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PRÉMIO FIPRESCI Festival Internacional de Cinema de Berlim

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PRÉMIO FIPRESCI Festival Internacional de Cinema de Berlim

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SINOPSE CURTACornelia tem 60 anos e, essencialmente, é infeliz: o filho, Barbu, de 34 anos, luta com todas as suas forças para se tornar independente e evita a mãe tanto quanto possível. Quando Cornelia descobre que Barbu esteve envolvido num acidente trágico, o seu instinto maternal entra em acção.

SINOPSE LONGACornelia tem 60 anos e, essencialmente, é infeliz: o filho, Barbu, de 34 anos, luta com todas as suas forças para se tornar independente. Saiu de casa, tem carro próprio, uma namorada que, obviamente, Cornelia não aprova e – o que é mais perturbador – evita a mãe tanto quanto possível. Quando Cornelia descobre que Barbu esteve envolvido num acidente trágico, o seu instinto maternal entra em acção e ela serve-se de todos os seus talentos, dos amigos bem colocados e de dinheiro para salvar Barbu da cadeia. Depois, espera que ele volte a ser a criança dependente que era antes, o que não parece ser uma tarefa muito difícil, dado o estado de choque em que Barbu se encontra. Mas a fronteira entre amor maternal e manipulação interesseira é ténue. Será ela capaz de o libertar e deixar crescer…?

MÃE E FILHO mostra a relação entre uma mãe dominadora e o filho adulto, de forma emocionante e emotiva, mas com humor: um filme comovente sobre a forma como cuidamos dos nossos filhos, ao mesmo tempo que os sufocamos com amor, e sobre as marcas que os pais deixam na personalidade dos filhos. Numa outra leitura, é também um retrato da classe alta contemporânea da Roménia, da corrupção e do tráfico de influências no seio das principais instituições sociais.

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O REALIZADOR“MÃE E FILHO é um filme sobre uma relação patológica entre mãe e filho, sobre a posição da criança em relação ao progenitor e vice-versa, sobre os pais perderem os filhos, de uma maneira ou de outra. Eu diria um filme dependente da câmara, que procura transmitir estados de espírito, sentimentos, conflitos abrasadores, explosões de raiva desesperadas, em suma: um pedaço de vida quase tão autêntico quanto um documentário. Os personagens são objecto de análise, ou antes, de psicanálise, numa tentativa de ajudar o espectador a compreender e talvez até a condoer-se com esta família assustada.” - Călin Peter Netzer

Călin Peter Netzer nasceu na Roménia, em 1975. Em 1983, imigrou para a Alemanha com os pais. Em 1994, começou a frequentar as aulas do departamento de realização cinematográfica da Universidade Nacional de Teatro e Cinema de Bucareste e obteve o diploma de realizador em 1999. As suas primeiras curta e longa-metragens, ambas intituladas MARIA (1997 e 2003), foram exibidas e premiadas em festivais de prestígio, em todo o mundo. A sua longa-metragem de estreia foi o destaque do Festival Internacional de Cinema de Locarno, em 2003, obtendo o Grande Prémio do Júri e o Leopardo de Prata para dois actores principais e foi também nomeada para os prémios EFA.

A sua longa-metragem seguinte, MEDALIA DE ONOARE [MEDAL OF HONOR] (2009), foi exibida em mais de 30 festivais e recebeu o Alexandre de Prata e quatro outros prémios, no Festival Internacional de Cinema de Thessaloniki, em 2009. Ganhou dois prémios GOPO (o equivalente romeno dos Óscares), para Melhor Actor Principal (Victor Rebengiuc) e Melhor Argumento (Tudor Voican).

MÃE E FILHO é a terceira longa-metragem de Netzer e a sua estreia, quer como produtor, quer enquanto participante na Berlinale.

