41
1 PROCESSO PENAL II Professor: Wander E-mail: [email protected] Capítulo I – Jurisdição e competência 1- JURISDIÇÃO: Juris + diciones = Dizer o direito, ou seja, é o poder conferido a uma autoridade judiciária regularmente investida na função de aplicar o direito ao caso concreto. 2- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS INERENTES AO DESEMPENHO DA ATIVIDADE JURISDICIONAL: a) Princípio da unidade da jurisdição: b) Princípio do Juiz natural: Fixar o órgão competente para julgar determinado crime. c) Princípio da inércia da jurisdição: O judiciário não se posiciona sem ofício. d) Princípio do devido processo legal: 3- COMPETÊNCIA: É a medida da jurisdição, ou seja, a delimitação imposta por lei sobre a atividade jurisdicional. Para definir-se competência é preciso percorrer um “iter” respondendo as seguintes indagações: a) Há foro por prerrogativa de função? Sim b) Esta prerrogativa é prevista na Constituição Federal ou Const. Estadual?Sim. Ex.: Juiz de Direito que comete crime é julgado pelo TJ ao qual está vinculado. c) Qual a justiça competente?Crime eleitoral e militar (justiça especial).Crime federal e estadual (justiça comum). d) Qual foro competente? e) Qual o juízo (vara) competente? f) Qual o juiz (distribuição) competente?

Processo Penal II - Apostila

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Processo Penal - Competência e Prisão

Citation preview

1

PROCESSO PENAL IIProfessor: WanderE-mail: [email protected]

Captulo I Jurisdio e competncia1- JURISDIO:Juris + diciones = Dizer o direito, ou seja, o poder conferido a uma autoridade judiciria regularmente investida na funo de aplicar o direito ao caso concreto.

2- PRINCPIOS FUNDAMENTAIS INERENTES AO DESEMPENHO DA ATIVIDADE JURISDICIONAL:

a) Princpio da unidade da jurisdio: b) Princpio do Juiz natural: Fixar o rgo competente para julgar determinado crime.c) Princpio da inrcia da jurisdio: O judicirio no se posiciona sem ofcio.d) Princpio do devido processo legal:

3- COMPETNCIA: a medida da jurisdio, ou seja, a delimitao imposta por lei sobre a atividade jurisdicional. Para definir-se competncia preciso percorrer um iter respondendo as seguintes indagaes:a) H foro por prerrogativa de funo? Simb) Esta prerrogativa prevista na Constituio Federal ou Const. Estadual?Sim. Ex.: Juiz de Direito que comete crime julgado pelo TJ ao qual est vinculado.c) Qual a justia competente?Crime eleitoral e militar (justia especial).Crime federal e estadual (justia comum).d) Qual foro competente?e) Qual o juzo (vara) competente?f) Qual o juiz (distribuio) competente?Ex.: A, B e C roubam uma agencia da Caixa Econmica Federal (Empresa pblica federal) em Cachoeiro de Itapemirim. Perseguidos por policiais militares fogem para Vila Velha, onde aps envolverem-se em um acidente automobilstico abandonam o veculo, matam um taxista e roubam-lhe o taxi, sendo presos posteriormente em Vitria num cerco policial.Pergunta-se:a) Qual o rgo competente para julgar os militantes?R: Compete a Justia Federal julgar os crimes contra Unio e equivalentes.b) Supondo-se que A seja eleito e diplomado Prefeito de Guarapari, qual o rgo competente para julga-lo? E os demais? R: No caso em tela, temos 2 crimes (roubar a Caixa Econmica e latrocnio)sendo um de mbito federal e outro estadual. Deve-se prevalecer ento a Justia Federal

3.1- Competncia Ratione Personae:TRIBUNALEXECUTIVOLEGISLATIVOJUDICIRIOOUTROS

STF: Art. 102, I, B e C da CF.- Presidente e Vice

- Ministros de Estado

- Advogado geral da Unio- Deputados Federais e Senadores- Ministros do STF

- Membros do TSE, TST, STM e STJ rgos judicantes, ou seja, aqueles que atuam como magistrados - Procurador Geral da Repblica

- Foras Armadas

- Membros do TCU e Chefes de misso diplomtica.

STJ: Art. 105, I, A da CF.- Governadores

- Desembargadores

- Membros do TRF, TER e TRT- Membros do TCE

- Membros do TCM

- Membros do MPU nos Tribunais

TRIBUNALEXECUTIVO(Art. 29, X, CF)LEGISLATIVO(Art. 27, 1, CF)JUDICIRIOOUTROS

TER- Prefeito- Deputados estaduais - nos crimes eleitorais- Juiz de Direito- MPE (1 e 2 grau)

TRF- Prefeitos nos crimes federais- Deputados estaduais - nos crimes federais- Juzes Federais do Trabalho e da Justia Militar (ressalvada a competncia eleitoral)- MPU (1 grau) ressalvada a competncia eleitoral

TJ- Prefeitos nos crimes estaduais- Deputados estaduais - nos crimes estaduais- Juiz de Direito(ressalvada a competncia eleitoral)- MPE (1 e 2 grau)

Obs: Ministrio Pblico da UnioMinistrio Pblico Estadual

- PROCURADOR GERAL DA REPUBLICA* o chefe dos demais.- MPF*Subprocuradores da repblica;* Procuradores regionais da repblica (atuam no 2 grau);* Procuradores da repblica (equivalente ao promotor de justia);- MPT*Subprocurador;*Procurador de justia do trabalho;*Procurador do Trabalho;-MPM-MPDFT*Procurador de Justia*Promotor de Justia- PROCURADOR GERAL DE JUSTIA (PGJ) um PJ, nomeado pelo governo do Estado para exercer a funo de PGJ.- PROCURADOR DE JUSTIA (PJ)*Promotor que vira procurador.- PROMOTOR DE JUSTIA

Obs2: Art. 121, CP (homicdio): Se o Juiz cometer crime de homicdio ser julgado pelo TJ (Art. 96, III, CF). Se o vice-governador cometer crime de homicdio ser julgado pelo tribunal do jri (Art. 5, XXXVIII, CF).3.1.1- Foro por competncia de funo e prova da verdade nos crimes contra honra:Ex.: A,Prefeito de Vitria, entra com uma queixa crime de calnia junto ao JECRIM. Durante a audincia de instruo e julgamento, o Ru, B, deseja realizar a exceo da verdade(que nada mais do que invocar o direito de provar que o que disse verdade. Se provar, no ter cometido calnia - a verdade no ofende).Se o Ru provar que o que disse verdade, o processo do JECRIM dever ser suspenso (sobrestar), e iniciar um novo processo sobre as afirmaes proferidas por B.Neste novo processo, A ser ru, logo, o processo ir tramitar no TJ, j que por ser Prefeito, h prerrogativa de foro.Obs: No h prerrogativa e foro quando vtima, apenas quando ru.3.2- Competncia Ratione Materiae:a) Justia eleitoral: Competente para julgar os crimes eleitorais previstos na Lei 4737/65(cdigo eleitoral) e os que lhe so conexos, ressalvada a competncia do Tribunal do Jri da Justia militar e do Juzo da infncia e juventude. Ex.: A, candidato a prefeito, promete a um eleitor, 5 cestas bsicas em troca de seu voto Art. 299 do cd. Eleitoral logo, ser julgado pelo juzo eleitoral monocrtico (por ser apenas candidato). Caso seja eleito, ser julgado pelo TRE (Se for Governador, ser julgado pelo STJ devido prerrogativa de foro).

