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PROFª DÉBORA PATRÍCIA ROSA BONETTI ADVOGADA e CONSULTORA JURÍDICA ESPECIALISTA EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PELO LEGALE MESTRANDA EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PELA PUC/SP @drapatriciabonetti [email protected]

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PROFª DÉBORA PATRÍCIA ROSA BONETTIADVOGADA e CONSULTORA JURÍDICAESPECIALISTA EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PELO LEGALEMESTRANDA EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO PELA PUC/SP

@drapatriciabonetti

[email protected]

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APOSENTADORIA POR IDADE URBANA NO RGPS

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PROTEÇÃO DA CONTINGÊNCIA SOCIAL

A contingência que se pretende proteger, é oatingimento da idade mínima, que acarreta a perda,diminuição ou redução da capacidade laborativa.

Previsão expressa da proteção no art. 201, I e § 7º,I daConstituição Federal.

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REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA APOSENTADORIA POR IDADE VOLUNTÁRIA

A aposentadoria por idade pode ser requeridapelo homem quando completar 65 anos de idade, epela mulher, que completar 60 anos de idade, desdeque em REGRA tenham pelo menos 180contribuições vertidas ao INSS, período este decarência. Art. 48 e 25,II da Lei nº 8.213/91, art. 51do Decreto nº 3.048/99 e art. 225 e ss. da IN77/2015.

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CARÊNCIA NO RGPS

Período de carência é o tempo correspondente aonúmero mínimo de contribuições indispensáveis paraque o beneficiário faça jus ao benefício. É uminstrumento de equilíbrio financeiro e atuarial, para aPrevidência Social. (art. 24, da Lei 8.213/91).

Fundamentação: art. 24 e ss. da Lei 8.213/91, art. 26 ess., do Decreto 3.048/99, art. 145 e ss. da IN 77/2015.

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ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE A CARÊNCIA

• A carência exigida para a concessão dos benefíciosdevidos pela Previdência Social será sempre aquelaprevista na legislação vigente, na data em que obeneficiário tenha implementado todos osrequisitos para a concessão. Parágrafo único, art.145 da IN 77/2015.

• Observar sempre as regras de transições.

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CARÊNCIA NA APOSENTADORIA POR IDADE URBANA

Conforme prevê o art. 25, II da Lei nº 8.213/91 acarência será:• 180 contribuições para os segurados vinculados ao

sistema previdenciário após 25 de julho de 1991,data de entrada em vigor da Lei de benefícios nº8.213/91.

• Tabela progressiva de carência (regra de transição)do art. 142 da Lei nº 8.213/91, para os vinculadosao sistema até, 24 de julho de 1991.

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Ano de implementação das condições Meses de contribuição exigidos

1991 60 meses

1992 60 meses

1993 66 meses

1994 72 meses

1995 78 meses

1996 90 meses

1997 96 meses

1998 102 meses

1999 108 meses

2000 114 meses

2001 120 meses

2002 126 meses

2003 132 meses

2004 138 meses

2005 144 meses

2006 150 meses

2007 156 meses

2008 162 meses

2009 168 meses

2010 174 meses

2011 180 meses

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Súmula TNU n. 44: “Para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabelaprogressiva de carência prevista no art. 142 da Lei n. 8.213/91 deve seraplicada em função do ano em que o segurado completa a idade mínimapara concessão do benefício, ainda que o período de carência só sejapreenchido posteriormente”

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DA APOSENTADORIA COMPULSÓRIA

Lei nº 8.213/91 art. 51- “A aposentadoria por idade pode serrequerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenhacumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos deidade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se dosexo feminino, sendo compulsória, caso em que será garantida aoempregado a indenização prevista na legislação trabalhista,considerada como data da rescisão do contrato de trabalho aimediatamente anterior à do início da aposentadoria.”

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QUALIDADE DE SEGURADO

Com o advento da Lei nº 10.666/2003, e a previsão do art. 3 § 1º, aperda da qualidade de segurado tornou-se irrelevante para aconcessão da aposentadoria por idade, desde que o segurado jáconte com o tempo de contribuição correspondente à carênciaexigida. É entendimento majoritário também a desnecessidade depreenchimento simultâneo dos requisitos idade e carência, de modoque, completada a idade em determinado ano, é possível o posteriorcumprimento da carência atinente àquele ano.

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RENDA MENSAL INICIAL (RMI) DO BENEFÍCIO

Dispõe o art. 50 da Lei nº 8.213/91 “A aposentadoria por idade,observado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente noart. 33, consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento)do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupode 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem porcento) do salário-de-benefício.”

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SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA POR IDADE URBANA NO RGPS

Lei nº 8.213/91, art. 29 – O salário-de-benefício consiste:

I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art.18, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo operíodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário;

IMPORTANTE!!! (ANALISAR O PBC)

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Lei nº 8.213/91, art. 18 - O Regime Geral de PrevidênciaSocial compreende as seguintes prestações, devidasinclusive em razão de eventos decorrentes de acidentedo trabalho, expressas em benefícios e serviços:

I - quanto ao segurado:

b) aposentadoria por idade;

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O PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO - PBC

É fixado, conforme o caso, de acordo com a (art. 169 IN 77/2015) :

§ 1º Considera-se período básico de cálculo:

I - para os filiados ao RGPS até 28 de novembro de 1999, vésperada publicação da Lei nº 9.876, de 1999, que tenhamimplementado todas as condições para a concessão do benefícioaté essa data, o disposto no art. 178; (PBC dos 36 últimos mesesde salários)

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II - para os filiados ao RGPS até 28 de novembro de 1999,véspera da publicação da Lei nº 9.876, de 1999, quetenham implementado as condições para a concessão dobenefício após essa data, todas as contribuições a partirde julho de 1994, observado o disposto no art. 3º da Lei nº9.876, de 1999; e

III - para os filiados ao RGPS a partir de 29 de novembro de1999, data da publicação da Lei nº 9.876, de 1999, todo operíodo contributivo.

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FATOR PREVIDENCIÁRIO

Instituído pela Lei nº 9.876/99, que alterou a Lei de benefícios nº 8.213/91 dispõe:

Art. 29, § 7º - O fator previdenciário será calculadoconsiderando-se a idade, a expectativa de sobrevida eo tempo de contribuição do segurado ao se aposentar.

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FÓRMULA DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

f = Tc x a x [ 1 + (Id + Tc x a) ] Es 100

Em que: f = fator previdenciário;

Es = expectativa de sobrevida no momento daaposentadoria;

Tc = tempo de contribuição até o momento daaposentadoria;

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Id = idade no momento da aposentadoria;

a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.Parágrafo único.

Para efeito do disposto no caput deste artigo, aexpectativa de sobrevida do segurado na idade daaposentadoria será obtida a partir da tábua completade mortalidade construída pela Fundação doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,para toda a população brasileira.

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Utilizado na aposentadoria por idade apenas sevantajoso para o Segurado, ou seja, caso o fatorprevidenciário seja superior a 1,0.

Lei nº 9.876/99, art. 7o ”É garantido ao segurado comdireito a aposentadoria por idade a opção pela nãoaplicação do fator previdenciário a que se refereo art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redaçãodada por esta Lei.”

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ftp://ftp.ibge.gov.br/Tabuas_Completas_de_Mortalidade/Tabuas_Completas_de_Mortalidade_2016/tabua_de_mortalidade_2016_analise.pdf

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CÁLCULO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

Primeira regra: Toda expressão numérica deve serresolvida da esquerda para a direita.

Segunda regra: Em uma expressão numérica,resolvemos primeiro os termos que estão entreparênteses ( ); depois, os que estiverem entre oscolchetes [ ] .

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Terceira regra: Em relação às quatro operações,sempre resolveremos primeiro as divisões e asmultiplicações e, depois, as adições e subtrações naordem em que aparecem.

Fórmula :(𝑇𝑐 𝑋 𝐴 )/𝐸𝑠 𝑋 [ 1+(𝐼𝑑+𝑇𝑐 𝑋 𝐴 )/100 ]

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Primeiro resolva os parênteses ( ) ,sempre seguindo asregras:

Primeiro as divisões e as multiplicações, em seguidaas adições e subtrações na ordem em que foremaparecendo.

F = 4,96/18,5 𝑋 [ 1+(65+4,96)/100+ ]

Depois continue resolvendo os parênteses ( ),asdivisões e multiplicações.

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F = 0,2681 𝑋 [ 1+( 69,96)/100 ]

Ao finalizar os parênteses ( ) ,resolva os colchetes [ ] sempre seguindo as regras.

F = 0, 2681𝑋 [ 1+0,6996 ]Continue resolvendo os colchetes...

F = 0,2681 𝑋 1,6996

F= 0,4556

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RMI = SB X ALÍQUOTA

Média aritmética simples dos

80% maiores salários de

contribuições.

Analisar se haverá aplicação

do mínimo divisor. (186 e 187

da IN 77/2015)

Ou

Multiplicada pelo fator

previdenciário. (quando aplicado)

Verificar qual o período básico

de cálculo que analisaremos a

média aritmética simples.

Data limite 28/11/1999

No caso da aposentadoria por idade é

FACULTADO A APLICAÇÃO.

70% + 1% a cada grupo de 12

contribuições

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IMPORTANTE!!!

Art. 20, § 2º da Lei 8.213/91 – Não poderá resultarnenhum benefício substitutivo de remuneração, em umaRMI inferior ao salário mínimo nem superior ao tetomáximo da Previdência Social (em 2018 o valor de R$5.645,80 (cinco mil seiscentos e quarenta e cinco reais eoitenta centavos), valores alterado anualmente.

Portaria interministerial nº 15 de 16, Janeiro de 2018.

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DATA DE ENTRADA DO REQUERIMENTO

Lei nº 8.213/91 - art. 49 - A aposentadoria por idade serádevida:

I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:

a) da data do desligamento do emprego, quandorequerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depoisdela; ou

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b) da data do requerimento, quando não houverdesligamento do emprego ou quando for requerida após oprazo previsto na alínea "a";

II - para os demais segurados, da data da entrada dorequerimento.

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EXEMPLO DE DER

Maria empregada há 10 anos, se desliga da empresa no dia 05/08/2018. Em10/09/2018 procura um advogado para saber se tem direito a se aposentar.Após uma contagem de tempo de contribuição o advogado verifica queMaria conta com mais de 60 anos de idade bem como, com tempo decontribuição superior a 180 meses.

Em 25/09/2018 Maria fecha contrato de prestação de serviços advocatícioscom o profissional, e o agendamento do beneficio de Maria, é feito em26/09/2018, com data programada para 01/12/2018.

Nesse casso, quando da concessão da aposentadoria por idade urbana deMaria, a DER ( data de entrada do requerimento) será em 05/08/2018, poisfora requerida, até 90 dias após o desligamento da empresa.

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REAFIRMAÇÃO DA DER

Quando o segurado não cumpre os requisitos para aconcessão do benefício na DER, mas consegue atendê-losno curso do mesmo processo administrativo, o INSSreconhece o fato superveniente para fins de concessão dobenefício, fixando a data do início do benefício para omomento em que cumpridos os requisitos legais. Paratanto, considera como realizado um novo requerimentoadministrativo (DER), naquilo que se compreende como“reafirmação da DER”.

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IN 77/2015 - art. 690. Se durante a análise do requerimentofor verificado que na DER o segurado não satisfazia osrequisitos para o reconhecimento do direito, mas que osimplementou em momento posterior, deverá o servidorinformar ao interessado sobre a possibilidade dereafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação aexpressa concordância por escrito.

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se a todas assituações que resultem em benefício mais vantajoso aointeressado

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É cabível, pois, a chamada “reafirmação da DER” em sedejudicial e isso mediante reconhecimento de fatos ocorridosaté quando do julgamento da apelação ou de remessanecessária. Nesse caso, a data do início do benefício seráfixada no momento em que implementadas as condiçõesnecessárias para sua concessão, observado o direito aobenefício mais vantajoso, nos termos do art. 122 da Lei nº8.213/91 e da orientação do STF.

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CONTRATO DE TRABALHO X APOSENTADORIA

Caso o Segurado esteja trabalhando quando solicitar aaposentadoria por idade, ou, pretenda retornar aomercado de trabalho e automaticamente se tornenovamente, contribuinte obrigatório, não haverá nenhumaconsequência quanto a concessão da aposentadoria, emqualquer de suas modalidade.

Fundamento: art. 5º,XIII, art. 6º e art. 194 da CF, art. 1ºalínea f, art. 12 § 4º da Lei nº 8.212/91.

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PERÍODO CONSIDERADO PARA CARÊNCIA

Súmula nº 73 da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais Federais: “O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentesde acidente de trabalho só pode ser computado comotempo de contribuição ou para fins de carência quandointercalado entre períodos nos quais houve recolhimentode contribuições para a previdência social”.

