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PRODUÇÃO DO BIODIESEL A PARTIR DA MAMONA NO NORDESTE BRASILEIRO Eliz Regina Clara de Medeiros (UFPE) [email protected] Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão (EMBRAPA) [email protected] Ana Cândida Ferreira Vieira (UFPB) [email protected] Desde meados do século XX, o petróleo se consolidou como fonte energética dominante e propulsora do crescimento econômico da sociedade capitalista, de modo que esta se tornou dependente da disponibilidade de tal recurso. Desse modo, diante da certeza quanto à finitude de suas reservas e do crescente aquecimento global, o biodiesel surge como alternativa viável ao diesel mineral. Neste cenário, muitos países passaram a produzir esse biocombustível e o Brasil está seguindo esta tendência. Em 2004, o governo brasileiro lançou o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel - PNPB, que, além do aspecto econômico e ambiental, tem como preocupação a inclusão social dos agricultores familiares da zona semi-árida da região Nordeste através da produção de biodiesel da mamona. Diante desse contexto, a escolha do tema está intrinsecamente relacionada à conjuntura supracitada e às perspectivas de melhoras nas condições de vida da população residente na região semi-árida do Nordeste a partir do cultivo da mamona para a produção de biodiesel. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar a produção do biodiesel da mamona no semi-árido nordestino a partir da agricultura familiar. O objetivo do trabalho foi materializado através de pesquisas bibliográfica e documental, com base em leituras de livros, artigos científicos, boletins, banco de dados eletrônicos, dentre outros. Como resultado observou-se que para a proposta de inclusão social do PNPB ser de fato efetivada, é necessário que se realizem maiores investimentos no sentido de capacitar os produtores rurais do semi-árido nordestino, incentivar a organização e manutenção de cooperativas e associações, bem como construir unidades esmagadoras em localidades próximas às áreas de cultivo. Palavras-chaves: Biodiesel, Mamona, Nordeste XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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PRODUÇÃO DO BIODIESEL A PARTIR DA

MAMONA NO NORDESTE BRASILEIRO

Eliz Regina Clara de Medeiros (UFPE)

[email protected]

Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão (EMBRAPA)

[email protected]

Ana Cândida Ferreira Vieira (UFPB)

[email protected]

Desde meados do século XX, o petróleo se consolidou como fonte

energética dominante e propulsora do crescimento econômico da

sociedade capitalista, de modo que esta se tornou dependente da

disponibilidade de tal recurso. Desse modo, diante da certeza quanto à

finitude de suas reservas e do crescente aquecimento global, o biodiesel

surge como alternativa viável ao diesel mineral. Neste cenário, muitos

países passaram a produzir esse biocombustível e o Brasil está seguindo

esta tendência. Em 2004, o governo brasileiro lançou o Programa

Nacional de Produção e Uso de Biodiesel - PNPB, que, além do aspecto

econômico e ambiental, tem como preocupação a inclusão social dos

agricultores familiares da zona semi-árida da região Nordeste através da

produção de biodiesel da mamona. Diante desse contexto, a escolha do

tema está intrinsecamente relacionada à conjuntura supracitada e às

perspectivas de melhoras nas condições de vida da população residente na

região semi-árida do Nordeste a partir do cultivo da mamona para a

produção de biodiesel. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar a

produção do biodiesel da mamona no semi-árido nordestino a partir da

agricultura familiar. O objetivo do trabalho foi materializado através de

pesquisas bibliográfica e documental, com base em leituras de livros,

artigos científicos, boletins, banco de dados eletrônicos, dentre outros.

Como resultado observou-se que para a proposta de inclusão social do

PNPB ser de fato efetivada, é necessário que se realizem maiores

investimentos no sentido de capacitar os produtores rurais do semi-árido

nordestino, incentivar a organização e manutenção de cooperativas e

associações, bem como construir unidades esmagadoras em localidades

próximas às áreas de cultivo.

