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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
PRODUTO 13 – RELATÓRIO FINAL DO PLANO MUNICIPAL
DE SANEAMENTO BÁSICO DE CAMAÇARI – BA
VERSÃO PRELIMINAR
VOLUME II – PROPECTIVAS E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
CAMAÇARI / BA
AGOSTO, 2016
Plano Municipal de Saneamento Básico
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PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 1.174/2013
TOMADA DE PREÇOS Nº 003/2014
CONTRATO Nº 140/2014
Versão Preliminar do Produto 13 – Relatório
Final do Plano Municipal de Saneamento Básico,
Volume II – Prospectivas e Planejamento
Estratégico, apresentado pela Saneando
Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda. para
a Secretaria de Desenvolvimento Urbano
(SEDUR), como parte integrante do Plano
Municipal de Saneamento Básico de Camaçari -
BA.
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ADEMAR DELGADO
Prefeito Municipal
MARIA DO CARMO SIQUEIRA
Vice Prefeita
DJALMA MACHADO DE SOUZA
Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano
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FICHA TÉCNICA
Comitê de Coordenação
Membro Titular Secretarias
Marina Rodriguez Alonso (Coordenadora) SEDUR/ASTEC
Anselmo Sebastião Salgueiro dos Santos SEDUR/CPL
Eduardo da Silva Barreto SEDUR/CMA
Fabio Antônio Moura Costa de Souza SEDUR/ASTEC
Lélia Maria dos Reis Dias SEDUR/ASTEC
Maiana Fernandes Vaz Freitas SEDUR/ASTEC
Maressa Lacerda Viera SEDUR/ASTEC
Milai Rodrigues Alves Cordeiro SEDUR/CMA
Sandra Lima dos Santos SEDUR/CMA
Silvio Roberto Gantois SEDUR/CMA
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Comitê Executivo
Instituições e Secretarias Membro Titular Membro Suplente
Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR)
Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA)
Marina Rodriguez Alonso
Sérgio Murilo Falcão Silva
Maressa Lacerda Viera
Cesar Aparecido dos Santos
Secretaria de Saúde (SESAU) Valmir Santos Araújo Ruteane da Silva dos Santos
Secretaria de Habitação (SEHAB) Monique Matos Rodrigues Azevedo Santiane Araújo Godinho Cruz
Secretaria de Serviços Públicos (SESP) Flávio Ribeiro Lobo Filho José Marcelo Rocha de Almeida
Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES) Elaine Maciel de Souza da Silva Mateus dos Santos de Oliveira
Limpeza Pública de Camaçari (LIMPEC) Rute do Nascimento Luiz Balbino Bittencourt Teixeira
Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM)
Francisco de Assis Silva
Crispim Carvalho da Hora
Conselho Municipal de Saúde (CMS) Paulo César Souza Costa Verbenia Lúcia da Silva Santos
Conselho Municipal de Educação (CME) Elielza de Santana Bispo Souza Mário José Santos Filho
Conselho Municipal da Cidade (CONCIDADE) Everaldo de Jesus Vieira Jorge Carlos Ramos Gonçalves
Comitê de Fomento Industrial (COFIC)
Mariene Salatiel Oliveira
José de Anchieta da Silva Filho
Comitê da Bacia Hidrográfica do Recôncavo Norte e Inhambupe (CBHRNI)
Sérgio de Almeida Bastos
Maria José Rosas
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa)
Mário Sergio Soares May
Taís Meireles Oliveira
Poder Legislativo Municipal (CMC) Sávio Nonato Barreto de Oliveira Gilseppi Mário Reis D’errico
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Equipe Técnica da Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda.
Nome Cargo
Geraldo Leite Botelho Coordenador Gerencial do Contrato
Gabriela Vieira de Toledo L. Ataíde Coordenadora Técnica de Planejamento
Lívia Duca de Lima Supervisora Técnica do PMSB
Lenon Sol de Souza Marques Supervisor Técnico do PMGIRS
Kalila Calil Barreto Couto Engenheira Sanitarista e Ambiental
Mariana Mascarenhas de Souza Engenheira Sanitarista e Ambiental
Victor Moreira da Silva Vidal Engenheiro Ambiental e Sanitarista
Victor Pompeu Teixeira Rodriguez Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Leila Santos Borges Nunes Assistente Social
Luiz Claudio Ferraz Freire de Carvalho
Tiago Santana Dutra
Geógrafo/Técnico em Geoprocessamento
Estagiário em Eng. Sanitária e Ambiental
Carolina Rodeiro Nunes Estagiária em Eng. Sanitária e Ambiental
Verônica Paternostro Andrade Estagiária em Eng. Sanitária e Ambiental
Ilo César Menezes Estagiário em Geografia
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Apresentação
A Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda. – ME apresenta à Prefeitura
Municipal de Camaçari a versão preliminar do Produto 13 – Relatório Final do
Plano Municipal de Saneamento Básico, Volume II – Prospectivas e
Planejamento Estratégico, conforme contrato nº 140/2014.
O presente documento foi desenvolvido com base na Lei Federal nº 11.445/2007,
que estabelece diretrizes para a Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB),
regulamentada através do Decreto Nº 7.217/2010, alterado pelo Decreto nº 8.629/
2015 e na Lei Estadual nº 11.172/2008, que institui a Política Estadual de
Saneamento Básico (PESB).
O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) é o principal instrumento de
planejamento da gestão dos serviços de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, bem como de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos. É desenvolvido para atuar em um horizonte de
20 anos e deve passar por revisões periódicas a cada 4 anos, a fim de manter-se
atualizado.
Em relação à elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, o artigo 1º do
Decreto nº 8.629/15 afirma:
Após 31 de dezembro de 2017, a existência de plano de saneamento
básico, elaborado pelo titular dos serviços, será condição para o
acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de
financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da
administração pública federal, quando destinados a serviços de
saneamento básico.
Dessa forma, atendendo aos princípios e objetivos abordados na Política Nacional
de Saneamento Básico, além de outras premissas, a Prefeitura Municipal de
Camaçari desenvolve este instrumento como forma de estabelecer diretrizes
aplicáveis, de forma sistemática, para o planejamento dos serviços de saneamento
básico adequado a realidade do município.
Em seu desenvolvimento, o PMSB foi estruturado de forma a apresentar o
diagnóstico, que retrata a atual situação dos serviços de saneamento básico em
Camaçari; o estudo de cenários e a hierarquização das intervenções, bem como os
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mecanismos e procedimentos a serem utilizados na implementação das metas;
programas, projetos e ações nos devidos horizontes temporais de curto, médio e
longo prazo, conforme determina o termo de referência.
As etapas de elaboração do PMGIRS e do PMSB estão descritas a seguir, de
acordo com os requisitos do Termo de Referência e diretrizes preconizadas pela
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental:
Etapa 1:
- Plano de Trabalho e Plano de Mobilização Social;
Etapa 2:
- Caracterização física e socioeconômica do Município;
- Oficina de Capacitação do Comitê Executivo.
Etapa 3:
- Diagnóstico dos Serviços de Água;
- Diagnóstico dos Serviços de Esgoto;
- Diagnóstico dos Serviços de Drenagem de Águas Pluviais;
- Diagnóstico dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos
Sólidos.
Etapa 4:
- Estudos de Cenários;
- Hierarquização das Intervenções;
- Versão Preliminar do PMGIRS;
- Audiências Públicas Locais para Apresentação do PMGIRS;
- Versão revisada e complementada do PMGIRS com base nas audiências
públicas locais (proposta de Lei enviada à Câmara).
Etapa 5:
- Plano Municipal de Saneamento Básico (Versão Preliminar);
- Audiências públicas locais para apresentação do PMSB.
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Etapa 6:
- Versão revisada e complementada do PMSB com base nas audiências
públicas locais (Minuta de Proposta de Lei);
- Relatório Síntese do PMSB (proposta de Lei enviada à Câmara).
Para que o PMSB contemple todos os seus objetivos e garanta uma melhor gestão
dos serviços de saneamento básico, é necessário a participação popular,
enriquecendo o diagnóstico dos técnicos e garantindo, também, o controle social.
Dessa forma, a população tem papel central na elaboração do plano, participando do
planejamento. A eficiência desse processo é maior se grupos organizados e
entidades representativas dos setores econômicos e sociais de comunidade ou
região participarem ativamente, desde a sua elaboração até a sua implementação.
O esforço do município de Camaçari em elaborar seu Plano de Saneamento Básico
objetiva não só cumprir um marco legal no saneamento, como obter um momento
ímpar no exercício de titular efetivo dos serviços que lhe concede a Lei Federal nº
11.445/2007, deixando clara quem deverá exercer as distintas funções inerentes a
gestão dos serviços de saneamento: o ato de planejar, de prestar, de regular e
fiscalizar, e permeando transversalmente a todos estes, o controle social.
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LISTA DE SIGLAS
ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
AGERSA – Agência Reguladora de Saneamento Básico
ANA – Agência Nacional de Águas
APP – Área de Preservação Ambiental
ASTEC – Acessoria Técnica
CAESA – Companhia de Água e Esgoto do Amapá
CERB – Companhia de Engenharia e Recursos Hídricos da Bahia
CETREL – Central de Efluentes Líquidos do Polo de Camaçari
CMA - Coordenadoria de Meio Ambiente
CMB – Conjunto Motor-Bomba
CNRH – Conselho Nacional de Recursos Hidricos
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
COVIAM – Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde
COF - Coordenadoria de Fiscalização do Uso do Solo e Meio Ambiente
CONCIDADE – Conselho das Cidades
COS - Coordenadoria do Uso do solo
CPE - Coordenadoria de Elaboração de Projetos
CPL - Coordenadoria de Planejamento
CPRM – Companhia de Pesquisas em Recursos Minerais
CRAS – Centro de Referência e Assistência Social
CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
CSAN – Coordenadoria de Saneamento Básico
CTM - Cadastro Territorial Multifinalitário
DAC – Distribuidora de Água de Camaçari
DBO – Demanda Bioquimica de Oxigênio
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DIVISA – Diretoria da Vigilância Sanitária e Ambiental
DQO – Demanda Quimica de Oxigênio
EEE – Estação Elevatória de Esgoto
EEAB – Estação Elevatória de Água Bruta
EEAT – Estação Elevatória de Água Tratada
EMBASA – Empresa Baiana de Água e Saneamento S.A
EMRMS – Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador
ETA – Estação de Tratamento de Água
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
ETL – Estação de Tratamento de Lodo
FUNASA – Fundação Nacional da Saúde
GEPLU - Gerência de Planejamento Urbano
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMEA – Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária
INEMA – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
IPECE – Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial Urbana
IWA – International Water Association
MC – Ministério das Cidades
MMA – Ministério do Meio Ambiente
NBR – Norma Brasileira
ODM – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
OGU – Orçamento Geral da União
OMS – Organização Mundial de Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
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PAC – Programa de Aceeração do Crescimento
PAE – Plano de Ação de Emergência
PARMS – Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador,
Santo Amaro e Saubara
PDDU – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PIC – Polo Industrial de Camaçari
PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico
PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida
PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico
PNEA – Politica Nacional de Educação Ambiental
PNSB – Politica Nacional de Saneamento Básico
PSA – Plano de Segurança de Água
RAD – Reservatório Apoiado de Distribuição
RED – Reservatório Elevado de Distribuição
SAA – Serviço de Abastecimento de Água
SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SAC – Solução Alternativa Coletiva
SAI – Solução Alternativa Individual
SEDUR – Secretaria de Desenvolvimento Urbano
SEINFRA – Secretaria de Infraestrutura
SESAB – Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
SESAU – Secretaria de Saúde
SIAA – Sistema Integrado de Abastecimento de Água
SIAGAS – Sistema de Informações de Águas Subterrâneas
SIDRA - Sistema IBGE de Recuperação Automática
SIG – Sistema de Informações Geográficas
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SISAGUA – Sistema de Informação de Vigilância de Qualidade da Água para
Consumo Humano
SLAA – Sistema Local de Abastecimento de Água
SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SSAA – Sistema Simplificado de Abastecimento de Água
SSD – Sistema de Suporte a Decisão
SUS – Sistema Único de Saúde
SUVISA – Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde
SWOT - Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats
UTA – Unidades de Tratamento de Água
VISA – Vigilância Sanitária e Ambiental
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Organograma da Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN). .......... 56
Figura 2 – Atribuições da Coordenadoria de Saneamento Básico. ........................... 58
Figura 3 – Estrutura da SEDUR com a criação da Coordenadoria de Saneamento
Básico. ...................................................................................................................... 59
Figura 4 - Alternativas de captação de água de chuva. ............................................ 80
Figura 5 – Alternativas de tratamento da água no domicilio (filtro de barro e
desinfetante). ............................................................................................................. 81
Figura 6 - Representação esquemática dos sistemas convencional e condominial. . 87
Figura 7 - Produção agrícola irrigada com reuso de esgoto tratado. ......................... 90
Figura 8 - Esquema em corte de uma fossa seca. .................................................... 91
Figura 9 - Desenho esquemático de uma fossa séptica. ........................................... 94
Figura 10 - Instalação das fossas sépticas econômicas. .......................................... 95
Figura 11 - Vala de infiltração para disposição do efluente da fossa séptica
econômica. ................................................................................................................ 96
Figura 12 - Ciclo dos nutrientes de acordo com o ecossaneamento. ........................ 96
Figura 13 - Tanque de evapotranspiração. ............................................................... 98
Figura 14 - Círculo de bananeiras. ............................................................................ 99
Figura 15 - Esquema do círculo de bananeiras (corte e vista). ............................... 100
Figura 16 - Corte lateral de um banheiro seco mostrando o seu funcionamento. ... 101
Figura 17 - Bombonas de armazenamento temporário (esquerda) e de estocagem
(direita) em sanitário com separação de urina implantadas em países da África. ... 103
Figura 18 - Banheiro seco com bacia sanitária segregadora de urina. ................... 103
Figura 19 - Detenção on-line e off-line. ................................................................... 105
Figura 20 - Exemplo de seção composta para os canais revestidos com vegetação.
................................................................................................................................ 108
Figura 21 - Exemplo de seção composta para os canais revestidos de concreto ou
muro de gabião a) trapezoidal e b) retangular......................................................... 108
Figura 22 - Parques lineares - exemplo 01. ............................................................ 110
Figura 23 - Parques lineares - exemplo 02. ............................................................ 111
Figura 24 - Leito de cheia, leito menor e leito de estiagem de um rio. .................... 112
Figura 25 - Exemplo de pavimento drenante........................................................... 113
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Figura 26 - Campo de futebol utilizado no período de chuva para amortecimento da
cheia. ....................................................................................................................... 113
Figura 27 - Bacias de amortecimento e áreas de lazer com potencial de
amortecimento de cheias - Distrito Sede. ................................................................ 115
Figura 28 - Bacias de amortecimento e áreas de lazer com potencial de
amortecimento de cheias - Distrito de Abrantes (orla). ........................................... 116
Figura 29 - Bacias de amortecimento e áreas de lazer com potencial de
amortecimento de cheias - Distrito de Monte Gordo (orla). ..................................... 117
Figura 30 - Fluxograma esquemático do Plano de Ações de Emergências. ........... 122
Figura 31 - Hierarquia entre Plano, Programa, Projeto e Ação ............................... 144
Figura 32 - Objetivos do Vigiagua. .......................................................................... 155
Figura 33 - Estruturação do Sisagua. ...................................................................... 156
Figura 34 - Ações básicas para operacionalização da vigilância da qualidade da
água para consumo humano. .................................................................................. 157
Figura 35 - Sistema de gerenciamento de reparo de vazamentos. ......................... 162
Figura 36 - Ações para controle de perdas. ............................................................ 163
Figura 37 - Arcabouço legal. ................................................................................... 165
Figura 38 - Mapa Estratégico da Embasa. .............................................................. 169
Figura 39 - Programas para o PPA de Esgotamento Sanitário de Camaçari - BA. . 174
Figura 40 - Fluxograma do processo ....................................................................... 248
Figura 41 – Organograma do FUNCEP. ................................................................. 251
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Hipóteses escolhidas para o Cenário de Referência para área urbana. 41
Quadro 2 – Hipóteses escolhidas para o Cenário de Referência para área urbana. 43
Quadro 3 – Hipóteses escolhidas para o Cenário de Referência para área rural ..... 44
Quadro 4 – Metas de referência do cenário de abastecimento de água. ................. 45
Quadro 5 - Hipóteses escolhidas para o Cenário de Referência para área urbana .. 47
Quadro 6 - Cenário de referência para a Zona Rural do município de Camaçari...... 48
Quadro 7 – Metas de referência do cenário de esgotamento sanitária na zona
urbana ....................................................................................................................... 50
Quadro 8 – Metas de referência do cenário de esgotamento sanitária na zona rural
.................................................................................................................................. 50
Quadro 9 - Cenário 02 da drenagem urbana e manejo de águas pluviais. ............... 51
Quadro 10 - Metas de referência do cenário de drenagem urbana e manejo de
águas pluviais. ........................................................................................................... 52
Quadro 11 - Vazão demandada e explorada em Camaçari/BA................................. 84
Quadro 12 - Causas e efeitos possíveis da interrupção do SAA. ............................ 132
Quadro 13 - Consequências da presença de substâncias, compostos e organismos
na água. .................................................................................................................. 133
Quadro 14 - Alternativas para evitar a paralisação do sistema de abastecimento de
água. ....................................................................................................................... 136
Quadro 15 - Alternativas para evitar a paralisação do sistema de Esgotamento
Sanitário. ................................................................................................................. 138
Quadro 16 - Ações de emergências e contingências para o sistema de drenagem
urbana e manejo de águas pluviais ......................................................................... 142
Quadro 17 - Quadro de funcionários da coordenação de vigilância sanitária e
ambiental em março 2016. ...................................................................................... 158
Quadro 18 - Déficit do quadro de funcionários da coordenação de vigilância sanitária
e ambiental. ............................................................................................................. 159
Quadro 19 - Materiais e insumos existentes vs necessários. .................................. 159
Quadro 20- Balanço Hídrico (IWA). ......................................................................... 161
Quadro 21 - Características principais das perdas reais e aparentes. .................... 161
Quadro 23 - Características dos subprojetos do projeto Bahia Produtiva que
possuem interface com saneamento. ...................................................................... 247
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Quadro 24 - Matriz impacto/incerteza/intensidade o Programa Educação Ambiental
para o município de Camaçari. ................................................................................ 262
Quadro 25 - Matriz impacto/incerteza/intensidade do Programa Fortalecimento da
Gestão. .................................................................................................................... 263
Quadro 26 -Horizontes de implantação dos projetos para a Gestão dos Serviços de
Saneamento. ........................................................................................................... 265
Quadro 27 - Resumo dos prazos por projeto. ......................................................... 266
Quadro 28 - Matriz impacto/incerteza/intensidade para os projetos do programa
Gestão Sustentável para cada distrito. .................................................................... 267
Quadro 29 - Matriz do Programa “Recuperação, Preservação e Proteção de
Mananciais” ............................................................................................................. 271
Quadro 30 - Matriz do Programa “Universalização do Acesso a Água Potável”. .... 274
Quadro 31 - Horizontes de inicio da implantação dos projetos em cada distrito. .... 277
Quadro 32 - Resumo dos prazos por projeto. ......................................................... 278
Quadro 33 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no distrito de Monte
Gordo. ..................................................................................................................... 279
Quadro 34 - Projetos ordenados por prioridade de implantação no distrito de
Abrantes. ................................................................................................................. 279
Quadro 35 - Projetos ordenados por prioridade de implantação no distrito Sede. . 279
Quadro 36 - Matriz impacto/incerteza/intensidade para os projetos do programa
Gestão Sustentável para cada distrito. .................................................................... 280
Quadro 37 - Matriz impacto/incerteza/intensidade para os projetos do programa
Esgotamento Sanitário para Todos para cada distrito. ............................................ 281
Quadro 38 - Horizontes de implantação dos projetos em cada distrito. .................. 284
Quadro 39 - Resumo dos prazos por projeto. ......................................................... 285
Quadro 40 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito Sede. .. 285
Quadro 41 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito de
Abrantes. ................................................................................................................. 286
Quadro 42 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito de Monte
Gordo ...................................................................................................................... 286
Quadro 43 - Matriz impacto/incerteza/intensidade o Programa Manejo Adequado das
Águas Pluviais. ........................................................................................................ 287
Quadro 44 - Matriz impacto/incerteza/intensidade o Universalização dos Serviços de
Drenagem................................................................................................................ 288
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Quadro 45 - Horizontes de implantação dos projetos em cada distrito. .................. 289
Quadro 46 - Resumo dos prazos por projeto. ......................................................... 290
Quadro 47 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito Sede. .. 291
Quadro 48 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito de
Abrantes. ................................................................................................................. 291
Quadro 49 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito de Monte
Gordo. ..................................................................................................................... 291
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Projeção populacional de Município de Camaçari - Ba. ........................... 28
Tabela 2 - Estimativa de demanda per capita de água por faixa da população. ....... 29
Tabela 3 - Índice de perdas na distribuição por SAA de Camaçari no ano de 2014. 29
Tabela 4 – Projeção de vazão demandada por sistema de abastecimento de água da
EMBASA. .................................................................................................................. 31
Tabela 5 – Demanda atual, capacidade de atendimento e previsão de ampliação dos
sistemas da Embasa. ................................................................................................ 32
Tabela 6 – Capacidade de reservação por SAA. ...................................................... 33
Tabela 7 – Volume de reservação demandado anualmente por SAA em metros
cúbicos. ..................................................................................................................... 33
Tabela 8 - Projeção de demanda de esgotamento sanitário para o Distrito Sede do
Município do Camaçari-BA. ....................................................................................... 35
Tabela 9 - Estimativa de demanda de esgotamento sanitário para o Distrito de
Abrantes do Município do Camaçari-BA. .................................................................. 36
Tabela 10 - Projeção de demanda de esgotamento sanitário para o Distrito de Monte
Gordo do Município do Camaçari-BA. ....................................................................... 37
Tabela 11 - Características dos sistemas da Embasa em Camaçari/BA, ano 2014. . 63
Tabela 12 - Produção de água necessária ao atendimento da população futura da
zona rural, considerando metas estabelecidas no Cenário 2. ................................... 78
Tabela 13 - Disponibilidade hídrica por manancial. ................................................... 85
Tabela 14 - Relação dos volumes estimados utilização de áreas de lazer para
amortecimento temporário de cheias. ..................................................................... 118
Tabela 15 - Síntese das Características dos Mananciais de Camaçari/BA. ............ 164
Tabela 16 - Custo do Projeto Educação Ambiental nas Escolas............................. 193
Tabela 17 - - Custo do Projeto Educação Ambiental voltada aos Povos e
Comunidades Tradicionais. ..................................................................................... 194
Tabela 18 - Custo do Projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento
Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana. ............................................................ 195
Tabela 19 - Custo do Projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento
na Zona Rural. ......................................................................................................... 197
Tabela 20 - Custo do Projeto Valorização da Gestão Integrada de Políticas Públicas.
................................................................................................................................ 199
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Tabela 21 – Custo do Projeto Estruturação da Coordenadoria de Saneamento
Básico. .................................................................................................................... 201
Tabela 22 – Custo do Projeto Responsabilidade, Participação e Controle Social... 202
Tabela 23 – Custo do Projeto Integração entre os entes envolvidos com o
Saneamento. ........................................................................................................... 203
Tabela 24 – Custo do Projeto Integração e Valorização da Legislação Urbanística ao
Saneamento Básico. ............................................................................................... 204
Tabela 25 - Plano de investimento para a Gestão dos serviços de saneamento do
município de Camaçari. ........................................................................................... 206
Tabela 26 - Custo total do Projeto “Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado”. . 208
Tabela 27 - Custo total do Projeto “Melhoria do Monitoramento da Qualidade da
Água”. ...................................................................................................................... 210
Tabela 28 - Custo total do Projeto “Controle de Perdas.” ........................................ 212
Tabela 29 - Custo total do Projeto “Recuperação, Preservação e Proteção de
Mananciais. ............................................................................................................. 213
Tabela 30 - Custo total para o SLAA de Camaçari (sede). ..................................... 215
Tabela 31 - Custo total para o SLAA de Parafuso. .................................................. 215
Tabela 32 - Custo total para o SIAA de Machadinho. ............................................. 216
Tabela 33 - Custo total para o SIAA de Jordão. ...................................................... 216
Tabela 34 - Custo total para o SIAA de Barra do Pojuca. ....................................... 217
Tabela 35 - Custo total para o SSAA de Canto dos Pássaros. ............................... 217
Tabela 36 - Custo total do Projeto “Soluções Alternativas para a Zona Rural”. ...... 219
Tabela 37 – Comparativo dos investimentos por projeto. ....................................... 220
Tabela 38 - Custo total do Projeto “Melhoria da qualidade do serviço prestado”. ... 221
Tabela 39 - Custo total do Projeto “Ampliação do Acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário na Zona Urbana”. ............................................................... 223
Tabela 40 - Custo total do Projeto “Soluções alternativas para zona rural e para
povos e comunidades tradicionais”. ........................................................................ 224
Tabela 41 - Plano de investimento para os Serviços de Esgotamento Sanitário do
município de Camaçari. ........................................................................................... 225
Tabela 42 - Custo total para a Projeto: Retenção e ou Redução do Escoamento
Superficial................................................................................................................ 226
Tabela 43 - Custo total para a Projeto: Revitalização dos Rios Urbanos. ............... 227
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Tabela 44 - Custo total para a Projeto: Relocação e Contenção de Construções em
Áreas de Proteção Permanente .............................................................................. 228
Tabela 45 - Custo total para a Projeto: Ampliação e Melhoria da Drenagem Urbana.
................................................................................................................................ 229
Tabela 46 - Custo total para a Projeto: Fortalecimento da Defesa Civil. ................. 230
Tabela 47 - Demonstrativo dos investimentos para os serviços de drenagem urbana
do município de Camaçari. ...................................................................................... 231
Tabela 48 - Distribuição anual dos investimentos do programa por executor (em US$
1.000,00). ................................................................................................................ 258
Tabela 49 - Plano de investimento físico x financeiro dos serviços de abastecimento
de água. .................................................................................................................. 293
Tabela 50 - Plano de investimento físico x financeiro dos serviços de esgotamento
sanitário. .................................................................................................................. 297
Tabela 51 - Plano de investimento físico x financeiro dos serviços de drenagem e
manejo de águas pluviais urbanas. ......................................................................... 302
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SUMÁRIO
6. PROJEÇÃO DE DEMANDA FUTURA .................................................................. 27
6.1. Abastecimento de Água ................................................................................ 29
6.2. Esgotamento Sanitário ................................................................................. 34
6.3. Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas ......................................... 38
7. CENÁRIO DE REFERENCIA, OBJETIVOS E METAS ......................................... 40
7.1. Gestão dos Serviços ..................................................................................... 40
7.1.1. Objetivos ................................................................................................ 42
7.1.2. Metas ..................................................................................................... 42
7.2. Abastecimento de Água ................................................................................ 43
7.2.1. Objetivos ................................................................................................ 44
7.2.2. Metas ..................................................................................................... 45
7.3. Esgotamento Sanitário ................................................................................. 46
7.3.1. Objetivos ................................................................................................ 48
7.3.2. Metas ..................................................................................................... 49
7.4. Drenagem e Manejo De Aguas Pluviais Urbanas ......................................... 50
7.4.1. Objetivos ................................................................................................ 51
7.4.2. Metas ..................................................................................................... 52
8. ALTERNATIVAS TÉCNICAS PARA COMPATIBILIZAÇÃO ENTRE DEMANDAS E
DISPONIBILIDADES DOS SERVIÇOS ..................................................................... 53
8.1. Alternativas de Gestão ................................................................................. 53
8.2. Alternativas de Abastecimento de Água ....................................................... 62
8.2.1. Alternativas Técnicas para Atendimento da Demanda da Área Urbana 62
8.2.2. Sistema Local de Abastecimento de Água Camaçari ............................. 63
8.2.3. Sistema Local de Abastecimento de Água Parafuso .............................. 66
8.2.4. Sistema Integrado de Abastecimento de Água Machadinho .................. 67
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8.2.5. Sistema Integrado de Abastecimento de Água Jordão .......................... 70
8.2.6. Sistema Integrado de Abastecimento de Água Barra do Pojuca ............ 72
8.2.7. Sistema Simplificado de Abastecimento de Água Canto dos Pássaros . 75
8.2.8. Alternativas Técnicas para Atendimento da Demanda da Zona Rural ... 76
8.2.9. Alternativas de Mananciais Para Atender Às Demandas ....................... 83
8.3. Alternativas Técnicas de Esgotamento Sanitário ......................................... 86
8.3.1. Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas
Urbanas ............................................................................................................ 86
8.3.2. Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas
Rurais ou com Domicílios Dispersos ................................................................ 91
8.4. Alternativas Técnicas de Drenagem e Manejo de Àguas Pluviais Urbanas 104
8.4.1. Alternativas Técnicas para Atendimento da Demanda na Área Urbana104
8.5. Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas Rurais124
9. ÁREAS DE INTERESSE PARA O SANEAMENTO BÁSICO .............................. 127
9.1. Abastecimento de Água .............................................................................. 127
9.2. Esgotamento Sanitário ............................................................................... 128
9.3. Drenagem Urbana e Manejo de Àguas Pluviais ......................................... 129
10. AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA .............................................. 131
10.1. Abastecimento de Água .............................................................................. 132
10.2. Esgotamento Sanitário ............................................................................... 137
10.3. Drenagem Urbana e Manejo de Àguas Pluviais ......................................... 141
11. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES ............................................................ 144
11.1. Gestão dos Serviços ................................................................................... 145
11.1.1. Programa: Educação Ambiental para Saneamento ......................... 145
11.2. Abastecimento de Água .............................................................................. 152
11.2.1. Programa: Gestão Sustentável ........................................................ 152
11.2.2. Programa: Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais .. 164
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11.2.3. Programa: Universalização do Acesso à Água Potável ................... 169
11.3. Esgotamento Sanitário ............................................................................... 174
11.3.1. Programa: Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento
Sanitário 174
11.3.2. Programa: Esgotamento Sanitário Para Todos ................................ 177
11.4. Drenagem e Manejo de Àguas Pluviais Urbanas ....................................... 186
11.4.1. Programa: Manejo Adequado das Águas Pluviais ........................... 186
11.4.2. Programa: Universalização dos Serviços de Drenagem .................. 189
12. ESTIMATIVAS DOS RECURSOS NECESSÁRIOS AOS INVESTIMENTOS .. 192
12.1. Gestão dos Serviços ................................................................................... 192
1.1.1 Programa: Educação Ambiental ........................................................... 192
1.1.2 Programa Fortalecimento da Gestão ................................................... 198
1.1.3 Demonstrativo dos Investimentos ........................................................ 205
12.2. Abastecimento de Água .............................................................................. 207
12.2.1. Programa: Gestão Sustentável ........................................................ 207
12.2.2. Programa: Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais .. 212
12.2.3. Programa: Universalização do Acesso à Água Potável ................... 214
12.2.4. Demonstrativo dos Investimentos .................................................... 219
12.3. Esgotamento Sanitário ............................................................................... 221
12.3.1. Programa: Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento
Sanitário 221
12.3.2. Programa: Esgotamento Sanitário Para Todos ................................ 222
12.3.3. Demonstrativo dos Investimentos .................................................... 225
12.4. Drenagem e Manejo de Àguas Pluviais Urbanas ....................................... 226
12.4.1. Programa: Manejo Adequado das Águas Pluviais ........................... 226
12.4.2. Programa: Universalização dos Serviços de Drenagem .................. 229
12.4.3. Demonstrativo dos Investimentos .................................................... 230
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13. ACESSO AOS RECURSOS DE SANEAMENTO ............................................ 232
13.1. Âmbito da União ......................................................................................... 232
13.1.1. Instrumentos e Procedimentos para Transferência de Recursos da
União 232
13.1.2. Natureza dos Recursos .................................................................... 233
13.1.3. Modalidades de Repasse dos Recursos Federais ........................... 236
13.1.4. Acesso aos Programas de Investimento no âmbito do Ministério das
Cidades 238
13.1.5. Acesso aos Investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social ........................................................................................ 243
13.2. Âmbito do Estado da Bahia ........................................................................ 243
13.2.1. Programa Água para Todos ............................................................. 244
13.2.2. Projeto Bahia Produtiva .................................................................... 246
13.2.3. Fontes de Recursos ......................................................................... 248
13.3. Âmbito Municipal ........................................................................................ 253
13.3.1. Taxas e Tarifas ................................................................................. 253
13.3.2. PPA, LOA, LDA e FMDU .................................................................. 254
13.4. Âmbito Internacional ................................................................................... 256
13.5. Participação do Capital Privado .................................................................. 258
14. HIERARQUIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES ................................................... 260
14.1. Gestão dos Serviços de Saneamento ........................................................ 261
14.1.1. Programa: Educação Ambiental ....................................................... 261
14.1.2. Programa Fortalecimento da Gestão................................................ 263
14.1.3. Projetos X Prazos ............................................................................. 264
14.2. Abastecimento de Água .............................................................................. 266
14.2.1. Programa “Gestão Sustentável” ....................................................... 266
14.2.2. Programa “Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais” . 271
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14.2.3. Programa “Universalização do Acesso à Água Potável” .................. 274
14.2.4. Projetos X Prazos ............................................................................. 277
14.3. Esgotamento Sanitário ............................................................................... 280
14.3.1. Programa Gestão Sustentável ......................................................... 280
14.3.2. Programa Esgotamento Sanitário para Todos ................................. 281
14.3.3. Projetos X Prazos ............................................................................. 284
14.4. Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas ....................................... 286
14.4.1. Programa Manejo Adequado das Água Pluviais .............................. 286
14.4.2. Programa Universalização dos Serviços de Drenagem. .................. 287
14.4.3. Projetos X Prazos ............................................................................. 288
15. PLANO DE INVESTIMENTO ........................................................................... 292
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 305
APENDICE A – ÁREAS DE INTERESSE AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA......... 319
APENDICE B – ÁREAS DE INTERESSE AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO ........ 320
APENDICE C – ÁREAS DE INTERESSE A DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS
PLUVIAIS URBANAS .............................................................................................. 321
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6. PROJEÇÃO DE DEMANDA FUTURA
Para avaliação da capacidade de atendimento das infraestruturas frente as
demandas atuais e futuras de abastecimento de água e esgotamento sanitário, é
necessário, inicialmente, considerar a população futura de usuários, cujo estudo
demográfico está disponível na integra no Produto 2 - Caracterização Física e
Socioeconômica do Município de Camaçari – Volume I.
A projeção realizada considera a evolução de (03) três grandes grupos
populacionais de Camaçari: urbana, rural, e a população flutuante, sendo este último
subdividido por praias do município. Os resultados das análises já realizadas são
apresentados na Tabela 1 a seguir. Cabe ratificar que a taxa de crescimento
adotada foi de 2,288% a.a. tanto para a população residente quanto para a flutuante.
Os valores de partida adotados no de 2010 foram extraídos do IBGE e o cálculo de
capacidade de saturação das sete praias de Camaçari e, estudo de literatura
referenciado no Produto 2, resultando, respectivamente, na população residente e
flutuante do município.
Reitera-se novamente que este é um exercício cuja metodologia se apoia nos dados
obtidos no municipio como um todo, assim, aplicá-lo a uma porção de praias, trata-
se apenas de um exercício figurativo levando em consideração uma porcentagem
que não diz respeito ao crescimento na escala em questão, ou seja, das praias do
litoral de Camaçari-BA.
Cabe salientar também que o crescimento populacional apresentado é apenas uma
estimativa e que pode ser reformulado a cada revisão prevista deste documento, ou
seja, a cada 4 anos.
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Tabela 1 - Projeção populacional de Município de Camaçari - Ba.
Ano Projeção populacional de Camaçari Projeção da população flutuante (sete praias de Camaçari)
TOTAL Pop. Urbana Pop. Rural Pop residente Busca Vida Jauá Interlagos Arembepe Barra do Jacuípe Guarajuba Itacimirim
2015 273.585 13.793 287.378 13.050 10.875 6.525 21.207 17.401 19.576 5.438 381.450
2016 279.385 14.086 293.470 13.327 11.106 6.664 21.657 17.769 19.991 5.553 389.536
2017 285.308 14.384 299.692 13.610 11.341 6.805 22.116 18.146 20.414 5.671 397.795
2018 291.356 14.689 306.045 13.898 11.582 6.949 22.584 18.531 20.847 5.791 406.228
2019 297.533 15.001 312.534 14.193 11.827 7.096 23.063 18.924 21.289 5.914 414.840
2020 303.840 15.319 319.159 14.494 12.078 7.247 23.552 19.325 21.741 6.039 423.634
2021 310.282 15.644 325.925 14.801 12.334 7.400 24.052 19.735 22.201 6.167 432.616
2022 316.860 15.975 332.835 15.115 12.596 7.557 24.561 20.153 22.672 6.298 441.787
2023 323.577 16.314 339.891 15.435 12.863 7.718 25.082 20.580 23.153 6.431 451.153
2024 330.437 16.660 347.097 15.762 13.135 7.881 25.614 21.017 23.644 6.568 460.717
2025 337.442 17.013 354.455 16.097 13.414 8.048 26.157 21.462 24.145 6.707 470.485
2026 344.596 17.374 361.970 16.438 13.698 8.219 26.711 21.917 24.657 6.849 480.459
2027 351.902 17.742 369.644 16.786 13.989 8.393 27.278 22.382 25.179 6.994 490.645
2028 359.362 18.118 377.480 17.142 14.285 8.571 27.856 22.856 25.713 7.143 501.046
2029 366.980 18.502 385.483 17.506 14.588 8.753 28.447 23.341 26.258 7.294 511.668
2030 374.760 18.894 393.655 17.877 14.897 8.938 29.050 23.836 26.815 7.449 522.516
2031 382.705 19.295 402.000 18.256 15.213 9.128 29.665 24.341 27.383 7.607 533.593
2032 390.819 19.704 410.523 18.643 15.536 9.321 30.294 24.857 27.964 7.768 544.905
2033 399.104 20.122 419.226 19.038 15.865 9.519 30.937 25.384 28.557 7.932 556.457
2034 407.565 20.548 428.113 19.442 16.201 9.721 31.592 25.922 29.162 8.101 568.254
2035 416.205 20.984 437.189 19.854 16.545 9.927 32.262 26.472 29.780 8.272 580.301
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2015
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6.1. Abastecimento de Água
Como no diagnóstico de abastecimento de água foi analisado separadamente todos
os sistemas de abastecimento de água, tentou-se adequar a projeção populacional
apresentada de modo que ela refletisse a informação para os SAA do município,
cuja metodologia utiizada encontra-se descrita no Produto 4 – Item 7.1, permitindo
assim realizar análises quanto a projeção de demanda, estimativa de consumo e
capacidade de atendimento das unidades.
Em relação a variável do cálculo de demandas, cuja formula é apresnetada no
Produto 4 – Item 7.2, denominada consumo per capita, considerou-se a favor da
segurança mais pertinente utilizar dados de literatura referenciados por Von Sperling
(2005), conforme Tabela 2, uma vez que os valores apresentados no SNIS e
fornecidos pela EMBASA estão aquém do esperado para um município do porte de
Camaçari.
Tabela 2 - Estimativa de demanda per capita de água por faixa da população.
Fonte: Von Sperling. 2005.
Ainda de acordo com Von Sperling (2005), cabe mencionar que os valores de
consumo per capita definidos referem-se exclusivamente à água consumida,
devendo ser considerada na projeção de demanda as perdas de produção e
distribuição. Para os cálculos realizados foram considerados os índices de perdas
referente a cada SAA, fornecidos pela EMBASA e referentes ao ano de 2014,
apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 - Índice de perdas na distribuição por SAA de Camaçari no ano de 2014.
SAA Perdas (%)
SLA Camaçari 44,3
SLA Parafuso 53,1
SIAA Machadinho 52,3
SIAA Jordão 60,0
SIAA Barra do Pojuca 54,3
Fonte: EMBASA, 2014.
Para os sistemas aos quais a EMBASA não forneceu os dados de perdas, SAA
Lauro de Freitas e o SIAA Canto dos Pássaros, foi considerado o índice relativo à
média dos demais sistemas, visto que os valores não apresentam significativa
discrepância.
Tipo de usuário Demanda per capita
População urbana 200 l/hab.dia
População rural 100 l/hab.dia
População flutuante 300 l/hab.dia
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Tabela 4 – Projeção de vazão demandada por sistema de abastecimento de água da EMBASA.
Vazão demandada por Sistema de Abastecimento de Água (l/s)
Ano
SLA Camaçari
SLA Parafuso
SIAA Machadinho
SLA Canto dos Pássaros
SIAA Jordão SIAA
Pojuca (Camaçari)
SIAA Pojuca
(3)
(Mata de São João)
SAA Lauro de Freitas
População não atendida pela
EMBASA TOTAL
Urbana Urbana Urbana Flutuante
(1)
Urbana Urbana Flutuante
(2)
Urbana Urbana Urbana Flutuante
(4)
Rural
2015 721,96 18,35 217,49 245,00 7,22 112,78 282,76 26,31 41,12 38,30 83,09 39,47 1.833,85
2016 737,27 18,74 222,10 250,19 7,37 115,17 288,75 26,87 41,99 39,12 84,85 40,31 1.872,73
2017 752,90 19,14 226,81 255,49 7,53 117,61 294,88 27,44 42,88 39,95 86,65 41,17 1.912,43
2018 768,86 19,54 231,62 260,91 7,69 120,10 301,13 28,02 43,79 40,79 88,48 42,04 1.952,97
2019 785,16 19,96 236,53 266,44 7,85 122,65 307,51 28,61 44,72 41,66 90,36 42,93 1.994,38
2020 801,80 20,38 241,54 272,09 8,02 125,25 314,03 29,22 45,67 42,54 92,28 43,84 2.036,66
2021 818,80 20,81 246,66 277,86 8,19 127,91 320,69 29,84 46,64 43,44 94,23 44,77 2.079,84
2022 836,16 21,25 251,89 283,75 8,36 130,62 327,49 30,47 47,63 44,36 96,23 45,72 2.123,93
2023 853,89 21,70 257,23 289,77 8,54 133,39 334,43 31,12 48,64 45,30 98,27 46,69 2.168,96
2024 871,99 22,16 262,68 295,91 8,72 136,21 341,52 31,78 49,67 46,26 100,35 47,68 2.214,94
2025 890,47 22,63 268,25 302,18 8,90 139,10 348,76 32,45 50,72 47,24 102,48 48,69 2.261,89
2026 909,35 23,11 273,94 308,59 9,09 142,05 356,15 33,14 51,80 48,25 104,65 49,72 2.309,85
2027 928,63 23,60 279,75 315,13 9,29 145,06 363,70 33,84 52,89 49,27 106,87 50,77 2.358,81
2028 948,32 24,10 285,68 321,81 9,48 148,14 371,41 34,56 54,02 50,31 109,14 51,85 2.408,82
2029 968,42 24,61 291,74 328,63 9,68 151,28 379,29 35,29 55,16 51,38 111,45 52,95 2.459,89
2030 988,95 25,14 297,92 335,60 9,89 154,49 387,33 36,04 56,33 52,47 113,81 54,07 2.512,04
2031 1.009,92 25,67 304,24 342,72 10,10 157,76 395,54 36,80 57,52 53,58 116,23 55,22 2.565,29
2032 1.031,33 26,21 310,69 349,98 10,31 161,11 403,92 37,59 58,74 54,72 118,69 56,39 2.619,68
2033 1.053,19 26,77 317,27 357,40 10,53 164,52 412,49 38,38 59,99 55,88 121,21 57,58 2.675,21
2034 1.075,52 27,34 324,00 364,98 10,75 168,01 421,23 39,20 61,26 57,06 123,78 58,81 2.731,93
2035 1.098,32 27,92 330,87 372,71 10,98 171,57 430,16 40,03 62,56 58,27 126,40 60,05 2.789,85
(1) Foram adicionadas ao SIAA Machadinho as populações flutuantes calculadas para as praias de Arembepe, Jauá e Interlagos;
(2) Foram adicionadas ao SIAA Jordão as populações flutuantes calculadas para as praias de Itacimirim, Barra do Jacuípe e Guarajuba;
(3) A população abastecida pelo SAA Pojuca que não faz parte do município de Camaçari, mas tem sua demanda hídrica atendida por um manancial estudado;
(4) Foi adicionada ao SAA Lauro de Freitas a população flutuante calculada para a praia de Busca Vida.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2015.
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Após caracterização dos SAA e de posse da projeção das demandas futuras, foi
possível avaliar a necessidade de ampliação das unidades dos sistemas, para tanto
a análise que foi realizada no Produto 4 – Diagnostico dos Serviços de
Abastecimento de Água se ateve às unidades de maior porte, como captação,
tratamento e reservatório, visto que avaliar o sistema de distribuição requer um nível
de aprofundamento que se assemelha à elaboração de um projeto.
Para determinar a necessidade de ampliação da captação e das unidades de
tratamento de cada SAA, foi realizada a comparação entre os dados fornecidos pela
EMBASA e as demandas anuais estimadas, visto que existe uma relação intrínseca
entre a demanda de água dos usuários de um sistema a sua capacidade de extrair
água bruta do manancial.
De posse das informações levantadas e das análises apresentados no produto 4,
apresenta-se a seguir a Tabela 5, onde está indicado o ano ao qual cada SAA
deverá fornecer maior vazão de água tratada, ou seja, quando será necessário
ampliar as suas unidades de captação e tratamento a fim de atender às demandas
dos usuários.
Tabela 5 – Demanda atual, capacidade de atendimento e previsão de ampliação dos sistemas da
Embasa.
SAA Demanda em
2015 (l/s) Capacidade de
atendimento (2015) Ano previsto para
ampliação
SLA Camaçari 721,96 882,12 2025
SLA Parafuso 18,35 12,22 2015
SIAA Machadinho 583,88 491,11 2015
SIAA Jordão 395,54 340,06 2015
SIAA Barra do Pojuca 67,43 170,00 2035
Fonte: Saneando, 2015; EMBASA, 2015.
Comparando a capacidade das infraestruturas de captação e tratamento com a
projeção de demandas para cada sistema, observa-se que apenas o SLAA da sede
e o SIAA Barra do Pojuca ainda possuem capacidade de atendimento para as
demandas futuras, os demais devem ser ampliados o mais rápido possível.
Já com relação aos reservatórios presentes nos sistemas, a Tabela 6 apresenta qual
o volume disponível, salientando que as unidades que já estão em construção, ou
que estão previstos para um futuro próximo, foram consideradas no cálculo.
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Tabela 6 – Capacidade de reservação por SAA.
SAA Capacidade de reservação (m³)
SLA Camaçari 14.000
SLA Parafuso 150
SIAA Machadinho 900
SLA Canto dos Pássaros 40
SIAA Jordão 3.150
SIAA Pojuca 1.350
Fonte: EMBASA, 2015.
Comparando os volumes apresentados na tabela anterior com a demanda de
reservação calculada para cada sistema utilizando formula apresentada no produto
4, foi possível estimar até que ano os reservatórios atenderão plenamente aos
sistemas, conforme pode-se observar sinalizado em vermelho na Tabela 7 a seguir.
Tabela 7 – Volume de reservação demandado anualmente por SAA em metros cúbicos.
Ano SLA
Camaçari SLA
Parafuso
SIAA Machadinho
(1)
SLA Canto dos
Pássaros
SIAA Jordão
SIAA Pojuca
2015 14.409 345 11.034 136 7.120 1.259
2016 14.715 352 11.268 139 7.271 1.285
2017 15.027 360 11.506 142 7.425 1.313
2018 15.345 368 11.750 145 7.582 1.340
2019 15.670 375 11.999 148 7.743 1.369
2020 16.003 383 12.254 151 7.907 1.398
2021 16.342 391 12.514 154 8.075 1.427
2022 16.688 400 12.779 158 8.246 1.458
2023 17.042 408 13.050 161 8.421 1.489
2024 17.403 417 13.327 164 8.599 1.520
2025 17.772 426 13.609 168 8.781 1.552
2026 18.149 435 13.898 171 8.968 1.585
2027 18.534 444 14.192 175 9.158 1.619
2028 18.927 453 14.493 179 9.352 1.653
2029 19.328 463 14.800 183 9.550 1.688
2030 19.738 473 15.114 186 9.753 1.724
2031 20.156 483 15.434 190 9.959 1.761
2032 20.584 493 15.762 194 10.171 1.798
2033 21.020 504 16.096 198 10.386 1.836
2034 21.466 514 16.437 203 10.606 1.875
2035 21.921 525 16.786 207 10.831 1.915
(1) Adicionada toda a demanda do SAA Lauro de Freitas, considerando reintegração do SIAA Machadinho
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2015.
Nota-se imediatamente que, com exceção do SIAA Pojuca, os volumes atualmente
reservados já não são compatíveis com as demandas calculadas, o que indica que a
maioria dos reservatórios dos SAA de Camaçari funcionam como mera caixa de
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passagem, não provendo, desta forma, a segurança e regularidade que os
reservatórios devem conferir ao abastecimento de água.
Em relação os sistemas implantados pela CERB não foram realizados essas
analises devido a carência de dados.
6.2. Esgotamento Sanitário
A geração de esgoto está diretamente relacionada com o consumo de água e para
isto foi utilizado volume de água consumido, atribuindo-se um coeficiente de retorno
de 80%, ou seja, apenas 20% do volume de água é utilizada para o consumo
consultivo, o demais é para o consumo não consultivo (higiene, limpeza, lazer, etc.)
Considerando os dados oficiais fornecidos pelo SNIS, têm-se que, no ano de 2010, a
população de 216.974 habitantes (atendidos por sistema de abastecimento de água)
consumiu aproximadamente 9.823.000 m³ de água tratada. Assim, aplicada a razão
entre os valores, efetuadas as devidas alterações nas unidades de medidas e
aplicando o coeficiente de retorno de 0,8 é calculada a demanda per capita de
100,61 l/hab.dia para o município de Camaçari.
Por outro ângulo, foi informado pela Embasa, por meio de um questionário aplicado,
que o consumo per capita de esgoto é de 108,00 l/hab.dia.
Salienta-se que ambos os valores calculados estão aquém do esperado para um
município do porte de Camaçari, o que pode indicar fragilidade nos dados fornecidos
e do controle de coleta das informações.
A partir desse valor foi estimado de acordo com a projeção populacional, Tabela 4, a
demanda atual e projeção futura da geração de esgoto no Município de Camaçari-
BA, esta divisão contemplou todos os Distritos: Sede, Monte Gordo e Abrantes,
conforme Tabela 8.
Com base nesta projeção, observa-se que em final de plano, considerando as
máximas vazões diárias e horárias, o Distrito Sede terá a maior demanda com 0,244
m³/s em 2015 e 0,372 m³/s em 2035, o Distrito de Abrantes com 0,136 m³/s em
2015 e 0,208 m³/s em 2035 e o Distrito de Monte Gordo com 0,096 m³/s em 2015 e
0,146 m³/s em 2035.
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Tabela 8 - Projeção de demanda de esgotamento sanitário para o Distrito Sede do Município do Camaçari-BA.
Ano
Sede
População Fixa Total
Demanda
Rural Urbano (m³/s) (l/s)
2015 3.908 191.510 195.418 0,244 244,27
2016 3.991 195.570 199.561 0,249 249,45
2017 4.076 199.716 203.791 0,255 254,74
2018 4.162 203.950 208.112 0,260 260,14
2019 4.250 208.274 212.524 0,266 265,66
2020 4.340 212.689 217.029 0,271 271,29
2021 4.432 217.198 221.630 0,277 277,04
2022 4.526 221.803 226.329 0,283 282,91
2023 4.622 226.505 231.127 0,289 288,91
2024 4.720 231.307 236.027 0,295 295,03
2025 4.820 236.210 241.031 0,301 301,29
2026 4.923 241.218 246.141 0,308 307,68
2027 5.027 246.332 251.359 0,314 314,20
2028 5.133 251.554 256.687 0,321 320,86
2029 5.242 256.887 262.129 0,328 327,66
2030 5.353 262.333 267.686 0,335 334,61
2031 5.467 267.894 273.361 0,342 341,70
2032 5.583 273.574 279.157 0,349 348,95
2033 5.701 279.374 285.075 0,356 356,34
2034 5.822 285.296 291.118 0,364 363,90
2035 5.945 291.345 297.290 0,372 371,61
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2015.
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Tabela 9 - Estimativa de demanda de esgotamento sanitário para o Distrito de Abrantes do Município do Camaçari-BA.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2015.
Ano
Abrantes
População Fixa População Flutuante
Total Demanda
Rural Urbano Busca Vida
Jauá Inter- lagos
Arem- bepe (m³/s) (l/s)
2015 2.299 55.176 13.050 10.875 6.525 21.207 109.133 0,136 136,42
2016 2.347 56.346 13.327 11.106 6.664 21.657 111.447 0,139 139,31
2017 2.397 57.541 13.610 11.341 6.805 22.116 113.809 0,142 142,26
2018 2.448 58.761 13.898 11.582 6.949 22.584 116.222 0,145 145,28
2019 2.500 60.006 14.193 11.827 7.096 23.063 118.686 0,148 148,36
2020 2.553 61.278 14.494 12.078 7.247 23.552 121.202 0,152 151,50
2021 2.607 62.578 14.801 12.334 7.400 24.052 123.772 0,155 154,72
2022 2.662 63.904 15.115 12.596 7.557 24.561 126.396 0,158 158,00
2023 2.719 65.259 15.435 12.863 7.718 25.082 129.075 0,161 161,34
2024 2.776 66.642 15.762 13.135 7.881 25.614 131.812 0,165 164,77
2025 2.835 68.055 16.097 13.414 8.048 26.157 134.606 0,168 168,26
2026 2.895 69.498 16.438 13.698 8.219 26.711 137.460 0,172 171,83
2027 2.957 70.971 16.786 13.989 8.393 27.278 140.374 0,175 175,47
2028 3.019 72.476 17.142 14.285 8.571 27.856 143.350 0,179 179,19
2029 3.083 74.013 17.506 14.588 8.753 28.447 146.389 0,183 182,99
2030 3.149 75.582 17.877 14.897 8.938 29.050 149.492 0,187 186,87
2031 3.216 77.184 18.256 15.213 9.128 29.665 152.661 0,191 190,83
2032 3.284 78.820 18.643 15.536 9.321 30.294 155.898 0,195 194,87
2033 3.353 80.491 19.038 15.865 9.519 30.937 159.203 0,199 199,00
2034 3.424 82.198 19.442 16.201 9.721 31.592 162.578 0,203 203,22
2035 3.497 83.940 19.854 16.545 9.927 32.262 166.025 0,208 207,53
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Tabela 10 - Projeção de demanda de esgotamento sanitário para o Distrito de Monte Gordo do Município do Camaçari-BA.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2015.
O município de Camaçari dispõe de uma infraestrutura de esgotamento sanitário
muito deficiente. No Distrito Sede existe uma rede coletora de esgoto (sem
tratamento) construída pela prefeitura, e conjuntos residenciais que implantaram
estações de tratamento de esgoto ou que lançam para a Cetrel, com a abrangência
aproximada de 28% da população. Atualmente, no Distrito Sede está sendo
implantada uma rede coletora de esgoto que após finalizada irá abranger
aproximadamente 58% da população.
No Distrito de Abrantes não existe rede coletora implantada pela Embasa ou
prefeitura, existe apenas conjuntos residências que implantaram soluções privadas
de coleta e tratamento do esgoto atingindo apenas 11% da população. No Distrito de
Ano
Monte Gordo
População Fixa População Flutuante Total
Demanda
Rural Urbano Barra do Jacuípe
Guarajuba Itacimirim (m³/s) (l/s)
2015 7.586 26.898 17.401 19.576 5.438 76.899 0,096 96,12
2016 7.747 27.469 17.769 19.991 5.553 78.529 0,098 98,16
2017 7.912 28.051 18.146 20.414 5.671 80.194 0,100 100,24
2018 8.079 28.646 18.531 20.847 5.791 81.894 0,102 102,37
2019 8.251 29.253 18.924 21.289 5.914 83.630 0,105 104,54
2020 8.425 29.873 19.325 21.741 6.039 85.403 0,107 106,75
2021 8.604 30.506 19.735 22.201 6.167 87.214 0,109 109,02
2022 8.787 31.153 20.153 22.672 6.298 89.063 0,111 111,33
2023 8.973 31.814 20.580 23.153 6.431 90.951 0,114 113,69
2024 9.163 32.488 21.017 23.644 6.568 92.879 0,116 116,10
2025 9.357 33.177 21.462 24.145 6.707 94.848 0,119 118,56
2026 9.556 33.880 21.917 24.657 6.849 96.859 0,121 121,07
2027 9.758 34.598 22.382 25.179 6.994 98.912 0,124 123,64
2028 9.965 35.332 22.856 25.713 7.143 101.009 0,126 126,26
2029 10.176 36.081 23.341 26.258 7.294 103.150 0,129 128,94
2030 10.392 36.846 23.836 26.815 7.449 105.337 0,132 131,67
2031 10.612 37.627 24.341 27.383 7.607 107.570 0,134 134,46
2032 10.837 38.425 24.857 27.964 7.768 109.851 0,137 137,31
2033 11.067 39.239 25.384 28.557 7.932 112.180 0,140 140,23
2034 11.302 40.071 25.922 29.162 8.101 114.558 0,143 143,20
2035 11.541 40.921 26.472 29.780 8.272 116.986 0,146 146,23
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Monte Gordo existe uma rede coletora de esgoto seguida de tratamento implantada
pela Embasa que atinge 13,1% da população.
Com relação à rede coletora de esgoto pode-se inferir que é um tipo de
infraestrutura que tem certa limitação em atender uma maior demanda populacional,
como visto, a rede coletora do Município de Camaçari requer uma ampliação
emergencial para atender a demanda populacional.
Com relação à capacidade de tratamento das estações de tratamento de esgoto, a
demanda de tratamento do Distrito Sede, que prioritariamente irá lançar o esgoto
coletado para a Cetrel, é menor do que a sua disponibilidade de tratamento. No
Distrito de Abrantes não há nenhuma estação de tratamento de esgoto que possa
servir a população caso se implante rede coletora de esgoto neste distrito, sendo
assim ao implantar uma rede coletora para atender a população será necessária a
construção de uma estação de tratamento de esgoto para suprir a demanda. No
Distrito de Monte Gordo existe a estação de tratamento de esgoto Barra do Pojuca
com capacidade de atendimento de 0,070 m³/s e atualmente é lançado para lá uma
vazão de 0,011 m³/s, porém se toda a população do distrito for contemplada com
rede coletora a estação de tratamento de esgoto existente não suprirá a demanda,
sendo necessário ampliar o sistema.
6.3. Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas
A Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais como relatado no Produto 06 –
Diagnóstico dos Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de Aguas Pluviais tem
uma deficiência muito grande com relação a informações primárias, como a
inexistência do cadastro do sistema de drenagem e a falta de um mapa de risco
contendo espacializados os pontos de alagamento, inundação e deslizamento de
terra. Essa deficiência repercute diretamente na projeção das demandas futura
deste componente, sendo boa parte apresentada de forma qualitativa.
O Município de Camaçari é um grande polo gerador de empregos, implicando em
um grande fluxo migratório de pessoas de outros municípios, contribuído para o
crescimento e adensamento informal da malha urbana ocupando áreas impróprias,
como Áreas de Proteção Permanente (APP) e áreas frágeis passíveis de riscos de
desabamentos, deslizamentos e inundações. Além do fluxo migratório a procura de
um emprego, existe o setor imobiliário, principalmente na orla, que avança pelo
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território de forma desordenada suprimindo vegetação, assoreando lagoas e
ocupando APP, como manguezais e áreas de dunas.
Aliado a isso, a dificuldade de fiscalização em algumas áreas do município tem
contribuído para o crescimento e o adensamento informal da malha urbana que vem
ocupando áreas impróprias, como APPs e outras áreas frágeis que normalmente
são passíveis de riscos de desabamentos, deslizamentos e inundações.
No zona rural, a agropecuária e a mineração são os maiores vilões encontrados no
município, muitas vezes não realizam um manejo adequado do meio ambiente com
prática de supressão da mata ciliar, assoreamento de rios e lagos e
descaracterização de nascentes.
Tanto no meio rural e urbanos, a fiscalização do uso e ocupação do solo deve ser
ampliado, coibindo práticas que degradem o meio ambiente, consequentemente, as
bacias hidrográficas e todo escoamento natural das águas. Os cadastros do sistema
de drenagem urbana, das potenciais bacias de amortecimento e do uso e ocupação
do solo em áreas de proteção permanente, elaboração de mapas de risco de
alagamento, inundação e deslizamento de terra, devem ser elaborados a fim de
subsidiar tomadas de decisões futuras sobre a drenagem urbana e manejo de águas
pluviais, e assim o município possa planejar adequadamente e aumentar a eficiência
e abrangências da prestação do serviço deste componente do saneamento.
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7. CENÁRIO DE REFERENCIA, OBJETIVOS E METAS
Diante do diagnóstico dos serviços de saneamento apresentado, o PMSB parte para
formular estratégias, definindo objetivos, diretrizes e metas, para representar o
caminho a ser seguido por Camaçari na tentativa de alcançar a gestão sustentável
dos serviços no seu território. Este item sintetiza as análises feitas no Produto 8 –
Estudo de Cenários, Tomo I (Gestão dos Serviços), Tomo II (Abastecimento de
Água), Tomo III (Esgotamento Sanitário) e Tomo IV (Drenagem e Manejo de
Águas Pluviais Urbanas).
Uma destas estratégias é a formulação de cenários, estabelecendo visões de futuros
do município, identificando-se as soluções compatíveis com o crescimento
econômico, a sustentabilidade ambiental, a prestação dos serviços e a equidade
social no município, de maneira a orientar a tomada de decisão.
7.1.Gestão dos Serviços
Para a componente gestão dos serviços em Camaçari, o estudo de cenários foi
desenvolvido compreendendo o território de Camaçari como um todo, sem distinção
de zonas, devido à abrangência global inerente à componente em análise. E, ainda
motivado por isso, foi adotada uma abordagem qualitativa para avaliação do
comportamento das variáveis empregadas. O cenário adotado como referência
projeta Camaçari em 2036 como um município saudável e sustentável, com
significativos avanços na gestão de suas políticas e ações, com expressiva melhoria
dos indicadores sociais, com redução das desigualdades urbanas e regionais e
recuperação da qualidade do meio ambiente.
Sendo assim, o cenário de referência considerou um crescimento moderado,
compatível com a relação dívida/PIB, a consolidação do município com avanços na
capacidade de gestão, a ampliação da capacidade de planejamento integrado com
outros instrumentos do planejamento, possibilitando que o município assuma o papel
de provedor dos serviços públicos e condutor das políticas públicas essenciais, em
suma, o quadro a seguir sintetiza as hipóteses adotadas.
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Quadro 1 – Hipóteses escolhidas para o Cenário de Referência para área urbana.
Variável Hipóteses
1. Política macroeconômica
Crescimento moderado, compatível com a relação dívida / PIB
2. Gestão e gerenciamento das políticas públicas
O Município se consolida com avanços na capacidade de gestão de suas políticas e ações, com implementação de diretrizes e fundamentos do Plano Diretor e relativos ao desenvolvimento de políticas setoriais adequadas. Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas e projetos, favorecendo continuidade entre mandatos governamentais e fortalecendo suas relações institucionais culminando na integralidade da gestão, de forma a abranger todas as suas fases e componentes.
3. Estabilidade e continuidade das políticas públicas
Ampliação da capacidade de planejamento integrado e da criação de instrumentos capazes de orientar políticas, programas, planos e projetos, favorecendo a continuidade das políticas entre diferentes mandatos governamentais.
4. Papel do estado / modelo de desenvolvimento
O Município assume o seu papel de provedor dos serviços públicos e condutor das políticas públicas essenciais, garantindo direitos sociais de forma universal, com a incorporação da variável ambiental em seu modelo de desenvolvimento, estimulando o consumo sustentável.
5. Marco regulatório
Estabilidade, aprimoramento e fortalecimento dos instrumentos jurídicos, normativos e de regulação, com definições claras para os atores envolvidos, consolidação das funções de gestão e relação entre os agentes do setor bem estabelecidas
6. Relação interfederativa/ metropolitana
Forte cooperação e coordenação entre os entes federativos. Fortalecimento das relações institucionais e técnicas entre os municípios da Região Metropolitana de Salvador decorrente dos trabalhos da Entidade Metropolitana, do Colegiado Metropolitano, da agência reguladora de saneamento e do Concidades/BA (CT Saneamento).
7. Investimentos no setor
Crescimento do patamar dos investimentos públicos municipais em relação ao PIB e recursos da União e do Estado submetidos ao planejamento e ao controle social, priorizando medidas estruturantes.
8. Participação e controle social
Fortalecimento da participação social a partir de órgãos colegiados legalmente constituídos e representativos da sociedade civil, com caráter consultivo e deliberativo, possuindo influência decisiva na formulação e implementação das políticas de saneamento básico.
9. Matriz tecnológica
Desenvolvimento tecnológico e fomento de programas e projetos, com adoção dos princípios da Lei nº11.445/2007 e da Lei nº12.305/2010, no uso de tecnologias alternativas, adequadas e ambientalmente sustentáveis, apropriadas à realidade de cada comunidade.
10. Disponibilidade hídrica
Adoção de estratégias de conservação, preservação e recuperação de mananciais e de mecanismos de desenvolvimento limpo. Monitoramento e fiscalização da qualidade e quantidade dos mananciais, atento às peculiaridades do Município.
11. Dinâmica demográfica
Administração municipal capaz de conduzir o crescimento populacional e o processo de expansão urbana de forma ordenada conforme a legislação urbanística vigente.
12. Direito à informação/ comunicação
Melhoria da comunicação interinstitucional e existência de um sistema de informação municipal sobre saneamento. Publicização da informação completa e atualizada sobre todos os aspectos envolvidos na gestão dos serviços de saneamento.
Fonte: Saneando Projetos e consultoria, 2016.
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A partir do cenário referência, são traçados abaixo, os objetivos e metas, para a
gestão ambientalmente adequada da gestão dos serviços no município de
Camaçari.
7.1.1. Objetivos
Estruturação institucional da gestão;
Integração com os diversos setores do planejamento;
Integração com as demais políticas públicas;
Fortalecimento das relações institucionais e técnicas entre os municípios da
Região Metropolitana de Salvador;
Fortalecimento da participação social;
Estímulo ao consumo sustentável;
Crescimento do patamar dos investimentos públicos municipais, que se
somam aos recursos oriundos da União e do Estado;
Gestão voltada para a intersetorialidade, existindo um fortalecimento das
estratégias de conservação, preservação e recuperação de mananciais;
Estímulo aos mecanismos de desenvolvimento limpo no desenvolvimento de
atividades produtivas;
Gestão municipal norteada no planejamento intersetorial e regional capaz de
conduzir o crescimento populacional e o processo de expansão urbana de
forma ordena, voltada para o desenvolvimento sustentável;
7.1.2. Metas
As metas representam o caminho a ser percorrido para o cumprimento dos objetivos
e são fixadas de acordo com os indicadores definidos para o horizonte de
planejamento. Assim, devido à integralidade da gestão dos serviços com as demais,
cada componente de saneamento deverá se desenvolver buscando cumprir o que
preconiza o cenário de gestão, desenvolvendo suas atividades de maneira a se
integrar na resolução das questões mais abrangentes do município, como a melhoria
da qualidade ambiental urbana, ao mesmo tempo que resolve suas questões e
gargalos próprios, esses estudos são apresentados no Produto 8, Tomos I, II, III, IV,
V e sintetizadas nos itens a seguir.
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7.2.Abastecimento de Água
Para a componente abastecimento de água em Camaçari, o estudo de cenários foi
dividido em urbano e rural, devido a disponibilidade de dados. Para a área urbana o
cenário de referência considerou a elevação do índice de atendimento até a
universalização em um horizonte de planejamento de médio prazo, uma vez que a
cobertura do serviço já é elevada. O consumo de água por pessoa não sofre
nenhuma variação, permanecendo 125 L/(hab*dia), pois de acordo com referências
de alguns autores já é baixo . No que tange ao índice de perdas, este será reduzido
até 33% a uma taxa anual proposta pelo Plansab (2014) para a região Nordeste,
indicando melhorias através de investimentos no sistema de distribuição, como
substituição de tubulações antigas e principalmente a efetividade das políticas
públicas voltadas para o controle do uso e ocupação do solo, afim de evitar as
ocupações irregulares onde são verificados segundo a Concessionária os maiores
números de ligações clandestinas.
Os quadros a seguir sintetizam as hipóteses adotadas para o cenário de referência,
que pode representar o mais adequado para o município de Camaçari. Suas metas
devem ser cumpridas para que aconteça o planejado e o gerenciamento do serviço
de abastecimento de água no município percorra um caminho ambientalmente
adequado, como propõe a Política Nacional de Saneamento Básico.
Quadro 2 – Hipóteses escolhidas para o Cenário de Referência para área urbana.
Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Índice de atendimento
(%)
Manutenção do índice de
atendimento
Elevação do índice de atendimento até a universalização
Redução do índice de atendimento
Consumo per capita (L/hab*dia)
Manutenção do
consumo per capita Elevação do
consumo per capita Redução do
consumo per capita
Índice de perdas (%)
Manutenção do índice de perdas
Elevação do índice de perdas
Redução do índice
de perdas
Fonte: Saneando Projetos e consultoria, 2016.
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Quadro 3 – Hipóteses escolhidas para o Cenário de Referência para área rural
Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
UNIVERSALIZAÇÃO
DO ACESSO
Ampliação do índice de cobertura até o alcance
da universalização
Ampliação do índice de cobertura sem o alcance
da universalização conforme meta do
Plansab para a região Nordeste que é de 74%.
Manutenção do índice de cobertura.
TECNOLOGIA
APROPRIADA
Implantação de tecnologias adequadas,
considerando as peculiaridades locais e a
capacidade de pagamento dos
usuários.
Implantação de tecnologias adequadas
de forma dispersa, considerando as
peculiaridades locais e a capacidade de
pagamento dos usuários.
Implantação de soluções não
compatíveis com as peculiaridades locais e
a capacidade de pagamento dos
usuários.
QUALIDADE DA
SOLUÇÃO
ADOTADA OU DO
SERVIÇO
PRESTADO
Atendimento das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços públicos de abastecimento de água:
a regularidade, a continuidade, o
atendimento dos usuários e condições
operacionais e de manutenção dos
sistemas.
Atendimento parcial das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços públicos de abastecimento de água:
a regularidade, a continuidade, o
atendimento dos usuários e as condições
operacionais e de manutenção dos
sistemas.
Não atendimento das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços públicos de abastecimento de
água: a regularidade, a continuidade, o
atendimento dos usuários e as condições
operacionais e de manutenção dos
sistemas.
Fonte: Saneando Projetos e consultoria, 2016.
A partir do cenário referência, são traçados abaixo, os objetivos e metas, para a
gestão ambientalmente adequada dos serviços de abastecimento de água no
município de Camaçari.
7.2.1. Objetivos
Universalizar o acesso aos serviços de abastecimento de água, de modo a atender
todos os domicílios (urbano e rural);
Garantir condições de acesso de toda a população de Camaçari à água em
quantidade e qualidade que assegure a proteção à saúde, observadas as normas
relativas para o consumo humano e em conformidade com a legislação ambiental e a
de recursos hídricos;
Garantir meios adequados para o atendimento da população rural dispersa,
mediante a utilização de soluções compatíveis com suas características econômicas
e sociais peculiares;
Ampliar e monitorar os sistemas existentes, promovendo a implantação de novas
adutoras, redes, etas, reservatórios, poços;
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Garantir a qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos,
principalmente os destinados ao abastecimento humano, buscando a sua
recuperação e preservação, com destaque para a importância da proteção das
matas ciliares e da preservação dos terrenos circunvizinhos aos mananciais;
Promover a conservação dos recursos hídricos, por meio da redução das perdas nos
sistemas de distribuição, da captação de água de chuva e da reutilização das águas
servidas para usos menos nobres;
Priorizar ações nas áreas onde se encontram os maiores déficits no abastecimento
de água;
Promover a qualidade dos serviços de abastecimento de água, visando a máxima
eficiência, eficácia e efetividade (conhecido como “3 es”);
Reforçar os mecanismos de fiscalização da qualidade da água consumida, sobretudo
para a população rural que é abastecida por sistemas simplificados e por soluções
individualizadas;
Estabelecer medidas de apoio à reabilitação dos sistemas existentes e à implantação
de novos sistemas para atendimento à população rural;
Melhorar a regulação e fiscalização dos serviços, ampliando para os sistemas
simplificados;
Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educação ambiental.
7.2.2. Metas
As metas representam o caminho a ser percorrido para o cumprimento dos objetivos
e são fixadas de acordo com os indicadores definidos para o horizonte de
planejamento. No Quadro 4 abaixo são listadas as metas de curto, médio e longo
prazo, para a componente abastecimento de água num horizonte de 20 anos.
Quadro 4 – Metas de referência do cenário de abastecimento de água.
Meta Cenário de Referência (%)
2016 2017 2021 2025 2029 2036
Manter o atual consumo per capita ao longo do horizonte de planejamento
125 125,0 125,0 125,0 125,0 125,0
Elevação do índice de abastecimento de água até a universalização
Urbano 96,0 96,5 98,5 100,0 100,0 100,0
Rural 43,0 44,9 53,1 62,9 74,4 100,0
Elevação do índice de abastecimento de água até a universalização
49,0 48,1 44,6 41,4 38,4 33,0
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2015.
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No Produto 8, Tomo II, são apresentadas as estratégias para alcançar estas metas,
com base na versão preliminar do Plano Nacional de Saneamento Básico aprovado
em 2013 e em diretrizes para o município.
7.3.Esgotamento Sanitário
Para a componente esgotamento sanitário em Camaçari, o estudo de cenários
também foi dividido em urbano e rural, devido a disponibilidade de dados. Para a
área urbana o cenário de referência considerou a seguinte situação:
a) Elevação do índice de atendimento por rede coletora ou fossa séptica até a
meta de 86% estabelecida pelo PLANSAB em 2033: foi considerada a conclusão
das obras de esgotamento sanitário na sede (PAC I e II) em 2017, sendo necessário
um crescimento de 2,4% ao ano para atingir a meta de 86% estabelecida pelo
Plansab em 2033, abrangendo no final de plano 93,1% da população urbana. Para o
atendimento por fossa séptica foi adotada uma redução gradativa de 0,1% anuais ao
longo do horizonte de planejamento, de acordo com o Plansab (2013)
b) Aumento do índice de tratamento de esgoto coletado até atingir a
universalização em 2017: considerou-se a conclusão das obras do PAC I e II em
2017, quando a população da sede que era contemplada apenas com rede coletora
passará a ter tratamento.
c) Redução da quantidade de extravasamentos até níveis aceitáveis em 2036
(fim de plano): A quantidade de extravasamentos de esgoto por extensão de rede
será reduzido gradativamente a uma taxa anual de 0,5 extrav./km, até atingir um
valor menor do que 0,5 extrav./km em 2036, considerado como ideal de acordo com
a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS) do Município de Santa
Catarina.
d) Manutenção da geração de esgoto per capita, permanecendo em
108L/hab.dia: foi previsto que ocorreriam ações de educação ambiental e
conscientização da população no tocante ao uso racional dos recursos hídricos.
O Quadro 5 sintetiza as hipóteses adotadas para o cenário de referência, que pode
representar o mais adequado para a zona urbana do município de Camaçari.
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Quadro 5 - Hipóteses escolhidas para o Cenário de Referência para área urbana
Indicadores Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Índice de atendimento por rede geral de coleta e fossas sépticas
(%)
Elevação do índice de atendimento até a universalização
Elevação do índice de atendimento
Manutenção do índice de
atendimento
Índice de tratamento do esgoto coletado (%)
Elevação do índice de tratamento até a
universalização
Elevação do índice de tratamento
Manutenção do índice de
tratamento
Geração per capita de esgoto (litros/hab.dia)
Redução da geração per capita Manutenção da
geração per capita Aumento da
geração per capita
Extravasamento de Esgoto por extensão de rede (extrav. / Km)
Redução do
extravasamento/km
Manutenção do extravasamento/km
Aumento do extravasamento/km
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para a área rural, o cenário de referência considerou que serão priorizados os
investimentos para assegurar a implantação de tecnologias de Esgotamento
Sanitário apropriadas à realidade local e a qualidade na prestação dos Serviços de
Esgotamento Sanitário, tanto das soluções coletivas quanto individuais. Visa-se
ampliar o índice de cobertura de Esgotamento Sanitário, porém sem alcançar a
universalização, conforme prevê o PLANSAB para o Brasil e para a região nordeste,
considerando as perspectivas de crescimento econômico do País menos otimistas
para os próximos 20 anos. Esse cenário almeja garantir a qualidade da prestação
dos Serviços, com as condições de operação e manutenção dos sistemas
asseguradas, assim como o monitoramento e manutenção contínuos das soluções
individuais implantadas.
O Quadro 6 sintetiza as hipóteses adotadas para o cenário de referência, que pode
representar o mais adequado para a zona rural do município de Camaçari.
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Quadro 6 - Cenário de referência para a Zona Rural do município de Camaçari. Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Universalização do acesso
Ampliação do índice de cobertura até a universalização.
Ampliação do índice de cobertura sem o alcance da
universalização.
Manutenção do índice de cobertura.
Tecnologia apropriada
Implantação de tecnologias adequadas
para a zona rural, considerando as
peculiaridades locais e a capacidade de pagamento dos
usuários.
Implantação de tecnologias adequadas de forma
dispersa, considerando as peculiaridades locais e a
capacidade de pagamento dos usuários.
Implantação de soluções não
compatíveis com as peculiaridades locais e
regionais e a capacidade de pagamento dos
usuários.
Qualidade da solução adotada
ou do serviço prestado
Atendimento das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços públicos de Esgotamento Sanitário,
como as condições operacionais e de manutenção dos
sistemas. Monitoramento e
manutenção contínuos das soluções individuais
implantadas.
Atendimento parcial das condições mínimas de
qualidade na prestação dos serviços públicos de
Esgotamento Sanitário, como as condições operacionais e de
manutenção dos sistemas. Monitoramento disperso das soluções individuais
implantadas.
Não atendimento das condições mínimas de qualidade na prestação dos serviços públicos
de saneamento básico, como as condições operacionais e de manutenção dos
sistemas. Nenhum monitoramento e manutenção das
soluções individuais implantadas.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
A partir do cenário referência, são traçados abaixo, os objetivos e metas, para a
gestão ambientalmente adequada dos serviços de esgotamento sanitário no
município de Camaçari.
7.3.1. Objetivos
Os objetivos traçados para a gestão dos Serviços de Esgotamento Sanitário na zona
urbana do município de Camaçari são apresentados a seguir:
Universalizar o acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário, de modo a atender
todos os domicílios;
Garantir condições de acesso de toda a população de Camaçari aos Serviços de
Esgotamento Sanitário de forma que evite a exposição da população à organismos
patogênicos e a contaminação do meio ambiente, tratando o efluente em
conformidade com a legislação ambiental e a de recursos hídricos;
Garantir meios adequados para o atendimento da população urbana (locais mais
afastados do centro) e rural, mediante a utilização de soluções individualizadas
adequadas e compatíveis com suas características econômicas e sociais peculiares;
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Iniciar o monitoramento dos corpos receptores de esgoto (tratado ou não) levantando
os parâmetros, físicos, químicos e biológicos destes, e enquadra-los de acordo com
a Resolução CONAMA Nº 430;
Melhoria continua da operação do sistema de Esgotamento Sanitário como a
implantação de medidores de vazão (verificar a infiltração de água na rede coletora)
e de cadastro georreferenciado dos equipamentos e de não conformidades do
sistema.
Priorizar ações nas áreas onde se encontram os maiores déficits no Esgotamento
Sanitário;
Melhorar a regulação e fiscalização dos serviços;
Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educação ambiental.
Os objetivos traçados para a gestão dos Serviços de Esgotamento Sanitário na zona
rural do município de Camaçari são apresentados a seguir:
Ampliação gradual do índice de cobertura do acesso aos Serviços de Esgotamento
Sanitário;
Emprego de tecnologias apropriadas à realidade local e à capacidade de pagamento
dos usuários em toda área rural;
Aplicação de tarifas módicas;
Prestação dos serviços ou da solução adotada obedecendo as condições mínimas
de operação e manutenção com qualidade;
Monitoramento e manutenção contínuos das soluções individuais adotadas;
Fortalecimento da relação da comunidade com o meio ambiente;
Capacitação da comunidade para uso das tecnologias adequadas.
7.3.2. Metas
As metas representam o caminho a ser percorrido para o cumprimento dos objetivos
e são fixadas de acordo com os indicadores definidos para o horizonte de
planejamento. No Quadro 7 e no Quadro 8 são listadas as metas de curto, médio e
longo prazo, para a componente esgotamento sanitário na zona urbana e rural, num
horizonte de 20 anos.
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Quadro 7 – Metas de referência do cenário de esgotamento sanitária na zona urbana
Meta Cenário de Referência (%)
2016 2017 2021 2025 2036
Elevação do índice de atendimento até a meta estabelecida pelo Plansab
32,7% 48,2% 57,6% 67,1% 93,1%
Universalização do índice de tratamento do esgoto coletado em 2030
64,8% 100% 100% 100% 100%
Manutenção da geração per capita de esgoto (l/hab.dia) 108 108 108 108 108
Redução dos extravasamentos de esgoto (nº de extravasamentos / km de rede)
11,0 10,5 8,4 6,3 <0,5
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Quadro 8 – Metas de referência do cenário de esgotamento sanitária na zona rural
Meta Cenário de Referência (%)
2016 2017 2021 2025 2036
Universalização do acesso Índice de cobertura por solução individualizada de
esgotamento (%)
32% 33% 39% 50% 80%
Uso de tecnologia apropriada - - - - -
Qualidade da solução adotada ou do serviço prestado
- - - - -
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
No Produto 8, Tomo II, são apresentadas as estratégias para alcançar estas metas,
com base na versão preliminar do Plano Nacional de Saneamento Básico aprovado
em 2013 e em diretrizes para o município
7.4.Drenagem e Manejo De Aguas Pluviais Urbanas
Para a componente drenagem urbana e manejo de águas Pluviais em Camaçari, o
estudo de cenários foi melhor detalhado para a zona urbana, sendo que o cenário de
referência considerou a seguinte situação:
a) Cobertura com a infraestrutura de Microdrenagem: inicialmente foi
considerada inicialmente a elaboração do cadastro do sistema de drenagem até o
ano de 2018, em seguida um incremento da cobertura até atingir 70% em 2025, e a
universalização em 2035.
b) Pontos de Alagamento e Inundação: no Município de Camaçari, de acordo com
dados fornecidos pela Defesa Civil, em 2015 ocorreram cerca de 32 alagamentos ou
inundações na zona urbana, para melhor representar esse total por dividido por
Plano Municipal de Saneamento Básico
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10.000 habitantes resultando um valor de 0,87 alagamento e inundação por 10.000
habitantes). Foi considerado uma redução dos pontos de alagamentos e inundação
até atingir 0,38 no final de plano em 2036.
c) Ocupação das margens dos canais: foi considerada inicialmente a elaboração
do cadastro técnico das margens ocupadas com risco para a população até 2018,
em seguida redução das margens ocupadas com risco para a população até
ausência dessas margens ocupadas em 2026.
d) Qualidade da água nos canais urbanos de drenagem (córregos, riachos e
rios): inicialmente foi considerado o enquadramento dos canais urbanos de
drenagem acordo com a Resolução Conama Nº 357 e 430 até 2018, em seguida a
eliminação das fontes poluidoras até 2030, e o atendimento aos padrões de
lançamento até final de plano em 2036.
O Quadro 9 sintetiza as hipóteses adotadas para o cenário de referência, que pode
representar o mais adequado para a zona urbana do município de Camaçari.
Quadro 9 - Cenário 02 da drenagem urbana e manejo de águas pluviais.
Variável Hipótese 1 Hipótese 2 Hipótese 3
Cobertura com a infraestrutura de microdrenagem
Aumento da cobertura até a universalização
Aumento da cobertura Manutenção da
cobertura
Pontos de Alagamento e Inundação
Ausência de pontos de alagamento e
inundação
Redução dos pontos de alagamento e
inundação
Aumento dos pontos de alagamento e inundação
Ocupação das margens dos canais
Ausência ocupação das margens
Redução da ocupação das margens
Aumento ocupação das margens
Qualidade da água nos canais urbanos de drenagem (córregos,
riachos e rios)
Atendimento aos padrões de
enquadramento da Resolução Conama Nº
357 e 430.
Atendimento parcial aos padrões de
enquadramento da Resolução Conama Nº
357 e 430.
Não enquadramento dos trechos de acordo com a Resolução Conama Nº
357 e 430.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
A partir do cenário referência, são traçados abaixo, os objetivos e metas, para a
gestão ambientalmente adequada dos serviços de drenagem e manejo de águas
pluviais no município de Camaçari.
7.4.1. Objetivos
Elaboração do Cadastro Técnico do Sistema de Drenagem;
Enquadramento dos canais de drenagem (córregos, riachos e rios) conforme
Resolução Conama Nº 357 e 430.
Promover o manejo das águas pluviais por meio de ações estruturantes;
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Proteger ecossistemas que colaboram com os serviços de drenagem urbana
(lagoas, rios e florestas)
Redução de edificações em áreas de Áreas de Proteção Permanente (APP) e
em áreas de risco;
Preservação das matas ciliares:
Iniciar o monitoramento dos canais de drenagem a fim de verificar a presença
de esgoto ou resíduos sólidos;
Melhoria continua da operação do sistema de drenagem urbana
Priorizar ações nas áreas onde se encontram os maiores riscos de
alagamento, inundação e escorregamento de terra.
Implementar a regulação e fiscalização dos serviços;
Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educação ambiental.
7.4.2. Metas
As metas representam o caminho a ser percorrido para o cumprimento dos objetivos
e são fixadas de acordo com os indicadores definidos para o horizonte de
planejamento. No Quadro 3 abaixo são listadas as metas de curto, médio e longo
prazo, para a componente abastecimento de água num horizonte de 20 anos.
Quadro 10 - Metas de referência do cenário de drenagem urbana e manejo de águas pluviais.
Meta Cenário de referência
2017 2021 2025 2036
Cobertura com a infraestrutura de
Microdrenagem (%)
Cadastro técnico do sistema de
drenagem até 2018.
Incremento da microdrenagem
até 70% em 2025.
Incremento da microdrenagem até 100% em
2035.
100%
Pontos de Alagamento e
Inundação (pontos por 10.000 habitantes)
0,81 0,70 0,60 0,38
Ocupação das margens dos canais
(%)
Elaboração do cadastro técnico das margens ocupadas com risco para a
população até 2018.
Redução das margens
ocupadas com risco para a
população até 2025.
Ausência das margens
ocupadas com risco para a
população até 2036.
Ausência das margens
ocupadas com risco para a população.
Qualidade da água nos canais urbanos
de drenagem (%)
Enquadramento de acordo com a
Resolução Conama Nº 357 e 430 até
2018.
Eliminação das fontes poluidoras até 2030.
Atendimento aos padrões de
enquadramento previstos na Resolução
Conama Nº 357 e 430.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
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No Produto 8, Tomo IV são apresentadas as estratégias para alcançar estas metas,
com base na versão preliminar do Plano Nacional de Saneamento Básico aprovado
em 2014 e em diretrizes para o município.
8. ALTERNATIVAS TÉCNICAS PARA COMPATIBILIZAÇÃO ENTRE
DEMANDAS E DISPONIBILIDADES DOS SERVIÇOS
8.1. Alternativas de Gestão
No município de Camaçari, a atividade de planejamento das ações de saneamento
básico se inicia com os esforços voltados para a elaboração do Plano Municipal de
Saneamento Básico (PMSB), instrumento do planejamento. A prestação dos
serviços, que não é universal em quantidade e qualidade suficiente, vem
acontecendo sem nenhuma regulação e fiscalização estruturada para acompanhar
sua execução. Da mesma maneira se encontra o controle social, que ainda não foi
institucionalizado via lei municipal.
Como pode-se observar nos quadros anteriores, a condição atual da gestão do
saneamento básico no município exige reformulação, melhorias e inserção de
atividades. Em todas as componentes as atividades de prestação se encontram com
problemas de equipe e gerenciamento, principalmente na atuação em áreas rurais e
de população dispersa.
A atividade de regulação não está estruturada e o único ente de regulação existente,
a Agersa, se encontra pouco apta para cumprir sua função plena em regular as
quatro componentes do saneamento básico.
A atividade de fiscalização, acontece de forma pontual e em casos específicos para
cada componente, deixando de se realizar uma fiscalização amparada por
instrumentos regulatórios voltados para o saneamento básico que seguem os
princípios previstos nas Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico.
A atividade de planejamento é realizada de forma pulverizada, sem integração e, em
alguns casos, apenas pelos prestadores de serviço, o que configura uma baixa
capacidade de planejar a gestão desses serviços pelo aparato atual e pouco
conhecimento sobre como são desempenhadas essas atividades no município.
Outro aspecto importante é o conflito entre as atribuições e atividades previstas nos
regimentos internos e as atividades desempenhadas no dia a dia, das secretarias e
entes públicos executores das atividades de saneamento básico, esses conflitos
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impedem o entendimento e a definição clara de quais os atores devem ser
responsáveis por determinadas funções, fragilizando a capacidade de gestão
municipal.
Para reestruturar esse quadro, a fim de implementar as funções de gestão em
saneamento básico, conforme preconiza a política pública, o Município deve criar
uma infraestrutura mínima capaz de coordenar o planejamento dos serviços,
viabilizando a integração entre os diferentes atores envolvidos, e acompanhar os
responsáveis pela execução das atividades de regulação, fiscalização e prestação.
Nesse sentido, propõe-se a adequação e/ou o fortalecimento, no arranjo institucional
do poder público, das Secretarias e Coordenações já existentes, que tem papel
estruturante para a gestão no município, conforme se apresenta nos regimentos
internos das secretarias municipais.
A primeira, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), que tem por
finalidade formular diretrizes, planejar, executar, acompanhar, fiscalizar e avaliar as
políticas e ações municipais de desenvolvimento urbano, de preservação do meio
ambiente e de defesa civil, se mostra como secretaria fundamental para o
fortalecimento das ações de gestão. Dentro dela está previsto a Coordenadoria de
Planejamento – CPL, que tem por finalidade elaborar a Política Urbana do Município
de Camaçari, contando com algumas gerências, entre elas, a Gerência de
Planejamento Urbano (GEPLU), que se mostra responsável pela a integração das
atividades de planejamento dentro da CPL, ou seja, a gerência capaz de cumprir o
papel de integração necessário à gestão urbana. A seguir apresenta-se a suas
atribuições:
Gerência de Planejamento Urbano (GEPLU) - essa gerência tem entre suas
atribuições:
a. promover a atualização, complementação e ajuste das diretrizes e proposições do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município, bem como, acompanhar a
implementação e execução correspondentes;
b. avaliar comparativamente o perfil urbano-ambiental do Município com os planos,
projetos e programas existentes ou em execução, identificando as áreas que
necessitam de intervenção pública em caráter prioritário;
c. promover a articulação do Plano Diretor com os diferentes níveis e escalas de
planejamento no âmbito do Município;
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d. promover a elaboração de estudos de viabilidade sócio-econômica e respectivos
impactos de planos, projetos e programas propostos;
e. monitorar a implantação de projetos e programas, avaliando os seus impactos, de
modo a realimentar o processo de planejamento;
f. promover a regulamentação dos instrumentos de Política Urbana, interagindo com
os órgãos que exercem competências complementares quanto a esses
instrumentos;
g. propor e avaliar os indicadores utilizados na monitoração da aplicação dos
instrumentos de Política Urbana, aferindo sua eficácia quanto à qualidade de vida
urbana;
h. elaborar e coordenar estudos para o estabelecimento de índices e parâmetros
urbanísticos;
i. elaborar planos urbanísticos de unidades espaciais selecionadas no processo de
planejamento, conforme a necessidade de detalhamento das diretrizes e
proposições do Plano Diretor;
j. orientar ou participar de ações de órgãos e entidades de diferentes esferas de
governo que atuam na promoção do desenvolvimento municipal, fornecendo
indicadores básicos e outros insumos;
k. articular-se com órgãos e entidades municipais, privadas e de outras esferas de
governo com o objetivo de obter as informações necessárias ao desenvolvimento
dos projetos, bem como compatibilizá-los com as ações programadas e em curso;
l. exercer outras competências correlatas.
Assim, essa Coordenação de Planejamento e suas gerências terão a atribuição de:
estruturar as ações de planejamento das políticas públicas municipais (conforme
itens “b” e “c” da GEPLU); implantar o Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM), que
integre as diferentes informações relativas às infraestruturas existentes no território
do município, englobando as informações de cadastro de infraestrutura urbanas, as
informações gerados pelos prestadores de serviços, as informações de
monitoramento social e ambiental, dados oriundos das ações de licenciamento e
fiscalização (Acrescentando algumas categorias ao que está previsto na Minuta do
Regimento Interno da SEDUR item “XI” e “XII”). Outra atividade importante que deve
ser implantada é a compilação das ações realizadas pelas diferentes secretárias e
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órgãos do poder público, de maneira a evitar sobreposição de ações e desperdício
de recursos públicos (conforme itens “d”, “e”, “f” e “g”da GEPLU).
A essa coordenação caberá, portanto, a função de coordenar a integração entre os
planos das diferentes secretarias e órgãos do município, conduzir a rotina do
planejamento intersetorial, mediar as relações entre os geradores de informações
setoriais e auxiliar os órgãos da prefeitura a tomar decisões que exijam olhares
complexos da realidade. Para cumprir todas essas atividades a Coordenação de
Planejamento deverá atribuir às suas gerências as atividades específicas para cada
macro atividade, ou seja, o Cadastro Multifinalitário; a Articulação Institucional; a
Gestão de Projetos e Ações; e a Integração. Espera-se assim viabilizar um ambiente
institucional/técnico favorável ao desenvolvimento integrado do município.
Sugere-se, para além do fortalecimento do arranjo existente, a criação da
Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN), no âmbito da SEDUR, que terá
como atribuição implementar, acompanhar, monitorar e avaliar a gestão dos serviços
de saneamento básico no município. Essa coordenadoria deve ser composta de pelo
menos quatro núcleos, a saber: o Núcleo de Abastecimento de Água; o Núcleo de
Esgotamento Sanitário; o Núcleo de Manejo de Resíduos Sólidos; e o Núcleo de
Drenagem e Manejo das Águas de Pluviais.
Figura 1 - Organograma da Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN).
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Coordenadoria de Saneamento Básico
1 Coordenador
Nucleo de Abastecimento de
Água 1 Tecnico de Nível Superior
Nucleo de Esgotamento
Sanitário 1 Técnico de Nível Superior
Nucleo de Manejo de Resíduos Sólidos
1 Técnico de Nível Superior
Nucleo de Drenagem Urbana e Manejo de
Águas Pluviais 1 Técnico de Nivel Superior
Equipe de apoio da Corrdenação e
Núcleos 4 Técnicos de Meio Ambiente e/ou
Saneamento Básico
1 Técnico administravito
1 Técnico da Area Social
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Cada núcleo deverá se articular de maneira a conduzir o processo de planejamento
do saneamento e acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem as
atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços em todo o território do
município. A coordenação deverá também, por meio de seu coordenador, realizar
atividades que viabilizem e fortaleçam os mecanismos e procedimentos de
participação e controle social.
Assim, cada núcleo deverá acompanhar os entes executores do poder público ou
entes delegatários, caso existam, coletando dados e informações pertinentes à sua
atividade, e realizando ações integrativas das funções de gestão no âmbito da
Coordenadoria. Assim, quando chamado a responder qualquer questão referente ao
saneamento básico no/do município, o Chefe do Executivo terá o suporte técnico
dessa Coordenadoria, que lhe auxiliará ainda na proposição de ações relacionados
ao saneamento e temas afins.
A seguir apresenta-se as um quadro síntese com principais atribuições a serem
desempenhadas pela CSAN.
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Fonte: Saneando Engenharia e Consultoria, 2016.
•promover a articulação entre os diferentes níveis e escalas de planejamento no âmbito da gestão do serviços no Município
•promover a articulação entre as instituições dos governo estadual e Federal, que atuam no saneamento básico municipal;
•Integrar as informações dos núcleos da coordenação e colaborar com a política municipal urbana, propondo os zoneamentos das áreas de interesse para o sanemaneto básico;
•Apoiar e fortalecer a implementação dos mecanismos e procedimentos de controle social;
•Apoiar a coleta, organização e disponibilização der dados e informações de saneamento básico a outros órgãos do poder público;
Coordenadoria de Saneamento
Básico
•articular e conduzir o processo de planejamento;
•acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem, direta ou indiretamente, as atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços;
• auxiliar na produção de informações sobre os serviços para o cadastro multifinalitário;
•acompanhar as atividades relacionadas à proteção de presenvação dos manaciais do município, com enfase nos usados para os sistemas de abastecimento de água.
Núcleo de Abastecimento de
Água
•articular e conduzir o processo de planejamento da componente;
•acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem, direta ou indiretamente, as atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços;
•auxiliar na produção e organização de dados e informações para o cadastro multifinalitário;
•acompanhar as atividades relacionadas à minimização de impacto do esgotamento sanitário nos manaciais e ambiente do município.
Núcleo de Esgotamento
Sanitário
•articular e conduzir o processo de planejamento da componente;
•acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem, direta ou indiretamente, as atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços;
•auxiliar na produção e organização de dados e informações para o cadastro multifinalitário;
•acompanhar as atividades relacionadas à implantação municipal da Política Nacional de Resíduos Sólidos, na responsabilidade compartilhada, na não geração de resíduos, na logística reversa, na coleta seletiva, na educação ambiental e destinação ambientalmente adequada.
Núcleo de Manejo de Resíduos
Sólidos
•articular e conduzir o processo de planejamento da componente;
•acompanhar, monitorar e auxiliar outros entes que executem, direta ou indiretamente, as atividades de prestação, regulação e fiscalização dos serviços;
•auxiliar na produção e organização de dados e informações para o cadastro multifinalitário;
•acompanhar as atividades relacionadas a implantação da drenagem sustentável e proteção dos ecossitemas fundamentais para o manejo das águas pluviais.
Núcleo de Drenagem Urbana
e Manejo de Águas Pluviais
Figura 2 – Atribuições da Coordenadoria de Saneamento Básico.
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Dessa maneira, com a criação dessa nova coordenadoria a SEDUR passará a ter a
seguinte estrutura:
Figura 3 – Estrutura da SEDUR com a criação da Coordenadoria de Saneamento Básico.
Fonte: PMC e Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Com a existência de uma Coordenadoria de Saneamento Básico o município disporá
de uma equipe que poderá desenvolver atividades relacionada à melhoria da gestão
dos serviços de saneamento. Entre as atividades possíveis destaca-se: a verificação
da viabilidade de regularização de áreas em impasse social, político e/ou judicial
para, então, prover a implementação dos serviços de saneamento; o trabalho em
parceria com a coordenadoria de Fiscalização do Uso do Solo e Meio Ambiente para
promover a fiscalização mais eficiente, para aplicação da legislação urbanística e
ambiental, sobretudo no que se relaciona à ocupação em áreas sensíveis, como as
APP e aquelas de interesse para abastecimento de água e para a manejo de águas
pluviais; a capacitação de agentes de saúde e de endemias para contribuírem de
forma mais efetiva e eficaz na promoção e prevenção da saúde através de ações
básicas de saneamento; a realização de palestras em escolas, centros de referência
e assistência social (Cras), unidades de saúde, associações de moradores,
comunidades tradicionais abordando temas referentes ao saneamento e meio
ambiente, entre outras.
SEDUR
COS - Coordenadoria do Uso do solo
CPL - Coordenadoria de Planejamento Urbano
CPE - Coordenadoria de Elaboração de Projetos
CMA - Coordenadoria de Meio Ambiente
COF - Coordenadoria de Fiscalização do Uso do Solo
e Meio Ambiente
CSAN - Coordenadoria de Saneamento Básico
CAD
ASTEC
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A importância de se criar a CSAN se respalda na demanda relativa ao saneamento
existente no município, no número significativo de atores sociais que devem ser
acompanhados para se garantir a gestão responsável dos serviços e na
necessidade de autonomia e capacidade resolutiva que a coordenaria tem que ter
para tratar assuntos com outras instituições e com as demais coordenadorias. Além
disso, esse modelo de gestão, onde o saneamento possui uma área específica no
órgão, é adotado pelo Ministério das Cidades para a Política Nacional de
Saneamento Básico, demonstrando a relevância dessa área.
Para realizar suas atividades a CSAN necessita de um corpo técnico mínimo, com
04 técnicos e 01 coordenador, formado por profissionais de nível superior, 5
profissionais de nível técnico e/ou médio, 1 técnico social de nível superior,
equipamentos e ferramentas de gerenciamento de dados e informações.
Atualmente não existe uma equipe voltada para a gestão do saneamento no
município. Porém, observa-se a presença nas diferentes secretarias de técnicos que
desempenham funções relacionadas ao saneamento. Nesse sentido, se mostra
possível, com os devidos ajustes, formar uma equipe para a CSAN a partir da
realocação desses técnicos de outras secretarias e/ou coordenações.
Essa reestruturação trará ao município maior capacidade de organizar a sua gestão,
no que tange a atividade de planejamento e assim investir de forma mais eficiente,
eficaz e efetiva, com foco no desenvolvimento sustentável a longo prazo, além de
conseguir influenciar de forma contundente e informada na EMRMS.
Para realizar as funções de Regulação e Fiscalização, o município deverá seguir o
que preconiza a Lei Complementar nº 41/2014, em seu Atr. 20, que define que as
entidades estaduais serão responsáveis por essas atividades. Nesse sentido, é
possível optar por alguns caminhos:
A) Aceitar a Regulação e Fiscalização pela Agência Reguladora de Saneamento da
Bahia (AGERSA), que atualmente só a realiza para os serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário.
B) Pressionar Agência Reguladora de Saneamento da Bahia (AGERSA) a realizar a
Regulação e Fiscalização para as quatro componentes de Saneamento Básico.
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C) Pressionar a EMRMS a criar uma instância de Regulação e Fiscalização para as
quatro componentes de Saneamento Básico.
O município deverá avaliar qual a opção mais adequada para sua atual conjuntura e
planejar a estruturação das suas atividades de regulação e fiscalização dos serviços
a longo prazo.
Dessa maneira, uma estratégia que parece ser mais potencializadora de forma local
e regional seria o fortalecimento da AGERSA, com a ampliação das suas ações para
as quatro componentes de saneamento básico.
A implementação das funções de regulação e fiscalização dos serviços de
saneamento, deve ser realizada em curto prazo (3 a 8 anos), já que a médio prazo
(9 a 12 anos), espera-se que o titular já disponha de uma administração mais
estruturada, com maior aporte financeiro e técnico, favorecendo a melhoria dos
serviços de saneamento, e o fortalecimento da atuação do Controle Social.
Assim, estruturado os arranjos relativos a gestão, seja qual for a alternativa adotada,
as equipes terão a função de dar suporte ao chefe do executivo nos
encaminhamentos e decisões relativos à gestão do saneamento básico, dando
maior condição de acompanhar a situação do saneamento em todo o território do
município, acompanhar a implementação do plano, manter o planejamento como
uma atividade continuada, fazer o preenchimento e acompanhamento do sistema de
informação municipal, acompanhar as atividades da regulação e fiscalização,
promover os espaços de participação e controle social, manter uma prática de
trabalhar em conjunto com as diferentes secretarias do município com ações
relacionadas aos serviços de saneamento básico, além de qualificar a sua atuação
no colegiado da EMRMS.
Para o desenvolvimento dos mecanismos e procedimentos de participação e
controle social deve ser formulada e aprovada a política municipal de saneamento
básico, definindo entre outras coisas quais as maneiras de participação previstas na
gestão e implantação das ações de saneamento e a instância responsável pela
realização do controle social da política municipal. Nesse sentido, uma alternativa
que tem se mostrado integradora do saneamento à política urbana é definir a
Câmara Técnica em Saneamento do Conselho Municipal da Cidade como a
instância de controle social do saneamento básico. Dessa maneira, ao mesmo
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tempo que se aproxima as instâncias que influenciam nas políticas urbana e de
saneamento, se facilita a operacionalização dessas instâncias que passam a
receber apoio institucional de duas políticas públicas.
A instância de controle social é fundamental para a realização de processos
democráticos de discussão na implantação das políticas públicas. Nessas instâncias
os diferentes atores sociais têm oportunidade de definir as direções que serão
tomadas na gestão do município por meio do debate e da observação dos diferentes
interesses envolvido. Aposta-se, portanto, que a presença da sociedade civil
organizada nos espaços de decisão traz maior possibilidade de êxito socioambiental
nas ações do poder público.
8.2. Alternativas de Abastecimento de Água
No Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água, foi possível
conhecer as carências, demandas e disponibilidades de serviços de abastecimento
de água e seus impactos nas condições de vida e no ambiente natural bem como a
caracterização institucional da prestação dos serviços do município de Camaçari.
A partir do estudo de cenários de demandas dos serviços de abastecimento de
água, foram estabelecidos cenários, a partir dos quais foi possível verificar as
demandas e disponibilidades dos serviços, com base nas projeções das demandas
dos serviços de abastecimento de água ao longo do horizonte planejado de 20 anos.
Com o cenário de referência adotado, foi possível propor alternativas de intervenção
e de mitigação dos déficits e das deficiências na prestação deste serviço, com o
objetivo de sanar ou melhorar tais carências e de atingir a universalização no
decorrer do horizonte de planejamento.
Com base na projeção da evolução da demanda ao longo de 20 anos do cenário de
referência adotado para o serviço de abastecimento de água, serão selecionadas as
alternativas que promoverão a compatibilização quali-quantitativa entre demandas e
disponibilidade.
8.2.1. Alternativas Técnicas para Atendimento da Demanda da Área Urbana
Conforme elucidado no Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de
Água, a área urbana do município de Camaçari é, majoritariamente, abastecida
pelos seis sistemas operados pela Embasa, sendo que cada um destes possui
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características singulares, o que interfere diretamente nos indicadores escolhidos
anteriormente. Isto posto, o cenário de referência foi aplicado para cada sistema,
buscando analisa-los de forma mais criteriosa e particular.
Adicionalmente, foram solicitadas, à concessionária, informações referentes ao ano
de 2014 para permitir um estudo mais fidedigno com a realidade atual. O resumo
desses dados encontra-se disposto na Tabela 11.
Tabela 11 - Características dos sistemas da Embasa em Camaçari/BA, ano 2014.
Sistema Consumo per capita (L/hab*dia)
População atendida (hab.)
Índice de perdas
(%)
Produção de água atual
(L/s)
Capacidade de tratamento (L/s)
SLAA Camaçari 116,6 151.619 46,1 488,4 488,44
SLAA Parafuso 103,4 2.532 39,2 7,0 7,00
SIAA Machadinho
116,9 60.946 54,3 355,0 355,02
SIAA Jordão 141,3 32.980 63,8 214,0 214,00
SLAA Barra do Pojuca
113,0 22.049 57,1 180,0 180,00
SIAA Canto dos Pássaros
72,3 4.495 32,8 14,6 25,00
Total/Média 110,6 274.621 49,0 1259,0 1269,46
Fonte: Embasa, 2016.
É importante mencionar que o único indicador que não foi analisado de forma
particular foi o índice de atendimento, uma vez que não se tem essa informação
especifica para cada sistema. Sendo assim, considerou-se que a população
atendida em 2014 (dado fornecido pela Embasa) representa 96% da população
residente na área de abrangência daquele sistema, ou seja, existe 4% da população
que não possui abastecimento de água por solução adequada, sendo necessário,
portanto ampliação do abastecimento para atender o princípio da universalização do
acesso.
8.2.2. Sistema Local de Abastecimento de Água Camaçari
O SLAA Camaçari é responsável pelo abastecimento de água da sede municipal.
Conforme já foi aoborado no volume 1 deste produto, esse sistema foi definido com
a delimitação de duas zonas de atendimento, denominadas de ALPHA e ESTÁDIO.
Segundo o Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador,
Santo Amaro e Saubara - PARMS (no prelo, 2015), a Zona ALPHA, responsável
pelo abastecimento de cerca de 60% da sede, corresponde à área mais adensada
de Camaçari, estando situada no setor norte da cidade, abrangendo bairros como
Mangueiral, Parque Florestal, Novo Horizonte, Piaçaveira, Tancredo Neves,
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Camaçari de Dentro, entre outros. A zona ESTÁDIO, responsável pelo
abastecimento de cerca de 40% da sede, está situada no setor sul de Camaçari e
abrange bairros como Verdes Horizontes, Ulysses Guimarães e Parque Verde,
correspondendo a uma área com potencial para expansão urbana.
No Produto 8 – Tomo II foram apresentados os resultados da produção de água
necessária para atender 100% da área de abrangência desse sistema, levando em
consideração as hipóteses do cenário de referência e do Cenário 3, sendo este
último o mais crítico.
Por meio da análise dos dados concebidos com base no cenário de referência
(Cenário 2) e nas informações fornecidas pela Prestadora de Serviço (produção
atual e capacidade nominal), é perceptível que o sistema necessitará de ampliações
apenas no ano de 2034 no que tange a captação e tratamento, afim de atender ao
princípio da universalização trazido pela PNSB, Lei nº 11.445/07, ou seja, abastecer
toda a população da sede com qualidade e quantidade, conforme prevê a Portaria nº
2.914/11 do Ministério da Saúde. Entretanto para que isto ocorra o município através
das suas secretarias deverá trabalhar de forma integrada juntamente com a
prestadora de serviço não deverão medir esforços para colocar em pratica ações de
educação ambiental, para que a população continue a consumir a mesma
quantidade de água que consome atualmente mesmo que seu padrão de vida se
eleve, além de sensibilizar a população para que a pratica de ligações clandestinas
seja drasticamente reduzida, além de significativos investimentos que a
concessionário deve realizar em troca de tubulações antigas para que as perdas
reduza de 46% para 33%.
Caso contrário, se estas ações estruturantes e estruturais não forem colocadas em
prática, corre-se o risco de o pior cenário (Cenário 3), ocorrer. Assim, comparando a
produção necessária com a produção atual, verifica-se que serão necessárias
ampliações em médio prazo (2022), uma vez que se tem a demanda de 493 L/s,
enquanto a capacidade do sistema de produção é de 488 L/s.
A Embasa, já prevendo crescimento da demanda nesse sistema, elaborou, em 2011,
o “Projeto Básico de Ampliação do Sistema de Abastecimento de Água da Sede
Municipal de Camaçari”, que se propõe aproveitar as unidades do sistema existente
que estão em bom estado, recuperando as estruturas possíveis e propondo
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ampliações necessárias para atender satisfatoriamente a demanda projetada de
698,14 L/s em final de plano (2030) (PARMS, no prelo, 2015).
De acordo com o Projeto de Ampliação, as unidades do SLAA Camaçari passarão,
basicamente, pelas seguintes intervenções:
i. divisão da área de Projeto da Sede Municipal de Camaçari em 3 zonas de
Abastecimento, denominadas Alpha, Centro e Estádio, que passarão a ser
atendida por redes independentes;
ii. implantação de 4 novas captações em Poços Tubulares e suas respectivas
linhas adutoras;
iii. implantação de 1 novo centro de reservação e ampliação do centro de
reservação existente, assim distribuídos:
a) Centro de Reservação Existente - implantação de um reservatório apoiado de
8.000 m³ (obras em execução) e reforma do reservatório existente de 6.000
m³, responsáveis, respectivamente, pelo atendimento das Zonas Centro e
Alpha;
b) Novo Centro de Reservação - implantação de um reservatório apoiado de
4.000 m³ e um elevado de 50 m³, responsáveis pelo abastecimento das
Zonas Estádio Baixa e Estádio Alta.
iv. implantação de uma nova Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB-1) em
ALPHA, a qual recalcará a água captada dos poços da Zona Alpha até a Área
de Reservação e Tratamento - Centro e Alpha;
v. implantação de uma nova Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB-2) na área
CENTRO, a qual recalcará a água dos poços da Zona Centro até a Área de
Reservação e Tratamento - Centro e Alpha;
vi. implantação de duas Estações de Tratamento de Água, denominadas Área de
Reservação e Tratamento - Centro e Alpha, e Área de Tratamento - Estádio;
vii. implantação de 2 Estações Elevatórias de Água Tratada (EEAT-1 e EEAT-2),
que serão implantadas na zona Estádio, uma dentro da área de Tratamento -
Estádio, e outra na área de Reservação Estádio;
viii. ampliação e melhoria da atual rede de distribuição.
Segundo a Embasa (2016), a contratação das obras de ampliação do SAA Camaçari
ocorreu em novembro de 2013 e a conclusão das mesmas, de acordo cronograma,
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estava prevista para maio de 2016, porém, a realização dos serviços está com
atrasos significativos.
Das obras previstas, estavam em fase de andamento a construção do reservatório
de 8000 m³, localizado no Morro da Manteiga, além dos 04 poços previstos, 03 já
foram perfurados, porém apenas 01 foi montado e está em operação. Na totalidade
foram executadas 30% das intervenções previstas, sendo que as obras da Zona
Estádio (rede, adutora, poço, reservatório e elevatória) ainda não foram iniciadas
(Embasa, 2016).
Diante do exposto pode concluir que estas obras de intervenções previstas para o
SLAA Camaçari, quando concluídas serão capazes de atender a demanda calculada
para o Cenário 2 até final de plano proporcionando segurança e regularidade ao
abastecimento de água aos moradores da sede municipal, não se fazendo
necessário, portanto, prevê outras intervenções estruturais para este sistema.
Ressalta-se que essas intervenções estruturais devem acontecer
concomitantemente com as intervenções estruturantes, a exemplo de ações de
proteção dos mananciais e de educação ambiental, conforme já relatado, sendo que
este último terá por objetivo criar nas pessoas o sentimento de corresponsabilidade
perante a questão da preservação/conservação ambiental, em especial dos recursos
hídricos, e prioritariamente dos mananciais de abastecimento de água.
Em contrapartida, se ocorrer conforme o previsto no Cenário 3, onde as perdas se
elevam a índice superior a 60% e o consumo per capita se eleva de 116 para 150
L/(hab*dia) em final de plano, as intervenções previstas no Projeto da Embasa, só
serão capazes de atender a demanda da sede municipal até o ano de 2030, sendo
imprescindível novos investimentos no sistema em questão. Considera-se este
cenário como aquele que vai de desencontro a sustentabilidade econômico-
financeira e ambiental.
8.2.3. Sistema Local de Abastecimento de Água Parafuso
O SLAA de Parafuso, conforme já foi visto é composto por captação, através de um
poço tubular, tratamento, através de simples desinfecção, reservação com
capacidade de 150 m³ e distribuição para a localidade de Parafuso.
No Produto 8 – Tomo II foram apresentados os resultados da produção de água
necessária para atender 100% da área de abrangência desse sistema, levando em
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consideração as hipóteses do cenário de referência e do cenário mais pessimista
(Cenário 3).
A partir da projeção da demanda necessária para o Cenário de Referência, infere-se
que a produção atual de água do SLAA Parafuso (7,0 L/s), dado fornecido pela
Embasa (2016), é capaz de atender à demanda de final de planejamento (5,81 L/s),
portanto não serão necessárias ampliações nas infraestruturas de captação e
tratamento.
Apesar de não necessitar ampliações, deverão ser realizadas melhorias no poço de
captação, introduzindo placas de identificação e de advertência de perigo, além de
melhorar as condições de conservação do mesmo, com relação à ETA, devem ser
realizadas adequações na casa de química.
Após tratada a água é recalcada até um Reservatório Elevado de Distribuição - RED
de 150 m³, volume este que atende à demanda em final de plano que seria de
aproximadamente 140 m³, calculada com base na produção necessária. Entretanto é
importante destacar que este RED de 150 m³ não apresenta bom estado de
conservação, necessitando de reparos.
Assim como no SLAA Camaçari, para que haja a universalização do abastecimento
será necessário a instalação de novas redes de distribuição visando atender aos
domicílios que ainda não são atendidos e os que serão implantados.
Em contrapartida se não forem adotadas as medidas estruturais e estruturantes
amplamente discutidos durante a concepção do Cenário 2 (cenário de referência),
corre se o risco da produção necessária para o SLAA Parafuso ser o dobro da
produção atual, conforme previsto no Cenário 3. Nesse cenário onde as perdas e o
consumo per capita aumentam significativamente, as infraestruturas de captação,
tratamento e reservação deverão ser ampliadas.
A Embasa ainda não possui nenhum estudo ou projeto que prevê ampliação desse
sistema.
8.2.4. Sistema Integrado de Abastecimento de Água Machadinho
O Sistema Integrado de Abastecimento de Água Machadinho abastece as
comunidades da faixa litorânea do município de Camaçari, limitadas ao sul, pela
localidade de Busca Vida e ao norte, pela localidade de Arembepe, além de
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comunidades localizadas na parte oeste da Rodovia BA-099, no entorno da BA-522
(Cascalheiras). Dentre as diversas localidades atendidas por esse sistema,
destacam-se: Areias, Arembepe, Buris de Abrantes, Catu de Abrantes, Jauá,
Machadinho, Parque das Mangabas, Sucupió e Vila de Abrantes. Devido à
sobrecarga nesse sistema a localidade de Busca Vida vem sendo abastecida a
algum tempo pelo sistema de Lauro de Freitas.
O Produto 8 – Tomo II apresenta o resultado da produção de água necessária para
atender 100% da área de abrangência desse sistema, levando em consideração as
hipóteses do cenário de referência e do cenário mais pessimista. Ressalta-se que
para este sistema em especifico considerou-se que o índice de atendimento não
chega a 96%, girando em torno de 90% uma vez que a população da localidade de
Busca Vida não é atendida por esse sistema, dessa forma verifica-se que existe um
déficit de atendimento declarado que deve ser considerado.
Analisando os dados do cenário de referência, ou seja, na universalização da área
de abrangência, manutenção do consumo per capita e redução do índice de perdas,
verifica-se que a produção atual de água tratada do SIAA Machadinho não é
suficiente para atender nem a demanda atual da população atendida pelo sistema,
ratificando o que foi relatado pela população durante as oficinas de diagnóstico
participativo que o abastecimento é intermitente e que durante o período do verão a
situação é ainda mais crítica, evidenciando portanto a necessidade de investimentos
em caráter de urgência na ampliação desse sistema.
De acordo com a Embasa (2013) apud PARMS (2015), visando conferir uma maior
flexibilidade operacional ao sistema, este será desmembrado em Machadinho Sul
(atual), que abrangerá a região entre as localidades de Jauá e Busca Vida, que
passará por ampliações e Machadinho Norte, região localizada entre Interlagos e o
Rio Jacuípe, o que será futuramente implantado.
O Projeto Básico de Ampliação do SIAA de Machadinho Sul foi desenvolvido
contemplando basicamente as seguintes intervenções:
i. implantação de 8 poços artesianos e suas respectivas linhas de recalque;
ii. ampliação das unidades atuais da ETA;
iii. reforço na adução de água tratada existente;
iv. ampliação do centro de reservação existente;
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v. reforço das linhas-tronco e ampliação da atual rede de distribuição.
Em relação ao Sistema Machadinho Norte, o Projeto prevê a implantação das
seguintes infraestruturas:
i. 8 poços artesianos e suas respectivas linhas de recalque;
ii. caixa de reunião, destinada a receber as contribuições dos poços;
iii. linha adutora de água bruta por gravidade, responsável pela adução da caixa
de reunião ao centro de tratamento e reservação;
iv. centro de tratamento e reservação onde estarão as unidades responsáveis pelo
tratamento da água e do armazenamento da água tratada;
v. reforço na adução de água tratada existente;
vi. ampliação do centro de reservação existente;
vii. reforço das linhas-tronco e ampliação da atual rede de distribuição.
Segundo a Embasa (2015), com a perfuração destes novos poços prevê-se o
incremento de 560 L/s no sistema sendo, 160 L/s no SIAA Machadinho Sul e 400 L/s
no sistema Machadinho Norte.
Conforme informações fornecidas pela Embasa (2016), após o término das obras de
ampliação do sistema Machadinho Sul, este, contará com:
i. 02 novas caixas de reunião de 181m³ cada (Com localização fora da ETA);
ii. 01 Centro de Reservação (04 reservatórios), sendo 01 com capacidade de
60m³ e 03 com capacidade de 4.000m³, totalizando 12.060 m³;
iii. capacidade total da ETA de 495,46 L/s.
Esta ampliação do sistema de Machadinho Sul não será capaz de atender nem a
demanda do início do horizonte de planejamento, que é de 504,3 L/s, evidenciando a
necessidade de implantação urgente do Sistema de Machadinho Norte também.
Entretanto a situação real é preocupante uma vez que as obras no sistema
Machadinho Sul foram iniciadas e interrompidas em 2015, não existindo previsão de
conclusão. Com relação ao sistema Machadinho Norte, já houve licitação para a
execução da obra, porém ainda não foi emitida ordem de serviço.
Dessa maneira, é notável a urgência no continuar das obras já iniciadas e no início
das obras já previstas, visto que os dois sistemas juntos conseguirão atender a
demanda em final de plano, para o cenário de referência. Entretanto se não forem
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adotadas as ações previstas para se alcançar o cenário de referência no que
concerne ao índice de perdas e ao consumo per capita, corre-se o risco de caminhar
em direção ao pior cenário (Cenário 03), onde a demanda em final de Plano é de
915 L/ s, que mesmo com os dois sistemas, estes estariam operando no limite da
sua capacidade.
8.2.5. Sistema Integrado de Abastecimento de Água Jordão
O SIAA Jordão capta água exclusivamente do aquífero São Sebastião, por meio de
04 poços tubulares profundos, a água bruta dos poços P1 e P2 é recebida por uma
caixa de reunião (55 m³), enquanto os poços P3 e P4 encaminham diretamente para
o tanque de contato (400 m³), onde é realizado o tratamento simplificado.
Este sistema atende as localidades de Barra do Jacuípe, Emboacica, Guarajuba,
Itacimirim, Coqueiro de Monte Gordo e Monte Gordo, ambas com manobras a cada
48h, divididas em duas zonas de abastecimento.
O Produto 8 – Tomo II apresenta o resultado da produção de água necessária para
atender 100% da área de abrangência desse sistema, levando em consideração as
hipóteses do cenário de referência e a da produção necessária para o cenário mais
pessimista.
Como exposto no referido produto, a produção atual de água tratada (214 L/s) é
muito pequena quando comparada à demanda atual da população abastecida pelo
sistema (406 L/s), evidenciando a necessidade de ampliações nas estruturas dos
processos de captação, tratamento e distribuição, visando alcançar as hipóteses do
cenário de referência.
O SIAA Jordão, quando da visita técnica (agosto/2014), captava água bruta por meio
de quatro poços (P2, P3, P4, P5) tubulares profundos, porém apenas dois destes
apresentavam estado de conservação regular e dois apresentavam estado de
conservação classificado como ruim, necessitando, assim, de melhorias nos
equipamentos e estruturas que os constitui, além de implantação de placas de
identificação e advertência para sinalização. Além desses poços em operação,
também existiam outros dois poços que ainda não estavam em operação (P6 e P7)
– cada um com vazão de 60 L/s, consistindo, portanto, em um incremento de vazão
de 120 L/s. Segundo informações recentes da Embasa (2016), o P6 já está
operando e o P7 deverá ser montado em 2016.
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Os poços mais velhos que abastecem este sistema possuem uma vazão efetiva
média de 39 L/s, o que totaliza 155 L/s, somando os poços mais novos (120 L/s),
chega-se ao valor de 275 L/s, o que permite inferir que ainda seria necessária a
perfuração de cerca de dois poços, cada um com vazão de 60 L/s para atender à
demanda atual e quatro poços para suprir a demanda de final de planejamento.
A água bruta captada é tratada por simples desinfecção, fluoretação e correção de
pH, utilizando, respectivamente, o cloro gás, ácido fluossilícico e o carbonato de
sódio. A água bruta dos poços P2 e P5 é encaminhada diretamente para a caixa de
reunião com volume de 55 m³, enquanto a água dos poços P3 e P4 é encaminhada
diretamente ao tanque de contato de 400 m³. Estas estruturas apresentam pontos de
vazamento e suas tubulações possuem sinais de oxidação, necessitando, portanto,
de reparos.
A ETA deste sistema atualmente possui capacidade de tratamento (214 L/s) inferior
ao necessário para atender a população abastecida pelo SIAA Jordão, ou seja, a
ampliação e melhoria das estruturas são em caráter de urgência. Segundo a
Embasa (2016) a ampliação da ETA/EEAT, previsto no estudo de concepção do
litoral Norte, é para contemplar tratamento e recalque da vazão de 360 L/s,
entretanto observa-se que já está subdimensionada de acordo as projeções
previstas para o Cenário 2 (Cenário de Referencia).
O SIAA Jordão conta com um centro de reservação na localidade de Monte Gordo,
composto por três reservatórios, dois são apoiados (RAD) com capacidade de
1.500 m³ cada, e um elevado com 150 m³, totalizando 3.150 m³.
Levando em consideração a vazão demandada para abastecer a população urbana
atendida, atualmente é necessário um volume de cerca de 7.000 m³ para fornecer
segurança e regularidade ao abastecimento, ou seja, o volume de reservação atual
possui um déficit de praticamente 4.000 m³. Com relação à demanda de final de
planejamento o volume disponível para reservação deverá ser de aproximadamente
11.000 m³.
O sistema de distribuição deverá ser ampliado visando atender à todas as ligações,
para isto deverão ser assentadas novas tubulações para o abastecimento das
residências que não são abastecidas e das que virão a se instalar, além de realizar
melhorias na rede já existente.
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Outra análise realizada para o sistema diz respeito a possibilidade de ocorrer
conforme o previsto na situação mais crítica, a qual segue as hipóteses do Cenário
3, onde as perdas se mantem a índice superior a 60%, visto que este sistema foi o
parâmetro para essas hipótese, logo não tem como elevar a mais disso pois esse
índice já é extremamente alto e o consumo per capita se eleva de 141,26 L/(hab*dia)
para 150 L/(hab*dia) em final de plano, havendo portanto a necessidade de mais
investimentos em ações estruturais em virtude da negligência do que vem sendo
apontado como indispensável para alcançar o cenário de referência, que consiste de
ações estruturantes (educação ambiental, controle do uso e ocupação do solo,
proteção de mananciais, entre outras) concomitantemente a ampliação das
infraestruturas.
8.2.6. Sistema Integrado de Abastecimento de Água Barra do Pojuca
O SIAA Barra do Pojuca utiliza um manancial superficial para captação de água
bruta, o rio Pojuca, esta água é tratada por meio de tratamento convencional e
armazenada em reservatórios de distribuição, conforme já foi abordado no Volume I
desse produto.
Como este sistema abrange não só uma porção do município de Camaçari mas
também regiões do município de Mata de São João, como Açuzinho, Campinas,
Morrinho, Cachoeirinha, Tiririca, Sapiranga, Praia do Forte, Malhadas, Açú da Torre,
lmbassaí, lmbassaí Pequeno, Malvinas, Tererê, Retiro de Açú e Areal, as projeções
de demanda deste sistema, tanto para o Cenário 2 quanto para o Cenário 3, foram
desenvolvidas considerando a população urbana atendida por este sistema no ano
de 2014, informação fornecida pela Embasa (2016) e a população flutuante das
regiões de Praia do Forte e Imbassaí, ambas calculadas através da mesma
metodologia utilizada para o cálculo da população flutuante de município de
Camaçari, como apresentado no Produto 2 - Caracterização Física e
Socioeconômica do Município, visto que esta metodologia foi desenvolvida para o
litoral norte da Bahia e não apenas para o município de Camaçari.
No Produto 8 – Tomo II são apresentadas as projeções de demanda considerando
as hipóteses selecionadas para o Cenário 2 (cenário de referência) e o Cenário 3.
A captação de água bruta ocorre por meio de um flutuante instalado no Rio Pojuca,
a vazão atualmente captada não é suficiente para atender a demanda de
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abastecimento da população do SIAA Barra do Pojuca. De acordo com o item 8.2.3
do Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água, o Rio Pojuca
possui disponibilidade hídrica para que a vazão de captação seja ampliada.
A água bruta é tratada por meio de tratamento convencional, ciclo completo, a ETA
apresenta boas condições de funcionamento, inclusive possui certificação interna,
porém se encontra em uma área na zona urbana de Barra do Pojuca que não
possibilita a sua ampliação.
Conforme apresentado no Produto 8 – Tomo II, a produção atual de água tratada
não atende à demanda necessária nem para o Cenário 2, que é o cenário de
referência, onde se mantem o consumo per capita e diminui o índice de perdas,
através da integralidade das ações estruturais e estruturantes, e como não se pode
ampliar a ETA existente, faz-se necessário a construção de uma nova ETA para
suprir este déficit.
De acordo com os estudos de alternativas de abastecimento de água e esgotamento
sanitário para o litoral norte (Embasa, 2013), a seleção da alternativa para a
melhoria e ampliação do SIAA Barra do Pojuca levou em consideração o menor
impacto ambiental possível gerado à região e os menores custos para o
desenvolvimento do projeto.
Com relação a captação, esta alternativa prevê um novo ponto de retirada de água
bruta à montante do ponto atual de captação, três conjuntos elevatórios serão
implantados para realizar o processo, no entanto um deles será de reserva, para
prover segurança necessária, cada conjunto elevatório terá capacidade de captar
474,66 L/s, ou seja, a capacidade total do sistema de captação será de 949,32 L/s,
atendendo a demanda de fim de plano tanto para o cenário de referência quanto
para o cenário mais pessimista (Cenário 3).
Segundo esse estudo o tratamento da água bruta será realizado por uma nova ETA
convencional, a ser locada próximo à lagoa Aruá, no município de Mata de São
João, será composta por floculadores, decantadores, filtros e casa de química, com
capacidade de tratamento de 1.000 L/s.
O estudo também prevê a instalação de novas quatro estações elevatórias que
auxiliaram no processo de adução até os reservatórios de distribuição realizado
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atualmente por cinco estações elevatórias, totalizando-se nove estações para fim de
plano.
No que tange ao centro de reservação, todos os reservatórios existentes serão
aproveitados, visto que apresentam um bom estado de conservação, dezenove
novos reservatórios serão implantados para atender a demanda do volume de
reservação necessário para fornecer segurança ao abastecimento da localidade de
Barra do Poujuca e das localidades de Mata de Saõ João.
Segundo a Embasa (2016), o volume atual dos doze reservatórios de distribuição do
SIAA Barra do Pojuca é de 3.635 m³, os quais não são suficientes para atender a
demanda da produção necessária para início de planejamento que é de 4.224 m³. A
partir da implantação dos novos dezenove reservatórios, o volume de reservação
será ampliado para 27.485 m³, o que atende à necessidade tanto para o cenário de
referência quanto para o Cenário 3.
Para atender ao cenário de referência, objetivo de universalizar o abastecimento de
água do município, o sistema de distribuição deverá ser melhorado e ampliado, para
tanto, novas tubulações devem ser instaladas para atendimento das residências que
não são atendidas atualmente e das que virão a ser instaladas na área de
abrangência do sistema.
Como citado anteriormente, faz-se necessário alcançar as metas estabelecidas no
cenário de referência mesmo com todas as ampliações e implantações previstas
pela Embasa, uma vez que caso não sejam alcançadas haverá um maior impacto
ambiental e maiores investimentos por conta do maior volume a ser captado e
tratado para atender a demanda, principalmente quando se trata de ETA
convencional, onde os custos com o tratamento é relativamente mais elevado
quando comparado ao tratamento simplificado como ocorre nos demais sistemas.
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8.2.7. Sistema Simplificado de Abastecimento de Água Canto dos Pássaros
Este sistema simplificado de abastecimento de água, composto por captação em
poço, reservação e distribuição da água tratada, atende a localidade de Canto dos
pássaros e os empreendimentos residenciais Caminho do Mar I, II e III do Programa
Minha Casa Minha Vida - PMCMV, foi implantado pela Cerb em 2013, sendo a
operação realizada pela Embasa desde 2014.
No Produto 8 – Tomo II, visando analisar a produção de água necessária para
atender a 100% da área de abrangência deste sistema, foram apresentados dados,
os quais levaram em consideração as hipóteses do cenário de referência,
ressaltando que como o índice de perdas desse sistema já é inferior à meta do
Plansab considerou-se como pertinente estabelecer uma redução de pelo menos
8%, ou seja, 25% em final de plano. Em caráter comparativo e de alerta também é
apresentado no mesmo produto, a produção para o cenário mais pessimista, onde
se elevam as perdas e aumenta o consumo per capita.
De acordo com a Embasa (2016), a produção atual de água do SSA Canto dos
pássaros é de 14,55 L/s, por meio da análise da projeção da demanda necessária
para o Cenário de Referência, é possível inferir que essa produção atual é capaz de
atender o sistema até o ano de 2036, cuja demanda é 9,32 L/s, desta maneira, não
serão necessárias ampliações nas infraestruturas de captação e tratamento.
Este sistema utiliza um poço cuja vazão de captação é de 27,5 L/s, este poço
apresenta bom estado de conservação, entretanto, não possui placas de advertência
de perigo, tubulação auxiliar, destinada a medir os níveis de água e laje de proteção
direta, os quais devem ser implantados. É pertinente mencionar que segundo a
Embasa (2016) recentemente foi perfurado um novo poço que ampliará a produção
de água deste sistema, porém, ainda não foram disponibilizados dados referentes ao
incremento de vazão que será obtido com a operação do mesmo, pois a prestadora
no momento da solicitação ainda estava aguardando relatório do teste de
bombeamento e outras informações necessárias ao dimensionamento do conjunto
motor-bomba (CMB) a ser instalado para captação da água.
A água captada é tratada por meio de desinfecção com pastilhas de cloro e
armazenada em dois reservatórios de 20 m³ cada, contudo, foi determinado por
meio de cálculo que para fornecer segurança e regularidade ao abastecimento,
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levando em consideração a demanda de início e fim de plano, o centro de
reservação deveria ter uma capacidade mínima de 133 e 215 m³, respectivamente,
portanto, os reservatórios atuais necessitam serem ampliados com urgência, afim de
fornecer regularidade ao abastecimento.
Almejando a universalização do abastecimento, novas ampliações serão
necessárias na rede de distribuição visando atender aos domicílios não atendidos
atualmente e aos que serão implantados futuramente.
Todavia, se medidas estruturais e estruturantes não forem adotadas como discutido
anteriormente, a produção atual pode não ser suficiente para atender à demanda
necessária já para o ano de 2028, sendo necessárias ampliações nas infraestruturas
de tratamento e reservação, ou seja, maiores custos para a realização destas obras.
8.2.8. Alternativas Técnicas para Atendimento da Demanda da Zona Rural
Conforme visto no Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de
Água, na área rural do município de Camaçari encontram-se os maiores déficits de
abastecimento de água via rede geral, uma pequena parcela da população rural que
reside na área de abrangência dos sistemas da Embasa é abastecida por esses,
outra pequena parcela é atendida por sistemas alternativas implantados pela Cerb,
que apresentam problemas frequentes nas infraestruturas. Dessa forma, a maioria
da população rural, que reside em áreas dispersas são abastecidas por soluções
alternativas, sejam coletivas ou individualizadas, sem nenhuma garantia de que a
água não oferece risco a saúde. O Quadro 11 apresenta a projeção de demandas
para a área rural do município de Camaçari, utilizando como base o cenário de
referência com os mesmos indicadores que foram utilizados para a zona urbana,
cujos critérios foram: índice de atendimento calculado com os dados do IBGE
(2010), universalização do atendimento com garantia de água potável estimada em
final de plano; consumo per capita e índice de perdas utilizou-se o dado do Sistema
de Canto dos Pássaros, uma vez que este sistema é o mais próximo da realidade
dos sistemas que podem ser adotados para abastecer essas áreas com déficits.
Observa-se que a demanda em início e fim de Plano para a população rural é de
cerca de 9 L/s e 30 L/s respectivamente, ou seja, relativamente baixa quando
comparado ao demais sistemas, exceto o de Canto dos Pássaros que atende uma
área menor.
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Tabela 12 - Produção de água necessária ao atendimento da população futura da zona rural, considerando metas estabelecidas no Cenário 2.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Horizontes de
PlanejamentoAno
População
Rural (hab)
Índice de
Atendimento
(%)
População
Rural
Atendida
(hab)
Consumo Per
Capita
(L/hab.dia)
Demanda
(L/s)
Demanda
Máxima
(K1) (L/s)
Índice de
Perdas
(%)
Produção
Necessária
(L/s)
Produção
Necessária
(K1) (L/s)
2014 13507 43,0 5808 80,0 5,5 6,6 32,8 7,3 8,8
2015 13793 43,0 5.931 80,0 5,5 6,6 32,8 7,3 8,8
2016 14086 43,0 6.057 80,0 5,6 6,7 32,8 7,4 8,9
2017 14.384 44,9 6.452 80,0 6,0 7,2 32,4 7,9 9,5
2018 14.689 46,8 6.873 80,0 6,4 7,6 31,9 8,4 10,1
2019 15.001 48,8 7.321 80,0 6,8 8,1 31,5 8,9 10,7
2020 15.319 50,9 7.798 80,0 7,2 8,7 31,1 9,5 11,4
2021 15.644 53,1 8.307 80,0 7,7 9,2 30,6 10,0 12,1
2022 15.975 55,4 8.849 80,0 8,2 9,8 30,2 10,7 12,8
2023 16.314 57,8 9.426 80,0 8,7 10,5 29,8 11,3 13,6
2024 16.660 60,3 10.040 80,0 9,3 11,2 29,4 12,0 14,4
2025 17.013 62,9 10.695 80,0 9,9 11,9 29,0 12,8 15,3
2026 17.374 65,6 11.393 80,0 10,5 12,7 28,6 13,6 16,3
2027 17.742 68,4 12.136 80,0 11,2 13,5 28,2 14,4 17,3
2028 18.118 71,3 12.927 80,0 12,0 14,4 27,9 15,3 18,4
2029 18.502 74,4 13.770 80,0 12,8 15,3 27,5 16,3 19,5
2030 18.894 77,6 14.668 80,0 13,6 16,3 27,1 17,3 20,7
2031 19.295 81,0 15.625 80,0 14,5 17,4 26,8 18,3 22,0
2032 19.704 84,5 16.644 80,0 15,4 18,5 26,4 19,5 23,4
2033 20.122 88,1 17.729 80,0 16,4 19,7 26,0 20,7 24,8
2034 20.548 91,9 18.885 80,0 17,5 21,0 25,7 22,0 26,4
2035 20.984 95,9 20.117 80,0 18,6 22,4 25,3 23,3 28,0
2036 21.429 100 21.429 80,0 19,8 23,8 25,0 24,8 29,8
Curto Prazo
Médio Prazo
Longo Prazo
Atual
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Para as áreas já atendidas pelo prestador do serviço mediante a adoção de
cobrança de tarifas que visam garantir a sustentabilidade da prestação do serviço, é
de fundamental importância a realização com frequência de reuniões, palestras e
campanhas esclarecedoras, estreitando a relação entre prestador e usuário cidadão,
visando assim combater os potenciais conflitos e principalmente ligações
clandestinas.
