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Produção Animal Avicultura - ed28

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28a edição da revista sobre o mercado avícola do Brasil e do mundo

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33

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Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosThaís Façanha [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Luciano [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e Assinatura(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expediente editORiALProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Ciência avícola brasileira e os números de produção e mercado em destaque

A já tradicional divulgação do ranking

dos dez principais estados brasileiros na

produção avícola (página 33) vem nesta

edição de Produção Animal-Avicultura, a

revista do AviSite, acompanhada dos nú-

meros referentes ao fechamento do se-

mestre. A principal constatação com rela-

ção aos preços de frango e ovos é de que

o período de entressafra das carnes, quan-

do os preços dos três animais e das respec-

tivas carnes sobem quase ininterrupta-

mente até o final do ano, não pôde ser

percebido em julho deste ano (abertura de

Estatísticas e Preços - página 36).

Os 50 anos da Festa do Ovo de Bastos

também estão em destaque nesta edição.

Reunindo exposição com inovações e pro-

dutos utilizados no setor avícola, além da

Jornada Técnica, Encontro dos Avicultores,

shows e apresentações, o principal evento

nacional da avicultura de postura movi-

mentou cerca de R$ 15 milhões nos três

dias de feira.

Boa parte desta edição da Revista do

AviSite também é dedicada ao trabalhos

científicos vencedores do Prêmio Lamas

(página 22). Este material conta com a co-

laboração dos autores e informações adi-

cionais sobre as pesquisas e é uma forma

de entrar em contato com o que de me-

lhor tem se produzido na ciência avícola

brasileira.

Festa do Ovo de BastosEvento discute LTI, ações para aumento das exportações de ovos e abastecimento de milho e soja

Ciência Avícola AplicadaConheça maissobre os trabalhosvencedores doPrêmio Lamas 2009

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ................................................................ 04Notícias Curtas .................................................... 06AviGuia ............................................................... 20Ciência Avícola ................................................... 31Associações ......................................................... 32Portfólio Aviguia ................................................ 48Classificados ....................................................... 49 ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 36Alojamento de matrizes de corte ..........................................37Produção de pintos de corte ................................................ 38Produção de carne de frango ............................................... 39Exportação de carne de frango............................................ 40Disponibilidade interna de carne de frango ........................41Alojamento de matrizes de postura .................................... 42Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 43Desempenho do frango vivo no mês de julho .................... 44Desempenho do ovo no mês de julho ................................. 45Matérias-primas ..................................................................... 46

Sumário

16

Ponto FinalInvestimentos no IB de Bastos auxiliam no crescimento do setor de postura

Os 10 mais Ranking da

produção avícola nos estados brasileiros

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Eventos

4 Produção Animal | Avicultura4 Produção Animal | Avicultura

2009

Agosto

19 a 21 de agostoAve Expo 2009 & III Fórum Internacional de AviculturaLocal: Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu, PRRealização: Editora AnimalworldContato: (19) 3709-1100Informações: www.aveexpo.com.br

25 a 27 de agostoTecnoCarne 2009Local: Centro de Exposições Imigrantes, São PauloRealização: Brazil Trade Shows Contato: (11) 3598-7800 Informações: www.tecnocarnes.com.br

29 de agosto a 6 de setembroExpointer Local: Parque Assis Brasil, Esteio, RSRealização Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (SEAPPA)Contato: (51) 3288-6223Informações: www.expointer.rs.gov.br/

Setembro

2 a 4 de setembro II Simpósio Regional de Avicultura e Suinocultura e II Encontro das Indústrias Avícolas e Suinícolas da BahiaLocal: Pestana Bahia Hotel, Salvador, BARealização: Associação Baiana de AviculturaContato: (71) 2102-6608Informações: www.gt5.com.br/sras/programa.aspE-mail: [email protected]

3 e 4 de setembro Simpósio Goiano de AviculturaLocal: Castro’s Park Hotel, GoiâniaRealização: Associação Goiana de Avicultura (AGA) e Universidade Federal de GoiásContato: (62) 3202 3665Informações: www.agagoias.com.brE-mail: [email protected]

10 e 11 de setembroVI Curso de Atualização em Avicultura para Postura ComercialLocal: UNESP/FCAV, Jaboticabal, SPRealização: UNESP/FCAV, APA e Instituto BiológicoContato: (16) 3209-1300Informações: www.funep.com.br/eventosE-mail: [email protected]

14 a 17 de setembro Mercoagro - 8ª Feira Internacional de Processamento e Industrialização da Carne Local: Parque de Exposições Tancredo Neves, Chapecó, SCRealização: Brazil Trade Shows Contato: (11) 3598-7800Informações: www.mercoagro.com.br

30 de setembro e 1º de outubro Simprotec CarnesLocal: Sociedade rural do Paraná, Londrina, PRRealização: TechFoods e Universidade Estadual de Londrina (UEL)Informações: www.techfoods.com.br/

Outubro

6 a 9 de outubroXXI Congresso Latino-Americano de Avicultura e Avimundo 2009Local: Centro de Exposições PABEXPO, Havana, CubaRealização: ALA e Associação Cubana de Produtores Avícolas (SOCPA)Informações: www.avicultura2009.com E-mail: [email protected]

10 a 14 de outubro Anuga 2009Local: Koelnmesse, Colônia, AlemanhaInformações: www.anuga.com/E-mail: [email protected]

21 a 23 de outubro8º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e NutriçãoLocal: Balneário Camboriú, SCRealização: ACAV (Associação Catarinense de Avicultura)E-mail: [email protected]

27 e 28 de outubroFórum Nacional da AviculturaLocal: BrasíliaRealização: UBA e ABEFE-mail: [email protected]

Novembro

11 a 13 de novembro I Congresso Internacional sobre Nutrição de Aves e SuínosLocal: Auditório do Instituto Agronômico de Campinas Av. Barão de Itapura, 1481Realização: CBNAInformações: www.cbna.com.brE-mail: [email protected]

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6 Produção Animal | Avicultura

Notícias

As mais lidas no AviSite em julho1

A primeira notícia mais lida no AviSite no mês de julho refere-se ao alojamento de pintos

de corte nos estados brasileiros. Segundo o texto, SC e RS são responsáveis por pouco mais de 30% dos alojamentos. Já o PR alojou sozinho 25% do total entre janeiro e maio deste ano. O texto diz ainda que os quatro estados do Sudes-te ocuparam juntos a terceira posição com 24% do alojamento. Para conferir o assunto com mais detalhes, veja as páginas 33 a 35.

Distribuição da produção de frango no Brasil traz surpresas em 2009

2

O texto discorre sobre o índice de exportação da carne in natura que, apesar de ter regis-

trado no primeiro semestre de 2009 uma receita cambial quase 20% menor que a de um ano atrás, manteve a mesma 4ª posição registrada no mesmo período de 2008.

Frango manteve, no semestre, quarta posição da pauta exportadora

3A inflação apontada pelo indicador “Índice

Geral de Preços – Disponibilidade Interna” (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas totalizou até junho uma evolução de 299,97%. Ou seja, praticamente retrocedeu aos níveis registrados um ano atrás quando registrou evolução de 296,95% (cinco meses depois essa evolução chegaria a 305,98%). Esse assunto é o tema discutido na terceira notícia mais lida no AviSite, que ainda comenta a situação do ovo, do milho e do frango vivo.

Frango, ovo, milho e inflação nos 15 anos do real

4

A quarta notícia mais lida no AviSite em julho comenta o aumento e o recuo do preço do

frango in natura exportado. Segundo o texto, enquanto no primeiro semestre do ano passado foi registrado aumento de 28,6% sobre o mes-mo período do ano anterior, neste ano verificou-se recuo de 18,5%. Além disso, o primeiro se-mestre de 2009 foi encerrado com receita cambial 19,3% menor que a do primeiro semes-tre de 2008.

No semestre, preço do frango exportado ficou próximo do registrado em 2007

5Observando que um dos fatores que força o setor a realizar

importações é a produção insuficiente para atender a de-manda interna, o Presidente do Conselho Mexicano de Carnes afirmou que o setor representado está disposto a absorver maior volume de bovinos, aves e suínos produzidos nacionalmente se os produtores passarem a operar sob o sistema de inspeção federal e dispuserem dos produtos requeridos para a fabricação de embuti-dos e outros industrializados cárneos.

Produção interna é insuficiente para atender demanda mexicana de carnes

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Produção Animal | Avicultura 7

A través da Instrução Normativa (IN) nº 25, de 2 de julho de 2009, publicada no Diário Oficial da União do dia 3

de julho, o Ministério da Agricultura está implementando o “Sistema de Alerta Zoossanitário, Fitossanitário, Sanitário e outras não-conformidades” relacionadas a produtos animais e vegetais importados e exportados pelo Brasil. A medida visa, principalmente, facilitar rápidas e adequadas ações de gestão dos riscos nessas áreas.

De acordo com a IN, o Sistema será notificado sempre que forem detectadas suspeitas ou não-conformidades que causem riscos de ordem sanitária animal ou vegetal. A notifi-cação poderá ser feita por órgãos do próprio MAPA, por centrais de alerta no exterior ou, mesmo, por qualquer pes-soa ou entidade pública ou privada.

MAPA implementa sistema de alerta zoossanitário Objetivo é facilitar rápidas e adequadas ações de gestão de riscos

Legislação

AAbef quer que a Rússia revise a política de cotas para importação de frango em 2010. A solicitação é para que

o país passe a adotar o sistema de nação mais favorecida e acabe com a política de cotas geográficas. Segundo a Agência Estado, o diretor executivo da entidade, Ricardo Santin, oficializou o pedido ao governo russo durante encon-tro em Moscou, na terceira semana de julho.

Em 2009, até final de julho, representantes do governo brasileiro haviam feito sete visitas à Rússia para tratar do tema. Apesar do esforço, a decisão do país a respeito de uma possível descontinuidade do sistema de cotas de importação de carnes foi adiada mais uma vez.

A Rússia adota uma política de importação de 1,2 milhão de toneladas de carne de frango por ano. Desse total, os Estados Unidos têm uma cota de 760 mil toneladas com taxação diferenciada, assim como a Europa, que é dona de uma fatia de 280 mil toneladas. Todos os demais países ex-portadores possuem uma cota de 12 mil toneladas por ano e é nessa parcela que o Brasil está incluído.

Brasil vai à Rússia negociar revisão na política de cotas para frangoRussos favorecem exportadores americanos de olho na OMC

Exportação

Agora chegou

(11) 4538-7744 [email protected]

REVESTIMENTO TÉRMICOPARA TELHADOS

Telha de fibrocimento e galvanizada

Canaletão de cimento ou concreto

Silos de armazenagem

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Notícias

A partir dos dados do IBGE relativos ao abate animal no Brasil, constata-

se que os frangos abatidos no país no primeiro trimestre de 2009 tiveram um peso médio que variou desde 1.866 gramas (Rio de Janeiro) até mais de 2,5 kg (2.554 gramas em Alagoas; 2.594 gramas em Rondônia). A variação encon-trada entre o menor e o maior peso é de pouco mais de 39%, enquanto em rela-ção à média nacional (2.074 gramas) as variações máximas foram de -10% e +25% abaixo e acima da média, respectivamente.

O baixo peso médio observado entre os três estados do Sul decorre do fato de grande parte da produção local ser ex-portada como “griller”, aves de baixo peso médio.

Peso médio do frango no Brasil varia quase 40%Diferença entre menor e maior peso é de pouco mais de 39%

Mercado interno

Com base em dados do Departamento de Agricultura dos

EUA (USDA), o AviSite comentou na primeira semana de julho que nos pri-meiros cinco meses de 2009, a China foi o segundo maior importador do frango norte-americano, respondendo por 13% do total exportado pelos EUA. Mas o mais importante nos dados do USDA é a rápida evolução dessa partici-pação, fato demonstrado pela seguinte regressão: neste ano, 13% do total; no ano passado, 10,5%; há cinco anos (2004) apenas 0,75%.

Aparentemente, porém, esses nú-meros não refletem toda a realidade das exportações norte-americanas para a China, fato sugerido por um outro le-vantamento do USDA, este efetuado pela equipe do órgão sediada em terri-tório chinês. E tais dados apontam não só que a China já é a principal importa-dora de frango dos EUA (ou seja, supe-rou a Rússia), como também caminha rapidamente para se tornar a maior im-portadora do mundo.

Segundo dados de importação le-vantados pela equipe chinesa do USDA,

o volume total adquirido externamente pela China em 2008 aproximou-se do 1,7 milhão de toneladas, volume que a colocaria como o maior importador mundial do produto, visto que as impor-tações totais da Rússia, até agora consi-derada a principal importadora de carne de frango, somaram em 2008 (dados do USDA) 1,160 milhão de toneladas.

E como a Rússia promete reduzir sig-nificativamente suas compras externas de carne de frango, a China tende a fir-mar ainda mais sua posição de maior im-portador mundial do produto.

China pode ser o maior importador mundial Compras externas do país em 2008 aproximaram-se do 1,7 milhão de toneladas

Carne de frango

8 Produção Animal | Avicultura

2.594gramas

2.554 gramas

1.866 gramas

1.947 gramas

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Produção Animal | Avicultura 9

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Segundo projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvi-

mento Econômico (OCDE) a partir de um trabalho conjunto com a Organiza-ção das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em um espaço de 10 anos a produção mundial de carne avícola deve crescer 23%, a de carne suína 17% e de carne bovina pouco mais de 12%.

Contando com 30 membros, a OCDE é a entidade dos países desen-volvidos ou ricos, como os integrantes do bloco da União Européia, EUA, Ja-pão, Austrália e Coréia do Sul, só para citar alguns. Os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) são, no momento, os países com maiores possibilidades de integrar a OCDE.

Tendências no Brasil, China e EUA

Parece ser lógico um país com uma população de 1,3 bilhão de habitantes produzir maior volume de carnes avíco-las que outro país com apenas um terço dessa população – a despeito das difi-culdades geográficas, de meio ambien-te, de disponibilidade de matérias-pri-mas e outras que esse país venha a enfrentar.

Estamos falando, claro, dos dois líderes na produção mundial de aves, China e EUA, que, entretanto, têm o segundo e o primeiro volumes de pro-dução – o que, sem dúvida, revela certa incongruência.

Pois essa incongruência, nas proje-ções da OCDE, tem data certa para acabar. Assim, a tendência é de que, senão em 2009, provavelmente em 2010 a China estará superando os EUA

e tornando-se o maior produtor mun-dial de carnes avícolas. De um lado, porque a produção chinesa deve cres-cer mais de 15% no biênio 2009-2010. De outro, porque a produção norte-americana tende ao retrocesso até o ano que vem e só deve retornar aos níveis de 2008 por volta de 2012.

Em 2018 a produção chinesa deve chegar aos 23 milhões de toneladas (expansão de quase 38% em relação a 2008), enquanto a dos EUA deve apre-sentar incremento que não deve chegar a 10%, ficando próxima dos 21,5 mi-lhões de toneladas.

Essas indicações, porém, levam a uma outra constatação: a de que o Brasil, onde o carro-chefe das aves é a carne de frango, não conseguirá alcan-çar as outras duas potências tão cedo – ainda que a distância que separa o Brasil de ambas venha diminuindo. E isso também é apontado pelas proje-ções da OCDE. Dessa forma, enquanto a produção dos EUA deve aumentar menos de 10% e a chinesa cerca de 38%, a brasileira deve apresentar incre-mento de 52% e, assim, chegar a 2018 com um volume da ordem de 17,7 milhões de carnes avícolas, especial-mente a de frango.

Em 2018, produção mundial de carne de aves ultrapassa a de suínaCrescimento para setor avícola é de 23% no mesmo período

OCDE

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Produção Animal | Avicultura 11

O total exportado pelos EUA entre janeiro e maio deste ano au-

mentou 5,2%, atingindo 1,3 milhão de toneladas.

De acordo com o USDA, em maio passado as empresas avícolas norte-americanas exportaram 262.675 toneladas de carne de frango (volu-me que não inclui as patas de fran-go), o que significou recuo de 9% em relação às 288.472 toneladas exportadas em maio do ano passado.

Porém, a despeito da crise na economia mundial, nos últimos 12 meses as exportações dos EUA só registraram resultados negativos em três ocasiões: em novembro de 2008 e em abril e maio de 2009. Em con-seqüência, o setor acumula, nos 12 meses encerrados em maio último, uma evolução positiva de 10,21%, índice que corresponde à exportação de 3,222 milhões de toneladas de carne de frango.

EUA enfrentam dificuldades com seus grandes comprado-res de frango

Embora tenham aumentado suas exportações de carne de frango em 5,2% nos cinco primeiros meses de 2009, os EUA enfrentam dificuldades em seus dois grandes mercados: Rússia e China.

A Rússia, maior importador mun-dial do produto e principal cliente dos EUA, segue em sua política de estimular a produção interna e redu-zir as importações.

Em 2005, a Rússia absorveu qua-se um terço (32,5%) das exportações norte-americanas de carne de fran-go, índice que recuou para 26% no ano passado e, neste ano ( janeiro/maio) se encontra em apenas 20%.

Embora não estejam visíveis nos dados referentes ao período janeiro-maio de 2009, os problemas com a China são mais graves, pois entre as várias disputas comerciais entre os

dois países desenrola-se uma “guerra do frango” que pode resultar no embargo chinês ao fran-go norte-americano.

