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Produção Industrial de Benzeno O Benzeno O Benzeno é classificado como um hidrocarboneto aromático. Figura 1 – O benzeno Características O benzeno é líquido, inflamável, incolor e tem um aroma doce e agradável. É um composto tóxico, cujos vapores, se inalados, causam tontura, dores de cabeça e até mesmo inconsciência. Se inalados em pequenas quantidades por longos períodos causam sérios problemas sanguíneos. É uma substância usada como solvente (de iodo, enxofre, graxas, ceras, etc.) e matéria prima básica na produção de muitos compostos orgânicos importantes como fenol, anilina, trinitrotolueno, plásticos, gasolina, borracha sintética e tintas. Histórico O nome benzeno deriva do ácido benzoico, que foi descoberto no século XVI, e que recebeu este nome por ter sido obtido pela primeira vez da essência do benjoeiro. O benzeno foi descoberto em 1825 por Michael Faraday (1791 1867) no gás de iluminação usado em Londres na época. Em 1834, o químico Edilhardt Mitscherlich determinou a fórmula molecular do benzeno como sendo C 6 H 6 . Produção Quatro processos químicos contribuem para a produção industrial de benzeno: Reforma catalítica; Hidrodealquilação do tolueno; Desproporcionação do tolueno; Craqueamento a vapor. A produção atual do benzeno vem, em sua maior parte, da reforma catalítica (Fig. 2), a qual rende uma mistura de benzeno, tolueno e xilenos (BTX).

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Produção  Industrial  de  Benzeno  

O  Benzeno    O  Benzeno  é  classificado  como  um  hidrocarboneto  aromático.    

 Figura  1  –  O  benzeno  

Características  • O  benzeno  é  líquido,  inflamável,  incolor  e  tem  um  aroma  doce  e  agradável.  É  um  composto  

tóxico,   cujos   vapores,   se   inalados,   causam   tontura,   dores   de   cabeça   e   até   mesmo  inconsciência.   Se   inalados   em   pequenas   quantidades   por   longos   períodos   causam   sérios  problemas  sanguíneos.  

• É   uma   substância   usada   como   solvente   (de   iodo,   enxofre,   graxas,   ceras,   etc.)   e   matéria-­‐prima  básica  na  produção  de  muitos  compostos  orgânicos  importantes  como  fenol,  anilina,  trinitrotolueno,  plásticos,  gasolina,  borracha  sintética  e  tintas.  

 

Histórico  • O  nome  benzeno  deriva  do  ácido  benzoico,  que  foi  descoberto  no  século  XVI,  e  que  recebeu  

este  nome  por  ter  sido  obtido  pela  primeira  vez  da  essência  do  benjoeiro.  • O  benzeno  foi  descoberto  em  1825  por  Michael  Faraday  (1791  -­‐  1867)  no  gás  de  iluminação  

usado   em   Londres   na   época.   Em   1834,   o   químico   Edilhardt   Mitscherlich   determinou   a  fórmula  molecular  do  benzeno  como  sendo  C6H6.  

Produção  Quatro  processos  químicos  contribuem  para  a  produção  industrial  de  benzeno:  

⎯ Reforma  catalítica;    ⎯ Hidrodealquilação  do  tolueno;  ⎯ Desproporcionação  do  tolueno;  ⎯ Craqueamento  a  vapor.  

 A  produção  atual  do  benzeno  vem,  em  sua  maior  parte,  da  reforma  catalítica  (Fig.  2),  a  qual  rende  uma  mistura  de  benzeno,  tolueno  e  xilenos  (BTX).    

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 Figura  2  –  Tipos  de  produção  do  benzeno  

Em  contraste   com  as  origens  do  benzeno  nos  EUA  e  no  Ocidente  Europeu,  os  padrões  de  utilização  final  são  similares.  

Reforma  Catalítica    

Hidrodealquilação  do  tolueno    

Desproporcionação  do  tolueno    

51%  

7%  

12%  

2%  

24%  

4%  

Produção  EUA,  2001  

Reforma  Catalítica  

Hidrodealquilação  do  Tolueno  

Desproporcionação  do  Tolueno  

Carvão  coque  destilado  

Pirólise  gasolina  de  craqueamento  a  vapor  

Importação  e  outros  

25%  

10%  

3%  5%  

54%  

3%  

Produção  Europa  Ocidental,  1999  

Reforma  Catalítica  

Hidrodealquilação  do  Tolueno  

Desproporcionação  do  Tolueno  

Carvão  coque  destilado  

Pirólise  gasolina  de  craqueamento  a  vapor  

Importação  e  outros  

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Craqueamento  a  vapor    

Usos  Primários  No  século  XIX  e  no  início  do  século  XX,  benzeno  era  usado  como  uma  loção  pós  barba  devido  

aos  seu  aroma  agradável.  Antes  da  década  de  1920,  o  benzeno  era  frequentemente  usado  como  um  solvente  industrial,  especialmente  para  desengraxe  de  metais.  Como  sua  toxicidade  tornou-­‐se  óbvia,  benzeno   foi   suplantado   por   outros   solventes,   especialmente   tolueno   (metil-­‐benzeno),   o   qual   tem  propriedades  físicas  similares  mas  não  é  um  carcinogênico.  