Para a parcela restante da população rural, podem ser adotadas alternativas
descentralizadas que podem ser do tipo coletiva, quando da existência de alguns
aglomerados, ou do tipo individual quando destinada exclusivamente a um domicílio.
Nas localidades rurais aglomeradas onde já existe rede de distribuição de água
através de sistemas simplificados construídos por órgãos governamentais ou pelos
próprios moradores, a exemplo da localidade Estrada de Maracaiúba atendida pelo
SSAA Estrada de Maracaiúba; das localidades de Lagoa Seca, Cancelas, Baratas,
Cajazeiras do Visconde e Santo Antônio, atendidas pelo SIAA Lagoa Seca; e das
localidades de Rancho Alegre, Açu da Capivara, Couro Dantas e Pau Brasil, que já
foram atendidas pelo sistema de Rancho Alegre mas que este esta desativado,
todos implantados pela Cerb, a solução é fazer as adequações necessárias nos
sistemas simplificados existentes, como ampliação de redes, construção de
reservatórios, além de garantir o tratamento adequado visando atender essa
população com água de qualidade e em quantidade suficiente para suprir suas
necessidades básicas, além das manutenções, como limpeza da área das
infraestruturas, pintura dos equipamentos, como bombas e poço, entre outras.
Nas localidades aglomeradas que ainda não possuem abastecimento de água,
recomenda-se a elaboração e implantação de projetos de sistemas simplificados
com captação subterrânea, visto que o município é privilegiado em termos de oferta
hídrica, tanto subterrânea como superficial, entretanto a subterrânea é preferível em
virtude da melhor qualidade da água, exigindo na maioria das vezes apenas a etapa
de desinfecção, com isso evita-se custos significativos com o tratamento, podendo
cobrar do usuário uma tarifa mais módica a sua condição financeira. Um exemplo
claro disso é a localidade de Pião Manso, localizada relativamente perto a sede
municipal, onde já foi perfurado um poço pela Cerb, necessitando, portanto, da
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implementação das demais infraestruturas, a saber: adução, tratamento, reservação
e distribuição.
Nesse contexto, a empresa que possui a concessão do serviço de abastecimento de
água, no caso de Camaçari, a Embasa, pode passar a operar esses sistema após
sua construção, desde que este esteja de acordo aos seus padrões técnicos, afim
de evitar transtornos futuros, inclusive deve ser esclarecido com a população desde
a fase de concepção do projeto a necessidade da cobrança de tarifa pelo serviço
prestado, sempre observando o princípio da modicidade tarifária, com o objetivo de
assegurar a sustentabilidade do sistema, de modo que a água produzida apresente
qualidade satisfatória e quantidade compatível com as necessidades da população
durante o período de projeto para o qual será construído.
Em comunidades, onde as residências são isoladas, não sendo viável a implantação
soluções alternativas coletivas, recomenda-se a adoção de soluções individuais,
como captação de água de chuva, captação em nascentes ou poços, com
canalização interna conforme prevê o Plansab, como soluções adequadas ao
abastecimento.
Como o município de Camaçari é privilegiado em termos de oferta hídrica
principalmente subterrânea devido a sua boa qualidade, além dos índices
pluviométricos serem significativos, pode-se utilizar para atender as demandas
desses domicílios tanto a água de chuva (Figura 4) quanto a água advinda de poços,
desde que seja comprovada por meio de análises dos parâmetros recomendados
pela Portaria 2.914/11 a qualidade compatível com o uso previsto.
Figura 4 - Alternativas de captação de água de chuva.
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A adoção da captação de água com armazenamento em cisternas/reservatórios para
o abastecimento contribui para um maior aproveitamento das águas e maior redução
na utilização de energia. Entretanto, deve ser realizada conforme alguns
procedimentos básicos construtivos – existência de área de captação, calhas e
tubulações, tanque de armazenamento, tratamento da água e forma de distribuição
– e procedimentos operacionais – descarte nos primeiros minutos de chuva. Todos
esses cuidados visam obter água em boas condições de consumo de acordo com o
uso destinado.
Oportunamente, vale destacar que a captação de água de chuva além de ser uma
fonte alternativa para área rural, pode ser encarada também como um tipo de
tecnologia que oportuniza o aproveitamento das águas de chuva para usos menos
nobres nas áreas urbanas atendidas pelo prestador do serviço, a exemplo da
irrigação de plantas, lavagem de roupas, limpeza de veículos. Além dessa
contribuição voltada para o abastecimento de água, a utilização da técnica de
retenção das águas de chuva no próprio terreno, colabora na redução da
contribuição das águas oriundas dos lotes impermeabilizados nos sistemas públicos
de drenagem que, a longo prazo, pode significar um grande benefício para o
município, conforme será detalhado nas alternativas técnicas referente a
componente drenagem urbana e manejo de águas pluviais.
Por se tratarem de localidades isoladas onde provavelmente não há problemas com
a qualidade do ar, mesmo assim sugere-se a adoção de tratamento no domicilio que
pode ser realizado através de um filtro de barro e aplicação do desinfetante que
normalmente é hipoclorito de sódio, cujo fornecimento é de responsabilidade da
secretaria de saúde. Para tanto destaca-se que o treinamento da população é
indispensável.
Figura 5 – Alternativas de tratamento da água no domicilio (filtro de barro e desinfetante).
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Em relação os poços estes devem ser construídos com base nas Normas técnicas
correlatas, através de consultoria de profissional/empresa qualificada, afim de evitar
riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Segundo o geólogo Renato Bidóia,
inspetor do CREA-PR de Umuarama, os riscos mais comuns à saúde humana e ao
meio ambiente decorrentes da má utilização dos poços são o super bombeamento
(poço sem projeto e previsão de consumo incompatível com a obra executada), a
contaminação do aquífero por infiltração de água contaminada ou agentes
contaminantes que podem se infiltrar do poço para camadas mais profundas e o
consumo de água contaminada por coliformes, outras bactérias ou mesmo graxa
adicionada aos revestimentos e tubulação da bomba pelo perfurador, ocasionando
enfermidades diversas de difícil diagnóstico médico (CREA Paraná, 2012).
O geólogo lembra que, tanto em áreas urbanas quanto rurais, é importante que os
poços sejam bem construídos, sobretudo com a colocação da laje de proteção
sanitária (preenchimento do espaço anelar existente entre barranco da perfuração e
o tubo de revestimento do poço). Conforme recomendação, essa cimentação deve
ser feita nos últimos 20 metros superiores (após a colocação do pré-filtro) até a boca
do poço, evitando, assim, que fluidos contaminantes atinjam o buraco da perfuração
e desçam livremente até a água, contaminando a água do poço e do aquífero”.
É válido destacar que a população que reside nas áreas rurais dispersas e ainda
não dispõem de fontes seguras de suprimento de água normalmente possuem
vulnerabilidade social, portanto é importante deixar explícito que é de
responsabilidade do poder público municipal, seja através de programas/projetos
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federais, estaduais ou municipais fornecer todos os subsídios necessários para a
implementação dessas tecnologias.
Dentre essas alternativas técnicas propostas, permeia a vigilância da qualidade da
água, cujas atribuições no município de Camaçari são da Secretaria de Saúde -
Sesau por meio da Vigilância Sanitária e Ambiental. As atribuições deste órgão no
tocante a vigilância da qualidade da água de consumo humano devem constar de:
cadastramento e georreferenciamento de todas as soluções alternativas, sejam eles
coletivas ou individuais, realização de análise da água consumida conforme prevê
plano de amostragem, distribuição de produto para desinfecção da água das
soluções individuais, caso a análise da água bruta aponte que somente a
desinfecção é suficiente para a água ser considerada potável, palestras nas
localidades abordando temas como higienização e cuidados com os reservatórios de
armazenamento no domicilio, forma de aplicação do desinfetante, relação entre
saúde a consumo de água, entre outros.
Nesse sentido, a consolidação da vigilância da qualidade da água para consumo
humano no âmbito da área de saneamento assume, entre outros, o duplo papel de
reforçar a exigência do controle por parte de quem produz e distribui a água, como
também de garantir o controle mínimo da qualidade da água consumida pela
população não atendida pelos sistemas coletivos.
8.2.9. Alternativas de Mananciais Para Atender Às Demandas
Para a oferta dos serviços de abastecimento de água potável, o principal desafio
está na disponibilidade de água no ambiente. Portanto, para conhecer os
mananciais do território municipal de Camaçari, realizou-se uma análise da
hidrografia e hidrogeologia identificando possíveis corpos d’águas superficiais e/ou
subterrâneos com potencial de abastecimento, conforme já foi apresentado
detalhadamente no Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de
Água.
Dos mananciais superficiais analisados, o Rio Pojuca, atualmente utilizado para
captação do sistema de Barra do Pojuca, é o que possui melhor potencial para
captação, apesar da qualidade da água bruta apresentar fortes indícios de
contaminação por esgotos domésticos. Os demais mananciais superficiais – Rio
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Jacuípe e Rio Joanes, ambos utilizados no município de Camaçari para atender
demandas do Polo Industrial – já estão saturados quantitativamente, além de serem
alvo de fortes pressões antrópicas que comprometem o uso de suas águas,
principalmente o Rio Joanes.
No que concerne aos mananciais subterrâneos, o aquífero Recôncavo, utilizado
para captação em cinco sistemas da Embasa para suprir parte da demanda do Polo
Industrial, além de sistemas particulares, é o manancial que representa maior
potencial de atender as demandas do município, conforme foi demonstrado no
Produto 04.
De forma sucinta, as informações sobre a vazão demandada são apresentadas no
Quadro 11, enquanto a Tabela 13 traz o resumo da demanda sobre cada manancial
e a sua respectiva disponibilidade.
Quadro 11 - Vazão demandada e explorada em Camaçari/BA.
Tipo de abastecimento
Vazão demandada
(m³/s)
Vazão explorada (m³/s)
Aquífero São Sebastião
Rio Pojuca Barragem de Santa Helena/
Joanes II
Barragem de Santa Helena
2016 2036 2016 2036 2016 2036 2016 2036 Humano 1,52 2,06 1,30 1,77 0,23 0,29 - - Industrial 2,43 3,82 1,79 1,91 0,00 0,00 0,64 1,92
Total 3,95 5,89 3,09 3,68 0,23 0,29 0,64 1,92
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Cabe reforçar que a demanda para abastecimento humano é somatório da
solicitação de todos os sistemas da Embasa, além da demanda para atender à
população rural, ambas calculadas com base no cenário de referência. Em relação à
demanda industrial, em fim do horizonte de planejamento, considerou-se o
somatório:
i. da capacidade máxima (0,06 m³/s) do sistema da empresa Ford, visto que não
estão previstas ampliações;
ii. da capacidade máxima (2,47 m³/s) da Unidade de tratamento de Água - UTA
da Distribuidora de Água de Camaçari - DAC, de propriedade da Cetrel, visto
que segundo informações dessa empresa não estão previstas ampliações nas
infraestruturas da UTA nos próximos 20 anos, apenas ampliação da captação
em poços para 2.000m³/h e com isso diminuir a demanda de água superficial,
atualmente comprada da Embasa;
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iii. das vazões (1,30 m³/s) outorgadas pelo Inema em Camaçari para
abastecimento industrial.
Tabela 13 - Disponibilidade hídrica por manancial.
Manancial Vazão a ser explorada
em 2036 (m³/s) Disponibilidade hídrica
(m³/s) Resultado
Aquífero São Sebastião 3,68 6,00 2,32
Rio Pojuca 0,29 4,55 4,26
Barragem de Santa Helena 1,92 7,0(1)
5,08
TOTAL 5,89 17,55 11,66 (1)
Como a capacidade de vazão na BSH é variável ao longo dos meses do ano, considerou-se o período mais crítico que se refere ao mês de fevereiro.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2015.
Observa-se, pois, que os atuais mananciais utilizados para suprimentos das
demandas do município de Camaçari - BA, também representam os potenciais para
atender às demandas no horizonte de planejamento de 20 anos, logo conclui-se que
cada sistema de abastecimento de água poderá continuar a ser suprido pelos
mesmos mananciais utilizados atualmente.
Diante do que foi apresentado, é importante destacar que, apesar do município de
Camaçari possuir disponibilidade hidrica suficiente para atender às demandas
futuras, se forem mantidos os mesmos padrões atuais de perdas, necessitará de
grandes investimentos em obras estruturais (como perfuração de novos poços,
ampliação da capacidade das estações de tratamento, reservatórios, entre outras)
que não foram previstos, uma vez que o cenário de referência adotado estima a
redução das perdas. Logo, espera-se que o municipio, unindo esforços da
população, do poder publico municipal e estadual, assim como a prestadora de
serviços caminhe em uma nova direção que vem sendo apontada por especialistas,
como redução das perdas através de medidas estruturais e estruturantes, redução
do consumo per capita, reúso de águas cinzas, captação de água de chuva,
proteção dos mananciais através de ações de preservação e recuperação das matas
ciliares, entre outros, onde esse conjunto de ações resultará em uma menor
demanda e sobrecarga sobre os recursos hidricos.
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8.3. Alternativas Técnicas de Esgotamento Sanitário
8.3.1. Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas
Urbanas
Na zona urbana as alternativas se dividem de acordo com a densidade populacional
de cada área, para locais com baixa densidade populacional as soluções
individualizadas ainda são as mais indicadas, conforme item 8.3.2, para os locais
com densidade populacional maior a rede coletora ainda é a solução mais viável.
I) Rede coletara de esgoto
A rede coletora é o conjunto de tubulações e peças hidráulicas que coletam e
transportam o esgoto gerado até o tratamento ou destinação final, sendo formado
principalmente por: ligação predial, coletor de esgoto, coletor tronco, interceptor, e
Estações Elevatórias de Esgoto (EEE).
Ligação predial de esgoto: é o trecho de tubulação compreendido entre a
caixa de inspeção de ligação e o coletor público de esgoto
Coletor de esgoto: é a tubulação da rede coletora que recebe contribuição
de esgoto das ligações prediais em qualquer ponto ao longo de seu
comprimento
Coletor tronco: é o coletor principal, que recebe a contribuição dos coletores
secundários, conduzindo os efluentes para um interceptor ou emissário.
Interceptor: tubulação que recebe os coletores ao longo de sua extensão,
não recebendo ligações prediais diretas.
Estação Elevatória de Esgoto (EEE): conjunto de equipamentos, em geral
dentro de uma edificação subterrânea, destinado a promover o recalque das
vazões dos esgotos coletados a montante.
A rede coletora pode ser dividida basicamente em 02 (dois) tipos: a rede coletora
convencional e a rede coletora condominial, conforme Figura 6.
Em locais onde há a dificuldade de implantar o sistema convencional devido às ruas
estreitas e becos, é implantado o sistema condominial. Além da adaptabilidade o
sistema condominial é mais barato do que o convencional e pode ser implantado em
obras de regime de mutirão pela comunidade (SAAE, 2015).
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Figura 6 - Representação esquemática dos sistemas convencional e condominial.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2015.
O ideal é que toda a rede coletora seja monitorada, por meio da implantação de
medidores de vazão nas estações elevatórias de esgoto, com o objetivo de aferir a
quantidade de água infiltrada na rede, o que indica o estado de conservação e
manutenção do sistema. Usualmente, a vazão de infiltração é quantificada na forma
de uma taxa de infiltração por comprimento de rede. A Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) em sua Norma Brasileira (NBR) 9649, cita a faixa de 0,05
a 1,0 L/s.km (RECESA, 2008).
A sobrecarga do volume, devido à infiltração de água, ocasiona problemas para a
população e operação no sistema, tais como:
Sobrecarga e diminuição das eficiências da operação das Estações de
Tratamento de Esgoto;
Aumento do custo do tratamento do esgoto;
Retorno dos efluentes para as casas;
Extravasamento de Estações Elevatórias de Esgoto;
Extravasamento dos Poços de Visitas.
II) Estações de Tratamento de esgoto
As estações de tratamento de esgoto são unidades operacionais responsáveis em
tratar o esgoto coletado com a retirada de patógenos e matéria orgânica para que
Ramal condominial ou de ligação
Coletor de esgoto
Ramal Jardim Ramal Fundo de Lote Ramal Passeio
Sistema Convencional Sistema Condominial
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possa ser lançado nos corpos receptores sem prejuízo para o meio ambiente e para
a saúde da população.
De acordo com Von Sperling (2014) a escolha do tratamento depende das
condições mínimas estabelecidas para a qualidade da água dos mananciais
receptores, função de sua utilização. Em qualquer projeto é fundamental o estudo
das características do esgoto a ser tratado e da qualidade do efluente que se deseja
lançar no corpo receptor. Os principais aspectos a serem estudados são vazão, pH
e temperatura, demanda bioquímica de oxigênio - DBO, demanda química de
oxigênio - DQO, toxicidade e teor de sólidos em suspensão ou sólidos suspensos
totais - SST.
Segundo Von Sperling (2014) ao definir um processo deve-se considerar sua
eficiência na remoção de DBO e coliformes, a disponibilidade de área para sua
instalação, os custos operacionais, especialmente energia elétrica, e a quantidade
de lodo gerado. Alguns processos exigem maior escala (maior população atendida)
para apresentarem custos per capita compatíveis.
Como relatado no Produto 05 - Diagnóstico dos Serviços de Esgotamento Sanitário
do Município de Camaçari-BA, nenhuma estação de tratamento atendeu em 100%
os parâmetros da Resolução Conama Nº 430 para o lançamento em corpos
receptores, sendo aconselhado a revisão da rotina de operação e dimensionamento
das estações de tratamento de esgoto para que estas se enquadram nos
parâmetros máximos estabelecidos. Uma alternativa parar facilitar o enquadramento
das estações de tratamento de esgoto de acordo com a Resolução Conama Nº 430
é a mudança da destinação do efluente tratado, ao invés de lançar em corpos
receptores, o efluente poderá ser direcionado para ser reutilizado na irrigação, que
de acordo com a Resolução Conama Nº 430, tem parâmetros menos restritivos
facilitando o atendimento aos parâmetros máximos permitidos, conforme será
apresentado no item a seguir:
III) Reuso de esgoto doméstico tratado
O aumento populacional urbano, aliado ao maior consumo de águas de
abastecimento, contribui para a geração de volumes de esgotos domésticos cada
vez maiores e, consequentemente, o aumento da preocupação em dispor
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adequadamente esse efluente, assegurando a preservação do meio ambiente e da
saúde pública. Nessa perspectiva, considerando a demanda hídrica exigida pela
produção agrícola, o reuso planejado de águas se mostra uma alternativa potencial
para suprimento de ambas as questões. Essa aplicação corrobora com o
preconizado por Postel e Vickers (2004), que alegam que elevar a prática de reuso
agrícola é crucial para o atendimento das necessidades alimentares das pessoas à
medida que o estresse hídrico vem aumentando em diferentes partes do globo.
Estudos desenvolvidos em diversos países indicam que a produtividade agrícola
aumenta com o uso do efluente tratado, devido a sua alta concentração de
nutrientes (BRAATZ, S.; KANDIAH, 1996; HESPANHOL, 2003). Além desse
benefício, a dependência das condições climáticas é diminuída permitindo o
aumento da área irrigada e, logo, maior produção agrícola.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1973), o reuso de água pode
ocorrer de modo indireto, através do lançamento do efluente no corpo receptor e
posterior captação à jusante, e de modo direto, por meio do uso planejado do esgoto
tratado para fins agrícolas, industriais, uso potável ou recarga de aquíferos. Sendo
assim, a proposta de prática a ser considerada para o município de Camaçari é a do
reuso direto planejado, onde o reuso é resultante de ação humana consciente e se
pressupõe a adoção de medidas de controle quanto à qualidade do efluente que
atendam aos padrões requeridos para seu novo uso.
A regulamentação e normatização das práticas de reuso surgem devido à
necessidade de adequar as técnicas já existentes, ou ainda prevendo sua ocorrência
em futuro próximo, de forma a resguardar a segurança ambiental e humana. No
Brasil ainda não existe nenhuma legislação referente ao reuso de esgotos
domésticos, e nenhuma menção foi feita no âmbito da Política Nacional de Recursos
Hídricos (Lei nº 9433 de 8 de janeiro de 1997), porém foi aprovada em março de
2006 pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) a Resolução n° 54 de
28/11/2005 que dispõe sobre as modalidades, diretrizes e critérios gerais para a
prática de reuso direto não potável de esgotos.
Importante ressaltar que alguns cuidados devem ser observados quanto à prática de
irrigação com esgoto tratado para garantir a segurança da tecnologia como, por
exemplo, a dosagem e o manuseio adequados do efluente usado na irrigação, o tipo
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de cultivo, os procedimentos empregados no cultivo e coleta e os impactos possíveis
no solo e lençol freático. Segundo o Prosab (2009), a prática necessita de
disciplinação para minimizar os riscos inerentes à tecnologia, porém sem impor
limites excessivamente restritivos que inviabilizem a implantação dos projetos. Ante
isso, é importante observar os diversos estudos desenvolvidos dentro dessa
temática no âmbito do Prosab (2009) a fim de nortear os procedimentos e fornecer
segurança à implantação da tecnologia.
Caso do Iberostar:
Uma experiência de sucesso na aplicação do reuso de esgoto tratado é encontrado
no complexo hoteleiro Iberostar, que possui uma ETE operada pela Embasa para
tratamento dos efluentes do complexo e de casas do entorno e, após o tratamento
do efluente é realizada a irrigação de cultivos agrícolas por gotejamento através de
um sistema automático. Pés de mangaba, caju, maracujá, coco, quiabo e abóbora
estão entre os víveres produzidos, conforme figuras a seguir.
Figura 7 - Produção agrícola irrigada com reuso de esgoto tratado.
Fonte: Embasa, 2015.
Outra possibilidade de reuso dos resíduos provenientes dos Serviços de
Esgotamento Sanitário é o uso de lodo de ETE ou bissólido na produção de
composto agrícola, na recuperação de terras e a aplicação em áreas de
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reflorestamento, devendo-se ficar atento à possibilidade de contaminação das águas
subterrâneas e/ou superficiais, Devido a possibilidade de presença de patógenos,
não se recomenda o uso do lodo não digerido no solo agrícola e, em qualquer dos
estágios, não deve ser empregado em cultura de vegetais ingeridos crus (JORDÃO,
2011).
Há ainda a possibilidade de incorporação do biossólido na produção de materiais
cerâmicos, como já realizado em países como Estados Unidos, Japão e África do
Sul. A Resolução CONAMA 357/2006 define critérios e parâmetros para uso do lodo
proveniente de ETE para fins agrícolas.
8.3.2. Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas Rurais
ou com Domicílios Dispersos
Para as demais localidades da zona rural do município, caracterizadas pela
existência de domicílios dispersos, se propõe a adoção de soluções individualizadas
convencionais, largamente empregadas, bem como de tecnologias de
ecossaneamento. Embora tenha sido proposta solução coletiva para algumas
localidades, ainda resta a alternativa de adotar soluções individualizadas de
tratamento de esgoto principalmente para as residências dispersas no município e
nas grandes extensões das fazendas.
IV) Fossa seca ou privada higiênica
Nas localidades onde não há disponibilidade de água em quantidade, e os domicílios
não dispõem de instalações sanitárias, propõe-se então, a destinação das fezes
para as fossas secas (Figura 8), que consistem basicamente numa escavação no
solo a 1,5m verticalmente do lençol freático, com geometria cilíndrica ou de seção
quadrada, na qual as fezes são depositadas. É construída uma casa para proteção e
abrigo do usuário e, normalmente, o buraco escavado é revestido por tijolo maciço.
Figura 8 - Esquema em corte de uma fossa seca.
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Fonte: FILHO e FEITOSA (2002) apud CISAM (2006).
O uso racional da fossa seca em função dos critérios e parâmetros preconizados
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) credencia esta unidade como a mais
indicada para regiões desprovidas de Esgotamento Sanitário, águas pluviais e déficit
hídrico, condições não exclusivas de população de baixa renda (JORDÃO e
PESSOA, 1995).
Segundo Jordão e Pessoa (1995), as unidades de fossa seca armazenam apenas o
excreta (fezes e urina), que uma vez lançado no buraco inicia um processo de
decomposição e transformação da matéria orgânica em sólidos estáveis, líquido e
gases. O material sólido com redução de volume fica retido na cova, os gases são
liberados para a atmosfera e o líquido infiltra pelas paredes da fossa. Assim, a
eficiência do processo está condicionada à porosidade das paredes da cova. O
material poderá ser removido periodicamente ou abandonado, após recobrimento,
com a construção de uma nova cova, constituindo solução segura e econômica.
Sendo uma solução individual, a fossa deve possuir dimensões compatíveis com o
número de usuários e com o período de tempo que se deseja até seu completo
enchimento, normalmente fixado em 4 anos. Em média, a produção de excreta per
capita corresponde a 1 L/hab.dia, porém no dimensionamento da cova deve-se levar
em consideração a redução do volume da matéria orgânica decorrente da
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estabilização. Neste caso, Jordão e Pessoa (1995), recomendam assumir a
produção de excreta per capita anual de 60 L/hab.ano.
Quanto à localização da fossa seca, esta deve ser feita em lugares livres de
enchentes e de fácil acesso aos usuários, deve estar distante de poços e fontes de
água no mínimo 15 metros, e deve ser feita no nível inferior a estas fontes de água
(FUNASA, 2006).
Para garantir o uso da fossa seca deve-se tomar alguns cuidados, como a limpeza
periódica e instalação de um tubo vertical pintado de preto desde a cova para
eliminar o mau cheiro. A presença de moscas, indicativo de falhas na limpeza, pode
ser solucionado com a instalação de uma tela no topo do tubo de ventilação
aprisionando as moscas. Quanto aos micro-organismos patogênicos, se o excreta
permaneceu no buraco por um período de pelo menos 1 ano, não se deverá
encontrar mais organismos patogênicos, salvo eventualmente ovos de Ascaris, se o
buraco for úmido (JORDÃO e PESSOA, 1995).
Deve-se lembrar que na maioria dos casos esta solução será implantada em locais
onde antes o hábito era defecar em terreno, sem maiores cuidados de asseio ou
limpeza, cabendo, portanto, um trabalho prévio de educação sanitária em relação ao
uso e manutenção da privada e conscientização dos moradores em relação aos
benefícios sanitários e de saúde pública (JORDÃO e PESSOA, 1995).
V) Fossas sépticas convencionais
Segundo a NBR 7229/1993, a fossa séptica (ou tanque séptico) trata de uma
unidade cilíndrica ou prismática retangular de fluxo horizontal, para tratamento de
esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão.
O funcionamento da fossa séptica consiste na retenção do esgoto por um período
previsto no dimensionamento (12 a 24 horas), simultaneamente ocorre a
sedimentação dos sólidos em suspensão formando uma substância semilíquida
denominada lodo. Parte dos sólidos não sedimentados, formados por óleos, graxas
e gorduras e outros materiais misturados com gases, emerge e é retida na superfície
livre do líquido no interior da fossa séptica, formando a escuma. O lodo, a gordura e
o esgoto são digeridos por bactérias anaeróbias provocando a destruição total ou
parcial de material volátil e organismos patogênicos, atingindo uma eficiência
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superior a 50% de redução de sólidos em suspensão e 30% de DBO (Jordão e
Pessoa, 1995).
Na concepção devem ser previstos dispositivos de entrada e saída desnivelados 5
centímetros, chicanas que permitem a retenção da escuma e o fluxo favorável do
líquido, e abertura para inspeção que permita a remoção da escuma e do lodo no
período de limpeza previsto no projeto, que varia de 1 a 5 anos, conforme preconiza
a NBR 7229/1993.
Figura 9 - Desenho esquemático de uma fossa séptica.
Fonte: Tigre, 2015.
A NBR 7229/1993 orienta que na implantação da unidade deve-se observar as
seguintes distâncias horizontais mínimas:
1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e
ramal predial de água;
3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de Esgotamento
Sanitário;
15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.
Esta tecnologia destaca-se pela sua simplicidade construtiva e operacional, baixo
custo, vasta aplicabilidade e evita a proliferação de insetos. Entretanto, o efluente é
escuro e com odor característico, periodicamente poderá apresentar grande
quantidade de sólidos devido à grande atividade bacteriana, e a tecnologia não
favorece a eliminação total das bactérias patogênicas.
Como alternativas de disposição final do efluente, poderá ser adotado poço
absorvente (sumidouro), ou vala de infiltração. O despejo em corpo hídrico não é a
solução mais indicada, porque não aproveita o potencial nutritivo do efluente, como
a quantidade de matéria orgânica e nutrientes disponível que pode auxiliar no
enriquecimento do solo para uso agrícola.
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VI) Fossas sépticas econômicas
Um exemplo de tecnologia social adequada para as localidades dispersas do
município são as fossas sépticas econômicas, que visa oferecer uma alternativa
barata, eficiente e de fácil instalação. Esta experiência bem-sucedida em
Pindamonhangaba (SP) foi adaptada para as condições locais e está mudando a
vida de várias comunidades de pequenos agricultores no município de Caratinga,
Minas Gerais.
Essa tecnologia foi instituída em 2001 com o Prêmio Fundação Banco do Brasil de
Tecnologia Social. Realizado a cada dois anos, o Prêmio reconhece e dissemina
iniciativas sociais que garantem melhores condições de vida para muitos brasileiros,
por meio da valorização da vida, da cidadania, da igualdade de direitos e do espírito
solidário, representando possibilidades reais de transformação social.
O processo de tratamento do esgoto nas fossas sépticas econômicas, assim como
acontece na fossa de alvenaria, fica a cargo de bactérias anaeróbias e aeróbicas,
mudando somente o material empregado: bombonas plásticas de 200 litros de
capacidade, além de tubos e conexões em PVC.
Para uma família de até cinco pessoas, são utilizadas três bombonas. Grupos
familiares maiores precisam adicionar uma bombona para cada duas pessoas a
mais. Interligada às demais por um sistema de tubos e sifões, a primeira bombona
recebe o esgoto que se sedimenta formando o lodo biológico. As bactérias, também
realizam digestão anaeróbia nas demais unidades, liberando um esgoto cada vez
mais clarificado, até chegar à tubulação de saída.
Figura 10 - Instalação das fossas sépticas econômicas.
Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá, 2015.
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As alternativas de disposição final propostas foram sumidouro ou vala de infiltração.
Em áreas onde o lençol freático é mais profundo, esse efluente final é direcionado
para um sumidouro. Nos outros locais, onde existe lençol freático mais superficial, é
utilizada uma vala de infiltração, que consiste em um tubo de PVC com vários furos,
instalado em uma vala preenchida com brita, para facilitar a infiltração do efluente no
solo, e por cima outra camada de brita e terra, essas áreas, em muitos casos são
consorciadas à produção de alimentos.
Figura 11 - Vala de infiltração para disposição do efluente da fossa séptica econômica.
Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá, 2015
VII) Tanque de evapotranspiração
Nas localidades onde não há acesso a tecnologias ou seu acesso é dispendioso, é
importante levar em consideração os princípios do saneamento ecológico
(ecossaneamento), uma vez que é mais fácil introduzir as soluções alternativas em
locais onde não há presença de tecnologias convencionais.
O ecossaneamento surgiu como uma alternativa para evitar as desvantagens dos
sistemas convencionais de Esgotamento Sanitário. O paradigma do
ecossaneamento é baseado nos caminhos naturais dos ecossistemas e no ciclo
fechado de materiais e energia, onde as excretas humanas (fezes e urina) bem
como as demais águas residuais domésticas, são reconhecidas como um recurso
que pode ser disponível para o reuso (LANGERGRABER e MUELLEGGER, 2005
apud RIOS, 2008).
Figura 12 - Ciclo dos nutrientes de acordo com o ecossaneamento.
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Fonte: ESREY, 2001 apud RIOS, 2008.
Segundo Esrey et.al. (2001) há três princípios básicos importantes de saneamento
ecológico: prevenção da poluição e doenças causadas por excrementos humanos;
tratamento de excrementos humanos como um recurso e não como um produto de
resíduos e recuperação e reciclagem dos nutrientes.
O tanque de evaporação ou canteiro bio-séptico é uma solução criada a partir do
conceito de ecossaneamento, com potencial para aplicação no tratamento domiciliar
de águas negras nas áreas rurais. Consiste em um tanque impermeabilizado,
preenchido com diferentes camadas de substrato e plantado com espécies vegetais
de crescimento rápido e alta demanda por água como bananeiras. O sistema recebe
o efluente dos vasos sanitários, que passa por processos naturais de degradação
microbiana da matéria orgânica, mineralização de nutrientes, absorção e
evapotranspiração pelas plantas (GALBIATI, 2009).
O sistema é composto por câmara de recepção instalada longitudinalmente ao fundo
do tanque podendo ser de manilhas de concreto perfuradas, tijolos dispostos na
horizontal para permitir a vazão nas laterais ou pneus usados, justapostos em pé
desde que mantidos alguns espaços entre eles, ao fundo do tanque, formando uma
espécie de túnel (Figura 13). Ao redor e acima da câmara de recepção é preenchido
por camadas de materiais com granulometria decrescente (pedras, cacos de tijolos,
telhas, brita, areia e terra). Um tubo de drenagem é colocado 10 cm abaixo da
superfície, para escoar o excesso de água, principalmente a de chuva.
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Figura 13 - Tanque de evapotranspiração.
Fonte: RAP, 2010 / ECOCENTRO IPEC, 2009 apud JESUS, 2011.
O efluente entra pela câmara de recepção, localizada na parte inferior do tanque,
permeando, em seguida, as camadas de material cerâmico e pedras. Na câmara de
recepção e na camada de material cerâmico, ocorre a digestão anaeróbia do
efluente. A camada de material cerâmico-poroso é naturalmente colonizada por
bactérias que complementam a digestão. Com o aumento do volume de esgoto no
tanque, o conteúdo preenche também as camadas superiores, de brita e areia, até
atingir a camada de solo acima, através da qual se move por ascensão capilar até a
superfície, de onde evapora. Durante esse trajeto, o efluente é mineralizado e
filtrado, através de processos aeróbios de decomposição microbiana. As raízes das
plantas localizadas nas camadas superiores se desenvolvem em busca de água e
dos nutrientes disponibilizados pela decomposição da matéria orgânica. Através da
evapotranspiração, a água é eliminada do sistema, enquanto que os nutrientes
presentes são removidos através da sua incorporação à biomassa das plantas
(Mandai, 2006; Pamplona & Venturi, 2004).
A manutenção do sistema consiste na colheita de frutos, retirada do excesso de
mudas, podas e retirada de partes secas de plantas. Vale destacar que a escolha do
local de instalação deve levar em conta o tipo de solo, profundidade do lençol
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freático e a incidência solar direta, o dimensionamento comumente utilizado é de 10
m² de área (2 m x 5 m) para uma família de 5 pessoas (2 m² por pessoa, no mínimo,
dependendo do clima da região).
VIII) Círculo de bananeiras
É usado para tratar as águas usadas da casa (pias, tanques e chuveiros), as
chamadas águas cinzas. Ele também beneficia a produção de bananas em escala
humana. Esta tecnologia também é indicada para as localidades da zona rural que
predomina população dispersa que deve ser utilizada juntamente com outra solução
individualizada destinada ao tratamento de águas negras (Figura 14).
Figura 14 - Círculo de bananeiras.
Fonte: EcoSustentável, 2015 / Cereus, 2015.
Essa técnica originou-se da observação dos efeitos dos fortes ventos sobre a cultura
dos cocos. Numa clareira os coqueiros caídos davam origem a círculos de coqueiros
que nasciam e se desenvolviam e produziam melhor do que quando sós. Observou-
se que no centro do círculo se depositavam folhas, ramos, frutos, etc, que retinham a
umidade e concentravam nutrientes, beneficiando a cultura dos coqueiros. Dessa
observação, passou-se em seguida às experiências com outras culturas, como a da
banana (CB, 2006).
No caso das bananeiras percebeu-se que elas, como outras plantas de folhas largas
como o mamoeiro, evaporavam grandes quantidades de água e estabeleceu-se
assim uma relação com as águas cinzas das residências.
Portanto, o círculo de bananeiras é um sistema composto basicamente em uma
câmara de 2,0 metros de diâmetro com até 1,0 m de profundidade preenchida com
brita, galhos, gravetos, palha.
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Após a perfuração do buraco realiza-se o preenchimento, sem impermeabilizar, para
criar um ambiente adequado para o recebimento da água cinza e para beneficiar os
micro-organismos. Primeiro coloca-se pequenos troncos de madeira grossos no
fundo, em seguida galhos médios e finos de árvores e por último a palha (aparas de
capim, folhas, etc.) formando um monte com quase 1,0 metro de altura acima da
borda do buraco. A madeira deve ser colocada de forma desarrumada, para que se
criem espaços para a água. A palha em cima serve para impedir a entrada da luz e
da água da chuva, que escorrerá para os lados não inundando o buraco e não se
contaminando com a água cinza. A água cinza deve ser conduzida por um tubo até
o buraco e com um joelho na ponta para evitar o entupimento (Figura 15).
Figura 15 - Esquema do círculo de bananeiras (corte e vista).
Fonte: SILVA, 2015 / CB, 2006.
Ao redor do círculo, planta-se as bananeiras, mas também é indicado o plantio de
outras plantas de folha larga como a taioba, o mamoeiro ou plantas rasteiras para
cobrir todo o espaço. Recomenda-se que a cada 3 anos (ou mais) todo o material
depositado no buraco pode ser retirado (quando os troncos se dissolverem) e usar
como adubo orgânico na horta. E repor novo material como no início da implantação
do círculo.
IX) Banheiro seco
O banheiro seco ou compostável é outra tecnologia sugerida para os domicílios do
município, sejam eles localizados na zona rural ou urbana, que transforma dejetos
humanos em adubo orgânico para agricultura, sem utilizar ou desperdiçar água na
descarga, evitando ainda a contaminação do solo. Semelhante esteticamente com o
banheiro comum, mas diferente no seu mecanismo de funcionamento, no banheiro
seco, utiliza-se serragem para dar descarga, facilitando assim a compostagem e
evitando o mal cheiro.
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Os sanitários secos são construídos em dois pavimentos e, sendo assim, o relevo
acidentado exclui a necessidade de uma escada de acesso à cabine. O modelo de
alvenaria ou madeira tem se mostrado uma tecnologia de baixo custo para lidar com
os problemas de Esgotamento Sanitário. A Figura 16 apresenta o esquema de
funcionamento do sanitário seco de alvenaria, com a cabine de uso, a câmara de
compostagem, o sistema de ventilação e as dimensões de construção.
Figura 16 - Corte lateral de um banheiro seco mostrando o seu funcionamento.
Fonte: TEIXEIRA e MOTA, 2008.
A estrutura do banheiro deve seguir a especificações técnicas, já utilizadas em
experiências bem-sucedidas, e devem conter os seguintes elementos:
Duas câmaras para receber os dejetos, que devem ser pintadas de preto e
posicionadas para o Norte, no caso das cidades localizadas no hemisfério
sul, sendo esta a direção que recebe mais calor do sol e, portanto, acelera o
processo de decomposição, tornando-o mais eficiente. O calor também evita
a reprodução de patógenos e a formação de odores dentro do banheiro.
Dutos de saída de ar das câmaras que funcionam como exaustores, também
pintados de preto;
Um minhocário ou composteira para que os dejetos decompostos sejam
encaminhados para um segundo processo de decomposição, junto a outros
materiais, e assim certifica-se que esse adubo esteja realmente livre de
qualquer agente de contaminação e com propriedades mais favoráveis para
uso agrícola.
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As câmaras devem ser utilizadas em revezamento tendo o banheiro dois acentos.
Enquanto uma câmara está em uso, a outra, após seu enchimento, fica fechada
passando pelo processo de decomposição.
A alta temperatura é uma das maneiras de eliminar os patógenos humanos, sendo
assim, a temperatura dentro da câmara de compostagem do sanitário deve
permanecer acima da temperatura do corpo humano, 37 graus Celsius. No processo
de compostagem, se a temperatura atinge 50 graus Celsius, é possível matar os
patógenos em 1 dia; 46 °C em uma semana e 43 °C em um mês (LEGAN, 2007
p.62).
Para concluir, vale ressaltar que o banheiro seco dispõe de vários modelos e
tamanhos, podendo ser comprados ou mesmo construídos pelo próprio usuário. São
aplicáveis em vários tipos de clima, relevo e para diferentes necessidades de uso.
Esta solução ainda pode sofrer adaptações utilizando-se da proposta contida no
ecossaneamento que é a segregação dessas correntes de águas residuárias
domésticas com o objetivo de promover a recuperação completa de todos os
nutrientes presentes nas fezes, urina e águas cinza.
Diante disso, a prática da reciclagem de águas amarelas (urina) para a agricultura
mostra-se bastante vantajosa, já que a maior parte dos nutrientes que são
essenciais (N, P, K) são encontrados na urina humana, além conter poucos
microrganismos patogênicos, sendo de fácil manuseio (SIDA, 1995 apud
ZANCHETA, 2007).
Segundo Haq e Cambridge (2012), os sistemas de Esgotamento Sanitário
convencionais privam a agricultura dos benefícios das excretas humanas,
principalmente a urina, para produção de alimentos, já que possui grande potencial
de melhorar a fertilidade do solo, refletindo na elevação da qualidade das culturas,
promovendo a qualidade ambiental, atendendo às necessidades de subsistência
humana e consequentemente gerando benefícios econômicos.
A separação de urina e posterior utilização em cultivos agrícolas demandam
infraestruturas diferentes das tecnologias convencionais e não se trata de uma
pratica difundida no país. Neste contexto, propõe-se para estas populações
primeiramente um trabalho continuo de educação sanitária e ambiental explanando
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os benefícios da adoção das práticas contidas no Ecossaneamento, para melhoria
da saúde pública, principalmente de crianças que é a faixa etária mais vulnerável às
doenças relacionadas a falta de saneamento.
Em relação à urina, caso a solução adotada seja fossa seca, pode-se incluir nessa
estrutura, uma bacia sanitária à seco, que tenha por objetivo destinar a urina a um
recipiente, como por exemplo bombonas de 20 L, que posteriormente deve ser
transferida para recipientes maiores (Figura 17), onde deverá ficar estocada
segundo recomendações da literatura durante o período de 1 mês, com objetivo de
garantir que está esteja isenta de organismos patogênicos, para posterior aplicação
em culturas agrícolas de subsistência.
Figura 17 - Bombonas de armazenamento temporário (esquerda) e de estocagem (direita) em sanitário com separação de urina implantadas em países da África.
Fonte: ECOSAN, 2006.
Analogamente, caso a solução adotada seja o banheiro seco, também pode optar
em incluir bacia sanitária segregadora de urina. A Figura 18 apresenta ainda o
sistema de coleta de água de chuva e armazenamento em uma bombona, que pode
ser aproveitada para lavar as mãos.
Figura 18 - Banheiro seco com bacia sanitária segregadora de urina.
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Fonte: LAMB, 2013.
8.4. Alternativas Técnicas de Drenagem e Manejo de Àguas Pluviais Urbanas
8.4.1. Alternativas Técnicas para Atendimento da Demanda na Área Urbana
As alternativas técnicas para o atendimento da demanda dos serviços de drenagem
urbana e manejo de águas pluviais na área urbana quase sempre estão
relacionadas com medidas que serão tomadas no sentido de amenizar o impacto
sobre o sistema de drenagem, denominadas medidas estruturais e não estruturais.
Segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB (2014), existem
medidas estruturais e medidas estruturantes, essas medidas repercutem sobretudo
no planejamento das ações futuras.
As primeiras correspondem as intervenções físicas para a adequação das
infraestruturas físicas da drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Por outro
lado, por medidas estruturantes são entendidas aquelas que fornecem suporte
político e gerencial para a sustentabilidade da prestação dos serviços. Encontram-se
tanto na esfera do aperfeiçoamento da gestão, em todas as suas dimensões, quanto
na da melhoria cotidiana e rotineira da infraestrutura física (PLANSAB, 2014).
8.4.1.1. Medidas Estruturais
A seguir são apresentadas algumas medidas estruturais existentes para o manejo de
águas pluviais, sugerida por alguns autores: bacias de retenção, detenção e
amortecimento, implantação do sistema de drenagem, otimização dos rios urbanos
de drenagem (ampliação e ou modificação), implantação de parques lineares,
reflorestamento e demolição das construções das margens corpos d’águas,
repermeabilização e permebilização artificial do solo.
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Bacias amortecimento
Segundo Matias (2006), bacias de amortecimento tem objetivo de reduzir o pico de
escoamento para um valor compatível ao meio receptor, evitando perturbações à
jusante, como inundações, degradação de terrenos e habitações. Contribui ainda
para controle da erosão, para a estética da paisagem, recarga de aquíferos, entre
outras aplicações. As bacias de amortecimento, bem como outras áreas interesse
para a drenagem urbana e manejo de águas pluviais estão presentes no Apendice D
do Produto 8 - Estudo de Cenários dos Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de
Águas Pluviais.
Esse enfoque é mais indicado a áreas urbanas ainda em desenvolvimento, podendo ser utilizado também em áreas de urbanização mais consolidadas desde que existam locais (superficiais ou subterrâneas) adequados para a implantação dos citados armazenamentos. Este conceito não dispensa, contudo, a suplementação por sistemas de micro e macrodrenagem (FCTH, 1999).
Segundo o Plano Diretor de Drenagem de Curitiba (2002) as bacias de detenção
podem ser implantadas on-line (quando a bacia é implantada ao longo dos canais)
ou off-line (quando é implantada ao lado do canal), conforme Figura 19.
Figura 19 - Detenção on-line e off-line.
Fonte: Plano Diretor de Drenagem de Curitiba, 2002.
Em Camaçari, embora existam bacias amortecimento, apenas a localizada na
cabeceira do Rio Camaçari sofreu intervenções para amortecer as cheias, as demais
não são planejadas ou foi reservada oficialmente para desempenhar a função. Outra
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alternativa é a utilização de áreas para amortecimento temporário de cheias como:
como quadras, campos de futebol e praças.
Implantação da infraestrutura de microdrenagem
O sistema de drenagem urbana é a infraestrutura com a função de coleta e
transporte das águas superficiais para os rios urbanos, é composta basicamente
pelas vias, sarjetas, poços de visita e caixas coletoras de águas pluviais. A
implantação da infraestrutura de microdrenagem são fundamentais nas áreas de
fundo de vale que são mais propícias a acumulação da água.
Em Camaçari a infraestrutura de microdrenagem atinge boa parte da zona
urbanizada, sendo o Distrito Sede com maior cobertura, em Monte Gordo e Abrantes
o sistema é menos abrangente. Cabe salientar que a avaliação da abrangência da
infraestrutura de microdrenagem se limitou a identificar os logradouros com pelo
menos uma caixa coletora, sendo que é preciso uma análise mais aprofundada para
saber se há realmente a necessidade de implantação de um sistema de
microdrenagem em determinado logradouro.
Aspectos como a presença de áreas verdes, nível de impermeabilização devem ser
considerados para a análise da implantação da infraestrutura de microdrenagem,
visto que são decisivos para a diminuição do escoamento superficial das águas
pluviais.
No Município de Camaçari foram identificadas muitas vias nas áreas urbanizadas
pavimentadas com terra batida, e algumas destas com a implantação das caixas
coletoras de águas pluviais, o que torna muito baixa a eficiência desses dispositivos,
devido ao entupimento causado pelo carreamento do solo para as caixas coletora.
Otimização dos canais urbanos de drenagem (córregos, riachos e rios)
De acordo com as Diretrizes Básicas para Projeto de Drenagem Urbana no
Município de São Paulo (1999) elaborado pela Fundação Centro Tecnológica de
Hidráulica (FCTH) a adoção de canais abertos em detrimento de canais fechados
traz vantagens para um bom funcionamento do sistema:
a) Possibilidade de veiculação de vazões superiores à de projeto mesmo
com prejuízo da borda livre;
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b) Facilidade de manutenção e limpeza;
c) Possibilidade de adoção de seção transversal de configuração mista com
maior economia de investimentos;
d) Possibilidade de integração paisagística com valorização das áreas
ribeirinhas, quando há espaço disponível;
e) Maior facilidade para ampliações futuras caso seja necessário.
Segundo as Diretrizes Básicas para Projeto de Drenagem Urbana no Município de
São Paulo (1999) na zona urbana a melhor opção é um canal seção trapezoidal
simplesmente escavado com talude gramados, devido sua simplicidade de execução
e manutenção, assim como pelo menor custo de implantação.
Porém, para a adoção de canais abertos existem padrões construtivos e ou
conceituais que devem ser levados em consideração a fim de melhorar o
escoamento das águas pluviais, e podem ser divididos basicamente de acordo com
a seção do canal e tipo de revestimento dos taludes.
De acordo com as Diretrizes Básicas para Projeto de Drenagem Urbana no
Município de São Paulo (1999) a seção do canal e o revestimento dos taludes estão
relacionados a algumas variáveis como: o espaço disponível para implantação, as
características do solo de apoio, a declividade e condições de operação.
Seção do canal:
Segundo as Diretrizes Básicas para Projeto de Drenagem Urbana no Município de
São Paulo (1999) os canais urbanos geralmente são concebidos apenas para
veiculação de vazões de cheias, o que leva ao assoreamento e deposição de
detritos para condições de operação de vazões de média intensidade, conhecidas
também como vazões normativas ou modeladoras. A vazão de medias intensidade
são mais frequentes aumentando as probabilidades do acúmulo de detritos no leito
do canal o que dificulta a passagem da água, sendo a adoção de seção composta a
solução para tais problemas.
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Figura 20 - Exemplo de seção composta para os canais revestidos com vegetação.
Fonte: Adaptado FCHT, 1999.
Figura 21 - Exemplo de seção composta para os canais revestidos de concreto ou muro de
gabião a) trapezoidal e b) retangular.
Fonte: Adaptado FCHT, 1999.
Revestimento do canal:
Segundo as Diretrizes Básicas para Projeto de Drenagem Urbana no Município de
São Paulo (1999), a vegetação, o concreto e muro de gabião são os revestimentos
de canais de drenagem muito empregados, tem a função de reforçar estruturalmente
os taludes:
a) Vegetação: permite a infiltração das águas, reduz a velocidade de
escoamento, exige maiores espaço e inclinação mais reduzidos para sua
implantação, não aplicado a seções retangulares e menor custo de
implantação;
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b) Muro de gabião: permite a infiltração das águas, reduz a velocidade de
escoamento, geralmente é uma opção para locais com altas vazões de pico,
onde o revestimento com vegetação não suportaria.
c) Concreto: não permite a infiltração da água, custos relativamente altos e é
indicado para locais com limitação de espaço.
Como pode ser visto a adoção de canais com secções trapezoidais simplesmente
escavado com talude gramados, apesar de ser a melhor opção para a zona urbana,
apresenta algumas limitações de implantação. Caso não seja possível a implantação
de canais revestidos com vegetação, a segunda opção são canais com muro de
gabião, sendo o revestimento por concreto com seções retangulares a última opção
de tipo canal.
Para os canais localizados na zona rural ou em locais com pouca ação antrópica, o
indicado é a apenas a preservação destes com a proteção das matas ciliares, e das
nascentes.
Parques lineares
Um parque linear é um conjunto de medidas inserido na drenagem sustentável com
o objetivo escoar a água e com a preocupação de integrar a drenagem urbana com
os aspectos socioculturais.
Os parques lineares se constituem de áreas lineares destinadas tanto à
conservação como à preservação dos recursos naturais, tendo como
principal característica a capacidade de interligar fragmentos de vegetação e
outros elementos encontrados em uma paisagem, assim como os
corredores ecológicos. Porém, neste tipo de parque têm-se a agregação de
funções de uso humano, expressas principalmente por atividades de lazer,
cultura e rotas de locomoção não motorizada, como ciclovias e caminhos de
pedestres. No que se refere ao manejo de águas pluviais, o parque linear
tem como um de seus princípios fundamentais aumentar a área de várzea
dos rios, permitindo assim, o aumento das zonas de inundação e a vazão
mais lenta da água durante as cheias dos rios. Além disso, ajudam a evitar a
ocupação humana irregular em áreas de proteção ambiental (FCTH, 2000).
A seguir são apresentados os principais constituintes para a construção de um
parque linear:
Áreas para lazer, esporte e locomoção: brinquedos infantis, ciclovia,
equipamento de ginástica, mesa de jogos, pavimentação da via, pista de
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caminhada, pontes de acesso, prédio de serviço, quadras poliesportivas;
sanitários públicos, etc.
Iluminação pública;
Arborização paisagística (áreas verdes);
Bacia amortecimento;
Canaletas para drenagem;
Dissipadores de energia para altas declividades;
Microdrenagem;
Passeios drenantes;
Revitalização dos afluentes;
Valas gramadas.
Figura 22 - Parques lineares - exemplo 01.
Fonte: Malucelli, 2016.
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Figura 23 - Parques lineares - exemplo 02.
Fonte: Revista Época, 2016.
Reflorestamento das margens de corpos d’água, priorizando espécies
nativas.
A existência da vegetação nas margens dos corpos d’água tem uma função
importantíssima na conservação dos ecossistemas, na recarga do lençol freático, na
prevenção de carreamento de solo, na melhoria da qualidade da água, além de
funcionar como uma barreira natural de proteção contra resíduos sólidos.
Dentre as vantagens de se utilizar espécies nativas, podemos citar: a contribuição
para a conservação da biodiversidade regional, protegendo, ou expandindo as
fontes naturais de diversidade genética da flora em questão e da fauna a ela
associada, podendo também representar importantes vantagens técnicas e
econômicas devido à facilidade de aclimatação e perpetuação das espécies
(OLIVEIRA, 1994).
Retirada das edificações nas margens de corpos d’agua
A ocupação das margens dos corpos d’agua tem forte impacto no escoamento das
aguas pluviais, quer seja pela redução das seções dos canais ou pelo carreamento
do solo para seus leitos, além disso acarreta no aumento de incidência do risco de
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inundações, em problemas relacionados à saúde pública e a contaminação do meio
ambiente.
As edificações são construídas em épocas de estiagem quando o leito do rio está
menor, em épocas de chuvas intensas o rio aumenta o volume ocorrendo o
espraiamento das margens atingindo as edificações, conforme Figura 24.
Figura 24 - Leito de cheia, leito menor e leito de estiagem de um rio.
Fonte: Google imagens, 2016.
A ocupação de áreas próximas a rios é proibida pela Lei Nº 12.651 de 25 de maio de
2012 (Novo Código Florestal), porém a pouca fiscalização, da conscientização e de
um plano habitacional faz com que a população ocupe essas áreas. A fiscalização
das construções próximos às margens atualmente são realizadas pela Secretaria de
Desenvolvimento Urbano (Sedur) do município de Camaçari por meio da
Coordenação de Fiscalização - COF, sendo imprescindível o aumento da
capacidade dessa coordenação com a contratação de mão de obra e aquisição de
equipamentos e veículos.
Atualmente, o Município de Camaçari passa por um processo de desapropriação das
edificações no Projeto de Reurbanização do Rio Camaçari. De acordo com técnicos
da Seinfra e Defesa Civil, o morador tem (02) duas opções: se muda para uma
habitação fornecida pela prefeitura, ou é indenizado. O problema é que muitos
moradores que preferem ser indenizados não estão de acordo com o valor oferecido
pela prefeitura, assim permanecem no local correndo o risco de enfrentar uma
possível inundação e atrasando o processo de revitalização do rio.
Repermeabilização e permebilização artificial do solo
A repermeabilização e permebilização artificial do solo é uma excelente ferramenta
para amortecimento de cheias, pois aumenta o volume de água que infiltra no solo e
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diminui o escoamento superficial e a demanda da infraestrutura de drenagem, além
contribuir para a recarga do lençol freático.
A repermeabilização e permebilização do solo pode ser implementada de diversas
formas como a utilização de pavimento poroso ou intertravados vazados em
estacionamentos de supermercados, prédios públicos e passeios, bem como na
manutenção, recuperação e ampliação das áreas verdes.
Figura 25 - Exemplo de pavimento drenante.
Fonte: Acadêmica em Arquitetura e Urbanismo, 2016.
8.4.1.2. Medidas Estruturantes
As medidas estruturantes são ações que envolvem aspectos comportamentais e de
planejamento como: aproveitamento de áreas para amortecimento de cheias,
atenção especial às populações residentes em encostas e áreas baixas, controle de
desmatamento e reserva das áreas das margens de rios e lagos, legislação, controle
do uso e ocupação do solo, educação ambiental, Programa de Ação Emergencial
(PAE), planejamento da manutenção e inspeção do sistema de drenagem e
utilização de água da chuva.
Aproveitamento de áreas para amortecimento de cheias
Algumas áreas como, campos e quadras de futebol, e parques podem ser utilizadas
com bacias de amortecimento de cheias, essas áreas quando inundadas não
representa nenhum prejuízo financeiro para a população, desta forma essas áreas
podem ser planejadas a fim de trabalhar como bacias de amortecimento. A seguir é
apresentado alguns exemplos de áreas aproveitadas para amortecer cheias.
Figura 26 - Campo de futebol utilizado no período de chuva para amortecimento da cheia.
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Fonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente, 2006.
O Município de Camaçari não tem nenhuma não tem áreas lazer com função de
bacia de amortecimento. Essa é uma alternativa muito pertinente em áreas
adensadas visto que não há espaço para construção de bacias de amortecimento
convencionais, todas as quadras e campo de futebol e praças deveriam ser
estudados para esse fim.
A partir de imagens de satélite foram delimitados as quadras, campos de futebol,
praças, além dos locais que podem funcionar como bacias de amortecimento em
toda a área urbana dos Distritos Sede, Abrantes e Monte Gordo do Município de
Camaçari-BA, conforme Figura 27, Figura 28 e Figura 29.
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Figura 27 - Bacias de amortecimento e áreas de lazer com potencial de amortecimento de cheias - Distrito Sede.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2015.
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Figura 28 - Bacias de amortecimento e áreas de lazer com potencial de amortecimento de cheias - Distrito de Abrantes (orla).
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2015.
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Figura 29 - Bacias de amortecimento e áreas de lazer com potencial de amortecimento de cheias - Distrito de Monte Gordo (orla).
, Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2015.
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Não foi encontrado nenhuma especificação ou diretriz com relação à profundidade
praticada para áreas de lazer utilizadas como bacias de amortecimento, assim foi
adotado o valor de 1 (um) metro (esse valor irá variar de acordo com o projetista).
Assim, a partir da delimitação das poligonais ocupadas pelas quadras esportivas,
campo de futebol e praças foi calculado capacidade de armazenamento dessas
áreas, conforme Tabela 14.
Tabela 14 - Relação dos volumes estimados utilização de áreas de lazer para amortecimento temporário de cheias.
Tipo de Ocupação Área superficial
(Km²) Profundidade
(m) Volume de armazenamento
temporário (m³)
Quadras esportivas 0,048 1,00 48.000
Campo de Futebol 0,262 1,00 262.000
Praças 0,207 1,00 207.000
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2015.
Controle de desmatamento e reserva das áreas das margens de rios e
lagos
O controle de desmatamento e reserva de áreas verdes nas margens de corpos
d’agua tem uma importância fundamental para um bom funcionamento do sistema
de drenagem, uma vez que, fixa o solo impedindo o carreado para o leito dos rios, e
dificulta a ocupação nas margens.
Embora no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano no inciso VI do Artigo 24
apareça a preocupação em proteger, conservar e recuperar os mananciais e suas
margens, nenhuma ação foi identificada no sentido de proteger essas áreas no
Município de Camaçari.
Legislação
O Município de Camaçari é contemplado com legislação que disciplina indiretamente
sobre a drenagem urbana e manejo de águas pluviais como o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano (PDDU) e Código Urbanístico e Ambiental, porém é
preciso a melhoria e fortalecimento destas e a sua integração com a fiscalização e
com a liberação de alvarás de construção.
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Para nortear a implantação da infraestrutura de drenagem urbana e a rotina de
manutenção é imprescindível a elaboração de um Plano Diretor de Drenagem
Urbana (PDDRU) com o objetivo de criar os mecanismos de gestão da infraestrutura
urbana, relacionados com o escoamento das águas pluviais, dos rios e arroios em
áreas urbanas. Este planejamento visa evitar perdas econômicas, melhorar as
condições de saneamento e qualidade do meio ambiente da cidade, dentro de
princípios econômicos, sociais e ambientais
Controle do uso e ocupação do solo
O controle do uso e ocupação do solo tem por principais finalidades organizar o
território, otimizar os deslocamentos e melhorar a mobilidade urbana e rural, eliminar
possibilidades de desastres ambientais, preservar o meio-ambiente e melhorar a
qualidade de vida rural e urbana.
As diretrizes do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do município de
Camaçari contemplam a melhoria do drenagem urbana e manejo de aguas pluviais
com ações voltadas para a conservação dos mancipais, criação de parques
municipais, recuperação das planícies de inundação fluvial, recuperação das
vertentes dos morros, implementação de áreas verdes, dentre outras.
Porém, a infraestrutura de fiscalização do uso e ocupação do solo é muito limitada,
sendo necessário o aumento do quadro de funcionários e equipamentos para que a
fiscalização atenda todo o município e coíba o uso e ocupação indevido do solo.
Com relação ao zoneamento percebe-se que a Zona de Importância Ambiental e
Interesse Paisagística (ZIAP) e a Zona de Proteção e Interesse Paisagístico (ZPIP)
apenas enquadram áreas verdes e dunas. Todas as Áreas de Proteção Permanente
(APP) como as matas ciliares e topo de morro, devem ser incluídas nessas zonas a
fim de melhorar o planejamento das ações relacionadas como o uso e ocupação do
solo.
Educação ambiental
Apenas investimentos na operação, manutenção e implantação de infraestrutura da
drenagem urbana e manejo de pluviais não viabiliza o atendimento as metas
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estabelecidas e melhoria do sistema, o engajamento da população é fundamental
para que as ações têm a eficiência desejada.
Deverão ocorrer, também, investimentos em projetos de Educação Ambiental para
promover a sensibilização de mudanças de hábitos da população no que se refere
ao lançamento de resíduos em vias urbanas e cursos d´água, recuperação de matas
ciliares, a construção em áreas de risco, conservação dos equipamentos de
drenagem, dentre outros. Estas ações devem ocorrer em paralelo e ter continuidade
até que estejam consolidadas junto à comunidade e aos gestores.
Programa de Ação de Emergência
A resposta às emergências relacionadas ao sistema de drenagem urbana como
inundações e deslizamentos exige a antecipação e treinamento apropriado para a
ação ser ágil e eficaz, sendo o Plano de Ações de Emergência (PAE) a ferramenta
que organiza a execução das medidas, conforme apresentado na Figura 30.
A elaboração de um PAE deve considerar os sistemas de previsão e alerta como
forma de antecipar os impactos, um mapeamento prévio destes impactos e o
dimensionamento dos recursos necessários para eliminar as perdas fatais e
minimizar os danos materiais.
O PAE deve indicar ainda com precisão e confiabilidade a cadeia de comunicação e
decisão a ser seguida quando do estabelecimento de uma emergência, e a forma
como está comunicação deverá ser feita, levando-se em conta os diversos órgãos
intervenientes nestes processos, como a Defesa Civil, as agências reguladoras,
hospitais e etc. (MARTINS, 2012).
O Plano de Ação de Emergência (PAE) determina as ações de resposta do
empreendedor e/ou autoridades públicas durante emergências, tais como:
vazamentos, explosões, incêndios, desastres naturais como terremotos,
tempestades, inundações, furacões, dentre outros (YOGUI & MACEDO,2012). O
Plano de Ações de Emergência é dividido estrategicamente em 03 (três) módulos: o
Módulo Hidrológico, Módulo Geotécnico e o Módulo Logístico, um Mapa de Impacto
e um Sistema de Suporte a Decisão (SSD), conforme Figura 30 .
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Módulo Hidrológico: esse módulo é bem importante para um bom
procedimento de antecipação dos eventos e dos impactos utilizando-se do
monitoramento de chuvas.
Módulo Geotécnico: tem a função de avaliar os potenciais de
escorregamento e deslizamento do terreno.
Módulo Logístico: está relacionado a quantificação dos recursos
necessários e organização da resposta ás emergências, planos de resgate e
remoção e a distribuição das ações para os encarregados da gestão da
emergência propriamente dita, além de toda a infraestrutura, máquinas e
equipamentos necessários para as ações de emergência.
Mapa de Impactos: documento que contem, geralmente especializados, os
endereções e espacialização dos tipos de impacto (alagamento, deslizamento e
inundação).
Sistema de Suporte a Decisão (SSD): é um sistema responsável por gerar
relatórios contendo análises de informações passadas e atuais visando auxiliar
no monitoramento de processo e tomada de decisão.
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Figura 30 - Fluxograma esquemático do Plano de Ações de Emergências.
Fonte: Adaptado Martins, 2012.
Planejamento da manutenção e inspeção do sistema de drenagem
O planejamento da manutenção dos Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de
Águas Pluviais são fundamentais para minimizam os efeitos negativos das chuvas
sobre as ações de manutenção.
Segundo o Manual de Drenagem e Manejo de Aguas Pluviais da cidade de São
Paulo (1999) o ideal é fazer uma programação para a manutenção em um período
anterior ao chuvoso, visto que, ao iniciar o período de maior intensidade de chuva há
maior dificuldade de acesso ao sistema de drenagem, além disso, se o sistema
estiver obstruído ou com capacidade reduzida ocorrerá alagamento ou inundação, e
as ações de manutenção não evitará totalmente os transtornos causados pela má
gestão do manejo das águas pluviais.
No Município de Camaçari, conforme abordado no Produto 06 - Diagnóstico dos
Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de Aguas Pluviais, as ações manutenção
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do sistema deverá ser realizadas nos meses de outubro, novembro, dezembro e
janeiro.
Captação de água da chuva
A captação da água de chuva diminui o impacto sobre o sistema de drenagem, uma
vez que diminui o escoamento superficial, a água armazenada pode ser liberada aos
poucos, funcionando como um reservatório de amortecimento, ou pode ser utilizada
para o consumo.
Porém, o consumo da água captada deve seguir alguns procedimentos a fim de
reduzir os impactos das principais fontes de contaminação como pássaros,
pequenos animais e sujeiras oriundas dos telhados, podendo ser minimizados por
medidas simples, segundo as especificações da OMS:
As calhas devem ser limpas regularmente, galhos de árvores pendentes
devem ser diminuídos ao máximo porque podem ser uma fonte de poluição e
facilitar o acesso à área de captação para pássaros e pequenos animais;
Os canos de entrada das cisternas devem contemplar coadores/filtros de lixo
de folhas.
Recomenda-se instalar nas cisternas suportes “desviadores” para eliminar o
primeiro fluxo, que não deixam entrar no tanque de armazenamento da água
potável, a água da chuva inicial que lava o telhado (20–25 litros), que deve
ser destinada para usos menos nobres, a exemplo da irrigação de pequenas
hortas. Na ausência desses suportes recomenda-se usar bicas separáveis,
que podem fazer o mesmo efeito (WHO, 2003).
Uso de bomba manual em substituição de balde a fim de evitar o contato do
balde e da corda, muitas vezes sujos, com a água da cisterna.
Os prédios públicos deveriam adotar a captação da água de chuva e estimular essa
prática nas residências e prédios particulares existentes, e tornar obrigatório a
captação e reservação da água de chuva em todas as novas construções que
venham a impermeabilizar os solos do município.
A captação da água de chuva é uma das medidas que podem ser adotadas pelos
munícipes de Camaçari enquadradas como iniciativas sustentáveis que contribuem
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com a redução no valor do Imposto Territorial Urbano (IPTU). A iniciativa
denominada IPTU verde tem como objetivo incentivar as práticas sustentáveis nas
residências e empresas com descontos que podem chegar a 20% de desconto no
valor do imposto.
8.5. Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas
Rurais
Na zona rural o maior desafio do manejo das águas pluviais está relacionado com o
planejamento da ocupação do território como uma estratégia fundamental para a
não repetição de problemas já conhecidos, com a convergência de políticas
públicas, a fim de melhorar as condições de saneamento e saúde dessa população.
