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BOLETIM MENSAL DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL / N.º71 / FEVEREIRO 2014 / ISSN 1646–9542 71 Fevereiro de 2014 Distribuição gratuita Para receber o boletim PROCIV em formato digital inscreva-se em: www.prociv.pt Autoridade Marítima O comando e controlo na orla costeira ©Paulo Pimenta

PROCIV # 71 (fevereiro de 2014)

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Já se encontra disponível para consulta a versão digital do Boletim PROCIV da ANPC, edição de fevereiro. Este número destaca o papel da Autoridade Marítima no comando e controlo da orla costeira.

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BOLETIM MENSAL DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO C IV IL / N .º71 / FE VERE IRO 2014 / I S SN 16 46 –9542

71Fevereiro de 2014

Distribuição gratuitaPara receber o boletim

PROCIV em formato digital inscreva-se em:www.prociv.pt

Autoridade Marítima O comando e controlo na orla costeira

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As vagas de frio, uma preocupação da Proteção Civil aos mais diversos níveis

A preparação para invernos severos associados a fenómenos mais extremos de frio, normalmente acompanhado de vento, gelo, neve, com relação direta na necessidade de ener-gias suplementares e impacto na vida normal das regiões afetadas, é uma preocupação do sistema de proteção civil de forma transversal e aos seus mais diversos níveis, contemplado em vários instrumentos de planeamento e organização.

A este propósito, é com especial cuidado e atenção que acompanhamos esta vaga de frio, absolutamente excecional, que atinge os Estados Unidos da América e que já provocou deze-nas de mortes, com implicações diretas no dia-a-dia de mais de metade da população daquele país, e cujos prejuízos económicos são avaliados em números superiores a 4 mil milhões de euros.

Os episódios de acumulação de neve obrigaram ao fecho de serviços públicos, restrições na circulação de pessoas e mercadorias, fecho de aeroportos, causando perturbações nas vias rodoviárias e nos transportes públicos. As autoridades insistem nas recomendações à popu-lação no sentido de permanecerem em casa, realçando a importância da garantia da autono-mia das famílias em termos de alimentos e água e da manutenção do seu kit de emergência, e organizando o seu plano de emergência familiar, recomendações fundamentais na prepara-ção e reação a invernos especialmente rigorosos.

Nesta edição de fevereiro, procurámos abordar outro fenómeno que tem marcado o nos-so inverno, a agitação marítima ao longo de toda a orla costeira, abrangendo Portugal continental e regiões autónomas. Convidámos para essa abordagem a Direção-Geral da Autoridade Marítima, enquanto agente de proteção civil, com competências especiais também nas componentes de comando e controlo nos espaços marítimos sob jurisdição nacional.

Manuel Mateus Couto

Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Manuel Mateus Couto Redação e paginação – Núcleo de Sensibilização, Comunicação e ProtocoloFotos: Arquivo da Autoridade Nacional de Protecção Civil, exceto quando assinalado.Impressão – SILTIPO – Artes Gráficas Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646–9542

Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte.

Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva n.º 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 [email protected] www.prociv.pt

P U B L I C AÇ ÃO M E N S A L

Projecto co-financiado por:

Manuel Mateus CoutoPresidente da ANPC

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Socorro em parques eólicos debatido em Ourém

Decorreu no dia 4 de janeiro, em Ourém, distrito de Leiria, o seminário “Socorro e Emergência em Parques Eólicos”, iniciativa da Juvebombeiro, com o apoio da Câma-ra Municipal de Ourém. O evento, amplamente participado, abordou um setor da energia importante para a economia nacional e em crescimento em Portugal, com 240 parques e mais de 2500 torres eólicas no continente, o que coloca evidentes desafios à proteção civil.O seminário contou com a participação da Autoridade Nacional de Proteção Civil, através de uma intervenção no painel “Segurança em Parques Eólicos”, a cargo do Núcleo de Gestão e Ordenamento Territorial. Esta intervenção permitiu divulgar os procedimentos que se encontram em prática, a nível nacional, para o reconhecimento dos par-ques eólicos no terreno, de modo a que, em caso de aciden-te com os técnicos que zelam pela segurança e funciona-mento destes espaços, o socorro chegue atempadamente. Uma dificuldade enunciada pelas empresas operadoras presentes foi o facto de os parques eólicos geralmente se encontrarem longe das povoações, por vezes dispersos por vários concelhos e com acessos pouco sinalizados, pelo que a prestação do socorro pelos bombeiros, em articulação com os Comandos Distrais de Operações de Socorro, se torna fundamental no salvamento de vidas.

