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Tramitação normal e privisível MOMENTOS E FASES DO PROCESSO DECLARATIVO COMUM FASES DO PROCESSO DECLARATIVO COMUM E FUNÇÃO ESSENCIAL DE CADA UMA O código do processo civil estabelece e define as diversas fases ou etapas por que passa uma acção em tribunal, numa sequência lógica e ordenada de todos os actos que são em norma praticados no processo, quer pelas partes, quer pelo juiz da causa, embora este esquema seja ordenado não quer dizer que sempre assim aconteça. Nem sempre no decurso de uma acção têm lugar todas essas fases ou momentos. Pode acontecer que o processo termine logo no despacho saneador, ou porque a meio do processo, as partes chegam a um acordo ora porque o réu não contesta, etc Com isto há certas circunstâncias que implicam uma tramitação diferente da prevista. Inicio da instância (art 259/1 CPC)- OCORRE A PROPOSITURA DA ACÇÃO Suspensão da Instância nos casos indicados (art.269, 270 CPC) falecimento ou extinção de algumas das partes Art.271 patrocinio judiciário obrigatório na impossibilidade do advogado falecer Art.220 CPC – tribunal ordena suspensão ou quando a lei especialmente o determina. Por outro lado há a interrupção da Instância – - Processo parado há mais

Processual Civil II

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Page 1: Processual Civil II

Tramitação normal e privisível

MOMENTOS E FASES DO PROCESSO DECLARATIVO

COMUM

FASES DO PROCESSO DECLARATIVO COMUM E FUNÇÃO ESSENCIAL DE CADA UMA

O código do processo civil estabelece e define as diversas fases ou etapas por que passa uma acção em tribunal, numa sequência lógica e ordenada de todos os actos que são em norma praticados no processo, quer pelas partes, quer pelo juiz da causa, embora este esquema seja ordenado não quer dizer que sempre assim aconteça.

Nem sempre no decurso de uma acção têm lugar todas essas fases ou momentos.

Pode acontecer que o processo termine logo no despacho saneador, ou porque a meio do processo, as partes chegam a um acordo ora porque o réu não contesta, etc

Com isto há certas circunstâncias que implicam uma tramitação diferente da prevista.

Inicio da instância (art 259/1 CPC)- OCORRE A PROPOSITURA DA ACÇÃO

Suspensão da Instância nos casos indicados – (art.269, 270 CPC) falecimento ou extinção de algumas das partesArt.271 – patrocinio judiciário obrigatório na impossibilidade do advogado falecer Art.220 CPC – tribunal ordena suspensão ou quando a lei especialmente o determina.

Por outro lado há a interrupção da Instância – - Processo parado há mais de um ano

As causas de extinção da instância – art.277 CPC , 278 CPC – julgamento formal da lide em relação à absolvição do réu da instância art. 280CPC compromisso arbitral; art 281- deserção, art.283/1 e 285 a 291- desistência da instância ou do pedido.

ARTICULADOS (ART. 552 E 589 CPC) SANEAMENTO (art. 590 ATÉ 598 INSTRUÇÃO (art.410 até 526 CPC) DISCUSSÃO E JULGAMENTO (ART.601 A 606 E 611) SENTENÇA (607 A 626 CPC)

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ARTICULADOS (ART. 552 E 589 CPC)

SANEAMENTO (art. 590 ATÉ 598)

INSTRUÇÃO (art.410 até 526 CPC)

DISCUSSÃO E JULGAMENTO (ART.601 A 606 E 611)

SENTENÇA (607 A 626 CPC)

Esta é a primeira fase .Aqui as partes através das respectivas peças escritas expõem as suas teses e formulam as suas pretenções .Define-se aqui o objecto do processo e traça-se os contornos da acção.

Nesta fase vai desembaraçar-se o processo de questões ou factos que não sejam relevantes para a decisão da causa. O juiz decidirá aquilo que poder ser já decidido e ordenaráo prosseguimento da acção ou fá-la-á terminar,. Em função de certas condições.

Se o processo não tiver terminado na fase anterior , tem lugar a Instrução, na qual se vão produzir provas destinadas a permitir que o tribunal forme a sua convicção quanto aos factos alegados que permaneçam em controvérsia, isto é, quanto aos factos que nãos e encontrem já considerados como provados.

à produção de prova sucede a discussão integrada por um debate oral entre os advogados das partes tendente à apreciação das provas produzidas.

Após tal discussão, o tribunal julga a matéria de facto.Depois disso são novamente produzidas pelos advogados das partes, novas alegações escritas salvo se os mandatários optarem pelo debate oral.

Esta fase corresponde ao momento em que é proferida a decisão que põe termo à causa em 1ª instância

Estas fases não correspondem em termos temporais ou cronológicos, a momentos distintos e espartilhados da tramitação processual, todas elas estão interligadas;

Podem ser praticados actos de instrução antes do momento especialmente previsto para o efeito (art.419 CPC e quantos aos documentos art.423 CPC) e até após a discussão da matéria de facto .Também o julgamento da causa pode ser feitona fase do saneamento, desde que o juiz se sinta habilitado para isso,

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mediante aquilo que resulta do processo (art. 595/1 al. B CPC)

Articulados

Noção e Enumeração dos Articulados

Art. 147 CPC

Articulados normais

Articulados eventuais

Articulados supervenientes

É a fase introdutória do pleito, que é iniciada com a apresentação da Petição Inicial em juizo e prossegue com a citação do réu para contestar.Por isso essa fase visa por um lado instaurar o pleito e por outro, definir os seus termos.

Estão previstos quatro espécies de articulados :

Articulados normais Articulados eventuais Articulados supervenientes Articulados judicialmente estimulados

São apenas a petição inicial, apresentada pelo autor (marcando o inicio da acção) e a contestação na qual o réu aduz a sua defesa.

São a réplica (para o autor) e a tréplica(para o réu) Dizem-se eventuais , porque ao contrário das normais, estes podem ter sempre lugar.A réplica só pode ser apresentada se na contestação, o réu se estiver definifo por excepções, tiver formulado um pedido reconvencional ou estivermos perante uma acção de simples apreciação negativa (art.584 e 585 CPC).Por sua vez a tréplica só pode ser apresentada, se ao autor, na réplica, tiver modificado o pedido ou a causa de pedir, ou tiver deduzido alguma excepção contra a reconvenção.

Destinam-se a permitir trazer ao processo factos que tenham ocorrido depois da apresentação dos articulados, ou de as partes só tenham tomado conhecimento após aquela apresentação art. 588 e 589 CPC.Assim a sentença vai poder tomar em consideração esses factos objectiva e subjectivamente supervenientes, a fim de que a decisão final da acção corresponda à situação existente no momento do encerramento da discussão.