A drenagem na zona rural tem a importância de viabilizar a mobilidade da
população, que precisa de estradas vicinais que funcionem adequadamente durante
todo o ano, e mesmo em épocas de chuva seja possível o acesso da população aos
serviços que geralmente, necessita de grandes deslocamentos.
Com base no Apendice D do Produto 8 - Estudo de Cenários dos Serviços de
Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais, vemos que a maior parte do
município possui cobertura vegetal densa e pouco densa, porém algumas áreas são
destinadas a agricultura, e à mineração (extração de areia e rochas) o que
representa um grande risco para a estabilidade dos ecossistemas, como por
exemplo, a retirada da vegetação nativa, modificação dos cursos naturais dos rios e
assoreamento de áreas de acumulação de água como veredas e brejos.
Práticas relacionadas com a agricultura sustentável devem ser incentivadas, como:
criação e uso de sistemas de captação de águas das chuvas para ser utilizada na
irrigação e não desmatar florestas e matas para a ampliação de áreas agrícolas.
Com relação a mineração deve haver uma fiscalização mais rigorosa para coibir
práticas que degradem o local de extração, como a retirada da vegetação em áreas
de proteção permanente, também deverá obrigar o empreendedor a realizar a
compensação ambiental com o replantio das árvores retiradas no local da extração.
Além da proteção estrutural para um bom escoamento superficial das águas pluviais,
também devem ser previstas ações que reduzam a contaminação dos corpos
d’água, como a ampliação da abrangência dos serviços de esgotamento sanitário na
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zona urbana com a implantação de soluções individualizadas de esgotamento
sanitário e o estimulo à agricultura orgânica que não utiliza fertilizantes nem
pesticidas.
Promover a proteção dos ecossistemas é uma atividade fundamental para uma
gestão dos serviços de saneamento básico aliada com a sustentabilidade ambiental,
social e econômica dos serviços. Além do que, consta na Constituição Federal de
1988 a necessidade de proteger os ecossistemas e o direito de todos a um ambiente
saudável e equilibrado. Nesse sentido, o ambiente deve estar apto para o
desenvolvimento humano e para as atividades produtivas, bem como para o
desenvolvimento dos ecossistemas naturais, para assim satisfazer as necessidades
presentes, sem comprometer as das gerações futuras.
Desta maneira, ao proteger os ecossistemas, revertemos ações antrópicas que
induziriam a danos e impactos ambientais negativos, em ações de preservação e
conservação do ambiente, garantindo a permanência de um habitat saudável e
contribuindo para o equilíbrio do meio. Sendo assim, traçam-se as seguintes
alternativas:
Proteção de matas ciliares dos mananciais de todo o município;
Fiscalização quanto ao uso e ocupação irregular de áreas de proteção dos
mananciais bem como nas demais Áreas de Proteção Permanentes (APP);
Estimular a utilização de fertilizantes naturais, por meio de cursos de
capacitação para os agricultores;
Realizar campanhas de Educação Ambiental contínuas nas diversas
instâncias do município quanto à proteção das nascentes e mananciais e a
ocupação irregular de áreas de proteção;
Estimular a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas florestais;
Promoção de atividades de reflorestamento;
Fiscalização de desmatamentos ilegais e a extração predatória de produtos e
subprodutos florestais, contenção de queimadas acidentais e prevenção de
incêndios florestais;
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Fiscalizar e reprimir a extração predatória de recursos dos mananciais, como
extração de areia de leitos de rios.
Uma ferramenta fundamental para nortear a preservação e ou recuperação da
vegetação é a Lei Nº 12.651 de 25 de maio de 2012, conhecida como Novo Código
Florestal, que estabelece normas gerais para a proteção da vegetação, dentre
outras:
Art. 1º - Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da
vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de
Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima
florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e
prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos
e financeiros para o alcance de seus objetivos.
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9. ÁREAS DE INTERESSE PARA O SANEAMENTO BÁSICO
A fim de ampliar a capacidade dos serviços de saneamento básico em promover
sustentabilidade social e ambiental, além de universalizar o acesso aos serviços e
soluções, é necessário planejar as questões relacionadas em escalas abrangentes
que interajam com as características ambientais, de uso e ocupação do solo e
planejamentos de áreas afins, de maneira a produzir entendimentos capazes de
potencializar a capacidade de oferta dos serviços nos territórios
Como estratégia de análise integrada dos elementos que compõe o saneamento
básico no município de Camaçari, foram construídos mapeamentos contendo as
áreas de interesse ao saneamento básico sendo abordado os componentes do
saneamento: abastecimento de água, drenagem urbana e esgotamento sanitário.
As áreas de interesse ao saneamento básico além de apresentar o mapeamento e a
análise espacial das informações, possibilita direcionar ações com base em logística
de transporte e distâncias, sendo considerado parâmetros definidos pelos órgãos
fiscalizadores em todas as informações apresentadas. A base SICAR-CONDER em
escala 1:10.000 permitiu que a realidade do município pudesse ser representada de
modo muito pertinente ao planejamento urbano. Cada componente após ser
especializado em mapas as informações pertinentes trouxeram uma análise para
cada distrito camaçariense.
Todo esse trabalho, incluindo os mapeamentos gerados consta-se na integra no
Produto 8 nos tomos correspondentes a cada componente.
9.1. Abastecimento de Água
Assim como foi colocado na análise da condicionante drenagem urbana, em relação
ao abastecimento de água, as matas ciliares são os principais elementos a serem
considerados como de interesse, ou seja, de fundamental importância a
conservação e a proteção dos mananciais, que são as fontes de suprimento de água
da qual depende a sobrevivência do ser humano. Destarte, foram espacializadas as
faixas de APP do município, enquanto o seu uso e ocupação do solo, assim como
identificados as faixas de APP e os cursos dos afluentes dos rios principais que
foram identificados segundo a natureza dos seus regimes (perenes ou
intermintentes).
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Como apresentado, as margens dos afluentes são sem dúvidas o principal aspecto a
ser reconsiderado no planejamento urbano de Camaçari, devido serem defendidas
por lei, enquanto Áreas de Proteção Permanente, como áreas que devem ser
direcionadas ao reflorestamento de matas ciliares.
Foram delimitadas as APPs referentes aos cursos hídricos (nascentes, rios)
localizados na sede municipal, no distrito de Abrantes e em Monte Gordo, indicando
qual a faixa de vegetação nativa deve ser preservada e/ou recuperada.
Outra importante informação apresentada no mapeamento foi a localização das
infraestruturas de abastecimento de água: mananciais de captação de água sejam
eles superficiais ou subterrâneo, sendo este último responsável pela maior parte do
suprimento de água do município, estação de tratamento de água, reservatórios,
entre outros. Em relação aos poços foram traçados raios de proteção de acordo com
a proximidade e o grau de recuperação em caso de área degradada.
O Apendice A mostra as áreas de interesse ao abastecimento de água.
9.2. Esgotamento Sanitário
Foram reunidas as informações espaciais referentes a diferentes elementos do
território camaçariense aos quais são de interesse ao planejamento sistemático do
sistema de esgotamento sanitário. Informações primárias obtidas em visita técnica
ao município foram sobrepostas a informações secundárias advindas de fontes
oficiais, as quais permitiram uma análise de múltiplos critérios de acordo com o
objetivo de melhoria dos serviços de esgotamento sanitário.
Foram identificadas as infraestruturas de esgotamento sanitário, incluindo as áreas
não propícias a implementação de fossas sépticas, as características geográficas de
interesse ao esgotamento sanitários tais como: hidrografia, altimetria (representada
pelas curvas de nível), áreas de maior vulnerabilidade como a localização das
nascentes e das áreas do aquífero com profundidade menor que 5 metros, assim
como proposto locais adequados ao reuso dos efluentes tratados, e propícios a
implementação de sistemas de esgotamento descentralizado (individual ou coletivo)
para loteamentos e condomínios.
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As infraestruturas de Esgotamento Sanitário do município de Camaçari foram
espacializadas na Base SICAR e fizeram com que todo um panorama do fluxo dos
efluentes pudessem ser observados. Dentre as principais informações, foram
identificadas as Estações Elevatórias de Esgoto (EEE), as Estações de Tratamento
de Esgoto (ETE) convencionais e compactas, a CETREL, os corpos d’água aos
quais ocorre lançamento de efluente tratado, a rota do efluente tratado, e o
emissário da CETREL.
Vale salientar que uma das informações mais importantes apresentada neste
trabalho foram as áreas propícias ao reuso dos efluentes tratados com base no
princípio da fertirrigação, um modo de reaproveitar os efluentes ricos em carga
orgânica na agricultura.
O Apendice B mostra as áreas de interesse ao esgotamento sanitário.
9.3. Drenagem Urbana e Manejo de Àguas Pluviais
O crescimento urbano tem provocado impactos significativos na infraestrutura de
drenagem artificial e natural do Município de Camaçari, com o aumento da
impermeabilização e o consequente aumento no escoamento superficial,
aumentando a frequência de alagamentos e inundações.
Dessa forma, realizou-se uma proposição de áreas potenciais de interesse para a
drenagem e manejo de águas pluviais urbanas para zoneamento de maneira a
alimentar reflexões sobre o uso e ocupação dos territórios, suas implicações
principalmente nos serviços de drenagem e a sua interlocução com os planos de
desenvolvimento urbanos produzidos no município.
As áreas de interesse para drenagem urbana são relacionadas diretamente com a
cobertura do solo e com a capacidade de percolação das águas pluviais na cidade.
As curvas de nível são indicadores de áreas planas ou elevadas e quando
associadas aos cursos dágua promovem uma leitura dos fluxos e das áreas de
microbacia de drenagem. A rede de drenagem é composta pelas Bacias
Hidrográficas, suas sub-bacias e por fim cada trecho que compõe uma microbacia.
As áreas de Preservação Permanente (APP) quando preservadas favorecem e
protegem os cursos hídricos superficiais, além de atuarem como cílios para a
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manutenção das encostas dos leitos de rio da cidade, foi identificado as áreas de
APP degradada no município de Camaçari, que devem ser alvo de recuperação e
reflorestamento mesmo em áreas consolidadas.
Algumas áreas contributivas para a drenagem urbana foram identificadas a título de
evidenciar a importância de preservação destes lugares, os cordões de dunas e as
coberturas florestais densas são os principais destaques. As bacias de
amortecimento como locais onde a acumulação da água ameniza o fluxo pluvial em
situações de enxurradas também foram identificados no trabalho, sendo localizado
as praças públicas, quadras e campos de futebol e as áreas de várzea.
O Apendice C mostra as áreas de interesse a drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas.
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10. AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA
Toda atividade com potencial de gerar uma ocorrência atípica cujas consequências
possam provocar danos às pessoas, ao meio ambiente e a bens patrimoniais,
inclusive de terceiros, devem ter, como atitude preventiva, um planejamento para
ações de emergências e contingências. Segundo a Lei 11.445/2007 devem ser
formuladas estratégias para contenção de casos de emergências e contingência nos
sistemas de Esgotamento Sanitário no âmbito do Plano Municipal de Saneamento
Básico.
Conceitualmente, contingência é a possibilidade de uma eventualidade acontecer ou
não, e emergência é a ocorrência dessa eventualidade, ou seja, o surgimento de
uma situação crítica. Mais especificamente, as ações de emergência são aquelas
que visam mitigar os efeitos de acidentes, de causa natural ou não, em qualquer um
dos serviços de saneamento. Já as ações de contingência são aquelas que visam
evitar ou minimizar impactos ambientais nos serviços de saneamento básico, que
podem ou não ocorrer. Diferentemente das emergências, as contingências referem-
se a eventos previsíveis e não acidentais (RECESA, 2014).
Para isso, é necessário estabelecer formas de atuação rápidas e eficientes dos
órgãos operadores, tanto de caráter preventivo como corretivo, realizadas por
equipes especializadas. Em caso de ocorrências atípicas que extrapolem a
capacidade de atendimento local, os órgãos operadores deverão dispor de
equipamentos, materiais, mãos de obra, a fim de evitar que os sistemas de
saneamento básico não tenham a segurança e a continuidade operacional
comprometida ou paralisada.
As ações para emergência e contingências serão tomadas pelo Poder Público,
verificando situações de risco e/ou perturbação da ordem e saúde pública, bem
como causem ou possam causar dano ao meio ambiente.
Os acidentes ocorridos devem ser documentados, para formação de um histórico.
Assim será possível verificar recorrências dos eventos, além de condutas e
procedimentos que possam ser aprimorados, e gradualmente reduzir o número de
ações emergenciais.
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10.1.Abastecimento de Água
O abastecimento de água para consumo humano destaca-se como a principal
atividade do saneamento básico, em termos de essencialidade quanto à
impossibilidade de funcionamento, donde se ratifica sua qualificação como direito
humano. No entanto, interrupções no abastecimento podem ocorrer por razões
diversas – algumas inevitáveis – como discorrido no Art. 40 da Lei Federal nº
11.445/07 e no Quadro 12 seguinte.
Quadro 12 - Causas e efeitos possíveis da interrupção do SAA.
Causa possível Efeito possível Ação corretiva possível
Ação sistemática Realização de manutenção/melhoria/ modificação preventiva no sistema
Emissão de comunicado prévio à população
Chuvas intensas Deslizamentos e movimentação do solo, com entupimento de tubulações; cheia do manancial, com ocorrência de inundação e comprometimento do funcionamento dos equipamentos; risco de contaminação do manancial pelo deflúvio oriundo da região urbanizada
Diálogo com órgãos de controle ambiental
Contratação de obras emergenciais para reparos nas instalações avariadas
Adequação da ETA à água afluente
Contaminação acidental dos mananciais
Alteração da qualidade da água, tornando-a imprópria ao consumo humano
Emissão de comunicado à população
Diálogo com órgãos de controle ambiental
Fluxo intenso de turistas na alta estação
Colapso no sistema, derivado da demanda crescente de consumo de água, reduzindo o volume de reservação
Execução de rodízio/racionamento do abastecimento
Controle da água reservada
Seca prolongada Comprometimento da vazão dos mananciais e redução do volume de água captado
Execução de rodízio/racionamento do abastecimento
Disponibilização de caminhões pipa para abastecimento emergencial
Controle da água reservada
Suspensão do fornecimento de energia elétrica
Paralização da captação, da adução e do tratamento de água bruta
Requerimento de gerador de emergência à prestadora de serviços de fornecimento de energia elétrica
Vandalismo e/ou sinistro
Necessidade de reparos/manutenção no sistema e/ou reposição de material
Acionamento da polícia
Execução de obras de reparo das instalações atingidas
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Incorre ainda que todas as etapas do sistema de abastecimento de água (captação,
tratamento, adução, distribuição e consumo de água potável) são vulneráveis às
contaminações acidentais ou mesmo intencionais, podendo causar a interrupção e a
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paralisação do sistema, além de colocar em risco a saúde e o bem-estar das
populações abastecidas. Nesse contexto, sabe-se que substâncias e compostos
diversos, dissolvidos ou em suspensão, bem como organismos patogênicos, podem
ser encontrados na água, cujas consequências são indicadas no Quadro 13.
Quadro 13 - Consequências da presença de substâncias, compostos e organismos na água.
Substâncias, compostos e organismos Consequências
Substâncias calcárias e magnesianas Alteram a dureza da água
Substâncias ferruginosas Alteram a cor e as características da água
Partículas finais do terreno Influenciam na turbidez da água
Substâncias laminadas (algas) Modificam o cheiro e sabor da água
Organismos patogênicos transmitidos pelo homem, (vírus, bactérias, protozoários e helmintos)
Causam doenças de contaminação fecal (cólera, disenteria bacilar, amebíase, febres tifoides e paratifoide, poliomielite, hepatite A, leptospirose, gastrenterites, etc.)
Vetores, cujo ciclo biológico, na fase larvar, ocorre na água
Transmitem doenças como malária, dengue, febre amarela, etc.
Poluentes químicos e radioativos, (esgotos industriais e de mineração, agrotóxicos, pesticidas, etc.)
Torna a água imprópria para o consumo
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016, adaptado do PMSB - Imbituba/SC, 2012.
As doenças diagnosticadas deverão ser documentadas pelo município e notificadas
via sistemas de informações disponíveis no âmbito municipal, estadual e federal.
Adicionalmente, dever-se-á elaborar notas técnicas, com base nos dados recebidos,
para subsidiar uma divulgação ampla a órgãos de imprensa, população e serviços
de saúde. Também, na ocorrência de um surto epidêmico de doenças relacionadas
à água, sendo oficialmente constatado, deve-se proceder à investigação
epidemiológica minuciosa com o intuito de definir as principais causas do problema,
assim como os reservatórios de agentes infecciosos, os hospedeiros, as fontes de
infecção e os mecanismos de transmissão. Em contrapartida, quando o surto for
circunscrito a um pequeno foco, poder-se-á considerar que a contaminação da água
tenha ocorrido em cisternas e caixas d’água, as quais devem ser sempre vedadas,
de modo que funcionem como reservatórios estanques, e inspecionadas em
intervalos regulares para limpeza e desinfecção.
Em situações de escassez ou mesmo de contaminação dos recursos hídricos, a
depender de quão crítica seja a situação, será necessária a adoção de
racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos hídricos. Segundo o
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Art. 46 da Lei Federal nº 11.445/07, o ente regulador poderá adotar mecanismos
tarifários de contingência, com objetivo de cobrir custos adicionais afins, garantindo
o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a gestão da demanda. Nesse caso,
para suprir à quantidade mínima de água requerida, deve-se prover um
abastecimento emergencial, por meio de coleta de água tratada em pontos distantes
e transporte em carros pipas até os depósitos locais, sendo, por conseguinte,
distribuída para a população. É válido assinalar ainda que os pontos de suprimento
hídrico devem fornecer água de boa qualidade, cabendo sua desinfecção durante o
transporte.
Quanto às redes de distribuição, os riscos de contaminação da água, na tubulação,
por aquela existente no lençol freático estão sempre presentes, uma vez que há
redes de distribuição totalmente estanques. Logo, para que a água do lençol freático
adentre a tubulação danificada, é necessário que a pressão hidrostática do lençol
freático supere a da rede de distribuição, provocando, então, uma inversão do
gradiente de pressões – situação verificada em interrupções do fluxo de água
potável.
Quando a interrupção do fornecimento de água é consequência de falta de energia
elétrica, sistemas de geração autônoma de energia em elevatórias estratégicas
podem ser soluções viáveis. Os procedimentos a serem adotados, em caso de
acidente ou desastre, estão descritos a seguir:
i. colocar a rede novamente em condições de uso, no prazo mais curto possível;
ii. mapear soluções alternativas coletivas e individuais quanto a sua
vulnerabilidade;
iii. avaliar a situação de mananciais e bacias hidrográficas afetadas e que possam
ser usadas alternativamente para atender à população afetada;
iv. realizar diagnóstico da qualidade da água para consumo humano, o qual,
devido ao caráter emergencial, deverá priorizar as análises de cloro residual e
E. coli ou coliformes termotolerantes;
v. avaliar a necessidade de aumentar a concentração de cloro residual e elevar a
pressão do sistema de abastecimento de água;
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vi. indicar a utilização de soluções alternativas de abastecimento, no caso de os
mananciais normalmente utilizados terem sidos contaminados por substâncias
perigosas;
vii. utilizar das Unidades de Engenharia do Exército, as quais são equipadas com
aparelhagem portátil de filtração sob pressão e de cloração da água, detendo,
ainda, de todas as condições para apoiar os órgãos locais de Defesa Civil,
quando solicitado;
viii. monitorar, em conjunto com os órgãos/instituições de meio ambiente, o
processo de limpeza e recuperação de áreas afetadas por produtos químicos,
sempre fazendo uso de equipamentos de proteção individual para evitar
acidentes toxicológicos;
ix. na existência de áreas caracterizadas por contaminação química, restringir o
acesso por parte da população na área afetada, pois algumas substâncias
químicas reagem com a água e formam gases e vapores tóxicos, sem cor nem
odor, mais densos que o ar que se acumulam nas zonas baixas, onde as
pessoas respiram.
Por fim, o Quadro 14 adiante apresenta alternativas para evitar a paralisação do
sistema de água de acordo com sua ocorrência, origem e suas respectivas ações de
emergência e contingência.
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Quadro 14 - Alternativas para evitar a paralisação do sistema de abastecimento de água.
Ocorrência Origem Ações para emergência e contingência
Falta d
e á
gu
a g
enera
liza
da
Inundação na captação de água bruta danificando equipamentos e/ou estrutura
Verificação e adequação de plano de ação às características da ocorrência;
Interrupção prolongada no fornecimento de energia elétrica na ETA Comunicação à concessionária de energia elétrica;
Comunicação à população, instituições e autoridades;
Vazamento de cloro nas instalações de tratamento
Execução do Programa de Ação e Emergência do Cloro ou Plano de Ação do Incidente;
Descolamento de frota de caminhões tanque;
Qualidade inadequada da água dos mananciais Controle da água disponível nos reservatórios;
Realização de rodízio de abastecimento;
Ações de vandalismo Comunicação à polícia;
Reparo das instalações danificadas;
Falta d
e á
gu
a p
arc
ial
Deficiências de água nos mananciais em período de estiagem Verificação e adequação de plano de ação às características da ocorrência;
Interrupção temporária no fornecimento de energia elétrica nas instalações de produção de água e em setores de distribuição
Comunicação à concessionária de energia elétrica;
Comunicação à população, instituições e autoridades;
Danificação de estruturas de reservatório e elevatórias de água tratada Reparo das instalações danificadas;
Descolamento de frota de caminhões tanque;
Rompimento de redes e linhas adutoras de água tratada Reparo das instalações danificadas;
Descolamento de frota de caminhões tanque;
Ações de vandalismo Comunicação à polícia;
Reparo das instalações danificadas.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016, adaptado de PMISB - Florianópolis/SC, 2010.
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10.2.Esgotamento Sanitário
No caso dos Serviços de Esgotamento Sanitário, os vazamentos na rede coletora de
esgoto são os principais causadores de interrupções dos serviços de coleta. Os
mesmos podem ser ocasionados, entre outras razões, por paralização das
elevatórias e obstrução na rede, que podem ser causados por falta de energia
elétrica, gerando diversos contratempos à população como, por exemplo, o retorno
do esgoto para as residências gerando implicações na saúde pública e no meio
ambiente.
Na operação e manutenção dos Serviços de Esgotamento Sanitário deverão ser
utilizados mecanismos locais e corporativos de gestão, no sentido de prevenir
ocorrências indesejáveis. Esse controle deve ser realizado através do
monitoramento das condições físicas das instalações e dos equipamentos, assim
como da qualidade da prestação dos serviços, tanto para as soluções coletivas
quanto para as soluções individuais, visando minimizar a ocorrência de problemas.
A inexistência ou ineficiência do tratamento prévio do esgoto doméstico para a sua
disposição final poderá contribuir para degradação da qualidade da água de
mananciais superficiais e subterrâneos e, por consequência, da vida dos
ecossistemas ali presentes, além de implicações na saúde pública da população e
na contaminação do meio ambiente.
A seguir o Quadro 15 lista possíveis eventos relacionados a emergências e
contingências inerentes ao sistema de Esgotamento Sanitário, assim como as suas
possíveis origens, e elenca as ações cabíveis para mitigação e resolução do
transtorno. Importante ressaltar que serão descritas apenas algumas situações e
ações de emergência e contingência, devendo o gestor público formular um plano de
ações e estratégias mais detalhado para contenção de casos de emergência e
contingência.
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Quadro 15 - Alternativas para evitar a paralisação do sistema de Esgotamento Sanitário.
Ocorrência Origem Ações para emergência e contingência
Vazamentos e contaminação de solo, mananciais superficiais ou
subterrâneos por soluções de Esgotamento
Sanitário
Rompimento, extravasamento, vazamento e/ou infiltração de esgoto por ineficiência de fossas sépticas ou inadequabilidade da solução adotada (uso de fossas rudimentares)
Promover o isolamento da área e contenção vazamento do efluente com o objetivo de reduzir a contaminação.
Promover a limpeza da área com caminhão limpa fossa, encaminhando o efluente para a estação de tratamento de esgoto.
Promover o isolamento da fossa inadequada e exigir a construção de solução adequada para coleta e tratamento do efluente doméstico. Para usuários que comprovem situação de carência, o poder público deverá assegurar a construção da nova solução para o Esgotamento Sanitário residencial.
Construção de fossas inadequadas
Exigir a substituição das fossas rudimentares por fossas sépticas e sumidouros ou ligação do esgoto residencial à rede pública de coleta, nas áreas onde existe esse sistema. Para usuários que comprovem situação de carência, o poder público deverá assegurar a construção da solução para o Esgotamento Sanitário residencial.
Implantar programa de educação ambiental quanto a necessidade de uso de fossas sépticas em substituição às fossas rudimentares e fiscalizar se a substituição está acontecendo nos prazos exigidos.
Lançamento de esgotos domésticos na rede de drenagem urbana
Fiscalizar e erradicar as ligações clandestinas.
Exigir a construção de solução de Esgotamento Sanitário adequada à legislação vigente ou a ligação do esgoto residencial à rede pública de coleta, nas áreas onde existe esse sistema. Para usuários que comprovem situação de carência, o poder público deverá assegurar a construção da solução para o Esgotamento Sanitário residencial.
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de informar sobre as implicações da ligação do esgoto doméstico na rede pluvial de coleta.
Inexistência ou ineficiência da manutenção e do monitoramento periódico das soluções coletivas e
Ampliar a manutenção e monitoramento das soluções individuais nas zonas urbana e rural, principalmente em fossas localizadas próximas aos cursos hídricos e pontos de captação subterrânea de água para consumo humano.
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Ocorrência Origem Ações para emergência e contingência
individuais de coleta e tratamento de esgoto.
Ampliar a manutenção e monitoramento das condições da rede pública de coleta, adotando medidas de prevenção à ocorrência de transtornos.
Rompimento de interceptores,
coletores, emissários
Desmoronamento de taludes ou paredes de canais
Executar reparo da área danificada com urgência.
Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes.
Rompimento de interceptores,
coletores, emissários
Erosões de fundo de vale
Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobre o rompimento em alguma parte do sistema de coleta de esgoto.
Executar reparo da área danificada com urgência.
Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes.
Rompimento de pontos para travessia de veículos
Comunicar aos órgãos de controle ambiental sobre o rompimento em alguma parte do sistema de coleta de esgoto.
Comunicar as autoridades de trânsito sobre o rompimento da travessia.
Sinalizar e isolar a área como meio de evitar acidentes.
Executar reparo da área danificada com urgência.
Isolar o trecho danificado do restante da rede com o objetivo de manter o atendimento das áreas não afetadas pelo rompimento.
Ocorrência de retorno de esgoto
nos imóveis
Obstrução de coletores de esgoto Executar reparo das instalações danificadas com urgência.
Executar trabalhos de limpeza e desobstrução.
Lançamento indevido de águas pluviais em redes coletoras de esgoto
Executar reparo das instalações danificadas.
Comunicar a vigilância sanitária.
Ampliar a fiscalização e o monitoramento das redes de esgoto e de captação de águas pluviais com o objetivo de identificar ligações clandestinas, regularizar a situação e implantar sistema de cobrança de multas e punição para reincidentes.
Extravasamento de Interrupção no fornecimento de Comunicar à Coelba a interrupção de energia.
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Ocorrência Origem Ações para emergência e contingência
esgoto em ETE por paralisação do
funcionamento desta unidade de tratamento
energia elétrica nas instalações Acionar gerador alternativo de energia.
Instalar tanque de acumulação do esgoto extravasado com o objetivo de evitar contaminação do solo e água.
Comunicar aos órgãos de controle ambiental os problemas com os equipamentos e a possibilidade de ineficiência e paralisação das unidades de tratamento.
Extravasamento de esgoto em Estações
Elevatórias
Danificação de equipamentos eletromecânicos ou estruturas, por causas operacionais ou por ato de vandalismo
Instalar equipamento reserva e/ou realizar reparos nas estruturas danificadas com urgência.
Comunicar aos órgãos de controle ambiental os problemas com os equipamentos e a possibilidade de ineficiência e paralisação das unidades de tratamento.
Comunicar o ato de vandalismo à polícia local.
Interrupção no fornecimento de energia elétrica
Comunicar à prestadora dos serviços de energia elétrica a interrupção do fornecimento.
Acionar gerador alternativo de energia.
Instalar tanque de acumulação do esgoto extravasado com o objetivo de evitar contaminação do solo e água.
Interrupção dos serviços de coleta de esgotos domésticos
Obstrução de coletores de esgoto, ocorrência de vazamentos na rede, extravasamento de Estações Elevatórias, paralização do funcionamento da ETE.
Executar limpeza e/ou reparo nas estruturas danificadas com urgência.
Reestabelecer o funcionamento das estações elevatórias e/ou da ETE com urgência.
Comunicar aos órgãos de controle ambiental os problemas com os equipamentos e a possibilidade de ineficiência e paralisação das unidades de tratamento.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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10.3.Drenagem Urbana e Manejo de Àguas Pluviais
A seguir o Quadro 16 lista possíveis eventos relacionados a emergências e
contingências inerentes ao sistema de drenagem urbana e manejo de águas
pluviais, assim como as suas possíveis origens, e elenca as ações cabíveis para
mitigação e resolução do transtorno. Importante ressaltar que serão descritas
apenas algumas situações e ações de emergência e contingência, devendo o gestor
público exigir dos prestadores a formulação de planos de ações e estratégias mais
detalhado para contenção de casos de emergência e contingência.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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Quadro 16 - Ações de emergências e contingências para o sistema de drenagem urbana e manejo de águas pluviais
Ocorrência Origem Ações para emergência e contingência
Deslizamentos de encostas
Precipitação pluviométrica de intensidade acima da capacidade de escoamento do sistema.
Saturação do solo em períodos de intensa precipitação associada a alta declividade de encostas e ausência de vegetação nativa.
Acúmulo de lixo e lançamento de esgoto a céu aberto.
Ocupações desordenadas de áreas consideradas de risco e/ou vulnerável.
Comunicação à população, instituições, autoridades e Defesa Civil e encaminhamento da população para local seguro, se por ventura existir pessoas em risco.
Fiscalização quanto ao uso do solo e realização de campanhas de educação ambiental contínuas com foco no alerta à população sobre o risco da ocupação de áreas de encostas.
Ampliação do acesso da população a soluções de esgotamento sanitário e de serviços de coleta de resíduos sólidos, associado a campanhas de educação ambiental contínuas com foco nas consequências do lançamento de esgotos a céu aberto e disposição inadequada do lixo.
Promover ações de replantio de vegetação nativa.
Erosão de estradas vicinais
Remoção da proteção vegetal dos terrenos.
Precipitação de intensidade acima da capacidade de escoamento do sistema.
Executar o serviço de tapa-buraco para liberar o acesso às localidades rurais.
Comunicação à população, instituições, autoridades e Defesa Civil.
Transbordamentos
Precipitação de intensidade acima da capacidade de escoamento do sistema.
Ações de vandalismo danificando os dispositivos do sistema.
Disposição do lixo em local inadequado gerando acúmulo e obstruindo o sistema.
Interceptação dos esgotos domésticos na rede pluvial gerando um volume superior à capacidade de transporte da rede.
Comunicação à população, instituições, autoridades e Defesa Civil e encaminhamento da população para local seguro, se por ventura existir pessoas em risco.
Reparo das instalações danificadas.
Comunicação à polícia em casos de vandalismo.
Exigência da ligação dos esgotos domésticos à rede pública de coleta, nas áreas onde existe esse sistema.
Fiscalização quanto à disposição de entulhos e resíduos sólidos domésticos.
Ampliação do acesso da população a soluções de esgotamento sanitário e de serviços de coleta de resíduos sólidos, associado a campanhas de educação ambiental contínuas com foco nas consequências do lançamento de esgotos na rede de drenagem e disposição inadequada do lixo.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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Recomenda-se que sejam realizadas vistorias periódicas antes de períodos notórios
de intensidade pluviométrica elevada na região focando no reparo de estruturas
danificadas, limpeza de galerias e desobstrução de dispositivos do sistema de
drenagem urbana a fim de prevenir a ocorrência de transtornos à população.
Para a restauração da normalidade, devem ser realizadas vistorias a fim de avaliar o
comprometimento das estruturas do sistema de drenagem após o período chuvas
intensas, bem como das edificações e dos potenciais riscos de contaminação da
população localizada na área de influência. Devem ser retirados os entulhos,
resíduos acumulados e desobstruídas as vias públicas e redes de drenagem
afetadas. Serão realizadas avaliações de danos em benfeitorias e determinação de
áreas de risco, não sendo liberadas as áreas para uso da população até que se
tenha efetiva segurança quanto à ocorrência de novos eventos como, deslizamentos
e inundações.
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11. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES
Tendo como premissa que a universalização dos serviços de saneamento básico,
definida pela Lei nº 11.445 de 2007, é o principal objetivo do PMSB de Camaçari,
nesse item são estabelecidos programas, projetos e ações – e em item posterior as
suas respectivas estimativas de custos –, para alcançar-se as metas elencadas no
cenário de referência.
De acordo com o dicionário Aurélio Buarque de Holanda (2013), apud PMSB de Juiz
de Fora (2013), os termos Plano, Programa, Projeto e Ação possuem diferenças do
cerne da temporalidade, abrangência e hierarquia. Seguindo esta última
dessemelhança e de forma simplista, pode-se concluir que o Plano é um
planejamento abrangente, de base, que engloba os Programas, os quais, por sua
vez, afunilam os planos ao se referir às áreas restritas de atuação (Figura 31).
Figura 31 - Hierarquia entre Plano, Programa, Projeto e Ação
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Os Projetos remetem ao modo de execução das atividades relativas aos Planos e
Programas, a partir das ações previamente definidas e em conformidade com sua
especificidade. Demais, no presente estudo, o termo “Plano” refere-se ao PMSB de
Camaçari, propriamente. Dentro dele, são apresentados os Programas que
direcionarão as ações voltadas à implementação dos Projetos, ora existentes, além
dos propostos para esse Plano, com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços
de saneamento básico do Município e, consequentemente, da saúde pública.
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11.1. Gestão dos Serviços
11.1.1. Programa: Educação Ambiental para Saneamento
O Programa Educação Ambiental em Saneamento, cumpre o papel de trazer para a
prática da gestão dos serviços públicos de saneamento básico, o que institui a
Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), a Lei Federal nº 9.795/99. Em seu
art. 1º, é dito que:
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Por sua vez, a Política Estadual de Educação Ambiental do Estado da Bahia,
sancionada pela Lei Estadual nº. 12.056, de 07 de janeiro de 2011, em consonância
com Política e o Programa Nacional de Educação Ambiental, traz, como propósitos
da educação ambiental, “a sensibilização, reflexão e construção de valores, saberes,
conhecimentos, atitudes e hábitos, visando uma relação sustentável da sociedade
humana com o ambiente que integra”.
Essa aproximação entre as políticas públicas de saneamento e educação ambiental
é fundamental, quando pode cooperar com a melhoria da qualidade de vida
ecologicamente sustentável. Além disso, traz o desafio e a oportunidade das
práticas de saneamento se reformularem a partir da educação ambiental,
fortalecendo seus princípios e objetivos em todos os aspectos relacionados ao
saneamento básico, sua gestão, infraestrutura, serviços, tecnologias, práticas
cotidianas, demanda dos usuários, trabalhadores, uso e ocupação do solo, relação
com o meio ambiente, entre outros.
Diante desses entendimentos a educação ambiental se mostra um valioso
instrumento para a sensibilização social e, consequentemente, para a mudança de
hábitos insustentáveis e construção de valores pautados no respeito à natureza e à
vida. Outro aspecto relevante é a capacidade de criar estratégias para a formação
de multiplicadores e fortalecimento da mobilização social, no sentido de enfrentar as
desigualdades e as deficiências nos serviços públicos de saneamento básico.
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Assim, frente a importância das ações educativas para a preservação do patrimônio
ambiental, fundamental para a provisão dos serviços de saneamento, são
apresentados projetos para oportunizar a inclusão das estratégias trazidas pela
Educação Ambiental, colaborando no cumprimento do que preconiza o Art. 2º da
PNEA, principalmente no que tange ao valor do caráter formal e não formal do
processo educativo para o desenvolvimento da educação ambiental.
Assim, o objetivo do programa é estimular a população a refletir sobre as questões
do saneamento básico e a adotar práticas que contribuam para a promoção da
qualidade ambiental, a preservação dos ecossistemas, a prestação efetiva dos
serviços de saneamento básico e a promoção da saúde.
11.1.1.1. Projeto: Educação Ambiental nas Escolas
A escola como espaço privilegiado da construção do saber tem grande
responsabilidade com o desenvolvimento social voltado para a estruturação de uma
sociedade sustentável. Dessa maneira, oferece um ambiente relacional fértil para a
consolidação de novos padrões de entendimento do mundo que formarão a
identidade da população a longo prazo. Durante esse processo espera-se
desenvolver o sentimento de pertencimento e integração, que favorecem as
dinâmicas locais e ampliam a influência mutua entre professores, alunos, famílias e
comunidade.
Por esses motivos a escola é o lugar ideal para promover o processo participativo de
aprendizagem no conhecimento em educação ambiental, de forma a fazer uma
leitura crítica da realidade, e contribuir com “a necessidade social de se mudar
atitudes, habilidades e valores e não apenas comportamentos (LOUREIRO, 2007, p.
67)”.
Nesse sentido é possível estabelecer, a médio e longo prazo, a cultura do
entendimento das políticas públicas municipais, seu “modus operandi”, a
contribuição necessária da sociedade civil para sua realização, o papel dos
diferentes poderes em sua implementação, entre outros aspectos relevantes.
Com fortalecimento dessa prática se considera possível induzir uma ampliação da
qualidade de atuação da sociedade civil na ação do Estado a partir do ambiente
escolar formal. Esse espaço formal, com suas peculiaridades, permite uma interação
rotineira entre gestores e sociedade na proposição de melhorias para as questões
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referentes ao saneamento básico, ao direito à cidade, à sustentabilidade social e
ambiental.
Portanto, este projeto tem como objetivo utilizar o espaço educacional para o
desenvolvimento das práticas de Educação Ambiental com foco no saneamento
básico tendo como referência o Programa Nacional de Educação Ambiental e
Política Nacional de Educação Ambiental. As ações a serem contempladas nesse
projeto são:
Implantar Agenda 21 escolar, Sala-verde, Coletivos Educadores e a
Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas – COM;
Capacitar os docentes a realizar as atividades pedagógicas para o processo
de sensibilização dos alunos;
Promover gincanas escolares abordando o tema políticas públicas, meio
ambiente e saneamento;
Promover Feira de Ciências abordando o saneamento básico no município;
Promover atividades extracurriculares para visita às instituições públicas
responsáveis pela implantação das políticas públicas;
Promover debates para contribuição nas conferências municipais das
políticas públicas do município;
Realizar concursos anuais com premiação que estimulem os estudantes a
colocarem em pratica ações relacionadas à cidadania (participação em
audiências públicas, em conferências municipais, participação ativa em
associações de bairros e/ou entidades estudantis) ao meio ambiente (plantio
de uma arvore nativa e cuidados necessários ao seu desenvolvimento, seja
em locais públicos ou no seu quintal, atuação em projetos de recuperação,
proteção e conservação do meio ambiente e seus ecossistemas naturais) e
ao saneamento básico (redução gradativa do volume de água ou do consumo
de energia na sua casa; técnicas de reuso de aguas servidas, coleta seletiva
em sua casa e doação para o catador de recicláveis, compostagem
doméstica, participação em projetos voltados para melhoria do saneamento
básico, entre outras), com apresentação em eventos nas escolas (feira de
ciências, gincana);
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11.1.1.2. Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais
A Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais (PCT) visa
fortalecer as potencialidades de sua organização social e fomentar a participação
ativa nas ações correlatas à preservação do meio ambiente e seus ecossistemas,
fundamentais para existência dessa população. Um aspecto relevante para essa
tarefa e a universalização do acesso a soluções de saneamento básico, já que ao
mesmo tempo o acesso ao saneamento traz qualidade de vida a essas populações,
promove saúde, e impede a poluição ou contaminação do ambiente. Dessa forma, o
projeto deve propiciar a troca de saberes do gestor com essa população a fim de
colaborar na formação política, social, econômica e ambiental voltada para a
cidadania, meio ambiente e saneamento.
Portanto, o objetivo deste projeto é sensibilizar os povos e comunidades tradicionais
(identificadas no item 8.4 do Vol. 1 do Produto 2) para a valorização dos
patrimônios/riquezas ambientais, envolvendo diretamente os moradores, através de
atividades, discussões participativas e ações individuais e coletivas, a saber:
Realizar oficinas de educação sanitária e ambiental para o consumo
sustentável das riquezas naturais, e a relação do saneamento básico com a
saúde;
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais na
implantação e técnicas de manutenção das soluções individualizadas de
esgotamento sanitário apropriadas a sua realidade;
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais para a
coleta seletiva de resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento
e compostagem dos resíduos orgânicos para utilização em hortas;
Propiciar nas comunidades a adoção de espaços para atividades práticas
relacionadas à temática ambiental, tais como viveiros, horta comunitária, entre
outros;
Colaborar em atividades relacionadas à preservação e conservação dos
ecossistemas naturais e seus serviços ecossistêmicos
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11.1.1.3. Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento
Eficiente, Eficaz e Efetivo
A Lei nº 11.445/2007 prevê que as ações de saneamento básico deverão atender ao
princípio da integralidade, a fim de que seja alcançada a eficiência, eficácia e
efetividade necessárias. Nesse sentido, objetiva-se compor um projeto que contenha
ações em educação sanitária e ambiental capazes de contribuir positivamente em
todos os componentes do saneamento, de modo que a população tenha claramente
a compreensão integrada desses serviços.
Nessas razões, entende-se que o referido projeto deve ser realizado de maneira
continuada, com auxílio da Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a
sociedade civil organizada e com a população em geral através de projetos de
educação popular em saúde e saneamento básico, utilizando-se de metodologias
interativas, nos bairros e localidades de cada distrito do município para realizar
ações para cada um dos seguintes temas:
Responsabilidade ambiental quanto à preservação dos mananciais
superficiais e subterrâneos inseridos no território do município, enfatizando os
benefícios da preservação de matas ciliares e não poluição das águas;
Uso racional da água abordando exemplo práticos de como e porquê da
importância do consumo consciente, evitando desperdícios e demostrando a
relação do consumo de água com a geração de esgoto;
Práticas de reuso de água no domicilio para diminuir a geração de esgotos;
Implicações da prática de fraudes na rede de distribuição de água;
Práticas adequadas de manuseio e higienização de reservatórios
domiciliares, abordando a importância deste para suprir a demanda em casos
de paralizações no fornecimento de água;
Cobrança de tarifa, destacando sua legalidade e sua importância na garantia
da qualidade e segurança do serviço;
Importância e a exigência legal de promover a ligação à rede pública de
esgoto após sua implantação;
Ilegalidade de realizar ligações de esgoto em rede pluvial quando se trata de
sistema separador absoluto;
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Importância da adesão à coleta seletiva, orientando sobre a correta
separação entre os resíduos secos, úmidos e os rejeitos, os dias e horários
de coleta;
Riscos do lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas,
margens de rios) e nas vias públicas em dias e horários que não possuem
coleta e sua relação com problemas relacionados a drenagem (alagamentos,
inundação) e saúde pública (dengue, zika vírus, febre chikungunya, entre
outras);
Adoção de soluções individuais de esgotamento sanitário destacando as
vantagens quanto à fertirrigação e consequente produção de alimentos na
zona rural;
Riscos da ocupação em áreas propícias à alagamentos e inundações,
abordando as legislações que coíbem essa prática;
Divulgação do IPTU verde, instituído pelo decreto municipal nº 5657/14,
demostrando suas vantagens e quais os procedimentos para obtê-lo e de
outros instrumentos que venham a surgir;
11.1.1.4. Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na
Zona Rural
A zona rural do município de Camaçari possui alto déficit de cobertura dos serviços
de saneamento, e essa realidade segue o padrão do cenário nacional, que
apresenta carência histórica de políticas públicas direcionadas à essa região. Diante
desse cenário, no âmbito do PMSB foram propostos projetos em todas as
componentes do saneamento básico a fim de contemplar e diminuir/erradicar o
déficit de acesso aos serviços da população da zona rural.
No entanto, para que as ações planejadas para execução na zona rural sejam
realmente efetivas, eficazes e eficientes, como preconiza a Lei n° 11.445/2007,
surge a necessidade de atrelar à essa implantação ações de educação continuada.
As vivencias em educação popular em saúde e saneamento básico têm intuito de
despertar e sensibilizar a população a despeito da importância do adequado uso e
manutenção das tecnologias adotadas, além da importância de desenvolver a
mobilização social e o senso de responsabilidade e cooperação quanto à
preservação do meio ambiente e o pertencimento ao local.
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Posto isto, as ações propostas para o presente projetos são:
Promover campanhas de educação ambiental com foco no fortalecimento da
relação da comunidade com o meio ambiente, a fim de despertar o juízo de
responsabilização e participação quanto à preservação do meio ambiente,
inclusive dos mananciais superficiais e subterrâneos;
Promover a capacitação dos atores sociais das comunidades rurais
envolvidos na construção de soluções individuais de esgotamento sanitário,
abordando aspectos construtivos e de operação e manutenção. As oficinas de
capacitação devem incentivar, sempre que possível, a adoção de soluções
individualizadas de esgotamento atreladas à produção de alimentos;
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias
contempladas com a construção dos módulos sanitários/banheiros secos com
intuito de incentivar o uso adequado da tecnologia implantada;
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias
contempladas com a implantação de soluções individuais de esgotamento
sanitário com foco no uso adequado da tecnologia e na manutenção e
operação necessárias ao seu perfeito funcionamento. Deve, ainda, ser
abordada a importância da adoção de soluções individualizadas para o
esgotamento sanitário e as implicações do lançamento de esgoto bruto no
solo e nos mananciais;
Promover a capacitação dos membros das comunidades rurais para a coleta
seletiva de resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e
compostagem dos resíduos orgânicos para utilização em hortas. Abordando,
ainda, as implicações do lançamento de resíduos sólidos em locais
inadequados (encostas e margens de rios) e suas implicações na drenagem e
na saúde pública;
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de alertar sobre os
riscos de ocupação de áreas propícias à alagamentos e inundações,
abordando as legislações que coíbem essa prática;
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11.2.Abastecimento de Água
11.2.1. Programa: Gestão Sustentável
Para atingir uma gestão sustentável da água1, em que pese o saneamento básico
camaçariense, é indispensável contemplar, ao menos, três pontos, que são:
i. a melhoria operacional e a qualidade no serviço prestado;
ii. a melhoria do monitoramento da qualidade da água distribuída;
iii. o controle de perdas;
Além desses são propostos no Tomo I, programas que possuem interface com todos
os compoonentes do saneamento buscando atender os princípios fundamentais da
Lei nº 11.445/07 especificados nos incisos do Art. 2º, a saber:
I - universalização do acesso;
II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as
atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de
saneamento básico, propiciando, à população, o acesso na
conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das
ações e resultados;
III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e
manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à
saúde pública e à proteção do meio ambiente;
IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de
drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde
pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;
V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as
peculiaridades locais e regionais;
VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e
regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação,
de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante
interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para
as quais o saneamento básico seja fator determinante;
1 Objetivo 6 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS, apresentados em 2015 pela
Organização das Nações Unidas e baseados nos 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - ODM (ONU, s.d.).
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VII - eficiência e sustentabilidade econômica;
VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a
capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções
graduais e progressivas;
IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações
e processos decisórios institucionalizados;
X - controle social;
XI - segurança, qualidade e regularidade;
XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão
eficiente dos recursos hídricos. (grifo nosso)
Outro aspecto relevante é o desafio de conciliar o equilíbrio econômico-financeiro da
prestadora de serviços com a modicidade tarifária, somado aos investimentos per
capita. Assim, embora o município seja, constitucionalmente, o titular nos serviços
de saneamento básico, a eficiência da gestão, em seu sentido amplo, está
diretamente relacionada ao bom desempenho de todos os atores envolvidos, não
somente da atuação da Prefeitura. Por esta razão, incluem-se a prestadoras de
serviços, as secretarias e os demais órgãos afins, a exemplo da Embasa, Cerb,
Agersa, Seinfra e Sedur, como elucidado no Produto 08 - Estudos de Cenários,
Tomo I - Introdução Ao Estudo de Cenários e Proposta de Arranjo Institucional para
a Gestão dos Serviços de Saneamento.
11.2.1.1. Projeto: Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado
Ciente do conteúdo do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Camaçari -
PDDU, particularmente do Cap. VI - Do Esforço das Estruturas Internas do
Município, e tendo em vista os problemas identificados no municipio, o Projeto:
Melhoria Operacional e Qualidade no Serviço Prestado tem a finalidade de propor
soluções para o progresso das atividades executadas no âmbito do abastecimento
de água. É pautado nisto que são previstas, à luz do Art. 44, § 1o, inciso IV, as
seguintes ações:
i. capacitação e desenvolvimento dos recursos humanos para a execução dos
serviços de abastecimento de modo satisfatório, incluindo a contratação de
funcionários em número suficiente para atender à demanda do município, bem
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como o treinamento (e sua reciclagem periódica) da equipe responsável pela
gestão comercial, operacional e estratégica;
ii. desenvolvimento de canal de diálogo entre a prestadora de serviços e os
usuários para informação quanto à água abastecida;
iii. contratação de mão de obra qualificada para operação do canal de diálogo
entre a prestadora e os usuários;
iv. desenvolvimento de estratégias para enfrentamento do déficit sazonal no
fornecimento de água, especialmente em regiões cujo consumo da população
flutuante excede a capacidade operacional do sistema de abastecimento, como
campanhas de uso racional da água, redução de desperdícios,
reaproveitamento/reuso da água servida, atenção aos vazamentos e
construção de reservatórios domiciliares, bem como de sua higienização e de
seu manuseio, com divulgação em mídia local, visando reduzir os transtornos
causados na intermitência do abastecimento;
v. aplicação de dotação orçamentária para a melhoria da segurança pública e,
conseguintemente, da redução de roubos, furtos e ações de vandalismo nos
sistemas de abastecimento;
vi. cadastramento dos sistemas implantados pela Cerb, de modo a alimentar,
também, o banco de dados do Siagas e Sisagua;
vii. disponibilização de profissionais com competência para realizar as atividades
de manutenção e operação dos sistemas de responsabilidade da Prefeitura;
viii. captação de água de chuva em imóveis públicos municipais e fomento à prática
em imóveis particulares, com campanhas publicitárias que divulguem demais
ações também contempladas por incentivos fiscais, como o IPTU Verde;
ix. capacitação dos usuários à autogestão dos poços e das cisternas, e instrução
quanto ao consumo direto da água captada, com fornecimento de material
informativo;
x. elaboração do Plano de Segurança da Água.
11.2.1.2. Projeto: Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água
O monitoramento da qualidade da água consumida pela população, advinda de
soluções de abastecimento coletivas ou individualizadas, bem como as inspeções
nos sistemas de abastecimento e nas soluções alternativas é de responsabilidade
da Vigilância Sanitária da Qualidade da Água, intermediada pelo Programa Vigiagua.
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Sabe-se ainda que as ações do referido programa, pactuado entre as esferas
federal, estadual e municipal, são coordenadas pela Sesab, via Coordenação de
Vigilância Ambiental em Saúde - Coviam, da Diretoria de Vigilância Sanitária
Ambiental - Divisa. Como sumarizado na página virtual da Suvisa - BA (SUVISA,
s.d.),
A atuação do Vigiagua deve se dar sobre todas e quaisquer formas de
abastecimento de água, coletivas ou individuais, na área urbana e rural, de gestão
pública ou privada, incluindo instalações intra-domiciliares. Os campos de atuação
dar-se-ão sobre as seguintes formas: SAA, SAC, SAI.
É também digno de nota que o Vigiagua, estruturado a partir dos princípios do
Sistema Único de Saúde - SUS, tem como foco minimizar as muitas enfermidades
provocadas pelo consumo da água contaminada e garantir, à população, o acesso à
água em qualidade compatível com o padrão de potabilidade estabelecido no
ordenamento atual – a Portaria Federal nº 2.914/11. Pelo que sintetiza o texto do
Ministério da Saúde, transcrito na Figura 32, seus objetivos são:
Figura 32 - Objetivos do Vigiagua.
Fonte: BRASIL, 2005, p. 38.
Notavelmente, sem as informações quanto à qualidade da água, as operações de
tratamento podem ser insatisfatórias, com conseguinte fornecimento de água em
• Reduzir a morbimortalidade por doenças e agravos de transmissão hídrica, por meio de ações de vigilância sistemática da qualidade da água consumida pela população.
• Buscar a melhoria das condições sanitárias das diversas formas de abastecimento de água para consumo humano.
• Avaliar e gerenciar o risco à saúde que as condições sanitárias das diversas formas de abastecimento de água. Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 39.
• Monitorar sistematicamente a qualidade da água consumida pela população, nos termos da legislação vigente.
• Informar à população a qualidade da água e riscos à saúde.
• Apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e mobilização social.
Objetivos do Vigiagua
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condições inadequadas, apresentando risco à saúde do usuário. Demais, deve-se
tornar saliente que os responsáveis pelos sistemas de abastecimento de água para
consumo humano são obrigados, pela Portaria Estadual nº 832/15, a inserir os
dados de cadastro e controle de todos os SAA, sob sua responsabilidade,
diretamente no Sistema de Informação da Qualidade da Água para Consumo
Humano - Sisagua. Este sistema é, por sua vez, estruturado em 3 módulos de
entrada (Figura 33)
Figura 33 - Estruturação do Sisagua.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016, adaptado da Visa - SC s.d.
Entretanto, diante do levantamento feito na etapa de diagnóstico, infere-se que tal
atribuição, exercida pela Coordenação de Vigilância Sanitária e Ambiental -
Covisam, tem sido deficitária no município de Camaçari, especialmente no tocante
às soluções alternativas da região. Sobre este aspecto, como escreve o Ministério
da Saúde na publicação intitulada “Inspeção Sanitária em Abastecimento de Água”
(2007), p. 14:
O conjunto das atividades inerentes à vigilância – cadastro dos
sistemas e soluções de abastecimento de água, inspeções, monitoramento
da qualidade da água em planos implementados pelos responsáveis pelo
controle e vigilância – gera um volume de informações a serem
sistematizadas e permanentemente analisadas sob a ótica da avaliação
de riscos à saúde. Seguidas, necessariamente, da atuação junto aos
responsáveis pelo abastecimento de água e da adequada informação à
população, sob pena da inocuidade das atividades postas em prática.
(grifo nosso)
Acrescido a isto, tem-se o que dispõe o Art. 70 da Lei Complementar nº 913/08 do
Município de Camaçari, a saber:
• Registro e inserção das informações referentes a todos os sistemas de abastecimento de água (SAA, SAI, SAC) em Banco de Dados.
Cadastro
• Inclusão dos dados fornecidos pelas prestadoras de serviços quanto aos sistemas de abastecimento (SAA, SAI, SAC) pelos quais são responsáveis.
Controle
• Incorporação dos diagnósticos resultadantes das análises dos parâmetros de qualidade da água e das inspeções sanitárias desenvolvidas pelo setor de saúde nas variadas soluções de abastecimento.
Vigilância
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Art. 70. A Política Municipal de Controle de Poluição e Manejo dos
Recursos Hídricos objetiva:
[...]
IV - compatibilizar e controlar o uso efetivo e potencial da água, tanto
qualitativa quanto quantitativamente;
[...]
Art. 77. O Município deverá ser informado sobre os usos da água
exercidos por empreendimentos de efetivo potencial poluidor, situados em
seu território e sobre resultados de monitoramento e avaliação da
qualidade da água, realizados por esses empreendimentos, a partir de
exigências constantes em licenças ambientais, conforme condicionantes
estabelecidos por órgão ambiental federal, estadual ou municipal.
§ 1º. O monitoramento do aquífero subterrâneo e dos cursos d’água do
Município será realizado sob a coordenação do órgão competente pela
fiscalização do meio ambiente da Prefeitura Municipal de Camaçari,
com acompanhamento do Comam, que, obrigatoriamente, darão
publicidade aos resultados, através dos meios de comunicação
disponíveis, inclusive em portal eletrônico da Prefeitura Municipal de
Camaçari.
§ 2º. Os resultados apurados constarão da base de dados do
Subsistema de Informações Municipais. (grifo nosso)
Para consolidar as informações apresentadas, faz-se oportuno reproduzir o
fluxograma (Figura 34) contido no Programa Nacional de Vigilância em Saúde
Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano (2005, p. 61):
Figura 34 - Ações básicas para operacionalização da vigilância da qualidade da água para consumo humano.
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Fonte: BRASIL, 2005.
Pelo exposto, o Projeto: Melhoria do Monitoramento da Qualidade dá Água deve
concentrar esforços prioritários na estruturação da Coordenação de Vigilância
Sanitária e Ambiental do município. Atinam-se, assim, à equipe técnica e aos
insumos necessários, visto que estes foram os fatores limitantes destacados pela
Covisam para execução das atividades de forma deficitária. Desta forma, elencam-
se as seguintes ações estruturantes, conforme informações fornecidas por este
órgão:
i. garantir o quadro mínimo de funcionários, com a qualificação técnica, via
contratação dos profissionais especificados no Quadro 18;
Quadro 17 - Quadro de funcionários da coordenação de vigilância sanitária e ambiental em março 2016.
Natureza Vínculo Quantidade Função
Coordenador Temporário/Cargo Comissionado 01 Coordenador
Engenheiro Sanitarista Efetivo 01 Inspetor Sanitário
Engenheiro Ambiental Efetivo 01 Inspetor Sanitário
Enfermeiro Efetivo 03 Inspetor Sanitário
Odontólogo Efetivo 02 Inspetor Sanitário
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Natureza Vínculo Quantidade Função
Farmacêutico Efetivo 01 Inspetor Sanitário
Médico Veterinário Efetivo 01 Inspetor Sanitário
Nutricionista Efetivo 01 Inspetor Sanitário
Aux. de Enfermagem Efetivo 02 Inspetor Sanitário
Apoio Administrativo Efetivo 05 Administrador
Total 18
Fonte: COVISAM, 2016.
Quadro 18 - Déficit do quadro de funcionários da coordenação de vigilância sanitária e ambiental.
Natureza Vínculo Quantidade Função
Farmacêutico Efetivo 01 Inspetor Sanitário
Nutricionista Efetivo 01 Inspetor Sanitário
Sanitarista Efetivo 02 Inspetor Sanitário
Biólogo Efetivo 01 Inspetor Sanitário
Téc. Meio Ambiente Efetivo 02 Inspetor Sanitário
Apoio Administrativo Efetivo 01 Administrador
Total 08
Fonte: COVISAM, 2016.
ii. promover cursos de capacitação desses profissionais;
iii. garantir os materiais e insumos necessários para a realização das atividades,
conforme especificação do Quadro 19;
Quadro 19 - Materiais e insumos existentes vs necessários.
Descrição Quantidade Atual Quantidade Necessária Déficit
Veículos 02 03 01
Impressora 01 03 02
Kit cloro em processo de compra 1
GPS 01 02 01
Termômetro 02 02
Caixa térmica 02 04 04
Rede de internet 01 (instável) - rede estável
Computador 11 14 03
Máquina fotográfica 01 02 01
Fonte: COVISAM, 2016.
Prevê-se que a estruturação da Vigilância Sanitária e Ambiental do Município torná-
la-á apta à execução das seguintes atividades inerentes a sua função:
i. execução de rotina de controle e monitoramento da qualidade da água (como
prevê a Portaria 2.914/11)2 em todas as saídas dos sistemas de abastecimento
de água, incluindo, sobretudo, o RAD do Morro da Manteiga, pertencente ao
SLAA Sede e RAD do SIAA Machadinho, bem como dos poços perfurados,
com ênfase no aquífero São Sebastião;
2 Em situações onde a análise indicar risco à saúde humana, esta informação deve ser repassada à
secretaria responsável (Núcleo) para que sejam tomadas as devidas providências.
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ii. garantia do fornecimento de solução consolidada como apropriada, caso as
análises comprovem que a fonte de abastecimento é capaz de fornecer água
de boa qualidade, necessitando apenas da etapa de desinfecção, como o
hipoclorito, concomitante às devidas orientações para desinfecção caseira da
água, a exemplo da sua dosagem em recipiente com volume conhecido, o qual,
para o hipoclorito, corresponde a 2 gotas de NaClO a 2,5 por litro de água a ser
desinfetada, com tempo de contato de 30 minutos;
iii. capacitação de agentes da saúde e da gestão responsável pela promoção e
prevenção da saúde, explanando sobre desinfecção da água no domicílio,
limpeza e desinfecção de reservatórios, limpeza dos domicílios e
estabelecimentos coletivos, cuidados com a higiene individual e coletiva,
preparo de alimentos, além da importância da preservação de nascentes e
mananciais para manutenção da qualidade da água;
iv. desenvolvimento de campanhas de cadastramento de usuários da água;
v. elaboração de campanha informativa/educativa sobre a importância dos
reservatórios domiciliares, com divulgação na mídia local.
Por fim, embora não contemple a lista de ações, deve-se pontuar que, caso as
análises indiquem que o consumo da água, apenas com o desinfetante, ainda
oferece risco à saúde humana, será preciso contatar o responsável pela gestão dos
serviços de saneamento, a fim de que sejam tomadas as providências cabíveis
quanto ao fornecimento de água potável com qualidade.
11.2.1.3. Projeto: Controle de Perdas
O controle de perdas proporciona aumento da receita, melhoria na gestão e no
atendimento do serviço, além de contribuir para o gerenciamento eficiente dos
recursos hídricos. O desperdício de água, por sua vez, compromete a
disponibilidade hídrica dos mananciais e eleva o consumo per capita, podendo
resultar na ampliação precipitada ou desnecessária de um sistema de
abastecimento de água. Todavia, é fundamental distinguir os conceitos de perdas,
facilitando e compatibilizando, assim, a elaboração de ações para solucioná-las.
Esta ponderação culmina no chamado Balanço Hídrico – padronização proposta
pela Associação Internacional da Água (em inglês, The International Water
Association - IWA) – já sendo adotado pelo Programa de Modernização do Setor
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Saneamento - PMSS, do Ministério das Cidades (BRASIL, 2015). Da sua
estruturação, tem-se (Quadro 20):
Quadro 20- Balanço Hídrico (IWA).
BALANÇO HÍDRICO
Vo
lum
e d
e e
ntr
ad
a n
o s
iste
ma
(co
rrig
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pa
ra e
rro
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hecid
os)
Co
nsu
mo
au
tori
zad
o Consumo
autorizado faturado
Consumo faturado medido (incluindo água exportada) Água faturada
Consumo faturado não medido
Consumo autorizado não
faturado
Consumo não faturado medido
Água não faturada
Consumo não faturado não medido
Perd
as d
e á
gu
a Perdas aparentes
Consumo não autorizado
Imprecisões na medição dos hidrômetros
Erros sistemáticos na manipulação de dados
Perdas reais
Vazamentos nas adutoras e redes de distribuição
Vazamentos e extravasamentos em reservatórios
Vazamentos nos ramais
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016, adaptado de IWA / AWWA Water Balance, 2012 (tradução livre).
As características principais das perdas reais e aparentes foram, então, compiladas
no Quadro 21.
Quadro 21 - Características principais das perdas reais e aparentes.
Itens Características Principais
Perdas Reais Perdas Aparentes
Tipo de ocorrência mais comum Vazamento Erro de Medição
Custos associados aos volumes de água perdidos
Custo de produção Tarifa
Efeitos no Meio Ambiente Desperdício do Recurso Hídrico
Necessidades de ampliações de mananciais
-
Efeitos na Saúde Risco de contaminação da
água -
Empresarial Perda do produto Perda de receita
Usuário Imagem negativa (ineficiência e
desperdício) -
Efeitos ao Usuário Repasse para tarifa
Desincentivo ao uso racional da água
Repasse para tarifa
Vulnerabilidade a roubos e fraudes
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016, adaptado da ABES, 2013, p. 9.
A título de exemplo, em 2009, a Embasa obteve primeiro lugar em mobilização
social no Projeto COM+ÁGUA (EMBASA, 2009), concebido pela Secretaria Nacional
de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, por intermédio do PMSS, e
estruturado no Balanço Hídrico da IWA (BRASIL, 2015). Concorrendo com dez
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operadoras do setor de saneamento de quatro estados (São Paulo, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina), o projeto participante foi de autoria do
Escritório Operacional de Ilhéus. Tal acontecimento permite inferir que a prestadora
de serviços tem capacidade de desenvolver um projeto, de mesmo objetivo, para o
cenário camaçariense. Diante disso, o Projeto: Controle de Perdas, ora dissertado,
tem a finalidade de promover um norteamento para a redução de perdas de água
nos SAA, controlando-as a níveis aceitáveis, conforme meta estabelecida. Deverá
valer-se, para tanto, do controle operacional, da manutenção preventiva e corretiva
da rede de distribuição, além da mobilização e sensibilização dos usuários. Nesse
verbete, as ações propostas para controle de perdas e uso racional da água também
perfazem um sistema de gerenciamento de reparo de vazamentos, conforme se
ilustra na figura adiante (Figura 35):
Figura 35 - Sistema de gerenciamento de reparo de vazamentos.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016, ABENDE, 2001/2002, citado por TSUTIYA, 2006, p. 427)
Expõe-se ainda que as ações que integram o controle de perdas foram, neste
projeto, segmentadas em gestão comercial, gestão operacional e gestão estratégica,
como se vê na sequência (Figura 36):
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Figura 36 - Ações para controle de perdas.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Considerando as observações presentes nos itens 5.4 e 7.2 do Produto 04 -
Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água e ratificando o que foi descrito
anteriormente, as perdas no sistema de abastecimento de água interferem em sua
performance, reduzindo o faturamento da prestadora de serviços e comprometendo
o abastecimento de água. Além disso, de acordo com os dados fornecidos pela
Embasa (2014), os índices de perda dos SAA de Camaçari encontram-se, todos,
• Qualificação de mão de obra
• Informação de ativos, com cadastro preciso e atualizado
• Mapeamento das ligações
• Alimentação e atualização do SIG e banco de dados
Gestão comercial
• Qualificação de mão de obra
• Modelagem hidráulica
• Elaboração do balanço hídrico
• Provimento de equipamentos adequados e em pleno funcionamento
• Melhoria dos materiais empregados e da infra-estrutura
• Inspeções e vistorias nos sistemas de distribuição
• Elaboração e execução de programa de automação para monitoramento
de imóveis públicos (sede da prefeitura, escolas, hospitais, etc.)
• Eficiência, eficácia e efetividade das manutenções corretivas e preventivas
(reparos, reabilitação, remanejamento, limpeza e trocas)
• Controle da macro e micromedição
• Controle ativo dos vazamentos
• Controle das pressões e do nível d'água nos reservatórios
• Alimentação e atualização do SIC e banco de dados
Gestão operacional
• Regularização de loteamentos e ligações
• Veiculação de campanhas de cadastramento
• Veiculação de campanhas contra fraudes e ligações clandestinas
• Negociação de dívidas com usuários inadimplentes
Gestão estratégica
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acima da média registrada no país para o mesmo ano3, sobretudo no SIAA Jordão
(com 60% de água tratada não faturada), em razão dos vazamentos nas tubulações
e reservatórios, assim como das ligações clandestinas. Ante a essas pontuações e a
despeito das funções inerentes à prestadora – como inspeção da rede, fiscalização
e monitoramento de micro e macromedidores, georreferenciamento dos SAAs e
mapeamento das áreas atendidas, manutenção preventiva e corretiva, etc. –, listam-
se, como ações:
i. elaboração de campanha para negociação de dívidas com usuários
inadimplentes, com divulgação nas mídias locais;
ii. implantação de sistema de monitoramento do consumo de água – como o
Programa Água Pura, desenvolvido pela Rede de Tecnologias Limpas - Teclim,
da Universidade Federal da Bahia –, a ser utilizado por imóveis públicos
(escolas, câmara, hospitais, etc.), buscando atuar, efetivamente, na
racionalização e no combate ao desperdício da água, de modo a servir como
instrumento para manutenção preventiva, troca de equipamentos e
conscientização;
iii. inspeção, manutenção e monitoramento dos SAAs.
11.2.2. Programa: Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais
Para seu abastecimento, o município de Camaçari utiliza fontes de água superficiais
e subterrâneas, as quais apresentam potencial para atender às demandas no
horizonte de planejamento de 20 anos. Como aprofundado no item 8 do Produto 04 -
Diagnóstico dos serviços de Abastecimento de Água, a região faz uso de três
mananciais (um rio, uma represa e um aquífero), majoritariamente. Todavia, a falta
de proteção do manancial põe em risco a vitalidade do corpo d’água e, consequente-
mente, a saúde do meio ambiente e da população. Assim, com a finalidade de
compilar, resumidamente, as características apresentadas no referido Produto 04,
tem-se (Tabela 15):
Tabela 15 - Síntese das Características dos Mananciais de Camaçari/BA.
Manancial Características
Aquífero São Sebastião elevada exploração hídrica
parco controle dos poços perfurados
3 Igual a 36,7%, segundo o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos referente ao ano de 2014,
produzido pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS.