Palavras-chaves: Biodiesel, Mamona, Nordeste

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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Produção do Biodiesel a partir da Mamona no Nordeste Brasileiro

Eliz Regina Clara de Medeiros (UFPE) – [email protected]

Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão (EMBRAPA) - [email protected]

Ana Cândida Ferreira Vieira (UFPB) – [email protected]

Resumo

Desde meados do século XX, o petróleo se consolidou como fonte energética dominante e

propulsora do crescimento econômico da sociedade capitalista, de modo que esta se tornou

dependente da disponibilidade de tal recurso. Diante da certeza quanto à finitude de suas reservas

e do crescente aquecimento global, o biodiesel surge como alternativa viável ao diesel mineral.

Em 2004, o governo brasileiro lançou o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel –

PNPB, que, além do aspecto econômico e ambiental, tem como preocupação a inclusão social dos

agricultores familiares da zona semi-árida da região Nordeste através da produção de biodiesel da

mamona. Diante desse contexto, a escolha do tema está intrinsecamente relacionada à conjuntura

supracitada e às perspectivas de melhoras nas condições de vida da população residente na região

semi-árida do Nordeste a partir do cultivo da mamona para a produção de biodiesel. Assim, este

trabalho tem como objetivo analisar a produção do biodiesel da mamona no semi-árido

nordestino a partir da agricultura familiar. O objetivo do trabalho foi materializado através de

pesquisas bibliográfica e documental. Como resultado observou-se que para a proposta de

inclusão social do PNPB ser de fato efetivada é necessário que se realizem maiores investimentos

no sentido de capacitar os produtores rurais do semi-árido nordestino, incentivar a organização e

manutenção de cooperativas e associações, bem como construir unidades esmagadoras em

localidades próximas às áreas de cultivo.

Palavras – chave: Biodiesel, Mamona, Nordeste

1 Introdução

As fontes de energia, desde os primórdios das civilizações, vêm atuando como motor do

crescimento e desenvolvimento sócio-econômico das sociedades. Na sociedade em que o modo

de produção capitalista é predominante, o carvão, o petróleo e o gás são as fontes de energias

mais utilizadas. Entretanto, desde meados do século XX, o petróleo se consolidou como fonte

energética dominante e propulsora do crescimento econômico, gerando, assim, uma dependência

em relação a esse recurso – a “petrodependência”.

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Essas fontes de energia, não obstante, são não-renováveis, isto é, são exauridas com o uso

intensivo. Desse modo, à medida que tais recursos são consumidos, reduz-se sua disponibilidade

na natureza, diminui-se o ritmo das atividades econômicas dependentes destes e eleva-se o preço

dos produtos, provocando uma crise generalizada.

Diante da certeza quanto à finitude das reservas de petróleo e em virtude do aumento demasiado

do aquecimento global provocado pela queima de combustíveis derivados desse hidrocarboneto,

pelo uso do carvão mineral e pela emissão de fumaças das fábricas, entre outros, surge a

preocupação em se encontrar um substituto para esse recurso não-renovável. Neste contexto, o

biodiesel desponta como uma alternativa ao diesel mineral, derivado do petróleo. Este

biocombustível é cotado como provável substituto para o diesel mineral, por ser um recurso

renovável, obtido a partir do processamento de óleos vegetais e gorduras residuais, além de ser

menos poluente.

No Brasil, além do aspecto econômico e ambiental relacionado à produção do biodiesel, existe a

preocupação social, pois a produção desse biocombustível representa a possibilidade de geração

de emprego e renda no meio rural, especialmente para os agricultores familiares da zona semi-

árida da região Nordeste. Neste caso, o governo está dando incentivo à produção do biodiesel a

partir da mamona, através do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel – PNPB, de

modo a estimular a produção da mamona no Nordeste e gerar emprego e renda para os

agricultores familiares desta região.

Analisando a conjuntura supracitada e vislumbrando possíveis melhoras nas condições de vida da

população residente na região, o objetivo desse trabalho é analisar a produção do biodiesel da

mamona no semi-árido nordestino a partir da agricultura familiar.

O trabalho será materializado através de uma pesquisa bibliográfica e documental, com base em

leituras de livros, artigos científicos, boletins, banco de dados eletrônicos, dentre outros.

Para facilitar o cumprimento do objetivo proposto, o trabalho está dividido em três seções: a

primeira é a introdução deste trabalho; na segunda, busca-se fazer uma abordagem geral acerca

do biodiesel no Nordeste; e, na terceira e última seção, expõem-se as considerações finais.