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Reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil

Decorreu no dia 28 de janeiro, na sede da ANPC, em Carna-xide, uma reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil, apresentando-se a síntese das deliberações:Planos aprovados: Planos Municipais de Emergência de Proteção Civil de Coruche e Sabugal; Plano de Emergência Externo da ETC – Terminais Marítimos, S.A. (concelho de Almada).Planos aprovados condicionados à revisão intercalar, ao fim de 1 ano: Planos Municipais de Emergência de Proteção Civil de Alfândega da Fé, Beja, Entroncamento, Évora, Mo-gadouro, Paços de Ferreira, Portalegre, Santa Maria da Fei-ra, Vagos, Viana do Castelo, Vila Franca de Xira, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa e Vila Nova de Gaia; Plano Especial de Emergência de Proteção Civil do Centro Urbano Antigo de Coimbra; 1ª revisão do Plano Especial de Emergência de Proteção Civil para o Risco Sísmico e de Tsunamis no Algarve.

Planos aprovados condicionados à revisão intercalar, ao fim de 2 anos: Plano de Emergência Externo do Complexo Químico de Estarreja (concelho de Estarreja); 1ª revisão do Plano de Emergência Externo do Barreiro.”Recomendação: A CNPC recomenda que o documento “Avaliação Nacional de Risco”, por ser considerado docu-mento orientador e de disponibilização pública em maté-ria de riscos e adaptação às alterações climáticas, seja alvo de divulgação ao público pela ANPC e APA, através na sua disponibilização nos respetivos sítios da internet.

Lista de Candidatos Convocados para as Provas de Ad-missão para a FEB – Força Especial de Bombeiros

Terminada a fase de candidatura para as provas de seleção, de acordo com o “Aviso de Recrutamento - FEB”, encontra-se no site da ANPC em www.prociv.pt a publicação da listagem nominal dos elementos admitidos, assim como, as convocatórias para a realização das provas de seleção.

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Notas Técnicas - Segurança Contra Incêndio em Edifícios

Encontram-se disponíveis no site da ANPC um conjunto de Notas Técnicas, que têm por objetivo complementar a legislação de SCIE, definir de forma clara as exigências de segurança a concretizar pelos autores de projetos de arquitetura e de especialidades, bem como pela direção e fiscalização de obra na sua implementação em fase de obra, pelas empresas que comercializem ou executem trabalhos de instalação e manutenção de equipamentos e sistemas de SCIE e pelos responsáveis de segurança dos edifícios e recintos em fase de exploração dos mesmos.As Notas Técnicas estão disponíveis para consulta e download em http://www.prociv.pt/SegurancaContraIn-cendios/Pages/NormaTecnicas.aspx.

Seminário de “equipas de apoio psicossocial”

Decorreu no dia 19 de janeiro, no auditório da Câmara Municipal de Nelas, o I Seminário de “Equipas de Apoio Psicossocial”O evento, integrado nas comemorações do 83.º aniversá-rio da Associação dos Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim, juntou Equipas de Apoio Psicossocial dos Corpos de Bombeiros, do Centro Humanitário de Viseu, da Cruz Vermelha Portuguesa e da Autoridade Nacional de Proteção Civil.O seminário procurou discutir problemas de interes-se mútuo em prol de mais e melhor qualidade na inter-venção, prevenção e prestação de apoio psicológico aos Bombeiros, aos cidadãos e à sociedade em geral. Cons-tituiu-se igualmente como uma excelente oportunida-de para que no futuro se encontrem possíveis formas de interação e colaboração no terreno, em situações de crise ou catástrofe, das Equipas Psicossociais da Cruz Vermelha Portuguesa com as Equipas fomentadas pela ANPC.