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Manancial Características
notória qualidade de água
significativa vazão disponível para captação
Rio Jacuípe
utilização restrita ao SAA do Polo Industrial de Camaçari
potencial para o abastecimento industrial do município nos próximos 20 anos
relevância para a manutenção do meio ecológico da bacia do rio Jacuípe e a adução para o rio Joanes
faixa legal de proteção parcialmente preservada
risco potencial de degradação
Rio Joanes
deterioração gradual da qualidade da água
vocação para adensamento urbano na área de entorno
faixa legal de proteção bem preservada
risco potencial de eutrofização
Rio Pojuca
utilização restrita ao SAA Barra do Pojuca
risco potencial de eutrofização
predominância de cobertura vegetal na bacia
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Pelo testemunho desses problemas e respaldado no que apresenta o Cap. 8 - Áreas
de Interesse de Abastecimento de Água deste Tomo II, o objetivo principal do
Programa de Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais e Uso Racional
da Água fundamenta-se em aspectos promocionais, preventivos e corretivos, em
conformidade ao que dispõe o compêndio jurídico nacional, estadual e municipal
(Figura 37), afora o PDDU de Camaçari, com destaque para o Cap. IV - Do Esforço
das Estruturas Internas do Município.
Figura 37 - Arcabouço legal.
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Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
O programa abarca, desse modo, medidas integrais que visam salvaguardar a
qualidade e a quantidade dos recursos hídricos, cujo diálogo com a conservação da
fauna e da flora, a reversibilidade da degradação ambiental local, bem como o
engajamento dos setores público e privado, além da sociedade (usuária), faz-se
imprescindível. Isso posto, enumeram-se os seguintes fitos específicos:
i. proteção dos mananciais de uso público, atuais e futuros, das Bacias do Rio
Joanes, Jacuípe e Pojuca, com vistas a garantir a universalização do acesso à
água de qualidade para a população;
ii. redução dos custos com a potabilização da água bruta;
iii. conservação da fauna e flora endógenas, sobretudo em APP e entorno dos
mananciais que compõem as bacias da região;
iv. estímulo do poder público municipal e da sociedade civil organizada para o
desenvolvimento e a execução de ações de proteção aos mananciais, servindo
de base para a comunidade local;
v. cumprimento dos ditames legais e normativos concernentes;
vi. conscientização de atores sociais e privados quanto à responsabilização na
conservação e preservação dos mananciais;
• Constituição Federal de 1988
• Lei nº. 6.938/81: Política Nacional do Meio Ambiente
• Lei nº. 9.433/97: Política Nacional de Recursos Hídricos
• Lei nº. 9.605/98: Lei de Crimes Ambientais
• Lei nº. 9.795/99: Política Nacional de Educação Ambiental
• Lei nº. 10.257/01: Estatudo da Cidades
• Lei nº 11.445/07: Lei Federal do Saneamento Básico
• Decreto 7.217/10: Regulamenta a Lei nº 11.445/07
Esfera Federal
• Lei nº. 10.431/06: Política de Meio Ambiente e Proteção à Biodiversidade
• Lei nº. 11.612/09: Política Estadual de Recursos Hídricos
• Lei nº. 12.056/11: Política Estadual de Educação Ambiental
Esfera Estadual
• Lei Orgânica de 2008
• Lei Complementar nº. 913/08: Código Urbanístico e Ambiental
• Lei nº 866/08: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Esferal Municipal
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vii. avaliação quali-quantitativa das águas dos mananciais;
viii. fomento à sustentabilidade socioambiental, por meio da promoção da
participação e cooperação continuada dos atores sociais na proteção aos
mananciais;
ix. adequação ambiental do uso e da ocupação do solo no entorno dos
mananciais;
x. integração com demais programas de saneamento ambiental propostos.
Dos princípios que fundamentam tais fins, citam-se a adequação à realidade
camaçariense e regional, além do fomento à gestão sustentável dos recursos
hídricos. Ademais, à luz do cenário camaçariense, o Programa de Recuperação,
Preservação, Proteção das Nascentes e Mananciais de Abastecimento objetiva
contemplar projetos de curto, médio e longo prazo – este último com implantação
gradual e efetiva. Com efeito, pela maior degradação na qual se encontra a Bacia do
Rio Joanes, deve-se habilita-la como área de ação prioritária.
11.2.2.1. Projeto: Recuperação, Preservação e Conservação dos
Mananciais
O Projeto: Recuperação, Preservação e Conservação dos Mananciais encontra
respaldo na legislação vigente, na análise situacional de Camaçari e na
compreensão de que os recursos hídricos são indispensáveis à manutenção da vida
tal qual se conhece hoje. Ademais, considerando o elevado risco de degradação dos
mananciais, como explicitado no Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de
Abastecimento de Água, faz-se premente a atenção e execução de estratégias para
recuperação da qualidade da água. Por tais razões, enseja-se, nesse projeto, evitar
a escassez da água para abastecimento público, o comprometimento das atividades
humanas (envolvendo aspectos sanitários, socioeconômicos e ambientais), a
inviabilidade da captação da água nestes mananciais, a maior complexidade no
tratamento (refletindo, muito possivelmente, em aumento de custo operacional),
afora a perda da biodiversidade e conseguinte desequilíbrio ecológico. Logo, como
ação recuperatória, pontua-se:
i. elaboração de estudo de viabilidade para recuperação/revitalização dos
mananciais e execução do projeto, destacando-se o Rio Joanes, Rio Pojuca e
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Rio Jacuípe, assim como seus afluentes, com previsão de técnicas
ecoeficientes, apropriadas e compatíveis à realidade local.
Ademais, a preservação e a conservação dos mananciais interagem intimamente
com sua recuperação, sendo também pertinentes as mesmas disposições legais. Tal
interface induz a uma série de intervenções, que intentam proteger os corpos
d’água, e, consecutivamente, à execução satisfatória dos serviços de abastecimento
de água. É neste prisma que são incorporadas as seguintes ações:
i. inclusão de todos os mananciais de Camaçari em Sistema de Monitoramento e
Controle da Qualidade da Água, mediante cadastro e atualização periódica dos
dados.
ii. intensificação da fiscalização de agentes poluidores e atividades desenvolvidas
no entorno dos mananciais e nas áreas de interesse para abastecimento de
água (Cap. 8), como do setor de agricultura/pecuária e industrial nas cercanias
da represa de Santa Helena e rio Joanes, respectivamente;
ii. incentivo técnico e financeiro de ações que visem à proteção hídrica e de
iniciativas sustentáveis, com ampliação da divulgação de medidas já
existentes, a exemplo do Programa Produtor da Água, desenvolvido pela
Agência Nacional de Águas - ANA, o IPTU Verde;
iii. estímulo à utilização de fertilizantes naturais e à proteção de mananciais, por
meio de cursos para agricultores da região.
Cumpre frisar que as componentes do saneamento estão inter-relacionadas – razão
pela qual as ações de esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo de
resíduos sólidos fazem-se fundamentais para que os projetos apresentados no
Programa: Recuperação, Preservação e Proteção dos Mananciais sejam exitosos.
Finalmente, das atividades indicadas para o município de Camaçari, são listadas:
i. integração e articulação entre o poder público, a sociedade e as comunidades
locais, visando à melhoria e manutenção da qualidade ambiental dos
mananciais;
ii. identificação dos conflitos de uso da água, quando houver, como na barragem
Santa Helena;
iii. alimentação periódica do Sistema de Informações de Águas Subterrâneas
(Siagas) e do Sisagua quanto aos SAA, SAI, e SAC.
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11.2.3. Programa: Universalização do Acesso à Água Potável
Posicionada como o primeiro dos trezes princípios fundamentais que compõem a Lei
de Saneamento Básico do país, a universalização do acesso à água dialoga
frontalmente com a garantia da dignidade da pessoa humana. É, portanto, o alcance
do acesso ao saneamento a todo e a qualquer cidadão, mediante tecnologias
apropriadas à realidade socioeconômica, cultural e ambiental (BORJA; MORAES,
2008, p. 10). Outrossim, por sua elevada importância e imprescindibilidade, mantém-
se como uma das metas de desenvolvimento do milênio da ONU e, no foco
particular, no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Camaçari - PDDU.
Noutro ponto, tem-se o Plano Nacional de Saneamento Básico, que inclui a
universalização e a garantia de meios adequados para o atendimento da população
rural dispersa como algumas de suas pautas centrais, reforçando a utilização de
soluções compatíveis com suas características econômicas e sociais. Assim, criar
condições para que a sociedade possa ter seu direito garantido é, pois, desafio
contínuo da gestão pública, a exemplo do Programa Água para Todos, do Governo
Federal, instituído pelo Decreto nº 7.535/11. Por estes ideais e balizado no
diagnóstico realizado localmente (Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de
Abastecimento de Água) que o Programa: Universalização do Acesso à Água
Potável foi elaborado, resguardando, como tônica, as noções de equidade,
integralidade, sustentabilidade, intersetorialidade e participação social, sendo
estruturado em dois projetos adiante descritos.
11.2.3.1. Projeto: Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa
Para as proposições que assistem ao Projeto: Melhoria dos Sistemas Operados pela
Embasa, dispôs-se de uma avaliação dirigida a cada um dos sistemas existentes no
município, com atenção às considerações levantadas no Produto 04 - Diagnóstico
dos Serviços de Abastecimento de Água, no estudo de cenários realizado neste
Tomo II, do Produto 08 - Estudo de Cenários e nas ações propostas no PARMS.
Assim, de modo inicial, faz-se pertinente resgatar a estratégia lançada pela Embasa
para universalização dos serviços, resumida na Figura 38, que ilustra o último
relatório da administração e demonstrações financeiras (2014).
Figura 38 - Mapa Estratégico da Embasa.
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Fonte: Embasa, 2014.
No que se refere à intermitência no fornecimento de água – problema corrente no
abastecimento municipal e disposto no “P2” do item “UT1” da Figura 38 – o Art. 22
do Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece que:
Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento,
são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e,
quanto aos essenciais, contínuos.
De modo conclusivo e não menos importante, conforme explicitado no Produto 04 -
Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água, p. 116, alerta-se que
aproximadamente 10% dos munícipes de Camaçari não eram atendidos pela rede
de abastecimento da Embasa, no ano de 2010, compondo outro complexo ponto de
debilidade do serviço, o qual deve ser superado progressivamente na região
camaçariense. Diante disso e a fim de galgar a melhoria dos sistemas operados pela
prestadora, o projeto aqui descrito deve caminhar em conjunto com os demais
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Programas que compõem este Tomo II. Dessa compreensão, foram dispostas as
ações para cada SAA, como aventam os próximos subtópicos.
Sistema Local de Abastecimento de Água de Camaçari
i. Instalação de sinalização de identificação nos poços P1, P3, P6, P7, P8
(DO06);
ii. Instalação de sinalização de advertência de perigo em todos os poços (DO06);
iii. Adequação dos poços P1, P7 e P8 para fechamento da poligonal com muro de
alvenaria e portões metálicos (DO06);
iv. Execução do projeto de intervenções no sistema, cujo estudo é apresentado no
PARMS, Fase 3 - Tomo IV - Diretrizes e Proposições - Vol. 05 – Relatório das
Diretrizes e Proposições do Município de Camaçari (SIHS, 2015).
Sistema Local de Abastecimento de Água de Parafuso
i. Instalação de sinalização de identificação e advertência de perigo no poço P1
(DO06);
ii. Realização de isolamento adequado da fiação elétrica na casa de química, com
base nas normas vigentes;
iii. Execução do projeto de intervenções no sistema, cujo estudo é apresentado no
PARMS, Fase 3 - Tomo IV - Diretrizes e Proposições - Vol. 05 – Relatório das
Diretrizes e Proposições do Município de Camaçari (SIHS, 2015).
Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Machadinho
i. Instalação de dispositivo/estrutura apropriado(a) para trancamento dos poços
P3 e P9 (DO06);
ii. Instalação de sinalização de identificação e advertência de perigo em todos os
poços (DO06);
iii. Definição da poligonal do poço P9 e cercamento;
iv. Execução do projeto de intervenções em Machadinho Sul e Machadinho Norte,
cujo estudo é apresentado no PARMS, Fase 3 - Tomo IV - Diretrizes e
Proposições - Vol. 05 – Relatório das Diretrizes e Proposições do Município de
Camaçari (SIHS, 2015).
Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Jordão
i. Instalação de sinalização de identificação e advertência de perigo em todos os
poços (DO06);
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ii. Execução do projeto de intervenções no sistema, cujo estudo é apresentado no
PARMS, Fase 3 - Tomo IV - Diretrizes e Proposições - Vol. 05 – Relatório das
Diretrizes e Proposições do Município de Camaçari (SIHS, 2015).
Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Barra do Pojuca
i. Execução do projeto de intervenções no sistema, cujo estudo é apresentado no
PARMS, Vol. 07 – Relatório dos Estudos de Concepção e Viabilidade do
Município de Mata de São João (SIHS, 2015).
Sistema Simplificado de Abastecimento de Água de Canto dos Pássaros
i. Instalação de sinalização de advertência de perigo na área do poço (DO06);
ii. Elaboração e execução de projeto de intervenções no sistema, com
implantação de reservatório com capacidade mínima de 215 m³ para fim de
plano e instalação de tubulação auxiliar no poço utilizado.
Em tempo, ressalta-se a importância de se inibir, neste SSAA, práticas como
colocação de torneiras em tubulação de saída, de maneira a evitar perdas de carga
e comprometimento do fornecimento de água.
11.2.3.2. Projeto: Soluções Alternativas para a Zona Rural
Pelo diagnóstico do abastecimento de água no município de Camaçari, verificou-se
que a dispersão física da população em áreas rurais menos densamente povoadas,
como visto nos distritos de Monte Gordo e Abrantes, é a causa substancial do déficit
na prestação desse serviço pela Embasa4. Ocorre que esta situação dificulta
consideravelmente a identificação das demandas específicas de cada comunidade,
encarece as soluções de engenharia e obstaculiza a ampliação das infraestruturas
dos sistemas para contemplar tais munícipes (FUNASA, 2011, p. 7). Para tanto,
deve-se lançar mão de soluções técnica, social, econômica e ambientalmente
viáveis, com aplicabilidade imediata ou em curto prazo, as quais possam ser
incorporadas à realidade local. Agrega-se, pois, a participação dos moradores à
aplicação de engenharia, com vistas a resguardar os “3 Es” (eficiência, eficácia e
efetividade) e a promover “condições de salubridade ambiental às populações rurais
e de pequenos núcleos urbanos isolados” (Art. 49, inciso IV, Lei Federal nº
11.443/07). Como consequência, espera-se a redução da desigualdade de acesso à
4 Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água, p. 424.
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água, vez que o meio rural, diferentemente da área urbana, mantém-se ainda
distante da meta de universalização ora mencionada.
Seguindo-se a isso, é sabido que as alternativas podem ser individuais ou coletivas
(conforme definição do Art. 5º, inciso II da Portaria 2.914/2011), com captação em
águas naturais de nascentes, represas ou depósitos subterrâneos. Entre as
alternativas mais usuais, contudo, consideram-se as superfícies de coleta em águas
pluviais (armazenamento em cisternas) e poços escavados (rasos ou freáticos). Sem
embargos, deve-se priorizar as soluções que apresentem melhor qualidade e maior
proximidade ao ponto de demanda (HELLER; PÁDUA, 2010). Assim, das ações
focadas para o cenário de Camaçari, considerando tais possibilidades, dispõem-se:
i. Realização de estudos e ampliação e/ou adequação dos sistemas existentes
(SSAA de Estrada de Maracaiúba, SIAA de Lagoa Seca e SIAA de Rancho
Alegre);
ii. Elaboração de projeto e implantação dos seguintes sistemas simplificados:
Pião Manso, Vila Camaçari, Sucupira e Itapecirica;
iii. Implantação de reservatórios de captação de água de chuva em localidades
com população inferior a 150 hab. e/ou em domicilios dispersos que ainda não
dispõem de soluções de abastecimento
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11.3.Esgotamento Sanitário
Para a componente “Esgotamento Sanitário” o PPA foi organizado em 02 (dois)
eixos, como mostra a Figura 39, que abrangem propostas para concretizar as
aspirações da sociedade presentes no Plano Municipal de Saneamento Básico,
adequando-as à realidade do município. Os objetivos dos programas, assim como,
seus projetos e ações são apresentados a seguir.
Figura 39 - Programas para o PPA de Esgotamento Sanitário de Camaçari - BA.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
11.3.1. Programa: Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento
Sanitário
Visando lograr uma gestão sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário –
Objetivo 65 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável apresentados em 2015
pela Organização das Nações Unidas - ONU e baseados nos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio - ODM (ONU, s.d.) – o presente programa se insere no
âmbito do planejamento dos Serviços de Esgotamento Sanitário para o município de
Camaçari.
Vale destacar ainda que, de acordo com a Política Federal de Saneamento Básico
(Lei nº 11.445/07), os princípios fundamentais que devem perfazer os serviços
públicos de saneamento básico, como especificam os incisos do Art. 2º, são:
(...)
II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando, à população, o acesso na
5 Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o saneamento para todos –
compreendendo saneamento com o conceito de integralidade entre os componentes abastecimento de água, Esgotamento Sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais.
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Esgotamento Sanitário para Todos
Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário
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conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;
(...)
VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;
VII - eficiência e sustentabilidade econômica;
(...)
IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados;
X - controle social;
XI - segurança, qualidade e regularidade;
XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos. (grifo nosso)
Outro aspecto relevante a ser considerado é o desafio de conciliar o equilíbrio
econômico-financeiro da prestadora de serviços com a modicidade tarifária, somado
aos investimentos demandados à proporção que se projete a ampliação do acesso
aos serviços para as zonas periféricas, cuja população encontra-se em situação de
vulnerabilidade econômica. Destarte, embora o município seja, constitucionalmente,
o titular nos serviços de saneamento básico, a eficiência da gestão, em seu sentido
amplo, está diretamente relacionada ao bom desempenho de todos os atores
envolvidos, não somente da atuação da prefeitura. Assim, incluem-se as prestadoras
de serviços, as secretarias e demais órgãos afins, a exemplo da Embasa, Cerb,
Agersa, Seinfra e Sedur, como elucidado no Produto 08 - Estudos de Cenários,
Tomo I - Gestão dos Serviços de Saneamento.
Nesse contexto, serão detalhados nos próximos subitens os projetos do Programa
de Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário que visam abarcar a
melhoria operacional, a qualidade no serviço prestado e a educação ambiental para
fortalecimento da relação da população com o meio ambiente.
11.3.1.1. Projeto: Melhoria da qualidade do serviço prestado
A título de contextualização revisitaremos as não conformidades relacionadas à
prestação dos Serviços de Esgotamento Sanitário apresentadas no Produto 05 -
Diagnóstico dos Serviços de Esgotamento Sanitário e elencados também no
presente produto, apresentadas a seguir:
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As estações de tratamento de esgoto não atendem aos padrões de
lançamento de efluentes domésticos em corpos hídricos, segundo Resolução
CONAMA n° 430/2011;
Extravasamentos em pontos da rede de coleta de esgoto no meio urbano;
Adoção predominante de soluções individualizadas inapropriadas em todo o
município, podendo gerar contaminação do solo e de mananciais
subterrâneos;
Lançamento de esgoto coletado pela rede pública na rede de drenagem e em
corpos d'agua sem tratamento prévio;
Lançamento de águas pluviais na rede pública de coleta de esgoto;
Fiscalização precária quanto à regulação e à qualidade do efluente gerado
nas ETEs.
A utilização do sistema de drenagem urbana para o lançamento de esgoto
doméstico provoca a contaminação dos rios, lagos e praias, e a utilização do
sistema de esgotamento para lançamento de águas pluviais, pode ocasionar o
retorno de efluentes para residências, extravasamento de elevatórias, dentre outros
transtornos.
Os mananciais inseridos no perímetro urbano do município recebem contribuições
de esgotos domésticos dos domicílios que não possuem solução de esgotamento,
fazendo a ligação clandestina no sistema de drenagem e, devido a isso, se
encontram em estado de degradação ambiental. Essa situação coloca em risco a
saúde da população, principalmente de crianças que são mais propícias a ter
contato direto com a água desses mananciais. Elaborar medidas para melhoria da
prestação dos Serviços de Esgotamento Sanitário, como a promoção de ações de
prevenção aos extravasamentos na rede, está intrinsecamente conexo à promoção
da preservação dos mananciais e da saúde pública dos munícipes.
Ante o descrito, visando melhorar as condições de salubridade do meio, proteger os
ecossistemas e evitar transtornos à população são pontuadas as ações que deverão
ser desenvolvidas no âmbito desse projeto:
a) Formulação de ações para prevenção aos extravasamentos na rede coletora
de esgoto;
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b) Elaboração de rotina contínua de monitoramento e manutenção preventiva
das soluções individuais implantadas na zona urbana e rural, com
disponibilização de técnico capacitado para realização dessas atividades;
c) Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema
residencial de coleta de águas pluviais à rede pública de coleta de esgoto;
d) Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema
residencial de esgoto à rede pública de drenagem;
e) Fiscalização quanto à ligação das residências ao sistema de coleta público de
coleta de esgoto, conforme disposto no Art. 82 do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano – PDDU do município de Camaçari, aplicando aos
usuários inadimplentes as penalidades previstas na Lei nº 7.307 de 23 de
janeiro de 1998, regulamentada pelo Decreto Nº 7.765 de 08 de março de
2000, que dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública de coleta de
esgotos;
f) Desenvolvimento de canal de diálogo entre usuário e prestadora do serviço,
incluindo campanha de incentivo ao uso, para célere informação sobre
transtornos na rede pública de coleta de esgoto;
g) Capacitação e desenvolvimento dos recursos humanos para a execução dos
serviços de esgotamento de modo satisfatório, incluindo a contratação de
funcionários em número suficiente para atender à demanda do município,
bem como o treinamento (e sua reciclagem periódica) da equipe técnica
incumbida das medições;
h) Inclusão dos dados referentes ao saneamento básico ao Sistema de
Informações Geográficas - SIG, já utilizado pela Prefeitura, permitindo o
mapeamento da ocorrência de vazamentos, da idade das redes de coleta,
entre outras oportunidades.
11.3.2. Programa: Esgotamento Sanitário Para Todos
O Esgotamento Sanitário exerce papel primordial no controle de doenças e outros
agravos, assim como contribui para a redução da morbimortalidade provocada por
doenças transmitidas pela água e consequente melhoria na qualidade de vida da
população, além de ter forte contribuição no resgate da dignidade do cidadão.
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Portanto, implementar ações que objetivem o acesso às condições adequadas de
saneamento a toda e qualquer pessoa mediante tecnologias apropriadas à realidade
socioeconômica, cultural e ambiental se traduz na garantia de cumprimento do
direito do cidadão e é, pois, desafio contínuo da gestão pública.
Os objetivos desse Programa, descritos a seguir, visam atender à demanda da
população no que se refere ao Esgotamento Sanitário no horizonte de planejamento
de 20 anos.
Ampliar o sistema de Esgotamento Sanitário na área urbana dos distritos:
A área urbana do município, composta pela sede municipal e pelos distritos de
Monte Gordo e de Abrantes, não possui rede pública de coleta de esgoto atendendo
a todos os moradores. Apenas 20,2% da população do município possui acesso à
rede coletora de esgoto, sendo 28,0% no Distrito Sede, 13,1% no Distrito de Monte
Gordo e 11,0% no Distrito de Abrantes. O atendimento com rede coletora e
tratamento abrange 13,1% da população urbana do município e o índice de
tratamento do esgoto coletado é de 64,8%. Após, a conclusão das obras de
saneamento do PAC I e II em 2107, o atendimento por rede coletora na zona urbana
passa a ser 48,2% da população urbana, o índice de tratamento do esgoto coletado
passa a ser de 100%.
Sendo assim, para atender aos princípios preconizados na Lei n° 11.445/2007
verifica-se que a ampliação do índice de coleta deverá crescer paralelamente ao
índice de tratamento do efluente coletado.
Assim, é objetivo do presente programa a elevação do índice de atendimento de
coleta de esgoto até o patamar de 93,1% e a universalização do tratamento de
esgoto para as zonas urbanas dos distritos. Vale ressaltar que, apesar de não
alcançar a universalização da coleta de esgoto, a adoção dessa meta está em
concordância com o horizonte de trabalho do PMSB e com as diretrizes
preconizadas na Lei n° 11.445/2007, que propõe a ampliação do índice
progressivamente até a sua universalização. Destarte, ressalta-se que, em ocasião
da revisão do PMSB, essa meta deve ser reavaliada objetivando o alcance de um
horizonte temporal em que a universalização do acesso seja uma realidade para os
moradores da zona urbana.
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Devido ao déficit de atendimento por soluções de esgotamento na zona urbana,
existem ligações clandestinas de esgoto doméstico na rede de drenagem, podendo
gerar transtornos à população como o extravasamento em épocas de intensas
precipitações, ocasionando riscos à saúde pública, além de acarretar na
contaminação dos mananciais inseridos no perímetro urbano por efluente doméstico
sem tratamento prévio.
Portanto, a ampliação do sistema de Esgotamento Sanitário na zona urbana de cada
distrito com tecnologias e tarifas apropriadas à realidade local possui papel decisivo
para alcance de um ambiente seguro e salubre à toda a população, diminuindo a
possibilidade de ocorrência de doenças, reconstruindo os hábitos atuais e
fortalecendo a relação da comunidade com o meio ambiente.
Implantar soluções alternativas para as comunidades rurais e para os
domicílios dispersos na zona urbana:
Nas localidades rurais foi verificado o uso de fossas rudimentares como solução
para a destinação dos esgotos domésticos provenientes do vaso sanitário,
construídas sem observação dos critérios técnicos, estabelecendo uma condição
propícia à contaminação do lençol freático e das águas subterrâneas na região.
Nesse panorama, é válido destacar os impactos resultantes da desobediência aos
critérios técnicos construtivos, a exemplo da distância mínima da solução de
Esgotamento Sanitário à fonte de água subterrânea, que majoram as chances de
contaminação de poços usados como fonte de água para consumo e,
consequentemente, a ocorrência de doenças nos moradores locais.
Neste sentido, o Programa Esgotamento Sanitário Para Todos pretende ampliar o
índice atual de 32% de abrangência de soluções de esgotamento na zona rural até o
patamar de 80%, considerando o horizonte temporal de implementação do PMSB e
as metas propostas pelos estudos desenvolvidos no âmbito do Plansab (2013) para
a região Nordeste, adotadas no cenário de referência. A adoção dessa meta segue
ainda o direcionamento do princípio da universalização do acesso, preconizado pela
Lei n° 11.445/2007, que propõe a ampliação do índice progressivamente até o seu
acesso universal a todos os moradores. Ressalta-se que, em ocasião da revisão do
PMSB, as metas propostas sejam reavaliadas objetivando encontrar um horizonte
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temporal em que a universalização do acesso seja uma realidade para os moradores
da zona rural.
Para a zona urbana do município o uso de soluções alternativas de esgotamento é
indicado como solução emergencial para locais afastados do centro urbano onde se
predominam domicílios dispersos. Porém, segundo indicação do Plansab (2013) e
conforme o disposto na Lei estadual nº 7.307/1998, os domicílios que passam a ser
atendidos por rede coletora devem desativar a fossa séptica e lançar o efluente na
rede. Sendo assim, conforme a ampliação da rede contemple esses domicílios, a
transição dever ser incentivada e fiscalizada pelos órgãos responsáveis.
Ante isso, o Programa Esgotamento Sanitário Para Todos visa ampliar o índice de
acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário para o meio rural e para os
domicílios dispersos da zona urbana com uso de tecnologias apropriadas à
realidade local de modo a promover a saúde púbica, a proteção do meio ambiente e
garantir o direito ao acesso aos serviços de saneamento ao munícipe como forma de
assegurar e resgatar a dignidade da pessoa humana.
Conservação e recuperação das águas superficiais e subterrâneas do
município:
É fundamental para o Programa Esgotamento Sanitário Para Todos a promoção da
proteção das águas superficiais e subterrâneas, uma vez que o esgotamento
sanitário adequado previne a contaminação com efluentes domésticos com elevada
carga orgânica e patogênica, o que evita a degradação dos ecossistemas, melhora a
saúde pública e reduz os custos com tratamento da água.
Como descrito no Produto 4 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água,
Item 8, o município de Camaçari faz uso de mananciais de águas superficiais (Rio
Pojuca e Barragem Santa Helena) e subterrâneas (Aquífero São Sebastião). As
ações para a conservação dos atuais e futuros mananciais estão presentes no item
10.2 “Programas: recuperação, Preservação e Proteção dos Mananciais” do Produto
8 - Tomo II - Abastecimento de Água.
Além de servir de manancial de abastecimento, alguns corpos d’água como
córregos, riachos e rios, também tem a função de promover o escoamento das
águas pluviais. O Produto 6 - Diagnóstico dos Serviços de Drenagem Urbana
identificou a contaminação por esgoto em quase todos os córregos, riachos e rios
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urbanos do município. As ações para a conservação e recuperação desses corpos
d’agua estão presentes no item 10.2 “Programas: Manejo Adequado de Águas
Pluviais” do Produto 8 - Tomo IV- Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais.
Como pode ser visto, o objetivo de recuperação das águas superficiais e
subterrâneas do município previsto no Estudo de Cenários de Esgotamento
Sanitário, está presente nas ações previstas nos Estudos de Cenários de
Abastecimento Água e Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais, evidenciando
a importância da integralidade dos serviços, uma das diretrizes nacionais para o
saneamento básico instituídas pela Lei n° 11.445/2007, que estabelece princípios
fundamentais que devem perfazer os serviços públicos de saneamento básico, como
especifica o inciso II do Art. 2º:
(...)
II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e
componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico,
propiciando, à população, o acesso na conformidade de suas necessidades e
maximizando a eficácia das ações e resultados;
(...)
Redução da incidência de doenças relacionadas a ausência do saneamento
básico:
O saneamento básico tem como uma das suas principais funções a prevenção de
doenças e a promoção da saúde pública. Como se sabe, são nas excretas,
principalmente nas fezes, que o organismo humano libera maior carga patogênica.
Assim, quando as excretas são dispostas no ambiente de forma inadequada, a
proliferação de doenças se torna fato recorrente nas comunidades humanas. Dessa
forma, há propagação de epidemias nos territórios, acometendo grande parte da
população e trazendo grandes prejuízos sociais e econômicos para a sociedade.
Ao se atingir a cobertura universal de soluções e Serviços de Esgotamento
Sanitário, uma grande gama de doenças relacionadas à ausência de infraestrutura
desse componente já terá a probabilidade de ocorrência diminuída ao máximo, não
dependendo mais do seu controle, mas de outros fatores que poderão colaborar
para sua proliferação no ambiente.
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11.3.2.1. Projeto: Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento
Sanitário na Zona Urbana
No que se refere ao serviço de Esgotamento Sanitário, a Lei estadual nº 7.307 de 23
de janeiro de 1998, regulamentada pelo Decreto Nº 7.765 de 08 de março de 2000,
dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública de esgotamentos sanitários e dá
outras providências. Segue alguns artigos dessa Lei:
Art. 1º - Os serviços de saneamento básico compreendem, dentre outros, a
coleta e disposição adequada dos esgotos, sendo portanto obrigatória a
ligação dos efluentes sanitários dos imóveis, de qualquer natureza, à rede de
Esgotamento Sanitário, quando implementada pelo Poder Público.
Art. 2º - Para cumprimento do disposto no artigo anterior, o usuário deverá
promover a ligação do seu imóvel à rede coletora, no prazo máximo de 90
dias, a partir da data em que for comunicado de que o equipamento público
se encontra disponível.
Art. 4º - O controle e a fiscalização das ligações de que trata esta Lei caberão
à concessionária dos serviços de abastecimento de água e Esgotamento
Sanitário e ao Centro de Recursos Ambientais.
Art. 7º - Por infração de qualquer disposição estabelecida nesta Lei, o infrator
ficará sujeito às seguintes penalidades:
I - advertência, por escrito ou mediante aviso em jornal de grande circulação,
na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;
II - multa simples ou diária;
III - interdição temporária ou definitiva, excetuando-se os imóveis residenciais;
IV - interrupção do suprimento de água.
Esse projeto tem como objetivo fomentar a implantação de sistemas de coleta,
tratamento e destinação final de esgotos sanitários, visando o controle de doenças e
outros agravos, assim como contribuir para a redução da morbimortalidade
provocada por doenças transmitidas pela água, para o aumento da expectativa de
vida e melhoria na qualidade de vida da população. No âmbito desse projeto devem
ser desenvolvidas as seguintes ações:
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a) Elaboração de projeto e ampliação da cobertura da rede pública de coleta de
esgoto doméstico na zona urbana dos distritos Sede, Abrantes e Monte
Gordo;
b) Elaboração de projeto e implantação de etapa de tratamento do esgoto
doméstico para os distritos de Abrantes e Monte Gordo;
c) Ampliação o volume de tratamento dos esgotos coletados na Sede municipal
pela empresa privada Cetrel;
d) Operação e manutenção da rede pública de coleta dos distritos e das
soluções de tratamento do esgoto coletado a fim de evitar transtornos à
população e proteger o meio ambiente de contaminações;
e) Conforme avanço da ampliação da rede de coleta pública nos distritos,
promover a desativação das soluções individualizadas e ligação do domicílio
à rede6;
f) Construção de módulos sanitário integrados à rede coletora de esgoto em
domicílios que ainda não possuem7;
g) Realizar estudos quanto à viabilidade ambiental e econômica do reuso dos
efluentes tratados nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE);
h) Estudar a aplicação de tarifas compatíveis com a condição de pagamento dos
usuários.
11.3.2.2. Projeto: Soluções alternativas para zona rural e para povos e
comunidades tradicionais
Como já mencionado, a zona rural do município de Camaçari possui alto déficit
quanto à cobertura por soluções de Esgotamento Sanitário, sendo a cobertura atual
abrangendo apenas 32% da população rural, segundo IBGE 2010. A fossa
rudimentar é largamente empregada como solução para suprir essa carência,
contaminando o solo, mananciais subterrâneos e acarretando em riscos de
contaminação de poços usados como fonte de água para consumo pela população
local. Ante isso, é objetivo do presente projeto a elevação do índice de cobertura
6 Essa ação deve ser executada em conjunto com a ação de educação ambiental prevista no Tomo I,, entre
outras oportunidades. 7 Idem nota 5.
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com soluções individuais de Esgotamento Sanitário para abranger 80% da
população rural empregando tecnologias apropriadas à realidade local e em
obediência aos critérios técnicos construtivos imprescindíveis à sua perfeita
eficiência e efetividade.
A escolha por sistemas individuais é baseada na recomendação do inciso V do Art.
2° da Lei 11.445/2007 – Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, que propõe
a adoção de métodos, técnicas e processos em concordância com as peculiaridades
locais e regionais. Desta forma, as características ponderadas na escolha da
tecnologia a ser empregada consideraram a baixa densidade demográfica da zona
rural, onde se predomina a ocorrência de populações dispersas, inviabilizando a
implantação de soluções coletivas, assim como as experiências de outros
municípios, com similaridades à Camaçari, que demonstraram dificuldades de
manutenção e operação das soluções coletivas na zona rural, comprometendo a sua
eficiência e efetividade.
As soluções individuais previstas para a zona rural devem ser construídas de
maneira participativa, a fim de promover o empoderamento e a apropriação pela
comunidade da tecnologia implantada, além de fortalecer a relação dos moradores
com o meio ambiente. Outro aspecto importante é dar prioridade, quando possível, a
tecnologias de tratamento que permitam a produção segura de alimentos.
O presente projeto visa também a proposição de ações voltadas a promoção da
melhoria das condições de esgotamento sanitário dos Povos e Comunidades
Tradicionais (PCT) presentes no território do município de Camaçari. Foram
identificadas a presença de comunidades remanescentes de quilombos,
comunidades pesqueiras, presença de aldeias hippies e povos ciganos, conforme
descrito no item 8.4 do Vol. 1 do Produto 2. A importância dada aos PCTs está
fundamentada na concepção ambientalista. Nos últimos trinta anos, os cientistas
ambientais constataram que a presença humana em Unidades de Conservação
contribui para a proteção de espécies animais em extinção, devido à capacidade de
utilização e preservação dos recursos naturais por meio da permanência destas
populações nas regiões conservadas.
Portanto, com a consolidação dessas comunidades no território do município surge a
necessidade do amparo estrutural para garantir a segurança sanitária necessária à
vida humana, minimizando a ocorrência de agravos de saúde relacionados à
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deficiência dos serviços de esgotamento sanitário, fortalecendo a relação da
comunidade com o ambiente e reedificando a identidade do grupo. Sendo assim,
foram direcionadas ações específicas para o atendimento dessas comunidades,
considerando as suas peculiaridades culturais. Isso posto, as ações previstas para o
presente projeto são elencadas a seguir:
a) Elaboração dos projetos das soluções individuais de esgotamento
sanitário, incluindo cronograma de operação, manutenção e monitoração;
b) Construção de soluções individuais, como banheiro seco, fossa séptica
seguida de sumidouros ou valas de filtração, fossas de evapotranspiração
e canteiro bioséptico, com base na construção participativa envolvendo a
família contemplada;
c) Capacitação da população na construção de soluções adequadas de
Esgotamento Sanitário, com foco em membros de associações e
profissionais responsáveis pela construção das soluções individuais
adotadas atualmente na região;
d) Elaborar e disponibilizar para a população manual técnico
autoexplicativo de construção e operação de soluções individuais, como
fossas sépticas seguidas de sumidouro/vala de filtração, canteiro
bioséptico, entre outros, assim como normas correlacionadas existentes;
e) Elaborar Manual com orientações sobre a manutenção e o
monitoramento das soluções individuais;
f) Construção de módulos sanitários nas residências que ainda não tem
acesso a banheiro, composto por vaso sanitário, lavatório, chuveiro e pia
de lavar roupa, integrado a solução para a destinação dos esgotos
condizente com a realidade local;
g) Promoção de oficinas de capacitação para atores sociais envolvidos na
construção de soluções individuais de esgotamento sanitário;
h) Promoção de oficinas de educação ambiental com os Povos e
Comunidades Tradicionais abordando a importância do esgotamento
sanitário para a minimização dos agravos de doenças e proteção do meio
ambiente, debatendo com a coletividade a respeito da melhor alternativa
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para esgotamento sanitário a ser implantada, considerando as suas
peculiaridades culturais e visando a aceitação da tecnologia. Na ocasião
das oficinas deve feito o levantamento do quantitativo de residências
desprovidas de instalações sanitárias internas e a possível solução para
cada comunidade específica (a exemplo do uso de banheiro seco,
construção de módulos sanitários integrados à solução de esgotamento,
entre outras possibilidades);
i) Implantação das soluções alternativas de esgotamento sanitário para
atendimento dos povos e comunidades tradicionais, com participação dos
moradores contemplados na construção da solução.
11.4.Drenagem e Manejo de Àguas Pluviais Urbanas
11.4.1. Programa: Manejo Adequado das Águas Pluviais
Com muita frequência, a ocupação das áreas urbanas ocorre com intensa
impermeabilização do solo, supressão de vegetação, ocupação de áreas de fundo
de vale e limítrofes de corpos d’água, como rios, córregos, riachos, lagoas e
várzeas, o que determina a alteração da dinâmica natural do escoamento de águas
da chuva.
A consequência tem sido a diminuição da capacidade de absorção da água pelo
solo e o aumento do escoamento superficial, assoreamento dos canais por
carregamento das partículas de solos, tornando frequentes as enchentes,
inundações, escorregamentos de encostas e de margens de rios e córregos.
Como solução para os problemas identificados, tradicionalmente são adotadas
técnicas para drenar a água da chuva o mais rápido possível em direção ao rio,
resultando no aumento das inundações (RECESA, 2014).
Como alternativa, surge o conceito de drenagem sustentável, baseada no manejo
das águas pluviais, tendo em vista estabelecer uma nova concepção quanto a esse
componente do sistema de saneamento básico. Essa visão de manejo de águas da
chuva tem um caráter preventivo e se sustenta principalmente em ações não
estruturais (RECESA, 2014).
Portanto, o Programa visa reduzir as vazões de cheia e velocidade de escoamento
das águas pluviais na área urbana, priorizando técnicas/soluções sustentáveis e de
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caráter preventivo. Porém, considerando os atuais níveis de impermeabilização,
ainda serão intercaladas ações corretivas tradicionais. No mapeamento das áreas
de interesse da drenagem urbana e manejo de águas pluviais (Apêndice D), é
possível identificar os locais onde algumas ações devem ser implementadas.
11.4.1.1. Projeto: Retenção e ou Redução do Escoamento Superficial
As ações deste projeto seguem o princípio de redução ou retenção de escoamento
superficial na fonte geradora, por meio da adoção de medidas de planejamento e de
medidas estruturais sustentáveis.
A retenção e ou redução de escoamento superficial tem o objetivo primordial de
diminuir os picos de vazão de cheias e os riscos de inundação e alagamento, além
disso, desempenha um papel de redução na demanda pelos serviços de
abastecimento de água e contribui com o aumento da oferta de água subterrânea.
No Município de Camaçari apenas (01) uma bacia de amortecimento (localizada na
cabeceira do Rio Camaçari) foi implementada com o objetivo de amenizar o impacto
do escoamento superficial, além desta, nenhuma outra ação foi implementada com
esse objetivo.
A seguir são apresentadas as ações relativas a esse projeto:
Implantação de dispositivos de captação de águas da chuva para usos
diversos em todos os prédios públicos.
Estimular a prática de captação de água de chuva em edificações
particulares, por meio do IPTU Verde.
Estimular a repermeabilização dos locais com alta taxa de impermeabilização.
Estimular a implantação de piso drenante em detrimento de pisos
impermeáveis.
Realização do cadastro de áreas estratégicas para o amortecer cheias: bacias
naturais de amortecimento, áreas verdes (localização e estado de
conservação) e áreas de lazer (praças, campos de futebol e quadras) com as
respectivas capacidades de amortecimento de cheia
Realizar a recomposição vegetal e manutenção das áreas verdes.
Regulamentação e preservação das bacias naturais de amortecimento.
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Aproveitamento de áreas de lazer para amortecimento de cheias: praças,
campos de futebol e quadras.
Ampliar a capacidade da Sedur de fiscalização do uso e a ocupação do solo,
com o objetivo de conter o desmatamento e a impermeabilização do solo.
Promover cursos de capacitação dos profissionais da instituição (Sedur).
11.4.1.2. Projeto: Revitalização dos Rios Urbanos
Os córregos, riachos e rios são estruturas que recebem toda a água capitada na
vias, sarjetas e caixas coletoras de águas pluviais, o seu bom funcionamento é
essencial para que as águas coletadas não se acumulem nas vias.
Além de desempenhar a função de escoar a água, os rios urbanos funcionam como
suporte para a manutenção dos ecossistemas urbanos, colaboram para a harmonia
paisagística e podem ser utilizados como áreas de lazer.
No Município de Camaçari apenas o Rio Camaçari e alguns dos seus afluentes,
passaram por um processo de revitalização, nos demais rios urbanos apenas a
limpeza é realizada.
A seguir são apresentadas as ações relativas a esse projeto:
Enquadramento e monitoramento dos canais de drenagem (córregos, riachos
e rios) de acordo com a Resolução Conama Nº 357 e 430.
Identificar os pontos de lançamento de esgoto no sistema de drenagem;
Recuperação da mata ciliar (proteção dos taludes e barreira de proteção
contra resíduos sólidos).
Implantação de parque lineares nos rios urbanos que funcionam como canais
macrodrenagem como: Rio Camaçari (já implantado), Rio Pojuca e Rio
Jacuípe.
Adequação dos rios urbanos.
11.4.1.3. Projeto: Relocação e Contenção de Construções em Áreas de
Preservação Permanente
Esse projeto tem como o objetivo conter e ou relocar edificações em áreas de
preservação permanente que, por sua vez, são cruciais para funcionamento da
drenagem urbana e manejo das águas pluviais.
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189
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De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2011) a cobertura vegetal natural das
encostas, dos topos de morros, das margens de rios e córregos existe para proteger
o solo da erosão provocada por chuvas, evitando inundações rápidas (enxurradas) e
possíveis deslizamentos de terra.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2011) mesmo que ao longo dos rios, sejam
adotadas ações sustentáveis de ocupação, com a preservação das matas ciliares e
o respeito à faixa mínima de Áreas de Preservação Permanente (APP), é
imprescindível que as nascentes sejam mantidas como áreas estáveis, pois, caso
contrário, toda a dinâmica dos cursos fluviais à jusante será alterada, podendo
refletir em prejuízos ecológicos, humanos e econômicos para toda a sociedade, em
maior ou menor grau.
As veredas têm uma função primordial para a manutenção dos cursos dos rios ou
nascentes, são locais constantemente alagados onde a água tende a se acumular,
não sendo indicado a construção de moradias ou descaracterização da área.
Esse projeto prevê ações que amenizarão o impacto da ocupação em áreas de APP,
com ações de fiscalização de novas ocupações, desapropriações e realocação das
famílias desapropriadas, conforme listado a seguir:
Elaboração de um cadastro técnico do uso e ocupação das áreas de proteção
permanente (APP) destacando as áreas de riscos para a população;
Erradicação e ou adequação das áreas de riscos ocupadas;
Efetivação de regularização fundiária em algumas localidades;
Relocação das famílias desapropriadas
Ampliar a capacidade da Sedur de fiscalização do uso e a ocupação do solo,
com o objetivo de conter a ocupação em áreas de risco e em áreas de
proteção permanente (APP);
11.4.2. Programa: Universalização dos Serviços de Drenagem
A drenagem urbana e manejo de águas pluviais tem uma peculiaridade com relação
aos outros componentes do saneamento, além dos serviços prestados relacionado
com ações de implantação e manutenção do sistema, existem as ações voltadas ao
atendimento da população em casos em que o sistema de drenagem não consiga
atender a demanda do escoamento superficial, seja por precipitações atípicas, pelo
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190
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subdimensionamento da infraestrutura de drenagem urbana, pela falta de
manutenção e ou pelo uso inadequado (lançamento de resíduos nos logradouros,
lançamento de esgoto, retirada da vegetação das encostas dos morros, etc.) .
Esse programa tem como objetivo propor ações que aumente o acesso aos serviços
de drenagem, tanto na prevenção quanto na contenção de sinistros decorridos de
alagamentos, inundações e deslizamento de terra. No mapeamento das áreas de
interesse da drenagem urbana e manejo de águas pluviais (Apêndice D), é possível
identificar os locais onde algumas ações devem ser implementadas.
11.4.2.1. Projeto: Ampliação e Melhoria da Drenagem Urbana
A ampliação e melhoria da drenagem urbana tem um papel fundamental na melhoria
da saúde e qualidade de vida da população, principalmente nas áreas de fundo de
vale onde a água tende a se acumular.
No Município de Camaçari-BA a infraestrutura de drenagem geralmente é
implantada sem a elaboração de um projeto, além disso, a população não é há
ações de educação ambiental para orientar a população a respeito do uso adequado
dos sistemas de drenagem, sendo encontrada muitas caixas coletoras de águas
pluviais tamponadas, obstruídas com resíduos sólidos e com lançamento de esgoto.
A seguir são apresentadas as ações relativas a esse projeto:
Realizar o cadastro do sistema de drenagem existente;
Elaborar projetos de ampliação do sistema de drenagem;
Implantar dispositivo de microdrenagem nas vias;
Realizar a limpeza e manutenção do sistema de drenagem no período menos
chuvosos;
Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana a fim de melhorar a
eficiência da implantação, manutenção e operação dos sistemas de
drenagem;
Aumento do quadro de funcionários com a qualificação técnica necessária,
veículos e equipamentos (Seinfra);
Implantação de caixas coletoras de águas pluviais com dispositivo de
retenção de resíduos sólidos;
Promover cursos de capacitação dos profissionais da instituição (Seinfra);
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Realizar e manter as campanhas de educação e ambiental quanto à
preservação das matas ciliares, aos perigos de ocupação das margens dos
rios urbanos ou em áreas de risco, aos danos causados pelo lançamento de
resíduos sólidos nos logradouros e do lançamento de esgoto doméstico no
sistema de drenagem.
11.4.2.2. Projeto: Fortalecimento da Defesa Civil
No município de Camaçari a Secretaria de Ordem Pública e Sustentabilidade
(SEOPS) por meio da Defesa Civil é o órgão responsável pela manutenção e
recuperação da ordem municipal na convivência com desastres relacionados a
eventos naturais ou de ação antrópica.
Para a organização das ações o Município de Camaçari conta com o Plano de
Contingência a Inundações e deslizamentos (PLANCON), que atribui a
responsabilidades primárias para cada órgão quando a situação de risco é
identificada: fornecimento de equipamentos e mão de obra, atendimento aos feridos,
limpeza e remoção dos entulhos, assistência às vítimas e reabilitação de serviços
públicos, Resgate e salvamento, segurança das áreas de espera e casas que forem
evacuadas, dente outros. Porém, foram identificadas algumas fragilidades no
Produto 05 - Diagnostico dos Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de Aguas
Pluviais que deverão ser sanadas a partir da implementação das seguintes ações:
Aumento do quadro de funcionários com a qualificação técnica necessária,
veículos e equipamentos (Defesa Civil).
Promover cursos de capacitação dos profissionais da instituição.
Elaborar de mapa de risco de alagamento, inundação e escorregamento de
terra.
Monitorar processos erosivos e sedimentológicos.
Implantação de um Sistema de Suporte a Decisão (SSD).
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12. ESTIMATIVAS DOS RECURSOS NECESSÁRIOS AOS INVESTIMENTOS
A presente estimativa guarda a finalidade de auxiliar os processos decisórios quanto
à gestão dos serviços de abastecimento de água no município de Camaçari - Ba.
Para cumprir este objetivo, fez-se o levantamento detalhado dos custos de cada
ação, conforme os projetos propostos neste Tomo II, considerando, ainda, o
horizonte de planejamento de vinte anos.
Os valores apresentados foram obtidos por meio de consultas junto a fornecedores,
indicadores de custos do Ministério das Cidades (Plansab), publicações
especializadas, tabelas de serviços e insumos (como o Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi), além de orçamentos de
projetos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras de serviço e empresas
da área.
Vale ressaltar que tais valores tem como objetivo apenas nortear o Município na
implementação dos projetos propostos nesse tomo. O mesmo não têm a intenção de
realizar orçamentos oficiais quanto às estruturas, equipamentos e demais quesitos a
serem adquiridos. Os valores são variáveis e dependerão da viabilidade técnica e
econômica da Administração Pública.
A inflação utilizada nos cálculos de correção para cada ano do horizonte de estudo
foi de 6,4%, ao se considerar a média da inflação dos últimos vinte anos informada
pelo IBGE (2016).
12.1.Gestão dos Serviços
1.1.1 Programa: Educação Ambiental
O custo total estimado para o Programa “Educação Ambiental” foi de cerca de R$
5,5 milhões de reais. Tal valor corresponde ao somatório dos 04 (quatro) projetos
que o compõem, discorridos no Capítulo 6 - Programas, Projetos e Ações do
Produto 8 - Tomo III. O detalhamento dos recursos previstos para cada um dos
projetos é dado, pois, nos subitens adiante.
12.1.1.1. Projeto: Educação Ambiental nas Escolas
As ações onerosas do Projeto de Educação Ambiental nas Escolas abarcam, em
sua maioria, investimentos no âmbito de medidas estruturantes, como a execução
de campanhas educativas contínuas e capacitação dos agentes envolvidos.
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Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da
área, sempre realizando a correção monetária e adequação à realidade do
município. Isto posto, a Tabela 16 apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 16 - Custo do Projeto Educação Ambiental nas Escolas.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Implantar Agenda 21 escolar, Sala-verde, Coletivos Educadores e a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas –
COM.
-
R$ 1.106.362,05
Prefeitura
Capacitar os docentes a realizar as atividades pedagógicas para o processo de
sensibilização dos alunos. R$ 287.283,86 Prefeitura
Promover gincanas escolares abordando o tema políticas públicas, meio ambiente e
saneamento. R$ 159.602,14 Prefeitura
Promover Feira de Ciências abordando o saneamento básico.
R$ 159.602,14 Prefeitura
Promover atividades extracurriculares para visita às instituições públicas responsáveis
pela implantação das políticas públicas. R$ 260.470,70 Prefeitura
Promover debates para contribuição nas conferências municipais das políticas públicas
do município. - Prefeitura
Realizar concursos anuais com premiação que estimulem os estudantes a colocarem em
pratica ações relacionadas à cidadania (participação em audiências públicas, em
conferências municipais, participação ativa em associações de bairros e/ou entidades
estudantis) ao meio ambiente (plantio de uma arvore nativa e cuidados necessários ao seu desenvolvimento, seja em locais públicos ou
no seu quintal, atuação em projetos de recuperação, proteção e conservação do meio ambiente e seus ecossistemas naturais) e ao
saneamento básico (redução gradativa do volume de água ou do consumo de energia na
sua casa; técnicas de reuso de aguas servidas, coleta seletiva em sua casa e doação para o catador de recicláveis,
compostagem doméstica, participação em projetos voltados para melhoria do
saneamento básico, entre outras), com apresentação em eventos nas escolas (feira
de ciências, gincana).
R$ 239.403,21 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.1.1.2. Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais
Analogamente ao projeto descrito anteriormente, as ações onerosas do Projeto de
Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais são
compostas, em sua maioria, de investimentos no âmbito de medidas estruturantes,
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como a execução de campanhas educativas contínuas e capacitação dos agentes
envolvidos.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da
área, sempre realizando a correção monetária e a adequação à realidade do
município. Isto posto, a Tabela 17 apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 17 - - Custo do Projeto Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Realizar oficinas de educação sanitária e ambiental para o consumo sustentável das
riquezas naturais, e a relação do saneamento básico com a saúde.
R$ 430.925,79
R$ 1.378.962,51
Prefeitura
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais na implantação e
técnicas de manutenção das soluções individualizadas de esgotamento sanitário
apropriadas a sua realidade. As oficinas de capacitação devem, sempre que possível,
incentivar a adoção de soluções de esgotamento atreladas à produção de alimentos.
R$ 287.283,86 Prefeitura
Promover a capacitação dos membros das comunidades tradicionais para a coleta seletiva de
resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e compostagem dos resíduos
orgânicos para utilização em hortas. Na oportunidade das oficinas de capacitação, devem
ser abordados os riscos de lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas e margens de rios) e as implicações na drenagem
e na saúde pública.
R$ 344.740,63 Prefeitura
Propiciar nas comunidades a adoção de espaços para atividades práticas relacionadas à temática ambiental, tais como viveiros, horta comunitária,
entre outros.
R$ 201.098,70 Prefeitura
Colaborar em atividades relacionadas à preservação e conservação dos ecossistemas
naturais e seus serviços. R$ 0,00 Prefeitura
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de alertar sobre os riscos de ocupação de áreas propícias à
alagamentos e inundações, abordando as legislações que coíbem essa prática.
R$ 114.913,54 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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12.1.1.3. Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento
Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana
As ações onerosas do Projeto de Educação Ambiental para Promoção do
Saneamento Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana são compostas, em sua
maioria, de investimentos no âmbito de medidas estruturantes, como a execução de
campanhas educativas contínuas e capacitação dos agentes envolvidos.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da
área, além de estudos desenvolvidos em meio acadêmico, sempre realizando a
correção monetária e a adequação à realidade do município. Isto posto, a tabela
seguinte apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 18 - Custo do Projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona Urbana.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Responsabilidade ambiental quanto à preservação dos mananciais superficiais e
subterrâneos inseridos no território do município, enfatizando os benefícios da
preservação de matas ciliares e não poluição das águas.
R$ 172.370,31
R$ 2.017.371,09
Prefeitura
Uso racional da água abordando exemplo práticos de como e porquê da importância do consumo consciente,
evitando desperdícios e demostrando a relação do consumo de água com a
geração de esgoto. R$ 574.567,71 Prefeitura Práticas de reuso de água no domicilio para
diminuir a geração de esgotos.
Práticas adequadas de manuseio e higienização de reservatórios domiciliares,
abordando a importância deste para suprir a demanda em casos de paralizações no
fornecimento de água.
Implicações da prática de fraudes na rede de distribuição de água.
R$ 316.012,24 Prefeitura
Cobrança de tarifa de água e esgoto, destacando sua legalidade e sua importância
na garantia da qualidade e segurança do serviço.
Importância e a exigência legal de promover a ligação à rede pública de
esgoto após sua implantação.
Ilegalidade de realizar ligações de esgoto em rede pluvial quando se trata de
sistema separador absoluto.
Conforme avanço da implantação da rede pública de coleta de esgoto
promover campanhas com intuito de despertar a conscientização a despeito
R$ 344.740,63 Prefeitura
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Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
da importância da ligação à rede de esgoto e desativação das soluções
individuais.
Importância da adesão à coleta seletiva, orientando sobre a correta separação entre os resíduos secos, úmidos e os rejeitos, os dias e horários de coleta.
R$ 316.012,24 Prefeitura
Riscos do lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas, margens de rios) e nas vias públicas em dias e horários que não possuem coleta
e sua relação com problemas relacionados a drenagem (alagamentos,
inundação) e saúde pública (dengue, zika vírus, febre chikungunya, entre outras).
Riscos da ocupação em áreas propícias à alagamentos e inundações, abordando as legislações que coíbem essa prática.
R$ 229.827,09 Prefeitura
Divulgação do IPTU verde, instituído pelo decreto municipal nº 5657/14,
demostrando suas vantagens e quais os procedimentos para obtê-lo e de outros
instrumentos que venham a surgir.
R$ 63.840,86 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.1.1.4. Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na
Zona Rural
As ações onerosas do Projeto de Educação Ambiental para Promoção do
Saneamento na Zona Rural são compostas, em sua maioria, de investimentos no
âmbito de medidas estruturantes, como a execução de campanhas educativas
contínuas e capacitação dos agentes envolvidos.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
orçamentos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da
área, além de estudos desenvolvidos em meio acadêmico, sempre realizando a
correção monetária e a adequação à realidade do município. Isto posto, a Tabela 19
apresenta os custos para este projeto, a saber:
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Tabela 19 - Custo do Projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona Rural.
Ações Custo por
ação Custo do projeto
Responsável
Promover campanhas de educação ambiental com foco no fortalecimento da relação da
comunidade com o meio ambiente, a fim de despertar o juízo de responsabilização e
participação quanto à preservação do meio ambiente, inclusive dos mananciais
superficiais e subterrâneos.
R$ 287.283,86
R$ 1.034.221,89
Prefeitura
Promover a capacitação dos atores sociais das comunidades rurais envolvidos na construção de soluções individuais de
esgotamento sanitário, abordando aspectos construtivos e de operação e manutenção. As
oficinas de capacitação devem incentivar, sempre que possível, a adoção de soluções individualizadas de esgotamento atreladas à
produção de alimentos.
R$ 344.740,63 Prefeitura
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias contempladas com
a construção dos módulos sanitários/banheiros secos com intuito de incentivar o uso adequado da tecnologia
implantada.
Promoção de campanhas de educação sanitária junto às famílias contempladas com
a implantação de soluções individuais de esgotamento sanitário com foco no uso
adequado da tecnologia e na manutenção e operação necessárias ao seu perfeito
funcionamento. Deve, ainda, ser abordada a importância da adoção de soluções
individualizadas para o esgotamento sanitário e as implicações do lançamento de esgoto
bruto no solo e nos mananciais.
Promover a capacitação dos membros das comunidades rurais para a coleta seletiva de
resíduos sólidos, e posterior reutilização, reaproveitamento e compostagem dos
resíduos orgânicos para utilização em hortas. Abordando, ainda, as implicações do
lançamento de resíduos sólidos em locais inadequados (encostas e margens de rios) e suas implicações na drenagem e na saúde
pública.
R$ 229.827,09 Prefeitura
Promover campanhas de educação ambiental com intuito de alertar sobre os riscos de
ocupação de áreas propícias à alagamentos e inundações, abordando as legislações que
coíbem essa prática.
R$ 172.370,31 Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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1.1.2 Programa Fortalecimento da Gestão
O custo total estimado para o Programa “Fortalecimento da Gestão” foi de R$ R$
R$ 5.536.918,00 (cinco milhões, quinhentos e trinta e seis mil e novecentos e
dezoito reais). Este valor corresponde ao somatório dos projetos que o compõem,
discorridos no Capítulo 10 - Programas, Projetos e Ações deste Tomo. O
detalhamento dos recursos previstos para cada um deles será dado, portanto, nos
subitens adiante.
Esse programa visa promover a estruturação da gestão dos serviços de
saneamento básico, envolvendo o planejamento, a prestação, à fiscalização, a
regulação, além do controle social, que garanta eficácia, eficiência e efetividade da
universalização do acesso aos serviços fazendo melhor uso do recurso público.
Além disso, se propõe a estimular a articulação entre os diversos setores da
administração pública municipal na oferta dos serviços de saneamento básico.
12.1.1.5. Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
Para viabilizar a estruturação da gestão no município de Camaçari é necessário
realizar ações que promovam a melhoria da gestão das diferentes políticas públicas
implantadas no município no âmbito da SEDUR.
As ações do projeto abarcam, em grande parte, investimentos no âmbito das
medidas estruturantes, como: implantação de ferramentas de auxílio à gestão, como
o cadastro multifinalitário; a capacitação dos servidores responsáveis pela gestão,
desenvolvimento de rotinas de gestão, revisão e reformulação de regimento interno,
e estabelecimento de canal permanente de diálogo entre a as secretarias.
Para a obtenção dos valores das ações, foram consultadas, sobretudo, empresas e
médias salariais dos profissionais requeridos. A Tabela 20 apresenta os custos para
este projeto, que, ao todo, foi estimado em R$ 20.513.069,34 (vinte milhões,
quinhentos e treze mil, sessenta e nove reais e trinta e quatro centavos), a saber:
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Tabela 20 - Custo do Projeto Valorização da Gestão Integrada de Políticas Públicas.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Fortalecer e valorizar a atuação da Coordenação responsável pelo planejamento
das políticas públicas, CPL/SEDUR, de maneira a torná-la atuante na integração do
planejamento municipal.
-
R$ 20.513.069,34
Prefeitura
Fortalecer e valorizar a atuação da gerência responsável pela integração do planejamento
das políticas públicas urbanas, GEPLU/CPL/SEDUR, de maneira a torná-lo atuante na integração da gestão municipal.
-
Revisar e atualizar os regimentos internos dos órgãos do poder público municipal de
maneira a refletir as atividades e atribuições que devem ser realizadas pelos diversos setores existentes sem sobreposição e/ou
redundância.
-
Realizar contratação e/ou remanejamento interno para formação de equipe técnica
mínima necessária para a gestão integrada das políticas públicas realizada pela CPL.
R$ 13.236.454,99
Realizar capacitação da equipe técnica responsável pela gestão integrada das
políticas públicas municipais. R$ 153.218,06
Implantar rotina para a compilação das ações realizadas pelas diferentes secretárias.
-
Implantar o Cadastro Territorial Multifinalitário, que integre as diferentes informações relativas às infraestruturas
existentes no território do município (cadastro de infraestrutura urbanas; informações geradas pelos prestadores de serviços; informações de monitoramento social e ambiental; dados oriundos das ações de
licenciamento e fiscalização).
R$ 7.123.396,29
Definir em quais gerências da CPL deverão estar alocadas as macro-atividades do Cadastro Multifinalitário; da Articulação
Institucional; da Gestão de Projetos e Ações; e da Integração da gestão.
-
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Nesse projeto são previstas ações que necessitam da contratação de ferramentas
de auxílio à tomada de decisão pela gestão municipal, que foram orçadas a partir de
projetos similares executado por municípios do mesmo porte que Camaçari. Para a
reformulação e formação de novas equipes com realocação e contratação de
profissionais, foram previstas no orçamento contratações de novos técnicos. Na
realização de capacitações para os técnicos responsáveis pela operacionalização da
Plano Municipal de Saneamento Básico
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gestão, estimou se a contratação de consultores e a impressão de material didático.
No caso das ações voltadas para atividades internas de avaliação e melhoria
institucional, não foram consideradas onerosas, já que serão desempenhadas no dia
a dia dos técnicos, que já tem seus custos inseridos na estrutura do poder público
municipal.
12.1.1.6. Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico
Diante da relevância dos serviços públicos de saneamento básico para garantir
qualidade de vida e cidadania é de grande importância que o poder público consiga
realizar a sua gestão de maneira a garantir o atendimento das condições de
qualidade e quantidade previstas em Lei para a sua gestão. Nesse sentido, a fim de
implementar as funções de gestão em saneamento básico, esse projeto propõe
ações de estruturação no âmbito do poder público municipal para torná-lo capaz de
conduzir a gestão dos serviços de forma plena e organizada.
As ações onerosas do Projeto abarcam, em grande parte, investimentos no âmbito
das medidas estruturantes, como a criação de uma nova coordenadoria, a
capacitação de funcionários e coletar e organizar dados e informações relativos à
gestão dos serviços. Para a obtenção dos valores das ações eleitas, foram
consultadas, sobretudo, empresas e médias salariais dos profissionais requeridos. A
Tabela 21 apresenta os custos para este projeto, que, ao todo, foi estimado em R$
51.293.949,88 (cinquenta e um milhões, duzentos e noventa e três mil, novecentos e
quarenta e nove reais e oitenta e oito centavos), conforme detalhamento a seguir:
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Tabela 21 – Custo do Projeto Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Implantar a Política Municipal de Saneamento Básico.
-
R$ 51.293.949,88
Prefeitura
Instituir órgão responsável pela condução da Gestão (planejamento, prestação de serviço, regulação, fiscalização e controle social das ações de saneamento), a Coordenadoria de Saneamento Básico (CSAN), conforme descrito no item 5.1.
-
Elaborar regimento interno para a atuação da CSAN. -
Realizar contratação e/ou realocação de equipe técnica para compor a CSAN, responsável pela condução da gestão dos serviços de saneamento.
R$ 50.650.221,24
Realizar capacitação da equipe técnica responsável pela gestão dos serviços de saneamento com foco na sustentabilidade socioambiental, técnico política.
R$ 191.522,57
Promover rotina de integração entre as secretarias que realizam ações afins ao saneamento básico.
-
Acompanhar o órgão responsável pela regulação e fiscalização da prestação dos serviços de saneamento básico.
-
Realizar estudos sobre a equipe mínima necessária para a prestação de serviços por soluções alternativas de água e esgoto da zona rural.
-
Realizar estudo sobre política tarifária compatível com o caráter do serviço e a renda da população, com o objetivo de garantir a sustentabilidade econômico-financeira na prestação dos serviços.
-
Colaborar na estruturação da Coordenação de Meio Ambiente para que exija nos processos de licenciamento ambiental a elaboração de planos de gerenciamento de resíduos (PGRS) da construção civil, de saúde das unidades públicas e de outras atividades que sejam previstas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
-
Promover a articulação com outros municípios na formação de consórcio para a gestão dos resíduos sólidos.
-
Instituir comitê intersetorial para avaliação anual do PMSB e PMGIRS juntamente com a equipe responsável pelo planejamento das ações de saneamento.
-
Colaborar com a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador no que se refere aos serviços públicos de saneamento básico.
-
Coletar, organizar e divulgar dados e informações sobre os serviços públicos de saneamento básico no âmbito do Cadastro Multifinalitário Municipal.
R$ 452.206,07
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Plano Municipal de Saneamento Básico
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12.1.1.7. Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
A gestão do saneamento básico deve acontecer, irrevogavelmente, com participação
e controle social. Presentes como princípios fundamentais às Diretrizes Nacionais
para o Saneamento Básico estes dois mecanismos fortalecem o desenvolvimento
urbano sustentável e a manutenção de um espaço cidadão. Logo, são fundamentais
para o desenvolvimento da gestão do saneamento básico.
As ações onerosas do Projeto abarcam investimentos no âmbito das medidas que
viabilizem a formação de espaços de reflexão e debates necessários ao exercício da
participação e controle social. Para a obtenção dos valores das ações foram
consultadas, sobretudo, empresas e projetos realizados com as mesmas
características. A Tabela 22 apresenta os custos para o projeto, que, ao todo, foi
estimado em R$ 74.200,00 (setenta e quatro mil e duzentos reais), conforme
detalhamento a seguir:
Tabela 22 – Custo do Projeto Responsabilidade, Participação e Controle Social.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Definir em instrumento legal a instância de controle social (uma possibilidade é a Câmara Técnica de Saneamento) para exercer seu papel na gestão dos serviços de saneamento – planejamento, prestação, regulação e fiscalização.
-
R$ 74.200,00 Prefeitura
Promover espaços de reuniões entre lideranças comunitárias, agentes de saúde que trabalham no dia a dia com a população, representantes da prestadora de serviços e poder público, como canal de diálogo para compartilhamento de informes, problemas e demandas.
-
Realizar conferências temáticas, no mínimo a cada revisão dos Planos, com cronograma e
programação divulgados ampla e antecipadamente, visando fomentar o encontro de empresários, sociedade, prestadora de serviços e poder público para a construção de estratégias que garantam os princípios de universalização, integralidade, equidade e controle social no saneamento.
