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Profa. Milene Zanoni da Silva Vosgerau

Profa. Milene Zanoni da Silva Vosgerau · Farmacologia. ATIVIDADE FÍSICA SEXO PRESENÇA DE ANIMAIS USO DE MEDICAMENTOS CONSUMO ... avitaminose A. Leucemia na infância provocada

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Profa. Milene Zanoni da Silva Vosgerau

Epí = em cima de, sobre

Demós = povo

Logos = palavra, discurso, estudo

“Ciência do que ocorre (se abate)

sobre o povo.”

Mil

ene

ZS

Vos

ger

au

EPIDEMIOLOGIA

Definição:

Ciência que estuda o processo saúde-doença na

sociedade, analisando a distribuição populacional e os

fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde

e eventos associados à saúde coletiva, propondo

medidas específicas de prevenção, controle de

erradicação de doenças e fornecendo indicadores que

sirvam de suporte ao:

Planejamento,

Administração

Avaliação das ações em Saúde

Mil

ene

ZS

Vos

ger

au

ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006a

Em epidemiologia, o problema de pesquisa surge quando agravos à saúde atingem grupos humanos

Objeto de estudo da Epidemiologia

População

Doentes

relação entre o conjunto da população

e o sub-conjunto de doentes

Almeida Filho, 2000

Epidemiologia Positivista

Epidemiologia da Doença

Epidemiologia “Positiva”

Epidemiologia da Saúde

Não é um sistema binário

É um continuum - processo

saúde doença

Saúde Doença

„Saúde é a capacidade de adaptação e autogestão em face aos desafios sociais, físicos e emocionais‟.

Huber et al., 2011

Susser & Susser, American Journal of Health Public, v.86, n.5, 1996

Não são sinônimos!

Saúde Não estar doente

Bem Não fazer o mal

Paz Não fazer guerra

Amor Não ódio

Felicidade

Ausência de afetos negativos: ansiedade, depressão, agitação, aborrecimento, pessimismo, tensão

Vida Não estar morto

“Não me convide para nenhuma manifestação contra a Guerra, mas estarei em todas pela Paz.”

Madre Tereza

Denominação Conceito Objeto Indicador Fatores Clínica Áreas

Epidemiologia

da saúde

Epidemiologia

Positiva

Processo

complexo,

dinâmico

(multinível)

Saúde

Indicadores

positivos de

saúde

Fatores de

promoção

da saúde

Sinais e

sintomas

clínicos

“das

saúdes”

Como é o

nome da

ciência que

estuda a

saúde?

Epidemiologia

da doença

Epidemiologia

Positivista

Saúde como

ausência de

doença;

(grupo de

não-

doentes)

“Ponto cego”

Doença

Morte

Indicadores

de

morbidade e

mortalidade

Fatores de

risco

Fatores de

proteção da

doença

Sinais e

sintomas

clínicos

das

doenças

Anatomia,

Fisiologia,

Patologia,

Farmacologia

ATIVIDADE FÍSICA

SEXO

PRESENÇA DE ANIMAIS

USO DE MEDICAMENTOS

CONSUMO DE CAFÉ

ALEITAMENTO MATERNO

Situação de saúde

Autocuidado 1,19 – 3,94 0,012*

Sim 2,16

Não 1,00

Autopercepção de saúde 0,73 – 2,08 0,432

Ruim 1,23

Boa 1,00

Depressão 0,22 – 0,97 0,042*

Sim 0,47

Não 1,00

Hipertensão arterial 0,33 – 1,19 0,155

Sim 0,62

Não 1,00

Presença de dor crônica 0,25 – 0,82 0,009*

Sim 0,45

Não 1,00

Intensidade da dor crônica 0,24 – 1,51 0,286

Sem dor/Fraca/moderada 0,62

Forte/violenta/Insuportável 1,00

Consumo de medicamentos

Consumo contínuo de medicamentos 0,64 – 2,30 0,558

Sim 1,21

Não 1,00

Mil

ene

ZS

Vo

sger

au

EPIDEMIOLOGIA

Epidemiologia Social

LEITURA INTERESSANTE:BARATA, Rita Barradas. Epidemiologia social. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2005, vol.8, n.1, pp. 7-17. ISSN 1415-790X.