LISTAGEM DAS NOTAS TÉCNICAS DE SCIE:

N.º 01 – UTILIZAÇÕES-TIPO DE EDIFÍCIOS E RECINTOS

N.º02 – COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES EM SCIE

N.º 03 – PROCESSOS DE SCIE

N.º 04 – SIMBOLOGIA GRÁFICA PARA PLANTAS DE SCIE

N.º 05 – LOCAIS DE RISCO

N.º 06 – CATEGORIAS DE RISCO

N.º 07 – HIDRANTES EXTERIORES

N.º 08 – GRAU DE PRONTIDÃO DOS MEIOS DE SOCORRO

N.º 09 – SISTEMAS DE PROTEÇÃO PASSIVA – SELAGEM

DE VÃOS, ABERTURAS PARA PASSAGEM DE CABLAGENS

E CONDUTAS

N.º 10 – SISTEMAS DE PROTEÇÃO PASSIVA – PORTAS

RESISTENTES AO FOGO

N.º 13 – REDES SECAS E HÚMIDAS

N.º 14 – FONTES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA

O SERVIÇO DE INCÊNDIO (SI)

N.º 15 – CENTRAIS DE BOMBAGEM PARA O SERVIÇO DE

INCÊNDIO

N.º 16 – SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE EXTINÇÃO DE

INCÊNDIO POR ÁGUA (aguarda publicação em Diário da República)

N.º 17 – SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE EXTINÇÃO DE

INCÊNDIO POR AGENTES GASOSOS (aguarda publicação em

Diário da República)

N.º 18 – SISTEMAS DE CORTINA DE ÁGUA

N.º 19 – SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE DETEÇÃO DE GÁS

N.º 20 – POSTO DE SEGURANÇA

N.º 21 – PLANOS DE SEGURANÇA

N.º 22 – PLANTAS DE EMERGÊNCIA

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ANPC participa no Dia da Defesa Nacional

No dia 20 de janeiro, na Base Naval do Alfeite, em Almada, realizou-se uma das 925 jornadas incluidas no Dia da Defe-sa Nacional, e que procuram enquadrar jovens de ambos os sexos, nascidos em 1995, na temática da defesa nacional, num total este ano de 132 mil jovens convocados..O Dia da Defesa Nacional visa sensibilizar os jovens para a segurança e defesa nacional e procura evidenciar a existên-cia da componente militar e das componentes não-militares.No decurso destas ações, os cidadãos são ainda informados sobre as diferentes dimensões de cidadania, assim como as várias instituições presentes nos diversos setores da sociedade civil; as missões essenciais e organização dos três ramos das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea); as principais ameaças e riscos à sociedade portugue-sa; e as diferentes formas de prestação de Serviço Militar.Entre as entidades que participam este ano, encontram-se a Autoridade Nacional de Proteção Civil, a GNR e o INEM.

Grupo de Resgate em Montanha da FEB - atividade operacional na Serra da Estrela

A Serra da Estrela, pelas suas características próprias, é um dos pontos turísticos de maior relevo de Portugal Continental, atraindo todos os anos, principalmente durante o inverno, milhares de visitantes para a prática do esqui, passeios pedestres, montanhismo, escalada, e outras ligadas ao usufruto da natureza. Este afluxo de turistas origina, com frequência, situações problemáticas no âmbito da proteção e socorro, o que exige dos Agentes de Proteção Civil que intervêm naquela região um inten-so empenhamento, com elevado grau de coordenação e cooperação. Entre dezembro de 2013 e 27 de janeiro de 2014, o Grupo de Resgate em Montanha da Força Especial de Bombeiros, inserido no Plano de Operações Nacional da Serra da Estrela (PONSE), efetuou 111 pré-posicionamentos, 25 missões de patrulhamento\reconhecimento, prestou apoio a cinco acidentes rodoviários, com três vítimas a re-gistar, realizou duas missões de evacuação que correspon-deram a um total de 69 pessoas evacuadas (provenientes de 1 autocarro e vários veículos ligeiros). Prestou também apoio a 62 veículos retidos na estrada, efetuou duas mis-sões no âmbito da emergência pré-hospitalar, uma queda e uma doença súbita, e sete missões de treino operacional.

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No dia 6 de janeiro de 2014 uma forte depressão no Atlântico norte provocou tempo adverso e forte agitação marítima associada a marés vivas que se abateu sobre a costa portuguesa, particularmente exposta à agitação marítima aos temporais que ocorrem no Atlântico norte durante o inverno.