R$ 26.500,00
Promover debates públicos sobre a possibilidade de criação de um Índice Municipal de Responsabilidade Social - IMRS, validado por lei, cuja função seja servir de instrumento de gestão, contemplando dimensões/indicadores pertinentes, como o saneamento, a exemplo do Índice Paulista e o Índice Mineiro de Responsabilidade Social.
R$ 47.700,00
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Plano Municipal de Saneamento Básico
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12.1.1.8. Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento
Para a estruturação da gestão dos serviços públicos de saneamento básico a
integração entre os diferentes atores atuantes na área deve passar a ser realizar de
maneira integrada, intersetorial e alinhada coletivamente. Nesse sentido, esse
projeto vem propor ações que permitam de logo realizar aproximações e rotinas que
melhorem o diálogo entre os atores envolvidos na gestão dos serviços de
saneamento básico.
As ações do Projeto não geram custos financeiros para serem implementadas, já
que abarcam atividades que devem ser desenvolvidas no dia a dia do trabalho pelas
equipes responsáveis pela gestão. Para tanto, exigirá ações de planejamento interno
e inserção de rotinas de integração que deverão ser desenvolvidas no próprio
ambiente de trabalho. Para a execução desse projeto, se torna necessário então, a
implantação dos outros projetos propostos no âmbito do Programa Fortalecimento
da Gestão. A Tabela 23 apresenta as ações do projeto conforme detalhamento a
seguir:
Tabela 23 – Custo do Projeto Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Responsável
Desenvolver estratégias para o fomento à integração entre Embasa, Cerb, Prefeitura (representada por secretarias) e instância de controle social.
-
R$ 0,00 Prefeitura
Utilizar um sistema virtual de informação em Plataforma Web (uma possibilidade é a Plataforma SAMBA), dedicado à abordagem atualizada do saneamento de Camaçari, com intuito de facilitar a gestão, bem como a transparência com a população.
-
Prever formação de mão de obra qualificada para atualização e manutenção da Plataforma WEB dedicado à abordagem do saneamento.
-
Aprimorar o canal de diálogo, facilitando o intercâmbio de comunicações internas.
-
Pressionar a AGERSA para a inclusão das componentes do saneamento (drenagem e manejo de resíduos sólidos) em seu Manual de Fiscalização.
-
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Plano Municipal de Saneamento Básico
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12.1.1.9. Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao
saneamento básico
O município de Camaçari apesar de possuir alguns instrumentos legais e de
planejamento responsáveis por pensar as questões urbanas e de serviços públicos,
não tem conseguido o alcance e a efetividade desejada e necessária.
Assim, este projeto pretende fortalecer no Município a utilização dos instrumentos de
planejamento com o objetivo de melhoria dos diferentes serviços, e consolidação da
prática de integração do planejamento das políticas públicas na rotina da gestão
municipal.
As ações do Projeto não geram custos financeiros para serem implementadas, já
que abarcam atividades que devem ser desenvolvidas no dia a dia do trabalho pelas
equipes responsáveis pela gestão. Para tanto, exigirá ações de planejamento interno
e formação de agenda para implantação das ações propostas, que serão
desenvolvidas pela própria prefeitura. Para a execução desse projeto, se torna
necessário então, a implantação dos outros projetos propostos no âmbito do
Programa Fortalecimento da Gestão. A Tabela 24 apresenta as ações do projeto
conforme detalhamento a seguir:
Tabela 24 – Custo do Projeto Integração e Valorização da Legislação Urbanística ao Saneamento Básico.
Ações Custo por
ação Custo do projeto
Responsável
Revisar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). -
R$ 0,00 Prefeitura
Estudar e compatibilizar a Lei de Uso e Ocupação do Solo com os instrumentos de planejamento de outras áreas.
-
Adotar as áreas de interesse para o saneamento básico como zonas previstas no PDDU e na Lous municipal.
-
Estabelecer calendário de reuniões entre os conselhos municipais de políticas públicas para realizar reflexões intersetoriais sobre as questões de desenvolvimento urbano, ambiental e social do município.
-
Revisar os instrumentos legais de disciplinamento do município a luz dos novos instrumentos de planejamento que estão sendo elaborados.
-
Divulgar e estimular o uso do dispositivo legal que concede descontos no IPTU, àqueles moradores que implantarem as medidas ambientais previstas em lei nos seus domicílios
-
Atualizar e aperfeiçoar o dispositivo legal que concede descontos no IPTU a domicílios, para que nas medidas ambientais sejam incorporadas mais ações relacionadas a soluções sustentáveis em saneamento básico, principalmente em drenagem urbana, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos
-
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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1.1.3 Demonstrativo dos Investimentos
Nesse item apresenta-se a estimativa de investimento para todo o horizonte de
planejamento para os programas, projetos e ações propostos para a Gestão dos
Serviços de Saneamento Básico.
Para alcançar o cenário de referência detalhado no Produto 8 - Tomo I, onde o
município tem possibilidade de investir na gestão dos serviços, de apostar na
criação de mecanismos de controle social e em participação popular visando a
universalização do acesso aos serviços de saneamento estimou-se, ao longo de 20
anos, a necessidade de se investir em torno de R$ 77 milhões de reais na Gestão
dos Serviços Públicos de Saneamento no município de Camaçari.
O projeto com maior demanda por investimento é o da Estruturação da
Coordenadoria Saneamento, representando 66,3% do total necessário para Gestão
dos Serviços de Saneamento Básico. Esse valor se refere principalmente à
contratação de profissionais para compor a Coordenadoria de Saneamento Básico
(CSAN). Entretanto, esse custo pode ainda ser diminuído, visto que o valor estimado
foi realizado considerando a contratação de todos os profissionais descritos na
Figura 1, porém, há a possibilidade de realocação de profissionais que já integrem o
quadro de funcionários da prefeitura, reduzindo, assim, o custo final.
A Tabela 25 apresenta o demonstrativo de investimento necessários para a Gestão
dos Serviços de Saneamento para o horizonte de 20 anos do PMSB pra o município
de Camaçari.
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Tabela 25 - Plano de investimento para a Gestão dos serviços de saneamento do município de Camaçari.
Item de investimento Total por projeto Percentual por
projeto Total por programa
Percentual por programa
Programa: Educação Ambiental
Projeto: Educação Ambiental nas Escolas
R$ 1.106.362,05 1,4%
R$ 5.536.917,54 7,2%
Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades
Tradicionais R$ 1.378.962,51 1,8%
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente,
Eficaz e Efetivo na Zona Urbana R$ 2.017.371,09 2,6%
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona
Rural R$ 1.034.221,89 1,3%
Programa: Fortalecimento da
Gestão
Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
R$ 20.513.069,34 26,5%
R$ 71.885.969,08 92,8%
Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento Básico
R$ 51.293.949,88 66,3%
Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
R$ 78.949,86 0,1%
Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento
R$ 0,00 0,0%
Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao saneamento
básico R$ 0,00 0,0%
Total de Investimento para horizonte de planejamento R$ 77.422.886,62
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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12.2.Abastecimento de Água
Destarte, este item apresenta os custos totais estimados para cada projeto referente
a componente abastecimento de água, a partir dos investimentos necessários às
suas ações. Também foram determinados os anos para cada investimento visando
suas demandas e prioridades.
12.2.1. Programa: Gestão Sustentável
O custo total estimado para o Programa “Gestão Sustentável” foi de R$
22.773.251,26 (vinte e dois milhões, setecentos e setenta e três mil, duzentos e
cinquenta e um reais e vinte e seis centavos). Este valor corresponde ao somatório
dos três projetos que o compõem, discorridos no Capítulo 10 - Programas, Projetos
e Ações deste Tomo. O detalhamento dos recursos previstos para cada um deles
será dado, portanto, nos subitens adiante.
12.2.1.1. Projeto: Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado
As ações onerosas do Projeto Melhoria da Qualidade no Serviço Prestado abarcam,
em grande parte, investimentos no âmbito das medidas estruturantes, como
capacitação de funcionários e usuários, desenvolvimento de campanha educativa,
cadastramento dos sistemas simplificados e estabelecimento de canal permanente
de diálogo entre a prestadora e o usuário. Para a obtenção dos valores das ações
eleitas, foram consultadas, sobretudo, empresas e médias salariais dos profissionais
requeridos. A Tabela 26 seguinte apresenta os custos para este projeto, que, ao
todo, foi estimado em R$ 15.618.813,13 (quinze milhões, seiscentos e dezoito mil,
oitocentos e treze reais e treze centavos), a saber:
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Tabela 26 - Custo total do Projeto “Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Capacitação da mão de obra responsável pela operação dos
sistemas de abastecimento R$ 278.699,70
R$ 15.618.813,13
Embasa
Desenvolvimento de canal de diálogo entre a prestadora e o usuário para
informação quanto à água abastecida R$ 3.845,13 Embasa
Contratação de mão de obra qualificada para operação do canal de diálogo entre
a prestadora e os usuários R$ 98.299,79 Embasa
Desenvolvimento de campanha educativa
para enfrentamento do déficit sazonal no fornecimento de água
R$ 4.976.012,90 Embasa e Prefeitura
Melhoria da segurança dos sistemas R$ 613.081,76 Embasa
Cadastramento dos sistemas implantados pela Cerb
R$ 2.660,04 Prefeitura
Contratação e treinamento de mão de obra para o setor de manutenção e
operação dos sistemas sob responsabilidade da Prefeitura
R$ 369.625,48 Prefeitura
Captação de água de chuva em imóveis públicos municipais e fomento à prática
em imóveis particulares R$ 3.948.252,99 Prefeitura
Capacitação dos usuários à autogestão dos poços e das cisternas, e instrução
quanto ao consumo direto da água captada, com fornecimento de material
informativo
R$ 468.955,11 Prefeitura
Elaboração do Plano de Segurança da Água
R$ 4.859.380,24
Embasa, Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Para a primeira ação (capacitação de mão de obra responsável pela gestão dos
sistemas de abastecimento), foi prevista a elaboração e a impressão de material
didático, como sistematização da gestão de qualidade, e a presença de
coordenação e palestrante. Quanto ao desenvolvimento de canal de diálogo, o valor
exposto deriva da criação de uma página virtual, inserida no website da prestadora
de serviços, com vistas a promover maior transparência, a exemplo da página virtual
da Sabesp, de São Paulo e do Departamento Autônomo de Água e Esgoto de
Penápolis, São Paulo. A campanha educativa anual, por sua vez, inclui sua
elaboração publicitária e divulgação na mídia local. Para a melhoria da segurança
pública, sugere-se a contratação de dois funcionários para os seis sistemas
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existentes na zona urbana (SLAA Camaçari, SLAA Parafuso, SIAA Machadinho,
SIAA Jordão e SLAA Barra do Pojuca). Já o cadastramento dos sistemas
implantados pela Cerb deverá ser cumprido com a contratação de profissional para
digitalização dos dados e revisão de informações adicionadas, supondo haver
computador e internet disponíveis para tal. Da contratação e treinamento de mão de
obra para o setor de manutenção e operação dos sistemas sob responsabilidade da
Prefeitura, tem-se o custo com a elaboração e a disponibilização de material
didático, bem como a presença de profissional qualificado e com experiência
comprovada na operação de cada tipo de sistema, afora a contratação de operador
para o sistemas existentes e os que serão impalntados. Como forma de reduzir as
despesas públicas e de fomentar a prática da sustentabilidade no município, propõe-
se a captação e a reservação de água de chuva em imóveis públicos, que demanda,
como gastos, a eleboração do projeto, a implantação do sistema de coleta, a
manutenção das cisternas, com periodicidade semestral, e a campanha publicitária
para divulgação dos benefícios afim de fomentar a pratica em pédios particulares.
Também inclui-se, neste projeto, a capacitação dos usuários à autogestão dos
poços e das cisternas, com fornecimento de material informativo adaptado à
realidade local. Nesta ação, foram orçadas as despesas com serviços gráficos,
divulgação, contratação de palestrante qualificado e de assistente social, além do
transporte destes profissionais e da alimentação (lanche) para os participantes. Por
fim, foi estimado o custo com a elaboração do Plano de Segurança da Água - PSA,
recomendados pela Organização Muncial de Saúde, visando ao cumprimento da
Portaria GM/MS n° 2.914/2011 (BRASIL, 2012). A esta ação, buscou-se, como
referência, pesquisa de mercado e cotejo de projetos similares, como o “Programas
para Resultados”, financiado pelo Banco Mundial e divulgado pelo Instituto de
Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará - Ipece, de 2013.
12.2.1.2. Projeto: Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água
Este projeto engloba seis ações que visam à melhoria do monitoramento da água
para consumo humano, tendo um custo total estimado em R$ 4.148.077,49 (quatro
milhões, cento e quarenta e oito mil, setenta e sete reais e vinte e quarenta e nove
centavos), como exposto na Tabela 27.
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Tabela 27 - Custo total do Projeto “Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Garantia de quadro mínimo de funcionários ao Covisam
R$ 1.356.235,77
R$ 4.148.077,49 Prefeitura
Capacitação dos profissionais contratados para atuação no
Covisam R$ 31.973,63
Garantia de materiais e insumos necessários para a realização das
atividades da Covisam R$ 63.255,65
Execução de rotina de controle e monitoramento da qualidade da
água para consumo humano R$ 564.528,11
Garantia do fornecimento de desinfectante para casos em que a
fonte de abastecimento possua água de boa qualidade (soluções
individuais)
R$ 95.879,01
Desenvolvimento de campanha de cadastramento de usuário da água
R$ 2.036.205,33
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
O custo levantado para garantia do quadro mínimo de funcionários ao Covisam
baseia-se na contratação de 08 profissionais, com vínculo efetivo, conforme piso ou
média salarial de cada cargo demandado (Quadro 18). Por conseguinte, a equipe
ingressa deverá ser capacitada – ação que requer o investimento com a elaboração
e a reprodução de material didático, caso a empresa ainda não o disponha. Em
complemento, a fim de municiar a Covisam para realização de suas atividades,
previu-se a aquisição de materiais e insumos, como veículo, computador e acesso à
internet estável (Quadro 19). À execução de rotina de controle e monitoramento da
qualidade da água destinada ao consumo humano, considerou-se a divisão das
zonas entre urbana e rural, sabendo-se que a primeira tem seu custeio realizado
pela própria prestadora de serviços – a Embasa. O valor unitário para referência do
custeio foi de R$ 1,50 (referenciado pelo estudo de Barreto et al, 2006), com
correção de IPC-A ao longo do horizonte de projeto, bem como do crescimento
populacional – estudo apresentado no Produto 2. As mesmas correções de
crescimento populacional e IPC-A foram empregadas na ação seguinte, da garantia
de fornecimento de desinfectante para as soluções individuais. Para tanto, foi
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adotado o valor unitário do hipoclorito de sódio a 12%, como recomenda a Fundação
Nacional de Saúde (BRASIL, 2014), de acordo com pesquisa de mercado. Dando
prosseguimento à estimativa das ações, tem-se que, para o desenvolvimento de
campanha de cadastramento de usuários de água, com periodicidade bienal, foram
levantados os custos com a produção da peça publicitária, a divulgação em mídias
locais, a contratação de agente capacitado para esclarecimento de dúvidas em
comunidades rurais, além de transporte.
12.2.1.3. Projeto: Controle de Perdas
Neste projeto, prevê-se o investimento de R$ 2.966.360,64 (dois milhões,
novecentos e sessenta e seis mil, trezentos e sessenta reais e sessenta e quatro
centavos), como apresenta a Tabela 28. Este recurso será destinado ao
desenvolvimento de campanhas trienais para negociação de dívidas com o usuário
inadimplente, sendo necessária a divulgação em mídias locais. À implantação e
manutenção de sistema de monitoramento do consumo de água em imóveis
públicos não se vislumbrou ônus ao município, vez que há fornecimento gratuito do
Programa de Uso Racional da Água e Energia - Água Pura, da Rede de Tecnologias
Limpas e Minimização de Resíduos, da Universidade Federal da Bahia, e sua
atualização é de baixa complexidade. Desde modo, os dados coletados poderão ser
registrados, no sistema, por funcionário de quadro efetivo. As demais ações que
integram o Projeto “Controle de Perdas” também não conferem gasto ao poder
público municipal, visto que estão contempladas nas atribuições da Embasa,
carecendo, contudo, de maior atenção. Ressalta-se que além destas ações destaca-
se a educação ambiental, que estará contempladas no Tomo I através de um
programa, no sentido de sensibilizar desde as crianças nas escolas até os adultos,
no que concerne as implicações das ligações clandestinas, acrescenta-se também a
necessidade de intensificar a fiscalização por parte dos orgãos responsáveis para
coibir ocupações em locais proibidos por legislação onde as companhias não devem
instalar infraestruturas (energia elétrica, abastecimento de água), locias ettes que
são os amis propícios a realização de ligações clandestinas.
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Tabela 28 - Custo total do Projeto “Controle de Perdas.”
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Desenvolvimento de campanha para negociação de dívidas com
usuários inadimplentes, com divulgação nas mídias locais
R$ 2.966.360,64
R$ 2.966.360,64
Embasa
Implantação de sistema de monitoramento do consumo de água em imóveis públicos
R$ 0,00 Prefeitura
Manutenção do sistema de monitoramento do consumo de água em imóveis públicos
R$ 0,00 Prefeitura
Inspeção, manutenção e monitoramento dos SAAs
R$ 0,00 Embasa e Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.2.2. Programa: Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais
Para o Programa “Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais”, estimou-
se serem necessários R$ 40.890.138,57 (quarenta milhões, oitocentos e noventa
mil, cento e trinta e oito reais e cinquenta e sete centavos), conforme gastos
previstos para cada ação do Projeto “Recuperação, Preservação e Proteção de
Mananciais”, apresentado no tópico posterior.
12.2.2.1. Projeto: Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais
Este projeto é composto por quatro ações, como ilustra a Tabela 29. Para análise do
custo com a elaboração e a execução de projeto de recuperação/revitalização dos
mananciais, utilizou-se o simulador do Instituto Mato Grossense de Economia
Agropecuária - Imea, comparando-o com valores atuais de mercado. Considerando
a necessidade desta ação para as três bacias hidrográficas (Rio Joanes, Rio
Jacuípe e Rio Pojuca), o levantamento da área total referente (2.206,9 ha), via
análise em ferramenta virtual, e a utilização apenas de espécies nativas, obteve-se o
montante de R$ 37.808.744,49 (trinta e sete milhões, oitocentos e oito mil,
setecentos e quarenta e quatro reais e quarenta e nove centavos).
A inclusão de todos os mananciais de Camaçari em Sistema de Monitoramento de
Controle da Qualidade da Água requer a contratação de um funcionário para a
primeira etapa (inclusão dos dados). Supondo haver computador e acesso à internet
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disponíveis, a atualização destes dados deverá caber a funcionário efetivo que já
atue neste setor, sabendo que tal atividade está prevista na Lei Federal nº
11.445/07. Desse modo, o valor de R$ 1.330,02 (hum mil, trezentos e trinta reais e
dois centavos) resulta da adição do IPC-A ao salário médio atual.
Na ação seguinte, de incentivo técnico e financeiro de ações que visem à proteção
hídrica e de iniciativas sustentáveis, o investimento de R$ 2.471.457,24 (dois milhões,
quatrocentos e setenta e hum mil, quatrocentos e cinquenta e sete reais e vinte e
quatro centavos) refere-se ao desenvolvimento do projeto, à publicação de 1 (hum)
edital por ano, com início em 2025, assim como a dotação destinada à premiação de
3 (três) participantes e à equipe técnica incumbida da avaliação das ações
concorrentes, com posterior divulgação dos premiados. Por último, orçou-se o
recurso necessário à realização de 2 (dois) cursos para agricultores da região ao
ano, abordando sobre o uso de fertilizantes naturais e a proteção dos mananciais, a
ser iniciado em 2019. Nesta ação, foram incluídos os gastos com elaboração de
cartilha, serviços gráficos, divulgação, transporte, contratação de profissionais
capacitados para ministrar o curso e mediar o contato com os moradores, além de
lanche para os participantes, totalizando R$ 608.606,83 (seiscentos e oito mil,
seiscentos e seis reais e oitenta e três centavos).
Tabela 29 - Custo total do Projeto “Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Elaboração de estudo de viabilidade para recuperação/revitalização dos mananciais, e execução do projeto
R$ 37.808.744,49
R$ 40.890.138,57
INEMA, SHIS/Embasa
Inclusão de todos os mananciais de Camaçari em Sistema de
Monitoramento de Controle da Qualidade da Água, com cadastro e
atualização periódica dos dados
R$ 1.330,02 Prefeitura
Incentivo técnico e financeiro de ações
que visem à proteção hídrica e de iniciativas sustentáveis, com
ampliação a divulgação de medidas já
existentes
R$ 2.471.457,24 INEMA, Prefeitura
Realização de cursos para agricultores da região, abordando o
uso de fertilizantes naturais e a proteção dos mananciais
R$ 608.606,83 INEMA, Prefeitura
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12.2.3. Programa: Universalização do Acesso à Água Potável
O Programa “Universalização do Acesso à Água Potável” detém grande importância
para a adequação do município aos princípios e às diretrizes da Lei Nacional nº
11.445/07. Para atingir esta meta, o investimento levantado para sua realização foi
de R$ 203.886.182,30 (duzentos e três milhões, oitocentos e oitenta e seis mil, cento
e oitenta e dois reais e trinta centavos), com custos referentes a ambos projetos que
o integram.
12.2.3.1. Projeto: Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa
O Projeto “Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa” envolve as ações
propostas para cada um dos 6 (seis) sistemas operados pela Embasa. Do somatório
dos custos requeridos, obteve-se o total de R$ 191.248.409,75 (cento e noventa e
hum milhões de reais, duzentos e quarenta e oito mil, quatrocentos e nove reais e
setenta e cinco centavos), cujas referências foram: tabela do Sinapi (2016),
fornecida pela Caixa Econômica Federal, PARMS (2015), valor atual de mercado
para serviços gerais, além do IBGE (2016) e do Manual de Cloração de Água em
Pequenas Comunidades, da Funasa (BRASIL, 2014). É destacado que, para das
ações pontuais (instalação de sinalização e adequação dos poços), sugere-se o
cumprimento imediato, não carecendo de continuidade.
Ressalta-se que nesse projeto, mesmo o estudo demandas realizado para o cenário
de referência ter apontado que determinados sistemas não necessitariam de
determinadas ampliações ou que estas não precisariam ser realizadas com urgência
optou-se a favor da segurança por compatibilizar este projeto com os estudos
realizados pelo PARMS (2015) visto que este possui mais ferramentas para o
detalhamento das intervenções necessárias em cada sistema o que não é objeto no
âmbito de um Plano de Saneamento Básico. Além disso, na maioria dos sistemas já
estão previstas intervenções a serem realizadas pela Embasa inclusive com projetos
elaborados e algumas obras já em andamento em fase de licitação, como já
mencioando anteriormente. Os custos das intervenções previstas no PARMS são
resumidas em 3 categorias: obras, planos e programas ambientais e
desapropriações.
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Sistema Local de Abastecimento de Água de Camaçari (Sede)
A Tabela 30 apresenta, resumidamente, os custos por ação previstos para o SLAA
de Camaçari. Deve-se salientar que os custos com as intervenções no sistema
foram obtidos no PARMS (2015).
Tabela 30 - Custo total para o SLAA de Camaçari (sede).
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Instalação de sinalização de identificação nos poços
P1, P3, P6, P7, P8 R$ 4.779,82
R$ 4.104.323,84 Embasa
Instalação de sinalização de advertência de perigo em todos os poços
R$ 6.588,38
Adequação dos poços P1, P7 e P8 para fechamento da poligonal com
muro de alvenaria e portões metálicos
R$ 236.388,91
Intervenções no sistema (obras, planos e programas
ambientais e desapropriações) R$ 3.856.566,73
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria; PARMS, 2016.
Sistema Local de Abastecimento de Água de Parafuso
Analogamente ao SLAA de Camaçari, expõe-se a Tabela 31, que discretiza os
custos por ação, bem como o valor total para o referido sistema.
Tabela 31 - Custo total para o SLAA de Parafuso.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Instalação de sinalização de identificação e advertência de
perigo no poço P1 R$ 1.688,01
R$ 1.206.712,11 Embasa
Realização de isolamento adequado da fiação elétrica na casa de química, com base nas
normas vigentes
R$ 254,73
Intervenções no sistema (obras, planos e programas
ambientais e desapropriações) R$ 1.204.769,38
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria; PARMS, 2016.
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Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Machadinho
Para o SIAA de Machadinho, faz-se preciso maior investimento, em comparação aos
outros dois apresentados, haja vista a previsão de intervenções no sistema de
Machadinho Norte e Machadinho Sul, detalhadas no PARMS (2015).
Tabela 32 - Custo total para o SIAA de Machadinho.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Instalação de dispositivo/estrutura apropriado(a) para trancamento
dos poços P3 e P9 R$ 255,36
R$ 97.832.079,47
Embasa
Instalação de sinalização de identificação e advertência de
perigo em todos os poços R$ 11.816,04
Cercamento do poço P9 R$ 12.218,23
Intervenções no sistema Machadinho Sul (obras, planos e programas
ambientais e desapropriações)
R$ 55.280.010,33
Intervenções no sistema Machadinho Norte
(obras, planos e programas ambientais e desapropriações)
R$ 42.527.779,51
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria; PARMS, 2016.
Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Jordão
O SIAA de Jordão requer, assim como os demais, instalação de sinalização nos
poços. Além disso, constatou-se, pela observação do Produto 04 - Diagnóstico dos
Serviços de Abastecimento de Água, que o sistema necessita de intervenções
orçadas no PARMS (2015), a serem cumpridas no horizonte adotado.
Tabela 33 - Custo total para o SIAA de Jordão.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Instalação de sinalização de identificação e advertência de
perigo em todos os poços R$ 6.141,49
R$ 45.409.367,32 Embasa
Intervenções no sistema (obras, planos e programas
ambientais e desapropriações)
R$ 45.403.225,83
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria; PARMS, 2016.
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Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Barra do Pojuca
Pela análise do diagnóstico realizado e do cenário de referência, foi avaliado que o
SIAA de Barra do Pojuca também encontra-se em necessidade de intervenções,
como explicitado, igualmente, no PARMS (2015).
Tabela 34 - Custo total para o SIAA de Barra do Pojuca.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Intervenções no sistema (obras, planos e programas
ambientais e desapropriações)
R$ 41.952.630,56 R$ 41.952.630,56 Embasa
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria; PARMS, 2016.
É importante ressaltar que esse sistema atende apenas a localidade de Barra do
Pojuca no município de Camaçari, sendo portanto a maioria desses investimentos
previstos para atender as demandas de localidades e complexos hoteleiros do
municipio de Mata de São João, tanto é que esse sistema no PARMS foi
contemplado na Fase 3 - Tomo IV - Diretrizes e Proposições - Vol. 07 – Relatório
das Diretrizes e Proposições do Município de Mata de São João.
Sistema Simplificado de Abastecimento de Água de Canto dos Pássaros
Ao fim, fez-se a estimativa dos investimentos requeridos para o SSAA de Canto dos
Pássaros, referentes às duas ações sugeridas. Entre as intervenções no sistema,
incluem-se a implantação de tubulação auxiliar no poço e de reservatórios (150 m³,
em 2018, e outro de 150 m³, em 2028), de modo a atender ao volume mínimo de
reservação requerido (item 6.1.6 do presente Tomo II).
Tabela 35 - Custo total para o SSAA de Canto dos Pássaros.
Ações Custo por ação Custo do projeto Respnsável
Instalação de sinalização de advertência de perigo na área do poço
R$ 732,04
R$ 743.296,45 Embasa
Intervenções no sistema R$ 742.564,41
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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12.2.3.2. Projeto: Soluções Alternativas para a Zona Rural
Com o propósito de possibilitar a universalização do acesso à água de boa
qualidade para consumo humano, na zona rural, estimou-se o investimento de R$
12.637.772,55 (doze milhões, seiscentos e trinta e sete mil, setecentos e setenta e
dois reais e cinquenta e cinco centavos). Este valor consiste na soma de
investimentos com ações estruturantes, tendo, como referência principal, o Plano de
Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador, Santo Amaro e
Saubara - PARMS (2015), para o caso das ações de ampliação e/ou adequação dos
sistemas simplificados existentes (Maracaiúba, Lagoa Seca e Rancho Alegre) e para
a implantação de quatro novos sistemas (Pião Manso, Vila Camaçari, Itapecerica e
Sucupira). Para a garantia de fornecimento de desinfectante para os 7 sistemas
(existentes e futuros), por sua vez, o custo levantado baseou-se no uso de
hipoclorito de sódio a 12% como desinfectante, com distribuição de 1 frasco por mês
por família ao ano. Nesta ação, foram utilizados os dados do Sistema IBGE de
Recuperação Automática (BRASIL, 2016), do Manual de Cloração de Água em
Pequenas Comunidades, Utilizando o Clorador Simplificado Desenvolvido pela
Funasa (BRASIL, 2014) e de pesquisa de mercado para estudo do valor unitário do
produto. O total para 20 anos de planejamento foi de R$ 95.879,01 (noventa e cinco
mil, oitocentos e setenta e nove reais e hum centavo). Seguindo-se à última ação
apresentada para este projeto, tem-se a aquisição e implantação de cisterna em
localidades com população inferior a 150 hab. e/ou em domicílios dispersos.
Contudo, ciente de que o município não está inserido no semiárido e, portanto, nos
requisitos para apreciação do subsídio dado pelo Programa Água para Todos, do
Governo Federal, fez-se também a estimativa do investimento necessário para
contemplar esta ação ao longo dos 20 (vinte) anos de planejamento. Valendo-se das
devidas considerações quanto ao crescimento populacional da zona rural e ao IPC-
A, o montante final levantado foi de R$ 8.189.829,54 (oito milhões, cento e oitenta e
nove mil, oitocentos e vinte e nove reais e cinquenta e quatro centavos), conforme
exposto na Tabela 36.
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Tabela 36 - Custo total do Projeto “Soluções Alternativas para a Zona Rural”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Ampliação e/ou adequação dos sistemas simplificados existentes
(Maracaíuba, Lagoa Seca e Rancho Alegre)
R$ 1.352.064,00
R$ 12.637.772,55
Elaboração de projeto e implantação de novos
sistemas simplificados (Pião Manso, Vila Camaçari, Itapecerica e
Sucupira)
R$ 3.000.000,00
Garantia do fornecimento de desinfectante para os sistemas existentes e aqueles a serem
implantados
R$ 95.879,01
Prefeitura
Elaboração de Projeto e implantação de cisternas para
captação de água de chuva em localidades com população inferior a
150 hab. e/ou em domicílios dispersos
R$ 8.189.829,54
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.2.4. Demonstrativo dos Investimentos
Ante aos levantamentos expostos, buscou-se resumir, neste item, as estimativas dos
recursos necessários aos investimentos na componente de abastecimento de água
do município de Camaçari - Ba. Vê-se que, para lograr a meta proposta neste Tomo
II, em vista do cenário de referência adotado, será necessário o investimento total de
R$ 267.509.572,13 (duzentos e sessenta e sete milhões, quinhentos e nove mil,
quinhentos e setenta e dois reais e treze centavos), para cumprimento de medidas
estruturantes e estruturais, descritas no Capítulo 10 do Produto 8 - Tomo II. Pelo
montante final, avalia-se que a maior demanda de recursos deriva do Programa
“Universalização do Acesso à Água Potável” (76,2% do investimento total para os
Serviços de Abastecimento de Água municipais), em particular, do Projeto “Melhoria
dos Sistemas Operados pela Embasa”, em virtude de ser um município onde a
maioria da população reside na área urbana e pelo seu potencial turistico. Este fato
decorre, principalmente, das intervenções necessárias aos seis sistemas já
mencionados, indicando situação que, no mínimo, requer maior atenção por parte do
poder público.
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Tabela 37 – Comparativo dos investimentos por projeto.
PROGRAMA
PROJETO TOTAL POR PROGRAMA
PERCENTUAL DO PROGRAMA
Título Custo Percentual
Gestão Sustentável
Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado
R$ 15.618.813,13 68,70%
R$ 22.733.251,26 8,5% Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água
R$ 4.148.077,49 18,25%
Controle de Perdas R$ 2.966.360,64 13,05%
Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais
Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais
R$ 40.890.138,57 100,00% R$ 40.890.138,57 40,8%
Universalização do Acesso à Água
Potável
Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa
R$ 191.248.409,75 93,80%
R$ 203.886.182,30 76,2%
Soluções Alternativas para a Zona Rural
R$ 12.637.772,55 6,20%
TOTAL DE INVESTIMENTO EM 20 ANOS R$ 267.509.572,13
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
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12.3.Esgotamento Sanitário
12.3.1. Programa: Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento
Sanitário
O custo total estimado para o Programa “Esgotamento Sanitário Para Todos” foi de
R$ 1,95 milhões de reais. Tal valor corresponde ao projeto que o compõe, discorrido
no Capítulo 10 - Programas, Projetos e Ações do presente no Tomo III. O
detalhamento dos recursos previstos para o projeto é dado, pois, nos subitens
adiante.
12.3.1.1. Projeto: Melhoria da qualidade do serviço prestado
As ações onerosas do Projeto de Melhoria da qualidade do serviço prestado
abarcam investimentos no âmbito de medidas estruturantes, como a elaboração de
rotina de manutenção das soluções individuais das zonas urbana e rural, a
fiscalização quanto a ligação à rede pública de coleta, uma vez tendo sido
implantada, entre outras descritas na tabela a seguir.
Tabela 38 - Custo total do Projeto “Melhoria da qualidade do serviço prestado”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Formulação de ações para prevenção aos extravasamentos na rede coletora de esgoto.
R$ 242.595,26
R$ 1.957.786,29
Embasa
Elaboração de rotina contínua de monitoramento e manutenção preventiva das soluções individuais implantadas na zona urbana e rural, com disponibilização de técnico capacitado para realização dessas atividades.
R$ 485.190,51 Prefeitura
Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema residencial de coleta de águas pluviais à rede pública de coleta de esgoto.
R$ 242.595,26 Embasa e Prefeitura
Fiscalização e punição adequada aos infratores quanto à ligação do sistema residencial de esgoto à rede pública de drenagem.
R$ 242.595,26 Prefeitura
Fiscalização quanto à ligação das residências ao sistema público de coleta de esgoto, conforme disposto no Art. 82 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU do município de Camaçari, aplicando aos usuários inadimplentes as penalidades previstas na Lei nº 7.307 de 23 de janeiro de 1998, regulamentada pelo Decreto Nº 7.765 de 08 de março de 2000, que dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública de coleta de esgotos.
R$ 242.595,26 Prefeitura
Desenvolvimento de canal de diálogo entre usuário e prestadora do serviço, incluindo campanha de incentivo ao uso, para célere informação sobre transtornos na rede pública de coleta de esgoto.
R$ 223.443,00 Embasa
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Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Capacitação e desenvolvimento dos recursos humanos para a execução dos serviços de esgotamento de modo satisfatório, incluindo a contratação de funcionários em número suficiente para atender à demanda do município, bem como o treinamento (e sua reciclagem periódica) da equipe técnica incumbida das medições.
R$ 172.370,31 Embasa
Inclusão dos dados referentes ao saneamento básico ao Sistema de Informações Geográficas - SIG, já utilizado pela Prefeitura, permitindo o mapeamento da ocorrência de vazamentos, da idade das redes de coleta, entre outras oportunidades.
R$ 106.401,43 Embasa e Prefeitura
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.3.2. Programa: Esgotamento Sanitário Para Todos
O custo total estimado para o Programa “Esgotamento Sanitário Para Todos” foi de
R$ 1,52 bilhões de reais. Tal valor corresponde ao somatório dos 02 (dois) projetos
que o compõem, discorridos no Capítulo 10 - Programas, Projetos e Ações do
presente Tomo III. O detalhamento dos recursos previstos para cada um dos
projetos é dado, pois, nos subitens adiante.
12.3.2.1. Projeto: Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento
Sanitário na Zona Urbana
As ações onerosas do Projeto de Ampliação do Acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário na Zona Urbana abarcam, em sua maioria, investimentos no
âmbito de medidas estruturais, como a construção de sistemas de esgotamento
sanitário, incluindo rede de coleta, elevatórias e tratamento e seus custos
operacionais. Devido a isso, é o projeto com valor mais impactante nas estimativas
realizadas para todos os serviços de esgotamento sanitário ao longo do horizonte de
planejamento de 20 anos.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
indicadores de custos do Ministério das Cidades (Plansab), além de orçamentos de
projetos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da área,
sempre realizando a correção monetária a adequação à realidade do município. Isto
posto, a tabela seguinte apresenta os custos para este projeto, a saber:
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Tabela 39 - Custo total do Projeto “Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Elaboração de projeto e ampliação da cobertura da rede pública de coleta de esgoto doméstico na zona urbana da Sede.
R$ 273.370.230,65
R$ 1.528.333.470,18
Embasa
Elaboração de projeto e ampliação da rede pública de coleta de esgoto doméstico na zona urbana do Distrito de Monte Gordo.
R$ 168.814.145,68 Embasa
Elaboração de projeto e ampliação da rede pública de coleta de esgoto doméstico na zona urbana Distrito de Abrantes.
R$ 264.090.306,00 Embasa
Elaboração de projeto e implantação de etapa de tratamento do esgoto doméstico para os distritos de Abrantes e Monte Gordo.
R$ 117.388.449,56 Embasa
Ampliação do volume de tratamento dos esgotos coletados na Sede municipal pela empresa privada Cetrel.
R$ 108.508.234,16 Embasa
Operação e manutenção da rede pública de coleta dos distritos e das soluções de tratamento do esgoto coletado a fim de evitar transtornos à população e proteger o meio ambiente de contaminações.
Custo inclui operação e manutenção da rede de coleta pública de esgoto para os distritos Sede, Abrantes e Monte Gordo
R$ 343.960.693,90 Embasa
Custo inclui operação e manutenção das ETEs dos distritos de Abrantes e Monte Gordo.
R$ 236.845.205,40 Embasa
Conforme avanço da ampliação da rede de coleta pública nos distritos, promover a desativação das soluções individualizadas e ligação do domicílio à rede.
-
Embasa
Construção de módulos sanitários integrados à rede coletora de esgoto em domicílios que ainda não possuem.
R$ 15.196.602,69 Prefeitura
Realizar estudos quanto à viabilidade ambiental e econômica do reuso dos efluentes tratados nas ETEs.
R$ 159.602,14 Embasa
Estudar a aplicação de tarifas compatíveis com a condição de pagamento dos usuários.
- Embasa
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.3.2.2. Projeto: Soluções alternativas para zona rural e para povos e
comunidades tradicionais
As ações onerosas do Projeto de Soluções alternativas para zona rural e para povos
e comunidades tradicionais abarcam investimentos no âmbito de medidas
estruturais, como a elaboração de projeto e a construção de soluções individuais de
esgotamento sanitário, e estruturantes como o investimento em capacitações com a
população e elaboração de manuais e cartilhas.
Para a obtenção dos valores de cada ação proposta, foram consultadas, sobretudo,
indicadores de custos do Ministério das Cidades (Plansab), além de orçamentos de
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projetos semelhantes divulgados por prefeituras, prestadoras e empresas da área.
Isto posto, a tabela seguinte apresenta os custos para este projeto, a saber:
Tabela 40 - Custo total do Projeto “Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais”.
Ações Custo por ação Custo do projeto Responsável
Elaboração dos projetos das soluções individuais de esgotamento sanitário, incluindo cronograma de operação, manutenção e monitoração.
R$ 37.532,75
R$ 11.945.914,43
Prefeitura
Construção de soluções individuais, como banheiro seco, fossa séptica seguida de sumidouros ou valas de filtração, fossas de evapotranspiração e canteiro bioséptico, com base na construção participativa envolvendo a família contemplada.
Custo para contemplação de 40% dos moradores com fossas sépticas seguidas de sumidouro.
R$ 2.688.893,91 Prefeitura
Custo para contemplação de 20% dos moradores com canteiros bioséptico.
R$ 903.139,24 Prefeitura
Custo para contemplação de 20% dos moradores com fossa séptica.
R$ 161.242,21 Prefeitura
Capacitação da população na construção de soluções adequadas de esgotamento sanitário, com foco em membros de associações e profissionais responsáveis pela construção das soluções individuais adotadas atualmente na região.
R$ 229.827,09 Prefeitura
Elaborar e disponibilizar para a população manual técnico autoexplicativo de construção e operação de soluções individuais, como fossas sépticas seguidas de sumidouro/vala de filtração, canteiro bioséptico, entre outros, assim como normas correlacionadas existentes.
R$ 63.840,86 Prefeitura
Elaborar Manual com orientações sobre a manutenção e o monitoramento das soluções individuais.
R$ 63.840,86 Prefeitura
Construção de módulos sanitários nas residências que ainda não tem acesso a banheiro, composto por vaso sanitário, lavatório, chuveiro e pia de lavar roupa, integrado a solução para a destinação dos esgotos condizente com a realidade local.
R$ 6.165.169,77 Prefeitura
Promoção de oficinas de capacitação para atores sociais envolvidos na construção de soluções individuais de esgotamento sanitário.
R$ 172.370,31 Prefeitura
Promoção de oficinas de educação ambiental com os Povos e Comunidades Tradicionais abordando a importância do esgotamento sanitário para a minimização dos agravos de doenças e proteção do meio ambiente, debatendo com a coletividade a respeito da melhor alternativa para esgotamento sanitário a ser implantada, considerando as suas peculiaridades culturais e visando a aceitação da tecnologia. Na ocasião das oficinas deve feito o levantamento do quantitativo de residências desprovidas de instalações sanitárias internas e a possível solução para cada comunidade específica (a exemplo do uso de banheiro seco, construção de módulos sanitários integrados à solução de esgotamento, entre outras possibilidades).
R$ 287.283,86 Prefeitura
Implantação das soluções alternativas de esgotamento sanitário para atendimento dos povos e comunidades tradicionais, com participação dos moradores contemplados na construção da solução.
R$ 1.172.773,57 Prefeitura
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Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
A ação de “Construção de soluções individuais” foi orçada buscando contemplar
mais de uma possibilidade de solução para o esgotamento no meio rural, visando
contemplar na estimativa de investimentos as tecnologias descritas no item 8.3.2
Alternativas Técnicas para Atendimento das Demandas das Áreas Rurais ou com
Domicílios Dispersos do presente Tomo III.
12.3.3. Demonstrativo dos Investimentos
Nesse item apresenta-se a estimativa de investimento, ao longo do horizonte de
planejamento, para os programas, projetos e ações propostos no para a
componente Esgotamento Sanitário, conforme pode- se observar na Tabela 41.
Para alcançar o cenário de referência detalhado no Produto 8 - Tomo III, onde o
município tem possibilidade de investir na gestão dos serviços, de apostar em
tecnologias apropriadas e em participação e controle social para universalização do
acesso aos serviços de esgotamento sanitário, estimou-se, ao longo de 20 anos, a
necessidade de se investir em torno de R$ 1,54 bilhões de reais, com medidas
estruturais e estruturantes, em esgotamento sanitário. O projeto com maior demanda
por investimento é o de Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento
Sanitário na Zona Urbana, representando 99,1% do total necessário para os
Serviços de Esgotamento Sanitário do município de Camaçari. Esse valor se refere
principalmente à ampliação da rede pública de coleta de esgoto na zona urbana dos
distritos Sede, Abrantes e Monte Gordo, uma vez que o déficit de atendimento é
significativo.
Tabela 41 - Plano de investimento para os Serviços de Esgotamento Sanitário do município
de Camaçari.
Item de investimento Total por projeto Percentual por projeto
Total por programa
Percentual por programa
Programa: Esgotamento Sanitário Para
Todos
Projeto: Ampliação do Acesso aos
Serviços de Esgotamento
Sanitário na Zona Urbana
R$ 1.528.333.470,18 99,1%
R$ 1.546.272.184,07 99,9%
Projeto: Soluções alternativas para zona rural e para
povos e comunidades tradicionais
R$ 11.945.914,43 0,8%
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Programa: Gestão
Sustentável dos Serviços de
Esgotamento Sanitário
Projeto: Melhoria da qualidade do serviço prestado
R$ 1.957.786,29 0,1% R$ 1.957.786,29 0,1%
Total de Investimento por horizonte R$ 1.548.229.970,36
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.4.Drenagem e Manejo de Àguas Pluviais Urbanas
12.4.1. Programa: Manejo Adequado das Águas Pluviais
No Programa “Manejo Adequado das Águas Pluviais” foi estimado um custo de R$
40.667.662,83, cabe salientar que algumas ações também foram contempladas nos
Tomos I e II do Produto 8 - Estudos de Cenários da Gestão dos Serviços de
Saneamento e Estudos de Canários do Abastecimento de Água, bem como
houveram ações que depender de outras para poderem ser estimadas, conforme
Tabela 42, Tabela 43 e Tabela 44.
12.4.1.1. Projeto: Retenção e ou Redução do Escoamento Superficial
Para o Projeto “Retenção e ou Redução do Escoamento Superficial” foi estimado os
custos para as seguintes ações: implantação de dispositivos de captação de águas
da chuva para usos diversos em todos os prédios públicos; estimular a prática de
captação de água de chuva em edificações particulares, por meio do IPTU Verde;
estimular a repermeabilização dos locais com alta taxa de impermeabilização;
estimular a implantação de piso drenante em detrimento de pisos impermeáveis;
realização do cadastro de áreas estratégicas para o amortecer cheias: bacias
naturais de amortecimento, áreas verdes (localização e estado de conservação) e
áreas de lazer (praças, campos de futebol e quadras) com as respectivas
capacidades de amortecimento; ampliar a capacidade da Sedur de fiscalização do
uso e a ocupação do solo, com o objetivo de conter o desmatamento e a
impermeabilização do solo e promover cursos de capacitação dos profissionais da
instituição (Sedur), totalizando R$ 19.896.364,42, conforme Tabela 42.
Tabela 42 - Custo total para a Projeto: Retenção e ou Redução do Escoamento Superficial.
Ações Custo por ação Custo do projeto
i. Implantação de dispositivos de captação de águas da chuva para usos diversos em todos os prédios públicos.
R$ 3.948.252,99* R$ 19.896.364,42
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Ações Custo por ação Custo do projeto
ii. Estimular a prática de captação de água de chuva em edificações particulares, por meio do IPTU Verde.
iii. Estimular a repermeabilização dos locais com alta taxa de impermeabilização.
R$ 229.827,09** iv. Estimular a implantação de piso drenante em detrimento de pisos impermeáveis.
v. Realização do cadastro de áreas estratégicas para o amortecer cheias: bacias naturais de amortecimento, áreas verdes (localização e estado de conservação) e áreas de lazer (praças, campos de futebol e quadras) com as respectivas capacidades de amortecimento;
R$ 360.053,88
vi. Realizar a recomposição vegetal e manutenção das áreas verdes.
Será estimado após realização do cadastro de áreas estratégicas
para amortecimento de cheias.
vii. Regulamentação e preservação das bacias naturais de amortecimento.
viii. Aproveitamento de áreas de lazer para amortecimento de cheias: praças, campos de futebol e quadras.
ix. Ampliar a capacidade da Sedur de fiscalização do uso e a ocupação do solo, com o objetivo de conter o desmatamento e a impermeabilização do solo.
R$ 15.174.227,37
x. Promover cursos de capacitação dos profissionais da instituição (Sedur).
R$ 184.003,10
*Ação estimada também no Produto 8 Tomo II - Estudo de Cenários do Abastecimento de Água. ** Ação estimada também no Produto 8 Tomo I - Estudo de Cenários de Gestão;
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.4.1.2. Projeto: Revitalização dos Rios urbanos
No Projeto “Revitalização dos Rios Urbanos de Drenagem” foi estimada apenas a
ação: identificar os pontos de lançamento de esgoto no sistema de drenagem, as
demais ações dependem da realização de cadastros ou de outros processos em
andamento como o Plano da Bacia Hidrográfica Recôncavo Norte-Inhambupe assim,
para esse projeto foi estimado um total de R$ 190.713,58, conforme Tabela 43.
Tabela 43 - Custo total para a Projeto: Revitalização dos Rios Urbanos.
Ações Custo por ação Custo do projeto
i. Enquadramento e monitoramento dos rios urbanos de drenagem (córregos, riachos e rios) de acordo com a Resolução Conama Nº 357 e 430.
Apoio ao Comitê do Plano de Bacia
Recôncavo Norte-Inhambupe, e
exigência da Embasa sobre informações
sobre os corpos receptores.
R$ 190.713,58
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Ações Custo por ação Custo do projeto
ii. Identificar os pontos de lançamento de esgoto no sistema de drenagem;
R$ 190.713,58
iii. Recuperação da mata ciliar (proteção dos taludes e barreira de proteção contra resíduos sólidos).
Após realização do cadastro da ocupação
das áreas de APP
iv. Implantação de parque lineares nos rios urbanos que funcionam como canais macrodrenagem como: Rio Camaçari (já implantado), Rio Pojuca e Rio Jacuípe.
Após realização do cadastro do sistema de drenagem e da
ocupação em áreas de APP.
v. Adequação dos rios urbanos de microdrenagem. Após realização do cadastro do sistema
de drenagem.
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.4.1.3. Projeto: Relocação e Contenção de Construções em Áreas de
Preservação Permanente
No Projeto “Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção
Permanente” foram estimadas as ações: elaboração de um cadastro técnico do uso
e ocupação das áreas de proteção permanente (APP) destacando as áreas de
riscos para a população e ampliar a capacidade da Sedur de fiscalização do uso e a
ocupação do solo, com o objetivo de conter a ocupação em áreas de risco e em
áreas de proteção permanente (APP), totalizando R$ 20.580.584,82 conforme
Tabela 44.
Tabela 44 - Custo total para a Projeto: Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção Permanente
Ações Custo por ação Custo do projeto
i. Elaboração de um cadastro técnico do uso e ocupação das áreas de proteção permanente (APP) destacando as áreas de riscos para a população;
R$ 3.255.443,92
R$ 20.580.584,82
ii. Erradicação e ou adequação das áreas de riscos ocupadas; Após a realização
do cadastro do uso e ocupação em APP
iii. Efetivação de regularização fundiária em algumas localidades;
iv. Relocação das famílias desapropriadas
v. Ampliar a capacidade da Sedur de fiscalização do uso e a ocupação do solo, com o objetivo de conter a ocupação em áreas de risco e em áreas de proteção permanente (APP).
R$ 17.325.140,90
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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12.4.2. Programa: Universalização dos Serviços de Drenagem
Para o Programa “Universalização dos Serviços de Drenagem” foi previsto um
investimento de R$ 50.638.652,39, sendo R$ 22.332.558,27 para o Projeto
“Ampliação e Melhoria da Drenagem Urbana” e R$ 28.306.094,13 para o Projeto
“Fortalecimento da Defesa Civil”, conforme Tabela 45 e Tabela 46.
12.4.2.1. Projeto: Ampliação e Melhoria da Drenagem Urbana
No Projeto “Ampliação e Melhoria da Drenagem Urbana” foram estimados os custos
para as seguintes ações: realização do cadastro do sistema de drenagem existente;
elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana; aumento do quadro de
funcionários com a qualificação técnica necessária, veículos e equipamentos e
promoção de cursos de capacitação (Seinfra) e realizar e manter as campanhas de
educação e ambiental, totalizando R$ 22.332.558,27, conforme Tabela 45.
Tabela 45 - Custo total para a Projeto: Ampliação e Melhoria da Drenagem Urbana.
Ações Custo por ação Custo do projeto
i. Realizar o cadastro do sistema de drenagem existente. R$ 3.377.416,40
R$ 22.332.558,27
ii. Elaborar projetos de ampliação do sistema de drenagem.
Após realização do cadastro da
drenagem existente.
iii. Implantar dispositivo de microdrenagem nas vias Após realização do
cadastro da drenagem existente.
iv. Realizar a limpeza e manutenção do sistema de drenagem no período menos chuvosos;
Sem custo
v. Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana a fim de melhorar a eficiência da implantação, manutenção e operação dos sistemas de drenagem.
R$ 581.220,44
vi. Aumento do quadro de funcionários com a qualificação técnica necessária, veículos e equipamentos (Seinfra).
R$ 18.017.548,02
vii. Implantação de caixas coletoras de águas pluviais com dispositivo de retenção de resíduos sólidos.
Após realização do cadastro da
drenagem existente.
viii; Promover cursos de capacitação dos profissionais da instituição (Seinfra).
R$ 184.003,10
ix. Realizar e manter as campanhas de educação e ambiental quanto à preservação das matas ciliares, aos perigos de ocupação das margens dos rios urbanos ou em áreas de risco, aos danos causados pelo lançamento de resíduos sólidos nos logradouros e do lançamento de esgoto doméstico no sistema de drenagem.
R$ 172.370,31*
* Ação estimada também no Produto 8 Tomo I - Estudo de Cenários de Gestão;
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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12.4.2.2. Projeto: Fortalecimento da Defesa Civil
O Projeto “Fortalecimento da Defesa Civil “foi o único projeto dentre os apresentados
no presente estudo, onde todas as ações puderam ser estimadas como: aumento de
quadro de funcionários, veículos e equipamentos para Defesa Civil, elaboração de
mapa de risco, monitoramento processos erosivos e sedimentológicos, implantação
de um Sistema de Suporte a Decisão (SSD) e a promoção de cursos de capacitação
para os profissionais, com um valor estimado em R$ 28.306.094,13, conforme
Tabela 46.
Tabela 46 - Custo total para a Projeto: Fortalecimento da Defesa Civil.
Ações Custo por ação Custo do projeto
Aumento do quadro de funcionários com a qualificação técnica necessária, veículos e equipamentos (Defesa Civil).
R$ 18.130.143,67
R$ 28.306.094,13
Elaborar de mapa de risco de alagamento, inundação e escorregamento de terra. R$ 9.123.614,09
Monitorar processos erosivos e sedimentológicos.
Implantação de um Sistema de Suporte a Decisão (SSD).
R$ 868.333,27
Promover cursos de capacitação dos profissionais da instituição.
R$ 184.003,10
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
12.4.3. Demonstrativo dos Investimentos
Nesse item (Tabela 47) apresenta-se a estimativa de investimento, ao longo do
horizonte de planejamento, para os programas, projetos e ações propostos no para
a componente Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais.
Para alcançar o cenário de referência detalhado no Produto 8 - Tomo IV, onde o
município tem possibilidade de investir na gestão dos serviços, de apostar em
tecnologias apropriadas e em participação e controle social para universalização do
acesso aos Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais, estimou-se,
ao longo de 20 anos, a necessidade de se investir em torno de R$ 91 milhões de
reais, com medidas estruturais e estruturantes. O projeto com maior demanda por
investimento é o de Fortalecimento da coordenadoria de Defesa Civil, representando
55,9% do total necessário para os Serviços de Drenagem Urbana e Manejo de
Águas Pluviais do município de Camaçari.
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Tabela 47 - Demonstrativo dos investimentos para os serviços de drenagem urbana do
município de Camaçari.
Programa Projeto Total Por
Programa
Percentual do
Programa Título Custo Percentual
Manejo Adequado das Água Pluviais
Redução e ou Retenção do escoamento superficial
R$ 19.896.364,42 48,92%
R$ 40.667.662,83 44,54%
Revitalização dos Canais de
Drenagem R$ 190.713,58 0,47%
Relocação e ou Contenção
de Construções em Áreas de
Proteção Permanente
R$ 20.580.584,82 50,61%
Universalização dos serviços de
drenagem
Ampliação e Melhoria da Drenagem
R$ 22.332.558,27 44,10%
R$ 50.638.652,39 55,46% Fortalecimento da
coordenadoria de Defesa
Civil
R$ 28.306.094,13 55,90%
TOTAL DE INVESTIMENTO EM 20 ANOS R$ 91.306.315,22
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
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13. ACESSO AOS RECURSOS DE SANEAMENTO
Este tópico tem como objetivo orientar os gestores dos serviços de saneamento
objeto desse tomo, na obtenção de recursos para implementação e implantação dos
PPA propostos. Serão apresentados mecanismos gerais, instrumentos e as fontes
de investimento passíveis de serem utilizadas pela Prefeitura de Camaçari na
implantação e gestão dos programas, projetos e ações apresentados neste plano.
13.1. Âmbito da União
13.1.1. Instrumentos e Procedimentos para Transferência de Recursos da
União
Conforme dispõe o Decreto nº 6.170/2007, são previstos três tipos de instrumento
que possibilitam a transferência de recursos financeiros oriundos do Orçamento
Fiscal e da Seguridade Social da União a entidades públicas ou privadas sem fins
lucrativos. São eles: convênios, contratos de repasse e termos de cooperação.
De acordo este mesmo decreto, tem-se, para tais instrumentos, os conceitos a
seguir:
§ 1º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I - convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a
transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe,
de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou
indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública
estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades
privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo,
envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou
evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;
II - contrato de repasse - instrumento administrativo por meio do qual a
transferência dos recursos financeiros se processa por intermédio de
instituição ou agente financeiro público federal, atuando como mandatário da
União;
III - termo de cooperação - instrumento por meio do qual é ajustada a
transferência de crédito de órgão da administração pública federal direta,
autarquia, fundação pública, ou empresa estatal dependente, para outro
órgão ou entidade federal da mesma natureza; (Redação dada pelo Decreto
nº 6.619, de 2008).
Portanto, o convênio é o instrumento destinado ao repasse de recursos financeiros
de órgãos ou entidades da administração pública federal para órgãos ou entidades
da administração pública estadual, distrital ou municipal, ou, ainda, entidades
privadas sem fins lucrativos. Já o termo de cooperação, destina-se à transferência
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de recursos financeiros entre órgãos ou entidades da administração pública
federal.
O contrato de repasse é destinado à execução de programa de trabalho que
objetive a realização de obra, salvo quando a concedente dispuser de estrutura
para acompanhar a execução do convênio, na forma prevista no art. 8º do Decreto
nº 6.170/2007.
Conforme definido pela Portaria Interministerial n° 507/2011, os procedimentos
referentes à seleção, à formalização, à execução, ao acompanhamento e à
prestação de contas dos contratos e convênios são realizados diretamente no
Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv).
O Siconv é considerado a principal ferramenta eletrônica para reunião e
processamento de informações sobre as transferências de recursos do Governo
Federal para órgãos públicos e privados sem fins lucrativos. Seu principal objetivo
é, pois, proporcionar transparência referente aos repasses financeiros e gastos
públicos realizados pela Administração Pública Federal.
Para o Siconv, um convênio ou contrato de repasse é o instrumento que formaliza
transferências voluntárias entre um órgão da Administração Pública Federal (APF)
e estados, municípios, Distrito Federal e entidades privadas sem fins lucrativos.
Nesse contexto, a organização que recebe o recurso financeiro precisa ter
personalidade jurídica, sendo referida como proponente ou convenente. O
proponente cria uma proposta, a qual se configura como a formalização da sua
intenção em firmar um convênio com um órgão da APF. A proposta, por sua vez,
deve conter um objeto e uma justificativa, além de outras informações, e deve
indicar qual programa de governo ela está implementando. Uma vez aprovada pelo
órgão da APF, nomeado como concedente, a proposta passa a ser chamada de
convênio, dotado de período de vigência. A partir deste portal, o Sincov, os
gestores e responsáveis pelo setor podem avaliar continuamente os processos e
as informações sobre programas e projetos que visam ao investimento e aos
recursos para implantação e melhorias nos serviços de saneamento no município.
13.1.2. Natureza dos Recursos
O aporte de recursos nas políticas públicas depende tanto do volume de recursos
quanto da fonte disponível, ou seja, é importante saber se os recursos são: a)
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234
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originários do orçamento federal, dentro da dotação orçamentária do respectivo
órgão, b) destinados via emenda parlamentar; ou, ainda, c) captados por intermédio
de financiamentos.
De modo geral, os recursos que se originam no orçamento da União (orçamentários)
não geram ônus adicional ao ente recebedor dos recursos, sendo, assim, recursos
não onerosos; por outro lado, os recursos captados por intermédio de
financiamentos são descritos como extraorçamentários (não contemplados no
orçamento) e têm um custo relacionado à operação de crédito efetuada, o que os
qualifica como onerosos.
Recursos Não-onerosos
Constituem recursos orçamentários ou não-onerosos aqueles constantes no
orçamento, instrumento legal, onde são discriminadas as receitas e as despesas de
determinado ente ou entidade. No que diz respeito ao Orçamento Geral da União, a
discriminação das receitas e das despesas é disciplinada pela Lei nº 4.320/64.
Demais, pode-se definir que os recursos não-onerosos, também conhecidos como “a
fundo perdido”, são aqueles que não exigem retorno, isto é, não necessitam ser
devolvidos à União. Em complemento, tem-se que o beneficiado com recursos não
onerosos pode exigir a denominada “contrapartida”, que são recursos oriundos do
orçamento do ente federativo respectivo. O acesso dos demais entes aos recursos
alocados no Orçamento Geral da União (OGU) ocorre por meio de emendas
parlamentares à Lei Orçamentária Anual (LOA) ou seleção pública de projetos nas
áreas setoriais.
Constituem ações com recursos não onerosos:
10SC – Apoio à implantação, à ampliação ou às melhorias em sistemas de
abastecimento de água em municípios com população superior a 50 mil
habitantes ou municípios integrantes de regiões metropolitanas ou de regiões
integradas de desenvolvimento.
1N08 – Apoio à implantação, à ampliação ou às melhorias de sistemas de
esgotamento sanitário em municípios com população superior a 50 mil
habitantes ou municípios integrantes de regiões metropolitanas ou de regiões
integradas de desenvolvimento.
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Vale ressaltar que, no Saneamento Básico, de acordo com a Lei nº 11.445 de 2007,
a aplicação de recursos não onerosos da União prioriza as ações e os
empreendimentos, cuja finalidade é o atendimento de usuários ou de municípios que
não tenham capacidade de pagamento compatível com a autossustentação
econômico-financeira dos serviços. A respeito deste último ponto (autossustentação
econômico-financeira dos serviços), vê-se estar diretamente relacionado à
capacidade de o município implantar e manter os serviços públicos de saneamento
básico, além do pagamento dos serviços pelos usuários por meio de tarifa.
Recursos Onerosos
Os recursos extraorçamentários, também denominados onerosos, constituem
valores provenientes de toda e qualquer arrecadação que não figure no orçamento
e, consequentemente, enquanto receita, é toda arrecadação não incluída como
renda do Estado. Dito isto, conclui-se que o seu caráter é de extemporaneidade ou
de transitoriedade nos orçamentos.
O recurso extraorçamentário é classificado em contas financeiras adequadas, no
plano de contas do órgão ou da entidade, citando-se, a título de exemplo, as
consignações em folha de pagamento em favor de terceiros, as operações de
crédito por antecipação de receita orçamentária (curto prazo) e outras
assemelhadas.
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), criado ainda na década de
1960, é um exemplo de recurso de natureza extraorçamentária. Trata-se de um
fundo com contas individuais, onde são depositados 8% dos rendimentos do
trabalhador.
As ações da política nacional de desenvolvimento urbano e das políticas setoriais de
habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana estabelecidas pelo
Governo Federal podem ser apoiadas com recursos do FGTS, conforme diretrizes
estabelecidas pelo Conselho Curador do FGTS. Da mesma forma que os recursos
acumulados podem ser sacados, pelo trabalhador, em determinadas situações,
inclusive no financiamento habitacional, podem também ser utilizados
institucionalmente pelos entes federados para financiamento das citadas políticas
públicas.
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Os recursos do FGTS, do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT/BNDES) e os
recursos próprios de outros agentes financeiros são utilizados mediante
financiamentos obtidos diretamente pelos interessados (mutuários), junto aos
agentes financeiros – em operações de crédito internas. Assim, os recursos
extraorçamentários, vinculados a operações de crédito ou financiamentos,
efetuados, por exemplo, junto à Caixa Econômica Federal (Caixa), ao Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), ao Banco Interamericano para
Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), intitulado Banco Mundial, e aos Fundos
Governamentais são também incluídos entre os recursos onerosos.
Há de se esclarecer que, embora sejam custeadas por recursos oriundos de outras
fontes que não aquelas do orçamento federal, tais ações são previstas no PPA,
identificando-se a respectiva natureza extraorçamentária. Um exemplo de apoio por
meio de recursos onerosos é o processo seletivo simplificado de habilitação e
contratação de operações de crédito para a execução de ações de saneamento
básico nas modalidades de abastecimento de água e esgotamento sanitário,
regulamentado pela Instrução Normativa nº 02, de 1 de fevereiro de 2013, do
Ministério das Cidades.
13.1.3. Modalidades de Repasse dos Recursos Federais
Os recursos federais repassados aos entes públicos e às entidades privadas sem
fins lucrativos, para a execução de políticas públicas descentralizadas, são
efetivados, em síntese, por intermédio de três modalidades de transferências
governamentais de natureza orçamentária, a saber: constitucionais, legais e
voluntárias.
Transferências constitucionais
A Constituição Federal, ao dividir as receitas tributárias entre os entes federativos,
determinou cotas de participação desses entes nos tributos de competência da
União. Assim, aos recursos que a União transfere aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios por determinação da Constituição, dá-se o nome de transferências
constitucionais. São exemplos desse tipo de transferência: Fundo de Participação
dos Municípios (FPM) e Fundo de Participação dos Estados (FPE), sendo que o
Distrito Federal, nesse caso, equipara-se a Estado.
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Transferências legais
As transferências legais são aquelas previstas em leis específicas, as quais
determinam a forma de habilitação, transferência, aplicação dos recursos e como
deverá ocorrer a respectiva prestação de contas. Decorrentes das transferências
legais, encontram-se as transferências automáticas (Programa Nacional de
Alimentação Escolar - PNAE e Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE), as
transferências fundo a fundo (Saúde e Assistência Social) e as transferências diretas
ao cidadão, como é o caso do Programa Bolsa-Família.
É importante destacar que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
constitui uma modalidade de transferência legal, caracterizada como transferência
obrigatória de recursos financeiros pelos órgãos e entidades da União aos órgãos e
às entidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A execução das ações do PAC é condicionada ao cumprimento de requisitos pelos
entes federados, e são submetidas à assinatura de Termo de Compromisso,
instituído pela mesma lei. Por conseguinte, os investimentos do PAC Saneamento
são disponibilizados aos municípios, classificados em três grupos. Os recursos
destinados aos Grupos 1 e 2 são coordenados pelo Ministério das Cidades,
enquanto que os destinados ao Grupo 3 são coordenados pela Funasa, vinculada ao
Ministério da Saúde. Desse modo, tem-se:
Grupo 1: grandes regiões metropolitanas do país, municípios com mais de 70
mil habitantes, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e acima de 100 mil,
nas regiões Sul e Sudeste;
Grupo 2: municípios com população entre 50 mil e 70 mil, nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, e municípios com população entre 50 mil e 100 mil
habitantes, nas regiões Sul e Sudeste;
Grupo 3: municípios com menos de 50 mil habitantes.
Transferências voluntárias
A transferência voluntária, também conhecida como transferência “a fundo perdido”,
refere-se à entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de
determinação constitucional, legal ou dos destinados ao Sistema Único de Saúde,
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conforme escreve o art. 25 da Lei Complementar nº 101/2000, denominada Lei de
Responsabilidade Fiscal. Adicionalmente, salienta-se que os convênios e contratos
de repasse são instrumentos de transferência voluntária, utilizados pela
Administração Federal para transferir recursos financeiros, possibilitando a execução
descentralizada de projetos, atividades ou eventos, em cooperação com Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Desde 2007, além de observar a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de
Diretrizes Orçamentárias da União (LDO), o repasse de recursos mediante
transferências voluntárias é regido pelo Decreto Federal nº 6.17039, de 2007, sendo,
atualmente, regulamentado pela Portaria Interministerial MP/MF/CGU nº 507, de
2011. Esses recursos têm origem no Orçamento Geral da União (OGU) e são
alocados na dotação orçamentária dos próprios órgãos, nos fundos constituídos
para financiar ações de políticas públicas específicas, além de outros oriundos de
emendas parlamentares. Após a publicação do Decreto nº 6.170/07, os recursos
constantes da dotação dos órgãos, destinados às transferências voluntárias,
passaram a ser disponibilizados mediante editais de chamada pública (convênios),
guardando a finalidade de constituir uma forma republicana e democrática de
promoção do acesso aos recursos públicos.
13.1.4. Acesso aos Programas de Investimento no âmbito do Ministério
das Cidades
O Ministério das Cidades, criado pela Lei nº 10.683/2003, que dispõe sobre a
organização da Presidência da República e dos Ministérios, atua nos três principais
problemas sociais que afetam as populações urbanas, a saber: moradia,
saneamento e questões reunidas sob o tema do transporte da população urbana –
mobilidade e trânsito (MCIDADES, 2015).
No âmbito do Ministério das Cidades, compete à Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental (SNSA) atuar na formulação e coordenação das políticas
urbanas, cujo objetivo é ampliar o acesso aos serviços de saneamento no País e
criar condições para a melhoria da qualidade da prestação desses serviços
(MCIDADES, 2015).