Em   1903,   Ludwig   Roselius   popularizou   o   uso   de   benzeno   para   descafeinar   café.   Este  processo   foi   posteriormente   descontinuado.   Benzeno   foi   historicamente   encontrado   como   um  componente   significativo   em   muitos   produtos   de   consumo   tais   como   Liquid   Wrench  (aproximadamente,   "chave"   ou   "raspador"   líquido),   diversos   removedores   de   tintas,   massas   de  borracha,  removedores  de  manchas  e  outros  produtos  contendo  hidrocarbonetos.  Alguns  cessaram  a   fabricação   com   fórmulas   contendo   benzeno   em   torno   de   1950   enquanto   outros   continuaram   a  usá-­‐lo  como  um  componente  ou  contaminante  significativo  até  o  final  dos  anos  1970  quando  mortes  por   leucemia   foram   associadas   com   a   produção   do   produto   chamado   Pliofilm   (uma   folha  transparente   de   borracha   clorada   utilizado   para   capas   de   chuva,   como   um   filme   de   embalagem)  pelas  operações  da  Goodyear  em  Ohio.  Até  o  final  dos  anos  1970,  muitas  lojas  de  ferragens,  lojas  de  tintas   e   outros   varejistas,   vendiam  benzeno  em  pequenas   latas   de   aproximadamente   1   litro,   para  uso  geral.  Muitos  estudantes  foram  expostos  a  benzeno  na  escola  e  cursos  universitários  enquanto  realizavam  experimentos  de   laboratório  com  pouca  ou  nenhuma  ventilação  em  muitos  casos.  Esta  prática  muito  perigosa  tem  sido  quase  totalmente  eliminada.  

Como  um  aditivo  de  gasolina,  benzeno  aumenta  a  octanagem  e  reduz  o  "bater  de  bielas"  de  motores.   Consequentemente,   a   gasolina   frequentemente   continha   alguns   porcentos   de   benzeno  antes   dos   anos   1950,   quando   tetraetilchumbo   substitui-­‐o   como   o  mais   largamente   usado   aditivo  para  inibir  o  "bater  de  bielas".  Com  o  abandono  global  da  gasolina  aditivada  com  chumbo,  benzeno  tem   feito   um   retorno   como   um   aditivo   para   gasolina   em   alguns   países.   Nos   Estados   Unidos,   a  preocupação   com   seus   efeitos   negativos   sobre   a   saúde   e   a   possibilidade   de   contaminação   por  benzeno  de  águas  subterrâneas  tendo  conduzido  a  regulação  estrita  do  teor  de  benzeno  na  gasolina,  com  limites  tipicamente  em  torno  de  1%.  As  especificações  europeias  de  gasolina  já  contém  o  meso  limite   de   1%  para   o   conteúdo   de   benzeno.   A  Agência   de   Proteção  Ambiental   dos   Estados  Unidos  (United  States  Environmental  Protection  Agency)  tem  novas  regulamentações  que  irão  reduzir  o  teor  de  benzeno  na  gasolina  para  0,62%  em  2011.  

Usos  Atuais  Hoje   o   benzeno   é   usado   principalmente   para   produzir   outras   substâncias   químicas.   Seus  

derivados  mais  largamente  produzidos  incluem  o  estireno,  o  qual  é  usado  para  produzir  polímeros  e  plásticos,  fenol  para  resinas  e  adesivos  (via  cumeno),  e  cicloexano,  o  qual  é  usado  na  manufatura  de  nylon.   Quantidades   menores   de   benzeno   são   usadas   para   produzir   alguns   tipos   de   borrachas,  lubrificantes,  corantes,  detergentes,  fármacos,  explosivos,  napalm  e  pesticidas.  

Em  pesquisa  laboratorial,  tolueno  é  agora  frequentemente  usado  como  um  substituto  para  o  benzeno.  As  propriedades  solventes  dos  dois  são  similares  mas  o   tolueno  é  menos   tóxico  e   tem  uma  faixa  de  temperatura  como  líquido  mais  ampla.  