2 Biodiesel no Nordeste

O governo federal em 2004 ao lançar o PNPB, adotou a mamona como carro chefe do Programa,

devido essa cultivar ser bem adaptada a região e não necessitar de técnica intensiva em capital

para sua produção. Além desta característica outra particularidade que possibilita a mamona uma

atenção especial por parte do governo é sua capacidade de resistir às secas.

Ademais, o Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (CNPA), da Empresa de Pesquisa

Agropecuária – EMBRAPA, através de seus estudos produziram cultivares de alta produtividade

e bem adaptadas as condições de clima e solo da região semi-árida, ver seção 2.1.

De acordo com CNPA/EMBRAPA – zoneamento agrícola (2008), a região Nordeste é

responsável por 94% da área ocupada com o cultivo da mamona em todo o país e por 87% da

produção nacional de bagas. Além disso, foi nesta região onde surgiu as primeiras iniciativas com

relação a produção de biodiesel. Devido à conotação social do PNPB, a mamona é a oleaginosa

indicada para a produção desse biocombustível no Nordeste. Para viabilizar esta produção há

várias plantas instaladas em alguns estados da região tais como Bahia, Ceará e Piauí.

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Conforme Osaki e Batalha (2008) a produção regional de biodiesel concentrava-se no Nordeste,

em 2007, naquele ano a região foi responsável por 42% da produção nacional seguida pelas

demais regiões com os seguintes percentuais 31% Centro-oeste, 11% Sul, 9% Sudeste 7% Norte.

A elevada participação da região Nordeste na produção de biodiesel, em 2007 deveu-se ao fato

dessa região ter sido pioneira na produção de biodiesel no país e devido os incentivos

governamentais, principalmente em relação a mamona. Tendo esta cultivar sua produção

majoritária concentrada no estado da Bahia, ademais no Nordeste são cultivadas outras

oleaginosas aptas a produção de biodiesel como a soja e o caroço-de-algodão.

Este panorama em que o Nordeste era o grande produtor nacional de biodiesel está muito mudado

atualmente. Devido a crescente demanda pelo biodiesel a tendência é que este bicombustível seja

produzido, de acordo com a disponibilidade de matéria-prima. Neste caso, a soja sai na frente,

devido a sua grande produção. Com base nos dados da figura 1, em 2008, 78% da produção de

óleo disponível para a produção de biodiesel foi originário da soja.

Fonte: Boletim Mensal de Biodiesel – SRP: ANP, 2009

Figura 1 - Matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel em outubro de 2008

De acordo com Osaki e Batalha (op. cit.), as regiões brasileiras podem atender a demanda de

biodiesel nos seguintes percentuais: a região Centro-Oeste atenderia o programa B41, a Sul, o

B28, a Nordeste, o B5, a Sudeste, o B4 e a Norte B2. Desse modo é possível observar que a

região Centro-Oeste seria a grande produtora de biodiesel no país, como de fato é. De acordo

com os dados da ANP a região Centro-Oeste detém 41,94% das plantas autorizadas pela ANP

com uma capacidade de produção autorizada acima de 13 milhões de metros cúbicos anualmente,

Isto pode, portanto, ser reflexo da grande produção de soja verificada na região, historicamente

grande produtora dessa oleaginosa. O Nordeste, por seu lado, detém 12,90% com uma capacidade

autorizada em torno de 720, 264 metros cúbicos por ano. Estes dados configuram um indicativo

da necessidade de maiores investimentos na produção da mamona para que o objetivo social dado

ao cultivo dessa cultura possa de fato ser viabilizado.

2.1 Mamona

A mamoneira (Ricinus communis L.) conhecida no Brasil como carrapateira é uma planta

oleaginosa de fácil cultivo e bem adaptada as condições de clima e solo da região semi-árida

brasileira, devido as suas características peculiares tais como gosta de sol, é tolerante a escassez

de água e, geralmente é produzida em condição de sequeiro, isto é, sem irrigação, além de ser

cultivada com a utilização intensiva de terra e mão de obra. Estas características conferem a

mamona uma posição de destaque frente as outras oleaginosas aptas à produção de biodiesel na

região Nordeste do Brasil. Um dos fatores que implicam na conotação social de sua produção é o

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fato de que seu plantio pode ser realizado através do sistema de consórcio com outras culturas

que, são produzidas para o consumo alimentício como o feijão. Geralmente esse consócio é

realizado com o feijão por este ser um produto básico na mesa dos brasileiros e, segundo Vaz et

al (2008), por não comprometer a produtividade da mamona.

