da perda óssea, mas também na redu-ção dos efeitos adversos gastrintestinais. Desse modo, quan-

do da análise da mucosa gástrica, verificou-se que os ani-

mais tratados com meloxicam não apresentaram alteraçõesmacroscópicas significativas, exceto raras petéquias isoladas

de mucosa no grupo que recebeu a maior dose (3 mg/kg),

enquanto que nos grupos que receberam indometacina (1ou 2 mg/kg) observaram-se lesões hemorrágicas graves (BE-

ZERRA et al., 2000).

Considerando que a produção e liberação dasmetaloproteinases de matriz (MMP) é regulada por citocinas

tais como TNF-α e IL-1β (NAITO & YOSHIKAWA, 2005) e que

estas estão implicadas na liberação das MMP por um meca-nismo dependente de PGE

2, buscou-se então esclarecer a

participação dessas enzimas na fisiopatologia da periodontite.

A observação de que tetraciclinas modificadas, como adoxiciclina, podem inibir a atividade de colagenases por um

mecanismo independente de sua eficácia antimicrobiana,

tem justificado estudos desse agente na periodontite expe-

rimental, especialmente doxiciclina pois parece ser a maispotente anti-colagenase das tetraciclinas disponíveis comer-

cialmente (BURNS et al., 1989). De fato, usando-se um mo-

delo de periodontite em ratos, observou-se que o tratamen-to com doxiciclina, nas doses de 2,5, 5 ou 10 mg/kg/d du-

rante 7 dias, reduziu, de forma significante, a perda óssea

alveolar neste modelo. A redução na perda óssea foi acom-panhada por redução no número de osteoclastos e preser-

vação do cemento (BEZERRA et al., 2002). Essa redução pode

ser devido a um efeito direto de doxiciclina sobre estas célu-las, promovendo apoptose destas células, como descrito

anteriormente (BETTANY et al., 2000). Outros dados da lite-

ratura sugerem que nessas doses, a doxiciclina não parecepossuir atividade antimicrobiana, uma vez que em um mo-

delo de periodontite infecciosa doxiciclina na dose de 5 mg/

kg/d reduziu a atividade de MMP gengival sem alterar amicrobiota da cavidade oral (GOLUB et al., 1994).

Clinicamente, administrações de 20 mg doxiciclina du-

rante 6 meses, estão relacionadas com a redução da gravi-dade de danos aos tecidos periodontais (CROUT et al., 1996;

CATON et al., 2001). Nessa dose, doxiciclina produziu níveis

sanguíneos máximos de 0,2-0,3 µg/ml. Nesse esquema nãose alterou a microbiota oral, nem se observaram efeitos

colaterais comumente observados com os antibióticos, como

surgimento de microorganismos resistentes (CROUT et al.,1996), possivelmente pelo fato de que os níveis sanguíneos

necessários para eficácia antibiótica de 1-3 µg/ml não foram

alcançados com a dose estabelecida. Corroborando aindaesses achados, estudos clínicos sobre periodontite mostram

que doxiciclina só apresenta plena eficácia antimicrobiana

quando administrada na dose de 100 mg/kg por dia, duran-te um período não inferior a 13 dias (MANDELL et al., 1986).

De fato, o uso de tetraciclinas quimicamente modificada,

como a CMT-8, desprovida de atividade antimicrobiana, temsido capaz de reduzir a perda óssea alveolar em modelo de

periodontite por endotoxina (LLAVANERAS et al., 2001). Foi

também demonstrado que doxiciclina aplicada localmente,onde se pode observar mínimos efeitos sistêmicos, apresen-

tou efeitos benéficos sobre a osteogênese em cães subme-

tidos à lesão óssea induzida mecanicamente (CHANG &YAMAD, 2000) e reduziu a produção de colagenase por

osteoblastos e osteoclastos após cirurgia dental (GREVSTAD

& BOE, 1995). Ratificando outros estudos, demonstrou-seque baixas doses de doxiciclina são capazes de reduzir a perda

óssea inflamatória e que esse efeito não está relacionado a

sua atividade antimicrobiana, evitando, desta forma, o riscodo surgimento de resistência bacteriana e minimizando os

efeitos colaterais gastrintestinais geralmente associados com

Page 9: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

15

a administração prolongada de doxiciclina (BEZERRA et al.,

2002).Um outro aspecto importante entre os mediadores en-

volvidos na fisopatogenia da peridodontite tem sido ainda a

expressão e ativação de MMPs por óxido nítrico. Tais even-tos contribuem para a destruição tecidual adicional obser-

vada na doença periodontal (BRENNAN et al., 2003). O NO

tem sido apontado como mediador adicional aos efeitos dascitocinas no metabolismo ósseo (MAcINTYRE et al., 1991;