“para produzir saúde devemos atuar

sobre os determinantes sociais, e

não apenas na cura das doenças”.

o Os determinantes sociais tem

um impacto direto na saúde

o Os determinantes sociais

estruturam outros

determinantes da saúde

o São as „causas das causas‟

Idéiaantiga!

o Allison → 1820

o Villermé → 1826

o Virchow → 1847

o investigando um surto,

chegou a conclusão de

que as causas da

epidemia eram tanto

sociais e econômicas

quanto eram físicas.

Índice de Gini para

concentração de

renda x 100

PNUD 2005

0 20 40 60 80

Paraguay

South Africa

Brazil

Guatemala

Swaziland

Central African Republic

Sierra Leone

Botswana

Lesotho

Namibia

Países

escandinavos

= 25

o Iniquidades na distribuição de renda

o Parcela da população vivendo na pobreza

o A renda dos 20% mais ricos é 26x maior

que a renda dos 20% mais população mais

pobre

o 24% da população economicamente ativa

possui rendimentos inferiores que U$

2/dia.

CARVALHO; BUSS, 2008

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

VICTORA, 2006

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

INIQUIDADES EM SAÚDE

VICTORA et al, Lancet 2003

0%

10%

20%

30%

40%

Mais pobres Mais ricos

Grupos de renda familiar

% f

am

ília

s

Fonte: PNAD 2002

0%

10%

20%

30%

0 a 3 4 a 7 8 ou +

Número de bens no domicílio

% i

nd

ivíd

uo

s

Fonte: Pesq Mundial Saúde / Brasil 2003

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

INIQUIDADES EM SAÚDE

VICTORA et al, Lancet 2003

0%

20%

40%

60%

80%

< 1 1 a 3 4 a 7 8 a 10 11 a 14 15 ou

mais

Escolaridade (anos)

% m

ulh

ere

s

Fonte: PNAD Saúde 2003

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

VICTORA et al, Lancet 2003

Fonte: Coorte de 1982 (Pelotas)

0%

5%

10%

15%

20%

25%

<1 1,1-3 3,1-6 6.1-10 >10

Renda familiar em salários mínimos

% a

do

les

ce

nte

s

0%

20%

40%

60%

80%

0 a 3 4 a 7 8 ou +

Número de bens no domicílio

% i

nd

ivíd

uo

s

Fonte: Pesq Mundial Saúde / Brasil 2003

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

VICTORA et al, Lancet 2003

Fonte: Epidemiologia da Desigualdade, 1988

0%

5%

10%

15%

<1 1,1-3 3,1-6 6.1-10 >10

Renda familiar em salários mínimos

% c

ria

as

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

VICTORA et al, Lancet 2003

0%

20%

40%

60%

80%

0 <=1 1.1-2 2.1-3 3.1-5 5.1-10 10.1-20 >20

Renda familiar (salários mínimos)

% i

nd

ivíd

uo

s

Fonte: PNAD Saúde 2003

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

VICTORA et al, Lancet 2003

50%

60%

70%

80%

90%

Mais

pobres

Segundo Terceiro Quarto Mais

ricos

Renda familiar (quintis)

% g

es

tan

tes

Fonte: Pelotas, Coorte 2004

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

VICTORA et al, Lancet 2003

Fonte: Pesq Mundial Saúde / Brasil 2003

60%

80%

100%

0 a 3 4 a 7 8 ou +

Número de bens no domicílio

% i

nd

ivíd

uo

s

0%

5%

10%

15%

20%

0 a 3 4 a 7 8 ou +

Número de bens no domicílio

% i

nd

ivíd

uo

s

Fonte: Pesq Mundial Saúde / Brasil 2003

Sadio

Doença leve

Doença grave

Morte

Maior exposição às doenças e agravos

Menor cobertura com intervenções

preventivas

Maior probabilidade de adoecer

Menor resistência às doenças

VICTORA et al, Lancet 2003

Menor acesso a serviços de saúde

Pior qualidade da atenção recebida em

serviços de atenção primária

Menor probabilidade de receber

tratamentos essenciais

Menor acesso a serviços de nível

secundário e terciário

05/11/2011Felipe A. Remondi 43

John Snow

Primeiro estudo epidemiológico -1854 – John Snow– Cólera X Água de Abastecimento

Séc. XX - Estudos epidemiológicos das doenças Transmissíveis

Transição epidemiológica

Doenças não infecciosas, lesões por causas externas, desvios nutricionais

46

19816 idosos para cada 12 crianças até 5 anos

20046 idosos para cada 5 crianças até 5 anos

Painel de Indicadores do SUS, 2006

Sobreposição de modelos

Diminuição dos índices de doenças parasitárias

Reaparecimento de doenças seculares (Dengue, Tuberculose, Hanseníase, Cólera, dentre outras)

