Problemas Sociais e a Escola - autor - Steven Casteleiro

Educação Permanente e Pedagogia Comunitária

Curso de Mestrado em Educação para a Saúde - 2010 (2ºS)

Prof. Steven [email protected]

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Problemas pessoais

Problemas Pessoais e Problemas Sociais

Afectam a esfera do indivíduo condicionando a sua vida e o modo como se relaciona com os outros.

Problemas sociais

Não estão directamente relacionados com a esfera do indivíduo mas condicionam a sua vida. Resultam da incapacidade da sociedade na resolução dos problemas.

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Exemplos de Problemas


Desemprego

Pobreza

Violência (doméstica, escolar, etc.…)

Divórcio

Etc…

A definição de um problema como pessoal ou social faz toda a diferença na procura das causas, nas estratégias de prevenção e de

combate, nas consequências e nos resultados obtidos.

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Desemprego


As causas para o desemprego podem residir do lado do indivíduo ou ser fruto da conjuntura do momento.

As razões para a causa do desemprego são diferentes se o problema for tratado como pessoal ou como social.

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Pobreza

Se a pobreza é pessoal não faz sentido ser desenhado um conjunto de medidas de

políticas sociais destinadas à resolução e prevenção do

problema.

Se o problema for encarado como social implica que se olhe para além dos factores

individuais.

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Problemas pessoais Problemas sociais

Abordagem sociológica dos problemas

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Alguns erros na análise dos Problemas Sociais

1) Generalização – a falácia de um exemplo dramático

2) Determinismo retrospectivo – “Sempre foi assim e vai continuar a ser assim”.

3) Reificação – “a culpa é do sistema”; “A culpa é da sociedade”.

4) Ataque pessoal – tentativa de culpabilização da vítima.

5) Apelo ao preconceito

6) Raciocínio circular – avança-se uma conclusão sem existir nada que a sustente.

7) Outros

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Problemas Sociais e a Escola

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Problemas Sociais e a Escola

Violência na Escola (Indisciplina na sala de aula)

Insucesso Escolar

Videojogos e Violência

Bullying (coacção física, verbal, psicológica, moral, sobre o outro feita pelo “Bully”

Alimentação e Saúde

Prevenção DST / Comportamentos de Risco

Consumo de substâncias psicoactivas

Gravidez na Adolescência

Outros

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Violência na Escola – indisciplina na sala de aula

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Videojogos – Criação de uma juventude mais violenta???

Videojogo - jogo electrónico que permite a interacção com uma consola, um computador, um telemóvel ou outro dispositivo. Apresenta desafios, metas e consequências. Primeiro contacto das crianças com o mundo digital que passam cada vez mais tempo de ecrã em ecrã.

São acusados de terem uma dupla faceta: estimulam o desenvolvimento de competências sociais e cognitivas e o cumprimento de regras mas promovem a violência, a agressividade e crueldade, desigualdade sexual (estereótipos) e sedentarismo.

Constituem uma forma segura de experimentarem aspectos da realidade, mas também um escape à realidade – promoção da fantasia.

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Bullying

Fonte: Portal Bullyinghttp://www.portalbullying.com.pt/index.php?option=com_content&view=frontpage&Itemid=1 (consultado dia 13 de Outubro de 2010)

Segundo Tattum (1992) é a intenção e o desejo consciente de magoar alguém, colocando-a em stress.

Para Dan Olweus em 1993, corresponde a um comportamento negativo, com a intenção de magoar de forma repetida.

Para David Farrington (1993) é o domínio do mais forte sobre o mais fraco.

Existem dois sentimentos associados ao Bullying:

Opressão da vítima Glória e triunfo do “Bully” e mais tarde remorso.

As consequências do Bullying fazem-se sentir na vítima mas também na escola.

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Estratégias Educativas no combate ao Bullying

Papel dos Pais/Encarregados de Educação, Professores, Educadores Sociais e da Escola.Papel das Políticas Educativas – estatuto do aluno deve contemplar a prevenção/combate à violência escolar.

Pontos -chave Criação de um plano anti-bullying (estratégias)

Declaração de intenções contra o bullying Declaração de intenções que reflicta a equidade, diversidade e aceitação na comunidade escolar.