LOWIK et al., 1994; RALSTON et al., 1995; EVANS &

RALSTON, 1996). Vários estudos demonstram oenvolvimento de NO como mediador da reabsorção óssea

em condições associadas à ativação de citocinas, como na

artrite reumatóide, osteoporose pós-menopausa (EVANS &RALSTON, 1996) e periodontite (LAPPIN et al., 2000; KATO

et al., 2001; LOHINAI et al., 2001, LEITÃO et al., 2004, LEI-

TÃO et al., 2005).Em corroboração a esses estudos, foi demonstrado que

o uso da aminoguanidina, assim como da

mercaptoetilguanidina, inibidores seletivos da NOSi, reduzi-ram significantemente a reabsorção óssea em modelo de

periodontite em ratos (LOHINAI et al., 1998; LEITÃO et

al.,2005). Essas observações em conjunto sugerem fortemen-te que citocinas, prostaglandinas e NO parecem desempe-

nhar um importante papel na fisiopatologia da periodontite,

portanto, passíveis de modulação farmacológica. Entretan-to os eventos moleculares que formam as bases desse

processo patológico destrutivo ainda carecem de maiores

estudos.

CONCLUSÃO

A periodontite é uma doença relacionada com o nível

de resistência do hospedeiro aos fatores locais. Estas res-

postas envolvem mediadores imunoinflamatórios comocitocinas, especialmente IL-1β e TNF-α, prostaglandinas, fa-

tores de crescimento, elaboração de enzimas líticas, recruta-

mento de células inflamatórias, ativação de osteoclastos e,mais recentemente, o óxido nítrico (NO), com repercussões

no metabolismo ósseo e que, em conjunto, formam a base

da destruição periodontal (Figura 1). Fármacos que modu-lem a resposta inflamatória podem, de forma racional, re-

presentar uma importante ferramenta no controle da

reabsorção óssea alveolar.

ABSTRACT

Periodontitis is an inflammatory disease characterized by

leukocyte infiltration, connective tissue loss, alveolar boneresorption and periodontal pocket formation. The disease

severity is associated with host resistance to microbial factors

since bacteria have the capacity to activate host defense cells,which in turn produce and release mediators that stimulate

connective tissue breakdown. These mediators are a wide

array of molecules including cytokines, especially IL-1β andTNF-α; prostaglandins, such as PGE

2; hydrolytic enzymes,

such matrix metalloproteinases (MMP) and nitric oxide (NO),

a key mediator which elicits both extra and intracellularsignaling events, producing among other effects relaxation

of smooth musculature, causing vase and broncodilation as

biological action. Furthermore, NO is considered to act duringinflammatory process affecting bone metabolism. Together,

those mediators determine the extent and duration of

degradative activity. The objective of this review was to discussthe main inflammatory mediators involved in periodontitis

pathogenesis and the role of pharmacological modulators

in severity disease making an effort to understand themechanism involved in bone destruction highlighting

treatments that may change the periodontal disease severity.

UNITERMS:

Figura 1: Desenho esquemático da reabsorção óssea alveolarFigura 1: Desenho esquemático da reabsorção óssea alveolarFigura 1: Desenho esquemático da reabsorção óssea alveolarFigura 1: Desenho esquemático da reabsorção óssea alveolarFigura 1: Desenho esquemático da reabsorção óssea alveolar..... Endotoxinas (LPS) sãoliberadas no periodonto e ativam macrófagos e linfócitos a sintetizarem mediadores químicos,como citocinas, prostaglandinas, metaloproteinases e óxido nítrico, dentre outros, os quais vãoativar osteoblastos e osteoclastos, cujo desbalanço resulta em reabsorção óssea.

periodontitis, cytokines, prostaglandins,metalloproteinases, nitric oxide.

Page 10: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Agarwal S, Piesco NP, Johns LP, Riccelli AE. Differential expression of IL-

1b, TNF-a, IL-6 and IL-8 in human monocytes in response to

lipopolysaccharides from different microbes. J Dent Res. 1995;74:1057-

65.