Alojamento de pin-tos de corte, nos EUA, decresceu qua-se 6%

Já em relação ao alo-jamento de pintos de corte, o país apresentou nas primeiras 25 semanas do ano, ou seja, até a terceira semana de junho, um recuo de 5,74% em relação ao mesmo perío-do do ano passado.

A redução vem se mantendo relativamente constante semana após semana e fez com que a produção deste ano recu-asse para pouco mais de 4,2 bilhões de pintos de corte, contra mais de 4,450 bilhões em 2008.

Exportação de frango dos EUA cresceu 5% entre janeiro e maioNos últimos 12 meses, resultados negativos foram registrados apenas três vezes

Mercado externo

EUA Exportação de carne de frango

MIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR.

jun 248,780 253,692 1,97%

jul 219,430 293,138 33,59%

ago 245,194 289,671 18,14%

set 231,004 284,649 23,22%

out 270,911 303,349 11,97%

nov 278,905 258,851 -7,19%

dez 189,216 234,239 23,79%

jan 206,637 275,695 33,42%

fev 230,030 254,392 10,59%

mar 246,810 265,148 7,43%

abr 268,280 247,185 -7,86%

mai 288,472 262,255 -9,09%

EM 5 MESES

1.240,229 1.304,675 5,20%

EM 12 MESES

2.923,669 3.222,265 10,21%

MÉDIA 12 MESES

243,639 268,522 10,21%

Fonte: USDA – Elaboração e análises: AVISITE

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12 Produção Animal | Avicultura

Empresas

A Reuters informou que a produtora francesa de medicamentos Sanofi-

Aventis ampliou sua atuação em saúde animal com a compra da outra metade da Merial que pertencia à parceira nor-te-americana Merck por 4 bilhões de dólares em dinheiro. A operação abre caminho para um acordo ainda maior.

As empresas decidiram explorar uma joint-venture de medicamentos para animais domésticos e gado que

pode ser líder em um mercado global de mais de 19 bilhões de dólares. As empresas vincularão a Merial com ativi-dades similares em uma companhia combinada que será formada pela fu-são de 41 bilhões de dólares da Merck com a Schering-Plough.

Sempre de acordo com a Reuters, a Sanofi pagou um preço alto para ter o controle da Merial, focada principal-mente em saúde animal. A principal

rival da companhia na área é a Fort Dodge, parte da norte-americana Wye-th, que está sendo adquirida pela Pfizer.

Se a Sanofi e a nova Merck concor-darem em definitivo em juntar a Merial com a Intervet, o valor da Merial iria para 8 bilhões de dólares e o da Inter-vet iria para 9,25 bilhões de dólares. Qualquer joint-venture, porém, precisa-ria do aval de autoridades antitruste.

Sanofi compra restante da MerialNegócio com a Merck foi fechado em 4 bilhões de dólares

Aquisição

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da

Justiça, definiu os detalhes para a assina-tura de um acordo com a Perdigão e a Sadia para que a união entre as empresas fique suspensa até o julgamento final do negócio.

De acordo com informações do Valor Online, desta forma, a compra da Sadia pela Perdigão não se torna um fato consu-mado e é possível impor restrições à fu-são, se assim for julgado pelo órgão. A idéia básica dos conselheiros é que as estruturas das empresas sejam mantidas em separado. Isso significa que elas não poderão unir os seus sistemas de distribui-

ção e venda de produtos num nível que impeça uma eventual separação.

As empresas também terão de manter os seus ativos principais, como marcas e fábricas. Assim, o Cade poderá utilizar a venda de marcas e de unidades industriais como condição à aprovação do negócio, caso entenda que essas medidas sejam necessárias para limitar o poder das com-panhias e garantir a competição no mercado.

Ainda de acordo com o Valor, o órgão antitruste também discute a imposição de medidas para que as empresas não demi-tam por conta da fusão. Assim, ficaria descartada a otimização de mão-de-obra

entre as empresas: a demissão de funcio-nários de uma delas porque o serviço seria passado para outra. Isso é comum em fusões e aquisições, mas, no caso da Sadia-Perdigão, o órgão antitruste preten-de garantir a preservação das estruturas das companhias e isso inclui o quadro de pessoal.

Oferta PúblicaA Brasil Foods obteve R$ 5,3 bilhões

numa oferta pública para capitalização da companhia. A Perdigão anunciou que vai transferir R$ 950 milhões à empresa, dentro do processo do saneamento finan-ceiro necessário por conta dos derivativos.

Cade costura acordo suspensivoObjetivo é manter fusão suspensa até o julgamento final

BR Foods

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Produção Animal | Avicultura 13

Sobrou pouco espaço para falar daBio-Coccivet-R, mas também, sobrou pouca gente que ainda não sabe como ela é boa.

Obrigado aos 81% do mercadoque já confiam no Biovet paralevar saúde às suas reprodutoras.

10% 20%

30% 40%

50% 60%

70% 81%D

ESA

FIO

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14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

A Secretária de Estado de Desenvol-vimento Agrário, da Produção, da

Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) divulgou que a Diplomata Industrial e Comercial deve retomar os abates de aves na planta de Mato Gros-so do Sul até o dia 15 de outubro.

A assessoria de imprensa da Diplo-mata confirmou a informação á reda-ção da Revista do AviSite e explicou que o Incubatório volta a funcionar no

início de agosto e, desta forma, os abates devem voltar a acontecer na data informada, na ordem de 30 mil aves por dia.

A unidade da empresa com sede em Cascavel, no Paraná, teve os abates suspensos em dezembro de 2008.

A Seprotur também informou que, quanto aos débitos dos produtores junto ao Banco do Brasil ficou acordado que a instituição credora chamará os

produtores, em suas respectivas agên-cias, para o início das negociações dos débitos.

A Diplomata afirma também que a planta sul-mato-grossense deve receber novos investimentos com o objetivo de voltar a fazer parte da Lista Geral de Exportadores até o final de 2009. Á época que a empresa adquiriu o frigorí-fico (antigo Comaves), a unidade já não fazia mais parte da lista.

Diplomata garante volta dos abates em MSUnidade teve abates suspensos em dezembro de 2008

Retomada

A Coopercentral Aurora investe R$ 116 milhões na ampliação da uni-

dade de industrializados de carnes em São Gabriel do Oeste, Mato Grosso do Sul (MS). Segundo o Diário Catarinense, a cooperativa concluiu uma fábrica de hambúrgueres com produção destina-da, principalmente, ao mercado paulista.

Dos R$ 26 milhões aplicados até agora na unidade, R$ 10 milhões foram destinados para a instalação da nova área de industrializados de car-nes, como lingüiças cozidas e defu-madas. A Coopercentral ainda deve usar uma parte dos recursos para aumentar o abate de 1,2 mil suínos por dia para 1,5 mil.

Atualmente, a fábrica de São Ga-briel do Oeste produz, por mês, 300 toneladas de hambúrgueres, 1,1 mil toneladas de embutidos e 50 tonela-das de bacon.

A Aurora, com matriz em Chape-có, tem unidades fabris também em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Aurora pretende exportar 10 mil toneladas de frango para a China Além de ampliar a unidade de indus-trializados de carnes em São Gabriel do Oeste, a Aurora tem planos tam-bém otimistas em relação à exporta-ção. Segundo entrevista à Bloomberg de Dilvo Casagranda, diretor-geral de mercado exterior da Aurora, a empre-sa pretende exportar 10 mil toneladas de carne de frango para a China a partir de 2010.

Aurora investe R$ 116 milhões em fábricaUnidade que será ampliada é a de São Gabriel do Oeste, MS

Ampliação

R$ 10 milhões foram destinados para a instalação de nova

área de industrializa-dos de carnes

Sede da Aurora em Chapecó, SC

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Produção Animal | Avicultura 15

Chefiada pelo ministro do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio

Exterior (MDIC), Miguel Jorge, uma missão oficial constituída por autorida-des e empresários esteve em Cuba no início de julho com o objetivo de incre-mentar as trocas bilaterais e os investi-mentos brasileiros no país.

Um dos resultados concretos obti-dos na viagem foi a contratação da paranaense Globoaves pelo governo cubano para implantar no país um moderno projeto de avicultura indus-trial, de características inéditas, que contempla todos os segmentos da cadeia de produção.

Sob a denominação de Projeto Industrial Avícola (PIA), o “pacote” é

desenvolvido em duas etapas: a pri-meira compreende a parte da agricul-tura, começando com o plantio de milho e soja e prosseguindo com a construção de silos, armazéns e toda a

infra-estrutura exigida para a fabrica-ção da ração, que representa 70% do custo do quilo do frango.

Já a segunda fase do projeto abrange a implantação das granjas e das demais instalações do complexo industrial necessário para o processa-mento do produto final.

No caso de Cuba, estão previstos o cultivo de 20 mil hectares de grãos e a construção de 100 aviários, mais incu-batório, fábrica de ração, frigorífico com capacidade para abate de 80 mil frangos/dia e um centro de distribuição.

As informações foram divulgadas pela assessoria de comunicação da Globoaves.

Globoaves vende para Cuba “pacote” completo de cadeia produtivaEstão previstos o cultivo de 20 mil hectares de grãos e a construção de 100 aviários

Trocas bilaterais

O site do Diário do Norte do Paraná divulgou na terceira semana de

julho que a cooperativa Agropecuária e Industrial Cocari captou R$ 115 milhões para marcar entrada no mercado avícola.

Com sede em Mandaguari, a 39 km de Maringá (PR), a cooperativa obteve empréstimo de R$ 100 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extre-mo Sul (BRDE), além de R$ 15 milhões no Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi).

O site afirmou ainda que do recurso federal, R$ 37 milhões serão usados para a construção de uma nova fábrica de ração (com produção de 45 tonela-das por hora), anexa à já existente, e de

um abatedouro (que deverá ficar pron-to em 2012) com capacidade inicial de processamento de 110 mil frangos por dia, ambas em Mandaguari.

Outros R$ 13 milhões do recurso federal serão usados para a melhoria de entrepostos da Cocari. A unidade de beneficiamento de soja e trigo, em Faxinal, terá sua capacidade ampliada de 120 mil para 250 mil sacas.

Cocari investirá R$ 115 milhões no setor avícolaSerão usados R$ 37 milhões para construção de nova fábrica de ração e abatedouro

Captação

Representantes da Globoaves e de Cuba e ministro Miguel Jorge (de branco, ao centro)

Segundo dados do site “O Pioneiro”, a prefeitura de São Marcos (RS) investiu

R$ 1,8 milhão na construção de seis aviá-rios. O investimento, feito em parceria com a Penasul e um avicultor da cidade, foi voltado para construção de seis aviários de 170 x 12 metros, com capacidade para

60 mil aves poedeiras matriz e 7 mil galos nos seis aviários, com produção de 40 mil ovos férteis por dia. O total de área cons-truída chega a 12,6 mil metros quadrados.

O site diz ainda que a Secretaria de Obras do Interior realizou o serviço de terraplenagem em uma área de aproxima-

damente 40 mil metros quadrados, além de outras obras na rede de esgoto e elétrica.

Segundo cálculos da empresa Penasul, o retorno aos cofres da União, Estado e município deverá ser de cerca de R$ 1 milhão por ano.

São Marcos, RS, investe R$1,8 milhão na aviculturaInvestimento foi voltado para construção de seis aviários de 170mX12m

Construção

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Quando foi realizada a primeira Festa do Ovo de Bastos, em 1959,

o município, de cerca de 20 mil habi-tantes localizado na região oeste de São Paulo, a 549 Km da capital, exis-tia há apenas 30 anos. Naquela épo-ca, a produção de ovos ainda engati-nhava e havia chegado à cidade pelas mãos dos imigrantes japoneses que fundaram e transformaram Bastos na cidade com a maior porcentagem de pessoas de origem asiática do estado e, provavelmente, do país inteiro.

Antes de se firmar na avicultura e receber o título de Capital do Ovo, o município experimentou as culturas do café, do algodão e a do bicho-da-seda.

A avicultura despontou como uma oportunidade em 1949, mas já existia na região desde 1930. Foi as-sim que Bastos conheceu sua vocação econômica e de 1957 em diante, o número de granjas começou a aumentar.

Em 2007, a produção foi de 11.906.869 ovos por dia, 496.119 por hora, 8.268 por minuto e 137 ovos por segundo.

A Festa do Ovo é também um evento festivo e reúne não só uma exposição com inovações e produtos utilizados no setor avícola, além da Jornada Técnica e do Encontro do Avicultores, mas também shows e apresentações.

Durante a festa, a cidade costuma receber quase cinco vezes mais do que o seu total de habitantes. O re-cinto de Exposições Kisuke Watana-be foi construído especialmente para receber o evento.

Nos três dias de feira, os negócios concretizados movimentaram cerca de R$15 milhões.

O Coordenador da seqüência de palestras, José Roberto Bottura, afir-ma que, apesar do momento de pre-ços baixos vivenciados pelos avicul-tores de postura em julho, o evento foi excelente e os produtores da re-gião compareceram em peso assim como no ano anterior.

Postura

16 Produção Animal | Avicultura

Com meio século de tradição, Festa do Ovo de Bastos enaltece a vocação econômica da regiãoMunicípio responde por 20% da produção nacional de ovos e 45% da estadual

Abertura da feira, que movimentou cerca de R$15 milhões

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Produção Animal | Avicultura 17

A preocupação de Bottura explica-se: O preço médio da caixa de 30 dú-zias do ovo branco fechou julho de 2009 com valores cerca de 20% abai-xo das médias alcançadas no mesmo período do ano anterior e quase 15% menores que os valores de junho de 2009.

De toda forma, a Jornada Técnica tem sido um espaço técnico dentro do evento para discutir temas atuais. Este ano, estiveram em pauta Larin-gotraqueíte Infecciosa das Aves (LTI), as ações para aumento das exporta-ções de ovos e o abastecimento de mi-lho e soja.

A manhã de palestras tem sido, desde 2002, uma oportunidade para discutir a LTI e suas conseqüências.

Neste ano, Fernando Gomes Bu-chala, Coordenador do Programa Es-tadual de Sanidade Avícola, levou aos participantes a informação de que a Laringotraqueíte na região de Bastos entra na fase de erradicação a partir de agosto de 2009. Nesta fase os obje-tivos são: 1- Manter as medidas de profilaxia estabelecidas no Bolsão de Bastos, pela Resolução SAA27 de 30/09/2003; 2- Usar exclusivamente vacinas obtidas em cultura celular (TCO), durante um período de tempo suficiente para abater todas as aves vacinadas com vacinas obtidas em ovos embrionados (CEO); 3- Introdu-

zir vacinas recombinantes nas gran-jas após o uso exclusivo de vacinas TCO; 4- Monitorar os estabelecimen-tos avícolas com notificação de Doen-ças Respiratórias por diferentes testes de diagnóstico (PCR, Isolamento vi-ral, Histopatologia, e Sorologia); e 5- Reconhecer as propriedades livres e autorizar a movimentação de aves para fora do Bolsão de Bastos.

A LTI é uma doença multifatorial que tem no Herpesvírus seu agente etiológico, cuja característica epide-miológica de baixa patogenicidade o torna diretamente dependente de fa-tores predisponentes para seu desen-

cadeamento. É uma doença de distri-buição geográfica cosmopolita e ocorrências são freqüentemente rela-tadas em áreas de grande concentra-ção avícola.

Na região de Bastos, Estado de São Paulo, área de maior concentração de granjas de aves de postura no Brasil, a avicultura enfrentou problema de LTI a partir de meados de 2002. A ocor-rência foi oficialmente notificada em 27/12/2002 e desencadeou o planeja-mento, a implantação e a administra-ção de um programa oficial de controle.

Ainda em 2005 a doença havia

sido declarada como “Área controla-da para Laringotraqueíte Infecciosa das Aves com vacinação”. Já em 2006, uma portaria da Secretaria de Defesa Agropecuária definiu as análises peri-ódicas das medidas de biosseguridade implementadas; as avaliações epide-miológicas e os critérios para autori-zação da prática da muda forçada.

Também durante o evento, a Uni-dade de Pesquisa e Desenvolvimento de Bastos, SP, do Instituto Biológico (UPDB), recebeu o certificado NBR ISO 9001:2000 para o diagnóstico so-rológico de Mycoplasma gallisepti-cum e Mycoplasma synoviae e as obras de ampliação do prédio do la-boratório (leia mais sobre este assun-to na página 50).

Mesa composta por autoridades na Jornada Técnica

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Avicultores presentes na manhã de palestras

José Roberto Bottura e Erico Pozzer presentes na entrega das obras de ampliação do prédio do laboratório de Bastos

Fernando Buchala: Laringotraqueíte em Bastos entra na fase de erradicação

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18 Produção Animal | Avicultura

Postura

O Concurso de Qualidade do Ovo de Bastos mostra que o forte da região não é apenas a grande produção de ovos, mas também a qualidade. O concurso presidido por Sérgio Kaki-moto, médico veterinário e também pesquisador da APTA Pólo Alta Pau-lista, é realizado há mais de trinta anos. Os primeiros colocados foram os avicultores Luiz Hirai, na categoria ovos brancos, Dante Miyakubo, em ovos vermelhos e Arildo Lino Peixoto em ovos de codorna.

