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Processo Seletivo 2016 Processo Seletivo para Ingresso de Alunos no 5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental; no 1º ano do Ensino Médio e no 1º ano dos Cursos Técnicos de nível Médio Integrado em Administração e em Meio Ambiente 1º Ano do Ensino Médio /Cursos Técnicos de Nível Médio Integrado em Administração e Meio Ambiente

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Processo Seletivo 2016

Processo Seletivo para Ingresso de Alunos no 5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos do

Ensino Fundamental; no 1º ano do Ensino Médio e no 1º ano dos Cursos

Técnicos de nível Médio Integrado em Administração e em Meio Ambiente

1º Ano do Ensino Médio /Cursos Técnicos de

Nível Médio Integrado em Administração e

Meio Ambiente

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LÍNGUA PORTUGUESA

I de junho de 1888 BONS DIAS!

Agora fale o senhor, que eu não tenho mais o que lhe dizer. Já o saudei, graças à boa educação que Deus me deu, porque isto é de criação, se a natureza não ajuda, é escusado trabalho humano. Eu, em menino fui sempre um primor de educação. Criou-me uma ama, escrava; e, apesar de escrava e ama, nunca lhe pus a boca no seio para mamar, que não pedisse licença. Não estava em mim; [...]

[...] Aos cinco anos (era em 1831), como já sabia ler, davam-nos no colégio a Pátria, pouco antes fundada pelo Sr. Carlos Bernardino de Moura, com as mesmas doutrinas políticas que ainda hoje sustenta. A minha alma, que nunca se deu com política, dormia que era um gosto; mas os olhos não, esses iam por ali fora, risonhos, aprobatórios.

Agora mesmo, lendo naquela folha que o governo é que deu o dinheiro com que os jornais fizeram as festas abolicionistas, pensam que, se tivesse de explicar-me, fá-lo-ia como a comissão de imprensa? Não; seria grosseiro. Nunca se deve desmentir ninguém. Eu diria que sim, que era verdade, que o governo tinha pago tudo, as festas [...]

[...] Podia citar casos honrosíssimos, como prova de boa criação. Um deles nunca me há de esquecer, e é fresquinho.

Estando há dias a almoçar com alguns amigos, percebi que alguma coisa os amargurava. Não gosto de caras tristes, como não gosto delas alegres: — um meio-termo entre o Caju e o Recreio Dramático é o que vai comigo. Senão quando, como um modo delicado, perguntei o que é que tinham. Calaram-se; eu, como manda a boa criação, calei-me também e falei de outra coisa. Foi o mesmo que se os convidasse a por tudo em pratos limpos. Tratando-se de um almoço, era condição primordial.

Um dos convivas confessou que no meio das festas abolicionistas não aparecia o seu nome, outro que era o dele que não aparecia, outro que era o dele, e todos que os deles. Aqui é que eu quisera ser um homem malcriado. O mesmo que diria a todos, é que eles tanto trabalharam para a abolição dos escravos, como para a destruição de Nínive, ou para a morte de Sócrates... Eu, com uma sabedoria só comparável à deste filósofo, respondo que a história era um livro aberto, e a justiça a

perpétua vigilante. Um dos convivas, dado a frases, gostou da última, pediu outra e o cálice de Alicante. Respondi, servindo o vinho, que as reparações póstumas eram mais certas que a vida, e mais indestrutíveis que a morte. Da primeira vez fui vulgar, da segunda creio que obscuro; de ambas sublime e bem criado.

Em linguagem chã, todos queriam ir à glória sem pagar o bonde; creio que fiz um trocadilho. [...]

Fonte: Assis, Machado de. Bons dias! Org. John Gledson, 3ªed. Unicamp: Campinas, SP,

2008. O trecho acima foi extraído de um texto da série Bons dias! de Machado de Assis, que data do século XIX e retrata, em publicação periódica na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, o cotidiano do Brasil urbano daquele tempo. A partir de sua leitura, responda as questões 1, 2 e 3: 1) Sobre o texto acima é correto afirmar que: a) Trata-se de uma crônica, pois usa da

sensibilidade e da poesia para retratar um fato ficcional, embora o autor também se preocupe com a realidade.

b) Trata-se de um conto, pois é uma narrativa ficcional curta, que não se restringe a um fato do cotidiano.

c) Trata-se de uma crônica, pois é uma narrativa que valoriza uma situação corriqueira do cotidiano, com humor e crítica, em vez de narrar um fato que causa impacto.

d) Trata-se de um gênero misto, pois apresenta características de conto e de crônica na mesma narrativa, uma vez que o leitor pode observar a presença de personagens, enredo, ação, tempo e espaço.

e) Trata-se de um trecho de romance machadiano, pois o autor se preocupa com temas realistas e assume uma postura crítica no decorrer da narrativa.

