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O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro estimado pelo Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, sob o
patrocínio financeiro da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento de Minas Gerais (SAEAPA) e da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG)), cresceu 1,28% em junho e elevou
para 4,84% a expansão da renda gerada no primeiro semestre de 2011. Esse
desempenho positivo do agronegócio estadual teve, no segmento de Insumos, o
grande destaque nos primeiros seis meses de 2011, eis que seu crescimento
acumulado no ano já atingiu a significativa taxa de 12,59%, superando com larga
vantagem as taxas apresentadas pelos demais segmentos que, respectivamente,
foram de : Básico: 4,77%, Indústria: 4,32% e Distribuição: 3,93%. Quanto ao
comportamento verificado pelos setores que integram o agronegócio, o da
agricultura apresentou expansão de 2,09% em junho (1,70% em maio), e ampliou
para 8,24% o crescimento acumulado da renda em 2011. Releva-se salientar que
no mês de junho todos os segmentos apresentaram ritmo de expansão mais
acelerado que no mês anterior. Os insumos agrícolas cresceram no mês 7,74%
(2,46% em maio), no semestre este segmento atingiu expressiva taxa de 14,01%.
No segmento básico, a expansão de junho foi de 2,49% (2,45% em maio) e, no
semestre, de 13,65%. No que tange ao segmento agroindustrial, o crescimento em
junho foi de 1,56% (1,32% em maio), desta forma esse segmento ampliou para
5,64% a expansão da renda no primeiro semestre. Por último, o segmento da
Nº 78 – Setembro de 2011
PRODUTO INTERNO BRUTO DO AGRONEGÓCIO MINEIRO
Superintendência de Política e Economia Agrícola E-mail: [email protected] (31) 3915-8603 - Belo Horizonte/MG
distribuição apresentou taxa de crescimento equivalente a 1,77% no mês de junho
sendo que em maio a taxa alcançada foi de 1,58%, no acumulado do ano a
expansão do segmento atingiu 7,40%. No agronegócio da pecuária, mercê de uma
boa performance do segmento de insumos que apresentou taxa de crescimento
de 3,30%, a maior do semestre, os números de junho indicaram recuperação da
renda com expansão de 0,13% versus -0,20% obtida em maio. No semestre o
setor obteve pequena taxa positiva de 0,30%. Assim, o segmento de insumos
mantém a liderança com expansão de 11,49% nos primeiros seis meses de 2011.
O segmento básico apresentou recuo de 0,11% em junho (-0,21% em maio). No
acumulado do ano o segmento básico apresentou discreta taxa de expansão de
0,25%. O segmento agroindustrial revelou retração na renda de 0,35% no mês de
junho e levou para -4,16% o recuo da renda gerada no primeiro semestre do ano.
O segmento da distribuição também obteve performance negativa, no mês de
junho exibiu contração da renda equivalente a -0,19% e no semestre atingiu taxa
negativa de 1,21%. A partir de tais resultados, o Cepea revelou que o PIB do
agronegócio mineiro deverá atingir em 2011 R$ 118,6 bilhões. Desse valor, R$
70,0 bilhões ou 59,0% serão originários do agronegócio agrícola e R$ 48,6 bilhões
ou 41,0% do agronegócio da pecuária. (Ver Figuras 1 e 2 e Tabela 3). Quanto às
participações dos segmentos na geração da renda do agronegócio de Minas
Gerais no mês de junho, as projeções do CEPEA indicaram os seguintes
percentuais: Insumos: 6,33%; Básico: 34,85%; Industrial: 27,89 e Distribuição:
30,93%. No agronegócio da agricultura, as participações foram: Insumos: 4,74%;
Básico: 21,59%; Agroindústria: 41,37% e Distribuição: 32,30%. No que tange ao
agronegócio da pecuária, as participações foram estimadas em: Insumos: 8,61%.
Básico: 53,96%; Agroindústria: 8,47% e Distribuição: 28,96%.
Figura 1 - Taxas de crescimento em junho de 2011 (%)
-1,0%
0,0%
1,0%
2,0%
3,0%
4,0%
5,0%
6,0%
7,0%
8,0%
Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio
Pecuária
Agricultura
Agronegócio total
Fonte: CEPEA-USP/FAEMG/SEAPA
Figura 2 - Taxas de crescimento acumuladas de janeiro a junho de 2011 (%).
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio
Pecuária
Agricultura
Agronegócio total
Fonte: CEPEA-USP /FAEMG /SEAPA.
Tabela 3 – PIB do agronegócio de Minas Gerais de 2001 a 2011 (R$ milhões de 2011)
AGRONEGÓCIO
Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio
Total
2001 3.745 25.433 15.053 19.657 63.889
2002 4.284 26.584 15.944 20.523 67.335
2003 4.906 27.854 17.604 21.999 72.363
2004 5.290 33.733 16.554 23.542 79.118
2005 5.357 29.507 17.904 22.884 75.651
2006 5.218 33.324 21.947 26.675 87.163
2007 5.930 35.574 21.995 27.889 91.388
2008 7.871 40.204 23.350 30.508 101.933
2009 7.152 35.626 25.043 29.767 97.588
2010 6.666 39.451 31.714 35.302 113.134
2011* 7.506 41.332 33.082 36.690 118.610
AGRICULTURA
Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio
Total
2001 1.855 10.198 11.972 10.725 34.750
2002 2.030 10.527 13.029 11.473 37.059
2003 2.350 10.463 14.653 12.423 39.889
2004 2.580 12.654 13.474 12.480 41.188
2005 2.491 11.901 14.700 12.953 42.044
2006 2.328 11.697 18.797 15.336 48.158
2007 2.850 11.563 18.114 14.880 47.406
2008 3.951 13.680 19.160 16.244 53.036
2009 3.305 11.273 21.108 16.573 52.259
2010 2.913 13.300 27.422 21.062 64.696
2011* 3.321 15.115 28.969 22.621 70.026
PECUÁRIA
Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio
Total
2001 1.890 15.235 3.081 8.932 29.139
2002 2.254 16.057 2.915 9.050 30.276
2003 2.555 17.391 2.951 9.576 32.474
2004 2.710 21.079 3.080 11.061 37.930
2005 2.866 17.607 3.204 9.931 33.607
2006 2.890 21.627 3.150 11.338 39.005
2007 3.080 24.012 3.881 13.009 43.982
2008 3.920 26.524 4.190 14.264 48.897
2009 3.847 24.353 3.935 13.193 45.329
2010 3.754 26.151 4.292 14.240 48.437
2011* 4.185 26.217 4.114 14.068 48.584
Fonte: Cepea-USP /Faemg /Seapa. * tomando como base a taxa de crescimento acumulada de janeiro a junho de 2011.
EXPORTAÇÕES
As tensões econômicas dos Estados Unidos e da Europa, registradas no mês de
agosto de 2011, não afetaram o desempenho das exportações, nos primeiros oito
meses do ano, que manteve-se positivo. No período de janeiro a agosto de 2011,
a receita de exportação de produtos do agronegócio chegou a US$ 5,9 bilhões
(Gráfico 1), valor recorde para o período. Em relação aos primeiros oito meses de
2010 foi registrado incremento de 32,0% no valor exportado pelo setor mineiro,
que foi superior ao aumento da receita de exportação do agronegócio brasileiro. O
bom comportamento das exportações mineiras contribuiu para que a participação
na receita de vendas do setor mineiro sobre o brasileiro chegasse a 9,7%, maior
parcela já registrada no período. O ranking dos principais grupos de produtos
exportados se manteve, em relação aos primeiros setes meses de 2011.
Complexo café (em grão e solúvel), açúcar, carnes (aves, bovina, suína e outras)
e complexo soja (grão, farelo e óleo), juntos, responderam por 86,4% das
exportações mineiras dos produtos do agronegócio. Para todos esses segmentos,
foi registrado aumento da receita de exportação e do valor médio dos produtos
embarcados. No mercado internacional, observa-se forte valorização das cotações
de café, que foram impulsionadas pela estimativa de queda da produção
colombiana (realizada pela Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia)
aliada à expectativa mundial de redução da oferta e dos estoques e de
aquecimento da demanda. No caso da soja, que é similar ao do milho, incertezas
em relação ao comportamento da safra americana tem pressionado as cotações
desses grãos. O café liderou as compras dos três principais mercados de destinos
dos produtos do agronegócio mineiro: Alemanha, Estados Unidos e Japão, que
adquiriram 14,1%, 12,6% e 7,4%, das exportações mineiras do setor,
respectivamente. A China que havia se estabelecido na quarta colocação, perdeu
a posição para a Itália. Todos os principais mercados de destino (Alemanha,
BALANÇA COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO
Márcia Aparecida de Paiva Silva E-mail: [email protected] Tel: (31) 3915.8590 - Belo Horizonte/MG
Estados Unidos, Japão e Itália) registraram incremento das compras de produtos
provenientes de Minas. Em linhas gerais, as perspectivas são positivas, haja vista
que o mercado internacional encontra-se aquecido, principalmente no que tange
aos principais produtos da cesta de exportação do agronegócio mineiro. A
conjuntura internacional, entretanto, inspira cautela, uma vez que alguns dos
principais destinos das exportações do setor mineiro estão enfrentando problemas
econômicos, que podem impactar nas vendas externas do agronegócio de Minas.