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Articulados judicialmente

estimulados

Forma Articulada

Outros registos dos articulados

Ao contrário dos anteriorees, não são espontaneamente apresentados pelas artes.Derevam antes de um convite feito pelo juiz da causa, quando entenda que há insuficiências ou imprecisões ou concretização da matéria de facto alegada.São estes articulados pretensamente completadores ou correctores dos espontaneamente apresentados art. 590/1 alinea b) e nº3 CPC.

As peças apresentadas pelas partes designam-se por articulados porque a exposição (narração) dos seus argumentos de facto deve ser feita por artigos, por preposições numeradas, sempre que a leinão dispense tal formalismo (art. 147/2 CPC)

A forma articulada encontra justificação histórica na concisão e sintetização que permite, relativamente aos fundamentos invocados pelas partes.É suposto que ao serem apresentado os fundamentos separadamente consiga a parte ser bem mais sintética e concisa ee também por via disso, mais exacta e clara, o que seguramente, só lhe traz vantagens. Além disso constitui um benefício para a parte contrária, para o litígio objectivo em si mesmo e para que o vai decidir.

Os articulados devem ser apresentados em duplicados, sendo tantos os duplicados quantas as pessoas a que estes sejam opostos e que vivam em economia separada art.148 n1 CPC, se forem apresentados por tramitação electrónica ver nº 7/ e 8 do art. 148/CPC em conjugação com o nº 1 do art. 21 CPC.

Devem se juntar aos articulados 8em numero igual aos duplicados) cópia dos documentos que os acompanham art. 148/2 CPC, essas cópias dos documentos também se devem juntar quando a tramitação é electrónica, ficando dispensado o envio do original nº7/8/art.148 CPC, em conjugação com o nº3 do art. 144 CPC .

Além destes meios de apresentação das peças processuais, o art. 144/2 CPC prevê as seguintes modalidades:

a) Entrega directa na secretariab) Remessa pelo correio sob registo

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PETIÇÃO INICIAL

Petição Inicial – Forma externa e o que deve

conter.

Endereço

Cabeçalho

Narração

c) Envio através de telecópia.

A PETIÇÃO INICIAL é o articulado que o autor utiliza para formular um pedido de tutela jurisdicional e alegar os respectivos fundamentos de facto e de direito .A petição inicial é o articulado mais importante, é a base de todo o processo, sem esta o processo nunca chega a existir.

Na petição inicial o autor propõe.

Sobre esta matéria rege o art. 552 CPC, estabelecendo os requisitos a observar na elaboração da petição inicial , estruturando-se esta em 4 fases fundamentais:

Endereço Cabeçalho Narração Conclusão

Contém a designação do tribunal onde a acção é proposta - conforme a 1ª parte do art 552/1 alinea a)

Deve o autor identificar as partes, indicando os seus nomes, domicilio ou sedes e sendo possível, NIF, profissões, locais de trabalho conforme a segunda parte do art. 552/1 alinea a) CPC.

Nesta identificação é relevante indicar a situação civil das parte, no caso de ser solteira, há interesse em determinar, se é menor, porque pode levantar problemas quanto à capacidade judiciária.Uma outra indicação a colocar no cabeçalho é relativo à forma, devendo o autor indicar se a acção é especial ou comum.

É a parte da petição inicial em que o autor expõe os factos e invoca as razões de direito que servem de fundamento à acção 552/1 alinea d) CPC.De entre as indicações a incluir na narração assume particular relevo a da causa a pedir.Na narração devem constar os factos e as razões de direito, o certo é que sob a forma de articulado se reveste de maior importância, uma vez que, quanto a ela mo tribunal

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Conclusão

encontra-se em regra vinculado às alegações das partes só podendo conhecer os factos que estas tragam ao processo art 5 CPC.

Destina-se à formulação do pedido, o qual expressa a tutela jurisdicional pretendida pelo autor art. 552/1 alinea e).O pedido é, um elemento fundamental da petição inicial, na medida em que é por ele que se estabelecem, desde logo, os limites da sentença no caso da acção vir a ser julgada procedente art. 609/1 CPC.O pedido deve ser expressamente formulado na conclusão, não bastando que pareça na narração da petição.

A petição inicial deve conter a indicação do valor da causa art. 552/1 alinea f) CPC.

Quando for o caso, deve constar da petição a designação do solicitador de execução que efectuara a citação ou do mandatário judicial que a promoverá art. 552/1 al. G)

Nos termos do art. 552 CPC, o autor deve ainda juntar à petição documento comprovativo do prévio pagamento taxa de justiça inicial ou da concessão de beneficio de apoio judiciário 552/3 CPC.

Deve ainda juntar à petição inicial os documentos destinados a fazer prova dos factos nela alegados art. 423/1 CPC.A petição inicial tem que ser assinada por quem a realizou, ou seja, pelo advogado constituído, cujo domicílio profissional deve ser indicado – art.552/1 alinea b) CPC.

MODALIDADES DO PEDIDO:

Analisemos as diversas formas que o pedido pode revestir á face da lei do processo.Podem ser formulados os seguintes pedidos:

- Pedidos alternativos- Pedidos subsidiários-Pedidos cumulativos-Pedidos genéricos-Pedidos de prestação vincendas

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- Pedidos alternativosArt. 553 CPC

- Pedidos subsidiários

Na base do pedido alternativo está uma obrigação alternativa, de tal forma que o direito do autor fica satisfeito efectuando-se uma só das prestações, podendo afirmar-se que estas são juridicamente equivalentes.

O art. 553 CPC refere dois tipos de direitos alternativos:Os que são originalmente ou por natureza, eo sque, embora não sejam inicialmente, se podem reselver em alternativa.

É o que apresenta ao tribunal para ser tomado em consideração apenas no caso de não proceder um pedido anterior.Quando propõe uma ação, o autor tem em vista um determinado objectivo, que exara na petição.

Porém pode suceder que em certas situações, o autor tenha dúvidas à cerva da admissibilidade ou sucesso da sua pretensão.

Nesse caso, em vez de correr o risco de a ver improceder, tendo que instaurar nova acção em que deduza outra pretensão, o demandante pode apresentar logo na petição inicial os dois pedidos.

Mas, porque tem preferência por um deles, formula-o em primeiro lugar, de maneira que é esse o que o tribunal vai analisar e decidir, só se debruçando sobre o pedido apresentado em seguro lugar (isto é subsidiáriamente) se concluir pela improcedência do primeiro.