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ELENCOLUMINITA GHEORGHIU (Cornelia)A qualidade da interpretação de Luminita Gheorghiu impulsionou alguns dos mais aclamados filmes da nova vaga romena. No entanto, a sua carreira no cinema tem mais de 30 anos e inclui muitos papéis secundários, bem como prestações memoráveis e duas interpretações de destaque: em MOROMETII [THE MOROMETII FAMILY], de Stere Gulea (1988), e CODE INCONNU [CÓDIGO DESCONHECIDO], de Michael Haneke (2000). Ao longo dos anos, trabalhou com realizadores romenos conhecidos, como Lucian Pintilie, Alexandru Tatos e Radu Mihăileanu. A sua carreira está intimamente ligada às três longas-metragens de Cristi Puiu: MARFA SI BANII [STUFF AND DOUGH] (2001), MOARTEA DOMNULUI LAZARESCU [A MORTE DO SR. LAZARESCU] (2005) e AURORA (2010). O seu extraordinário papel secundário em MOARTEA DOMNULUI LAZARESCU foi agraciado com o Prémio para Melhor Actriz, no Festival Internacional de Cinema Francófono de Namur, em 2005, um Lumières de Safi, no Festival de Cinema Francês, e o Prémio para Melhor Actriz Secundária da Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, em 2007.A partir de 2000, Luminita Gheorghiu tornou-se numa das actrizes romenas mais activas e famosas, trabalhando com realizadores jovens e interpretando papéis secundários poderosos em: A FOST SAU N-A FOST? [12:08 A ESTE DE BUCARESTE] (Corneliu Porumboiu, 2006), 4 LUNI, 3 SAPTAMÂNI SI 2 ZILE [4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS] (Cristian Mungiu, 2007) e FATA GALBENA CARE RADE [THE YELLOW SMILEY FACE] (Constantin Popescu, 2008), bem como em DUPA DEALURI [PARA LÁ DAS COLINAS] (Cristian Mungiu, 2012), estreado em Cannes. Recebeu um prémio GOPO (o equivalente romeno dos Óscares), pelo seu papel secundário como Ana, em FRANCESCA, de Bobby Păunescu (2009).Começou a trabalhar com Călin Peter Netzer em 2003, com um papel secundário na sua longa-metragem de estreia MARIA.A Cornelia de MÃE E FILHO é o seu primeiro papel principal numa longa-metragem.

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BOGDAN DUMITRACHE (Barbu)

Bogdan Dumitrache nasceu em Bucareste. Decidiu seguir uma carreira de actor, quando ainda andava no secundário. Entrou na Universidade Nacional de Teatro e Cinema, onde estudou com Mircea Albulescu, um dos mais notáveis actores romenos. Diplomou-se em 1999 e estreou-se, no teatro, em 2000, antes de se mudar rapidamente para o cinema. Pouco tempo depois, iniciou a sua carreira no ecrã, com papéis principais em curtas e longas-metragens muito aclamadas e premiadas, como TRAFFIC (Catalin Mitulescu, 2004), que ganhou a Palma de Ouro, e DIN DRAGOSTE CU CELE MAI BUNE INTENTII [BEST INTENTIONS] (Adrian Sitaru, 2011), bem como com papéis secundários, em MOARTEA DOMNULUI LAZARESCU [A MORTE DO SR. LAZARESCU] (Cristi Puiu, 2005), CUM MI-AM PETRECUT SFARSITUL LUMII [HOW I CELEBRATED THE END OF THE WORLD] (Catalin Mitulescu, 2006), LECTIA DE BOX [THE BOXING LESSON] (Alexandru Mavrodineanu, 2007), PORTRETUL LUPTATORULUI LA TINERETE [PORTRAIT OF THE FIGHTER AS A YOUNG MAN] (Constantin Popescu, 2010) e CAPTIVI DE CRACIUN [STUCK ON CHRISTMAS] (Iulia Rugină, 2010).

Apesar de se ter tornado conhecido do grande público pelo seu papel na adaptação romena do sucesso televisivo americano In Treatment [Terapia], Bogdan ganhou o reconhecimento da crítica pelas longas-metragens em que participou. O seu papel em PORTRETUL LUPTATORULUI LA TINERETE valeu-lhe o Prémio GOPO (o equivalente romeno dos Óscares) para Melhor Actor Secundário, enquanto que o papel principal em DIN DRAGOSTE CU CELE MAI BUNE INTENTII levou-o a receber o Leopardo para Melhor Actor no Festival Internacional de Cinema de Locarno e outro prémio GOPO.

