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AS RELAÇÕES ENTRE A CULTURA DA INFÂNCIA E A SOCIEDADE DE CONSUMO: Análise das relações de consumo entre crianças estudantes da 1ª a 4ª série do ensino fundamental nas Escolas Estaduais do Distrito de Santa Cecília – SP FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Escola de Sociologia e Política Projeto de Iniciação Científica apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico – CNPq CATERINA C. RINO PROBLEMATIZAÇÃO OBJETIVO RESULTADOS CONCLUSÕES As crianças naturalmente acompanham as mudanças atuais vividas pela sociedade e passam a assumir um lugar de destaque em setores como a economia e o mercado, que por sua vez, direcionam um diferenciado a este público, por perceber nele grandes potenciais consumidores. O descobriu através de pesquisas desenvolvidas com o apoio de psicólogos que as crianças são potenciais compradores e dos pais e faz eficaz uso deste dado com apoio da mídia. A pesquisa foi desenvolvida em torno da hipótese de que aquilo que antes era classificado como agora sofre uma reconfiguração. As necessidades básicas são inseridas e misturadas com a lógica da cultura consumista na qual o que vale é a satisfação dos desejos. olhar mercado convencedores necessidade, A pesquisa tem por objetivo analisar a dinâmica de consumo na infância, enfocando especificamente a faixa-etária de 7 a 11 anos das classes C e D. O objetivo é analisar a relação de consumo na infância sob a perspectiva das ciências sociais. A investigação se apoia nos contextos da cultura do consumo na vida cotidiana da criança, buscando considerar fielmente as informações apresentadas pelos grupos pesquisados e compreender o posicionamento sobre suas necessidades na dinâmica do consumo, não como futuros adultos, mas como atuais crianças. Os apontamentos das crianças se mostraram mais críticos do que o esperado e também contrários a algumas literaturas já produzidas. Estas sugerem que a criança com faixa-etária de até 07 anos, não possui a capacidade de distinguir o conteúdo da programação assistida e da propaganda, porém boa parte das crianças pesquisadas demonstrou posicionamentos contrários a tais influências Este apontamento não exime o fato de o grupo pesquisado ser bastante influenciado pelo mercado. . Apesar da situação econômica pouco privilegiada das crianças pesquisadas, elas desejam e consomem como os demais grupos socioeconômicos, porém, a pesquisa possibilitou compreender, que estas crianças possuem clara noção das finanças em seu ambiente doméstico, reconhecendo o esforço de seus pais submetidos a longas jornadas de trabalho, assim como as limitações de recursos financeiros e o esforço desprendido por eles no atendimento aos anseios dos filhos por consumir. Estas crianças reconhecem, portanto que a realidade financeira em que se inserem os impede de adquirir tudo o que desejam, mas este fato não os impede de desejar, e assim, se inserem como os demais grupos infantis na dinâmica do consumo. PROCEDIMENTOS METOLÓGICOS Através da etnografia, como método investigativo, a pesquisa foi desenvolvida. Foram realizadas entrevistas e a participação espontânea da criança foi alcançada com o incentivo de brincadeiras, considerando o discurso infantil para a realização da análise. A parte prática da pesquisa foi direcionada para dentro da escola, voltando-se ao posicionamento social da criança diante do consumo, das mídias televisiva e digital, além das construções sociais que se referem ao seu meio (vida cotidiana, familiar e entre seus pares). A metodologia de campo foi composta por cinco etapas: 1. Observação da dinâmica das crianças no interior da escola; 2. Apresentação da pesquisadora, os motivos da pesquisa, informando às crianças serem elas os objetos de estudo; 3. Promover um ambiente de descontração entre as crianças e pesquisadora através do incentivo a alguma brincadeira; 4. Debate em torno da palavra ; 5. Dinâmica – com a exposição de imagens e/ou realização de entrevistas para realizar a coleta de dados necessidade “Sabe por que eu gosto mais da Barbie, porque em comparação com outras bonecas, a Mattel capricha no visual da Barbie. Faz o cabelinho dela enrolado, bota tiara, não esquece dos sapatinhos, coloca vestido, inventaram uma boneca nova que você gira um botãozinho que tem nela e ela muda de vestido [...] a Suzy por exemplo, ela arranca os pedaços”. (Ana, 08 anos) BAUMAN, Zygmunt. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. SARMENTO, Manuel e GOUVEIA, Maria Cristina Soares de (orgs). . Petrópolis: Vozes, 2008. Vida para Consumo: A Transformação das Pessoas em Mercadoria. Estudos da Infância: Educação e Práticas Sociais REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PROBLEMATIZAÇÃO RESULTADOS - estudosdoconsumo.comestudosdoconsumo.com/wp-content/uploads/2018/05/ENEC2012-GT02... · perspectiva das ciências sociais. A investigação se apoia