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2) No trecho: Eu, com uma sabedoria só comparável à deste filósofo, respondo que a história era um livro aberto, e a justiça a perpétua vigilante. O fragmento em destaque pode ser classificado, sintaticamente, como: a) Objeto indireto. b) Vocativo. c) Objeto direto. d) Aposto. e) Adjunto adnominal.

3) O trocadilho no trecho final do fragmento esclarece a intenção crítica do autor, desse modo, é correto afirmar que: a) Ele se preocupa em relatar a falta de cortesia

e cordialidade entre homens importantes em momentos políticos decisivos do país.

b) Ele utiliza uma cena cotidiana para criticar abertamente as posturas hipócritas de alguns sujeitos daquela sociedade, que se sentiam magoados por não colherem as glórias da Abolição da escravatura no Brasil.

c) Ele critica abertamente o fato de alguns jornais da época se esquecerem de citar pessoas importantes para o processo de Abolição da escravatura.

d) Ele critica os jornais da época, pois se sente magoado por não ter sido citado por sua postura educada e sensível no tratamento com os escravos.

e) Ele se preocupa em criticar a falta de educação das pessoas da sociedade de sua época, e para tal utiliza a cena de um almoço entre amigos.

Observe o texto extraído do jornal O Estado do Maranhão e responda as questões 4, 5 e 6, que seguem.

4) A linguagem é a capacidade que os seres humanos têm para se comunicar com os outros, e pode se manifestar de várias formas. Sobre o gênero textual apresentado acima, é correto afirmar: a) Trata-se de um texto jornalístico escrito,

apenas, em linguagem não verbal. b) Trata-se de um texto jornalístico escrito em

linguagem, apenas, verbal. c) Trata-se de uma capa de jornal, que mistura

linguagem verbal e não verbal. d) Trata-se de uma manchete, que mistura

linguagem verbal e não verbal. e) Trata-se de uma fotografia, que mistura

linguagem verbal e não verbal.

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5) Sobre a variação linguística utilizada para redigir os textos da capa de jornal, é correto afirmar: a) Foi utilizada a norma culta, uma vez que a

capa de jornal precisa ser entendida por todos.

b) Foi utilizada a variação regional, uma vez que o jornal é do estado do Maranhão e precisa conter expressões próprias deste local para as manchetes serem compreendidas.

c) Foi utilizada a linguagem informal, uma vez que se trata de um texto espontâneo, despreocupado com as regras gramaticais.

d) Foi utilizada a língua padrão, uma vez que possui várias expressões típicas do estado do Maranhão.

e) Foi utilizada a variação histórica, uma vez que esse texto foi escrito na época da escravidão.

6) A foto de um homem morto, amarrado como um animal ao poste, é o retrato de uma sociedade que extrapola no que diz respeito à cultura da violência. Neste sentido, a palavra “BÁRBARIE”, que vem destacada na capa do jornal, sugere que o redator se posiciona: a) A favor da figura do rapaz que perdeu seus

diretos humanos e passou a ser tratado como um bicho, um individuo antissocial que deve ser eliminado.

b) A favor desse tipo de violência que deve ser incitada por todos, já que vivemos alimentados por uma ideia de insegurança real.

c) A favor desse tipo de violência que é gerada em função de sentimentos de vingança e de medo, devendo por esse motivo a população seguir fazendo justiça com as próprias mãos.

d) A favor da punição e do linchamento. e) A favor da população que, cansada de

esperar que o poder público cumpra seu papel, ressuscita seus instintos mais primitivos.

Leia a charge abaixo e responda as questões 7 e 8.

