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Santa Maria – RS, 30 de julho a 03 de agosto de 2017 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
PRODUÇÃO DE FUMO EM FOLHA NO MUNICÍPIO DE JAGUARI – RIO
GRANDE DO SUL (1996-2015)
Elizangela Erd Brollo, Ezequiel Redin
Faculdade Metodista de Santa Maria
[email protected]; [email protected]
Grupo de Pesquisa: Evolução e Estrutura da Agropecuária no Brasil
Resumo
O trabalho objetiva descrever e analisar a produção de tabaco no município de Jaguari, Rio
Grande do Sul, no período de 1996 a 2015. As dimensões utilizadas referem-se à área
plantada (ha), área colhida (ha), quantidade produzida (ton), rendimento médio (Kg/ha), valor
da produção (R$ mil), segundo dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE DADOS).
O estudo possibilitou identificar que houve um aumento 5.110 toneladas na produção de fumo
em folha no período de 1996 a 2015 no município de Jaguari. Em 2015 foi registrado o pico
da produção com 6.300 toneladas de fumo em folha e um aumento na área plantada após uma
redução na safra anterior. A série histórica dos dados evidencia um acréscimo de 429,41% na
quantidade produzida no período analisado, bem como, Jaguari, atualmente, é o maior
produtor de fumo entre os municípios do Corede Vale do Jaguari. Por fim, a cultura do tabaco
é uma das principais fontes de renda dos agricultores familiares, agregada a outros produtos
como o milho, a soja, a cana-de-açúcar e o arroz.
Palavras-chave: fumicultura, dados da produção tabaco, base de dados FEE; Jaguari, RS.
PRODUCTION OF TOBACCO LEAVES IN THE MUNICIPALITY OF JAGUARI -
RIO GRANDE DO SUL (1996-2015)
Abstract
This paper aims to describe and analyze the production of tobacco in the municipality of
Jaguari, Rio Grande do Sul, in the period from 1996 to 2015. The used dimensions refer to
the planted area (ha), harvested area (ha), tobacco yield (ton), average yield (kg/ha),
production value (R$ thousand), in accordance to the Economics and Statistics Foundation of
Rio Grande do Sul (FEE DATA). The study made it possible to identify an increase of 5,110
tons in the production of tobacco leaves in the period 1996-2015 in the municipality of
Jaguari. In 2015, it was reported the harvest peak at 6,300 tons of produced tobacco in
leaves, and an increase in the planted area after a decrease the year before. The historical
data series shows an increase of 429.41% in production in the analyzed period, as well as
Jaguari being currently the largest tobacco producer among the municipalities of the Vale do
Jaguari COREDE (Council of Regional Development). Finally, tobacco is one of the main
income sources for family farming, along with other products such as corn, soybeans, sugar
cane and rice.
Key words: tobacco farming, tobacco production data, FEE Database, Jaguari, RS.
Santa Maria – RS, 30 de julho a 03 de agosto de 2017 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
1. INTRODUÇÃO
A produção de fumo em folha no Brasil destaca-se, em especial, no sul do Brasil,
atividade conduzida, particularmente, pela agricultura familiar. Nesse contexto, o estado do
Rio Grande do Sul destaca-se na produção nacional, sendo que em 2015 foi plantada uma área
de 199.659 hectares e alcançou 414.932 toneladas de fumo em folha, segundo dados da
Fundação de Economia e Estatística do estado do Rio Grande do Sul (FEE DADOS, 2015). A
classificação da FEE DADOS divide a produção do tabaco em seis mesorregiões: Centro
Ocidental Rio-Grandense, Centro Oriental Rio-Grandense, Metropolitana de Porto Alegre,
Nordeste Rio-Grandense, Noroeste Rio-Grandense, Sudeste Rio-Grandense e Sudoeste Rio-
Grandense. Neste caso, o foco deste estudo envolve a produção de tabaco do município de
Jaguari que integra a Unidade Geográfica da Microrregião Santa Maria com treze municípios:
Cacequi, Dilermando de Aguiar, Itaara, Jaguari, Mata, Nova Esperança do Sul, Santa Maria,
São Martinho da Serra, São Pedro do Sul, São Sepé, São Vicente do Sul, Toropi e Vila Nova
do Sul (FEE DADOS, 2017).