2. Airila-Mansson S, Söder B, Kari K, Meurman JH. Influence of

combinations of bacteria on the levels of prostaglandin E2, interleukin-

1beta, and granulocyte elastase in gingival crevicular fluid and on the

severity of periodontal disease. J Periodontol. 2006;77(6):1025-31.

3. Alexander DCC, Martin JC, King PJ, Poweel JR, Caves J, Cohen ME.

Interleukin-1 Beta, Prostaglandin E2, and Immunoglobulin G subclasses

in gingival crevicular fluid in patients undergoing periodontal therapy.

J Periodontol. 1996;67:755-62.

4. Assuma R, Oates T, Cochran D, Amar S, Graves DT. IL-1 and TNF

antagonists inhibit the inflammatory response and bone loss in

experimental periodontitis. J Immunol. 1998;160:403-9.

5. Bab IA, Sela MN, Ginsburg I, Dishon T. Inflammatory lesions and bone

resorption induced in the rat periodontium by application of lipoteichoic

acid of Streptococcus mutans. Inflammation. 1979;3:345-58.

6. Batista AC, Silva TA, Chun JH, Lara VS. Nitric oxide synthesis and severity

of human periodontal disease. Oral Dis. 2002;8(5):254-60.

7. Bettany JT, Peet NM, Wolowacz RG, Skerry TM, Grabowski PS.

Tetracyclines induce apoptosis in osteoclasts. Bone. 2000;27(1):75-80.

8. Bezerra MM, Brain SD, Greenacre S, Jerônimo SM, Melo LB, Keeble J,

Rocha FA. Reactive nitrogen species scavenging, rather than nitric oxide

inhibition, protects from articular cartilage damage in rat zymosan-

induced arthritis. Br J Pharmacol. 2004;141:172-82.

9. Bezerra MM, Brito GAC, Ribeiro, RA, Rocha FAC. Low-dose doxycycline

prevents inflammatory bone resorption in rats. Braz J Med Biol Res,

2002;35:613-6.

10. Bezerra MM, Lima V, Alencar VBM, Vieira IB, Brito GAC, Ribeiro RA,

Rocha FAC. Selective cyclooxygenase-2 inhibition prevents alveolar bone

loss in experimental periodontitis in rats. J Periodontol. 2000;71:1009-

14.

11. Blix IJ, Helgeland K. LPS from Actinobaccilus actinomycetemcomitans

and production of nitric oxide in murine macrophages J774. Eur J Oral

Sci. 1998;106:576-81.

12. Bogdan C, Vodovotz Y, Paik J, Xie Q, Nathan C. Mechanism of

supression of nitric oxide synthase expression by interlukin-4 in primary

mouse macrophages. J Leukocyte Biol.1994;55: 227-33.

13. Bredt DS, Hwang PM, Glatt CE, Lowenstein C, Reed RR, Snyder SH.

Cloned and expressed nitric oxide synthase structurally resembles

cytochrome P-450 reductase. Nature. 1991;351:714-18.

14. Brennan PA, Thomas GJ, Langdon JD. The role of nitric oxide in oral

diseases. Arch Oral Biol. 2003;48(2):93-100.

15. Burns FR, Stack MS, Gray RD, Paterson CA. Inhibition of purified

collagenase from alkali-burned rabbit corneas. Invest Ophthalmol Vis

Sci. 1989;30:1569-75.

16. Caton JG, Ciancio SG, Blieden TM, Bradshaw M, Crout RJ, Hefti AF,

Massaro JM, Polson AM, Thomas J, Walker C. Treatment with

subantimicrobial dose doxycycline improves the efficacy of scaling and

root planing in patients with adult periodontitis. J Periodontol. 2000;

71:521-32.

17. Caton JG, Ciancio SG, Blieden TM, Bradshaw M, Crout RJ, Hefti AF,

Massaro JM, Polson AM, Thomas J, Walker C. Subantimicrobial dose

doxycycline as an adjunct to scaling and root planing: post-treatment

effects. J Clin Periodontol. 2001;28:782-9.

18. Chandrasekharan NV, Dai H, Roos KLT, Evanson NK, Tomsik J, Elton

TS, Simmons DL. COX-3, a cyclooxygenase-1 variant inhibited by

acetaminophen and other analgesic/antipyretic drugs: cloning,

structure, and expression. Prod. Natl. Acad. Sci. USA.

2002;99(21):13926-31.

