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PRINCÍPIOS DE UMA EDUCAÇÃO PARA A PAZ

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PRINCÍPIOS DE UMA EDUCAÇÃO PARA A

PAZ

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Sabemos que a preocupação para a superação da violência e a

construção de uma cultura de paz, vem se tornando uma

preocupação universal.

Do Oriente ao Ocidente multiplicam-se iniciativas e tendências para a

consecução da paz. (Em 1986 a UNESCO publica em espanhol:

“Contribuições para uma pedagogia da Paz”; Foi criada uma

Associação Mundial, a EIP (Escola Instrumento de Paz), com sede

em Genebra; Procura-se tornar a Pedagogia da Paz uma disciplina

especial no campo das ciências comparadas; No ano 2000 a

UNESCO juntamente com o CMI (Conselho Mundial das Igrejas)

adotaram uma campanha internacional: “Década para superação

da violência e pela paz” 2001-2010, que está se concluindo neste

ano).

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O consenso geral é que, sendo uma questão complexa, que envolve

causas variadas (psicológicas, sociais, econômicas, culturais),

não é suficiente a dimensão curativa (buscar atender às vítimas

da violência, das drogas etc.); mas é essencial a dimensão

preventiva, privilegiando o caminho da educação.

O nosso trabalho de Educação para a Paz situa-se nesta dimensão.

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A nossa proposta de Educação para a Paz foi iniciada há oito anos

atrás, em Igarassu – PE, através da implementação de um

projeto em escolas públicas, com a duração de dois anos (2002-

2003), - como será posteriormente comunicado - Porém os

princípios que são premissa e estão à base desta experiência,

são antigos, podemos dizer seculares. Nas culturas de

inspiração cristã (“Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”

Jo.14,27), e também não-cristã, o valor humano da paz é

defendido e testemunhado por pensadores, carismáticos, líderes

e mártires que se tornaram modelos para a humanidade.

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A conhecida ”Regra de Ouro” é um princípio universal, existente

em todas as religiões e vivida por pessoas que buscam uma

sociedade fraterna: “Fazer ao outro o que gostaria que fosse feito

a si; não fazer ao outro o que não gostaria que fosse feito a si.”

Neste princípio , que impulsiona a colocar-se no lugar do outro,

está implícito valores como solidariedade, respeito ao ser

humano ,dignidade da pessoa. Todos nós somos parte de uma

única família humana; todos nós estamos ligados uns aos outros

por laços profundos e incindíveis.

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Suscitados pelo carisma da Unidade de Chiara Lubich estão os

princípios que orientam a nossa proposta para a construção de

uma cultura de paz e que são conhecidos como a “Arte de

Amar”

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1.AMAR A

TODOS

Amar a todos, sem

excluir ninguém:

simpático ou

antipático, pobre

ou rico, da mesma

religião ou não;

amar a pátria

alheia como a

própria. Amar até o

inimigo.

2. SER O PRIMEIRO A AMAR

Tomar sempre a

iniciativa a partir de

gestos concretos para

com seu semelhante

sem esperar nada em

troca;  

3. TORNAR RECÍPROCO O

AMOR

Se o sentimento é

verdadeiro, o outro será

incentivado a retribuir o

amor.

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4. FAZER-SE UM COM TODOS

Colocar-se no lugar do

outro sem julgar

suas atitudes

buscando

compreender seus

sentimentos e

dificuldades.

“Chorar com quem

chora, alegrar-se

com quem se

alegra”.

 

 

5. RECONHECER A DIGNIDADE DA

PESSOA

Reconhecer que cada

ser humano merece

respeito, aceitação e é

digno de atenção. No

preceito cristão Jesus

considera feito a si,

tudo o que for feito aos

nossos semelhantes. 

6. AMAR O INIMIGO

Amar o inimigo, isto é,

retribuir sempre com o

bem, qualquer pequeno

ou grande mal

recebido.

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A partir destes princípios pode-se desmascarar a concepção de violência considerada como algo demoníaco, como lhe é popularmente atribuído.

A violência é um fato humano e expressão das relações humanas e sociais. Tanto a violência como a paz se aprendem.