Proteção Civil enquanto domínio de intervenção da Autoridade MarítimaA Lei n.º 27/2006, Lei de Bases dA Proteção Civil, de 3 de julho, constitui a Autoridade Marítima (AM) como agente de proteção civil, tal como já o fazia a anterior Lei de Ba-ses de Protecção Civil, Lei n.º 113/91, de 29 de agosto, sendo esta função exercida pela estrutura operacional da Direção -Geral da Autoridade Marítima (DGAM) nos termos da lei, principalmente nos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional, incluindo a faixa litoral e suas lagoas, e alguns espaços interiores de Domínio Público Hídrico, nomeadamente estuários dos rios, rios de fronteira e Rio Douro, por ser navegável até à fronteira com Espanha.De acordo com a Directiva Operacional Nacional n.º 1, de 5 de janeiro de 2010, da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), o Capitão do Porto, no âmbito das compe-tências que a lei lhe confere, assume as funções de Co-mandante das Operações de Socorro (COS) em articulação estreita com os Comandantes Distritais de Operações de Socorro (CDOS), nos Distritos onde se insere a respectiva Capitania do Porto. Nesta função, o Capitão do Porto coor-dena os vários agentes de proteção civil em operação nos espaços de jurisdição Marítima, nomeadamente em si-tuações de inundações, sinistros marítimos ou acidentes ambientais.Em suma, a DGAM, através dos órgãos e serviços sob sua dependência, contribui para a prevenção e resposta, em

caso de necessidade, no que respeita à proteção civil, na qualidade de agente da protecção civil, exercendo funções nos domínios do aviso, do alerta, da intervenção, apoio e socorro. A Autoridade Marítima, da qual a DGAM é o seu órgão central, é o agente de proteção civil vocaciona-do para a protecção e socorro nos espaços marítimos sob jurisdição nacional.

A zona costeira de Portugal Continental – principais vulnerabilidadesA linha de costa do continente português constitui um património de enorme valor económico e ambiental, com várias áreas marinhas protegidas. Recebe milhões de utentes das praias na época balnear e dispõe de várias in-fra-estruturas portuárias que acolhem milhares de navios por ano transportando milhões de toneladas de carga, havendo que proteger e remediar eventuais danos que re-sultem do mau tempo, assim como proteger a vida humana e os bens mais valiosos.

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Temporal na orla costeira acompanhado pela Autoridade Marítima

Praia do Salgado, Nazaré 08Janº2014

Foto :Paulo Pimenta

Foto: Arménio Belo/Lusa

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©José Fernandes

No seu conjunto, a zona costeira de Portugal Continental está sujeita a uma série de riscos naturais que resultam de vários tipos de perigosidades, nomeadamente de erosão costeira, inundação de margens, galgamento do siste-ma dunar, movimentos de massas, tsunami, degradação ambiental, danos nas obras portuárias, perda de habitats e espécies e impacto assinaláveis na qualidade das águas.Salienta-se que os territórios costeiros concentram hoje a grande maioria da população portuguesa, das infra-estruturas e das actividades económicas, com especial destaque para as vias de comunicação e os fluxos de mer-cadorias, bem como para a concentração industrial e de estabelecimentos que operam com substâncias perigosas. É evidente que isto contempla um intenso tráfego maríti-mo para os portos nacionais e em trânsito nas águas terri-toriais, o que constitui um factor de ameaça suplementar para a zona costeira, nomeadamente associado a inúme-ros episódios de poluição do mar por hidrocarbonetos re-gistados.A linha de costa não é uma realidade física imutável. Incorpora uma dinâmica permanente que é necessário ter em conta de forma a remediar os danos e proteger os ativos ambientais e económicos mais relevantes , assim como para garantir a acessibilidade em segurança das barras marítimas.As zonas costeiras assumem uma importância estratégica em termos ambientais, económicos, culturais e recreati-vos. Por isso, a Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira (ENG IZC) realça a necessidade de inten-sificar as medidas de salvaguarda dos riscos naturais na faixa costeira, designadamente por via de operações de monitorização e identificação de zonas de risco, aptas a fundamentar os planos de acção necessários a uma ade-quada protecção, prevenção e socorro. Essa necessidade está ainda associada, desde logo, à grande susceptibili-dade da zona costeira aos fenómenos de erosão, aos tem-porais e às situações meteorológicas extremas, por vezes com e pesados prejuízos para os recursos naturais.Os aspetos de proteção civil na orla costeira são considera-dos nos planos municipais de emergência de proteção civil dos municípios com linha de costa, onde são estabelecidos os mecanismos de articulação entre os vários agentes de proteção civil, numa unidade de esforço e coordenação operacional do Capitão do Porto, em que a monitorização é da responsabilidade da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Também os planos especiais de emergência de protecção civil, como o Plano Especial de Emergência de Risco Sís-mico da Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limí-trofes ou o do Algarve, prevêem o risco de tsunami.O estudo dos diferentes riscos que afetam as zonas costei-ras de molde a configurar situações graves ou catastrófi-cas para as pessoas, património e meio ambiente é abso-lutamente fundamental, em especial quando envolvem situações de risco para pessoas e bens, e que exijam uma articulação institucional complexa.