IMPORTAÇÕES
As importações de produtos do agronegócio do estado somaram US$ 252,4
milhões, crescimento de 16,3% em relação ao montante apurado em igual período
de 2010 (Gráfico 1). As compras externas mineiras foram lideradas por trigo,
madeiras e supbrodutos e algodão, que responderam por 32,0%, 14,3% e 13,6%,
respectivamente, das importações do setor mineiro.
SALDO DA BALANÇA COMERCIAL
O bom desempenho das exportações contribuiu para que o saldo da balança
comercial do agronegócio de Minas atingisse o maior valor desde 2001, que se
aproximou de US$ 5,7 bilhões. Em relação ao valor apurado em igual período de
2010 foi registrado incremento de 32,8%. A participação do saldo da balança
comercial do agronegócio do estado na diferença entre as exportações e as
importações de todos os setores da economia mineira ultrapassou 31,0%. Em
relação ao saldo da balança comercial do agronegócio nacional, a participação de
Minas foi de 11,3%, maior parcela já verificada.
COMPORTAMENTO MENSAL
O mês de agosto registrou a maior receita de exportação mensal do agronegócio
desde 2001. O montante de US$ 950,7 milhões foi 27,6% superior ao observado
em julho (Gráfico 2).As importações aumentaram 11,9% e atingiram US$ 31,6
milhões. Como as importações apresentam pouca relevância na balança
comercial do setor, o saldo acompanhou o comportamento das exportações, com
crescimento de 28,2% e montante de US$ 919,0 milhões (Gráfico 2). As vendas
de café impulsionaram a boa performance das exportações mineiras do setor, uma
vez que cresceram 60,2%. Além do café, as vendas de outros segmentos se
destacaram por incitar sinais de recuperação das exportações de produtos como
etanol e carne suína. O aquecimento das exportações de etanol por parte de
Minas foi registrado numa conjuntura nacional adversa, onde se observou
aumento mais expressivo das importações em detrimento das exportações. A falta
de investimentos na atividade sucroalcooleira tem desestimulado a produção do
combustível em nível brasileiro. No caso da carne suína, o embargo russo,
tradicional mercado de destino da carne suína brasileira e mineira, provocou dois
efeitos distintos. Primeiro: no acumulado dos oito primeiros meses de 2011, as
exportações mineiras caíram em virtude, principalmente, da redução das compras
russas. Segundo: entre os meses de julho e agosto de 2011 foi observado
crescimento das vendas externas mineiras, que foram beneficiadas pela
diversificação de mercados, evidenciada pela entrada da Ucrânia e pela expansão
das compras de Hong Kong e Albânia.
Gráfico 1 – Balança Comercial de Minas Gerais (janeiro a agosto de 2010/2011), em US$
milhões
Gráfico 2 – Exportação, Importação e Saldo da Balança Comercial do agronegócio mineiro (2010/2011), em US$ milhões
O Mês de agosto teve como características temperaturas elevadas, baixos índices
de umidade relativa do ar, principalmente no período da tarde e baixa ocorrência
de precipitação. Chuvas foram registradas somente no princípio do mês porém,
com baixa intensidade e localizadas, no Sul, Triângulo Mineiro e Zona da Mata. Na
maior parte do Estado não choveu e os totais acumulados mensais foram
inferiores a 20 mm (Fig.1).
Fig 1. Precipitação acumulada no mês de agosto de 2011.
Em todo o Estado de Minas Gerais, o total de dias acumulados sem chuvas
significativas, contabilizaram um número maior que 130 dias na faixa Norte, entre
30 e 110 dias no Centro e Triângulo, e mais de 20 dias em áreas do Sul, Mata e
Leste Período inferior a 20 dias secos consecutivos restringiu-se localidades
isoladas do Vale do Rio Doce e do Sul (Fig.2).
FONTE: INMET
FONTE: INMET
Fig. 2. Número de dias sem chuvas significativas no mês de agosto de 2011.
TEMPERATURAS As temperaturas observadas apresentaram-se elevadas elevadas em
praticamente todo o Estado tendo sido observado apenas um episódio frio, no dia
05 que acarretou diminuição moderada da tempeartura no Triângulo Mineiro e
geada forte em localidades isoladas do Sul. As temperaturas médias variaram, as
máximas entre 22°C e 34°C e as mínimas entre 8°C e 20°C (Fig. 3 e 4).
UMIDADE RELATIVA
Agosto foi o mês mais seco do ano em Minas Gerais. Índices de umidade relativa
inferiores a 30% e, ou, 20%, foram recorrentes no Triângulo Mineiro, Noroeste,
Norte, Centro, em parte do Sul, ocorrendo com menor frequência na Zona da Mata
(Fig. 5).
Fig 5. Média mensal de Umidade Relativa do ar registrada no mês de agosto de 2011
Fig 3 Média mensal de temperatura máxima registrada no mês de agosto de 2011.
Fig 4 Média mensal de temperatura máxima registrada no mês de agosto de 2011.
ONDIÇÕES HÍDRICAS DOS SOLOS
A ausência de chuva por mais de 4 meses consecutivos ocasionou um déficit
hídrico e baixo índice de armazenamento de água no solo. Na região norte do
estado, as condições de aridez culminou com um armazenamento d’água no solo
inferior a 5% da capacidade de campo no dia 31. Essa condição de aridez deixa o
estado em condições altamente vulneráveis à ocorrência de incêndios e
queimadas (Fig.6)
Fig. 6. Armazenamento de água no solo registrado no mês de agosto de 2011.
As expectativas para os próximos dias são de dias secos, ainda. Uma frente fria
que avança pelo litoral do Espírito santo provoca instabilidades porém, a massa de
ar seco predomina e não há previsão de chuvas para os próximos 15 dias.
Segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) em seu
décimo segundo levantamento de safra agrícola, 90% da produção de algodão
estimada em 3.221,2 mil toneladas, já foram colhidas nas principais regiões
produtoras. Isto se deve as condições climáticas favoráveis o que possibilitou o
avanço significativo da colheita nesta safra. Com base nos dados da produção
colhida até o momento, a produtividade nacional deverá ser de 3.695 kg/hectare
FONTE: INMET
ALGODÃO Reinaldo Nunes de Oliveira E-mail: [email protected] Tel: (38) 3323- 2130 - Montes Claros/MG
contra 3.634 kg/ hectare da safra passada. No estado de Goiás a produtividade
deverá ser superior a media nacional ficando na casa dos 3.960 kg/ hectare ao
passo que no estado de Minas Gerais até o momento, a produtividade registrada
está em torno de 3.705 kg/ha. Para o estado de Mato Grosso, o excesso de
chuvas no mês de março prejudicou a produtividade das lavouras, porém a
produção final deverá ser superior à safra passada em função do aumento
considerável da área plantada. A entrada no mercado brasileiro dos lotes da nova
safra contribuiu para que os preços do algodão fechassem o mês de agosto com
ligeira baixa, sendo cotado em média, R$ 1,70 por libra/peso CIF em São Paulo,
cotação inferior ao mesmo período do mês passado que era de R$ 1,75 por libra
peso. Quanto ao mercado internacional, a Bolsa de Nova York encerrou as
operações do mês de agosto, com preços estáveis. Isto foi possível, devido
divulgação pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) do alto
volume comercializado nas últimas semanas do mês o que influenciou de forma
significativa, na estabilidade dos preços.
