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LEANDRO BERTOLDO Profecias Sobre o Tempo do Fim PROFECIAS SOBRE O TEMPO DO FIM Leandro Bertoldo

Profecias Sobre o Tempo do Fim

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LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

PROFECIAS SOBRE O TEMPO DO FIM

Leandro Bertoldo

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Dedico este livro à educadora e irmã em Cristo

Ione Chueri dos Santos Exemplo digno de fé a ser imitado.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Estamos vivendo no período mais solene da história deste mundo.

O destino das imensas multidões da Terra está preste a decidir-se”.

Ellen Gould White

Escritora, conferencista, conselheira,

e educadora norte-americana.

(1827-1915)

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Sumário

Leandro Bertoldo

Introdução

Prefácio

Abreviaturas

1. O Grande e Terrível Dia do Senhor

2. A Perseguição contra a Igreja de Deus

3. A Besta e Sua Imagem

4. O Sinal da Besta

5. A Chuva Serôdia

6. A Grande Tribulação dos Santos

7. As Sete Últimas Pragas

8. Os Cento Quarenta e Quatro Mil

9. A Ressurreição Especial

10. A Volta de Jesus

11. Os Sinais da Volta de Jesus – I

12. Os Sinais da Volta de Jesus – II

13. Aguardando a Segunda Vinda do Senhor

14. O Juízo Retribuitivo – Juízo do Advento

15. A Ressurreição Geral dos Justos

16. A Destruição dos Ímpios

17. O Milênio

18. O Reino de Deus

19. Os Herdeiros do Reino de Deus

20. A Capital do Reino de Deus

21. Os Moradores da Nova Jerusalém

22. O Fim do Céu e da Terra

23. O Juízo Divino – Parte Geral

24. A Fase Investigativa do Juízo – Juízo Pré-Advento

25. A Fase Comprobatória do Juízo – Juízo Pós-Advento

26. A Fase Executiva do Juízo – Juízo Final

Apêndice

Bibliografia

Endereços

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Leandro Bertoldo

Leandro Bertoldo é filho de José Bertoldo Sobrinho e de Anita Leandro Bezerra. Nasceu

na cidade de São Paulo – SP, aos 03 de março de 1959. É casado com Daisy Menezes Berto-

ldo. Sua filha Beatriz Maciel Bertoldo é advogada e conciliadora judicial. Leandro é dono

amoroso das amorosas cachorras: Fofa, Pitucha, Calma e Mimo.

É conferencista e escritor. Seus livros são conhecidos em todo o Brasil e fora dele. Até o

presente momento possui publicado dezenove livros abrangendo as mais diversas áreas do

conhecimento humano, tais como física, matemática, química, teologia e poesias.

Em 1979, quando era estudante matriculado no curso de Ciências Exatas e Tecnológicas

na Universidade de Mogi das Cruzes – UMC, Leandro desenvolveu uma série de pesquisas

científicas relacionadas com as áreas da Física e da Matemática, as quais vem publicando no

decorrer dos anos. Posteriormente, bacharelou-se em Direito. E, atualmente, é funcionário do

Poder Judiciário do Estado de São Paulo.

Por intermédio da colega de trabalho Célia Regina Xavier, recebeu o curso “Encontro

com a Vida”. E, influenciado pelos livros “Caminho a Cristo”, “O Desejado de Todas as

Nações”, “O Grande Conflito”, “Estudos Bíblicos – Doutrinas Fundamentais das Escrituras

Sagradas” e pela “Bíblia Sagrada”, converteu-se ao cristianismo em 23/04/1986.

Em agosto de 1986, matriculou-se na classe bíblica dirigida pelo distinto professor Pe-

dro B’ärg. Nessa classe recebeu os primeiros estudos bíblicos e debateu com o professor os

grandes temas das Escrituras Sagradas, tais como determinismo, predestinação, livre-arbítrio

etc. Ainda sob a orientação do professor Pedro B’ärg, aprendeu a ministrar estudos bíblicos.

