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A Serra da Capivara (Piauí) possui numerosos sítios arqueológicos outrora habitados por
homens e animais pré-históricos, que registraram sua presença na forma de fósseis,
artefatos e inscrições rupestres (como a imagem abaixo). A arte rupestre, como uma
representação gráfica, é portadora de mensagens cujos significados só podem ser
compreendidos no contexto social em que foram elaboradas. Vestígios marcam a presença
de povos caçadores-coletores há pelo menos 50.000 anos. Nesse contexto, a ocorrência de
doenças era explicada pela crença em forças sobrenaturais.
Passagem para a vida eterna: Vestido como o Deus Anúbis, um
sacerdote completa o rito de mumificação no qual era utilizada
uma série de especiarias. (Imagem e informação retiradas do
Livro: À sua saúde: a Vigilância Sanitária na História do
Brasil/Eduardo Bueno. ANVISA, Brasil, 2005)
Gravura do século 11 mostra um paciente sendo tratado no "Banco de
Hipócrates". (Retirado do Livro: À sua saúde: a Vigilância Sanitária na
História do Brasil/Eduardo Bueno. ANVISA, Brasil, 2005)
Machu Picchu, no Peru, guarda o
tamanho do império Inca que se estendeu
ao longo do oeste da América do Sul. Os
Incas fizeram muitas descobertas
farmacológicas como, por exemplo, o uso
do quinino no tratamento da malária e o
uso da folha da coca como analgésico.
Todo o sistema de organização do
Império Inca era permeado pelas
concepções religiosas, pelos cultos e
rituais festivos.
Um dos processos que
fortaleceu o Egito como
um grande Império foi a
ocupação do espaço
geográfico no vale do Rio
Nilo. A necessidade de
povoamento dessa região
possibilitou a irrigação e o
desenvolvimento da
agricultura,
transformando assim os
povos nômades (os
Nomos) em povos
sedentários. Esse processo
é conhecido como
sedentarismo.
Na Idade Média, o espetáculo da doença e da morte atingia a todos. Para lubridiar a
morte, evitava-se o contato, a proximidade, o toque e, ao mesmo tempo, buscava-se
neutralizar com perfumes e com máscaras os odores que corrompiam o ar. Por isso, os
médicos que cuidavam de doentes com a peste negra usavam máscara como uma forma
de proteção. O formato de um bico de pássaro era para distanciar ainda mais o contato
com o ar pestilento.
Port Scene with the Villa Medici, 1637. Pintura de Claude Lorrain que
representa um porto francês, um marco para o desenvolvimento do
mercantilismo, das relações de trocas e formação de uma nova ordem
econômica que dará as bases para o capitalismo.
Quadro do pintor espanhol Luis Jiménez Aranda, 1897, que representa a visita de um
grupo de estudantes acompanhada de seu mestre a um hospital típico do século XIX. A
pintura retrata o exame clínico (ausculta) de uma jovem adolescente inconsciente.
Cuidadosamente, o assistente a posiciona para o exame clínico, enquanto todos a
observam. Esta pintura retrata a ocupação do hospital pela medicina científica
moderna.
Hipócrates procurou explicar os distúrbios
mentais como resultado de um desequilíbrio
entre os quatro humores básicos do corpo: o
sangue, a linfa, a bile amarela e a bile negra,
que correspondiam aos quatro
temperamentos: sanguíneo, fleumático,
colérico e melancólico. Na Idade Média se
fazia associações entre a melancolia e a Bile
Negra. Na gravura de Albrecht Dürer (1471
— 1528), a melancolia é representada como
uma mulher de asas, sentada com o rosto
apoiado em uma das mãos. A seu lado, um cão
adormecido (o sono, irmão da morte, é um
conhecido acompanhante da melancolia e da
depressão). E uma profusão de objetos usados
no cotidiano, em vários ofícios, na ciência:
uma balança, uma ampulheta, uma sineta,
uma tábua numérica (daquelas em que os
números, somados, dão sempre o mesmo
resultado, na horizontal ou na vertical),
martelo, serrote, pregos. [Scliar, M. Na Noite
do Ventre, O Diamante. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2005]
"A extração da pedra da loucura"
(1485), do pintor italiano
Hieronymus Bosch (1450-1516),
retrata a concepção medieval que
supunha a loucura como uma
pedra no cérebro. Bosch, na sua
imaginação, no momento da
extração da doença, coloca no
lugar da dureza da pedra a
delicadeza de uma flor. A imagem
que se tinha da loucura era de
algo místico, desconhecido,
considerado o lugar imaginário
da passagem da vida à morte.
O Homem Vitruviano, de
Leonardo da Vinci (1452-
1519), apresenta uma figura
masculina desnuda, em duas
posições sobrepostas com os
braços, inscritos num círculo
e num quadrado. A obra
simboliza o redescobrimento
das proporções matemáticas
do corpo humano no século
XV e é uma das grandes
realizações do Renascimento
italiano.
Escrito em 1543 por Andreas
Vesalius, "De Humani Corporis
Fabrica" foi um dos mais influentes
livros científicos de todos os
tempos. É conhecido sobretudo por
suas ilustrações, algumas das mais
perfeitas xilogravuras já realizadas.