TENDÊNCIA
Para alguns analistas a tendência dos preços no mercado nacional para os
próximos dias é baixista em função da forte oferta do algodão no mercado interno
devido ao término da colheita brasileira, ao passo que para outros analistas, as
incertezas gerada quanto a produção americana deverá contribuir para a
estabilização dos preços no mercado internacional. Assim, com base no cenário
atual a cotação do algodão nas principais regiões produtoras do Brasil, em
31/08/11 segundo “Safras & Mercado” foi a seguinte para o produto em pluma:
São Paulo CIF R$ 56,22 por arroba ou (R$ 1,70/libra-peso); Rondonópolis MT R$
53,66 por arroba ou (R$ 1,62/libra-peso); Uberlândia MG R$ 55,61 a arroba ou (R$
1,68/libra-peso); Barreiras BA R$ 54,28 a arroba (R$ 1,64/libra-peso). Para o
algodão em caroço a cotação é a seguinte: São Paulo R$ 28,00; Rondonópolis MT
R$ 28,00; Barreiras BA R$ 27,80; Uberlândia MG R$ 20,30.
Em Minas Gerais, assim como no Brasil, as lavouras de um modo geral tiveram
bons desenvolvimentos, com boas produções na maioria das áreas cultivadas, no
período 2010/2011. Este ano agrícola que iniciou sobre os efeitos do La Nina,
apresentou um diferencial positivo em relação as estimativas iniciais. Embora as
chuvas tem ocorrido com relativo atraso na região Centro Oeste e ter tido um
período abaixo da média na região Sul, foi suficiente para uma boa produção de
quase todas as culturas. As perdas foram pontuais prejudicando mais a cultura de
milho de 2ª safra, feijão de 3ª safra e algodão. A produtividade média das lavouras
foi pouco afetada exceção a algumas localidades que tiveram interferência da falta
de chuvas como Nordeste da Bahia, Centro leste do Ceará, sertão e agreste de
Alagoas e Mato Grosso. Em outras áreas do sul do Mato Grosso do Sul e oeste e
norte do Paraná, as perdas foram devidas a ocorrência de geadas, no mês de
junho. No estado de Minas Gerais a estiagem ocorreu com mais intensidade no
Norte de Minas, sendo que na região Noroeste do Estado a falta de chuvas por
alguns dias dos meses de janeiro e fevereiro, afetou parcialmente parte das
lavouras. O veranico de janeiro e fevereiro não foi tão intenso como se alardeou
na época, o que ficou evidenciado após a colheita da lavoura de milho da 1ª safra.
No Noroeste as culturas recuperaram como resultado da tecnologia empregada e
foram compensadas por boas produtividades. Pequenas variações ainda podem
ocorrer no fechamento da safra 2010 / 2011, entretanto como praticamente estão
encerradas as colheitas de Minas, pode ser observado a seguir, os dados
consolidados na reunião do GCEA-IBGE, com a participação da EMATER-MG.
ANÁLISE SAFRAS
Luiz Fernando Ferreira E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349.8138 – Belo Horizonte/MG
ÁREA, PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE MINAS GERAIS - SAFRA 2010 / 2011
REGIÃO ÁREA (há) PRODUÇÃO (t) PRODUTIVIDADE(Kg/ha)
Central 152.982 501.469 327
Rio Doce 78.138 187.576 2.401
Zona da Mata 106.123 268.600 2.531
Sul de Minas 324.748 1.454.824 4.480
Triângulo Mineiro 598.598 2.227.107 3.721
Alto Paranaíba 495.023 2.384.824 4.818
Centro-Oeste 132.267 568.914 4.301
Noroeste 687.123 2.708759 3.942
Norte de Minas 212.581 328.263 1.544
Jequitinhonha/Mucuri 38.675 44.284 1.145
TOTAL 2.826.258 10.674.621 3.377
Fonte: GCEA/IBGE - EMATER-MG
A estimativa brasileira de grãos para safra 2010 / 2011 aponta uma produção de
162 milhões e 960 mil toneladas, um acréscimo de 13,70 milhões de toneladas ou
9,2% maior que a 2009 /2010 que produziu 149 milhões e 250 mil toneladas. Pelo
que se observa nos vários comentários econômicos, os produtos agrícolas estão
com cotações estáveis com possibilidades de ajustes, dependendo da situação
econômica vivenciada nos diversos países compradores, de maior consumo de
grãos. O mercado está acompanhando o desenvolvimento da safra americana e
pelo que foi recentemente divulgado pelo Departamento Americano – USDA,
existe previsão de redução da produção naquele país. A dificuldade maior está na
incerteza do comportamento do câmbio perante a instabilidade que poderá
provocar na comercialização principalmente dos produtos agrícolas, não
garantindo sustentação ao setor, diante da capacidade dos Estados Unidos e
países da União Europeia, no enfrentamento das dificuldades econômicas.
Fonte: CONAB, IBGE, EMATER-MG, NOTICIASAGRICOLAS.
QUEDA DOS PREÇOS DA ARROBA
Depois da recuperação de 6,1% em julho/2011, com os preços da arroba do boi
gordo fechando a R$ 103,00 em 02/agosto/2011, o Indicador do Boi Gordo
ESALQ/BM&F BOVESPA, para o Estado de são Paulo, recuou para os valores
próximos de R$ 99,00 por arroba no dia 09 de setembro/2011 (ver Figura 1), linha
azul. No acumulado de agosto e primeira semana de setembro a queda é cerca
de R$ 4,00 (4,0%).
Figura 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para
outubro/11
Como a oferta de boi confinado se concentra no período de agosto a dezembro,
dois fatos são motivos de “ALERTA”: o primeiro, com relação à esta “tendência”
atual de queda dos preços pagos pela arroba do boi gordo, e o segundo a alta
recente do preço do milho, um dos principais componentes da alimentação de
bovinos em confinamento. Juntos, estes dois fatores poderão comprometer a
oferta futura de boi confinado, em especial durante os meses de novembro e
BOI GORDO José Alberto de Ávila Pires E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349-8116 – Belo Horizonte/MG
dezembro/ 2.011. A forte estiagem continua assolando as principais regiões
produtoras de boi gordo, do Brasil, comprometendo a recuperação e
desenvolvimento das pastagens, para a próxima safra de boi gordo - janeiro a
junho de 2.012. E, na falta desta pastagem, a engorda de bovinos em
confinamento é a alternativa de garantia de oferta de boi gordo para abate, com
produção e oferta de carne bovina para garantia de abastecimento do mercado
interno.
MERCADOS REGIONAIS
Conforme análise de SAFRAS & Mercado do dia 12 de setembro, o mercado do
boi gordo apresentou os seguintes valores, preços livres para o pecuarista, e a
prazo: em São Paulo a R$ 99,00 a arroba; no Mato Grosso do Sul a R$ 94,00; em
Minas Gerais de R$ 92,00 a R$ 93,00; em Goiás a R$ 89,00, e em Mato Grosso a
R$ 87,00. No levantamento feito pela EMATER/MG, para Minas Gerais, durante a
semana de 1º a 06 de setembro/2.011, a maioria dos negócios apresentou
cotações entre R$ 99,00 e R$ 94,00 por arroba. Destaque: queda na semana de
R$ 1,00 a R$ 3,00 por arroba no Triangulo Mineiro, região que pela primeira vez
"sinaliza" a cotação mais baixa de Minas Gerais - R$ 89,00 por arroba. NOTA:
este levantamento da EMATER/MG, semanal, está disponibilizado no site
www.emater.mg.gov.br ($ PREÇO PAGO AO PRODUTOR), com comentários
sobre o comportamento semanal do mercado do boi gordo, em Minas Gerais.
BEZERRO DE CORTE
O Indicador Bezerro ESALQ/BM&FBovespa, refere-se ao preço pago pelo
bezerro de corte Nelore (ou anelorado), de apartação com 8 a 12 meses de idade
e peso vivo médio próximo às 6 arrobas (180 kg de peso vivo). Região
pesquisada: Campo Grande no Mato Grosso do Sul. As cotações deste
“Indicador” de preço do bezerro de corte permanecem estáveis com valores entre
R$ 710,00 e R$ 720,00 por arroba. Segundo o relatório diário de SAFRAS &
Mercado, do dia 12 de setembro/2.011, este mesmo tipo de bezerro de corte
apresentou as seguintes cotações: no Estado de São Paulo entre R$ 750,00 e R$
780,00 por bezerro; em Goiás a R$740,00; em Minas Gerais a R$ 760,00 em
Uberaba e R$ 770,00 em Unaí; e Mato Grosso do Sul entre R$ 700,00 e R$
740,00.