Especificamente, na classificação dos Coredes, tem-se o Corede Vale do Jaguari,
próximo a região central do estado do Rio Grande do Sul, compreendendo os municípios de
Cacequi, Capão do Cipó, Jaguari, Mata, Nova Esperança do Sul, Santiago, São Francisco de
Assis, São Vicente do Sul e Unistalda. O Vale do Jaguari conta com uma população estimada
em 2015 de 116.976 habitantes e uma densidade demográfica de 10,3 hab/km² e possui área
total de 11.254,1 km² (FEE, 2015). Em 2010, a taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos
ou mais está na escala de 6,25 % e o coeficiente de mortalidade infantil, em 2014, foi 7,54 por
mil nascidos vivos. O Vale do Jaguari atingiu, em 2014, o total de U$ FOB 61.563.266
exportações totais, conforme informações da Fundação de Economia e Estatística do estado
do Rio Grande do Sul (FEE, 2015).
O perfil socioeconômico do Corede Vale do Jaguari aponta que, no âmbito da
agropecuária, constitui uma região de transição entre a produção agrícola da soja, no norte do
Corede, e do arroz, no sul, além de se destacar pela criação de bovinos de corte e de leite,
segundo informações do estudo de Bertê et al. (2016). O estudo de Redin (2010), no
município de Jaguari, integrante deste corede, apontou que, neste local, há uma transição para
a cultura do tabaco como estratégia de reprodução econômica das famílias rurais.
O município de Jaguari foi emancipado em 1920, e destaca-se no âmbito cultural por
uma diversidade étnica. Inicialmente houve a presença de índios e, posteriormente, foi
ocupada pelos imigrantes colonos com predominância de italianos, alemães, húngaros,
poloneses, russos, entre outros. Em 2015, o município possui uma densidade demográfica de
16,7 hab/km² e uma área total de 673,4 km², segundo dados da Fundação de Economia e
Estatística (FEE, 2015). Na dimensão social, apresenta uma taxa de analfabetismo de pessoas
com 15 anos ou mais de 5,82 % em 2010, um coeficiente de mortalidade infantil de 12,05 por
mil nascidos vivos em 2014 e a expectativa de vida ao nascer de 76,93 anos, estimada em
2010. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB/2014) é de R$ 189.901, o PIB per capita (2014)
foi R$ 16.327,16 e as Exportações Totais (2014) atingiram o patamar de U$ FOB 2.282.609
(FEE, 2015) no município de Jaguari, Rio Grande do Sul.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o
município de Jaguari, em 2010, possuía 11.473 habitantes. Destes, 56,92% residiam na área
urbana do município, o equivalente a 6.531 munícipes; os demais, 4.942 viviam na área rural.
De forma mais recente, a população estimada para o ano de 2016 foi 11.551 habitantes.
Quanto aos principais bens produzidos no município, pode-se citar a cana de açúcar, soja,
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milho, arroz e tabaco. Na produção agropecuária, verifica-se que o milho, a cana de açúcar e o
arroz tiveram uma redução na área plantada e colhida nos últimos anos, porém um aumento
na quantidade produzida, que pode ser justificada pelos incentivos do governo, aumento da
tecnologia e melhoria na infraestrutura dos produtores. Esta redução na área pode estar
atrelada ao crescimento nas áreas de cultivo do tabaco e soja. De 1996 a 2015, período
analisado neste trabalho, o aumento na área destinada ao tabaco foi de 2.300 hectares e da
soja, 3.700 hectares. Ao verificar a cultura do tabaco, foco deste estudo, percebe-se que no
Corede Vale do Jaguari, a cultura se destaca no município de Jaguari.
Apesar do expressivo potencial econômico, o cultivo e consumo de tabaco podem
gerar problemas de saúde. Em maio de 1999, em uma assembleia sobre saúde mundial, os
integrantes das Nações Unidas adotaram a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco,
que vigorou a partir de 2005. Nela consta um conjunto de medidas que visa, entre outros fins,
diminuir o crescimento do consumo de tabaco e, por conseguinte, a sua produção. Com isso,
foram criadas diversas ações pelo Estado brasileiro, uma delas foi, por determinado período, o
Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco (REDIN, 2015) com
liberação de recursos, através de chamadas públicas, e repasse de recursos financeiros para
organizações não governamentais, cooperativas, universidades, e órgãos públicos no sentido
de proporcionar acompanhamento técnico para a implementação de projetos na área de
pesquisa, capacitação e projetos de assistência técnica e extensão rural que visa diversificar as
áreas com tabaco. Com a reorientação do Estado Brasileiro, algumas mudanças no
planejamento produtivo foram realizadas, sendo que o investimento nesse programa foi
reduzido. Diante dessas questões, apresenta-se como problema deste estudo, compreender o
comportamento da produção de fumo em folha no município de Jaguari, Rio Grande do Sul,
perante as ações de intervenção à diversificação, entre os anos 1996 a 2015? Para isso, o
objetivo do trabalho é descrever e analisar a produção de tabaco no município de Jaguari, Rio
Grande do Sul, no período de 1996 a 2015.