Em 26/09/1987 foi batizado pelo pastor David Marsk. E, a partir de novembro de 1987,

foi solicitado a realizar uma série de palestras nas igrejas de Biritiba Mirim, Brás Cubas,

Jundiapeba, Mogi das Cruzes e Sabaúna. Suas exposições versavam sobre as principais Dou-

trinas Bíblicas.

Por iniciativa da irmã Ozilda Pereira Moreira e apoiado pela ilustre família Ozias Perei-

ra, foi nomeado professor da Escola Sabatina. Logo após, foi convidado para apresentar au-

las na classe bíblica pelo querido diretor da Escola Sabatina, Antonio Prado Júnior.

Além das atividades como palestrante e professor, realizou durante três anos (1988-

1990) consecutivos trabalhos missionários na Vila Industrial, distribuindo folhetos de casa

em casa e ministrando estudos bíblicos aos mais diversos interessados. Sua namorada Daisy

Menezes juntou-se a ele nessas atividades evangelísticas.

Em 1993 veio a conhecer o irmão Paulo César Mazanti, e juntos realizaram, com grande

aproveitamento, durante muitos anos, trabalhos evangelísticos em classes bíblicas, residên-

cias, igrejas e na Favela do Gica. Todas essas atividades resultaram em almas ganhas para

Cristo.

Atendendo ao convite do irmão Edson Félix, o trio Leandro Bertoldo, Paulo César Ma-

zanti e Moacir dos Passos, realizaram aos domingos do primeiro semestre de 1999, com

grande sucesso, uma série de conferências bíblicas na então iniciante igreja de “César de

Souza”, fundada pelo carismático pastor Paulo Queiroz.

No dia 07 de fevereiro de 2004, junto com o amigo Paulo Mazanti, concebeu e passou a

coordenar a classe pós-batismal, a qual tem por objetivo fundamental fortalecer a fé dos no-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

vos conversos nas Escrituras Sagradas e prepará-los para tornarem-se fiéis discípulos de

Cristo. O método da classe é o seguinte: “veja como faço e faça como faço”.

Leandro foi Secretário do Ministério Pessoal, Tesoureiro, Professor de Escola Sabatina,

Promotor de Literatura, Professor de Classe Bíblica, Coordenador de Classe Bíblica e An-

cião.

Atualmente, coordena as “classes bíblicas” e as “classes pós-batismais” da igreja onde

congrega, localizada na Rua Cel. Santos Cardoso, nº 434, Jardim Santista – Mogi das Cruzes

– SP.

Paulo Mazanti (1967-2008) nos deixou em 06 de setembro de 2008 e agora dorme no

Senhor. Paulo descansou de suas obras plenamente arraigado na fé, convicto de que em bre-

ve Jesus voltará e ressuscitará todos os santos para a vida eterna. E, enquanto esse evento

faustoso não ocorre, sua vida continua dando testemunho de um cristão esforçado e dedicado

na obra do Senhor, sempre disposto em fazer o bem sem olhar a quem. “Bem-aventurados os

mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito para que descansem dos seus

trabalhos, e as suas obras os sigam” (Apocalipse 14:13).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Introdução

As mais fortes evidências das verdades espirituais e doutrinárias contidas nas páginas

das Escrituras Sagradas encontram respaldo no cumprimento das profecias bíblicas. Exceto a

Bíblia Sagrada, nenhum outro livro possui essa especificação. A esse respeito escreveu o

profeta Isaías: “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas cousas falhará, nem uma

nem outra faltará; porque a minha própria boca o ordenou, e o seu espírito mesmo as ajunta-

rá” (Isaías 34:16). O Senhor prova Sua divindade e onisciência através das profecias: “Lem-

brai-vos das cousas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não

há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio e desde a antiguidade as

cousas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha

vontade” (Isaías 46:9-10).

