32
Processo Penal São Paulo 2º semestre de 2012 1 POR ROMMEL ANDRIOTTI PROCESSO PENAL

Processo Penal - Endireitadosendireitados.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Processo-Penal.pdf · Questões incidentes - algumas vezes existem situações incidentais ao processo

Embed Size (px)

Citation preview

Processo Penal

São Paulo

2º semestre de 2012

!1POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Aula 01 (02.08.2012)

BIBLIOGRAFIA - Guilherme Lucci - manual de processo penal e execução penal

RESUMO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO O direito penal baseia-se no direito de punir. 

Constituição Federal - traz os princípios informadores do processo penal

Inquérito policial - instrumento por meio do qual se buscarão indícios da existência de uma conduta criminosa. Se inicia com a "noticia do crime" e, após a realização das diligencias, encerra-se com um relatório que é remetido ao ministério público

Ação penal - ação movida pelo ministério público a fim de punir o autor de uma conduta criminosa.

Ação civil "ex delito" - reparação civil em razão da prática de um crime. 

Questões incidentes - algumas vezes existem situações incidentais ao processo que requerem procedimentos próprios de resolução. 

Pessoas - sujeitos processuais. São pessoas que por determinação legal assumem a posição de protagonistas no caminhar do processo. Na denuncia por exemplo, o promotor é o responsável por promove-la, dando inicio ao processo penal. No caso de queixa, é o querelante. O polo passivo é ocupado pelo réu, e representando o estado na prestação jurisdicional encontra-se o juiz de direito.

Avaliação continuada Será submetido um texto para fichamento. 

Aula 02 (07.08.2012) - O processo e sua evolução

Processo Penal

O processo penal esta intimamente ligado com a legitimidade do direito de punir pelo estado. Todas as pessoas, por meio do contrato social, cedem uma parcela de sua liberdade em prol de todos. Todas as vezes que uma pessoa desrespeita os limites da

!2POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

própria liberdade, agredindo a de outrem, o estado deve exercer seu poder de punir, utilizando-o em desfavor do infrator, e respondendo ao restante da sociedade quanto ao cumprimento das leis que são iguais a todos que estão sob a luz de sua vigência.

O direito de punir é, antes de tudo, um poder. É uma capacidade de solicitar restrições adicionais às liberdades de alguém, restrições essas superiores às restrições impostas normalmente aos restantes dos cidadãos. Essa limitação torna-se legitima a partir do momento que o infrator comete um delito em inobservância as leis que restringem sua liberdade.

Além de ser um poder, o direito de punir do estado é também um dever; pois o estado não pode exerce-lo a seu Bel Prazer, discricionariamente. A partir do momento em que o estado sabe de fato notoriamente contrario a lei, ele deve agir, pois o restante dos cidadão não podem ter a percepção de que podem descumprir impunemente o contrato social previamente estabelecido.

O direito de punir é um direito não auto executável, ou seja, para o exercício do direto de punir o estado deve seguir as decisões de um poder próprio e imparcial, que hoje se materializa no poder judiciário, que segue o devido processo legal e todos os princípios que lhe são inerentes. O estado (administração pública) não poderia punir arbitrariamente a outrem, sob pena da insurgência da população contra um governo possivelmente totalitário. Essa é uma vedação que o estado impõe a si próprio visando garantir a legitimidade de sua ação punitiva.

Portanto, chegamos com isso a um conceito de processo penal:

O processo é uma soma de atos realizados no âmbito do poder judiciário, com o fim de se obter declaração sobre o direito aplicável.

Embora aparentemente distintos, os interesses da acusação e da defesa são convergentes, tendo em vista a intenção de ambos em chegar a uma declaração acerca da aplicação da lei. Ambas as partes desejam a justiça, muito embora os efeitos que eles acreditam resultar dessa declaração possam ser distintos um do outro.

Nessa lógica, é necessário seguir procedimentos ao longo do processo para garantir que as partes processuais tenham chance de demonstrar todos os argumentos que corroborem para suas pretensões.

Procedimento portanto é a ordem lógico cronológica dos atos de um processo.

!3POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Cuidado para não confundir processo com procedimento. A todo o processo corresponde pelo menos um procedimento mas a reciproca não é verdadeira. No âmbito processual, há quatro tipos principais de procedimentos, que são o procedimento ordinário, sumario, sumaríssimos, e especiais.

No entanto, há outros tipos de procedimentos não inseridos em âmbito processual e que, portanto, não configuram um processo, mas uma serie de atividades que possam ser relevantes para o mesmo, como é o caso do inquérito policial.

Finalidades do processo

O processo penal visa ser meio de materialização do direito legitimo de punir, servindo também de limitação ao estado como administração pública e ao poder judiciário. Isso é muito importante pois ao limitar essas atividades estatais estamos protegendo as garantias individuais.

Evolução histórica dos processos penais

Com a evolução da história ocidental, encontramos, para fins didáticos e comparativos, sistemas processuais.

Sistema acusatório Surge na antigüidade clássica (Grécia e Roma) e perdurou até, aproximadamente, o século XIII. A principal característica é a separação dos sujeitos do processo, ou seja, temos uma pessoa que acusa, uma que defende, e uma que julga. O diferencial é a capacidade desses sujeitos de contradizerem as versões dos fatos alegados pela parte contraria. Esse sistema pautava-se na oralidade. As partes se reuniam em um mesmo espaço e combatiam seus argumentos naquele momento, na frente da coletividade, bem como do juiz, que por sua vez proferia sus sentença também oralmente. É em razão desse procedimento, que existe a palavra contradizer.

