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Prof. Ricardo Berilo RESPOSTA DO RÉU PARTE 2

Prof. Ricardo Berilo RESPOSTA DO RÉU PARTE 2. EXCEÇÕES

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Prof. Ricardo Berilo

RESPOSTA DO RÉU

PARTE 2

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EXCEÇÕES

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CONCEITO:

• Por exceção deve-se entender uma peça específica, autônoma, se parada da contestação, que será autuada em autos apartados (CPC, art. 299), cujo único objetivo será discutir determinado tema, estipulado em lei.

• Humberto Theodoro Júnior conceitua a exceção como o “incidente processual destinado a arguição da incompetência relativa do juízo, e de suspeição ou impedimento de juiz”.

• Esse conceito traduz a previsão legislativa de que devem ser alegados pela via da exceção a incompetência relativa, o impedimento e a suspeição, retirando do rol da contestaçao essas matérias.

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PRAZOS:

• O prazo para apresentar a exceção, se suscitada pelo réu que já possuía conhecimento de sua ocorrência, é o mesmo da contestação, ou seja, 15 dias (no procedimento ordinário); se o réu não sabia de sua ocorrência o lapso temporal se inicia na data do conhecimento do fato.

• O autor também pode se valer da exceção de impedimento ou suspeição.

• A teor do constante no art. 306, uma vez interposta a exceção, o prazo para apresentação da contestação é suspenso, voltando a correr de onde parou, após o julgamento da exceção (Isso é importante porque naquela peça, o réu não se contrapõe aos argumentos do autor).

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EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO:

• Não restam dúvidas de que para que o processo atinja o seu objetivo de solução de conflitos e pacificação social, a imparcialidade do órgão julgador é imperiosa.

• Entretanto, eventualmente, o juiz pode ter algum relacionamento pessoal com as partes do processo ou com seus advogados, colocando dúvidas quanto à sua isenção para o julgamento da causa.

• Exatamente para resolver tal situação, e evitar qualquer mácula no processo, é que surgem as figuras do impedimento e da suspeição.

• O art. 138 explica que é possível apontar o impedimento ou a suspeição não só do juiz, mas também do MP, de serventuário da justiça, do perito e do interprete.

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• O art. 134 explica que: É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:

• I - de que for parte;

• II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;

• III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;

• IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;

• V - quando cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;

• VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.

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• Como se vê pela dicção do art. 134, o impedimento se caracteriza por situações objetivas, em que é absolutamente incompatível o julgamento da causa por parte do magistrado em razão do seu envolvimento concreto com um dos participantes do processo ou com a causa em debate.

• Já a suspeição, prevista no art. 135, ocorre em casos mais subjetivos, que induzem não ser conveniente que o juiz julgue determinada causa. São elas:

• I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;

• II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes deste, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;

• III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;

• IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;

• V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

• Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.

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EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA

• A incompetência alegada por meio de exceção é a relativa (alegada pela via da exceção - CPC, arts. 112 e 307), visto que a incompetência absoluta deve ser alegada em preliminar de contestação (CPC, art. 301, II).

• Para que fique claro qual dos instrumentos deverá ser utilizado, faz-se necessária uma breve análise sobre tais modalidades de incompetência.

• O art. 111 do CPC, ao explicar que “A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações”, deixa claro que estamos diante de dois tipos de competência (absoluta e relativa), cada qual apresentando duas espécies de competência.

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• A incompetência absoluta, fundada no interesse público e inderrogável (ou seja, inafastável), compreende a competência em razão da matéria e em razão da função (ou hierarquia); a incompetência relativa, fundada no interesse das partes e derrogável (ou seja, pode ser afastada ou suprida conforme a conveniência das partes), compreende a competência em razão do território e do valor da causa.

• A incompetência relativa é prorrogável, o que significa dizer que, se a parte interessada permanecer inerte (não apresentando a exceção de incompetência relativa), o juiz, antes relativamente incompetente, passará a ser competente para julgar a causa (CPC, art. 114).

• Há uma exceção, presente no parágrafo único do art. 112: poderá o juiz conhecer de ofício da incompetência relativa se o foro de eleição estiver previsto em cláusula de contrato de adesão.

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• Acerca do tema, é possível apresentar o seguinte quadro:

Tipo de competência Possibilidade de conhecimento de ofício pelo Juiz

Formas de arguição pelo réu

Consequências da não arguição

Absoluta Sim (art. 113) Preliminar de contestação (art. 301, II)

Inexiste. Pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 113), inclusive após o trânsito em julgado, via ação rescisória (art. 485, II)

Relativa Em regra não (arts. 113 e 114); excepcionalmente sim (art. 112)

Exceção de Incompetência relativa (arts. 112, 304 e 307)

A competência é prorrogada (art. 114)

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• EXERCÍCIOS

• 1. Ação de alimentos proposta na Justiça Eleitoral, por ser odevedor candidato a cargo eletivo nas próximas eleições.