7) Considerando o texto da charge, marque a alternativa correta: a) A palavra reforma é proparoxítona. b) A palavra dicionário contém ditongo. c)..A palavra honestidade pode ser, pela

norma ortográfica brasileira, escrita sem h. d) A palavra primeira é oxítona. e) A palavra meu possui um único fonema. 8) A charge trata, de maneira bem humorada, da reforma ortográfica proposta por um deputado em seu projeto de lei. Entretanto, o humor da charge consiste no fato de que: a) A palavra honestidade foi a primeira palavra

extinta do dicionário do parlamentar, uma vez que ele tem dúvidas quanta à escrita dessa palavra.

b) A proposta de reforma ortográfica do parlamentar é velha e, por isso, a palavra honestidade caiu em desuso no meio político.

c) O parlamentar tenta convencer um colega da oposição de que seu projeto de reforma é válido, já que não há políticos honestos no Brasil.

d) O parlamentar propõe em sua reforma ortográfica a extinção da palavra honestidade, fazendo uma alusão à corrupção.

e) A palavra banida foi empregada no sentido de incluir, então houve uma quebra de expectativa.

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9) Sabemos que os fonemas da língua portuguesa podem se manifestar de três formas: 1. SEMIVOGAIS 2. VOGAIS 3. CONSOANTES

As alternativas abaixo contêm um fonema marcado e um número que corresponde a uma das formas deste fonema. Escolha a alternativa em que a correspondência entre o fonema e sua forma esteja correta. a) Eu (3) b) Foi (1) c) Ortográfica (2) d) Banida (1) e) Parlamentar (2)

O Mito da Fênix O Mito da Fênix remonta ao antigo Egito e foi transmitido para os gregos e outras civilizações. Entre os egípcios, esta ave era conhecida como Bennu, porém, ambas eram associadas ao culto do Deus-Sol, chamado Rá, no Egito. Ao morrer, este pássaro era devorado pelas chamas, ressurgindo delas uma nova Fênix, a qual juntava as cinzas de seu progenitor e, compassivamente, as conduzia ao altar do deus solar, localizado em Heliópolis, cidade egípcia. Os pesquisadores não chegaram ainda a um consenso sobre a duração da vida da Fênix; uns apontam quinhentos anos, bem mais que um corvo, o qual já vive muito tempo; outros garantem um prazo bem maior, aproximadamente 97 mil anos. Ao cabo de cada ciclo existencial, a ave sente a proximidade da morte, prepara uma fogueira funerária com ramos de canela, sálvia e mirra, e automaticamente se autoincendeia. (...) Fontes: http://www.acasicos.com.br http://portaberta.net/educar/?p=23 http://pt.wikipedia.org/wiki/Fênix

10) Quanto à sílaba tônica, as palavras da língua portuguesa podem ser oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. É essa classificação que direciona os falantes a acentuarem as palavras quando for necessário. Marque a alternativa que contenha a justificativa correta para a acentuação das palavras retiradas do texto. a) Heliópolis foi acentuada porque O é uma

vogal do hiato e forma sílaba sozinha. b) Fênix, egípcios e sálvia foram acentuadas

porque são palavras proparoxítonas. c) Porém e fênix foram acentuadas porque são

oxítonas terminadas em ditongo. d) Egípcios e sálvia foram acentuadas porque

são paroxítonas terminadas em ditongos crescentes.

e) Rá foi acentuada porque é oxítona terminada em a.

11) O mito da Fênix é uma narrativa simbólica que explora questões existenciais, tais como: o desejo da imortalidade, os ciclos naturais de vida e morte, o renascimento e, até mesmo, a existência de uma vida pós-morte. Neste sentido, a expressão que melhor traduz o sentido de persistência, de transformação, de recomeço e de esperança, presente no texto é: a) “Entre os egípcios, esta ave era conhecida

como Bennu, porém ambas eram associadas ao culto do Deus-Sol,[...]”

b) “O Mito da Fênix remonta ao antigo Egito e foi transmitido para os gregos e outras civilizações. ”

c) “Ao morrer, este pássaro era devorado pelas chamas, ressurgindo delas uma nova Fênix, a qual juntava as cinzas de seu progenitor e, compassivamente, as conduzia ao altar do deus solar [...]”.

d) “Os pesquisadores não chegaram ainda a um consenso sobre a duração da vida da Fênix; [...]”.

e) “[...] a ave sente a proximidade da morte, prepara uma fogueira funerária com ramos de canela, sálvia e mirra [...]”