A mamona apresenta maior produtividade quando é cultivada em ambientes com temperaturas

variando entre 20 e 30ºC, precipitações de chuvas variando entre 450 e 1000mm por ano (e

superior a 500mm em períodos chuvosos) e altitudes variando entre 300 e 1500 metros

(BELTRÃO et al, 2004 apud ALVES, 2004). Quanto ao seu aspecto industrial, extraem-se óleo

de suas sementes e tem-se como subproduto a torta, que pode ser utilizada como fertilizante

orgânico na produção de outras culturas como o setor de fruticultura, por exemplo, e, se

desintoxicada pode ser usada como ração animal. Este subproduto, geralmente é calculado na

contabilização de custos de produção do óleo, e sua venda é estimulada para reduzir o custo final

de fabricação do produto, neste caso, o biodiesel (VAZ et al, op. cit.).

O consumo nacional da mamona é realizado pelas indústrias química, de lubrificantes e,

recentemente é demandada para fins energéticos, a produção de biodiesel. Na indústria o óleo da

mamona possibilita muitas aplicações, como na fabricação de óleos lubrificantes de baixa

temperatura, colas e aderentes, tintas de impressão e vernizes, nylon e matéria plástica. Além

disso, esse óleo é usado na fabricação de prótese óssea, como lubrificantes de motores de alta

rotação e na produção de cosméticos (ALVES, 2004).

De acordo com o Departamento de Combustíveis Renováveis – DCR (2008), no ano de 2007, a

produção brasileira em baga foi de 87 mil toneladas, o equivalente a 44 milhões de litros de óleo.

O óleo de mamona com já foi explicitado anteriormente é o seu principal produto, que entre suas

utilidades está à questão energética da produção de biodiesel. Nesta linha, para que a produção

desse combustível seja viabilizada a partir da produção da mamona é necessário que os

investimentos no cultivo desta oleaginosa sejam contínuos e suficientes para cobrir o custo de

oportunidade dos agricultores.

De acordo com o DCR (2008), na hipótese de utilizar-se de toda a produção de óleo da mamona,

mundialmente falando, para produzir apenas biodiesel a produção total desse biocombustível

seria de 700 milhões de litros por ano, o equivalente a 55% da demanda brasileira de B3, que

totaliza 1.300 milhões de litros. Ou seja, não haveria nem como suprir a demanda de um só país

em um percentual tão pequeno. Por isso, há a necessidade de investir não apenas em outras

oleaginosas, mas também na melhoria do cultivo da mamona.

Com base na figura 2, pode-se perceber as variações ocorridas na produção de óleo de mamona

no Brasil de 1982 a 2007.

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Fonte: DCR (2008)

Figura 2 - Evolução da produção de óleo de mamona no Brasil

Com base na figura 2, verifica-se que a produção de óleo de mamona no Brasil é muito pequena

para atender o mercado de energia. Podendo atender apenas 3% da demanda do B3, se for

utilizada totalmente para este fim (DCR, 2008). De acordo com os dados do departamento

supracitado um dos motivos da produção da mamona ser tão reduzida é o tamanho do mercado

até então demandante de seu óleo, mas que a procura desse insumo para fins energéticos deve

configurar-se como um estímulo a produção dessa cultivar.

Conforme Alves (2004), a amêndoa da mamona equivale a 75% do peso de seu grão e contém

entre 43 e 50% de óleo. De acordo com os dados do CNPA (2008), a EMBRAPA desenvolveu

cultivares melhor adaptadas a região semi-árida, a BRS 149 Nordestina e a BRS Paraguaçu com

rendimentos de 49 e 48% de óleo em suas amêndoas, respectivamente. Essas cultivares foram

desenvolvidas para o uso na agricultura familiar da região semi-árida do Nordeste do Brasil, por

não necessitar de muita tecnologia para o seu plantio, a colheita é manual e o ciclo é de até 250

dias, de acordo com a disponibilidade de água, além de ser tolerante à seca. Ademais, em

condições normais de clima e solo, isto é, com fertilidade do solo mediana, altitude acima de

300m, precipitações pluviométricas de pelo menos 500mm por ano e tratos culturais adequados

estas culturas podem produzir 1.500 kg/ha de sementes por ano e até 4.000 kg/ha em condição

irrigada.