Benzeno   tem   sido  usado   como  uma   ferramenta  de  pesquisa  básica   em  uma  variedade  de  experimentos  incluindo  a  análise  de  um  gás  bidimensional.    

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 Figura  3  –  Principais  commodities  químicas  e  polímeros  derivados  do  benzeno  

Derivados  O  benzeno  é  o  precursor  mais  importante  de  diversos  aromáticos  intermediários  e  de  

compostos  alicíclicos.    

   

47%  

13%  1%  

8%  2%  

27%  

2%  

EUA  

Etilbenzeno  

Ciclohexano  

Clorobenzenos  

Nitrobenzeno  

Alquibenzenos  

Cumeno  

Outro  

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 Figura  4  –  Demanda  pelos  derivados  do  benzeno  

 

Fenol  O   fenol   é   um   produto   químico   que   possui   uma   gama   de   processos   para   sua   produção   e  

aplicação  na  indústria.  O  processo  mais  antigo  foi  a  sulfonação  do  benzeno  a  ácido  benzenosulfônico  seguida  pela   fusão  em  soda  cáustica   (Fig.  5a).  Esse   foi  o  primeiro  processo  química  orgânico  a  ser  processado  em  toneladas.  Contudo,  altas  quantidades  de  Na2SO3  e  NaHSO3  geradas  nesse  processo  tornaram-­‐no  desvantajoso,  o  qual  foi  iniciado  entre  o  fim  do  século  XIX  e  o  começo  do  XX.  Para  ser  economicamente   viável,   deve-­‐se   ter   ácido   sulfúrico   e   hidróxido   de   sódio   baratos,   e   ainda   uma  fábrica  de  papel  próxima  a  fim  de  utilizar  o  subproduto  de  sulfeto  de  sódio  no  processo  de  polpação.  O  custo  de  trabalho  é  alto,  porém  o  de  investimento  é  baixo.  Não  se  fabrica  mais  fenol  sintético  por  esse  processo.  

O  segundo  caminho  surgiu  em  1924  (Fig.  5b)  e  envolvia  a  cloração  direta  do  benzeno  para  clorobenzeno,  o  qual  era  hidrolisado  pela  soda  cáustica  a  fenol.  Esse  processo  é  dispendioso  porque  o  cloro  e  o  meio  alcalino  utilizados  devem  ser  operados  em  uma  escala  muito  grande  para  essa  via  ser  econômica.  Essa  planta  ainda  é  operada  na  Argentina,  Índia,  Itália  e  Polônia.  

Em   um   processo   posterior,   o   processo   regenerativo   de   Raching-­‐Hooker   (Fig.   7c),  clorobenzeno   é   preparado   do   ácido   clorídrico,   ar   e   benzeno   a   250  ℃  com   CuCl2/FeCl3   como  catalisadores.  A  hidrólise  por  vapor  de  água  com  a  catálise  Ca3PO4/SiO2  a  450  ℃  rende  fenol  e  HCl  para   reciclagem.  Na   hidrólise   também   se   produz,   além  de   clorobenzeno,   éter   difenílico,   e  o-­‐   e  p-­‐hidroxidifenil  éter  como  subprodutos.  Os  diclorobenzenos  são  reaproveitados  no  processo,  pois  sua  presença  previne  a   formação  adicional  de  produtos  mais   clorados.  O  processo  de  Raching-­‐Hooker  requer  equipamentos  altamente  resistentes  a  corrosão  por  causa  da  presença  de  ácido  clorídrico  a  altas   temperaturas.   Não   é   um   desperdício   de   cloro   e   alcalinos   como   no  meio   por   clorobenzeno,  contudo   as   conversões   por   passagens   são   de   baixo   custo,   e,   portanto,   o   custo   de   capital   é   alto.  Ainda,  as  altas  temperaturas  na  presença  de  ácido  geram  problemas  de  corrosão,  e  altas  pressões  aumentam  os  custos  de  operação.  Esse  processo  está  obsoleto  desde  1971.  

