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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO PROCESSO ADMINISTRATIVO ELETRÔNICO Nº 19/1204-0004764-5 PARECER Nº 17.829/19 Assessoria Jurídica e Legislativa EMENTA: SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA. POLÍCIA CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL. ABONO DE PERMANÊNCIA. AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO TÍTULO EXECUTIVO. REVISÃO PARCIAL DO PARECER N° 17.549. 1. O Decreto n° 53.665/17 impõe à Administração o pagamento administrativo de eventuais parcelas retroativas devidas a título de abono de permanência, observadas as diretrizes do Parecer n° 17.549. 2. A renúncia ao crédito encartado no título judicial implica a insubsistência deste, razão pela qual o renunciante passa a titular situação jurídica idêntica à do servidor que não judicializou a pretensão, impondo- se seja conferido o mesmo tratamento a ambas as hipóteses. 3. A tutela da segurança jurídica e a proteção da confiança igualmente amparam a revisão do Parecer n° 17.549, tendo em vista que os servidores, validamente, confiaram no posicionamento então adotado pela Administração para pautar a renúncia aos títulos executivos de que dispunham. 4. Necessária a revisão do item n° 1 da ementa e da conclusão do Parecer n° 17.549, a fim de que se reconheça a viabilidade de pagamento administrativo dos valores devidos a título de abono de permanência nas hipóteses em que verificada a desistência de ação judicial (antes do trânsito em julgado) ou a renúncia ao título executivo, impondo-se a observância das demais orientações traçadas no precedente administrativo e a lavratura de termo de quitação, a ser subscrito pelo servidor. AUTORA: ALINE FRARE ARMBORST Aprovado em 27 de agosto de 2019.

PROCESSO ADMINISTRATIVO ELETRÔNICO Nº 19/1204-0004764 …sid.pge.rs.gov.br/pareceres/pa17829.pdf · executivos de que dispunham. 4. Necessária a revisão do item n° 1 da ementa

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

PROCESSO ADMINISTRATIVO ELETRÔNICO Nº 19/1204-0004764-5

PARECER Nº 17.829/19

Assessoria Jurídica e Legislativa

EMENTA:

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA. POLÍCIA CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL. ABONO DE PERMANÊNCIA. AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO TÍTULO EXECUTIVO. REVISÃO PARCIAL DO PARECER N° 17.549.1. O Decreto n° 53.665/17 impõe à Administração o pagamento administrativo de eventuais parcelas retroativas devidas a título de abono de permanência, observadas as diretrizes do Parecer n° 17.549.2. A renúncia ao crédito encartado no título judicial implica a insubsistência deste, razão pela qual o renunciante passa a titular situação jurídica idêntica à do servidor que não judicializou a pretensão, impondo-se seja conferido o mesmo tratamento a ambas as hipóteses.3. A tutela da segurança jurídica e a proteção da confiança igualmente amparam a revisão do Parecer n° 17.549, tendo em vista que os servidores, validamente, confiaram no posicionamento então adotado pela Administração para pautar a renúncia aos títulos executivos de que dispunham.4. Necessária a revisão do item n° 1 da ementa e da conclusão do Parecer n° 17.549, a fim de que se reconheça a viabilidade de pagamento administrativo dos valores devidos a título de abono de permanência nas hipóteses em que verificada a desistência de ação judicial (antes do trânsito em julgado) ou a renúncia ao título executivo, impondo-se a observância das demais orientações traçadas no precedente administrativo e a lavratura de termo de quitação, a ser subscrito pelo servidor.

AUTORA: ALINE FRARE ARMBORST

Aprovado em 27 de agosto de 2019.

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Nome do documento: FOLHA_IDENTIFICACAO.doc

Documento assinado por Órgão/Grupo/Matrícula Data

Gisele de Melo Kaiser Stahlhoefer PGE / GAB-AA / 358609001 27/08/2019 10:27:52

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

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PARECER

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO

E GESTÃO. SECRETARIA DA SEGURANÇA

PÚBLICA. POLÍCIA CIVIL. APOSENTADORIA

ESPECIAL. ABONO DE PERMANÊNCIA. AÇÃO

JUDICIAL. RENÚNCIA AO TÍTULO EXECUTIVO.

