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PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO AMÉRICO PLÁ RODRIGUEZ

PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO - ltr.com.br · se trata de uma simples homenagem, mas sim que estamos perante o surgimento de uma obra que renova, desde a tradição, o sentido

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PRINCÍPIOS DEDIREITO DO TRABALHO

AMÉRICO PLÁ RODRIGUEZ

R

EDITORA LTDA.

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-001São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.brFevereiro, 2015

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: RLUXProjeto de capa: FÁBIO GIGLIO Impressão: PIMENTA GRÁFICA E EDITORA

Versão impressa (fac-similada) — LTr 5164.5 — ISBN: 978-85-361-3177-1Versão E-Book — LTr 8597.9 — ISBN: 978-85-361-8318-3

Todos os direitos reservados

Índice para catálogo sistemático:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

1. Direito do trabalho 34:331

Plá Rodriguez, Américo Princípios de direito do trabalho : fac-similada / Américo

Plá Rodriguez. — São Paulo : LTr, 2015.

Edição fac-similada

Bibliografia.

1. Direito do trabalho I. Título.

14-11790 CDU-34:331

Edições originais desta obra publicada pela LTr Editora 1978, 1993 e 2000.

Apresentação

O interesse pelas contribuições do professor uruguaio Américo Plá Rodriguez, ao Direito do Trabalho, não cessou nos últimos anos, apesar da interrupção da edição de sua obra mesmo antes de seu falecimento no in-verno de 2008, omissão que agora a LTr Editora repara com esta nova edição fac-similada do livro: “Os Princípios do Direito do Trabalho”, ícone em-blemático do trabalhismo ibero-americano de todos os tempos.

Trata-se de um verdadeiro clássico do pensamento social que tem exercido uma longa e fecunda influência na formação de juristas laboristas la-tino-americanos, que percebem, em “Os Princípios” uma síntese inapreciável do sentido pleno do Direito do Trabalho. O livro tem facilitado a compreensão e a aplicação — dois termos-chave — de uma disciplina jurídica singular, que possui pouco apego à dogmática formalista predominante nos âmbitos acadêmicos vernáculos.

A leitura da obra de Plá Rodriguez é um convite inteligente, informativo e profundo a provocar uma compreensão imediata do Direito do Trabalho: tal é o seu impacto que não há nada igual na literatura especializada em nosso idioma. Sua escrita tem o tom simples do professor e o mesmo dizer que conhecemos em suas aulas. A complexidade de uma disciplina, sempre colocada à prova por mudanças políticas, sociais e econômicas, encontra em “Os Princípios” uma formulação e uma semântica definitiva e rica em significados, sem declinar em barroquismos e expressões insubsistentes, próprios de quem acredita que dizer algo importante somente pode ser feito por meio de requintados jogos linguísticos.

O texto do Professor Plá Rodriguez possui um ar diáfano contendo as verdades derradeiras, distanciado de toda vaidade de intelectualismos mal-entendidos; e, também, a inflexão generosa que soube manter em sua vida e em sua constante preocupação de formar e reunir, rigorosa e pluralmente, todos aqueles que se inclinavam pelo cultivo de nossa disciplina. Paradigma desse desígnio foi o chamado “Grupo das Quartas Feiras” — o privilégio que tínhamos, um conjunto de colegas, quando nos chamava em sua residência para estudar e refletir sobre o Direito do Trabalho.

No entanto, se a compreensão que desencadeia estas páginas tem conformado uma cultura jurídica que hoje perdura e está afirmada em diversidade de enfoques e tendências, de quem fomos seus discípulos sob a comum diretiva do sentido protetor da normativa laboral, muito também se pode determinar sobre a relevância prática que “Os Princípios” tem:

uma dimensão pragmática da obra que é rara de ser encontrada com esta intensidade em outros aportes dogmáticos.

O elenco de princípios descobertos por Plá Rodriguez em 1978 — primeira edição da obra — e completados em sua última edição, de 2000, e hoje fac-similada, tem sido profusamente empregado pela jurisprudência laboral, a tal ponto que constitui uma espécie de Direito não escrito — o autor postulava que “Os Princípios” não devia se cristalizar em normas jurídicas — que funciona muito eficazmente como instrumento de aplicação em suas fases de interpretação e integração.

Justamente, a opção por não “normatizar” os princípios constitui uma das descobertas centrais do autor, porque a escolha de uma relação de princípios deveria derivar em uma rápida e inevitável consagração legal para assegurar definitivamente sua primazia no ordenamento jurídico.

Contudo, o autor vai contra a corrente dessa aparente verdade dos juristas: seu ponto de vista parece surpreendente quando menciona que os princípios normatizados perdem a fertilidade e se cristalizam, e dessa maneira devemos concluir que sua importância repousa no dinamismo próprio de uma noção que para ser onipresente no ordenamento não deve ficar reclusa em nenhum lugar.

