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Profa. Liliane Barreiros (UEFS/PPGLINC-UFBA)

Profa. Liliane Barreiros (UEFS/PPGLINC-UFBA) · base do direito no Império Bizantino e um dos principais fundamentos do Direito Comum no Ocidente medieval. ... e os pontos cardeais:

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Profa. Liliane Barreiros (UEFS/PPGLINC-UFBA)

Qual a importância de se conhecer a trajetória históricadas línguas?

Profª. Liliane Lemos Santana Barreiros

O que é Filologia Românica?

O que são Línguas Românicas?

Os fenômenos linguísticos queacreditamos ser atuais jáaconteciam na época daexpansão romana (Europa,África e Ásia) e se repetem emoutras épocas, em outroslugares, com outros povos;

As línguas evoluem, sediferenciam, tomamempréstimos, são substituídas,dominam e são dominadas.

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“O termo FILOLOGIA tem um significado amplo e abrange diversasatividades, pois se trata de uma ciência que se ocupa da linguagem demuitas e diferentes maneiras” (AUERBACH, 1972, p. 11, grifo nosso).

“A Filologia será ‘românica’ se tiver como objeto específico as línguase os dialetos que se originaram do latim vulgar e suas respectivasliteraturas de qualquer espécie, desde a origem até a sua situaçãoatual” (BASSETTO, 2005, p. 38, grifo nosso).

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Para Saussure (2006 [1916], p. 7): “A língua não é oúnico objeto da filologia, que quer, antes de tudo,fixar, interpretar e comentar os textos; esteprimeiro estudo a leva a se ocupar também dahistória literária, dos costumes, das instituições,etc.; em toda parte ela usa seu método próprio, queé a crítica.”

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“Chamam-se línguasromânicas aquelas quesão diferenciações notempo e no espaço deuma língua comumprimitiva, o latimvulgar” (ELIA,1979,p.3).

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A grande diferença não é cronológica (o latim vulgar não sucede aolatim clássico), nem ligada à escrita, é social.

Refletem duas culturas que conviveram em Roma:

• Sociedade fechada, conservadora, aristocrática

PATRÍCIOS

• Aberta a todas as influências

PLEBEUS/

ESCRAVOS

Estável

Inova

constantemente

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Regiões da Itália

O latim ocupava umaárea limitada do Lácio,rodeado de dialetositálicos e etruscos.Somente depois sefixa como língualiterária (III a.C.), como aspecto que deramos grandes escritoresda época republicana.

Etruscos

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Fenômenos de conservação: áreas marginais conservavamcaracterísticas mais arcaicas

Sistema de declinação (1ª a 5ª), que se divide em 7 casos:Nominativo, Genitivo, Dativo, Acusativo, Ablativo,Vocativo e Locativo

A língua falada se diferenciava da língua escrita emmaior ou menor grau, de acordo com a finalidade, a épocae as classes sociais.

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Mais SIMPLES em todos os níveis

- Fonética: Perda da quantidade vocálica (duração/pronúncia timbre)

10 vogais (longas e breves) > 7 > 6 > 5 vogais

- Morfologia: redução das declinações - 2ª absorve a 4ª / 3ª absorve a 5ª

- Numerais: apenas os cardinais

- Gênero neutro: raros vestígios > gênero masculino

- Simplificação dos pronomes demonstrativos e indefinidos

- Is, hic, iste, ille, ipse, idem > iste, ipse, ille

- Sintaxe: ordem das palavras na oração

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Mais ANALÍTICO

Uso de preposições, advérbios, pronomes e verbos auxiliares

Mais CONCRETO

Termos abstratos praticamente desconhecidos

Mais EXPRESSIVO

Eminentemente falado: caract. ênfase, espontaneidade e afetividade

Mais PERMEÁVEL A ELEMENTOS ESTRANGEIROS

Empréstimos lexicais

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Origem em 753 a.C. (fundação de Roma)

A história de Roma divide-se em três fases:

Realeza (das origens a 509 a.C.);

República (de 509 a.C. a 27 a.C.); e

Império (de 27 a.C. a 476 d.C.)

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Conquista da Itália peninsular

Conquista da Europa mediterrânea

Três guerras púnicas - (et. punus > cartagineses) conflitos entre Roma eCartago, a grande cidade africana fundada pelos Fenícios, por causa dodomínio comercial no Mediterrâneo

Gália e Europa Central, Ásia Menor e África

Conquistas tardias

Caledônia (atual Escócia), Dácia (atual Romênia) e Arábia Pétrea

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O IR atingiusua extensãomáxima comum total de301 províncias.

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Capacidade de absorveroutros povos e suaespantosa expansãoterritorial (séculos V a.C.a II d.C.)