A comissão julgadora do concurso deste ano foi composta por Ademir Moreira (Granja Planalto), Adilson Padovan (Hy-Line), Carlo Pizzolante (Apta Regional centro-Oeste), Cristi-na Togashi (Apta CAAPTA-IB), Fer-nando Resende (MSU), José Medina Garcia (Multimix), Márcia Cristina Zonta (Apta-Alta Paulista), Mário Nihei (Kunitomo), Rafael Kuiavisk (Interaves), Ricardo Ito (Nutron), Ser-gi Abe (Amicil) e Victor Arantes (Uniquímica).

São premiados cinco avicultores

em cada categoria, além de uma men-ção honrosa para ovos brancos, ovos vermelhos e ovos de codorna.

De acordo com o Informativo do Concurso de Qualidade da Festa do Ovo de 2009, neste ano, para o julga-mento das amostras foi utilizada a máquina Digital Egg Tester, modelo Det 6000, um aparelho que mede a qualidade do ovo sob rigorosos parâ-metros científicos, cedida pela em-presa japonesa Nabel. Com ele, é pos-sível medir a altura da clara e calcular a Unidade Haugh com precisão e também o peso do ovo, a cor da gema e a resistência da casca. Tudo isso em

15 segundos. O teste de coloração da gema através do índice de betacarote-no aplicado por um profissional da DSM foi outra novidade do concurso.

Os ovos são avaliados em seus as-pectos internos e externos, sendo ob-servados a uniformidade de tama-nho, sujeiras, defeito de formato, textura, falta de uniformidade na co-loração e espessura de casca. A avalia-ção da qualidade interna é feita le-vando-se em conta a presença de mancha de sangue, coloração da gema, consistência de clara externa e centralização da gema. Cada item analisado recebe uma pontuação dada por cada grupo de juízes. Ao fi-nal da classificação, a soma dos pon-tos obtida de todos os aspectos ava-liados de qualidade externa, interna e espessura de casca aponta a melhor bandeja pela classificação de todos os juízes. Seguem abaixo os vencedores:

Dekalb White e Dekalb Brown consagraram-se como a dupla campeã do concorrido Concurso de Qualidade do Ovo depois de ficar com nove dentre os doze troféus entregues.

De acordo com seu departamento de marketing, a Planalto, fornecedora exclusiva das poedeiras Dekalb, tem o compromisso de levar ao mercado produtos com qualidade assegurada. Com sede na cidade de Uber-

lândia-MG, é uma empresa 100% brasileira, que há 45 anos distribuiu seus produtos em todo território na-cional, América Latina, Europa e África.

Com a campanha “Planalto, fornecedora de produ-tos com qualidade assegurada” a empresa preparou um estande onde a equipe comercial recebeu inúme-ros visitantes de todas as regiões do Brasil e até do exterior.

Categoria Ovos Branco

1º - Granja Hirai (Dekalb White)

2º - Granja Ono (Hisex White)

3º - Edison Yoshikawa (Dekalb White)

4º - Makoto Higashi (Dekalb White)

5º - Granja Mizohata (Dekalb White)

6º - Granja Iwayama (Dekalb White)

Categoria Ovos Vermelhos

1º - Granja Miyakubo (Dekalb Brown)

2º - Granja Tsuru (Dekalb Brown)

3º - Makoto Higashi (Dekalb Brown)

4º - Katsuhide Maki (Isa Brown)

5º - Granja Mizohata (Dekalb Brown)

6º - Marcelo Maki (Hisex Brown)

Dekalb White e Brown: dupla campeã

Concurso de qualidade do ovo

Comissão julgadoraSérgio Kakimoto, médico veterinário e Presidente do concurso

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Entre os dias 30 de junho e 2 de julho aconteceu a 16ª edição do

Curso de Sanidade Avícola, voltado para o setor de postura comercial, no Hotel Fazenda Duas Marias, em Jaguariúna, SP. Promovido pela Fort Dodge, o evento gratuito reuniu a equipe de especialistas da compa-nhia, além de profissionais das prin-cipais empresas brasileiras de avicul-tura de postura a fim de aprimorar a capacitação de pessoas ligadas à área.

Voltado para profissionais de formação média ou superior, que buscam informações ou reciclagem em sanidade avícola, o curso abor-dou temas como técnicas de vacina-ção, farmacologia, competitividade no setor, boas práticas de fabrica-ção (BPF) e doenças como Gumboro, Pneumovirose, Salmoneloses, Micoplasmoses, Colibacilose, entre outras. Os pre-sentes puderam participar de aulas teóricas e simulações de situações práticas.

A primeira palestra do evento foi apresentada por Alexandre Zocchi, que teve como tema a

“Desinfecção para granjas de poe-deiras comerciais”, comentando os conceitos práticos da farmacologia. Zocchi lembrou a importância da escolha certa do antimicrobiano e que é muito comum a interpretação errada do diagnóstico das aves. Segundo ele, tudo deve ser tratado com muita atenção. Para finalizar

completou: “o mercado está em constante mudança e temos que estar preparado para elas”.

Já a segunda palestra foi proferi-da por Sérgio Kenji Kakimoto, da Granja Kakimoto, que comentou a história da avicultura e a competi-ção no mercado atual. “A competi-tividade é ter consumidor que possa escolher o produto”, afirmou no início da apresentação, completan-do mais tarde que os fatores do setor competitivo englobam logísti-ca, gestão, acompanhamento da tecnologia, entre outros. “Quando fala em competição, você vai anali-sar a lucratividade, ou seja, se a atividade dá retorno ou não”.

Diego Tsuyoshi Ito, assistente

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Fort Dodge realiza o 16º Curso de Sanidade Avícola para postura comercialEncontro aprimorou capacitação de profissionais das principais empresas do setor avícola

Evento

20 Produção Animal | Avicultura

Participantes no primeiro dia do evento

Alexandre Zocchi

Kenji Kakimoto Diego Tsuyoshi Ito

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Produção Animal | Avicultura 21

Fort Dodge realiza o 16º Curso de Sanidade Avícola para postura comercialEncontro aprimorou capacitação de profissionais das principais empresas do setor avícola

A Aviagen Inc., sediada em Huntsville, nos Estados Unidos,

recentemente nomeou Derek Emmerson como Vice-Presidente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Neste cargo, Derek será o responsá-vel pela supervisão do Programa de Melhoramento de Aves de Corte, pela direção e implementação do Programa de Melhoramento Genético, além de gerenciar a gené-tica, testes e orçamentos relevantes de Pesquisa & Desenvolvimento. Ele também vai liderar os esforços de comunicação entre o departamento de P&D, clientes e colaboradores, estabelecendo um banco de dados técnico para a equipe de campo.

Emmerson é mestre em ciência avícola pela Universidade da Virginia e PhD em Genética e Ciência Avícola pela Universidade de Ohio.

Contratação

Aviagen nomeia novo Vice-Presidente Profissional será responsável pelo Programa de Melhoramento

Derek Emmerson

técnico, explicou aos participantes as boas práticas de fabricação (BPF). Segundo ele, os cuidados mais im-portantes a serem tomados são: controle de pragas e roedores, con-trole de qualidade da água (como o uso de água potável), controle de descarte de resíduos, higiene e saú-de dos funcionários da granja, lim-peza dos ambientes, manutenção preventiva dos equipamentos, con-trole de matérias-primas (como crité-rios para escolha dos fornecedores), armazenagem de produtos (controle de temperatura, separação de emba-lagens) e controle de qualidade. Para ele, a sala de classificação de ovos, a fábrica de ração e as granjas são os lugares nos quais o profissional deve começar a implantar as BPF.

Depois foi a vez de Alberto Bernardino, da Fort Dodge, falar sobre a Colibacilose, doença causa-da pela bactéria Escherichia Coli. Foram discutidos assuntos como transmissão, diagnóstico, profilaxia, sinais clínicos e lesões, tratamento e prevenção.

Já Felipe B. Pelicione, da Fort

Dodge, falou sobre técnicas de vaci-nação, encerrando a seqüência de palestras do primeiro dia do curso. Felipe apresentou alguns cuidados, como verificar sempre a validade da vacina, confirmar o lacre do produto e se a embalagem possui alguma rachadura. Em relação ao armazena-mento do produto, o assistente técnico deu dicas mais detalhadas: nunca deixar no congelador, nas partes superiores ou inferiores da geladeira ou ainda na porta. O ideal é deixá-la nas prateleiras do meio, local onde a temperatura varia com menos freqüência. “Muita coisa prejudica a qualidade da vacina. Os vírus vacinais, por exemplo, são sensíveis à luz, calor, cloro, pH, de-sinfetantes e outros”. Quando co-mentou sobre a vacinação via água, citou vantagens e desvantagens, como o processo de imunização que é rápido e barato, mas que, por outro lado, deixa dúvidas na qualida-de da água e não tem um controle fácil, já que fica difícil saber se todas as aves foram imunizadas.

O dia seguinte foi iniciado com a palestra de Lúdio Gomes, também da empresa organizadora do evento, que falou sobre a doença de Gumboro. Em seguida, Alberto Bernardino comentou a doença de Marek e outras do complexo respira-tório, como Bronquite Infecciosa e Pneumovirose. Já Pelicione apresen-tou os aspectos que envolvem a Bouba Aviária e a Encefalomielite Infecciosa. O segundo dia do curso terminou com aulas práticas de casos clínicos, vacinação e monitoria.

Para completar, o dia de encerra-mento contou com a palestra de Diego Ito sobre Coriza Aviária e Síndrome da Queda de Postura (EDS), seguida pela apresentação de Alberto Inoue, da Fort Dodge, com o tema “Salmonelose” e de Nair K. Ito, da Spave, sobre Micoplasmose.

Alberto Bernardino

Felipe B. Pelicione

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22 Produção Animal | Avicultura

Prêmio Lamas

Ciência avícola aplicada Neste ano não foi diferente. Mais

uma vez a inscrição de trabalhos científicos ao Prêmio de Pesquisa Avícola Professor José Maria Lamas da Silva bateu recorde com relação ao ano anterior. Foram 281 pesquisas inscritas em quatro áreas. Nutrição com 133, sanidade, 68, produção, 42 e outras áreas com 38 inscrições. O professor que dá nome ao prêmio, José Maria Lamas da Silva, da Escola de Veterinária da Universidade Fede-ral de Minas Gerais (UFMG), foi um dos mais respeitados técnicos da avi-cultura, prematuramente falecido no início dos anos 90. Instituída no fi-nal da década de 80, a premiação se-

gue honrando o nome do homenage-ado. Os participantes são estudantes de graduação, pós-graduação, mes-trandos, doutorandos e pesquisado-

res, principalmente das áreas de me-dicina veterinária e zootecnia. Todos os trabalhos aprovados foram publi-cados na forma de CD-rom como Anais do Prêmio Lamas.

A 27ª Conferência Facta, que neste ano aconteceu em conjunto com

o 21º Congresso Brasileiro de Avicul-tura (Porto Alegre, 25 a 28 de maio de 2009), reservou seu primeiro dia à apresentação dos trabalhos técnicos em avicultura. A entrega dos prêmios aconteceu nesta mesma noite. Al-guns trabalhos foram apresentados apenas oralmente e outros somente em pôster durante a programação do evento. Há ainda os trabalhos que

Prêmio Lamas 2009: 281 pesquisas inscritas em quatro áreas e sete vencedores

Edir Nepomuceno: “A cada ano os alunos têm melhorado a apresentação e a qualidade dos

trabalhos, tanto na forma quanto no conteúdo”

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Produção Animal | Avicultura 23

Ciência avícola aplicada Daiane Voss, co-autora, Clarissa Vaz e

Luana Alves, também co-autora

Tatiana Carlesso dos Santos

não foram selecionados para apresen-tação oral ou em pôster, e foram so-mente publicados. Além dos quatro prêmios principais, foram entregues também três menções honrosas.

Para Edir Nepomuceno da Silva, Presidente da FACTA, o Prêmio Lamas é fundamental no processo de forma-ção dos futuros palestrantes do setor avícola. “Esta iniciativa também esti-mula o jovem a trabalhar na área e se destacar no mercado profissional”, afirma ele, completando que “a cada ano os alunos têm melhorado a apre-sentação e a qualidade dos trabalhos, tanto na forma quanto no conteúdo”.

Para evidenciar ainda mais o mé-rito dos pesquisadores vencedores, a Revista do AviSite divulga nas próxi-mas páginas um comentário dos au-tores das pesquisas e na seqüência, um resumo dos trabalhos. A íntegra dos textos e das tabelas pode ser con-ferida no AviSite na seção Ciência & Tecnologia: www.avisite.com.br/cet.

NutriçãoTrabalho Vencedor

Tatiana Carlesso dos Santos, aluna da Universidade Estadual de Maringá e au-tora do trabalho intitulado “Efeito da Vi-tamina E em Dietas Suplementadas com Óleo sobre Parâmetros de Fertilidade de Galos Reprodutores” acredita que o tema tem grande importância para a reprodu-ção das aves, já que a vitamina E previne a degeneração dos espermatozóides. Du-rante a pesquisa foi analisada a influên-cia de suplementação dessa vitamina em dietas em que se faz adição de óleo, sen-do utilizadas rações com óleo de soja e com óleo de peixe, para grupos reprodu-tores da linhagem Cobb com 5 semanas. “No experimento avaliamos o tamanho e o peso dos testículos quando os esper-matozóides atingem os ovos para fecun-dá-los, de cada grupo que recebeu ração com diferentes níveis de Vitamina E (0, 150, 250 e 350 mg/kg de ração)”, afirma. Esse método permite analisar a fertilida-de de machos e de fêmeas, tal como a ca-pacidade reprodutiva.

ResultadoEmbora os ovos fossem de pesos se-

melhantes, as aves provenientes de matrizes adultas apresentaram melhor desempenho. A ração pré-inicial mi-cro peletizada favoreceu o desempe-nho das aves, independente da idade da matriz.

Não foi observada influência dos níveis de Vitamina E sobre o tamanho e peso dos testículos dos galos, nem sobre o número de espermatozóides que conseguiram chegar ao ovo no oviduto das galinhas.

SanidadeTrabalho Vencedor

Clarissa Silveira Luiz Vaz, pesquisado-ra da Embrapa Suínos e Aves, é a autora principal da pesquisa sobre o uso de bac-teriófagos (vírus que atacam bactérias) no controle biológico de Salmonella Enteriti-dis em frangos de corte.

O estudo foi conduzido pela Embrapa e, segundo a autora, motivado pela restri-ção cada vez maior ao uso de antimicro-bianos na avicultura. A idéia era buscar uma alternativa para o controle e redução do patógeno. “Ao longo dessa pesquisa, a Embrapa identificou 3 diferentes fagos (vírus), isolados de fezes de aves no Bra-

sil”, afirmou. Estudos prévios mostraram que estes fagos reduzem a concentração de S. Enteritidis no intestino de frangos quando administrados de forma terapêu-tica às aves infectadas experimentalmen-te pela bactéria. O trabalho apresentado foi realizado para obter a caracterização molecular desses bacteriófagos por meio do seqüenciamento de regiões de seu DNA. As seqüências obtidas foram com-paradas às seqüências de DNA de outros fagos depositadas no GenBank.

ResultadoNão foram encontradas similaridades

significativas, embora as similaridades

mais elevadas foram frente às seqüências de DNA de fagos com características se-melhantes: genoma DNA dupla fita e per-tencentes à ordem dos Caudovirales (Po-doviridae, Myoviridae e Siphoviridae). Estes resultados sugerem que os fagos es-tudados pela Embrapa não foram previa-mente descritos.

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24 Produção Animal | Avicultura

Prêmio Lamas

Participantes são estudantes de graduação, pós-graduação, mestrandos, doutorandos e pesquisadores, principalmente das

áreas de medicina veterinária e zootecnia

Ana Beatriz Traldi

Nutrição Menção Honrosa

Doutorando em zootecnia na UFR-GS, na área de produção e nutrição animal, André Favero pesquisou os “Aspectos Físicos da Ração para Perus Jovens e suas Implicações na Digesti-bilidade de Nutrientes”.

Segundo ele, existe uma busca constante por inovações tecnológicas que visam aumentar a rentabilidade do segmento de perus, necessitando assim de pesquisas para avaliar a via-bilidade da adoção destas tecnologias. “A oferta de rações micro peletizadas para animais nas fases iniciais moti-varam a realização desse trabalho em perus no período de 1 a 21 dias de ida-de, uma vez que dietas trituradas vêm sendo utilizadas pelas empresas brasi-leiras nessa fase”, afirma.

ResultadoOs resultados obtidos mostraram

que a forma física da ração não teve efeito sobre a digestibilidade, no en-tanto, rações produzidas com milho de 606 e 806 µm, indiferentemente da forma física da ração, proporcionaram uma melhora no aproveitamento de matéria seca, proteína (nitrogênio) e gordura além de um incremento na EMAn de até 44 kcal/kg de ração em comparação com rações produzidas com grãos de milho finamente moí-dos, 380 µm.

Sendo assim, a granulometria dos grãos de cereais é um ponto crítico que deve ser considerado no momen-to da fabricação de rações e a adoção ou não de rações micro peletizadas dependerá de uma análise criteriosa de custo benefício, bem como o mo-mento mais oportuno para sua utilização.