No tocante ao saneamento básico, cabe, ao Ministério das Cidades, por meio da
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, o atendimento a municípios com
população superior a 50 mil habitantes ou integrantes de Regiões Metropolitanas –
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como é o caso de Camaçari, o qual se enquadra em ambas categorias –, bem como
Regiões Integradas de Desenvolvimento ou participantes de Consórcios Públicos
afins (MCIDADES, 2015). Ressalta-se que, com relação ao componente manejo de
águas pluviais urbanas, o Ministério das Cidades apoia ações independentemente
do porte populacional. Ainda nessa esfera, verifica-se a competência compartilhada
entre Ministério das Cidades e Ministério da Integração Nacional, além de
intervenções da Funasa em áreas com forte incidência de malária – que não é o
caso de Camaçari.
Considerando a estrutura de planejamento do Plano Plurianual (PPA) de 2016-2019,
a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental participa da gestão dos seguintes
Programas Temáticos: Saneamento Básico (2068); Planejamento Urbano (2054);
Gestão de Riscos e Prevenção de Desastres (2040). Além desses, fazem parte do
escopo da Secretaria o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o
Programa Saneamento para Todos, que, embora também sejam designados pela
palavra “programa”, não se classificam como Programas Temáticos, conforme a
estrutura do PPA (ENAP, 2015).
As ações e os recursos do PAC estão previstos no PPA de forma dispersa, em
diversos Programas Temáticos diferentes, inclusive naqueles citados acima. Já o
programa Saneamento Para Todos, mesmo com recursos previstos de forma
dispersa no PPA, detém ainda a peculiaridade de ser um programa que utiliza
exclusivamente recursos de natureza extraorçamentária, mais especificamente, do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) (ENAP, 2015).
Para conceder acesso aos recursos consignados no Orçamento Geral da União, o
Ministério das Cidades divulga, mediante Portaria, instruções próprias para
aprovação de projetos, contratação e execução de programas e ações, segregando
regras para projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (transferências
obrigatórias) e outros projetos que não seja no âmbito do PAC (transferências
voluntárias).
De modo a auxiliar na compreensão deste tema, os Programas citados são descritos
nos tópicos seguintes.
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13.1.4.1. Programa Temático: Saneamento Básico (2068)
Finalidade: apoio à implantação, à ampliação e às melhorias de Sistemas de
Abastecimento de Água e de Sistemas de Esgotamento Sanitário, intervenções de
Saneamento Integrado, bem como apoio a intervenções destinadas ao combate às
perdas de água em Sistemas de Abastecimento de Água.
Recurso: Orçamento Geral da União.
Formas de acesso: emendas parlamentares ou seleção pública do PAC, por meio
de carta-consulta cadastrada no sítio eletrônico do Ministério das Cidades.
Público-alvo: municípios com população superior a 50 mil habitantes, municípios
integrantes de Regiões Metropolitanas (RM), de Regiões Integradas de
Desenvolvimento (Ride) ou de Consórcios Públicos com população superior a 150
mil habitantes. As propostas podem ser apresentadas pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios ou respectivos representantes legais dos Consórcios
Públicos.
Modalidades: abastecimento de água, esgotamento sanitário, saneamento
integrado (quando se contempla mais de uma modalidade de saneamento básico,
em uma mesma base territorial).
Contrapartida: elaboração de propostas e de documentação técnica.
13.1.4.2. Programa Temático: Planejamento Urbano (2054)
Finalidade: implantação ou melhoria de obras de infraestrutura em municípios de
pequeno, médio e grande porte.
Modalidades: implantação ou melhoria de infraestrutura urbana em pavimentação;
abastecimento de água; esgotamento sanitário; redução e controle de perdas de
água; resíduos sólidos urbanos; drenagem urbana; saneamento integrado;
elaboração de estudos e desenvolvimento institucional em saneamento; e
elaboração de projetos de saneamento.
Fonte de recursos: Orçamento Geral da União.
Forma de acesso: emendas parlamentares.
Destinatários: Estados, Municípios e Distrito Federal.
Contrapartida: elaboração de proposta e de documentação técnica.
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13.1.4.3. Programa Temático: Gestão de Riscos e Prevenção de Desastres
(2040)
Finalidade: promoção da gestão sustentável da drenagem urbana dirigida à
recuperação de áreas úmidas, à prevenção, ao controle e à minimização dos
impactos provocados por enchentes urbanas e ribeirinhas, em consonância com as
políticas de desenvolvimento urbano e de uso e ocupação do solo.
Modalidades: sistema de drenagem urbana sustentável e manejo de águas pluviais.
Fonte de recursos: Orçamento Geral da União.
Formas de acesso: emendas parlamentares ou seleção pública do PAC, por meio
de carta-consulta cadastrada no sítio eletrônico do Ministério das Cidades e
selecionada no período do respectivo processo seletivo.
Destinatários: Estados, Municípios e Distrito Federal.
Contrapartida: elaboração de proposta e documentação técnica.
13.1.4.4. Programa Saneamento para Todos
Finalidade: financiar empreendimentos ao setor público e ao setor privado, que
promovam a melhoria das condições de saúde e da qualidade de vida da população
urbana, fomentando ações de saneamento básico, integradas e articuladas com
outras políticas setoriais.
Modalidades: Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, Saneamento
Integrado, Desenvolvimento Institucional, Manejo de Águas Pluviais, Redução e
Controle de Perdas, Preservação e Recuperação de Mananciais, Estudos e
Projetos, Plano de Saneamento Básico, Manejo e Resíduos Sólidos, Tratamento
Industrial de Água e Efluentes Líquidos, e Reuso de Água.
Recurso: Fundo de Garantia de Tempo de Serviço, via Caixa Econômica Federal.
Público-alvo: Estados, Municípios, Distrito Federal e suas entidades da
administração indireta, inclusive empresas públicas e sociedades de economia
mista.
Contrapartida: mínimo de 5% (cinco por cento) do valor do investimento, exceto na
modalidade Abastecimento de Água, onde a contrapartida mínima é de 10% (dez
por cento); não são aceitos, como contrapartida, recursos oriundos do OGU,
Plano Municipal de Saneamento Básico
242
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tampouco de organismos multilaterais de crédito, nacionais e internacionais; as
operações de crédito vinculadas à modalidade de Saneamento Integrado possuem
taxa nominal de juros de 5% (cinco por cento) ao ano.
Prazo máximo de amortização: para as modalidades Abastecimento de Água,
Esgotamento Sanitário e Manejo de Águas Pluviais e Saneamento Integrado, o
prazo máximo é de até 20 (vinte) anos, enquanto que, para desenvolvimento
institucional de preservação de mananciais, este prazo reduz para 10 (dez) anos.
Seleção de propostas: o processo para a seleção de propostas de operações de
crédito de saneamento, no âmbito do Programa Saneamento para Todos, será
estabelecido pelo Ministério das Cidades, em Instrução Normativa específica, a qual
definirá, dentre outros aspectos, as regras, as diretrizes, os critérios de elegibilidade,
os procedimentos e o calendário para: cadastramento e envio de propostas;
atendimento aos requisitos institucionais; enquadramento nas modalidades do
Programa; hierarquização das propostas; validação das propostas pelos agentes
financeiros; habilitação das propostas para contratação.
Como regra geral, registra-se que o processo de hierarquização e seleção de
propostas observa o perfil da população atendida, a aderência às políticas públicas,
e as características do empreendimento, de forma a priorizar operações que estejam
em estágio mais avançado de elaboração, em relação ao projeto de engenharia,
licenciamento ambiental e regularidade fundiária.
As operações de saneamento básico para atendimento de projetos habitacionais
enquadrados no Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) terão prioridade para
contratação. O processo de hierarquização e seleção de propostas, por sua vez,
deve priorizar investimentos previstos em planos locais e regionais de saneamento
desenvolvidos com fundamento na Lei nº 11.445/2007.
Acompanhamento e avaliação do programa: o Ministério das Cidades, na
qualidade de gestor da aplicação, é o responsável, dentre outros, pelos resultados
do Programa. Para tanto, deve adotar todas as medidas cabíveis no
acompanhamento e na avaliação do Programa, com o objetivo de corrigir eventuais
desvios e garantir o alcance dos objetivos pretendidos.
Plano Municipal de Saneamento Básico
243
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13.1.5. Acesso aos Investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social atua com linhas de
financiamento divididas em categorias. Considerando as linhas de financiamento
aplicadas a um setor específico, destacam-se: Infraestrutura (energia, logística,
petróleo e gás natural, telecomunicações); Indústria, Comércio, Serviços e
Agropecuária; e Desenvolvimento Social e Urbano (BNDES, 2015).
Na categoria Desenvolvimento Social e Urbano, está incluída a linha de
financiamento direcionada ao Saneamento Ambiental e aos Recursos Hídricos, com
o objetivo de promover o apoio a projetos de investimentos, públicos ou privados,
que visem à universalização do acesso aos serviços de saneamento básico e à
recuperação de áreas ambientalmente degradadas, a partir da gestão integrada dos
recursos hídricos e da adoção das bacias hidrográficas como unidade básica de
planejamento (BNDES, 2016). Assim, a linha Saneamento Ambiental e Recursos
Hídricos financia investimentos relacionados a (BNDES, 2016):
Abastecimento de água;
Esgotamento sanitário;
Efluentes e resíduos industriais;
Resíduos sólidos;
Gestão de recursos hídricos (tecnologias e processos, bacias hidrográficas);
Recuperação de áreas ambientalmente degradadas;
Desenvolvimento institucional;
Despoluição de bacias, em regiões onde já estejam constituídos Comitês; e
Macrodrenagem.
O valor mínimo de financiamento é de R$ 20 milhões (vinte milhões de reais) e a
participação máxima do BNDES nos itens financiáveis dos projetos é de até 70%
(setenta por cento), devendo, o solicitante, arcar com a contrapartida
correspondente. A respeito do prazo total de financiamento, tem-se a determinação
de acordo com a capacidade de pagamento do solicitante (BNDES, 2016).
13.2. Âmbito do Estado da Bahia
No âmbito do Estado da Bahia, o acesso aos investimentos para os componentes de
saneamento básico – objeto desse tomo – ocorre, basicamente, por meio do
Plano Municipal de Saneamento Básico
244
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Programa Água para Todos, contemplado no PPA 2016-2019, de responsabilidade
da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) e criada pela Lei nº
13.204, de 11 de dezembro de 2014, que tem por finalidade fomentar, acompanhar e
executar estudos e projetos de infraestrutura hídrica, bem como formular e executar
a Política Estadual de Saneamento Básico. Estão vinculadas a esta secretaria a
Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa), a
Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) e a Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa).
Além desse programa – considerado o mais importante e abrangente, no tocante ao
saneamento no município de Camaçari –, também existe o Projeto Bahia Produtiva,
que contempla ações pontuais, as quais possuem interface com o saneamento. A
responsabilidade pela execução desse projeto é, pois, da Companhia de
Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de
Desenvolvimento Rural, criada pela Lei nº 13.204/2014.
13.2.1. Programa Água para Todos
A ementa desse Programa, segundo o PPA do estado da Bahia (2106-2016), é:
ampliação e fortalecimento da segurança hídrica; oferta de água para consumo
humano e produtivo; acesso aos serviços de saneamento, tratamento e distribuição
de água para consumo humano; tratamento de esgoto; resíduos sólidos; educação
ambiental; meio ambiente, manejo de recursos hídricos e conservação; segurança
alimentar e nutricional; articulação; integração e descentralização de ações.
As metas desse programa, no âmbito do PPA 2016-2019, que podem ter reflexos
diretos ou indiretos ao município de Camaçari, são listadas a seguir:
Elaborar o Plano Estadual de Saneamento Básico;
Elaborar o Plano Estadual de Segurança Hídrica;
Elaborar o Plano Estadual de Segurança de Barragens;
Implantar o Portal da Água;
Promover um total de 382 (trezentos e oitenta e duas) capacitações e outros
eventos na área de saneamento básico, no Estado
Apoiar a elaboração de 60 (sessenta) Planos Municipais de Saneamento
Básico, sendo que, no Território de Identidade Metropolitano de Salvador,
onde Camaçari está inserido, estão previstos 5 (cinco);
Plano Municipal de Saneamento Básico
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Fiscalizar os serviços públicos de saneamento básico em municípios
atendidos pela Embasa;
Exercer a regulação dos serviços de saneamento básico (prevista apenas
para o Território de Identidade Metropolitano de Salvador);
Realizar pesquisa de satisfação na área de saneamento básico;
Implantar 60 (sessenta) sistemas de esgotamento sanitário, sendo que, no
Território de Identidade Metropolitano de Salvador, onde Camaçari está
inserido, estão previstas 4 (quatro);
Ampliar 46 (quarenta e seis) sistemas de esgotamento sanitário, sendo que,
no Território de Identidade Metropolitano de Salvador, onde Camaçari está
inserido, estão previstas 11 (onze);
Elaborar 54 (cinquenta e quatro) estudos e projetos para obras de
esgotamento sanitário, sendo que, no Território de Identidade Metropolitano
de Salvador, onde Camaçari está inserido, estão previstos 5 (cinco);
Realizar supervisão técnica de obras de esgotamento sanitário;
Recuperar 9 (nove) barragens, sendo 4 (quatro) previstas para o Território de
Identidade Metropolitano de Salvador;
Ampliar 61 (sessenta e hum) sistemas de abastecimento de água, sendo 16
(dezesseis) previstos para o Território de Identidade Metropolitano de
Salvador;
Elaborar 21 (vinte e hum) projetos executivos de oferta de água, sendo 1
(hum) para o Território de Identidade Metropolitano de Salvador;
Elaborar 43 (quarenta e três) projetos de sistemas de abastecimento de água,
sendo 2 (dois) previstos para o Território de Identidade Metropolitano de
Salvador;
Adquirir materiais e equipamentos para obras de saneamento;
Realizar supervisão técnica de obras de sistemas de abastecimento de água;
Implantar 1 (hum) sistema integrado de abastecimento de água com adutoras
no Território de Identidade Metropolitano de Salvador;
Ampliar 8 (oito) sistemas integrados de abastecimento de água, sendo 4
(quatro) previstos para o Território de Identidade Metropolitano de Salvador;
Implementar o Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de
Salvador, Santo Amaro e Saubara;
Executar obras de contenção de processos erosivos;
Plano Municipal de Saneamento Básico
246
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Operar 32 (trinta e dois) reservatórios hídricos;
Realizar estudo de suporte aos serviços de saneamento;
Implantar projeto de redução de perdas em sistemas de abastecimento de
água, previsto apenas para o Território de Identidade Metropolitano de
Salvador;
Implantar 10 (dez) projetos de eficiência energética em sistemas de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário, sendo 6 (seis) para o
Território de Identidade Metropolitano de Salvador.
13.2.2. Projeto Bahia Produtiva
O Projeto Bahia Produtiva é de autoria do Governo do Estado da Bahia, executado
pela CAR (empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural –
SDR), a partir de um acordo de empréstimo firmado entre o Estado e o Banco
Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial). Por meio do
Bahia Produtiva, serão financiados (sem reembolso) subprojetos de inclusão
socioprodutiva e de abastecimento de água e esgotamento sanitário, de interesse e
necessidade das comunidades de baixa renda da Bahia.
Abrangendo todos os 27 (vinte e sete) Territórios de Identidade da Bahia, os
beneficiários podem ser: agricultores familiares, empreendedores da economia
solidária, povos indígenas, comunidades de fundos e fechos de pasto, comunidades
quilombolas, famílias assentadas de reforma agrária. Os componentes e subprojetos
são divididos em: inclusão produtiva e acesso a mercados, sistemas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, desenvolvimento institucional,
apoio técnico e gestão do projeto. Os objetivos são listados a seguir:
Aumentar a interação com o mercado, promover a segurança alimentar e
nutricional, melhorar o acesso ao serviço de abastecimento de água e
esgotamento de domicílios;
Melhorar a infraestrutura básica necessária para apoiar a produção e a
comercialização;
Promover a inclusão econômica e social de mulheres, jovens, povos
indígenas, comunidades tradicionais e empreendedores das economias
solidárias;
Fortalecer a capacidade das associações comunitárias/organizações de
produtores para elaborar e implementar e gerir os subprojetos;
Plano Municipal de Saneamento Básico
247
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Promover a adoção de práticas de gestão sustentável de recursos naturais
em áreas de produção.
As características de cada subprojeto que possuem interface com saneamento são
descritas no Quadro 22
Quadro 22 - Características dos subprojetos do projeto Bahia Produtiva que possuem
interface com saneamento.
Características dos Subprojetos
Subprojetos socioambientais
Valor até R$ 270.000,00;
Ações voltadas para a segurança alimentar e nutricional, preservação e recuperação
ambiental de caráter produtivo;
20 a 40 famílias beneficiárias por subprojetos;
Serão beneficiárias as famílias já atendidas por uma entidade de Assistência Técnica de
Extensão Rural (Ater), caso não estejam, os recursos para Ater serão incluídos no
subprojeto, assim como os recursos para o Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais
(Cefir);
Subprojetos de abrangência comunitária ou municipal;
Contrapartida obrigatória mínima de 10%, podendo ser financeira ou em bens e serviços
mensuráveis.
Subprojetos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Execução em parceria com a Cerb;
Mínimo de 30 famílias beneficiárias por subprojeto;
Custo máximo de R$ 10.000,00 por família (sistema de água + esgotamento sanitário);
Exclusivo para municípios atendidos pelas Centrais de Associações de água de Seabra e de
Jacobina ou ainda, atendidos pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE);
A execução será por meio de contrato da CAR com uma empresa construtora, mediante
licitação pública;
Não tem contrapartida obrigatória da comunidade, salvo o compromisso de operar, fiscalizar
e manter as estruturas em funcionamento.
Fonte: CAR, 2014.
Observa-se que o segundo subprojeto apresentado no Erro! Fonte de referência
ão encontrada. (Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário) não se aplica a
Camaçari, uma vez que o município não é atendido Central e inexiste SAAE.
A forma de seleção dos subprojetos ocorre por editais de chamadas públicas, cujas
inscrições ocorrem por Manifestação de Interesse (processo simplificado de
proposta). A proposta aprovada terá seu projeto executivo elaborado pela equipe
técnica de suporte. Posteriormente, será firmado convênio da entidade com a CAR.
Cada edital trará suas características especificas e passará pela análise dos
Conselhos Municipais de Desenvolvimento Sustentável (CMDS) e/ou dos
Colegiados Territoriais Desenvolvimento Sustentável (Codeter). O requisito de
seleção é a organização de produtores (associações e cooperativas) legalmente
Plano Municipal de Saneamento Básico
248
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instituídos e funcionando regularmente, isto é, com CNPJ atualizado e sem
impedimentos com o Estado. A Figura 40 ilustra o fluxograma do processo até a
implementação do projeto.
Figura 40 - Fluxograma do processo
Fonte: CAR, 2014.
Os recursos do Projeto Bahia Produtiva totalizam US$ 260 milhões de dólares para
um período de 6 (seis) anos (2015-2021), sendo US$ 150 milhões de dólares
provenientes do Banco Mundial, e US$ 110 milhões de dólares do governo do
Estado e dos Beneficiários.
13.2.3. Fontes de Recursos
Dentre as fontes de recursos que compõem o Tesouro Estadual, responsáveis pelas
ações de saneamento fixadas no PPA Estadual (2012/2015), destacam-se: o Fundo
Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza, taxas e multas vinculadas ao
Fundo Estadual da Saúde e recursos dos Royalties (indenizações pela extração de
óleo bruto, xisto betuminoso e gás, utilização de recursos hídricos e exploração de
recursos minerais).
13.2.3.1. Fundo Estadual de Recursos para o Meio Ambiente
Criado pela Lei nº 10431/2006, alterado pela Lei 12.377/2011 e regulamentado pelo
Decreto nº 11.235/2008 e Decreto nº 12.353/2010, o Fundo Estadual de Recursos
para o Meio Ambiente (Ferfa) é um fundo de natureza patrimonial, vinculado à
Secretaria do Meio Ambiente (Sema), que tem por objetivo financiar a execução da
Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção da Biodiversidade.
O Ferfa é dirigido por um Conselho Deliberativo, composto pelo Secretário do Meio
Ambiente que o preside e por representantes do Instituto do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (Inema), da Companhia de Engenharia Hídrica e Saneamento
(Cerb), dos órgãos vinculados à Secretaria do Meio Ambiente e do Conselho
Plano Municipal de Saneamento Básico
249
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Estadual do Meio Ambiente (Cepram). Ressalta-se que a Cerb não é mais vinculada
à Sema, e sim à Sihs, ainda que a informação não tenha sido retificada em sua
página virtual.
As receitas do Ferfa são originadas de:
Créditos orçamentários que lhe forem consignados pelo OGU;
Recursos destinados à gestão e preservação do meio ambiente e dos
recursos hídricos, na forma prevista no inciso III do artigo 1º da Lei Estadual
nº 9.281, de 07 de outubro de 2004, referente às compensações financeiras
previstas no §1º do artigo 20 da Constituição Federal, observado o percentual
destinado diretamente ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos da Bahia
(Ferhba);
Valores correspondentes às multas administrativas e condenações judiciais
por atos lesivos ao meio ambiente;
Doações, legados, subvenções e quaisquer outras fontes ou atividades;
Valores da arrecadação das taxas pelo exercício do poder de polícia e pela
prestação de serviços, previstas, respectivamente, nos Anexos I e II da Lei nº
11.631, de 30 de dezembro de 2009, ressalvada a Taxa de Controle e
Fiscalização Ambiental, incidente sobre as atividades utilizadoras de recursos
naturais e de atividades potencialmente poluidoras ao meio ambiente, cuja
receita pertence ao órgão executor da Política Estadual de Meio Ambiente;
Rendimentos de qualquer natureza, derivados da aplicação de seu
patrimônio;
Recursos oriundos da cobrança do preço pela concessão de florestas
situadas em terras públicas do Estado, de acordo com o artigo 175 da Lei nº
11.631/2009;
Recursos provenientes de acordos, convênios, contratos ou consórcios.
Os recursos do Ferfa podem ser utilizados para:
Fortalecimento institucional dos órgãos integrantes do Sisema;
Estudos e pesquisas;
Elaboração e atualização do Plano Estadual de Meio Ambiente;
Ações de recuperação ambiental;
Ações de reposição florestal;
Plano Municipal de Saneamento Básico
250
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Medidas compensatórias;
Estudos para criação, revisão e gestão das unidades de conservação,
mosaicos e corredores ecológicos;
Projetos de desenvolvimento sustentável;
Educação ambiental;
Ações conjuntas que envolvam órgãos do Sisema.
Os projetos que envolvem esse recurso abarcam público alvo, abrangência, e eixos
temáticos, definidos a partir de linhas de fomentos estabelecidas em consonância
com o Plano Plurianual a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Este fundo possui, ainda, um Plano de Aplicação, que consiste em um instrumento
orientador para a aplicação anual dos recursos, com base nos critérios definidos
pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Cepram), e compatibilizado com o Plano
Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual do Estado, sendo
aprovado pelo Conselho Deliberativo do Ferfa. Contudo, na página virtual da Sema,
o último plano de aplicação disponível refere-se ao ano de 2015.
13.2.3.2. Fundo Estadual da Saúde
Em 04 de maio de 1994, com a Lei nº. 6.581, foi instituído o Fundo Estadual de
Saúde da Bahia (Fesba), regulamentado pelo Decreto nº. 3.916/94, alterado pela Lei
nº. 9.831/05 e novamente regulamentado pelo Decreto nº 10.139/06, onde são
estabelecidas as estruturas e atribuições alocadas e relacionadas à programação e
ao acompanhamento orçamentário das ações que contemplam as diretrizes do
plano de saúde.
O Fesba é a unidade central orçamentária de recursos destinados às ações e aos
serviços de saúde previstos no Plano Estadual de Saúde, com a finalidade de
prover:
Atendimento universalizado, integral regionalizado e hierarquizado à saúde; Vigilância sanitária; Vigilância epidemiológica e ações de saúde de interesse individual e coletivo; Controle e fiscalização das agressões ao meio ambiente; Prestação de apoio técnico e financeiro aos municípios e a execução supletiva de ações e serviços de saúde; Formulação da política e execução de ações de saneamento básico, de comum acordo com os órgãos afins.
O Fesba financia ações de saneamento básico que promovam a qualidade da
saúde, ciente de que as questões de saúde pública estão relacionadas a fatores de
Plano Municipal de Saneamento Básico
251
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ordem ambiental e sanitária, em áreas urbanas e rurais. Entre os serviços de
saneamento, enumeram-se:
Recuperação e serviços complementares em infraestrutura para
funcionamento do sistema de saneamento básico;
Aquisição de equipamentos hidráulicos;
Execução de obras e serviços de saneamento básico;
Construção de sistema simplificado de abastecimento agua;
Construção de sistema de abastecimento de agua convencional;
Perfuração de poços;
Construção de sistema integrado de abastecimento de água.
Os recursos são, por conseguinte, direcionados ao financiamento de ações
executadas pela Cerb.
13.2.3.3. Fundo Estadual de Combate à Pobreza
Em 21 de dezembro de 2001 foi sancionada a Lei nº 7.988, que cria a Secretaria de
Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais e insere o Fundo Estadual de
Combate e Erradicação da Pobreza (FUNCEP). A Figura 41 mostra o organograma
desse fundo.
Figura 41 – Organograma do FUNCEP.
Fonte: Casa Civil, 2016.
A partir do Decreto nº10.377/2007 regulamenta a casa Civil para executar as ações
do FUNCEP, com a finalidade de programar, coordenar, executar, supervisionar e
Plano Municipal de Saneamento Básico
252
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controlar as atividades do Fundo, articulada com demais unidades centrais do
Sistema Estadual de Planejamento, sistema financeiro e de contabilidade do Estado.
Entre as ações financiadas pelo FUNCEP, estão: Habitação de Interesse Social,
Programa Luz para Todos, Agricultura Familiar, Economia Solidária, Pesca
Artesanal, Segurança Alimentar, Assistência Social, Alfabetização, Aumento da
Escolaridade, Qualificação Profissional, com destaque para o Programa Água para
Todos.
13.2.3.4. Fundo Estadual de Recursos Hídricos
A Lei nº 8.194, de 21 de janeiro de 2002, criou o Fundo Estadual de Recursos
Hídricos (Ferhba), de natureza patrimonial, vinculado à Secretaria do Meio Ambiente
(Sema). Este fundo deve ser administrado por um Conselho de Administração e tem,
como objetivo, dar suporte financeiro à Política Estadual de Recursos Hídricos e às
ações previstas no Plano Estadual de Recursos Hídricos e nos Planos de Bacias
Hidrográficas.
As receitas do Ferhba são decorrentes de: cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
20% (vinte por cento) dos recursos destinados à gestão e preservação do meio
ambiente e dos recursos hídricos; rendimentos de qualquer natureza derivados de
aplicação de seu patrimônio; recursos provenientes de acordos, convênios,
contratos ou consórcios; recursos provenientes de ajuda ou cooperação
internacional e de acordos entre Governos na área de recursos hídricos; doações,
legados e contribuições em dinheiro, provenientes de pessoas físicas ou jurídicas,
nacionais ou estrangeiras, observadas as disposições legais pertinentes; e outras
receitas destinadas por lei.
A aplicação dos recursos do Ferhba será orientada pelo Plano Estadual de Recursos
Hídricos e pelos Planos de Bacias Hidrográficas, devendo ser compatibilizada com o
Plano Plurianual, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e com o Orçamento Anual
do Estado.
Os recursos são destinados a: estudos, programas, projetos, pesquisas e obras na
área de recursos hídricos; desenvolvimento de tecnologias para o uso racional das
águas; operação, recuperação e manutenção de barragens; projetos e obras de
sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário; melhoria da qualidade
Plano Municipal de Saneamento Básico
253
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e elevação da disponibilidade da água; comunicação, mobilização, participação e
controle social para o uso sustentável das águas; educação ambiental para o uso
sustentável das águas; fortalecimento institucional, capacitação dos integrantes do
Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Segreh); e custeio do
Segreh.
13.3. Âmbito Municipal
13.3.1. Taxas e Tarifas
No âmbito municipal, uma das modalidades mais utilizadas para o financiamento dos
serviços públicos de saneamento é a cobrança direta aos usuários pela prestação
dos serviços, valendo-se, para tanto, de taxas e tarifas, consideradas como fontes
primárias para o financiamento das ações.
Dessa maneira, a cobrança direta ao usuário pode ocorrer por meio de:
Taxa - valor fixo cobrado mensalmente, mais adequada para serviços nos
quais não se faça possível medir individualmente, como ocorre com os
serviços de drenagem e limpeza urbana como exemplo temos o IPTU;
Tarifa - valor cobrado de acordo com a utilização do serviço pelo usuário, no
qual o serviço é medido por instrumentos de medição ou por percentuais de
uso, a exemplo dos serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário.
Em Camaçari, os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são
prestados majoritariamente pela Embasa. O valor da tarifa, no município, é definido,
reajustado e revisado pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento Básico
(Agersa) do estado da Bahia, de modo a permitir a sustentabilidade econômico-
financeira dos contratos de prestação dos serviços. Já o serviço de drenagem e
manejo de águas pluviais urbanas não tem cobrança, mas o IPTU pode ser uma
alternativa a fim de melhorar
Os recursos originários das taxas/tarifas podem ser suficientes para financiar os
serviços e alavancar seus investimentos, diretamente ou mediante empréstimos. Em
alguns casos, inclusive, pode suprir a demanda por investimentos, trazendo certa
independência de empréstimos a médio ou a longo prazo.
Importante salientar que a política tarifária deve ser bem formulada e considerar o
poder de pagamento dos usuários, podendo adotar subsídios tarifários e não
Plano Municipal de Saneamento Básico
254
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tarifários para os usuários e as localidades que não tenham capacidade de cobrir o
custo integral dos serviços. Assim, para eleger os usuários cabíveis de receber
subsídio, deve-se levar em conta as características dos lotes urbanos, o nível de
renda da população, além das características dos serviços prestados na área
atendida.
Os subsídios assumem três modalidades. A primeira aqui descrita é à oferta, no qual
o poder público transfere recursos do orçamento fiscal para financiar a implantação,
expansão ou ampliação dos sistemas de saneamento básico, indo até o
financiamento de parte ou do total da operação e manutenção dos sistemas, onde
existir baixa sustentabilidade financeira. Isto ocorre, em geral, nos municípios de
pequeno porte (PMSB Guidoval/MG, 2013).
Os subsídios à demanda, consistem na modalidade por meio do qual o poder
público transfere parte ou toda a cobrança pelos serviços dirigidos a ele diretamente
ao usuário, de acordo com critérios de necessidade estabelecidos previamente. Este
tipo, porém, é pouco difundido no sistema brasileiro de financiamento do
saneamento básico (PMSB Guidoval/MG, 2013).
Ambas modalidades de subsídios acima apresentadas provêm do orçamento fiscal
das unidades federadas, dependentes, portanto, da adimplência de toda a
sociedade quanto ao pagamento dos impostos (PMSB Guidoval/MG, 2013).
A terceira modalidade é o subsídio cruzado, onde os custos dos serviços são
rateados entre os usuários do sistema de saneamento básico, em proporções
diferentes, mediante critérios que reproduzam a diferenciação de renda da
comunidade beneficiada. Esta modalidade é bastante utilizada no sistema tarifário
dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, mediante a
classificação dos usuários em categorias e faixas de consumo (PMSB Guidoval/MG,
2013).
13.3.2. PPA, LOA, LDA e FMDU
PPA, LOA e LDA
O Plano Plurianual (PPA) é o instrumento de planejamento governamental de médio
prazo, previsto no artigo 165 da Constituição Federal, regulamentado pelo Decreto
2.829, de 29 de outubro de 1998 e estabele diretrizes, objetivos e metas da
Administração Pública para um período de 4 anos, organizando as ações do
Plano Municipal de Saneamento Básico
255
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governo em programas que resultem em bens e serviços para a população. É
aprovado por lei quadrienal, tendo vigência do segundo ano de um mandato
majoritário até o final do primeiro ano do mandato seguinte. Nele devem constar,
detalhadamente, os atributos das políticas públicas executadas, tais como metas
físicas e financeiras, público-alvos, produtos a serem entregues à sociedade, etc
(SEGPLAN – GO, 2016).
A Lei Orcamentária Anual (LOA) é o instrumento que possibilita a realização das
metas e das prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). É
um plano de trabalho descrito por um conjunto de ações a serem realizadas para
atender à sociedade. É onde se estabelece a previsão de todas as receitas a serem
arrecadadas no exercício financeiro e a fixação de todos os gastos que os Poderes e
os órgãos estão autorizados a executar (CNM, 2013).
A integração entre o PPA, a LDO e a LOA é um valioso instrumento para a gestão
dos atuais prefeitos, pois difunde as políticas municipais e garante a informação
sobre a origem das receitas e sua destinação, o que será avaliado pelos Poderes
Legislativos locais e pela população em geral (.
No muncipio de Camaçari, o PPA 2014-2017 foi intituido pela Lei nº. 1318 de 30 de
dezembro de 2013, onde em seu art. 3º diz que a programação consnatnte nesse
plano deverá ser financiada por recursos oriundos do Tesouro do Município e das
suas Autarquias, das Operações de Crédito Internas e Externas, dos convênios com
Estado, União e Empresas.
De acordo com o § 2º do art. 6º, a LDO e LOA, anualmente, poderão promover
ajustes como a inclusão, alteração ou exclusão de ações previstas nos programas
do PPA, respeitadas a metodologia e sistemática definida pelo Órgão Central de
Orçamento, devidamente autorizado pelo Chefe do Poder Executivo. O art. 7º
complementa dizendo que a revisão do PPA, quando necessário, será enviada a
Câmara Municipal para apreciação, no prazo de encaminhamento da Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano
No município de Camaçari existe o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano
(FMDU) previsto no PDDU e no Código Urbanisctico, mas que ainda carece de
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256
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regulamentação para que possa funcionar e aplicar recursos em projetos ligados a
politica de desenvolvimento urbano, inclusive saneamento.
13.4. Âmbito Internacional
Além das formas de obtenção de recursos já mencionadas, é possível também
buscar recursos ou apoio técnico junto aos organismos internacionais, o que pode
ser realizado por meio de empréstimos, consultoria ou assistência técnica, conforme
mecanismos de cooperação.
Quando a parceria advém do intermédio de cooperação com organismos
internacionais, deverão ser observadas as regras estabelecidas pelo Decreto nº
5.151, de 2004. O referido Decreto trata dos procedimentos a serem observados
pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública Federal direta e indireta
para fins de celebração de atos complementares de cooperação técnica, recebidos
de organismos internacionais. Complementarmente, dispõe ainda sobre a aprovação
e gestão de projetos vinculados aos referidos atos de cooperação, cujos recursos
aportados pelos projetos venham a ser implementados sob a modalidade de
Execução Nacional.
Dentre as instituições internacionais mencionadas, destacam-se o Banco
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID), que, em conjunto com a Associação Internacional de
Desenvolvimento (AID), forma o Banco Mundial. Esta instituição é constituída por
membros de 185 (cento e oitenta e cinco) países desenvolvidos e em
desenvolvimento.
Em geral, as condições financeiras, em termos de taxa de juros, são mais favoráveis
quando comparadas aos empréstimos do mercado nacional. No entanto, o acesso é
limitado a grandes empreendimentos e sujeito a riscos cambiais.
Segundo a ANA (2015), o Programa de Desenvolvimento do Setor Água
(Interáguas), financiado com recursos do Banco Mundial, nasceu da necessidade de
se buscar uma melhor articulação e coordenação de ações relacionadas aos
recursos hídricos, melhorando sua capacidade institucional e de planejamento
integrado e criando um ambiente integrador, no qual seja possível dar continuidade
a programas setoriais exitosos, tais como o Programa de Modernização do Setor
Saneamento (PMSS) e o Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos
Plano Municipal de Saneamento Básico
257
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Hídricos (Proágua). Além disso, promove o fortalecimento de iniciativas de
articulação intersetorial, que visam aumentar a eficiência no uso da água e na
prestação de serviços associados.
Para cumprimento de seus objetivos, o Programa está estruturado em cinco
componentes, que são:
Gestão de Recursos Hídricos;
Água, Irrigação e Defesa Civil;
Abastecimento de Água e Saneamento;
Coordenação Intersetorial e Planejamento Integrado;
Gerenciamento, Monitoramento e Avaliação.
A implementação do Interáguas é compartilhada entre os seguintes ministérios:
Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio da Secretaria de Recursos
Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) e da Agência Nacional de Águas (ANA);
Ministério da Integração Nacional (MI), por meio da Secretaria de
Infraestrutura Hídrica (SIH), da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir), da
Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) e da Secretaria Executiva
(Secex);
Ministério das Cidades (MCidades), por meio da Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental (SNSA).
Em função das ações e atividades a serem apoiadas pelo Programa, são envolvidos,
em casos específicos, o Ministério de Minas e Energia (MME), o Ministério dos
Transportes (MT), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Ministério da Saúde (MS), por
meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Tal envolvimento ocorre nos casos
em que as ações considerem, por exemplo, o planejamento da produção
hidrelétrica, das hidrovias, da agricultura e do abastecimento de água de populações
rurais dispersas.
Os investimentos do Interáguas, para o período 2011/2016, era de US$ 143,11
milhões, sendo que o Banco Mundial financiaria 75% (setenta e cinco por cento) do
total do Programa, que equivalente a US$ 107,3 milhões. A Tabela 48, apresenta a
distribuição anual dos investimentos do programa (em US$ 1.000,00), segundo o
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258
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executor. Ressalta-se, em oportuno, que não se tem informações sobre os
investimentos nos próximos anos do programa.
Tabela 48 - Distribuição anual dos investimentos do programa por executor (em US$ 1.000,00).
Ano MMA MI MCidades Total
Valor % Valor % Valor % Valor %
2011 4.218 8 513 1 1.765 4 6.496 5
2012 10.540 20 3.933 8 8.185 20 22.658 16
2013 9.730 18,5 18.399 37 9.715 24 37.844 26
2014 14.131 26,8 12.584 26 10.242 25 36.957 26
2015 8.639 16,4 10.194 21 5.840 14 24.673 17
2016 5.443 10,3 3.595 7 5.176 13 14.214 10
Total 52.701 100 49.218 100 40.923 100 142.842 100
Fonte: INTERÁGUAS, 2010.
13.5. Participação do Capital Privado
As Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, fixadas pela Lei nº 11.445/2007
e pelo Plansab, preveem a possibilidade de parcerias com as instituições privadas,
com estabelecimento de contrapartidas de investimentos e de períodos de
concessões dos serviços, de maneira a garantir a prestação do serviço e o lucro da
empresa. Todavia, essas parcerias devem ser bem avaliadas pelo município e pelos
usuários dos serviços, a fim de que todos envolvidos sejam beneficiados nesse
processo.
Nas parcerias firmadas entre o poder público e a iniciativa privada, existem diversas
formas de financiamento, elencadas a seguir.
Parceria Público-Privada
Em dezembro de 2004, o governo brasileiro publicou a Lei n.º 11.079, que institui as
Parcerias Público-Privadas (PPP), criando normas gerais para licitação e
contratação entre entidades privadas e administração pública. Trata-se de uma
medida tomada pelo governo com o intuito de auxiliar o regime da Lei de Licitações,
em busca de alternativas de financiamento em gestão de obras públicas e de
redução da participação do Estado na economia (CARTILHA PPP, [2015]).
Tal instituto visa à realização de obras de grande porte e à prestação de serviços
públicos via concessões patrocinadas ou administrativas, em que se verificam o
compartilhamento dos riscos do empreendimento entre as partes envolvidas, bem
como o financiamento predominantemente privado (CARTILHA PPP, [2015]).
Plano Municipal de Saneamento Básico
259
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Assim, a Lei n.º 11.079/2004 define a modalidade patrocinada como “a concessão
de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei n.º 8.987 de 13 de
fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários,
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado”; ou seja, trata-se
de concessão comum8 onde o Estado realiza alguma forma de contraprestação.
Nesse contexto, cumpre pontuar que, geralmente, os investimentos privados são
financiados via BNDES (tesouro nacional) a juros baixos.
Já a PPP na modalidade administrativa é entendida como “o contrato de prestação
de serviços de que a Administração pública seja a usuária direta ou indireta, ainda
que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens” (BRASIL,
2004). Nesta modalidade, o parceiro privado será remunerado unicamente pelos
recursos públicos orçamentários, após a entrega do contratado.
Portanto, os contratos de PPPs constituem mecanismo de alavancagem de recursos
para projetos de infraestrutura de interesse social, por meio de investimentos
privados, especialmente para entes federativos com maiores restrições
orçamentárias (PMSB Guidoval/MG, 2013).
Entretanto, segundo o professor Joaquim Poças, da Faculdade de Engenharia do
Porto - Portugal, o sucesso das PPPs depende da boa gestão prevista em contrato.
Ele acrescenta ainda que é preciso conhecer, com antecedência, o que será
solicitado ao setor privado, com vistas a evitar surpresas. Logo, quanto mais
detalhado forem os termos acordados, maiores serão as chances de
sustentabilidade das ações (ABES/MG, 2012).
Build-Own-Transfer, Build-Transfer-Operate e Build-Own-Operate
Esta forma de participação privada, já adotada por vários municípios no Brasil, foi a
predominante nas primeiras concessões à iniciativa privada, após a promulgação da
Lei de Concessões. Resumidamente, seu objetivo é a ampliação da produção de
água tratada ou a implantação de sistemas de tratamento de esgotos (PRS, 2014).
8 Segundo a Lei nº 11.079/2004, a concessão comum não constituirá parceria público-privada
“quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado”. Nesse
caso, a concessão continuará sendo regida pela Lei de Concessões e legislação correlata.
Plano Municipal de Saneamento Básico
260
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Constitui-se, pois, de uma opção em situações nas quais o poder público não dispõe
de recursos financeiros, nos casos em que as condições locais ou a orientação
político-ideológica não favorecem uma concessão privada plena, ou nas situações
em que a implantação de sistemas de produção de água e de tratamento de esgoto
afigure-se como uma ação urgente (PRS, 2014).
Então, nesta forma de financiamento, os sistemas de distribuição de água e de
coleta de esgotos continuam sendo operados pelos prestadores, os quais mantêm,
sob sua responsabilidade, a cobrança das tarifas de água e esgotos, estabelecendo
mecanismos de transferência de parte destas receitas tarifárias ao concessionário
do BOT (PRS, 2014). De modo geral, os contratos de BOT, BTO e BOO estão
normalmente associados a investimentos em nova infraestrutura.
No BOT, o parceiro privado constrói e opera por determinado período, ao final do
qual os ativos são transferidos ao setor público. Uma característica da BOT é a
alocação do risco comercial junto ao poder público. Assim, ainda que parcela da
remuneração do contratado seja atrelada à arrecadação de tarifas, o governo
compromete-se a adquirir, ao menos, uma quantidade mínima de serviço, o que
significa a garantia de um piso de remuneração para a empresa (PMSB
Guidoval/MG, 2013).
Em uma das variações possíveis, o BTO corresponde a um contrato onde o parceiro
privado constrói a nova estrutura a ser incorporada ao patrimônio do setor público e
alugada ao próprio parceiro privado (PRS, 2014). Noutra variação, o parceiro privado
retém a propriedade sobre o bem construído, e este só será transferido ao setor
público se e quando ele determinar a expropriação. Neste caso, como a operação do
sistema, ainda que privado, requer algum tipo de licença ou franquia por parte do
poder público, a atividade poderá ser interrompida por ato do governo, que, em
seguida expropriará a infraestrutura mediante indenização (PMSB Guidoval/MG,
2013)..
14. HIERARQUIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES
A Hierarquização das prioridades é uma etapa importante do planejamento dos
serviços, quando elenca as principais questões a serem resolvidas no território
municipal.
Plano Municipal de Saneamento Básico
261
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As ferramentas metodológicas utilizadas trazem consistência à decisão, quando
utilizam aspectos técnicos, ambientais, sociais, envolvendo os diferentes atores
sociais, para definir as prioridades de investimentos no território.
Nesse sentido, o gestor tem a possibilidade se organizar para a realização de
investimentos, inserindo nos Planos Pluri Anuais as previsões de investimentos em
saneamento básico, se estruturando para pleitear recursos de editais de fomento
dos entes federais e estaduais, bem como elaborando os projetos executivos do
município.
É importante mencionar que os projetos envolvem diversas ações seja no âmbito do
prestador de serviço seja no âmbito do titular, o Município, conforme descrito no
Produto 8 – Tomos I, II, III e IV. Essa variedade de atores envolvidos exige um
grande esforço para a implelentação das ações e a artiticulação das funções
complementares.
Assim, com o objetivo de viabilizar a criação de uma agenda intersetorial e
embasada nas demandas existentes nas áreas de planejamento do município,
apresenta-se a hierarquização dos programas projetos e ações proposto pelo Plano
Municipal de Saneamento Básico e seus respectivos Planos de Investimento ao
longo do horizonte de planejamento.
14.1. Gestão dos Serviços de Saneamento
14.1.1. Programa: Educação Ambiental
Este programa é composto pelos seguintes projetos: Educação Ambiental nas
Escolas, Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais,
Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente, Eficaz e Efetivo na
Zona Urbana e Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona Rural.
Cada projeto abarca ações a serem executadas pela prefeitura em todo o território
do município de Camaçari.
Os objetivos principais do programa englobam o incentivo ao desenvolvimento da
conscientização e do senso de responsabilização social e ambiental dos moradores
quanto à participação nos processos decisórios no âmbito dos serviços de
saneamento, além de promover a estruturação necessária à excecução das ações
previstas no PMSB, de forma que as mesmas tenham eficiência e aceitação dos
usuários na implantação.
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O Quadro 23 desmonstra o resultado da metodologia aplicada a cada projeto do
programa Educação Ambiental para o município de Camaçari. Ressalta-se que,
diferentemente da metodologia aplicada às demais componentes do saneamento,
mostrada nos itens anteriores, para a Gestão dos Serviços de Saneamento não
ocorreu distinção por distrito, visto que a abrangência das ações possui caráter
estruturante e engloba todo o território do município.
Quadro 23 - Matriz impacto/incerteza/intensidade o Programa Educação Ambiental para o município de Camaçari.
Projetos Impacto Incerteza Intensidade Resultado
Projeto: Educação Ambiental nas Escolas 5 1 3 15
Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais
5 3 3 45
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente, Eficaz e Efetivo na
Zona Urbana 5 3 3 45
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona Rural
5 3 3 45
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
O projeto Educação Ambiental nas Escolas apresentou valor resultante na
importância de 15, obtido através das considerações de alto impacto (ponderação
5), devido a sua importância para o despertar da conscientização ambiental na
juventude do município, baixa incerteza (ponderação 1), motivado pelo aparente
empenho da administração pública em promover campanhas nesse intuito, e média
intensidade (ponderação 3), devido à visibilidade que o projeto em questão visa
alcançar.
Para o projeto Educação Ambiental Voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais
foi obtido o valor resultante na importância de 45, resultante da consideração de alto
impacto (ponderação 5), devido à importância para a eficiência da implantação das
ações previstas no PMSB, média incerteza (ponderação 3), motivado pelo aparente
empenho da administração pública na execução de projetos com esse cunho, e
média intensidade (ponderação 3), determinado pela visibilidade que o projeto pode
ter na comunidade envolvida.
O projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente, Eficaz e
Efetivo na Zona Urbana possui significativa importância para a eficiência na
execução das ações previstas no PMSB no município de Camaçari, visto que a
aceitação dos moradores contemplados pelas intervenções tem relação direta com o
Plano Municipal de Saneamento Básico
263
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sucesso do projeto executado. Diante do exposto, o projeto em questão obteve
resultado na importância de 45, resultante da consideração de alto impacto
(ponderação 5), média incerteza (ponderação 3) e média intensidade (ponderação
3).
Por fim, o projeto Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona
Rural apresentou valor resultante na importância de 45, obtido através das
considerações de alto impacto (ponderação 5), média incerteza (ponderação 3) e
média intensidade (ponderação 3). Semelhante ao projeto anteriormente descrito,
este também possui extrema importância para execução plena das ações previstas
no PMSB para a zona rural do município, devido a relação direta entre o sucesso na
implantação das ações e a aceitação da comunidade contemplada.
14.1.2. Programa Fortalecimento da Gestão
O presente programa é composto por cinco (05) projetos, são eles: Valorização da
Gestão Integrada das Políticas Públicas; Estruturação da Coordenadoria de
Saneamento, Responsabilidade, Participação e Controle Social; Integração entre os
Entes Envolvidos com o Saneamento e Integração e Valorização da Legislação
Urbanística ao Saneamento Básico. Cada projeto abarca ações a serem executadas
pela prefeitura em todo o território do município de Camaçari. O programa propõe a
implantação de ações de caráter estruturante objetivando estruturar a gestão do
município para dar subsídio à implantação das intervenções propostas no PMSB.
O quadro a seguir demonstra o resultado da metodologia aplicada a cada projeto do
programa Fortalecimento da Gestão para o município de Camaçari. Como descrito
anteriormente, ressalta-se que para a Gestão dos Serviços de Saneamento na
aplicação da metodologia não ocorreu distinção por distrito, visto que a abrangência
das ações propostas possui caráter estruturante e engloba todo o território do
município.
Quadro 24 - Matriz impacto/incerteza/intensidade do Programa Fortalecimento da Gestão.
Projetos Impacto Incerteza Intensidade Resultado
Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
5 1 5 25
Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento
5 1 5 25
Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
5 3 3 45
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Projetos Impacto Incerteza Intensidade Resultado
Projeto: Integração Entre os Entes Envolvidos com o Saneamento
5 3 3 45
Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao Saneamento
Básico 5 3 3 45
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Ambos os projetos de Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas e
Estrturação da Coordenadoria de Saneamento obteveram resultado na impotância
de 25, motivados pelas considerações de alto impacto (ponderação 5), baixa
incerteza (ponderação 1) e alta intensidade (ponderação 5). O resultado mostra que
a execução dos projetos possui elevada importância para a melhora das condições
de saneamento no município e, devido a isso, tendem a ter alta visibilidade para a
população. Aliado a esse cenário, foi avaliado ainda que os mesmos apresentaram
baixa incerteza para execução devido à demonstração da administração pública de
empenho na implantação de ações com essa temática.
Para o projeto de Responsabilidade, Participação e Controle Social o resultado
obtido foi de 45, devido às considerações de alto impacto (ponderação 3), média
incerteza (ponderação 3) e média intensidade (ponderação 3). Esse projeto possui
extrema importância para o fomento ao incentivo da participação da população nos
processos decisórios que envolvem o saneamento no município e possui relação
direta com o sucesso da implantação das instervenções previstas no PMSB, além de
poder contribuir para a melhora contínua do mesmo.
Os projetos de Integração Entre os Entes Envolvidos com o Saneamento e
Integração e Valorização da Legislação Urbanística ao Saneamento Básico
apresentaram resultado na importância de 45, obtido através das considerações de
alto impacto (ponderação 5), média incerteza (ponderação 3) e média intensidade
(ponderação 3). Ambos os projetos propõem a integração do saneamento com as
demais políticas municipais e com os diversos setores da administração pública,
objetivando a maior eficiência na estruturação e execução dos serviços de
saneamento no município.
14.1.3. Projetos X Prazos
O Quadro 25 apresenta um resumo da hierarquização das intervenções, elaborado
para facilitar a visualização das prioridades. Os resultados determinados na
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hierarquização representam prazos (emergencial, curto, médio e longo) para o início
da implantação de cada projeto. Ressaltando que cada projeto possui diversas
ações no seu escopo e cada ação pode iniciar em um período diferenciado das
demais. No item Plano de Investimento essa diferenciação será melhor abordada.
Para o presente item foi considerado o período de início mais crítico, ou seja, a ação
que se iniciaria mais cedo dentro do mesmo projeto.
Quadro 25 -Horizontes de implantação dos projetos para a Gestão dos Serviços de Saneamento.
Programas, Projetos e Ações Resultado Prazo
PROGRAMA: Educação Ambiental
Projeto: Educação Ambiental nas Escolas 15 Médio
Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais
45 Curto
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente, Eficaz e Efetivo na Zona
Urbana 45 Curto
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona Rural
45 Curto
PROGRAMA: Fortalecimento da Gestão
Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
25 Curto
Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento
25 Curto
Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
45 Curto
Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento
45 Curto
Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao saneamento básico
45 Curto
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Dessa forma, seguindo a metodologia estabelecida, é possível visualizar que os
resultados com valores de 25 e 45 apresentam necessidade de implantação em
curto prazo, enquanto que o resultado com valor de 15 apresenta necessidade de
implantação em médio prazo.
A título de simplificação, foi elaborado o quadro seguinte (Quadro 26), onde é
possível identificar a hierarquização dos projetos. Pela análise dos valores e dos
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prazos listados, vê-se que, apenas 01 (hum) projeto apresenta execução prevista
para o médio prazo, enquanto que os demais devem ser iniciados em curto prazo.
Quadro 26 - Resumo dos prazos por projeto.
PROGRAMAS PROJETOS HORIZONTES
PROGRAMA: Educação Ambiental
Projeto: Educação Ambiental nas Escolas
15
Projeto: Educação Ambiental voltada aos Povos e Comunidades Tradicionais
45
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento Eficiente, Eficaz
e Efetivo na Zona Urbana
45
Projeto: Educação Ambiental para Promoção do Saneamento na Zona Rural
45
PROGRAMA: Fortalecimento
da Gestão
Projeto: Valorização da Gestão Integrada das Políticas Públicas
25
Projeto: Estruturação da Coordenadoria de Saneamento
25
Projeto: Responsabilidade, Participação e Controle Social
45
Projeto: Integração entre os entes envolvidos com o Saneamento
45
Projeto: Integração e valorização da Legislação Urbanística ao saneamento
básico
45
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Vale ressaltar que o horizonte de execução das ações dos projetos previstos para a
Gestão dos Serviços de Saneamento é definido em conjunto ao horizonte de
execução das ações das demais componentes, visando a integração entre as
intervenções para o sucesso da implantação do PMSB. Como exemplo temos a
ação que prevê a ampliação da rede pública de coleta de esgoto e progressiva
desativação das soluções individuais adotadas na zona urbana, que deve ser
executada em paralelo à ação de campanhas de incentivo à população a efetuação
da ligação dos domicílios à rede pública de esgoto.
14.2. Abastecimento de Água
14.2.1. Programa “Gestão Sustentável”
O programa Gestão sustentável, conforme observa-se no Quadro 24, é composto
por três projetos: melhoria da qualidade do serviço prestado, melhoria do
monitoramento da qualidade da água e controle de perdas. O primeiro engloba
ações que devem ser implementadas tanto pelo prestador de serviço (Embasa)
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quanto pelo titular do serviço (Prefeitura), já o segundo as ações são voltadas
sobretudo para dirimir o déficit de acompanhamento da qualidade da água advinda
dos sistemas implantados pela Cerb e das soluções alternativas individualizadas,
logo de responsabilidade da Prefeitura/VISA. O projeto de controle de perdas
contempla basicamente ações que devem ser implantadas pela Embasa, entretanto
ressalta-se que bons resultados só serão possíveis com a colaboração das diversas
esferas, poder publico e população, uma vez que as perdas aparentes são
associadas principalmente as ocupações irregulares onde a consessionária não tem
respaldo legal para ampliar o serviço, como a população não pode ficar sem água
ela faz a ligação clandestina conhecida como “gato”. Assim fica claro que esse
problema só será sanado ao longo do horizonte de planejamento se envolver
esforços de todos os entes envolvidos de forma integrada.
O Quadro 27 mostra o resultado da medotologia aplicada aos projetos por área de
planejamento.
Quadro 27 - Matriz impacto/incerteza/intensidade para os projetos do programa Gestão Sustentável para cada distrito.
Projeto Distritos
Melhoria da Qualidade do Serviço
Prestado
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 3 75
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 3 75
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 3 75
Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
1 5 1 5
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 3 75
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 3 75
Controle de Perdas
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 5 3 45
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 3 75
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
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Projeto Distritos
5 5 3 75
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Sede
Abastecida pelo Sistema Local de Abastecimento de Água de Camaçari e compondo
o maior percentual de atendimento por rede geral (96,51%, de acordo com os dados
evidenciados no Produto 04) entre os distritos, o projeto de Melhoria da Qualidade
do serviço de abastecimento de água guarda grande importância para a sede, em
particular. Explica-se: a unidade da Embasa em Camaçari dispõe de assessoria de
comunicação encarregada de repassar as informações quanto às paralizações para
a mídia local, reservando o modelo de call center como canal de diálogo entre a
empresa e o usuário. Nesse aspecto, faz-se útil a criação de uma página virtual
dedicada à transparência e a atualização dos dados quanto ao serviço prestado,
considerando, em oportuno, a qualificação da Embasa como “regular”, na opinião de
algumas comunidades entrevistadas (Produto 04, p. 152-161). Complementarmente,
considerando as outras ações que incorporam este projeto, como a implantação do
sistema de captação de água de chuva em imóveis públicos, a elaboração do Plano
de Segurança da Água, e a melhoria da segurança, tem-se: alto impacto
(ponderação 5), alta incerteza (ponderação 5) e média intensidade (ponderação 3),
apresentando como resultado a importância de 75.
A alta qualidade da água bruta captada em poços profundos, para o Sistema de
Abastecimento de Água - SAA de Camaçari, demanda baixo investimento no
tratamento da água antes da distribuição (Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de
Abastecimento de Água, p. 119). No entanto, nenhum dos poços dispõe de
tubulação auxiliar para medição do nível d’água, o que implica no desconhecimento
da situação hídrica durante o bombeamento. Ademais, a água reservada no RAD
não é analisada, sendo uma falha grave do sistema. Finalmente, no que concerne a
opinião de moradores, foi registrada a insatisfação de algumas comunidades em
relação à água servida (Produto 04, p. 152-161). Por tais razões, o projeto de
Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água pode ser considerado como de
baixo impacto (ponderação 1), alta incerteza (ponderação 5) e baixa intensidade
(ponderação 1), cujo valor final (5) demanda a implantação a longo prazo.
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269
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O SAA de Camaçari apresenta 44% de índice de perda na distribuição, com três
zonas consideradas críticas (Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de
Abastecimento de Água, p. 148) – resultado superior à média nacional. Demais, a
população reportou intermitência no abastecimento de água, o que remete à
utilização de fontes alternativas para captação – fato conhecido por elevar os riscos
de contração de doenças, como amebíase e diarreia. Devido à espacialização deste
distrito, às irregularidades na ocupação urbana e ao crescimento populacional, a
ponderação quanto às campanhas para uso consciente dos recursos hídricos e de
combate às ligações clandestinas também se mostra relevante. Inclui-se também a
importância do desenvolvimento de campanha para negociação de dívidas com
usuários inadimplentes e para conscientização da importância do pagamento em
dia, em adição ao monitoramento do consumo de água em imóveis públicos – ações
previstas no projeto aludido. Com isso, para o projeto de Controle de Perdas,
advém: médio impacto (ponderação 3), alta incerteza (ponderação 5), média
intensidade (ponderação 3), obtendo como resuldo o valor de 45.
Abrantes
Em virtude dos registros de casos de violência no local onde se tem instalado o
reservatório do Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Machadinho
(Produto 04 - Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água, p. 180), que
abastece o distrito de Abrantes, assim como da opinião pública registrada em
entrevista quanto à prestadora de serviços – entre “regular” e “bom”, de acordo com
o mesmo Produto 04 acima referenciado – e a utilização de poços artesianos
(9,14%, qualificando o distrito como o segundo maior percentual com esta
configuração no município), o projeto de Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado
foi avaliado como de alto impacto (ponderação 5), alta incerteza (ponderação 5) e
alta intensidade (ponderação 3), cabendo, pelo produto dos pesos o resultado de 75.
Isto porque dialogam diretamente com tais problemas, como a melhoria da
segurança, o desenvolvimento de canal de diálogo entre a prestadora e os usuários,
além do cadastramento dos sistemas implantados pela Cerb e da capacitação dos
usuários à autogestão dos poços e das cisternas, considerando tratar-se de um
distrito com dispersão populacional na área rural.
Abrantes apresenta população rural dispersa, não contemplada com a análise da
água quando da implantação de soluções alternativas individuais e coletivas para
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270
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abastecimento. Logo, a execução de ações como a execução de rotina de controle e
de monitoramento da qualidade da água para consumo humano, somada à garantia
do fornecimento de desinfectante para soluções alternativas e o cadastramento de
usuários da água, presvitas no projeto de Melhoria do Monitoramento da Qualiade
da Água, podem ser associados como sendo de alto impacto (ponderação 5), alta
incerteza (ponderação 5) e média intensidade (ponderação 3), resultando no valor
de 75.
Um dos maiores problemas identificados no distrito de Abrantes, relacionado à
componente água de abastecimento, diz respeito à interrupção do fornecimento de
água tratada em época de grande demanda, como no verão. Além disso, o SIAA de
Machadinho registra um índice de perda igual a 52,3%. A partir destas constatações,
adotou-se para o projeto de Controle de Perdas, os pesos: alto impacto (ponderação
5), alta incerteza (ponderação 5) e média intensidade (ponderação 3), os quais,
multiplicados, indicam o resultado no valor de 75. Recai, ainda, a mesma
consideração quanto à COS feita anteriormente.
Monte Gordo
Pela urbanização ocorrer de modo menos acentuado no distrito de Monte Gordo,
quando comparado aos outros distritos, e pelo déficit de atendimento de domicílios
com rede geral (17,87%, como apresentado no Produto 04 - Diagnóstico dos
Serviços de Abastecimento de Água, p. 116), afora o percentual de domicílios
abastecidos por poços ou nascentes (12,6%, sendo o maior entre os distritos
camaçarienses, como consta na mesma referência), destaca-se a importância das
ações de cadastramento dos sistemas implantados pela Cerb e de capacitação dos
usuários à autogestão dos poços e das cisternas, integrantes deste projeto. Assim,
para o projeto de Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado, chegou-se à seguinte
valoração: alto impacto (ponderação 5), alta incerteza (ponderação 5) e média
intensidade (ponderação 3), resultando na importância de 75.
Ciente da importância da execução de rotina de controle e monitoramento da
qualidade da água para consumo humano, bem como da obrigatoriedade de garantir
o fornecimento de desinfectante em soluções alternativas de abastecimento e do
desenvolvimento de campanha de cadastramento de usuário da água – todas ações
integrantes do projeto afim – demonstra-se a importância da implementação do
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271
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projeto de Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água no distrito de Monte
Gordo. Outrossim, por sua zona rural referir-se a uma parcela significativa do distrito
(16,8%, conforme Censo Demográfico de 2010, realizado pelo IBGE), e por
apresentar 12,6% fez-se a seguinte ponderação à matriz impacto x incerteza x
intensidade: elevado impacto (ponderação 5), elevada incerteza (ponderação 5) e
média intensidade (ponderação 3), obtendo resultado de 75.
O Sistema Integrado de Abastecimento de Água - SIAA de Jordão, referente ao
distrito de Monte Gordo, possui um índice de água tratada não faturada igual a 60%,
registrando o maior percentual de perda entre os sistemas de Camaçari. Com isso, o
projeto Controle de Perdas foi classificado como de alto impacto (ponderação 5),
média incerteza (ponderação 5) e média intensidade (ponderação 3), resultando no
valor de 75, vez que poderá refletir na redução das intermitências, bem como dos
vazamentos e das ligações clandestinas, já expressas pela população e pela
Embasa, respectivamente. Em tempo, cumpre destacar que esta hierarquização não
permite ponderar a atuação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano - Sedur,
especificamente da Coordenadoria de Ocupação do Solo - COS, no que se refere à
fiscalização de ocupações irregulares. Trata-se de uma atribuição pública
imprescindível para o controle de perdas, ainda que desprovida de peso numérico
que represente sua significância, nesta metodologia.
14.2.2. Programa “Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais”
O programa “Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais” é composto
pelo projeto de Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais, que possui
como objetivo principal salvaguadar a qualidade e a quantidade dos recursos
hídricos que são empregados como fontes de água para a população do município
de Camaçari. Além dessa motivação, a conservação dos mesmos está relacionada à
preservação da fauna e da flora, à sáude da população e do meio ambiente e, ainda,
à reversibilidade do estado atual de degradação. Para o alcance desse objetivo o
engajamento dos setores público e privado, além da sociedade civil faz-se
imprescindível.
O Quadro 28 apresenta o resultado da metodologia aplicada para o presente projeto
por área de planejamento.
Quadro 28 - Matriz do Programa “Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais”
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Projeto Distritos
Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 1 3 9
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 5 125
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 3 25
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Monte Gordo
Localizado na margem direita do Rio Jacuípe e detendo a maior extensão de área
de preservação permanente - APP do município, Monte Gordo não apresenta
urbanização intensificada. Contudo, devido à grande quantidade de poços
artesianos serem perfurados clandestinamente (Produto 04 - Diagnóstico dos
Serviços de Abastecimento de Água, p. 265) e em função da degradação deste
patrimônio, com destaque para o uso de fertilizantes químicos na zona rural, as
ações apensadas no projeto “Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais”,
que incluem o estudo de viabilidade para recuperação/revitalização dos mananciais
e execução do projeto, a inclusão do manancial em Sistema de Monitoramento e
Controle da Qualidade da água, além de cursos para agricultores sobre o uso de
adubos naturais, configuram mérito significativo. Disto, conclui-se: alto impacto
(ponderação 5), alto incerteza (ponderação 5), média intensidade (ponderação 3),
resultando em 75. Cumpre salientar que a atuação do poder público, especialmente
da Embasa na ampliação do sistema de esgotamento sanitário para evitar
lançamentos em afluentes de mananciais importantes, da COS na fiscalização da
ocupação do solo em áreas protegidas por Lei e do INEMA efutando as atividades
inerentes, é imperiosa para o bom desempenho deste projeto, não podendo ser,
todavia, hierarquizada.
Abrantes
Neste distrito, a densidade populacional ocorre, de maneira forma mais evidente,
nas margens do Rio Joanes. Com a degradação deste manancial e o risco de
comprometimento de sua função socioambiental e ecológica, faz-se de extremo
relevo a inclusão do manancial em Sistema de Monitoramento e Controle da
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Qualidade da Água, a elaboração de estudo de viabilidade para
recuperação/revitalização do Rio Joanes e APP do entorno, e a conseguinte
execução do projeto. Adicionalmente, a realização de cursos para agricultores,
abordando o uso de fertilizantes naturais e a proteção de mananciais, juntamente ao
incentivo técnico e financeiro de iniciativas sustentáveis, também detêm grande
importância ao distrito. Diante disso, foram dados os seguintes pesos: alto impacto
(ponderação 5), alta incerteza (ponderação 5), alta intensidade (ponderação 5), cujo
valor final resultou em 125. Para este último ponto (intensidade), considerou-se,
especialmente, o apelo populacional para a recuperação e a fiscalização do Rio
Joanes. Por fim, sublinha-se a mesma advertência quanto à atuação do poder
público, feita anteriormente, sobretudo em relação a implantação de sistema de
esgotamento sanitário na área urbana de Abrantes, afim de evitar que os dejetos
sejam lançados in natura em afluentes do rio Joanes, comprometendo cada vez
mais a sua qualidade ambiental.
Sede
Com maior perímetro de zona urbana, entre os distritos que compõem o município, é
na Sede onde localiza-se o Polo Industrial de Camaçari. Entre os programas
presentes no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - PDDU, foram listados três
que dialogam diretamente com o projeto “Recuperação, Preservação e Proteção de
Mananciais”. São eles:
- Programa Ambiental para o Polo Industrial de Camaçari: Cuidados com a
qualidade de água dos corpos hídricos, monitoramento da água dos lençóis
utilizados para o abastecimento.
- Programa Ambiental da Área Urbana da Sede Municipal: avaliação da melhor
forma para mitigar a contaminação presente nos corpos hídricos que estão próximos
aos utilizados para o abastecimento.
- Programa de Monitoramento da Qualidade Urbana e Ambiental: monitoramento
dos mananciais de abastecimento para o Polo Industrial de Camaçari.
Além disso, o distrito sede é o que apresenta a maior cobertura por sistema de
esgotamento sanitário, cujas obras de ampliação estão em andamento, apesar de
estarem bastante atrasadas. As intervenções nessa componete do saneamento é
uma das mais importantes para proteger os mananciais.
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Em função disso, definiu-se, como pesos numéricos ao presente projeto: médio
impacto (ponderação 3), baixa incerteza (ponderação 1), média intensidade
(ponderação 3), da análise do montante final resulta o valor de 9.
14.2.3. Programa “Universalização do Acesso à Água Potável”
O programa “Universalização do Acesso à Água Potável” é composto por dois
projetos em seu escopo, a saber: Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa e
Soluções Alternativas para Zona Rural. Sendo a universalização posicionada como o
primeiro dos trezes princípios fundamentais que compõem a Lei de Saneamento
Básico do país, a universalização do acesso à água dialoga frontalmente com a
garantia da dignidade da pessoa humana sendo, desta forma, desafio contínuo da
gestão pública.
Para a zona rural os desafios envolvem a dispersão física da população em áreas
rurais menos densamente povoadas, como visto nos distritos de Monte Gordo e
Abrantes, constituindo-se na causa substancial do déficit na prestação desse serviço
pela Embasa. Para mudança desse cenário, ou seja, para alcance da elevação do
índice de acesso à água no meio rural deve-se lançar mão de soluções técnica,
social, econômica e ambientalmente viáveis que possam ser incorporadas à
realidade local.