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12) Sobre a pontuação do texto, podemos afirmar que: a) Na oração: “Os pesquisadores não

chegaram ainda a um consenso sobre a duração da vida da Fênix; uns apontam quinhentos anos, bem mais que um corvo, o qual já vive muito tempo; outros garantem um prazo bem maior, aproximadamente 97 mil anos. ” O ponto-e-vírgula não poderia ser substituído pelo ponto-final, pois acarretaria mudança de sentido à frase.

b) Está incorreta em: “Ao morrer, este pássaro era devorado pelas chamas, ressurgindo delas uma nova Fênix,[...]”, pois não há necessidade de isolar o primeiro termo da oração.

c) Estaria correta se houvesse uma vírgula depois de “Os pesquisadores” na oração “Os pesquisadores não chegaram ainda a um consenso sobre a duração da vida da Fênix;[...]”, pois é correto se separar com vírgula o sujeito do predicado.

d) Está correta em: “Entre os egípcios, esta ave era conhecida como Bennu [...], pois a vírgula foi bem empregada para separar termos que aparecem na ordem inversa.

e) A vírgula foi mal-empregada em: “prepara uma fogueira funerária com ramos de canela, sálvia e mirra, e automaticamente se autoincendeia. ”, pois canela e sálvia não possuem a mesma função sintática.

Estrela Miúda (João do Vale)

Estrela miúda que alumeia o mar Alumiar terra e mar

Pra meu bem vem me buscar Há mais de mês que ela não Que ela não vem me olhar

A garça perdeu a pena Ao passar no igarapé

Eu também perdi meu lenço Atrás de quem não me quer

Estrela miúda que alumeia o mar

Alumiar terra e mar Pra meu bem vem me buscar Há mais de mês que ela não Que ela não vem me olhar

A onda quebrou na praia E voltou a correr no mar

Meu amor foi como a onda E não voltou pra me beijar.

13) Estrela miúda, canção do artista maranhense João do Vale, foi gravada por Maria Bethania, Elba Ramalho e tantas outras artistas. Essa canção possui traços rítmicos, sonoros e temáticos que lembram as toadas de bumba-meu-boi do Maranhão. Sobre a letra da canção podemos afirmar: a) O eu-lírico manifesta-se de maneira confusa

nesta canção, ou seja, tal como a onda ele não sabe o que fazer sem a presença da amada.

b) É uma canção que preza pelo português culto falado na região do litoral maranhense, e conduz o leitor/ouvinte a cenários que representam o Maranhão.

c) É uma canção de protesto, porque faz alusão à situação política vivida no Brasil na época da Ditadura, em especial à censura. As imagens apresentadas revelam o sentimento de saudade do poeta exilado durante esse momento histórico.

d) É uma canção política, pois revela traços de um eu-lírico insatisfeito com o local que vive. O nordeste é representado pela abundância, diferente do que é na realidade e isso o entristece.

e) É uma canção de saudade de um amor perdido e que não quer voltar. A estrela miúda, a garça, o igarapé, a praia, o mar, a onda referenciam o cenário noturno da região litoral do Maranhão, não a região sertaneja seca, miserável e faminta, representações comuns do Nordeste brasileiro.

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[...] A comunhão dos interesses apertou os laços da intimidade. Garcia tornou-se familiar em casa; ali jantava quase todos os dias, ali observava a pessoa e a vida de Maria Luisa, cuja solidão moral era evidente. E a solidão como que lhe duplicavam o encanto. Garcia começou a sentir que alguma coisa o agitava, quando ela aparecia, quando falava, quando trabalhava, calada, ao canto da janela, ou tocava ao piano umas músicas tristes. Manso e manso, entrou-lhe o coração. Quando deu ele, quis expeli-lo, para que entre ele e Fortunato não houvesse outro laço que o da amizade; mas não pôde. Pôde apenas trancá-lo; Maria Luisa compreendeu ambas as coisas, a afeição e o silêncio, mas não se deu por achada. [...]