Em última instância, o ensino do Direito do Trabalho que nos deixou Plá Rodriguez é assim: uma definitiva e irrenunciável inclinação humanista conjugada com uma (também) irrenunciável busca pelo diálogo para descobrir ainda a “parte de razão que podem ter as doutrinas errôneas”, como gostava de dizer.

A edição fac-similada de “Os Princípios” aproxima o leitor da síntese mais acabada do modelo clássico de estudo do Direito do Trabalho. Não se trata de uma simples homenagem, mas sim que estamos perante o surgimento de uma obra que renova, desde a tradição, o sentido protetor de nossa disciplina, e, por isso, era imprescindível contar com a possibilidade de revê-la.

Hugo Barretto GhioneProfessor Titular de Direito do Trabalho e de Seguridade Social Universidade da

República (Uruguai).

AMÉRICO PLÁ RODRIGUEZ

PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO

3! edição atualizada

Tradução e Revisão Ténica de

Wagner D. Giglio Advogado, Professor Associado

da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

SÃO PAULO

Tradução das Atualizações para esta edição de

Edi/son A/kmim Cunha

:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:

A Marta, com gratidão pelo estímulo e pela generosidade

na entrega das horas subtraidas a sua companhia.

ADVERTÊNCIA PARA A 3l! EDIÇÃO

Como esclarecemos na segunda edição, o texto original man­têm-se substancialmente o mesmo; as únicas modificações foram impostas pelas retificações introduzidas na legislação uruguaia­da qual se extraiu a maioria dos exemplos que ilustram argumen­tos expostos - ou sugeridas pela releitura dos diversos aspectos abordados neste livro.

Cumpre observar que, no período transcorrído desde a edi­ção anterior atê o momento presente, o tema continua cada vez mais atual, multiplicando-se os estudos doutrinários e as referên­cias jurisprudenciais nesta ampla temática, tendo, inclusive, en­trado numa zona polêmica que lhe dá maior significação.

Por isso, as modificações e incorporações que se encontra­rão nesta terceira edição são mais numerosas e extensas, embora tenhamos procurado manter, na medida do possíveL a estrutura primitiva do livro.

Confirma-se assim o caráter dinãmico e franco deste livro, já proclamado desde sua primeira edição. Da nossa parte, reitera­

mos o propósito de jamais dá-lo por definitivamente concluído.

ADVERTÊNCIA PARA A 2i! EDIÇÃO (*)

Esta segunda edição - publicada fora do país onde a obra foi escrita - assegura sua difusão internacional e aumenta a respon­sabilidade do autor perante um livro que, como se diz em suas últimas linhas, está aberto ao diálogo e enriquecimento perma­nentes.

Ela reproduz substancialmente a versão anterior, introduzin­do-lhe aquelas modificações impostas pelas reformas introduzi­das na legislação uruguaia - donde foram extraídos os exemplos que ilustram os raciocinios - e aqueles aditamentos decorrentes de novas leituras sobre os temas abordados.

Dado o dinamismo do Direito do Trabalho, assim como a vari­edade dos aspectos tratados, não é de estranhar que esta segunda edição, apesar de publicada menos de dois anos após a primeira, contenha múltiplas modificações.

Seja este esforço de atualização a agradecida resposta do autor ãs muitas manifestações de elogio e estímulo que recebeu por ocasião do aparecimento da primeira edição.

(0) Primeira edição em língua portuguesa - LTr.

ÍNDICE

INTKODUÇÃO

I. Afirmação comum ......................................................... 23

2. Diversidade de enfoques ............................................... 23

3. Importãncia do tema...................................................... 26

NOÇÕES GERAIS

4. Delimitação do tema.. ...... .............................................. 29

5. Princípios gerais de direito aplicáveis ao Direito do Traba-lho ............................................................................... 29

6. Especificações sobre os principios gerais de direito .......... 32

7. Princípios da ciência da legislação trabalhista................. 33

Teoria Geral

8. Plano ............................................................................ 34

9. Noção ........................................................................... 34

10. Descrição .............................. .................. .... .... .... .... .... 36

I I. Distinção de outras figuras........................................... 38

12. Funções .................... ...... ...... .................. ........... ... ...... 43

13. Desempenham uma função normativa? ......................... 45

14. Constituem fontes do direito? ............ .......... ................ 47

15. Importãncia ................................................................. 49

16. Classificação ............................................................... 51

17. Forma ......................................................................... 56

18. Formação.................................................................... 57

12 América Fiá Rodríguez

19. Enumeração................................................................ 61

20. Ambivalência ............ ................... ........... ............... ..... 62

21. Visão crítica dos principios .......... ......................... ....... 63

22. Aplicação ao direito coletivo.. .................. ...... ........ ...... 65

23. Os principios e a globalização econômica ............. ....... 70

I. O PRINCÍPIO DE PROTEÇÃO

24. Significado.................................................................. 83

25. Denominação.............................................................. 83

26. Fundamento................................................................ 85

27. Opiniôes divergentes ....... ...... ................. ...... ...... ......... 90

28. Divergências menores................................................. 98

29. Alcance....................................................................... 100

30. Risco de sua aplicação ............................. ...... .............. 100

31. Pertinência em todas as etapas do Direito do Trabalho.. 101

32. Consagração no direito positivo ................................... 103

33. Forma de recepção no direito positivo ...... ........ ............ 104

34. Sua incorporação ao direito uruguaio ........................... 105

35. Formas de aplicação.................................................... 106

a) Regra "in dubio, pro operaria"

