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Processo Especial de Revitalização
17 de Julho de 2012
I. Breves Notas Introdutórias;
II. O Processo Especial de Revitalização.
Plano de Apresentação
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1. Aumento significativo do número de insolvências em Portugal nos primeiros seis meses de 2012;
2. A Lei n.º 16/2012, de 20 de Abril: procede à sexta alteração ao Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), simplificando formalidades e procedimentos e instituindo o Processo Especial de Revitalização;
3. Principal objectivo prosseguido por esta revisão: reorientar o CIRE para a promoção da recuperação;
4. Outros Objectivos: (i) Reforço da responsabilidade assacada aos devedores; (ii) simplificação de procedimentos; (iii) ajustamento de prazos; (iv) possibilidade de adaptação do processo ao caso concreto; (v) reforço da competência dos juízes; (vi) delimitação clara do âmbito da responsabilidade dos administradores da insolvência; (vii) reforço da tutela efectiva dos dependentes do devedor; (viii) articulação entre a acção executiva e o processo de insolvência.
I. Breves Notas Introdutórias.
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O Processo Especial de Revitalização (PER):
• Finalidade;
• Pressupostos;
• Tramitação.
II. Processo Especial de Revitalização
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Processo de Processo de InsolvênciaInsolvência
(art.º 1º)(art.º 1º)
Processo de execução universal que tem por finalidade a satisfação dos credores pela forma prevista num plano de insolvência, baseado, nomeadamente:
(i)na recuperação da empresa; (ou quando tal não seja possível)
(ii)na liquidação do património do devedor e a repartição do produto obtido pelos credores.
P.E.R.P.E.R.(art.º 17º-A)(art.º 17º-A)
Permitir ao devedor que, comprovadamente se encontre em «situação económica difícil» ou em «situação de insolvência meramente iminente», estabelecer negociações com os credores, tendo em vista a conclusão de um acordo que conduza à revitalização do devedor.
Processo Especial de Revitalização - Finalidade
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Processo Especial de Revitalização- Finalidade
Por via do P.E.R pretende-se:
• Revitalização do devedor em dificuldade sem por em causa o cumprimento das suas obrigações;
• Combate ao «desaparecimento» dos agentes económicos;
• Rápida homologação de acordos extrajudiciais para recuperação de devedores em situação económica difícil.
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Processo Especial de Revitalização- Pressupostos
Quem pode recorrer ao P.E.R.? Todos os devedores que:
(i)Estejam em situação económica difícil ou em situação de insolvência meramente iminente (independentemente de o devedor ser uma pessoa singular, colectiva ou qualquer uma das entidades mencionadas no art.º 2º - por ex., um património autónomo);
(ii)Atestem reunir as condições necessárias para a sua recuperação;
(iii)E que, juntamente com pelo menos um credor, manifestem por escrito assinado por ambos a vontade de dar início ao Processo Especial de Revitalização.
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Processo Especial de Revitalização - Pressupostos (cont.)
Dos pressupostos, em especial, quanto à situação do devedor:
(i)Situação económica difícil: dificuldade séria para cumprir pontualmente as suas obrigações, designadamente por ter falta de liquidez ou por não conseguir obter crédito (art.º 17-B);
(ii)Insolvência meramente iminente: probabilidade de o devedor não conseguir continuar a cumprir pontualmente as suas obrigações (projecção da sua capacidade de pagamento).
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Processo Especial de Revitalização - Tramitação: impulso processual
Devedor deve apresentar no Tribunal :
• Comunicação dirigida ao Juiz do Tribunal competente a informar que pretende dar início às negociações conducentes à sua recuperação;
• Declaração assinada pelo Devedor e por, pelo menos, um credor da vontade de encetarem negociações conducentes à sua revitalização;
• Declaração escrita do Devedor a atestar que reúne as condições necessárias para a sua recuperação;
• Cópias dos documentos referidos no art.º 24º do CIRE, nomeadamente:
relação de todos os credores;
relação de todas as acções pendentes contra o Devedor;
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Processo Especial de Revitalização - Tramitação: impulso processual
Devedor deve apresentar no Tribunal (cont.) :
Cópias de (cont.):
explicitação da actividade a que o Devedor se tenha dedicado nos últimos 3 anos;
tendo o Devedor contabilidade organizada, as contas anuais relativas aos três últimos exercícios, bem como os respectivos relatórios de gestão, de fiscalização e de auditoria, pareceres do órgão de fiscalização e documentos de certificação legal, se forem obrigatórios e existirem, e informação sobre as alterações mais significativas do património ocorridas posteriormente à data a que se reportam as últimas contas e sobre as operações que, pela sua natureza, objecto ou dimensão extravasem da actividade corrente do Devedor;
E ainda um mapa do pessoal que o Devedor tenha ao serviço. 10
Processo Especial de Revitalização - Tramitação
Recebida a mencionada comunicação pelo Tribunal:
O juiz deve nomear de imediato, por despacho, o Administrador Judicial Provisório (sendo o conteúdo do despacho publicitado no portal Citius).