Na superação da violência, não basta reagir contra, é necessário construir proposições alternativas. A alternativa é: passar da paz como negatividade à paz como positividade.

A nossa experiência não se baseia na “luta” ou “combate” à violência, mas em viver e fazer viver a paz.  

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Outro aspecto que estes princípios ajudam a desmascarar e superar, é o conceito de paz que a modernidade neo-liberal mantém , ou seja: “Paz é segurança e serenidade pessoal”. Assim tudo o que ameaça a tranquilidade deve ser combatido. E como solução para a violência difundida na sociedade aumenta-se o aparelho repressor, apela-se para a redução da idade penal, sugere-se pena de morte etc.  Na ótica da espiritualidade de comunhão, educar para a paz é demonstrar no dia-a-dia, que a paz não é uma idéia abstrata, que a paz não é um estado, mas é uma construção, é algo relacionado ao nosso cotidiano, é uma compreensão coletiva, comunitária.

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No dizer de Paulo Freire devemos passar da paz como ordem, à paz como processo dialógico; passar da paz como ideal teórico, à paz como ação. “Podemos mudar o mundo para melhor, para fazê-lo menos injusto a partir da realidade concreta e não fundados em devaneios...” (Pedagogia da indignação UNESP 2000 pg.53-54)

Também a socióloga Esther Zavaletta da UNESCO, afirma:“Evidentemente a paz deverá ser feita e conquistada dia a dia com ações e virtude cotidianas... a paz começa na interioridade da consciência, na cultura de exemplos” ( Educação para a Convivência Ed. Ave Maria S.P. 1999 pg. 58 e 110)

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Nesta primeira experiência, direcionada ao ambiente escolar, foi

determinante o contributo da Escola Santa Maria, verdadeiro laboratório

de atuação da espiritualidade de comunhão no âmbito educacional. Há

40 anos buscando testemunhar uma cultura de paz esta escola tornou-se

um ponto de referência para o desenvolvimento do trabalho.

O exemplo da Escola Stª Maria orientou a elaboração e uma proposta

curricular que possibilitou tratar a disciplina Educação para a Paz nas

escolas públicas, não como uma matéria a mais no currículo, mas como

um eixo perpassando todas as disciplinas e abrangendo todas as

dimensões relacionais do alunado.

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Tratando-se de uma experiência pioneira, foram inúmeras as dificuldades

enfrentadas para implementação do projeto de Educação para a paz. No

período inicial de sondagem e discussão, com as instâncias educacionais,

verificou-se: pessimismo, falta de motivação, sobrecarga, condições

inadequadas de trabalho, evasões, indisciplina, galeras etc.

Porém os princípios da “Arte de Amar”, ali vivenciados, possibilitaram a

formação de uma consciência para a fraternidade, transformaram as

relações interpessoais e favoreceram atitudes responsáveis e pacíficas,

como foi ilustrado no relato de experiências que ouviremos depois.

DIFICULDADES ENCONTRADAS

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 Análise contextual com o diagnóstico da situação na qual

estavam inseridos os destinatários da educação. Tendo sido

diagnosticado:

Alto índice de pobreza. 

Desemprego e fome (situações de exclusão social prostituição

infantil, delinqüência, alcoolismo, drogas. 

Jovens que influenciados pelos desafios das ruas e pela lei das

“galeras”, confundem atitudes pacíficas” com “covardia” e

“violência” com “ coragem”.

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Formação do grupo de trabalho para articulação e contatos com os

agentes envolvidos na experiência.

Sondagem e diálogo com alunos, professores, técnicos e auxiliares, a

partir das seguintes questões:

4. Capacitação dos agentes

da Escola (Pedagogos,

administrativos e serviços

gerais)

 

5. Elaboração da proposta

curricular e de subsídios para

a disciplina.

1. Que escola queremos

construir?

 

2. O que você sugere para

iniciar este projeto na escola?

 

3. O que significa para você

ser um protagonista desse

projeto para a paz?

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Contribuir para a construção, desenvolvimento e manutenção de

uma Cultura da Paz em contextos educacionais subsidiando com

reflexões teóricas que podem ter aplicação prática.

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