Outra característica marcante é o fato da publicidade do processo penal, que era resolvido em praça pública. A atuação de oficio de juiz era vedada, ou seja, não existiam situações onde o juiz agia sem provocação prévia das partes. O juiz portanto é apenas destinatário das alegações proferidas, e somente agirá sob requerimento das partes. A liberdade do réu, como regra, era protegida, até o momento de sua condenação privativa de liberdade.

É importante ressaltar também que a idéia de monopólio do direito de punir pelo estado começou a ser utilizado nesse sistema, a fim de evitar a vingança privada.

!4POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Sistema inquisitório Surge com o aumento do poder da igreja católica no universo ocidental. Teve seu auge entre os séc. XIII a XVIII. Havia uma confusão entre a acusação e o juízo. Os crimes são julgados por comitivas da Inquisição, que serviam basicamente de promotoria e orgao julgador. É um dos sistemas mais criticados pois a convicção da acusador já estava formada quando da realização do processo, prejudicando o julgamento realizado por ele próprio e extinguindo o exercicio do contraditório e ampla defesa.

O processo tinha grande formalidade, e todos os atos eram reduzidos a termo.

A publicidade perdeu importância, pois acreditava-se não ser de interesse público o acesso as informações processuais. Regeu-se então o principio do sigilo dos atos processuais. Outro fator de impossibilidade de publicidade é o fato da maior parte da população ser analfabeta, não tendo nem mesmo a possibilidade de tomar conhecimento dos atos processuais.

Pelo fato da confusão entre a acusação e o órgão jurisdicional, os atos de oficio surgiram e eram muito utilizados nesses princípios. Os atos de oficio tornaram-se a regra.

Por ultimo, a liberdade do réu deixou de ser a regra, passando a existir a prisão preventiva e se tornando essa a praxe para o tratamento dos suspeitos de infração de ordem penal.

Misto Do século XVIII até hoje

Tudo o que se realiza antes da acusação formal (inquérito policial) funciona nos moldes do sistema inquisitório. A ação penal por sua vez reúne mais semelhanças com o sistema acusatório. Isso não impede que existam momentos acusatórios no procedimento inquisitório e vice versa.

Aula 03 (09.08.2012) -

Direito processual penal

É o conjunto de normas jurídicas estabelecidas para regulamentar o processo penal e seu andamento. São fontes formais desse direito o código de processo penal e leis esparsas.

!5POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

O direito processual é uma realidade, mas é evidente que interpretamos esse ramo do direito de acordo com valores pessoais que não estão expressamente na lei. Por isso, é considerado uma ciência, posto que é necessário o estudo para a aferição do real valor das normas contidas no tema em questão.

Lei Processual Penal Tipicidade - é o ajustamento de uma conduta de fato a uma conduta abstrata. A norma processual é típica pois há uma descrição determinada de como se darão os atos processuais. Por exemplo, a definição da nulidade de um ato quanto a eficácia mede sua importância e finalidade. Além disso, essa descrição determinada é vinculante, ou seja, apenas os expressamente atingidos pela lei deverão sofrer os seus encargos.

Situações jurídicas para as partes no processo - em um processo penal, as determinações abstratas legais só se materializam em etapas e sujeitos específicos. Por exemplo, um ato da acusação não poderá ser realizado pela defesa, e etc. Não confundir a situação jurídica com as partes, pois cada uma delas terão no curso do processo situações em que serão ativas ou passivas

Tipos de situações jurídicas Situações ativas - a parte age para a proteção de um interesse próprio.

Faculdade é a conduta permitida pela norma que se exaure na esfera jurídica do próprio sujeito, ou seja, sua execução não tem efeito na esfera jurídica das outras partes do processo. Exemplo: (art. 145 CPP) no incidente de falsidade, não importa em qual dia do prazo o intimado cumprirá a decisão, contanto que a pratique dentro do prazo estipulado.

O poder é a conduta permitida pela norma que se resolve em atividade desatinada a modificar a esfera jurídica alheia (outra parte no processo). Exemplo: ação penal privada subsidiaria da pública (art. 100 par. 3º CP).

Situações passivas - a parte esta subordinada a um determinado interesse, que pode ser próprio ou alheio

Dever - É a conduta imposta pelo ordenamento à parte no interesse alheio. A todo poder de uma parte corresponde um dever da outra. Exemplo: diante do poder do promotor em ajuizar uma ação, o juiz fica subordinado a recebe-la, se todos os requisitos de legitimidade estiverem cumpridos.

!6POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Ônus - uma conduta permitida cuja realização é necessária para evitar prejuízo à parte realizadora. Exemplo: o Ônus da prova. A parte não é obrigada a provar, mas não provando pode ficar sem elementos embasadores de suas pretensões.

Sujeição - É um dever qualificado. É a situação da parte submetida a autoridade do órgão jurisdicional. Exemplo: cumprimento da sentença penal condenatória.

Aula 04 (14.08.2012) - aplicação do

processo penal

Fontes do direito processual penal Lei

A lei é a fonte primaria, seguindo o principio constitucional da legalidade, conforme art. 5º Inc. 2º.

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

E a jurisprudência e a doutrina? São fontes do direito?

Jurisprudência

Conjunto de decisões reiteradas de um órgão julgador em determinado sentido. Não é fonte pois cria ou fixa interpretações e não inovam com a criação de uma nova norma. É portanto um elemento de interpretação e integração do direito.