Definir o comportamento de bullying Definição que englobe todas as formas de bullying. Comunicação a todos os elementos da escola.

Indicação da finalidade Definição de responsabilidades individuais e partilhadas. Respeito mútuo entre todos os elementos.

Controlo do Bullying Fornecimento de instruções claras a todos, sobre como relatar casos suspeitos. Divulgação de informações sobre o problema pela escola.

Monitorização e Avaliação Definição de indicadores de eficácia e estratégias seguidos na luta contra o bullying. Planos de monitorização nas escolas.

Exemplo de um plano de combate ao Bullying nas escolas

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Insucesso escolar

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Elaboração de Projectos Sociais

“A planificação ajuda-nos a conjugar a utopia com a realidade, a harmonizar o que é e o que deveria ser, a analisar onde estamos e

para o que tendemos.”

Retirado do Prefácio – Elaboração de Projectos Sociais (2008); Gloria Pérez Serrano.

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O que é um Projecto Social

• A elaboração de Projectos de Intervenção Social nasce do desejo de melhorar a realidade onde se está inserido. Orienta-se para a resolução de problemas, carências e necessidades.

• É um plano de trabalho que tem como missão prever, orientar e preparar bem o caminho do que se vai fazer. Deve combinar factores humanos, técnicos e financeiros.

• Pretende-se alcançar o pretendido de forma eficaz e com qualidade.

• Um Projecto Social afecta o ser humano, as suas condições de vida e as relações com outros sistemas de valores.

• O trabalhador social deve ter em conta que à medida que aumenta o seu poder aumenta a sua responsabilidade. Deve trabalhar para criar um sentimento de confiança e cumplicidade entre todos os envolvidos.

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O que implica um Projecto Social


1. Uma reflexão séria e rigorosa sobre o problema social concreto que se

pretende melhorar;

2. Tomada de consciência das múltiplas necessidades existentes, das

situações problemáticas. Para ser eficaz deve-se tomar um problema em

concreto e encontrar uma solução que se constate ser possível;

3. Elaborar um plano o mais completo possível, sistemático e reflexivo, ou seja,

científico;

4. Adaptá-lo à prática a fim de a transformar e melhorar;

5. Flexibilidade e abertura na sua aplicação;

6. Originalidade e criatividade na elaboração do projecto;

7. Partir da prática, tendo em conta a forma como as pessoas vivem o

problema e que possibilidades existem para a sua solução.

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Elementos para a

elaboração de

Projectos Sociais

Quadro 1 – Etapas na elaboração de um Projecto de

Intervenção Social (Serrano, G; 2008)

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Formulação de um Projecto de Intervenção

Natureza do projecto – a primeira ideia do projecto é dada pelo título. A motivação do projecto deve ser explicada a partir dos seguintes pontos de vista:•Definição da ideia central do projecto - identificando o programa a que pertence, a instituição e a unidade a que pertence.

•Origem do projecto – especificar se a ideia do projecto teve origem na inexistência de um serviço necessário na localidade, na insuficiência do mesmo ou na melhoria da qualidade de prestação de um serviço.

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Etapas na elaboração de Projectos Sociais

1) Diagnóstico

Fase de importância vital. Permite localizar os principais problemas. Dá a conhecer as causas de fundo. Oferece vias de acção para a resolução gradual dos problemas.

Quanto mais preciso for o diagnóstico da realidade mais fácil será determinar o impacto das acções do projecto.

Sistema antes da execução de um projecto

Situação nova

Execução do projecto

Adaptado de G. Serrano; 2008.

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Na fase de diagnóstico é necessário:

-Detectar as necessidades existentes (discrepância entre o que existe e o

que se deseja existir) através de técnicas variadas;

- Estabelecer prioridades;

- Fundamentar o projecto – explicação dos pressupostos de partida;

- Delimitar o problema – formular de forma objectiva o problema objecto de

intervenção;

- Localização do projecto indicando dados da área;

- Revisão bibliográfica – consulta de obras e estudos existentes sobre o

tema;

-Previsão da população;

- Previsão dos recursos (humanos e económicos).