Especializados Ex2.: A, Prefeito de Vila Velha, paga B para bater em seu desafeto(Art. 129 CP). B chama seu irmo B2 para ajuda-lo. Todos sero julgados pelo TRE, tendo em vista a prerrogativa de foro de A, que ir puxar os demais. Ex3.: Se B2 for menor de idade, obrigatoriamente ser julgado pela vara da infncia e juventude.Ex4.: A, prefeito de Vila Velha, paga B, Policial Militar, para bater em seu desafeto (Art. 129 CP). B chama seu irmo B2 para ajuda-lo. Por B ser militar, ser julgado pela Justia Militar, independente da prerrogativa de foro de A, j B2 ser julgado pelo TRE, juntamente com o Prefeito.Ex5.: A, candidato a prefeito de Vila Velha, comprou votos (Art. 299, Cd Eleitoral) e ainda pagou B, Policial Militar, para matar seu desafeto (Art. 121 CP). B chama seu irmo menor de idade B2 para ajuda-lo. Neste caso, o cdigo militar fala que os militares que cometerem crime doloso contra a vida, sero julgados pela Justia comum (tribunal do jri). B2 ser julgado pela vara da infncia e juventude. A ser julgado pelo Tribunal do Jri referente ao Art. 121 e pelo juzo eleitoral referente a compra de voto (Art. 299). Se A fosse Prefeito, seria julgado pelo TRE e pelo TJ puxando B devido sua prerrogativa de foro. Se A fosse governador, seria julgado pelo STJ puxando B devido sua prerrogativa de foro. b) Justia militar: Compete para julgar os crimes militares prprios (aqueles definidos apenas no CPM) e os imprprios (definidos no CPM e igualmente na legislao penal comum). A justia militar divide-se em unio (foras armadas exrcito, marinha, aeronutica) e estadual (polcia e bombeiros militares).

Obs.: A Justia militar da Unio julgar civis, quando estes praticarem crimes que afetem diretamente o interesse da Unio, nos casos definidos no CPM. (ou seja, quando pratica crime militar).

Ex.: Roubar um fuzil, uma viatura das foras armadas, embora fosse a nvel federal, s que h uma ressalva que quando afetar o interesse da unio, a justia militar quem vai julgar o civil.A justia militar estadual nunca julga civil.

Ex.: Roubar uma viatura da PM, um armamento, vai ser julgado pela vara criminal comum.

Militar contra militar: crime militar.Militar da ativa contra militar da reserva: crime militar (mesmo fora da funo).Militar da reserva contra militar da ativa: crime civil (vara criminal comum). Militar da reserva contra militar da reserva: crime comum (vara criminal comum)

Art. 125. Os Estados organizaro sua Justia, observados os princpios estabelecidos nesta Constituio. 4 Compete Justia Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as aes judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competncia do jri quando a vtima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduao das praas.

Militar mata civil: justia comum, tribunal do jri.Militar mata militar: crime militar.Civil mata militar: justia comum, tribunal do jri.

Justia militar estadual no tem exceo.Exceo quanto justia militar da unio: artigo 9 P, CPM.

Justia militar da unio.Militar mata civil: justia comum, tribunal do jri.Civil mata militar: justia comum, tribunal do jri. (jurisprudncia diz que para evitar corporativismo, por questo de isonomia, tambm vai para o jri).

Militar das foras armadas contra militar estadual: justia militar da unio. Ao contrario militar do estado.

Comunsc) Justia Federal (Art. 109, CF Rol exaustivo): [...]IV. Os crimes polticos e as infraes penais praticadas em detrimento de bens servios ou interesses da Unio ou de suas entidades autrquicas ou empresas pblicas, executadas as contravenes e ressalvada a competncia da justia militar e da justia eleitoral.

Se cometo um crime em um navio da marinha, por exemplo, cometo um crime militar (julgado pela justia militar). Exceto crime doloso contra vida que sempre ser julgado pelo Tribunal do Jri. Apesar dos crimes eleitorais serem crimes federais, sero julgados pela justia eleitoral.V. Os crimes previstos em tratado ou conveno internacional, quando iniciada a execuo no pas, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente. d) Justia Estadual:

3.3- Competncias do Tribunal do Jri (Artigo 5, XXXVIII, CF):Julgar os crimes dolosos contra vida (artigo 121 a 127, CP), que sejam consumados ou apenas tentados, e aindaaqueles que lhe so conexos.Ressalvados a competncia da justia eleitoral, militar, da infncia e juventude e os casos de prerrogativa de foro (manda para o foro competente). Ex.: TJ, STF.

Ex.: Joo cometeu um crime de furto (no de competncia do Tribunal do Jri), porm, dentro deste mesmo crime (contexto ftico), ele comete um homicdio (crime de competncia do Tribunal do Jri), ou seja, temos crimes conexos. Desta forma, por haver um crime doloso contra a vida a competncia ser do Tribunal do Jri, arrastando ainda, os demais crimes cometidos que normalmente seriam julgados por uma vara criminal comum. IMPORTANTE FRISAR, QUE OS CRIMES DEVEM SER CONEXOS, OU SEJA, DENTRO DO MESMO CONTEXTO FTICO!

Ex2.:Um homicdio com ocultao de cadver (arrasta tudo).Obs: Latrocnio no vai para o jri. (artigo 157 3, CP).

Formao do tribunal do jri

1 faseJudicium accusationis2 faseJudicium causae (plenrio)

- Pronncia somente- Impronncia- Desclassificao- Absolvio sumriaJuiz togado + jurados

3.3.1- Fase de construo do processo: Vai haver citao e todos os procedimentos comuns antes de ir ao Plenrio.Quando os acusados vo ao Plenrio que eles foram pronunciados pelo MP.

- Impronuncia a falta de provas. Quando o Juiz entende por arquivar o processo (negar seguimento)no sendo sequer remetido outra Vara.

Pode acontecer tambm, de existir mais de um crime, ou seja, crimes conexos (Furto e Homicdio doloso). Assim, o Juiz pode entender pela falta de prova de um dos crimes e arquiva-lo, permanecendo apenas aquele que entendeu existir. Caso o crime arquivado seja o de competncia do Tribunal do Jri, o processo deve ser distribudo a uma Vara criminal comum (pois no teria mais como ser puxado).

Pode haver uma nova investigao policial que descubra outras provas. Desta forma, deve ser feita nova denncia que ser julgada pelo Juiz do Tribunal do Jri, independente de j haver sentena transitada em julgado quanto ao outro crime.Segundo Capez, uma deciso de rejeio da imputao para o julgamento perante o Tribunal do Jri, porque o juiz no se convenceu da existncia do fato ou de indcios suficientes de autoria ou de participao. Nesse caso, a acusao no rene elementos mnimos sequer para ser discutidos. No se vislumbra nem o fumus boni iuris, ou seja, a probabilidade de sucesso na pretenso punitiva.- Desclassificao, quando reclassifica um crime. Por exemplo, ao oferecer a denncia, o MP classifica o crime como homicdio doloso, mas ao se verificar, constata-se que trata de uma leso corporal seguida de morte, crime que no de competncia do Tribunal do Jri. Desta forma, o Juiz deve encaminhar os autos para que seja distribudo a uma Vara Criminal comum.

- Absolvio sumria, os elementos probatrios devem ser to fortes que seja capaz de absolver o ru. Arquiva o processo. Artigo 415 CPP.

Exemplo: Joo foi enquadrado nos crimes dos Artigos 155 CP e Artigo 121, 2, V do Cdigo Penal. Lembrando-se que o Homicdio qualificado de competncia do Tribunal do jri.