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São considerados os períodos de recebimento de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez para fins decarência e tempo de contribuição, desde que intercaladoscom períodos de atividade, à luz dos artigos 29, §5º, e 55,inciso II, da Lei nº 8.213/91, bem como do artigo 60, incisoIII, do Decreto nº 3.048/99 e 153, §1º da IN 77/2015.

(AC 00080140220154039999, DESEMBARGADOR FEDERALBAPTISTA PEREIRA, TRF3 - DÉCIMA TURMA, e-DJF3 Judicial1 DATA:07/10/2015)

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O período de percepção de auxílio-doença eaposentadoria por invalidez como carência não pressupõeo recolhimento de contribuição previdenciária no mêsimediatamente posterior ao da cessação do benefício.

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No caso de auxílio doença e ou aposentadoria por invalidezde caráter acidentário, não há necessidade de períodosintercalados, conforme prevê art. 164, XVI, b, da IN77/2015 e art. 60, IX do Decreto nº 3.048/99.

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RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DE TERCEIRO

O Segurado não pode ter seu direito de aposentadoriarestringido pela ineficiência do poder de fiscalização daPrevidência Social quanto a responsabilidade tributáriaprevidenciária de terceiro.

Fundamentação: art. 34,I da Lei nº 8.213/91, art. 30,I eart. 33 § 5º da Lei nº 8.212/91 e Enunciado do CRPS nº 18.

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SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

CADEF

Contribuinte Individual Trabalhador Avulso Empregado Doméstico Segurado Especial Segurado Facultativo

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APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

•Beneficiários: Todos os segurados podem fazer jus à aposentadoria por tempo de contribuição,

sendo que do segurado especial se exige o recolhimento das contribuições facultativas, na

forma da súmula 272 do STJ – Lei 8213/91, art. 39,II c/c Lei 8212/91, art. 25, § 1º.

•Qualidade de Segurado : Não se exige que se tenha quando do requerimento administrativo.

“A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias

por tempo de contribuição e especial” – Lei 10.666/03, art. 3º.

•Carência : de 180 contribuições vertidas para o aplica-se também a regra de transição do art,

142 da LB, para os inscritos antes de 24 de Julho de 1991. Art. 48 e 25,II da Lei 8213/91 e art. 51

do Decreto 3048/99.

•Breve histórico da aposentadoria por tempo de contribuição na legislação

previdenciária no tempo :

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Antes da Lei 8.213/91 (art. 52 e 53) Após da Lei 8.213/91 ( art. 52 e 53) Após a emenda 20/98 (16-12-98) e Lei 9876/99

(29/11/1999) que alterou a Lei 8.213/91 ( art. 52 e

53)Requisitos da aposentadoria ordinária: empregado ou

operário com, no mínimo, 30 anos de serviço e 50 anos

de idade (integral). Podia ser proporcional, para aquele

que implementasse apenas o tempo de serviço ou apenas

a idade mínima estabelecida.

Lei 3.807/60: aposentadoria ordinária passa a ser

denominada de aposentadoria por tempo de serviço.

Requisitos: 35 ou 30 anos de serviço, com proventos

integrais ou proporcionais e, pelo menos, 55 anos de

idade.

Idade mínima: eliminada pela Lei 4.130, de 28.08.62.

Decreto-lei 66/1966: acrescentou o requisito de, no

mínimo, 60 contribuições mensais (carência).

CF de 1967: diminuiu o tempo de serviço mínimo da

mulher para 30 anos (aposentadoria integral).

Aposentadoria proporcional para a mulher a partir dos 25

anos de tempo de serviço.

Direito de todos os segurados que não precisam de

tempo de atividade após 16/12/1998.

RMI – média aritmética simples dos salários-de-

contribuição atualizados, até o máximo de 36, apurados

em período básico de calculo (PBC) não superior a 48 na

hipótese dos requisitos implementados.

Aumentou a carência de 60 para 180 contribuições (regra

de transição no art. 142).

RMI X Alíquota da aposentadoria proporcional –

Homem: 30 aos 34 anos (70% + 6%)

Proporcional - Mulher: 25 aos 29 anos (70% + 6%).

Integral - Homem: 35 anos.

Integral - Mulher: 30 anos.

PEC 33/95: previa a instituição de idade mínima de 60

anos para homens e 55 para mulheres. E queria também

acabar com a aposentadoria proporcional, mas não foi

aprovada!

Não existia idade mínima para concessão da

aposentadoria em nenhuma modalidade.

Aposentadoria por tempo de serviço.

RMI – média aritmética simples dos salários-de-

contribuição atualizados, até o máximo de 36, apurados

em período básico de calculo (PBC) não superior aos 48

últimos salários de contribuições.

EC 20/98: a aposentadoria por tempo de serviço passa a ser

denominada de aposentadoria por tempo de contribuição.

A aposentadoria proporcional é extinta, sendo somente

devido o benefício com proventos integrais, a homens e

mulheres que comprovem, respectivamente, 35 e 30 anos

de contribuição.

Importante: EC 20/98, traz em seu art. 9º, uma regra de

transição para quem já estava no sistema antes da sua

edição!

RMI X Alíquota: 70% + 5%, a cada ano completo além do

total exigido pela EC contando o tempo mínimo + pedágio.

EC 20/98 x Direito adquirido antes da EC: o direito

adquirido à aposentadoria proporcional é preservado!

Regra de transição para aposentadoria proporcional: 53

anos de idade, se homem ou 48 anos de idade, se mulher +

30 anos, homem ou 25 anos, mulher + pedágio de 40% do

tempo faltante para atingir o tempo mínimo necessário. EC

20/98, art. 9º,R 1 e inc I).

Lei 9.876/99 – institui o fator previdenciário pois não

conseguiu a inclusão de idade mínima para aposentadoria

por tempo de contribuição. Com a PEC 33/95

RMI – no caso de aposentadoria integral média aritmética

simples dos salários-de-contribuição atualizados,

correspondente a 80% do período de contribuição,

multiplicado pelo fator previdenciário. Após a Lei 9.876/99

– 29-11-1999 (OU REGRA DE TRANSIÇÃO 169 IN 77/2015)

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REQUISITOS PARA CONCESSÃO NA REGRA DE TRANSIÇÃO DA APOSENTADORIA PROPORCIONAL

Com efeito, de acordo com o art. 9º., § 1º (regra de transição), da Emenda Constitucional n.20/98, para o segurado que estava no sistema antes de 15/12/1998, poderá aposentar-secom valores proporcionais ao tempo de contribuição, quando atendidas as seguintescondições:

1)contar com cinquenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade,se mulher; e2) contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; eb) um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que,na data da publicação da Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante daalínea anterior.

Esse período é chamado pela doutrina de pedágio.

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RENDA MENSAL INICIAL (RMI)

Conforme disposto no art. 9º., § 1º., II, da Emenda Constitucional n. 20/98, o valor da RMI daaposentadoria proporcional será equivalente a 70% do valor da RMI da aposentadoria por tempode contribuição, acrescido de 5% por ano de contribuição que supere o resultado da soma após oacréscimo do pedágio ao tempo de contribuição do segurado, até o limite de 100%.

Cuidado: O art. 53 da Lei n. 8.213/1991 encontra-se derrogado pela EC n. 20/98.

EXEMPLO: Ao tempo de promulgação da Emenda Constitucional nº 20/98, Fabrício possuía vintee cinco anos de contribuição, tempo insuficiente para a aposentadoria proporcional. Nesse caso,o pedágio será de 40% sobre o tempo que faltava para Fabrício completar os trinta anos decontribuição. Ou seja: 40% de cinco anos = dois anos. Portanto, além da carência e da idademínima de cinquenta e três anos, José precisaria de trinta e dois anos de contribuição para fazerjus à aposentadoria proporcional por tempo de contribuição. E a RMI da aposentadoriaproporcional de Fabrício vai corresponder a 70% da RMI da aposentadoria por tempo decontribuição, pois completou 32 anos de contribuição, tendo cumprido dois anos de “pedágio” eo pedágio não conta para acréscimo de RMI, sendo assim, precisaria ter mais de 33 anos paraacrescer em 5% cada ano.

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TEMA POLÊMICO:

Inconstitucionalidade da própria fórmula: ADI 2110 e ADI 2111 (STF).

Inconstitucionalidade da aplicação do fator nas aposentadorias concedidas na regrade transição do art. 9º, da EC 20/98: RE 639.856/RS (STF). [ BIS IN IDEM ]

Inconstitucionalidade da aplicação do fator na aposentadoria do professor:

Precedentes positivos:

TRF4: Arg. Inc. 5012935-13.2015.4.04.0000.

3ª Turma Recursal do JEF do Paraná: Recurso Cível nº 5001532-98.2011.404.7007/PR.

3ª Vara Federal de São José dos Campos – São Paulo: Processo nº 0004072-15.2012.403.6103.

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REVISÃO DO BIS IN IDEM

IMPORTANTE!! O STF reconheceu, nos autos do RE 639.856, a repercussão geralda questão relativa à incidência do fator previdenciário (Lei n. 9.876/1999) oudas regras de transição (art. 9º. da EC n. 20/1998) no cálculo do salário debenefício de aposentadoria proporcional por tempo de contribuição desegurados filiados ao RGPS até 15/12/1998, quando na concessão do benefíciohouver o cômputo de períodos de contribuição posteriores à Lei n. 9.876/1999.

A questão constitucional debatida, portanto, cinge-se a saber se a forma decálculo do salário de benefício deve observar as regras editadas pela Lei9.876/1999, quando referente a segurados filiados ao Regime Geral dePrevidência Social até 15/12/1998, data de promulgação da EC n. 20/98, ou se aconcessão do benefício deve obedecer apenas às regras da referida emendaconstitucional.

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APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao segurado após trinta e cincoanos de contribuição, se homem, ou trinta anos, se mulher, independente de sua idade.Decreto 3048/99 - Art. 56 e Art. 235, I da IN 77/2015.

Necessitando de comprovação mínima de carência, de 180 contribuições vertidas para oINSS, Art. 48 e 25,II da Lei 8213/91,Art. 51 do Decreto 3048/99.

E a comprovação do restante do tempo devidamente trabalhado, pode ser feita conformedisposto no art. 55 da Lei 8213/91, art. 10 e 66 e ss. e 164 da IN 77/2015 e art 60 doDecreto 3048/99.

Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início até adata do requerimento ou do desligamento da atividade abrangida pela Previdência Social.Decreto 3.048/99, art. 59.

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CARÊNCIA PARA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

É período de carência o número de contribuições mensais indispensáveis para que obeneficiário faça jus ao benefício. É um instrumento de equilíbrio financeiro e atuarial,para a Previdência Social. (art. 24, da Lei 8.213/91).

Fundamentação: art. 24 e seguintes da Lei 8.213/91, art. 26 e seguintes, do Decreto3.048/99, art. 145 e seguintes da IN INSS/PRES 77/2015.

Na forma do art. 25, da Lei 8.213/91, a concessão das prestações pecuniárias doRegime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência:

*aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoriaespecial: 180 contribuições mensais.

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TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO X SEGURADOS

Contribuinte Empregado, Avulso e Doméstico: é toda e qualquer atividade laborativa, sendo presumidas ascontribuições previdenciárias a cargo do empregador ou contratante do serviço. (art. 30 e 33, da Lei 8.212/91 e art.34, da Lei 8.213/91).

Empregada doméstica:É necessário o início de prova material.

A profissão de empregada doméstica somente foi regulamentada por meio da edição da Lei 5.859, de 11/12/72, oque dificulta, a comprovação do trabalho doméstico no período anterior à sua vigência, pois, à época, não se exigia oregistro na respectiva carteira de trabalho.

É dominante o entendimento do STJ quanto à inexigibilidade da prova documental relativa ao período anterior àregulamentação da profissão (AgRg no Ag 1.213.413/SP) e, consequentemente, pela possibilidade de que adeclaração de ex-empregador, ainda que não contemporânea do tempo de serviço alegado, seja considerada parafins de início de prova material (EREsp 11.657.29/PR)

A TNU, na sessão do dia 08/10/2014, ao julgar o PEDILEF 0008223-14.2009.4.03.6302 (Representativo deControvérsia: Tema n. 155), apreciou a questão referente a “saber se é exigível o recolhimento de contribuiçãoprevidenciária do trabalhador doméstico para o fim de reconhecimento de labor prestado anteriormente à data daedição da Lei n. 5.859/72”, e firmou a tese de que “não é exigível que o trabalhador doméstico recolhacontribuições à Previdência social para os períodos laborados antes da entrada em vigor da Lei n. 5.859/72”.