19. Chang CY, Yamada S. Evaluation of the regenerative effect of a 25%

doxycycline-loaded biodegradable membrane for guided tissue

regeneration. J Periodontol. 2000;71(7):1086-93.

20. Choi BK, Moon SY, Cha JH, Kim KW, Yoo YJ. Prostaglandin E(2) is a

main mediator in receptor activator of nuclear factor-kappaB ligand-

dependent osteoclastogenesis induced by Porphyromonas gingivalis,

Treponema denticola, and Treponema socranskii. J Periodontol.

2005;76(5):813-20.

21. Crout RJ, Lee HM, Schroeder K, Crout H, Ramamurthy NS, Wiener M,

Golub LM. The “cyclic” regimen of low-dose doxycycline for adult

periodontitis: a preliminary study. J Periodontol. 1996;67:506-14.

22. Davies NM, Jamali F. COX-2 selective inhibitors cardiac toxicity: getting

to the heart of the matter. J Pharm Pharmaceut Sci. 2004;7(3):332-6.

23. Dionne RA, Berthold CW. Therapeutic uses of non-steroidal anti-

inflammatory drugs in dentistry. Crit Rev Oral Biol Med. 2001;12(4):315-

30.

24. Doherty GM, Jensen JC, Alexander HR, Buresh CM, Norton JA.

Pentoxifylline suppression of tumor necrosis factor gene transcription.

Surgery. 1991:110: 192-8.

25. Dziak R. Biochemical and molecular mediators of bone metabolism. J

Periodontol. 1993;64:407-15.

26. Evans DE, Ralston SH. Nitric oxide and bone. J Bone Miner Res.

1996;11:300-5.

27. Frolov I, Houri-Hadad Y, Soskolne A, Shapira L. In vivo exposure to

Porphyromonas gingivalis up-regulates nitric oxide but supresses tumor

necrosis factor-a production by cultured macrophages. Immunology.

1998;93:323-8.

28. Golub LM, McNamara TF, Ryan ME, Kohut B, Blieden T, Payonk G,

Page 11: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

17

Sipos T, Baron HJ. Adjunctive treatment with subantimicrobial doses of

doxycycline: effects on gingival fluid collagenase activity and attachment

loss in adult periodontitis. J Clin Periodontol. 2001;28:146-56.

29. Golub LM, Wolff M, Roberts S, Lee HM, Leung M, Payonk GS. Treating

periodontal diseases by blocking tissue-destructive enzymes. J Amer

Dental Assoc. 1994;125:163–169.

30. Goutoudi P, Diza E, Arvanitidou M. Effect of periodontal therapy on

crevicular fluid interleukin-1beta and interleukin-10 levels in chronic

periodontitis. J Dent. 2004;32(7):511-20.

31. Grevstad HJ, Boe OE. Effect of doxycycline on surgically induced

osteoclast recruitment in the rat. Eur J Oral Sci. 1995;103:156-159

32. Griffiths GS, Wilton JMA, Curtis MA, Maiden MF, Gillett IR, Wilson DT,

Sterne JA, Johnson NW. Detection of a high-risk groups and individuals

for periodontal diseases. Clinical assessment of the periodontium. J

Clin Periodontol. 1988;15:403-10.

33. Hall TJ, Nyugen H, Schaeublin M, Michalsky M, Missbach M.

Phenothiazines are potent inhibitors of osteoclastic bone resorption.

Gen Pharmac. 1996;27(5):845-8.

34. Heasman PA, Lauffart BL, Preshaw PM. Crevicular fluid prostaglandin

E2 levels in periodontitis-resistant and periodontitis-susceptible adults.

J Clin Periodontol. 1998;25:1003-7.

35. Hukkanen I, Hughes FJ, Buttery LDK, Gross SS, Evans TJ, Seddon S,

Riveros-Moreno A, Macintyre I, Polak JM. Citokine-stimulated expression

of inducible nitric oxide synthase by mouse, rat, and human osteoblast-

like cells and its function role in osteoblast metabolic activity.

Endocrinology. 1995;136:5445-53.

36. Ijuhin N. Light and electron microscopic studies of experimentally-

induced pathologic changes in the rat periodontal tissue. Adv Dent

Res. 1988;2:209-14.

37. Kasten TP, Collin-Osdoby P, Patel N, Osdoby P, Krukowski M, Misko TP,

Settle SL, Currie MG, Nickols GA. Potentiation of osteoclast bone-

resorption activity by inhibition of nitric oxide synthase.Proc Natl Acad

Sci U S A. 1994;91(9):3569-73.