1 fase:

Pronncia: No exemplo, entendeu o Juiz por classificar o Ru nos crimes tipificados nos Artigos 155 e Artigo 121, caputdo Cdigo Penal (retirando a qualificadora do homicdio). Caso o MP venha se opor com a nova classificao, dever recorrer, caso contrrio o processo continuar com essa nova classificao.

Obs.: Se mudar a classificao do crime de homicdio doloso para homicdio culposo, Artigo 121, 3 CP, o processo no poder tramitar no Tribunal do Jri e apenas numa vara comum.

Impronncia: No havendo provas suficientes quanto a pratica do furto(Artigo 155 CP) dever arquiva-lo, permanecendo a pronncia apenas ao homicdio (Artigo 121, Caput).

Obs.: Caso, a Polcia faa novas investigaes obtendo outras provas, o Juiz pode entender por suspender a impronncia (desarquivar o processo) e ser julgado pelo Tribunal do Jri.

Entenda: No se trata de um crime autnomo, logo, por mais que o homicdio tenha sido julgado e sentenciado, ainda ir puxar o crime de furto ao Tribunal do Jri(Como se ambos os crimes fossem oferecidos/ classificados na pronncia).

Ainda, no faria sentido enviar esse crime para uma Vara Criminal comum, tendo em vista que se iniciaria um novo processo (quebrando a conexo dos crimes) e ainda levaria um enorme tempo para concluso, perdendo completamente a celeridade e economia processual. Como so crimes CONEXOS o mesmo Juiz - que j conhece do caso - o melhor para fazer um correto julgamento (Art. 492 1 e 2).Obs: No haver jurados neste caso, o prprio Juiz quem profere sentena.

Dever passar por todos os trmites da 1 fase e se pronunciado vai para a 2 fase.

2 fase:

Feita a pronncia nos Artigos 155 e Artigo 121, caput do Cdigo Penal, nenhuma alterao que prejudique o Ru pode ser feita, apenas alteraes que lhe beneficiem.

Indo para 2 fase, o Ru pode ser condenado por apenas um dos crimes, ou at mesmo por nenhum. Ou seja, a condenao em um dos crimes, no implica na outra.

Obs.: Se na 2 fase ocorrer desclassificao do crime (p. ex.: se o juiz pergunta aos jurados se o ru agiu com inteno de matar, e 4 votos dizem que no, percebe-se que eles no so mais competentes para julgar) os jurados no podem mais julgar. Assim, o juiz dispensa os jurados e ele mesmo quem vai julgar (artigo 492 1 e 2 CPP). E no caso de o crime de furto, se vier para o jri, os jurados tambm no podero julgar e quem o far o juiz singularmente.

Ex2.: Pronncia quanto o crime de furto (Artigo 155, CP) e Impronncia quanto ao homicdio (Artigo 121 2 v CP).

Nesse caso, o crime de furto vai ser distribudo para a uma Vara Criminal comum. Como o homicdio foi arquivado, no haver aquele que puxa ao Tribunal do Jri.

Se atravs de novas investigaes surgirem provas que faam o crime de homicdio ir para o Tribunal do Jri, deve ser expedido um ofcio para o Juiz que recebeu o processo do furto, para que devolva ao Tribunal do Jri. Porm, se o juiz j tiver proferido sentena, no h mais o que fazer.

Obs.: Uma fez feita, a pronuncia no pode ser alterada (salvo em beneficio do Ru). Porm,o legislador entendeu que no caso de morte posterior da vtima (em decorrncia do crime), ser permitida essa alterao. Ou seja, a pronncia classificou o crime em homicdio tentado, mas no dia seguinte a vtima veio a falecer. Desta forma, a pronuncia pode ser aditada (alterada) tendo em vista que o crime cometido foi um homicdio consumado.

3.4- Competncia Ratione Loci:

Art. 70, CPP Obs: Teoria do resultado dita que o local de julgamento do crime o local onde ocorreu o delito.Obs2: Se eu tentar matar um indivduo em Linhares, logo ele transferido para um hospital em Vila Velha e morre. O crime ser julgado em Linhares, onde ocorreu a pratica do crime.Obs3: Smula 521, STF

Art. 70, CPPTeoria do resultadoArt. 6 CPTeoria mista

Conflito aparente de normas?

3.4.1- Distribuio da competncia Ratione Loci:

1 Regra Lugar da infrao (Art. 70 do CPP) Com a ressalva aos crimes plurilocais.2 Regra Crimes praticados nas divisas entre comarcas ou quando incerto o limite territorial de cada uma.VitriaBaa (mar)LOCAL DO CRIMEVila Velha

Nesse caso, sabe-se onde ocorreu o crime, porm no preciso dizer a qual municpio pertence (limite territorial incerto).3 Regra Crimes continuados ou permanentes: Usa-se a preveno.4 Regra: Desconhecido o local da infrao:Quando no sei o local do crime, o legislador entende dever usar a regra do domiclio do Ru.Ex.: Um corpo achado na baa de vitria, mas percebe-se que ele veio boiando do local do crime at l (no sabendo precisar o verdadeiro local do crime). Desta forma, deve-se usar o local de domiclio do Ru para saber a Comarca julgadora competente.5 Regra: Crimes de ao privada:Aplica-se a regra geral, ou seja, o local da infrao Art. 70 do CPP.6 Regra - Crimes praticados fora do territrio brasileiro(Art. 7, II do Cdigo Penal):Nesta hiptese haver jurisdio concorrente, ou seja, se um brasileiro comete um crime no exterior, poder o Brasil pedir o envio (devoluo) deste sujeito para ser julgado em seu pas, com as leis ptrias.Outro caso se um brasileiro praticar um crime no exterior, e consegue fugir de volta ao Brasil.Neste caso, seremos o pas competente para julga-lo, noesquecendo que no possvel devolver esse brasileiro ao pas em que ele cometeu o crime.Obs: Aps ser enviado, o local responsvel para julga-lo ser a capital do Estado de seu ltimo domiclio no Brasil.

Ateno: observar se o sujeito percebe alguma prerrogativa de foro.Art. 88- No processo por crimes praticados fora do territrio brasileiro, ser competente o juzo da Capital do Estado onde houver por ltimo residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, ser competente o juzo da Capital da Repblica.Art. 7, CP - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:II - os crimes:a) que, por tratado ou conveno, o Brasil se obrigou a reprimir;b) praticados por brasileiro;c) praticados em aeronaves ou embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territrio estrangeiro e a no sejam julgados.

7 Regra Crimes praticados a bordo de navio ou aeronave:a) Crimes praticados a bordo de embarcaes particulares (nacionais ou estrangeiras) em mar territorial brasileiro:a.1) Navegao de um porto a outro no Brasil:Na ocorrncia desse tipo de crime, o primeiro porto que o navio atracar, aps a ocorrncia do crime, ser a Comarca competente para julgar. Art. 89- Os crimes cometidos em qualquer embarcao nas guas territoriais da Repblica, ou nos rios e lagos fronteirios, bem como a bordo de embarcaes nacionais, em alto-mar, sero processados e julgados pela justia do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcao, aps o crime, ou, quando se afastar do Pas, pela do ltimo em que houver tocado.

Ex.: Imaginemos uma embarcao que sai de Recife com destino a Santos. Durante o trajeto vm a ocorrer um crime a bordo. Esse navio atraca em Vitria para descarregar mercadorias, logo, Vitria ser a responsvel para julgar o crime.a.2) Deslocamento do Brasil para o exterior ou do exterior para o Brasil:Na ocorrncia de um crime em mar territorial brasileiro, dentro de uma embarcao destinada ao exterior, o primeiro porto que a embarcao atracar aps a ocorrncia do crime, ser o responsvel para julgar mesmo que essa embarcao s venha atracar em seu destino final, ou seja, em outro Pas (neste caso, cabe a aplicao da 6 Regra, ou seja, a deportao do sujeito para ser julgado no Brasil).

