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Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 10 Prof. Danilo Portero Noções de Direito Processual Civil p/ TRF 2 (Técnico Judiciário A Administrativa) Aula 01

Prof.&Danilo&Portero& Noções&de&Direito&Processual&Civil&p ...docs.aprovaconcursos.com.br/aprova/materias_adicionais/27595/... · Noções de Direito Processual Civil Aula 01: Da

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Apresentação

• Danilo Portero, Professor do Aprova Concursos nas disciplinas de Direito

Processual Civil e Direito do Consumidor. Advogado.

• Olá, futuros Técnicos Administrativos do Tribunal Regional Federal da 2a Região!

Tudo bem?

Daremos início às aulas sobre Noções de Direito Processual Civil, disciplina muito

importante para a aprovação de cada um de vocês neste certame!

Tendo isto em mente, serão ministradas 16 aulas em que trabalharemos, com

tranquilidade, os principais pontos de Noções de Direito Processual Civil previstos

no Edital de 2011 (FCC) e, ainda, levamos em consideração o último Edital da

nossa Banca Consulplan sobre o Novo Código de Processo Civil (Lei no

13.105/2015).

Desejo a todos muito sucesso! Tenham fé que a aprovação é certa!

Prof. Danilo Portero

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Noções de Direito Processual Civil

Informações0gerais00

Preparatório0para0TRF02a0Região0;0Técnico0Judiciário:0Área0Administrativa0;0Extensivo0

- Edital: previsto (último concurso edital nº 01/2011 - organizado pela FCC)

- Banca: Consulplan

Edital anterior TRF 2 – FCC (2011)

Noções de Direito Processual Civil - Das partes e dos procuradores. Dos órgãos judiciários e dos auxiliares da justiça. Dos atos processuais: forma, tempo e lugar. Dos prazos: Disposições gerais. Verificação e penalidades. Da comunicação dos atos processuais: cartas, citação e intimação. De outros atos processuais: distribuição e registro. Juizado Especial Federal: princípios e competência.

Último edital NCPC Consulplan – Prefeitura Municipal de Sabará (09/09/2016) – Advogado

DIREITO PROCESSUAL CIVIL: Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015). Das normas processuais civis. Das normas fundamentais e da aplicação das normas processuais: Das normas fundamentais do processo civil; Da aplicação das normas processuais. Da função jurisdicional: da jurisdição e da ação; dos limites da jurisdição nacional e da cooperação internacional; da competência interna: da competência; disposições gerais; da modificação da competência; da incompetência; da cooperação nacional. Dos sujeitos do processo: das partes e dos procuradores; do litisconsórcio: da intervenção de terceiros; do juiz e dos auxiliares da justiça; do Ministério Público. Da Advocacia Pública. Da Defensoria Pública. Dos atos processuais. Da forma, do tempo e do lugar dos atos processuais: Da forma dos atos processuais; Dos atos em geral; Da prática eletrônica de atos processuais; Dos atos das partes; Dos pronunciamentos do juiz; Dos atos do escrivão ou do chefe de secretaria; Do tempo e do lugar dos atos processuais; Dos prazos; Da verificação dos prazos e das penalidades; Da comunicação dos atos processuais, Disposições gerais; Da citação; Das cartas; Das intimações. Das nulidades; Da distribuição e do registro do valor da causa; Da tutela provisória; da tutela de urgência; da formação, da suspensão e da extinção do processo; do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença; Do procedimento comum: Da petição inicial, Dos requisitos da petição inicial, Do pedido, Do indeferimento da petição inicial, Da improcedência liminar do pedido, Da audiência de conciliação ou de mediação, Da contestação, Da reconvenção, Da revelia, Da não incidência dos efeitos da revelia, Do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, Das alegações do réu, Da extinção do processo, Do julgamento antecipado do mérito, Do julgamento antecipado parcial do mérito, Da audiência de instrução e julgamento; Das provas ; Da sentença e da coisa julgada; Dos elementos e dos efeitos da sentença; Da remessa necessária; Do julgamento das ações relativas às prestações de fazer, de não fazer e de entregar coisa; Da coisa julgada; Da