O Nordeste apresenta 655 municípios aptos à produção de mamona, sendo que a Bahia afigura-se

como o maior produtor nacional e regional desta oleaginosa com 170 municípios, seguido pelo

Piauí com 113, Ceará 97, Pernambuco 86, Paraíba 78, Rio Grande do Norte 41, Maranhão 34,

Alagoas 33 Sergipe 11 (CNPA/EMBRAPA, (2008).

De acordo com o exposto muitos dos municípios nordestinos apresentam as características

adequadas para a produção de mamona, porém o cultivo dessa oleaginosa ainda limita-se a

poucos destes e, a alguns estados tais como Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco e Maranhão, os

demais estados produzem, mas em quantidades pouco significativas, segundo Napoleão Beltrão

na Paraíba, por exemplo, a área cultivada não atinge 2 mil hectares.

Com base nos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) (2009), na safra

2006/07 a cultura ocupou uma área de 151,2 mil hectares, os dados para a safra 2007/08

indicavam uma área de 155,9 mil hectares e previam um aumento na área para a safra 2008/09,

podendo ser de 158,1 mil hectares. Apesar dos altos e baixos o Nordeste continua sendo o maior

produtor de mamona do Brasil, sendo os estados da Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco os maiores

produtores. A Bahia lidera o ranking na produção de mamona no Brasil, esse estado também

mantém a primeira posição com relação a área cultivada, cuja previsão a safra 2008/09 era de

125,2 mil hectares. O Ceará ocupa o segundo lugar com uma área de 26,4 mil hectares, este

estado vem crescendo muito em termo de área cultivada, devido a implantação de um projeto

estadual de biodiesel no ano de 2008. O Pernambuco é o terceiro maior produtor de mamona por

área cultivada no Nordeste, no entanto, teve um declínio na safra 2007/08 que foi de 3,7 mil

hectares em relação a safra 2006/07 de 6,4 mil hectares, a previsão para a safra 2008/09 ficou nos

3,7 mil hectares. O Piauí também apresentou declínios em relação a área cultivada, tendo uma

queda brusca na safra 2007/08 em relação a safra 2006/07, caiu de 13,4 mil hectares para 2,7 mil

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hectares, e a previsão para a safra 2008/09 acompanhando a safra anterior e fica nos 2,7 mil

hectares. Os dados apresentados para os demais estados são ínfimos e não foi apresentada a

previsão para a safra 2008/09.

A cultura da mamona é majoritariamente produzida pela agricultura familiar que não dispõe de

tecnologias favoráveis para um bom desempenho da cultura tais como manejo e colheita

mecanizados, esse trabalho ainda é realizado com tecnologias anacrônicas e trabalho manual.

Esta característica da mamona se por um lado faz aumentar a empregabilidade da mão de obra

dispoível no campo, por outro não gera retornos satisfatórios ao agricultor familiar, devido a

baixa produtividade. Isso, porém pode ser mudado a partir de um melhor desempenho do governo

em relação a fiscalização dos projetos empreendidos no âmbito do PNPB, pois de acordo com as

diretrizes deste Programa os produtores de biodiesel detentores do Selo Combustível Social

devem fornecer aos agricultores familiares as tecnologias que garantam um maior potencial de

produtividade.

2.2 Aspectos Econômicos

Neste tópico serão discutidos alguns aspectos econômicos referentes a produção de biodiesel

tendo a mamona como matéria-prima.

2.2.1 Preço

O governo define preços mínimos para a os produtos agrícolas, entre estes, a mamona. Vale frisar

que esses preços como o nome já diz, são os menores preços que se devem cobrar pelo produto,

no entanto devido as conturbações do mercado eles podem variar tanto para cima como para

baixo, para o agricultor familiar o ideal é que esta variação seja para cima. Na tabela 1 são

apresentados os preços mínimos para as safras de 2006/07, 2007/08 e 2008/09.