Doutrina

Conjunto de pensamentos convergentes de interpretes do direito em determinado sentido. Não é fonte pois cria ou fixa interpretações e não inovam com a criação de uma nova norma. É portanto um elemento de interpretação e integração do direito.

Costumes

Não é fonte do direito, mas pode vir a ser homologada pelo órgão judiciário em virtude do principio do "pacta sunt servanda". Isso não se aplica ao processo penal.

Tratados internacionais

São acordos internacionais criando regras que são incorporadas ao direito interno. Eles podem ter duas naturezas. Ou tratam de direitos humanos ou não. Se for de

!7POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

direitos humanos eles tem uma posição equiparada à emenda constitucional, conforme art. 5º par. 3º.

§ 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

É exemplo o decreto 678/92, ou o pacto de são José da costa rica, que achei disponível no seguinte link: http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/sanjose.htm

Dêem uma olhada no artigo 8º desse tratado, que transcrevo abaixo.

Artigo 8º - Garantias judiciais

1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.

2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:

a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um tradutor ou intérprete, caso não compreenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal;

b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;

c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa;

d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;

e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei;

f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos;

g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada; e

h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.

3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza.

!8POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos.

5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da justiça.

Tratados que não versam sobre direitos humanos são equiparados à leis ordinárias

Aplicação da lei processual penal Toda a lei se aplica em um determinado tempo, espaço, e tendo efeito em pessoas. No caso do tempo no direito processual penal, a regra esta no artigo 2º.

Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

É o principio do "tempus regit actum", que significa que a regra a ser aplicada é aquela que esta em vigor, sem retro ou ultra atividade.

Existem exceções desse principio. Segundo o artigo 2º da lei de introdução do código penal diz que previsões de prisão preventiva e fiança podem retroagir.

Art. 2º À prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis.

Outra exceção foi construída doutrinariamente acerca de normas processuais mistas, ou seja, que afetam diretamente no direito material das partes. Nesses casos, como na prescrição por exemplo, prevalece o beneficio ao réu.

Quanto ao espaço, o processo penal segue o principio da territorialidade. Isso significa que apenas pessoas no nosso território, ainda que em território ficto (meios de transportes em missão diplomática).

Quanto às pessoas, em regra atinge todas, exceto as imunes. Como exemplos de imunidades, verifiquem o artigo 53 par. 2º e 6º:

§ 2º - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

§ 6º - Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

Também há casos de imunidades na convenção de Viena, que estabelece que embaixadores não podem ser presos em flagrante. Vejam o artigo 29 dessa convenção:

!9POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Artigo 29 - A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado trata-lo-á com o devido respeito e adotará tôdas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade.

Entre outros tipos de imunidades.

Aula 05 (16.08.2012) - Princípios informadores do processo Penal

Princípios explícitos São os princípios expressamente consignados na constituição federal. Há uma descrição determinada, autônoma (não há necessidade de se analisar um principio constitucional em conjunto com outros dispositivos para chegar a seu significado, muito embora esses princípios possam estar em mais de um dispositivo) e própria, pois há um dispositivo próprio para sua existência.

Princípios implícitos Há uma descrição DETERMINÁVEL, diferente da descrição determinada dos explícitos. Existem mais de um dispositivo, cada qual autônomo em sua redação, mas que em leitura sistemática desses podemos deduzir a existência concreta de um novo princípio. Além disso, esses princípios são derivados, já que dependem de atividade interpretativa de outros artigos. Outra característica é que são impróprios, por não terem redação própria. Exemplo: principio do promotor natural.

Relação dos princípios explícitos e implícitos com as pessoas as quais se referem

Os princípios se relacionam com pessoas. Um princípio explicito por exemplo pode se relacionar com o estado. É prova disso a tripartição dos poderes. Esse princípio explícito, contido no artigo 2º da CF é exemplo de princípio explicito relacionado ao estado.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Dessa forma, em âmbito processual penal, temos as seguintes relações de princípios com pessoas:

!10POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Explícitos

• Indivíduo - refere-se a todos os indivíduos; em especial o réu, por ser o elo fraco da relação processual

• Estado - em stricto e lato senso, ou seja, respectivamente estado julgador e administrador

Implícitos

• Indivíduo - idem ao anterior

• Estado - idem ao anterior

Princípios explícitos relacionados à pessoa Princípio do acesso a justiça

Art. 5º Inc. 35

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Inderrogabilidade do acesso jurisdicional. Não pode haver vedação ou forma de exclusão das pessoas de acessar o poder judiciário. Existente uma lesão ao direito, é poder-dever do judiciário permitir o acesso do lesado ao bojo de sua apreciação.

Principio do contraditório e da ampla defesa

Art. 5º Inc. 55

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

O principio do contraditório e ampla defesa é vital para a existência da justiça perseguida pela atividade jurisdicional. Ninguém, sob a alegação de algo que lhe diga respeito, poderá ser julgado sem ter a oportunidade de contradizer amplamente os fatos que lhe são reputados.

Existe a autodefesa, que se constitui em uma faculdade do réu em se auto defender. O silencio do réu é um tipo de auto defesa, e esse silencio não pode ser interpretado em desfavor dele.

A defesa técnica é a defesa mediante profissional do direito, e essa defesa é obrigatória para a validade do processo.

Plenitude de defesa

Artigo 5º Inc. 38 alinea a

!11POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

É uma ampla defesa qualificada. Até mesmo provas não previstas em lei podem ser utilizadas no júri para a defesa do réu.