RecifePortugalSer julgado da mesma forma quando um navio vier do exterior com destino ao Brasil, ou seja, oresponsvel para julgar ser o primeiro local que a embarcao vier a atracar. Ex.: Uma embarcao que sai de Recife com destino a Portugal. Durante o trajeto, em mar territorial brasileiro, o Capito toma conhecimento da ocorrncia de um crime. Tambm se aplica a regra anterior, ou seja, o primeiro porto que o navio atracar ser o local responsvel para julgar o crime.Assim, se a embarcao vier a atracar somente em Portugal, eles sero os responsveis para julgar.Ateno: Se essa embarcao vier a atracar em porto brasileiro, exclusivamente para cuidar da ocorrncia do crime e retirar o sujeito da embarcao, teremos a chamada passagem inocente. b) Crimes praticados a bordo de embarcaes particulares nacionais em mar territorial neutro (auto-mar): o primeiro juzo que pratica qualquer ato processual referente ao crime (at mesmo ato processual durante o Inqurito policial).Art. 91- Quando incerta e no se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competncia se firmar pela preveno.obs: Aplica-se a mesma regra s aeronaves, trocando-se mar territorial por espao areo.

3.4.2- Distribuio da competncia pela conexo e continncia:1 Regra Prevalncia do Jri:2 Regra Local do crime mais grave:3 Regra Sendo as infraes de igual gravidade, competente ser o local onde ocorreu o maior nmero de infraes:Ex.: Joo furta 2 carros em vila velha e os vende em vitria (receptao). Neste caso, para sabermos a competncia devemos observar a pena de cada crime. Como a pena do furto maior, a competncia ser de Vila Velha. Se os crimes forem continuados: Joo comete crime continuado (2 furtos), aplica-se a regra do Art. 71 do CPP, Juiz prevento, ou seja, aquele Juiz que praticar o primeiro ato processual na demanda.Art. 71. Tratando-se de infrao continuada ou permanente, praticada em territrio de duas oumais jurisdies, a competncia firmar-se- pela preveno.

4 Regra No aplicvel s regras anteriores aplicar-se a preveno

Ateno: Enquanto na conexo existem vrias infraes (com ou sem pluralidade de agentes), na continncia existir apenas uma nica infrao; mesmo que por fixo jurdica.Conexo, Art. 76. A competncia ser determinada pela conexo:I - se, ocorrendo duas ou mais infraes, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por vrias pessoas reunidas/, ou por vrias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar/, ou por vrias pessoas, umas contra as outras;II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relao a qualquer delas;III - quando a prova de uma infrao ou de qualquer de suas circunstncias elementares influir na prova de outra infrao.Continncia, Art. 77. A competncia ser determinada pela continncia quando:I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infrao;II - no caso de infrao cometida nas condies previstas nos arts. 70, 73, segunda parte, e 74, segunda parte do Cdigo Penal.

Art. 76, inciso I: Conexo intersubjetivaa) Por simultaneidade: ocorrendo duas ou mais infraes, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por vrias pessoas reunidas...b) Concursal: ...ou por vrias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar...c) Por reciprocidade: ...ou por vrias pessoas, umas contra as outras.Inciso II: Conexo objetiva ou lgica

Inciso III: Conexo instrumental ou probatriaCaptulo II Prises cautelares e liberdade provisria:

Priso Pena Execuo penalPriso cautelar

Priso em flagrantePriso temporriaPriso preventivaPriso para extradioObs: A priso pela extradio se incorpora priso preventiva. (como se fosse uma priso preventiva mais especfica).a) Priso pela jurisdio penal

No confundir priso cautelar com execuo provisria da pena; o motivo da priso cautelar garantir os meios e os fins do processo. - Se mantenho o ru solto, ele poder fugir, dificultar/destruir a produo de provas, ou at mesmo cometer novos crimes. Vide art. 282, CPP

Priso do devedor de alimentosPriso administrativa militarb) Priso pela jurisdio extrapenal

1. Caractersticas das prises cautelares:a) Jurisdicionalidade:A medida cautelar deve, obrigatoriamente, partir de uma autoridade judiciria. Abre-se uma exceo para casos de priso em flagrante onde a priso ser feita por autoridade policial (executivo).b) Acessoriedade: Como no Direito Civil, o acessrio acompanha o principal. Desta forma, c) Instrumentalidade:A priso cautelar no um fim em si mesmo. Nada mais do que o instrumento que busca a finalidade para o processo.d)Provisoriedade: A priso cautelar precria. Como aplicada dento da periculosidade do sujeito, devemos considerar que no existindo nenhum perigo para o tramite processo devo extinguir a priso cautelar.e) Proporcionalidade:A medida cautelar no pode ser mais grave do que o provimento final. Ex.: O sujeito, primrio, que comete um crime de furto (pena de 1 a 4 anos). Sabendo que em casos como este o ru fica no regime aberto, no podemos falar em medida cautelar.

1.1. Pressupostos das prises cautelares:Periculum libertatis (periculum in mora) e Fumus comissi delicti (fumus boni juris)

Tem que estar presente estes dois pressupostos. Periculum in mora no est com a demora do processo e sim na liberdade do ru, quanto ao processo que o mesmo pode destruir provas, pode fugir etc.

Fumus boni juris indcio suficiente de autoria, prova da materialidade, indcios mnimos para que possa deflagrar a ao penal.

No juizado especial criminal no h priso em flagrante nem cabe fiana. Pois nos juizados, o crime de menor potencial ofensivo.

a) Priso em flagrante:

a.1) Modalidades de flagrante- Quando ao sujeito ativo:Artigo 301, CPP: Qualquer do povo poder1 e as autoridades policiais e seus agentes devero2, prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito estado de flagrncia ( uma condio em que a pessoa se encontra quando do crime cometido/ uma questo circunstancial). Flagrante de delito s quando o delegado lavra o auto de priso em flagrante.

1 Flagrante facultativo qualquer pessoa que identificar algum que est praticando determinado delito, com meios adequados pode realizar essa priso. Quando fala em flagrante facultativo fala-se de exerccio regular do direito.

2 Flagrante obrigatrio estrito cumprimento do dever legal

a.2) Sujeitos passivos da priso em flagrante:* Menor apreenso em estado de flagrncia* Presidente vedada qualquer priso cautelar. No cabe priso, mas em estado de flagrncia o presidente pode ser detido.* Juzes e membros do MP podem ser presos em flagrante somente por crimes inafianveis. Tem que ser presidido pelo TJ ou TRF.* Crimes de trnsito quando o autor presta pronto e integral socorro vtima.* JECRIM artigo 69 lei 0099/95. No pode ser preso em flagrante. Compromisso de comparecimento a todos os termos do processo no haver APF.