As profecias bíblicas são como uma janela aberta para o futuro, que permite ao cristão

ter um vislumbre da vindoura história da humanidade. As profecias cumpridas possuem três

funções básicas na vida espiritual do cristão, a saber: 1ª) evidenciam a origem divina das

Escrituras Sagradas; 2ª) geram na mente e espírito do cristão uma firme fé nas mensagens

bíblicas; 3ª) provam que as demais profecias ainda não cumpridas, se concretizarão quando

chegar o momento.

Desde o seu início o cristianismo tem-se fundamentado nas profecias bíblicas. Disse

Jesus: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de

mim testificam” (João 5:39). “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-

lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24:27).

Esse espírito de examinar as profecias bíblicas deve continuar a fortalecer a fé dos san-

tos do Altíssimo nos últimos dias da história deste mundo. O apóstolo João registrou uma

bem-aventurança para quem atenta para as palavras proféticas do Apocalipse: “Bem-

aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas

que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1:3). Falando sobre as

profecias, o apóstolo Paulo admoestou os cristãos de Tessalônica com as seguintes palavras:

“Não desprezeis as profecias”. (I Tessalonicenses 5:20).

“Em vista do testemunho da Inspiração, como ousam os homens ensinar que o Apoca-

lipse é um mistério, fora do alcance da inteligência humana? É um mistério revelado, um

livro aberto. O estudo do Apocalipse encaminha o espírito às profecias de Daniel, e ambos

apresentam importantíssimas instruções, dadas por Deus ao homem, relativas a fatos a acon-

tecerem no final da história deste mundo” (GC, 341). Portanto, os cristãos são exortados

pelo Espírito Santo a ler, estudar e conhecer as profecias bíblicas em profundidade, caso

contrário o Senhor não teria se dado ao trabalho de inspirar os homens santos a escrevê-las.

Destarte, é com incontida satisfação que o autor entrega ao grande público ledor a pre-

sente obra, intitulada “Profecias Sobre o Tempo do Fim”.

Janeiro/2009.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Prefácio

Este texto foi concebido como base para um curso de Escatologia Bíblica, com duração

de um semestre, oferecido uma vez por semana aos estudantes regularmente matriculados

em classes bíblicas e classes pós-batismais, e ele foi assim utilizado em diversas versões

preliminares.

A obra foi inteiramente produzida no último trimestre de 2008. É resultado das intensas

atividades do autor, nos últimos dez anos, como coordenador e professor de classes bíblicas

e classes pós-batismais. Ela é fruto de um processo evolutivo da compreensão do autor para-

lelo à repetida ministração desse curso nos segundos semestres de 2007 e 2008 nas classes

bíblicas e pós-batismais.

A obra registra em vinte e seis capítulos as principais profecias para o “tempo do fim”,

cada qual, tratando de um tema profético específico. Muitos dos estudos teológicos aqui

apresentados são bastante conhecidos no mundo cristão, alguns outros nem tanto, e outros

pouco debatidos ou desconhecidos do grande público, mas todos eles possuem uma forte e

irrefutável exegese bíblica. Além disso, textos selecionados do “Espírito de Profecia”, são

largamente utilizados para dar perspectiva e demonstrar o fundamento e a realidade dos as-

suntos aqui tratados.

Cada um dos capítulos encontra-se estruturado por uma coleção de versículos bíblicos,

acompanhados por perguntas, os quais por sua vez levam às explicações apresentada no tex-

to do autor. Os versículos, tanto os incluídos no corpo do texto como os de caráter geral que

estruturam cada capítulo da obra, não pretendem ser exaustivos em qualquer sentido, mas

visam apenas orientar e fundamentar de forma sistemática os comentários apresentados.

O texto não exige, da parte dos estudantes, familiaridade prévia com as profecias bíbli-

cas, mas apenas o conhecimento básico das doutrinas fundamentais das Sagradas Escrituras.