Temporal na orla costeiraPara o episódio de agitação muito forte na costa portugue-sa, com destaque para o dia 6 de janeiro, foram monito-rizados diversos locais de maior risco, sendo expetável os seguintes tipos de acontecimentos: – Galgamentos de frentes urbanas, marginais e outras edificações;– Danos em obras de defesa costeira;– Erosão ou galgamentos de sistemas dunares e zonas baixas;– Rebaixamentos do nível médio das praias.As autoridades marítimas locais acionaram meios de contingência no sentido de reforçar a monitorização dos efeitos da forte agitação marítima ao longo da costa tal como solicitado pela Agência Portuguesa do Ambiente e de acordo com o estado de alerta determinado pela Autori-dade Nacional de Proteção Civil nos seguintes locais:

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Foto: © picture Alliance/DPA

Foto: Getty Images

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Zona norte:Moledo, Castelo de Neiva, todo o concelho de Esposende, Aguçadoura, todo o troço entre a Praia da Aguda e a La-goa de Paramos, todos os concelhos de Ovar, Ílhavo Vagos e Mira, entre o Cabo Mondego e Buarcos, todo os glome-rados a Sul do Mondego no concelho da Figueira da Foz, e ainda topo Norte de Pedrogão;Zona centro:Vieira de Leiria e Água de Madeiros, Nazaré, Praia da Gralha, Baleal Sul, Praia da Areia Branca Sul, Porto Novo, Santa Cruz, Foz do Sizandro, Paredes Vitória, Caparica e Fonte da Telha, Península de Tróia, sobretudo junto à urbanização central, zonas pontuais na baía entre Tróia e Sines e duma forma geral junto a fozes de linhas de água.Foram também estabelecidos perímetros de segurança nos locais mais apelativos para a visualização do fenóme-no por curiosos, fotógrafos amadores ou outros, no sen-tido de evitar acidentes com pessoas no Domínio Público Marítimo, o que foi alcançado, não se tendo verificado vítimas graves.Contudo, verificaram-se danos significativos em apoios de praia, em instalações balneares, em restaurantes, em equipamentos de acesso às praias, nos passeios maríti-mos, em algumas estradas, erosão do cordão dunar, da-nos em marinas e em embarcações, entre vários outros, destacando-se ainda a redução do areal em várias praias.Na foz do Douro verificaram-se 5 feridos leves, foram ar-rastadas 20 viaturas que ficaram danificadas, incluindo um autocarro turístico, que foram posteriormente rebo-cadas. Foram cortadas diversas ruas ao trânsito junto à foz do Douro e estabelecido um perímetro de segurança gerido em articulação com a Polícia Marítima, Polícia Municipal, Polícia de Segurança Pública, Serviços Mu-nicipais de Proteção Civil, que se manteve durante 36 horas. Este esforço de reforço da segurança por parte dos diversos agentes de proteção civil foi dirigido pela auto-ridade marítima local que efectuou a avaliação de risco e disponibilizou informação periodicamente em reuniões de coordenação para este efeito.Todas as barras marítimas a norte de Lisboa estiveram fechadas em diversos períodos, durante a fase mais crítica do temporal, de 6 a 7 de janeiro, de forma a garan-tir a segurança das embarcações. Para além de danos de pequena dimensão, não se verificaram acidentes maiores com navios, como havia acontecido há um ano atrás, pre-cisamente a 19 de janeiro de 2013, quando encalhou um navio de carga na praia da Torreira, na área de jurisdição da Capitania do Porto de Aveiro.

