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Processo Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - 1ª Prova Discursiva Processo Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - 1ª Prova Discursiva Processo Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - 1ª Prova Discursiva Processo Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - 1ª Prova Discursiva Processo Seletivo/UFU - Fevereiro 2003 - 1ª Prova Discursiva 1 FILOSOFIA PRIMEIRA QUESTÃO “Vou explicar-me, e não será argumento sem valor, a saber: que nenhuma coisa é una em si mesma e que não há o que possas denominar com acerto ou dizer como é constituída. Se a qualificares como grande, ela parecerá também pequena; se pesada, leve, e assim em tudo o mais, de forma que nada é uno, ou algo determinado ou como quer que seja. Da translação das coisas, do movimento e da mistura de umas com as outras é que se forma tudo o que dizemos existir, sem usarmos a expressão correta, pois em rigor nada é ou existe, tudo devém. Sobre isso, com exceção de Parmênides, todos os sábios (…) estão de acordo: Protágoras, Heráclito e Empédocles (…)”. Platão. Teeteto. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001, p. 50. Tendo em vista o trecho de Platão citado acima, explique, a partir da distinção entre o uno de Parmênides e o devir de Heráclito, por que no mobilismo nada é e por que para Parmênides apenas o Ser é. SEGUNDA QUESTÃO Leia com atenção a citação da obra de Tomás de Aquino. “Para quem reflete, torna-se claro que as realidades sensíveis em si mesmas, que fornecem à razão humana a fonte do conhecimento, conservam nelas um certo vestígio de semelhança com Deus, embora se trate de um vestígio tão imperfeito, que é incapaz de exprimir a substância de Deus.” AQUINO, Tomás de. Súmula contra os gentios. São Paulo: Nova Cultural, 1988. Coleção “Os Pensadores”. p. 67. Responda: Como poderão as realidades sensíveis auxiliar a razão humana a conhecer a existência de Deus?

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1FILOSOFIA

PRIMEIRA QUESTÃO

“Vou explicar-me, e não será argumento sem valor, a saber: que nenhumacoisa é una em si mesma e que não há o que possas denominar com acertoou dizer como é constituída. Se a qualificares como grande, ela parecerátambém pequena; se pesada, leve, e assim em tudo o mais, de forma quenada é uno, ou algo determinado ou como quer que seja. Da translação dascoisas, do movimento e da mistura de umas com as outras é que se formatudo o que dizemos existir, sem usarmos a expressão correta, pois em rigornada é ou existe, tudo devém. Sobre isso, com exceção de Parmênides,todos os sábios (…) estão de acordo: Protágoras, Heráclito e Empédocles(…)”.

Platão. Teeteto. Trad. Carlos AlbertoNunes. Belém: EDUFPA, 2001, p. 50.

Tendo em vista o trecho de Platão citado acima, explique, a partir da distinção entre o uno de Parmênidese o devir de Heráclito, por que no mobilismo nada é e por que para Parmênides apenas o Ser é.

SEGUNDA QUESTÃO

Leia com atenção a citação da obra de Tomás de Aquino.

“Para quem reflete, torna-se claro que as realidades sensíveis em simesmas, que fornecem à razão humana a fonte do conhecimento, conservamnelas um certo vestígio de semelhança com Deus, embora se trate de umvestígio tão imperfeito, que é incapaz de exprimir a substância de Deus.”

AQUINO, Tomás de. Súmula contra os gentios. São Paulo:Nova Cultural, 1988. Coleção “Os Pensadores”. p. 67.

Responda:

Como poderão as realidades sensíveis auxiliar a razão humana a conhecer a existência de Deus?

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2 FILOSOFIA

TERCEIRA QUESTÃO

Locke foi um dos principais representantes do liberalismo político. Sobre a passagem do estado de naturezapara a sociedade civil, o autor, a respeito desse tema, fez a seguinte afirmação:

“Assim os homens, apesar de todos os privilégios do estado de natureza,mantendo-se em más condições enquanto nele permanecerem, sãorapidamente levados à sociedade.”

LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o governo. São Paulo:Abril Cultural, 1983. Coleção “Os Pensadores”. p. 83.

Responda:

O que leva os homens a escolher a vida em sociedade civil?

QUARTA QUESTÃO

Jean-Paul Sartre foi um dos principais filósofos do século XX. Ele sustentou um projeto existencialistacentrado na ação da pessoa, que diante do mundo se dilacera para poder realizar sua vida como projeto deautonomia da própria existência.

Eis o comentário de Sartre:

“O existencialismo não é tanto um ateísmo no sentido em que seesforçaria por demonstrar que Deus não existe. Ele declara, mais exatamente:mesmo que Deus existisse, nada mudaria; eis nosso ponto de vista.”

SARTRE, Jean-Paulo. O existencialismo é um humanismo.São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção “Os Pensadores”. p.22.

O que Sartre colocou em evidência com esta afirmação polêmica?