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liquidação de sentença; Do cumprimento da sentença; Dos procedimentos especiais; Do processo de execução da execução em geral: Disposições gerais; Das partes; Da competência; Dos requisitos necessários para realizar qualquer execução; Do título executivo; Da exigibilidade da obrigação; Da responsabilidade patrimonial; Das diversas espécies de execução; Dos embargos à execução da suspensão e da extinção do processo de execução; Dos processos nos Tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais da ordem dos processos e dos processos de competência originária dos tribunais; dos recursos: Disposições gerais; Da apelação; Do agravo de instrumento; Do agravo interno; Dos embargos de declaração; Dos recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça; Do recurso ordinário; Do recurso extraordinário e do recurso especial; Dos embargos de divergência.

Desta forma, estudaremos os principais pontos dos editais acima, a fim de anteciparmos a nossa preparação!

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Noções de Direito Processual Civil

Aula 01: Da jurisdição e da ação

1. Jurisdição

1.1. Conceito de jurisdição

Jurisdição – “Poder de dizer o direito”

Segundo Fredie Didier Jr., “a jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial (a) de

realizar o Direito de modo imperativo (b) e criativo (c),

reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas (d) concretamente deduzidas (e),

em decisão insuscetível de controle externo (f) e com aptidão para tornar-se indiscutível

(g)”.

1.2. Características da jurisdição

a) Decisão por terceiro imparcial (heterocomposição) – um terceiro, estranho ao

conflito e desinteressado, substitui a vontade das partes e determina a solução do

caso concreto (substitutividade). Não confundir com neutralidade.

b) Imperatividade – a jurisdição é a manifestação de um poder (Judiciário), portanto,

é imperativa.

c) Criativa – A jurisdição é função criativa. Não se entende mais como correto que o

Poder Judiciário apenas declara o direito (Natureza da jurisdição)

d) Técnica de tutela de direitos – O exercício da jurisdição é uma das mais

importantes técnicas da tutela de direitos. Todo poder exerce-se processualmente.

e) Sempre atua em uma situação concreta – O órgão jurisdicional sempre é

invocado para se resolver uma situação concreta.

f) Impossibilidade de controle externo – A função jurisdicional tem por

característica produzir a última decisão sobre a situação concreta levada em juízo

(a jurisdição somente é controlada pela própria jurisdição).

g) Aptidão para a coisa julgada material – Somente uma decisão judicial pode ser

indiscutível e imutável pela coisa julgada material (coisa julgada como sendo a

“qualidade de indiscutibilidade e imutabilidade dos efeitos da sentença” – Liebman).

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h) Inércia - A jurisdição é inerte e precisa ser provocada. (Art. 2o O processo começa

por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções

previstas em lei).

i) Indelegabilidade - é vedado ao juiz, que exerce atividade pública, delegar as suas

funções a outra pessoa ou mesmo a outro Poder estatal.

j) inevitabilidade: significa que a autoridade dos órgãos jurisdicionais, sendo

emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-se por si mesma,

independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto para aceitarem os

resultados do processo (posição de sujeição/submissão).

k) investidura: a jurisdição somente é exercida por quem tenha sido regularmente e

legitimamente investido na autoridade de juiz, em regra por concurso público.

l) inafastabilidade ou indeclinabilidade: segundo o qual a todos é possibilitado o

acesso ao Judiciário em busca da solução de suas situações litigiosas e conflitos

de interesses em geral, bem assim para a administração de interesses privados

pela jurisdição voluntária (artigo 5º, inciso XXXV da CF/1988);

m) juiz natural: assegura que ninguém pode ser privado do julgamento por juiz

independente e imparcial, indicado pelas normas constitucionais e legais, proibidos

os juízos/tribunais de exceção (artigo 5º, inciso XXXVII, da CF/1988);

n) Territorialidade: Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos

tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.

“[...] os órgãos integrantes do Poder Judiciário brasileiro acham-se delimitados, quanto ao exercício da atividade jurisdicional, pelo conceito – que é eminentemente jurídico – de território. É que a prática da jurisdição, por efeito de autolimitação imposta pelo próprio legislador doméstico de cada Estado nacional, submete-se, em regra, ao âmbito de validade espacial do ordenamento positivo interno. [...]” (STF, 2a T., HC no 102041, Rel. Min. Celso de Mello, unânime, j. em 20/4/2010).