Legenda: Registo da agitação marítima – 6 de janeiro de 2014Como se pode observar das figuras acima, a altura signi-ficativa das ondas atingiu 8,5 metros na boia ondógrafo de Leixões e de 9 metros na bóia ondógrafo de Sines, com picos espúrios de 12 metros.Neste contexto de riscos costeiros, os danos nas estru-turas junto ao mar afetam as economias locais, têm enormes custos e demonstram a enorme força da nature-za, que todos os anos vai desgastando as obras de prote-ção costeira.a visão da proteção civil, em articulação com a Autori-dade Marítima, promove o enquadramento e a unida-de de esforço adequada, entre as várias entidades para a defesa das populações, dos seus bens, do património e do ambiente, não só pelas medidas práticas de resposta a acidentes graves e catástrofes, mas também de mitiga-ção de riscos e pelas medidas preventivas, de precaução e de antecipação.

Comandante Dionísio VarelaDireção-Geral de Autoridade Maritima Oficial de ligação no Comando Nacional Operações de Socorro

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NOTAEspaços marítimos sob jurisdição nacional: margem com 50 metros de largura em relação à linha de preia-mar e mar territorial, zona económica exclusiva, assim como os estuários e rios de fronteira e ainda o rio douro até espanha por ser navegável em toda a sua extensão.

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Foto:Esa -J.Hurt

Copernicus – sistema europeu de monitorização da Terra

Copernicus é um sistema europeu de monitorização da Terra, consistindo num conjunto complexo de sistemas que reúnem dados de várias fontes: sensores no mar, estações no solo, no ar e satélites de observação da terra, entre outras.

O sistema processa esses dados e fornece aos usuários informações atualizadas através de um conjunto de serviços relacionados fundamentalmente com o ambiente e com questões de segurança.Os serviços encontram-se focados em seis áreas temáticas fundamentais: terra, mar, atmosfera, mudanças climáti-cas, gestão de emergência e segurança e oferecem supor-te a uma ampla gama de aplicações, incluindo a proteção ao meio ambiente, gestão de áreas urbanas, planeamento regional e local, agricultura, silvicultura, pesca, saúde, transporte, mudanças climática, desenvolvimento susten-tável, proteção civil e turismo.Os principais utilizadores de serviços de Copernicus são decisores políticos e autoridades públicas, na fundamenta-ção de políticas, nomeadamente através de propostas legis-lativas estruturantes nas componentes ambientais, ou de decisões críticas e urgentes em caso de emergência, como acontece quando estamos perante situações de catástrofe natural ou mesmo de crise humanitária.O serviço Copernicus GIO-EMS (Emergency Management Service), implementado pela Comissão Europeia com o suporte da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Europeia do Ambiente (EEA), está na sua fase operacional

desde 1 de Abril de 2013 e alojado no site http://emergency.copernicus.eu/O serviço fornece, a pedido e sem custos, informação geoespacial, derivada de imagens de satélite em média e alta resolução, aos atores envolvidos na gestão de catás-trofes naturais ou de origem antrópicas e em situações de crises humanitárias. A informação gerada pode assim ser utilizada para suporte a tomada de decisões em situações de emergência e pós-emergência.O serviço pode ser ativado, pelos utilizadores autorizados, tanto em rush-mode como em non-rush mode, sendo a principal diferença entre estas duas modalidades o tempo