Desde já, autor agradece aos irmãos Maurício Shoji Kimoto, Moacir dos Passos e Nilton

Satio Murakami pela apresentação destes estudos proféticos nas classes bíblicas e pós-

batismais, o que muito beneficiou no reexame do texto original; mas, em especial, agradece

a sua esposa Daisy Menezes Bertoldo e a sua filha Beatriz Maciel Bertoldo, pela leitura e

críticas construtivas do texto original, o que veio a ajudar na eliminação de certos vícios ma-

teriais, tais como obscuridades, contradições e omissões. Evidentemente cabe ao autor toda

responsabilidade por eventuais incorreções remanescentes.

Durante todo o tempo de sua elaboração, este trabalho foi realizado com espírito de ora-

ção e súplicas pela iluminação do Espírito Santo, tendo o autor a plena consciência de que a

verdade bíblica profética precisa ser exposta – custe o que custar – ao público cristão que

vive no tempo do fim. O Senhor as deixou registradas nas páginas sagradas com esse propó-

sito.

“Ao nos aproximarmos do fim da história deste mundo, devem as profecias relativas aos

últimos dias exigir especialmente nosso estudo. O último livro dos escritos do Novo Testa-

mento está cheio de verdades que precisamos compreender. Satanás tem cegado o espírito de

muitos de modo que se têm contentado com qualquer desculpa por não tornarem o Apoca-

lipse motivo de seu estudo. Mas Cristo, por intermédio de Seu servo João declara aqui o que

será nos últimos dias; e Ele diz: ‘Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”

(Apocalipse 1:3)” (TM, 16).

Finalmente, é com espírito de humildade que o autor suplica a indulgência do leitor por

eventuais falhas que porventura tenham ocorrido.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Abreviaturas

AA – Atos dos Apóstolos

BC – The Seventh day Adventist Bible Commentary

(Vols. I-VII)

CES – Conselhos Sobre a Escola Sabatina

DTN – O Desejados de Todas as Nações

Ed – Educação

EF – Eventos Finais

Ev. – Evangelismo

GC – O Grande Conflito

LA – O Lar Adventista

M – Manuscrito

Mar – Maranata! - Meditação Matinal

MDC – O Maior Discurso de Cristo

ME – Mensagens Escolhidas (Vols. I-III)

MR – Manuscript Release

Ms – Ellen G. White Manuscript

OE – Obreiros Evangélicos

PC – Para Conhecê-Lo

PE – Primeiros Escritos

PP – Patriarcas e Profetas

PR – Profetas e Reis

RH – Review and Herald

T – Testimonies (Vols. I-IX)

TM – Testemunho para Ministro e Obreiros

TS – Testemunhos Seletos (Vols. I-III)

VC – Visões do Céu

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 1

O Grande e Terrível Dia do Senhor

INTRODUÇÃO

1. II Pedro 3:10

“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com

grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se

queimarão”.

O que virá como ladrão?

O que passarão com grande estrondo?

O que se queimarão?

O “dia do Senhor” é uma clara referência escatológica ao dia do juízo retribuitivo,

quando o Senhor “dará a cada um segundo as suas obras” (Mateus 16:27). Será o “último

dia” (João 6:39-40) da história da civilização humana. É o dia em que Jesus retornará ao

planeta Terra “com poder e grande glória” (Lucas 21:27).

O apóstolo Pedro afirmou que “o dia do Senhor virá como o ladrão de noite”. Jesus dis-

se que “daquele dia e hora ninguém sabe” (Marcos 13:32). Portanto, o regresso do Senhor

será um evento faustoso, mas totalmente inesperado pela humanidade “porque o Filho do

homem há de vir à hora em que não penseis” (Mateus 24:44).

Jesus anunciou que o “evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemu-

nho a todas as gentes” (Mateus 24:14). Isso não quer dizer que todo o mundo se converterá à

verdade, mas quer dizer que todas as pessoas terão conhecimento do evangelho. Apesar dis-

so, todas as nações se arvorarão contra as verdades eternas da Palavra de Deus. Portanto, o

Senhor voltará numa época de densas trevas espirituais (Isaías 60:2). Naquela ocasião a hu-

manidade não estará preocupada em obedecer estritamente aos ensinos da Bíblia Sagrada,

consequentemente, não estará preparada para subsistir no dia do Senhor, razão pela qual “to-

das as tribos da terra se lamentarão” (Mateus 24:30).