Fonte: Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009 –Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

Tabele 1 - Preços mínimos – mamona em baga

Na tabela 1 observa-se que os preços mínimos estabelecidos pelo governo para as safras 2006/07,

2007/08 e 2008/09 se levados a risca não apresentam muito estímulo econômico para os

agricultores familiares, visto que os preços de 33,56, 38,60 e 38,59 por saca (de 60kg), equivale a

preços unitários, ou seja, por quilo de R$ 0,55 para a primeira safra indicada e de R$ 0,64 para as

duas últimas safras. Para um pequeno produtor que geralmente cultiva em pequenas áreas, a

mamona vendida a este preço não gera retornos compensatórios, por exemplo, se um agricultor

cultiva anualmente três hectares de mamona com uma média de 800 kg/ha e vende esta produção

a um preço de R$ 0,64/kg, obterá uma receita de R$ 1.536 por ano ou R$ 128 por mês. É

Produtos UF/Regiões

amparadas

Tipo/

Classe Unid. Ope.

Preços Mínimos (R$/unid.)

2006/07 2007/08 Var 2008/09

Mamona

(baga)

Norte,

Nordeste,

GO, MT, MG

e SP

Único 60 kg AGF/

EGF 33,56 38,60 15,0% 38,59

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importante frisar que neste cálculo levou-se em conta uma boa produtividade por hectare e não

foram deduzidos os custos de produção, ou seja, o retorno poderia ser menor.

A análise acima levou em consideração o impacto do preço da mamona em baga para o agricultor

familiar, e, percebeu-se que não são muito competitivos. Entretanto, para o produtor de biodiesel,

com base em Gonçalves e Evangelista (2008), este preço também não é visto como um bom

atrativo. Os autores relatam que em 2008 no Ceará o preço de um quilo de mamona em baga

estava custando R$ 0,70 e o litro de óleo R$ 1,70. No entanto, são necessários 2,5 kg de mamona

para produzir um litro de óleo, implicando em um custo de R$ 1,75 só com a matéria-prima. Com

isso, os autores afirmam que a este preço não é viável produzir óleo, podendo este fator ser um

gargalo à produção de biodiesel da mamona e à proposta de inclusão social baseada em seu

cultivo.

Anteriormente foi salientado que os preços mínimos podem variar para mais ou para menos, na

safra 2007/08 o preço mínimo do quilo da mamona era de R$ 0,64, sendo que no Ceará, em 2008,

o quilo desta oleaginosa era de R$ 0,70, ou seja, variou para cima (mesmo que em um pequeno

percentual). Logo estas oscilações são bastante comuns. Na figura 3 será apresentado uma

evolução da cotação do preço da mamona em R$/60kg de 2001 a 2008 em Irecê – Ba.

Fonte: DCR (2008) apud Seagri-Ba.

Figura 3 - Evolução do preço da mamona em Irecê – BA.

Na análise da figura são perceptíveis as grandes oscilações ocorridas no mercado da mamona. No

período em questão o preço da saca de 60kg de mamona variou entre R$ 24,00 e R$ 85, 00,

sendo que em julho de 2008 a saca custava exatamente R$ 60,00/60kg, ou seja, o preço unitário

do produto era de R$ 1,00. Com vista no que foi discutido até então, verifica-se que este preço

apresenta viabilidade econômica para o agricultor familiar, mas se mostra inviável para os

produtores de biodiesel.

2.2.2 Custo de produção

De acordo com os dados do CNPA/EMBRAPA (2008), a contabilização do custo de produção da

mamona não é um dado fácil de obter. Visto que, o sistema de plantio e manejo utilizado para

cultivo dessa oleaginosa é bem diversificado, levando em conta fatores como a tecnologia de

plantio, cultivo e colheita, seja esta mecanizada, manual ou com tração animal, quantidade de

semente, intempéries como a ocorrência de pragas e doenças, as condições de preparo do solo

entre outras. Na figura 4 será apresentada uma simulação dos custos de produção de 1 hectare de

mamona com uma estimativa de produtividade de 2.000 kg/ha. Os dados apresentados na figura

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em questão, são apenas alguns dos muitos fatores participantes da formação do custo de produção

do cultivo da mamona.