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Contribuinte Individual: Duas possibilidades :

Empresa é a responsável pela retenção e pelo recolhimento da contribuiçãoprevidenciária (§ 1º, do art. 45, da Lei 8.212/91).

Segurado que não presta serviços para empresa, que exerce atividade por contaprópria como contribuinte individual, é o responsável por sua contribuiçãoprevidenciária, sendo tempo de contribuição o efetivamente recolhido à PrevidênciaSocial.

Contribuinte Facultativo: Pagamento de contribuições, não sendo admitidorecolhimento extemporâneo (06 meses).

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CONSIDERA TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Período de recebimento de benefício por incapacidade: nos termos do art. 29,§ 5º da Lei 8.213/91 c/co art. 61 do Decreto 3.048/99 c/c p art. 164, inciso XVI, da IN 77/2015, são contados como tempo decontribuição os períodos de recebimento de benefício por incapacidade, entre períodos de atividade eo de benefício por incapacidade decorrente de acidente do trabalho, intercalado ou não

Súmula nº 73 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais: “O tempo de gozode auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só podeser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entreperíodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social”.

O período de percepção de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez como carência não pressupõeo recolhimento de contribuição previdenciária no mês imediatamente posterior ao da cessação dobenefício.

No caso de auxílio doença e ou aposentadoria por invalidez de caráter acidentário, não há necessidadede períodos intercalados, conforme prevê art. 164, XVI, b, da IN 77/2015 e art. 60, IX do Decreto nº3.048/99.

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Considera-se ainda como tempo de contribuição: o tempo de serviço militar, o tempo de serviço emmandato eletivo, período em que o segurado tenha sido colocado pela empresa em disponibilidaderemunerada, desde que tenha havido contribuições.

Contemporaneidade da prova material: o início de prova material deve ser contemporâneo à época daprestação dos serviços. Não se exige, entretanto, a contemporaneidade da prova material durante todoo período que se pretende comprovar o tempo de contribuição.

IMPORTANTE!!!! A comprovação do tempo devidamente trabalhado, além do necessariamenteconsiderado para carência, pode ser feita conforme disposto no art. 55 da Lei 8213/91, e Art. 10 e 66 ess. da IN 77/2015. Não precisando de contribuições efetivas junto à Previdência Social, de todo a vidalaborativa do Segurado.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DE TERCEIRO

O Segurado não pode ter seu direito de aposentadoria restringido pela ineficiência do poder defiscalização da Previdência Social quanto a responsabilidade tributária previdenciária de terceiro.

Fundamentação: art. 34,I da Lei nº 8.213/91, art. 30,I e art. 33 § 5º da Lei nº 8.212/91 e Enunciado doCRPS nº 18.

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IMPORTANTE

CNIS como prova do tempo de contribuição:

O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de InformaçõesSociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins decálculo do salário-de-benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral dePrevidência Social, tempo de contribuição e relação de emprego. (art. 29-A, da Lei8.213/91)

É possível a inclusão, alteração ou exclusão de dados constantes no CNIS. IN 77/2015,art. 10.

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CTPS e Súmula 75, da TNU:

A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não seaponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade goza depresunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo deserviço para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo deemprego não conste no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).

PROVAS QUE CORROBORAM PARA A INCLUSÃO DE VÍNCULOS MAIS UTILIZADAS:

• EXTRATO ANÁLITICO DO FGTS• INÍCIO DE PROVA MATERIAL E PEDIDO DE JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA• GUIAS DE SEGURO DESEMPREGO• FICHA TÉCNICA – FINANCEIRA – DECLARAÇÃO DO EMPREGADOR E FICHA

DO EMPREGADO > EMPRESA

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Segurados que tenham optado pelo Plano Simplificado de Previdência Social: osegurado facultativo e o Contribuinte Individual que trabalha por conta própria e nãoseja prestador de serviço à empresa ou equiparada que optar pelo Plano de PrevidênciaSimplificado não terá direito a este benefício (aposentadoria por tempo de contribuição),conforme disposto no art. 21, § 2º, da Lei n. 8.212/91. Caso resolva receber estebenefício posteriormente, este segurado deverá complementar a contribuição mensalmediante recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal dosalário de contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferençaentre o percentual pago (11%) e o de 20% (vinte por cento), acrescido dos jurosmoratórios (art. 55, § 4o., da Lei n. 8.213/1991).

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A RMI DO BENEFÍCIO

Art. 169 IN 77/2015. O Período Básico de Cálculo - PBC é fixado, conforme o caso:

§ 1º Considera-se período básico de cálculo:

I - para os filiados ao RGPS até 28 de novembro de 1999, véspera da publicação da Lei nº 9.876, de 1999,que tenham implementado todas as condições para a concessão do beneficio até essa data, o disposto noart. 178; (PBC dos 36 últimos meses de salários)

II - para os filiados ao RGPS até 28 de novembro de 1999, véspera da publicação da Lei nº 9.876, de 1999,que tenham implementado as condições para a concessão do benefício após essa data, todas ascontribuições a partir de julho de 1994, observado o disposto no art. 3º da Lei nº 9.876, de 1999; e

III - para os filiados ao RGPS a partir de 29 de novembro de 1999, data da publicação da Lei nº 9.876, de1999, todo o período contributivo.

Art. 185, I da IN 77/2015- para a aposentadoria por tempo de contribuição inclusive de professor, na médiaaritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% (oitenta por cento) detodo o período contributivo, corrigidos mês a mês, multiplicado pelo fator previdenciário;

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SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

Lei 8.213/91, art. 29 - O salário-de-benefício consiste:

I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dosmaiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo,multiplicada pelo fator previdenciário; IMPORTANTE!!! (ANALISAR O PBC)

Art. 20 § 2º da Lei 8213/91 – Não podendo resultar da média exposta acima, salário de benefício inferiorao salário mínimo nem superior ao teto máximo da Previdência Social (em 2018 o valor de R$ 5.645,80(cinco mil seiscentos e quarenta e cinco reais e oitenta centavos), alterado pela portaria interministerial nº15 em 16, Janeiro de 2018.

Todos os salário de contribuição envolvidos no calculo do salário de benefício deverão ser previamentecorrigidos, conforme determina o art. 201, § 3º da Constituição Federal. E por determinação do artigo 29-Bdo PBPS, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC.

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=17/01/2018&jornal=515&pagina=28&totalArquivos=168

Pág. 73 – Cálculo do benefício previdenciário na prática – Sérgio Geromes – LTR

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MÉDIA ARITIMÉTICA SIMPLES

Lei 9.876/99 - art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior àdata de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessãodos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o períodocontributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nosincisos I e II do caput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por estaLei.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm

Pág. 80 – Cálculo do benefício previdenciário na prática – Sérgio Geromes – LTR

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Art. 180. da IN 77/2015 - O fator previdenciário será calculado considerando - se a idade, a expectativade sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, mediante a fórmula:

f = Tc x a x [1+(Id + Tc x a)] = Es 100

f = fator previdenciárioTc = tempo de contribuição (em anos)

a = alíquota (fixa) de contribuição (0,31)Es = expectativa de sobrevida (em anos)

Id = idade do trabalhador (em anos)

ADICIONAL AO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO05 anos, quando se tratar de mulher.05 anos, quando se tratar de professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício dasfunções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.10 anos, quando se tratar de professora que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício dasfunções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

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ftp://ftp.ibge.gov.br/Tabuas_Completas_de_Mortalidade/Tabuas_Completas_de_Mortalidade_2016/tabua_

de_mortalidade_2016_analise.pdf

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Cálculo do Fator Previdenciário

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Por fim temos o fator previdenciário de Srº João.

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RMI = SB X ALÍQUOTA

Média aritmética simples dos

80% maiores salários de

contribuições.

Analisar se haverá aplicação

do mínimo divisor. (186 e 187

da IN 77/2015)

Ou

Multiplicado pelo fator

previdenciário.

Verificar qual o período básico

de cálculo que analisaremos a

média aritmética simples.

DATA IMPORTANTE 28/11/1999

100% Na aposentadoria por

tempo de contribuição

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QUAL A DER DO BENEFÍCIO

Art. 54. A data do início da aposentadoria por tempo de serviço será fixada da mesma forma que a daaposentadoria por idade, conforme o disposto no art. 49.

Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90 (noventa) dias depoisdela; oub) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida apóso prazo previsto na alínea "a";II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.

Deve-se destacar que, se cumpridos os pressupostos legais na data do requerimento administrativo(DER), esta deve ser o termo inicial do beneficio concedido judicialmente, mesmo quando os documentoscomprobatórios do trabalho são apreciados apenas em juízo.

(Pág. 151 – compêndio de direito previdenciário – editora – José Antonio Savares – Mariana Amelia Flauzino Gonçalves)

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REAFIRMAÇÃO DA DER

Quando o segurado não cumpre os requisitos para a concessão do beneficio na DER, masconsegue atendê-los no curso do mesmo processo administrativo, o INSS reconhece o fatosuperveniente para fins de concessão do benefício, fixando a data do início do beneficio parao momento em que cumpridos os requisitos legais. Para tanto, considera como realizado umnovo requerimento administrativo (DER), naquilo que se compreende como “reafirmação daDER”.

IN 77/2015 - art. 690. Se durante a análise do requerimento for verificado que na DER osegurado não satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito, mas que osimplementou em momento posterior, deverá o servidor informar ao interessado sobre apossibilidade de reafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação a expressa concordânciapor escrito.Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se a todas as situações que resultem em benefíciomais vantajoso ao interessado

(Pág. 152 – compêndio de direito previdenciário – editora – José Antonio Savares – Mariana Amelia Flauzino Gonçalves)

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Em juízo, quando não demonstrado o cumprimento dos requisitos na data do requerimentoadministrativo, é possível a concessão de benefício previdenciário mediante o computo dotempo de contribuição posterior ao encerramento do processo administrativo. É cabível, pois,a chamada “reafirmação da DER” sede judicial e isso mediante reconhecimento de fatosocorridos até quando do julgamento da apelação ou de remessa necessária. Nesse caso, adata do início do benefício será fixada no momento em que implementadas as condiçõesnecessárias para sua concessão, observado o direito ao benefício mais vantajoso, nostermos do art. 122 da Lei nº 8213/91 e da orientação do STF.

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REAFIRMAÇÃO DA DER NO JUDICIAL00056 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL Nº 0003263-71.2015.4.03.6183/SP 2015.61.83.003263-4/SP RELATOR : Desembargador FederalSERGIO NASCIMENTO EMBARGANTE : Instituto Nacional do Seguro Social - INSS EMBARGANTE : MARCIO JOSE FIGUEIRA CHAVES ADVOGADO :SP268447 NAIRAN BATISTA PEDREIRA JUNIOR e outro(a) EMBARGADO : ACÓRDÃO DE FLS.273/274 No. ORIG. : 00032637120154036183 7V Vr SAOPAULO/SP EMENTA PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REAFIRMAÇÃO DA DER.POSSIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEI 11.960/2009. INAPLICABILIDADE. ENTENDIMENTO DO E. STF. TRÂNSITO EM JULGADO. DESNECESSIDADE.TERMO INICIAL. VALORES RECEBIDOS A TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. COMPENSAÇÃO. I - Não há que se falar em julgamento ultra petita, vez que,conforme se constata da petição inicial, o autor expressamente requereu a concessão do benefício de aposentadoria especial, com pedido subsidiário dealteração da data do requerimento administrativo. II - O requerente demonstrou seu interesse de agir, diante da juntada de comprovante deindeferimento de novo pedido administrativo para concessão do benefício de aposentadoria, formulado em 13.06.2016. III - Mantida a reafirmação daDER, com fixação do termo inicial do benefício na data da citação (03.08.2015), vez que comprovada a exposição a agentes nocivos, bem comodemonstrado o interesse de agir do autor e respeitado o princípio do contraditório. Precedente: TRF-4 - ED: 50497814020134047100 RS 5049781-40.2013.404.7100, Relator: PAULO AFONSO BRUM VAZ, Data de Julgamento: 01/12/2015, QUINTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 10/12/2015 IV - Emnovo julgamento realizado pelo E. STF, em 20.09.2017 (RE 870.947/SE) foi firmada a tese de que "o artigo 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação dadapela Lei 11.960/2009, na parte em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial dacaderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não sequalifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina". V - Deve prevalecero critério de atualização monetária fixado no acórdão embargado, que afastou a aplicação da TR, vez que em harmonia com o referido entendimentoproferido pela Corte Suprema, no julgamento do mérito do RE 870.947/SE, com repercussão geral reconhecida a respeito da inconstitucionalidade da Lein. 11.960/2009 no que se refere à correção monetária. VI - Não se exige o trânsito em julgado do acórdão paradigma para aplicação da tese firmada peloE. STF aos processos em curso, mormente em se tratando de tema com repercussão geral reconhecida. VII - A alegação da parte autora quanto àexistência de omissão no julgado não deve prevalecer, haja vista que restou expressamente consignado no voto condutor da decisão embargada que otermo inicial do benefício de aposentadoria especial foi reafirmado para 03.08.2015 (data da citação), em razão do não cumprimento dos requisitosnecessários quando do requerimento administrativo (15.09.2014). Outrossim, com a concessão do pedido principal (aposentadoria especial), restouprejudicada a análise do pedido subsidiário (aposentadoria por tempo de contribuição). VIII - Também constou no voto, parte integrante do acórdão, queas parcelas em atraso serão resolvidas em fase de liquidação de sentença, compensando-se os valores eventualmente recebidos a título de antecipaçãode tutela. IX - Embargos de declaração opostos pelo INSS e pela parte autora rejeitados. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes asacima indicadas, decide a Egrégia Décima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, rejeitar os embargos de declaração opostospelo INSS e pela parte autora, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. São Paulo, 26 de junho de 2018.SERGIO NASCIMENTO Desembargador Federal Relator

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Lei nº 13.183/2015, Art. 29-C - O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria portempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de suaaposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição,incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:

I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo decontribuição de trinta e cinco anos; ou

II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observado o tempo mínimo decontribuição de trinta anos.