Princípio da assistência jurídica

Art. 5º Inc. 74

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

Consiste na materialização do principio da ampla defesa em sua faceta técnica. O estado preservará a garantia dos diretos dos hipossuficientes. É um ônus assumido pelo estado para garantir a validade processual e a observância aos princípios informadores do processo penal. Essa assistência deverá ser integral e gratuita (aos beneficiados por ela)

Aula 06 (21.08.2012) - Princípios explícitos do estado

Juiz natural

Art. 5º XXXVII e LIII, CF

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Não haverá tribunais de exceção. Tribunais que não integram a estrutura natural judiciaria não podem ser criados para julgar e conhecer fatos ocorridos antes dessa criação, ou seja, um tribunal não pode ser criado com a finalidade única de julgar um fato. Além disso, não basta que determinado juízo tenha sido criado antes, mas também deverá ter competência legal para julgar.

Princípio da licitude da prova

Art. 5º, LVI e 157 CPP

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

!12POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

O destino da prova é o juiz e somente ele pode averiguar sua legalidade. As provas ilícitas devem ser desentranhadas e desconsideradas do processo. São ilícitas provas conseguidas em dissonância dos ditames constitucionais e legais. Exemplo: art. 186 caput. CPP.

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.

Logo, se o juiz não realiza os procedimentos citados, a prova não será válida em virtude da inobservância pelo juiz dos deveres que lhe foram impostos para com o réu.

Todas as provas conseguidas, ainda que aparentemente licitas, por meio de crime, serão consideradas ilícitas:

§ 1º - São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

Princípio da publicidade

Art. 5º LX CF

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

A aplicação da lei penal interessa à sociedade, e essa tem o direito de saber como as condutas criminosas tem sido julgadas, tem o direito de saber como esta sendo disposta pelo estado a parcela de nossa liberdade que lhe foi entregue. Se, no entanto, a matéria publicada puder ferir o direito dos diretamente envolvidos, então ela manter-se-á no sigilo. Em virtude disso, diz-se que o principio da publicidade se subdivide em "princípio do interesse social" e "princípio da intimidade", prevalecendo nos casos concretos ou um ou outro ou combinação de ambos dependendo da necessidade de sigilo e interesse da comunidade.

Princípio da Duração razoável do processo

Emenda constitucional 45/04, art. 5º LXXVIII CF

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

!13POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Isso significa que, na medida do possível, o processo será movido por seus operadores da forma mais rápida possível, dentro dos limites possíveis, para promover sua rápida resolução.

Principio da obrigatoriedade do tribunal do júri

Art. 5º, XXXVIII

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Tem como características a plenitude da defesa, o sigilo das votações, soberania dos veredictos, e competência estrita para crimes contra a vida.

Vejamos, a título de curiosidade, um pouco sobre a nomeação do júri:

Seção IV

Do Alistamento dos Jurados

(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população.

§ 1º - Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3º do art. 426 deste Código.

§ 2º - O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a função de jurado.

Veremos tudo isso mais detalhadamente nas próximas aulas.

!14POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Aula 07 (23.08.2012) - cont. Principios explícitos do estado

O tribunal do júri

Art. 5º XXXVIII

D) O júri tem competência para julgar crimes dolosos contra a vida. O júri segue o principio norte americano do "peer judgement", que é o julgamento pelos pares.

A) A plenitude de defesa no tribunal do júri é qualificada, admitindo-se provas não previstas em lei.

B) O sigilo das votações deve ser preservado integralmente. A não observância disso importará à necessidade da constituição de um novo conselho de sentença (um novo júri)

C) soberania dos veredictos - não basta existir uma votação sigilosa. O resultado do júri é soberano. O juiz presidente fica sujeito ao resultado da votação. As exceções são duas: no caso de contrariedade total do júri com os fatos apresentados e possibilidade de recurso no caso de vicio formal.

Principio da não consideração prévia de culpabilidade ou da presunção da inocência

Art. 5º LVII

Uma pessoa só pode ser considerada culpada após o transito em julgado de uma sentença penal condenatória.

Principio da legalidade estrita da prisão cautelar Art. 5º incisos LXI a LXVI

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

Para alguns delitos, o militar pode ser preso sem julgamento de ordem judicial, mas somente com autorização do comandante da unidade onde ele serve.

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

!15POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

O juiz ficará sabendo a fim de averiguar a legitimidade e necessidade da prisão. O parente também pode avisar um parente, e, na falta desse, qualquer outra pessoa que lhe seja conveniente.

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

Os direitos do preso lhe serão comunicados no ato de sua prisão. O direito ao silencio também lhe é garantido. ELE NÃO PRECISA FAZER PROVA CONTRA SI MESMO.

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

Se não qualquer um poderia se passar por interrogador ou ocupar fraudulentamente outra função.

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

É função do judiciário averiguar a legitimidade, necessidade e legalidade de uma prisão, e relaxada imediatamente se constatada sua ilegalidade.

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

Se a lei autoriza a liberdade, essa sempre será prioridade à prisão.

Qualquer prisão efetuada antes do transito em julgado é cautelar, para garantir a utilidade do processo penal. Não confunda com antecipação de tutela!

O preso, por ocasião de sua prisão, tem esses direitos constitucionalmente garantidos.

Aula 08 (28.08.2012) - princípios implícitos do Estado

Esses princípios podem ser didaticamente considerados derivações dos explícitos.

Principio da não auto incriminação ("nemo tenetur se detegere")

Princípio derivado da interpretação da ampla defesa e silencio

O réu não pode ser forçado, compelido, incentivado ou de qualquer outra forma colaborar com as pretensões de sua acusação. A relação desse principio com o ônus

!16POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

da prova esta no sentido de que o réu tem que apenas provar o que alegou, não precisando colaborar com as alegações que lhe foram contrárias.