OBS: Princípio da Inércia e NCPC – “Observe-se que, excepcionalmente, em

determinadas situações, a legislação processual investe o juiz da atribuição de proceder de

ofício. Contudo, o CPC/2015 diminuiu o âmbito desta prerrogativa, reduzindo-a à

arrecadação judicial dos bens vagos (art. 738) e daqueles da herança jacente (art. 744)”.

1.3. Jurisdição contenciosa x Jurisdição voluntária

a) Jurisdição contenciosa – existência de lide (conflito de interesses caracterizado

por uma pretensão resistida).

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b) Jurisdição voluntária (também conhecida como jurisdição graciosa) – Estado-juiz

como mero administrador público de interesses privados. Não há lide, não há

formação da coisa julgada material. Há um negócio jurídico processual que

necessita da homologação do Estado.

Cuidado: Teoria Clássica x Revisionista

Jurisdição voluntária: a doutrina clássica critica o termo jurisdição voluntária, porque os procedimentos de jurisdição voluntária não implicariam em atos jurisdicionais, mas sim meros atos judiciais. Os atos do juiz nos procedimentos de jurisdição voluntária teriam natureza meramente administrativa, ou seja, o juiz agiria como instrumento de administração pública de interesses privados. Portanto seria administrativa e não jurisdicional.

Por que eles sustentam isso?

Porque não há lide (art. 5, XXXV da CF); não há produção de coisa julgada material; e o juiz não declara o direito.

Por exemplo: divórcio consensual.

E quando é que o jurisdicionado pode provocar a tutela jurisdicional do Estado? Segundo a CF quando houver lesão ou ameaça de lesão a direito; e nos procedimentos de jurisdição voluntária não há lesão ou ameaça de lesão a direito. Isso ocorre somente nos procedimentos de jurisdição contenciosa.

Esta corrente clássica hoje está sendo revisada, por uma corrente revisionista.

Tese revisionista: sustentam que mesmo nos procedimentos de jurisdição voluntária a natureza dos atos do juiz é sim jurisdicional e não meramente administrativa.

Eles dizem que mesmo nos procedimentos de jurisdição voluntária eu não tenho uma lide propriamente dita; só que eu tenho um obstáculo, uma situação de insatisfação do jurisdicionado no campo dos fatos, que ele necessita do poder judiciário para obter o seu interesse.

O jurisdicionado depende da chancela judicial para exercer o seu direito, mesmo no procedimento de jurisdição voluntária.

Há um obstáculo que me força buscar o poder judiciário, por isso a natureza não é meramente administrativa. É necessário que o Estado se faça presente, mesmo não existindo a lide.

O juiz age como um terceiro imparcial, exatamente a mesma conduta nos procedimentos de jurisdição contenciosa.

Para a teoria revisionista, eu tenho o exercício do direito de ação aqui também; e também deve haver contraditório.

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Em concurso cai mais a teoria clássica (Jurisdição voluntária = Administração Pública de Interesse Privado)!

2. Conceito de ação

Direito público subjetivo exercido contra o Estado. A ação provoca a tutela jurisdicional.

É direito subjetivo porque o lesado tem a faculdade de exercê-lo, ou não, e é contra o

Estado porque a ação coloca em movimento a máquina judiciária que, sem ela, é inerte.

Segundo Liebman, “a ação é, portanto, o direito subjetivo que consiste no poder de

produzir o evento a que está condicionado o efetivo exercício da função

jurisdicional”.

Não confundir ação em sentido estrito com ação em sentido amplo (acesso à

justiça).

Segundo a concepção de ação em sentido estrito, surgem, basicamente, três teorias:

a) Teoria concretista da ação

É aquela que condicionava a existência do direito de ação a do próprio direito material que

estava sendo discutido. Entre as condições da ação, para os concretistas, estava a de que

o autor tivesse razão. Ou seja, para tal teoria, só considerava ter havido ação, caso o feito

fosse julgado procedente, se o autor tivesse razão.

b) Teoria abstratista pura

Para tal teoria, a sentença final em nada implica na existência da ação (sentença de

procedência/improcedência). Tal teoria confundia ação em sentido estrito com acesso à

justiça.

c) Teoria abstratista eclética

Corrente intermediária, defendida por Liebman. O direito de ação surge como direito a

uma resposta de mérito.