36. Significado.................................................................. 107

37. Justificativa ................................................................. 108

38. Questionamento.......................................................... 108

39. Condições de sua aplicação.. .......... ............ ................. 110

40. Limitações .................................................................. 113

41. Formas de aplicação.................................................... 119

42. Recepção pelo direito positivo ..................................... 121

Princípios de Direito do Trabalho 13

b) Regra da norma mais favorável

43. Importãncia ................................................................. 123

44. Alcance....................................................................... 123

45. Limite......................................................................... 125

46. Aplicação desta regra .................................................. 126

47. Unidade de medida para a comparação: teoria do conjunto ou da acumulação........................................................ 128

c) Regra da condição mais benéfica

48. Significado .................................................................. 131

49. Alcance desta regra ..................................................... 133

50. Recepção pelo direito positivo ..................................... 135

51. Sua aplicação em casos de denúncia ou modificação de convenções coletivas................................................... 136

52. Conseqüências da aplicação desta regra....................... 137

53. Quais as condições mais benéficas que devem ser res-peitadas ...................................................................... 138

11. O PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE

54. Plano .......................................................................... 141

f'loção

55. Significado .................................................................. 141

56. Peculiaridade do Direito do Trabalho ............................ 143

Fundamento

57. Diversas formas de exposição.. .......... .............. ............ 144

58. Principio de indisponibilidade...................................... 145

59. Imperatividade das normas trabalhistas ........................ 148

60. Caráter de ordem pública ............................................. 152

61. Limitação à autonomia da vontade ................................ 157

62. Vício de consentimento presumido .............................. 160

63. Alcance preciso da irrenunciabilidade .......................... 164

14 América PIá Rodriguez

Problemas

64. Problemas emergentes................................................ 168

65. 1 Q problema: quais são as normas realmente irrenunciá­. ? vels .......................................................................... . 168

66. Exige-se a declaração no direito positivo? ............ ......... 171

67. 2 Q problema: os inconvenientes da irrenunciabilidade.... 173

68. 3 Q problema: variedades de renúncia ........................... 174

69. Renúncias unilaterais e bilaterais .......... ....................... 175

70. Renúncias sobre aspectos jurídicos e de fato.. ...... ........ 178

71. Renúncia expressa e tácita........................................... 178

72. Renúncia anterior e posterior ao nascimento do direito... 179

73. Renúncia durante e posterior ao contrato.......... ............ 181

74. Recibo por saldo ou quitação ....................................... 184

75. Renúncias efetuadas por meio de convenções coletivas... 188

76. 4 Q problema: efeitos da violação deste princípio.. ......... 190

77. 5 Q problema: proíbe-se a renúncia do empregador? ....... 193

78. 6 Q problema: quais são os direitos irrenunciáveis? ........ 194

Situações similares à renúncia

79. Situações similares à renúncia .............. ...... ...... ...... ..... 195

80. Renúncia ao emprego .................................................. 196

81. Negociação................. ............... ............. .................... 198

82. Conciliação ............. ......... ............. .......... ...... ........ ...... 200

83. Desistência ................................................................. 203

84. Novação...................................................................... 204

85. Princípio processual de congruência............................ 205

86. Prescrição e decadência.............................................. 206

87. Sua admissão no Direito do Trabalho ........ ...... ........ ...... 210

88. Fundamentos de sua aplicação no Direito do Trabalho.... 213

89. Características destes institutos no Direito do Trabalho... 215

Princípios de Direito do Trabalho 15

90. Evolução da prescrição no Direito do Trabalho uruguaio ... 217

91. Regime vigente............................................................ 222

92. Âmbito de aplicação .................................................... 222

93. Data inicial para cálculo dos prazos .................... .......... 223

94. Prazo de prescrição ..................................................... 223

95. Interrupção do prazo ........................ ............................ 223

96. Limitação das possíveis reclamações.. ......................... 226

97. Regime transitório excepcional .................................... 228

98. Constitucionalidade..................................................... 230

99. Quando a prescrição deve ser invocada ....................... 231

100. Possível modificação dos prazos.. .............................. 232

10 I. Naturezajurídica dos limites da prescrição................. 234

102. Tutela do trabalhador reclamante ............................... 236

103. Reflexão final............................................................. 237

111. O PRINCÍPIO DE CONTINUIDADE

Noção e alcance

104. Origem e fundamento................................................ 239

105. Denominação............................................................ 242

106. Significado................................................................ 243

107. Em favor do trabalhador ............................................. 244

108. Substantividade deste princípio.................................. 245

109. Perigo de imprecisão.. ...... ...... ............ .......... ............. 245

110.Alcance ..................................................................... 247