Nesse contexto, o trabalho apresenta, em um primeiro momento, um breve histórico da
cultura do tabaco no Brasil, relevante na região Sul e segue com uma contextualização da
cultura no município de Jaguari, RS. Na próxima seção, registram-se os procedimentos
metodológicos da pesquisa. Adiante, é analisado o comportamento da produção de fumo em
folha no município e, por último, são tecidas as considerações finais.
2. A PRODUÇÃO DE TABACO: HERANÇA CULTURAL E PRODUTIVA
Antes da chegada dos portugueses no Brasil, o tabaco já integrava alguns rituais dos
povos que aqui habitavam. Para eles, a planta possuía fins sagrados para evocar os deuses e
fins medicinais, na cura de alguns males, como ferimentos, dores de estômago e enxaquecas.
A partir desse uso medicinal, as primeiras lavouras da cultura foram formadas pelos
colonizadores, a fim de garantir o consumo próprio. No entanto, com a difusão do consumo
do bem, a sua produção aumentou, e no decorrer do século XVII, o produto aparecia entre os
principais produtos exportados durante o período imperial (SINDITABACO, 2017).
Conforme Lima (2007), boa parte das produções acadêmicas voltadas à produção de
fumo, assinalam o estado gaúcho, precisamente a região de Santa Cruz do Sul, como o local
onde ocorreu o crescimento da economia através da produção do tabaco. No período entre
1901-1930, ocorreu uma expansão na área de cultivo, além do Nordeste brasileiro para as
regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, principalmente após a chegada dos imigrantes. Segundo
o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SINDITABACO, 2013), a região Sul do
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país era responsável por 96% da produção nacional do bem, com 710 mil toneladas
produzidas na safra de 2011/12. Silveira (2015) explica porque a região apresenta índices
satisfatórios na produção de tabaco, ou seja, o clima favorece a produção, aliado ao
aperfeiçoamento tecnológico, a agroindustrialização e relação de produção, que contribuem
para que o produto apresente uma produtividade atrativa e altos índices de qualidade. Além
disso, têm-se os investimentos das indústrias fumageiras que melhoram os métodos de
produção, como o sistema float de produção de mudas, além de alterações técnicas na
produção e processamento nas próprias indústrias.
Houve uma expansão da área de cultivo, o aumento do número nas famílias produtoras
e a relevância do produto no volume das exportações, bem como na economia nacional e
existem programas que objetivam reduzir o consumo do tabaco em detrimento dos problemas
a saúde. Por outro lado, algumas ações com vistas a diversificação no sentido de não depender
exclusivamente da especialização do tabaco como única renda da família rural. Conforme o
DESER (2010), ainda em 1985, o governo criou, através do Ministério da Saúde, um Comitê
Consultor para o controle do tabagismo. A partir disso, os debates sobre a cultura e os
malefícios do seu consumo são recorrentes e a insistência do Estado para reduzir a produção
está atrelada ao problema de saúde pública. Para atuar na questão da produção, em 2005 foi
criado o Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com o Tabaco, baseado
em princípios de desenvolvimento sustentável, diversidade produtiva nas áreas cultivadas
com tabaco, com o intuito de incentivar uma produção ecológica e que reduza o uso de
agrotóxicos.
No Brasil, a produção de tabaco aumentou significativamente desde o início da década
de 90, em virtude das alterações no cenário internacional, ao desenvolvimento de um modelo
de produção integrado entre produtores de tabaco e indústria (BUAINAIN ET AL., 2009). A
produção de tabaco na região Sul se destaca das demais regiões. Um dos motivos deste
destaque se deve ao tipo de tabaco produzido, que são os mais procurados pelo mercado
internacional, por causa do sabor diferenciado do cigarro. O tabaco de outras regiões é
utilizado para a preparação de produtos mais fortes que o cigarro, como o charuto
(SILVEIRA; DORNELLES; FERRARI, 2012).