FUTURO (SETEMBRO A DEZEMBRO/ 2.011)
A Figura 1 mostra que, exemplo do que vem ocorrendo com os preços da arroba
do boi gordo no mercado físico (frigorífico) - linha azul, também o Mercado Futuro
do Boi Gordo “sinaliza” uma tendencia de queda destes preços – linha marrom,
em 9 de setembro. A Figura 2 apresenta as cotações da arroba do Mercado
Futuro do Boi Gordo, conforme os negócios realizados no dia 09 de
setembro/2.011. Neste mercado futuro, as “projeções” para os negócios realizados
seguem “ancorados” nas cotações do Indicador do Boi Gordo ESALQ/BM&F
BOVESPA (coluna vermelha). Ou seja, mercado físico e mercado futuro, ambos
em queda.
Fonte: Esalq/BM&FBovespa – elaboração: EMATER/MG
MERCADO INTERNACIONAL: NOVA YORK RECUPERA ALINHA DE US$ 280
CENTS/LB.
Os contratos de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) romperam o
nível de US$ 285 cents/lb. Favorecidos pela desvalorização do dólar, melhoria no
cenário financeiro na zona do euro e dos Estados Unidos e da carência de suaves.
Neste mês o vencimento para dezembro acumula valorização de cerca de 17,0 % e
no ano já aproxima de 24%.
MERCADO NACIONAL: MELHORES CAFÉS RETORNAM AO PATAMAR DE R$
500,00/ SACA.
Agosto encerra com saldo extremamente positivo para o comércio de café. Pela
terceira semana consecutiva o mercado de café fecha em alta e recupera
patamares alcançados antes da entrada da nova safra brasileira. O cenário atual
confirma a impossibilidade de alteração significativa no curto e médio prazo,
considerando que enquanto o consumo mundial cresce, os estoques caem ano
após ano. O produtor brasileiro está bem capitalizado, manifesta pouco interesse de
venda, tem dosado as suas ofertas, optando por uma estratégia de vendas
escalonadas esperando níveis cada vez mais altos. As preocupações no momento
da ponta vendedora estão focadas nas floradas, que sinalizam o potencial produtivo
da próxima safra brasileira e no possível comprometimento da produção pelo frio
intenso ocorrido no início de agosto.
Preços médios para cafés com bom aspecto e com catação de 10% a 20%, por saca de 60kg.
Fonte: Safras & Mercado, CCVV, Cepea, Carvalhaes e Cooperativas de Cafeicultores. Elaboração: EMATER/MG
CAFÉ
Marcelo de Pádua Felipe E-mail: [email protected] Tel.: (31) 3349. 8149 - Belo Horizonte/MG
Fig. 1 - Mercado Interno de Café
- Agosto de 2011 -
280
320
360
400
440
480
520
560
1 3 8 10 12 17 19 23 25 29 31Dias
R$/
sac
a d
e 60
kg
BD6 Sul de Minas
BD6/7 Zona Mata
BD6 Cerrado
CD Cerrado
CI 600D Dura
COTAÇÕES
No mercado físico interno, o café fecha o mês de agosto em linha ascendente.
(Fig.1). O arábica bebida dura tipo 6 do sul de Minas Gerais finalizou o mês com
preço médio de R$ 475,19 (R$ 445 a R$ 522) a saca de 60 kg, alta de 2,2 % em
relação a julho, quando trocou de mãos a R$ 464,65 a saca. Já o arábica bebida
dura tipo 6 do Cerrado Mineiro fechou mês com preço médio de R$ 475,34 (R$ 445
a R$ 525) a saca de 60 kg, com ganhos de 2,3 % em relação a julho, quando foi
negociado a R$ 464,41 a saca. O café bebida dura tipo 6/7 da Zona da Mata
Mineira encerrou o período com preço médio de R$ 451,24 (R$ 425 a R$ 490) a
saca de 60 kg, valorizando 0,73 % em relação a julho quando foi negociada a R$
448,01 a saca. Os lotes de cereja descascados foram comercializados entre R$
495,00 e R$ 565,00 a saca de 60 kg (média de R$ 513,81), com deságio de 0,2 %,
em relação ao mês passado, quando valiam entre R$ 500,00 e R$ 530,00 a saca de
60 kg (média de R$ 514,50). O arábica duro, com 600 defeitos voltados ao
consumo interno teve alta de 2,2 % em agosto, negociado a um preço médio de R$
316,67, com forte demanda do grão pela indústria.
DESÁGIOS
ÁGIO ELEVADO PARA O ARÁBICA DE QUALIDADE.
Encerra o período em R$ 165,00 por saca de 60 kg, o deságio para o Café
Rio/Consumo Interno no fechamento do mês de julho no Sul de Minas Gerais, tendo
como base, os preços líquidos praticados pela COCATREL (Tabela I).
TABELA I - DESÁGIOS: 31-08-2011 (livre de impostos sujeitos apenas ao seguro)
Café Rio/C. Interno 165,00 Café Duro/ Riado/Rio 65,00
Café Riado 55,00 Café com seca má. 15,00 Café discrepante 50,00 Café muito discrepante 55,00 Anterior a Safra 2008/2009 40,00 Safra 2009/2010 30,00
6 Base – 60 defeitos R$ 520,00 7 Base – 160 defeitos R$ 500,00 6 Base – 80 defeitos R$ 516,00 7 Base – 270 defeitos R$ 478,00
Obs: Padrão duro : café com mais de 270 defeitos deságio de R$ 2,00 a cada 10 defeitos Fonte: Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas
Tendência: amplia-se o diferencial nas cotações das melhores bebidas em relação aos médios, fracos e desmerecidos em cor.
COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ
CAFEICULTOR JÁ COMPROMETEU 35% DA SAFRA 2011/2012.
Segundo o levantamento realizado por SAFRAS & Mercado (Tabela II) junto a
cooperativas, produtores e corretores chegam-se ao final de junho com cerca de
35,0% da produção comprometida (... dos produtores para o mercado..). Isto
representa um ligeiro acréscimo de 1,0% de igual época do ciclo passado, quando
as vendas estavam em 34,0% da safra. Em comparação com junho, a
comercialização evoluiu 10,0 pontos percentuais, quando 25,0% da safra estavam
negociadas. Considerando uma produção máxima de 47,70 milhões de sacas para
a temporada 2011/2012, cerca de 16,77 milhões de sacas já teriam mudado de
mãos, passando para comerciantes, atravessadores e exportadores, restando à
venda ainda algo em torno de 35,81 milhões de sacas.
TABELA II - EVOLUÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ - BASE PRODUTOR SAFRA 2011/2012
1- 2- Em milhões de sacas de 60 kg – base 31 DE JULHO
Estado Produção* Comercializado Julho Junho 2010
Minas Gerais 24,20 9,10 38 28 37
-Sul/Oeste 12,50 4,90 39 29 38 -Cerrado 4,30 1,50 35 27 32 -Zona da Mata 7,40 2,70 36 27 40
Espírito Santo 12,30 3,40 28 20 30 -arábica 3,00 0,60 20 15 20
-conillon 9,30 2,80 30 22 33 São Paulo 3,50 1,20 34 21 30 Paraná 1,85 0,70 38 17 18
Bahia 2,65 0,75 28 22 33 -arábica 1,95 0,55 28 22 35
-conillon 0,70 0,20 29 23 29 Rondônia 2,00 1,20 60 36 52 Outros 1,20 0,42 35 27 31
-arábica 0,50 0,17 34 24 27 -conillon 0,70 0,25 36 29 34
ARÁBICA 35,00 12,32 35 25 34 CONILON 12,70 4,45 35 24 36 TOTAL 47,70 16,77 35 25 34
Fonte: Corretores e cooperativas *Projeções: SAFRAS & Mercado **Percentual
Obs.: números parciais sujeitos a retificação, inclui café já entregue e também por entregar.
PODER DE TROCA DO CAFÉ – indicador agropecuário
Mercado mantém força em julho e a relação de troca entre os fertilizantes e a saca
de 60 kg de café continua favorável ao produtor situando bem abaixo da média
histórica de três sacas (Tabela III).
TABELA III SACAS NECESSÁRIAS DE CAFÉ PARA ADQUIRIR 1,0 T DE FERTILIZANTE – 20-05-20
Meses R$ US$ Poder de Troca
Agosto/2010 300,00 170,94 2,70
Março/2011 490,00 294,47 1,95
Agosto/2011 475,00 303,51 2,32
Fonte: Cooxupé – Café preço médio RA1 – Dólar a R$ 1,57 – 04/08/2011
LAVOURA.