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Mérito – sinônimo de pretensão inicial (pedido). Se o juiz julgou o processo sem resolução

do mérito, significa que o juiz não apreciou o pedido inicial.

Assim, para a teoria eclética, o direito de ação, em sentido estrito, é o direito a obter uma

resposta de mérito, ou seja, uma resposta positiva ou negativa, a respeito do pedido

formulado pelo autor (sentença de procedência ou improcedência).

A teoria eclética é abstratista, não concretista, pois não condiciona o direito de ação ao

direito material (haverá ação mesmo se o autor não tem razão – ex. Sentença de

improcedência).

2.1. Condições da ação

Mudanças NCPC:

O novo CPC aboliu o rótulo condição da Ação. Não há mais menção ao termo condição da Ação. Assim como não existe o termo carência de ação. E as TRÊS figuras das condições da Ação (legitimidade das partes, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido)? O novo CPC fala em interesse e legitimidade. Mas não diz que são condições da Ação. Quanto à possibilidade jurídica do pedido, o novo CPC nem trata mais. A possibilidade jurídica do pedido é um problema de mérito. Quando o juiz entende que o pedido é juridicamente impossível, o juiz está rejeitando o pedido. Houve um abandono da teoria eclética adotada pelo CPC/1973. Assim, o NCPC adota o exame do interesse de agir e da legitimidade vinculado aos dos pressupostos processuais e a possibilidade jurídica do pedido junto ao mérito.

Para Fredie Didier Jr., o novo CPC deixa claro que legitimidade e interesse de agir são pressupostos processuais e não mais condições da ação. São requisitos para o exame da admissibilidade do processo. É preciso verificar a legitimidade e o interesse de agir se o processo é admissível. Não é mais necessário estudá-los à luz das condições da Ação. Caminhamos juntos com a doutrina europeia, que trabalha a legitimidade e interesse dentro da admissibilidade do processo.

NCPC: Art. 17. Para postular em juízo, é necessário ter interesse e legitimidade.

No NCPC, houve o chamado dinamismo processual, ou seja, não só para propor ou contestar a

ação é necessário ter interesse e legitimidade, mas em qualquer postulação (recursos, reconvenção

etc.)

a) Legitimidade das partes

Legitimidade equivale à titularidade da ação.

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Legitimidade ativa – qualidade de ser demandante no processo / Legitimidade passiva –

qualidade de quem é demandado no processo.

Legitimidade extraordinária - NCPC: Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em

nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.

Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como

assistente litisconsorcial.

b) Interesse de agir

Binômio – utilidade/necessidade

Utilidade - Devo esperar, ao invocar a tutela jurisdicional, um proveito, uma utilidade.

Necessidade – Significa a necessidade do processo para eu buscar a solução da minha

controvérsia.

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação

jurídica;

II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha

ocorrido a violação do direito.

c) Possibilidade jurídica do pedido

Quando o juiz entende que o pedido é juridicamente impossível, o juiz está rejeitando o

pedido.

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Noções de Direito Processual Civil

Aula 02: Da capacidade processual

1. Da capacidade processual

1.1. Capacidade processual e postulatória

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. (capacidade processual)

Ex: Pessoas físicas ou jurídicas e, inclusive, entes despersonalizados (condomínio, espólio, massa falida, sociedade sem personalidade jurídica, etc.)

Capacidade processual significa a capacidade de estar em juízo, independentemente de representação ou assistência.

Capacidade de ser parte significa é a aptidão para figurar como parte em um dos pólos da relação processual.

Já a capacidade postulatória, também conhecida como capacidade técnica, é aquela conferida, em regra, aos advogados, MP, Defensores Públicos, para a prática de atos no processo, para se pleitear algo ao juiz. Há algumas exceções, como é o caso do jus postulandi na Justiça do Trabalho e as causas que não ultrapassem 20 salários mínimos nos Juizados Especiais Cíveis Estaduais.

