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PRODUÇÃO E EMPREGO NO SETOR DE SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS NO BRASIL NA DÉCADA DE 1990: UMA APLICAÇÃO DE INSUMO PRODUTO
Cleise Maria de Almeida Tupich Hilgemberg1
Carolina Wasilewski de Campos2
Emerson Martins Hilgemberg3
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo geral analisar e comparar as transformações ocorridas na
estrutura produtiva e no emprego na década de 1990 no Setor de Serviços Prestados às Empresas.
Mais especificamente, estabelecer as mudanças ocorridas no mercado de trabalho e caracterizar o
perfil da mão-de-obra ocupada no setor no mesmo período. Para tanto, utilizou-se da metodologia de
insumo-produto para verificar as alterações no mercado de trabalho e produção. Para traçar o perfil da
mão-de-obra foram utilizadas as PNADs compatibilizadas com os setores da matriz para o período
selecionado. Foi possível verificar que no geral o setor aumentou sua capacidade de geração de
empregos, e que a mão-de-obra do setor em questão possui vínculos de emprego formais, com alta
qualificação requerida, o que acarreta maiores rendimentos e estimula o trabalhador a investir em seu
aperfeiçoamento profissional. O aumento da participação do Setor Serviços na economia fez com que
alguns de seus segmentos aumentassem sua importância relativa, caso do Setor Serviços Prestados às
Empresas, que por ser um dos setores mais diversificados e heterogêneos apresentou desempenho
econômico satisfatório no período analisado. Palavras-chave: Insumo-produto. Serviços Prestados Às Empresas. Mercado de Trabalho.
Setor de Serviços.
ABSTRACT
The present study has as main purpose analyze and compare the transformations occurred in the
productive structure and labor in 1990‟s in the Services Provided to Companies Sector. More
specifically, the paper focuses on the changes in the labor market and characterizes the profile of the
occupied labor in that sector in the same period. To do so, it was used input-output methodology in
order to verify the alterations in the labor market and output. To draw the profile of the labor force the
paper used the PNADs which were adjusted to match the sectors used in the IO tables. This procedure
made possible to verify that the sector increased his capacity to generate labor posts and that the labor
has formal contracts and demand of high qualification. This leads to larger income and stimulates the
worker to invest in professional improvement.
Key-words: Input-output, Labor market, Service Sector
1. INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos de 1990 a sociedade brasileira experimentou grandes
transformações na estrutura de produção e emprego decorrentes principalmente da abertura
comercial promovida com maior intensidade neste período.
1 Professora Adjunta no Departamento de Economia- Universidade Estadual de Ponta Grossa. [email protected]
3 Professor Adjunto Departamento de Economia – UEPG. [email protected]
2
Não obstante, vários setores da economia neste período apresentaram variações
positivas como o caso principalmente do Setor de Serviços, com aumento da oferta de postos
de trabalho.
Este estudo se justifica dado as alterações ocorridas no setor produtivo brasileiro
nos anos de 1990, uma vez que a maioria dos setores da economia adaptaram-se, ajustaram-se
a estas mudanças.
É neste contexto que este trabalho se insere, buscando entender a dinâmica de um
setor que presta serviços a outros setores da economia.
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo geral analisar e comparar as
transformações ocorridas na estrutura produtiva e no emprego na década de 1990 no Setor de
Serviços Prestados às Empresas.
Mais especificamente, estabelecer as mudanças ocorridas no mercado de trabalho
e caracterizar o perfil da mão-de-obra ocupada no setor no mesmo período.
A estrutura adotada neste trabalho está dividida em quatro seções além desta,
onde a segunda apresenta uma breve contextualização do mercado de trabalho no Brasil. A
metodologia de insumo-produto utilizada, bem como os critérios adotados para traçar o perfil
da mão-de-obra utilizada no setor de Serviços Prestados às Empresas encontram-se na terceira
seção. A quarta seção apresenta os principais resultados e discussões com ênfase no setor
discutido. E por fim, na quinta e última seção são apresentadas as considerações finais do
trabalho.
2. DINÂMICA DO MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL
Para compreender as alterações no mercado de trabalho e produção no Brasil faz-
se necessário recuperar alguns fatos que antecederam o período de 1990, apresentados de
forma resumida na presente seção.
De acordo com Barbosa (2002) já em 1945 as discussões sobre as alterações no
mercado de trabalho brasileiro estavam na pauta de muitos pesquisadores, apresentando uma
tendência de expansão na ocupação formal assalariada. Neste período o mercado de trabalho
passava por significativas transformações, com o crescimento do emprego formal urbano,
principalmente na área industrial e diminuição nos trabalhos na zona rural.
Vale recordar que neste período a ênfase da produção estava baseada num modelo
econômico primário-exportador, o que permite apoiar o argumento apresentado por Barbosa
(2002), isto é, a mudança no padrão de produção alterando-se para o modelo de substituição
de importações.
No entanto, o final da década de 1970 e início dos anos 1980 foram marcados pela
ruptura do modelo desenvolvimentista característico da época.
Com o país em crise, a década de 1980 fica marcada por altas taxas de inflação e
diminuição nas taxas de crescimento econômico.
A estagnação da economia, acompanhada dos impactos causados por planos de
estabilização econômica, como o Plano Cruzado em 1986, Plano Bresser em 1987 e Plano
Verão em 1989, diminuíram drasticamente o ritmo da expansão do emprego assalariado,
crescimento das taxas de desemprego, e elevação nas ocupações assalariadas sem registro
formal. Neste período o desemprego oscilava junto com a economia (Barbosa, 2002).
O início da década de 1990 foi marcado por políticas anti-inflacionárias, altas
taxas de juros e a desestruturação e redução do papel do Estado na economia. As políticas de
abertura da economia brasileira passaram a ameaçar as bases estruturais da produção do país e
conseqüentemente prejudicaram e erradicaram setores inteiros da indústria nacional, levando
à diminuição de geração de empregos (Barbosa, 2002); (Hilgemberg, 2003).
3
Neste sentido, Hilgemberg e Guilhoto (2004) argumentam que a abertura
comercial provocou mudanças na produção que impactaram de maneira negativa o mercado
de trabalho. Com a economia exposta à concorrência internacional, postos de trabalho foram
eliminados.
De acordo com Kon (2004), este processo se agravou pela falta de qualificação da
mão-de-obra, porque impedia que uma grande parte dos trabalhadores exercesse tarefas mais
complexas.
Deste modo, a década de 1990 foi caracterizada, segundo Barbosa (2002), pelo
fim da capacidade de gerar postos de trabalho suficientes para atender a demanda da
população com idade ativa.
Outro forte argumento que pode caracterizar a redução da oferta de postos de
trabalho foi o utilizado por Hilgemberg (2003) mostrando que nos anos de 1990 a oferta de
postos de trabalho na maioria dos setores reduziu a capacidade de geração de empregos, uma
vez que a economia passa a ser mais intensiva em capital em setores como Agropecuária e
Indústria.
No entanto, mesmo a economia sendo menos intensiva em mão-de-obra, setores
como o de Serviços foi capaz de gerar novos postos de trabalho no referente período
(Hilgemberg e Guilhoto, 2004).
Neste sentido, saindo de uma economia fechada ao fluxo do comércio e de
capitais internacionais, com forte presença do Estado como produtor de bens e serviços e
crescente tendência inflacionária, o Brasil caminhou para uma economia aberta, por meio de
um processo de privatização em conjunto com um programa de estabilização baseado em uma
âncora cambial com respaldo da abertura comercial e financeira (Barbosa, 2002).
Neri, Camargo e Reis (2000) argumentam que durante o período, houve a abertura
da economia ao fluxo do comércio e de capitais internacionais, queda na taxa de inflação e
redução da presença do Estado na economia e que estas mudanças estruturais alteraram o
ritmo e a estrutura do crescimento da economia, afetando diretamente o desempenho do
mercado de trabalho.
Segundo Arenti e Gelinski (2001) o país procurou se inserir e adequar-se ao novo
contexto internacional, flexibilizando as relações econômicas, financeiras e de trabalho. A
contrapartida dessa política econômica foi a insuficiência de gerar altas taxas de crescimento,
de forma a absorver o grande número de desempregados.
Entre os anos de 1990 e 1992 o Brasil passou por uma forte recessão que reduziu
o nível de atividade e aumentou a taxa de desemprego. Este processo só foi revertido a partir
de 1993, mais precisamente com a estabilização em junho de 1994, com o crescimento da
economia.