COLHEITA DA SAFRA MINEIRA 2011/2012 CHEGA A 95%.
A colheita da safra 2011/2012 entra em sua reta final. A maturação mais uniforme, o
clima quente e seco nas principais regiões produtoras de Minas Gerais neste mês
de agosto, não só contribuiu para o desenvolvimento normal dos trabalhos, como
também, para a melhor qualidade do produto. As informações disponíveis até a
presente data, já permitem afirmar que o volume a ser colhido deverá se situar em
torno dos números estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)
e conseqüentemente, são insuficientes para manter o desempenho do último ano-
safra, com 54,6 milhões de sacas comercializadas.
CRESCIMENTO VEGETATIVO
TABELA IV - CRESCIMENTO VEGETATIVO (início em setembro de 2010)
Local
Nº nós/ramo Enfolhamento (%)
1999 -2010 2011 1999-2010 2011 Varginha 7,3 7,2 52,8 36,3 Carmo de minas - 7,6 - 49,3 Boa esperança - 8,0 - 45,5 Araxá - 10,6 - 46,2 Patrocínio - 9,5 - 54,3 Araguari - 9,2 - 57,6 Fonte: Fundação Procafé
AGENDA
INFORMAÇÕES: (31) 3349 8149 – www.emater.mg.gov.br
Lançado o VIII Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais – recebimento de amostras até 06/09/2011
Lançado o 21º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para Espresso– recebimento de amostras até 22/09/2011
Circuito Mineiro de Cafeicultura – Conceição Rio Verde – 09/09/2011
Circuito Mineiro de Cafeicultura – Machado – 15/09/2011
Circuito Mineiro de Cafeicultura – Poço Fundo – 29/09/2011
Circuito Mineiro de Cafeicultura – Ibituruna – 05/10/2011
VI Seminário Internacional de Café – 05 a 06/092011 – Rio de Janeiro
13º Seminário do Café Região Cerrado – 27 a 30/09/2011 – Patrocínio/MG
37º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras – 01 a 04/11/2011 – Poços de Caldas/MG
As altas dos preços nacionais e internacionais da soja e do milho tornaram o feijão
uma cultura menos atraente ao produtor brasileiro de grãos. A tendência é de
redução no cultivo do feijão. Os preços pagos aos agricultores, embora venham
com acréscimos mês a mês neste ano de 2011, ainda não são estimuladores para
os agricultores. A produção da próxima safra, que começa a ser plantada neste
período, pode ser reduzida em até 20%, segundo Marcelo Luders, da Correpar
Corretora de Mercadorias. Como o feijão é plantado em três safras durante o ano,
pode haver estímulo ao plantio da segunda e da terceira safra, caso haja uma
reação dos preços nos próximos meses. A perda na 3ª safra de feijão no Nordeste
brasileiro continua dando suporte ao mercado brasileiro do grão. Faltou chuva nas
principais regiões produtoras desta região, principalmente na Bahia e
Pernambuco. Na Bolsinha de São Paulo, durante o mês de agosto os preços se
mantiveram firmes. A primeira semana foi bem movimentada com preços variando
entre R$ 120,00 e R$ 135,00 por saco de 60 kg, para o feijão carioca extra nota
9/9,5. As vendas na primeira semana de agosto foram consideradas boas e houve
aumento na oferta de feijão de melhor qualidade, nota 9/9,5. Já na segunda e
FEIJÃO Wilson José Rosa E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349.8170 – Belo Horizonte/MG
terceira semanas os preços sofreram um leve recuo, variando entre R$ 115,00 e
R$ 125,00, com o mercado comprador adquirindo somente o necessário e fechou
o mês com preços variando entre R$ 115,00 e R$ 130,00. Neste mês a menor
oferta foi de feijão comercial nota 8. No Estado de Minas Gerais, os preços foram
estáveis com reação leve para cima de forma linear. Na primeira quinzena a
variação foi entre R$ 100,00 e R$ 110,00, seguindo a mesma tendência, fechando
o mês com os preços praticados variando entre R$ 105,00 e R$ 120,00, nas
regiões produtoras do Estado, como mostra o gráfico a seguir:
Fonte: EMATER-MG/DIPRO
No último levantamento de safras, feito pela Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB), da safra 2010/1011, divulgado no início do mês de
agosto, a estimativa de área total plantada, com a cultura de feijão nas três safras
é de 3.879,8 mil hectares, acréscimo de 7,5% em relação à área plantada no ano
anterior de 3608,8 mil hectares. Para a produção, a estimativa é de acréscimo de
12,5% em relação ao ano anterior, que corresponde uma produção total de 3736,8
mil toneladas. A colheita da segunda safra encontra já praticamente encerrada em
todo país, a área plantada estimada é de 1.710,4 mil hectares, acréscimo de
18,4% em relação safra passada, com uma produção de 1.381,6 mil toneladas
35,1% a mais que o ano anterior que foi de 1.022,8 mil toneladas. A estimativa da
segunda safra, para o estado de Minas Gerais, foi de redução da área plantada
para 138,5 mil hectares, uma redução de 10,6% em relação ao ano anterior e a
produção de 181,7 mil toneladas uma redução de 15,1% em relação ao ano
anterior, que foi de 214,1 mil toneladas, resultado das baixas cotações e também
da estiagem ocorrida a partir dos últimos dez dias do mês de janeiro e no mês de
fevereiro, dificultando a semeadura. Para a terceira safra a estimativa de plantio
de área total em todo país é de 749,5 mil hectares, 0,6% a menos que o ano
anterior que foi de 753,8 mil hectares. A produção está estimada em 660,0 mil
toneladas, 21,1% a menos que a safra passada. Os Estados de, Minas Gerais,
Goiás e São Paulo, com lavouras irrigadas e altas produtividades médias são os
maiores produtores de feijão de terceira safra. Em Minas Gerais, a estimativa de
área plantada é de 76,3 mil hectares, 1,5% a mais que a safra passada e uma
produção de 202,8 mil toneladas, 3,5% maior que a safra anterior (CONAB).
O mercado de frango segue firme, com fôlego para manter os preços em alta, em
praticamente todas as regiões acompanhadas pelo CEPEA. Agosto foi encerrado
com valorização de 17,65% sobre o mês anterior e de quase 28,5% sobre agosto
de 2010, além de registrar o maior valor nominal mensal da história do setor
(como os valores da tabela foram arredondados, aparentemente o preço médio
deste último agosto é o mesmo de dezembro de 2010; há porém, ligeira diferença
a favor de agosto de 2011; no entanto, como essa diferença é mínima, o valor
real alcançado em dezembro/10 continua superior ao de agosto/11) (Fonte:
Avisite). Custos de produção elevados e oferta ajustada pressionaram o mercado
de carnes em agosto, afetando índices de inflação no país. Apesar de o cenário
persistir, a retração do consumidor, por conta da alta dos preços, já começa a se
refletir nas cotações, principalmente de frango e suíno. Dados preliminares
divulgados pela SECEX/MDIC sugerem que em agosto as exportações
brasileiras de carne de frango podem ter alcançado o segundo maior volume dos
últimos 24 meses. Conforme o órgão, no mês foram exportadas 318.218
toneladas de carne de frango in natura, outras 16.042 toneladas de
FRANGOS E OVOS
Ana Carolina Castro Euler E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349.8141 – Belo Horizonte/MG
industrializados de frango e 20.459 toneladas de carne salgada. Eventualmente,
no último item pode estar inclusa carne salgada de outro animal. No segmento de
carne de frango, os embarques aumentaram 15%. (Fonte: Avicultura Industrial). O
aumento das exportações e do consumo interno era a combinação esperada há
muito tempo pelos avicultores. O resultado foi imediato na granja. O quilo do
frango vivo chegou a ser negociado a R$ 2,30 em Minas Gerais. Esse foi o maior
valor dos últimos dez anos (Fonte: Avicultura Industrial). O volume de carne de
frango disponibilizado internamente correspondeu a uma oferta pouco superior a
23 kg per capita, o equivalente a 46 kg per capita anual. Esse volume é quase
4% superior ao de 2010, ano em que a disponibilidade interna foi estimada em
pouco mais de 44,5 kg per capita No segmento de carne de frango, os
embarques aumentaram 15%, para 318,2 mil toneladas em agosto, ante 276,9
mil toneladas em julho e ficaram praticamente estáveis ante as 315,3 mil
toneladas embarcadas em agosto do ano passado (Fonte: Avisite). O preço médio
do ovo em agosto foi menor que o de julho; que, por sua vez, já havia sido
inferior ao de junho. Isso preocupa o setor produtivo que se mantem atento à
evolução do mercado. No bimestre julho-agosto, o preço médio do ovo acumulou
uma redução próxima de 4% em relação a junho que sempre é bom destacar já
registrou média inferior às de março e abril. E se esse processo de (lenta mas
contínua) deterioração dos preços prosseguir, causará sérios problemas ao setor
neste e nos meses vindouros. Em agosto, o preço médio obtido pelo produto
apresentou valorização de pouco mais de 24% sobre idêntico mês do ano
passado. Mas isso não teve o menor significado prático, porquanto nos dois
últimos anos (2009 e 2010) o mês de agosto foi encerrado com preços médios
inferiores ao do mesmo mês do ano anterior. Ou seja: o preço atual está menos
de meio por cento acima do preço médio de agosto de 2008. Por conseguinte, a
valorização anual ora registrada, de 24% é ocorrência absolutamente ilusória.