"nemo tenetur se detegere" - nada a temer ao se deter

Principio do duplo grau de jurisdição

Art. 92 e seguintes

Não esta expressamente previsto, mas como os órgãos da justiça estão constitucionalmente organizados em tribunais, presume-se que as pessoas possam ter acesso a eles, ou tornar-se-iam órgãos inócuos. Dessa feita, deve-se ser garantido no mínimo dois graus de jurisdição.

Promotor natural

Art. 127 e 129 inciso I

O promotor deve ser legitimo, ter atribuições funcionais para trabalhar em matéria penal, atendendo todos os requisitos formais (concurso público, etc) para o exercício de suas atribuições. O promotor natural é o promotor especifico e especializado para trabalhar o processo penal.

Paridade de armas

Derivação do contraditório

O réu e o acusador devem haver meios reais e páreos para exercerem devidamente o contraditório. Existe uma discussão acerca da constitucionalidade de privilégios da defesa, por serem contrários a esse principio. A doutrina majoritária entende que isso não ocorre pois o MP também tem muitas prerrogativas que lhe são favoráveis.

Principio da correlação entre acusação e sentença

Derivação da ampla defesa e contraditório

A ampla defesa e contraditório só podem ser exercidos se a defesa do réu e, principalmente, a sentença do juiz, se restringirem a matéria ventilada pela acusação.

Vedação da dupla punição

Não se pode punir uma pessoa duas vezes pelo mesmo fato. Da mesma forma, o réu que consegue sentença transitada em julgado não pode tê-la alterada posteriormente em seu desfavor, MESMO QUE ELA ESTIVER MANIFESTAMENTE ERRADA MATERIALMENTE POR FATO DESCOBERTO APÓS SEU TRÂNSITO EM JULGADO. Ex.: um ladrão que comete furto é absolvido por falta de provas. Depois

!17POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

do transito em julgado ele vai ao promotor e confessa o delito. O promotor NÃO PODE FAZER NADA. Em contrapartida, se a sentença é errada em desfavor do réu, então ele poderá reforma-la.

Toda essa matéria de princípios podem ser resumido em três palavras:

Devido processo legal Artigo 5º Inc. LIV

É um meta principio. É o mais importante princípio do processo penal. É o que reúne todos os outros princípios em si. O devido processo legal é um principio que por si só não tem conteúdo, mas sim é a reunião de todos os outros princípios supracitados. Ele expressa o itinerário que o estado deve seguir para a legitima privação da liberdade.

Formas de investigação preliminar

A investigação é atividade humana destinada a obtenção de informações sobre determinado fato.

As investigações podem ser públicas ou particulares.

CLASSIFICAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES PÚBLICAS

Judiciais É a investigação realizada sob a presidência de um juiz de direito. Sao exemplos a antiga lei da falência e, atualmente, os crimes realizados por aqueles com prerrogativa de foro. Ver antiga lei de falência, prerrogativas de foro (art. 86 CF) e crimes praticados nas dependências dos tribunais, como exemplos os art. 43 RISTF (regimento interno do STF) ou art. 58 RISTJ (regimento interno do STJ). No caso de crime pelos participantes da casa, a própria casa investigará a existência dos crimes.

RISTF (atenção, eu disponibilizei o RISTF para vocês. Acessem no skydrive!)

43. Ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição, ou delegará esta atribuição a outro Ministro.

§ 1o Nos demais casos, o Presidente poderá proceder na forma deste artigo ou requisitar a instauração de inquérito à autoridade competente.

§ 2o O Ministro incumbido do inquérito designará escrivão dentre os servidores do Tribunal.

!18POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Legislativas São as investigações que são exercidas pelo poder legislativo. São exemplos a CPI e as apurações de "crimes cometidos nas dependências de casa legislativa federal". Quando esses crimes ocorrem, é a policia legislativa que investiga. No entanto, o STF pela súmula 397, Diz que o "O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito."

Administrativas São as investigações realizadas em esfera administrativa. Pontuando-as para a próxima aula:

Apuração de crime por membro do ministério público

art. 41, lei 8625/93

Só vale para membros do MP na ativa.

Inquérito civil público

Lei 7347/85

Procedimentos administrativos disciplinares

Relaciona-se ao servidor público em relação ao órgão que serve.

Procedimentos administrativos sancionadores

Procedimentos que visam punir agentes específicos que infringirem crimes próprios da matéria que cuida o órgão. É exemplo o CADE.

Inquérito policial militar

Para apuração de crimes militares.

E por ultimo e mais importante:

Aula 09 (30.08.2012) - Inquérito policial CPP

É uma investigação de natureza administrativa e inquisitiva.

Pausa na aula: o prof. Recomendou que entrássemos no site "www.veduca.com.br", e assistíssemos o curso "ética e justiça" do prof. Michael Sandel

!19POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Ok, agora voltando...

O ministério público, no inquérito, age como controle externo das investigações.

É obrigatório o inquérito policial toda a vez que há informação de um fato potencialmente criminoso. Ex. Art. 5º CP.

A instauração do inquérito feita pelo delegado pode ser de oficio se este fica sabendo de um fato ou por meio de informação passada pela população, que será transcrita em um "boletim de ocorrência".

O inquérito também tem natureza formal. Há uma necessidade de amparar todos os meios de provas em meios escritos.