I!!) PreFerência pelos contratos de duração Ílldelinida

I I 1. Razões da preferência............................................... 248

I 12. Sua diferenciação dos contratos por toda a vida.......... 250

I 13. Conseqüências práticas. Presunção de duração indefi-

nida .......................................................................... 251

1 14. Conversão em contrato de duração indeterminada em caso de prorrogação .................................................. 252

16 América PIá Radriguez

115. Contrato de duração indeterminada ao término do perío-do de prova............................................................... 252

116. Sucessão de contratos de duração determinada.......... 253

1 17. Impossibilidade de converter um contrato de duração indeterminada em outro, de duração determinada....... 255

118. Outras conseqüências possíveis................................ 255

:JE) Amplitude para a admissão das transformações do contrato

119. Dinamismo do contrato de trabalho............................ 258

120. Diferenciação do jus variandi ..................................... 260

121. Prosseguimento do contrato, apesar das modificações.... 261

3!!) Viabilidade da manutenção do contrato. apesar dos inadimplementos e nulidades

122. Permanência, apesar da existência de cláusulas nulas.. 261

123. Permanência, apesar da existência de violações......... 263

4!2} Resistência em admitir a rescisão do cOlltrato exclusiva/nente pela vontade patrollal

124. A despedida como anomaliajurídica .......................... 26L~

125. Limitações trabalhistas impróprias.............................. 265

126. Estabilidade .............................................................. 266

127. Classificação da estabilidade...................................... 267

128. Estabilidade absoluta................................................. 267

129. Estabilidade própria ........ ........................................... 270

130. Ação de reintegração................................................. 270

131. Identificação com um contrato a prazo........................ 272

132. A obtenção da readmissão ......................................... 274

133. Estabilidade imprópria............................................... 276

134-. Regime vigente no Uruguai......................................... 277

Princípios de Direito do Trabalho 17

SE) Interpretação das interrupções dos contratos como simples suspensões

135. Significado ................................................................ 282

136. Enumeração das causas de suspensão.. ........ ............. 283

137. Obrigações que ficam em suspenso ........................... 290

138. Duração da suspensão.. ...... ..... ... ............................... 291

6 12) Prorrogação do contrato em casos de substituição do empregador

139. Possibilidade de novações subjetivas ......................... 292

140. Caráter intuitu personae em relação ao trabalhador..... 294

141. Casos excepcionais em que o contrato de trabalho é intllitll personae relativamente ao empregador............ 297

142. Tendência para a personalização da empresa .... ......... 297

143. Cessão do estabelecimento..... .................................. 300

144. O problema em nosso país ............ .... ..... ................... 301

145. A tese de De ferrari ................................................... 303

146. Refutação da mesma. Argumento do texto................... 304

147. Outras normas contemporãneas ................................. 306

148. A fundamentação da indenização por despedida......... 307

149. O respeito ao trabalhador ........................................... 310

150. Recusa da despedida técnica.. ...... ......... .................... 311

151 . Quando a transferência põe fim ao contrato................ 311

152. Casos especiais. Empresa concessionária substituída poroutra ................................................................... 313

153. Empresa privada adquirida pelo Estado ...................... 315

154. Empresa privada expropriada pelo Estado......... .......... 317

155. Empresa privada expropriada por um município .......... 318

156. Organismo paraestatal absorvido pelo Estado ............. 319

157. Pessoal de empresas particulares absorvido por outras em-presas ....................................................................... 320

/8 América Fiá Radriguez

158. Transferência de uma empresa para uma cooperativa for­mada por seu pessoal................................................ 323

159. Transferência de um órgão público para uma empresa de economia mista......................................................... 325

160. Problemas decorrentes da substituição de patrões ...... 329

161. Responsabilidade da nova empresa pelas dívidas traba­lhistas da empresa anterior........................................ 329

162. Problemas práticos para a integração do pessoal proce-dente de várias empresas.......................................... 334

163. Duplicação do pessoal de direção.............................. 334

164. Harmonização das hierarquias funcionais..... ...... ........ 335

165. Perspectivas das carreiras funcionais ...... .......... ... ...... 336

166. Desigualdade no nível de remuneração.. ...... .............. 337

166 bis. Perspectivas......................................................... 338

IV. O PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE

167. Noção....................................................................... 339

12) Denominação

168. Contrato-realidade..................................................... 339

169. Primazia da realidade................................................. 345

22) Significado

170. Diversas causas do desajuste entre a realidade e os do-cumentos .................................................................. 351