Há certos pontos de contacto entre os pedidos subsidiários e alternativos, pois em ambos se formulam várias pretensões, para ser entendida apenas uma, relativamente às diferenças estas são nítidas, enquanto no caso da alternatividade, as pretensões se equivalem juridicamente.

No caso da subsidariedade há uma graduação das pretenções do autor.

Quando há pedido subsidiário a pretensão que o autor quer ver realmente satisfeita é a que ele formula em primeiro lugar, isto +e, o seu pedido primário, admitindo porém que esse pedido possa não proceder, deduz então, outro pedido, o secundário, que ao menos possa a vir a ser

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-Pedidos cumulativos

-Pedidos genéricosArtr. 556

procedente.Quanto aos requisitos ao art. 554/2 CPC.

O autor num só processo deduza cumulativamente vários pedidos contra o mesmo réu.Na acumulação de pedidos o autor quer obter ao mesmo tempo (e no mesmo processo), todas as pretensões formuladas, o autor pretende alcançar simultaneamente vários efeitos jurídicos.

A acumulação depende da compatibilidade entre os pedidos, a identidade da forma do processo correspondente a todos elese a identidade da forma do processo correspondente a todos eles e a identidade para deles conhecer.

Quanto ao primeiro requisito, de natureza substancial, o autor no mesmo processo não pode formular pedidos que sejam incompatíveis entre si, isto é, pedidos cujo efeito jurídico sejam contrários ou opostos.

Além deste requisito a lei impõe outros dois, no primeiro a acumulação não será admitida se a todos os pedidos não corresponder a mesma forma de processo excepto se dentro do processo comum a diferença estiver no valor da causa, isto para evitar que um dos pedidos corresponda processo comum está garantida a possibilidade de cumulação.

O segundo requisito, processual respeita à competência do tribunal, fixando-se que a cumulação é admitida desde que o tribunal onde a acção é proposta tenha competência absoluta para conhecer de todos os pedidos, quer dizer, exige-se que o tribunal da causa tenha competência internacional, material e hierarquica ainda que não tenha em razão do valor ou do território.

São formulados em situações que o autor, no momento da propositura da acção, não tem condições para saber em concreto, aquilo que pretende ou quanto pretende.

Nesse caso é admitido a formular um pedido cujo objecto é apresentado globalmente, sem fazer a discriminação dos seus elementos constitutivos, no art. 556 PC são indicadas 3 hipóteses em que admite a formulação, podendo afirmar-se

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-Pedidos de prestação vincendas

Art. 557 CPC

Apresentação da petição inicial em juízo art.259 CPC

que elas correspondem a situações excepcionais , já que em regra o pedido deve ser apresentado sob a forma especifica art 556/1 al.a; b) e c do CPC.

Permite que o autor em certas circunstâncias peça a condenação do réu no cumprimento de prestações ainda não vencidas , e portanto em principio inexistentes.São pedidos que originam as chamadas condenações “in futurum”

A petição deve ser apresentada em juízo para se dar inicio à acção, sendo precisamente o momento do recebimento da petição pela secretaria que marca o inicio da instância.O momento da propusitura da acção é determinante para o efeito de interromper a caducidade do direito de agir.

Defesa por

IMPUGNAÇÃO

*impugnação* excepção

IMPUGNAR CONSISTE em contrariar , refutar , pugnar contraAqui o réu contradiz factos alegados pelo autor , ou afirma que

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Excepção

tais factos têm um significado jurídico diferente do pretendido pelo demandante.

A impugnação pode ser de facto ou de direito.

É oposição de facto quando o réu não aceita os factos articulados pelo autor, esta oposição pode ser feita de três modos:

- negando-os indirectamente, isto é integrando-os numa outra paronâmica fáctica. Invocando em relação a eles a figura do simples desconhecimento art.574 nº3 CPC, esta oposição consiste na declaração feita pelo réu de que não sabe se determinado facto é real, ou réu não nega o facto, mas também não o aceita como verdadeiro.

Estes três modos de impugnar, apesar de material e tecnicamente distintos, tem um denominador comum, é o de não aceitarem como verdadeiros os factos deduzidos pelo autor

Na oposição de direito o que está em causa é a qualificação ou significação jurídica que o autor atribuí aos factos narrados .

Neste caso aceitando embora a verdade dos factos o réu sustenta que deles não emergem os efeitos jurídicos que o autor pretende.

Na impugnação em qualquer uma das espécies , o réu manifesta a sua oposição frontal, a sua discordência – ora de facto rora de direito- tendo sempre em vista a sua absolvição total ou parcial do pedido, por força da improcedência total ou parcial da acção.

O réu aceita a narração fáctrica apresentada pelo autor, porém faz chegar ao processo novos factos susceptíveis de gerar a sua absolvição da instância, ou de impedir, modificar ou extinguir o direito que o autor pretende fazer valer com a propositura da acção art. 576 CPC

Excepções dilatórias – são as que obstando a que o tribunal conheça de mérito da causa, dão lugar à obsolvição do réu da instância ou à remessa dos autos para outro tribunal art 576/2 CPC , consistindo na arguição de quaisquer irregularidade ou vícios de carácter processual.

No art. 577 CPC consta a enumeração das excepções dilatórias, contempla todas as hipóteses possíveis.

Excepções dilatórias

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- a incompetência absoluta ou relativa do tribunal art. 105/3 cpc

- a nulidade do processo, esta nulidade surge quando a petição é inepta art.186/2 cpc, todo o processo ficará nulo nos termos do art. 186/1 CPC

-falta de personalidade judiciária -falta de capacidade judiciária -falta de autorização ou deliberação- ilegitimidade- coligação ilegal

o art. 578 estabelece que o tribunal deve conhecer oficiosamente de todas as excepções dilatórias.Escapa a este regime apenas nos casos de incompetência relativa não abrangidos pelo art. 110 cPC

Defesa de excepção peremptoria – consiste na alegação de factos impeditivos modificativos ou extensivos do efeito jurídico visado pelo autor e tem como consequência a absolvição total ou parcial do pedido art. (478/2 art 493/3 CPC) Neste tipo de defesa o réu não refuta os factos articulados pelo autor.

Todavia traz ao processo factos novos que se revelam impeditivos da válida e eficaz constituição do direito invocado pelo autor, ou que admitindo tal constituição implicam a alteração desse direito, continuando o mesmo a existir ou finalmente factos que provocam a extinção do direito, o que significa que o autor não pode tirar proveiro dele.

