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132 REV. soe. BRAS. 2OOT. (,!/BZ/ (CJf-1.. PROCI-1977.00009 WAN 1977 SP-1977.00009 PHOooçÃO 00 CARNEEM PASTO DA PANGOLARESERVAOOPARA UTILIZAÇÃO NA ÉPOCA SECA NO AGRESTE DE PERNAMBUeo R.C. Wander1eylt ] .H. Rang e) s C .B. Pires itlt C.R.M. Pimenlel* i. I NTROOOÇ ÃO Existem poucos dado~ experimentais sobre produ~ão de Cdrne dU pastag~1 no Nordeste do Brasil, especialmente nd5 Zonas do Agreste e Sertão, eubora exist~1 representativas ~reaô de pas- tos cultivados. O capim pango l a (Digitaria decumuen) V~I sendo uma das gramineas ma i s empr egad aa pelos pecuaristas, nas Zonas da Mata e Agreste de Pernambuco, na formação de pastagens ar- tificiais. WAooRLEY ~ ~ (1972) obtiveram, em média diária, um ga- nho de peso por- animal, variando entre 0,686 kg a 0,741 kg, eu pasto de pango1a, durante a época chuvos •.• , na Zona da Mata Úmi da, eu Per-nam buco • CHAVES FIUlO et alii (l973) ob t i ver-am m~ia de O,5&:l kg no periodo seco por-;n~/dia, na mesmd rtgião, utilizando pan- gola. FERNANooS el al r i (1973) obtiveram 0,J15 kg por an imal y d í a em pastagem d;-pangola, como médla anu a L, na Zona da Mata Seca de Pernambuco. "k Eng~ Agrônomo do MillJ<>térlo da ~gr'lcullura •• Pe s qu r s a dor-e s da EM13HAP A

PROCI-1977 - Embrapaainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/121671/1/...132 REV. soe. BRAS. 2OOT. (,!/BZ/ (CJf-1.. PROCI-1977.00009 WAN 1977 SP-1977.00009 PHOooçÃO 00 CARNEEMPASTO

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132 REV. soe. BRAS. 2OOT.(,!/BZ/ (CJf-1..

PROCI-1977.00009WAN1977SP-1977.00009

PHOooçÃO 00 CARNE EM PASTO DA PANGOLARESERVAOOPARAUTILIZAÇÃO NA ÉPOCA SECA NO AGRESTEDE PERNAMBUeo

R.C. Wander1eylt] .H. Rang e) s

C .B. PiresitltC.R.M. Pimenlel*

i . I NTROOOÇÃO

Existem poucos dado~ experimentais sobre produ~ão de CdrnedU pastag~1 no Nordeste do Brasil, especialmente nd5 Zonas doAgreste e Sertão, eubora exist~1 representativas ~reaô de pas-tos cultivados. O capim pango l a (Digitaria decumuen) V~I sendouma das gramineas ma i s empr egad aa pelos pecuaristas, nas Zonasda Mata e Agreste de Pernambuco, na formação de pastagens ar-tificiais.

WAooRLEY ~ ~ (1972) obtiveram, em média diária, um ga-nho de peso por- animal, variando entre 0,686 kg a 0,741 kg, eupasto de pango1a, durante a época chuvos •.•, na Zona da MataÚmi da, eu Per-nam buco •

CHAVES FIUlO et alii (l973) ob t i ver-am m~ia de O,5&:l kg noperiodo seco por-;n~/dia, na mesmd rtgião, utilizando pan-gola.

FERNANooS el al r i (1973) obtiveram 0,J15 kg por an imal y d í aem pastagem d;-pangola, como médla anu a L, na Zona da Mata Secade Pernambuco.