PROVA TRT 9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2007 – CESPE

78.A legitimidade para a causa consiste em conferir o direito de ação ao possível titular ativo e contra o passivo da relação jurídica material. É possível que uma das partes, apesar de ser legítima para figurar em um dos pólos do processo, falta a capacidade de estar em juízo, evidenciando a falta de um dos pressupostos processuais para o regular desenvolvimento do processo.

1.2. Incapazes

a) Incapacidade absoluta – representação

b) Incapacidade relativa – assistência

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Por quem? Pelos pais, tutores ou curadores, na forma da lei.

1.3. Curador especial

O juiz dará curador especial em dois casos:

I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com

os daquele, enquanto durar a incapacidade;

II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa,

enquanto não for constituído advogado.

OBS: A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.

Curador especial serve para garantir o contraditório e a ampla defesa. O curador,

quando nomeado, poderá fazer sua defesa por negativa geral, isto é, não precisa rebater

especificamente todos os argumentos invocados pelo autor.

(“Art. 341. p único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao

defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial”).

1.4. Cônjuges

Outorga uxória – consentimento da mulher

Outorga marital – consentimento do marido

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que

verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de

separação absoluta de bens.

§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:

I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de

separação absoluta de bens;

II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado

por eles;

III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

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IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus

sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu

somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos

praticado.

§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.

Caso contrário, invalida o processo:

Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando

for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível

concedê-lo.

Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo

juiz, invalida o processo.

1.5. Representação em juízo das PJ e entes despersonalizados

A representação em juízo, das pessoas jurídicas e dos entes despersonalizados, se dará da seguinte forma:

Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão

vinculado;

II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;

III - o Município, por seu prefeito ou procurador;

IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado

designar;

V - a massa falida, pelo administrador judicial;

VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;

VII - o espólio, pelo inventariante;

VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou,

não havendo essa designação, por seus diretores;

IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem

personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de

sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;

XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.

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§ 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados

no processo no qual o espólio seja parte.

§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a

irregularidade de sua constituição quando demandada.

§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica

estrangeira a receber citação para qualquer processo.

§ 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para

prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado,

mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.

1.6. Incapacidade ou irregularidade na representação

1) Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

2) Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;

II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;

III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre.

3) Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:

I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;

II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.

Ano: 2016/Banca: CESPE/Órgão: FUNPRESP-EXE/Prova: Especialista - Área Jurídica

Acerca da capacidade postulatória e do litisconsórcio, julgue o item a seguir.

A capacidade postulatória, definida como a autorização legal para atuar em juízo, é

prerrogativa de advogados públicos e privados e defensores públicos, por exemplo.

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Noções de Direito Processual Civil

Aula 03: Dos procuradores

1. Dos procuradores

Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.

Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal.

a) Da falta da procuração

Regra: Sem procuração, o advogado não será admitido a postular em juízo.

Exceção: Poderá, sem procuração, para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.

(OBS: Obrigação de juntar a procuração aos autos no prazo de 15d, prorrogáveis por igual período, por despacho do juiz. O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos).

b) Procuração

Procuração – Pode ser pública ou particular.

Procuração geral para o foro - habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo para receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica.

*Poderes especiais – Devem constar de forma expressa na procuração (cláusula específica).

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Novidades NCPC:

Art. 105. (…)

§ 2o A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.

§ 3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.

§ 4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.

c) Postular em causa própria

Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:

I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;

II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.

§ 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.

§ 2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos.

d) Direitos dos advogados

Art. 107. O advogado tem direito a:

I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos;

II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias;

III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei.

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§ 1o Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio.

§ 2o Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos.

§ 3o Na hipótese do § 2o, é lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo.

§ 4o O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se refere o § 3o se não devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz.

2. Substituição das partes e dos procuradores

a) Alienação da coisa ou direito litigioso

A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a legitimidade das partes. Não ocorre a substituição processual, em regra. Poderá ocorrer, desde que o cessionário requeira a substituição e com a anuência da parte contrária.

Caso a parte contrária não aceite a substituição, será possível o ingresso do cessionário como assistente litisconsorcial.

OBS: Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.

b) Morte das partes

Ocorrendo a morte de qualquer das partes, haverá a suspensão do processo, com a substituição do de cujus pelo espólio ou pelos sucessores.

Quanto à suspensão, necessário observar o seguinte:

Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo.

OU

Art. 313. Suspende-se o processo:

(...)