Assim clamou o profeta Sofonias: “O grande dia do Senhor está perto, está perto, e se

apressa muito a voz do dia do Senhor: amargamente clamará ali o homem poderoso. Aquele

dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação, dia de

trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas” (Sofonias 1:14-15).

No dia do Senhor, “os céus passarão com grande estrondo”. Isto implica em dizer que a

atmosfera terrestre explodirá num “grande estrondo”, transformando-se numa gigantesca

bola de fogo que envolverá várias regiões do planeta destruindo toda forma de vida terrestre.

Então os elementos atmosférico, ardendo pelo ardor do calor produzido na explosão do hi-

drogênio, se desfarão. Em decorrência, a Terra e todas as obras realizadas pelos homens se-

rão totalmente queimadas pelo fogo.

2. Isaías 13:9-11

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em

assolação, e destruir os pecadores dela. Porque as estrelas dos céus e os astros não deixa-

rão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz.

E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade: e farei cessar a

arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos”.

Quem será destruído no dia do Senhor?

Quem não deixará brilhar a sua luz?

O profeta Isaías foi levado a vaticinar que o dia do Senhor será assombroso, devido a

uma série de acontecimentos extraordinários que ocorrerão no céu e na terra. Conforme

afirmou o profeta, será um dia que vem com furor e ira ardente. Um dia em que tudo o que

há sobre a Terra será totalmente devastado. Nesse dia todos os pecadores impenitentes serão

destruídos da face da Terra.

No grande dia do Senhor, vários fenômenos sobrenaturais ocorrerão no céu. As estrelas

e todos os astros do céu não resplandecerão. O profeta ainda proclama que naquele dia o sol

se escurecerá logo ao nascer e à noite, a Lua e as estrelas não brilharão. Portanto, sem a luz

do sol, das estrelas ou da Lua, haverá um enorme período de escuridão sobre a Terra.

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem” (Mateus 24:30). Naquele dia a

única luz que a humanidade observará no céu será um pequeno, mas intenso brilho, localiza-

do na direção do oriente (Ezequiel 43:2). A princípio, esse brilho será ofuscado por densas

nuvens negras. E na distância, parecerá muito pequeno; mas à medida que se aproximar da

Terra vindo do oriente, esse ponto luminoso aumentará gradativamente de tamanho e de in-

tensidade luminosa. Esse brilho é chamado na Bíblia Sagrada de “grande glória” do Senhor

Jesus (Lucas 21:27), que retorna à Terra acompanhado por todos os santos anjos (Mateus

25:31) “para pôr a terra em assolação”. Naquele dia “todas as tribos da terra se lamentarão, e

verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus

24:30).

“Por uma fenda nas nuvens, fulgura uma estrela cujo brilho aumenta quadruplicadamen-

te em contraste com as trevas. Fala de esperança e alegria aos fiéis, mas de severidade e ira

aos transgressores da lei de Deus” (GC, 644).

Jesus retorna a este mundo para colocar um fim na maldade do homem. Ele vem para

visitar a iniquidade do ímpio e destruir os pecadores da Terra. Nesse dia o Senhor “fará ces-

sar a arrogância dos atrevidos” e abaterá “a soberba dos tiranos”. “Porque o dia do Senhor

dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja

abatido” (Isaías 2:12).

VINDA DO SENHOR

3. Salmos 50:3-4

“Virá o nosso Deus, e não se calará; adiante dele um fogo irá consumindo, e haverá

grande tormenta ao redor dele. Chamará os céus, do alto, e a terra, para julgar o seu po-

vo”.

Quem virá?