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• EXERCÍCIOS

• 1. Ação de alimentos proposta na Justiça Eleitoral, por ser odevedor candidato a cargo eletivo nas próximas eleições.

• Resposta:

• Incompetência absoluta, em razão da matéria, apontada em preliminar de contestação (causa deve ser julgada pela Justiça Estadual, já que não importa qual a profissão do devedor de alimentos, para fins de fixação de competência).

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• EXERCÍCIOS

• 2. Mandado de segurança contra ato do Superintendente da Receita Federal em trâmite perante a Justiça Estadual.

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• EXERCÍCIOS

• 2. Mandado de segurança contra ato do Superintendente da Receita Federal em trâmite perante a Justiça Estadual.

• Resposta:

• Incompetência absoluta, em razão da matéria, apontada em preliminar de contestação (causa deve ser julgada perante a Justiça Federal, já que se trata de autoridade federal - CF, art. 109, I e VIII).

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• EXERCÍCIOS

• 3. Ação anulatória de título ajuizada contra o Banco do Brasil perante a Justiça Federal.

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• EXERCÍCIOS

• 3. Ação anulatória de título ajuizada contra o Banco do Brasil perante a Justiça Federal.

• Resposta:

• Incompetência absoluta, em razão da matéria, apontada em preliminar de contestação (sociedade de economia mista fede ral - caso do Banco do Brasil - é julgada perante a Justiça Estadual; empresa pública federal é que é julgada perante a Justiça Federal - CF, art. 109, I, e Súmula 42, STJ *).

• * 42 - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.

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• EXERCÍCIOS

• 4. Ação de cobrança ajuizada em Goiânia, por autor domiciliado nessa cidade e réu com domicílio em Belo Horizonte.

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• EXERCÍCIOS

• 4. Ação de cobrança ajuizada em Goiânia, por autor domiciliado nessa cidade e réu com domicílio em Belo Horizonte.

• Resposta:

• Incompetência relativa, em razão do território, apontada via exceção de incompetência (ação deveria ter sido proposta no do micílio do réu, Belo Horizonte, nos termos do art. 94 do CPC).

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• EXERCÍCIOS

• 5. Despejo por falta de pagamento ajuizado em Maringá de imóvel situado em tal comarca. Foro de eleição contratual é a comarca de Londrina.

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• EXERCÍCIOS

• 5. Despejo por falta de pagamento ajuizado em Maringá de imóvel situado em tal comarca. Foro de eleição contratual é a comarca de Londrina.

• Resposta:

• Incompetência relativa, em razão do território, apontada via exceção de incompetência (como se tratava de competência territorial, possível a escolha de foro pelas partes, razão pela qual a ação deveria ter sido proposta em Londrina, foro de eleição constante do contrato - CPC, art. 111, e Lei 8.245/1991, art. 58, II).

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• MODELO

• Caso Prático:

• Inadimplemento contratual em que não há título executivo. Ação de cobrança proposta pelo procedimento comum ordinário ajuizada em Vitória (1a Vara Cível, Processo n. 1.234/2008), domicílio do credor. Devedor residente no Rio de Janeiro.

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• MODELO

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO.

Ainda que se entenda que este juízo é Incompetente, a exceção deve ser endereçada a ele.

• A ser distribuída por dependencia do processo nº 1234/2008

Deve-se indicar o número do processo ao qual a exceção diz respeito para que ela possa ser apensada a ele. Opcionalmente, podese indicar o nome das partes

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BENTINHO MACHADO, já qualificado nos autos do processo em epigrafe, por seu advogado in fine assinado, vem perante Vossa Excelencia, com fulcro no art. 112 c/c os arts. 304, 307 e seguintes do CPC, tempestivamente, no prazo da resposta, propor a presente

Se o Excipiente nao estiver devidamente qualificado, deve-se faze-lo nesse momento.

Pode-se nomear a peça, também, como: "exceção de incompetência"; "exceção de incompetência territorial"; "exceção de incompetência ratione loci", etc.

desse MM. Juízo, na demanda proposta por CAPITU DE ASSIS, igualmente já qualificada nos autos do processo em epígrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA

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Pretende a autora, ora Excepta, o recebimento de valores supostamente devidos pelo réu, ora Excipiente.

Se o advogado preferir, pode fazer tópicos (V.G.: 1. Síntese da causa; 2. Do foro com petente; 3. Conclusão). Entretanto, é necessário que se explique a causa, pois somente com base nessa informação será possível saber qual a regra aplicável.