ProduçãoTrabalho Vencedor

Para o bom desempenho de fran-gos de corte é mais importante o peso dos ovos incubados ou a idade da ma-triz que produziu estes ovos? O bene-fício alcançado com o consumo de ra-ções processadas na fase pré-inicial é semelhante para frangos provenientes de ovos de mesmo peso, independen-te da idade da matriz? Esse benefício pode se manter até os 42 dias de cria-ção? Estas são as questões que a pes-quisa liderada por Ana Beatriz Traldi, zootecnista e estudante de doutorado da ESALQ/USP, buscou esclarecer.

Para isso, foram selecionados 1080 ovos com peso médio de 62g, prove-nientes de matrizes de 29 e 55 sema-nas de idade, da linhagem Ross. Se-gundo Ana Beatriz, os ovos foram incubados e após a eclosão instalou-se um experimento de desempenho na universidade, com 1380 pintos. “Na primeira semana de vida as aves fo-ram alimentadas com rações de mes-ma fórmula, porém, de formas físicas diferenciadas (farelada, triturada e micro-peletizada). Dos sete aos 42 dias, as aves receberam rações de com-

posição nutricional única, na forma farelada”, explica. Após esta etapa, fo-ram avaliados peso vivo, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.

ResultadoOs resultados mostraram que, nos

períodos de 1 a 7 e 1 a 42 dias, as aves oriundas de matrizes adultas apresen-taram melhor desempenho, esclare-cendo que este é influenciado pela ida-de da matriz e não pelo peso do ovo incubado. As aves que consumiram ra-ção micro peletizada na fase pré-inicial apresentaram maiores peso vivo, con-sumo de ração e ganho de peso não só na primeira semana, mas até os 42 dias. Dessa forma, foi possível concluir que o fornecimento de uma ração processa-da, apesar de mais cara, se justifica na primeira semana, uma vez que o bene-fício é mantido até o final da criação, independente da idade da matriz de que estes frangos são provenientes.

Produção Menção Honrosa

Danilo Florentino Pereira, estudan-te da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, pesquisou os pontos críti-cos de temperatura do incubatório. A importância do estudo, segundo ele, deve-se ao fato de o desenvolvimento do embrião depender da temperatura do ar, da perda de calor pela casca do ovo para o microambiente ao seu redor e da própria produção de calor pelo embrião em função do seu estágio de incubação. “O efetivo monitoramento e o controle desses fatores proporcio-nam um aumento tanto no índice de eclosão de ovos, como também em pin-tinhos mais saudáveis e resistentes”, explica Danilo.

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ResultadoEm incubadoras de estágio múlti-

plo, os ovos em diferentes estágios de incubação e a intensificação das ativi-dades dentro da máquina dificultam o controle do ambiente. Utilizando câ-meras termográficas e termohigrome-tros, identificou-se que a temperatura, a umidade relativa e a velocidade do ar são pontos críticos desse processo e que devem ser mais bem controlados, pois estão afetando diretamente nas perdas de calor dos ovos para o am-biente e prejudicando o desenvolvi-mento dos embriões.

Outras áreasTrabalho Vencedor

Wanderley Moreno Quinteiro Fi-lho, estudante da Faculdade de Medi-cina Veterinária e Zootecnia da USP, explica que o trabalho “Efeitos do Es-tresse sobre os índices zootécnicos, a integridade do trato intestinal e a imu-nidade inata em frangos de corte” teve como objetivo correlacionar os temas de bem-estar animal e a neuroimuno-modulação na avicultura.

“O estresse causa inúmeros proble-mas para a produção e imunidade das aves. Um tipo de estressor especial na avicultura é o estresse por calor, dessa forma realizamos o estudo para anali-sar os efeitos desse estresse em frangos de corte, em especial, sobre a atividade do eixo neuroimune das aves”, afirma Wanderley.

Foram analisados os índices zoo-técnicos, a integridade do trato intesti-nal, os níveis séricos de corticosterona e a imunidade inata.

ResultadoO estresse térmico por calor dimi-

nuiu os índices zootécnicos e a imuni-dade inata dos frangos de corte. De fato, observamos ativação do eixo HPA (Hipófise-Pituitária-Adrenal), aumen-to dos níveis de corticosterona, dimi-nuição do consumo de ração, e conse-qüentemente do ganho de peso; e também diminuição da atividade dos macrófagos peritoneais. A diminuição

da imunidade inata por sua vez seria responsável pelas alterações da micro-biota intestinal e/ou da integridade dessa mucosa, aumentando os proces-sos inflamatórios que resultariam em diminuição da absorção de nutrientes, e assim do ganho de peso.

Outras Áreas Menção Honrosa

A pesquisa de Vanessa Aparecida Mello da Silva é voltada à indústria fri-gorífica. Baseada no levantamento das condenações e na determinação das causas, a estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul pesqui-sou os pontos de possíveis melhorias no processo de produção. O trabalho determinou e quantificou as diferen-tes condenações totais e parciais de frangos originadas dentro de uma in-dústria frigorífica, conforme critérios do Serviço de Inspeção Federal e indi-cou as causas mais prevalentes. Uma parte considerável das carcaças das aves produzidas no Brasil é descartada

devido à condenação da fiscalização do serviço de inspeção do Ministério da Agricultura. As principais causas de condenação em abatedouros são: con-taminação fecal, dermatites, dermato-ses, celulites, hematomas, desloca-mentos, fraturas, miopatias e calos de peito. As outras perdas são decorrentes de inadequações nos processos de produção.

ResultadoDos 51.605.942 frangos produzidos

em sistema de integração, 2,2% sofre-ram condenação parcial e 0,05% sofre-ram condenação total. Entre as causas de condenação parcial, a mais preva-lente foi contusão/fratura. Já entre as causas totais, a escaldagem excessiva total obteve o maior percentual, ocor-rendo em situações de parada de linha de abate. Foi verificado que as conde-nações por contusão/fratura deviam-se a má regulagem de depenadeiras e manejo incorreto de retirada de aves das gaiolas.

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26 Produção Animal | Avicultura

Prêmio Lamas

Efeito da Vitamina E em dietas suplementadas com óleo sobre parâmetros de fertilidade de galos reprodutores

IntroduçãoOs antioxidantes possuem um papel

importante na reprodução das aves. A vitamina E (vit E) é um antioxidante na-tural e melhora a qualidade do sêmen e a habilidade de fertilização em galos prevenindo a peroxidação lipídica das membranas dos espermatozóides.

Naturalmente encontrada no esper-ma de galos e perus, a vit E está envolvi-da na manutenção da integridade e mo-tilidade espermática e sua suplementação na dieta de matrizes permitiu o aumen-to na performance reprodutiva destas. Sendo assim, a suplementação de níveis crescentes de vit E na dieta de matrizes foi analisada como antioxidante asso-ciado a duas fontes de óleo, com o obje-tivo de avaliar seus efeitos na fertilidade.

Material e MétodosForam utilizados 32 machos e 384

fêmeas de corte da linhagem Cobb alo-jados em 32 boxes (1 galo: 12 matrizes), providos de ninhos convencionais, be-bedouro e comedouro para macho e fêmeas em um regime de ilumina-ção de 17 horas de luz di-árias. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casuali-zado em esquema fato-rial 2x4 com duas fontes de óleo (soja e peixe) e quatro níveis de vit E (0, 150, 250 e 350 mg/kg de ração) sendo oito trata-mentos e quatro repeti-ções. Foi adicionado às rações experimentais 1,5% de óleo, indepen-dente da fonte, em todas as dietas experimentais, as quais foram formula-das a base de milho e fa-relo de soja (15% de PB e 2750 Kcal/kg de EM). Na 50ª semana de idade, fo-ram coletados todos os ovos produzidos em um dia, de cada repetição, os quais foram identifica-dos e armazenados a 40C. Os ovos fo-ram quebrados e obtidos fragmentos de 1x1cm da membrana perivitelínica so-bre o disco germinativo dos ovos e no pólo oposto. Os fragmentos foram lava-dos em NaCl 1%, dispostos sobre lâmi-nas de vidro onde receberam solução de DAPI (1µg/ml em PBS) e em seguida re-cobertos com lamínula (2). As lâminas foram vedadas com esmalte de unha e

analisadas em microscópio de fluores-cência, em objetiva de 20x. Foram ana-lisados cinco campos (área total 0,72 mm2) de cada região (disco germinati-vo e pólo oposto) e contados os esper-matozóides (sptz), representados em sptz/mm2. Ás 52 semanas de idade, os machos foram abatidos e os testículos coletados e mensurados. Os dados fo-ram analisados pelo SAS através dos modelos lineares generalizados.

Resultados e DiscussãoNão houve diferença (P>0,05) no

número de espermatozóide aderidos à membrana perivitelínica e na biometria dos testículos e na dos reprodutores ali-mentados com

dietas suplementadas com óleo de soja ou peixe e vit E.

Em trabalhos realizados com codor-nas foi observado que a suplementação moderada de vit E (150 UI/kg) melho-rou o desempenho reprodutivo dos ma-chos. Porém, apesar de a literatura citar melhora reprodutiva com a adição de

vit E na dieta de aves, esta diferença não foi observada nos parâmetros analisados.

ConclusãoA suplementação de vit E em rações

de matrizes não influenciou valores mé-tricos de testículos e nem o número de espermatozóides que chegam ao oócito no momento da fertilização.

TC Santos1, AE Murakami1, JIM Fernandes2, LS Carvalho1 / 1 - Departamento de Zootecnia, DZO/UEM / 2 - Faculdade de Medicina Veterinária, UFPR

Aspectos físicos da ração para perus jovens e suas implicações na digestibilidade de nutrientesA Favero1 A Maiorka2, F Dahlke2, RF Sens1, FLP Valle3, R Buratto3

Tabela 1 – Valores médios da biometria dos testículos de reprodutores alimentados com dietas suplementadas com óleo de soja ou peixe e vit E.

Comp (mm)

Largura (mm)

Volume (m3)

Peso(g)

Vit E

0 46,4±2,20 25,4±0,89 15,0±1,19 14,9±0,83

150 44,5±1,58 23,9±0,81 12,7±1,28 12,6±0,98

250 44,7±2,22 24,9±1,50 15,0±1,86 15,6±2,08

350 45,6±1,82 23,8±0,75 13,4±1,23 13,7±1,33

Óleo

Soja 45,3±1,23 24,17±0,70 13,70±0,88 13,59±0,86

Peixe 44,5±1,47 24,68±0,81 14,21±1,20 14,54±1,27

Média 45,18 24,42 13,95 14,05

CV (%) 12,65 12,77 30,84 30,98

Análise Variância

Vit E NS NS NS NS

Óleo NS NS NS NS

Interação NS NS NS NS

R2 —— —— —— ——

NS = Não significativo.

IntroduçãoA adequação da moagem dos grãos, na maio-

ria das vezes, necessita de baixos investimentos e podem resultar em menor custo de energia elétri-ca, e melhor desempenho zootécnico. Sabe-se da importância de fornecer grãos grosseiramente moídos para aves, no entanto, o tamanho de par-tícula em rações processadas é um assunto de grande discussão e seus efeitos em rações proces-sadas apresentam contradições. Devido a perus possuírem aversão a rações pulverulentas, o sur-gimento de rações micro-peletizadas para ani-mais nas fases iniciais motivou a realização deste trabalho que teve por objetivo verificar o efeito do tamanho de partícula dos cereais e a forma física da ração para perus na fase inicial sobre a utilização dos nutrientes contidos na dieta.

Material e MétodosO experimento foi conduzido com 360 perus

machos da linhagem B.U.T.A 9, com um dia de idade, alojados em baterias metálicas e divididos em seis tratamentos com seis repetições de dez aves cada, decomposto em um modelo fatorial 2 x 3, duas formas físicas de ração (Peletizada-Tri-turada e Micro-peletizada) e três tamanhos de partículas de milho (pequeno, médio e grosso), nessa mesma ordem, o diâmetro geométrico mé-dio (DGM) foi de 380, 606 e 806µm, com os valo-res de DPG de 2,07; 1,99 e 1,87, respectivamente. O método de coleta total de excretas durante o período de 16 a 21 dias foi utilizado para a deter-minação da digestibilidade da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigi-da para balanço de nitrogênio (EMAn). O óxido férrico a 1% foi utilizado como marcador no pri-meiro e último dia de coleta. Os resultados obti-dos foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de SNK (Student-Newman-Keuls).

Resultados e DiscussãoA digestibilidade não foi influenciada pela

forma física da ração, entretanto, houve efeito do tamanho de partícula. Perus alimentados com ração produzida com grãos de tamanho médio e grosso, aumentaram a digestibilidade da MS, PB e EE. A interação significativa entre a forma física e o tamanho de partícula para a digestibilidade da matéria seca é devido a partículas de tamanho grosso apresentarem uma maior digestibilidade na forma triturada em relação à micro-peletiza-da, o que pode ser devido ao processamento des-sas rações estar alterando o tamanho de partícula dos ingredientes. O tempo de permanência do alimento nos segmentos do trato gastrintestinal é dependente da estrutura física do alimento in-gerido, partículas de maior tamanho estimulam o refluxo gastroduodenal, o qual tem por finali-dade re-expor a digesta intestinal às secreções en-zimáticas e oportunizar uma melhor digestão, o que por sua vez, pode contribuir para uma maior absorção dos nutrientes contidos nos alimentos.

Na Tabela 2, a EMA e EMAn não foram influen-ciadas pelos tratamentos (P=0,05), em relação ao tamanho de partículas, rações produzidas com grãos grosseiros em comparação aos finamente moídos, apresentam uma melhora na EMA e EMAn de 66 e 44 kcal, respectivamente.

ConclusãoA forma física da ração não teve efeito sobre

os parâmetros avaliados, no entanto, rações pro-duzidas com tamanho de partícula médio e gros-so, indiferentemente da forma física, proporcio-naram uma melhor digestibilidade de PB e EE, além de uma maior retenção de matéria seca em perus na fase inicial.

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Produção Animal | Avicultura 27

Aspectos físicos da ração para perus jovens e suas implicações na digestibilidade de nutrientes

Efeito da idade da matriz e da forma física da ração pré-inicial no desempenho de frangos provenientes de ovos de pesos semelhantes

IntroduçãoO peso do pinto de um dia está

relacionado ao peso do ovo incubado e consequentemente à idade da ma-triz, uma vez que matrizes adultas tendem a produzir ovos maiores. En-tretanto é possível ocorrer ovos de pesos semelhantes dentro de lotes de matrizes de idades distintas, porém, com composições diferentes. Atual-mente empregam-se rações especiais na primeira semana de vida da ave, considerado o período de maior de-senvolvimento relativo e adaptação à alimentação. A forma física da ração é um fator que pode influenciar seu consumo e o desenvolvimento da ave nesta fase. Desta forma, o objeti-vo deste trabalho foi avaliar o desem-penho de frangos de corte prove-nientes de ovos de pesos semelhantes produzidos por matrizes de idades distintas e consumindo rações pré-iniciais farelada, triturada e micro-peletizada.

Material e MétodosForam incubados 1080 ovos de

cada lote de matrizes da linhagem Ross em uma mesma incubadora de estágio único, pertencente a um in-cubatório comercial. As matrizes apresentavam 29 e 55 semanas de idade e o peso dos ovos foi padroni-zado em 62 g [58 - 66 g] para ambas as idades, representando aproxima-damente 25% da população de ovos produzidos por cada lote de matriz. Após a eclosão, 690 pintos provenientes de cada idade de matriz foram utilizados em um experimento de desempenho, sendo alojadas 46 aves por boxe (metade de cada sexo). O delineamento experi-mental utilizado foi o inteiramente ca-sualizado, com seis tratamentos e cinco repetições, em esquema fatorial 2x3 (idade da matriz x forma física da ração pré-inicial). Na fase pré-inicial foram utilizadas rações de fórmula única, dife-renciadas nas formas físicas farelada, tri-turada e micro-peletizada, produzidas na empresa Agroceres Nutrição Animal Ltda, cujo consumo foi limitado em 200 g/ave. Do final da fase pré-inicial até os 42 dias de idade, as aves receberam uma mesma ração, na forma farelada, cujo fornecimento foi ad libitum. As variá-veis avaliadas foram: peso vivo, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.

Resultados e DiscussãoOs resultados obtidos encontram-se

na Tabela 1. Não houve interação signifi-cativa entre forma física e idade da ma-triz, porém, houve efeito significativo dos fatores principais. Em ambos os pe-ríodos, as aves provenientes de matrizes de 55 semanas apresentaram maiores peso vivo, ganho de peso e consumo de ração, porém, sem influência na conver-são alimentar. Em relação à forma física, em ambas as fases avaliadas, de maneira geral, os melhores resultados foram apresentados pelas aves que consumi-ram ração micro-peletizada, porém, me-lhor conversão alimentar foi observada apenas no período de 1 a 7 dias, uma vez que os resultados não diferiram no perí-odo total.

ConclusãoEmbora os ovos fossem de pesos se-

melhantes, as aves provenientes de ma-trizes adultas apresentaram melhor de-sempenho. A ração pré-inicial micro-peletizada favoreceu o desempe-nho das aves, independente da idade da matriz.