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REVISTA DE IMPRENSAMÃE E FILHO, uma crítica firme da sociedade romenaSound on Sight – John Oursler

Se a personagem de Jacki Weaver, em ANIMAL KINGDOM [REINO ANIMAL], nos ensinou alguma coisa foi que nunca se deve subestimar a mãe de um homem. MÃE E FILHO, de Călin Peter Netzer, dá continuidade à renascença cinematográfica romena, normalmente associada a Cristian Mungiu, outro realizador cujos filmes tratam com firmeza os dogmas conservadores da Roménia actual. Os filmes recentes de Mungiu, DUPA DEALURI [PARA LÁ DAS COLINAS] (2012) e 4 LUNI, 3 SAPTAMÂNI SI 2 ZILE [4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS] (2007), fazem das protagonistas do sexo feminino símbolos nacionais de luta, como consequência de controvérsias religiosas ou políticas. O filme de Netzer é igualmente crítico das hierarquias sociais do seu país, apesar de a lente de que se serve para dissecar ser ligeiramente mais invertida: em vez de olhar para a população oprimida, a sua crítica institucional chega-nos por via da alta burguesia, rica e desproporcionalmente bem relacionada. Com uma interpretação plena de subtilezas de Luminita Gheorghiu, interpretando uma matriarca corruptora, MÃE E FILHO é um dos filmes que se destacam na edição deste ano do Festival Internacional de Cinema de Toronto.

A cena inaugural diz-nos tudo o que precisamos de saber acerca de Cornelia (Gheorghiu). Quando a irmã recebe uma chamada telefónica sobre um acidente, em que Barbu (Bogdan Dumitrache), o filho de Cornelia, matou uma criança, Cornelia importuna, contesta e faz tudo o que está ao seu alcance para controlar a situação. Não consegue e isso incomoda-a. A sua tentativa de se impor não constitui o tipo de pânico maternal histérico normalmente atribuído às mães aflitas, é antes uma calma violenta, com um lampejo de fogo nos olhos. Fica claro, desde o início, que não é uma mulher com quem nos queiramos meter.

A família de Cornelia é rica e, ainda que ela faça alusões vagas à sua experiência enquanto designer, as suas relações com políticos, autoridades policiais e artistas famosos estão claramente acima das que associamos a este tipo de profissão. Ela tenta salvar o filho, intrometendo-se em todos os aspectos da investigação policial. O homicídio por negligência que o filho cometeu com o carro teve lugar numa zona rural e pobre, nos arredores de Bucareste, sendo que a criança vitimizada é oriunda de uma família operária modesta. O abismo socioeconómico entre Cornelia, que veste peles e roupa de alta costura, e a polícia local, ofendida pela sua arrogância, é considerável. As suas tentativas de subornar os agentes locais e a única testemunha do sucedido surtem efeito. Barbu não tem interesse em que a família manipule o incidente e pede à mãe que saia da vida dele, de uma vez por todas. O amor dele é a única coisa que ela não pode comprar e isso é, claramente, difícil de aceitar.

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O filme encaminha-se, lentamente, para uma cena de clímax, na qual Gheorghiu tem talvez a melhor prestação do ano. Como último recurso, ou tentativa final de arrumar a situação, Cornelia visita os pais da criança que o filho matou. Nas cenas que precedem esse momento, as suas intenções são claras: apresentar as suas condolências e suplicar perdão à família, na esperança de que o filho seja poupado à pena de prisão. É um final terrivelmente ambíguo, pois não é claro se a interacção de Cornelia com os pais da vítima é sincera ou apenas mais uma numa longa lista de manipulações em surdina.

O que se acha acerca do que acontece pode depender do entendimento distinto que um homem e uma mulher têm daquilo que uma mãe está disposta a fazer para proteger o filho. O filme de Netzer tem, no entanto, outras leituras. Há indicações subtis ao longo do filme acerca da disparidade entre o que a posição de Cornelia consegue comprar e o desespero dos que estão à sua disposição. Também funciona como estudo psicológico fascinante e drama familiar emocionante. A Roménia já anunciou que MÃE E FILHO será o candidato oficial ao Óscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2014 (…).

“O célebre argumentista Razvan Radulescu tem em MÃE E FILHO o seu argumento mais forte há algum tempo e Luminita Gheorghiu faz uma interpretação magistral, nesta dissecação incisiva e de várias leituras do amor maternal monstruoso.” – Variety

“Gerido de forma admirável, com momentos de humor que equilibram um final verdadeiramente dramático.” – The Hollywood Reporter

“Um filme de uma compaixão profunda, sobre os efeitos paralisantes da perda (do ponto de vista emocional), e um exame elucidativo da sociedade romena contemporânea.” – Cine Vue

Roménia | 2013 | DCP, 35 mm | Cor | 112 min.

Distribuído por Alambique

Mais informações em http://alambique.pt/filme/mae-e-filho