171. Aceitação geral dessa idéia........................................ 353

172. Princípio ou presunção ................................ ...... ........ 357

173. As estipulações contratuais carecem de valor? ........... 358

3 2) Fundamentação

174. Exigência da boa-fé.................................................... 359

175. Dignidade da atividade humana ........................ ..... ..... 360

176. Desigualdade das partes ............................................ 361

Princípios de Direito do Trabalho 19

177. Interpretação racional da vontade das partes .. ; ............ 362

178. Objeções .................................................................. 364

4!!} Alcance prático

179. Diversidade de aplicações ......................................... 366

180. Interessam as funções e não a denominação .............. 366

181. A condição de empregado depende dos fatos ............. 367

182. Primam os fatos sobre as qualificações ....................... 368

183. Natureza e não denominação da relação no caso do via-jante ......................................................................... 368

184. Empresa do ponto de vista trabalhista ........................ 368

185. Relação de trabalho................... ...... ..... ..... ..... .... ....... 370

186. Para a existência do contrato interessa a prestação do ser-viço, mesmo se faltar alguma formalidade .... ........... ..... 371

187. Intranscendência do aspecto documental ................... 371

188. Prevalecem os fatos sobre as denominações........... ... 372

189. Interessa o trabalho mais do que o acordo formal ....... 372

190. Verdade da vida ......................................................... 372

191. Aplicação ao caso dos viajantes ................. ........ ........ 373

192. Relação única apesar da multiplicidade de contratos suces-sivos ......................................................................... 373

193. Conglomerado econômico ......................................... 374

194. Irrelevãncia da designação formal quando os serviços foram prestados......................................................... 376

195. Pluralidade de contratos ..................................... , .... ... 376

196. Continuação dos serviços apôs a despedida ............... 377

197. Ausência de valor de uma renúncia contida em um recibo ....................................................................... 378

198. Critério de apreciação da prova................ ..... .... .... ..... 378

199. Viajantes........ ...... ................... ........ ..... ..... ..... .... .... ... 378

200. Primazia da relação de trabalho .................................. 379

20 Américo FIá Rodriguez

201. Continuidade desta posição jurisprudencial................ 379

202. Amplitude internacional do reconhecimento e aplicação deste princípio................. ..................... .................... 382

V. O PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE

203. Caráter de novidade................................................... 391

204. Denominação ............................. " .. "" ....................... 391

205. Noção....................................................................... 392

206. Aplicação no direito constitucional............................. 394

207. Aplicação no direito penal.......................................... 397

208. Aplicação no direito processual.................................. 398

209. Aplicação no direito civil ............................................ 400

210. Características. Elasticidade ....................................... 400

21 1. Certa dose de subjetividade....................................... 401

212. Aplicação no Direito do Trabalho. Sinal de verossimi-lhança ....................................................................... 402

213. Limitação de certas faculdades................................... 403

214. Exemplos práticos de aplicação. Contratação mediata ..... 404

215. Terceirização............................................................. 408

216. Contratação autônoma............................................... 409

217. Exercício do jus variandi............................................ 410

218. Poder disciplinar........................................................ 411 219. Apreciação da notôria má conduta .............................. 411 220. Aplicação da jurisprudência uruguaia ......................... 412

VI. O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

221 . Plano ........................................................................ 415

12) O princípio do rendimento

222. Noção ....................................................................... 415

PrinCÍpios de Direito do Trabalho 21

223. Conseqüências.......................................................... 417

224. Impugnação ............................................................... 418

2!!) O princípio da boa·fé

225. Importância............................................................... 420

226. Aplicação no Direito do Trabalho ................................ 421

227. Objeções .................................................................. 423

228. Conceito da boa-fé ..................................................... 425

229. Abrange ambas as partes ........................................... 426

230. Abrange todas as obrigações contratuais .................... 428

231. Compatibilidade com formas de trabalho irregular....... 431

232. O princípio da boa-fé najurisprudéncia ....................... 433

VD. OUTROS PRINCÍPIOS

233. Proposta de outros princípios..................................... 435

Princípio de alienidade dos riscos

234. Origem...................................................................... 435

235. Opinião diferente....................................................... 437

Princípio de igualdade

236. Avaliação .................................................................. 440

237. Caráter concreto do Direito do Trabalho ...................... 440

238. Relativismo da igualdade........................................... 442

Princípio de não discriminação

239. Princípio de não discriminação ................................... 445

240. A não discriminação e a integração regional................ 445

24 I. Ratificação das convenções antidiscriminatórias pelos países do MERCOSUL ................................................. 447

242. Abrangência do princípio ........................................... 449

243. A posição do Uruguai ................................................. 450

244. Parágrafo final ............................................................ 453

INTRODUÇÃO

J. Afirmação comum

Quando se afirma a autonomia do Direito do Trabalho, sus­tenta-se geralmente que este tem princípios diferentes dos que inspiram outros ramos do direito.

Corretamente Alfredo Rocco exige três condições para que uma disciplina jurídica tenha autonomia: que possua um domínio suficientemente vasto, que possua doutrinas homogêneas presi­didas por conceitos gerais comuns, distintos dos de outros ramos do direito, e que possua mêtodo próprio!!).