Conforme o CNPA/EMBRAPA (2008), dependendo do tipo de cultivo, do tamanho da área, do

modo com está organizada a propriedade e da produtividade esperada, podem ser considerados

outros custos tais como aquisição e depreciação de máquinas, manutenção de máquinas,

administração da propriedade, seguros, custos financeiros (empréstimos bancários),

desmatamento e preparo do solo, que pode ser considerado investimento, entre outros.

*Valores referentes a julho de 2007

Fonte: CNPA/EBBRAPA (2008)

Figura 4 - Simulação do custo de produção para 1 hectare de mamona, em sistema semi-mecanizado e expectativa de

produtividade de 2.000 kg/ha

Com vista na figura 4, verifica-se que, o custo de produção do cultivo da mamona depende de

vários fatores, mas para que seja obtida uma boa produtividade é de crucial importância o uso de

alguns métodos como a aração, adubação, controle de pragas e capina; quanto a colheita,

dependendo do tamanho da cultivar ela pode ser mecanizada ou manual, com relação ao

transporte (este item diz respeito ao transporte da mamona de dentro da lavoura para um local de

secagem) seu custo depende da distância a ser percorrida. A secagem e o descascamento podem

ser realizados diretamente pela colhedora, no caso da colheita mecanizada. Logo, sem o uso do

maquinário a secagem dependerá das condições climáticas e da umidade inicial dos frutos e os

descascamentos podem ser realizados por máquinas direcionadas a este tipo de atividade ou

manualmente. Os custos com sacaria, por sua vez dependem da produtividade, nesta atividade

utilizam-se sacos de 60kg (CNPA/EBBRAPA, 2008).

Percebe-se, pois, que quando se trata de um cultivo mecanizado ou semi-mecanizado a

expectativa de produtividade por hectare é bastante satisfatória, desse modo os dispêndios com o

cultivo podem ser compensados na venda de uma maior quantidade de grãos. Esta estratégia,

porém, não se aplica ao caso dos pequenos agricultores familiares do semi-árido nordestino, estes

utilizam-se dos métodos tradicionais, de baixa produtividade. Salvo, aqueles que fornecem grãos

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para os produtores de biodiesel, uma vez que estes devem fornecer técnicas mais adequadas para

os agricultores familiares, bem como as sementes indicadas para as condições de clima e solo da

localidade em questão. Entretanto, de modo geral, para o agricultor familiar este custo pode ser

reduzido, quando o cultivo da mamona é realizado em sistema de consórcio com outra cultura,

geralmente utiliza-se o feijão. Na tabela 2 verifica-se o custeio de produção da mamona

consorciado ao feijão no estado do Ceará.

Fonte: (MOREIRA et al., 2008)

Tabela 2 – Custeio da produção de 3 ha de mamona consorciada com feijão na condição de sequeiro

Na tabela 2 observa-se que a produção da mamona em consórcio com o feijão pode ser um bom

atrativo para o agricultor familiar, uma vez que além de manter a produção de uma cultura

alimentar ainda existe a possibilidade de uma renda extra advinda da cultura da mamona.

Ademais, com o consórcio pode ser compensada uma parcela do custo de produção da mamona

através da venda da cultura alimentar, se for o caso. No entanto, mesmo sendo um atrativo só o

consórcio não é suficiente. Com base na tabela 2 percebe-se que a receita líquida da produção da

mamona consorciada com o feijão em uma área de três hectares é de R$ 649,50 por ano,

implicando numa renda mensal de R$ 54, 13. Com vista nos dados este empreendimento só será

viável para o agricultor familiar se ele não vislumbrar outra atividade, mais rentável, ou que o

possibilite angariar os mesmos benefícios com menos dispêndio de capital e trabalho.

Entre os vários fatores determinantes do custo de produção do biodiesel a matéria-prima é o que

apresenta maior impacto na formação deste, isto é, conforme Silva (2006), o custo de produção

do biodiesel pode ser afetado em até 50% pelo preço da matéria-prima para transesterificação. O

autor ressalta que o custo de produção de biodiesel depende da cultivar utilizada como matéria-

prima. E, no caso da mamona o custo do biodiesel pode ser estimado com base no custo de

Item Quantidade Valor (R$)

Preparo do solo (aração e/ou gradagem 9 h de trator x 58,00 522,00

Mão de obra para plantio, capinas,

pulverizações e colheita 120 diárias x 15,00 1.800,00

Despesas correntes Verba 63,00

Adubo – calcário Verba 150, 00

Beneficiamento das sementes Serviços 75,00

Total de Custos – B - 2.610,00

Receita da venda da mamona 695kg x 3 x R$ 0,70 1.459,50

Receita da venda do feijão 1350 kg x 1,00 1.350,00

Subsídio do governo do Estado R$ 150,00 x 3 450,00

Receita total - A - 3.259,50

Renda líquida ( A – B ) - 649,50

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produção da baga, e, no valor comercial estimado dos subprodutos. Vale frisar que se deve

contabilizar neste cálculo o custo com a extração do óleo.