No entanto, a demanda foi proposta em foro territorialmente incompetente (ratione loci), visto que se trata, claramente, de ação é fundada em direito pessoal, sendo competente para conhecer e decidir da lide, a teor do art 94 do CPC, o juizo do foro do domicilio do devedor.

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Destarte, diante da flagrante incompetência deste Douto Juízo para julgar a presente ação, requer-se seja a presente recebida e mandada autuar em apartado (CPC, art. 299), sendo ordenada a suspensão da causa principal (CPC, art. 265, III, c/c o art. 306), ouvindo-se a excepta em 10 (dez) dias e, se for o caso, designando-se audiência de instrução (CPC, arts. 308 e 309) e, ao fnal deve a competencia ser declinada em favor do foro do domicilio do devedor que, in casu, é o da Comarca do Rio de Janeiro.

Na conclusao da peça, o excipiente deverá, obrigatoriamente, indicar para qual foro pretende a remessa dos autos.

Termos em que pede e espera deferimento.

Local, data.

Advogado

OAB.

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RECONVENÇÃO

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GENERALIDADES:

• Na maioria dos processos judiciais, em regra, o pedido é formulado pelo autor, em sua inicial, limitando-se o réu, na contestação, em se defender.

• Imaginando que em alguns casos, simplesmente se defender, não é suficiente para o réu, o legislador o dotou com um instrumento no qual é possível, também ao réu, formular um pedido em face do autor. Esse instrumento é a reconvenção.

• A revonvenção é, assim, não uma mera peça de defesa, mas um verdareiro contrataque colocado à disposição do réu.

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• Imaginemos uma situação de litígio envolvendo um contrato. Ingressa o autor em juízo afirmando que houve descumprimento de determinada cláusula pelo réu, pedindo, como consequência, a impo sição de certa pena prevista no contrato. Pelo outro lado, decorrente desse mesmo contrato, pode o réu entender que na verdade houve descumprimento pelo autor - e nada impede que se busque em juízo determinada indenização.

• Como já mencionado, em regra, não é possível que se formule tal pedido na contestação. Assim, para obter tal condenação, seria necessário o ajuizamento de uma nova demanda pelo réu.

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• Destaque-se que o manejo da Reconvenção não elide o uso da contestação que também deve ser apresentada (em petição separada e no mesmo prazo).

• Assim, ação e reconvenção serão processadas nos mesmos autos (e não em apartado) e serão julgadas ao mesmo tempo, na mesma sentença (CPC, art. 318).

• Vale destacar que a reconvenção, apesar de ser inicialmente dependente da ação originária (só há reconvenção se existir, inicialmente, uma ação), uma vez ajuizada, passa a ser ação autonoma, desvinculada do resultado da ação originária, de forma que mesmo que haja desistência da ação originária por parte do autor, ou que haja a extinção sem mérito por qualquer razão, a reconvenção prosseguirá e será julgada normalmente (CPC, art. 317).

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REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL DA RECONVENÇÃO

• Segundo o disposto no art. 315 do CPC, é possível ao réu reconvir somente se houver conexão entre a reconvenção e a ação originária ou entre a reconvenção e a contestação também ofertada pelo réu.

• Destarte, como requisito de admissibilidade, devem existir a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto (CPC, art. 103) entre a reconvenção e alguma peça do processo (petição inicial ou contestação).

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• Estando presentes os requisitos legais, a reconvenção seguirá basicamente todas as regras já mencionadas acerca da petição inicial. Na verdade, a reconvenção é, na prática, uma petição inicial, razão pela qual deverá seguir todos os requisitos de tal peça, com algumas peculiaridades:

1. No tocante à nomenclatura das partes, o autor da reconvenção (réu da ação) é denominado reconvinte, ao passo que o réu da reconvenção (autor da ação) é chamado de reconvindo;

2. A teor do art. 316, não se requer a citação do réu da reconvenção, mas sim em intimação do reconvindo, na pessoa de seu advogado já constituído nos autos, para contestar a reconvenção sob pena de revelia.

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HIPÓTESES EM QUE NÃO CABE RECONVENÇÃO

• Há casos em que, por expressa previsão legal, não se mostra possível a utilização da reconvenção. Nessas situações, costuma-se falar em pedido contraposto. Assim, nesses casos, se tiver de formular algum pedido em face do autor, deverá o réu simplesmente fazê-lo em sua contestação.

• Não cabe reconvenção no procedimento sumário, por expressa previsão legal (CPC, art. 278, § 1º), Em tal procedimento, é lícito ao réu formular, na própria contestação, "pedido em seu favor“ (o pedido contraposto).

