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PROCESSO ROMANO

Aspectos gerais

Simone Lacerda WestruppProfessor Orientador:Affonso Paulo Guimarães

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Definição de Processo

É via de direito para por fim a conflitos de interesses por meio da autoridade

(Elieser Rosa)

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Evolução do Processo

1º Respeito aos princípios de Direito Natural, as normas advindas da razão de Deus, como também a da vingança privada

2º É criada a Lei das XII Tábuas, separação

entre religião e Direito

Há a elaboração de leis

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Evolução do Processo

3º compilação de um conjunto de leis, sendo a síntese do Direito Romano, chamado de CORPUS JURIS CIVILIS

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O Processo

1º Reis tomam as decisões, distribuem a justiça e julgam as questões

2º Reis passam a ser auxiliados por magistrados

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O Processo

3º Pretores foram nomeados para solucionar casos

Pretores Urbanos, se o litígio envolvesse apenas cidadãos romanos

Pretores Peregrinos, se uma das partes litigantes fosse estrangeira

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Divisões do processo romano

A história do processo civil romano é composta por três períodos típicos:

•1º processo das ações da lei

•2º processo formular

•3º processo extraordinário

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Processo das Leges Actiones

Cidadãos romanos chefes de família, utilizam processos civis legais para a execução de julgamento ou para reconhecimento de seus direitos

Este sistema vigiu por mais de 1 séc. a. c.

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Características

a) submissão ao poder judiciário

b) formalista, segue expressões e rituais específicos que sem o emprego o processo seria nulo

c) utilização de fases no processo: in juri e o in judic

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Rito

A presença do autor, do juiz e do réu é condição necessária para que o processo ocorra

O réu é obrigado a atender à citação e se não a atende o autor arranja testemunhas e o prende (igitus en capito)

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Rito

Se o demandado foge, o autor tem o direito de empregar a força (“vis”), prendendo-o e torcendo-lhe o pescoço (“obtorto collo”)

A presença do Estado, representado pelo juiz, serve apenas para a explicação da sentença, as partes conduzem o processo que só ocorreria na presença de ambos

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Diferenciação do Processo

Cinco tipos:

a)sacramento

b)por judicis, postulationem

c) por condictionem

d) permanus infectionem

e) per pegnosis copionemProcesso Romano: Aspectos Gerais

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Sacramento

Corresponde a uma legis actio para os processos gerais, na falta de lei específica havendo intervenção religiosa

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Judicis Postuladio

O judicis postuladio é o oposto do sacramento, sendo utilizado em ações especiais e concretas

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Condíctio

Significa um aviso, notificação, intimação

São ações onde há envolvimento de dinheiro

Muitos mencionam ser o condíctio a forma atualiazada do sacramentum

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Monus Injectio

Vai direto aos meios de execução do direito

Há uma diferença da execução de hoje que é feita sobre bens e em Roma era feita sobre a pessoa do condenado

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Pignoris Copio

É a apreensão por parte do autor, do objeto em litígio, mesmo sem a prévia autorização do magistrado, para a garantia do pagamento da dívida

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Características das Ações da Lei

a) ordo indiciorium privatorum processam-se diante do magistrado (in jure) e depois, do juiz popular (apud. indicen)

b) todo oral

c) formalista

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Características das Ações da Lei

d)In ius nocatio “chamar o réu” é por conta do autor, podendo usar de violência

e)O juiz popular podia formar livremente a sua convicção para proferir a sentença

f)A sentença é irrecorrível (caiu pelo exagero de formalismo)

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A legis actiones com seu sistema primitivo, de rígidas penas e o Estado em segundo plano, tornava-se distante da realidade social, fazendo com que novos métodos mais abrangentes fossem instituídos

Surge então, o Processo formular

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PROCESSO FORMULAR

a) reformula a legis actio, ampliando a figura do Estado, bem como a do próprio magistrado

b) magistrado passa a redigir um escrito que será a fonte para o juiz julgar determinada questão

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PROCESSO FORMULAR

c) a actio passa a ser quase que um direito subjetivo dos dias atuais

d) é dado ao cidadão a faculdade de perseguir os seus devidos direitos

e) as fórmulas foram preconizadas por duas leis romanas, a Lex Albutia e a Legis Julio;

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PROCESSO FORMULAR

f) não utilização de palavras pré-definidas tanto para o autor como para o réu

g) maior liberdade de expressão

h) o magistrado ocupa uma função mais interventora e participativa, redigindo as fórmulas e pronunciando a sentença com bases mais bem fundamentadas