REVISÃO PARCIAL DO PARECER N° 17.549.

1. O Decreto n° 53.665/17 impõe à Administração o

pagamento administrativo de eventuais parcelas

retroativas devidas a título de abono de permanência,

observadas as diretrizes do Parecer n° 17.549.

2. A renúncia ao crédito encartado no título judicial

implica a insubsistência deste, razão pela qual o

renunciante passa a titular situação jurídica idêntica à

do servidor que não judicializou a pretensão, impondo-

se seja conferido o mesmo tratamento a ambas as

hipóteses.

3. A tutela da segurança jurídica e a proteção da

confiança igualmente amparam a revisão do Parecer n°

17.549, tendo em vista que os servidores, validamente,

confiaram no posicionamento então adotado pela

Administração para pautar a renúncia aos títulos

executivos de que dispunham.

4. Necessária a revisão do item n° 1 da ementa e da

conclusão do Parecer n° 17.549, a fim de que se

reconheça a viabilidade de pagamento administrativo

dos valores devidos a título de abono de permanência

nas hipóteses em que verificada a desistência de ação

judicial (antes do trânsito em julgado) ou a renúncia ao

título executivo, impondo-se a observância das demais Docum

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orientações traçadas no precedente administrativo e a

lavratura de termo de quitação, a ser subscrito pelo

servidor.

Trata-se de processo administrativo eletrônico inaugurado mediante

requerimento de concessão de abono de permanência deduzido, em 13/03/2019, por

servidor Comissário da Polícia Civil junto à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão

(SEPLAG).

O documento foi instruído com cópias de petição e termo de renúncia ao

título executivo formado no bojo do processo n° 001/3.15.0037204-3, movido pelo requerente

em face do Estado (fls. 04/05), petição de concordância do Estado com a renúncia

manifestada (fl. 07), decisão judicial de homologação da renúncia, para fins de transação na

esfera administrativa (fl. 08), certidões de tempo de serviço emitidas pelo INSS (fls. 12/14) e

pela então Secretaria da Justiça e da Segurança (fl. 15).

No âmbito da SEPLAG, solicitou-se a anexação do expediente ao processo

n° 17/1204-0017898-6 (fl. 20/24) e procedeu-se na juntada da ata de reunião realizada na

Sala de Reuniões da Consultoria da Procuradoria-Geral do Estado em 30/11/2017 (fls.

27/38) e do Parecer n° 17.549/19, da lavra da Procuradora do Estado Janaína Barbier

Gonçalves, aprovado em 22/02/2019 (fls. 39/64).

Na sequência, aportou a Informação ASJUR/SEPLAG n° 384/2019, em que

se afirma a existência de duas orientações administrativas divergentes, haja vista que a

sobredita ata de reunião sugeriria a desistência dos processos judiciais ou renúncia aos

títulos executivos para a percepção dos valores na esfera administrativa, ao passo que o

Parecer concluiu pela impossibilidade de pagamento administrativo dos valores devidos em

razão de decisão judicial transitada em julgado e em fase de execução. Assim, propõe-se a

esta PGE consulta a fim de “estabelecer os parâmetros e limites de aplicação dos dois

entendimentos na prática, bem como uma possível modulação dos efeitos do Parecer n°

17.549/19, a fim de resguardar os direitos daqueles que tomaram suas decisões com base Docum

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em critérios considerados legítimos e, ao mesmo tempo, proteger a Administração de futuras

demandas judiciais”.

A seu turno, o processo administrativo anexo igualmente foi instaurado com

requerimento de concessão de abono de permanência subscrito pelo mesmo servidor em

25/10/2017 e instruído com resumo funcional (fls. 04/19) e certidões de tempo de serviço

(20/23).

Remetidos os autos a esta PGE para informação acerca de processo

judicial com o mesmo objeto (fl. 39), adveio folha de expediente lavrada por Analista Jurídica

da Procuradoria Previdenciária, em que comunicada a existência da ação judicial n°

001/3.15.0037204-3 em nome do requerente (fl. 43).