AB Traldi1, JFM Menten1, AMC Racanicci1, CS Silva1, PV Rizzo1, J Santarosa1

1 - Departamento de Zootecnia – ESALQ/USP

IntroduçãoA adequação da moagem dos grãos, na maio-

ria das vezes, necessita de baixos investimentos e podem resultar em menor custo de energia elétri-ca, e melhor desempenho zootécnico. Sabe-se da importância de fornecer grãos grosseiramente moídos para aves, no entanto, o tamanho de par-tícula em rações processadas é um assunto de grande discussão e seus efeitos em rações proces-sadas apresentam contradições. Devido a perus possuírem aversão a rações pulverulentas, o sur-gimento de rações micro-peletizadas para ani-mais nas fases iniciais motivou a realização deste trabalho que teve por objetivo verificar o efeito do tamanho de partícula dos cereais e a forma física da ração para perus na fase inicial sobre a utilização dos nutrientes contidos na dieta.

Material e MétodosO experimento foi conduzido com 360 perus

machos da linhagem B.U.T.A 9, com um dia de idade, alojados em baterias metálicas e divididos em seis tratamentos com seis repetições de dez aves cada, decomposto em um modelo fatorial 2 x 3, duas formas físicas de ração (Peletizada-Tri-turada e Micro-peletizada) e três tamanhos de partículas de milho (pequeno, médio e grosso), nessa mesma ordem, o diâmetro geométrico mé-dio (DGM) foi de 380, 606 e 806µm, com os valo-res de DPG de 2,07; 1,99 e 1,87, respectivamente. O método de coleta total de excretas durante o período de 16 a 21 dias foi utilizado para a deter-minação da digestibilidade da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigi-da para balanço de nitrogênio (EMAn). O óxido férrico a 1% foi utilizado como marcador no pri-meiro e último dia de coleta. Os resultados obti-dos foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de SNK (Student-Newman-Keuls).

Resultados e DiscussãoA digestibilidade não foi influenciada pela

forma física da ração, entretanto, houve efeito do tamanho de partícula. Perus alimentados com ração produzida com grãos de tamanho médio e grosso, aumentaram a digestibilidade da MS, PB e EE. A interação significativa entre a forma física e o tamanho de partícula para a digestibilidade da matéria seca é devido a partículas de tamanho grosso apresentarem uma maior digestibilidade na forma triturada em relação à micro-peletiza-da, o que pode ser devido ao processamento des-sas rações estar alterando o tamanho de partícula dos ingredientes. O tempo de permanência do alimento nos segmentos do trato gastrintestinal é dependente da estrutura física do alimento in-gerido, partículas de maior tamanho estimulam o refluxo gastroduodenal, o qual tem por finali-dade re-expor a digesta intestinal às secreções en-zimáticas e oportunizar uma melhor digestão, o que por sua vez, pode contribuir para uma maior absorção dos nutrientes contidos nos alimentos.

Na Tabela 2, a EMA e EMAn não foram influen-ciadas pelos tratamentos (P=0,05), em relação ao tamanho de partículas, rações produzidas com grãos grosseiros em comparação aos finamente moídos, apresentam uma melhora na EMA e EMAn de 66 e 44 kcal, respectivamente.

ConclusãoA forma física da ração não teve efeito sobre

os parâmetros avaliados, no entanto, rações pro-duzidas com tamanho de partícula médio e gros-so, indiferentemente da forma física, proporcio-naram uma melhor digestibilidade de PB e EE, além de uma maior retenção de matéria seca em perus na fase inicial.

1 - Aluno de Pós Graduação em Ciências Veterinárias - CPGCV/UFPR / 2 - Departamento de Nutrição e Produção Animal - DZ/UFPR / 3 - Aluno de Graduação - UFPR

Tabela 1 – Coeficiente de digestibilidade (%) da matériaseca (MS), proteína (PB) e extrato etéreo (EE) de perus na

fase inicial.

Digestibilidade (%)

Item MS PB EE

Forma física

Triturada 73,3 60,6 91,0

Micro-peletizada 72,5 59,8 91,1

Tamanho partícula

Pequeno 72,0 b 58,5 b 89,3 b

Medio 72,9 ab 60,3 ab 91,6 a

Grosso 73,8 a 61,9 a 92,4 a

P≤

Forma física NS NS NS

Tamanho partícula * * ***

FF x TP ** NS NS

a-b - Valores seguidos de letras diferentes na mesmacoluna são significativamente diferentes (SNK); *P<0,05;

**P<0,01; ***P<0,001.

Tabela 2 – Energia metabolizável aparente (EMA), corrigida para nitrogênio (EMAn) e a diferença entre EMA e EMAn de

perus na fase incial.

Item EMA(kcal/kg) EMAn(Kcal/kg)

Forma física

Triturada 3413 3177

Micro-peletizada 3414 3186

Tamanho partícula

Pequeno 3387 3166

Médio 3413 3170

Grosso 3440 3210

P≤

Forma Física NS NS

Tamanho partícula NS NS

FF x TP NS NS

(P>0,05 - SNK).

Desempenho de frangos de corte provenientes de matrizes de idades diferentes e ovos de pesos semelhantes, alimentados

com rações fareladas, trituradas ou micro-peletizadas.

Forma física

Idade da Matriz(semanas) Média CV1

29 55

1 a 7 dias

PV (g) Farel. 132,3 146,3 139,3C

Tritur. 143,4 159,2 151,3B

M-pelet. 154,4 166,9 160,7A

Média 143,4b 157,5a 4,18

GP (g) Farel. 89,2 103,4 96,3C

Tritur. 100,4 116,2 108,3B

M-pelet. 111,3 124,1 117,7A

Média 100,3b 114,6a 5,84

CR (g) Farel. 114,9 126,1 120,5B

Tritur. 131,8 150,6 141,2A

M-pelet. 133,1 145,6 139,4A

Média 126,6b 140,8a 3,36

CA Farel. 1,289 1,222 1,256B

Tritur. 1,314 1,230 1,307B

M-pelet. 1,196 1,175 1,186A

Média 1,266 1,209 3,95

Médias seguidas de letras distintas minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).1Coeficiente de variação (%).

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28 Produção Animal | Avicultura

Prêmio Lamas

Pontos críticos de temperatura do incubatório

IntroduçãoO incubatório é um componente es-

sencial na cadeia produtiva da avicultu-ra. O sucesso desta atividade inclui me-lhores condições de manejo, pois, mesmo mantendo o ajuste de tempera-tura (T), umidade (UR) e ventilação do ar (VA), não significa que todos os pon-tos estejam em uniformidade. A dife-rença de T e UR podem incidir em me-nor índice de eclodibilidade. O objetivo desse trabalho foi identificar os pontos críticos no incubatório, que utiliza in-cubadora de estágio múltiplo, quanto ao controle da T e UR.

Material e MétodosO experimento foi realizado em três

dias em incubatório de ovos da linha-gem Cobb®. Os dados de T, UR, VA e a temperatura superficial do ovo (Ts ovo), foram obtidos nas salas de classificação de ovos, na câmara fria, no préaqueci-mento, no incubatório e nascedouro. Na sala de classificação de ovos, câmara fria e pré-aquecimento foram instala-dos quatro dataloggers para registro da T (æ%C) e da UR (%) do ar, distribuídos eqüidistantes por toda área de cada sala. A sala de incubação (6,97x3,45m) foi dividida em seis quadrantes (2,32x1,72m) e seis dataloggers HOBO® foram dispostos no centro geométrico de cada quadrante. No nascedouro fo-ram coletados os valores de temperatu-ra de superfície do pintinho (Ts pinti-nho) e da VA dentro da caixa do mesmo. A VA foi registrada através do termohi-groanemômetro HTA4200 PACER®. Na análise dos dados, buscou-se verificar a relação entre as múltiplas variáveis usando teste de correlação linear de Pe-arson, além dos limites críticos de segu-

rança dos Pontos Críticos de Controle (PCC), através da análise de CPK, utili-zando o software Minitab15®.

Resultados e DiscussãoA Tabela1 aponta os pontos críticos

quando comparado com a recomenda-ção vigente. Na incubadora foram en-contradas diferenças significativas (á < 1%) no quadrante 2, que se localiza a direita na abertura da porta da incuba-dora, tendo sido obtido o valor médio de T de 36,8°C. Este valor de T resulta em uma perda de calor grande do ovo contendo embrião (Ts = 38,2°C), na fase de crescimento quando esta deveria ser mantido próximo a 37,8°C (4), demons-trado na Figura 1 através da análise de CPK. O desenvolvimento embrionário normal ocorre quando a Ts do ovo está entre 37 e 38°C. A T ideal da incubado-ra seria a de 37 a 38°C e a variação de ±1°C provoca impacto, aumentando o período de nascimento e seu efeito da eclodibilidade. Já a UR, se for muito baixa, a perda de água será excessiva, atrasando a eclosão. O valor encontra-do de 53,10% de UR demonstrado no CPK tem variabilidade significativa. A envoltória do ar ao redor do ovo é a maior barreira para a perda de calor no ovo e está diretamente relacionado à VA, quanto mais lento o ar, se move no interior da incubadora, maior será a di-ferença entre a T do embrião e da incubadora.

ConclusãoOs pontos críticos de controle en-

contrados foram a T, UR e VA nas salas analisadas, que devem ser adequada-mente controladas para a obtenção de melhores índices produtivos.

AG Menezes2, ES Batista1, GR Nascimento2, IA Nääs2, NKC Guimarães1, DF Pereira1

1 - Faculdade de Administração – UNESP / 2 - Faculdade de Engenharia Agrícola – Feagri/UNICAMP

Seqüenciamento parcial do DNA de bacteriófagos com potencial terapêutico sobre Salmonella Enteri tidis em avesCSL Vaz1, D Voss1, L Alves2, IM Trevisol1

Dados médios da T, UR ambiente, Ts e VA em incubatório comercial e identificação de PCC e desvio padrão.

Câmara Fria Pré-aquecimento Incubadora Nascedouro

PCCValor

ColetadoValor Ideal

Valor Coletado

Valor Ideal

Valor Coletado

Valor Ideal

Valor Coletado

Valor Ideal

T (°C) 17,8 19-22 24,1 25-27 36,8 37,2-38,2 36,7 35,7-37 Sim

D.Padrão 0,423 0,874 0,868 1,348 -

UR (%) 65,30 ≤70 65,28 ≤70 53,10 50-60 55,35 65 Sim

D.Padrão 5,275 2,373 10,2 5,129 -

Ts pintinho 34,1 38,6 Sim

Ts ovo 16,8 - 24,7 - 38,2 - 38,4 - Não

D.Padrão 0,2 0,12 0,38 0,34 -

VA 0 0 0,54 - 1,32 - 0,53 - Sim

D.Padrão 0,23 0,72 0,3

(-) Indica a não existência da informação.

IntroduçãoO uso de bacteriófagos líticos (BL) pode ser

viável para o controle biológico de Salmonella em frangos de corte. Três BL com ação sobre Sal-monella Enteritidis (SE) foram isolados de fezes de aves pela Embrapa Suínos e Aves e vêm sendo pesquisados quanto ao seu potencial terapêutico. Estes BL, denominados CNPSA 1, 3 e 4, apresen-tam estrutura com cabeça e cauda, possuem ge-noma DNA dupla fita e multiplicam-se em fran-gos de corte infectados por SE. Fornecidos a frangos de corte pela via oral promovem a redu-ção da concentração de SE PT4 no ceco. A ação dos BL é mais efetiva quando administrados a aves contendo altas concentrações do patógeno no conteúdo cecal. Para aperfeiçoar a tecnologia de uso terapêutico destes BL na redução de SE em aves é necessário ampliar o conhecimento sobre os fagos utilizados, o que envolve a caracteriza-ção genotípica. O objetivo do presente trabalho foi obter a caracterização molecular destes BL através do seqüenciamento parcial de regiões ale-atórias de seu DNA.

Material e MétodosO DNA genômico dos três BL foi obtido con-

forme previamente descrito, a partir do qual foi utilizando o primer 5’AACGCGCAAC3’ para am-plificar regiões aleatórias do genoma por RAPD com o sistema Ready-to-go (GE Healthcare). Pro-dutos de amplificação característicos de cada BL foram purificados e clonados no vetor pCR XL-TOPO (Invitrogen), sendo a transformação reali-zada com células quimicamente competentes TOP10 (Invitrogen). Colônias transformadas fo-ram selecionadas em ágar LB contendo 50mg/mL de kanamicina e o DNA plasmidial recombinante foi isolado com o kit HiYield (Real Genomics), sendo os insertos amplificados por PCR utilizan-do primers M13. Estes produtos foram purifica-dos com o kit GFX PCR Purification (GE Health-care) e após marcados com o BigDye Terminator v3.1 Cycle Sequencing (Applied Biosystems), sen-do sequenciados no ABI 3130 Genetic Analyzer (Applied Biosystems). Os dados foram coletados com o software Data Collection v1.0.1 (Applied Biosystems). As sequências de nucleotídeos obti-das foram alinhadas com a sequência do vetor através do Clustal W, sendo então comparadas a sequências de bacteriófagos (fagos) depositadas no GenBank utilizando o EMBL-EBI.

Resultados e DiscussãoDentro dos perfis de RAPD obtidos, um frag-

mento característico de cada BL foi selecionado para seqüenciamento de DNA, a partir dos quais foram identificados 375, 499 e 435 nucleotídeos dos BL CNPSA 1, 3 e 4, respectivamente.

Estas sequências de DNA não apresentaram similaridades significativas frente a sequências de bacteriófagos da ordem Caudovirales de geno-ma DNA dupla fita depositadas no GenBank (Ta-bela 1). Níveis mais elevados de similaridade po-dem ser identificados se forem analisadas regiões

mais extensas e conservadas do genoma dos três BL pesquisados pela Embrapa para redução de SE em aves.

ConclusãoAs regiões do genoma dos BL analisados não

apresentaram similaridades significativas frente a seqüencias de DNA de bacteriófagos deposita-das no GenBank.

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Produção Animal | Avicultura 29

Seqüenciamento parcial do DNA de bacteriófagos com potencial terapêutico sobre Salmonella Enteri tidis em aves

Levantamento das condenações de abate de frangos e determinação das causas mais prevalentes em um frigorífico em Santa Catarina

IntroduçãoA condenação de carnes e vísceras

impróprias para o consumo objetiva ze-lar pela saúde pública, já que os produtos de origem animal, são a mais importan-tes fontes de enfermidades transmitidas por alimentos. A avaliação das carcaças para identificação de lesões passíveis de condenação total ou parcial é observada na inspeção postmortem, sendo basea-das em critérios visuais e estéticos. Em todas as etapas do abate, desde o carrega-mento dos caminhões até a obtenção de carcaças, pode haver desvios de processo que acabam comprometendo a carcaça na inspeção. Os registros das condena-ções são valiosos em demonstrar tendên-cias de prevalência dos achados, indican-do perdas econômicas para a indústria, além de sugerir áreas com possíveis me-lhorias. O objetivo desse trabalho foi de-terminar e quantificar as diferentes con-denações totais e parciais de frangos originadas dentro de uma indústria fri-gorífica, conforme critérios do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e indicar suas cau-sas mais prevalentes.

Material e MétodosFoi realizado levantamento das con-

denações de carcaças de frango (parciais e totais) condenadas no frigorífico, usan-do os registros oficiais do frigorífico e do SIF, referentes ao período de janeiro a se-tembro de 2008. Foram feitas estratifica-ções das condenações por escaldagem excessiva, sangria inadequada, eviscera-ção retardada, contaminações e contu-sões/fraturas para avaliar as causas de condenação mais freqüentes.

Resultados e DiscussãoDos 51.605.942 frangos produzidos

em sistema de integração,1.133.631 (2,2%) sofreram condenação parcial e 27.287 (0,05%) sofreram condenação to-tal. As condenações parciais de carcaça foram as mais freqüentes, representando 97,59% do total de condenações na in-dústria. As estratificações por causa de condenação estão amostradas em gráfi-cos de pareto, nas Figuras 1 e 2.

Do total de 0,05%, foram condena-das totalmente, 20.681 (76,84%) carca-ças por escaldagem excessiva, 3.209 (11,12%) por contaminação, 1.769 (6,20%) por evisceração retardada e 1.628 (5,85%) por sangria inadequada total.

As duas primeiras causas correspon-deram a 87,96% das condenações totais.

Do total de 2,20%, foram condena-das 874.723 (75,85%), 255.719 (22,84%) e 13.189 (1,30%) carcaças por contusão/fratura, contaminação parcial e escalda-gem excessiva parcial, respectivamente. As duas causas principais correspondem por 98,70% das condenações parciais. Fi-cou demonstrado que as condenações to-tais (por escaldagem excessiva) e parciais (por contusão/fratura) representaram as duas maiores causas de condenações. As lesões de carcaça por contusão/fratura geradas na indústria devem-se, princi-palmente, por má regulagem de depena-deiras e manejo incorreto de retirada de aves das gaiolas e pendura. A escaldagem excessiva total ocorreu nos casas de para-da de linha de abate. Este tipo de conde-nação geralmente ocorre em toda a car-caça, razão pela qual houve baixa incidência de escaldagem excessiva par-cial. A contaminação de carcaça foi a se-gunda causa de condenação total e par-cial. Esse evento ocorre em grande parte, devido às dificuldades encontradas em ajustar os equipamentos de evisceração aos tamanhos irregulares dos frangos. A regulagem inadequada das eviscerado-ras, incompatível com o tamanho da car-caça, pode promover contaminações sis-temáticas. Condenações por evisceração retardada e sangria inadequada total apresentaram baixa representatividade devido a automatização do sistema de abate.