Todos os juslaboralistas concordam em afirmar que o Direito do Trabalho preenche esses três requisitos, o que importa em reconhecer que nossa disciplina possui uma sêrie de principios peculiares.

Servimo-nos desta mesma afirmação para criticar a denomi­nação que foi dada à nossa matêria e que empregava a palavra "legislação". Entendia-se que o uso desse substantivo, qualquer que fosse o qualificativo que o acompanhasse, tornava-se inade­quado, pois juntamente com normas de índole diversa há um cor­po de doutrina com princípios comuns que lhe dão maior conteú­do e profundidade.

2. Diversidade de enfoques

Mas, ainda que todos os especialistas sejam unânimes em afirmar a existência de princípios próprios do Direito do Trabalho, são muito poucos os que se preocupam em expô-los e em estudar os problemas que com eles se relacionam(2).

(I) Alfredo Rocco : "Principios de Derecho Mercantil", trad. espanhola, Ma­dri, 1931. pág. 67. (2) Talvez a doutrina espanhola constitua uma exceção, pois, seguindo Pérez l3otija, dedicou atenção ao estudo dos princípios, lJayón Chacón assinalou justa-

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A maioria dos tratadistas ou não cuida do tema, ou o enfrenta de modos tão diferentes que parecem não se referir à mesma rea­lidade. Alguns utilizam a expressão "princípios" para denominar todo o curso de nossa disciplina(3

) ou parte dela(4). Outros os enca-

ram como simples critérios interpretativos, quando abordam o estudo da interpretação das normas trabalhistas(5

). Entre os dois extremos, há toda uma vasta e diversificada gama, quanto à impor­tãncia, à extensão ou ao alcance do tema. Existe até quem utilize a denominação de "princípios" para referir-se aos benefícios mais essenciais e gerais que o Direito do Trabalho deve assegurar, nos respectivos países(6

).

mente a importância que, na elaboraçâo doutrinária daquele autor, teve sua doutrina principiológica, que foi sendo aperfeiçoada através das sucessivas edições do "Curso de Direito do Trabalho", até chegar à sexta, em 1960. Assim, Pérez Botija trata de configurar o Direito do Trabalho através de uma série de principios inspiradores que delineiam sua estrutura e sua aplicação, ressaltando que "o valor e a novidade de sua sistematização foi expressa­mente reconhecido, não apenas na Espanha, mas também pela doutrina estrangeira (Ardau Mazzoni, etc.)" ("Estudios en Memoria dei Professor Euge­nio Pérez Botija', Madri, 1970, pág. 10). (3) Oiuseppe La Loggia : "Principi dei Diritto dei Lavoro", Milão, 1940. Cum­pre ressaltar que uma atualização posterior de seu livro recebeu outra deno­minação, mais adequada: "Lineamento di Diritto dei Lavoro", Pádua, 1954. (4) José Pérez LeiJero : "Teoria General dei Derecho Espanol dei Trabajo", Madri, 1948. A obra está dividida em trés partes: l) Noções preliminares. 11) Principios fundamentais. 111) Pressupostos doutrinários. Na segunda parte (Principios fundamentais) estuda-se o intervencionismo estatal no direito espanhol do trabalho; a jurisdição própria nos setores administrativo e judi­cial; o caráter tutelar da legislação trabalhista; a condição mais favorável; a irrenunciabilidade dos direitos subjetivos trabalhistas; a responsabilidade no contrato de trabalho; a honra profissional do trabalho; a continuidade do trabalho; o salário justo; a participação nos lucros; a participação na gestão social da empresa e a unidade da empresa. (5) Poderiam ser citados múltiplos exemplos. Para citar apenas um, bastante representativo, mencionaremos a exposição do Prof. Mariano R. Tissenbaum inserta no "Tratado de Derecho dei Trabajo", dirigido por Deveali. Sua cola­boração, intitulada "La Constitucionalización y Codificación dei Derecho dei Trabajo. Sus Fuentes e Interpretación", inclui um Título 111 sobre a interpre­tação das leis trabalhistas, no qual expõe diversos principios rotulados "Prin­cipios Propios de Interpretación en el Derecho dei Trabajo" (t. I, pág. 392). (6) Recentemente difundiu-se na América Latina a Declaração dos Principios Fundamentais do Direito do Trabalho e da Segurança Social aprovada em Querétaro a 26.9.74 pelo V Congresso Ibero-Americano de Derecho dei Tra­bajo y de la Seguridad Social. realizado no México. Na verdade, reúne uma tentativa de formulação continental do que chamaremos principios politicos (veja-se infra n. 16).

Princípios de Direito do Trabalho 25

Um exemplo recente da variedade de sentidos com que se usa a palavra "princípio" é a "Declaração da OIT relativa aos princípios e direitos fundamentais no trabalho e seu seguimento", aprovada na 86ª Reunião da Conferêncía Intemacíonal do Trabalho, realizada em Gene­bra, emjunho de 1998. Nela algumas vezes se utilizam ambas as ex­pressões (princípios e direitos fundamentais) como sinônimas; outras vezes como "princípios relativos aos direitos fundamentais" (6 biS,.