O  meio  de  produção  dominante  é  pelo  cumeno  (Fig.  7d).  Ele  tem  muito  a  seu  favor:  não  é  utilizado  o  dispendioso   cloro,   hidróxido  de   sódio,   ou   ácido   sulfúrico   é   desperdiçado;   as   condições  são  brandas;  e  custos  de  utilização  são  baixos.  Há  um  processo  japonês  que  utiliza  cumeno  gerado  

50%  

12%  1%  

11%  

3%  

22%  

1%  

Europa  Ocidental  

Etilbenzeno  

Ciclohexano  

Clorobenzenos  

Nitrobenzeno  

Alquibenzenos  

Cumeno  

Outro  

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 Figura  5  –  Processos  para  produção  de  fenol  

do  benzeno  e  isopropanol  em  vez  de  propileno  como  o  descrito  na  Figura  7d.  O  isopropanol  é  feito  a  partir  da  hidrogenação  da  acetona  excedente  produzida.  Esse  método  é  posto  em  prática  quando  a  demanda  por  acetona  não  é  acentuada.     A  oxidação  direta  do  benzeno  a  fenol  é  uma  meta  de  pesquisa.  Um  meio  envolve  a  reação  de  benzeno  com  ácido  acético  na  presença  de  paládio  e  oxigênio  para  se  obter  fenil  acetato  (Fig.  6).  Essa  reação  é  análoga  a  de  produção  de  acetaldeído  ou  a  de  acetato  de  vinil.          

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 Figura  6  

  Dentre  os  outros  métodos  de  produção  de  fenol  a  partir  de  benzeno,  dois  destacam-­‐se.  Um,  desenvolvido  em  1990  pela  empresa  Solutia  (antiga  Monsanto),  no  qual  utiliza-­‐se  N2O  e  obtêm-­‐se  um  rendimento  de  95%.    

      Oxido  nitroso  é  um  subproduto  inevitável  da  produção  moderna  de  ácido  adípico  e  é  um  gás  estufa,  portanto  deve  ser  eliminado  de  forma  segura.  Assim,  a  Solutia  transforma  uma  processo  de  débito  para  um  processo  de  crédito.     O   Instituto  Coreano  de  Pesquisa  de  Química  Tecnológica   (KRICT)  desenvolveu  um  meio  de  uma  etapa  de  produção  do  fenol  através  da  passagem  de  hidrogênio,  oxigênio,  e  nitrogênio  em  uma  solução   de   benzeno   e   ácido   acético   a   50  ℃  como   catalizador.   Essa   reação   contém   97%   de  rendimento.    

 

Resinas  Fenólicas     Resinas   fenólicas   possuem   boa   química,   calor,   resistência   à   água,   boas   propriedades  dielétricas,  dureza  elevada  e  estabilidade  dimensional.  Elas  são  baratas  e  podem  ser  formuladas  de  acordo  com  as  necessidades.  O  maior  mercado  dessas  resinas  é  o  de  adesivos.  Elas  são  geralmente  combinadas   com  outros  adesivos  para  gerar   resistência  à  água  e  aderência.  Moldes   fenólicos   têm  inevitavelmente   cores   pobres,   produzindo   apenas   em   cores   escuras.   Eles   são   usados   para   plugs  elétricos  geralmente    usados  em  telefones.  

Bisfenol  A     A   reação  de   fenol   com  acetona  produz    bisfenol  A,  o  qual  é   regido  com  epicloridrina  para  gerar  resinas  epóxi,  e  com  fosgênio  a  fim  de  obter-­‐se  policarbonatos.  No  começo  do  ano  de  2000,  esse  tornou-­‐se  o  principal  consumidor  de  fenol.  

Ciclohexanona     Esse   terceiro   uso   do   fenol   é   basicamente   para   a   produção   de   caprolactama   (C6H11NO   -­‐  monômero  na  produção  de  nylon-­‐6).  

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Ciclohexano     Pequenas   quantidades   de   cilclohexano   são   extraídos   da   nafta,   mas   a   maior   parte   é  produzida   pela   hidrogenação  do  benzeno.  O  processo   é   operado   em   complexas   refinarias   usando  hidrogênio  vindo  da  reforma  catalítica.    

      Uma  parte   do   ciclohexano   é   utilizada   como   solvente,   porém   seu  maior  mercado   é   para   a  produção  de  ácido  adípico  e  caprolactama.  

Ácido  Adípico  e  Caprolactama     O  benzeno  é  a  fonte  de  dois  dos  mais  importantes  nylons,  nylon6,6  e  nylon  6.  Nylon  6,6  é  o  polímero  formado  quando  ácido  adípico  condensa  com  hexametileno  diamina.  Nylon  6  é  o  produto  da  autocondenação  de  caprolactama,  isto  é,  produto  da  desidratação  do  ácido  6-­‐aminocaprótico  (6-­‐aminnohexanoico).  