ConclusõesAs condenações parciais na indústria

apresentaram maior volume que as to-tais. As causas mais prevalentes verifica-das foram contusão/fratura entre as con-denações parciais e escaldagem excessiva entre as totais.

VAM Silva1, AT Pinto2

1 - Médica Veterinária autônoma. / 2 - Departamento de Medicina Veterinária Preventiva - FAVET/UFRGS

IntroduçãoO uso de bacteriófagos líticos (BL) pode ser

viável para o controle biológico de Salmonella em frangos de corte. Três BL com ação sobre Sal-monella Enteritidis (SE) foram isolados de fezes de aves pela Embrapa Suínos e Aves e vêm sendo pesquisados quanto ao seu potencial terapêutico. Estes BL, denominados CNPSA 1, 3 e 4, apresen-tam estrutura com cabeça e cauda, possuem ge-noma DNA dupla fita e multiplicam-se em fran-gos de corte infectados por SE. Fornecidos a frangos de corte pela via oral promovem a redu-ção da concentração de SE PT4 no ceco. A ação dos BL é mais efetiva quando administrados a aves contendo altas concentrações do patógeno no conteúdo cecal. Para aperfeiçoar a tecnologia de uso terapêutico destes BL na redução de SE em aves é necessário ampliar o conhecimento sobre os fagos utilizados, o que envolve a caracteriza-ção genotípica. O objetivo do presente trabalho foi obter a caracterização molecular destes BL através do seqüenciamento parcial de regiões ale-atórias de seu DNA.

Material e MétodosO DNA genômico dos três BL foi obtido con-

forme previamente descrito, a partir do qual foi utilizando o primer 5’AACGCGCAAC3’ para am-plificar regiões aleatórias do genoma por RAPD com o sistema Ready-to-go (GE Healthcare). Pro-dutos de amplificação característicos de cada BL foram purificados e clonados no vetor pCR XL-TOPO (Invitrogen), sendo a transformação reali-zada com células quimicamente competentes TOP10 (Invitrogen). Colônias transformadas fo-ram selecionadas em ágar LB contendo 50mg/mL de kanamicina e o DNA plasmidial recombinante foi isolado com o kit HiYield (Real Genomics), sendo os insertos amplificados por PCR utilizan-do primers M13. Estes produtos foram purifica-dos com o kit GFX PCR Purification (GE Health-care) e após marcados com o BigDye Terminator v3.1 Cycle Sequencing (Applied Biosystems), sen-do sequenciados no ABI 3130 Genetic Analyzer (Applied Biosystems). Os dados foram coletados com o software Data Collection v1.0.1 (Applied Biosystems). As sequências de nucleotídeos obti-das foram alinhadas com a sequência do vetor através do Clustal W, sendo então comparadas a sequências de bacteriófagos (fagos) depositadas no GenBank utilizando o EMBL-EBI.

Resultados e DiscussãoDentro dos perfis de RAPD obtidos, um frag-

mento característico de cada BL foi selecionado para seqüenciamento de DNA, a partir dos quais foram identificados 375, 499 e 435 nucleotídeos dos BL CNPSA 1, 3 e 4, respectivamente.

Estas sequências de DNA não apresentaram similaridades significativas frente a sequências de bacteriófagos da ordem Caudovirales de geno-ma DNA dupla fita depositadas no GenBank (Ta-bela 1). Níveis mais elevados de similaridade po-dem ser identificados se forem analisadas regiões

mais extensas e conservadas do genoma dos três BL pesquisados pela Embrapa para redução de SE em aves.

ConclusãoAs regiões do genoma dos BL analisados não

apresentaram similaridades significativas frente a seqüencias de DNA de bacteriófagos deposita-das no GenBank.

1 - Embrapa Suínos e Aves / 2 - Bolsista de iniciação científica – PIBIC/CNPq, Universidade do Contestado

Principais similaridades identificadas entresequências de DNA de outros bacteriófagos.

BLCNPSA

Bacteriófago, famíliae bactériade origem

N° acesso EMBL

Similaridade (%)

CNPSA1 Fago cs-t Myoviridae C. botulinum tipo C

AP008983 66,7

Fago Lv-1 Siphoviridae Lacto-bacillus jensenii

EU871039 65,4

Bacteriófago K1F Podoviridae Escheri-chia coli

DQ111067 61,8

CNPSA 3 Bacteriófago 187 Siphoviridae S. aureus

AY954950 65,9

Profago Campylobacter jejuni

EF694684 60,8

Fago P-SSM2 Myoviridae Prochlorococcus

AY939844 59,8

CNPSA 4 Gene alt do Fago T4 Myoviridae Enterobacteriacea

X15811 78,6

Fago Xop411 Siphoviridae Xan-thomonas oryzae

DQ777876 75,0

Fago EL Myoviridae P. aaeruginosa

AJ697969 72,9

Fago phiEco32 Podoviridae Escheri-chia coli

EU330206 72,3

Perfis de RAPD obtidos com os BL (CNPSA 1, 3 e 4). Os fragmentos de DNA sequenciados de cada BL são indicados. M, marcador (ladder 100 pb).

100%90%80%70%60%50%40%30%20%10%

0%

11,12% 6,20% 5,85%

Escaldagemexcessiva

Contaminaçãototal

Evisceraçãoretardada

Sangria inadequadatotal

100,00%94,15%87,96%76,84%

Causas de condenações totais de janeiro asetembro de 2008.

76,84%

Page 30: Produção Animal Avicultura - ed28

30 Produção Animal | Avicultura

Prêmio Lamas

Integridade intestinal e a atividade de macrófagos em frangos de corte

IntroduçãoAs exigências com relação ao bem-

estar animal têm modificado a maneira de perceber o estresse na avicultura. As interações bidirecionais entre os Sistemas Nervoso Central e Imune já estão bem es-tabelecidas. Dessa forma, sabe-se que al-terações induzidas na atividade do SNC pelo estresse modificam a função imune. Um tipo particular de estressor ambien-tal relevante à avicultura é o estresse tér-mico, mais especificamente por calor. De fato, esse estresse causa diminuição do crescimento e da conversão alimentar das aves, assim como desajustes fisiológi-cos e hormonais (aumento dos níveis sé-ricos de corticosterona e de catecolami-nas), podendo aumentar a suscetibilidade dos animais às doenças e/ou a mortalida-de. Deste modo, idealizamos esse estudo para analisar os efeitos desse estresse em frangos de corte, em especial, sobre a ati-vidade do eixo neuroimune das aves; analisamos os índices zootécnicos, a in-tegridade do trato intestinal, os níveis sé-ricos de corticosterona e a imunidade inata.

Material e MétodosEste trabalho foi realizado no

Departamento de Patologia da FMVZ-USP, utilizando-se 480 frangos de corte da linhagem Ross com 42 dias de vida. Os animais foram mantidos em tempera-turas termoneutras até o 35° dia de vida. Do 35º ao 41º dia, as aves foram desafia-das com estresse por calor sendo que o grupo controle foi mantido em tempera-tura termoestável (22-21°C) e os grupos experimentais E1 e E2 a 36±1°C e a 31±1°C, respectivamente. Foram realiza-dos 4 experimentos independentes (E1, E2, E3 e E4) sendo que nos dois primeiros analisamos o desempenho das aves, cal-culando o ganho de peso, o consumo de alimento, conversão alimentar (CA) e a mortalidade, e a integridade do intestino delgado. Nos dois últimos experimentos (E3 e E4) analisamos o níveis séricos de

corticosterona e a atividade de macrófa-gos peritoneais por citometria de fluxo. Para a análise da integridade intestinal, realizamos cortes histológicos que foram corados com HE e analisados para altura dos vilos, morfologia de criptas, processo inflamatório e número de linfócitos in-traepiteliais. Foi utilizada análise de vari-ância ANOVA, seguida do teste de Tukey – Kramer de comparações múltiplas.

Resultados e DiscussãoOs presentes resultados mostraram

que o estresse térmico por calor foi capaz de alterar o desempenho das aves, a inte-gridade intestinal, os níveis de corticos-terona, e a atividade de macrófagos. De fato, o ganho de peso (C=591,121±66,54; E1=347,72± 109,70; E2=442,46±44,80) foi estatisticamente menor nos grupos E1 e E2 quando comparados ao grupo C (p<0,001). O consumo de ração (C=1438,00±87,49; E1=1137,3±117,62; E2=1138,83±84,47) foi estatisticamente menor nos grupos E1 e E2 quando com-parados ao grupo C (p<0,001). A CA (C=2,46±0,32; E1=3,52±1,03; E2=2.51 ± 0.20) e a mortalidade (C=0%, E1=43,33% e E2= 0%) foram estatisticamente maio-res no grupo E1 quando comparada ao grupo C. Como Mashaly e colaboradores, mostramos que aves adultas apresentam uma diminuição no peso corpóreo e no consumo de ração e aumento da mortali-dade quando expostas a calor de 35ºC. Observamos, também, um aumento de processo inflamatório (PI) com predomí-nio de células mononucleares no jejuno das aves dos grupos E1 e E2, comparadas ao controle. Sendo que, em alguns casos, observamos focos de heterófilos na mu-cosa intestinal. De fato, desde Seyle sabe-se que lesões na mucosa do trato gatroin-testinal são as primeiras manifestações do estresse. Com relação aos níveis séri-cos de corticosterona (C=46,08±16,82; E1=109,59±42,78; E2=92,69±27,38) obti-vemos um aumento dos níveis nos gru-pos E1 e E2 em relação ao C (p<0,01).

Também, observamos diminuição do busrt oxidativo induzido pela fagocitose (C=463,70±212,26; E2=253.63±99.41 E1=320,74±78,28) de macrófagos perito-neais das aves dos grupos E1 e E2 em re-lação ao C (p,0,05). Porém, quanto ao burst oxidativo basal (C=602,03±247,63; E1=532.06± 226.89; E2=373.35±102.82), apenas os dados do grupo E2 foram me-nores estatisticamente em relação a C (p<0,05). Já havia sido mostrado que o estresse por calor (37ºC) diminui a fago-citose de macrófagos, sendo que foi suge-rido que outros fatores além do nutricio-nal estariam envolvidos com a queda de imunidade. Parece-nos, assim, possível sugerir que o estresse por calor tenha al-terado a homeostase dos animais, ativan-do o eixo HPA, aumentando os níveis de corticosterona diminuindo, assim, o crescimento das aves e a atividade do sis-tema imune. Essa alteração do sistema imune, por sua vez, poderia resultar em modificações da microbiota do trato in-testinal das aves e, assim, alterar a inte-gridade deste trato, como observado pelo aumento de PI. Com isso, estariam dimi-nuídas a absorção de nutrientes e a trans-formação destes em proteína e massa corpórea.

ConclusãoTomados em seu conjunto nossos re-

sultados sugerem que o estresse térmico por calor tenha diminuído os índices zootécnicos e a imunidade inata dos frangos de corte. De fato, observamos ati-vação do eixo HPA, aumento dos níveis de corticosterona, diminuição do consu-mo de ração, e conseqüentemente do ga-nho de peso; e também diminuição da atividade dos macrófagos peritoneais. A diminuição da imunidade inata por sua vez seria responsável pelas alterações da microbiota intestinal e/ ou da integrida-de dessa mucosa, aumentando os proces-sos inflamatórios que resultariam em di-minuição da absorção de nutrientes, e assim do ganho de peso.

WM Quinteiro-Filho1, A Ribeiro1, V Ferraz de Paula1, ML Pinheiro1, AJP Ferreira1, J Palermo-Neto1

1 - Departamento de Patologia – FMVZ/USP

Page 31: Produção Animal Avicultura - ed28

Produção Animal | Avicultura 31

Tudo indica que tem dias contados aquela história de comercializar

ovos produzidos sob condições indus-triais normais como se fossem “ovos orgânicos”. Quem promete um “pega-fraudador” com essa finalidade é a pesquisadora neozelandesa Karyne Rogers, responsável pelo desenvolvi-mento de uma técnica científica que permite identificar as diferenças exis-tentes entre ovos provenientes de poe-deiras criadas em gaiolas ou ao ar livre.

Pesquisadora do Centro de Isótopos do GNS Science (originalmente, Instituto de Ciências Geológicas e Nucleares da Nova Zelândia), a Dra. Rogers aplicou a técnica de análise dos isótopos a ovos produzidos em gaiola, sobre piso, ao ar livre e no sistema orgânico. Constatou que praticamente

todos os ovos analisados podiam ser diferenciados relacionando-se os teores de carbono e nitrogênio encontrados no produto com o tipo de ração consu-mido pelas poedeiras – que, pode pare-cer estranho, reflete diretamente o tipo de ambiente em que a poedeira foi criada.

Detalhando seu achado, a pesquisa-dora explica que poedeiras criadas ao

ar livre ou sob o sistema orgânico têm acesso a uma variedade maior de fon-tes alimentares do que uma poedeira criada em gaiola que, por exemplo, não ingere insetos, vegetais ou mesmo alimentos orgânicos. “Só isso altera significativamente os isótopos do ovo”, ressalta.

O trabalho da Dra. Karyne Rogers foi publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry. Ela acredita que a disponibilidade de um teste do gênero vai permitir aumentar o grau de confia-bilidade do produto junto aos compra-dores externos.

Para ver a pesquisa na íntegra, aces-se o site http://pubs.acs.org. (Título do estudo em inglês: Stable Isotopes as a tool to differentiate eggs laid by caged, barn, free range, and organic hens)

Poedeiras criadas ao ar livre têm acesso a uma variedade maior de fontes alimentares

Técnica inédita possibilita identificar procedência do ovo

“Pega-fraudador”

Dra. Karyne Rogers cria o “pega-fraudador”

Estudo desenvolvido pela Agência de Proteção da Saúde do Reino Unido

(HPA na sigla em inglês) revela que res-taurantes e similares apresentam gran-des deficiências no manuseio dos ovos, prática que coloca em risco a saúde dos consumidores britânicos.

Para realizar seu estudo, a HPA cole-tou por todo o Reino Unido e junto a restaurantes, “deliveries”, padarias, cafés e lanchonetes amostras de mistu-ras contendo ovos utilizadas na prepara-ção dos pratos. Mas não ficou só nisso: registrou, também, as práticas de higie-ne adotadas.

A conclusão final foi a de que mes-mo sendo mínima a contaminação das

misturas por Salmonella, 14% dos “deli-veries” (entrega em domicílio de pizzas e pratos prontos) não tinham conheci-mento das mais elementares práticas de segurança no manuseio de ovos ou de suas misturas. Mais preocupante, po-rém, foi a constatação de que 43% de todo o pessoal envolvido com o preparo dos alimentos não lava as mãos após manusear ovos e suas misturas, isso sem contar que 41% dos pesquisados não mantém as misturas preparadas sob refrigeração adequada.

As amostras foram coletadas em 934 estabelecimentos da Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte entre maio e outubro de 2008. A Salmonella

foi encontrada em 0,13% das misturas analisadas (1/764), em 0,3% (2/726) de suabes colhidos do meio ambiente e em 1,3% (7/550) de panos de limpeza.

Falando sobre esses resultados, o Dr. Jim McLauchlin, Diretor dos servi-ços de microbiologia da HPA observa que “basta um ovo contaminado para infectar toda uma partida [de mistura]”.

Para conferir o resultado do levanta-mento feito pela HPA, acesse o site www.hpa.org.uk. Na busca, digite o nome da pesquisa: “Microbiological Study on Salmonella Contamination of Pooled Raw Shelled Egg Mix and Envi-ronmental Samples from Catering Establishments”.

14% não tinham conhecimento das mais elementares práticas de segurança

Estudo inglês mostra deficiências do food-service no manuseio de ovos

Saúde

Ciência Avícola

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32 Produção Animal | Avicultura

Associações

A Associação dos Avicultores de Minas de Gerais (Avimig) reali-

zou nos dias 1 e 2 de julho o Avicultor 2009. O evento contou com a presença de 650 participantes entre empresários técnicos dos diversos segmentos da atividade, professores e estudantes. A entidade organizou

também uma “omeleteria” duran-te o programa do evento.

Os participanes assistiram às palestras sobre desenvolvimento das atividades agroavícolas, como a cam-panha de restauração do consumo de ovos e de seu valor nutritivo, dark house, Apanha de Frangos e Visão do

Agronegócio Mundial.

Ainda na sede da Avimig aconteceu a Feira

de Produtos Avícolas de Minas Gerais, uma oportunidade de conta-tos para a prospecção de negócios em clima de confraternização.

A Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES) elegeu na

última terça-feira, 14 de julho, a diretoria responsável pelos destinos da entidade no biênio 2009/2011. Antonio Venturini, que presidia o Conselho Deliberativo da entidade

há várias gestões, passou à vice-pre-sidência da AVES, presidida agora pelo empresário e líder ruralista de Santa Maria de Jetibá, Argeo João Uliana.

Ao lado, a composição do novo Conselho Deliberativo da AVES.