§ 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas as frações em meses completos de tempo decontribuição e idade;

§ 2º As somas de idade e de tempo de contribuição previstas no caput serão majoradas em umponto em:

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DER (Data de entrada do requerimento) Mulher Homem

Até 30 de dezembro de 2018 85 95

De 31 de dez/18 a 30 de dez/20 86 96

De 31 de dez/20 a 30 de dez/22 87 97

De 31 de dez/22 a 30 de dez/24 88 98

De 31 de dez/24 a 30 de dez/26 89 99

De 31 de dez/2026 em diante 90 100

Frações: serão somadas as frações em meses e dias de tempo de contribuição e idade.Transformando o tempo de contribuição em decimais e a idade em dias.

Professor: serão acrescidos 05 pontos à soma da idade com o tempo de contribuição.

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Aposentadoria do professor (art. 201, § 8º, da CF e art. 56, da Lei 8.213/91): o tempo de contribuição básicopara a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição (30 ou 35 anos) será reduzido em 05 anos, parao professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício efetivo exercício das funções demagistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

A Lei 11.301/2006 (definiu o que é função de magistério) dispõe que o art. 67 da Lei 9.394/96, passa a vigoraracrescido do seguinte § 2º, renumerando-se o parágrafo único para § 1º:

Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8º do art. 201 da Constituição Federal, são consideradasfunções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho deatividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis emodalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenaçãoe assessoramento pedagógico.

No julgamento da ADI 3772, o STF assentou o posicionamento no sentido de que as atividades mencionadas naLei, de exercício de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico tambémgozam do benefício, desde que exercidas por professores.

Professor X Regra 90/100 (Regra 85/95 progressiva): serão acrescidos 05 pontos à soma da idade com o tempode contribuição.

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APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

De acordo com o art. 48, § 1º., da Lei n. 8.213/1991, no caso da aposentadoria por idadedos trabalhadores rurais a idade mínima é reduzida em cinco anos, sendo exigidoportanto a idade de:1) 60 anos para homens; ou2) 55 anos para mulheres.Fundamentos jurídicos: art. 39, I, 48, §§ 1o e 2o, 55, § 2o, 142 e 143 da Lei n.8.213/1991.

REQUISITOS:A aposentadoria por idade do trabalhador rural tem, portanto, os seguintes requisitos:1) Ter cumprido a carência;2) Completar a idade mínima para sua concessão, qual seja 60 anos para homens; ou 55anos para mulheres.3) Comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, noperíodo imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual aonúmero de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido.

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BENEFICIÁRIOS DA APOSENTADORIA RURAL

Empregado rural

Contribuinte individual rural

Trabalhador rural eventual

Trabalhador rural avulso

Segurado especial

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EMPREGADO RURAL:

Trata-se daquele que presta serviço de natureza rural à empresa, em caráter não eventual,sob sua subordinação e mediante remuneração (Lei n. 8.213/1991, art. 11, I, a).A Súmula STF 196 assim dispõe: “ainda que exerça atividade rural, o empregado de empresaindustrial ou comercial é classificado de acordo com a categoria do empregador”.O STJ, contudo, no julgamento do REsp 1.133.662 (recurso repetitivo), decidiu que aatividade efetivamente exercida pelo empregado é que define a sua condição de trabalhadorrural ou urbano. Que está de acordo com o art. 11, I, a) e art. 48, § 1º, ambos da Lei8.213/91, que consideram a natureza do serviço prestado para qualificar o trabalhador comorural.Nesse sentido, a TNU, na sessão do dia 13/11/2013, ao julgar o PEDILEF 2009.39.00.701490-8 (Representativo de Controvérsia: Tema n. 115), apreciou a questão referente a “saber comose define a natureza da atividade desenvolvida pelo trabalhador – se é rural ou urbana -, semlevar em conta o ramo da atividade do empregador”, e firmou a tese de que “não é o ramode exploração de atividade econômica do empregador que define a natureza do trabalhodesempenhado pelo empregado, se rural ou urbano, para fins de concessão do benefícioprevidenciário de aposentadoria”. Independentemente da espécie de atividade econômicado empregador.

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CONTRIBUINTE INDIVIDUAL RURAL:

Trata-se da pessoa física, proprietária ou não, que explora atividadeagropecuária, a qualquer título, em caráter permanente outemporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quandoem área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividadepesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio deprepostos; ou ainda aquele que, sendo produtor rural ou pescadorartesanal, não possa ser considerado segurado especial (Lei n.8.213/1991, art. 11, V, a).

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TRABALHADOR RURAL EVENTUAL:

Trata-se de quem presta serviço de natureza rural, em caráter eventual, a uma oumais empresas, sem relação de emprego (Lei n. 8.213/1991, art. 11, V, g).

TRABALHADOR RURAL AVULSO:

Trata-se de quem presta, a uma ou mais empresas, sem vínculo empregatício,serviço de natureza rural (Lei n. 8.213/1991, art. 11, VI). Contudo, inexisteregulamentação do trabalho avulso rural até o momento.IMPORTANTE!!!! Atualmente apenas duas espécies de trabalho avulso sãoregulamentadas: o trabalho portuário avulso, regulamentado pela Lei n.12.815⁄2013, e o trabalho avulso de movimentação de mercadorias em geral,excluídos os portuários, regulado pela Lei n. 12.023⁄2009.

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SEGURADO ESPECIAL:

Trata-se da pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou ruralpróximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com oauxílio eventual de terceiros, na condição de: produtor, seja proprietário, usufrutuário,possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais,que explore atividade agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; deseringueiro ou extrativista vegetal; pescador artesanal ou a este assemelhado; cônjuge oucompanheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado,que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo (Lei n. 8.213/1991, art.11, VII).

O segurado especial possui um enquadramento previdenciário peculiar, a começar pelasistemática de pagamento da contribuição. Enquanto os demais segurados da previdênciasocial contribuem sobre o salário de contribuição, o segurado especial contribui sobre areceita decorrente da comercialização de sua produção em 2,3% (art. 195, § 8º, da CF/88).Em razão desse tratamento diferenciado, o segurado especial acaba contribuindo em menorescala, quando comparado aos outros segurados da previdência social. Essa diferença noplano tributário provoca duas consequências no plano protetivo:

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1ª) O segurado especial não tem direito a todos os benefícios da previdência social (v.g.,aposentadoria por tempo de contribuição);

2ª) Os benefícios do segurado especial sempre são de um salário mínimo.

Neste sentido dispõe o art. 25, § 1º., da Lei n. 8.212/1991: “§ 1º O segurado especial de quetrata este artigo, além da contribuição obrigatória referida no caput, poderá contribuir,facultativamente, na forma do art. 21 desta Lei” (Vide, ainda, o art. 39, II, da Lei n. 8.213/1991).

Assim, caso o segurado especial faça a opção de usufruir do benefício de aposentadoria portempo de serviço/contribuição ou dos outros benefícios com valores superiores ao salário-mínimo, deve, necessariamente, proceder ao recolhimento facultativo, tendo em vista que suacontribuição sobre o resultado da comercialização lhe dá tão somente o direito ao recebimentodos benefícios dispostos pelo art. 39 da Lei n. 8.213/91, com valor de um salário-mínimo.

Súmula STJ n. 272: “O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à contribuiçãoobrigatória sobre a produção rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempode serviço, se recolher contribuições facultativas”.

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INEXIGIBILIDADE DE CONTRIBUIÇÕES PARA O SEGURADO ESPECIAL

O art. 26 da Lei n. 8.213/1991, em seu inciso III, dispõe que é isenta de carência aaposentadoria por idade, no valor de 1 (um) salário mínimo, aos seguradosespeciais, desde que comprovado o exercício de atividade rural, ainda que deforma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefíciorequerido.

Repita-se: ao invés de cumprir a carência, os segurados especiais devemcomprovar apenas o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de formadescontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício,por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carênciado benefício pretendido (180 meses, ou a tabela do art. 142 da Lei n. 8.213/1991).

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COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL

De acordo com o art. 106 da Lei n. 8.213/91, a comprovação do exercício de atividade rural seráfeita, alternativamente, por meio de: (EXEMPLOS)

• Declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando foro caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacionaldo Seguro Social – INSS;

• Comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar;

• Comprovantes de recolhimento de contribuição à previdência social decorrentes dacomercialização da produção;

Estes documentos arrolados no art. 106 da Lei n. 8.213/1991 bastam à comprovação daatividade rural. Ou seja: eles constituem prova plena da atividade rural, e por isso não precisamsequer ser corroborados por prova testemunhal.

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IN 77/2015 - art. 54. Considera-se início de prova material, para fins de comprovação daatividade rural, entre outros, os seguintes documentos, desde que neles conste aprofissão ou qualquer outro dado que evidencie o exercício da atividade rurícola e sejacontemporâneo ao fato nele declarado, observado o disposto no art. 111: (EXEMPLOS)

• certidão de casamento civil ou religioso;• certidão de nascimento ou de batismo dos filhos;• título de propriedade de imóvel rural;

O Decreto nº 3.048/99 assim dispõe sobre a Justificação Administrativa:

“Art.142. A justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ouinsuficiência de documento ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dosbeneficiários, perante a previdência social”.

Assim, o tempo de atividade rural deverá, para sua comprovação, contar com início deprova material, ou seja, de documentos produzidos contemporaneamente ao período aser comprovado, mesmo que de maneira descontínua (arts. 55, § 3º, e 106 da Lei n.8.213/91).

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IMPORTANTE!!!! não basta a prova exclusivamente testemunhal para a comprovação daatividade rural, com o fim de obtenção de benefício previdenciário. É necessária aexistência de um início razoável de prova material, devidamente corroborado pela provatestemunhal.

Portanto, o reconhecimento do efetivo exercício da atividade rural deve estar pautado eminício razoável de prova material corroborado pela prova testemunhal ampla e idônea, nãose admitindo a prova exclusivamente testemunhal (ressalvando-se, contudo, a ocorrênciade motivo de força maior ou caso fortuito, como, por exemplo, a destruição dosdocumentos em um incêndio ou em uma enchente).

Segundo a jurisprudência, somente existe o início de prova material quando forematendidos os seguintes pressupostos:

Deve tratar-se de um documento (Súmula STJ n. 149); e Deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar, ou seja, deve estar embasado em

documento produzido no intervalo que o interessado pretende ver provado (SúmulaTNU n. 34: “Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de provamaterial deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”).

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Parecer n. 3.136/2003, da CJ/MPS (Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social), exige um únicodocumento de prova que poderá ser do período ou anterior ao período, desde que somado à declaração dosindicato dos trabalhadores rurais, senão vejamos: “A lei previdenciária não exige que o início de prova materialseja contemporâneo, necessariamente, ao período de atividade rural que o segurado tem que comprovar, emnúmero de meses equivalente ao da carência do benefício, para concessão de aposentadoria por idade no valormensal de um salário mínimo, podendo servir de começo de prova documento anterior a este período”.

AgRg no AResp 286.511: “Para o reconhecimento do tempo de serviço do trabalhador rural, não há exigêncialegal de que o documento apresentado como início de prova material abranja todo o período que se quercomprovar; basta o início de prova material ser contemporâneo aos fatos alegados e referir-se, pelo menos, a umafração daquele período, corroborado com prova testemunhal, a qual amplie sua eficácia probatória”.

Súmula STJ n. 577: “É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento mais antigoapresentado, desde que amparado em convincente prova testemunhal colhida sob o contraditório”.