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• Tampouco cabe reconvenção no procedimento especial dos Juizados Especiais Cíveis (Lei 9.099/95, art. 31), sendo possível ao réu formular “pedido em seu favor” (pedido contraposto).

• Há ainda outra situação em que não cabe reconvenção. Não se fala em tal modalidade de defesa nas "ações dúplices". Em tais situações, expressamente previstas em lei (procedimentos especiais), em caráter excepcional afirma o legislador que é lícito ao réu formular determinados pedidos na própria contestação. O melhor exemplo é o caso das ações possessórias, em que a lei permite ao réu formular, na própria contestação, pedido referente à proteção possessória e indenização pelas benfeitorias (CPC, art. 922).

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• MODELO

• Caso Prático:

• João foi citado em Ação de Alimentos movida por Maria nos autos do Processo nº 12345/2012, que tramita na 7ª Vara de Família da Comarca de João Pessoa.

• Na ação, Maria, que possui salário mensal superior a R$ 10.000,00, requer que João, que recebe salário bem inferior, mora na casa dos pais e tem a guarda do filho advindo do casamento com Maria lhe pague pensão.

• João acredita que, na verdade ela é quem lhe deve pagar pensão , estipulando o valor de R$ 1.000,00.

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• MODELO

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 7ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DA PARAÍBA.

Proc. nº 12345/2012

Apesar de ser equivalente a uma petição inicial, como será juntada aos autos, se faz necessário endereçar para o juizo onde corre o processo originário e indicar-lhe o número

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JOÃO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado in fine assinado, vem perante Vossa Excelencia, tempestivamente, no prazo da resposta, propor a presente

Em face de MARIA, igualmente qualificada nos autos do processo em epígrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

Se o Reconvinte e o Reconvindo não estiverem devidamente qualificados, deve-se fazê-lo nesse momento.

RECONVENÇÃO

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A Reconvinda propôs, em face do Reconvinte a Ação de Alimentos em epígrafe, alegando ter sido casada com este e requerendo, por tal fato que ele seja condenado a lhe fornecer alimentos.

Apesar de não ser requisito essencial, é sempre interessante, antes de se discutir qualquer assunto, narrar os fatos que resultaram na posição do seu cliente.

Ocorre que, diferentemente do que alega a Reconvinda na ação de alimentos proposta, o Reconvinte não possui recursos para arcar com as suas despesas próprias, as de seu filho, sob a guarda dele e da reconvinda.

O reconvinte vive atualmente na casa dos seus genitores, com o filho do casal, sobrevivendo com parcos recursos, advindos de seu emprego, com os quais tem que arcar com todas as despesas de moradia, alimentação e educação de seu filho.

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A reconvinda, por sua vez, depois da separação do casal passou a viver em uma residência de propriedade do casal (que lhe foi destinada no divórcio), sem quaisquer despesas de aluguel. Insta salientar que a reconvinda ocupa cargo de alto escalão de uma empresa multinacional, percebendo atualmente salário superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), que lhe permite arcar com todas as despesas necessárias ao seu sustento.

Como se trata de questão que envolve alimentos, deve-se abordar sempre o binômio necessidade X possibilidade.

Resta claro então que o Reconvinte não possui meios de arcar com o seu sustento e de seu filho, sob sua guarda, devendo, por conseguinte, recair sobre a reconvinda a obrigação de prestar alimentos.

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Ante o exposto, requer:

A estrutura do pedido é bem parecida com a da petição inicial, guardando, entretanto, algumas peculiaridades próprias da peça.

a) Os benefícios da gratuidade judiciária, visto que o reconvinte não possui os meio necessários para arcar com as despesas necessárias para a presente demanda, sem que isto represente prejuízo do seu sustento próprio e de seus familiares;

b) A intimação da Reconvinda, na pessoa de seu advogado (art. 316), para querendo, contestar presente Reconvenção no prazo de 15 dias, sob pena de revelia e confissão;

c) A intimação do Ministério Público, nos termos do art. 82 do CPC para atuar nos presentes autos como fiscal da lei;

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d) A fixação de alimentos provisórios em R$ 1.000,00 (hum mil reais), que deverão ser descontados em folha e depositados em conta corrente do requerente, Banco..., agência..., c/c nº...;

e) Ao final, seja julgada totalmente procedente a presente Reconvenção, tornando-se definitivos os alimentos provisoriamente fixados, condenando-se a Reconvinda a arcar com as custas judiciais e honorários advocatícios.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais)

O valor da causa, nas ações de alimentos equivale a 12 meses do valor mensal requerido.

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Termos em que pede e espera deferimento.

Data e local.

ADVOGADO

OAB