A Associação Cearense de Avicultura (ACEAV) participou

entre os dias 15 e 18 de junho do 13º Seminário Nordestino de Pecuária (Pecnordeste).

O Pecnordeste teve como objeti-vo fortalecer os diversos setores produtivos da região, oferecendo aos convidados palestras, mesas-redondas, cursos, painéis, aulas práticas e oficinas de capacitação com dez segmentos produtivos, dentre eles a avicultura.

Dividido em três painéis, o semi-nário voltado para o setor avícola for dividido em temas: avicultura indus-trial de corte no dia 16, Reunião Plenária da União Brasileira de Avicultura (UBA) no dia 17 e postura comercial por último.

Avicultor 2009 reúne 650 participantes

AVES tem nova diretoria para biênio 2009/2011

ACEAV no Pecnordeste

Minas Gerais

Espírito Santo Ceará

AVES – CONSELHO DELIBERATIVO Gestão 2009/2011

Presidente: Argeo Uliana

Vice-Presidente Antonio Venturini

Vice-Presidente Financeiro: Oderli Schneider

Conselheiro: Volkmar Berger

Conselheiro: Eustáquio Moacyr Agrizzi

Conselheiro: Gilmar Altoé

Conselheiro: Ademar Kerckhoff

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Produção Animal | Avicultura 33

Os 10 mais da avicultura brasileiraO comportamento regional do setor no 1o semestre de 2009

Apenas os cinco estados mencionados alojaram

matrizes de postura em 2009

Ranking

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34 Produção Animal | Avicultura

Ranking

Page 35: Produção Animal Avicultura - ed28

Produção Animal | Avicultura 35

Page 36: Produção Animal Avicultura - ed28

Produção e mercado em resumoRecuo de preços é a grande surpresa desta entressafra

Aparentemente, já não se fa-zem, no Brasil, entressafras da carne como antigamente. Por

natureza (isto é, sem qualquer interfe-rência do homem), a cada novo exercí-cio, antes mesmo de findo o primeiro semestre, cai a oferta do carro-chefe das carnes, o boi, e – marcando o pe-ríodo de entressafra – os preços dos três animais e das respectivas carnes sobem quase ininterruptamente até o final do ano.

O gráfico abaixo, retratando os preços médios pagos no interior pau-lista nos últimos 10 anos ao produtor de frango, de suíno e de boi, compro-va que essa história de safra e entres-safra da carne não é balela. E – repe-tindo – ocorre sem qualquer interferência do homem.

Em 2009, entretanto, não vem sendo bem assim, porquanto os três produtos registraram recuo de preço no decorrer de julho, resultado incogi-tável se considerado o gráfico abaixo.

Além disso, a queda não se restringiu aos três animais, atingiu também o ovo, cujas cotações, na granja, retroce-deram 17% no mês e quase 30% em relação a julho de 2008.

Para situações generalizadas como essa, em que praticamente todas as proteínas animais foram afetadas, a explicação mais plausível e mais ime-diata é a de que julho foi mês de férias

- portanto, de menor consumo e, por decorrência, de refluxo de preços. Mas – puxa! – por quê isso não foi observa-do, por exemplo, nos 10 últimos anos? Será que está havendo um recrudesci-mento da crise econômica sobre o consumidor?

Na avicultura, mais preocupante que a situação do ovo é a do frango. Porque, em essência, há um bom tem-po o plantel de poedeiras permanece estável e, assim, qualquer novo con-trole na produção de ovos – se neces-sário – poderá ser realizado com mais facilidade. Não é esse, porém, o caso do frango, cuja produção sofreu signi-ficativo aumento nos últimos meses, com resultados inversamente propor-cionais nos preços.

Tomara os recuos generalizados observados em julho último tenham sido apenas “breves tropeços de en-tressafra”. Do contrário, a indústria do frango terá que, novamente, corrigir sua rota. Como fez no início do ano.

36 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Curva dos preços pagos ao produtor de frango, suíno e boi no interior de SP

Média 10 anos (1999/2008) - DEZEMBRO DO ANO ANTERIOR = 100

JAN

FEV

MAR AB

R

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

120

110

100

90

80

70

60

Para situações como essa, em que praticamente todas as proteínas animais foram afetadas, a explicação mais imediata é a de que julho foi mês de férias e de refluxo de preços. Fica a dúvida: Por que isso não foi observado nos 10 últimos anos?

Page 37: Produção Animal Avicultura - ed28

Produção Animal | Avicultura 37

Não se confirmou a expectativa de que a avicultura de corte – escaldada

pela crise que já obrigou o setor a utilizar menos de 80% do potencial instalado – manteria o alojamento mensal de matri-zes de corte do primeiro semestre do ano em torno dos 3,5 milhões de cabeças. Porque, depois de subir para cerca de 3,680 milhões de cabeças em maio, o alojamento de junho – conforme a UBA – totalizou 3,858 milhões de cabeças, au-mentando perto de 5% em relação ao mês anterior. Ou, o que é mais significati-vo, registrou incremento de exatos 10,02% em relação à média alojada no primeiro quadrimestre (3,506 milhões de cabeças entre janeiro e abril).

De toda forma, os números de junho permaneceram negativos (em cerca de 4,5%) comparativamente ao mesmo mês de 2008. E seguiram negativos também no semestre, com um recuo de 10,39% sobre idêntico semestre do ano passado, ao mesmo tempo em que apresentaram incremento de apenas 5,5% sobre os seis primeiros meses de 2007 – resultado que corresponde a uma expansão média infe-rior a 3% ao ano.

Mas o que pesa, a partir de agora, é o antecedente mais recente. Pois a experi-ência indica que no segundo semestre os alojamentos são invariavelmente crescen-tes em relação à primeira metade. Assim,

o número de matrizes do corrente semes-tre deve aumentar pelo menos 7,5% em relação ao semestre passado e superar a casa dos 23,150 milhões de cabeças – vo-lume alcançado mantendo-se o mesmo resultado registrado em junho último.

Neste caso, o alojamento de 2009 irá pouco além dos 44,7 milhões de cabeças,

recuando cerca de 8% em relação ao que foi alojado em 2008. Podia ser mais, mas não há dúvida de que é um recuo mais adequado que o observado nos últimos 12 meses, período em que o alojamento de matrizes de corte sofreu redução de apenas 0,09% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores.

Alojamento de matrizes de corte10% menor no primeiro semestre, volume alojado volta a crescer

Evolução mensal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Julho 3,601 4,409 22,46%

Agosto 3,527 4,348 23,28%

Setembro 3,347 3,866 15,52%

Outubro 3,945 3,915 -0,77%

Novembro 3,858 3,965 2,76%

Dezembro 3,766 3,999 6,18%

Janeiro 4,265 3,560 -16,53%

Fevereiro 3,852 3,496 -9,23%

Março 3,944 3,482 -11,71%

Abril 3,953 3,488 -11,77%

Maio 4,012 3,679 -8,30%

Junho 4,037 3,858 -4,45%

EM 6 MESES 24,062 21,562 -10,39%

EM 12 MESES 46,106 46,064 -0,09%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Page 38: Produção Animal Avicultura - ed28

38 Produção Animal | Avicultura

Apenas cinco meses depois de regis-trar a menor produção real dos úl-

timos dois anos e meio (ou 30 meses), a produção brasileira de pintos de corte apresenta um aumento (também real, isto é, considerado o número de dias do mês) de, praticamente, 20% e alcança um dos maiores volumes de todos os tempos.

De acordo com a APINCO, em ju-nho passado o volume produzido pelo setor totalizou 482,1 milhões de cabe-ças, número que representou aumentos de 10,31% sobre junho de 2008 e de 4,39% sobre maio de 2009, neste caso em valores nominais. Em valores reais (ou seja, considerando que junho é mês mais curto que maio) o incremento so-bre o mês anterior foi de quase 8%.

Em função desse e dos aumentos anteriores mais recentes (a produção do segundo trimestre aumentou 12% em relação ao primeiro trimestre do ano), a primeira metade de 2009 foi encerrada com um volume total muito próximo dos 2,650 bilhões de pintos de corte, ficando apenas meio milésimo (1,3 mi-lhão de cabeças) abaixo do produzido no mesmo período de 2008.

Se a praxe fosse mantida, a produ-ção do corrente semestre ficaria em tor-no dos 2,817 bilhões de cabeças, volu-

me produzido no mesmo período do ano que passou. É preciso lembrar, no entanto, que – em decorrência da crise na economia mundial – a produção do bimestre final de 2008 foi sensivelmen-te reduzida. Considerado esse fato e os níveis de produção atualmente registra-

dos pelo setor, não será difícil alcançar-se no semestre produção igual ou até superior a 3 bilhões de pintos de corte e, portanto, a um volume anual da or-dem de 5,650 bilhões de cabeças, cerca de 3,5% a mais que o produzido no ano passado.

Produção de pintos de corteExpansão do 2º trimestre iguala volume do semestre ao de 2008

Estatísticas e Preços

Evolução mensal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Julho 434,635 476,081 9,54%

Agosto 444,830 484,328 8,88%

Setembro 424,434 485,261 14,33%

Outubro 463,378 496,165 7,08%

Novembro 431,508 431,662 0,04%

Dezembro 451,775 443,854 -1,75%

Janeiro 460,687 417,755 -9,32%

Fevereiro 427,892 406,918 -4,90%

Março 441,119 425,628 -3,51%

Abril 429,048 455,711 6,21%

Maio 455,492 461,811 1,39%

Junho 437,041 482,089 10,31%

EM 6 MESES 2.651,3 2.649,9 -0,05%

EM 12 MESES 5.301,7 5.467,2 3,12%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Page 39: Produção Animal Avicultura - ed28

Produção Animal | Avicultura 39

Conforme a APINCO, em junho pas-sado foram produzidas no Brasil

892.223 toneladas de carne de frango, volume 3,5% maior que o registrado em junho de 2008 (861.759 toneladas). Em relação ao mês anterior, maio de

2009, houve um decréscimo, nominal, de 1,07%. Mas em termos reais (núme-ro de dias do mês) registrou-se acrésci-mo de 2,22%.

A despeito desse incremento, o pri-meiro semestre de 2009 foi encerrado com produção perto de 5,157 milhões de toneladas e reduções de 3,08% so-bre o mesmo período de 2008 e de 9,72% sobre o semestre anterior, o se-gundo de 2008. No primeiro semestre de 2008, havia sido registrado cresci-

mento de 7% sobre o mesmo período de 2007 e em 2007, a alta registrada foi de 8,73% em relação ao primeiro se-mestre de 2006.

O volume de carne de frango pro-

duzido nos últimos 12 meses, da ordem de 10,869 milhões de toneladas de car-ne de frango, apresenta uma evolução de 1,99% em relação aos 12 meses anteriores.

Produção de carne de frangoRedução de 3% é a única do primeiro semestre em onze anos

Primeiro semestre de 2009 foi fechado com produção próxima de 5,157 milhões de toneladas de carne de frango

Evolução mensal MIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Julho 872,616 897,014 2,80%

Agosto 871,782 923,774 5,96%

Setembro 866,903 926,548 6,88%

Outubro 891,434 990,463 11,11%

Novembro 887,928 998,586 12,46%

Dezembro 945,515 975,672 3,19%

Janeiro 914,036 889,681 -2,66%

Fevereiro 866,302 780,499 -9,90%

Março 926,478 862,047 -6,95%

Abril 879,984 830,420 -5,63%

Maio 872,144 901,884 3,41%

Junho 861,759 892,223 3,54%

EM 6 MESES 5.320,703 5.156,754 3,08%

EM 12 MESES 10.656,881 10.868,810 1,99%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Page 40: Produção Animal Avicultura - ed28

40 Produção Animal | Avicultura

A expectativa de que o último mês do primeiro semestre fosse encerrado

com embarques superiores a 330 mil to-neladas de carne de frango não se con-firmou. Conforme a ABEF, as exporta-ções de junho ficaram em 329.013 toneladas, volume que significou de-créscimo de 0,34% sobre idêntico mês do ano passado (330.125 toneladas em junho/08) e incremento de 8,31% sobre o mês anterior.

Com esse resultado, os embarques do primeiro semestre do ano somaram 1,807 milhão de toneladas – 35 mil to-neladas (ou 1,9%) a menos que o regis-trado no mesmo período de 2008, oca-sião em que o setor registrou seu melhor desempenho em todos os tempos. Esse foi também o segundo recuo enfrenta-do pelo setor nesta década, mas não apresentou a intensidade observada no primeiro semestre de 2006 quando, em função da crise externa da Influenza Avi-ária, os embarques do período caíram mais de 8%.

Apesar, no entanto, do resultado negativo, é auspicioso registrar que o volume exportado no primeiro semestre de 2009 superou (ainda que em níveis mínimos - +0,22%) o total embarcado no segundo semestre do ano passado. E como, normalmente, os embarques do segundo semestre crescem pelo menos 10% em relação ao primeiro (a média registrada entre 2003 e 2008 foi de

11,5%), não será de todo equivocado estimar que as exportações deste se-mestre fiquem em torno de 1,990 mi-lhão de toneladas, o que solicita embar-ques mensais da ordem de 331,6 mil toneladas, não muito superiores aos já registrados em abril e junho últimos.

Se alcançados, esses resultados sig-

nificarão volume anual próximo de 3,8 milhões de toneladas, 4% a mais que o exportado em 2008. Por ora, em 12 me-ses, as exportações brasileiras de carne de frango somam 3,610 milhões de to-neladas, encontrando-se apenas 0,7% acima do alcançado nos 12 meses ime-diatamente anteriores.

Exportação de carne de frangoVolume embarcado no primeiro semestre recua pela segunda vez na década

Estatísticas e Preços

Evolução mensal MIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Julho 284,002 339,360 19,49%

Agosto 304,735 322,698 5,89%

Setembro 242,146 323,949 33,78%

Outubro 313,372 315,632 0,72%

Novembro 298,903 235,061 -21,36%

Dezembro 299,929 266,598 -11,11%

Janeiro 274,897 274,781 -0,04%

Fevereiro 292,538 263,222 -10,02%

Março 313,233 306,539 -2,14%

Abril 270,022 329,922 22,18%

Maio 361,415 303,767 -15,95%

Junho 330,125 329,013 -0,34%

EM 6 MESES 1.842,230 1.807,244 -1,90%

EM 12 MESES 3.585,317 3.610,542 0,70%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Page 41: Produção Animal Avicultura - ed28

Produção Animal | Avicultura 41

Considerada a produção de carne de frango estimada pela APINCO

(892.223 toneladas) e o volume expor-tado apontado pela ABEF (329.013 to-neladas), permaneceram no mercado interno em junho passado cerca de

598.117 toneladas de carne de frango, volume 5,94% superior ao registrado há um ano, em junho de 2008.

Comparativamente ao mês ante-rior, maio de 2009, quando a disponi-bilidade interna ficou em 598.117 mil toneladas, houve um decréscimo de 5,84%. Deve-se considerar, no entan-to, que junho é mês mais curto. Assim, a queda real foi de apenas 2,7%.

Com esse último resultado a oferta interna no primeiro semestre de 2009 ficou próxima dos 3,350 milhões de toneladas, recuando 3,71% em rela-

ção ao mesmo semestre do ano passa-do. Em relação ao semestre anterior, o segundo de 2008, o recuo foi de 14,3%. Neste caso, porém, é funda-mental lembrar que a oferta interna do final do ano passado sofreu verdadeira explosão, em conseqüência de inespe-

rada e vertiginosa queda das exporta-ções no período.

Por ora, a oferta interna de carne de frango num período de 12 meses soma 7,258 milhões de toneladas, vo-lume 2,64% inferior ao registrado no mesmo período de 2008.

Disponibilidade interna de carne de frangoCrise reduz em 3,7% volume nominal do primeiro semestre

Volume ofertado internamente no primeiro semestre de 2009 ficou próximo dos 3,350 milhões de toneladas

Evolução mensal MIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Julho 588,614 557,654 -5,26%

Agosto 567,047 601,076 6,00%

Setembro 624,757 602,599 -3,55%

Outubro 578,062 674,830 16,74%

Novembro 589,025 763,525 29,63%

Dezembro 645,586 709,074 9,83%

Janeiro 639,139 614,900 -3,79%

Fevereiro 573,764 517,277 -9,84%

Março 613,245 555,508 -9,41%

Abril 609,962 500,498 -17,95%

Maio 510,729 598,117 17,11%

Junho 531,634 563,210 5,94%

EM 6 MESES 3.478,473 3.349,510 -3,71%

EM 12 MESES 7.071,564 7.258,268 2,64%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Page 42: Produção Animal Avicultura - ed28

42 Produção Animal | Avicultura

De acordo com a UBA, foram aloja-das no Brasil em junho último

89.356 matrizes de postura, 67,60% delas de linhas voltadas à produção de ovos brancos.

Este volume representa aumento de 7,94% sobre o mês anterior e redu-

ção de 14,58% em relação a junho de 2008, quando foram alojadas 104,611 matrizes de postura.

O setor alojou no primeiro semes-tre de 2009 um total de 319.566 ma-trizes de postura, volume 31,81% me-nor que o registrado no mesmo período do ano passado.

Nos primeiros seis meses de 2008, o total alojado foi de 468,635, que re-

presentou aumento de quase 18% so-bre o mesmo período de 2007.