O procedimento do inquérito é seguido em todos seus detalhes, partindo da portaria que embasa sua instauração no conhecimento de fato potencialmente criminoso até a elaboração do relatório que o põe fim.

A função precípua do processo penal é a elucidação de fatos juridico-penalmente relevante.

Portanto, é um procedimento administrativo, de natureza inquisitória e formal, que é obrigatoriamente feito para elucidação de fato juridicamente e penalmente relevante.

Aula 10 (04.09.2012) - Caríssimos senhores, estive ausente nessa aula. Conseguirei a matéria em breve.

Aula 11 (06.09.2012) - formas de instauração do inquérito policial

Em todos os casos a investigação deve ser motivada e ter justa causa.

Portaria

Ato administrativo para inicio do inquérito. A portaria deve ter a descrição objetiva do fato. O delegado responsável não pode emitir juízos de valor por ocasião da emissão de sua portaria. Há também a indicação preliminar de autoria do fato. Essa indicação é preliminar pois no decorrer do inquérito pode restar-se provado que a autoria presumida anteriormente estava incorreta. A momentânea impossibilidade de indicação no entanto não impede o prosseguimento das investigações. Além de

!20POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

preliminarmente se indicar o sujeito ativo, o delegado deve indicar provisoriamente o fato, adequando-o a um tipo penal, e por ultimo às providencias iniciais, como oitiva de testemunhas por exemplo.

Requisição

A requisição é forma de inicio do inquérito policial feita pelo ministério público. Essa requisição, ainda que manifestamente atípica, vincula o delegado ao inicio do procedimento.

Requerimento

Requerimento é uma forma de inicio do inquérito policial pelo ofendido do crime. Existem requisitos, que podem ser vistos no art. 5º

Representação

A representação é necessária para alguns inquéritos. Para essas ações, o delegado esta vinculado ao desejos das partes, exceto se existir algum elemento que possibilite a instauração de inquérito policial incondicionado. No caso de concurso de agentes ativos, o passivo pode representar apenas contra uma pessoa, por não vedação legal, embora também não haja previsão, segundo o professor.

Auto Documento por meio do qual visões divergentes explicam o mesmo fato.

Formas subsidiarias de inicio do inquérito

- flagrante delito

O flagrante autoriza a prisão do criminoso ou contraventor e da inicio ao seu inquérito.

- resistência

O prof. Se perdeu nessa explicação. Se alguém pegou essa parte, favor me enviar por email para [email protected]. Inserirei o adendo com credito à nobre alma. Para que isso não ocorra mais, estarei acompanhando as aulas com a doutrina, preenchendo lacunas da explicação.

- apresentação Espontânea

Ver art. 302

Não é causa autorizadora de prisão em flagrante. O inquérito pode ser iniciado por confissão do elemento.

!21POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL

Finalidades diretas Apuração dos fatos

É a principal finalidade do inquérito. Esclarecer os fatos que permeiam uma possível conduta criminosa.

Instruir a ação penal

Não é finalidade autônoma. O inquérito também como finalidade, se restar-se provável o cometimento de um crime, a instrução de uma ação penal

Finalidades indiretas Fundamentação de medidas cautelares

Fundamentar a determinação da execução de atos ou a inexecução dos em andamento ou em vias de fato.

Subsidiar a dosimetria

O inquérito poderá revelar vários da vida regressa do réu, bem como traços de sua personalidade e comportamento, servindo de subsidio para que, por ocasião de uma sentença condenatória, o juiz possa realizar o juízo de valor adequado para aplicar a dosimetria corretamente ao caso.

Aula 12 (18.09.2012) - atos do inquérito

Os atos do inquérito estão previstos EXEMPLIFICATIVAMENTE no art. 6º CPP. Alguns atos são representados por mais de um inciso. São os atos os título, e as ações que o compõe são os seus incisos correspondentes.

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

!22POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

Preservação da materialidade.

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

Ver o art. 11: Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

A apreensão nada mais é do que o ato que transfere a custodia de um objeto de seu proprietário para o delegado, a fim de que ele possa conduzir as investigações. Esse inciso também integra a preservação da materialidade.

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

Coleta de provas.

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

Deve ser o mais completa possível. Desde que não contrariem regras do sistema jurídico, toda a prova é valida para o processo penal.

IV - ouvir o ofendido;

A vitima sempre deve ser ouvida.

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;

Será explicado posteriormente.

Reconhecimento e acareação

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

O reconhecimento encontra-se do 226 ao 228 e a acareação do 229 ao 230 CPP. Perceber que esse ato não gera novas provas, mas visa retirar a incerteza sobre uma prova.

Atenção: Se restar duvidas acerca das provas quanto a sua materialidade ou qualquer outra coisa, o delegado conduzirá a acareação das provas, onde irá confrontar as provas buscando contradições entre elas a fim de perceber qual a mais verdadeira.

!23POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Identificação

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

Uma vez conseguida evidencias que apontem a uma pessoa, é dever do delegado identifica-la, consultando também sua vida pregressa, o que, se não útil ao inquérito, o será para subsidiar a dosimetria.

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

Enquanto o anterior referia-se objetivamente aos antecedentes, esse inciso tem em seu bojo todos os elementos constituições da personalidade do suspeito.

Notar que a identificação é a ultima das fases do inquérito, pois com a identificação, em tese, já se apresentam os elementos de prova necessários para a propositura de uma ação penal.

Medidas cautelares Qualquer privação (de propriedade, de sigilo, etc) deve ser fundamentada e efetuada para preservar o bom andamento do processo. Via de regra essas medidas dependem de autorização judicial.