• Governava a Urbe (classe fechada e conservadora)

PATRÍCIOS

• Instituições representativas

CLASSES

ADVENTÍCAS/

PLEBEUS

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É a assimilação cultural e linguística da civilização latinapor parte dos povos conquistados. É considerado umfenômeno único na história da humanidade.

As conquistas romanas tinham caráter político eeconômico e o uso da língua era uma questão de honra.

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Exército romano – a base do Império e de sua expansão, pois era o1º a entrar em contato com os outros povos, tanto na conquista comona ocupação.

Colônias militares (veteranos) – os soldados eram recompensadoscom terras produtivas, após a aposentadoria, e recebiam a cidadaniaromana.

Colônias civis – instaladas após a retirado do povo vencido pararesolver às demandas de terras por parte dos plebeus, garantir aordem, impedir rebeliões e produzir alimentos e outros bens.

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Administração romana – aristocracia romana (uso dolatim clássico, sermo urbanus)

“[...] o latim usado pela administração das províncias foi umponderável fator de latinização, já que era veículo de comunicaçãonos contatos com a população, latina e não-latina, e a língua oficial detodos os documentos” (BASSETTO, 2005, p. 107).

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Obras públicas – estradas, abastecimento de água, teatros,edifícios públicos (fórum, templos, basílicas, monumentos ebibliotecas).

Comércio – a localização geográfica de Roma transformou-a em grande centro comercial.

A latinização não foi uniforme em todas as partes do ImpérioRomano.

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Exploravam economicamente a região, mas respeitavama religião e permitiam o uso da língua materna emcontatos entre si.

Direito romano: concedia a cidadania romana, por etapas,a todos os habitantes do Império.

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O Título de “cidadão romano” conferia, juridicamente, váriosdireitos distintos:

Possuir e transmitir propriedade;

Proceder a uma ação judicial;

Contrair matrimônio legítimo;

Participar do sacerdócio;

Direito de voto nas assembleias;

Ser elegível para as magistraturas (e para o Senado).

O critério determinante: adesão aos valores da romanidade.

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Lei das XII Tábuas (cerca de 450 a.C.), a primeira compilação deleis romanas.

Éditos dos magistrados: decisões dos magistrados encarregados dajurisdição, que se transformaram em regras do direito.

Édito Perpétuo de Adriano (125-138 d.C.), uma codificação doséditos dos antigos magistrados.

A obra dos Jurisconsultos: consultas jurídicas dos jurisconsultosromanos, consideradas fonte do direito a partir de Adriano (117-138).

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Surge o Corpus Iuris Civilis -no contexto do Império Romano doOriente, o Imperador Justinianoordena a compilação de todas asfontes antigas de direito romano e asua harmonização com o direito doseu tempo. Este código constituiu abase do direito no Império Bizantinoe um dos principais fundamentos doDireito Comum no Ocidentemedieval.

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Razões para a perda:

Romanização superficial – Caledônia, Germânia, parte dos paísesdanubianos e regiões montanhosas da Europa continental emediterrânea.

Superioridade cultural dos vencidos – Grécia e Mediterrâneooriental

Superposição maciça de populações não-romanas – Áfricamediterrânea.

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Razões para ganho:

movimentos colonialistas iniciados com as grandes navegações;

movimentos de propagação do catolicismo.

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CAUSAS INTERNAS

Despovoamento do Império – guerras civis, invasõesbárbaras e a peste

Empobrecimento e Impostos – população descontente ecorrupção generalizada

Decadência militar – privilégios exagerados, morte,soldados bárbaros (“invasões pacíficas”).

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CAUSAS EXTERNAS:AS INVASÕES

“Invasões pacíficas” – presença, sobretudo de germanos,no exército e nas colônias

Final do séc. IV – início das grandes invasões (Vândalos,Godos, Francos, Lombardos, Alamanos, Eslavos, Árabesetc.)

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A partir do século II d.C., com Trajano.

Descentralização progressiva provocada pela própriaextensão do Império e agravada por uma políticainconsequente.

Habitantes de regiões mais afastadas predominaram noexército e na administração.

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Século V, a presença de populações bárbaras no Impérioera mais maciça.

Durante uma incursão dos visigodos pela Itália, foi depostoo imperador Rômulo Augústulo (476), fato que oshistoriadores utilizam como marco cronológico do fim doImpério Romano.

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As Línguas Românicas surgem e se desenvolvem nas provínciasem que a latinização lançou raízes mais profundas e resistentes amudanças políticas e sociais, bem como a intermináveis guerras einvasões (BASSETTO, 2005, p. 152).