Outro destaque é o estado do Rio Grande do Sul, atualmente o maior produtor de
tabaco no Brasil, é uma evolução no cultivo deste produto. Conforme a FEE, em 1991, o
estado produziu 186.568 toneladas de tabaco em uma área de 123.183 hectares, o que gerou
um rendimento médio de 1.515 kg/ha. Em 2015, registra-se uma produção de 414.932
toneladas em uma área de 199.961 hectares e um rendimento médio de 2.078 kg/ha. Estes
dados reforçam que a produção aumentou com base na pesquisa e desenvolvimento de novas
técnicas de produção e investimentos em tecnologias agrícolas, desde a produção de mudas
até a comercialização, favoreceram o rendimento nas propriedades.
Dentre os municípios do Corede Vale do Jaguari, o tabaco apresenta sua relevância no
município de Jaguari. No ano de 2015, segundo dados da FEE, o município produziu 6.300
toneladas de tabaco em folha, 56,33% do total produzido pelo Corede (FEE DADOS, 2015).
O município, emancipado em 1920, possui quatro distritos, com características distintas, que
explicam o predomínio de culturas específicas em cada local.
No município, a cultura do tabaco iniciou há 80 anos, momento posterior a sua
emancipação. Teve início nas comunidades de Marmeleiro e Linha 6, no terceiro distrito, e
com o passar dos anos, a cultura expandiu para outras localidades e, hoje, está presente em
praticamente todas as comunidades, com maior incidência no terceiro e quarto distritos. No
terceiro distrito, devido aos solos mais arenosos, o fumo do tipo Virginia (estufa) se adapta
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melhor e se destaca nesta região. Por outro lado, no quarto distrito se ressalta a cultura do
fumo tipo Burley (galpão), devido ao solo mais adequado para esse tipo de tabaco. No
primeiro distrito, a agricultura se sobressai na produção de uva e pecuária de gado de leite e
no segundo distrito, nos cultivos de arroz, soja e pecuária de gado de corte, conforme
informações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (2017).
A cultura do tabaco, nesse caso, é estratégia fundamental dos municípios porque
movimenta a economia em forma de arrecadação de impostos, bem como o desenvolvimento
das comunidades, nas quais as famílias melhoram a sua infraestrutura e conseguem oferecer
conforto para as pessoas, advindo da renda gerada pela cultura de tabaco. Outro ponto
importante refere-se à geração de empregos (temporários) em épocas como a colheita, por
exemplo, quando muitos moradores da cidade se deslocam para o interior, com o propósito de
aumentar a sua renda, conforme informações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Agropecuário (2017). O estudo de Paulilo (1990), sobre os produtores integrados do sul do
estado de Santa Catarina, coloca que a mão de obra, é o fator de produção que mais pesa para
a família rural, por isso, geralmente, famílias com poucos recursos e numerosas também
possuem a tendência de optar por essa cultura.
A pesquisa de Prieb (2005) sobre a pluriatividade na produção familiar fumageira na
Região do Vale do Rio Pardo, com uma amostra de 60 famílias articuladas ao complexo
fumageiro, coloca em debate sobre a carência de informações sobre o trabalho informal da
fumicultura, sendo que representa uma situação ainda pouco analisada no país. Na perspectiva
de Lima (2007), o produto social do trabalho agrícola na fumicultura desempenhado pelos
membros da família é uma prática não capitalista e, para o autor, nem o avanço tecnológico
nem a defesa da especialização da produção, levam à inevitabilidade do processo de
proletarização dos agricultores que produzem tabaco.
Diante dos conceitos acerca do tabaco e sua produção, na próxima seção apresentam-
se os procedimentos metodológicos utilizados para analisar o comportamento do cultivo do
tabaco no município de Jaguari, RS.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo constituiu-se de dados secundários, oriundos da Fundação de Economia e
Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (FEE), do período entre 1996 e 2015 e de dados
de censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados
secundários são aqueles coletados de outros arquivos, banco de dados, relatórios, ou seja, não
é resultado do trabalho do pesquisador (DIEHL, TATIM, 2004). A seleção do município de
Jaguari, RS explica-se pela sua representatividade na produção fumageira na região do Vale
do Jaguari, pois, segundo dados da FEE, na safra de 2015, produziu 6.300 toneladas de tabaco
em folha, 56,33% do total produzido pela região. Diante da análise dos demais municípios
que integram o Corede, o município de Mata é o segundo maior produtor com 2.340 toneladas
e, em terceiro, São Francisco de Assis que computou 1.840 toneladas em 2015. O período de
análise justifica-se pela disponibilidade de dados históricos para a realização da pesquisa e
para a construção de tabelas que possibilitam a análise do contexto da fumicultura no
município de Jaguari, RS.