38. Kato C, Mikami M, Saito K. Nitric oxide production and iNOS mRNA

expression in mice induced by repeated stimulation with live

Fusobacterium nucleatum. Microbiol Immunol. 2001;45(1):69-78.

39. Kim SJ, Ha MS, Choi EY, Choi JI, Choi IS. Prevotella intermedia

lipopolysaccharide stimulates release of nitric oxide by inducing

expression of inducible nitric oxide synthase.J Periodontal Res.

2004;39(6):424-31.

40. Klausen B. Microbiological and immunological aspects of experimental

periodontal disease in rats: A review article. J Periodontol. 1991;62:59-

73.

41. Komoda T, Ikeda E, Nakatani Y, Sakagishi Y, Maeda N, Kato T,

Kumegawa M. Inhibitory effect of phenothiazine derivatives on bone

in vivo and ostoblastic cell in vitro. Bioch Pharmacol.

1985b;34(21):3885-9.

42. Komoda T, Nagata A, Kiyoki M, Miura M, Koyama I, Sakagishi Y,

Kumegawa M. Chlorpromazine alters bone metabolism of rats in vivo.

Calcif Tissue Int. 1988;42:58-62.

43. Lala PK, Chakraborty C. Role of nitric oxide in carcinogenesis and

tumour progression. Lancet Oncol. 2001;2(3):149-56.

44. Lamas S, Marsden PA, Li GK, Temps P, Michel T. Endothelial nitric oxide

syntase: Molecular cloning and characterisation of a distinct constitutive

enzyme isoform. Proc Natl Acad Sci USA. 1992;89:6348-52.

45. Lappin DF, Kjeldsen M, Sander L, Kinane DF. Inducible nitric oxide

synthase expression in periodontitis. J Periodontal Res. 2000;25:369-

73.

46. Leitão RFC, Ribeiro RA, Chaves HV, Rocha FAC, Lima V, Brito GAC.

Nitric oxide synthase inhibition prevents alveolar bone resorption in

experimental periodontitis in rats. J Periodontol. 2005;76(6):956-63.

47. Leitão RFC, Rocha FAC, Chaves HV, Lima V, Cunha FQ, Ribeiro RA,

Brito GAC. Locally applied isosorbid decreases bone resorption in

experimental periodontistis in rats. J Periodontol. 2004;75(9):1227-32.

48. Lima V, Bezerra MM, Alencar VBM, Vidal FDP, Rocha FAC, Brito GAC,

Ribeiro RA. Effects of chlorpromazine on alveolar bone loss in

experimental periondontal disease in rats. Eur J Oral Sci. 2000;108:123-

9.

49. Lima V, Vidal FDP, Rocha FAC, Brito GAC, Ribeiro RA. Effects of TNF-αinhibitors pentoxifylline and thalidomide on alveolar bone loss in short-

term experimental periodontal disease in rats. J Periodontol.

2004;75(1):156-62.

50. Lima V. Efeito de moduladores da produção de citocinas (clorpromazina,

pentoxifilina, talidomida e dexametasona) na doença experimental

induzida por corpo estranho em ratos. [Dissertação de Mestrado].

Fortaleza: Universidade Federal do Ceará; 150 p., 1999.

51. Lindemann RA, Economou JS, Rothermel H. Production of interleukin-

1 and tumor necrosis factor by human peripheral monocytes activated

by periodontal bacteria and extracted lipopolysaccharides. J Dent Res.

1988;67(8):1131-5.

52. Llavaneras A, Ramamurthy NS, Heikkila P, Tereonen O, Salo T, Rifkin

BR, Ryan ME, Golub LM, Sorsa T. A combination of a chemically modified

doxycycline and a bisphosphonate synergistically inhibits endotoxin-

induced periodontal breakdown in rats. J Periodontol. 2001;72:1069-

77.

53. Lohinai Z, Benedek P, Rosivall L, Fehér E, Gyorfi A, Fazekas Á, et al.

Protective effects of mercaptoethylguanidine, a selective inhibitor of

inducible nitric oxide synthase in ligature-induced periodontitis in the

rat. Br J Pharmacol. 1998;123:353-60.