REsp 553.755: “O comprovante de pagamento de ITR em nome do dono da propriedade onde a Autora exerceu aatividade rural constitui início razoável de prova material, corroborado pelas Declarações do Empregador e doSindicato dos Trabalhadores Rurais, e comprovam a atividade da Autora como rurícola, para fins previdenciários,pelo período legalmente exigido. Precedentes do STJ”.Em suma, admite-se inclusive que o início de prova material esteja em nome de membros do grupo familiar ou ex-patrão (AgRg no Resp 1.311.495).

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INEXIGIBILIDADE TEMPORÁRIA DE CONTRIBUIÇÕES PARA O EMPREGADO RURAL E PARA O CONTRIBUINTE INDIVIDUAL RURAL (EVENTUAL)

O art. 143 da Lei n. 8.213/1991 determinou que o empregado rural e o trabalhador ruralenquadrado na categoria de segurado contribuinte individual que presta serviços denatureza rural, em caráter eventual, a 1 (uma) ou mais empresas, sem relação de emprego,poderiam requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, durante quinzeanos, contados a partir da data de sua vigência (ou seja, até 2006), desde quecomprovassem o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no períodoimediatamente anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico àcarência do referido benefício.

A lógica do dispositivo é imensurrável: pois, se não eram exigidas contribuições no momentoem que a atividade econômica foi realizada, o legislador entendeu não ser adequadosurpreender o segurado que permaneceu toda a sua vida produtiva no campo, dele exigindoa comprovação de contribuições para a concessão de benefícios.A Lei n. 11.368/2006 prorrogou o prazo por mais dois anos (ou seja, até 2008).

A Lei n. 11.718/2008 prorrogou o prazo até o dia 31 de dezembro de 2010.

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De acordo com este ultimo diploma legislativo, ficou então estabelecido que, para o empregado rural e otrabalhador rural enquadrado na categoria de segurado contribuinte individual que presta serviços denatureza rural, em caráter eventual, a 1 (uma) ou mais empresas, sem relação de emprego, são contados paraefeito de carência:1) até 31 de dezembro de 2010, o simples exercício de atividade rural, devidamente comprovada;Para os efeitos da contagem desse período de atividade rural, o art. 48, § 1º., da Lei n. 8.213/1991 autorizaexpressamente que seja computado o período correspondente:

ao exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ouintercalados, no ano civil;ao exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais;ao exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente decooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais;ao de parceria ou meação;ao de atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendoser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda aomenor benefício de prestação continuada da Previdência Social.

2) de 01 janeiro de 2011 a 31 dezembro de 2015, cada mês comprovado de emprego ou trabalho, multiplicadopor 3 (três), limitado a 12 (doze) meses, dentro do respectivo ano civil; e

3) de 01 janeiro de 2016 a 31 dezembro de 2020, cada mês comprovado de emprego, multiplicado por 2 (dois),limitado a 12 (doze) meses dentro do respectivo ano civil.

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Ou seja: apenas em relação aos empregados e contribuintes individuais rurais, a partir de2011 e até 2015, esses segurados deverão recolher quatro contribuições por ano; de 2016 até2020, deverão comprovar o recolhimento de seis contribuições por ano, e, a partir de 2021,seguirão a regra de doze contribuições por ano.

Cuidado: Esta nova regra citada acima, trazida pela Lei n. 11.718/2008, não atinge ossegurados especiais, pois eles são isentos de carência pelo art. 26, III e pelo art. 39, I, da Lei n.8.213/1991. A menção a este tipo de segurado (segurado especial) no art. 143 é redundante.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS DA APOSENTADORIA POR IDADE RURAL :

O tema da aposentadoria do trabalhador rural, tem uma falsa premissa de que, nos termos do art. 48,§ 2º., da Lei n. 8.213/1991, a concessão da aposentadoria por idade para todos os trabalhadores ruraisdepende apenas do implemento da idade e da aferição do efetivo exercício de atividade rural noperíodo imediatamente anterior ao requerimento administrativo ou à data do implemento da idademínima, pelo número de meses correspondente à carência do benefícioA VERDADE PORÉM, NÃO É ESSA, POIS, COMO VISTO:

Apenas os segurados especiais (definidos no art. 11, VII, da Lei n. 8.213/1991) têm a prerrogativa legalde isenção de carência (art. 26, III e 39, I), devendo comprovar apenas o exercício de atividade rural,ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício,igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício;

Os empregados rurais (definidos no art. 11, I, a, da Lei n. 8.213/1991) e os contribuintes individuaisrurais (definidos no art. 11, V, g, da Lei n. 8.213/1991) podem computar como carência o tempo deatividade rural, sem recolhimento de contribuições, apenas até 31 de dezembro de 2010. A partir de2011 e até 2015, esses segurados devem comprovar o pagamento de quatro contribuições por ano; de2016 até 2020, deverão comprovar o recolhimento de seis contribuições por ano, e, a partir de 2021,seguirão a regra de doze contribuições por ano; e

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Os trabalhadores rurais avulsos (definidos no art. 11, VI, da Lei n. 8.213/1991) e os contribuintes individuais rurais(definidos no art. 11, V, a, da Lei n. 8.213/1991), por fim, devem comprovar o recolhimento integral das contribuiçõesmensais por todo o período da carência.

IMPORTANTE!! É possível, e acontece na prática, que o trabalhador rural tenha um histórico de vida onde sãointercalados períodos como empregado rural e como segurado especial. Nestes caso, é possível o cômputo de todosestes períodos como carência, pois o requisito etário é idêntico para eles.

RENDA MENSAL INICIAL (RMI)

A RMI da aposentadoria por idade, requerida com respaldo no art. 143, da Lei n. 8.213/1991, é de 01 (um) salário-mínimo.Assim, o trabalhador rural que se beneficia da isenção de carência tem direito ao benefício limitado a 01 (um) salário-mínimo. Esse sempre será o caso do segurado especial.

Contudo, há casos onde o trabalhador rural se beneficia apenas em parte da isenção de carência, ou nem mesmo emparte, por ter vertido contribuição durante uma parte da carência ou durante toda ela, respectivamente. Esse pode ser ocaso do empregado rural e do contribuinte individual rural. Nestas situações, deve-se calcular o salário de benefício naforma do art. 29, I, da Lei n. 8.213⁄1991 (média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuiçãocorrespondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário) e a rendamensal inicial (RMI) na forma do art. 58 (A aposentadoria por idade consistirá numa renda mensal de 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste, por grupo de 12 contribuições, não podendo ultrapassar 100% do salário-de-benefício).Durante o período eventualmente abrangido pela isenção de carência o salário de contribuição deve ser computado novalor de 01 (um Início e término do benefício

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APOSENTADORIA ESPECIAL: Fundamentos e Conceito

A aposentadoria especial é um benefício previdenciário, de caráter programático, que visa proteger o seguradoque trabalha sujeito a condições prejudiciais à sua saúde ou integridade física, proporcionando-lhe a retirada daatividade nociva antes que efetivamente sofra os efeitos da mencionada exposição. Artigo 201, § 1º, da CF,artigos 57 e 58, da Lei 8.213/91 (LB), artigos 64 a 70, do Decreto 3.048/99 e Artigos 246 a 299, da IN INSS/PRES77/2015.

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO:

Exposição de no mínimo 15, 20 ou 25 anos trabalhados em atividade nociva à saúde e/ou integridade física poragentes físicos - químicos – biológicos e associação de agentes.

CARÊNCIA de 180 contribuições ou tabela do art. 142, da LB.

Caracterização e Comprovação do Tempo Especial

Com relação à caracterização da atividade como especial devemos aplicar o princípio do tempus regit actum (art.70, § 1º, do Decreto 3.048/99), tendo em vista o direito adquirido (art. 5º, inciso XXXVI, da CF e art. 6º, da LINDB)

Ou seja, para se averiguar se a atividade deve ser considerada ou não especial e o meio de comprovação daatividade deve-se observar a legislação vigente à época da prestação do serviço.

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HISTÓRICO DA APOSENTADORIA ESPECIAL

Prevista inicialmente pela Lei nº 3.807/60, art. 31, para o segurado que tivessecinquenta aos ou mais de idade e quinze anos de contribuição, além de tertrabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, pelo menos, conformeatividade profissional em serviços considerados, penosos, insalubres ou periculosos,regulamentado pelo Decreto 63.230/68, com enquadramento pelos anexos I e II,conforme exposto no art. 2º.

Com o advento da Lei 9.032/95 ( 28 de abril de 1995), houve alteração significativana Lei de beneficio 8.213/91 e a Lei de custeio, ambas em 24 de julho de 1991, com avedação da conversão de tempo de serviço comum em especial, mantendo-sesomente a conversão do tempo de trabalho exercido sob condições especiais emcomum. Além disso, vedou ao segurado que recebesse aposentadoria especialcontinuar exercendo atividade especial.

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A Lei 9.528/97 ( 10 de dezembro de 1997) alterou o art. 58 da Lei de benefício 8.213/91,estabelecendo critérios e formas de comprovação de exposição a agente nocivos,instituiu o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), mas não regulamentou a relaçãode agente nocivos, que só ocorreu com a edição do Decreto Regulamentador do Planode Benefícios 2.172/97 ( 05 de março de 1997). Vigorando até essa data ou seja de 29de abril de 1995 a 05 de março de 1997, o Anexo I (relação de agente nocivo) doDecreto 83.080/79, bem como parte do quadro anexo ao Decreto 53.831/64 (item1.0.0 – agentes).

Medida provisória 1.663-10 (28 de maio de 1998) – convertida em lei 9.711/98 (20 denovembro de 1998) determinava que cabia ao Poder Executivo estabelecer critériospara a conversão do tempo de trabalho exercido até 28 de maio de 1998, desde que oSegurado tenha completado, até aquela data, pelo menos 20% do tempo necessáriopara obtenção da respectiva aposentadoria, conforme tabela disposta na lei.

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BENEFICIÁRIOS DA APOSENTADORIA ESPECIAL

Conforme exposto no art. 64 do Decreto 3048/99 (após alteração do decreto 4.723/03) aaposentadoria especial é devida:

A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao seguradoempregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quandocooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha trabalhadodurante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condiçõesespeciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Desde que, de formaHABITUAL E PERMANENTE NÃO OCASIONAL NEM INTERMITENTE, como prescreve o §

1º, I e II do art. 64.

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IMPORTANTE!!!! E QUANTO AO DIREITO DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL NÃO COOPERADO?

SÚMULA 62 TNU - O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física.

“o contribuinte individual faz jus ao reconhecimento de tempo de serviço prestado em condições especiais,desde que seja capaz de comprovar o exercício de atividades consideradas prejudiciais à saúde ou àintegridade física, nos moldes previstos à época em que realizado o serviço” (AgRg no Resp 1.398.098).

No mesmo sentido, as decisões proferidas pelo STJ no julgamento do REsp 1.436.794, do AgRg no Resp1.422.313, AgRg no REsp 1.535.538 e AgRg no Resp 1.555.054.

Aliás, como bem ressaltado em recente julgado do STJ, “quanto ao reconhecimento de tempo especial nacondição de contribuinte individual, esclareço que a Lei n. 8.213⁄1991, ao mencionar a aposentadoriaespecial no artigo 18, inciso I, alínea “d”, como um dos benefícios devidos aos segurados, não faz nenhumadiferença entre as categorias de segurados. A dificuldade do contribuinte individual de comprovar exposiçãoa agentes nocivos à saúde ou à integridade física não justifica negar a possibilidade de reconhecimento deatividade especial” (Resp 1.585.009).

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PROVA PARA O CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

1. Notas Fiscais de compras de produtos específicos da atividade;2. Certidão do órgão de classe (CRO, CRM, CNH profissional, etc.);3. Diploma Universitário, informando a graduação na atividade especial, se for o caso;4. Certificados de Especialização de cursos durante a vida laboral;5. Inscrição na prefeitura e respectivos impostos (ISS, TL);6. Contratar empresa de saúde e segurança do trabalho para elaboração de PPRA e PCMSO;7. Testemunhas;8. Prova Perícia Judicial;9. Contrato de Prestação de serviço;10. Laudo da empresa tomadora do serviço;11. Fretes (no caso de motorista de caminhão);12. Inscrição no INSS de autônomo;13. Fichas dos pacientes atendidos (uma por ano), no caso de dentista ou médico.

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O QUE É ATIVIDADE ESPECIAL?

A atividade que expõe o Segurado a condições especiais de insalubridade, periculosidade e penosidadeque prejudiquem a saúde ou a integridade física.