Em nível macroeconômico, este crescimento refletiu decisivamente sobre o
desempenho do mercado de trabalho, e se estendeu até o final da década de 1990, com a
redução do emprego industrial e o crescimento da proporção de trabalhadores informais,
juntamente com o aumento do rendimento real dos trabalhadores e da geração de postos de
trabalho nos setores de comércio e serviços (Neri, Camargo e Reis, 2000).
De acordo com Barbosa (2002), em meados de 1998 houve uma diminuição no
nível de emprego, decorrente da crise asiática e da crise financeira internacional.
Alguns dos principais reflexos decorrentes foram a redução do emprego na
agricultura, o aumento de trabalhadores informais e crescimento do rendimento real dos
trabalhadores e do emprego nos setores comércio e serviços.
A geração de emprego foi deslocada da atividade industrial nos anos 70 para o
Setor de Serviços nos anos 80 e 90. No ano de 1992 o Setor de Serviços respondia por 71,6%
da ocupação não-agrícola. Em 1996 este setor abrigava 73,7% da ocupação não-agrícola e
4
mais da metade da população ocupada do país, enquanto a participação da indústria foi
reduzida para 17,9%, conforme afirma Barbosa (2002).
Com o Setor Industrial sob forte pressão competitiva, conseqüente das práticas de
ajuste e do processo de terceirização de serviços promovidos pelas empresas brasileiras,
houve uma transferência de empregos do Setor Secundário para o Setor de Serviços.
Hilgemberg (2003) argumenta que no período de 1990 o setor de serviços
apresentou crescimento na oferta de postos de trabalho no Brasil. Também, segundo a autora
o Brasil acompanhou o movimento mundial de terciarização.
Conforme Hilgemberg (2003, p. Vii) “...o setor Serviços consolidou-se como
grande gerador ou absorvedor de mão-de-obra neste período.”
O Setor de Serviços foi o caminho para a mão-de-obra que não conseguia mais
encontrar ocupação. (Barbosa, 2002).
Silva et al (2006), afirmam que o Setor de Serviços tem participação no produto e
no emprego da economia crescente e os serviços intermediários também apresentam uma
participação cada vez maior. Assim, como os serviços intermediários são insumos industriais,
a participação no emprego por parte desse setor faz com que mesmo os pequenos ganhos de
produção gerem um impacto significativo na indústria, o que torna o crescimento de
produtividade da economia sempre presente, da mesma forma que os aumentos de renda por
trabalhador.
Este argumento pode ser confirmado pelo IBGE – PAS apud IPARDES (2004)
onde o intenso processo de terceirização, que foi desencadeado fundamentalmente nos anos
1990, atribuiu dinamicidade ao segmento, além de acentuar sua diversidade.
É neste contexto que este trabalho se insere, e para tanto, algumas especificidades
do Setor de Serviços são necessárias para o entendimento do setor, como apresentadas a
seguir.
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS
Após o fim da Segunda Guerra Mundial as economias no processo industrial
passaram por grandes transformações, que acarretaram em conseqüências marcantes no
processo do Setor de Serviços, associado ao desenvolvimento econômico mundial. Com a
concentração e centralização do capital houve a necessidade de reestruturar o controle das
empresas, a partir da criação de uma rede de empresas prestadoras de serviços auxiliares, que
complementassem melhores formas de coordenação.
A globalização do capital através de multinacionais aumentou a demanda por
serviços de contabilidade, informações e assessoria jurídica, etc., o que levou às grandes
empresas recorrer à terceirização dos serviços, promovendo o crescimento do Setor (Kon,
2004).
Conforme Meirelles (2006, p.351): (...) só é considerada atividade de serviço, a atividade cujo processo de produção é intangível, baseado em insumos e em ativos intangíveis, cuja relação de produção e consumo é simultânea e interativa, resultando num produto também intangível e inestocável.
A maior parte das abordagens teóricas sobre o setor de serviços considera como
característica principal o trabalho fundamentalmente humano. Abaixo dessa definição, é
atribuída ao setor a definição de serviço como um produto intangível, baseado em
atividades manuais ou habilidades em informação e conhecimento.
Silva et al (2006) definem os serviços como sendo bens intangíveis onde seu
consumo se dá, na maioria das vezes, no ato de sua produção; bens de consumo ou
intermediários intangíveis, intensivos em trabalho e com produção e consumo
5
concomitantes; e a indústria de serviços que produz no lugar de bens, serviços de
transporte, comércio, seguros, etc.
Devido ao fato de reunir uma grande variedade de atividades, muitas delas
derivadas do setor produtivo, o Setor Serviços tem como característica predominante a
heterogeneidade. Esse atributo vai além do aspecto relativo ao número e variação das
atividades, mas aplica-se ainda ao modo como elas surgem e interagem com as atividades
pertinentes aos demais setores.
2.1.1 SETOR SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS
Este setor abrange tanto atividades de maior qualificação (como consultorias
técnicas) como também atividades de média qualificação (trabalhos intensivos em mão-
de-obra) (IBGE apud IPARDES 2004).
As empresas desse segmento estão voltadas principalmente ao atendimento das
demandas Empresariais e Governamentais.
De acordo com o IBGE apud IPARDES (2004) anualmente é feita uma pesquisa
do setor de serviços – PAS – Pesquisa Anual de Serviços, que trata o segmento separando-
o de acordo com suas especializações e grau de qualificação, nas atividades resumidas no
quadro 1.
Serviços Técnicos
Profissionais
Esse grupo de serviços envolve atividades mais
especializadas, com pessoal de maior qualificação, de
atividades tais como: serviços jurídicos, contabilidade e
auditoria, pesquisas de mercado e opinião pública, gestão
de participação societária (holdings), assessoria em gestão
empresarial, serviços de arquitetura, engenharia e
assessoramento técnico, ensaio de materiais e serviços de
publicidade.
É observado nesse ramo maior participação de
proprietários, sócios e membros da família com atividade
na empresa.
Seleção, agenciamento e
locação de mão-de-obra
Nesse grupo as empresas atuam como intermediárias,
contratando pessoal para outras empresas, desenvolvendo
serviços de agenciamento e seleção de mão-de-obra, e
locação de mão-de-obra por elas contratadas.
Serviços de investigação,
vigilância e segurança e
transporte de valores
Nessa área a demanda empresarial tem sido crescente,
especialmente em função da tendência generalizada da
terceirização desses serviços e também devido ao aumento
dos problemas relacionados à segurança, sobretudo nos
grandes centros urbanos.
Serviços de limpeza em
prédios e domicílios, serviços
fotográficos e outros
As empresas dessa atividade são caracterizadas pelo
intensivo uso de mão-de-obra de média qualificação ou
semiqualificada. Atendem tanto à demanda empresarial
como às famílias. A demanda das empresas é crescente
para o segmento, produto também da tendência
generalizada de terceirização desses serviços.
Quadro 1 – Descrição das Atividades – Setor Serviços Prestados às Empresas Fonte: Adaptado IPARDES (2004)
6
Ainda de acordo com o IBGE, é possível desmembrar o setor classificando as
atividades conforme descrito no CNAE – Código Nacional de Atividade Empresarial
(quadro 2).
Serviços Prestados às Empresas Atividades principais
INFORMÁTICA
- Consultoria em equipamentos de informática;
- Consultoria de programação de informática;
- Processamento de dados;
- Serviço de banco de dados.
PROFISSIONAIS
- Serviços jurídicos;
- Serviços de contabilidade e consultoria fiscal;
- Consultoria de gestão.
MARKETING - Análise de mercado;
- Publicidade.
TÉCNICOS
- Serviços de arquitetura;
- Serviços de engenharia;
- Ensaios e análises técnicas.
ALUGUÉIS - Aluguel de equipamentos de transporte e para construção;
- Aluguel de máquinas de escritório, incluindo computadores.
SELEÇÃO DE PESSOAL - Seleção e colocação de pessoal.
OPERACIONAIS - Serviços de segurança;
- Serviços de limpeza industrial.
OUTROS
- Serviços de secretariado e tradução;
- Atividades de embalagem;
- Feiras e exposições.
Quadro 2 – Classificação CNAE Fonte: Adaptado IBGE – CNAE (2007)
Conforme o quadro 2, os serviços prestados às empresas podem ser compostos por
diversas atividades. Isso se explica pelas diferentes características funcionais das empresas
que os contratam, como produção, marketing, gestão, administração, recursos humanos,
segurança, limpeza, etc.