Restituído o expediente à então SMARH, sugeriu-se a remessa ao servidor

para ciência de que, “sem comprovação por certidão judicial da homologação da desistência

da ação ou renúncia ao título executivo, deverá se aguardar o trânsito em julgado da ação,

para publicação da concessão de abono de permanência” (fl. 45), o que foi levado a efeito

em 13/04/2018, conforme registro da fl. 52.

É o relatório.

De início, cumpre destacar que a presente consulta se cinge à

possibilidade de pagamento administrativo dos valores devidos a título de abono de

permanência nas hipóteses em que verificada desistência de ação judicial ou renúncia ao

título executivo concernentes a tal rubrica. Não se abordará, portanto, a forma de cálculo de

proventos da aposentadoria especial enfocada nos Pareceres n° 16.949 e 17.046 e na

Informação n° 32/2018, tampouco a necessidade de atendimento das regras de transição

esculpidas nas Emendas Constitucionais pelos servidores que exercem atividades de risco,

notadamente por extrapolar o objeto da presente.

Feito o registro – que se reputou oportuno em razão das sucessivas

menções aos citados Pareceres na ata de reunião trasladada ao presente –, tem-se que a Docum

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legitimidade da percepção do abono de permanência pelos servidores públicos beneficiários

da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4°, da Constituição Federal já foi

reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do tema n° 888 do ementário da

repercussão geral, em que se firmou a seguinte tese:

É legítimo o pagamento do abono de permanência previsto no art. 40, § 19,

da Constituição Federal ao servidor público que opte por permanecer em

atividade após o preenchimento dos requisitos para a concessão da

aposentadoria voluntária especial (art. 40, § 4º, da Carta Magna).

(ARE 954408 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em

14/04/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO

DJe-077 DIVULG 20-04-2016 PUBLIC 22-04-2016)

O leading case em voga implicou a revisão da orientação administrativa até

então vigente no âmbito do Estado, o que se perfectibilizou com a prolação do Parecer

PGE/RS n° 16.996, assim ementado:

APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA ESPECIAL. ABONO DE PERMANÊNCIA.

POSSIBILIDADE. REVISÃO DA JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVA

QUE SE IMPÕE EM RAZÃO DO JULGAMENTO DO ARE 954.408 PELO

STF EM SEDE DE REPERCUSSÃO GERAL. REVISÃO DOS PARECERES

14.283/05 E 15.474/11. REITERAÇÃO DO PARECER 16.368/14.

DESNECESSIDADE DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E SUA

INAPLICABILIDADE COMO TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO. REVISÃO

DOS PARECERES 14.129/04, 14.233/05 E 16.229/14, BEM COMO DA

INFORMAÇÃO 061/13/PP. DATA DO PREENCHIMENTO DOS

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA

COMO TERMO INICIAL. DEVE, PORÉM, A ADMINISTRAÇÃO, PARA A

IMPLEMENTAÇÃO DO BENEFÍCIO, VERIFICAR O PREENCHIMENTO

DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA APOSENTADORIA

VOLUNTÁRIA.

Como evidenciado neste precedente, o pagamento do abono pressupõe a

aferição, em cada caso, do implemento dos requisitos para a aposentadoria voluntária do Docum

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servidor, que deve optar por permanecer em atividade, nos exatos termos do dispositivo

constitucional de regência (artigo 40, § 19), disciplinado, no âmbito estadual, pelos Decretos

n° 43.218/04 e 53.665/17. A propósito, este último foi editado justamente por força da

orientação traçada no Parecer, contemplando as seguintes disposições, in verbis:

Art. 1º Fica alterado o Decreto nº 43.218, de 12 de julho de 2004, que

dispõe sobre a concessão de abono de permanência, instituído pelo artigo

40, § 19, da Constituição Federal, conforme segue:

I – o parágrafo único do art. 1º passa a vigorar com a seguinte redação:

Parágrafo único. A concessão de abono de permanência dar-se-á a

contar da data em que o servidor implementar os requisitos para a

concessão da aposentadoria voluntária de que trata o “caput” deste

artigo, respeitada a prescrição quinquenal, e após a verificação pela

Administração do efetivo atendimento aos critérios para a inativação

voluntária.