Considerada a inflação (IPCA) acumulada nos últimos três anos, o ovo deveria
ter alcançado em agosto corrente, valor pelo menos 16% superior ao de agosto
de 2008. Mas registrou no mês, desvalorização real de 13,5%. Já a principal
matéria-prima do ovo, o milho, teve valorização cerca de 6,5% acima do IPCA. É
o que reduz significativamente o poder de compra do produtor (Fonte: Avisite).
VARIAÇÃO NAS COTAÇÕES DE FRANGOS
Produto Atacado Granja (R$Kg)-Avimig Média do frango- Avisite
01/08/2011 05/09/2011 Julho/2011 Agosto/2011
Frango abatido resfriado/atacado 3,00 3,10
Frango vivo com ICMS 1,95 2,10 1,77 2,08
VARIAÇÃO NAS COTAÇÕES DE OVOS
Produto Valor R$/Cx/30Dz- Avimig Média do ovo - Avisite
01/08/2011 05/09/2011 Julho/2011 Agosto/2011
Ovos extra grande 58,00 53,00 47,00
46,00
Ovos grandes 57,00 52,00
Ovos médios 55,00 50,00
Ovos pequenos 50,00 45,00
Ovos vermelhos 61,00 56,00
As cotações para a banana Prata permaneceram estáveis durante todo o mês de
agosto, com a cotação de R$ 14,00. Ocorre que apesar da redução de oferta da
banana prata em Bom Jesus da Lapa, o Norte de Minas Gerais apresentou Pico
de Safra nesse Mês. Além disso há no momento uma grande oferta de banana
prata, no vale do Ribeira, que apesar da baixa qualidade também contribuiu para
pressionar os preços da variedade. A oferta deve continuar alta para a prata no
Norte de Minas e Vale do Ribeira até o Mês de outubro. Produtores comentam que
as temperaturas mais elevadas nas próximas semanas podem aumentar a oferta
da variedade, pressionando ainda mais as cotações da fruta, no entanto, mesmo
com ligeiro aumento na oferta de prata, a procura elevada deve contribuir para que
os preços permaneçam firmes. Já a banana nanica no Norte de Minas chegou a
ter a cotação valorizada em 60% durante o mês, passando de R$ 10,00 a caixa de
22 kg para R$ 16,00, recuando no fim do mês para R$ 14,00. O motivo foi a baixa
oferta de nanica que impulsionou as cotações nas regiões produtoras, nesta
FRUTICULTURA Deny Sanábio E-mail: [email protected] (31) 3349.8126 – Belo Horizonte/MG
semana. Desde o início do inverno (julho), há pouco volume da variedade nas
roças e, com as enchentes ocorridas no Vale do Ribeira (SP) no início de agosto,
a oferta reduziu ainda mais, refletindo em aumento nos preços. Segundo agentes
do setor, o volume de nanica deve continuar reduzido durante o segundo
semestre, podendo aumentar ligeiramente em algumas praças com o retorno de
temperaturas elevadas e chuvas mais regulares. Com a menor oferta, os preços
da variedade devem ser mais atrativos ao produtor, resultando em boa
rentabilidade neste ano. Fonte: ABANORTE. Colaboração: Raimundo Mendes de Souza
Jr. Ext. Agr – Nova Porteirinha – EMATER/MG
No mês de julho, a oferta de leite foi relativamente estável devido ao clima
desfavorável no Sul e a entressafra no Sudeste e Centro-Oeste, o que sustentou
os preços em agosto. O valor médio pago aos produtores pela produção entregue
em julho seguiu no mesmo patamar dos meses anteriores, com leve aumento de
0,6% frente ao último pagamento, sendo que a média ponderada dos estados de
RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA chegou a R$ 0,8698 / litro (preço bruto). O preço
médio de agosto foi 18% superior ao do mesmo período do ano passado, em
termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de julho/11). Em agosto de 2010, os
preços estavam em queda, por conta do aumento da produção no período.
Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite – JUNHO/11. (Base 100=Junho/2004)
127,73
131,80
80
90
100
110
120
130
140
150
160
jun/
04
set/0
4
dez/0
4
mar
/05
jun/
05
set/0
5
dez/0
5
mar
/06
jun/
06
set/0
6
dez/0
6
mar
/07
jun/
07
set/0
7
dez/0
7
mar
/08
jun/
08
set/0
8
dez/0
8
mar
/09
jun/
09
set/0
9
dez/0
9
mar
/10
jun/
10
set/1
0
dez/1
0
mar
/11
jun/
11
ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP IBGE - PTL
Patamar de Junho de 2010
Cinthya Leite Madureira E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349.8115 – Belo Horizonte/MG
LEITE
Fonte: CEPEA-Esalq/USP
O Índice de Captação de Leite do CEPEA (ICAP-Leite) desacelerou na região Sul
em julho devido ao clima desfavorável na região (geadas e frio intenso), que
prejudicou a produção de pastagens. O clima seco e os custos em alta também
limitaram a produção de leite nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. No geral, o
ICAP-Leite aumentou 1% em julho, considerando-se a média Brasil (sete estados).
Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS,
SC, PR, SP, MG, GO e BA)
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
R$/
liyto
2010
2009
Média 2001 a 2010
2007
2008
2011
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Tabela 1 - Preços pagos pelos laticínios (bruto) e recebidos pelos produtores (líquido) em
AGOSTO/2011, referente ao leite entregue em JULHO/2011.
Região
Bruto
(c/frete e CESSR, ex-Funrural)
Preço
líquido
Var. % Bruto Var. %
Líquido
Máximo Mínimo Médio Médio Agosto/
Julho
Agosto/
Julho
Triâng./Alto Paranaíba 0,9864 0,8338 0,9259 0,8632 0,36% 0,50%
Sul/Sudoeste de Minas 0,9316 0,7849 0,8765 0,8159 1,15% 1,66%
Vale do Rio Doce 1,0006 0,8238 0,8897 0,8270 2,27% 2,14%
Metropolitana de BH 1,0420 0,8232 0,8959 0,8344 0,66% 0,34%
Média Estadual 0,9587 0,8062 0,8827 0,8250 1,32% 2,10%
Média Nacional 0,9372 0,7498 0,8698 0,8071 0,56% 0,74%
Fonte:Cepea. Adaptado por Detec/EMATER-MG
Em agosto, o maior aumento do preço pago ao produtor ocorreu em Santa
Catarina, de 4,6% (3,7 centavos/litro) em relação ao pagamento de julho, com a
média a R$ 0,8599 / litro. Em Minas Gerais, a média foi de R$ 0,8827 / litro,
aumento de 1,3% (1,2 centavo por litro frente a julho). As quatro regiões de Minas
Gerais pesquisadas pelo CEPEA-Esalq/USP (Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba,
Sul/Sudoeste de Minas, Vale do Rio Doce e Metropolitana de Belo Horizonte)
apresentaram aumento no pagamento ao produtor pelo leite entregue em julho.
TENDÊNCIAS
Para o próximo pagamento, 50% dos agentes compradores de leite entrevistados
pelo CEPEA, acreditam em alta nos preços, enquanto 47% esperam estabilidade.