Anilina     O  próximo  na  lista  de  químicos  provindos  do  benzeno  é  a  anilina.  A  produção  estadunidense  em   2002   foi   de   1.8   bilhões   lb,   75%   desse   foi   destinado   a   produção   de   isocianatos.   No   processo  tradicional,  o  benzeno  é  primeiramente  nitrado  com  ácidos  mistos  (H2SO4/HNO3)  que  forma  um  íon  nitrônio  (NO!!)  o  qual  ataca  o  anel  benzênico.  A  reação  é  exotérmica  e  a  mistura  deve  ser  resfriada  para   manter   a   temperatura   de   aproximadamente   50℃.   Na   nitração   do   benzeno   uma   pequena  quantidade  de  isômeros  meta  é  formada.    

   

 

  Nitrobenzeno  é  reduzido  a  anilina  em  um  rendimento  quase  quantitativo  por  hidrogenação  à  270℃  em  um  leito  fluidizado  de  cobre-­‐em-­‐sílica  como  catalizador.    

      Um  processo   antigo   empregava  o   revolvimento  de   ferro   e   ácido   clorídrico   como   fonte   de  hidrogênio.   Esse   processo   de   fase   líquida,   no   qual   o   ferro   era   convertido   em   Fe3O4,   útil   como  pigmento,  é  pouco  usado  atualmente.  

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Alquilbenzenos     Os  mais   importantes  alquilbenzenos   são  os   com  cadeias  de  C10-­‐C14  de   tamanho.  Esses   são  sulfonados   para   fornecer   surfactantes   de   alquilbenzeno   sulfonato,   útil   em   formulações   de  detergentes.  As  equações  são  escritas  para  uma  olefina  interna:    

   

Anidrido  Maleico     A   maior   parte   do   anidrido   maleico   é   fabricado   pela   oxidação   do   butano   ou,   menos  frequente,   1-­‐   e  2-­‐butenos.  Um  método  antigo  é  baseado  na  oxidação  do  benzeno  e  é   análogo  ao  processo   de   anidrido   ftálico   do   naftaleno.   A   oxidação   em   fase   vapor   é     realizada   com   catalizador  pentóxido   de   vanádio   a   400℃.   Isso   resulta   numa  mistura   de   ácido  maleico   e   anidrido  maleico,   o  ácido  pode  ser  desidratado  a  anidrido  sem  separação.  O  produto  é  purificado  por  destilação  a  vácuo.    

      Usado   principalmente   (40   –   60%)   na   produção   de   resinas   de   poliésteres   insaturados,  plásticos   termofixos   e,   especialmente,   reforçados   com   fibra   de   vidro.   Outros   usos   do   anidrido  maleico  incluem  a  manufatura  de  pesticidas  para  plantações  e  de  aditivos  lubrificantes  de  petróleo.    

Clorobenzenos     Clorobenzenos   são   resultado   da   cloração,   no   estado   líquido,   do   benzeno.   Pequenas  quantidades  de  di-­‐   e   tri-­‐clorobenzenos   também  são   formadas.   Seu  uso  primário  é   como  solvente.  Pode   ser   convertido   em   anilina   e   foi   usado   no   passado   como   matéria   prima   para   o   fenol.  Clorobenzenos  condensa  com  tricloroacetaldeído  (cloral)  para  render  o  inseticida  1,1,1-­‐tricloro-­‐2,2-­‐bis(p-­‐clorofenil)etano   (DDT).   Aproximadamente   80%   do   produto   os   cloros   são   para-­‐para,   mas   as  formas  orto-­‐para  e  orto-­‐orto  também  são  produzidas.    

 

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    DDT   foi   notavelmente   efetivo   no   controle   dos   mosquitos,   contudo   foi   banido   por   sua  estabilidade  e   lipofilia   causar  o  acúmulo  de  gordura  corporal.  Cepas  de  mosquitos   imunes  ao  DDT  emergiram  quer   seja   pelo   desenvolvimento  de   enzimas   que  hidrolisam  o  DDT,   quer     pela   seleção  natural.       Diclorobenzenos   são   produtos   químicos   de   pequeno   volume   que,   assim   como   vários  derivados  de  cloro,  estão  sendo  eliminados.  p-­‐Diclorobenzeno  é  usado  como  repelente  de  traças  e  desodorante.    

Referências  • Wikipédia  -­‐  http://pt.wikipedia.org/wiki/Benzeno  • Kolmetz,  Gentry,  Guidelines  for  BTX  Revamps,  AIChE  2007  Spring  Conference  • Industrial   Organic   Chemicals   (Harold   A.   Wittcooff,   Bryan   G.   Reuben,   Jeffrey   S.   Plotkin)  

Second  Edition