Para uma melhor visualização e entendimento, os dados referentes à evolução da
cultura do tabaco no município foram condensados em quatro quinquênios (1996 – 2000),
(2001 – 2005), (2006 – 2010) e (2011 – 2015). As variáveis utilizadas na pesquisa referem-se
à área plantada (ha), área colhida (ha), quantidade produzida (ton), rendimento médio (kg/ha)
Santa Maria – RS, 30 de julho a 03 de agosto de 2017 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
e valor da produção (R$ mil), conforme dados disponíveis na Fundação de Economia e
Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (FEE).
4. O COMPORTAMENTO DA PRODUÇÃO DE FUMO EM FOLHA EM JAGUARI,
RS
A economia do município de Jaguari destaca-se no setor primário, no qual as
produções de soja, milho, cana-de-açúcar, arroz e fumo são relevantes. Os tipos de solo,
diferentes em cada região do município, bem como a estrutura das famílias justificam a opção
dos cultivos. A produção de fumo destaca-se entre os agricultores familiares, provenientes de
pouco recurso (terra) e mão de obra disponível, visto que o uso de máquinas no cultivo de
tabaco é irrisório neste local e a maioria das tarefas é realizada manualmente.
A produção de fumo é uma das principais fontes de renda das famílias dos III e IV
distritos de Jaguari, RS. Enquanto a produção de cana-de-açúcar alcançou 500 hectares
plantados, a área cultivada com tabaco computou 3.000 hectares em 2015 (FEE DADOS,
2015). O período 1996-2015 apresenta um aumento na área de tabaco no município em 2.300
hectares, enquanto que na área de cana-de-açúcar houve uma redução de 100 hectares. Isso
pode ser explicado pelas novas formas de produção de tabaco, com melhorias nos métodos de
cultivo, incentivos das indústrias fumageiras, com financiamentos para a safra e um
rendimento considerado atrativo pelos fumicultores. A seguir, apresentam-se as análises dos
dados relativos à produção de tabaco no município de Jaguari, RS no período de 1996-2015.
4.1 Produção de tabaco no município de Jaguari (1996 – 2000)
A variação apresentada na produção total de tabaco no quinquênio (1996 – 2000) se
deve ao cenário econômico que interfere na produção fumageira e também aos fatores
climáticos. Entre 1996 e 1997, em Jaguari, a quantidade produzida aumentou de 1.190 para
1.912 toneladas, atrelada ao aumento da área plantada e colhida. A safra de 1998 apresentou
uma queda de 27,82% no total produzido em relação ao ano anterior, apesar do aumento na
área colhida. Esse fato pode ser justificado pelas intempéries climáticas, haja vista que o
rendimento médio foi menor que em relação aos dois primeiros anos. Em 1999, a produção
teve um crescimento de 552 toneladas, com a mesma área plantada e colhida em 1998 (920
ha). A safra do ano 2000 apontou um declínio na produção de 357 toneladas e uma queda nas
áreas plantada e colhida, que pode ser um dos motivos que explica a queda na produção.
Quadro 1 – Produção de fumo em folha do município de Jaguari – RS (1996 – 2000)
Anos Quantidade
produzida (ton)
Área plantada
(ha)
Área colhida
(ha)
Rend. Médio
(Kg/ha)
Valor da
produção (R$
mil)1
1996 1.190 700 700 1.700 2.190
1997 1.912 850 850 2.249,41 3.504
1998 1.380 920 920 1.500 2.484
1999 1932 920 920 2.100 3.478
2000 1.575 900 900 1.750 2.753
Média 1.597,80 858 858 1.859,88 2.881,80
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
Santa Maria – RS, 30 de julho a 03 de agosto de 2017 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
Esse quinquênio iniciou com as duas primeiras safras em que a quantidade produzida
teve um gradativo aumento, juntamente com o rendimento médio e o valor da produção. Em
1997, segundo ano, destacou-se com os maiores do período, fato que impulsionou a plantação
da cultura no terceiro ano. Neste, a produção diminuiu atrelada ao rendimento médio
decrescente. Em 1999, as variáveis aumentaram, com exceção da área plantada e colhida, que
permaneceram inalteradas, e no último ano, 2000, as áreas plantadas e colhidas diminuíram, e
atrelada a isso, as demais variáveis também apresentaram queda (Quadro 1). No final do
quinquênio, a média de produção registrada é de 1.597,80 toneladas, 858 hectares de área
plantada e colhida e um rendimento médio de 1.859,88 kg/ha.