O anexo IV do Decreto 3.048/99 dispõe que o rol dos agentes nocivos é EXAUSTIVO, enquanto asatividades são meramente exemplificativas. (apetus numerus)

•Porém nas jurisprudências encontramos decisões no sentido de que, restando comprovada a efetivaexposição a algum agente nocivo, ainda que não previsto nos instrumentos normativos pertinentes,ainda assim o segurado teria direito à contagem do tempo em exposição como especial, destacandoa súmula 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos:•

“Atendidos os demais requisitos, é devida a aposentadoria especial, se perícia judicial constata que aatividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita emRegulamento”

VEJAMOS O QUE É CADA UMA DELAS:

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A aplicação do conceito legal de insalubridade (art. 193 CLT) para fins previdenciários é mitigada,uma vez que nem todas as hipóteses que geram o pagamento do adicional de insalubridade sãocontadas como tempo especial, como, o caso da iluminação deficiente que gera o pagamento doadicional, mas que não conta como tempo especial.

“Serão consideradas atividades insalubres aquelas que afetam ou causam danos à saúde, ou seja,aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados aagentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e daintensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Os agentes insalubres estãoclassificados em agentes físicos, químicos , biológicos e agentes associados.”

A Lei 9.732, de 11.12.1998 (advinda da conversão da MP 1.729/98, publicada em 03.12.1998),trouxe a questão da qualidade e da quantidade para definir se o agente presente no ambientelaboral é ou não nocivo, quando autorizou que a legislação trabalhista fosse parâmetro para oenquadramento das atividades especiais (art. 58, § 1º, da Lei 8.213/91).

•De acordo a NR 15 existem dois tipos de critérios para caracterizar a insalubridade:

Pelo critério quantitativo a insalubridade é caracterizada quando a concentração do agente derisco se encontrar acima dos limites de tolerância determinados nos anexos. São agentesavaliados pelo critério quantitativo o ruído, agentes químicos, poeiras minerais como sílica livree amianto, calor radiações ionizantes entre outros.

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Já o critério qualitativo a insalubridade é caracterizada por avaliação pericial de exposição ao risco.É aplicado para trabalho sob condições hiperbáricas, para trabalho com exposição a radiações nãoionizantes, frio. Em tese para sua comprovação basta a presença do agente nocivo no ambiente detrabalho. Na análise quantitativa deve haver a prova de exposição acima dos limites de tolerância.A avaliação qualitativa de riscos e agentes nocivos será comprovada mediante descrição:I – das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente nocivo ou associação deagentes nocivos presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada;

II – de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes mencionados no inciso I;e

III – dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a intensidade deexposição, a frequência e a duração do contato.

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“Por atividade periculosa, devemos entender as atividades ou operações que, por sua naturezaou método de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos emcondições de risco acentuado”

“Trabalho penoso é aquele relacionado à exaustão, ao incômodo, à dor, ao desgaste, àconcentração excessiva e à imutabilidade das tarefas desempenhadas que aniquilam o interesse,que leva o trabalhador ao exaurimento de suas energias, extinguindo lhe o prazer entre a vidalaboral e as atividades a serem executadas, gerando sofrimento, que pode ser revelado pelos doissintomas: insatisfação e ansiedade”.(MARQUES. Christiani. A Proteção ao Trabalho Penoso. Pág. 64)

Labor a céu aberto, sob sol escaldante ou outras intempéries EX :(corte de cana-de-açúcar);Minas de carvão e demais trabalhos realizados no subsolo;Trabalhos marítimos, em profundidades ou alto mar (especialmente pelo isolamento);Descarregamento de sal dos navios ancorados no porto;Trabalho em alturas; e outros.

Os agentes nocivos são classificados pela NR 15 como: químicos, biológicos, físicos e/ouassociações. Para os critérios de avaliação ambiental utilizado são os da Normas de HigieneOcupacional NHOs da Fundacentro.

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AGENTES QUÍMICOS:• Conceito: pode trazer o ocasionar danos à saúde ou à integridade física, em razão de sua concentração,manifestados por névoas, neblinas, poeiras, fumos, gazes, vapores de substâncias nocivas presentes noambiente de trabalho, absorvidos pela via respiratória ou outras vias.

• Exemplos mais comuns:• Asbestos• Fumos• benzeno• poeira• Gases• Hidrocarbonetos• Outros (20)

AGENTES BIOLÓGICOS:Os trabalhadores que geralmente têm contato com agentes nocivos biológicos são os da área médica, de enfermagem, funcionários de laboratórios de análise biológicas, lixeiros, açougueiros, lavradores, tratadores de gado, de curtume e de estação de tratamento de esgoto, dentre outros.

• Exemplos mais comuns, de microrganismos como:• Bacilos• Bactérias• Fungos• Parasitas

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AGENTES FÍSICOS:

• Conceito: pode trazer o ocasionar danos à saúde ou à integridade física, em razão de sua intensidade e exposição.• Exemplos mais comuns:

• vibrações • calor • pressões anormais

• radiações ionizantes

• ruído

• Os danos ocasionados por este agente nocivo físico relacionam-se com a frequência (exposição prolongada ouconstante) e com a intensidade (ruídos muito fortes). O ruído acarreta efeitos diretos ( inicialmente redução dacapacidade auditiva e posteriormente surdez permanente) e indiretos ( percebidos a longo tempo, comoalteração no humor, nervosismo, irritabilidade, que podem causar cefalia, aumento da pressão arterial,problemas cardíacos, dente outros.

• No caso de ruído contínuos ou intermitentes, os períodos de exposição não podem exceder os limites detolerância determinados na NR15 que prevê:

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NÍVEL DE RUÍDO (EM DECIBÉIS-DB) MÁXIMA EXPOSIÇÃO

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4h30 min.

90 4 horas

91 3h30 min.

92 3 horas

93 2h40 min.

94 2h15 min.

95 2 horas

96 1h45 min.

98 1h15 min.

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

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https://jus.com.br/artigos/56160/aposentadoria-especial-agente-nocivo-ruido

NR – 15 LIMITE MÁXIMO DIÁRIO

PERMINITIDO

85 DB 8 HORAS

88 DB 5 HORAS

90 DB 4 HORAS

95 DB 2 HORAS

NHO - 01 LIMITE MÁXIMO DIÁRIO

PERMINITIDO

85 DB 8 HORAS

88 DB 4 HORAS

90 DB 2 HORAS

95 DB 47,62 MINUTOS

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ENQUADRAMENTO DO RÚIDO CONFORME POSICIONAMENTO DO STJ

RUÍDO ACIMA DE 80 DB ATÉ 05/03/1997 DECRETO 53.831/64, CÓDIGO 1.1.6

RUÍDO ACIMA DE 90 DB ENTRE 06/03/1997 E 18/11/2003 –DECRETOS 2.172/97 E 3048/99 Anexo IV, código 2.0.1

RUÍDO ACIMA DE 85 DB A PARTIR DE 19/11/2003DECRETO 3048/99 COM REDAÇÃO PELO DECRETO 4.882/03, código 2.0.1

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DECIBELÍMETRO OU MEDIDOR DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA

Os aparelhos mais modernos possuem memória com armazenamento de dados, os modelos mais simplesou antigos oferecem apenas a opção de leitura imediata dos níveis de ruído no visor.

O microfone é peça vital na composição do equipamento, sua função é a de transformar o sinal de pressãomecânica em sinal elétrico. Normalmente os decibelímetros usados comercializados no Brasil operamentre 30 a 140 Decibéis.

Conforme regulamentação dada pela NR 15 o ruído deve ser controlado no ambiente de trabalho.

DOSÍMETRO

É usado para avaliar o ruído no qual o trabalhador está submetido durante determinado período noambiente de trabalho. Com o equipamento fixado no trabalhador ele permite a medição do ruído com ocálculo automático da dose de ruído. O interessante desse equipamento é que ele oferece o percentualde ruído no qual o trabalhador está exposto. Tudo depende da configuração previamente programada noaparelho.

O dosímetro é considerado o aparelho mais eficiente e detalhista para as medições de ruído, sendo porisso, preferência entre muitos profissionais.

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A TNU, no julgamento do PEDILEF n. 5002543-81.2011.4.04.7201, representativo dacontrovérsia, firmou a tese de que na hipótese de exposição ao agente nocivo ruído emníveis variados, deve ser realizada a média aritmética simples entre as medições de ruídoencontradas, afastando-se a técnica de picos de ruído, que considera apenas o limitemáximo da variação.

Na sessão do dia 25/10/2017, ao julgar o PEDILEF 5010059-05.2013.4.04.7001, a TNUreafirmou este entendimento acerca da exposição ao agente nocivo ruído, em níveisvariados, no ambiente de trabalho, na contagem de tempo de serviço especial para finsprevidenciários. Para a TNU, deve ser realizada a média aritmética simples entre asmedições verificadas, afastando-se a técnica de picos de ruído.

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TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL

O Decreto 3.048/99 teve seu art. 70 alterado pelo Decreto 4.827/2003, tendo como atual redação:

“Art 70 - A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela”:

• Súmula 50, da TNU: É possível a conversão do tempo de serviço especial em comum do trabalhoprestado em qualquer período.

• Resp. repetitivo 1.151.363/MG: Rel. Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO, Julgado em23/03/2011, DJE 05/04/2011.

MULTIPLICADORES -

TEMPO A CONVERTER

MULHER (PARA 30) - HOMEM (PARA 35)

DE 15 ANOS 2,00 2,33

DE 20 ANOS 1,50 1,75

DE 25 ANOS 1,20 1,40

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CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM

• Conversão Especial para Comum: Esta modalidade serve para aquele segurado que trabalhoupor um determinado tempo exposto a agentes especiais, sem contudo, ter completado otempo para concessão do benefício na modalidade especial. Deste modo, é dado a ele o direitode converter o tempo especial por um fator multiplicador no qual o seu tempo especial serácontado com um acréscimo para fins de concessão da aposentadoria por tempo decontribuição.

• O Decreto 83.080/79, bem como o Decreto 611/92 (art. 64), previam a possibilidade deconversão tempo comum em especial. Esta previsão foi extinta com a Lei 9.032/95 (vide art.249, da IN INSS PRES 77/2015).

• Conversão de Comum para Especial: Até a edição da Lei 9.032/95 era possível convertertempo comum para especial. Era possível, através do fator conversor redutor trocar um tempode serviço comum pelo ficto especial a fim de que se pudesse aposentar na AposentadoriaEspecial. Contudo, para tanto o segurado deveria contar com períodos mistos: especial ecomum.

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É CONSIDERADO TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL

• Os períodos de afastamento de auxílio doença ou aposentadoria por invalidez acidentários;

• Salário maternidade

Desde que a data do afastamento o segurado estivesse exposto aos fatores de risco. (Parágrafoúnico do Decreto 3.048/99 com redação dada pelo Decreto 8.123 de 16 de outubro de 2013).

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS I - CAPITAL SP SUBSEÇÃOJUDICIÁRIA DE SAO PAULO 7ª VARA PREVIDENCIARIA - 0003263-71.2015.403.6183 - Conformedados extraídos do Sistema Único da Previdência Social - DATAPREV, o autor percebeu osbenefícios de auxílio-doença previdenciários nº. 517.841.378-0 e 613.581.679-2, nos períodos de27-08-2006 a 18-07-2007 e de 07-05-2015 a 14-06-2015. Ressalto que, no caso em análise, NÃO ÉPOSSÍVEL O CÔMPUTO DESTES PERÍODOS EM QUE O AUTOR RECEBEU AUXÍLIO-DOENÇAPREVIDENCIÁRIO COMO TEMPO ESPECIAL, POSTO QUE ESSA CONVERSÃO NÃO É ADMITIDA PELALEGISLAÇÃO ATUAL.

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DO USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) e INDIVIDUAL (EPI)

Com o advento da Lei 9.732/98, exige-se a informação sobre a utilização dos equipamentos de proteçãocoletiva (EPC) e os de proteção individual (EPI).

Art. 166 CLT - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteçãoindividual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que asmedidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúdedos empregados.IRDR SOBRE EPI. TESE FIXADA“a mera juntada do PPP referindo a eficácia do EPI não elide o direito do interessado em produzir provaem sentido contrário” (INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS - IRDR Nº5054341-77.2016.4.04.0000/SC. DJ 11/12/17. Aguarda julgamento de ED.)

NO MANUAL APOSENTADORIA ESPECIAL QUANTO AOS EPI’s– RESOLUÇÃO 600/17: Deve ser observada ahierarquia entre medidas de proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou de organização dotrabalho e utilização de tecnologia de proteção individual, NESTA ORDEM.

Admite-se a utilização de EPI somente em situações de inviabilidade técnica da adoção de medidas deproteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou se encontrarem em fase de estudo,planejamento ou implantação, ou, ainda, em caráter complementar ou emergencial. (pag.21) GN

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DO USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

A informação acerca da existência de tecnologia de proteção individual ou coletiva que diminua aintensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação de sua adoção é campoobrigatório no Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).

