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Profa. Milene Zanoni

Profa. Milene Zanoni - epidemioufpr.files.wordpress.com · entre os quatro humores básicos do corpo: o sangue, a linfa, a bile amarela e a bile negra, que correspondiam aos quatro

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Profa. Milene Zanoni

A Serra da Capivara (Piauí) possui numerosos sítios arqueológicos outrora habitados por

homens e animais pré-históricos, que registraram sua presença na forma de fósseis,

artefatos e inscrições rupestres (como a imagem abaixo). A arte rupestre, como uma

representação gráfica, é portadora de mensagens cujos significados só podem ser

compreendidos no contexto social em que foram elaboradas. Vestígios marcam a presença

de povos caçadores-coletores há pelo menos 50.000 anos. Nesse contexto, a ocorrência de

doenças era explicada pela crença em forças sobrenaturais.

Passagem para a vida eterna: Vestido como o Deus Anúbis, um

sacerdote completa o rito de mumificação no qual era utilizada

uma série de especiarias. (Imagem e informação retiradas do

Livro: À sua saúde: a Vigilância Sanitária na História do

Brasil/Eduardo Bueno. ANVISA, Brasil, 2005)

Hipócrates

(460 – 380 a. C.)

Gravura do século 11 mostra um paciente sendo tratado no "Banco de

Hipócrates". (Retirado do Livro: À sua saúde: a Vigilância Sanitária na

História do Brasil/Eduardo Bueno. ANVISA, Brasil, 2005)

Machu Picchu, no Peru, guarda o

tamanho do império Inca que se estendeu

ao longo do oeste da América do Sul. Os

Incas fizeram muitas descobertas

farmacológicas como, por exemplo, o uso

do quinino no tratamento da malária e o

uso da folha da coca como analgésico.

Todo o sistema de organização do

Império Inca era permeado pelas

concepções religiosas, pelos cultos e

rituais festivos.

Um dos processos que

fortaleceu o Egito como

um grande Império foi a

ocupação do espaço

geográfico no vale do Rio

Nilo. A necessidade de

povoamento dessa região

possibilitou a irrigação e o

desenvolvimento da

agricultura,

transformando assim os

povos nômades (os

Nomos) em povos

sedentários. Esse processo

é conhecido como

sedentarismo.

Na Idade Média, o espetáculo da doença e da morte atingia a todos. Para lubridiar a

morte, evitava-se o contato, a proximidade, o toque e, ao mesmo tempo, buscava-se

neutralizar com perfumes e com máscaras os odores que corrompiam o ar. Por isso, os

médicos que cuidavam de doentes com a peste negra usavam máscara como uma forma

de proteção. O formato de um bico de pássaro era para distanciar ainda mais o contato

com o ar pestilento.

Port Scene with the Villa Medici, 1637. Pintura de Claude Lorrain que

representa um porto francês, um marco para o desenvolvimento do

mercantilismo, das relações de trocas e formação de uma nova ordem

econômica que dará as bases para o capitalismo.

Quadro do pintor espanhol Luis Jiménez Aranda, 1897, que representa a visita de um

grupo de estudantes acompanhada de seu mestre a um hospital típico do século XIX. A

pintura retrata o exame clínico (ausculta) de uma jovem adolescente inconsciente.

Cuidadosamente, o assistente a posiciona para o exame clínico, enquanto todos a

observam. Esta pintura retrata a ocupação do hospital pela medicina científica

moderna.

Hipócrates procurou explicar os distúrbios

mentais como resultado de um desequilíbrio

entre os quatro humores básicos do corpo: o

sangue, a linfa, a bile amarela e a bile negra,

que correspondiam aos quatro

temperamentos: sanguíneo, fleumático,

colérico e melancólico. Na Idade Média se

fazia associações entre a melancolia e a Bile

Negra. Na gravura de Albrecht Dürer (1471

— 1528), a melancolia é representada como

uma mulher de asas, sentada com o rosto

apoiado em uma das mãos. A seu lado, um cão

adormecido (o sono, irmão da morte, é um

conhecido acompanhante da melancolia e da

depressão). E uma profusão de objetos usados

no cotidiano, em vários ofícios, na ciência:

uma balança, uma ampulheta, uma sineta,

uma tábua numérica (daquelas em que os

números, somados, dão sempre o mesmo

resultado, na horizontal ou na vertical),

martelo, serrote, pregos. [Scliar, M. Na Noite

do Ventre, O Diamante. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2005]

"A extração da pedra da loucura"

(1485), do pintor italiano

Hieronymus Bosch (1450-1516),

retrata a concepção medieval que

supunha a loucura como uma

pedra no cérebro. Bosch, na sua

imaginação, no momento da

extração da doença, coloca no

lugar da dureza da pedra a

delicadeza de uma flor. A imagem

que se tinha da loucura era de

algo místico, desconhecido,

considerado o lugar imaginário

da passagem da vida à morte.

O Homem Vitruviano, de

Leonardo da Vinci (1452-

1519), apresenta uma figura

masculina desnuda, em duas

posições sobrepostas com os

braços, inscritos num círculo

e num quadrado. A obra

simboliza o redescobrimento

das proporções matemáticas

do corpo humano no século

XV e é uma das grandes

realizações do Renascimento

italiano.

Esqueleto do tronco e pernas.

Leonardo da Vinci

(1452 - 1519)

Escrito em 1543 por Andreas

Vesalius, "De Humani Corporis

Fabrica" foi um dos mais influentes

livros científicos de todos os

tempos. É conhecido sobretudo por

suas ilustrações, algumas das mais

perfeitas xilogravuras já realizadas.