4.2 Produção de tabaco no município de Jaguari (2001 – 2005)
Este quinquênio apresentou variações semelhantes ao período anterior. A safra de
2001 computou 1.995 toneladas produzidas em 950 hectares, com um rendimento médio de
2.100 kg/ha. No segundo ano (2002), registra-se um aumento de 2.845 toneladas produzidas,
vinculadas ao acréscimo de 1.250 hectares na área plantada e colhida, e o rendimento médio,
apesar do baixo crescimento, foi o maior registrado no período alcançando 2.220 kg/ha. Outro
ponto relevante é o valor da produção, R$ 12.201 (mil), apontado em 2002, em comparação a
R$3.611 (mil) no ano 2001.
Em 2003, houve um declínio de 1.540 toneladas produzidas, com a mesma área
plantada e colhida em 2002. Como o rendimento médio ficou abaixo do registrado em 2002, a
queda na produção pode ter relação com alterações climáticas. O ano seguinte apresentou um
aumento na produção de 840 toneladas, vinculadas com o crescimento da área plantada e
colhida. Em 2005, último ano do quinquênio, registrou uma queda na produção e nas áreas,
porém o rendimento médio se manteve o mesmo do ano anterior (Quadro 2).
Quadro 2 – Produção de fumo em folha do município de Jaguari – RS (2001 – 2005)
Anos Quantidade
produzida (ton)
Área plantada
(ha)
Área colhida
(ha)
Rend. Médio
(Kg/ha)
Valor da
produção (R$
mil)
2001 1.995 950 950 2.100 3.611
2002 4.840 2.200 2.200 2.200 12.201
2003 3.300 2.200 2.200 1.500 9.142
2004 4.140 2.300 2.300 1.800 11.606
2005 3.600 2.000 2.000 1.800 10.440
Média 3.575 1.930 1.930 1.880 9.400
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
Em suma, o período (2001 – 2005) aponta um aumento na produção de 1.605
toneladas e 1.050 hectares de área plantada e colhida. Além disso, registra-se uma média de
3.575 toneladas produzidas, 1.930 hectares entre área plantada e colhida em média e o
rendimento médio de 1.880 kg/ha.
4.3 Produção de tabaco no município de Jaguari (2006 – 2010)
No quinquênio 2006 – 2010 apresentou, nos dois primeiros anos (2006 e 2007), o total
de 4.200 toneladas produzidas, em 2.000 hectares plantados e colhidos. Os dois anos
seguintes (2008 e 2009) computam 3.035 toneladas de tabaco produzidas, atreladas a uma
queda na área de 425 hectares. O último ano, 2010, é o melhor ano do período em quantidade
Santa Maria – RS, 30 de julho a 03 de agosto de 2017 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
produzida, pois aponta uma produção de 4.620 toneladas e um aumento de 1.425 hectares na
área de cultivo, atrelado ao aumento no número de famílias produtoras de tabaco, sendo que
em 2009 eram 943 famílias e, em 2010, somou 948 famílias fumicultoras, segundo dados da
Associação dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA, 2017). Outro fator relacionado ao
aumento na área de produção é a valorização do tabaco nas empresas fumageiras. Nesse
período, constata-se um valor de comercialização acima do esperado no início das safras, fato
que incentivou o aumento na área de cultivo. Também justifica esse crescimento, o emprego
de novas tecnologias, melhorias nos insumos, facilidade de crédito aos produtores para
compra de equipamentos que promovem o desenvolvimento do trabalho na fumicultura. No
entanto, o rendimento médio é o menor do quinquênio, 1.540 kg/ha, atrelado ao excesso de
chuvas ocorridas na região. Outra variável que se destaca é o valor da produção, haja vista
que variou R$ 15.620 (mil) de 2006 a 2010 (Quadro 3).