Chega ao delegado de polcia: oitiva dos condutores (policias) oitiva da vtima interrogatrio do presoDepois de feito isso, lavra o APF com base no artigo 304 e , CPP.

a.3) Espcies de flagrante (Art. 302, CPP):

PrprioI- Est cometendo a infrao penal (presente);II- Acaba de comet-la;III- perseguido, logo aps, pela vtima, pela autoridade policial ou qualquer pessoa em situao que faa presumir ser ele autor da infrao;Houve a infrao penal e voc parte em perseguio para efetuar a priso.Ex.: O autor do crime fulano. Vou em sua perseguio.IV- encontrado, logo depois (at 8horas), com instrumentos, armas objetos, papeis que faam presumir ser ele autor da infrao. O legislador quis, com a expresso logo depois, dar uma conotao de um espao de tempo maior que a expresso logo depois presente no inciso III.Ex.: Um roubo a banco ocorreu. No sabemos quem so os autores. Numa blitz policial os sujeitos so parados, encontrando-se no veculo armas, tocas ninja, uniformes de policiais e os sacos de dinheiro.a.4. Construes doutrinrias e jurisprudenciais acerca da priso em flagrante:

VlidoInvlido a) Flagrante esperado: b) Flagrante provocadoc) Flagrante preparadod) Flagrante forjadoSmula 145 STF. NO H CRIME, QUANDO A PREPARAO DO FLAGRANTE PELA POLCIA TORNA IMPOSSVEL A SUA CONSUMAO.

Nesses dois nicos casos, o legislador permitiu que a autoridade Policial retarde a priso em flagrante (afim de no prejudicar a operao) Flagrante diferido ou retardado: a) Art. 53, II da Lei 11.343/06 drogasb) Art. 8 da Lei 12.850/13 organizaes criminosas

Art. 53.Em qualquer fase da persecuo criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, so permitidos, alm dos previstos em lei, mediante autorizao judicial e ouvido o Ministrio Pblico, os seguintes procedimentos investigatrios:II- a no-atuao policial sobre os portadores de drogas, seus precursores qumicos ou outros produtos utilizados em sua produo, que se encontrem no territrio brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior nmero de integrantes de operaes de trfico e distribuio, sem prejuzo da ao penal cabvel.Art. 8Consiste a ao controlada em retardar a interveno policial ou administrativa relativa ao praticada por organizao criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observao e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz formao de provas e obteno de informaes.

a.5) Flagrante nos crimes de ao pblica condicionada e privada: a.5.1) Flagrante nos crimes formais: Ex.: Corrupo passiva (Art 317, CP): Joo solicitou verba para facilitao na licitao de sua cidade. No dia de receber o dinheiro, foi preso pela polcia.Neste caso, NO H flagrante, pois o crime se consuma com a solicitao e no com o recebimento do dinheiro (mero exaurimento do crime).a.5.2) Flagrante e apresentao espontnea: Art. 304, CPP.A apresentao espontnea impede a priso em flagrante; mas no impede a priso preventiva. Entendendo o Delegado ser caso de priso preventiva, necessrio que ele entre em contato com algum Juiz e encaminhe o APF junto da representao. Concordando, o Juiz imediatamente assina e decreta a priso em flagrante.b) Priso temporria:Lei 7.960/89.A priso para averiguao, aplicada da poca da ditadura militar, ganhou nova roupagem (com uma viso constitucional) onde o Juiz de Direito deve determinar a priso do investigado.A priso temporria s caber na fase do inqurito.Inciso III - Havendo fundadas razes, usa-se a priso temporria para formar indcios suficientes.Prazo: 5 dias prorrogados por mais 5 (em caso de crimes hediondos o prazo ser de 30 prorrogado por mais 30).Art. 1 Caber priso temporria:

Periculum+Fumus comissiI- Quando imprescindvel para as investigaes do I.P.;II- Quando o indiciado no tiver residncia fixa, ou no fornecer elementos para esclarecimento de sua identidade;III- Quando houver fundadas razes de acordo com qualquer meio de prova admitida na legislao penal, de autoria ou participao do indiciado nos seguintes crimes: a) homicdio doloso (simples);b) sequestro ou crcere privado (art. 148, caput, e seus 1 e 2);c) roubo (art. 157, caput, e seus 1, 2 e 3);d) extorso (art. 158, caput, e seus 1 e 2);e) extorso mediante sequestro (art. 159, caput, e seus 1, 2 e 3);f) estupro;g) atentado violento ao pudor);h) rapto violento;i) epidemia com resultado de morte (art. 267, 1);j) envenenamento de gua potvel ou substncia alimentcia ou medicinal qualificado pela morte;l) quadrilha ou bando;m) genocdio;n) trfico de drogas;o) crimes contra o sistema financeiro Tambm admite-se priso temporria, cujo prazo se estende para 30 dias, para os crimes hediondos, previstos na Lei 8072/90Art. 1oSo considerados hediondos os seguintes crimes...:I - homicdio (art. 121), quando praticado em atividade tpica de grupo de extermnio, ainda que cometido por um s agente, e homicdio qualificado (art. 121, 2o, I, II, III, IV e V);II - latrocnio (art. 157, 3o,in fine); III - extorso qualificada pela morte (art. 158, 2o); IV - extorso mediante sequestro e na forma qualificada (extorso mediante sequestro com resultado em morte);V - estupro; VI - estupro de vulnervel;VII - epidemia com resultado morte (art. 267, 1o).VII-B - falsificao, corrupo, adulterao ou alterao de produto destinado a fins teraputicos ou medicinais (art. 273,capute 1o, 1o-A e 1o-B)Art. 2 Equiparam-se a crimes hediondos: a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismoSE O CRIME ESTIVER PREVISTO APENAS NO ROL DO ART. 1, III DA LEI 7960/89, A PRISO SER SOMENTE DE 5 DIAS.POR OUTRO LADO, CASO O CRIME ESTEJA TANTO NO ROL DA LEI 7.960/89 QUANTO NO ROL DA LEI 8.072/90 (crimes hediondos), A PRISO SER DE 30 DIAS. IMPORTANTE LEMBRAR QUE SE O CRIME, APESAR DE HEDIONDO, NO ESTIVER NO ROL DA LEI 7.960/89 NO CABER PRISO TEMPORRIA!!!Pelo prazo de 5 dias (prazo da priso temporria, estendvel por mais 5 dias) a autoridade policial tenta encontrar indcios de autoria suficientes para decretar a priso do investigado. Em caso de crimes hediondos este prazo de 30 dias (estendvel por mais 30).

c) Priso preventiva:Lei 12.403/11A priso preventiva pode ser usada a qualquer momento (tanto no IP quanto no processo).Prazo: Art. 311 Em qualquer fase da investigao policial ou do processo penal, caber a priso preventiva decretada pelo Juiz, de ofcio, se no curso da ao penal, ou a requerimento do MP, do querelante ou do assistente, ou por representao da autoridade policial.

Periculum libertatisFumus Comissi DelictiArt. 312 A priso preventiva ser decretada como garantia ordem pblica, da ordem econmica, por convenincia da instruo criminal ou para assegurar a aplicao da lei penal, quando houver prova da existncia do crime e indcios suficientes de autoria.