II – acrescenta parágrafo único ao art. 3º, com a seguinte redação:

Parágrafo único. O pedido de averbação de tempo de serviço/contribuição

relativo a tempo estranho à Administração Pública Estadual e a juntada da

respectiva documentação comprobatória são de responsabilidade exclusiva

do próprio servidor interessado.

[Grifou-se]

Tendo presentes as implicações práticas da superação do primitivo

entendimento no sentido do descabimento do pagamento de abono de permanência nos

casos de aposentadoria especial e da necessidade de requerimento administrativo para a

concessão do benefício, integrantes da PGE/RS e da então Secretaria da Modernização

Administrativa e dos Recursos Humanos (SMARH) realizaram reunião em 30/11/2017, de

que participaram os Procuradores do Estado Ana Cristina Brenner, então Coordenadora das

Assessorias Jurídicas da Administração Pública Direta e Indireta, Alexsandro Juvêncio

Leopoldo, Agente Setorial junto à SMARH à época, Marilhane Lopez Cortez Meirelles e

Cristina Machado, ambas integrantes da Procuradoria Previdenciária, bem como os

servidores da Secretaria Rúbia Cristina Serrano, Cleiton Oliveira dos Santos, Márcia

Cardoso de Freitas Becker e Marina Zanchin. As deliberações daquela solenidade restaram

vazadas nos seguintes termos: Docum

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Restou determinado o fluxo a seguir indicado: em relação aos expedientes

administrativos da Polícia Civil que tramitam na SMARH haverá

encaminhamento para a PPREV, a qual informará sobre a existência ou não

de ação judicial. Havendo ação, a SMARH notificará o servidor, informando

do teor do Parecer n. 15.763/12, de autoria da Dra. Adriana Maria Neumann,

o qual determina que não pode haver manifestação administrativa se existir

demanda judicializada. Para análise administrativa, o servidor poderá desistir

do processo ou renunciar ao título executivo, devendo juntar ao

administrativo cópia da homologação da desistência ou da renúncia,

possibilitando a análise administrativa do pedido. Nos processos judiciais, a

PGE solicitará no pedido de informações, especificamente, sobre o protocolo

de pedido administrativo da concessão de abono de permanência. Caso haja

pedido administrativo, será priorizada a análise administrativa e informada a

PPREV, a fim de que postule em juízo perda de objeto, falta de interesse ou

outra alegação pertinente.

E tal foi o iter observado pela SMARH no processo anexo (17/1204-

0017898-6), em que o servidor requereu a concessão do abono de permanência pela vez

primeira. Informada a existência de ação judicial em que postulado o mesmo benefício (fl.

43), o servidor foi devidamente cientificado, em 13/04/2018, de que, “sem comprovação por

certidão judicial da homologação da desistência da ação ou renúncia ao título executivo,

deverá aguardar o trânsito em julgado da ação para publicação da concessão do Abono de

Permanência” (fl. 52). Malgrado tenha solicitado o arquivamento daquele expediente,

constata-se, das cópias acostadas ao presente, que o Policial atendeu ao objeto da

cientificação, renunciando, “para fins de transação na esfera administrativa, o título executivo

judicial obtido nos autos do Processo n° 001/3.15.0037204-3, que tramita perante o Juizado

Especial da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre/RS, na condição de que seja

efetivado acordo diretamente com o Estado do Rio Grande do Sul”, conforme se extrai do

termo datado de 18/08/2018, juntado na fl. 05.

Entrementes, sobreveio o Parecer n° 17.549/19, acostado às fls. 39/64,

cujos fundamentos restaram assim sintetizados na ementa:

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ABONO DE PERMANÊNCIA. DECRETO 53.665/17. QUESTIONAMENTOS.

PAGAMENTO RETROATIVO. PRAZO PRESCRICIONAL. SERVIDORES

APOSENTADOS.