Fonte: Assis, Machado de. A Causa Secreta in: 50 contos de Machado de Assis. Org. John Gledson. São Paulo:

Companhia das Letras, 2007.

Sobre o fragmento acima, responda as questões 14 e 15 que seguem: 14) É certo afirmar que a oração subordinada em destaque no fragmento: “Garcia começou a sentir que alguma coisa o agitava, quando ela aparecia, quando falava, quando trabalhava, calada, ao canto da janela, ou tocava ao piano umas músicas tristes. ” pode ser classificada como: a) Adverbial Consecutiva b) Substantiva Completiva Nominal c) Substantiva Apositiva d) Substantiva Objetiva Direta e) Adverbial Temporal

15) Assinale a alternativa em que a oração em destaque exerce a mesma função sintática que o trecho destacado em: "Pôde apenas trancá-lo; Maria Luisa compreendeu ambas as coisas, a afeição e o silêncio, mas não se deu por achada." a) Os assentados queriam apenas uma coisa:

que suas terras fossem devolvidas. b) A realidade é que há muita pobreza na

terra. c) Sem mais estudo, você não sairá vitorioso. d) ... se te lembras bem da Capitu menina, hás

de reconhecer. e) O problema é que você é egoísta.

Leia atentamente os textos que seguem para responder as questões 16 e 17

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano Vive uma louca chamada Esperança E ela pensa que quando todas as sirenas Todas as buzinas Todos os reco-recos tocarem atira-se E — ó delicioso voo! Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada, Outra vez criança... E em torno dela indagará o povo: — Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes? E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!) Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam: — o meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mario Quintana. Nova Antologia Poética

Oitavo Andar (Clarice Falcão)

Quando eu te vi fechar a porta Eu pensei em me atirar pela janela do oitavo

andar Onde a Dona Maria mora

Porque ela me adora e eu sempre posso entrar Era bem o tempo de você chegar no T

Olhar no espelho seu cabelo, falar com o Seu Zé

E me ver caindo em cima de você Como uma bigorna cai em cima de um cartoon

qualquer E ai, só nós dois no chão frio

De conchinha bem no meio-fio No asfalto riscados de giz

Imagina que cena feliz

Quando os paramédicos chegassem E os bombeiros retirassem nossos corpos do

Leblon A gente ia para o necrotério

Ficar brincando de sério deitadinhos no bem-bom

Cada um feito um picolé Com a mesma etiqueta no pé

Na autópsia daria pra ver Como eu só morri por você

Quando eu te vi fechar a porta

Eu pensei em me atirar pela janela do oitavo andar

Em vez disso eu dei meia-volta E comi uma torta inteira de amora no jantar.

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16) Em relação aos textos acima, considere as afirmativas a seguir: I. Ambos abordam, poeticamente, a

necessidade de ter seus sentimentos reconhecidos e, para tal, utilizam a imagem de uma queda, um potencial suicídio, como uma medida desesperada para chegar a um fim.

II. O eu lírico de Esperança deixa claro que sua queda é um renascimento, uma possibilidade de retorno à tenra idade da esperança, para que assim possa ser sentida.

III. O eu lírico de Oitavo Andar utiliza a poética carregada de humor para deixar claro que só um potencial suicídio pode fazer com que seu amor seja reconhecido.

IV. A intertextualidade entre ambos pode ser percebida na imagem da queda como uma possibilidade de reconhecimento, uma mudança significativa daquilo que não agrada o eu lírico.

Das alternativas acima, estão corretas: a) II e III apenas b) I, II e IV c) II, III e IV d) I e IV e) IV apenas

17) Na passagem “Quando eu te vi fechar a porta /Eu pensei em me atirar pela janela do oitavo andar", a oração subordinada adverbial apresenta o sentido de: a) Condição. b) Concessão c) Negação d) Intensidade e) Tempo.