Apenas 3% acreditam em queda nas cotações. Este cenário é verificado tanto na
região Sudeste e Centro-Oeste, onde o período é de entressafra, quanto no Sul do
País. Esperava-se que a safra de inverno deste ano fosse, pelo menos, 10%
superior à de 2010, porém agentes compradores já comentam que a produção
desta safra de inverno de 2011, deverá ser inferior à estimada anteriormente,
ficando semelhante a do ano passado. No mercado spot - comercialização entre
as empresas, a menor oferta de matéria-prima tem sustentado os preços, o que
aumenta a disputa pelo leite entre os laticínios e cooperativas. Vale lembrar que o
mercado spot funciona como um “termômetro” para o mercado de leite ao
produtor.
Os preços de milho cotados na temporada atual e que segue com majoração
superior em relação ao ano anterior, poderá interferir positivamente na definição
dos produtores brasileiros, quanto ao plantio da nova safra. No Brasil que em
2010, os preços do grão situaram entre R$ 18,00 e R$ 20,00 o saco de 60 kg, este
ano, neste período de preparação da safra 2011 / 2012 e principalmente no Sul do
país, em que as lavouras estão sendo implantadas, com as cotações bem acima
MILHO
Luiz Fernando Ferreira E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349.8138 – Belo Horizonte/MG
da praticada em relação ao ano passado, está proporcionando expectativas de
uma maior área de cultivos. Esta tendência de expansão de área plantada também
deverá ser seguida pelos produtores de Minas Gerais, considerando a influencia
das cotações nas principais regiões de maior produção, que estão sendo mantidas
por várias semanas, entre R$ 26,00 e R$ 30,00, o saco de 60 kg. Possivelmente
estes preços terão interferência na decisão dos agricultores mineiros, quanto as
lavouras do cereal, na safra 2011/2012. O comportamento das cotações de milho
em Minas, pode ser observado em www.emater.mg.gov.br ($ Preço Pago ao
Produtor), divulgado semanalmente pela EMATER-MG. No Brasil, no ano passado
havia milho com menor preço no Centro Oeste diante da disponibilidade do
produto, mas nesta temporada talvez pela produção que foi reduzida, os preços
estão relativamente estáveis no mercado, mas ainda assim, considerados mais
altos do que em períodos anteriores. Como em todo país, com preços do milho em
patamares mais altos, com demanda intensa no mercado interno assim como no
mercado externo, verifica que no Rio Grande do Sul, o cereal deverá ser o produto
com maior área de expansão, como evidencia levantamento realizado em mais de
300 municípios daquele estado sulino, pela EMATER-RS. Com isso pelas
informações de dirigentes dos serviços de extensão do Rio Grande do Sul, o milho
está ganhando áreas que tradicionalmente eram ocupadas pela soja, nos últimos
anos. Diante das perspectivas de aumento de cultivo para a próxima safra, é
interessante que os produtores também atentem para melhoria da produtividade.
O aumento da produção com melhoria da produtividade do milho cultivado,
mesmo com o uso de tecnologias avançadas, responsável em grande parte pelo
crescimento das safras, não tem sido suficiente para para abastecer os mercados
na quantidade demandada, visto que para promover os ajustes necessários e
atender os grandes consumidores mundiais, há que se ter mais produtos com
estoques disponíveis e tempo para se produzir, o que não se resolve a curto
prazo. No Brasil, no ano passado havia milho com menor preço no Centro Oeste
diante da disponibilidade do produto, mas nesta temporada talvez pela produção
que foi reduzida, os preços estão relativamente estáveis no mercado, mas ainda
assim considerados mais altos do que em períodos anteriores. Considerando que
o abastecimento brasileiro deste ano está garantido, as atenções voltam se para a
implantação da próxima safra de milho, principalmente se deve ser aumentado ou
não os cultivos e a quantidade de insumos a serem empregados. Na produção
nacional ainda existe uma grande área cultivada com sementes salvas pelos
produtores, cerca de 2 a 2,4 milhões hectares, o que implica em menor
investimento mas também, com menor rendimento da cultura. De acordo com
estudos feitos por pesquisadores da Embrapa, tendo como referência produtores
existentes nas diversas regiões brasileiras, a produtividade de 14 000 kg/ha é uma
meta possível de ser alcançada, com práticas sustentáveis. Levantamentos feitos
a partir de 2009 em 1095 propriedades, segundo o pesquisador da Embrapa José
Carlos Cruz, foram registrados rendimentos superiores a 12 toneladas por hectare
em 326 propriedades, sendo que a maior produtividade foi de 16,53 toneladas.
Assim sendo, sementes, fertilidade dos solos, as exigências nutricionais e a
adubação são componentes essenciais para a construção de um sistema de
produção eficiente. A evolução no segmento tecnológico utilizado na produção do
milho brasileiro para uma maior produtividade, tem sentido quando integrado com
o uso racional dos insumos, à sustentabilidade e à maior rentabilidade da
exploração. Em 2010/2011, conforme o 12º levantamento realizado pela CONAB,
o Brasil cultivou uma área de 13 milhões 838 mil 700 há, com produção estimada
de 57 milhões, 514 mil e 100 toneladas. Com esta produção, ainda assim tem
ocorrido variações de preços do milho o que tem provocado desequilíbrio nos
custos de produção, principalmente das empresas e produtores envolvidos com as
cadeias produtivas de aves e suínos. Fonte: Safras, Conab, Cimilho, Noticiasagrícolas,
EMATER-MG.
PANORAMA
Foi autorizado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento o registro da primeira vacina para uso comercial em
peixes no Brasil. A autorização é resultado de uma parceria com o Ministério da
PEIXES
Frederico Ozanam de Souza E-mail: [email protected] Tel: (35) 3522.1166 – Passos/MG
Pesca e Aquicultura (MPA). O suporte técnico para análise dos processos
específicos para a aquicultura permitiu que o Ministério da Agricultura pudesse
atuar com mais agilidade na análise de produtos veterinários específicos para a
área. A vacina será usada na tilápia do nilo, uma das espécies mais cultivadas no
Brasil. A função da vacina é proteger os peixes contra a infecção por uma bactéria
chamada Streptococcus agalactiae. Essa bactéria causa quadros clínicos severos
de septicemia e encefalite, infecções do sistema nervoso central, em tilápias na
fase de engorda, principalmente durante os meses mais quentes no ano. A doença
é observada com frequência nos cultivos em tanques rede e a mortalidade pode
ser elevada causando prejuízos econômicos consideráveis aos produtores.
Trabalhos científicos realizados por universidades brasileiras mostram que essa
doença ocorre em diversos estados do país, como Santa Catarina, Paraná, Rio de
Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Alagoas.
A vacina, que deve ser lançada em breve no mercado brasileiro, representa um
claro avanço na sanidade aquícola, de acordo com o diretor do Departamento de
Monitoramento e Controle da Pesca e Aquicultura do MPA, Henrique Figueiredo.
Essa nova vacina representa uma das alternativas para os produtores no combate
e controle dessa importante enfermidade da tilapicultura.
MERCADO
O preço da carne de peixes, recebido pelos produtores, se mantém instável.
O preço foi o seguinte: peixe vivo de tilápia variou de R$ 3,00 a R$ 4,50 o kg e o
filé situou em torno de R$ 14,00 o kg. Outras espécies de peixe vivo, como o
matrinchã, pacu e tambaqui, tiveram os preços cotados entre R$ 4,00 e R$ 5,00 /
kg. A truta (peixe de clima temperado) foi comercializada entre R$ 6,50 e R$ 8,50
por kg. Para as espécies de peixes considerados nobres, como o surubim e o
dourado, o preço foi o seguinte variando entre R$ 6,00 a R$ 10,00/kg vivo. A
seguir quadro com preço da carne de Peixe recebido pelos produtores, com
respectivas variações do período:
PREÇO DA CARNE DE PEIXE
PREÇO DA CARNE DE PEIXE RECEBIDO
PELOS PRODUTORES RURAIS
4,204,304,40
4,504,604,704,80
4,905,005,10
JAN. FEV. MAR ABR MAI JUN JUL AGO
PR
EÇO
R$
TENDÊNCIA
A tendência é que o preço da carne do peixe permaneça neste patamar no
próximo mês se a temperatura média não abaixar.