Defesa de excepção peremptoria impeditivas:

São factos impeditivos da constituição do direito do autor, os que geram a invalidade dos negócios jurídicos, como é o caso dos que consubstanciem o erro, o dolo, a coação a simulação a ilicitude ou a ilegalidade do objecto.

Defesa de excepção peremptoria modificativas:

São factos modificativos a concessão de uma moratória ao réu devedor, mudança de percurso ou lugar de uma servidão, concentração do objecto da obrigação.

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Defesa de excepção peremptoria extintivas:São factos extintivos do direito alegado pelo autor como o pagmaneto, a dação em cumprimento, a caducidade, a prescrição, a condução resolutiva e o termo peremptório.Note-se que as excepções peremptórias como meio de defesa material que são, respeitam ao mérito em causa, pois contendem com o fundo da questão, a existência ou não, e em termos de direito do autor, por isso é que a sua procedência dá lugar à absolvição total ou parcial do pedido.

Neste aspecto aproxima-se da defesa por impugnação.

PRINCIPIOS ESTRUTURANTES DA DEFESAS

Concetração da defesa na contestação –excepções

O art. 581 do CPC, prescreve que toda a defesa deve ser deduzida na contestação

Daqui resulta que o réu deve incluir na sua peça processual todos os meios de defesa de disponha seja ela a defesa directa (impugnação) seja na defesa indirecta (excepções dilatórias e peremptórias) em vez de reservar para o momento ulterior do processo certos meios defensionais que utilizaria apenas no caso de improcedência dos primeiramente invocados.

Do ponto de vista estritamente formal parece não justificar-se que o réu deva defender-se, em simultâneo, por exceplçoes dilatórias e por impugnação.

Associados ao principio da concentração da defesa na contestação, e como sua consequência, encontramos os principios da preclusão e da eventualidade.

principios da preclusão:Resulta que todos os meios de defesa não invocados pelo réu na contestação ficam prejudicados, não podendo ser alegados mais tarde.

principios da eventualidade:

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significa que dado o risco de preclusão, o réu há-de dispor todos os seus argumentos defensionais de maneira a que cada um deles seja atendido no caso de qualquer dos anteriores improceder.A regra da concentração da defesa na contestação conhece, apesar de tudo, algumas limitações, previstas no art.581 CPC.Tais limitações reconduzem-se a duas espécies:

- defesa separada (art. 573/1 CPC) – defesa deduzida no prazo da contestação mas fora desta, em separado.

- defesa posterior (art.573/2 CPC) é a que pode ser deduzida após a apresentação da contestação e tem três modalidades: *defesa superveniente 506 CPC * defesa autorizada por lei art. 97 CPC *defesa oficiosa 578 CPC

Ónus de impugnação

O outro principio a ter em atenção na defesa do réu é o ónus da impugnação.Segundo este principio, na contestação, o réu há-de tomar posição definida perante os factos articulados na petição art.574/1 CPC.

Quer dizer, o demando não pode remeter-se a uma atitude passiva não se pronunciando sobre os factos articulados pelo autor .Tal impugnação não carece de ser motivada através de uma conversão dos factos alegados pelo autor.Basta a mera negação expressa do ou dos factos.

Se o réu não tomar posição sobre eles, entede-se que os admite como exactos (1ª parte do nº2 art.574 CPC)

É o ónus de impugnação está, contudo sujeito a algumas excepções.Desta forma apesar de não impugnados, não se tem como admitidos por acordo os factos que se encontrem em manifesta oposição com a defesa considerada no seu conjunto, os factos sobre os quais não seja admissivel confissão e ainda os factos que só possam ser aprovados por documento escrito art.574/2 CPC.

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CONTESTAÇÃO POR RECONVENÇÃO

Competência do tribunal

Forma do processo

Não estão também sujeitos ao ónus de imkpugnação os factos que careçam de ser provados por documento escrito.

O réu pode aproveitar a contestação para formular pedidos contra o autor art. 266/1 CPC.Estaremos nesse caso perante a figura de reconvenção, na qual o réu (reconvinte), sendo titular de uma pretenção autónoma contra o autor (reconvido), a faz valer nesse processo, havendo portanto, uma inversão de posições das partes, ou um cruzamento de acções.

A reconvenção tem um carácter facultativo. Com efeito, porque o pedido corresponde a uma acção própria, o réu pode optar entre faze-los valer em reconvenção ou deduzi-los em separado.

Esta faculdade concedida ao réu está sujeita a certos limites e à observância de determinados requisitos:

Requisitos objectivos de admissibilidade de reconvenção: art 266/2 CPC – casos em que o réu pode produzir pedidos contra o autor.

Requisitos processuais de admissibilidade de reconvenção: para ser admitida a reconvenção é ainda necessário a verificação de certos requisitos de ordem processual, uns relativos à competência do tribunal outros ligados à forma do processo

O réu pode deduzir convenção sendo necessário que o tribunal onde o processo está pendente se revele competente para conhecer a questão reconvencional art 93/1 CPC.

Para concluir importa três últimas considerações:

- o réu pode reconvir ainda que não se defenda do pedido do autor;- em algumas hipóteses, a reconvenção pode ser deduzidas a título eventual, isto é, para ser atendida apenas no caso de a acção proceder.

É o que acontece quando o réu pede indeminização por benfeitorias, à qual só se atende se for ordenada a restituição da coisa.

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FORMA EXTERNA DA CONTESTAÇÃO

Exposição das Diversas Matérias na Contestação

- a possibilidade de reconvenção ser deduzida não apenas contra o autor, mas também contra quem possa vir a colocar-se ao lado dele, através da intervenção principal provocada (pelo réu) nos termos do art. 316 e art.318, como sucederá quando o pedido que o réu formula implicar litisconsorcio necessário passivo entre o autor reconvertido e uma terceira pessoa art.266 CPC.

ORGANIZAÇÃO DA CONTESTAÇÃO

NA PRIMEIRA PARTE do art. 572 CPC, pode dizer-se que a contestação aqui incluí o endereço, o cabeçalho e a narração e a conclusão em termos semelhantes à petição inicial .

De seguida deve-se juntar os documentos nos termos do art. 423/1 CPC e fazer menção disso na contestação .

Por fim, a contestação deve ser assinada por quem a redigiu, isto é pelo advogado constituído.

Refira-se ainda que o réu não tem que indicar o valor na contestação, salvo se não concordar com o valor atribuído pelo autor na acção,s e o réu não indicar o valor do seu pedido reconvencional a secretaria não deixa receber a contestação.

A contestação deve ser redigida sobre a forma articulada, tal como impões o art.147/2 CPC, sendo o único modo de contestação que a lei expressamente autoriza.