54. Lohinai Z, Stachlewitz R, Virág L, Székely AD, Haskó G, Szabó C.

Evidence for reactive nitrogen species formation in the gingivomucosal

tissue. J Dent Res. 2001;80(2):470-5.

55. Lohinai Z, Szabó C. Role of nitric oxide in periodontal tissues in health

and disease. Med Sci Monit. 1998;4:1089-95.

Page 12: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

18

56. Lowik CWGM, Nibbering PH, Van Der Ruit M, Papapoulos SE. Inducible

production of nitric oxide in osteoblast-like cells and in fetal mouse

bone explants is associated with supression of osteoclastic bone

resorption. J Clin Invest. 1994;93:1465-72.

57. MacIntyre I, Zaidi M, Towhidul ASM, Datta HK, Moonga BS, Lidbury

PS, Hecker M, Vane JM. Osteoclast inhibition: An action of nitric oxide

not mediated by cyclic GMP. Proc Natl Acad Sci USA. 1991;88:2936-

40.

58. Madianos PN, Bobetsis YA, Kinane DF. Generation of inflammatory

stimuli: how bacteria set up inflammatory responses in the gingival. J

Clin Periodontol. 2005;32(6):57-71.

59. Mancini S, Romanelli R, Laschinger CA, Overall CM, Sodek J, McCulloch

CA. Assessment of a novel screening test for neutrophil collagenase

activity in the diagnosis of periodontal diseases. J Periodontol.

1999;70(11):1292-302.

60. Mandell RL, Tripodi LS, Savitt E, Goodson JM, Socransky SS. The effect

of treatment on Actinobacillus actinomycetemcomitans in localized

juvenile periodontitis. J Periodontol. 1986;57(2):94-9.

61. Matejka M, Partyka L, Ulm C, Solar P, Sinzinger H. Nitric oxide synthesis

is increased in periodontal disease. J Periodontal Res. 1998;33:517-8.

62. McGee JM, Tucci MA, Edmundson TP, Serio CL, Johnson RB. The

relationship between concentrations of proinflammatory citokines

within gingiva and the sulcular depth. J Periodontol. 1998;69:865-71.

63. Moncada S, Ferreira SH, Vane JR. Prostaglandins, aspirin-like drugs

and the oedema of inflammation. Nature. 1973;246(5430):217-9.

64. Moncada S, Palmer RMJ, Higgs EA. Nitric Oxide: physiology,

pathophysiology, and pharmacology. Pharmacol Rev. 1991;43(2):109-

34.

65. Mundy GR. Inflammatory mediators and the destruction of bone. J

Periodontal Res. 1991;26:213-7.

66. Naito Y, Yoshikawa T. Role of matrix metalloproteinases in inflammatory

bowel disease. Mol Aspects Med. 2005;26(4-5):379-90.

67. Nathan C, Xie QW. Nitric oxide synthases: roles, tolls, and controls.

Cell.1994;78(6):915-8.

68. Offenbacher S, Heasman PA, Collins JG. Modulation of Host PGE2

Secretion as a Determinant of Periodontal Disease Expression. J

Periodontol. 1993;64(5):432-44.

69. Offenbacher S, Odle BM, Braswell LD, Johnson HG, Hall CM, Mcclure

H. Changes in cyclooxygenase metabolites in experimental periodontitis

in Macaca mulatta. J Periodontal Res. 1989;24:63-74.

70. Offenbacher S, Odle BM, Gray RC, Van Dyke TE. Crevicular fluid

prostaglandin E levels as a mensure of periodontal status of adult and

juvenile periodontitis patients. J Periodontal Res. 1984;19:1-3.

71. Offenbacher S, Odle BM, Van Dyke TE. The use of crevicular fluid

prostaglandin E2 levels as a predictor of periodontal attachment loss. J

Periodontal Res. 1986;21:101-12.

72. Offenbacher SO. Periodontal infection as a possible risk factor for pré-

term low birthweight. J Periodontol. 1996;67:1103-9.

73. Page RC. The role of inflammatory mediators in the pathogenesis of

periodontal disease. J Periodontal Res. 1991;26:230-42.

74. Pairet M, Ryn J van, Schierok H, Mauz A, Trummlitz G, Engelhardt G.

Differential inhibition of cyclooxygenases 1 and 2 by meloxican and its

4'-isomer. Inflamm Res. 1998;47:270-6.

75. Paquette GR, Williams RC. Rapid chairside diagnostic test for

periodontitis: current status and critical assessment. J Periodontol.