O alojamento deste semestre se encontra bastante reduzido. As princi-pais baixas mensais foram registradas em janeiro e fevereiro deste ano, com um dos índices mais baixos dos últi-

mos dez anos. O volume acumulado em um perío-

do de 12 meses soma 625,962, queda de 18,44% com relação aos 12 meses imediatamente anteriores. A redução é acentuada, mas menor do que a queda de quase 32% registrada no semestre.

Alojamento de matrizes de posturaSemestre é encerrado com alojamento quase um terço menor

Evolução mensal (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %PART. OVO BRANCO

2007/08 2008/09

Julho 53,253 58,108 9,12% 64,66% 69,68%

Agosto 63,392 45,253 -28,61% 85,02% 31,33%

Setembro 67,212 32,233 -52,04% 43,68% 61,20%

Outubro 24,339 78,722 223,44% 55,63% 69,35%

Novembro 40,126 47,700 18,88% 91,92% 66,04%

Dezembro 50,503 44,380 -12,12% 80,03% 71,16%

Janeiro 92,858 16,736 -81,98% 56,45% 87,23%

Fevereiro 98,130 29,311 -70,13% 85,95% 81,24%

Março 47,021 17,549 -62,68% 62,69% 59,22%

Abril 42,813 83,830 95,81% 69,68% 67,14%

Maio 83,202 82,784 -0,46% 81,46% 75,57%

Junho 104,611 89,356 -14,58% 68,73% 67,60%

EM 6 MESES 468,635 319,566 -31,81% 71,64% 71,36%

EM 12 MESES 767,460 625,962 -18,44% 70,92% 67,11%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Setor alojou no primeiro semestre de 2009 um total de 319.566 matrizes de postura, volume 31,81% menor que o registrado no mesmo período do ano passado

Page 43: Produção Animal Avicultura - ed28

Produção Animal | Avicultura 43

O levantamento mensal da UBA mostra que em junho passado o

alojamento brasileiro de pintainhas de postura somou 5,209 milhões de ca-beças, quase três quartos delas (74,77%) representadas por linhagens produtoras de ovos brancos. Esse foi o

maior volume dos últimos 11 meses (isto é, desde agosto de 2008) e cor-respondeu a aumentos de 5,12% so-bre o mesmo mês do ano passado e de 8,59% sobre o mês anterior, maio de 2009.

A despeito do significativo incre-mento no mês, o primeiro semestre de

2009 foi encerrado com absoluta es-tabilidade em relação aos dois semes-tres anteriores. Assim, o volume acu-mulado no período (29,897 milhões de pintainhas de postura) ficou ape-nas 0,92% e 0,13% abaixo dos aloja-mentos registrados, respectivamente, no semestre anterior (o segundo de

2008) e no mesmo semestre do ano passado.

O volume alojado nos últimos 12 meses também apresenta diferença mínima. Ele soma 60,072 milhões de pintainhas comerciais de postura, con-tra 60,467 dos 12 meses imediata-mente anteriores, redução de 0,65%.

Alojamento de pintainhas de posturaApesar do recorde em junho, estabilidade no primeiro semestre

Variação mínima

observada no

alojamento de

pintainhas de postura

no semestre também

é verificada no volume

alojado nos últimos

12 meses

Evolução mensal (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %PART. OVO BRANCO

2007/08 2008/09

Julho 5,078 5,237 3,14% 74,30% 72,35%

Agosto 5,091 4,895 -3,85% 74,48% 73,25%

Setembro 5,074 5,135 1,22% 72,28% 74,34%

Outubro 5,166 5,015 -2,92% 73,26% 72,88%

Novembro 5,105 4,811 -5,77% 73,80% 73,22%

Dezembro 5,017 5,083 1,31% 75,79% 74,79%

Janeiro 4,897 4,990 1,90% 75,11% 74,87%

Fevereiro 5,048 4,790 -5,11% 73,17% 75,92%

Março 5,122 5,161 0,76% 72,51% 75,27%

Abril 5,127 4,951 -3,43% 71,79% 75,30%

Maio 4,788 4,797 0,18% 74,17% 72,92%

Junho 4,955 5,209 5,12% 72,25% 74,77%

EM 6 MESES 29,936 29,897 -0,13% 73,09% 74,85%

EM 12 MESES 60,467 60,072 -0,65% 73,54% 74,16%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Page 44: Produção Animal Avicultura - ed28

44 Produção Animal | Avicultura

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JUL/2008 1,89 12,50% 6,18%

AGO/2008 1,94 5,43% 2,64%

SET/2008 1,85 10,12% -4,64%

OUT/2008 1,63 1,87% -11,89%

NOV/2008 1,74 12,25% 6,75%

DEZ/2008 1,62 -1,82% -6,90%

JAN/2009 1,68 10,52% 3,70%

FEV/2009 1,80 30,43% 7,14%

MAR/2009 1,68 35,48% -6,66%

ABR/2009 1,60 20,30% -4,76%

MAI/2009 1,61 0,00% 0,63%

JUN/2009 1,88 5,62% 16,77%

JUL/2009 1,80 -4,56% -4,05%

Médias Anuais entre 2000 e 2009

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2005 1,35 -8,72%

2001 0,97 6,47% 2006 1,16 -14,70%

2002 1,13 16,49% 2007 1,55 33,62%

2003 1,45 28,31% 2008 1,63 5,16%

2004 1,49 2,75% 2009* 1,71 5,63%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

* Até 31 de julho de 2009

À primeira vista, o preço médio al-cançado em julho pelo frango vivo

– R$1,80/kg no interior paulista – não foi de todo ruim, pois, embora inferior ao do mês anterior, correspondeu ao segundo melhor valor de 2009, supe-rando o R$1,80/kg de fevereiro, segun-do melhor preço do primeiro semestre.

Mas as aparências enganam. E não só porque o preço médio de julho vol-tou a se igualar com aquele praticado quando o mundo ainda vivia o ápice da crise econômica ou porque ele recuou em relação a julho do ano passado, mas principalmente porque foi menor que o do mês anterior, junho – fato aparente-mente inédito na chamada “entressafra da carne”.

O preço médio também não reflete a verdadeira realidade experimentada pelo setor no final de julho. Pois, em função da estabilidade vinda de junho, o valor pago pelo produto permaneceu estável e relativamente elevado (R$1,90/kg, a melhor cotação registrada em 2009) nos 15 primeiros dias do mês. Mas mal iniciada a segunda quinzena, passou a registrar sucessivos recuos, ter-minando o mês em R$1,60/kg, mesmo valor experimentado na maior parte de dezembro de 2008. Entre o primeiro e último dia de julho o preço pago pelo frango vivo sofreu redução de, pratica-mente, 16% - um assombro!

Mais curiosa foi a data de início do processo de deterioração do preço: pri-meiro dia da segunda quinzena do mês e quase seis semanas após o mercado permanecer firme e os preços estabiliza-dos em excelentes R$1,90/kg.

Fosse outra a ocasião, teria sido coincidência. Mas seis semanas corres-pondem ao tempo médio de criação de um frango. A firmeza e a estabilidade do mercado sofreram rompimento quando a oferta diária de frango sofreu repentino incremento de 8%.

É um claro e indiscutível sinal de que ainda é cedo para retomar a produção anterior.

Estatísticas e Preços

Desempenho do frango vivo em julho de 2009Recuo de preços no mês é sinal de alerta para o setor

FRANGO VIVOPREçO hIStóRICO (MéDIA 1999/2008) E AtuAl (2009)

Média 1999/2008 (dezembro do ano anterior igual a 100)

Preço médio mensal em 2009 (R$/kg, granja, interior paulista)

Page 45: Produção Animal Avicultura - ed28

Produção Animal | Avicultura 45

Se tivesse acompanhado o preço mé-dio registrado entre 1998 e 2008, o

ovo teria alcançado em julho passado um de seus melhores preços de todos os tempos. Mas, bem ao contrário, a comer-cialização do produto no mês foi um de-sastre total, já que seu valor médio retro-cedeu 14% em relação ao mês anterior e, pior ainda, 22% em relação a julho de 2008.

É verdade que em julho do ano pas-sado ainda não havia eclodido a crise econômica que fez (e continua fazendo) o mundo tremer. Como ainda não saí-mos totalmente dessa crise, é quase na-tural que os preços continuem inferiores. No entanto, o setor passou pela fase mais crítica dessa crise sem ter atingido os bai-xos preços registrados em julho último – os menores registrados nos últimos 20 meses.

Aumento de produção e férias esco-lares foram os argumentos mais usados para justificar esse sofrível desempenho. Mas ainda que a oferta do mês tenha au-mentado, o incremento daí decorrente não deve ter sido dos mais significativos, dada a longa estabilidade observada no volume de poedeiras alojadas. Já as férias do meio do exercício são tradicionais.

O que se constatou até o fechamen-to desta edição é que o forte retrocesso observado atingiu também frango, suíno e bovino. E numa época normalmente marcada por uma elevação contínua de preços, já que o período é de entressafra da carne. Uma das hipóteses levantadas para justificar esse comportamento é a de que as dificuldades econômicas ante-riormente enfrentadas pelo consumidor voltaram a recrudescer no início do se-gundo semestre.

Dentro do próprio setor, um fato era dado como certo: dificilmente os preços do ovo serão recompostos na primeira quinzena deste mês. Porque a pandemia de Influenza H1N1 força a prorrogação das férias e afeta diretamente a merenda escolar, onde o ovo tem um de seus gran-des mercados.

OVO BRANCO EXtRA Evolução de preços no atacado paulista – R$/Caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JUL/2008 47,50 12,74% 3,67%

AGO/2008 45,98 6,09% -3,20%

SET/2008 43,25 12,57% -5,93%

OUT/2008 37,92 1,69% -12,32%

NOV/2008 39,36 5,78% 3,80%

DEZ/2008 39,69 -12,38% 0,84%

JAN/2009 37,40 -3,33% -5,76%

FEV/2009 43,54 -14,14% 16,41%

MAR/2009 46,94 -6,68% 7,80%

ABR/2009 45,46 14,71% -3,15%

MAI/2009 41,84 -6,19% -7,96%

JUN/2009 43,12 -5,89% 3,06%

JUL/2009 36,92 -22,27% -14,37%

Médias Anuais entre 2000 e 2009

ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2005 33,48 -2,87%

2001 24,07 4,11% 2006 27,48 -17,92%

2002 27,88 15,83% 2007 39,42 43,45%

2003 39,67 42,29% 2008 43,62 10,65%

2004 34,47 -13,11% 2009* 42,01 -3,69%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

* Até 31 de julho de 2009

Desempenho do ovo em julho de 2009Forte queda conduz ao menor preço dos últimos 20 meses

OVO EXtRA BRANCOPREçO hIStóRICO (MéDIA 1999/2008) E AtuAl (2009)

Média 1999/2008 (dezembro do ano anterior igual a 100)

Preço médio mensal em 2009 (R$/caixa, atacado paulista)

Page 46: Produção Animal Avicultura - ed28

Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasMilho despenca acompanhando proteína animal

O preço médio do milho, saca de 60 kg, interior de SP, foi de R$20,10 em julho de 2009, queda de 9,66% sobre o

preço médio de junho deste ano, R$22,25/saca.Depois da pequena alta obtida em junho, a desvalorização

do milho no mês passado é significativa, já que na compara-ção com o valor da saca de um ano atrás a redução é de 28,24% - em julho de 2008 o valor médio foi R$28,01/saca.

Valores de troca – Milho/Frango vivoConsiderado o valor médio da saca de milho, em julho o

produtor precisou de 186,1 kg de frango vivo (interior de SP) para comprar uma tonelada do grão. Este valor foi 5,65% me-nor que o de junho de 2009 – 197,2 kg/t.

A melhora da relação de troca se repete pelo segundo mês seguido, devido principalmente às cotações mais eleva-das do frango vivo no início do mês, que levaram o preço mé-dio de julho a fechar em R$1,80/kg (na granja, interior de São Paulo), queda de 4,26% em relação ao mês anterior. Porém a queda do preço do milho foi mais intensa, o que determinou o aumento da capacidade de compra da avicultura de corte.Valores de troca – Milho/Ovo

De acordo com os preços médios dos produtos, a relação de troca entre o ovo (granja, interior paulista) e o milho em julho de 2009 foi de 11,19 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em junho foram necessárias 10,26 caixas/t, o que significa 9,06% mais ovos para obter a mesma quantidade de milho.

O fator principal da queda no poder de compra da postura comercial foi a expressiva desvalorização do ovo em julho: o preço médio de R$29,92 por caixa representou queda de 17,16% sobre a média de junho deste ano, R$36,12/caixa.

Farelo de soja também recuou

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em julho ao preço médio de R$822/tonelada, valor

4,86% menor que o de junho/09 – R$864/t. Na compara-ção com julho de 2008 – R$797/t – a cotação de julho passado foi 3,14% mais alta, mantendo ainda o cenário de valorização do farelo na comparação 2008/2009.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoConsiderado o valor médio do farelo de soja em julho,

foram necessários 456,6 kg de frango vivo (na granja, in-terior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo. Como em junho passado essa relação foi de 459,5 kg/t de farelo, o volume de frango necessário para se obter a mesma quantidade do produto caiu levemente: 0,63%.

Em relação aos valores de um ano atrás, há queda na capacidade de compra da avicultura: -7,66%, posto que em julho de 2008 foram necessários 421,6 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada de farelo de soja.Valores de troca – Farelo/Ovo

Assim como na relação de troca com o milho, o produ-tor de ovos perdeu capacidade na compra do farelo de soja em julho de 2009. Neste mês, considerados os preços médios de um e outro produto, foram necessárias 27,4 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para ad-quirir uma tonelada de farelo de soja. Este valor significa 14,85% ovos a mais em comparação a junho de 2009, quando 23,9 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a julho de 2008, a queda no poder de compra é bastante expressiva: 31,11%. Naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 18,9 caixas de ovos.

Fonte das informações: www.jox.com.br 46 Produção Animal | Avicultura

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50 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

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A Unidade de Pesquisa e Desenvolvimen-to de Bastos, SP, do Instituto Biológico (UPDB), recebeu durante a Festa do

Ovo (17 a 19 de julho) o certificado NBR ISO 9001:2000 para o diagnóstico sorológico de Mycoplasma gallisepticum e Mycoplasma sy-noviae. Para receber a Certificação foi realiza-da, além da adequação e ampliação das instala-ções da unidade, o treinamento dos funcionários e auditorias. Agora, os pesquisa-dores e funcionários estão melhor acomodados e os laboratórios estão mais equipados e prepa-rados para executar as análises. É mais um be-nefício para os produtores de ovos da região oeste de São Paulo e também do norte do Para-ná e sul do Mato Grosso do Sul, que também são atendidos pela UPDB.

A próxima conquista é o credenciamento pelo Ministério da Agricultura para o diagnós-tico da Laringotraqueíte (LTI), que hoje é feito em Campinas, SP. A equipe do IB está há um ano trabalhando para obter este credencia-mento. Estamos atualmente na última etapa, que deve ser completada em setembro. Ainda sobre a Laringotraqueíte, nossos pesquisadores estão participando de um projeto de Coopera-ção Técnica com a Universidade da Geórgia, que é considerada um dos maiores centros de diagnóstico e pesquisa em sanidade avícola do mundo, com o objetivo de serem capacitados para implantar na unidade o diagnóstico de LTI.

Na Geórgia, os técnicos são treinados para o diagnóstico sorológico, molecular, histopato-lógico e para o isolamento do vírus. O projeto foi financiado pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e envolve cerca de 200 mil reais.

Em junho passado, John Glisson e Maricar-men-Garcia, professores da Universidade, esti-veram no Brasil, para conhecer a realidade da ocorrência de LTI na região de Bastose também para relatar sua experiência na profilaxia da LTI nos Estados Unidos. Esta cooperação é uma

parte importante do programa de controle de-senvolvido pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária através do programa estadual de sanidade avícola.

O Instituto Biológico de Bastos foi fundado em 1981. De dez anos para cá demos um salto na melhoria da gestão e da qualidade com a conquista de algumas certificações. Temos ago-ra um centro capaz de diagnosticar e orientar os produtores para o controle das doenças avícolas.

Porém, esta unidade do IB não apenas reali-za diagnóstico, mas também atende a comuni-dade em outros aspectos: testamos produtos, apresentamos tecnologia de controle de algu-

mas pragas, desenvolvemos trabalhos científi-cos e participamos de eventos. Possuímos qua-tro linhas de pesquisa: qualidade da água de bebida de aves, doenças respiratórias, entéricas e manejo de produção de codornas.

Com os investimentos e capacitações reali-zados alcançamos um estágio em que nos tor-namos um referencial para diagnósticos da avicultura de postura. Este suporte técnico é essencial para acompanhar a evolução de um setor que possui um enorme potencial de cres-cimento, tanto no mercado interno como in-ternacionalmente, produzindo com qualidade um alimento extremamente nobre e saudável: o ovo.

Investimentos no IB de Bastos criam suporte técnico necessário para crescimento do setor de postura

Nilce Maria Soares

é médica veterinária, Pesquisadora Científica e Chefe de Seção Técnica da UPDB do Instituto Biológico

Inauguração das obras de ampliação do prédio do Laboratório de Bastos durante a Festa do Ovo

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Ponto Final