Na contestação articulada pode falar-se de contestação de constestação por junção de documentos.

Há contestação por simples junção de documentos quando o réu no prazo da contestação apresenta através de requerimento, documentos dos quais resultam os factos que constituem a sua defesa, embora o código não faça menção a este tipo de contestação esta é admitida.

O réu deve organizar todas as matérias que pretende expor, tanto as relativas à defesa como as respeitantes à reconvenção .

Antes demais, esclarecer-se-á que a reconvenção deve ser expressamente identificada e discriminadamente deduzida na contestação a fim de não se confundir com a defesa art.583/1 CPC.

Embora o código não estabeleça nenhuma ordem pela qual devem ser invocados os vários meios defensivos, a luz de um critério de lógica processual, a defesa deverá iniciar-se pela

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A contestação deve alegar todas as matérias

Prazo da Contestação

Apresentação da

alegação das excepções dilatórias, uma vez que a sua procedência inibe o juiz de conhecer o mérito da causa.

Depois já no âmbito da defesa que respeita ao mérito da causa onde figuram as excepções peremptórias e a impugnação, oq eu se recomenda é que o réu comece por fazer frente à acção, contradizendo os factos alegados pelo autor, ou o efeito jurídico que este pretende deles retirar.

É pois aconselhável que o principie pela impugnação.

O réu deve invocar as excepções peremptórias que possa opor à pretensão do autor.Se o réu está em condições está em condições de impugnar e excepcionar peremptoriamente, é mais lógico que comece pela impugnação.

Isto porque ao impugnar, o réu contraria a tese do autor, não a aceitando, no todo ou em parte, o que significa que repudia os factos com base nos quais o autor formula o seu pedido, ou pelo menos a respectiva qualificação jurídica.

Nas excepções peremptórias devem ser alegadas em primeiro lugar as impeditivas, depois as modificativas e por fim as extintivas.

Depois de todas as alegações defensionais deve ser articulada a matéria relativa ao pedido reconvencional.

Afigura-se nos mais adequado que a contestaçãocontenha apenas uma narração e só uma conclusão, versando em simultâneo, mas discriminadamente, a matéria defensional e a matéria reconvencional, os pedidos do réu na conclusão da contestação devem ser formulados segundo a ordem da exposição dos respectivos argumentos na narração.

A procedência das excepções dilatórias e a consequente absolvição do réu da instância.

- que seja entendida a impugnação e por isso o réu absolivido do pedido

- a procedência das excepções peremptórias e consequentemente a absolvição do réu do pedido.

O prazo nos termos do art.569/1 CPC é de trinta dias contados da citação podendo apresentar alguns desvios art. 469/2 CPC.

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contestação em juiízo e notificação do autor

Revelia do Réu

Absoluta

Relativa

Regime da Revelia Operante

Regime da Revelia Inoperante

Na apresentação da contestação em juízo é notificado o autor, sendo-lhe enviado o duplicado art. 575/1 CPC, para que tome conhecimento da atitude assumida pelo réu perante a acção.

Se não contestar a acção o réu entra em revelia, e esta pode ser:

*absoluta*relativa

Quando além de não deduzir oposição, o réu não constituí mandatário nem intervêm de qualquer forma no processo art. 566 CPC

Quando o réu, embora não contestando, constitui um mandatário no processo ou intervém de algum modo na ação.Em função desses efeitos, destinguem-se a revelia operante na inoperante.

A revelia operante implica a confissão dos factos articulados pelo autor , nos termos do art.567/1 CPC.

Tem lugar quando o réu não contestante haja sido citado regularmente na sua própria pessoa ou pelo menos, haja juntado procuração a mandatário judicial no prazo da contestação.

Este comportamento omisso do réu provoca a chamada “confissão tácita ou ficta “ diferente da confissão judicial expressa (art. 346 e ss do CC) esta consiste numa declaração de ciência.

A confissão que conduz a revelia operante não depende de qualquer declaração nesse sentido, bastando só que o demando, não conteste a acção, quer isto dizer que não tendo o réu contestado os factos alegados pelo autor, o que potencialmente levará à procedência da acção.

Cofessados os factos, por ausência de contestação, terminam os articulados.

Suprime-se as fases do saneamento, da instrução e da discussão da matéria de facto.

Nos termos do art.567/2 CPC, o processo passa imediatamente para a fase das alegações escritas sobre a matéria de direito, após o que é proferida sentença, julgando a causa conforme por de direito.

A cominação fixada na lei para a revelia do réu sofre algumas limitações , o que significa que em determinadas circunstâncias, apesar de o réu não ter contestado, e não obstante estarem

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RÉPLICA

verificados os requisitos previstos para o funcionamento de revelia, nem por isso se consideram confessados os factos articulados pelo autor.Os casos de revelia inoperante, estão previstos no art. 568 CPC.

Quanto á revelia operante o réu tem a faculdade de alegar por escrito sobre a matéria de direito, desde que tenha a advogada constituído o art. 567/2 CPC.

Quanto à revelia inoperante, deve verificar-se se ela é absoluta ou relativa.

No caso da revelia inoperante absoluta, o réu não é notificado para nenhum acto ou deligência processual, sem prejuízo da notificação da decisão final conforme art. 249/2 e 4 CPC.No caso da revelia inoperante relativa, o réu revel é notificado pelos actos processuais.

ESTA é um terceiro articulado do processo declarativo ordinário cabendo ao autor a sua apresentação.É um articulado eventual, que só pode ser apresentado nos 3 casos previstos no art. 584/585 CPC.Estes artigos revelam com clareza a intenção de limitar o emprego da réplica.

Com efeito, esta só é admitida para garantir o respeito pelo principio do contraditório, permitindo ao autor pronunciar-se sobre questões novas trazidas ao processo pelo réu, e não já para, por exemplo: esclarecer ou reelaborar o conteúdo da petição inicial.As alegações que ultrapassem aqueles limites não são atendidas.

A réplica pode ainda servir para o autor, nos termos do art. 265/1/2 CPC, alterar o pedido ou a causa a pedir, contudo esta possibilidade constituí uma função simplesmente acessória deste articulado não podendo o mesmo ser apresentado apenas para esse efeito. Tendo por isso o prazo de 15 dias art. 584/2 CPC.

Quanto à forma externa, a réplica é um tudo semelhante aos outros articulados anteriores integrando o endereço, o cabeçalho a narração e a conclusão.

Na réplica o autor está sujeito ao ónus da impugnação relativamente a todos os factos alegados na contestação, sob pena de estes virem a ser considerados admitidos por acordo nos termos do art. 574 por remissão do art. 587 CPC, só estando em causa factos novos.