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Processo Especial de Revitalização - Efeitos Processuais
Efeitos processuais da nomeação de Administrador Judicial Provisório:
ficam os credores impedidos de instaurar quaisquer acções de cobrança de dívida contra o Devedor;
enquanto perdurarem as negociações, suspendem-se as acções que, com igual finalidade, estejam pendentes contra o Devedor;
os processos de insolvência que hajam sido requeridos anteriormente e nos quais ainda não tenha sido proferida sentença declaratória de insolvência suspendem-se na data da publicação no Citius do despacho de nomeação de administrador judicial provisório.
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Processo Especial de Revitalização - Efeitos sobre o Devedor
Efeitos do despacho de nomeação de Administrador Judicial Provisório sobre o Devedor:
• O Devedor fica impedido de, sem prévia autorização do administrador judicial provisório, praticar actos de especial relevo – art.º 161º do CIRE (ex.: venda da empresa, alienação de bens necessários à continuação da empresa, aquisição de imóveis, celebração de contratos de execução duradoura, entre outros).
• A autorização para a prática de actos de especial relevo pelo Devedor deve ser requerida, por escrito, ao Administrador Judicial Provisório, devendo este último responder igualmente por escrito no prazo de cinco dias. A falta de resposta por parte do Administrador Judicial Provisório equivale a recusa de autorização. 13
Processo Especial de Revitalização - A Fase da Reclamação de Créditos
• 1.º Momento: convite a participar nas negociações.O devedor, uma vez notificado do despacho que nomeia o administrador judicial provisório, deve comunicar a todos os seus credores – que não tenham subscrito a declaração de vontade de dar início ao PER – que deu início a negociações com vista à sua revitalização, convidando-os a participar nas negociações.
• 2.º Momento: reclamação de créditos. a) os credores dispõem de um prazo de 20 dias para reclamar os seus créditos;b) o prazo inicia-se com a publicação, no Citius, do despacho de nomeação do administrador judicial provisório;c) as reclamações devem ser remetidas ao administrador judicial provisório.
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Processo Especial de Revitalização - A Fase da Reclamação de Créditos.
• 3.º momento: lista provisória – elaboração.
Findo o prazo das reclamações, o administrador judicial provisório dispõe de um prazo de 5 dias para apresentar a lista provisória na secretaria do tribunal (a qual deve, igualmente, ser publicada no Citius).
• 4.º momento: lista provisória – impugnação.
a)A lista provisória pode ser impugnada no prazo de 5 dias a contar do seu depósito na secretaria (ou da publicação no Citius);
b)O Juiz dispõe de 5 dias para decidir sobre as impugnações;
•5.º momento: lista definitiva.
A lista provisória converte-se em definitiva caso não haja impugnações ou, havendo, após a decisão do Juiz sobre as mesmas.
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Processo Especial de Revitalização - A Fase das Negociações.
Findo o prazo para apresentar as impugnações, inicia-se a fase das negociações:
• Prazo: os Declarantes dispõem de 2 meses para concluir as negociações. O prazo é prorrogável por 30 dias (e por apenas uma vez).
• Participantes:a)o Devedor;b)o Administrador Judicial Provisório;c)os declarantes; ed)todos os credores que, enquanto perdurem as negociações, declarem ao devedor, por carta registada, querer participar nas mesmas.e)Peritos indicados pelos intervenientes. 16
Processo Especial de Revitalização - Aprovação do acordo.
Com o termo das negociações, procede-se à votação do Plano de Recuperação
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Processo Especial de Revitalização - Aprovação do acordo.
• Homologação: o Juiz tem 10 dias para homologar ou recusar a homologação do acordo.
•A decisão do Juiz vincula todos os credores.
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Devedor não está Devedor não está insolventeinsolvente
o encerramento do processo especial de revitalização acarreta a extinção de todos os seus efeitos.
Devedor está Devedor está insolventeinsolvente
o encerramento do processo acarreta a insolvência do devedor, devendo a mesma ser declarada pelo juiz no prazo de três dias úteis.
Processo Especial de Revitalização - Não Aprovação do Plano de Recuperação.
• Não sendo possível alcançar acordo, ou caso seja ultrapassado o prazo para concluir as negociações encetadas, o processo negocial é encerrado :
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Processo Especial de Revitalização - Homologação de Acordos Extrajudiciais.
• O PER pode também ser iniciado pela apresentação pelo devedor de um Acordo Extrajudicial de Recuperação, o qual deverá ser assinado pelo devedor e por credores que representem, pelo menos, a maioria dos votos referida anteriormente (Art.º 212º, n.º 1, do CIRE).
• Neste caso o procedimento é ainda mais simplificado, uma vez que se prescinde da fase das negociações, mas continua a depender da homologação do Juiz.
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Processo Especial de Revitalização
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OBRIGADO!
Helena Soares de Moura Gonçalo FlemingMorais Leitão, Galvão Teles, Soares
da SilvaSociedade de Advogados, R.L.Rua Castilho, 165 – 1070-050 LisboaTel: +351 213 817 453Fax: +351 213 817 494E-mail: [email protected]
Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da SilvaSociedade de Advogados, R.L.Av. da Boavista, 3265 – 5.2, Edifício Oceanvs4100-137 PortoTel: +351 226 166 964Fax: +351 226 163 810E-mail: [email protected]