Dada a característica apresentada pelo setor é possível identificar a mão-de-obra
predominante, sua qualificação, gênero e idade, como descrita na seção seguinte quando da
definição da metodologia utilizada para identificação do perfil da mão-de-obra e produção nos
anos de 1990.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Nesta seção será descrita a metodologia utilizada para traçar o perfil da mão-de-obra
utilizada neste setor de atividade, bem como a aplicação da metodologia de insumo-produto
para identificação da estrutura produtiva e do emprego nos anos de 1990.
3.1 PERFIL DA MÃO-DE-OBRA UTILIZADA
Para traçar o perfil da mão-de-obra e a evolução dos postos de trabalho na década de
90 a metodologia utilizada está baseada na metodologia desenvolvida por Hilgemberg (2003),
7
para a verificação das mudanças de estrutura sobre o emprego na economia brasileira nos
anos 90.
Para identificar o perfil da mão-de-obra presente neste setor serão utilizados os
dados das PNADs nos anos de 1990 a 1999, exceto o ano de 1991, que por ser ano censitário4,
não foi realizada a pesquisa pelo IBGE, e o ano de 1994 que por dificuldades internas deste
instituto impossibilitaram a realização da pesquisa (Hilgemberg, 2003).
As pesquisas realizadas pelo IBGE são feitas a partir de amostras, e neste estudo os
dados das Matrizes foram compatibilizados com os dados fornecidos pelas PNADs, de acordo
com Hilgemberg (2003). Com essa compatibilização é possível analisar o setor por completo,
e os dados deixam de ser amostrais.
A análise da mão-de-obra no setor de serviços prestados às empresas irá considerar
as variáveis gênero, idade do trabalhador, situação na ocupação e anos de estudo, com o
intuito de verificar a participação de homens e mulheres neste setor, bem como a idade e a
qualificação destes indivíduos, buscando investigar se as mudanças estruturais ocorridas nos
anos 1990 provocaram mudanças quanto ao perfil e à qualificação do pessoal empregado,
considerando idade do trabalhador, anos de escolaridade e situação na ocupação:
Idade do Trabalhador: a investigação da Idade foi feita através da pesquisa do dia, mês e ano de
nascimento da pessoa ou da idade presumida da pessoa que não soubesse a data de nascimento. A idade foi
calculada em relação à data de referência. As pessoas que não declararam a data de nascimento nem a idade
presumida foram reunidas no grupo „idade ignorada‟ (PNAD, 1999, p. 18 - Notas Metodológicas)
Anos de Escolaridade: foi obtida em função da série e do grau que a pessoa estava freqüentando ou
havia freqüentado, considerando a última série concluída com aprovação. A correspondência foi feita de
forma que cada série concluída com aprovação correspondeu há um ano de estudo (PNAD, 1999, p. 21-
Notas Metodológicas)
Situação na ocupação: nesta categoria é possível identificar e classificar os
trabalhadores com vínculo empregatício ou não como definido nas Notas Metodológicas
das PNADs (1999).
a. Empregado - Pessoa que trabalhava para um empregador (pessoa física ou jurídica),
geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho e recebendo em
contrapartida uma remuneração em dinheiro, mercadorias, produtos ou benefícios
(moradia, comida, roupas etc.). Nesta categoria incluiu-se a pessoa que prestava o serviço
militar obrigatório e, também, o sacerdote, ministro de igreja, pastor, rabino, frade, freira
e outros clérigos;
b. Empregador - Pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento, com
pelo menos um empregado;
c. Conta própria - pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento,
sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de trabalhador
não remunerado membro da unidade domiciliar;
3.2 MODELO DE INSUMO-PRODUTO
Para analisar a oferta de postos de trabalho e o perfil mão-de-obra do setor em
estudo, serão utilizados dados da Matriz de Insumo-Produto/ IBGE nos anos entre 1990 e
1996, e para os anos de 1997 a 1999, serão utilizados os dados das matrizes elaboradas por
Guilhoto (2001) e pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/ IBGE) para os
anos 90.
Através do modelo de Insumo-Produto o presente trabalho pretende mostrar as
mudanças estruturais ocorridas no Setor de Serviços, mais especificamente no que tange os
4 A pesquisa foi interrompida para a realização dos Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000. (PNAD,
2001)
8
Serviços Prestados às Empresas, buscando identificar as transformações ocorridas no mercado
de trabalho na década de 1990.
A metodologia de insumo-produto utilizada para análise deste setor está baseada na
desenvolvida por Hilgemberg (2003)5.
Entretanto, alguns conceitos são necessários para consolidar a análise do setor.
O modelo insumo-produto permite verificar quais repercussões ocorrem em
diferentes setores quando alterações na produção de um outro setor é verificada ou
implementada (Rodrigues e Guilhoto, 1998).
Conforme Paula (2004) isto ocorre dada a interligação existente entre os setores que
compõem a economia, sendo permitido analisar quais setores são impactados e em que
magnitude ocorre a partir da elevação ou diminuição da produção de um setor específico.
Desta forma é possível, segundo Paula (2004) estabelecer quais são os setores que
teriam maior ou menor poder de encadeamento na economia.
O modelo proposto por Leontief toma como ponto de partida os fluxos entre as
diferentes atividades econômicas, levando em conta a base de dados que descreve as relações
dessas atividades entre si com a demanda final, composta de formação bruta de capital fixo,
exportações, variação de estoque, consumo do governo, consumo das famílias, renda e
importações.
Paula (2004) reforça o argumento acima acrescentando que o modelo assume que a
produção de produtos domésticos utiliza para tanto, insumos domésticos, isto é, aqueles
obtidos por meio da produção interna; dos insumos primários e dos insumos importados.
Ainda com relação a este ponto, Schor e Guilhoto (2001) afirmam que:
(...) os produtos domésticos são utilizados pelas indústrias como insumos
intermediários no processo produtivo ou são consumidos pela demanda final como
produtos finais (exportações, consumo das famílias, gastos do governo,
investimentos, etc). As importações podem ser de insumos intermediários que se
destinam ao processo produtivo, ou de bens finais que são diretamente consumidos
pela demanda final. (Schor e Guilhoto, 2001, p. 6).
Cabe destacar que este modelo assume a existência de equilíbrio em todos os
mercados da economia.
Paula (2004) relata que dessa forma e dadas as suposições e restrições do modelo,
faz-se necessário à construção de duas matrizes que servem de base para a aplicação do
modelo teórico: Matriz de Produção e Matriz de Uso e Recursos. A Matriz de Produção é uma
matriz composta, horizontalmente, de produtos e, verticalmente, de setores. Os valores da
tabela podem ser encontrados na matriz de insumo-produto do IBGE (articuladas a partir dos
dados disponibilizados nas Contas Nacionais), de cada ano em específico, na tabela de
recursos de bens e serviços/ produção das atividades, planilha valor da Produção das
atividades (Guilhoto, 2001).
Na matriz de uso e recursos pode-se observar a existência de linhas e colunas que
representam os setores, produtos, demanda final, importações, Impostos Indiretos Líquidos,
componentes do valor adicionado, total da produção ou produto total e total de pessoas
ocupadas.
Teoricamente, no modelo de Leontief, os fluxos intersetoriais podem ser determinados
por fatores tecnológicos e econômicos a partir de um sistema de equações conforme
apresentado por Hilgemberg e Guilhoto (2004), em uma economia formada por n setores, as
relações fundamentais da teoria de insumo-produto são obtidas a partir da seguinte equação: X AX Y (1)
5 Hilgemberg (2003) utiliza o método para captar as variações ocorridas no mercado de trabalho nos 31setores da
economia brasileira conforme compatibilização feita da matriz das contas nacionais com os setores da PNAD na
década de 1990. Para maiores informações ver texto original.
9
Onde:
X representa um vetor (n x 1) com valor total da produção por setor;
Y é um vetor linha (n x 1) com os valores da demanda final por setor e,
A é uma matriz (n x n) – coeficientes técnicos diretos da produção.
Deste modo, o vetor de produção total pode ser determinado unicamente pelo vetor
de demanda final, considerando exógeno ao sistema: .X LY (2)
Sendo: L a matriz inversa de Leontief 1
I A onde os coeficientes captam os
efeitos diretos e indiretos de modificações exógenas da demanda final sobre o nível de
produção dos setores.