Os fenômenos externos mais relevantes que favoreceram adialetação do latim vulgar e consequentemente a formação dasLínguas Românicas...

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SUB + STRATUM = “camada de baixo”

Denominação atribuída por Graziadio Isaia Ascoli

São marcas linguísticas do povo vencido deixadas nalíngua de maior prestígio.

Influência de baixo para cima

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A língua de maior prestígio cultural e político tende ase impor naturalmente sobre a outra, que perde seusfalantes.

A ação do substrato depende de causas sociais, políticas,históricas e até estilísticas (tendências populares à simplicidadeou ao descuido, ou mesmo cultas em busca de aprimoramento ou depurismo).

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A grande diversidade de povos da Itália antiga explica a grandequantidade de substratos (oscos, umbros, sabinos, celtas etc.).

Itália central e meridional: substrato osco-umbro

Assimilações:

nd > nn

expandere > spanne (estender; explicar);

infundere > nfonne (infundir; inculcar)

mb >mm

palumba > palomma (pomba)

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Maiores registros no léxico e na fonética

EX.: léxico português – topônimos Coimbra, Lima; nomes comunscama, lousa.

PB – tupi (designações da fauna, flora e utensílios)

OBS.: A inclusão definitiva de um fato linguísticomodificado na língua receptora pode levar séculos.

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SUPER + STRATUM = “camada de cima”

Termo criado por Walther von Wartburg

É utilizado para designar os vestígios e as influências de um povodominador no idioma do dominado, idioma esse que passa a serusado por ambos, já que a língua do dominador político deixade ser falada.

Influência de cima para baixo

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As línguas germânicas no território da România, com as invasões

bárbaras, constituíram superstratos do latim.

EX.: guerra, trégua, estribo, espora, feudo; adjetivos – branco, morno,rico; verbos – roubar, falar, agasalhar.

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Dominadores e dominados continuam a usar seu próprioidioma por período de tempo muito variável (BASSETTO, 2005,p. 152).

Osco / latim – território romano

Celta / latim – Gália

Ibérico / latim – Ibéria

Árabe / dialeto siciliano – Sicília

Não é comum a manutenção do bilinguismo.

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É toda língua que vigora ao lado de outra, num território dado,e que nela interfere como manancial permanente de empréstimos.

Para caracterizar uma situação de adstrato, basta que dois povos deidiomas diferentes sejam vizinhos e mantenham relacionamento dequalquer tipo.

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A noção de adstrato tem a ver com a coexistência delínguas em situação de bilinguismo.

Para a formação das línguas românicas foi importante apresença constante do grego e até mesmo do latim literário,especialmente com relação aos empréstimos lexicais.

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A causa pode ser invasão ou conquista.

EX.: Adstrato Árabe na Península Ibérica (a partir de 711até 1492) – quase 8 séculos de convivência ao lado doromanço.

Moçárabes (nativos românicos que assimilaram a cultura árabe eeram bilingues)

Aljamia “língua estrangeira” – textos escritos em romance comcaracteres árabes

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Línguas ibéricas, anteriores à conquista romana.

Ibérico,Celta, Fenício e púnico

Grego – inúmeras palavras, porém raras são as que se pode atribuir,sem margem de dúvida, ao período de dominação grega na PenínsulaIbérica, anterior à conquista romana.

São elas: bolsa, cara, corda, calma, caixa, ermo, governar, golfo eórfão.

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Palavras de origem germânica, introduzidas pelos visigodos,suevos e vândalos.

A maioria, são ligadas à vida militar e aos costumes próprios dosgermanos, tais como a guerra e o saque.

e os pontos cardeais: norte, sul, leste, oeste.

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1) Árabe - grande influência no léxico. As palavras de origem árabesão compostas pelo artigo invariável al, quer inalterado ou reduzidoa a, quando antes de x, z, c e d: arroz,azeite, açougue etc.

Os nomes árabes mais frequentes, relacionam-se a:

a) Plantas: algodão, alecrim, alface, alfafa, alfazema, açafrão, açucena,alcachofra, benjoim e bolota.

b) Instrumentos variados: alicate, alfanje, algema, almofariz etc.

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c) Ofícios e oficinas: alcaide, alfaiate, alferes, almoxarife, califa, emir;aduana, alcova, aldeia, armazém, arrabalde e arsenal.

d) Alimentos e bebidas: aletria, acepipe, álcool, almôndega e xarope.

e)Medidas: alqueire, arroba e quintal.

f) Palavras de significação vária: alarde, alarido, alcunha, algazarra,álgebra, azulejo, alvará, almofada, alcateia, azar, javali, cifra e zero;

g) Poucos adjetivos e verbos;

h) e a interjeição oxalá (proveniente do árabe “in sha Allah”).