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2) A Planificação em termos temporais pode ser:-Curto prazo (6 meses a 3 anos)- Médio prazo (3 a 8 anos)- Longo prazo (10 até mais anos)

A Planificação inclui:

Objectivos Gerais – propósito mais amplo (conhecer, compreender, analisar, avaliar)

Objectivos Específicos – mais concretos que os anteriores (verbos de acção)

Metodologia - Actividades- Técnicas e instrumentos- Definição da população e identificação da amostra;- Recolha dos dados – quando e como se procede à recolha dados?

Quais?- Análise dos dados – depende do tipo de recolha

Calendarização – apresentação das etapas do projecto (Gráfico de Gantt)Recursos – humanos, materiais e financeiros

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Diagrama de Gantt – mostra a evolução das diferentes tarefas a realizar num projecto.

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3) Aplicação /Execução do Projecto :

Implica a sensibilização e informação das pessoas.

As tarefas são executadas sequencialmente e de forma integrada.

Numa fase posterior pretende-se que os membros participem activamente e que assumam o protagonismo da realização do programa.

Inclui:

-Desenvolvimento do Projecto- Acompanhamento do Projecto- Controlo do Projecto

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4) Avaliação do Projecto :

“ O que se conseguiu?”

Permite reconhecer os erros e os sucessos da prática.Existe para melhorar (to improve).

Quem deve avaliar?

Segundo Espinoza (1986) deve-se avaliar:

-Variáveis independentes – causa do fenómeno estudado.- Variáveis dependentes


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Técnicas para a Avaliação:

-Método observacional- Estudo de campo- Questionário- Entrevista (estruturada ou semiestruturada)- Listas de controlo- Outras

A avaliação deve ser útil, fiável, ética e exacta.

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Avaliação do Diagnóstico

Pode ocorrer antes de se realizar o processo ou em determinados momentos, ao longo da sua implementação.Esta avaliação é uma reflexão sobre a justificação do projecto, os motivos que o originaram e as necessidades da comunidade.

Avaliação do ProcessoAvaliação durante o desenrolar do processo.Deve-se proceder à observação da implementação das actividades do projecto.É uma avaliação contínua.

Avaliação FinalAvaliação efectuada no final da realização do projecto. É uma síntese onde se põe em relevo se os objectivos foram alcançados ou não e de que forma (efeitos nos beneficiários). Pode ser feita através de modelos quantitativos ou qualitativos. (relatório narrativo).

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Referências Bibliográficas

A criança e a violência nos videojogoshttp://www.portaldacrianca.com.pt/artigosa.php?id=101(consultado dia 10 de Outubro de 2010)

A indisciplina na escola, disponível a partir de http://bullyingescola.blogspot.com/2009/03/indisciplina-nas-escolas.html(consultado dia 10 de Outubro de 2010)

Além do Virtual – A violência e os Videogameshttp://www.intercom.org.br/papers/regionais/norte2009/expocom/EX18-0129-1.pdf(consultado dia 10 de Outubro de 2010)

A violência na Escola como resultado dos problemas de Inadaptação, disponível a partir de http://br.monografias.com/trabalhos/violencia-nas-escolas/violencia-nas-escolas.shtml(consultado dia 10 de Outubro de 2010)

Bullying na Escola, disponível a partir de http://www.bullyingescola.com/(consultado dia 10 de Outubro de 2010)

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Plano anti-bullying, disponível a partir dehttp://max.uma.pt/~a1221495/lin_orie.htm(consultado dia 13 de Outubro de 2010)

Portugal, Sílvia Maria (2009) - Mensagens veiculadas nos conteúdos dos Videojogos: o caso dos TheSims 2 e os estereótipos de género (2009) – Tese de Mestrado. Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

Revista INFOCEDI – Boletim do Centro de Estudos, Documentação e Informação sobre a Criança - Instituto de Apoio à criança. Janeiro de 2010. Nº22.

Saúde Mental em contexto escolar, disponível a partir dehttp://saudementalescolar.blogspot.com/ (consultado dia 13 de Outubro de 2010)

Serrano, Gloria Pérez (2008). Elaboração de Projectos Sociais – Casos práticos. Colecção Educação e Trabalho Social. Porto Editora.

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Todos os problemas sociais passaram a ser escolares, disponível a partir dehttp://www.apagina.pt/?aba=7&cat=161&doc=11940&mid=2(consultado dia 10 de Outubro de 2010)

Documents

Problemas Sociais e a Escola - autor - Steven Casteleiro