Analise o texto a seguir:

Adestram-se animais, cultivam-se plantas e educam-se os seres humanos... Poderíamos dizer que o cultivo, o adestramento e a educação passam pela vida. Na história da experiência de viver que caracteriza a experiência de outros animais, das árvores e da experiência humana, nós, homens e mulheres, fomos os únicos capazes de inventar a existência. A invenção da existência deu-nos a possibilidade de estar não apenas no mundo, mas com o mundo. Eu posso mudar o mundo e é fazendo isso que eu me refaço. É mudando o mundo que eu me transformo também. Homens e mulheres inventam a história que eles e elas criam e fazem. Nós temos de colocar a existência decentemente frente à vida, de tal maneira que a existência não mate a vida e que a vida não pretenda acabar com a existência, para se defender dos riscos que a existência lhe impõe. Isso, para mim, faz parte dessa luta pelo verde. Lutar pelo verde, tendo certeza de que sem o homem e a mulher, o verde não tem cor.

Paulo Freire Adaptado de www.cemasa.sp.gov.br

18) O texto acima pode ser caracterizado como um texto dissertativo, pois: a) O autor usa de uma poética sensível e

perspicaz, apela para os sentimentos do leitor, na perspectiva de defender o seu ponto de vista sobre determinado assunto ou fato.

b) O autor manifesta suas ideias e opiniões por meio de argumentos, apresentando uma linguagem objetiva tenta defender o seu ponto de vista sobre determinado assunto ou fato.

c) O autor escolhe uma postura narrativa crítica e opiniosa para defender seu ponto de vista de forma eficaz para, desse modo, atingir a consciência do leitor.

d) O autor se ancora na temática da essência da existência humana para construir sua narrativa, na perspectiva de defender o seu ponto de vista sobre determinado assunto ou fato.

e) O autor se limita a esclarecer seu ponto de vista e não considera necessária a argumentação para fazer seu leitor compreendê-lo.

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19) Com base nas ideias desse autor, pode-se afirmar que: a) Os seres humanos sobreviverão com base

nas experiências de animais e vegetais. b) A preservação do planeta dependerá do

adestramento dos seres humanos. c) A invenção da existência provocará grandes

catástrofes naturais no planeta. d) A vida no planeta dependerá da forma como

o homem construir sua existência. e) O equilíbrio entre homem e natureza será

destruído pela revolução verde. 20) No fragmento “Eu posso mudar o mundo e é fazendo isso que eu me refaço", o pronome demonstrativo em destaque está se referindo diretamente: a) A possibilidade de inventar a existência. b) A possibilidade de mudar o mundo. c) A possibilidade de estar no mundo. d) A possibilidade de se refazer no mundo. e) A possibilidade de ser parte da invenção do

mundo.

MATEMÁTICA 21) De acordo com as afirmações abaixo: I) Entre dois números naturais consecutivos

existe uma infinidade de números naturais. II) Entre dois números inteiros consecutivos

existe um número finito de inteiros. III) Entre dois números racionais existe uma infinidade de racionais.

Podemos afirmar que: a) Apenas a afirmação II é falsa. b) Apenas a afirmação I é verdadeira. c) Apenas a afirmação III é verdadeira. d) As afirmações I e III são falsas. e) As afirmações II e III são verdadeiras.

22) O valor de (0,4)-2 na forma decimal vale: a) 6,25 b) 6,10 c) 6,45 d) 4,35 e) 5,35

23)..Observe as sentenças abaixo, considerando x > 0 e y > 0. I) √16x4y84 = 2xy2 II) √x7y69 ∶ √x3y26 = √x5y618

III) (x2 ∙ √ 2

xy)2

= xy

IV) √5 − √3 = √2 Podemos afirmar que: a) Apenas a alternativa III é falsa. b) Apenas as alternativas I e IV são

verdadeiras. c) Apenas as alternativas I e II são verdadeiras. d) As alternativas I e III são falsas. e) Todas são verdadeiras.

24) Uma viagem foi feita em 12 dias, percorrendo-se 150 km por dia. Supondo que fossem percorridos 200 km por dia, a quantidade de dias que seriam empregados para fazer a mesma viagem seria igual a: a) 18 dias b) 5 dias c) 12 dias d) 15 dias e) 9 dias

25) Funcionando durante 6 dias, 5 máquinas produziram 400 peças de uma mercadoria. Quantas peças dessa mesma mercadoria serão produzidas por 7 máquinas iguais às primeiras, se essas máquinas funcionarem durante 9 dias? a) 850 peças b) 840 peças c) 940 peças d) 745 peças e) 945 peças

26) Numa indústria trabalham 255 mulheres. Esse número corresponde a 42,5% do total de funcionários. Quantas pessoas ao todo trabalham nessa indústria? a) 126 b) 410 c) 580 d) 978 e) 600

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27) A simplificação da fração ?2−9?2+3?+??+3? é

igual a: a) (?−3

?+?) b) (?−3

?−?)

c) (?+3?+?)

d) (?+3?−?)

e) ( ?+3−?−?)