A partir da equação (2) é possível avaliar o impacto que as mudanças ocorridas na
demanda final e em cada um de seus componentes teriam sobre a produção total para cada um
dos setores.
Vale destacar que a demanda final Y é composta pelo consumo das famílias (Yf), as
exportações (Ye), gastos do governo (Y
g) e investimentos dado por (Y
k).
No tocante aos efeitos sobre o mercado de trabalho – empregos calculam-se os
coeficientes de emprego direto obtido a partir da divisão “pessoal ocupado” por “valor bruto
da produção”:
PoEVBP
(3)
Sendo
E = coeficiente de emprego
Po = Pessoal Ocupado
VBP = Valor Bruto da Produção
Utilizando-se a equação (3) é possível obter o gerador de empregos:
1
.n
ij ij i
i
GE l E (4)
Sendo
GEij = geração de empregos do tipo I, coluna j;
Lij = elemento da linha i, coluna j da matriz inversa de Leontief;
Eij = coeficiente de empregos da linha i.
A capacidade de geração de empregos (gerador de empregos) indica que para cada
unidade monetária produzida na demanda final, o quanto se gera de forma direta e
indiretamente empregos na economia.
Conforme abordado por Guilhoto (2001) a intensidade das relações setoriais é o
principal ponto de análise, que é permitida a partir desta metodologia.
Ainda segundo o autor, ao aumentar a demanda por álcool certamente, aumentaria a
produção, no longo prazo, de cana-de-açúcar. Isto permitiria aumentar a produção de
máquinas utilizadas nesta produção, além de implementos agrícolas, construções e outros
produtos, de maneira sucessiva. Isto segundo o autor “é o processo conhecido como
multiplicador” (Guilhoto, 2001, p. 06).
Este efeito multiplicador restrito somente à demanda de insumos intermediários é
conhecido como multiplicador do tipo I.
Entretanto, Guilhoto (2001, p.07) destaca que: (...)os efeitos também se repetem do lado dos insumos primários de uma forma
diferente: um aumento na demanda por mão-de-obra fará com que haja um aumento
no poder aquisitivo das famílias, gerando desta forma um aumento na demanda
10
destas por produtos finais. Isto fará com que haja um aumento, novamente, no nível
de atividade dos setores produtores, que por sua vez vão aumentar a demanda pelos
diversos tipos de insumos, inclusive mão-de-obra, que causará um novo aumento
no poder aquisitivo, causando um aumento na demanda final das famílias, e assim
sucessivamente até que o sistema chegue ao equilíbrio. Este aumento do emprego
causado devido ao aumento na demanda do consumo das famílias é chamado de
efeito induzido conhecidos como multiplicadores do tipo II.
Paula (2004) argumenta que ao dividir os geradores pelo respectivo coeficiente
direto geram-se os multiplicadores.
Deste modo, pode-se obter o valor de quanto é gerado de modo direto para cada
unidade de emprego criado, ligados a cada setor de análise, além de saber o quanto foi criado
de empregos indiretos (pela demanda do setor principal em outros setores) e, empregos
induzidos (endogeneização do consumo das famílias no modelo). (Hilgemberg, 2003);
(Guilhoto, 2001); (Paula, 2004).
A concepção de multiplicadores descrita acima pode ser aplicada também à
produção dos setores como apresentado na próxima seção.
3.3 MULTIPLICADORES DE PRODUÇÃO E EMPREGO TIPO I E TIPO II6
De acordo com Hilgemberg (2003) o multiplicador de produção do tipo I para um
setor específico é definido como o valor total de produção adicional, verificado em toda a
economia, requerido para satisfazer a uma unidade monetária adicional da demanda final,
para a produção oriunda daquele setor específico.
Ao utilizar-se deste critério, o consumo das famílias é considerado exógeno ao
modelo.
Assim, “um aumento da demanda final representada pelo aumento ou redução das
aquisições do Governo, das famílias, das exportações ou das importações terá implicações
sobre a demanda de um setor especifico” provocando um efeito diferenciado nos outros
setores da economia. (Paula, 2004)
Desta forma, o acréscimo total da produção será resultante tanto de efeitos diretos
(aumento da produção do setor) quanto de efeitos indiretos (aumento da produção de demais
setores da economia), para uso intra e inter-setoriais.
Para obtenção do multiplicador de produção utiliza-se a equação (5) onde o
somatório das colunas da matriz B fornece os multiplicadores setoriais de produção tipo I.
Formalmente,
n
i
ijj bMS1
(5)
Onde:
jMS será o multiplicador de produção para o setor j ;
bij o elemento da linha i e da coluna j, da matriz inversa de Leontief.
Do mesmo modo, o multiplicador de emprego do tipo I para um setor específico é
definido como o valor total de emprego adicional, verificado em toda a economia, requerido
para satisfazer a uma unidade monetária adicional da demanda final, para a produção oriunda
daquele setor específico. Novamente, o consumo das famílias é considerado exógeno.
6 Para maiores definições ver Hilgemberg (2003), p. 26.
11
Como no multiplicador de produção, uma variação positiva da demanda final,
por exemplo, levará a um acréscimo do emprego, resultante de efeitos diretos – aumento do
emprego no setor – e indiretos – aumento de emprego nos demais setores da economia. Vale
ressaltar que, ao contrário do multiplicador de produção, as variações obtidas no emprego não
são expressas monetariamente, mas em postos de trabalho.
A obtenção do multiplicador do emprego é dada com base na equação (6).
De modo que,
n
i jn
ijin
w
bwMEj
1 ,1
,1 . (6)
Sendo
MEj o multiplicador de emprego para o setor j, enquanto que wn+1,i é o coeficiente de
empregos (em número de pessoas) por unidade monetária produzida, wn+1,j é o montante de
empregos diretos gerados no setor j, e bij o elemento da linha i e da coluna j, da Matriz Inversa
de Leontief.
O cálculo de obtenção dos multiplicadores do Tipo II para produção e emprego
apresentam as mesmas características dos multiplicadores do Tipo I, ressaltando-se que, nesse
caso, as famílias são consideradas endogenamente no modelo.
Assim, no multiplicador tipo II considera-se a inclusão das famílias, alterando os
resultados, na medida em que estas são incorporadas, o modelo capta o efeito adicional
induzido pela renda gerada, devido a novos pagamentos feitos às famílias, pela cessão de
fatores ao processo produtivo. Assim, as famílias irão dispor de um acréscimo de renda, usada
na obtenção de diferentes bens e serviços na economia (Hilgemberg, 2003); (Paula, 2004).
Desta forma, os multiplicadores de emprego estimam a relação entre o valor da
produção e os postos de trabalho de um determinado setor.
Uma definição de políticas públicas que priorize a geração de empregos deve
privilegiar a alocação de recursos em setores que apresentem os maiores multiplicadores
(Hilgemberg, 2003); (Paula, 2004).
Após a descrição do método e dados utilizados, na seção seguinte apresentam-se os
principais resultados e discussões obtidas.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
A partir da descrição metodológica na seção 3 pode-se por meio dos dados observar
se houveram alterações estruturais ocorridas no setor de Serviços Prestados as Empresas ao
longo dos anos 90, comparando-o com o desempenho apresentado pelo macro Setor de
Serviços e seus segmentos.
4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SETOR SERVIÇOS NA DÉCADA DE 1990
Durante os anos de 1990, pode-se observar que o macro Setor de Serviços
apresentou um crescimento contínuo em todos os anos, isto, de acordo com Hilgemberg
(2003) pode ser decorrente da reestruturação na forma de produzir em toda a economia. É
possível verificar na tabela 1 que o Setor Serviços teve participação de 45% em média na
produção do Brasil na década de 1990.
12
TABELA 1 – Participação do Setor de Serviços na produção na década de 1990
Macro Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Média
Agropecuária 6,59 6,69 7,47 7,23 7,14 6,70 6,86 6,59 6,64 7,37 6,93
Extrativa
Mineral
(exceto
combustíveis)
0,65 0,57 0,56 0,64 0,69 0,69 0,71 0,71 0,68 0,53 0,64
Ext. Petróleo,
gás natural,
carvão e
outros comb.