1. No caso concreto que originou a consulta, tendo sido judicializada a

matéria e havendo sentença transitada em julgado e em fase de execução

não é possível o pagamento administrativo de valores retroativos, por

ausência de autorização para tanto no Decreto 53.665/17;

2. Quando houve o indeferimento administrativo do pedido da concessão do

abono de permanência com base no implemento do tempo para

aposentadoria voluntária especial, a data em que este se deu constitui o

marco para a adoção de medidas cabíveis frente a negativa administrativa,

de forma que decorridos 5 (cinco) anos ou mais entre o indeferimento e a

publicação do Decreto 53.665/17 opera-se a prescrição do fundo de direito,

não fazendo o servidor jus à implantação em folha do abono de permanência

e de pagamento retroativo;

3. A prescrição do fundo de direito só ocorre quando o indeferimento foi

baseado no entendimento de que não era juridicamente viável a concessão

do abono de permanência com base no implemento do tempo para

aposentadoria voluntária especial, não se aplicando quando o indeferimento

se deu apenas pela não implementação do tempo de serviço para a

aposentadoria voluntária, não especial, caso em que, preenchidos os

requisitos, faz jus o servidor ao abono, devendo ser observado apenas o

prazo prescricional previsto no Decreto 53.665/17,ou seja, contabilizados

para tanto os 5 (cinco) anos imediatamente anteriores à publicação do

Decreto;

4. Nos casos em que o requerimento e a concessão do abono de

permanência ocorreram antes da publicação do Decreto 53.665/17, não

havendo indeferimento administrativo do pedido, e, tampouco, o transcurso

do prazo prescricional, contabilizados para tanto os 5 (cinco) anos

imediatamente anteriores à citada publicação, devem ser pagos valores

retroativos;

5. Quando o requerimento de concessão do abono de permanência ocorreu

antes da publicação do Decreto 53.665/17, mas o seu deferimento foi

posterior, não havendo o transcurso do prazo prescricional, contabilizados

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para tanto os 5 (cinco) anos imediatamente anteriores à mencionada

publicação, devem ser pagos valores retroativos;

6. Na hipótese de aposentadoria do servidor antes da publicação do Decreto

53.665/17, o deferimento ou não do pagamento retroativo do abono de

permanência, preenchidas todas as condições legais para o seu

deferimento, deverá observar quatro enquadramentos distintos:

6.1) faz jus à concessão retroativa do abono de permanência o servidor

inativo que: não havia formulado pedido administrativo; assim como o

servidor que tinha pedido administrativo pendente de apreciação na data da

inativação; ressalvando-se as prestações fulminadas pela prescrição

quinquenal prevista no Decreto 53.665/17, contabilizados para tanto os 5

(cinco) anos imediatamente anteriores à sua publicação;

6.2) faz jus à concessão retroativa do abono de permanência o servidor

inativo que teve pedido administrativo indeferido, porém sem ter ocorrido a

prescrição do fundo de direito na data da publicação do Decreto 53.665/17;

6.3) não faz jus à concessão retroativa do abono de permanência o servidor

inativo que teve indeferido pedido administrativo de concessão do abono

com base em tempo de aposentadoria voluntária especial, e permaneceu

inerte, acarretando a prescrição do fundo de direito;

7. A Secretaria pode editar Instrução Normativa, desde que em consonância

com as orientações da PGE e com a legislação atinente à matéria, a fim de

instruir os seus servidores sobre a concessão do abono de permanência.

A respeito do item n° 1, constou o seguinte na fundamentação do Parecer:

Por derradeiro, no que tange ao caso concreto que originou a abertura do

presente PROA, ainda que não tenha sido objeto da consulta formulada,

cumpre observar que o servidor interessado tem a seu favor sentença

transitada em julgado, já tendo sido implantado em folha o pagamento do

abono de permanência e estando em fase de execução os valores

retroativos não prescritos, os quais serão oportunamente pagos por

Requisição de Pequeno Valor-RPV ou Precatório, conforme o valor.

Importante observar que o artigo 775 do CPC assegura ao exequente o

direito de desistir da execução, mas isso não lhe dá o direito de receber

qualquer pagamento administrativamente, pois a matéria foi judicializada e, Docum

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conforme observado no PARECER 15.763/12, dentre outros, em que pese a

independência entre as esferas judicial e administrativa, a coisa julgada deve

ser cumprida pela Administração.

E, em fase de execução judicial, os pagamentos efetuados pela Fazenda

Pública devem se submeter à sistemática do precatório ou da RPV e, gize-

se, não há no Decreto 53.665/17 qualquer previsão de pagamento

administrativo para servidores que comprovem a desistência de execuções

judiciais, de forma que a pretensão do servidor interessado deve ser

indeferida, não havendo que se falar em comprovação da desistência do

título executivo para possibilitar o pagamento administrativo.