28) Sabendo que x2 + y2 = 153, xy = 36, a2 + 4b2 = 30 e ab = 5, então o valor numérico da expressão (x + y)2 + (a – 2b)2 é igual a quanto: a) 200 b) 245 c) 250 d) 220 e) 235

29) Sendo ? = ℝ, o conjunto solução da equação ?

?−? − 5??+? = 2??

?2−?2, para ? ≠ −? e ? ≠?, é igual a: a) ? = {5?} b) ? = {−5?} c) ? = {10?} d) ? = {−10?} e) ? = {?}

30) Numa caixa há bolas brancas e pretas, um total de 360. Se o número de bolas brancas é o quádruplo do de pretas, então o número de bolas brancas é: a) 120 b) 72 c) 288 d) 125 e) 405 31) Um certo número cuja soma da sua sexta parte com a sua quarta parte é igual a esse número subtraído de 56, esse número desconhecido é: a) 96 b) 95 c) 97 d) 98 e) 94

32) Dada a inequação 3(? − 2) − 7?−12 < 2?−4

3 , com ? = ℝ, quantos números inteiros negativos fazem parte do conjunto solução dessa inequação? a) 1 b) 2 c) 4 d) 9 e) 3 33) Um filho perguntou ao pai, professor de Matemática: “Papai, quanto receberei de mesada?” O pai responde: “Se do quadrado da soma entre a quantia que vou lhe dar e R$ 10,00, você subtrair o triplo da quantia a receber, ficará com R$ 100,00”. A quantia que o filho receberá é: a) 180 b) 18 c) 120 d) 0 e) 135 34) Subtraindo-se 3 de certo número, obtém-se o dobro da raiz quadrada desse número. Esse número é: a) 9 b) 4 c) 5 d) 6 e) 8

35) Sejam a e b, respectivamente, a maior e a menor das raízes de x4 – 10x2 + 9 = 0. O valor da seguinte expressão 3(a – b)2 vale: a) 12 b) 75 c) 48 d) 27 e) 108

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36) O gráfico da função ?(?) = − 1200 ?2 + 1

5 ?, representado na figura abaixo, descreve a trajetória de uma pedra, lançada a partir da origem.

Sabendo-se que, x e y são dados em quilômetros, o alcance A da pedra é igual a: a) 40 b) 2 c) 10 d) 20 e) 30 37) Um dado retângulo tem perímetro igual a 100 cm e área igual a 400 cm2, nestas condições a soma do comprimento com a largura desse retângulo é igual a: a) 40 cm b) 50 cm c) 10 cm d) 35 cm e) 45 cm

38) Um helicóptero e um carro de polícia, nos Estados Unidos, perseguem um carro que acabara de ser roubado de assalto. O helicóptero está a 250 m de altura e o carro de polícia está bem abaixo do helicóptero (em linha reta vertical). Do helicóptero, o carro roubado é avistado segundo um ângulo de 60°. A distância entre o carro da polícia e o carro roubado é, em metros: Dado: √3 = 1,732 a) 433 b) 125 c) 334 d) 144 e) 343

39) A figura abaixo representa um hexágono regular, inscrito num círculo de centro O e raio 8√2 ??.

A área da região sombreada na figura é: a) 32(3? − √3)??2 b) 16(3? − 2√3)??2 c) 64(2? − 3√3)??2 d) 61(2? − √3)??2 e) 164(3? − √3)??2

40) Se a função quadrática f(x) = mx2 + (2m – 1)x + (m – 2)

têm duas raízes reais e diferentes, então os valores de m são: a) ? ≠ 0 ? ? ≤ − 1

4 b) ? = 0 ? ? ≥ − 1

4 c) ? ≠ 0 ? ? > 1

4 d) ? = 0 ? ? < 1

4 e) ? ≠ 0 ? ? > − 1

4

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