Michelangelo (1475 - 1564) foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto renascentista italiano. A
mais famosa de suas tarefas foi a pintura monumental do teto da Capela Sistina no Vaticano,
onde, por quatro anos (1508-1512), realizou "A Criação de Adão" que representa um episódio do
Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem. Existem várias teorias sobre o
significado da composição original da obra, e todas apontam para o amplo conhecimento que
Michelangelo possuia em Anatomia. Em 1990, um médico chamado Frank Lynn Meshberger
afirmou que a figura em que Deus está apoiado tem o formato anatômico de um cérebro,
incluindo o lobo frontal, o nervo ótico, a glândula pituitária e o cerebelo. (Fonte:
www.wikipedia.org - em julho de 2010)
A Lição de Anatomia do Dr. Tulp (1632) é uma pintura a óleo sobre tela de
Rembrandt (1606-1669). A obra retrata uma aula de anatomia que na época foi
uma revolução no campo das ciências da vida. Os avanços da anatomia-
patológica deram visibilidade para o corpo humano e renovaram as explicações
acerca do processo saúde e doença.
Os primeiros microscópios foram construídos no século XVII; eram simples e bastante
limitados em relação à ampliação, eram compostos de única lente. Anton Van
Leevwenhoek (1632-1723) produzia lentes com vidro moído, usava o microscópio para
conhecer a anatomia de pequenos animais, ele criou um microscópio muito eficiente e
com isso colaborou com o avanço da microbiologia.
Louis Pasteur (1822 a 1895) foi
um cientista francês cujas
descobertas tiveram enorme
importância na história da
química e da medicina. Seu
estudos consolidaram a Teoria
germinal das enfermidades
infecciosas ou Teoria microbiana,
segundo a qual toda enfermidade
infecciosa tem sua causa num
micróbio com capacidade de
propagar-se entre as pessoas.
Pasteur investigou os
microorganismos que causavam
as doenças e fundou em 1888 o
Instituto Pasteur, um dos mais
famosos centros de pesquisa da
atualidade.
John Snow (1813 — 1858) foi um
médico britânico que trabalhou
desenvolvendo ações de higiene
médica. Teve um papel muito
importante no desenvolvimento da
epidemiologia por ter identificado a
cadeia de transmissão do cólera.
Antes de Snow, acreditava-se que a
contaminação da cólera ocorria
através do ar. Ele analisou os óbitos
registados em 1848-1849 e 1853-
1854 e mostrou uma associação
entre a localização desses óbitos e as
empresas que faziam o
abastecimento da água. A imagem é
do mapa utilizado para identificar as
pessoas contaminadas pelo cólera
em Londres. Apesar da forte
evidência alcançada, os esforços de
Snow revelaram-se inconclusivos.
Naquela época, as idéias miasmáticas
eram ainda prevalentes na
comunidade médica e nenhuma
medida de saúde pública foi tomada.
O quadro pintado em 1897 por
Pablo Picasso mostra uma
mulher enferma. A pintura
apresenta a relação entre a
medicina e a filantropia. O
avanço da ciência é representado
pela maneira atenciosa e
cuidadosa com que o médico
presta o atendimento, enquanto
que a caridade religiosa e a
filantropia são evidenciadas na
presença da freira servindo a
paciente e amparando sua filha
prestes a se tornar órfã.
Botica, Debret, aquarela.
A pintura reproduz uma
botica do século XIX.
Com o advento da
microbiologia e com as
descobertas da
farmacologia, cada vez
mais, a ciência médica
elabora medicamentos
para tratamento e cura
de doenças. (Retirado do
Livro: À sua saúde: a
Vigilância Sanitária na
História do
Brasil/Eduardo Bueno.
ANVISA, Brasil, 2005)
A derrocada dos tupis: germes e
doenças trazidos pelos europeus
mataram noventa por cento da
população indígena da América,
inclusive os nativos do Brasil. (Indíos
Tupinambás guerreiros, Jean de Léry,
xilogravura, Biblioteca Municipal
Mário de Andrade; Imagem retirada
do livro À sua saúde: a vigilância
sanitária na história do
Brasil/Eduardo Bueno. Brasília:
Ministério da Saúde: ANVISA, 2005)
Em 1900 foi criado, no Brasil, o Instituto Soroterápico Federal que,
depois de rebatizado de Instituto Oswaldo Cruz em 1908, foi
denominada Fundação Oswaldo Cruz. Sua origem marcou o
desenvolvimento da microbiologia no Brasil.
Decidido a sanear e modernizar a cidade, o presidente da República Rodrigues Alves (1902-
1906) deu plenos poderes ao prefeito Pereira Passos e ao médico Osvaldo Cruz para executarem
um grande projeto sanitário na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. O prefeito pôs em
prática uma ampla reforma urbana, que ficou conhecida como bota abaixo, em razão das
demolições dos velhos prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e jardins.
Oswaldo Cruz, convidado a assumir a Direção Geral da Saúde Pública, criou as Brigadas Mata
Mosquitos, grupos de funcionários do Serviço Sanitário que invadiam as casas para desinfecção e
extermínio dos mosquitos transmissores da febre amarela. Iniciou também a campanha de
extermínio de ratos considerados os principais transmissores da peste bubônica. A política
sanitarista de Oswaldo Cruz, aprovada pelo Congresso em 31 de outubro de 1904, determinou a
vacina obrigatória, que culminou na Revolta da Vacina em novembro do mesmo ano. A vacina
obrigatória, na época, recebeu um repúdio da imprensa que, de alguma, também estimulou a
revolta popular que resultou em meia centena de mortos e muitos feridos.