0,61 0,60 0,64 0,66 0,75 0,72 0,72 0,77 1,16 0,81 0,74
Indústria 37,06 36,44 34,68 33,90 37,99 35,71 36,37 35,76 33,95 33,79 35,56
Serviços
Industriais de
Utilidade
Pública
2,35 2,85 2,78 2,68 2,73 2,44 2,43 2,54 3,00 3,12 2,69
Construção
Civil 10,78 10,34 9,41 9,24 9,60 8,32 8,19 8,55 8,58 8,24 9,12
Serviços 41,96 42,52 44,44 45,64 48,24 45,43 44,73 45,08 45,99 46,14 45,02
Fonte: Dados da pesquisa.
Na Tabela 2, ao comparar o desempenho de outros macro setores, o Setor Serviços
apresenta a maior participação na economia, com 55% em média na participação do total de
empregos gerados na década de1990.
De acordo com os argumentos utilizados por Hilgemberg (2003) o setor Serviços foi
o segmento da economia que absorveu e gerou a maior quantidade de postos de trabalho no
período. O crescente papel das atividades do setor foi o caminho encontrado pelos
trabalhadores que não mais conseguiram encontrar ocupação no setor industrial que se
encontrava sob forte pressão competitiva em conseqüência das práticas de ajuste e do
processo de terceirização de serviços promovidos pelas empresas brasileiras, o que provocou
a transferência de empregos do Setor Secundário para o Setor Serviços.
TABELA 2 – Participação do Setor de Serviços no emprego na década de 1990
Macro Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Média
Agropecuária 25,45 25,86 26,40 26,11 25,44 24,77 23,27 22,75 21,88 23,01 24,49
Extrativa
Mineral
(exceto
combustíveis)
0,51 0,47 0,44 0,45 0,41 0,38 0,35 0,34 0,34 0,30 0,40
Ext. Petróleo,
gás natural,
carvão e outros
comb.
0,06 0,06 0,06 0,05 0,05 0,05 0,04 0,04 0,04 0,06 0,05
Indústria 15,52 14,63 13,92 13,86 13,78 13,54 13,38 12,98 12,56 12,24 13,64
Serviços
Industriais de
Utilidade
Pública
0,55 0,52 0,49 0,53 0,47 0,42 0,39 0,39 0,39 0,35 0,45
Construção
Civil 6,72 6,24 5,82 5,95 5,77 5,60 5,89 6,16 6,64 6,26 6,10
Serviços 51,19 52,22 52,87 53,05 54,08 55,25 56,68 57,34 58,15 57,78 54,87
Fonte: Dados da pesquisa.
13
Os dados da tabela 3 mostram que o setor Indústria reduziu sua participação
relativa, enquanto praticamente não houve alteração nos demais setores. O Setor Serviços
possui a maior participação no valor adicionado, com 58,17% em média.
TABELA 3 – Participação do Setor de Serviços no valor adicionado na década de 1990
Fonte: Dados da pesquisa.
Fazendo-se a decomposição da capacidade de geração de postos de trabalho total de
empregos gerados em empregos diretos, indiretos e induzidos (tabelas 4 a 6) é possível
verificar que em média os setores Serviços e Agropecuária mantiveram a capacidade de gerar
o maior número de empregos diretos. Os empregos indiretos foram gerados na maior parte
pela Agropecuária, seguida pelo Setor Indústria.
Durante toda a década verifica-se que a capacidade de geração de postos de trabalho
neste setor concentra-se nos empregos induzidos, dado que o consumo das famílias é
endogeneizado.
TABELA 4 – Empregos diretos gerados por R$ 1 milhão nos anos de 1990
Ano Brasil Setor de Serviços Agropecuária Indústria
1990 337,24 83,86 190,72 28,17
1991 346,11 88,72 196,06 29,21
1992 336,28 88,13 185,18 29,54
1993 330,23 85,93 180,98 28,64
1994 328,70 86,33 181,27 27,91
1995 322,64 88,25 173,03 27,50
1996 296,55 88,78 148,86 25,67
1997 293,08 88,27 147,41 25,12
1998 272,61 85,85 130,57 22,99
1999 280,99 87,92 137,81 23,39
Fonte: Dados da pesquisa.
Macro Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Média
Agropecuária 7,20 7,23 7,63 7,36 7,42 7,54 7,59 7,31 7,40 7,81 7,45
Extrativa
Mineral
(exceto
combustíveis)
0,54 0,54 0,52 0,51 0,51 0,52 0,52 0,52 0,47 0,44 0,51
Ext. Petróleo,
gás natural,
carvão e
outros comb.
0,80 0,76 0,76 0,74 0,76 0,76 0,83 0,86 0,87 1,03 0,82
Indústria 21,53 21,53 20,87 21,76 22,16 22,08 21,75 21,80 20,71 20,30 21,45
SIUP 2,17 2,30 2,31 2,34 2,33 2,45 2,53 2,60 3,10 3,20 2,53
Construção
Civil 9,44 9,24 8,71 8,79 9,98 8,74 8,97 9,37 9,48 9,00 9,07
Serviços 58,33 58,40 59,21 58,50 57,85 57,90 57,81 57,54 57,97 58,21 58,17
14
TABELA 5 – Empregos indiretos gerados por R$ 1 milhão nos anos de 1990 Ano Brasil Setor de Serviços Agropecuária Indústria
1990 221,95 17,95 102,01 45,87
1991 221,67 18,27 99,98 45,28
1992 212,35 16,92 99,90 42,51
1993 195,86 16,64 98,34 38,43
1994 193,16 17,38 96,13 40,62
1995 154,52 13,21 82,15 32,65
1996 145,29 12,86 77,57 30,70
1997 139,98 12,87 73,96 29,09
1998 136,77 12,23 73,97 27,17
1999 126,20 12,71 62,93 26,89
Fonte: Dados da pesquisa.
TABELA 6 – Empregos induzidos gerados por R$ 1 milhão nos anos de 1990 Ano Brasil Setor de Serviços Agropecuária Indústria
1990 672,45 129,91 234,23 95,26
1991 747,81 136,70 274,03 108,22
1992 629,21 118,03 227,88 89,19
1993 553,05 102,87 198,15 72,79
1994 706,56 131,66 264,29 95,78
1995 525,82 93,13 217,28 69,59
1996 540,55 94,32 225,74 72,36
1997 515,43 90,68 210,67 67,18
1998 450,82 81,30 185,68 59,40
1999 446,70 81,72 182,74 57,77
Fonte: Dados da pesquisa.
4.2 MUDANÇAS ESTRUTURAIS NA PRODUÇÃO, NO EMPREGO E NO VALOR
ADICIONADO NO SETOR SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS
A tabela 7 mostra que o setor Serviços Prestados às Empresas apresenta aumento
crescente da participação na produção ao longo da década, acompanhando as transformações
da economia do período, seguindo a essa tendência o Comércio, o Setor Transporte e também
Comunicações. Em contrapartida, as Instituições Financeiras diminuem sua participação
relativa decorrente das mudanças econômicas devido à privatização dos Bancos Comercias,
por exemplo.
O macro Setor Serviços apresentou comportamento diferente dos demais setores,
aumentando a oferta de postos de trabalho ao logo da década de 1990, conforme apontado
anteriormente na tabela 1. No entanto, alguns dos setores que o compõem não apresentaram o
mesmo comportamento como observado na tabela 8, como o setor Instituições Financeiras
que teve uma diminuição da sua participação no emprego em relação ao começo da década, e
o setor Administração Públicas que também apresentou redução nos postos de trabalho. Em
contrapartida, o setor Serviços Prestados às empresas acompanhou o crescimento contínuo do
macro setor Serviços. A média apresentada pelo Setor de Serviços Prestados às Empresas
corresponde a 6% na participação total do Emprego no Setor de Serviços na década de 1990.
A observação dos dados na tabela 9 mostra que apenas os setores Serviços Prestados
às Empresas, Comunicações e Aluguel de Imóveis aumentaram sua participação relativa ao
macro Setor Serviços no valor adicionado.