Acerca da utilização dos equipamentos de proteção individual, identifica-se de três entendimentos:

1) Do INSS, para o qual, em qualquer período trabalhado, se do laudo técnico contar informação deque o uso do equipamento de proteção individual ou coletivo elimina ou neutraliza a presençado agente nocivo, não caberá enquadramento da atividade como especial;

2) Do Judiciário: “O uso do equipamento de proteção individual (EPS, ainda que elimine ainsalubridade, no caso de exposição de ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especialprestado” (Súmula 09 da Turma de Uniformização dos JEF);

3) Doutrinário: Comprovada a adequada utilização do EPI e a eficácia do equipamento utilizado, operíodo especial não deve ser considerado especial após a Lei 9.732/98.

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DO USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

É possível a eliminação da insalubridade por meio do uso do EPI?A eliminação da exposição aos riscos ambientais pelo uso do EPI é possível tecnicamente, porém carece de umaverificação do uso efetivo por parte do trabalhador. Somente fornecer o EPI e não garantir que o mesmo seja usadodurante toda a jornada de trabalho não irá descaracterizar o exercício de uma atividade ou operação insalubre.

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A utilização de equipamento de proteção, por si só, não descaracteriza o enquadramento da atividade. Sedo laudo técnico constar informações de que o uso do equipamento de proteção individual ou coletivoelimina ou neutraliza a presença do agente nocivo, não caberá o enquadramento da atividade comoespecial.

No enunciado do Art. 68, § 11 do Decreto, verifica-se que o legislador ao autorizar a utilização daLegislação Trabalhista (NR15), para classificar os agentes nocivos e determinar limites de tolerância,tacitamente autoriza a utilização da sua metodologia, pois, ela esta inserida no contesto da norma.

Analisado a sua aplicabilidade desde a vigência do Decreto 4.882/2003 de 18 de novembro de 2003, atéo advento do Decreto 8.123/2013 que em seu art. 68, § 12, alterou o entendimento anterior, instituindoque os níveis de tolerâncias devem seguir além do especificado no Anexo IV do Decreto Nº 3.048/99, ametodologia e as técnicas de avaliação da Norma de Higiene Ocupacional NHO-01 da Fundação JorgeDuprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro).

De acordo com os artigos e parágrafos dos decretos que regulam a referida matéria, conclui-se que ametodologia e os procedimentos de avaliação da norma NHO-01, somente passaram a ser obrigatóriospara o agente nocivo ruído, a partir 16/10/2013, datada publicação do Decreto 8.123/2013, que alterouo entendimento anterior.

Face ao exposto, podemos concluir que o Decreto 4.882/2003 permite que a empresa utilize-se tanto dalegislação trabalhista (NR-15), como da norma NHO-01 para a elaboração de Laudo Técnico de CondiçõesAmbientais.

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Categoria profissional Anterior a lei 9.032/95

Ruído ARE 664.335

Calor NR-15,anexo 3

Pressão anormal NR-15 ,anexo 6

Vibração NR-15 ,Anexo 8

Benzeno Memorando-circular nº08/DIRSAT/INSS, de

08/07/2014

Hidrocarbonetos NR15 ,anexo 13

Biológicos Item 3.1.5. resolução 600/17

Cancerígenos LINACH .MEMO 2/15

Periculosidade e

penosidade

SITUAÇÕES CONSOLIDADAS DE EPI INEFICAZ

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ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL NO TEMPO

“Decreto 3.048/99 art 70 - §2º As regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiaisem tempo de atividade comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquerperíodo.”

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Os Decretos 53.831/64 e 83.080/79 traziam em seus quadros anexos, róis de atividadesprofissionais e agentes agressivos à saúde e/ou integridade física que davam ao seguradoque se enquadrasse em uma dessas profissões ou que se expunha à algum dos agentes, odireito ao cômputo do tempo trabalhado, como especial.

O entendimento jurisprudencial é pacificado, no sentido de que os decretos acimareferidos podem ser simultaneamente invocados, nas atividades exercidas até28/04/1995.

Assim, as atividades exercidas durante a vigência dos referidos decretos podem serconsideradas como especiais pela CATEGORIA PROFISSIONAL (prova: art. 270, ININSS/PRES 77/2015) ou pela EXPOSIÇÃO AOS AGENTES NOCIVOS (formulários*:AGENTES INSALUBRES, PENOSOS OU PERIGOSOS).

Ponto importante é aquele que diz respeito à data limite de vigência dos Decretos53.831/64 e 83.080/79 e, por conseguinte, da caracterização da atividade como especialde acordo com a atividade profissional Possível até a edição da Lei 9.032/95!!!

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AGENTES CANCERÍGENOS PRESUNÇÃO DE NOCIVIDADE:

A presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição, de agentes nocivosreconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério do Trabalho eEmprego, será suficiente para a comprovação de efetiva exposição do trabalhador (Dec. N.3.048/1999, art. 68, §4°).

A Portaria Interministerial MPS/TEM/MS n. 09, de 07/10/2014, traz a Lista Nacional deAgentes Cancerígenos para Humanos (Linach), como referência para formulação de políticaspúblicas.

Os agentes cancerígenos de que trata a Linach são classificados de acordo com os seguintesgrupos:Grupo 1 – Agentes confirmados como carcinogênicos para humanos;Grupo 2A – Agentes provavelmente carcinogênicos para humanos; eGrupo 2B – Agentes possivelmente carcinogênicos para humanos.

• Benzeno, compostos de cromo, poeira de sílica, óxido de etileno, dentre outros.

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FORMULÁRIOS PARA COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE ESPECIAL

Na forma do art. 298, da IN INSS/PRES 77/2015, o PMP poderá, sempre que julgar necessário, solicitar asdemonstrações ambientais (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA; Programa de Gerenciamento deRiscos - PGR; Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT; Programade Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO; Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT; ePerfil Profissiográfico Previdenciário – PPP) e outros documentos pertinentes à empresa responsável pelasinformações, bem como inspecionar o ambiente de trabalho.

FORMULÁRIOS:

IS SSS-501.19/71: Anexo I, da Seção I, do BS/DS 38, de 26.02.1971.

ISS-132: Anexo IV, da parte II, do BS/DG 231, de 06.12.1977.

SB-40: OS/SB 52.5, de 13.08.1979.

DISES BE 5235: Resolução INSS/PR 58, de 16.09.1991.

DSS-8030: OS/INSS/DSS 518, de 13.10.1995.

DIRBEN 8030: IN 39, de 26.10.2000.

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PPP: IN/INSS/DC 99, de 05.12.2003 (a partir de 01.01.2004 – informações falsas:falsidade ideológica (art. 297, do CP) e multa (art. 68, § 6º c/c art. 283, do RPS).

IN 77/2015, art. 266, § 3º O PPP substitui os antigos formulários de reconhecimento de períodoslaborados em condições especiais, a partir de 1º de janeiro de 2004, conforme art. 260.

Responsável pela análise: Nos termos do art. 297, da IN INSS/PRES 77/2015, o Perito MédicoPrevidenciário - PMP realizar análise técnica dos períodos de atividade exercida em condiçõesespeciais com exposição a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentesprejudiciais à saúde ou à integridade física, quando requisitado tanto em processos administrativos,quanto em processos judiciais, avaliando as informações: a) dos formulários de reconhecimento deperíodos laborados em condições especiais, conforme o caso, observando o disposto no art. 260, da IN77/2015, confrontando as informações com os documentos contemporâneos apresentados; e b) doLTCAT ou documentos substitutivos informados no art. 261, da IN 77/2015, confrontando com osdocumentos apresentados, observando o art. 262, da mesma IN.

É indispensável a apresentação de laudo técnico a partir de 05.03.97 (qualquer agente): nessesentido, STJ, Agravo Regimental no REsp n. 518.554/PR, 5ª Turma, DJ 24.11.03. A comprovação deexposição a ruído sempre exigiu laudo técnico: Decreto 53.831/64.

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PROVA DE ATIVIDADE ESPECIAL NO TEMPO PERÍODO DE TRABALHO ENQUADRAMENTO

Até 28.04.1995

Anexos I e II do Decreto 83.080/79 - Anexo ao Decreto 53.831/64 - Lei

7.850/79 (telefonista) – CPTS para enquadramento por categoria

profissional de empresas extintas; sem apresentação de Laudo Técnico,

exceto para ruído.

De 29.04.1995 a 05.03.1997

Anexo I do Decreto 83.080/79 - Código 1.0.0 do Anexo ao Decreto

53.831/64 - Formulários para agentes nocivos expedidos até 31/12/2003;

LTCAT (ou seus substitutivos) só para ruído ou PPP * entendimento STJ

A partir de 06.03.1997

Com apresentação de Laudo Técnico. A partir de 06.03.1997 Anexo IV do

Decreto 3048/99 - Formulários para agentes nocivos expedidos até

31/12/2003; LTCAT para todos os agentes nocivos (ou seus substitutivos)

ou PPP

A partir de 01.01.2004

Anexo IV do Decreto 3048/99

Com apresentação de Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) expedido

com base no LTCAT (ou seus substitutivos) - LTCAT fica arquivado na

empresa. Só apresenta, se necessário (STJ. Pet 10.262)

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PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO ( PPP)

Introduzido com o Decreto 4.032/2001 ( 26 de novembro de 2001), regulamentado e comvigência a partir de 01 de janeiro de 2004, exigindo-se de todas as empresas a emissãodo documento para os empregados que exerçam atividade especial.

A elaboração do PPP é dever do empregador, que deverá fornecer cópia autêntica aotrabalhador. O descumprimento da elaboração do PPP sujeitará o infrator a multa variávelaplicada por empregado, a ser aplicada pelos auditores da Secretária da Receita Federaldo Brasil.

O PPP substituiu o DIRBEN 8.030 (antigos SB-40; DISES BE 5235, DSS8030), e o LaudoTécnico de Condições Ambientais que serve para comprovar a presença dos requisitoslegais necessários para a concessão da aposentadoria especial. Expedido por médico dotrabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. O LTCAT deve permanecer na empresaà disposição do INSS (art.58 da Lei n. 8.213/91 e art. 68 do Decreto n. 3.048/99).

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Para a validade do PPP é necessário: assinatura por representante legal da empresa, com poderesespecíficos outorgados por procuração, contendo a indicação dos responsáveis técnicos legalmentehabilitados, por período, pelos registros ambientais e resultados de monitoração biológica.

Finalidades do PPP:

a. Comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços previdenciários, em especial, obenefício aposentadoria especial;

b. Prover o trabalhador de meios de provas produzidos pelo empregador, perante a Previdência Social, aoutros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir todo direito decorrente da relação detrabalho, seja ele individual, difuso ou coletivo;

c. prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de modo a organizar e a individualizaras informações contidas em seus diversos setores ao longo dos anos, possibilitando que a empresa eviteações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores.

d. Possibilitar aos administradores públicos e privados acesso a bases de informações fidedignas, comofonte primária de informação estatística, para desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica,bem como definição de política em saúde coletiva.

IMPORTANTE!!! Informações falsas no PPP constitui crime de falsidade ideológica, nos termos do artigo297 do Código Penal.

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INFORMAÇÕES QUE DEVEM CONSTAR NO PPP :

• Dados administrativos da empresa• Registro ambientais• Resultados de monitoração biológica e os responsáveis pelas informações• CNPJ do estabelecimento e da empresa• Nome do trabalhador• Numero de identificação do trabalhador• Data de nascimento do trabalhador• Sexo• Numero da CTPS• Data da admissão• Informações sobre regime de revezamento de trabalho e sobre comunicações de

acidente de trabalho (CAT)• classificação brasileira de ocupação (CBO)

• Descrição das atividades do trabalhador

• Exposição a fatores de risco

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O QUE SIGNIFICA CA EPI CAMPO 15.8 NO PPP ??

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• Certificado de aprovação (CA) é um documento do Ministério do Trabalho e Emprego(MTE) que garante a qualidade e funcionalidade do equipamento de proteção individualEPI. Para ser comercializado ou utilizado, todo equipamento (nacional ou importado) deveter este certificado.

• CA tem validade? Sim, tem validade. Não podendo confundir a validade do próprio EPI,conforme prevê o CDC, que garante sua total eficácia e qualidade. Mesmo em caso devalidade indeterminada é necessária a previsão de forma clara no equipamento. Quanto avalidade do próprio CA é de no máximo 5 anos, condicionada às certificações doSINMETRO e está prevista em lei. A validade do CA entra em vigor a partir da emissão docertificado pelo MTE.