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PROCESSO FORMULAR

i) passa a ser mais articulado e acelerado pelas fórmulas

j) as fases da instância continuam as mesmas: in jure e in judicio

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IN JURI

Corresponde a fase onde, na presença do magistrado, o autor expõe de forma simples, as suas intenções, requerendo uma fórmula (postulatio) e a editio actiones, ou seja, uma notificação ao réu

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A Confissão

Existem duas opções: a de confiteri, confessar, fazendo assim o confessio in jure a de infiteri, negar, fazendo a confessio infitiatio

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Funções

O autor tem a função de buscar provas

O réu a de defender-se

O juiz a de promulgar sentença ou obter-se, alegando obscuridade no caso, subi non liquere

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Litis Contestatio

É a submissão, do autor e do réu a um julgamento feito por um terceiro, para por fim ao litígio

Consequência: fim do direito do autor de condenar o réu a pagar uma soma em dinheiro

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Provas

Seguiam uma ordem hierárquica:

a)testemunha constituía o grau máximo de prova

b)confissão do réu, confessio in judicio

c)prova por escrito, a instrumenta

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Pontos interessantes

a)O juiz não precisava necessariamente ser um entendido de direito e era nomeado pelo Estado

b)Não permite a emissão de uma nova fórmula sobre uma pré-existente

Há exceções para o reexame da sentença: a intercessio, a revocatio in duplum e a restitutio in integrum

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Intercessio

Ocorre quando através do veto, um magistrado de igual ou maior grau hierárquico daquele que emitiu a sentença, anula a execução do ato

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Revocatio in duplum

O réu tenta nulidar a sentença

Se este apelo for indeferido, este terá que pagar em dobro a quantia na qual ele fora antes condenado

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Restitio in integrum

Ocorria o apelo do réu para que as coisas voltassem ao estado em que se achavam antes do julgamento

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Apelação

Surge apenas no período imperial, onde a sentença passa a ser recorrida por graus hierárquicos, ou seja, do magistrado inferior até o Imperador

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Execução

É mantida a execução sobre a pessoa e não sobre seus bens, como já ocorria na legis actio, porém há um abrandamento da violência

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Intervenção dos Magistrados

Esta chama-se imperium

Suas formas são:

a)interditos

b)restitutiones in integrum

c)estipulações pretorianas

d)missio in possessionem

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Interditos

Providências de autoridades em virtude do seu imperium, para decidir uma controvérsia entre particulares, ordenando ou proibindo

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Restitutiones in integrum

É o ato mais ousado do pretor

Ele como que paralisa e aniquila o direito civil indo além da sua missão original

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Restitutio

Não significa restituir, mas colocar as coisas in status quo anterior, anulando totalmente – in integrum – o ato executado

Todos os efeitos civis de um ato são anulados pela restitutio, o que, por constituir fato da mais alta gravidade, é submetido à regras especiais

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Estipulações Pretorianas

São promessas verbais impostas pelo pretor que deseja fazer nascer um vínculo de obrigação entre duas pessoas, num certo número de hipóteses previstas pelo edito

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Missio in possessionem

É a ordem dada pelo pretor a uma pessoa para que tome posse de coisas pertencentes a outra pessoa

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Características do Processo Formular

Persistem as duas fases do processo da legis Actiones, a do in jure e a apud indicem, porém com algumas mudanças:

a)menos formal e mais rápida

b)deixa de ser oral para adquirir forma escrita

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Características do Processo Formular

c)ocorre uma maior participação do magistrado no processo

d)a condenação é exclusivamente pecuniária e sempre em dinheiro

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Principais partes da Fórmula

a)intentio: é a exposição da pretensão do autor, onde ele pleiteia os seus direitos

b)demonstratio: quando não há clareza e certidão da intentio, precisando o juiz, de mais elementos para, se for o caso, condenar o réu

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Principais partes da Fórmula

c)condenatio: é fornecer ao juiz amplos poderes de decisão

d)audicatio: é a parte da fórmula na qual se permite ao juiz adjudicar a coisa a algum dos litigantes

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Evolução dos processos

Com o desaparecimento da distinção entre o jus e o judicium, como também o seu caráter arbitral, surge uma nova fase do processo, o chamado processo extraordinarium

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Processo extraordinarium

Traz mudanças básicas:

• a união da figura do magistrado com a do juiz em uma só pessoa, encarregada de redigir a fórmula e de prolatar a sentença, unindo a jus e o judicium

• inicia-se a hierarquia na justiça

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Processo extraordinarium

• perde seus traços privatísticos, onde o juiz, antes indicado pelas partes, agora é de controle do Estado, daí a estatização do processo