Isso posto, o Quadro 29 demostra a metodologia aplicada ao presente programa
para as áreas do planejamento.
Quadro 29 - Matriz do Programa “Universalização do Acesso a Água Potável”.
Projeto Distritos
Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 1 3 9
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 1 5 25
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 1 5 25
Soluções Alternativas para a Zona Rural
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 5 3 45
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 5 125
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Projeto Distritos
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 5 125
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Monte Gordo
Para o distrito de Monte Gordo, o projeto de Melhoria dos Sistemas Operados pela
Embasa apresenta, como ações, a instalação de sinalização de identificação e
advertência de perigo nos poços que servem ao SIAA de Jordão e as intervenções
no sistema, levantadas pelo Plano de Abastecimento de Água da Região
Metropolitana de Salvador, Santo Amaro e Saubara (2015), que contemplam,
também, obras de ampliação – indispensáveis à universalização do acesso à água,
uma vez que o atendimento de domicílios com rede geral, em Monte Gordo, é o que
possui menor percentual (82,13%, de acordo com o diagnóstico apresentado no
Produto 04), comparado aos demais distritos. Por esta razão, são previstos
investimentos no sistema produtor (captação, adutoras e ETA) e no distribuidor
(estações elevatórias, adutoras, reservatórios, redes de distribuição e linhas tronco,
e ligações prediais), colocando-o em segundo lugar nos gastos orçados para a
melhoria dos sistemas (PARMS, 2015). Sendo assim, avaliou-se os seguintes pesos:
alto impacto (ponderação 5), baixa incerteza (ponderação 1), alta intensidade
(ponderação 5), de modo que o produto dos valores resulta em 25.
Como antes descrito, o distrito de Monte Gordo reflete uma região de menor
urbanização (83,2% da área do distrito, vide Censo Demográfico de 2010), frente a
Abrantes e a Sede de Camaçari (96,3% e 97,7%, respectivamente). Dessa forma, as
ações que compõem o projeto de Soluções Alternativas para a Zona Rural são de
grande relevância à localidade. Com a ampliação e adequação do SIAA de Lagoa
Seca, a elaboração de projeto e implantação de novo sistema simplificado em
Itapecerica e em Vila Camaçari, acrescidos da garantia de fornecimento de
desinfectante para o sistema existente e o futuro e da implantação de cisternas em
áreas com população inferior a 150 hab. e/ou em domicílios dispersos, chegou-se à
seguinte medida: alto impacto (ponderação 5), alto incerteza (ponderação 5), alto
intensidade (ponderação 5), obtendo a importância no valor de 125 para o presente
projeto.
Abrantes
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Assim como ocorre em Monte Gordo, Abrantes ainda se encontra com baixo
percentual de domicílios atendidos por rede geral (89,48%, conforme apresentado
no Produto 04). Das ações previstas no projeto Melhoria dos Sistemas Operados
pela Embasa, tem-se a adequação dos poços (sinalização, cercamento e dispositivo
para trancamento), bem como intervenções no SIAA de Machadinho.
Prognosticadas no PARMS (2015), as intervenções visam ampliar o sistema, com
investimento no sistema produtor (captação, adutoras e ETA) e distribuidor
(estações elevatórias, adutoras, reservatórios, redes de distribuição e linhas tronco,
e ligações prediais), sendo o sistema com maior demanda de aporte financeiro.
Disto, tem-se: alto impacto (ponderação 5), baixa incerteza (ponderação 1), alto
intensidade (ponderação 5), resultando em 25.
Também sendo qualificada como uma área de menor urbanização que a Sede e
significativo abastecimento por poços, Abrantes segue em situação próxima à
descrita para Monte Gordo, no que concerne ao projeto de Soluções Alternativas
para a Zona Rural, especificamente. A ampliação e adequação do SIAA de
Maracaiúba e do SIAA de Rancho Alegre, além da implementação de novo sistema
simplificado em Sucupira e das ações de fornecimento de desinfectante e da
construção de cisternas, permitem pontuar a matriz do seguinte modo: alto impacto
(ponderação 5), alta incerteza (ponderação 5), alta intensidade (ponderação 5),
obtendo resultado na importância de 125.
Sede
Na Sede de Camaçari, o projeto Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa lista
a adequação dos poços (sinalização e cercamento) e as intervenções no SAA como
principais ações. Assim como nos outros dois distritos acima discorridos, o PARMS
(2015) também levanta a necessidade de investimentos em obras nesta localidade,
de modo a garantir a continuidade, a melhoria e a confiabilidade dos serviços
prestados pela Embasa. Nesse sentido, são planejadas ampliação da capacidade de
reservação existente, perfuração de novo poço e implantação de novas ligações
domiciliares. Porém, por registrar menor magnitude de intervenções, com exigência
de menor investimento, comparado aos outros sistemas, concluiu-se por ser, este,
um projeto de médio impacto (ponderação 3), baixa incerteza (ponderação 1) e
média intensidade (ponderação 3), obtendo valor referente a 9.
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Embora a Sede não comporte o mesmo percentual de área rural (2,3%, de acordo
com o Censo Demográfico de 2010) que os outros dois distritos de Camaçari,
tampouco apresente grande número de domicílios abastecidos por poços ou
nascentes (1,79%, exposto no Produto 04), o projeto Soluções Alternativas para a
Zona Rural também revela importância à localidade. A elaboração de projeto e
implantação de novo sistema simplificado em Pião Manso, além da garantia do
fornecimento de desinfectante para este SSAA e a aquisição e implantação de
cisternas, nas mesmas condições descritas anteriormente, fundamentam o seguinte
juízo: médio impacto (ponderação 3), alta incerteza (ponderação 5), média
intensidade (ponderação 3), resultando em 45.
14.2.4. Projetos X Prazos
Um quadro resumo da hierarquização das intervenções foi elaborado para facilitar a
visualização das prioridades por área de planejamento. Para cada distrito, os
resultados determinados na hierarquização representam prazos (emergencial, curto,
médio e longo) para o início da implantação de cada projeto. Ressaltando que cada
projeto possui diversas ações no seu escopo e cada ação pode iniciar em um
período diferenciado das demais. No item Plano de Investimento essa diferenciação
será detalhada. Para o presente item foi considerado o período de início mais crítico,
ou seja, a ação que se iniciaria mais cedo dentro do mesmo projeto. Dessa forma, o
quadro a seguir apresenta o resultado da metodologia aplicada.
Quadro 30 - Horizontes de inicio da implantação dos projetos em cada distrito.
Programas e Projetos
Monte Gordo Abrantes Sede
Resultado Prazo Resultado Prazo Resultado Prazo
PROGRAMA "GESTÃO SUSTENTÁVEL"
Melhoria da Qualidade do
Serviço Prestado 75 Emergencial 75 Emergencial 75 Emergencial
Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água
75 Emergencial 75 Emergencial 5 Médio
Controle de Perdas 75 Emergencial 75 Emergencial 75 Emergencial
PROGRAMA "RECUPERAÇÃO, PRESERVAÇÃO E PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS"
Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais
25 Curto 125 Emergencial 9 Médio
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Programas e Projetos
Monte Gordo Abrantes Sede
Resultado Prazo Resultado Prazo Resultado Prazo
PROGRAMA "UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO À ÁGUA POTÁVEL"
Melhoria dos Sistemas
Operados pela Embasa
25 Curto 25 Curto 9 Médio
Soluções Alternativas para a
Zona Rural 125 Emergencial 125 Emergencial 45 Curto
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
A título de simplificação, foi elaborado o quadro seguinte (Erro! Fonte de referência
ão encontrada.), onde é possível identificar a hierarquização dos projetos em cada
distrito. Pela análise dos valores e dos prazos listados, vê-se que, para o distrito de
Monte Gordo, todos os projetos do programa “Gestão Sustentável” necessitam de
implantação de ações imediata, assim como o projeto “Soluções Alternativas para a
Zona Rural”. Em Abrantes, analogamente à Monte Gordo, todos os projetos que
compõem o programa “Gestão Sustentável”, além do projeto “Soluções Alternativas
para a Zona Rural” demandam início emergencial, ainda acrescido do projeto
“Recuperação, Preservação e Proteção de Mananciais”. Daí, infere-se que as
maiores fraquezas de ambas localidades, no componente trabalhado, estão
associadas à gestão e ao enfrentamento das dificuldades na zona rural, ao passo
que, para Abrantes, também há de se priorizar o programa “Recuperação,
Preservação e Proteção de Mananciais”. Na Sede, diferentemente, a inicialização
em prazo emergencial dá-se particularmente nos projetos “Melhoria da Qualidade do
Serviço Prestado” e “Controle de Perda”, buscando reduzir, assim, as fragilidades do
distrito quanto ao abastecimento de água para consumo humano. Por conseguinte,
para estas situações, requer-se um impacto imediato, com finalidade de lograr o
Cenário de Referência estabelecido para o município. Finalmente, nos quadros a
seguir, são apresentados os projetos em ordem de prioridade para cada distrito.
Quadro 31 - Resumo dos prazos por projeto. PROGRAMAS PROJETOS Monte Gordo Abrantes Sede
GESTÃO SUSTENTÁVEL
Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado
75 75 75
Melhoria do Monitoramento da Qualidade da
75 75 5
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PROGRAMAS PROJETOS Monte Gordo Abrantes Sede
Água
Controle de Perdas
75 75 75
RECUPERAÇÃO, PRESERVAÇÃO E PROTEÇÃO DOS
MANANCIAIS
Recuperação, Preservação e Proteção dos Mananciais
25 125 9
UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO À
ÁGUA POTÁVEL
Melhoria dos Sistemas
Operados pela Embasa
25 25 9
Soluções Alternativas para a Zona
Rural
125 125 45
Legenda: emergencial; curto prazo; médio prazo; longo prazo.
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Quadro 32 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no distrito de Monte Gordo.
MONTE GORDO
Projetos Resultado Prazo
Soluções Alternativas para a Zona Rural 125 Emergencial
Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado 75 Emergencial
Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água 75 Emergencial
Controle de Perdas 75 Emergencial
Recuperação, Preservação e Proteção dos Mananciais 25 Curto
Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa 25 Curto
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Quadro 33 - Projetos ordenados por prioridade de implantação no distrito de Abrantes.
ABRANTES
Projeto Resultado Prazo
Recuperação, Preservação e Proteção dos Mananciais 125 Emergencial
Soluções Alternativas para a Zona Rural 125 Emergencial
Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado 75 Emergencial
Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água 75 Emergencial
Controle de Perdas 75 Emergencial
Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa 25 Curto
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Quadro 34 - Projetos ordenados por prioridade de implantação no distrito Sede.
SEDE
Projeto Resultado Prazo
Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado 75 Emergencial
Controle de Perdas 75 Emergencial
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SEDE
Projeto Resultado Prazo
Soluções Alternativas para a Zona Rural 45 Médio
Recuperação, Preservação e Proteção dos Mananciais 9 Médio
Melhoria dos Sistemas Operados pela Embasa 9 Médio
Melhoria do Monitoramento da Qualidade da Água 5 Médio
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
14.3. Esgotamento Sanitário
14.3.1. Programa Gestão Sustentável
O Programa Gestão Sustentável é composto pelo Projeto Melhoria da Qualidade do
Serviço Prestado, que engloba ações que devem ser implementadas tanto pelo
prestador de serviço (Embasa) quanto pelo titular do serviço (Prefeitura). O Quadro
35 apresenta os resultados da metodologia aplicada para os projetos em cada
distrito.
Quadro 35 - Matriz impacto/incerteza/intensidade para os projetos do programa Gestão Sustentável para cada distrito.
Projeto Distritos
Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Sede, Abrantes e Monte Gordo:
O Projeto melhoria da Qualidade do Serviço prestado, contempla basicamente
ações de monitoramento, fiscalização, prevenção, interlocução com os usuários do
sistema e a elaboração do cadastro técnico do sistema de esgotamento sanitário.
A ação de monitoramento está relacionada com as soluções individualizadas, como
já abordado, não existe nenhuma ação que oriente os moradores na implantação e
operação dessas soluções, se restringindo a limpeza da fossa em algumas
localidades.
As ações de fiscalização estão relacionadas com as ligações ilegais do sistema
residencial de esgoto na rede de drenagem ou do sistema residenciais de águas
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pluviais na rede coletora de esgoto, enquanto a primeira opção ocasiona a poluição
dos recursos hídricos, a segunda implica em extravasamento da rede coletora de
esgoto e sobrecarrega as estações de tratamento de esgoto. Em Camaçari, não há
nenhuma fiscalização relacionada a essas ligações ilegais.
A interlocução dos usuários do sistema de esgotamento sanitário e a prestadora do
serviço para a identificação de problemas nos serviços como extravasamento na
rede coletora não é eficiente, o que será melhorado após a efetivação da ação que
prevê a inclusão dos dados referentes ao saneamento básico ao Sistema de
Informações Geográficas - SIG, já utilizado pela Prefeitura, permitindo o
mapeamento da ocorrência de vazamentos, da idade das redes de coleta, entre
outras oportunidades.
Os distritos apresentaram valor resultante na importância de 45 para o projeto de
Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado, obtido através das considerações de
alto impacto (ponderação 5), média incerteza (ponderação 3) e média intensidade
(ponderação 3).
14.3.2. Programa Esgotamento Sanitário para Todos
O Programa Esgotamento Sanitário para Todos é composto por 02 (dois) projetos:
Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana e
Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais.O
Quadro 36Erro! Fonte de referência não encontrada. demonstra os resultados da
metodologia aplicada para os projetos em cada distrito.
Quadro 36 - Matriz impacto/incerteza/intensidade para os projetos do programa Esgotamento Sanitário para Todos para cada distrito.
Projetos Distritos
Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 3 3 27
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Soluções alternativas para zona rural e para povos e
comunidades tradicionais
Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 3 3 27
Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 5 1 25
Plano Municipal de Saneamento Básico
282
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos Distritos
Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Sede
A zona urbana da Sede do município de Camaçari apresenta melhores condições
quanto a coleta e tratamento dos esgotos gerados, em detrimento aos demais
distritos, apresentando índice de cerca de 28,0% da população com acesso à rede
de coleta, e com a finalização das obras de saneamento do PAC I e II esse índice
passará a ser 58,3% da população urbana. Tendo isso em vista, o projeto de
Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana foi
entendido como de médio impacto (ponderação 3), visto que grande parte da
população já possui acesso à rede; média incerteza (ponderação 3), devido à
existência de obras de saneamento sendo implantadas pelo PAC I e II nesse distrito;
e média intensidade (ponderação 3), devido à visibilidade da implantação do projeto
pela população.
Quanto ao projeto de Soluções Alternativas para Zona Rural e para Povos e
Comunidades Tradicionais a sua implantação da Sede municipal apresentou
montante final no valor de 27, como resultado da consideração de médio impacto
(ponderação 3), média incerteza (ponderação 3) e média intensidade (ponderação
3), sendo a sua implantação intermediária aos distritos anteriormente descritos.
Abrantes
Em 2015 a zona urbana do distrito de Abrantes apresentou o maior déficit de
atendimento por rede coletora de esgoto (apenas em conjuntos residenciais)
chegando a marca de apenas 11,0% dos moradores com acesso. Sob essa
motivação, o projeto de Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento
Sanitário na Zona Urbana é prioridade para esse distrito, sendo iniciado neste em
preferência aos demais. Diante do exposto, foi considerado que esse projeto possui
alto impacto (ponderação 5), uma vez que se traduz em melhoria na qualidade de
vida dos munícipes, com minimização da ocorrência de doenças, e ainda em
preservação do meio ambiente; média incerteza (ponderação 3), visto que não
existem projetos nesse campo, porém há vontade do poder público em agir nesse
sentido; e média intensidade (ponderação 3), devido a visibilidade da população com
Plano Municipal de Saneamento Básico
283
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
a implantação do projeto. Posto isso, a ponderação resultante para o distrito de
Abrantes quanto à implantação do projeto de Ampliação do Acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário na Zona Urbana foi de 45.
Quanto à implantação do projeto de Soluções alternativas para zona rural e para
povos e comunidades tradicionais o distrito de Abrantes resultou em uma
ponderação final menor que os demais distritos, devido ao contingente populacional
da zona rural ser inferior aos demais. A ponderação final obtida foi de 25, sendo
resultado de um alto impacto (ponderação 5), alta incerteza (ponderação 5) e baixa
intensidade (ponderação 1).
Monte Gordo
Em 2015 o Distrito de Monte Gordo apresentou um índice de atendimento por rede
pública de coleta de esgoto na zona urbana de 13,1%. Esse cenário é propício à
ocorrência de doenças de saúde pública e poluição do meio ambiente, incluindo os
mananciais de captação de água para abastecimento, implicando em maiores custos
para o tratamento da água para consumo humano. Sob esses fundamentos, a
implantação do projeto de Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento
Sanitário na Zona Urbana do distrito de Monte Gordo é entendido como de alto
impacto (ponderação 5), visto que resulta em melhoria na qualidade de vida da
população; média incerteza (ponderação 3), uma vez que não há projetos nesse
sentido, porém é expressa a vontade dos gestores públicos em atuar nesse campo;
e média intensidade (ponderação 3), relacionada ao nível de percepção da
população com a implantação do projeto. Posto isso, a ponderação obtida resultou
no valor de 45.
A zona rural do distrito de Monte Gordo possui maior contingente populacional,
quando comparado aos demais distritos. Sendo assim, a implantação do projeto de
Soluções Alternativas para Zona Rural e para Povos e Comunidades Tradicionais foi
entendido como de alto impacto (ponderação 5), uma vez que representa ganho
significativo em qualidade de vida aos moradores; média incerteza (ponderação 3),
visto que não existem projetos nesse sentido, porém a legislação incidente na área
assegura a contemplação dessa população pelas políticas públicas; e média
intensidade (ponderação 3), devido à percepção do problema pelos moradores.
Plano Municipal de Saneamento Básico
284
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Assim sendo, a pontuação de 45 foi obtida como resultado para a implantação desse
projeto no distrito de Monte Gordo.
14.3.3. Projetos X Prazos
Um quadro resumo (Quadro 37) da hierarquização das intervenções foi elaborado
para facilitar a visualização das prioridades por área de planejamento. Para cada
distrito, os resultados determinados na hierarquização representam prazos
(emergencial, curto, médio e longo) para o início da implantação de cada projeto.
Ressaltando que cada projeto possui diversas ações no seu escopo e cada ação
pode iniciar em um período diferenciado das demais. No item Plano de Investimento
essa diferenciação será melhor abordada. Para o presente item foi considerado o
período de início mais crítico, ou seja, a ação que deverá ser iniciada mais cedo
dentro do mesmo projeto.
Dessa forma, seguindo a metodologia estabelecida, é possível visualizar que os
resultados com valores de 25, 27 e 45 apresentam necessidade de implantação em
curto prazo para cada distrito.
Quadro 37 - Horizontes de implantação dos projetos em cada distrito.
Programas, Projetos e Ações Sede Abrantes Monte Gordo
Resultado
Prazo Resultado
Prazo Resultado
Prazo
Programa: "Esgotamento Sanitário para Todos"
Projeto: Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento
Sanitário na Zona Urbana 27 Curto 45 Curto 45 Curto
Projeto: Soluções alternativas para zona rural e para povos e
comunidades tradicionais 27 Curto 25 Curto 45 Curto
Programa: "Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário"
Projeto: Melhoria da qualidade do serviço prestado
45 Curto 45 Curto 45 Curto
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
A título de simplificação, foi elaborado o quadro seguinte (Quadro 38), onde é
possível identificar a hierarquização dos projetos em cada distrito. Pela análise dos
valores e dos prazos listados, vê-se que, todos os programas são de curto prazo.
Para o Distrito sede o projeto “Melhoria da qualidade do serviço prestado” aparece
Plano Municipal de Saneamento Básico
285
ESTADO DA BAHIA
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com maior prioridade do que os outros dois projetos (Quadro 39Erro! Fonte de
referência não encontrada.). No Distrito de Abrantes os projetos “Ampliação do
Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana” e “Melhoria da
qualidade do serviço prestado” aparecem como mais prioritários do que o projeto
“Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais”
(Quadro 40). No Distrito de Monte Gordo os projetos “Ampliação do Acesso aos
Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana”, “Melhoria das Soluções
alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais” aparecem
com a mesma prioridade (Quadro 41).
Quadro 38 - Resumo dos prazos por projeto.
PROGRAMAS PROJETOS SEDE ABRANTES MONTE GORDO
Programa Esgotamento Sanitário para
Todos
Ampliação do Acesso aos Serviços de
Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
27 45 45
Soluções alternativas para zona
rural e para povos e
comunidades tradicionais
27 25 45
Programa Gestão Sustentável dos
Serviços de Esgotamento
Sanitário
Melhoria da qualidade do
serviço prestado
45 45 45
Legenda: emergencial; curto prazo; médio prazo; longo prazo.
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
Quadro 39 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito Sede.
DISTRITO SEDE
Projetos Resultado Prazo
Melhoria da qualidade do serviço prestado 45 Curto Prazo
Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
27 Curto Prazo
Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais
27 Curto Prazo
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Plano Municipal de Saneamento Básico
286
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Quadro 40 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito de Abrantes.
DISTRITO ABRANTES
Projetos Resultado Prazo
Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
45 Curto Prazo
Melhoria da qualidade do serviço prestado 45 Curto Prazo
Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais
25 Curto Prazo
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Quadro 41 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito de Monte Gordo
DISTRITO DE MONTE GORDO
Projetos Resultado Prazo
Melhoria da qualidade do serviço prestado 45 Curto Prazo
Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
45 Curto Prazo
Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais
45 Curto Prazo
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
14.4. Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas
14.4.1. Programa Manejo Adequado das Água Pluviais
Este programa é composto pelo Projeto Redução e Retenção do Escoamento
Superficial e o Projeto de Revitalização dos Canais de Drenagem, para o primeiro
projeto as dimensões de impacto, incerteza e intensidade, devido a homogeneidade
foi considerada igual para os distritos, enquanto o segundo projeto os pesos foram
diferentes por distrito.
No Projeto Redução e Retenção do Escoamento Superficial foi considerado alto
impacto (ponderação 5), visto que o aumento das áreas urbanizadas tende a
impermeabilizar mais ainda a solo, incerteza foi considerada média (ponderação 3)
tendo em vista que poucas ações são adotadas e a intensidade baixa (ponderação
1), considerando a pouca percepção da sociedade com relação à redução e a
retenção do escoamento superficial, totalizando uma graduação final de 15.
Para o Projeto Revitalização dos Canais de Drenagem foi considerado alto impacto
(ponderação 5) e média intensidade (ponderação 3) em todos os distritos, já a
incerteza foi considerada média (ponderação 3) nos Distritos de Abrantes e Monte
Plano Municipal de Saneamento Básico
287
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Gordo, e baixa incerteza (ponderação 1) para o Distrito Sede, uma vez que foi
realizada a obra de reurbanização do Rio Camaçari.
O Projeto Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção
Permanente foi considerado de de médio impacto (ponderação 3) para todos os
distritos, baixa incerteza (ponderação 1) para o Distrito Sede e media incerteza
(ponderação 3) para os Distritos de Abrantes e Monte Gordo e média intensidade
(ponderação 3) para todos os distritos. O Quadro 42 a seguir demonstra os
resultados da metodologia aplicada para os projetos em cada distrito.
Quadro 42 - Matriz impacto/incerteza/intensidade o Programa Manejo Adequado das Águas Pluviais.
Projeto Distrito Sede
Redução e Retenção do escoamento superficial
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 1 15
Distrito de Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 1 15
Distrito de Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 1 15
Projeto Distrito Sede
Revitalização dos Canais de Drenagem
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 1 3 15
Distrito de Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Distrito de Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Projeto Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção Permanente
Distrito Sede
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 3 3 27
Distrito de Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 5 3 45
Distrito de Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
3 5 3 45
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
14.4.2. Programa Universalização dos Serviços de Drenagem.
Este programa é composto pelo Projeto Ampliação da Drenagem e o Projeto
Fortalecimento da coordenadoria de Defesa Civil, para ambos as dimensões de
impacto, incerteza e intensidade, devido a homogeneidade entre os distritos, as
graduações de valores foram iguais para todo o município, conforme Quadro 43.
Plano Municipal de Saneamento Básico
288
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
O Projeto Ampliação da Drenagem foi considerado de alto impacto (ponderação 5),
de média incerteza (ponderação 3), tendo em vista que o sistema de drenagem não
abrange todo o município e de alta intensidade (ponderação 5).
O Projeto Fortalecimento da Coordenadoria de Defesa Civil foi considerado de alto
impacto (ponderação 5), de média incerteza (ponderação 3), tendo em vista que a
Defesa Civil necessita de melhorias no seu processo como por exemplo a
elaboração de um mapa de risco e de média intensidade (ponderação 3).
Quadro 43 - Matriz impacto/incerteza/intensidade o Universalização dos Serviços de Drenagem.
Projeto Distrito Sede
Ampliação da Drenagem
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 5 75
Distrito de Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 5 75
Distrito de Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 5 75
Projeto Distrito Sede
Fortalecimento da Coordenadoria de Defesa
Civil
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Distrito de Abrantes
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45
Distrito de Monte Gordo
Impacto Incerteza Intensidade Resultado
5 3 3 45 Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
14.4.3. Projetos X Prazos
Um quadro resumo (Quadro 44) da hierarquização das intervenções foi elaborado
para facilitar a visualização das prioridades por área de planejamento. Para cada
distrito, os resultados determinados na hierarquização representam prazos
(emergencial, curto, médio e longo) para o início da implantação de cada projeto.
Ressaltando que cada projeto possui diversas ações no seu escopo e cada ação
pode iniciar em um período diferenciado das demais. No item Plano de Investimento
essa diferenciação será melhor abordada. Para o presente item foi considerado o
período de início mais crítico, ou seja, a ação que se iniciaria mais cedo dentro do
mesmo projeto.
Plano Municipal de Saneamento Básico
289
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Dessa forma, seguindo a metodologia estabelecida, é possível visualizar no Quadro
44 que as ações para a Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais deveram ser
realizadas em caráter emergencial, curto prazo e médio prazo.
Para o Programa Manejo Adequado das Águas Pluviais, o Projeto Redução e
Retenção do Escoamento Superficial foi avaliado como de médio prazo para todos
os distritos, o Projeto Revitalização dos Canais de Drenagem foi considerado de
médio prazo para o Distrito Sede e curto prazo para os demais distritos.
Para o Programa Universalização dos Serviços de Drenagem, o Projeto Ampliação
da Drenagem foi considerado como emergencial, sobretudo a elaboração do
cadastro dos sistemas de drenagem do município, e o Projeto Melhoria da
Qualidade do Serviço Prestado foi considerado de curto prazo para todos os
distritos.
Quadro 44 - Horizontes de implantação dos projetos em cada distrito.
Programas, Projetos e Ações
Sede Abrantes Monte Gordo
Resultado Prazo Resultado Prazo Resultado Prazo
Programa Manejo Adequado das Água Pluviais
Redução e Retenção do escoamento superficial
15 Médio 15 Médio 15 Médio
Revitalização dos Canais de Drenagem
15 Médio 45 Curto 45 Curto
Relocação e Contenção de
Construções em Áreas de Proteção
Permanente
27 Curto 45 Curto 45 Curto
Programa Universalização dos Serviços de Drenagem.
Projeto Ampliação e Melhoria da Drenagem
75 Emergencial 75 Emergencial 75 Emergencial
Projeto Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado
45 Curto 45 Curto 45 Curto
Fonte: Saneando Projeto de Engenharia e Consultoria, 2016.
A título de simplificação, foi elaborado o quadro seguinte (Quadro 45), onde é
possível identificar a hierarquização dos projetos em cada distrito. Pela análise dos
valores e dos prazos listados, vê-se que, para o Distrito Sede, o programa “Manejo
Adequado das Água Pluviais” é de curto prazo, com relação ao programa
Plano Municipal de Saneamento Básico
290
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“Universalização dos Serviços de Drenagem”, o projeto “Ampliação da Drenagem” é
emergencial e o projeto “Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado” é de curto
prazo.
Nos distritos de Abrantes e Monte Gordo, com relação ao programa “Manejo
Adequado das Água Pluviais”, vê-se que o projeto “Redução e Retenção do
escoamento superficial” é de médio prazo e o projeto “Revitalização dos Canais de
Drenagem” é de médio prazo. Finalmente, nos quadros a seguir são apresentados os
projetos em ordem de prioridade para cada distrito.
Quadro 45 - Resumo dos prazos por projeto.
PROGRAMAS PROJETOS SEDE ABRANTES MONTE GORDO
Programa Manejo
Adequado das Água Pluviais
Redução e Retenção do escoamento superficial
15 15 15
Revitalização dos Canais
de Drenagem 15 45 45
Relocação e Contenção
de Construções em Áreas de
Proteção Permanente
27 45 45
Programa Universalização dos Serviços de
Drenagem.
Projeto Ampliação e Melhoria da Drenagem
75 75 75
Projeto Melhoria da
Qualidade do Serviço
Prestado
45 45 45
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
A seguir (Quadro 46, Quadro 47 e Quadro 48) são apresentados os projetos “Redução
e Retenção do escoamento superficial”, “Revitalização dos Canais de Drenagem”,
“Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção Permanente”,
“Projeto Ampliação e Melhoria da Drenagem” e “Projeto Melhoria da Qualidade do
Serviço Prestado” de acordo com as prioridades de cada distrito:
Plano Municipal de Saneamento Básico
291
ESTADO DA BAHIA
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Quadro 46 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito Sede.
DISTRITO SEDE
Projetos Resultado Prazo
Ampliação da Drenagem 75 Emergencial
Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado 45 Curto Prazo
Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção Permanente
27 Curto Prazo
Redução e Retenção do escoamento superficial 15 Médio Prazo
Revitalização dos Canais de Drenagem 15 Médio Prazo
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Quadro 47 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito de Abrantes.
DISTRITO DE ABRANTES
Projetos Resultado Prazo
Projeto Ampliação da Drenagem 75 Emergencial
Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção Permanente
45 Curto Prazo
Revitalização dos Canais de Drenagem 45 Curto Prazo
Projeto Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado 45 Curto Prazo
Redução e Retenção do escoamento superficial 15 Médio Prazo
Fonte: Saneando Projetos e Consultoria, 2016.
Quadro 48 - Projetos ordenador por prioridade de implantação no Distrito de Monte Gordo.
DISTRITO DE ABRANTES
Projetos Resultado Prazo
Projeto Ampliação da Drenagem 75 Emergencial
Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção Permanente
45 Curto Prazo
Revitalização dos Canais de Drenagem 45 Curto Prazo
Projeto Melhoria da Qualidade do Serviço Prestado 45 Curto Prazo
Redução e Retenção do escoamento superficial 15 Médio Prazo
Plano Municipal de Saneamento Básico
292
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15. PLANO DE INVESTIMENTO
Para o plano de investimento foi elaborado um planejamento físico-financeiro para
os programas e projetos propostos no Produto 08 – Estudos de Cenários (Tomo II,
III e IV) do Plano Municipal de Saneamento Básico de Camaçari dentro do horizonte
de estudo de 20 anos (2017-2036).
Os anos de aplicação, em relação a cada distrito de Camaçari, dos programas e
projetos foram definidos segundo a metodologia de Hierarquização das Intervenções
em que foram estabelecidos os prazos de implantação (emergencial, curto, médio ou
longo) de cada programa e projeto. Dessa forma, delimitou-se o início do projeto de
acordo com cada prazo estabelecido da seguinte forma:
Emergencial: 2017 – 2018 (0 - 1 ano)
Curto prazo: 2018 – 2022 (1 – 4 anos)
Médio prazo: 2022 – 2026 (4 – 8 anos)
Longo prazo: 2026 – 2036 (8 – 20 anos)
Vale ressaltar que, para os valores estimados de cada ação dos projetos para o
horizonte de estudo, utilizou-se uma inflação de 6,4%, valor este que foi estimado
através de uma média feita de acordo com os valores dos últimos 20 anos (1996-
2016) disponibilizados pelo IBGE.
Plano Municipal de Saneamento Básico
293
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Tabela 49 - Plano de investimento físico x financeiro dos serviços de abastecimento de água.
Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do
projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
PROGRAMA GESTÃO SUSTENTÁVEL
PROJETO: MELHORIA DA QUALIDADE DO SERVIÇO PRESTADO Capacitação da mão de obra responsável pela operação dos
sistemas de abastecimento
1 capacitação a cada 10
anos (total de 3)
R$ 278.699,70
R$ 15.618.813,13
R$
48.024,80 R$
83.944,59 R$ 146.730,31
Desenvolvimento de canal de diálogo
entre a prestadora e o usuário para
informação quanto à água abastecida
1 página (rede social)
1 página (website)
R$ 3.845,13
R$ 3.845,13
Contratação de mão de obra qualificada para operação do canal de diálogo
entre a prestadora e os usuários
1 gestor de mídias
R$ 98.299,79
R$ 3.362,35 R$ 3.577,59 R$ 3.806,60 R$ 4.050,28 R$ 4.309,56 R$ 4.585,43 R$ 4.878,96 R$ 5.191,29 R$ 5.523,60 R$ 5.877,19 R$ 6.253,42 R$ 6.653,72 R$ 7.079,66 R$ 7.532,86 R$ 8.015,07 R$ 8.528,15 R$ 9.074,07
Desenvolvimento de campanha educativa para enfrentamento do déficit sazonal no
fornecimento de água
anual (total de 20)
R$ 4.976.012,90
R$ 141.515,80
R$ 150.574,83
R$ 160.213,77
R$ 170.469,74
R$ 181.382,24
R$ 192.993,30
R$ 205.347,63
R$ 218.492,81
R$ 232.479,47
R$ 247.361,47
R$ 263.196,14
R$ 280.044,46 R$ 297.971,30 R$ 317.045,72 R$ 337.341,18 R$ 358.935,83 R$ 381.912,85 R$ 406.360,73 R$ 432.373,62
Melhoria da segurança pública
12 funcionários
para vigilância
R$ 613.081,76
R$ 15.960,21 R$
16.981,90 R$
18.068,98 R$
19.225,65 R$
20.456,37 R$
21.765,87 R$
23.159,20 R$
24.641,72 R$
26.219,14 R$
27.897,54 R$
29.683,38 R$
31.583,54 R$ 33.605,33 R$ 35.756,56 R$ 38.045,49 R$ 40.480,94 R$ 43.072,30 R$ 45.829,54 R$ 48.763,29 R$ 51.884,83
Cadastramento dos sistemas
implantados pela Cerb
1 serviço R$ 2.660,04 R$ 2.660,04
Contratação e treinamento de mão de obra para o setor
de manutenção e operação dos sistemas sob
responsabilidade da Prefeitura
7 funcionários
(1 capacitação
quando cada sistema for
implanatado)
R$ 369.625,48
R$ 10.078,39
R$ 3.613,80 R$ 7.369,83 R$ 6.136,91 R$
10.520,17 R$ 9.263,68
R$ 14.374,33
R$ 13.109,57
R$ 16.738,52
R$ 20.283,64
R$ 18.950,12
R$ 23.523,73 R$ 28.009,30 R$ 26.631,84 R$ 28.336,66 R$ 30.150,61 R$ 32.080,68 R$ 34.134,30 R$ 36.319,38
Elaboração de projeto e
implementação de sistemas de
captação de água de chuva em imóveis
públicos municipais e fomento à prática
em imóveis particulares
100 unidades R$
3.948.252,99 R$
131.095,68 R$
139.487,68 R$
273.800,43 R$
291.327,57 R$ 309.976,69 R$ 329.819,63 R$ 350.932,80 R$ 373.397,51 R$ 397.300,29 R$ 422.733,18 R$ 449.794,14 R$ 478.587,39
Capacitação dos usuários à
autogestão dos poços e das cisternas, e
instrução quanto ao consumo direto da água captada, com fornecimento de
material informativo
1 capacitação a cada 4 anos
(5 ao total)
R$ 468.955,11
R$ 53.725,10
R$ 68.860,01
R$ 88.258,57
R$ 113.121,91
R$ 144.989,51
Elaboração do Plano de Segurança da
Água serviço
R$ 4.859.380,24
R$ 1.520.389,97
R$ 1.617.716,65
R$ 1.721.273,62
PROJETO: MELHORIA DO MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Garantia de quadro
mínimo de funcionários ao
Covisam
8 funcionários
R$ 1.356.235,77
R$ 4.148.077,49
R$
38.570,80 R$
41.039,88 R$
43.667,02 R$
46.462,33 R$
49.436,59 R$
52.601,23 R$
55.968,46 R$
59.551,24 R$
63.363,37 R$
67.419,54 R$
71.735,35 R$ 76.327,44 R$ 81.213,48 R$ 86.412,31 R$ 91.943,93 R$ 97.829,65 R$ 104.092,15 R$ 110.755,53 R$ 117.845,47
Capacitação dos profissionais
contratados para atuação no Covisam
1 capacitação para 8
funcionários R$ 31.973,63
R$
31.973,63
Plano Municipal de Saneamento Básico
294
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do
projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Garantia de materiais e insumos necessários para a
realização das atividades da
Covisam
1 veículo, 2 impressoras,
1 GPS, 4 caixas
térmicas, acesso à
internet, 3 computadore
s, 1 máq. fotográfica
R$ 63.255,65 R$ 63.255,65
Execução de rotina de controle e
monitoramento da qualidade da água
para consumo humano
- R$
564.528,11 R$ 22.957,79
R$ 23.444,49
R$ 23.941,52
R$ 24.449,08
R$ 24.967,40
R$ 25.496,71
R$ 26.037,24
R$ 26.589,23
R$ 27.152,92
R$ 27.728,56
R$ 28.316,40
R$ 28.916,71
R$ 29.529,75 R$ 30.155,78 R$ 30.795,08 R$ 31.447,93 R$ 32.114,63 R$ 32.795,46 R$ 33.490,72 R$ 34.200,73
Garantia do fornecimento de
desinfectante para casos em que a
fonte de abastecimento
possua água de boa qualidade (soluções
individuais)
- R$ 95.879,01 R$ 3.899,13 R$ 3.981,79 R$ 4.066,21 R$ 4.152,41 R$ 4.240,44 R$ 4.330,34 R$ 4.422,14 R$ 4.515,89 R$ 4.611,63 R$ 4.709,40 R$ 4.809,24 R$ 4.911,19 R$ 5.015,31 R$ 5.121,63 R$ 5.230,21 R$ 5.341,09 R$ 5.454,32 R$ 5.569,96 R$ 5.688,04 R$ 5.808,62
Desenvolvimento de campanha de
cadastramento de usuário da água
1 campanha a cada 4 anos (total de 5)
R$ 2.036.205,33
R$ 233.274,64
R$ 298.990,49
R$ 383.219,15
R$ 491.175,89
R$ 629.545,15
PROJETO: CONTROLE DE PERDAS Desenvolvimento de
campanha para negociação de
dívidas com usuários inadimplentes e
conscientização da importância do pagamento das
contas na data do vencimento, com
divulgação nas mídias locais
1 campanha a cada 3 anos (total de 7)
R$ 2.966.360,64
R$ 2.966.360,64
R$
226.425,28 R$
272.751,59 R$
328.556,20 R$
395.778,36 R$ 476.754,08
R$ 574.297,33
R$ 691.797,80
Implantação de sistema de
monitoramento do consumo de água
em imóveis públicos
em torno de 100 imóveis
públicos R$ 0,00
Manutenção do sistema de
monitoramento do consumo de água
em imóveis públicos
em torno de 100 imóveis
públicos R$ 0,00
Inspeção, manutenção e
monitoramento dos SAAs
- R$ 0,00
PROGRAMA RECUPERAÇÃO, PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS MANANCIAIS
PROJETO: RECUPERAÇÃO, PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS MANANCIAIS
Elaboração de estudo de
viabilidade para recuperação/revitali
zação dos mananciais, e
execução do projeto
3 (Rio Joanes, Rio Jacuípe, Rio Pojuca)
R$ 37.808.744,49
R$ 40.890.138,57
R$
84.909,48 R$
90.344,90 R$
3.747.903,23 R$
3.987.822,58 R$
4.243.100,19 R$
4.514.719,22 R$
4.803.725,74 R$
5.111.232,82 R$
5.438.424,73 R$
5.786.561,61
Inclusão de todos os mananciais de Camaçari em Sistema de
Monitoramento de Controle da
Qualidade da Água, com cadastro e
atualização periódica dos dados
1 funcionário R$ 1.330,02 R$ 1.330,02
Plano Municipal de Saneamento Básico
295
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do
projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Incentivo técnico e financeiro de ações
que visem à proteção hídrica e
de iniciativas sustentáveis, com
ampliação da divulgação de
medidas já existentes
1 edital por ano (total de
12)
R$ 2.471.457,24
R$ 167.802,48
R$ 150.646,70
R$ 160.290,24
R$ 170.551,10
R$ 181.468,81 R$ 193.085,40 R$ 205.445,63 R$ 218.597,08 R$ 232.590,42 R$ 247.479,53 R$ 263.321,75 R$ 280.178,11
Realização de cursos para agricultores da região, abordando o uso de fertilizantes
naturais e a proteção dos mananciais
2 encontros ao ano
R$ 608.606,83
R$ 35.294,74
R$ 19.610,17
R$ 20.865,50
R$ 22.201,19
R$ 23.622,38
R$ 25.134,55
R$ 26.743,52
R$ 28.455,49
R$ 30.277,04
R$ 32.215,21
R$ 34.277,44 R$ 36.471,69 R$ 38.806,40 R$ 41.290,56 R$ 43.933,75 R$ 46.746,13 R$ 49.738,55 R$ 52.922,53
PROGRAMA UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO À AGUA POTÁVEL
PROJETO: MELHORIA DOS SISTEMAS OPERADOS PELA EMBASA SISTEMA LOCAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE CAMAÇARI
Instalação de sinalização de
identificação nos poços P1, P3, P6, P7,
P8
5 instalações R$ 4.779,82
R$ 4.104.323,84
R$ 4.779,82
Instalação de sinalização de advertência de
perigo em todos os poços
9 instalações R$ 6.588,38 R$ 6.588,38
Adequação dos poços P1, P7 e P8
para fechamento da poligonal com muro
de alvenaria e portões metálicos
3 serviços R$
236.388,91 R$
236.388,91
Intervenções no sistema
(manutenção, ampliação, melhoria)
- R$
3.856.566,73 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$
192.828,34 R$ 192.828,34 R$ 192.828,34 R$ 192.828,34 R$ 192.828,34 R$ 192.828,34 R$ 192.828,34 R$ 192.828,34 R$ 192.828,34
SISTEMA LOCAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE PARAFUSO
Instalação de sinalização de identificação e advertência de
perigo no poço P1
1 instalação R$ 1.688,01
R$ 1.206.712,11
R$ 1.688,01
Realização de isolamento
adequado da fiação elétrica na casa de química, com base
nas normas vigentes
1 serviço R$ 254,73 R$ 254,73
Intervenções no sistema
(manutenção, ampliação, melhoria)
- R$
1.204.769,38 R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47
R$ 60.238,47 R$ 60.238,47 R$ 60.238,47 R$ 60.238,47 R$ 60.238,47 R$ 60.238,47 R$ 60.238,47 R$ 60.238,47
SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE MACHADINHO
Instalação de dispositivo/estrutura apropriado(a) para
trancamento dos poços P3 e P9
2 instalações R$ 255,36
R$ 97.832.079,47
R$ 255,36
Instalação de sinalização de identificação e advertência de
perigo em todos os poços
7 instalações R$ 11.816,04 R$ 11.816,04
Cercamento do poço P9
1 serviço R$ 12.218,23 R$ 12.218,23
Intervenções no sistema
(Machadinho Sul) -
R$ 55.280.010,33
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52
R$ 2.764.000,52 R$
2.764.000,52 R$
2.764.000,52 R$
2.764.000,52 R$
2.764.000,52 R$
2.764.000,52 R$
2.764.000,52 R$
2.764.000,52
Intervenções no sistema
(Machadinho Norte) -
R$ 42.527.779,51
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98
R$ 2.126.388,98 R$
2.126.388,98 R$
2.126.388,98 R$
2.126.388,98 R$
2.126.388,98 R$
2.126.388,98 R$
2.126.388,98 R$
2.126.388,98
Plano Municipal de Saneamento Básico
296
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do
projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE JORDÃO
Instalação de sinalização de identificação e advertência de
perigo em todos os poços
4 instalações R$ 6.141,49
R$ 45.409.367,32
R$ 6.141,49
Intervenções no sistema
(manutenção, ampliação, melhorias)
- R$
45.403.225,83 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$
2.270.161,29 R$ 2.270.161,29
R$ 2.270.161,29
R$ 2.270.161,29
R$ 2.270.161,29
R$ 2.270.161,29
R$ 2.270.161,29
R$ 2.270.161,29
R$ 2.270.161,29
SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE BARRA DO POJUCA
Intervenções no sistema
(manutenção, ampliação, melhorias)
- R$
41.952.630,56 R$
41.952.630,56 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$
2.097.631,53 R$ 2.097.631,53
R$ 2.097.631,53
R$ 2.097.631,53
R$ 2.097.631,53
R$ 2.097.631,53
R$ 2.097.631,53
R$ 2.097.631,53
R$ 2.097.631,53
SISTEMA SIMPLIFICADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE CANTO DOS PÁSSAROS
Instalação de sinalização de advertência de
perigo na área do poço
1 instalação R$ 732,04
R$ 743.296,45
R$ 732,04
Intervenções no sistema
(manutenção e melhorias)
- R$
742.564,41 R$
260.389,07 R$
482.175,33
PROJETO: SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA A ZONA RURAL Ampliação e/ou adequação dos
sistemas simplificados
existentes (Maracaíuba, Lagoa
Seca e Rancho Alegre)
3 serviços R$
1.352.064,00
R$ 12.637.772,55
R$ 270.412,80
R$ 270.412,80
R$ 270.412,80
R$ 270.412,80
R$ 270.412,80
Elaboração de Projeto e
Implantação de novos sistemas simplificados
- R$
3.000.000,00 R$
750.000,00 R$
750.000,00 R$
750.000,00 R$
750.000,00
Garantia do fornecimento de
desinfectante para os sistemas
existentes e aqueles a serem implantados
- R$ 95.879,01 R$ 3.899,13 R$ 3.981,79 R$ 4.066,21 R$ 4.152,41 R$ 4.240,44 R$ 4.330,34 R$ 4.422,14 R$ 4.515,89 R$ 4.611,63 R$ 4.709,40 R$ 4.809,24 R$ 4.911,19 R$ 5.015,31 R$ 5.121,63 R$ 5.230,21 R$ 5.341,09 R$ 5.454,32 R$ 5.569,96 R$ 5.688,04 R$ 5.808,62
Implantação de reservatorio de
captação de água de chuva em
localidades com população inferior a
150 hab. e/ou em domicílios dispersos
- R$
8.189.829,54 R$
295.479,09 R$
414.498,07 R$
417.021,27 R$
419.597,96 R$
422.229,28 R$
424.916,39 R$
427.660,46 R$
430.462,70 R$
433.324,36 R$
436.246,67 R$
439.230,95 R$ 442.278,49 R$ 445.390,63 R$ 448.568,76 R$ 451.814,26 R$ 455.128,57 R$ 458.513,13 R$ 461.969,46 R$ 465.499,05
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Plano Municipal de Saneamento Básico
297
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Tabela 50 - Plano de investimento físico x financeiro dos serviços de esgotamento sanitário.
Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Programa Esgotamento Sanitário para Todos Projeto: Ampliação do Acesso aos Serviços de Esgotamento Sanitário na Zona Urbana
Elaboração de projeto e ampliação
da cobertura da rede pública de coleta de esgoto
doméstico na zona urbana do Distrito
Sede.
Contemplação 126.528
habitantes (população de fim de plano sem acesso à
rede)
R$ 273.370.230,65
R$ 1.528.333.470,1
8
R$
1.353.317,97 R$
1.353.317,97 R$
33.832.949,34 R$
33.832.949,34 R$
33.832.949,34 R$
33.832.949,34 R$
33.832.949,34 R$
33.832.949,34 R$
33.832.949,34 R$
33.832.949,34
Elaboração de projeto e ampliação
da cobertura da rede pública de coleta de esgoto
doméstico na zona urbana do Distrito Monte de Gordo.
Contemplação 28.007
habitantes (população de fim de plano sem acesso à
rede)
R$ 168.814.145,68
R$ 835.713,59
R$ 835.713,59
R$ 23.877.531,21
R$ 23.877.531,21
R$ 23.877.531,21
R$ 23.877.531,21
R$ 23.877.531,21
R$ 23.877.531,21
R$ 23.877.531,21
Elaboração de projeto e ampliação
da cobertura da rede pública de coleta de esgoto
doméstico na zona urbana do Distrito
de Abrantes.
Contemplação 67.907
habitantes (população de fim de plano sem acesso à
rede)
R$ 264.090.306,00
R$ 874.471,21
R$ 874.471,21
R$ 37.477.337,65
R$ 37.477.337,65
R$ 37.477.337,65
R$ 37.477.337,65
R$ 37.477.337,65
R$ 37.477.337,65
R$ 37.477.337,65
Elaboração de projeto e
implantação de etapa de tratamento
do esgoto doméstico para os
distritos de Abrantes e Monte
Gordo.
Contemplação de 211.551 moradores.
R$ 117.388.449,56
R$ 581.130,94
R$ 581.130,94
R$ 23.245.237,54
R$ 23.245.237,54
R$ 23.245.237,54
R$ 23.245.237,54
R$ 23.245.237,54
Ampliação do índice de tratamento dos esgotos coletados na Sede municipal
pela empresa privada Cetrel.
Contemplação de toda
população da Sede ao longo
de todo horizonte de
planejamento
R$ 108.508.234,16
R$ 4.159.291,34
R$ 4.159.291,34
R$ 4.159.291,34
R$ 4.159.291,34
R$ 4.159.291,34
R$ 4.159.291,34
R$ 4.159.291,34
R$ 4.683.706,53
R$ 4.995.423,42
R$ 5.318.248,88
R$ 5.652.507,86
R$ 5.998.555,73
R$ 6.356.734,19
R$ 6.727.392,00
R$ 7.110.936,92
R$ 7.507.710,20
R$ 7.918.084,36
R$ 8.342.524,88
R$ 8.781.369,82
Operação e manutenção da rede
pública de coleta dos distritos e das
soluções de tratamento do
esgoto coletado a fim de evitar transtornos à população e
proteger o meio ambiente de
contaminações.
Custo inclui operação e
manutenção da rede de
coleta pública de esgoto
para os distritos Sede,
Abrantes e Monte Gordo
R$ 343.960.693,90
R$ 12.938.733,98
R$ 13.371.211,67
R$ 13.819.583,16
R$ 14.284.365,28
R$ 14.765.957,28
R$ 16.210.391,10
R$ 17.289.201,20
R$ 18.406.473,75
R$ 19.563.382,87
R$ 20.761.134,44
R$ 22.000.791,36
R$ 23.283.603,97
R$ 24.611.041,78
R$ 25.984.243,89
R$ 27.404.605,93
R$ 28.873.561,61
R$ 30.392.410,62
Custo inclui operação e
manutenção das ETEs dos distritos de Abrantes e
Monte Gordo.
R$ 236.845.205,40
R$ 8.809.156,42
R$ 9.481.713,65
R$ 10.178.886,84
R$ 10.901.274,84
R$ 11.649.788,71
R$ 12.425.051,14
R$ 13.227.967,18
R$ 14.059.419,26
R$ 14.920.255,19
R$ 15.811.145,29
R$ 16.733.021,96
R$ 17.686.986,78
R$ 18.673.825,58
R$ 19.694.624,42
R$ 20.750.275,14
R$ 21.841.813,02
Conforme avanço da ampliação da rede de coleta pública
nos distritos, promover a
desativação das soluções
individualizadas e ligação do domicílio
à rede.
- -
Construção de módulos sanitário integrados à rede
coletora de esgoto em domicílios que
ainda não possuem.
Contemplação de 843 famílias
R$ 15.196.602,69
R$ 150.461,41
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
R$ 835.896,74
Plano Municipal de Saneamento Básico
298
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Realizar estudos quanto à viabilidade
ambiental e econômica do reuso
dos efluentes tratados nas ETEs.
- R$ 159.602,14
R$ 79.801,07 R$ 79.801,07
Estudar a aplicação de tarifas
compatíveis com a condição de
pagamento dos usuários.
- -
Projeto: Soluções alternativas para zona rural e para povos e comunidades tradicionais Elaboração dos
projetos das soluções individuais
de esgotamento sanitário, incluindo
cronograma de operação,
manutenção e monitoração.
- R$ 37.532,75
R$ 11.945.914,43
R$
37.532,75
Construção de soluções individuais,
como banheiro seco, fossa séptica
seguida de sumidouros ou valas de filtração, fossas
de evapotranspiração e canteiro bioséptico,
com base na construção
participativa envolvendo a família
contemplada.
Custo para contemplação
de 40% dos moradores com fossas
sépticas seguidas de sumidouro.
R$ 2.688.893,91
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
R$ 268.889,39
Custo para contemplação
de 20% dos moradores
com canteiros bioséptico.
R$ 903.139,24
R$ 180.627,85
R$ 180.627,85
R$ 180.627,85
R$ 180.627,85
R$ 180.627,85
Custo para contemplação
de 20% dos moradores com fossa
séptica.
R$ 161.242,21
R$ 53.747,40 R$ 53.747,40 R$ 53.747,40
Capacitação da população na construção de
soluções adequadas de esgotamento
sanitário, com foco em membros de
associações e profissionais
responsáveis pela construção das
soluções individuais adotadas
atualmente na região.
8 oficinas - 2 por ano
R$ 229.827,09
R$ 57.456,77 R$ 57.456,77 R$ 57.456,77 R$ 57.456,77
Elaborar e disponibilizar para a população manual
técnico autoexplicativo de
construção e operação de
soluções individuais, como fossas
sépticas seguidas de sumidouro/vala de filtração, canteiro bioséptico, entre
outros, assim como normas
correlacionadas existentes.
- R$ 63.840,86
R$ 63.840,86
Elaborar Manual com orientações
sobre a manutenção e o monitoramento
das soluções individuais.
- R$ 63.840,86
R$ 63.840,86
Plano Municipal de Saneamento Básico
299
ESTADO DA BAHIA
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Construção de módulos sanitários nas residências que
ainda não tem acesso a banheiro, composto por vaso sanitário, lavatório,
chuveiro e pia de lavar roupa,
integrado a solução para a destinação
dos esgotos condizente com a
realidade local.
Contemplação de 342
famílias.
R$ 6.165.169,77
R$ 61.041,28
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
R$ 610.412,85
Promoção de oficinas de
capacitação para atores sociais envolvidos na construção de
soluções individuais de esgotamento
sanitário.
6 oficinas R$ 172.370,31
R$ 28.728,39
R$ 28.728,39
R$ 28.728,39 R$ 28.728,39 R$ 28.728,39 R$ 28.728,39
Promoção de oficinas de educação
ambiental com os Povos e
Comunidades Tradicionais abordando a
importância do esgotamento
sanitário para a minimização dos
agravos de doenças e proteção do meio
ambiente, debatendo com a
coletividade a respeito da melhor
alternativa para esgotamento sanitário a ser implantada,
considerando as suas peculiaridades culturais e visando a
aceitação da tecnologia. Na
ocasião das oficinas deve feito o
levantamento do quantitativo de
residências desprovidas de
instalações sanitárias internas e a possível solução
para cada comunidade específica (a
exemplo do uso de banheiro seco, construção de
módulos sanitários integrados à solução
de esgotamento, entre outras
possibilidades).
Realização de 10 oficinas de
educação ambiental em comunidade
R$ 287.283,86
R$ 143.641,93
R$ 143.641,93
Plano Municipal de Saneamento Básico
300
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Implantação das soluções
alternativas de esgotamento sanitário para
atendimento dos povos e
comunidades tradicionais, com participação dos
moradores contemplados na
construção da solução.
Quantidade a ser definida
no levantamento realizado nas
oficinas. O custo foi
estimado para atendimento
de 200 famílias.
R$ 1.172.773,57
R$ 234.554,71
R$ 234.554,71
R$ 234.554,71
R$ 234.554,71
R$ 234.554,71
Programa Gestão Sustentável dos Serviços de Esgotamento Sanitário
Projeto: Melhoria da qualidade do serviço prestado Formulação de
ações para prevenção à
extravasamentos na rede coletora de
esgoto.
Atividade realizada por
funcionário da prefeitura/pre
stadora.
R$ 242.595,26
R$ 1.851.384,86
R$
12.768,17 R$
12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17
Elaboração de rotina contínua de
monitoramento e manutenção
preventiva das soluções individuais implantadas na zona urbana e rural, com disponibilização de técnico capacitado
para realização dessas atividades.
Atividade realizada por
funcionário da prefeitura/pre
stadora.
R$ 485.190,51
R$ 25.536,34
R$ 25.536,34
R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34 R$ 25.536,34
Fiscalização e punição adequada
aos infratores quanto à ligação do sistema residencial de coleta de águas
pluviais à rede pública de coleta de
esgoto.
Atividade realizada por
funcionário da prefeitura/pre
stadora.
R$ 242.595,26
R$ 12.768,17
R$ 12.768,17
R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17
Fiscalização e punição adequada
aos infratores quanto à ligação do sistema residencial
de esgoto à rede pública de drenagem.
Atividade realizada por
funcionário da prefeitura/pre
stadora.
R$ 242.595,26
R$ 12.768,17
R$ 12.768,17
R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17
Fiscalização quanto à ligação das
residências ao sistema público de coleta de esgoto,
conforme disposto no Art. 82 do Plano
Diretor de Desenvolvimento
Urbano – PDDU do município de
Camaçari, aplicando aos usuários
inadimplentes as penalidades
previstas na Lei nº 7.307 de 23 de
janeiro de 1998, regulamentada pelo Decreto Nº 7.765 de
08 de março de 2000, que dispõe sobre a ligação de efluentes à rede
pública de coleta de esgotos.
Atividade realizada por
funcionário da prefeitura/pre
stadora.
R$ 242.595,26
R$ 12.768,17
R$ 12.768,17
R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17 R$ 12.768,17
Plano Municipal de Saneamento Básico
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Projetos/Ações Quantidade. Custo
estimado da ação
Custo estimado do projeto
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Desenvolvimento de canal de diálogo entre usuário e prestadora do
serviço, incluindo campanha de
incentivo ao uso, para célere
informação sobre transtornos na rede pública de coleta de
esgoto.
Custo inclui criação e
operação do canal de diálogo.
R$ 223.443,00
R$ 53.200,71 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14 R$ 10.640,14
Capacitação e desenvolvimento
dos recursos humanos para a
execução dos serviços de
esgotamento de modo satisfatório,
incluindo a contratação de funcionários em
número suficiente para atender à demanda do
município, bem como o treinamento
(e sua reciclagem periódica) da equipe
técnica incumbida das medições.
Custo referente à
realização de oficinas e
capacitação dos
funcionários da
prefeitura/prestadora.
R$ 172.370,31
R$ 57.456,77 R$ 57.456,77 R$ 57.456,77
Inclusão dos dados referentes ao
saneamento básico ao Sistema de Informações
Geográficas - SIG, já utilizado pela
Prefeitura, permitindo o
mapeamento da ocorrência de
vazamentos, da idade das redes de coleta, entre outras
oportunidades.
Custo de equipe para
desenvolver a atividade.
R$ 0,00
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Plano Municipal de Saneamento Básico
302
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Tabela 51 - Plano de investimento físico x financeiro dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.
Projetos/ Ações Custo
Estimado das Ações
Custo Estimado
dos Projetos
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Programa:Manejo Adequado das Água Pluviais
Projeto: Redução e ou Retenção do escoamento superficial
i. Implantação de dispositivos de
captação de águas da chuva para
usos diversos em todos os prédios
públicos. R$
3.948.252,99
R$ 19.896.364,42
R$
131.095,68 R$
139.487,68 R$
273.800,43 R$
291.327,57 R$
309.976,69 R$
329.819,63 R$
350.932,80 R$
373.397,51 R$
397.300,29 R$
422.733,18 R$
449.794,14 R$
478.587,39 ii. Estimular a
prática de captação de água
de chuva em edificações
particulares, por meio do IPTU
Verde.
iii. Estimular a repermeabilização dos locais com alta
taxa de impermeabilização.
R$ 229.827,09
R$
7.862,24 R$
8.365,43 R$
8.900,82 R$
9.470,47 R$
10.076,58 R$
10.721,48 R$
11.407,65 R$
12.137,74 R$
12.914,56 R$
13.741,09 R$
14.620,52 R$
15.556,23 R$
16.551,83 R$
17.611,15 R$
18.738,26 R$
19.937,51 R$
21.213,51 iv. Estimular a implantação de
piso drenante em detrimento de
pisos impermeáveis.
v. Realização do cadastro de áreas estratégicas para o amortecer cheias: bacias naturais de
amortecimento, áreas verdes (localização e
estado de conservação) e áreas de lazer
(praças, campos de futebol e
quadras) com as respectivas
capacidade de amortecimento de
cheia:
R$ 360.053,88
R$
360.053,88
vi. Realizar a recomposição
vegetal e manutenção das
áreas verdes.
*
vii. Regulamentação e preservação das
bacias naturais de amortecimento.
*
viii.Aproveitamento de áreas de lazer
para amortecimento de
cheias: praças, campos de futebol
e quadras.
*
ix. Ampliar a capacidade da
Sedur de fiscalização do uso e a ocupação do
solo, com o objetivo de conter o desmatamento e
a impermeabilização
do solo.
R$ 15.174.227,37
R$
431.611,60 R$
459.234,74 R$
488.625,77 R$
519.897,81 R$
553.171,28 R$
588.574,24 R$
626.242,99 R$
666.322,54 R$
708.967,18 R$
754.341,08 R$
802.618,91 R$
853.986,52 R$
908.641,66 R$
966.794,72 R$
1.028.669,59 R$
1.094.504,44 R$
1.164.552,72 R$
1.239.084,10 R$
1.318.385,48
x. Promover cursos de capacitação
dos profissionais da instituição
(Sedur).
R$ 184.003,10
R$
11.830,28
R$ 13.393,01
R$
15.162,18
R$ 17.165,04
R$
19.432,47
R$ 21.999,42
R$
24.905,46
R$ 28.195,37
R$
31.919,87
Plano Municipal de Saneamento Básico
303
ESTADO DA BAHIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos/ Ações Custo
Estimado das Ações
Custo Estimado
dos Projetos
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
Projeto: Revitalização dos Canais de Drenagem
i. Enquadramento dos canais de
drenagem (córregos, riachos e rios) de acordo com a Resolução Conama Nº 357 e
430.
**
R$ 190.713,58
ii. Identificar os pontos de
lançamento de esgoto no sistema
de drenagem;
R$ 190.713,58
R$
190.713,58
iii. Recuperação da mata ciliar
(proteção dos taludes e barreira de proteção contra resíduos sólidos).
*
iv. Implantação de parque lineares nos rios urbanos que funcionam como canais
macrodrenagem: Distrito de
Abrantes e Monte Gordo
*
v. Adequação dos canais de
microdrenagem. *
Projeto: Relocação e Contenção de Construções em Áreas de Proteção Pemanente i. Elaboração de
um cadastro técnico do uso e ocupação das
áreas de proteção permanente (APP)
destacando as áreas de riscos
para a população;
R$ 3.255.443,92
R$ 20.580.584,82
R$
373.004,54
R$ 478.058,04
R$
612.698,95
R$ 785.260,31
R$
1.006.422,09
Erradicação e ou adequação das áreas de riscos
ocupadas
*
Efetivação de regularização fundiária em
algumas localidades;
*
Relocação das famílias
desapropriadas *
i. Ampliar a capacidade da
Sedur de fiscalização do uso e a ocupação do
solo, com o objetivo de conter a ocupação em áreas de risco e
em áreas de proteção
permanente (APP).
R$ 17.325.140,90
R$
492.791,60 R$
524.330,26 R$
557.887,40 R$
593.592,19 R$
631.582,09 R$
672.003,35 R$
715.011,56 R$
760.772,30 R$
809.461,73 R$
861.267,28 R$
916.388,38 R$
975.037,24 R$
1.037.439,63 R$
1.103.835,76 R$
1.174.481,25 R$
1.249.648,05 R$
1.329.625,52 R$
1.414.721,56 R$
1.505.263,74
Programa: Universalização dos serviços de drenagem
Projeto: Ampliação e Melhoria da Drenagem i. Realizar o cadastro do sistema de drenagem existente.
R$ 3.377.416,40
R$ 22.332.558,27
R$ 1.636.345,16
R$ 1.741.071,25
ii. Elaborar projetos de
ampliação do sistema de drenagem.
*
iii. Implantar dispositivo de
microdrenagem nas vias
*
Plano Municipal de Saneamento Básico
304
ESTADO DA BAHIA
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SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDUR
Projetos/ Ações Custo
Estimado das Ações
Custo Estimado
dos Projetos
Prazo Emergencial
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036
v. Elaboração do Plano Diretor de
Drenagem Urbana a fim de melhorar a
eficiência da implantação,
manutenção e operação dos sistemas de drenagem.
R$ 581.220,44
R$
581.220,44
vi. Aumento do quadro de
funcionários com a qualificação
técnica necessária, veículos e
equipamentos (Seinfra).
R$ 18.017.548,02
R$
512.486,24 R$
545.285,36 R$
580.183,62 R$
617.315,37 R$
656.823,56 R$
698.860,27 R$
743.587,32 R$
791.176,91 R$
841.812,23 R$
895.688,22 R$
953.012,26 R$
1.014.005,05 R$
1.078.901,37 R$
1.147.951,06 R$
1.221.419,93 R$
1.299.590,80 R$
1.382.764,61 R$
1.471.261,55 R$
1.565.422,29
vii. Implantação de caixas coletoras de águas pluviais com
dispositivo de retenção de
resíduos sólidos.
*
viii. Promover cursos de
capacitação dos profissionais da
instituição (Seinfra).
R$ 184.003,10
R$
11.830,28
R$ 13.393,01
R$
15.162,18
R$ 17.165,04
R$
19.432,47
R$ 21.999,42
R$
24.905,46
R$ 28.195,37
R$
31.919,87
ix. Realizar e manter as
campanhas de educação e
ambiental quanto à preservação das
matas ciliares, aos perigos de
ocupação das margens dos rios urbanos ou em
áreas de risco, aos danos causados pelo lançamento
de resíduos sólidos nos
logradouros e do lançamento de
esgoto doméstico no sistema de
drenagem.
R$ 172.370,31
R$
5.369,36 R$
5.713,00 R$
6.078,63 R$
6.467,67 R$
6.881,60 R$
7.322,02 R$
7.790,63 R$
8.289,23 R$
8.819,74 R$
9.384,20 R$ 9.984,79
R$ 10.623,82
R$ 11.303,74
R$ 12.027,18
R$ 12.796,92
R$ 13.615,92
R$ 14.487,34
R$ 15.414,53
Projeto: Fortalecimento da coordenadoria de Defesa Civil i. Aumento do
quadro de funcionários com a
qualificação técnica necessária,
veículos e equipamentos (Defesa Civil).
R$ 18.130.143,67
R$ 28.306.094,13
R$
515.688,88 R$
548.692,97 R$
583.809,32 R$
621.173,11 R$
660.928,19 R$
703.227,60 R$
748.234,16 R$
796.121,15 R$
847.072,90 R$
901.285,57 R$
958.967,85 R$
1.020.341,79 R$
1.085.643,66 R$
1.155.124,86 R$
1.229.052,85 R$
1.307.712,23 R$
1.391.405,81 R$
1.480.455,79 R$
1.575.204,96
ii. Elaborar de mapa de risco de
alagamento, inundação e
escorregamento de terra.
R$ 9.123.614,09
R$
259.509,60 R$
276.118,21 R$
293.789,78 R$
312.592,33 R$
332.598,23 R$
353.884,52 R$
376.533,13 R$
400.631,25 R$
426.271,65 R$
453.553,04 R$
482.580,43 R$
513.465,58 R$
546.327,38 R$
581.292,33 R$
618.495,04 R$
658.078,72 R$
700.195,76 R$
745.008,29 R$
792.688,82
iii. Monitorar processos erosivos
e sedimentológicos.
iv. Implantação de um Sistema de
Suporte a Decisão (SSD).
R$ 868.333,27
R$
168.112,00 R$
21.812,00 R$
23.207,97 R$
24.693,28 R$
26.273,65 R$
27.955,16 R$
29.744,29 R$
31.647,93 R$
33.673,39 R$
35.828,49 R$
38.121,51 R$
40.561,29 R$
43.157,21 R$
45.919,28 R$
48.858,11 R$
51.985,03 R$
55.312,07 R$
58.852,04 R$
62.618,57
v. Promover cursos de capacitação
dos profissionais da instituição.
R$ 184.003,10
R$
11.830,28
R$ 13.393,01
R$
15.162,18
R$ 17.165,04
R$
19.432,47
R$ 21.999,42
R$
24.905,46
R$ 28.195,37
R$
31.919,87
Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2016.
Plano Municipal de Saneamento Básico
305
ESTADO DA BAHIA
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APENDICE B – ÁREAS DE INTERESSE AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO
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APENDICE C – ÁREAS DE INTERESSE A DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS
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