§ 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a suspensão do processo e observará o seguinte:

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I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses;

II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.

c) Revogação do mandato

Ocorre a revogação do mandato, quando a parte, desiste dos serviços contratados de seu advogado constituído. Ao revogar o mandato, deve a parte, NO MESMO ATO, constituir outro advogado.

NOVIDADE NCPC:

Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76 (incapacidade processual/irregularidade da representação da parte).

d) Renúncia ao mandato

Ocorre a renúncia ao mandato, quando o advogado decide deixar de representar a parte. É um direito do advogado, que pode exercer a qualquer tempo, sem motivo, desde que:

1) Comprove ao juízo que cientificou o cliente;

Ainda assim, o advogado, no caso de renunciar ao mandato, ficará durante os 10 dias seguintes da ciência da parte, a representá-lo, desde que necessário para lhe evitar prejuízo.

NOVIDADE NCPC:

Dispensa-se a comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.

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Noções de Direito Processual Civil

Aula 04: Do Juiz

1. O juiz

1.1. Poderes e deveres do juiz

a) Direção do processo

O juiz, ao dirigir o processo, deverá:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela duração razoável do processo;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir

postulações meramente protelatórias;

IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias

necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que

tenham por objeto prestação pecuniária;

V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de

conciliadores e mediadores judiciais;

VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,

adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do

direito;

VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da

segurança interna dos fóruns e tribunais;

VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las

sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;

IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros

vícios processuais;

X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério

Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se

referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11

de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva

respectiva.

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OBS: A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de

encerrado o prazo regular.

***É dever do juiz determinar a correção dos vícios processuais. Com isso, impede que o

processo seja extinto sem resolução do mérito.

Outro exemplo expresso no novo CPC disso é o artigo que cuida dos poderes do relator de

um recurso: O relator, se verificar algum defeito sanável, deverá pedir a emenda do

recurso, pois vigora, no novo sistema, o princípio do julgamento do mérito.

b) Vedação ao non liquet

O juiz não pode deixar de sentenciar, por não saber como decidir.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do

ordenamento jurídico.

Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

Excepcionalmente, julgará por equidade:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.

§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda,

quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação

equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o.

c) Princípio da congruência

Se relaciona com o princípio da inércia e com o princípio da adstrição:

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado

conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

extra petita – quando o juiz decide fora do pedido (natureza diversa do pedido)

ultra petita – quando o juiz decide em extensão maior do pedido

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infra (citra) petita – quando o juiz deixa de apreciar pedido expressamente formulado

d) Poderes probatórios do juiz

Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas

necessárias ao julgamento do mérito.

Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou

meramente protelatórias.

Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que

a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.

Novidade NCPC – Prova emprestada:

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,

atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.

OBS: Veremos um pouco mais sobre provas, em aula específica sobre o tema.

e) Responsabilidade do juiz

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:

I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou

a requerimento da parte.

Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que

a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no

prazo de 10 (dez) dias.

OBS: NCPC manteve 10 dias.

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f) Impedimentos do juiz

Deve ser conhecida de ofício e a qualquer tempo, sendo que o seu reconhecimento implica

no afastamento do magistrado somente naquele processo.

Se, mesmo diante de causa de impedimento do magistrado, for prolatada sentença, haverá

nulidade absoluta, que poderá ser inclusive objeto de ação rescisória (art. 966, II, NCPC).

As causas de impedimento são de natureza objetiva, portanto, mais fáceis de visualizar do

que as de suspeição (menos grave). São elas:

NCPC: Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no

processo:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como

membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do

Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou

afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,

consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte

no processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego

ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,

companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro

grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o

advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da

atividade judicante do juiz.

§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido

a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que

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individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente

no processo.

g) Suspeição do juiz

Menos grave do que o impedimento, sendo que, se o juiz não reconhecer causa de

suspeição, nem as partes, não haverá vício ou nulidade.

NCPC: Art. 145. Há suspeição do juiz:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de

iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que

subministrar meios para atender às despesas do litígio;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou

companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de

declarar suas razões.

§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I - houver sido provocada por quem a alega;

II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.

Leitura complementar: Estudar arts. 146 a 148, do NCPC.