• a presença do público no tribunal passa a ser mais reservada e a sessão passa a ser assistida apenas pelos interessados diretos

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Processo extraordinarium

• prevalece os atos escritos redigidos por auxiliares da justiça e pelos advogados

• intensifica-se a personalidade do advogado, presente quase que na totalidade dos processos

• aparecem as custas processuais, sportulae, servindo para pagar advogados e os serventuários da justiça

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Hierarquia dos magistrados

Divididos em três classes

a) dos superiores

b) ordinários

c) pedâneos

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Superiores

Correspondem aos imperadores, possuidores da última palavra, sendo a sua decisão superior a qualquer outra

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Ordinários

Judicis ordinari são as autoridades judiciárias colocadas logo abaixo dos superiores

O juiz ordinário nas províncias é o praeses provincal e o juiz de Roma e Constantinopla é o praefectus urbis

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Pedâneos

Judicis pedanei são juízes destinados a julgar causas menores, de relevância pequena, evitando dar aos governadores serviço em demasia

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Execução

Três normas são seguidas:

1- Pignus judicati causa captum. Os bens do devedor são apropriados

2- Distractio bonorum, a venda dos bens do devedor ocorrem não em conjunto, mas aos poucos para que todos os credores recebam uma parcela da dívidaProcesso Romano: Aspectos Gerais

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Execução

3- O devedor persistente ficará em prisão pública sem direito a cárcere privado

Ao invés da punição física, a sanção se encarrega dos bens, retirando a violência do direito

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Representação

O caso da representação, tanto do autor quanto do réu, não é reconhecida no direito romano

Não acreditavam na possibilidade de um advogado, como hoje ocorre, representar judicialmente outrem, pois para que ocorresse o processo se fazia necessária a presença de ambas as partes

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Representação

“Nemo alieno nomine lege agere potest” (Gaio: “ninguém pode agir em nome de outro) (Cretella, 1978, 460) salvo algumas exceções, como no caso da tutela, curatela etc

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Características do Processo Extraordinário

• surge para dirimir questões de natureza administrativa ou policial

• deixa de seguir as fórmulas do ordo indiciorum privatorum

• foi utilizado primeiramente, em casos de tutela de atos subjetivos, passando à resolver problemas de ordem social

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Características do Processo Extraordinário

• o processo passa de privado para público

• magistrados deixam de criar as regras e de decidir por conta própria em virtude da proteção colocada pelo ato objetivo

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Etapas de mudança entre os processos

Quando um processo surgia, o outro não deixava de vigorar, mas vigia ao lado, sendo aos poucos colocado em desuso

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Etapas de mudança entre os processos

A evolução do processo pode ser prevista por quatro etapas específicas:

1 Os conflitos eram resolvidos na base da violência e por atos particulares. O Estado não se fazia presente, somente em questões relacionadas à religião. Exemplo é a Lei do Talião.

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Etapas de mudança entre os processos

2 A vingança privada dá espaço aos acordos entre as partes interessadas, utilizando-se de indenizações para o ressarcimento de danos eventualmente causados

Às vezes as partes escolhiam um terceiro para a fixação desta indenização porém o arbitramento era facultativo

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Etapas de mudança entre os processos

3 Ocorre quando não há possibilidades de acordo entre as partes, sendo o Estado uma figura, agora, presente, na qual além de obrigar que se escolha um árbitro, faz com que este assegure a execução da sentença

Exemplo é a Legis Actiones e o processo formular

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Etapas de mudança entre os processos

4 É afastado totalmente o emprego da justiça privada sendo reconhecida somente a justiça empregada pelo Estado e este é o único habilitado a resolver os possíveis conflitos.

Exemplo é a cognítio extraordinária

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65Fórum Romano - Roma Antiga

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66Fórum Romano - Hoje

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Fórum Romano - Roma Antiga

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Fórum Romano - Hoje

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69Fórum Romano - Roma Antiga

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70Fórum Romano - Hoje

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71Fórum Romano - Roma Antiga

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72Fórum Romano - Hoje

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73Fórum Romano - Hoje

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Referência Bibliográfica

ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. 4 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1978. p. 245-350

JÚNIOR, Cretella. Curso de Direito Romano. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1978. p. 427-465

Processo Romano: Aspectos Gerais

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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Ciências Jurídicas

Disciplina: Informática Jurídica

Professores: Aires José Rover

Olsen da Veiga

Florianópolis, setembro, 1998

Processo Romano: Aspectos Gerais