Profa. silvia mara novaes sousa bertani Web viewAlém disso, nos casos em que houve uma renúncia no momento da celebração do contrato de trabalho, esta é, normalmente, considerada

  • Upload
    vudan

  • View
    218

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Profa. silvia mara novaes sousa bertani

(12)LEGISLAO SOCIAL E TRABALHISTA

[Profa. silvia mara novaes sousa bertani

Princpios de Direito do Trabalho

As relaes de trabalho existem desde a Pr-Histria. Primeiro, com a busca pelas suas prprias coisas e, posteriormente, com otrabalho escravodurante a Idade Mdia. Apesar dos direitos, nesse perodo, terem sido limitados, a figura do trabalhador foi evoluindo esurgiram entidades que representavam os produtores e trabalhadores e as lutas entre as classes surgiu osindicalismo.

J na Idade Moderna, no sculo XIV, surge o trabalho livre. O Renascimento, a Revoluo Francesa e a Revoluo Russa representaram momentos importantes, que transformaram a vida dos trabalhadores com seus pensamentos diferenciados. Trabalho livre, proveniente dos ideais da Revoluo Francesa de liberdade e igualdade. Podiam-se contratar pessoas e utilizar o contrato para formar a relao entre as partes.

Foi naRevoluo Industrial, ocorrida nos sculos XVIII e XIX, que comearam a surgir o conceito de empregado e empregador. Nessa poca, j se podiam observar os princpios dos direitos trabalhistas, apesar de no serem institudas ainda no incio do sculo XVIII regras em benefcio dos operrios e, por conta disso, o empresrio era prejudicado, pois a massa trabalhadora estava desmotivada com suas atuais condies de trabalho.

No incio do sculo XIX, o sentimento de revoluo fazia parte da classe trabalhadora. Os operrios comeam a reivindicar seus direitos e a exigir qualidade de vida no trabalho, sem que houvesse a perda de liberdade, fato que antes ocorria com os escravos e a dignidade.

Em 1891, a contribuio do Papa Leo XIII fez surgir o desejo por mudanas. Em sua publicao, ele falou sobre o salrio mnimo, a previdncia social, a jornada de trabalho e outros temas de carter social, na luta por esses direitos. Esse foi um fato importante, que proporcionou a criao daOrganizao Internacional do Trabalho(OIT),em 1919, pelo Tratado de Versailles, em Genebra,o qual, por meio de convenes e recomendaes, regulamentam normas. O Brasil um dos pases membros da OIT.

Direito Trabalhista no Brasil

No Brasil, inicialmente, as relaes de trabalho comearam na explorao dos indgenas, desde o descobrimento, em 1500. Um marco importante foi a Lei urea, que aboliu a escravido no pas, em 1888. De 1889, com a Proclamao da Repblica, at 1922, presencia-se a criao dos Tribunais Rurais, sendo planejada, tambm, a criao do primeiro rgo da Justia do Trabalho no pas. No ano posterior, tem-se o incio da Previdncia Social. J em 1927, o Cdigo de Menores foi promulgado.

Na fase do governo do presidente do BrasilGetlio Vargas, o direito do trabalho sofreu mudanas, sendo criado o Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio e a Constituio de 1934.

As normas do trabalho no Brasil se encontram na Constituio Federal, naCLT(Consolidao das Leis do Trabalhoou Trabalhistas)e outras leis esparsas, como a do estagirio. A CLT foi criada em 1943, pelo decreto 5.452 e esta se baseia naConstituio Federal.

Ela vem sofrendo frequentes modificaes para adaptar-se s mudanas sociais. Em 1977, houve a criao de um captulo sobre Frias e Segurana e outro sobre Medicina do Trabalho. Apesar das crticas que consideram as leis da CLT exageradas, elas foram criadas de forma a beneficiar no s o trabalhador, mas tambm o empresrio.

Apesar das tradies e diferentes culturas, os direitos trabalhistas foram se adaptando a cada pas e buscando valorizar o indivduo, no somente como profissional, mas como homem. Em todos, problemas relacionados ao trabalho foram resolvidos pelas mesmas normas capazes de trazer um desenvolvimento social e econmico.

Os direitos sociais na CF/88

Os direitos sociais so aqueles que tm por objetivo garantir aos indivduos condies materiais tidas como imprescindveis para o pleno gozo dos seus direitos, por isso tendem a exigir do Estado uma interveno na ordem social que assegure os critrios de justia distributiva, assim diferentemente dos direitos a liberdade, se realizam por meio de atuao estatal com a finalidade de diminuir as desigualdades sociais, por isso tendem a possuir um custo excessivamente alto e a se realizar em longo prazo.

A Constituio Federal de 1988 teve uma grande preocupao especial quanto aos direitos sociais do brasileiro, quando estabelecendo uma srie de dispositivos que assegurassem ao cidado todo o bsico necessrio para a sua existncia digna e para que tenha condies de trabalho e emprego ideais. Em suma, todas as formalidades para que se determinasse um Estado de bem-estar social para o brasileiro foram realizadas, e esto na Constituio Federal de 1988. Vejamos a seguir:

Art. 6 So direitos sociais a educao, a sade, a alimentao, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio.

Art. 7 - So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:

I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntrio;

III - fundo de garantia do tempo de servio;

IV - salrio mnimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender s suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional extenso e complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo;

VII - garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo, para os que percebem remunerao varivel;

VIII - dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria;

IX - remunerao do trabalho noturno superior do diurno;

X - proteo do salrio na forma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa;

XI - participao nos lucros, ou resultados, desvinculada da remunerao, e, excepcionalmente, participao na gesto da empresa, conforme definido em lei;

XII - salrio-famlia pago em razo do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII - durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal;

XVII - gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal;

XVIII - licena gestante, sem prejuzo do emprego e do salrio, com a durao de cento e vinte dias;

XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos termos da lei;

XXI - aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana;

XXIII - adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at 5 (cinco) anos de idade em creches e pr-escolas;

XXVI - reconhecimento das convenes e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteo em face da automao, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de trabalho;

XXX - proibio de diferena de salrios, de exerccio de funes e de critrio de admisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibio de qualquer discriminao no tocante a salrio e critrios de admisso do trabalhador portador de deficincia;

XXXII - proibio de distino entre trabalho manual, tcnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e o trabalhador avulso.

Art. 8 - livre a associao profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei no poder exigir autorizao do Estado para a fundao de sindicato, ressalvado o registro no rgo competente, vedadas ao poder pblico a interferncia e a interveno na organizao sindical;

II - vedada a criao de mais de uma organizao sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econmica, na mesma base territorial, que ser definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, no podendo ser inferior rea de um Municpio;

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questes judiciais ou administrativas;

IV - a assemblia geral fixar a contribuio que, em se tratando de categoria profissional, ser descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representao sindical respectiva, independentemente da