Redução à termo Art. 9º CPP

Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Todos os atos de inquérito só tem validade se consolidados por escrito, para, posteriormente, subsidiar uma ação penal.

Prazos do inquérito policial

Prazos do CPP (art. 10)

O prazo de termino do inquérito é de 10 dias para terminar se o criminoso estiver preso, e em 30 dias se estiver solto. O entendimento é de que esses prazos são dilatórios.

Leis especiais

!24POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Ver lei 1521/51 art. 10. Os inquéritos serão realizados no prazo de dez dias, podendo ser prorrogados sucessivamente por igual período.

Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro II, do Código de Processo Penal, o processo das contravenções e dos crimes contra a economia popular, não submetidos ao julgamento pelo júri.

§ 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias.

Ver lei 11343/06 art. 51. Os inquéritos serão realizados em trinta dias com suspeito preso ou noventa se solto.

Aula 13 -

Indiciado

É a pessoa cujos fatos apontam para uma possível autoria criminosa.

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

A persecução de indícios fazem o inquérito sair de seu estado de duvida para um de certeza ou algo próximo a essa.

Indiciamento

Indiciamento é ato administrativo realizado pela policia judiciaria onde se consolida em termo a existência de indícios de autoria contra pessoa determinada.

Requisitos

Identificação

É necessária a identificação do indiciado, que deve ser pessoa certa e determinada, com descrição física e qualificadora.

Motivação

Como todo ato administrativo, é necessário fundamentar o Indiciamento com base em informações já colhidas e que apontem materialmente para a autoria crime como sendo do indiciado.

!25POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Obs.: o indiciado se torna objeto de investigação, mas embora o seja ele poderá ter algumas prerrogativas e direitos.

Requerimento de diligencias

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

É o requerimento de diligencias. É direito também do indiciado.

Não auto-incriminação

Acesso aos autos do inquérito policial

O indiciado tem acesso a todas as informações que foram geradas até o momento e que foram colocadas nos autos do inquérito policial. O acesso aos autos também vale para o ofendido, podendo esse ser restringido para o bom andamento da investigação. Em relação ao acesso do indiciado, ele só não terá acesso a atos que ainda estão em andamento ou, em caso de muitos indiciados em concurso de pessoas, todos terão o mesmo acesso aos autos, ou seja, todos terão o mesmo acesso do que aquele que tem menos acesso; já que, se assim não for, o advogado de defesa

sumula vinculante 14 STF:

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Relatório

Art. 10º par. 1º

§ 1º - A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

O relatório representa o encerramento do inquérito. Ele deve conter minuciosamente todas as conclusões do delegado acerca do fato apurado.

Abre-se então vista ao MP. Estando o relatório sem condições para imputação de conduta criminosa mesmo tendo todas as diligências necessárias sido efeuadas, o MP determinará o arquivamento dos autos. Esse arquivamento será submetido ao crivo do juiz.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

!26POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Se estiver o relatório, de qualquer forma, incompleto ou com a possibilidade de outras investigações, então o MP requisitará novas diligencias.

Se estiver o relatório imputando o crime a pessoa certa e determinada, devidamente motivada, então o MP

Divergência entre posicionamento de juiz e promotor acerca do inquérito

Quanto ao arquivamento - por exemplo: o promotor requer o arquivamento e o juiz entende que é possível novas diligencias ou propositura de ação penal. Veja só, o juiz não pode simplesmente negar o requerimento.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Assim sendo, se o juiz entender que não é caso de arquivamento, ele irá ordenar que sejam remetidos os autos de inquérito para o responsável na esfera de policia judiciaria em questão. Esse responsável; que pra fim didáticos chamarei de procurador (pode ser o procurador mas além dele há outros em outras esferas); pode concordar com o promotor e ordenar o arquivamento, ou pode oferecer a denuncia ele mesmo se achar o juiz correto, ou ainda ordenar que outro promotor faça, se ele próprio não entender necessária sua atuação direta.

Quanto às novas diligencias - embora ocorre pouco, o juiz pode discordar do promotor quando esse requisita novas diligencias. Nesse caso

Quanto à denúncia - ocorre então a rejeição da denuncia. O juiz faz um juízo de admissibilidade para o recebimento da denuncia. Esse instituto se assemelha ao indeferimento da petição inicial. Para o promotor, caso ocorra isso, é dada a possibilidade de interpor o recurso de "recurso em sentido estrito"

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

I - que não receber a denúncia ou a queixa;

II - que concluir pela incompetência do juízo;

!27POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;

(...)

Abre-se então vista ao ofendido

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Obviamente não há a possibilidade de pedido de arquivamento pelo ofendido. Com base no artigo 14 o ofendido pode requerer novas diligencias. Se essa diligencia só puder ser realizada por policial (ex.: busca e apreensão), então o juiz remeterá esse pedido ao MP para que esse se manifeste naquelas três formas.

Também pode o ofendido propor a queixa. Nesse caso, essa passará também pelo juízo de admissibilidade do juiz para que esse decida se estabelecerá a nova relação processual ou não.

Aula 14

Termo circunstanciado

É uma modalidade concentrada de investigação, caracterizada pela concentração de atos. A autoridade deve, em um mesmo lapso de tempo, reunir o maior número de provas possíveis para encaminhamento aos juizados especiais. Ver lei 9099/95, art. 69 caput e par. Único.

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.

Esse parágrafo único não é muito utilizado depois do advento da lei Maria da Penha, que prevê procedimentos mais gravosos para quem pratica violência domestica.