Nesta linha Vaz et al (2008) indica um modelo capaz de simular o custo de produção de um litro

de biodiesel baseado no custo de extração do óleo. No modelo abaixo é exemplificado o caso da

mamona.

Cb = Qm*Pm + Ce – Q f *Pf + Ci

Cb = custo de produção de 1 litro de biodiesel

Qm= quantidade de mamona, em bagas, necessário para produzir 1 litro de óleo

Pm = Preço da mamona + frete (R$/kg)

Ce = custos de extração/ L

Q f = Quantidade de farelo gerado na produção de 1 litro

Pf = Preço de venda do farelo - (ICMS, PIS, COFINS, Comissão sobre vendas, sacaria)

Ci = Custo de industrialização do Biodiesel

O modelo acima exemplifica claramente a análise feita por Silva (2006) acerca da participação da

matéria-prima na composição do custo de produção do biodiesel. Com base no modelo verifica-

se que a maior parcela do custo para se obter biodiesel está relacionada a matéria-prima, ou seja,

neste cálculo leva-se em conta a quantidade deste insumo, o preço do mesmo, o custo de extração

do óleo, o subproduto gerado na extração do óleo (a torta), o preço de venda deste subproduto e,

por fim o custo de industrialização do processo.

Com vista no exposto é importante destacar que precisa-se de políticas de estímulo a

produtividade agrícola a fim de reduzir o preço da matéria-prima e estimular a produção de

biodiesel a partir da mamona.

3 Considerações Finais

Ao longo do trabalho percebeu-se que a proposta de inclusão social lançada pelo PNPB pode não

suscitar os efeitos desejados, principalmente devido aos altos preços da matéria-prima e por

conseguinte aos elevados custos de produção do biodiesel. Neste cenário a mamona torna-se

menos competitiva que a soja, dado que o custo do insumo exerce grande impacto no custo final

do biodiesel.

Além desses gargalos, verificam-se outros problemas quanto a produção do biodiesel a partir da

mamona cultivada pelos agricultores familiares da região semi-árida do Nordeste tais como a

falta de espírito cooperativo dos agricultores familiares, visto que nesta região não existe tradição

de cooperativismo e os agricultores são avessos a esse sistema, muitas vezes, por falta de

instrução. Além disso, falta capacitação para os agricultores que, em sua maioria não dispõe de

conhecimento sobre a variedade da semente utilizada no cultivo nem acerca das dosagens e

aplicações de fertilizantes e pesticidas por hectare cultivado.

Não obstante, observou-se que para PNPB promover de fato a inclusão social dos agricultores

familiares da zona semi-árida do Nordeste, faz-se necessário o governo ater-se não apenas as

dificuldades encontradas pelos produtores industriais, mas também aos gargalos que circundam

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os agricultores e que podem dificultar a produção do biodiesel da mamona no semi-árido

nordestino. Desse modo, sugerem-se a construção de unidades esmagadoras em localidades

próximas as áreas de cultivo possibilitando a agregação de valor ao produto e eliminando a figura

do atravessador, detentor da maior parcela dos lucros, uma vez que utiliza-se da prática “comprar

barato para vender caro” e com isso prejudica os ganhos, principalmente dos agricultores;

investimento na capacitação dos agricultores familiares em termos de preparo da área cultivada e

na organização e manutenção de cooperativas e associações, possibilitando aos mesmos serem

mais competitivos no mercado do biodiesel.

Como indicação para trabalho futuro recomenda-se fazer um estudo da atuação do PNPB a partir

do marco regulatório em que a produção e uso do biodiesel passam a ser obrigatórios – em 2008,

a fim de se verificar os benefícios efetivos advindos desse Programa.

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