Michelangelo (1475 - 1564) foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto renascentista italiano. A

mais famosa de suas tarefas foi a pintura monumental do teto da Capela Sistina no Vaticano,

onde, por quatro anos (1508-1512), realizou "A Criação de Adão" que representa um episódio do

Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem. Existem várias teorias sobre o

significado da composição original da obra, e todas apontam para o amplo conhecimento que

Michelangelo possuia em Anatomia. Em 1990, um médico chamado Frank Lynn Meshberger

afirmou que a figura em que Deus está apoiado tem o formato anatômico de um cérebro,

incluindo o lobo frontal, o nervo ótico, a glândula pituitária e o cerebelo. (Fonte:

www.wikipedia.org - em julho de 2010)

A Lição de Anatomia do Dr. Tulp (1632) é uma pintura a óleo sobre tela de

Rembrandt (1606-1669). A obra retrata uma aula de anatomia que na época foi

uma revolução no campo das ciências da vida. Os avanços da anatomia-

patológica deram visibilidade para o corpo humano e renovaram as explicações

acerca do processo saúde e doença.

Os primeiros microscópios foram construídos no século XVII; eram simples e bastante

limitados em relação à ampliação, eram compostos de única lente. Anton Van

Leevwenhoek (1632-1723) produzia lentes com vidro moído, usava o microscópio para

conhecer a anatomia de pequenos animais, ele criou um microscópio muito eficiente e

com isso colaborou com o avanço da microbiologia.

Louis Pasteur (1822 a 1895) foi

um cientista francês cujas

descobertas tiveram enorme

importância na história da

química e da medicina. Seu

estudos consolidaram a Teoria

germinal das enfermidades

infecciosas ou Teoria microbiana,

segundo a qual toda enfermidade

infecciosa tem sua causa num

micróbio com capacidade de

propagar-se entre as pessoas.

Pasteur investigou os

microorganismos que causavam

as doenças e fundou em 1888 o

Instituto Pasteur, um dos mais

famosos centros de pesquisa da

atualidade.

John Snow (1813 — 1858) foi um

médico britânico que trabalhou

desenvolvendo ações de higiene

médica. Teve um papel muito

importante no desenvolvimento da

epidemiologia por ter identificado a

cadeia de transmissão do cólera.

Antes de Snow, acreditava-se que a

contaminação da cólera ocorria

através do ar. Ele analisou os óbitos

registados em 1848-1849 e 1853-

1854 e mostrou uma associação

entre a localização desses óbitos e as

empresas que faziam o

abastecimento da água. A imagem é

do mapa utilizado para identificar as

pessoas contaminadas pelo cólera

em Londres. Apesar da forte

evidência alcançada, os esforços de

Snow revelaram-se inconclusivos.

Naquela época, as idéias miasmáticas

eram ainda prevalentes na

comunidade médica e nenhuma

medida de saúde pública foi tomada.

O quadro pintado em 1897 por

Pablo Picasso mostra uma

mulher enferma. A pintura

apresenta a relação entre a

medicina e a filantropia. O

avanço da ciência é representado

pela maneira atenciosa e

cuidadosa com que o médico

presta o atendimento, enquanto

que a caridade religiosa e a

filantropia são evidenciadas na

presença da freira servindo a

paciente e amparando sua filha

prestes a se tornar órfã.

Botica, Debret, aquarela.

A pintura reproduz uma

botica do século XIX.

Com o advento da

microbiologia e com as

descobertas da

farmacologia, cada vez

mais, a ciência médica

elabora medicamentos

para tratamento e cura

de doenças. (Retirado do

Livro: À sua saúde: a

Vigilância Sanitária na

História do

Brasil/Eduardo Bueno.

ANVISA, Brasil, 2005)

A derrocada dos tupis: germes e

doenças trazidos pelos europeus

mataram noventa por cento da

população indígena da América,

inclusive os nativos do Brasil. (Indíos

Tupinambás guerreiros, Jean de Léry,

xilogravura, Biblioteca Municipal

Mário de Andrade; Imagem retirada

do livro À sua saúde: a vigilância

sanitária na história do

Brasil/Eduardo Bueno. Brasília:

Ministério da Saúde: ANVISA, 2005)

Em 1900 foi criado, no Brasil, o Instituto Soroterápico Federal que,

depois de rebatizado de Instituto Oswaldo Cruz em 1908, foi

denominada Fundação Oswaldo Cruz. Sua origem marcou o

desenvolvimento da microbiologia no Brasil.

Decidido a sanear e modernizar a cidade, o presidente da República Rodrigues Alves (1902-

1906) deu plenos poderes ao prefeito Pereira Passos e ao médico Osvaldo Cruz para executarem

um grande projeto sanitário na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. O prefeito pôs em

prática uma ampla reforma urbana, que ficou conhecida como bota abaixo, em razão das

demolições dos velhos prédios e cortiços, que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e jardins.

Oswaldo Cruz, convidado a assumir a Direção Geral da Saúde Pública, criou as Brigadas Mata

Mosquitos, grupos de funcionários do Serviço Sanitário que invadiam as casas para desinfecção e

extermínio dos mosquitos transmissores da febre amarela. Iniciou também a campanha de

extermínio de ratos considerados os principais transmissores da peste bubônica. A política

sanitarista de Oswaldo Cruz, aprovada pelo Congresso em 31 de outubro de 1904, determinou a

vacina obrigatória, que culminou na Revolta da Vacina em novembro do mesmo ano. A vacina

obrigatória, na época, recebeu um repúdio da imprensa que, de alguma, também estimulou a

revolta popular que resultou em meia centena de mortos e muitos feridos.