O último levantamento de safras, feito pela Companhia Nacional de Abastecimento
(CONAB), divulgado no início do mês de setembro, confirma o crescimento da
produção de soja em 9,7% na produção nacional, em relação ao ano anterior, um
novo recorde de produção brasileira. A estimativa de produção apontada no
levantamento é de 75,34 milhões de toneladas. O aumento da área plantada, que
passou de 23.467,9 mil ha no ano anterior, para 24.158,1 mil hectares, as
condições climáticas favoráveis, maiores investimentos em tecnologia
proporcionaram aumento da produtividade de 2,927 para 3.106 kg por hectare. O
clima de forma geral beneficiou as lavouras. Na região Centro-Oeste, nos meses
de fevereiro e março em algumas áreas pontuais, as precipitações foram mais
intensas, causando transtornos à colheita e perdas de qualidade do produto,
SOJA Wilson José Rosa E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349.8170 – Belo Horizonte/MG
principalmente em Mato Grosso do Sul, onde a safra foi concluída com
produtividade de 2.860 kg/ha. No estado de Minas Gerais, principalmente na
região do Triângulo Mineiro, devido a ocorrência de chuvas excessivas no período
de colheita, acabou prejudicando a colheita da soja precoce, com perdas pontuais
e consequentemente redução da produtividade média que ficou em 2.750 kg/ha.
Porém no geral a produção foi superior ao ano anterior. O último boletim da USDA
traz uma estimativa de redução ainda maior de produção da safra Norte
Americana, que deverá ser de 83,17 milhões de toneladas. Esta estimativa
continua na dependência das condições climáticas que não têm sido favoráveis. O
mercado continua de olho no desenvolvimento desta safra dos Estados Unidos e
principalmente no comportamento do clima. Nos últimos dias a taxa de câmbio
passa por pequena elevação, porém sem muita sustentação devido às incerteza
da capacidade dos Estados Unidos e países da União Europeia, resolverem os
problemas econômicos. No momento toda atenção se volta para safra brasileira
2011/2012, que se inicia nos próximos dias e estende até final de dezembro. Na
região Centro-Oeste os produtores estão aguardando somente a regularização
das chuvas para iniciar o plantio. O movimento de venda tanto da safra passada
como da safra a ser plantada teve uma grande movimentação nas últimas
semanas. De acordo coma Consultoria Safras & Mercado, 81% da safra
2010/2011 já foi comercializada e para a safra 2011/2012 a comercialização
antecipada atinge 22% da produção esperada.
Preços em reais por saco de 60 kg de soja, praticados em diferentes Regiões do Brasil
Região 05-08-2011 1 semana atrás 1 mês atrás 1 ano atrás
Passo Fundo-RS 50,00 49,00 47,50 42,50
Rondonópolis-MT 44,50 44,50 42,80 39,90
Mogiana-SP 48,00 48,00 45,50 40,50
Uberlândia-MG 46,00 48,00 46,00 43,00
Fonte: Safras & Mercado Adaptado EMATER-MG
Os preços da soja no Estado de Minas Gerais, tiveram um comportamento quase
estável durante todo o primeiro semestre deste ano, iniciando o mês de janeiro
com preço médio de R$ 48,00 reduzindo gradativamente até fechar o mês de julho
com preço médio de R$ 42,50, porem durante o mês de agosto houve uma leve
recuperação fechando o mês com preço com variação entre R$ 43,00 e R$ 46,00
por saco de 60 kg, nas regiões produtoras do estado.
A queda na rentabilidade dos suinocultores foi sentida nas regiões Sudeste e Sul
do país. Segundo levantamento do CEPEA, os preços de agosto apresentaram
queda de até 20% na comparação com julho. Os recuos acontecem tanto no
mercado interno quanto no externo. Em Minas Gerais a desvalorização chegou a
19%, em São Paulo 17%, Santa Catarina 8%, e Rio Grande do Sul, 5% (Fonte:
Suinocultura Industrial). A um ano suinocultores recebia 27% a mais pelo animal e o
milho estava 40% mais barato. Para se comprar uma tonelada de milho são
necessárias 12,2 arrobas, enquanto em agosto do ano passado comprava-se a
mesma quantidade com 6 arrobas. A margem da atividade se estreitou bastante. A
oferta de animais terminados é maior do que a demanda existente (Fonte:
suíno.com). O governo gaúcho prorrogou por mais dois meses, a partir de 1º de
setembro, a isenção de ICMS sobre a venda de suínos vivos para outros estados
e sobre a comercialização de carne suína in natura, dentro do Rio Grande do Sul.
Sem o benefício, a tributação sobre a venda de animais para outros Estados seria
de 12% e as vendas internas de produtos derivados, de 7%. O Rio Grande do Sul
decidiu estender a isenção para estimular a venda dos produtos e compensar pelo
menos parcialmente os efeitos do embargo russo à importação de carne suína
brasileira (Fonte: Suinocultura Industrial). As exportações brasileiras de carne bovina,
suína e de frango in natura (não processada) aumentaram em agosto na
comparação com julho. Quanto à carne suína, os embarques cresceram 29%, ou
seja, passou de 30 mil toneladas em julho para 38,7 mil toneladas em agosto.
SUÍNOS
Ana Carolina Castro Euler E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349.8141 – Belo Horizonte/MG
Na comparação com agosto de 2010, quando 41,9 mil toneladas foram
embarcadas, houve queda de 7,64%(Fonte: Porkworld).
A seguir, pode ser observado a cotação de suínos, por estado brasileiro:
COTAÇÃO (R$)
29 / 07 / 2011 02 / 09 / 2011
SP 3,20 2,56
PR 2,60 2,15
SC 2,10 2,45
GO 3,20 3,25
RS 2,38 2,68
MG 3,25 2,60
MS 2,40 2,30
MT 2,35 2,15
COMPORTAMENTO
No mês de agosto, os preços do tomate in natura praticados no atacado de acordo
com a Ceasaminas, no entreposto de Contagem: Tomate tipo AA do grupo Longa
Vida foi comercializado a R$ 29,83 e Santa Clara R$ 31,16 preço médio da caixa
com 22 kg. Tomate tipo A do grupo Longa Vida foi comercializado a R$ 17,08 e
Santa Clara R$ 17,66 preço médio da caixa com 22 kg. Na Ceagesp, os preços do
tomate comercializado no atacado, tipo AA dos grupos Longa Vida e Santa Clara
tiveram uma cotação média de R$ 43,78 a caixa de 22 Kg e R$ 34,98 a caixa de
22 kg do tipo A, sendo estes valores referentes à segunda quinzena de agosto.
Segundo pesquisa de preços realizada no varejo pela Ceasaminas do dia 07/09 a
09/09, os valores do quilo do tomate in natura praticados nos hipermercados e
supermercados da grande BH, obtiveram um preço médio de R$ 3,35 e nos
sacolões foi de R$ 2,39, sendo o preço médio no varejo de R$ 2,78. No atacado,
no mesmo período, o preço pago pelo quilo foi de R$ 1,18. O preço no varejo em
relação ao atacado obteve uma variação de 135,60 %. Portanto a caixa de 22 kg
vendida no atacado neste período, em média por R$ 25,96, foi revendida no varejo
TOMATE
Georgeton S. R. Silveira E-mail: [email protected] Tel: (31) 3349-8148 – Belo Horizonte//MG
Fonte: suinocultura industrial
em média por R$ 61,16. O aumento dos preços do tomate in natura no atacado,
refletem o início do período de entressafra da cultura, que ocorre a partir de
agosto.
TENDÊNCIAS
Com o início do período de entressafra, a provável diminuição da oferta, poderá
levar os preços praticados no atacado no segundo semestre, a patamares maiores
do que os observados no primeiro semestre do ano. Outro fator que reflete o
aumento da demanda é a entrada de períodos com maiores temperaturas, o que
eleva o consumo de tomate em forma de saladas. O esperado para o mês de
setembro é que os preços se mantenham no mesmo patamar de agosto com
tendência de alta, isso dependerá da oferta do produto proveniente de outros
estados produtores como São Paulo e Espírito Santo.
Veja no gráfico abaixo o comportamento dos preços médios pagos no atacado na
Ceasaminas, pela caixa de 22 kg de tomate, entreposto de Contagem até o mês
de agosto:
Valores em R$
Meses Fonte: Ceasaminas preços médios no período.
SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - SEAPA/MG
Secretário de Estado: Elmiro Alves do Nascimento
Secretário Adjunto: Paulo Afonso Romano Subsecretário do Agronegócio: Baldonedo Arthur Napoleão
Superintendente de Economia Agrícola: João Ricardo Albanez Centro de Análises e Estudos Estratégicos: Fátima Aparecida Lage Pinheiro/ Manoela Teixeira de Oliveira
EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL - EMATER/MG
Presidente: Maurílio Soares Guimarães Diretor Técnico: José Rogério Lara
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