Com a devida vênia ao entendimento externado, parece-nos que, no

particular, não se agregou a melhor solução à situação dos servidores que, validamente,

manifestaram desistência das ações judiciais ou renúncia aos títulos executivos com o fito

de, tais como aqueles que optaram por não judicializar a questão, perceber os valores

retroativos na via administrativa.

Com efeito, extrai-se do Parecer em voga que, ressalvadas as hipóteses

em que a pretensão do servidor tenha sido fulminada pela prescrição de fundo de direito

(itens n° 2 e 6.3 da ementa supratranscrita), os valores devidos a título de abono de

permanência devem ser adimplidos desde a data em que implementados os requisitos para

a percepção do benefício, observado “o prazo prescricional previsto no Decreto 53.665/17,

ou seja, contabilizados para tanto os 5 (cinco) anos imediatamente anteriores à publicação

do Decreto”.

Vale dizer, a despeito de o Decreto n° 53.665/17 não regulamentar a forma

de satisfação da rubrica, reconheceu-se, às expressas e com notável acerto, que a

disposição por ele inserta no parágrafo único do artigo 1° do Decreto n° 43.218/2004 impõe à

Administração o pagamento administrativo das parcelas retroativas.

Nessa toada, a ausência de regulamentação minuciosa no diploma, se não

se erige em obstáculo ao pagamento administrativo de valores retroativos, igualmente não

tem o condão de excluir os servidores detentores de título executivo do alcance de suas Docum

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disposições, desde que, evidentemente, manifestem renúncia ao crédito judicialmente

reconhecido (artigo 924, IV, do Código de Processo Civil) e submetam-se ao mesmo

regramento aplicável à generalidade dos servidores na esfera administrativa, notadamente

as orientações acerca do termo inicial e do prazo prescricional bem elucidadas no Parecer n°

17.549.

Deveras, a renúncia ao crédito encartado no título implica a sua absoluta

insubsistência, como se colhe, exemplificativamente, do precedente jurisprudencial cuja

ementa se colaciona:

PROCESSUAL CIVIL. PETIÇÃO INOMIDADA. FINALIDADE.

DESCONSTITUIÇÃO. ARESTO. PRIMEIRO TURMA. SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECEBIMENTO.

AGRAVO REGIMENTAL. RAZÃO. FINALIDADE INFRINGENTE.

INADMISSIBILIDADE.

AD ARGUMENTANDUM TANTUM: PEDIDO DE RENÚNCIA AO DIREITO

SOBRE O QUAL DE FUNDA A AÇÃO PARA FINS DE ADESÃO A

PROGRAMA DE PARCELAMENTO FISCAL. PROCURAÇÃO COM

PODERES ESPECÍFICOS. REGULARIZAÇÃO.

1. Os recurso admitidos no processo civil são os estabelecidos no rol do art.

496 do Diploma Processual Civil Brasileiro. Assim, a petição inominada

interposta com finalidade de desconstituir acórdão (decisão colegiada) com

nítida pretensão infringente reveste-se de agravo regimental.

2. A interposição de agravo regimental contra decisão colegiada constitui

erro grosseiro e inescusável, tendo em vista sua previsão exclusiva para

atacar decisão monocrática do Relator.

3. Precedentes jurisprudenciais desta Corte: AgRg no AgRg na Rcl

2.607/MG, Rel. Ministro Barros Monteiro, Corte Especial, DJ 03.04.2008;

AgRg no AgRg no REsp 901.813/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda

Turma, DJ 28.11.2007; AgRg nos EDcl no AgRg no MS 8483 / DF, 1ª Seção,

Desta Relatoria, DJ 10/10/2005.

4. Ad argumentandum tantum: "A renúncia ao direito é o ato unilateral

com que o autor dispõe do direito subjetivo material que afirmara ter,

importando a extinção da própria relação de direito material que dava

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causa à execução forçada, consubstanciando instituto bem mais amplo

que a desistência da ação, que opera tão-somente a extinção do

processo sem resolução do mérito, permanecendo íntegro o direito

material, que poderá ser objeto de nova ação a posteriori" (EREsp

356.915/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em

22.04.2009, DJe 11.05.2009).