O art. 312 deve ser interpretado junto com o art. 313 (um artigo complementa o outro).Logo, para haver priso preventiva devemos primeiro aplicar o art. 312 e depois o art. 313.Art. 313 Nos termos do art. 312 deste Cdigo, ser admitida a decretao da priso preventiva: I- nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade mxima superior a 4 (quatro) anos; II- se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentena transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal;III- se o crime envolver violncia domstica e familiar contra a mulher, criana, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficincia, para garantir a execuo das medidas protetivas de urgncia; Pargrafo nico. Tambm ser admitida a priso preventiva quando houver dvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta no fornecer elementos suficientes para esclarec-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade aps a identificao, salvo se outra hiptese recomendar a manuteno da medida. Ex.: Joo cometeu crime previsto no art. 302, Paragrafo nico, II e III do CTB Deteno de 2 a 4 anos + 1/3 a = 3 a 6 anos (CRIME CULPOSO):O juiz, pautando-se no art. 312 poderia decretar a priso preventiva do Ru, porm o art. 313 NO permite a priso preventiva tendo em vista que o crime cometido culposo e o referido artigo s permite a aplicao de priso preventiva para crimes dolosos. (vide inciso I do art. 313).Resultado: Joo no poder ser preso preventivamente. Como no pode ser preso, Joo tambm no dever pagar fiana.Ex2.: Joo cometeu crime de furto (Art. 155, cp 1 a 4 anos de priso).O primeiro furto foi em vitriaO segundo furto foi em vila velhaO terceiro furto foi na serraComo a pena de 1 a 4 anos, no cabe a priso preventiva (pena mxima no superior a 4 anos).O Juiz da execuo poder somar as penas de cada furto e autorizar a priso de Joo.

c.1) Priso domiciliar (Art. 317, CPP): Possui como finalidade o recolhimento em domiclio, como forma substitutiva da priso em unidade prisional.A priso domiciliar possui detrao, ou seja, o tempo em que o agente estiver nesta modalidade, ser considerado tempo de priso cumprida.Quando em priso domiciliar, o agente dever, obrigatoriamente, 24h/dia em sua residncia, podendo usufruir de tudo que mesma possui, logo, poder usar a piscina, tomar cerveja, fazer churrascos, MAS NUNCA PODER SAIR DE CASA.Art. 317. A priso domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residncia, s podendo dela ausentar-se com autorizao judicial.

A priso domiciliar ser cabvel nas seguintes hipteses (Art. 318 CPP):I- maior de 80 (oitenta) anos;II- extremamente debilitado por motivo de doena grave;III- imprescindvel aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficincia;(filho menor de 6 anos que s possui o pai/ou me passando os 6 anos o agente retorna priso).IV- gestante a partir do 7 (stimo) ms de gravidez ou sendo esta de alto risco.

c. 2) Medidas Cautelares substitutivas da priso preventiva: Cabvel em hipteses em que o Juiz entender no ser possvel a priso preventiva.

Art. 319. So medidas cautelares diversas da priso:

I- comparecimento peridico em juzo, no prazo e nas condies fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

II- proibio de acesso ou frequncia a determinados lugares quando, por circunstncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infraes;

III- proibio de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV- proibio de ausentar-se da Comarca quando a permanncia seja conveniente ou necessria para a investigao ou instruo;

V- recolhimento domiciliar no perodo noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residncia e trabalho fixos;Diferente da priso domiciliar. O recolhimento no perodo noturno, finais de semana e feriados.

VI- suspenso do exerccio de funo pblica ou de atividade de natureza econmica ou financeira quando houver justo receio de sua utilizao para a prtica de infraes penais;Ex.: Agente responde por crime de peculato; o Juiz pode determinar a suspenso do exerccio de suas funes (pode ser afastado inclusive de funes privadas);

VII- internao provisria do acusado nas hipteses de crimes praticados com violncia ou grave ameaa, quando os peritos conclurem ser inimputvel ou semi-imputvel (art. 26 do Cdigo Penal) e houver risco de reiterao;

VIII- fiana, nas infraes que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstruo do seu andamento ou em caso de resistncia injustificada ordem judicial;

IX- monitorao eletrnica.Vide decreto 7627/11 que regulamenta a monitorao eletrnica de pessoas (pulseira, tornozeleira eletrnica).d) Liberdade provisria:d.1) Liberdade provisria obrigatria ex lege (= liberdade provisria por fora de lei): H casos em que o legislador entendeu que a liberdade provisria ser obrigatria. So elas:I- Lei 9099/95 JecrimII- Lei 9503/97 CTBIII- Nas hipteses do art. 312 c/c art 313 a contrrio senso (ex.: pena mxima inferior a 4 anos).d.2) Fiana: Mais uma medida cautelar que ir substituir a priso. Possui como finalidade a indenizao da vtima (Parte da fiana destinada a vtima, se o agente for condenado).d.2.1) Pode ser dado como fiana: Dinheiro, pedras preciosas, ttulo de dvida pblica, imveisd.2.2) Cabimento: Art. 323 do CPP e Art. 5, XLII, XLIV e XLIV da CF a contrario senso (tais artigos falam dos crimes que nocabem fiana, logo, deve-se interpretar esses artigo a contrario senso, ou seja, os crimes no mencionados cabero fiana). d.2.3) Autoridade competente para arbitramento: Pode ser o delegado quando a pena abstrata mxima for de 4 anos. Ou poder ser o Juiz nos casos em que o delegado no arbitrar.d.2.4) Valor da fiana: O delegado pode arbitrar fiana no valor de 01 a 100 salrios mnimos, j o Juiz pode arbitrar fiana no valor de 10 a 200 salrios. Dependendo da condio financeira do Ru, poder aumentar ainda mais o valor da fiana, ou mesmo reduzir.d.3) Liberdade permitida com fianad.3.1) Liberdade permitida sem fianad.4) Liberdade proibida ex lege (liberdade proibida por fora de lei: O STF declarou que todas suas decises devem ser motivadas/ fundamentadas, sendo inconstitucional qualquer lei que retire a liberdade do agente de ofcio (ex lege = por fora de lei).Artigo 21 Lei 10826/03 trfico de armas O STF declarou a inconstitucionalidade desse artigo. Cabe a liberdade.

Artigo 44 Lei 11343/06 o Supremo diz que no pode restringir direitos ao ru e sim ampliar. Motivao das decises. Tambm declarou a inconstitucionalidade.

Captulo III - Questes e procedimentos incidentes:1. So questes intercorrentes ao procedimento criminal, ora de direito material, ora de direito processual que reclamam uma soluo previamente causa principal (penal).Dividem-se:a) Questes prejudiciais: So questes de direito material, ora solucionadas pela prpria jurisdio penal (homogneas), ora pela jurisdio extrapenal (heterogneas), que influem na verificao da existncia de crime.

Exemplo (Art. 92, cp):

Fui denunciado em bigamia. Porm em minha defesa, alego estar tramitando uma investigao de paternidade, tendo em vista que descobri a possibilidade do pai de minha esposa ser meu pai tambm.Se confirmado, o Juiz penal dever desqualificar o crime e logicamente desfazer o casamento. Denncia 235 CP - Bigamia.

Renncia

Citao

Mrito (direta)

Defesa escrita

Ao de investigao de paternidade - CVEL

Sentena - atipicidade

Artigo 93 CPP.No exemplo do aluguel do imvel em que o inquilino teve que pintar a parede devido chuva e por isso no pagou 800 reais e somente 1000 do aluguel. O proprietrio ajuza ao contra este de apropriao indbita artigo 168 CP. Na defesa escrita o ru em sua defesa ajuza ao de prestao de contas.

A) Questes prejudiciais

B) Procedimentos incidentesNo so questes de direito material. No vai se discutir o direito material, se algum ou no responsvel criminal, aqui s vai resolver questes processuais para o caminhar do processo e logo a satisfao do direito material.

b.1) Tipicamente preliminaresDilatrios (no pe fim ao processo, nem resolve a questo criminal)- Exceo de incompetncia, suspeio e impedimento

Peremptrios (pe fim ao processo, no resolve a questo criminal)- Exceo de litispendncia, coisa julgada

Obs.: esses incidentes processuais, dilatrios e peremptrios podem ser arguidos na prpria preliminar. Obs.: quando se tratar de incompetncia relativa tem que ser arguida em tempo oportuno. Exemplo quando se trata de competncia territorial, que relativa, se no for arguida em tempo oportuno prorrogada.

b.3) Tipicamente probatrios- Incidente e falsidade documental: quando argui que algum documento que foi juntado aos autos falso.- Incidente de insanidade mental: essa insanidade mental tem que estar presente no momento do fato. Pessoa interditada no civil no resolve questo no criminal.Ex.: no caso de louco, pode ir pra Jri j com a garantia de medida de segurana. Se no tiver a excludente de licitude ele ser condenado a uma medida de segurana.

b.2) Acautelatrios de natureza patrimonialTem natureza de meio de prova e medida cautelar (assegurar o resultado prtico do processo).