"k Eng~ Agrônomo do MillJ<>térlo da ~gr'lcullura

•• Pe s qu r s ador-e s da EM13HAPA

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oVOLo6, N, 1, ]977 133

Área de pasto reservada para utilizaç~o no periodo !:.eco,como wna fonna de armazeu amen to de forragem, para suprir a de-ficiência de paslagem ne~~a é~ca do ano, tem 5ido sugeridapor muitos técnicos para a região Agre~te, no Nordeste do Bra-il. A falta de dados expe r nnen t a is sobre tal procedimento noordeste motivou o pr-es en t e ensaio de pas t.or-e í o com gado mes-

tiço de Zebu em capim pango l a (Olgl tarl a decurnben).O presente ensaio teve por objetivo obter infonnações sobre

o ganho de peso. vivo por an rmal e por hectare, variando-se alotação, em pastagem de capim pango l a , r es er-vada para utiliza-

•• rçao no perlodo seco.A escolha do capim pangol a deveu-se

gràlninea uma das mais d rs s oní.n ada s , enlrepecuaristas, na irea onde foi realizado o

ao fato de ser estaas cultivadas, pelosexperimento.

O presented Suru b im, noP rnambuco.

Foram util i zado s no vi Lhos ze bus mes t Lço s em pas t agem de ca-pu. pangola (Oigitaria decumbe-n), a qual, depois de plantada e(jx da, foi reservada para a utilização pelo gado, apenas nope1'lodo seco, compreendendo os meses de novembro e dezembr-o de1975 e janeiro de 1976.

Empregou-se o método das lotaçõe~ flXas, com uma repetIçãotrês lotações. O n~ero de an imai s foi fixo (6 por piquete),iando a irea de cada uma das parcelas (3,ô haj 7,2 ha e

\0,8 ha), para ajuste do suporte, estipulado nas proporçoest I 1:0,6j 1:1,2 e 1:1,8 animais: hectare.

O pasto recebeu adubação para suprir deficiências acentua-de acordo c~n análise de solo, por ocasião do plantiO, o

1 foi feito no fim do periodo chuvú~o de 1974 e compl~nen-lAdo durdJlle o mesmo per-Íodo em 1975, até urna completa fixação

p tagem.Foi empregada co var-í.anc í a na análi!:.e es t a t Í s t i oa dos resul-

trabalho foi condu z i do na Estação ExperimentalMunic[pio do mesmo nome , na Zona do Agreste de

d

AI.

().1oos pluviométrico~ obt í dos pelo Posto Meteor-oLog í co dat ção Exper imen tal de Surubim:

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REV. SOCo BRAS. ZOOT.

-Os resul tados mostram a poss i b í Lí dade , nao apenas da manu-tençio, mas, do ganho de peso vivo, na época do ano onde ocor-re maior carência de forragen utili~ando-se pastagem reservadapara pastoreio, unicamente nebse periodo critico.

Os dados obt i dos evidenciam que o aumento do nWnero de ani-m a i s por ~rea proporciona m aror- produção por hectare, emborao ganho de peso vivo por animal diminua. Esse comportamentoocorre, entretanto, dentro de certos limites, além dos quais,o aumento do nWnero de animais não compensaria a redução noganho individual e a produção por hectare passaria, entio, adecrescer. Isso foi demonstrado por RIEWE (1961) através dacurva do efeito da 10 tação sobre o ganho de peso por animal epor área, estudando a correla~ão entre ebses parâmetros.

A observação em dpenas wn ano, no periodo seco, é insufi-ciente para possibilitar uma estimativa precisa do ganho poran~al e por hectare, entretanto, constitui uma indicação doque pode ser obtido:

lJnamédia d1ária de 0,257 kg por animal e0,514 kg de peso vivo por hectare, parauma lotação de 2 animais por hectare; ou0,657 kg por animal e 0,)28 kg de pesovivo por hectare, para uma lotação de0,5 animais por hectare.

Essa estimativa foi feita com aplicação da equação obtidana an~ise do menor coeficiente de variação, ilustrada no grá-fico n~ 1.

Os ganhos de peso vivo obtidos no presente trabalho est~próximos aos encontrados por WANOORLEY !! aIii (1972), OlAVFSFIU{O ~!!li (1973) e FERNANOOS er alii (1973), na Zona da-y-- .Mata de Penlambuco, que obtiveram medias di ar-tas por animal,variando de 0,741 kg, na época das chuvas , a 0,315 kg, em m~-dia anual.