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Articulados Supervinientes

SANEAMENTO

O art. 611/1 CPC prescreve que a sentença deve tomar em consideração os factos constitutivos, modificativos ou extintivos do direito que se produzem posteriormente à instauranção da acção.

A decisão final corresponda à situação existente no momento do encerramento da discussão.Isto quer significar que as partes devem carrear para o processo os factos (relevantes para o desfecho da lide) que ocorrem até ao encerramento da discussão.

O momento normal de alegação é o da fase dos articulados. Assim regra é na petição que o autor alega os factos constitutivos de direito, competindo ao réu alegar na contestação, os factos impedidtivos, modificativos ou extintivos desse direito.

Porém pode acontecer que determinados factos constitutivos ocorram ou cheguem ao conhecimento do autor depois da apresentação da petição .

É igualmente possível que ocorram ou cheguem ao conhecimento do réu, factos impeditivos modificativos ou extensivos do direito, depois do oferecimento da contestação.Estes são os chamdos factos (objectiva e subjectivamente) supervenientes.Tendo em conta o regime do art.611 CPC, impõe-se carrear para o processo tais factos.

Através dos articulados supervinientes previstos no art. 588 e 589 CPC.

Articulados posteriores art . 588/1 CPCNovo articulado 588/3 CPC

Findo os articulados, o processo entra na fase de saneamentoEste tem como primeiro objectivo a verificação da regularidade da instância.Detectada alguma ireegularidade susceptível de sanação, promover-se-á o respectivo suprimento.Se a irregulariedade for insanável ou não for sanada, o processo termina já nesta fase.

Se a instância mostrar regularizada, o mérito da causa pode ser apreciado.

Esta apreciação terá lugar também agora, se houver condições para isso, ou seja, se o processo fornecer já todos os elementos

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Despacho pré saneador

(de facto e de direito) necessários à decisão.~

Caso contrário, acção segue a sua tramitação, destinando-se o saneamento à preparação das fase subsequentes.

De entre os actos praticados nesta fase destacam-se:

Despacho pré saneador Audiência preliminar Despacho saneador A selecção da matéria de facto.

Nos termos do art. 590 CPC, o juiz deve apurar a regularidade da instância verificar se o s articualdos respeitam todos os requisitos técnicos, e finalmente atentar o modo como os factos foram expostos nesses articulados.

Tendo em consideração as matérias sobre que verse, o despacho pré saneador é obrigatório ou facultativo

No caso de ser obrigatório:

Primeiro caso previsto no art 590/1/alinea a) CPC, visa providênciar pela regularização da instância, nos termos do art. 6 e art . 411 para esse efeito deve o juiz, oficiosamente determinar a realização de um acto das partes, conidar estas a pratica-lo.

Daqui resulta que há vicios cuja sanção o juiz promove pelo seus proprios meios.

Outro há cujo suprimento depende da actuação das partes, cabendo apenas ao juiz convida-las a praticar os actos adequados a tal fim.

Quanto à sanação que o juiz promove temos:

A sanação da falta de personalidade judiciária das sucursais art 14 CPC, compete ao juíz ordenar a citação da administração

A sanação da incapacidade judiciária, aqui cabe ao juiz ordenar a citação ou notificação do representante legal do incapaz art. 27 e art.28 CPC

Quanto à sanação dependetente da actuação das partes:

O suprimento da falta de autorização ou deliberação que o representante das partes devesse obter o art 27 fixando o juíz

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SUPRIMENTO DA IRREGULARIDADE DOS ARTICULADOS

prazo para o representante da parte obter tal aprovação.

O suprimentoda ilegalidade plural o juiz convid ao autor a provocar a intervenção do ou dos litisconsortes necessários art. 33 e art. 34 e 316 CPC

O suprimento da coligação ilegal. O juiz notifica o autor para escolher o pedido que pretenda ver apreciado art. 38 CPC.

O suprimento pela falta de advogado quando o patrocínio é obrigatório, o juiz convida a parte a constituir mandatário art. 41 CPC.

O suprimento daquela falta de insufici~encia ou irregularidade do mandato judicial, devendo o juiz fixar o prazo á parte para juntar procuração aos autos, corrigir o vício e ratificar o processado art. 48 CPC.

O despacho pré saneados também é obrigatoriamente proferido quando o juiz detecte a irregularidade dos articulados seja porque careçam de requisitos legais indispensáveis, seja porque não tenham sido acompanhados de docuemntos essenciais ou de que a lei faça depender o prosseguimento da causa art. 590/1 alinea 2 e nº2 do CPC.

O despacho pré saneador constitui um convite ao aperfeiçoamento do articulado (irregular) no sentido de que a parte venha completar a sua peça com o que lhe falta, isto é, com a satisfação dos tais requisitos legais à junção dos tais documentos.

Dentro do conceito de articulados irregulares, podemos destinguir os articulados propriamente ditos e os articulados documentalmente insuficientes.

O não acatamento deste convite ao aperfeiçoamento conduz aos seguintes resultados, dependendo se é dirigido ao réu ou ao autor:

Assim a irregularidade não suprida respeitar á petição inicial e for por exemplo uma das constantes do art. 658 CPC, o juiz deve abster-se de conhecer de mérito da causa e absolver o réu em instãnciam, julgando nos termos do art. 271/al a cpcSe porém a irregularidade consiste na falta de junção de documento essencial para a prova de determinado facto, a não resposta ao convite implica que o facto não possa ser dado como assente, com as consequências inerentes ao nível do mérito da causa a ponto de conduzir à improcedência da acção.Se a irregularidade consiste na falta de um docuemnto de que a lei prescinde para o prosseguimento da causa, a

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Caso em que o despacho Pré saneador é facultativo

não aceitação ao convite provoca exactamente esse resultado – não andamento da causa, ou seja, a suspensão da instância, ao abrigo do art. 269/1 alinea d) CPC.

Facultativamente o despacho pré saneador pode ser proferido para convidar as partes a suprir insuficiências ou imprecisões que existam em matéria de facto exposta nos articulados art. 590/3 CPC.

Este despacho incide sobre os chamados:

Articulados imperfeitos, os quais podem ser:

- Facticamente insuficientes - Incompletos- Facticamente imprecisos – inexactos ou incorrectos

Daí que o despacho convidativo seja ora para completar insuficiências ora para corrigir imprecisões.