- Busca e apreenso Produto do crime Objetos necessrios elucidao do crime (autoria, materialidade) Objetos cuja posse, guarda, obteno, fabrico, alienao, etc, configuram ilcito penal.

Restituio de coisa apreendida

Restituio de coisa apreendida uma medida de cautela da cautela, por exemplo, se faz apreenso de droga e dinheiro de um sujeito e ele consegue provar que o dinheiro que estava com ele, tinha sido sacado para fazer alguma compra no ligada a venda de drogas, ele pode requerer que lhe seja devolvido. Isso se d atravs dessa medida cautelar. uma questo processual mas que no interfere no julgamento da causa. O pedido pode ser feito ao delegado que pode devolver ou no, em caso de dvida. Se no devolver entra com esta medida, ao de restituio de coisa apreendida.

- Sequestro: proveito (transformao do crime)Ordem/ mandado de sequestro ocorre por exemplo: invado a casa de uma pessoa roubo R$20 mil e com esse dinheiro compro um carro. O carro proveito do crime. A polcia no pode apreender o veculo. Diferente de uma moto furtada que pode ser apreendida.Tem que ser proveito do crime, ou seja, tem que ter origem ilcita. (na busca e apreenso produto e no sequestro proveito).Quando feito o sequestro do bem, depois de condenado o ru, ou seja, a origem do bem foi realmente ilcita, o bem vai para leilo. Exemplo da loja de carro que o lavador dos carros furtou o patro levando quantia em dinheiro e joias que estava no cofre da loja e semana depois pede demisso. Tempos depois ele aparece na loja com o carro e o patro questiona que ele no tinha condies e pede o sequestro do bem. Aps condenado o ru o bem vai para hasta pblica, leilo. Nesse caso o dono da loja de carro pode pedir adjudicao do bem e ficar com o valor que ele foi para leilo.

OBS.: Busca e apreenso recai somente sobre bens mveis. Quando recai sobre bens imveis por analogia vai usar o mandado de sequestro.

Se mvel ou imvel, se proveito tem que ser feito o sequestro.

Futuro ressarcimento no cvel- Arresto: recai sobre bens mveisOrigem lcita- Hipoteca: recai sobre bens imveis

Exemplo: Artigo 157 CP R$ 200.000,00R$ 100.000,00 proveito SequestroR$ 200.000,00 herana Hipoteca

Hipoteca ser remetida ao juzo cvel. A sentena penal transitada em julgado faz coisa julgada no cvel e se torna ttulo executivo judicial. No caso os R$100 mil relativos ao sequestro ser entregue no criminal e o restante vai ter que ser ressarcido no cvel.

Smulas referentes competncia do STF: 451, 498, 521, 522, 603, 702, 703, 704, 706, 721.

Smulas referentes competncia do STJ: 03, 06, 38, 42, 47, 48, 53, 59, 62, 73, 75, 78, 90, 104, 107, 122, 140, 147, 151, 164, 165, 172, 192, 200, 206, 208, 209, 224, 244, 428.

Captulo IV Comunicao dos atos processuais

1. Citao:

Ato pelo qual se d conhecimento a algum da existncia de uma ao penal contra si, chamando-a a vir integrar a relao processual e defender-se.

1.1.Espcies de citao:

a) Real: Aquela que temos convico que o Ru tomou cincia, a partir Do cumprimento, o prximo dia til da juntada, conta-se 10 dias. Smula 710 STF. Mandado do Juiz com competncia territorial no local onde se encontra o Ru (regra); Carta precatria se o ru mora fora da comarca; Carta rogatria; Carta ordem quando vem de autoridade maior menor;

b) Ficta (presumida): Aquela que temos a presuno de que o Ru tomou cincia da ao. Hora certa; Edital;

Ateno: No penal no existe citao por AR. No JECRIM no cabe denncia nem citao por edital (No achando o ru, remete-se os autos para o juzo comum). Art. 66.

Obs.: a citao do preso vai ser feita no prprio presdio pelo oficial de justia. O oficial de justia fala da necessidade de citar o preso com o chefe de presdio.

Diz a smula 351 do STF. Ex.: citar o ru que reside em vitria. Mas no acha o cara porque ele est preso. Assim, no pode ser feita a citao por edital. Tem que procurar o juiz que proferiu a priso dele para saber em qual presdio ele est para fazer a citao real.

Se passado o prazo de 10 dias para apresentar defesa escrita e no o fizer, o juiz nomeia um defensor pblico e reabre o prazo para apresentar a defesa. Ai vai pra AIJ. Porm, caso no nomeie, no ter AIJ.Dia 31/03 edital 15/04/14Prazo p/ defesa 25/04/14 dies ad quem

S o ru pode ter prazo em dobro quando assistido por defensor pblico. MP no tem nenhum prazo em dobro.O prazo do ru no penal contado a partir do momento em que foi citado ou intimado. Mesmo que a certido de que foi citado no seja juntado aos autos logo aps.

1.2. Crimes inafianveis:So crimes inafianveis o racismo e os crimes contra ordem democrtica. Por via infraconstitucional no se pode criar outros crimes inafianveis.ART. 115 CPP: A PRESCRIO PARA OS MENORES DE 21 ANOS CAI LA METADE.

Citao por edital 20/09/12Recebimento da denncia 15/09/11Fato10/4/11ltimo dia antes deoperar-se a prescrio 14/09/27ltimo dia da susp. Do curso da prescrio 09/12/20Deciso determinando a susp. Do processo e do curso da prescrio 10/12/12 Art. 366. | | || ||

TEMPO QUE O LEGISLADOR DEU PARA O ESTADO ACHAR O AUTOR

20/09/12- 15 dias da citao por edital + 10 dias para apresentao de defesa prvia.Obs: Citao pula o primeiro dia e conta o ltimo.Publica-se o edital no dia 20 e comea a contar dia 21. O mesmo acontece para defesa prviaVide arts. 396 e 3618 anos

2 Intimao:

Ato pelo qual se d conhecimento as partes da realizao de um ato processual (fato pretrito), bem como do dia, hora e local em que ser realizado um ato para o qual as partes e/ou terceiros devam estar presentes (ato futuro).

2.1- Formas de intimao das partes e terceiros:

a) Autor da ao:- Acusao pblica (MP):MP intimado pessoalmente com vista nos autos. No existe prazo em dobro ao MP no Penal.

Sero intimados:- Acusao privada (querelante)- Advogado por meio do D.J (dirio oficial)- ou Querelante mandado

- Assistente de acusao- Advogado D.J.- ou Querelante - mandado

b) Ru ou querelado- Advogado eRu ou querelado

c) TerceirosSempre intimado pessoalmente, atravs de mandado. Ex.: testemunho.07/04/14 intimao advogado09/04/14 Ru22/04/14 ultima dia do prazo para contestao - apelo

Obs.: defensor pblico tem prazo em dobro, assim, 10 dias para recorrer.