Quadro 3 – Produção de fumo em folha do município de Jaguari – RS (2006 – 2010)
Anos Quantidade
produzida (ton)
Área plantada
(ha)
Área colhida
(ha)
Rend. Médio
(Kg/ha)
Valor da
produção (R$
mil)
2006 4.200 2.000 2.000 2.100 15.716
2007 4.200 2.000 2.000 2.100 16.800
2008 3.035 1.575 1.575 1.926,98 12.501
2009 3.035 1.575 1.575 1.926,98 14.988
2010 4.620 3.000 3.000 1.540 31.336
Média 3.818 2.030 2.030 1.918,79 18.268,20
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
Dos três quinquênios analisados, o período de 2006 – 2010 representa um crescimento
expressivo na cultura de tabaco no município, em relação aos anos anteriores. Registra-se
uma média de produção de 3.818 toneladas, sendo que a média da área cresceu 100 hectares e
o rendimento médio registrou 1.918,79 kg/ha.
4.4 Produção de tabaco no município de Jaguari (2011 – 2015)
O ano de 2011 apresentou queda na produção em relação ao ano anterior, ou seja,
nesse momento computou 4.400 toneladas de fumo em folha, fato relacionado com o declínio
de 800 hectares na área de cultivo. Além disso, percebe-se que o bom rendimento financeiro
da safra anterior não estimulou os produtores. No ano seguinte, 2012, houve aumento da área
plantada e colhida e da produção em 2.600 hectares e foram produzidas 5.720 toneladas de
fumo em folha. A safra de 2013 expressa uma pequena queda na quantidade produzida, apesar
do aumento na área, fato que pode ser relacionado com alguma alteração climática ou de
ordem agronômica, pois o rendimento médio (kg/ha) apresentou queda. Em 2014 houve um
declínio de 2.253 toneladas em comparação ao ano de 2013, além de uma queda de 1.515
hectares na área cultivada. O último ano do quinquênio, 2015, é o mais expressivo na
produção, momento que se anotou 6.300 toneladas em 3.000 hectares, no entanto, o
rendimento médio é o terceiro maior no período, 2.100 kg/ha (Quadro 4).
Esse quinquênio foi marcado por dois grandes momentos climáticos. Em 2013, o
estado do Rio Grande do Sul enfrentou uma forte estiagem que comprometeu a rentabilidade
de várias culturas agrícolas, dentre elas, o tabaco, que justifica o rendimento médio menor
nesse ano. Esse fenômeno pode ter influenciado a redução na área de cultivo em 2014. Em
Santa Maria – RS, 30 de julho a 03 de agosto de 2017 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção
2015, ocorreu uma enchente no período de desenvolvimento da lavoura do tabaco. Apesar
disso, a produção foi a maior registrada nos anos analisados, além do aumento na área
plantada e a possíveis melhorias no sistema de produção.
Quadro 4 – Produção de fumo em folha do município de Jaguari – RS (2011 – 2015)
Anos Quantidade
produzida (ton)
Área plantada
(ha)
Área colhida
(ha)
Rend. Médio
(Kg/ha)
Valor da
produção (R$
mil)
2011 4.400 2.200 2.200 2.000 19.947
2012 5.720 2.600 2.600 2.200 32.804
2013 5.400 3.000 3.000 1.800 37.746
2014 3.147 1.485 1.485 2.119,19 23.523
2015 6.300 3.000 3.000 2.100 46.200
Média 4.993,40 2.457 2.457 2.043,83 32.044
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
O quinquênio é um período relevante na produção de tabaco no município de Jaguari,
apresentou um aumento na quantidade produzida de 1.900 toneladas. A média de produção é
a maior entre os quatro quinquênios, 4.993,40 toneladas de fumo em folha, a média de área de
cultivo é de 2.457 hectares, o rendimento médio de 2.043 kg/ha e como média de valor da
produção atingindo R$ 32.044 (mil). Com esses dados, pode-se fazer analogia as
considerações de Silveira e Dornelles (2013), em que comentam sobre as mudanças técnicas
no modo de produção, assentados através do emprego de mão de obra familiar, também têm
contribuído para o aumento da produtividade. Diante deste cenário, percebe-se o gradativo
crescimento da produção de tabaco, bem como da área de cultivo no município de Jaguari no
estado do Rio Grande do Sul.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados históricos revelam um aumento 5.110 toneladas da produção de fumo em
folha no período de 1996 a 2015. Nesse sentido, a realidade rural da produção de fumo em
folha em Jaguari demonstra que há uma tendência de migração na cultura do tabaco, como já
apontado por Redin (2010). O nível de diversificação das atividades depende, em certa
medida, de cada propriedade e varia conforme as condições de desenvolvimento rural, em
especial, também como aponta Etges (2006), ao pesquisar sobre os aspectos socioeconômicos
dos produtores de tabaco na Bacia Hidrográfica de Rio Pardinho, RS, em que o nível de
diversificação de cada unidade de produção depende da relação com a terra, mão de obra,
distância dos centros urbanos, conhecimento técnico-administrativo do agricultor e a
capacidade de inserção coletiva em cooperativas ou associações.