Foto:Esa -J.Hurt

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© R. Santos

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de elaboração e entrega da informação: horas ou poucos dias após evento para o serviço rush mode e semanas ou meses para o serviço non-rush, sendo este ultimo voca-cionado, em especial, para as atividades relacionadas com a prevenção, a preparação, a redução de risco de desastres e as fases de recuperação.Existem três categorias standard de produtos fornecidos: mapas de situação pré-evento permitindo comparativos entre o antes e o pós ocorrência; mapas com delimitação de áreas afetadas por um evento extremo; ou ainda mapas que registam níveis de danos e respetiva distribuição espacial.A Autoridade Nacional de Proteção Civil é, em Portugal, o National Focal Point deste serviço, tendo ativado re-centemente um serviço rush-mode – http://emergency.copernicus.eu/mapping/list-of-components/EMSR066), por ocasião da recente tempestade oceânica e forte ondu-lação marítima que atingiu a costa ocidental, e um serviço

non-rush mode (http://emergency.copernicus.eu/mapping/list-of-components/EMSN010) para a avaliação dos danos e prejuízos provocados pelos grandes incêndios da serra de Caramulo no verão passado.

Giuseppe CornagliaGabinete de Sistemas de Informação GeográficaDireção Nacional de Planeamento de Emergência – ANPC

Nos próximos dias 13 e 14 de fevereiro, Lisboa recebe um evento de sensibilização e treino sobre o Coper-nicus. A inscrição é gratuita, obrigando ao preenchi-mento de um formulário disponível em http://www.user-uptake-portal.org/copernicus-user-awareness-and-training-event/.

Foto:Esa -J.Hurt

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©José Fernandes

B R E V E S / C D O S

Condução de ambulâncias em emergência – Setúbal

Os Bombeiros Voluntários do Sul Sueste, Barreiro, em co-laboração com a Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e com a FEMÉDICA, realizaram no dia 11 de janeiro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, um workshop sobre “Condução de Ambulâncias em Emergência”, o qual se inseriu no plano de formação diferenciada do Corpo de Bombeiros para 2014. O evento contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal local, Carlos Humberto de Carvalho, que na sessão de abertura sublinhou a impor-tância da formação dos bombeiros face às cada vez maiores exigências que se impõem à sua atividade de proteção e so-corro. Para além de cerca de 70 elementos do Corpo de Bom-beiros do Sul e Sueste, contou ainda com a participação de 45 elementos oriundos de outros Corpos de Bombeiros e da Cruz Vermelha Portuguesa, espelhando dessa forma o inte-resse e a atualidade do tema deste workshop.

SMPC de Vila Nova de Gaia aposta na prevenção escolar - Porto

O Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) de Vila Nova de Gaia realizou , em 2013, 279 ações de sensibilização em 116 escolas do concelho, num universo de 12 391 alunos. As ações foram ministradas numa vertente conjunta de prevenção através de técnicos do SMPC, elementos da Corporação de Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia, das Corporações de Bombeiros Voluntários da Aguda, Avin-tes, Coimbrões, Crestuma e Valadares. O objetivo princi-pal centrou-se na aposta de comportamentos seguros em ambiente escolar e extra-escolar, com especial enfoque para o risco de incêndio na escola e em casa. A iniciativa traduziu-se num verdadeiro sucesso, quer pelo entusiasmo demonstrado por parte dos alunos, quer pela recetividade comprovada por parte dos docentes a este tipo de traba-lho multidisciplinar numa área tão importante como a da proteção civil.

III Jornadas Técnicas de Emergência - Aveiro

Integrado nas comemorações do 132º aniversário da Asso-ciação Humanitária de Bombeiros Voluntário de Aveiro–Velhos, decorram no Centro de Congressos de Aveiro, dia 18 de janeiro, as III Jornadas Técnicas de Emergência, este ano tendo como tema central a intervenção em matérias perigosas. O encontro juntou cerca de 160 pessoas, da área da proteção civil, desde Bombeiros de norte a sul de Portugal, elemen-tos dos GIPS e SEPNA da GNR, e vários serviços municipais de proteção civil, entre outros. A iniciativa serviu para debater vários temas em torno de matérias perigosas, uma área com alguma complexidade, no que diz respeito ao seu manuseamento. O primeiro ora-dor, Alferes Vitor José da Silva Lopes do Exército Portu-guês focou a sua intervenção nas ameaças NBQR (nuclear, biológica, química e radiológica), meios de deteção, defesa e descontaminação, seguindo-se o segundo painel, com-posto por elementos do Regimento Sapadores Bombeiros de Lisboa, que abordaram a temática da classificação dos vários agentes e os procedimentos perante o cenário de contaminação