1994;15:4-8.

76. Pfeilschifter J, Chenu C, Bird A, Mundy GR, Roodman GD. Interleukin-

1 and tumor necrosis factor stimulate the formation of human osteoclast

like cells in vitro. J Bone Miner Res. 1989;4:113-7.

77. Pfeilschifter J, Wuster C, Vogel M, Enderes B, Ziegler R, Minne HW.

Inflammation-mediated osteopenia (IMO) during acute inflammation

in rats is due to a transient inhibition of bone formation. Calcif Tissue

Int.1987;41(6):321-5.

78. Prabhu A, Michalowicz BS, Mathur A. Detection of Local and Systemic

Cytokines in Adult Periodontitis. J Periodontol. 1996;67:515-22.

79. Preshaw PM, Hefti AF, Novak MJ, Michalowicz BS, Pihlstrom BL, Schoor

R, Trummel CL, Dean J, van Dyke TE, Walker CB, Bradshaw MH.

Subantimicrobial dose doxycycline enhances the efficacy of scaling and

root planing in chronic periodontitis: a multicenter trial. J Periodontol

2004;75:1068-76.

80. Pucher J, Stewart J. Periodontal disease and diabetes mellitus. Curr

Diab Rep. 2004;4(1):46-50.

81. Ralston SH, Ho, LP, Helfrich MH, Grabowski PS, Johnston PW, Benjamin

N. Nitric oxide: a cytokine-induced regulator of bone resorption. J

Bone Miner Res. 1995;10(7):1040-9.

82. Reher VG, Zenóbio EG, Costa FO, Reher P, Soares RV. Nitric oxide

levels in saliva increase with severity of chronic periodontitis.J Oral Sci.

2008;49(4):271-6.

83. Robin JC, Ambrus JL. Study of antiosteoporotic agents in tissue culture.

J Med. 1984;15:319-22.

84. Rodini CO, Batista AC, Dionísio TJ, Santos CF, Cunha FQ, Lara VS.

Morphologic evaluation and expression of matrix metalloproteinases-

2 and 9 and nitric oxide during experimental periodontal disease in

rat.J Mol Histol. 2008;5; in press.

85. Ruwanpura SMPM, Noguchi K, Ishikawa I. Prostaglandin E2 Regulates

Interleukin-1b-induced Matrix Metalloproteinase-3 Production in

Human Gingival Fibroblasts. J Dent Res. 2004;83(3):260-5.

86. Sampaio EP, Sarno EN, Galilly R, Cohn ZA, Kaplan G. Thalidomide

selectively inhibits tumour necrosis factor a production by stimulated

human monocytes. J Exp Med. 1991;173: 699-703.

87. Schmidt-Choudhury A, Furuta GT, Lavigne JA, Galli SJ, Wershil BK.

The Regulation of Tumor Necrosis Factor-alpha Production in Murine

Page 13: PRINCIPAIS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS ENVOLVIDOS NA

R. Periodontia - 18(3):7-19

19

Endereço para correspondência:

Vilma Lima e Ronaldo A. Ribeiro

Rua Coronel Nunes de Melo, 1127 - Rodolfo Teófilo

CEP: 60420-270 – Fortaleza-Ceará.

Tel./Fax: (85) 3366-8333

E-mail: [email protected] e [email protected]

Mast Cells: Pentoxifylline or Dexamethasone Inhibits IgE-dependent

Production of TNF-alpha by Distinct Mechanisms. Cell Immunol.

1996;171(2):140-6.

88. Sessa WC, Harrison JK, Barber CM, Zeng D, Durieux ME, D’Angelo DD

et al. Molecular cloning and expression of a cDNA encoding endothelial

cell nitric oxide syntase. J Biol Chem. 1992;267:15274-6.

89. Shapira L, Champagne C, Van Dyke TE, Amar S. Strain-dependent

activation of monocytes and inflammatory macrophages by

lipopolysaccharide of Porphyromonas gingivalis. Infect Immun.

1998;66:2736-42.

90. Skaleric U, Gaspirc B, McCartney-Francis N, Masera A, Wahl SM.

Proinflammatory and antimicrobial nitric oxide in gingival fluid of

diabetic patients with periodontal disease.Infect Immun.

2006;74(12):7010-3.

91. Smith WL, Meade EA, and DeWitt D. Interactions of PGH synthase

isozymes-1 and -2 with NSAIDs. Ann NY Acad Sci. 1994;744:50-7.