Semelhante diversificação se encontra quando se passa a exa­minar a enumeração dos princípios. Há pouco dizia eu que entre 14 autores que abordavam alguma enumeração de princípios(7), havia podido contar 25 princípios diferentes, embora alguns rece­bessem várias denominações distintas. O mais curioso é que ne­nhum autor aceita mais de seis ou sete, havendo alguns que sô admitem dois ou três. Isto revela que, às vezes, se englobam vári­os em um sôo Outras vezes se desdobra um em vários princípios diferentes. Alguns negam os que outros enumeraram. Outros se defrontam com concepções absolutamente diversas.

Esta situação não é exclusiva do Direito do Trabalho, porquanto se dá em todo direito, como o disse Rípert: "os juristas falam, em geral, dos princípios jurídicos como de uma noção bem conheci­da, mas não se dão o trabalho de analisá-los"(BI. De todos os mo­dos, o certo é que, em matéria trabalhista, não se tem dado ao tema a atenção que lhe seria devida, por constituir a determinação dos princípios básicos um dos aspectos mais transcendentes do Direito do Trabalho(91.

(6 bis) Nessa Declaração mencionam-se quatro principios relativos aos direi­tos fundamentais: a) a liberdade de associação e a liberdade sindical e o reconhecimento efeti­vo do direito de negociação coletiva; b) a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório; c) a abolição efetiva do trabalho infantil; d) a eliminação da discriminação em matéria a de emprego e ocupação. Além da imprecisão terminológia, trata-se de principios políticos segundo a classificação que faremos (infra n.16) com dúvida parcial referente ao último. (7) Conferéncia pronunciada nas Jornadas Latino-Americanas de Direito do Trabalho realizadas em Blumenau (Brasil), em abril de 1973. Depois dessa data, continuamos a encontrar outros autores que enumeram princípios, o que nos tem levado a ampliar mais ainda o número de principios menciona­dos. Não continuamos a contabilização, mas estamos certos de que o núme­ro global aumentou em várias dezenas. (8) Oeorges Ripert : "Les Forces Criatives du Droit" (LGDJ), Paris, 1955, n. 132. (9) Cf. L. lYagy em sua intervenção sobre "Les principes fondamentaux du droit du travail", na Conferéncia Internacional de Direito do Trabalho, realiza-

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3. Importância do tema

Consideramos importante o tema, não apenas pela função fundamental que os princípios sempre exercem em toda discipli­na, mas também porque, dada sua permanente evolução e apare­cimento recente, o Direito do Trabalho necessita apoiar-se em prin­cípios que supram a estrutura conceitual, assentada em séculos de vigência e experiência possuídas por outros ramos j urídicos(l O).

Por outro lado, seu caráter fragmentário e sua tendência para o concreto conduzem à proliferação de normas em contínuo proces­so de modificação e aperfeiçoamento. Por isso se diz que o Direi­to do Trabalho é um direito em constante formação. Compreende­se então que o que Crelella Júnior (11) chama de principiologia

da em Varsóvia, em setembro de 1981 ("Bulletin de Droit Comparé du Travail et de la Sécurité Social", COMPTRASEC, Bordéus, 1982/2, pág. 70). (10) Alberto Ramón Real. em seu estudo sobre "Os princípios gerais do direito em nossa Constituição", sustenta que em direito administrativo é mais co­mum que em direito privado a necessidade de recorrer aos principios, resu­mindo seu pensamento no seguinte parágrafo, que é perfeitamente aplicável ao Direito do Trabalho: "Disciplina em permanente evolução e de data relativamente recente, esta última teve de elaborar em grande parte suas soluções racíonais sem o auxi­lio de uma estrutura conceitual sistematizada em códigos decantados atra­vés de mílénios de experiéncia, como acontece com o direito privado" ("Estado de Derecho y Humanismo Personalista", FCU, Montevidéu, 1974, pág. 10). Roberto García Martínez tem argumento semelhante ao se referir à selva le­gislativa que forma a legislação trabalhista. Essa legislação, em muitos de seus preceitos, é geralmente conjuntural, circunstancial, detalhista, quando não oportunista, e em constante mudança. Isto cria um verdadeiro tumulto legislativo que costuma misturar-se com regulamentos, resoluções, laudos, convenções coletivas e estatutos especiais. Para pôr ordem no tumulto, os princípios se fazem necessários, citando a opinião de um grande administra­tivista espanhol. Eduardo García de enterría, que fala da legislação motoriza­da que tem tornado impossivel, na ordem fática, uma ciência ou prática juridica exegética que se limitasse a expor e a aplicar assepticamente as variadas, contraditórias e fugazes normas escritas. Os princípios são neces­sários ("Los principios generales de la ley de contrato de trabajo", na revista argentina "Derecho Laboral", Buenos Aires, setembr%utubro 1985, pág. 270). (1 1) O tratadista brasileiro Crete/la Júnior, em "Principios Fundamentales de Derecho Administrativo", incluido em "Estudios en Homenaje ai Professor Ló­pez Rodó " (t. I, Madri. 1972, pág. 45). referindo·se ao direito administrativo, assim se expressa: "as regras básicas deste ramo do direito formam a canôni­ca ou principiologia, conjunto de cãnones ou princípios que garantem a auto-

Frincípios de Direito do Trabalho 27

adquira uma maior significação, porque constitui o alicerce funda­mental da disciplina, que se mantém firme e sólida, malgrado a variação, fugacidade e profusão de normas.