I Seminário “Gestão de Grandes Sinistros”– Setúbal

Decorreu no dia 11 de janeiro, nas instalações da Associa-ção Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, o primeiro seminário subordinado ao tema “gestão de gran-des sinistros”, inserido nas comemorações do 123º aniver-sário da Associação. O evento contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal, Joaquim Estevão Judas, e do Comandante Operacional de Agrupamento Distrital Sul, Elísio Oliveira.A diversidade de abordagens pelos dos oradores resultaram numa partilha de experiências e ensinamentos pertinentes para uma efetiva gestão de grandes sinistros considerando diferentes fases designadamente a prevenção, a formação e preparação e a atuação através de temas como “organiza-ção da segurança em centros comerciais”; “a abordagem a grandes sinistros”; “a relação com os órgãos de comunica-ção social”; “a gestão operacional de um grande sinistro” e “a importância do novo regime jurídico de – Segurança contra Incêndio em Edifícios”.O evento, contou com a presença de representantes de cor-pos de bombeiros de várias zonas do país e ainda de diver-sas entidades cooperantes no âmbito da atividade de pro-teção civil, esgotou a capacidade do auditório numa clara demonstração do interesse que estas matérias têm para todos os agentes.

Page 12: PROCIV # 71 (fevereiro de 2014)

3 a 7 de fe verei ro, Obera m mergau, A lem a n h aEU ROPE A N SE C U R I T Y C O OPE R A-T ION C OU R SE

Cu rso de Seg u ra nça e Cooperação Eu-ropeia d a O TA N (NATO School), com a pa r t icipação de u m e lemento d a Autor i-d ade Nacion a l de P roteção Civ i l .

21 de fe verei ro, Br u xe l as, Bé lg icaR EU N I ÃO D O G RU PO DE T R A BA LHO PRO C I V

Tem luga r nest a d at a, no â mbito d a presidência d a Grécia do Con se l ho d a Un ião Eu ropeia, a re u n ião per iód ica do g r upo de t raba l ho PROCI V.A re u n ião , e m que Por t uga l é re prese n-t ado pe l a A N PC, i ncid i rá sobre m até-r ias con siderad as pr ior it á r ias pa ra a á rea d a proteção civ i l comu n it á r ia.

A G E N D A

http://issuu.com/anpc

Leia-nos através do

24 a 28 de fe verei ro, Rom a, It á l iaCOM MU N I T Y M E C H A N I SM I N T RO -DUC T ION C OU R SE

Decor re no â mbito do prog ra m a de for m ação do Meca n i smo Eu rope u de P roteção Civ i l, e terá a pa r t icipação de doi s re prese nt a ntes d a A N PC.

2 2 a 28 de fe verei ro, Re v i nge, SuéciaT E C H N IC A L E X PE RT S C OU R SE Cu rso de “ Tech n ica l Ex per t s Cou rse”, onde est a rá prese nte u m e le me nto d a A N PC. Est a ação faz pa r te do prog ra m a de for m ação do Meca n i smo Comu n i-t á r io de P roteção Civ i l e dest i n a-se a me l hora r os n ívei s de pre pa ração dos per itos, be m como me l hora r a coorde-n ação e a t ra n sm i ssão de con heci me n-tos ent re as equ ipas de i nter venção. O prog ra m a de for m ação, f u nd a me nt a l n a pre pa ração de especia l i st as i nter n a-cion a i s pa ra i nter ve nções d a P roteção Civ i l de nt ro ou fora do espaço geog rá f i-co d a Un ião Eu ropeia, for nece u m a pl a-t a for m a pa ra pa r t i l h a de e x per iê ncias e i ntercâ mbio e nt re per itos.

13 e 1 4 de Fe verei ro, Li sboa E V E N T O DE SE NSI BI LI Z AÇ ÃO E T R EI NO S OBR E O C OPE R N IC U S

A i n sc r ição é g rat u it a, obr iga ndo ao preench i mento de u m for mu l á r io d i spon íve l em ht t p://w w w.u ser-upt a ke-por t a l .org/coper n ic u s-u ser-aw a re ness-a nd-t ra i n i ng-e vent/