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1) A língua geral, uma versão simplificada do tupi, que era usadapelos brancos e mamelucos (filhos de índia com branco) em seuscontatos com os aborígenes. Também usada pelos índios da tribotupi como meio de comunicação com as demais tribos de famíliaslinguísticas diferentes, que falavam as famosas línguas travadas.

2) O semicrioulo português, usado pelos portugueses na comunicaçãocom os negros escravos e, também, com os índios e mestiços.

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Como pode ser conceituado:

Substrato ou Adstrato ?

... Adstrato, por quê ?

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Os índios brasileiros, salvo raríssimas exceções, jamais abandonaramsua língua para adotar a do conquistador; pelo contrário, no começoda colonização, a língua geral era mais falada do que a portuguesa,devido à grande superioridade numérica dos mamelucos e índiossobre a população branca.

A língua geral só deixou de ter importância pelo fato de osportugueses terem chacinado seus falantes, “um documento jesuíticonos diz que as 40 mil almas... estavam reduzidas a 400.”

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Os negros também não abandonaram seu português crioulo paraaprenderem a língua portuguesa padrão. O principal motivo disto foique o Brasil, profundamente escravocrata e racista, não forneciaqualquer tipo de educação aos negros; a estes, bastava quesoubessem o português crioulo, para que pudessem entender asordens e cumpri-las.

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1) Animais - araponga, arara, capivara, curió, cutia, gambá, jiboia,jacaré, jararaca, juriti, lambari, paca, piranha, quati, sabiá, saúva,tamanduá, tatu, urubu etc.

2) Plantas - abacaxi, capim, carnaúba, cipó, ipê, jabuticaba, jacarandá,jequitibá, mandioca, pitanga etc.

3) Utensílios - arapuca e jacá.

4) Alimentos - moqueca e pipoca.

5) Fenômenos naturais - piracema e pororoca.

6) Crendices - saci, caipora e curupira.

7) Doenças - catapora

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a) redução de ditongo a vogal:

dotô > doutor; isquêro > isqueiro;

b) transformação do lh:

muié >mulher; oiá > olhar;

c) assimilação dos grupos consonantais em nasal:

tomano > tomando; quano > quando; tamém > também;

d) queda do r final:

amô > amor;muié >mulher; fazê > fazer;

e) queda do l final:

generá > general;papé > papel.

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Morfofonológico:

a) queda da primeira sílaba do verbo estar, como em: eu tô;

b) aglutinação fonética, como em:

zóio > olhos; zunha > unhas; e zoreia > orelhas.

Morfológico:

a) simplificação da flexão verbal, reduzida a somente duas pessoas,como em:

“eu compro” / “tu/você compra” / “ele/ela compra”

“nós compra” / “vocês compra” / “eles/elas compra”

b) queda da flexão de número do determinado, como ocorre em:

“as muié”> “as mulheres”;“esses home”> “esses homens”.

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a) Religião: macumba, mandinga, candomblé, babalaô e orixá;

b) Comida: tutu, angu, abará, cachaça e vatapá;

c) Instrumentos: agogô, samba, maracatu e ganzá;

d) Doenças: caxumba, calombo, calundu e banzo;

e) Objetos de uso: cachimbo, carimbo, miçanga e tanga;

f) Animais e plantas: camundongo, marimbondo, inhame, chuchu, jiló,maxixe e quiabo;

g) Locais:mocambo, quilombo e senzala;

h) Pessoas e relações pessoais: moleque, mucama, milonga, molambo,muxoxo, quizília e dengo.

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1) A influência do substrato no português resume-se ao léxico.

2) A influência do superstrato, apesar de maior, é resumida tambémao léxico e muito especializada, sendo que muitas de suas formastornaram-se obsoletas ou excessivamente restritas.

3) A influência do adstrato é a mais importante de todas. Comexceção do provençal, todas as línguas que conviveram com oportuguês, quer em Portugal: o árabe, quer no Brasil: a língua geral eo semicrioulo português, penetraram bastante no nosso léxico, sendoque o semicrioulo português serviu, ainda, para intensificar oprocesso de evolução já existente, de uma maneira muito maisintensa, é claro, nas populações de baixa escolaridade.

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ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática latina: curso único e completo. 29. ed.São Paulo: Saraiva, 2000.

BASSETTO, Bruno F. Elementos de filologia românica: história externa das línguas.Vol. 1. São Paulo: EDUSP, 2001.

ELIA, Silvio. Preparação a Linguística Românica. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1974.

GARCIA, Afrânio da Silva. O português do Brasil questões de substrato, superstrato

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ILARI, Rodolfo. Lingüística românica. São Paulo: Ática, 2001.

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