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AS RELAÇÕES ENTRE A CULTURA DA INFÂNCIA E A SOCIEDADE DE CONSUMO:Análise das relações de consumo entre crianças estudantes da 1ª a 4ª sériedo ensino fundamental nas Escolas Estaduais do Distrito de Santa Cecília – SP

FESPSP Fundação Escola de Sociologia e Política de São PauloEscola de Sociologia e Política

Projeto de Iniciação Científica apoiado pelo ConselhoNacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico – CNPq

CATERINA C. RINO

PROBLEMATIZAÇÃO

OBJETIVO

RESULTADOS

CONCLUSÕES

As crianças naturalmente acompanham as mudanças atuais vividaspela sociedade e passam a assumir um lugar de destaque em setorescomo a economia e o mercado, que por sua vez, direcionam umdiferenciado a este público, por perceber nele grandes potenciaisconsumidores. O descobriu através de pesquisasdesenvolvidas com o apoio de psicólogos que as crianças são potenciaiscompradores e dos pais e faz eficaz uso deste dado comapoio da mídia.

A pesquisa foi desenvolvida em torno da hipótese de que aquilo queantes era classificado como agora sofre umareconfiguração. As necessidades básicas são inseridas e misturadas coma lógica da cultura consumista na qual o que vale é a satisfação dosdesejos.

olhar

mercado

convencedores

necessidade,

A pesquisa tem por objetivo analisar a dinâmica de consumo na infância,enfocando especificamente a faixa-etária de 7 a 11 anos das classes C eD. O objetivo é analisar a relação de consumo na infância sob aperspectiva das ciências sociais. A investigação se apoia nos contextosda cultura do consumo na vida cotidiana da criança, buscandoconsiderar fielmente as informações apresentadas pelos grupospesquisados e compreender o posicionamento sobre suas necessidadesna dinâmica do consumo, não como futuros adultos, mas como atuaiscrianças.

Os apontamentos das crianças se mostraram mais críticos do que oesperado e também contrários a algumas literaturas já produzidas. Estassugerem que a criança com faixa-etária de até 07 anos, não possui acapacidade de distinguir o conteúdo da programação assistida e dapropaganda, porém boa parte das crianças pesquisadas demonstrouposicionamentos contrários a tais influências Este apontamento nãoexime o fato de o grupo pesquisado ser bastante influenciado pelomercado.

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Apesar da situação econômica pouco privilegiada das criançaspesquisadas, elas desejam e consomem como os demais grupossocioeconômicos, porém, a pesquisa possibilitou compreender, queestas crianças possuem clara noção das finanças em seu ambientedoméstico, reconhecendo o esforço de seus pais submetidos a longasjornadas de trabalho, assim como as limitações de recursos financeiros eo esforço desprendido por eles no atendimento aos anseios dos filhos porconsumir. Estas crianças reconhecem, portanto que a realidadefinanceira em que se inserem os impede de adquirir tudo o que desejam,mas este fato não os impede de desejar, e assim, se inserem como osdemais grupos infantis na dinâmica do consumo.

PROCEDIMENTOSMETOLÓGICOS

Através da etnografia, como método investigativo, a pesquisa foidesenvolvida. Foram realizadas entrevistas e a participação espontâneada criança foi alcançada com o incentivo de brincadeiras,considerando o discurso infantil para a realização da análise.

A parte prática da pesquisa foi direcionada para dentro da escola,voltando-se ao posicionamento social da criança diante do consumo,das mídias televisiva e digital, além das construções sociais que sereferem ao seu meio (vida cotidiana, familiar e entre seus pares).

A metodologia de campo foi composta por cinco etapas:

1. Observação da dinâmica das crianças no interior da escola;

2. Apresentação da pesquisadora, os motivos da pesquisa,informando às crianças serem elas os objetos de estudo;

3. Promover um ambiente de descontração entre as crianças epesquisadora através do incentivo a alguma brincadeira;

4. Debate em torno da palavra ;

5. Dinâmica – com a exposição de imagens e/ou realização deentrevistas para realizar a coleta de dados

necessidade

“Sabe por que eu gosto mais da

Barbie, porque em comparação

com outras bonecas, a Mattel

capricha no visual da Barbie. Faz o

cabelinho dela enrolado, bota

tiara, não esquece dos sapatinhos,

coloca vestido, inventaram uma

boneca nova que você gira um

botãozinho que tem nela e ela

muda de vestido [...] a Suzy por

exemplo, ela arranca os pedaços”.

(Ana, 08 anos)

BAUMAN, Zygmunt.Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

SARMENTO, Manuel e GOUVEIA, Maria Cristina Soares de (orgs).. Petrópolis: Vozes, 2008.

Vida para Consumo: A Transformação das Pessoas emMercadoria.

Estudos daInfância: Educação e Práticas Sociais

R E F E R Ê N C I A SBIBLIOGRÁFICAS