DennciaAIJ Audincia de instruo e julgamento- oitiva da vtima (se houver) (MP,adv, juiz)- oitiva de testemunha acusao (MP,adv, juiz)- oitiva testemunha defesa- esclarecimentos do perito- acareaes e reconhecimento de pessoas e coisas- interrogatrio (juiz, MP, advogado)MP 20+10 min advogado, mp e defensor. No tem prazo em dobro para defensor. O que pode acontecer o juiz transformar os debates orais em memoriais que tem o prazo de 5 dias. Ai sim, o defensor pblico tem prazo em dobro.- debates orais- sentena

Recebe

Cls. Ao Juiz

Arrola test.

Citao

Absolvio Sumria ouDefesaEscrita

Designa AIJ

Cls. Ao Juiz

Captulo V PROCEDIMENTOS

O procedimento ser comum ou especial.

Obs. Geral: para definio do procedimento devem ser consideradas as causas de aumento e diminuio de pena, aplicando-se o mnimo de aumento ou diminuio sobre o mximo da pena abstrata.

Obs.: Segundo a construo da jurisprudncia nesses casos tambm devem ser levados em conta o concurso de crimes (concurso material, formal ou crime continuado). Se for concurso formal ou crime continuado usa as causas de aumento de pena; sendo concurso material soma as penas dos crimes praticados.

1. Procedimento comum:

1.1. Procedimento comum ordinrio crimes com pena mxima abstrata igual ou superior a 04 anos, ressalvadas as hipteses de rito especial.

Ex.: artigo 157, caput, CP recluso 04 a 10 anos.

Obs.: em se tratando de idoso, quando for pena mxima at 04 anos ser usado o procedimento sumarssimo. Usa somente o procedimento e no os benefcios.

Obs.: artigo 28 CP posse de drogas para uso, vai para o Jecrim e no pra lei especial de drogas por ser crime de menor potencial ofensivo, tendo previso constitucional. Assim como a lei de drogas infraconstitucional no pode sobrepor norma constitucional.

O Juiz que presidir a instruo deve, necessariamente, proferir a sentena (Art. 399, CPP). O legislador entende que o magistrado que presidiu a A.I.J possui maior contato com o caso e com as partes (Ex.: A aparncia, a voz de estar mentindo ou no). Infelizmente, na prtica, isso vem sendo muito desrespeitado.

1.2. Procedimento comum sumrio:Crimes com pena mxima abstrata maior que 02 anos e menor que 04 anos.

Diferena entre sumrio e ordinrio.1. rito ordinrio aps receber denncia o juiz marca audincia em at 60 dias; no sumrio at 30 dias.2. rito ordinrio o rol de testemunhas at 08 testemunhas e no sumrio at 05 anos.

1.3. Procedimento comum sumarssimo (jecrim) contravenes e crimes com pena mxima abstrata igual ou menor que 02 anos, ressalvada a previso legal de no aplicao das regras do Jecrim.

2. Procedimento especial:

Procedimentos previstos no prprio CPP. Ex.: Jri, crimes contra honra cuja pena mxima abstrata ultrapasse os 02 anos, crimes falimentares etc, bem como os procedimentos previstos em legislao especial, exemple drogas, procedimento nos crimes praticados por quem tem prerrogativa de foro (lei 8038/90).

Exemplo: Artigo 138 CP - deteno 06 meses a 02 anos c/c artigo 141 III CP (+ 1/3)Calnia por si s usa o procedimento sumarssimo pois a pena at 02 anos. S que quando cumulada com a agravante aumenta 1/3, ento tinha que ser usado o procedimento sumrio, s que h previso legal indo ento para o procedimento especial.

Artigo 303 CTB 06 meses a 02 anos. Mesmo se tiver a causa de aumento de pena de 1/3 o procedimento a ser usado o sumrio pois no tem previso legal para ir para o especial.

Artigo 303 CTB 06 meses a 02 anos + Artigo 306 CTB 06 meses a 03 anos. Somado as penas dar 05 anos, assim o procedimento a seu usado o ordinrio.

3. Procedimento sumrio (jecrim):

Lei 9.099/95T.C

Remessa ao jecrim

Distribuio e autuao

Intimao para audincia preliminar

Conduzida por Juiz leigo, cujo objetivo composio entre as partes, o que, em caso de sucesso importar em renncia ao direito de queixa ou representao.Ao penal privada e pblica

- Proposta de transao penal pelo MP;- Aceita a proposta o suposto autor do crime cumpre a tarefa que lhe foi sugerida e ser extinta a punibilidade;- No aceita a proposta ou no cabvel, o MP far denncia e o suposto autor do crime em gabinete citado e intimado para A.I.J

Audincia de instruo e julgamentoAo penal pblica incondicionada ou condicionada quando a vtima mantm a representaoAudincia preliminar

- Ratificao da proposta de transao penal ou da composio entre as partes, caso haja recusa anterior;- Apresentao da defesa preliminar; (Note que a defesa feita na prpria AIJ)- Recebimento (ou rejeio) da denncia ou queixa;- Oitiva da vtima;- Oitiva das testemunhas de acusao;- Oitiva das testemunhas da vtima;- Interrogatrio;- Debates;- Sentena ou sentena em gabinete

Obs: Se o Ru no cumprir a proposta feita pelo MP, o processo ir se retomar com a citao para audincia de instruo e julgamento.Obs2: O Ru, aceitando a transao, no poder receber este direito novamente pelo prazo de 5 anos (Tambm no poder receber este direito aquele que for condenado em sentena).Obs3: A transao penal um direito do autor do crime, ou seja, se o Ru preencher os requisitos direito dele receber do MP a proposta de transao penal.

4. Tribunal do Jri:

Tribunal do Jri

Incio da 2 faseIntimao das partesIncluso do processo em pauta de julgamento do plenrio, bem como preparao do relatrio que ser apresentado.Cls. ao JuizDeterminar a intimao das partes para apresentar rol de at5 testemunhas, no prazo de 5 dias, que sero ouvidas em plenrio, bem como para juntar documentos e requerer dilignciasCls. Ao Juiz presidente do JriPrecluso da deciso de pronnciaIntimao das partesDeciso de pronncia

4.1. Formao do Tribunal do Jri:At o dia 10 de outubro de cada ano publicada uma lista contendo nome de pessoas maiores de 18 anos e com idoneidade moral, aptas a servir no jri no ano seguinte. Esta lista pode ser impugnada por qualquer pessoa, apontando os motivos para excluso de qualquer dos nomes, sendo republicada definitivamente com as correes em 10 de novembro.A lista ser formada da seguinte maneira:a) contendo de 800 a 1500 nomes para as comarcas com mais de 1.000.000 habitantes;b) contendo de 300 a 700 nomes para as comarcas com mais de 100.000 habitantes;c) contendo de 80 a 400 nomes para comarcas com menores.O juiz oficia universidades, sindicatos, associaes de moradores que indicam nomes capazes de formar o Tribunal do Jri.Sero selecionados 25 nomes + 25 nomes suplentes a cada 3 meses. Os nomes selecionados tomaro cincia via AR, e ainda ser colocado no frum.1- Verificao e convocao dos jurados para sorteio (necessria presena de pelo menos 15);2- Prego das partes;3- Instalao da sesso e anncio do processo em pauta para julgamento;4- Sorteio dos jurados para formao do conselho se sentena e apresentao das recusas;5- Instruo criminal;6- Oitiva da vtima (se houver);7- Oitiva das testemunhas de acusao;8- Oitiva as testemunhas de defesa;9- Esclarecimentos dos peritos (se requerido anteriormente);10- Reconhecimento de pessoas e coisas;11- Interrogatrio do acusado;12- Debates horais (MP 1,5h/defesa 1,5h);13- Rplica 1h;14- Trplica (se houver) 1h;15- Leitura e esclarecimentos dos quesitos;16- Votao dos quesitos;17- Sentena