Doenças Emergentes: AIDS, Ébola

Aumento expressivo das causas externas →violência urbana

Aumento na prevalência das doenças Cardiovasculares

Aumento de doenças relacionadas com o estilo de vida

Análise da situação de saúde AIDS em Curitiba

Identificação de perfis e fatores de risco Homens tem 6 x mais chance de morrer em

acidente de trânsito do que mulheres

Avaliação dos serviços Antes PSF/PG → Mortalidade infantil: 25/ 1000

nascidos vivos (2001) Após PSF/PG → Mortalidade Infantil: 16/1000

nascidos vivos (2002)

Vigilância em saúde pública Casos de Meningite meningocócica em Curitiba

Mortalidade infantil e classes sociais.

Trombose venosa relacionada ao uso deanticoncepcionais.

Sedentarismo e doenças cardio-vasculares.

Hábito de fumar e câncer de pulmão.

Comportamento sexual transmissão da AIDS.

Cegueira em crianças subnutridas e sua relação comavitaminose A.

Leucemia na infância provocada pela exposição deraios X durante a gestação.

Informação

Decisão

Ação

Dado

Indicadores Juízo de valor

PlanejamentoMedidas corretivas

Dados:

Matéria prima da informação →Valores ainda não trabalhados

Ex: Morreu 100 crianças na Cidade X/2005

Informação:

Tradução dos dados após serem trabalhados

Ex: 10/1000 nascidos vivos na Cidade X (P = 10000 hab)

Indicadores:

Permite comparar níveis de saúde entre diferentes populações, ou ao longo do tempo 10/1000 nascidos vivos na Cidade X

100/1000 nascidos vivos na Cidade Y

Casos notificados de dengue por Regiões do Brasil,

janeiro a junho de 2011

Região Nº

Norte 110.711

Nordeste 157.297

Sudeste 338.307

Sul 56930

Centro Oeste 52421Fonte:Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância em Saúde.Balanço Dengue: Semana Epidemiológica 1 a 26 de 2011

Casos notificados de dengue por Regiões do Brasil,

janeiro a junho de 2011

Região Nº

Norte 110.711

Nordeste 157.297

Sudeste 338.307

Sul 56930

Centro Oeste 52421Fonte:Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância em Saúde.Balanço Dengue: Semana Epidemiológica 1 a 26 de 2011

Casos notificados de dengue e coeficientes de incidência por regiões do Brasil, janeiro a junho de 2011Região Nº casos População Coef. Incidência

Norte 110.711 15.864.454 69,79

Nordeste 157.297 53.081.950 29,63

Sudeste 338.307 80.364.410 42,10

Sul 56930 27.386.891 20,79

Centro Oeste 52421 14.058.094 37,29

Fonte:Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância em Saúde.Balanço Dengue: Semana Epidemiológica 1 a 26 de 2011Coeficientes por 10 mil habitantes

Casos notificados de dengue e coeficientes de incidência por regiões do Brasil, janeiro a junho de 2011Região Nº casos População Coef. Incidência

Norte 110.711 15.864.454 69,79

Nordeste 157.297 53.081.950 29,63

Sudeste 338.307 80.364.410 42,10

Sul 56930 27.386.891 20,79

Centro Oeste 52421 14.058.094 37,29

Fonte:Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância em Saúde.Balanço Dengue: Semana Epidemiológica 1 a 26 de 2011Coeficientes por 10 mil habitantes

Levantamentos contínuos

óbitos, nascimentos, doenças de notificação obrigatória

Levantamentos Periódicos

IBGE – 10 em 10 anos

Levantamentos ocasionais

Pesquisas de mestrados, investigação de surtos

Fonte primária

Levantados diretamente da população pesquisada

Exemplos: Pesquisar automedicação na população Pesquisar os padrões de consumo de medicamentos Pesquisar a quantidade de chumbo no leite materno

Fonte secundária

Quando os dados já são existentes

Dados arquivados, registrados, processados, publicados

Exemplo: Incidência de tuberculose com bases nos dados pelo

serviço de saúde

As formas de informações trabalhadas em Saúde Pública → Indicadores de morbi-mortalidade

Serve para comparar o observado em determinado local com o observado em outros locais ou com o observado em diferentes tempos e medir o risco.

Analisar a situação atual de saúde

Fazer comparações

Avaliar mudanças ao longo do tempo