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PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE 1. Introdução No dia 28 de maio de 2010 houve uma atualização na Resolução CFC 750/93 para a Resolução CFC 1282/10, com o intuito de assegurar a aplicação correta das normas de contabilidade. Várias modificações foram feitas frente aos novos Princípios de Contabilidade que são: o Principio da Entidade, que diferencia os bens do proprietário com os da empresa; o principio da continuidade, que pressupõe que a empresa não será extinta no futuro; princípios da oportunidade, onde a empresa deve apresentar os componentes patrimoniais; o principio do registro pelo valor original, onde é feito a transação e sustentado o valor original; o principio da atualização monetária que foi revogada; o principio da competência, que refere à contabilização da receita e da despesa no ato da ocorrência e; principio da prudência, que determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo. 2. Princípios e sua observância O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no exercício de suas atividades legais e regimentais, resolve que: Art. 1º Os "Princípios fundamentais de contabilidade (PFC)", citados na Resolução do CFC N.º 750/93, passam a denominar-se "Princípios de Contabilidade (PC)" Art. 2º O "CONSIDERANDO" da Resolução CFC N.º750/93 passa a vigorar com a seguinte redação: "CONSIDERANDO" a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação das Normas Brasileiras de Contabilidade. Com a harmonização dos dois documentos vigentes (Resolução do CFC nº 750/93 e NBC T1), a nomenclatura da denominação Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) foi alterada para Princípios de Contabilidade (PC), garantindo a adequada aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade sobre o Princípio de Contabilidade. Os princípios de contabilidade são obrigatórios para a execução da profissão contábil, e devem ser seguidos sob toda e qualquer circunstância; eles são os alicerces da ciência contábil, que nos auxiliam no desenvolvimento profissional e científico de nossa área.

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PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

1. Introdução

No dia 28 de maio de 2010 houve uma atualização na Resolução CFC 750/93 para a Resolução CFC 1282/10, com o intuito de assegurar a aplicação correta das normas de

contabilidade. Várias modificações foram feitas frente aos novos Princípios de Contabilidade que são: o Principio da Entidade, que diferencia os bens do proprietário com os da empresa; o principio da continuidade, que pressupõe que a empresa não

será extinta no futuro; princípios da oportunidade, onde a empresa deve apresentar os componentes patrimoniais; o principio do registro pelo valor original, onde é feito a

transação e sustentado o valor original; o principio da atualização monetária que foi revogada; o principio da competência, que refere à contabilização da receita e da despesa no ato da ocorrência e; principio da prudência, que determina a adoção do

menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo.

2. Princípios e sua observância

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no exercício de suas atividades legais e regimentais, resolve que:

Art. 1º Os "Princípios fundamentais de contabilidade (PFC)", citados na Resolução do

CFC N.º 750/93, passam a denominar-se "Princípios de Contabilidade (PC)"

Art. 2º O "CONSIDERANDO" da Resolução CFC N.º750/93 passa a vigorar com a seguinte redação:

"CONSIDERANDO" a necessidade de prover fundamentação apropriada para

interpretação das Normas Brasileiras de Contabilidade.

Com a harmonização dos dois documentos vigentes (Resolução do CFC nº 750/93 e NBC T1), a nomenclatura da denominação Princípios Fundamentais de Contabilidade

(PFC) foi alterada para Princípios de Contabilidade (PC), garantindo a adequada aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade sobre o Princípio de Contabilidade.

Os princípios de contabilidade são obrigatórios para a execução da profissão contábil, e devem ser seguidos sob toda e qualquer circunstância; eles são os alicerces da

ciência contábil, que nos auxiliam no desenvolvimento profissional e científico de nossa área.

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3. Alterações da redação dos artigos

Para um melhor entendimento e aplicação dos direitos e deveres que o profissional

contábil tem em relação aos usuários da contabilidade, e em função de convergências internacionais, houve a necessidade de se alterar todos os artigos dos Princípios de

Contabilidade, exceto o Princípio da Entidade, conforme:

"Art. 3º Os arts. 5º, 6º, 7º, 9º e o § 1º do art. 10º, da Resolução CFC 750/93, passa a vigorar com as seguintes redações:"

3.1- O Princípio da Entidade

Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade

e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independente de pertencer a uma

pessoa, um conjunto de pessoa, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio

não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em

nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

O Princípio da Entidade está relacionado com a distinção do patrimônio da entidade com os de seus proprietários, afirmando a autonomia patrimonial.

Sendo assim, a contabilidade deve ter distinta separação entre a Pessoa Jurídica e

Pessoa Física. Portanto, jamais se confunde o Patrimônio da empresa com o dos proprietários e/ou sócios, pois a contabilidade empresarial refere-se aos fatos e atos

da entidade e não com o patrimônio particular de seus donos.

Segundo Hilário Franco (2009) p.196: Este princípio aparentemente não foi respeitado por normas da Lei nº 6.404, que estabelece a avaliação dos investimentos em

coligadas e controladas (art. 248) pelo valor do patrimônio liquido da investida (equivalência patrimonial) e a exigência de balanços consolidados (art. 250). Esses dispositivos, entretanto, ampliaram o conceito contábil de Entidade e reforçaram os

princípios da Universalidade e da Unidade, pois mandam incluir, nas demonstrações contábeis da Entidade, fenômenos ocorridos em outro patrimônio de que ela participa,

os quais influirão, direta ou indiretamente, no balanço patrimonial e nos resultados de Entidade, não sendo, portanto, a ela alheios. Por tanto, não houve atualização do

regimento desde seu decreto.