2. O pedido de desistência formulado pelo autor, acompanhado de pleito no

sentido da renúncia ao direito sobre que se funda a ação judicial, constitui

fato extintivo do aludido direito subjetivo, ensejando a extinção do processo

com "resolução" do mérito, à luz do disposto no artigo 269, V, do CPC.

3. In casu, a procuração de fl. 325 (e-STJ) outorga poderes aos subscritores

da petição para renunciar ao direito em que se funda a ação, em

atendimento ao disposto no artigo 38, do CPC.

4. Petição inominada recebida como agravo regimental ao qual não se

conhece.

(PET no AgRg na DESIS no AgRg no REsp 1114790/SC, Rel. Ministro LUIZ

FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 23/02/2011)

[Grifou-se]

Daí porque, no caso de renúncia, não mais se cogita de cumprimento da

coisa julgada pela Administração, tampouco em expedição de Requisição de Pequeno Valor

(RPV) ou precatório para satisfação do crédito judicial, que, repita-se, deixou de existir.

Diante disso, não mais remanescendo o título validamente renunciado, o

renunciante passa a titular situação jurídica idêntica à do servidor que jamais possuiu título

judicial, impondo-se seja conferido o mesmo tratamento a ambas as hipóteses.

Registra-se que tal compreensão em nada colide – mas, ao revés,

conforma-se – com a conhecida orientação desta PGE no sentido de que a judicialização da

questão prejudica a sua análise pela Administração, tendo em vista que o servidor abriu mão

da via judicial justamente com o objetivo de viabilizar a análise do pleito na esfera

administrativa.

No aspecto, merece relevo ainda o quanto explanado pela Assessoria Docum

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Jurídica da SEPLAG na informação que desencadeou a presente consulta, na qual bem

assinalado que “muitos servidores pautaram suas decisões a partir da forma como a

Administração Pública se posicionava sobre o assunto, desistindo de suas demandas

judiciais ou renunciando aos títulos executivos, como é o caso deste expediente”.

Com efeito, renovadas as vênias, a conclusão segundo a qual, “tendo sido

judicializada a matéria e havendo sentença transitado em julgado e em fase de execução,

não é possível o pagamento administrativo dos valores retroativos”, comporta revisão

também em razão da necessidade de se resguardar a segurança jurídica, princípio

constitucional decorrente da norma do art. 5º, caput e LIV, da Constituição Federal,

porquanto, como enfatizado, a renúncia decorreu da própria comunicação dirigida pela

Administração ao servidor.

Acerca da segurança jurídica e da proteção da confiança, J. J. GOMES

CANOTILHO preleciona o seguinte:

O homem necessita de segurança para conduzir, planificar e conformar

autónoma e responsavelmente a sua vida. Por isso, desde cedo se

consideram os princípios da segurança jurídica e da protecção da confiança

como elementos constitutivos do Estado de Direito. Estes dois princípios –

segurança jurídica e protecção de confiança – andam estritamente

associados, a ponto de alguns autores consideram o princípio da protecção

de confiança um sub-princípio ou como uma dimensão específica da

segurança jurídica. Em geral, considera-se que a segurança jurídica está

conexionada com elementos da ordem jurídica – garantia de estabilidade

jurídica, segurança de orientação e realização do direito – enquanto a

protecção da confiança se prende mais com as componentes subjectivas da

segurança, designadamente a calculabilidade e previsibilidade dos

indivíduos em relação aos efeitos jurídicos dos actos dos poderes públicos.

A segurança e a protecção de confiança exigem, no fundo: 1) confiabilidade,

clareza, racionabilidade e transparência dos actos do poder; 2) de forma que

em relação a eles o cidadão veja garantida a segurança nas suas

disposições pessoais e nos efeitos jurídicos dos seus próprios actos. Deduz-

se já que os postulados da segurança jurídica e da protecção de segurança Docum

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são exigíveis perante qualquer acto de qualquer poder – legislativo,

executivo e judicial.

(Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7.ed. Coimbra: Almedina,

2003, p.257.)

No caso, inequívoco que a conclusão emergente do Parecer n° 17.549

surpreendeu os servidores que, validamente, confiaram no posicionamento então adotado

pela Administração para pautar a renúncia aos títulos executivos de que dispunham, razão

pela qual a tutela da segurança jurídica e a proteção da confiança igualmente amparam a

revisão do precedente.

Em suma, conclui-se pela necessidade de revisão do item n° 1 da ementa e

da conclusão do Parecer n° 17.549, a fim de que se reconheça a viabilidade de pagamento

administrativo dos valores devidos a título de abono de permanência nas hipóteses em que

verificada a desistência de ação judicial (antes do trânsito em julgado) ou a renúncia ao título

executivo, que deixa de subsistir em tal hipótese, impondo-se a observância das demais

orientações traçadas no precedente administrativo.

Por fim, recomenda-se que, nos casos de desistência ou renúncia, o

pagamento administrativo seja antecedido da lavratura de termo de quitação integral e

irrestrita, inclusive quanto a eventuais diferenças concernentes à atualização do

débito e aos marcos prescricionais, tendo em vista a opção de satisfação manifestada

pelo servidor subscritor.

Ante o exposto, alinham-se as seguintes conclusões:

a) o Decreto n° 53.665/17 impõe à Administração o pagamento

administrativo de eventuais parcelas retroativas devidas a título de abono de permanência,

observadas as diretrizes do Parecer n° 17.549;

b) a renúncia ao crédito encartado no título judicial implica a insubsistência

deste, razão pela qual o renunciante passa a titular situação jurídica idêntica à do servidor

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que não judicializou a pretensão, impondo-se seja conferido o mesmo tratamento a ambas

as hipóteses;

c) a tutela da segurança jurídica e a proteção da confiança igualmente

amparam a revisão do precedente, tendo em vista que os servidores, validamente, confiaram

no posicionamento então adotado pela Administração para pautar a renúncia aos títulos

executivos de que dispunham;

d) faz-se necessária a revisão do item n° 1 da ementa e da conclusão do

Parecer n° 17.549, a fim de que se reconheça a viabilidade de pagamento administrativo dos

valores devidos a título de abono de permanência nas hipóteses em que verificada a

desistência de ação judicial (antes do trânsito em julgado) ou a renúncia ao título executivo,

impondo-se a observância das demais orientações traçadas no precedente administrativo e

a lavratura de termo de quitação, a ser subscrito pelo servidor.

É o Parecer.

Porto Alegre, 25 de junho de 2019.

Aline Frare Armborst

Procuradora do Estado

Assessoria Jurídica e Legislativa

Expediente administrativo nº 19/1204-0004764-5

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PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

Processo nº 19/1204-0004764-5

Analisada a proposta de PARECER da CONSULTORIA-

GERAL/ASSESSORIA JURÍDICA E LEGISLATIVA, de autoria da

Procuradora do Estado ALINE FRARE ARMBORST, opino pela aprovação de

suas conclusões.

À consideração do Procurador-Geral do Estado.

VICTOR HERZER DA SILVA,

Procurador-Geral Adjunto

para Assuntos Jurídicos.

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Victor Herzer da Silva 12/07/2019 14:07:39 GMT-03:00 99622254004 Assinatura válida

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Processo nº 19/1204-0004764-5

PARECER JURÍDICO

O PROCURADOR-GERAL DO ESTADO, no uso de suas

atribuições, aprova o PARECER da CONSULTORIA-

GERAL/ASSESSORIA JURÍDICA E LEGISLATIVA, de autoria da

Procuradora do Estado ALINE FRARE ARMBORST, cujos fundamentos

adota para responder a CONSULTA formulada pela SECRETARIA DE

PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.

Encaminhe-se ao Procurador do Estado Agente Setorial do Sistema

de Advocacia de Estado junto à Secretaria de Planejamento, Orçamento e

Gestão.

PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO, em Porto Alegre.

EDUARDO CUNHA DA COSTA,

Procurador-Geral do Estado.

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Eduardo Cunha da Costa 27/08/2019 09:41:21 GMT-03:00 96296992068 Assinatura válida

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