Uma apreciação econÔMica dos resultados, ressalvando-senecessidade de um maior nWnero de observações para uma an~lisereallstica, mostra as seguintes indicações:

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o«n.. 6, N. 1, J977 137

U1ho d~ peso vivo anunal por hectare

,otaçao\nim/ha

Ganho médiodiário

po r- an rmaI

Per:Lodo

ConsideradoGanho por

hectare

20,5

0,257 kg0,657 kg

114 dias114 dias

58,59 kg

37,44 kg

AdniUndo-"e u!; ruesnroe custos f i xos parei ambas as Lo t açoe sIr hectare, COIIIOcu s t os variáveis, apenas o .í.nves t imen to comjado, e, ainda, considerando-se:

a. Jur-os JL I ")10 dO <lIIU;

b , S010 do pt:&O V J Vu como sendo carcaça;c. Os d tu a i& pr eç os par-a compr-a e venda;

A lota."ão t:t[ltIValt.!lllt: a 0,5 an irna ie por l.ec t ar-e , pr-ova ve l «

.nte, apre&enldr~ LUlI rJtorno 1 iquido maior que a] o t aç ao[uivalente a 2 an nua I:; por he c t e r-e , ape s ar desta ú1t ima apre-Inlar um gdnlio de [Jt!:;O VIVu ma ior por hectare.

Nessas circunstâneia;" fieu a opção para o criador', u qualderá u t í l í zar d IIIdJOr ]ula"ão, caso o pr-eço da ar-r-o l.a deIrne para comprei :;eJei i nfcr ior- "o pr-eço de venda para () aba-I.

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138 REV. S)C. BRAS. 2OOT.

c. Uma lotação equivalente a 0,5 animais por hectare dpre-sentou um ganho de peso vivo de 0,657 kg dÍi~rio por ani-mal, correspondendo a 0,)28 kg por hectare;

d , Economicamente seria mais vantajoso a utilização da lo-tação equivalente a 0,5 animais por hectare, em face docapital empregado na compra do gado.

5. SUMMARY

The results of the experimental trials inzone of the State of Pernambuco using pangolagrazed on a period of 3 months only duringshowed lhe following conclusions:

a. Perfect oorrelation between the wcight gdjned peranimal and number of heada per hectare and uet veenweight gained per animal and per hectare;

b. 2 animaIs grazed per hectare showed a daily increase inweight of 0.257 kg per animal or a total of 0.514 kg perhectare;

c. Graz i ng one an.imaI on two hectares showed a Ud i1y ga inin weight of 0.657 kg per dnimdl or a lotal 01 O.j2tl kg

per hectare;d. Esconomically it would be more advantageous to graze one

animal on two hectares, considering lhe cost of the ca-pital utilized for the purchase of lhe an imaIs ,

the .•Agres te"grasl:ithat was

lhe dry ae aaon

~. LITERATURA CITADA

1. CHAVES FILJlO, N.; R.C. WANOORLEY & C.B. PIRES. Sup1611cnla-ção de Melaço, para o Gado em Pas t or-e í.o, no Periodo der_!>lldgem, na ZOna da Mata do Estado de Per-n ambuco , Brasil~. ~ x~ ~ • .2! S.8.Z. 1973.

2. I<ERNANreS, A.P.M.; M.A. LIRA, A.P. DANTAS, A.C. PEHOSA &M.C.A. LIMA. Competição de Pastos Subnetidos a Qudlro Di-_ a_ferentes Lotaçoes. An. da X. Reuniao da S.B.2. 1973.

3. RTEWE, M.E. Use of the Relat i oneh í.p of Slocking Rate toGdln of Cattle ln an Experimental Design for GrazingTrH]s. Agron. L. 5J(5):)J9-313, 1961.

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otOL.• 5, N, 1, 1977 1j<)

• WANIERLEY, R.C.; N. CIIAVI::S Fll.IIO s, C.H. PIRES. Supl euen t a-:ção de Melaço para o Gado em Pas t or-e io , no Periodo Chuvo-so, na Zona da Mata dto: Pernamwcú.~. da JX~ ~.daS.8.Z. 1972.