3.2- O Princípio da Continuidade

Tendo em vista que, o artigo 5º da Resolução do CFC 750/93 foi atualizado para 1282/10, modificando sua redação, mas continuando com sua essência, facilitando o

melhor entendimento de seus usuários

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Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação

no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta está circunstância.

O Princípio da Continuidade pressupõe que a empresa não será extinta, ou seja,

continuará em operação no futuro, por tempo indeterminado, deve ser avaliada e escriturada conforme a mensuração e a apresentação dos componentes do

patrimônio.

O ativo deve ser avaliado com a potencialidade em gerar lucros futuros para a entidade, e não com o valor que se poderia obter com sua venda em seu estado atual.

As demonstrações contábeis não podem ser desvinculadas dos exercícios anteriores e subsequentes.

3.3- O Princípio da Oportunidade

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e

apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário

ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

Deve-se haver objetividade, e integridade, nos registros contábeis dos componentes patrimoniais. Independente das causas os registros devem ser feitos em tempo real e

de forma clara, com a certeza da ocorrência do fato, apresentando sempre seus aspectos físicos e monetários, para que não ocorra a perda da sua relevância e a falta

de confiabilidade na informação, o que não ocorria na resolução anterior (Resolução CFC. 750/93), que mencionava que com razoável certeza da ocorrência do fato os registros das variações patrimoniais poderiam ser feitas; sendo assim este princípio

pode proporcionar a certeza da ocorrência do fato contábil.

3.4- O Princípio do Registro Pelo Valor Original

Art. 7º O Princípio do Registro Pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,

expressos em moeda nacional.

O Princípio do Registro Pelo Valor Original determina que os lançamentos contábeis sejam feitos em tempo real, isto é, no momento em que ocorreu a transação

financeira, mediante documentação fiscal.

Determina também que os registros contábeis sejam feitos de acordo com o valor original, seja ele bem, direito ou obrigação, expresso em moeda corrente no país.

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O que não ocorria na resolução anterior (750/93CFC) que dizia que, uma vez integrado

ao Patrimônio o Bem, Direito ou Obrigação não poderiam sofrer alterações em seus valores intrínsecos.

Com a variação do custo histórico o bem, direito ou obrigação, que foi integrado ao

patrimônio, poderá sofrer variação em seu valor mediante os seguintes fatores:

Custo corrente: os ativos são reconhecidos pelo valor em caixa, e devem ser pagos se forem adquiridos no período das demonstrações contábeis. Os passivos, também são

reconhecidos pelo valor em caixa que seria necessário para a sua liquidação também no período das demonstrações, porém só serão descontados na data de sua execução;

Valor realizável: os ativos são mantidos pelo valor em caixa, o qual pode ser obtido por

uma venda de forma ordenada. Os passivos também são mantidos pelo valor em caixa, não descontados, que se espera que seja pago, para eliminar as obrigações correspondentes, no curso normal das operações da Entidade;

Valor presente: os ativos são mantidos pelo valor presente, descontada a futura

entrada liquida de caixa que se espera ser gerada pelo item, no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontada a

futura saída liquida de caixa que se espera que seja necessária para quitar o passivo, no curso normal das operações da Entidade;

Valor justo: é o valor pelo qual se pode trocar um ativo, ou liquidar um passivo, entre

partes conhecedoras, e que estejam dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos;

3.5- O Princípio da Atualização Monetária

Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser

reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

No ano de 1993, devido ao descontrole da inflação, os valores monetários variavam

constantemente, o que poderia gerar uma inverdade nas apresentações dos resultados e até mesmo do patrimônio liquido.

Com o passar do tempo, a inflação foi controlada e esse Princípio de Contabilidade

passou a ser utilizado somente para a conversão de moeda estrangeira, assim sendo na Resolução CFC 1282/10 ele foi anexado ao Princípio do Registro Pelo Valor Original.

3.6- O Princípio da Competência

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros

eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independente do recebimento ou pagamento.

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Parágrafo único: O Princípio da Competência pressupõem a simultaneidade da

confrontação de receitas e de despesas correlatas.

Todas as receitas e despesas devem ser contabilizadas no momento de sua ocorrência, independentemente da data de seu pagamento ou recebimento. O Princípio da

Competência consiste no registro de todas as receitas e despesas de acordo com o fato contábil, gerado na competência, independentemente de terem sido recebidas as

receitas ou pagas as despesas, e sua redação foi apenas alterada e simplificada, sem contudo, sofrer mudanças em sua essência. O Princípio da Competência não esta relacionado com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das

receitas auferidas e das despesas incorridas em determinado período.

3.7- O Princípio da Prudência

Art. 10º O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que apresentem

alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio liquido.

Parágrafo único – O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de

precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados

e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.

O Princípio da Prudência condiz um modo de prevenção da empresa com seus usuários

na avaliação do patrimônio, que no caso é uma precaução de posição conservadora do contador para antecipar prejuízos e nunca antecipar lucros, na resolução anterior haviam três parágrafos que foram cuidadosamente resumidos e unidos em um único

parágrafo facilitando, assim, seu entendimento.

O contador, na avaliação dos bens, direitos e obrigações, deve de forma conservadora, em caso de dúvida entre dois valores, escolher para adotar, no ativo o menor valor e

no passivo o maior valor, avaliando os custos de aquisição ou de mercado. Para não passar informações enganosas aos seus usuários e dar um exemplo de fidelidade e

confiabilidade á empresa.

Referências

Resolução 1282 de 28 de Maio de 2010. Disponível em: http://www.cfc.org.br.

Resolução 750 de 29 de Dezembro de 1993. Disponível em: http://www.cfc.org.br.