Essa é a forma de investigação dos crimes de menor potencial ofensivo:

!28POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

No caso das contravenções penais, ainda que o vetor da pena seja maior que dois anos, ainda assim a investigação se dará por termo circunstanciado.

Características

Pouca ofensividade

Concentração dos atos

A investigação é mais abreviada.

Possibilidade de conversão em inquérito policial

O termo pode ser convertido em inquérito

Ação penal

A coleta de informações das investigações serve para fornecer subsídios para essa ação penal. O direito de punir do estado é requisitado perante o estado juiz para que esse emane uma declaração de legitimidade ou não da punibilidade do agente, ou seja, esse direito de punir não pode ser exercido sem passar pelo poder judiciário. Como o direito de punir é um direito objetivo do estado, logo, ele é também o principal titular do direito de ação, para que suas pretensões punitivas possam ser efetivadas.

Dessa forma, o estado seguirá regras materiais e formais para garantir a legitimidade punitiva, conforme as leis vigentes quando da punição.

A ação penal é portanto o instrumento por meio do qual o estado requisita ao estado juiz o exercício de seu direito de punir.

Classificação das ações penais quanto à sua iniciativa

Toda ação penal é pública. Ela necessariamente passará pelo crivo do judiciário para se avaliar se a agressão representa uma afronta à sociedade.

1. De iniciativa pública

Quando o direito de ação é exercido por um órgão especifico voltado à essa finalidade. Ex.: Ministério público.

!29POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

Art. 129 CF - Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

O meio de exercício da ação de iniciativa pública é a denuncia.

1.1 ação penal de iniciativa pública incondicionada

Toda a vez que não houver ressalva na lei da necessidade de representação, será incondicionada a iniciativa pública. Ela é incondicionada quando não é necessário o consentimento prévio de alguém (geralmente o ofendido) para a propositada da ação penal.

1.2 ação penal de iniciativa pública condicionada

Ocorre quando o órgão publico precisa de representação, ou seja, da anuência e participação do ofendido para a propositura da ação.

2. De iniciativa privada

Será de iniciativa privada as ações próprias do ofendido ou ações substitutivas do ministério público quando esse não propõe a tempo a ação que anteriormente era sua.

O modo de exercício da ação de iniciativa privada é a queixa crime.

CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL 1. Genéricas

1.1. Legitimidade

Existem três partes:

1.1.1. Acusação - em regra é o ministério público com a denúncia nas ações de iniciativa pública e, em caráter excepcional, o ofendido com a queixa-crime nas ações de iniciativa privada.

1.1.2. Defesa - é o réu. Não há no direito penal responsabilidade objetivo. Alguém só pode responder pelos crimes que efetivamente cometeu.

1.1.3. Julgamento - é o juiz competente.

1.2. Possibilidade jurídica do pedido

!30POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

No civil pedido possível é aquele que guarda conexão com o direito material e seja possível em lei. Em esfera penal, essa possibilidade jurídica tem relação com a tipicidade formal da conduta alvo do processo.

1.3. Interesse de agir - se refere ao próprio direito de punir. O interesse de agir existe quando há a possibilidade de punição. Exemplo: quando um crime prescreve não há mais interesse de agir.

1.4. Justa causa - a justa causa é condição especial do processo penal, criada doutrinariamente e jurisprudencialmente. Se refere à proporcionalidade de meios e fins. Quando, na pratica, o processo penal parece excessivamente punitivo ou desproporcional a ofensa praticada. O juiz pode evitar a propositura da ação de oficio. São componentes reconhecidos para a justa causa: a conduta, a tipicidade formal e material, antijuridicidade, culpabilidade e condições de punibilidade (condições sem quais não há punibilidade, como a prescrição). A inexistência de justa causa pode impedir a propositura de ação penal mas não prejudica ações de outros ramos judiciários. A justa causa esta em desuso depois do advento da tutela antecipada de mérito para absolvição sumária.

2. Específicas

Traremos um rol exemplificativo de alguns casos de condições especificas para a propositura de ações penais.

2.1. Representação/requisição ministro da justiça

É uma condição especifica onde o legislador exige manifestação previa.

2.2. Crimes contra a propriedade material

Nesses crimes é necessário laudo pericial que ateste a materialidade do delito.

Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.

2.3. Crimes de brasileiros em território estrangeiro

A lei brasileira só atingirá o criminoso brasileiro que realizou crime no estrangeiro se esse elemento retornar ao brasil, entre outras condições:

Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:

!31POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL

a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 1. Quanto à existência

1.1. De natureza objetiva - é necessário as pretensões resistidas do estado com seu direito de punir e do réu com o interesse da preservação de sua liberdade.

1.2. De natureza subjetiva - É necessária sempre a existência de um juiz e de partes, ou seja, acusação e defesa. Não existe em processo penal a chamada "jurisdição voluntária", ou seja, uma pretensão sem resistência em contrario. A existência do juiz é também fundamental, pois representa a presença do estado no processo, e, por isso, é o único legitimado a impor uma pena.

2. Quanto à validade

2.1. Subjetivos

2.1.1. Capacidade das partes - as partes devem ser capazes e puníveis, ou seja, se a parte é capaz de figurar como parte de ação penal.

2.1.2. Capacidade do juiz - o juiz deverá ser competente e imparcial.

2.2. Objetivos

2.2.1. Ausência de litispendência.

2.2.2. Ausência de coisa julgada.

!32POR ROMMEL ANDRIOTTIPROCESSO PENAL