O que se pretende com este despacho é beneficiar a exposição factica do litigio, isto é, que se mostrem alegados todos os factos com relevo para as respectivas pretensões e que tal alegação feita de forma completa e esclarecida a fim de que a decisão final do processo possa corresponder à verdade.Este convite ao aperfeiçoamento tem por objecto não só a alegação dos factos- em que assentam o pedido original, o reconvencional e as excepções – bem como a própria impugnação deles.

Nos termos do art. 590/4, os possíveis complementos e correcções dos articulados devem respeitar o principio contraditório, facultando-se à parte contrária tomar posição sobre os aditamentos e esclarecimentos prestado, isto implica que além de tomar posições sobre os aditamentos e esclarecimento prestado, isto implica que além dos articulados judicialmente estimulados, haja lugar a outros, de resposta áqueles.

O não acatamento deste convite de aperfeiçoamento, não gera quaisquer consequencias concretas e imediatas, muito menos quaisquer sanções.

Se as partes querem permanecer na imperfeição fáctica,s e insistem (pela passividade) na insuficiência e na imprecisão da alegação (ou da impugnação), isso poderá pôr em causa as respectivas pretensões.

Trata-se de um risco que as partes se sujeitam, não podendo o juiz contrariar tal atitude.

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Audiência Preliminar

O despacho de convite ao aperfeiçoamento não admite recurso art. 590/6 CPC

Havendo ou não despacho saneador, a tramitação da acção declarativa ordinário comporta por via de regra, a realização de uma audiência preliminar.

Os objectivos estão previstos no art. 591 e 592, devendo o despacho que determina a sua realização indicar, em cada caso, o seu objectivo e finalidade art. 591 e 592 CPC

Objectivos principais da audiência preliminar:

Tentativa de conciliação das partes art. 591 e 592.Compete ao juiz ponderar acerca da oportunidade processual desta tentativa de conciliação. Se ele entender que a oportunidade se verifica logo no fim dos articulados, pode então marcar audiência preliminar para esse fim

Discussão sobre as excepções dilatórias que o juiz deva apreciar;As excepções dilatórias que se refere o art. 591 e 592, são as que tenham sido formalmente suscitadas pelas partes nos articulados e aquelas que o juiz possa (ou deva) conhecer oficiosamente art. 578 CPC.Nos termos do art. 593/1 aln b) a audi~encia preliminar pode ser dispensada se a sua realização tiver como fim facultar a discussão de excepções dilatórias já debatidas convenientemente nos articulados.

Discussão sobre a possibilidade de conhecimento imediato do mérito da causa: esta finalidade consiste na promoção de uma discussão de facto e de direito entre os litigantes, quando o juiz tencione conhecer já, no todo ou em parte, no mérito da causa a art. 591 e 592.Nos termos da parte finsl do art. 593/1/b, esta audiência pode ser dispensada quando a apreciação do mérito da causa revista manifesta simplicidade.

Discussão tendente à delimitação do litigio e ao suprimento das insuficiências ou imprecisões que ainda subsistam ou que agora se evidenciam;Quis o legislador que no fim dos articulados o juiz possa

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convocar as partes para uma audiência preliminar a fim de que;

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INSTRUÇÃO

Direito probatório material

Esta fase destina-se a juntar ao processos meios de prova que aí serão utilizados tendo em conta o objecto da prova definido pelo art. 410, o qual engloba os factos constantes da base instrutória ou dos factos constantes da petição inicial, no caso da revelia inoperante.

No âmbito deve distinguir-se a actividade instrutóriada actividade probatória (ou produção de prova).

A actividade probatória ocorre, normalmente na audiência final (art. 604/3) e desenrolar-se por referência à actividade introdutória ou seja tem por base os meios de prova trazidos ao processo pelas partes ou ordenados pelo tribunal .

A actividade probatória dirige-se ao tribunal, permitindo que este forme a sua convicção cerca dos factos controvertidos ou carecidos de prova (art. 607).

A prova recai apenas em questões de facto não devendo versar sobre questões de direito .

A matéria das provas suscita diversas questões, que são objecto de regulamentação tanto no código civil – direito probatório material- como no código do processo civil – direito probatório formal.

Pertencem a este os pontos relativo aos ónus da prova à admissibilidade dos meios de prova e à força probatória de cada um deles.São levados à base instrutória os factos relevantes para a decisão da causa que se mostrem controvertidos, necessitando por isso de ser provados para efeito da sua utilização na fudamentação da sentença art. 607/3 cpc.

Ora levanta-se aqui o problema do ónus da prova, ou seja, a questão de saber a quem compete a prova desses factos convertidos, a isso responde o art. 342 CC,. Estabelecendo o critério geral da repartição do ónbus da prova entre as partes, o que quer dizer que cada uma das partes deve provar os factos

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Direito probatório Formal

Principio Inquisitório

Principio da cooperação

Principio da audiência contraditória

Principio do valor

susceptíveis de fundamentar a respectiva pretensão.

Quanto aos meios de prova a admitir, vigora, tendencialmente o principio da prova livre, segundo o qual podem ser usados todos os meios legais adequados à demosntração da realidade dos factos.

No que respeita à força vinculativa destes meios de prova, pode dizer-se que regra geral , eles são apreciados livremente pelo tribunal, conforme art. 358/3 e 4 do CC.

Pertence a este as normas que disciplinam a utilização dos meios de prova em juízo indicando o modo de requerer as provas, de as produzir e a de as valorar.Antes de analisar cada um dos meios prova, tem que mencionar os principios que presidem a esta actividade processual são eles:

Principio inquisitório Principio da cooperação Principio da audiência contraditória Principio do valor extraprocessual das provas

É o principio nos termos do qual o tribunal pode realizar ou ordenar oficiosamente as diligências que entenda necessárias para a descoberta da verdade art. 365/3 CPC, tendo porém em conta os limites impostos pelo principio do dispositivo quanto à matéria de facto art. 5 CPC.

Consagrado no art. 7 e art. 417 CPC, segundo o qual todas as pessoas, partes ou não, devem prestar a sua colaboração para a descoberta da verdade respondendo o que lhes for solicitado, a recusa da colaboração é sancionada art. 417/1/2 CPC, se essa falta de colaboração vier das partes além da sanção pode o tribunal condenar essa parte litigante de má fé art. 417/2 e art. 542/1/2 CPC.

Previsto no art. 415 CPC, é também relevante porque procura garantir ambas as partes o acompanhamento dos actos instrutórios e probatórios.

Previsto no art. 421 ou testemunhas art. 495 CPC e com os arbitramentos art. 467 CPC.