92. Socransky SS, Haffajee AD. The bacterial etiology of destructive

periodontal disease: current concepts.J Periodontol. 1992;63(4):322-

31.

93. Sorsa T, Golub LM. Is the excessive inhibition of matrix

metalloproteinases (MMPs) by potent synthetic MMP inhibitors (MMPIs)

desirable in periodontitis and other inflammatory diseases? That is:

‘Leaky’ MMPIs vs excessively efficient drugs. Oral Diseases.

2005;11(6):408-9.

94. Sorsa T, Tja¨ derhane L, Salo T. Matrix metalloproteinases (MMPs) in

oral diseases. Oral Dis. 2004;10:311-8.

95. Spektor G, Fuster V. Drug Insight: cyclo-oxygenase 2 inhibitors and

cardiovascular risk—where are we now? Nat Clin Pract Cardiovascular

Med. 2005;2(6):290-300.

96. Sunyer T, Rothe L, Jiang X, Osdoby P, Collin-Osdoby P. Proinflammatory

agents, IL-8 and IL-10, upregulate inducible nitric oxide synthase

expression and nitric oxide production in avian osteoclast-like cells. J

Cell Biochem. 1996;60(4):469-83.

97. Szabó C. The role of peroxynitrite in the pathophysiology of shock,

inflammation and ischemia-reperfusion injury. Shock. 1996;6:79-88.

98. Tatakis DN. Interleukin-1 and bone metabolism: a review. J Periodontol.

1993;64:416-31.

99. Thomas J, Walker C, Bradshaw M. Long-term use of subantimicrobial

dose doxycycline does not lead to changes in antimicrobial susceptibility.

J Periodontol. 2000;71:1472-83.

100. Thomson BM, Saklatvala J, Chambers TJ. Osteoblasts mediate

interleukin-1 stimulation of bone resorption by rat osteoclasts. J Exp

Med. 1986;164:104-12.

101. Uðar-Cankal D, Ozmeric N. A multifaceted molecule, nitric oxide in

oral and periodontal diseases.Clin Chim Acta. 2006;366(1-2):90-100.

102. Vane JR, Boting RM. New insights into the mode of action of anti-

inflammatory drugs. Inflamm Res. 1995;44:1-10.

103. Vettore MV, Leão ATT, Silva AMM, Quintanilha RS, Lamarca GA. The

relationship between stress and anxiety with chronic periodontitis. J

Clin Periodontol. 2003;5(30):394-403.

104. Wactawski-Wende J, Grossi SG, Trevisan M, Genco RJ, Tezal M,

Dunford RG, Ho AW, Hausmann E, Hreshchyshyn MM. The role of

osteopenia in oral bone loss and periodontal disease. J Periodontol.

1996;67(10 Suppl):1076-84.

105. Wahl SM, Costa GL, Mizel DE, Allen JB, SkaleriC U, Mangan DF. Role

of transforming growth factor beta in the pathophysiology of chronic

inflammation. J Periodontol. 1993;64(5):407-15.

106. Wang X, Bi Z, Chu W, Wan Y. IL-1 receptor antagonist attenuates

MAP kinase/AP-1 activation and MMP1 expression in UVA-irradiated

human fibroblasts induced by culture medium from UVB-irradiated

human skin keratinocytes. Int J Mol Med. 2005;16(6):1117-24.

107. Wink DA, Vodovotz Y, Cook JA, Krishna MC, Kim S, Coffin D, Degraff

W, Deluca AM, Liebmann J, Mitchell JB. The role of nitric oxide chemistry

in cancer treatment. Biochemistry. 1998;63(7):802-9.

108. Wong JM, Billiar TR. Regulation and function of inducible nitric oxide

synthase during sepsis and acute inflammation. Adv Pharmacol.

1995;34:155-70.

109. Yamazaki K, Tabeta K, Nakajima T, Ohsawa Y, Ueki K, Itoh H, Yoshie

H. Interleukin-10 gene promoter polymorphism in Japanese patients

with adult and early-onset periodontitis. J Clin Periodontol.

2001;28:828-32.

110. Yang KD, Chuen H-L, Shaio M-F. Pentoxifylline augments but does

not antagonize TNF-a-mediated neuroblastoma cell differentiation:

modulation of calcium mobilization but not cAMP. Biochem Biophys

Res Comm. 1995;211(3):1006-14.