15
TABELA 7 – Participação relativa do Setor Serviços Prestados às Empresas na produção nos anos de 1990
Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 14,02% 13,76% 13,89% 15,03% 14,60% 15,30% 16,52% 17,01% 16,53% 15,87%
Transporte 7,53% 7,08% 7,65% 7,82% 7,80% 7,68% 8,16% 7,87% 7,59% 7,72%
Comunicações 1,17% 1,60% 1,44% 1,56% 1,73% 1,89% 2,12% 2,17% 3,22% 4,49%
Instituições financeiras 12,28% 11,99% 10,47% 9,60% 9,89% 10,08% 10,64% 10,82% 10,70% 10,36%
Serviços prestados às famílias 14,56% 13,97% 14,11% 13,52% 14,04% 12,97% 12,56% 12,40% 11,74% 11,99%
Serviços prestados às empresas 4,58% 4,61% 4,88% 4,93% 5,35% 5,66% 5,70% 5,77% 6,02% 6,35%
Aluguel de imóveis 17,71% 17,17% 17,47% 16,98% 17,46% 16,99% 16,81% 16,57% 16,66% 16,28%
Administração pública 26,51% 28,15% 28,45% 28,93% 27,46% 27,76% 25,93% 25,84% 26,05% 25,47%
Serviços privados não-mercantis 1,64% 1,67% 1,64% 1,62% 1,67% 1,67% 1,56% 1,55% 1,50% 1,47%
TABELA 8 – Participação relativa do Setor Serviços Prestados às Empresas no emprego nos anos de 1990
Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 25,42% 24,90% 24,74% 27,43% 26,16% 26,23% 25,81% 25,76% 25,70% 25,86%
Transporte 6,96% 6,68% 6,51% 6,40% 6,62% 6,70% 6,67% 6,87% 6,83% 6,61%
Comunicações 0,59% 0,54% 0,55% 0,56% 0,57% 0,54% 0,51% 0,49% 0,58% 0,57%
Instituições financeiras 3,36% 3,01% 2,78% 2,74% 2,57% 2,35% 2,20% 2,18% 1,96% 1,94%
Serviços prestados às famílias 24,95% 24,50% 24,34% 23,39% 24,72% 25,61% 25,97% 26,06% 26,28% 26,26%
Serviços prestados às empresas 4,90% 5,11% 5,39% 5,26% 5,68% 6,01% 6,42% 6,57% 6,98% 6,80%
Aluguel de imóveis 1,04% 0,88% 0,78% 0,70% 0,78% 0,85% 0,83% 0,78% 0,72% 0,76%
Administração pública 19,05% 19,44% 20,05% 18,51% 17,25% 15,73% 15,84% 15,47% 15,58% 15,68%
Serviços privados não-mercantis 13,74% 14,94% 14,87% 15,01% 15,66% 15,98% 15,75% 15,82% 15,36% 15,51%
Tabela 9 – Participação relativa do Setor Serviços Prestados às Empresas no valor adicionado nos anos de 1990.
Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 12,24% 12,02% 11,50% 12,14% 12,83% 13,59% 13,52% 13,59% 12,59% 11,70%
Transporte 4,92% 4,95% 5,03% 5,13% 5,17% 5,37% 5,40% 5,46% 5,05% 4,45%
Comunicações 1,27% 1,49% 1,55% 1,68% 1,85% 2,23% 2,40% 2,47% 3,67% 5,31%
Instituições financeiras 14,73% 13,91% 13,12% 12,58% 11,81% 10,60% 10,62% 10,69% 10,52% 10,39%
Serviços prestados às famílias 10,73% 10,67% 10,89% 10,99% 11,11% 11,03% 11,03% 10,84% 10,04% 9,60%
Serviços prestados às empresas 4,60% 4,86% 5,13% 5,28% 5,46% 5,70% 5,85% 5,99% 6,28% 6,39%
Aluguel de imóveis 22,24% 22,66% 23,00% 22,43% 22,82% 22,90% 22,97% 22,97% 23,36% 23,35%
Administração pública 27,18% 27,33% 27,65% 27,63% 26,79% 26,37% 26,13% 25,93% 26,46% 26,77%
Serviços privados não-mercantis 2,09% 2,11% 2,11% 2,14% 2,16% 2,21% 2,08% 2,07% 2,02% 2,04%
Fonte: Dados da pesquisa.
16
4.2.1 MULTIPLICADORES DE PRODUÇÃO E EMPREGO
Os multiplicadores de produção do tipo I e do tipo II são mostrados nas tabelas 10 e
11. Ambos apresentam um decréscimo em todos os segmentos do Setor Serviços no período
de 1990 a 1999, exceto o setor Instituições Financeiras que vai de 1,2 para 1,4 (tabela 10),
para o multiplicador do tipo I e na tabela 11 vai de 3,1 para 3,4, para o multiplicador do tipo
II.
No setor Serviços Prestados às Empresas os resultados para o multiplicador do tipo I
apresentam uma queda de 1,6 para 1,5 (tabela 10).
Para o multiplicador do tipo II o setor de Serviços Prestados às Empresas decresce
de 4,5 para 3,4, enquanto o setor Aluguel de Imóveis passa de 1,9 para 2,4 (tabela 11).
TABELA 10 – Multiplicadores de produção do tipo I Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 1,79 1,78 1,85 1,85 1,76 1,55 1,64 1,68 1,72 1,79
Transporte 2,27 2,19 2,23 2,17 2,19 1,65 1,76 1,79 1,82 1,93
Comunicações 1,46 1,66 1,46 1,50 1,50 1,24 1,26 1,29 1,29 1,27
Instituições
Financeiras
1,23 1,27 1,17 1,15 1,27 1,35 1,40 1,42 1,43 1,44
Serviços
prestados às
famílias
2,21 2,13 2,12 2,05 2,07 1,62 1,59 1,62 1,64 1,73
Serviços
prestados às
empresas
1,60 1,51 1,53 1,53 1,59 1,41 1,41 1,40 1,40 1,46
Aluguel de
imóveis
1,23 1,10 1,13 1,18 1,18 1,09 1,06 1,06 1,06 1,07
Administração
pública
1,53 1,59 1,60 1,65 1,61 1,47 1,42 1,44 1,43 1,43
Serviços privados
não-mercantis 1,20 1,19 1,19 1,19 1,20 1,12 1,12 1,11 1,11 1,12
Fonte: Dados da pesquisa.
TABELA 11 – Multiplicadores de produção do tipo II Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 4,48 4,79 4,55 4,12 4,45 3,25 3,59 3,63 3,60 3,59
Transporte 5,02 5,22 4,79 4,33 4,76 3,14 3,54 3,64 3,58 3,56
Comunicações 3,93 4,34 3,68 3,27 3,85 2,72 2,92 2,94 2,87 2,86
Instituições
Financeiras 3,12 3,82 3,04 2,64 3,63 3,16 3,50 3,52 3,36 3,37
Serviços prestados
às famílias 5,29 5,30 4,92 4,41 4,87 3,29 3,48 3,55 3,53 3,62
Serviços prestados
às empresas 4,50 4,29 4,18 3,70 4,42 3,21 3,38 3,39 3,34 3,36
Aluguel de
imóveis 1,89 2,13 1,91 1,74 2,22 2,19 2,40 2,43 2,30 2,42
Administração
pública 5,68 5,60 5,31 4,97 5,47 3,65 3,83 3,85 3,75 3,76
Serviços privados
não-mercantis 5,58 5,53 5,20 4,94 5,33 3,57 3,77 3,75 3,68 3,72
Fonte: Dados da pesquisa.
17
A análise da capacidade de geração de empregos está relacionada à estrutura
produtiva. Na tabela 12 é possível verificar que os multiplicadores de emprego do tipo I
diminuem, exceto os setores Comunicações e Instituições financeiras que aumentam de 1,5
para 2,3 e 1,6 para 2,8, respectivamente. O setor Serviços Prestados às Empresas cai 1,3 para
1,2.
TABELA 12 – Multiplicadores de emprego do tipo I Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 1,21 1,21 1,23 1,23 1,20 1,17 1,21 1,22 1,20 1,19
Transporte 1,61 1,54 1,59 1,57 1,57 1,38 1,45 1,45 1,44 1,48
Comunicações 1,55 2,13 1,69 1,78 1,85 1,54 1,70 1,86 2,46 2,28
Instituições
Financeiras 1,60 1,80 1,48 1,38 1,75 2,11 2,44 2,57 2,71 2,76
Serviços
prestados às
famílias
1,49 1,46 1,44 1,43 1,46 1,28 1,23 1,23 1,22 1,24
Serviços
prestados às
empresas
1,33 1,27 1,28 1,30 1,33 1,25 1,23 1,22 1,22 1,25
Aluguel de
imóveis 2,91 1,95 2,38 3,11 2,94 1,94 1,70 1,67 1,76 1,76
Administração
pública 1,61 1,70 1,69 1,83 1,81 1,79 1,63 1,66 1,63 1,61
Serviços privados
não-mercantis 1,02 1,02 1,02 1,02 1,02 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01
Fonte: Dados da pesquisa.