O aumento da quantidade produzida está ligado ao aumento da tecnologia empregada
no cultivo, bem como, o ingresso de novas famílias na atividade fumageira. O incentivo das
indústrias fumageiras, as inovações tecnológicas, as novas orientações técnicas repassadas
pelos instrutores aumentam a qualidade do projeto e a produtividade (SILVEIRA, 2015). A
análise da dinâmica do fumo em folha em Jaguari demonstra que em 1996 computou 1.190
toneladas, com rendimento médio de 1.700 kg/ha, e, em 2015, registrou 6.300 toneladas de
produção e 2.100 kg/ha como rendimento médio da safra (FEE DADOS). Portanto, houve um
aperfeiçoamento técnico, agronômico e social na atividade fumageira que influenciou a cadeia
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produtiva do tabaco em Jaguari e no sul do Brasil. Em Jaguari, ressalta-se que o ano de 2015
registrou altos índices pluviométricos que afetam diretamente a agricultura.
Quanto à dimensão da área de cultivo, enquanto culturas como o milho, arroz e cana-
de-açúcar registram queda nas áreas plantadas, 800 hectares, 113 hectares e 100 hectares,
respectivamente, no período de 1996-2015, o cultivo de tabaco apresentou um incremento de
2.100 hectares (FEE DADOS, 2015). A rentabilidade atrativa e as facilidades de financiar
uma safra, oferecidas pelas indústrias, que parcelam o valor do investimento para ser pago
anualmente, descontados na venda de tabaco, estimulam o agricultor a usar o tabaco como
estratégia de reprodução econômica na propriedade (REDIN, 2010; REDIN, 2015). Há
divergências agudas entre os produtores e as indústrias do tabaco em relação a expectativa do
preço pago pelo produto, como também há safras que são consideradas excelentes e os
valores ultrapassam o máximo estipulado na tabela de preços pagos ao agricultor. O valor
pago pelo produto final sofre influências da oferta, em nível nacional e mundial, visto que a
grande parte da produção é exportada. Outro fator estimulante para a produção de tabaco está
relacionado com a diversificação das culturas. No cenário de Jaguari, os demais produtos
cultivados não apresentam retorno significativo comparado às condições da produção de
tabaco em pequenas unidades de produção. E, no momento, não há alternativas ou estruturas
de mercado que viabilizem a mudança da atividade produtiva fumageira.
Apesar da dependência dos fumicultores à indústria fumageira, da atração pelo preço
tabelado no início da safra, a cultura é relevante na obtenção de renda pelos produtores e para
o município e na geração de impostos. Para a produção chegar a esse patamar, muitos
paradigmas foram deixados, a cultura intensificou-se aos poucos, as tecnologias e meios de
cultivo modificaram-se, o que trouxe maior produtividade e aumento na área de cultivo,
apesar das pressões das campanhas antitabaco promovidas por órgãos relacionados à saúde
pública. Portanto, nesse trabalho os dados apontaram uma migração acentuada e um aumento
da quantidade produzida e da área plantada e colhida da cultura tabaco no período analisado.
Diante de inúmeros motivos para a redução da área plantada, o clima irregular, o preço
do produto instável, as campanhas antitabaco, o fumicultor ainda assegura-se na produção de
fumo para a reprodução econômica e sua manutenção no meio rural. Pela baixa estrutura no
canal de comercialização e as reduzidas alternativas de produção viáveis economicamente,
diante dos tipos de solos e terras disponíveis, ou ainda escassez desse recurso, pode-se
sustentar que ainda haverá um aumento na produção de tabaco ao longo prazo, visto que, para
muitas famílias, é a principal fonte de renda na unidade de produção.
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