• Onde consulto o CA de cada EPI?? Por meio do site do Ministério do Trabalho e Emprego(MTE), através do endereço http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx

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DIVERGÊNCIA QUANTO À DATA DA OBRIGATORIEDADE DO LAUDO• Posicionamento do INSS: o LTCAT (Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho) passa a ser exigido apartir da MP 1523, de 13/10/96;

• Posicionamento do STJ, o LTCAT passou a ser exigido a partir do Decreto 2.172/97, que regulamentou a MP1523/96 e depois foi convertida na Lei 9.528/97 (vide REsp. n. 1.436.160-RS);

O LTCAT DEVE CONTER AS SEGUINTES INFORMAÇÕES:• Identificação da empresa, cooperativa de trabalho ou de produção, OGMO, Sindicato da categoria;• Se individual ou coletivo;• Identificação do setor e da função;• Descrição da atividade (profissiográfica);• Descrição dos agentes nocivos capazes de causar danos à saúde e integridade física;• Localização das possíveis fontes geradoras;• Via e periodicidade de avaliação do agentes nocivo;• Metodologia e procedimento de avaliação do agente nocivo;• Descrição das tecnologias de proteção coletiva e individual, bem como medidasadministrativas;• Conclusão;• Assinatura e identificação dos responsáveis técnicos com número do CREA ou CRM;• Data da realização da demonstração ambiental ou do laudo

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SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Lei 8.213/91, art. 29 - O salário-de-benefício consiste:

II - para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dosmaiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o períodocontributivo. IMPORTANTE!!! (ANALISAR O PBC)

Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão deeventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:I - quanto ao segurado:d) aposentadoria especial;Art. 20 § 2º da Lei 8213/91 – Não podendo resultar da média exposta acima, salário de benefício inferior ao saláriomínimo nem superior ao teto máximo da Previdência Social (em 2018 o valor de R$ 5.645,80 (cinco mil seiscentos equarenta e cinco reais e oitenta centavos), alterado pela portaria interministerial nº 15 em 16, Janeiro de 2018.

Todos os salário de contribuição envolvidos no calculo do salário de benefício deverão ser previamente corrigidos,conforme determina o art. 201, § 3º da Constituição Federal. E por determinação do artigo 29-B do PBPS, o ÍndiceNacional de Preços ao Consumidor – INPC.

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ENQUADRAMENTO POR ANALOGIAPROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. REVISIONAL. REMESSA OFICIAL TIDA POR INTERPOSTA. ATIVIDADE ESPECIAL. CATEGORIAPROFISSIONAL. TORNEIRO MECÂNICO E MANDRILHADOR. EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. RUÍDO. COMPROVAÇÃO. OBSERVÂNCIA DALEI VIGENTE À ÉPOCA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. PPP. EPI EFICAZ. INOCORRÊNCIA. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS. REVISÃO IMEDIATA DO BENEFÍCIO.(...)IV- O exercício de atividades como torneiro mecânico e mandrilhador é passível de reconhecimento de atividade especial, por se tratar defunções análogas à de esmerilhador, categoria profissional prevista no código 2.5.3, anexo II, do Decreto 83.080/79 - 'operações diversas'.V- O E. Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso especial de nº 1.398.260/PR (Relator Ministro Herman Benjamin, julgado em05.12.2014, Dje de 04.03.2015), esposou entendimento no sentido de que o limite de tolerância para o agente agressivo ruído, no períodode06.03.1997 a 18.11.2003, deve ser aquele previsto no Anexo IV do Decreto n. 2.172/97 (90dB), sendo indevida a aplicação retroativa doDecreto nº4.8882/03, que reduziu tal patamar para 85dB.VI- O Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP, instituído pelo art. 58, §4º, da Lei 9.528/97, é documento que retrata as características dotrabalho dosegurado, e traz a identificação do engenheiro ou perito responsável pela avaliação das condições de trabalho, sendo apto para comprovar oexercíciode atividade sob condições especiais, fazendo as vezes do laudo técnico.VII - No caso dos autos, os Perfis Profissiográficos Previdenciários - PPP's estão formalmente em ordem, constando o número do CRM enome do médico responsável pelas medições, bem como carimbo e assinatura do responsável pela empresa. Ressalte-se que talformulário é emitido com base no modelo padrão do INSS, que não traz campo específico para a assinatura do médico, portanto, aausência da assinatura deste não afasta a validade das informações ali contidas.(TRF 3ª Região, DÉCIMA TURMA, AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2246985 - 0005547-18.2016.4.03.6183, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL SERGIONASCIMENTO, julgado em 29/08/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA:06/09/2017 )

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No PEDILEF 200651510118434 (sessão de 14/06/2011) a TNU firmou a seguinte premissa de Direito:“A equiparação a categoria profissional para o enquadramento de atividade especial, fundada quedeve estar no postulado da igualdade, somente se faz possível quando apresentados elementos queautorizem a conclusão de que a insalubridade, a penosidade ou a periculosidade, que se entendepresente por presunção na categoria paradigma, se faz também presente na categoria que sepretende a ela igualar”.

A categoria dos trabalhadores que exerciam atividades de serviços gerais em limpeza de ambienteshospitalares, que embora não estivesse expressamente prevista nos decretos previdenciários queregiam aposentadoria especial era considerada como enquadrada, por equiparação, à categorialistada nos itens 1.3.2 e 2.1.3 dos Decretos n. 53.381/1964 e 83.080/1979, que tratava dosprofissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem),conforme disposto na Súmula TNU n. 82. Nesse sentido, a TNU, na sessão do dia 17/04/2013, aojulgar o PEDILEF 5002734-80.2012.4.04.7011 (Representativo de Controvérsia: Tema n. 100),apreciou a questão referente a “saber se há necessidade de demonstração de habitualidade epermanência para enquadrar atividades de limpeza e de serviços gerais em ambiente hospitalar”, efirmou a tese de que “O código 1.3.2 do quadro anexo ao Decreto n. 53.831/64, além dosprofissionais da área da saúde, contempla os trabalhadores que exercem atividades de serviçosgerais em limpeza e higienização de ambientes hospitalares” (nos termos da Súmula TNU n. 82);

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TRF-1 - APELAÇÃO CIVEL AC 00276298320074013800 0027629-83.2007.4.01.3800 (TRF-1)Data de publicação: 12/11/2015Ementa: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ENQUADRAMENTO PORCATEGORIA PROFISSIONAL. DECRETOS Nº 53.831 /1964 E 83.080 /1979. VIGILÂNCIA ARMADA. EQUIPARAÇÃO ÀATIVIDADE DE GUARDA. PORTE DE ARMA DE FOGO. COMPROVAÇÃO. TEMPO SUFICIENTE À CONCESSÃO DOBENEFÍCIO. TERMO INICIAL. CONSECTÁRIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. CUSTAS PROCESSUAIS. 1. O tempo deserviço especial é aquele decorrente de labor prestado sob condições prejudiciais à saúde ou em atividades comriscos superiores aos normais para o segurado e, cumpridos os requisitos legais, pode ser utilizado para finsprevidenciários. 2. Antes da vigência da Lei 9.032 /1995, a contagem do tempo de serviço como especial se davaem função da atividade profissional desempenhada pelo segurado, conforme previsão dos Decretos nº 53.831/1964 (Anexo III) e 83.080 /1979 (Anexos I e II), consoante disposto no caput do art. 57 da Lei 8.213 /1991. Apartir do advento da referida lei, não se trata mais de identificar a qual categoria profissional pertence otrabalhador, mas se exerceu atividade, qualquer que seja ela, sujeito a condições que prejudiquem sua saúde ouintegridade física, pela efetiva exposição a algum agente físico, químico ou biológico, ou combinação destes,constantes de relação definida pelo Poder Executivo. 3. A atividade de vigilante deve ser enquadrada comoperigosa, conforme previsão contida no código2.5.7 do Decreto nº 53.831 /1964, por equiparação à atividadede guarda até a vigência da Lei 9.032 /1995. Tal equiparação, contudo, somente se afigura possível mediantecomprovação de que o segurado exercia a atividade com porte de arma de fogo. Precedentes. 4. Posteriormenteà vigência da Lei 9.032 /1995, em ajuste ao entendimento do relator, o reconhecimento da especialidade dafunção de vigia depende da comprovação da efetiva exposição a agentes prejudiciais à saúde ou à integridadefísica - como o uso de arma de fogo (riscos à integridade física e à própria vida).

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TNU - PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL PEDILEF 50083668120124047110(TNU)

Data de publicação: 12/09/2017

Ementa: PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIAESPECIAL. ATIVIDADE DE VIGIA OU VIGILANTE. ACÓRDÃO RECORRIDO NO MESMO SENTIDO DAJURISPRUDÊNCIA SEDIMENTADA NA TNU, COM EXCEÇÃO DA RESTRIÇÃO PROBATÓRIA, SUPERADA POR ESTATNU. INCIDENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Trata-se de incidente de uniformização, suscitadopela parte-autora, pretendendo a reforma de acórdão oriundo de Turma Recursal que, mantendo a sentença,deixou de qualificar como especial o exercício da atividade de vigilante em período posterior a 05/03/1997. 2.O acórdão recorrido, no ponto em que é atacado pelo presente recurso, após examinar os documentosapresentados nos autos, concluiu que: (1) até 28/04/1995, a ocupação de vigilante/vigia pode ser reconhecidacomo especial pela simples atividade, por equiparação à função de guarda prevista no código 2.5.7 do quadroanexo ao Decreto nº 53.831 /64; (2) de 29/04/1995 a 05/03/1997, é possívelo reconhecimento da especialidade da atividade de vigilante, desde que comprovada a periculosidade,mediante demonstração, por exemplo, do uso de arma de fogo; (3) por fim, após 05/03/1997, também épossível reconhecer o labor sob condições especiais, em razão da periculosidade constante na atividadede vigilante, se houver comprovação mediante laudo técnico. 3. A parte autora sustenta o cabimento dopedido de uniformização por entender que o acórdão recorrido estaria contrário à jurisprudência da própriaTNU: “Em se tratando de vigilante armado, basta a comprovação de que a atividade era desenvolvida como porte de arma de fogo, o que pode ser feito por qualquer meio de prova admitido em direito. Isto porque,neste caso, a periculosidade é presumida. Nãose trata do extinto enquadramento por categoria, mas apenasdo reconhecimento da periculosidade do trabalho com porte de arma de fogo. 4. Assim, equivocou-se a turmade origem ao exigir laudo pericial no período posterior a 12-4-1996, embora tenha afirmado existir...

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TRF-4 - EMBARGOS INFRINGENTES EINF 667 RS 2005.71.10.000667-1 (TRF-4)

Data de publicação: 10/09/2010

Ementa:PREVIDENCIÁRIO.TRATORISTA. RECONHECIMENTO DA ESPECIALIDADE POR EQUIPARAÇÃO À CATEGORIA PROFISSIONAL DE MOTORISTA DE CAMINHÃO. POSSIBILIDADE. AGENTESNOCIVOS RUÍDO, SÍLICA, UMIDADE, HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS E PERICULOSIDADE.HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA. 1. Conquanto o autor não estivesse exposto, durante suajornada laborativa, a todos os agentes nocivos ao mesmo tempo, tendo em vista a diversidade defunções por ele desempenhadas ao longo do ano, considerando as várias etapas que abarcam otrabalho desde o preparo da terra até a colheita do arroz, verifica-se que a cada atividadedesenvolvida estava submetido a pelo menos um agente agressivo (v. g. o agente ruído quandoda utilização do trator para lavrar, preparar a terra e plantar, e a poeira de sílica quando dacolheita do arroz), autorizando assim o reconhecimento do tempo de serviço como especial emambos os intervalos objeto da controvérsia. 2. Embargos infringentes improvidos.

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OS EFEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO NA APOSENTADORIA ESPECIAL

Parágrafo único, art. 69. O segurado que retornar ao exercício de atividade ou operação que o sujeiteaos riscos e agentes nocivos constantes do Anexo IV, ou nele permanecer, na mesma ou em outraempresa, qualquer que seja a forma de prestação do serviço ou categoria de segurado, seráimediatamente notificado da cessação do pagamento de sua aposentadoria especial, no prazo desessenta dias contado da data de emissão da notificação, salvo comprovação, nesse prazo, de que oexercício dessa atividade ou operação foi encerrado. (nova redação trazida pelo Decreto nº8.123/13).

TEMA EM REPERCUSSÃO GERAL NO STF

• Tema 709 - Possibilidade de percepção do benefício da aposentadoria especial na hipótese em queo segurado permanece no exercício de atividades laborais nocivas à saúde.• Relator: MIN. DIAS TOFFOLIt• Leading Case: RE 791961• Há Repercussão? Sim

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“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência,

então, não é um modo de agir, mas um hábito.”

PROFª DÉBORA PATRÍCIA ROSA BONETTI

@drapatriciabonetti

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