Os multiplicadores de emprego do tipo II apresentam aumento nos setores de
Transporte, Comunicações e Aluguel de Imóveis. No Setor de Serviços Prestados à
Empresas há uma diminuição de 3,9 para 2,9 (tabela 13).
TABELA 13 – Multiplicadores de emprego do tipo II Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 2,63 2,75 2,61 2,50 2,70 2,25 2,45 2,46 2,30 2,23
Transporte 4,45 4,51 4,33 4,10 4,60 3,25 3,64 3,50 3,34 3,27
Comunicações 6,29 9,35 7,00 6,57 9,07 7,26 8,51 9,08 13,88 13,85
Instituições
Financeiras 8,22 11,16 7,90 6,36 10,80 10,57 12,51 12,68 12,45 12,48
Serviços
prestados às
famílias
3,21 3,12 2,92 2,73 3,05 2,20 2,14 2,12 2,03 2,05
Serviços
prestados às
empresas
3,92 3,58 3,48 3,24 4,01 3,11 2,97 2,92 2,90 2,92
Aluguel de
imóveis 13,60 20,19 18,30 15,98 26,22 26,05 29,00 29,84 28,07 28,62
Administração
pública 7,12 7,05 6,48 6,78 7,95 6,00 5,58 5,58 5,24 5,18
Serviços
privados não-
mercantis
1,52 1,46 1,42 1,41 1,46 1,29 1,27 1,26 1,24 1,24
Fonte: Dados da pesquisa.
4.3 ÍNDICES DE LIGAÇÃO DE RASMUSSEN-HIRSCHMAN
As ligações para frente demonstram que os setores Comércio, Transporte e
Serviços Prestados às Empresas apresentam o maior valor médio no período, indicando
que estes setores possuem maior sensibilidade de dispersão (tabela 14).
18
Nas ligações para trás (tabela 15) os valores para os segmentos do setor de
Serviços apresentaram crescimento contínuo durante todo o período analisado. Somente
os setores Serviços Prestados às Famílias e Administração Pública apresentaram uma
pequena variação.
O setor Serviços Prestados às Empresas apresenta poder de encadeamento para
frente, dado isto, ele não se mostra como um setor chave na economia.
4.4 CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE EMPREGO
O setor Serviços Prestados às Empresas foi responsável pela geração de 173,49, em
média, dos empregos por R$ 1 milhão do total de postos de trabalho no macro Setor Serviços
na década de 1990 (tabela 16). Neste período a economia foi muito mais intensiva em capital
do que em trabalho, como observado na tabela 16, onde a capacidade de geração de empregos
foi reduzida em todos os segmentos, exceto no setor Aluguel de Imóveis.
TABELA 16 – Capacidade de geração de empregos totais nos segmentos do Setor Serviços
nos anos 1990 Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 233,86 249,60 232,49 207,71 233,13 188,48 183,62 175,46 167,52 166,65
Transporte 201,59 213,49 184,29 163,93 187,76 138,26 142,19 143,46 133,01 128,23
Comunicações 153,49 160,63 133,47 113,56 142,13 100,43 99,04 94,54 81,85 81,88
Instituições
Financeiras 110,11 140,72 105,03 88,79 135,38 120,90 124,62 120,06 105,79 107,54
Serviços
prestados às
famílias
269,30 274,65 251,43 230,72 258,64 212,49 212,27 209,19 200,27 206,03
Serviços
prestados às
empresas
206,03 199,66 191,49 168,32 204,49 160,92 160,53 156,69 143,25 143,52
Aluguel de
imóveis 39,31 52,44 40,81 32,36 56,36 63,54 68,10 66,22 56,47 62,05
Administração
pública 250,84 244,46 228,56 211,74 240,43 165,98 163,27 157,06 144,07 146,23
Serviços
privados não-
mercantis
620,98 657,62 640,22 631,81 659,94 600,27 610,02 603,80 582,12 599,03
Fonte: Dados da pesquisa.
Decompondo a capacidade de geração total de empregos em empregos diretos,
indiretos e induzidos (tabelas 17 a 19) verifica-se que, em média, os setores Serviços
Prestados às Famílias e Serviços Privados Não-Mercantis tiveram a maior capacidade de
gerar empregos diretos. Os empregos indiretos foram gerados na maior parte pelas
Instituições Financeiras.
19
TABELA 14 - Encadeamento para frente (Forward)
Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 0,90 0,92 0,92 0,95 0,93 1,41 1,39 1,68 1,68 1,63
Transporte 0,91 0,90 0,91 0,93 0,94 1,19 1,19 1,19 1,21 1,18
Comunicações 0,61 0,62 0,64 0,66 0,64 0,71 0,76 0,79 0,87 0,90
Instituições financeiras 0,83 0,70 0,73 0,72 0,77 0,93 0,97 1,02 0,99 0,98
Serviços prestados às famílias 0,74 0,74 0,74 0,73 0,73 0,80 0,80 0,78 0,75 0,73
Serviços prestados às empresas 0,96 1,10 1,12 1,12 1,05 1,07 1,22 1,29 1,33 1,23
Aluguel de imóveis 0,55 0,56 0,56 0,57 0,60 0,75 0,74 0,77 0,76 0,72
Administração pública 0,79 0,65 0,65 0,73 0,74 0,83 0,79 0,80 0,81 0,75
Serviços privados não-mercantis 0,45 0,45 0,46 0,48 0,47 0,56 0,55 0,56 0,56 0,55
Fonte: Dados da pesquisa.
TABELA 15 - Encadeamento para trás (Backward)
Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 0,80 0,81 0,85 0,88 0,83 0,86 0,90 0,94 0,96 0,99
Transporte 1,02 1,00 1,03 1,03 1,03 0,92 0,96 1,00 1,01 1,06
Comunicações 0,66 0,75 0,67 0,71 0,71 0,69 0,69 0,72 0,72 0,70
Instituições financeiras 0,55 0,58 0,54 0,55 0,60 0,75 0,77 0,80 0,80 0,79
Serviços prestados às famílias 0,99 0,97 0,97 0,98 0,98 0,90 0,87 0,91 0,92 0,95
Serviços prestados às empresas 0,72 0,68 0,70 0,73 0,75 0,79 0,77 0,78 0,78 0,81
Aluguel de imóveis 0,55 0,50 0,52 0,56 0,56 0,60 0,58 0,59 0,59 0,59
Administração pública 0,69 0,72 0,74 0,79 0,76 0,82 0,77 0,80 0,80 0,79
Serviços privados não-mercantis 0,54 0,54 0,55 0,57 0,57 0,62 0,61 0,62 0,62 0,61
Fonte: Dados da pesquisa.
20
TABELA 17 - Capacidade de Geração de Empregos Diretos nos segmentos do Setor Serviços nos anos 1990
Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 88,79 90,90 89,04 83,06 86,44 83,68 74,84 71,25 72,73 74,71 Transporte 45,27 47,36 42,56 39,95 40,84 42,54 39,10 40,99 39,77 39,27 Comunicações 24,39 17,18 19,06 17,28 15,68 13,84 11,64 10,41 5,90 5,91 Instituições Financeiras 13,40 12,61 13,30 13,96 12,54 11,44 9,96 9,47 8,50 8,61 Serviços prestados às famílias 83,95 88,10 86,23 84,37 84,82 96,38 99,00 98,90 98,43 100,31 Serviços prestados às empresas 52,60 55,72 55,06 51,91 51,02 51,75 53,96 53,68 49,36 49,12 Aluguel de imóveis 2,89 2,60 2,23 2,02 2,15 2,44 2,35 2,22 2,01 2,17 Administração pública 35,22 34,65 35,25 31,21 30,25 27,65 29,26 28,16 27,48 28,22 Serviços privados não-mercantis 408,19 449,36 450,46 449,64 453,20 464,54 478,91 479,37 468,44 482,92
Fonte: Dados da pesquisa.