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extraprocessual das provas

OBJECTO DA PROVA

Quesito= requisito ou pergunta que se há de responder

Meios de provas

Está definido no art. 410Essencialmente a prova incide sobre questões de facto integradas na base introdutória, tais questões correspondem aos factos articulados pelas partes, que sejam relevantes para o desfecho da lide e estejam em controvérsia.É sobre estes pontos de facto convertidos que versará a actividade introdutória, sendo justamente sobre eles que se pronunciará o tribunal .A peça escrita que contem a base introdutória apresenta-se sob forma de quesitos, que devem ser subordinados a numeros (artigos), nos quais são formuladas perguntas que hão-de ser respondidas pelo tribunal, de acordo com a convição que este venha a formar a partir da prova produzida art. 607.Na redação dos quesitos deve procurar-se que estes resultem claros , contendo cada um deles um só ponto de facto, começando pelos deduzidos pelo autor, e tendo a precaução de formular apenas um quesito quando o mesmo facto seja afirmado por uma parte e negado pela outra.

O ideal será elaborar os quesitos de maneira simples, para que a resposta correspondente possa apresentar, provado ou não provado.

Quanto à ordem pelo qual devem ser dispostos os quesitos, impõe-se o respeito pela sequência dos factos.A base introdutória incide apenas sobre questões de facto o que significa que não é permitido formular quesitos sobre matéria de direito.

Definido o objecto da prova o CPC vai regular a utilização de cada um dos meios de prova:

Prova por apresentação de coisas móveis ou imóveis Art. 416 as partes podem oferecer como meio de prova coisa móvel ou imóvel

Prova documental:Definição de documento art. 362 CC.

A prova documental prevista no art. 423 CP, já que o número 1 impõe que os documentos sejam apresentados com o articulado em que se aleguem os factos correspondentes.O número 2 admite porém, a sua apresentação até ao encerramento da discussão em 1º instância, sujeitando-se a parte à respectiva multa, conforme também o art. 425 e 429 CPC.

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Prova pericial

Prova por inspecção

Prova por confissão das partes:

Esta pode fazer-se por diversos meios, judicial ou extra judicialmente art. 355 CC. A forma de confissão judicial é a que resulta do depoimento da parte art. 452 CPC.O depoimento da parte pode ser requerido ou oficiosamente determinado.Sendo requerido deve logo indicar-se, concretamente os factos sobre o qual o depoimento há-de recair sob pena de recusa art 452/2 CPC. Nos termos do art. 453/3 CPC, cada uma das partes pode requerer o depoimento da parte contraria bem como dos seus compartes desde que o pretenso depoente tenha capacidade judiciária art. 453/1 CPC.

Normalmente o depoimento parte é prestado na audiência final art. 456 e art. 604CPC, para o que deve notificar-se pessoalmente o depoente art. 247CPC.

Antes de começar o depoimento, o juiz deve dar cumprimento ao disposto no art. 459 CPC.

O interrogatório feito pelo juiz incidirá os factos que constituem o objecto do depoimento art. 460 CPC, e só pode ser o depoente interrogado sobre factos pessoais ou de que deva terconhecimento art. 454/1 CPC, e deve responder de forma clara art. 461 CPC, os advogados das partes assistem o depoimento e podem pedir directamente esclarecimentos ao depoente art 462/1 CPC . Nos termos do art. 463 CPC, o depoimento prestado perante o tribunal é reduzido a escrito.

O art. 467 CPC, esta prova pode resultar de requerimento das partes ou de determinação judicial – tem por fim a percepção ou apreciação de factos por meio de perito, quando sejam necessários conhecimentos especiais que o julgado e não possua.O art. 467/1 a perícia é requisitada pelo tribunal a entidades competentes para o efeito , a pericia pode ser colegial quando o juiz determine ou uma das partes o requeira.

O art. 468/1, 475;476 e 477 CPC.

A prova por inspecção tem por fim a percepção directa de factos pelo tribunal da causa art. 390 CCNo entanto o art. 490 CPC prevê a possibilidade de o tribunal inspeccionar coisas ou pessoas, bem como a deslocação ao local em questão.

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Prova testemunhal

Esta deligência probatória pode ser requerida pelas partes ou ordenada oficiosamente pelo tribunal art 490/1 CPC ainda sobre esta matéria art. 491 CPC.

Neste tipo de prova pretende-se que o depoente revele ou exponha as suas percepções sobre os factos controvertidos ou carecidos de prova.

Podem ou não ser testemunhas art. 495/1 e 496CpC.

O requerimento da prova testemunhal deve conter o rol de testemunhas art. 498/1 CPCEstas podem ser substituídas nos termos do art 508, se ocorrer algum incidente previsto nesse artigo.Quanto ao número de testemunhas art. 511 CPC

O depoimento testemunhal pode também resultar da iniciativa do tribunal.

Com efeito o art. 526 CPC prevê a hipótese do juiz ordenar que seja notificada para depor determinada pessoa, não arrolada como testemunha, ou cujo o depoimento se haja prescindido, quando qualquer circunstância inerente ao processo, haja razões para presumir que ela tenha conhecimento de factos importantes para a boa decisão da causa.

O depoimento é antecedido do juramento e do interrogatório preliminar, com as formalidades prescritas pelo art. 513 e ainda art. 495/2 CPC

Terminado o interrogatório pode ter lugar o incidente da or impugnação, visando obstar ao depoimento deduzido pela parte contra a qual, a testemunha for produzida, com os fundamentos mencionados nos art. 514 CPC.

A impugnação processar-se-á nos termos do art. 515 CPCse for julgada improcedente, terá inicio o interrogatório da testemunha observando-se o disposto no art. 516 CPC

Assim o interrogatório incidirá sobre os factos que tenham sido articulados pela parte que ofereceu a testemunha devendo esta depor com precisão, indicando de modo concreto e fundamentado a razão da ciência invocada.

O interrogatório é feito pelo advogado das partes que a ofereceu, podendo a seguir, o advogado da parte contrária instar a testemunha de maneira que o depoimento se complete e esclareça art. 516/2 e /4 CPC.

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A contraditaA acareação

A lei prevê ainda a possibilidade de mais dois incidentes no âmbito da prova testemunhal:

*a contradita* a acareação.

Art. 521 CPC a parate contra a qual o depoimento foi produzido alega circunstâncias susceptíveis de abalarem a credebilidade de tal depoimento.

O incidente é deduzido quando o depoimento termina, e processa-se nos termos do art. 522.

O art. 523 CPC, pode ser suscitada oficiosamente ou a requerimento das partes e se processa nos termos do art.524 CPC – destina-se a confrontar quem tiver deposto contrariamente acerca de determinado facto.