Por isso, com razão diz Oalantino (121 que os princípios cons­tituem, de fato, a parte mais duradoura do corpus normativo, en­quanto as leis, sobretudo numa época de rápida evolução social, tendem a se multiplicar, convertendo-se em fonte de incerteza.

Como diz José Antonio Vásquez, "não basta que o jurista do trabalho aborde a realidade sem os preconceitos idealistas do velho direito, mas, para sua interpretação, precisa armar-se de uma teo­ria universal do direito e deduzir em sua integração os princípios essenciais do Direito do Trabalho, os quais devem presidir todas as suas soluções, isentas de vacilações e obscuridade"1I 31.

Oerard Lyon-Caen chegou a dizer que o futuro da doutrina no Direito do Trabalho está ligado à busca de conceitos-chave que expliquem várias decisões aparentemente desconexas entre si e que servirão parajustificar outras. Melhor ainda: à busca de diretri­zes latentes, nem sempre expressas nos textos normativos nem nas sentenças, que só podem ser lidas nas entrelinhas e constitu­em uma espécie de direito não dito. Esses são os princípios do Direito do Trabalho ll41 •

Nos primórdios de nossa disciplina, só se ouviam opiniões divergentes sobre a importância dos princípios, quando ainda se punha em dúvida sua autonomia, ou se achava que a defesa dessa autonomia significava o rompimento total com todo o tronco do

nomia do sistema administrativo dentro do mundo juridico, impedindo que sejam confundidas instituições de direito privado com as similares de direito público em primeiro lugar. e impedindo - já dentro do direito público - que se identifiquem, confundindo-se, instituições peculiares a dois ramos gémeos, porém distintos". É fácil transportar esta definição para o conjunto de prin­cipios próprios do Direito do Trabalho. (12) Luisa Oalantino : "Formazione Giurisprudenziale dei Principi dei Diritto dei Lavoro", Giuffrê, Milão, 1981, pág. 63. A autora traz uma expressiva citação de Esser. que afirma que só a observãncia dos principios progressi­vamente elaborados pela tradição jurisprudencial permite enfrentar a agres­são da moderna cirurgia legislativa ao corpo social. (13) José Antonio Vásquez: "Materialidad dei Derecho Laboral", Montevi­déu, 1953, pág. 39. (14) "Les principes géneraux du droit du travail", em "Tendences du Droit du Travail Français Contemporain. Études Offertes à O. fi. CamerlyncI<', Dalloz, Paris, 1978, pág. 45.

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direitol151• Hoje, porém, alcançada a consolidação da autonomia,

assim como seu adequado enfoque, calaram-se essas vozes que foram substituídas por um consenso em torno da transcendência e utilidade deste tema(l61.

Reputamos útil empreender este estudo, já que, em se tra­tando de tema não abordado anteriormente de maneira sistemáti­ca ou específica, parece requerer um esforço de ordenação e es­clarecimento.

Esperamos que este estudo, além de chamar a atenção so­bre o tema, sirva para incentivar a promover outras investigações mais completas e originais, que facultem o desenvolvimento de nossa disciplina.

(15) JIlonzón lembra um artigo de Bielsa, intitulado "La legislación dei trabajo y los principios generales dei derecho", na "Revista de la Facultad de Ciencias Económicas, Comerciales y Políticas de la Universidad Nacional dei Litoral", 3ª série, t. IX, págs 51 1 e segs" Rosario, 1940 ("Reflexiones sobre la codificación dei derecho dei trabajo", na revista "Derecho dei Trabajo", 1957, pág. 673). (16) Ultimamente, fora um titulo alarmista de lYestor de Buen ("EI fin de unos principios"), apresentado num congresso no México, realizado em abril de 1991 - que não reflete o conteúdo do artigo -, começaram a aparecer criticas a alguns principios sem questionarem sua própria existência nem a função que devem exercer. Mas, além da notória margem para opiniões so­bre cada um dos aspectos desse grande tema, a questão não deixa de ser preocupante, pois um dos principios que tem sido questionado é o principio de proteção e, como diz /fugo Barreto, quando o principio de proteção é fustigado, põe-se em xeque a própria espinha dorsal da disciplina ("La justi­cia social y los principios generales de derecho dei trabajo" em "Treinta y Seis Estudios sobre las Fuentes dei Derecho dei Trabajo", FCU, Montevidéu, 1995, pág. 34).