TABELA 18 - Capacidade de Geração de Empregos Indiretos nos segmentos do Setor Serviços nos anos 1990
Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 19,07 19,53 20,22 18,85 17,60 13,86 15,49 15,32 14,61 14,28 Transporte 27,46 25,77 25,15 22,80 23,08 15,99 17,75 18,26 17,60 18,72 Comunicações 13,40 19,47 13,19 13,48 13,37 7,53 8,17 8,93 8,59 7,54 Instituições Financeiras 8,03 10,10 6,33 5,32 9,36 12,73 14,34 14,84 14,51 15,17 Serviços prestados às famílias 41,18 40,15 37,53 36,28 39,30 26,61 23,21 22,45 21,23 23,90 Serviços prestados às empresas 17,53 15,12 15,36 15,37 17,05 13,05 12,37 11,85 11,04 12,18 Aluguel de imóveis 5,53 2,47 3,08 4,27 4,16 2,30 1,65 1,49 1,53 1,65 Administração pública 21,58 24,30 24,43 25,95 24,54 21,78 18,29 18,53 17,40 17,22 Serviços privados não-mercantis 7,80 7,56 7,02 7,44 7,95 5,01 4,44 4,20 3,54 3,75
Fonte: Dados da pesquisa.
TABELA 19 - Capacidade de Geração de Empregos Induzidos nos segmentos do Setor Serviços nos anos 1990
Setores 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Comércio 125,99 139,16 123,23 105,80 129,09 90,94 93,29 88,89 80,17 77,67 Transporte 128,86 140,36 116,58 101,18 123,84 79,74 85,34 84,22 75,64 70,24 Comunicações 115,69 123,97 101,22 82,80 113,08 79,06 79,23 75,20 67,37 68,43 Instituições Financeiras 88,68 118,02 85,40 69,51 113,48 96,73 100,31 95,75 82,78 83,75 Serviços prestados às famílias 144,17 146,41 127,67 110,08 134,51 89,50 90,06 87,84 80,61 81,82 Serviços prestados às empresas 135,90 128,82 121,07 101,05 136,42 96,12 94,19 91,16 82,84 82,22 Aluguel de imóveis 30,89 47,37 35,50 26,07 50,05 58,80 64,10 62,51 52,93 58,23 Administração pública 194,04 185,51 168,89 154,58 185,64 116,55 115,71 110,36 99,19 100,79 Serviços privados não-mercantis 205,00 200,69 182,73 174,74 198,78 130,71 126,68 120,23 110,14 112,35
Fonte: Dados da pesquisa.
21
Durante todo o período, os segmentos tiveram maior capacidade de geração de
empregos induzidos, onde a maior concentração foi no setor Aluguel de imóveis. O setor de
Serviços prestados às empresas teve em média 107 empregos induzidos gerados por R$ 1
milhão.
4.5 PERFIL DA MÃO-DE-OBRA NO SETOR SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS
A primeira característica analisada da mão-de-obra foi a participação masculina e
feminina no setor. Conforme mostra a tabela 20, predomina a mão-de-obra masculina, que
corresponde em média a 75% do total empregado na década.
TABELA 20 – Pessoal ocupado por gênero Ano Total Masculino % Feminino %
1990 1.472.400 1.176.995 7 295.405 2
1992 1.687.400 1.347.995 8 339.405 2
1993 1.692.700 1.308.145 8 384.555 2
1995 2.032.200 1.372.356 8 659.844 4
1996 2.173.000 1.650.630 10 522.370 3
1997 2.265.700 1.707.038 11 558.662 3
1998 2.466.500 1.843.420 11 623.080 4
1999 2.454.300 1.836.386 11 617.914 4
Fonte: Dados da pesquisa.
Com relação à idade verifica-se que a mão-de-obra predominante é constituída em
sua maioria de adultos, em plena capacidade de trabalho, onde a faixa etária predominante na
década concentra-se nas pessoas com idade entre 20 a 39 anos (tabela 21), onde é possível
justificar que o setor demanda mão-de-obra com maior qualificação.
TABELA 21 - Idade de ingresso da mão-de-obra ocupada em Serviços Prestados às Empresas Faixa etária 1990 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999
Até 14 anos 10.227 11.072 8.841 17.164 19.390 3.606 7.036 3.048
15 a 19 anos 107.124 128.983 111.177 108.733 133.167 158.923 140.255 149.460
20 a 29 anos 496.963 608.180 586.270 540.912 721.935 749.321 766.852 891.407
30 a 39 anos 392.581 406.511 458.679 413.568 633.789 671.248 719.498 688.342
40 a 49 anos 228.111 285.392 256.413 521.699 395.780 366.024 466.433 401.052
50 anos ou mais 237.345 247.261 271.319 430.123 268.939 316.578 366.426 320.991
Fonte: Dados da pesquisa.
Quanto ao nível de escolaridade da mão-de-obra empregada no setor, as pessoas
ocupadas, na sua maioria, têm entre 8 a 14 anos de estudo, demonstrando assim o predomínio
de trabalhadores com média e alta escolaridade (tabela 22).
TABELA 22 - Pessoal ocupado segundo os anos de estudo no Setor Serviços Prestados às
Empresas
Anos de estudo 1990 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999
menos de 1 ano e sem
instrução 97.858 88.246 61.910 6.226 82.014 69.400 90.881 73.903
1 a 3 anos 72.543 66.168 41.510 21.824 91.822 123.529 99.150 113.678
4 a 7 anos 386.666 505.067 369.655 220.593 502.699 518.236 494.484 440.540
8 a 10 anos 537.682 363.948 310.620 189.525 423.208 419.475 504.976 494.733
11 a 14 anos 377.086 368.182 444.754 469.246 561.819 582.873 631.646 695.151
15 anos ou mais - 295.788 464.253 1.124.786 502.768 545.736 642.340 628.429
não determinado e sem
declaração 566 - - - 8.670 6.452 3.025 7.865
Fonte: Dados da pesquisa.
22
No que diz respeito à situação na ocupação dos trabalhadores, é possível
observar um aumento do número de trabalhadores com carteira assinada, apontando uma
melhora nas relações de trabalho, já que o trabalhador ganha os direitos como fundo de
garantia, previdência social, etc. Há também uma diminuição no número de pessoas
trabalhando por conta própria, e em contrapartida um crescimento nos números de postos de
trabalho na administração pública. É possível identificar, principalmente, o setor como
gerador de emprego formal. (tabela 23)
TABELA 23 - Situação na ocupação da mão-de-obra Ocupada no setor Serviços Prestados às
Empresas Situação na ocupação 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999
Empregado com carteira
1.153.472 987.040 646.098 1.299.088 1.330.615 1.410.830 1.356.970
Empregado sem carteira
245.937 235.497 178.238 336.468 430.754 471.594 479.488
Funcionário público
24.105 20.212 7.274 31.954 346.056 393.752 447.749
Conta própria
201.670 338.605 795.086 366.071 156.633 189.173 168.055
Empregador
43.459 86.996 313.360 106.131 - - -
Não remunerado ou sem
declaração 18.756 24.350 92.142 33.286 1.641 1.150 2.038
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O comportamento geral da economia brasileira nos anos 1990 foi caracterizado por
mudanças estruturais e conjunturais. A abertura comercial obrigou o setor produtivo a
reestruturar-se para manter sua competitividade. A privatização das empresas estatais do setor
produtivo e a estabilização dos preços aumentaram o grau de concorrência na economia. A
combinação de planos macroeconômicos de estabilização, com elevação da taxa de juros e de
câmbio teve como conseqüência o aumento do desemprego no país.
Estas transformações afetaram diretamente o mercado de trabalho, que apresentou
uma diminuição das atividades nos setores Agropecuária e Indústria, e um aumento
progressivo nas atividades do setor Serviços.
Ao longo deste estudo, procurou-se caracterizar em linhas gerais o perfil da mão-de-
obra empregada no setor de Serviços Prestados às Empresas e verificar sua evolução na
produção e na oferta de postos de trabalho na década de 1990.
Foram utilizados dados obtidos das matrizes de insumo-produto e PNAD (IBGE)
compatibilizados, para que desta forma os mesmos deixassem de ser amostrais tornando-se
exatos para o setor em estudo.
Os resultados obtidos mostram que o segmento acompanha a evolução do macro
setor serviços e isso se deve principalmente à variedade das suas atividades oferecidas. A
mão-de-obra predominante no setor é masculina, com idade entre 20 a 39 anos e possui
qualificação elevada, em relação ao restante da economia.
Os fatos, portanto, mostram que apesar da expansão do Setor Serviços estar
relacionada com o aumento nas atividades caracterizadas pela baixa qualidade dos postos de
trabalho, devido o crescimento deste setor ser uma resposta à oferta de mão-de-obra que não é
absorvida nos outros setores, o segmento Serviços Prestados às Empresas apresenta
características importantes que sugerem que as transformações em curso constituem uma
economia mais competitiva, apoiada em setores mais dinâmicos e num perfil mais positivo de
emprego no país.
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