O que irá consumindo?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Muitas passagens bíblicas do Antigo Testamento anunciam em alto e bom som a vinda

do “nosso Deus”. O nosso Deus que virá é o Senhor Jesus Cristo que “oferecendo-se uma

vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam

para a salvação” (Hebreus 9:28).

Dizem as Escrituras Sagradas: “virá o nosso Deus, e não se calará”. Portanto, o Senhor

não mais ficará indiferente à maldade do mundo e a iniquidade dos ímpios, mas virá para

abater a arrogância dos atrevidos e a soberba dos tiramos (Isaías 13:9-11). O Senhor não virá

em oculto, silenciosamente, invisível ou em segredo. “Porque, assim como o relâmpago sai

do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem” (Ma-

teus 24:27). “E todo o olho o verá... e todas as tribos da terra se lamentarão” (Apocalipse

1:7). “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a

trombeta de Deus” (I Tessalonicenses 4:16). Deste modo a Bíblia Sagrada revela que a volta

do Senhor não terá nada de oculto ou de secreto. Também está escrito que Jesus não voltará

somente para algumas poucas pessoas. “Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deser-

to, não saiais; eis que ele está no interior da casa, não acrediteis” (Mateus 24:26).

O salmista afirma que “adiante dele um fogo irá consumindo”. Essa é a forma pela qual,

muitos dos antigos profetas, descreviam a “glória” de Jesus na sua vinda (Mateus 25:31).

Essa glória que envolve o Senhor é “como labareda de fogo” (II Tessalonicenses 1:8) que,

como fogo, devora e assola tudo ao seu redor.

No dia do Senhor, todas as nações do mundo “verão vir o Filho do homem nas nuvens,

com grande poder e glória” (Marcos 13:26) “e haverá grande tormenta ao redor dele”. Por-

tanto, quando o Senhor vier “sobre as nuvens do céu” (Mateus 24:30) haverá tempestades

violentas, com chuvas de raios acompanhadas de ventos intensos que formarão grandes fura-

cões. “E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e

aniquilará pelo esplendor da sua vinda”. (II Tessalonicenses 2:8).

O dia do Senhor é um dia de juízo (Salmos 62:12; Isaías 34:8; Apocalipse 18:6). Esse

juízo é chamado teologicamente de juízo retribuitivo. “E eis que cedo venho, e o meu galar-

dão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Apocalipse 22:12). Portanto, o

senhor virá com recompensa de Deus (Isaías 35:4), para retribuir a cada pessoa o que as suas

obras merecem. E, nesse dia, o Senhor “chamará os céus, do alto, e a terra, para julgar o seu

povo”. “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida” (João 5:29).

4. Isaías 66:15-16

“Porque, eis que o Senhor virá em fogo; e os seus carros como um torvelinho; para

tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo. Porque com fogo e com a

sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multi-

plicados”.

Como o virá o Senhor?

Com o que o Senhor entrará em juízo?

Isaías afirmou “que o Senhor virá em fogo”. Esta foi a expressão empregada pelo profe-

ta de Deus para descrever a glória do Senhor Jesus na Sua vinda a este mundo. Essa glória é

tão devastadora para o pecador que Isaías foi levado a questionar o povo: “Quem dentre nós

habitará com o fogo consumidor? quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?” (Isaí-

as 33:14). A Bíblia Sagrada também ensina que a glória do Senhor é tão intensa que o seu

fulgor apresenta o aspecto de um relâmpago.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O profeta Isaías afirmou que os “carros” do Senhor vêm “como um torvelinho”. A ex-

pressão “carros” é uma figura de linguagem empregada pelo profeta para descrever os anjos

que vêm com o Senhor, preparados para batalha daquele grande dia. Foi com uma expressão

semelhante que o profeta Eliseu mostrou ao seu moço o exército do Senhor (II Reis 6:17).

Foi do mesmo modo que o profeta Eliseu descreveu o arrebatamento de Elias ao céu (II Reis

2:11).

O Senhor vem à Terra “para tornar a sua ira em furor”. O Senhor retorna “para fazer

juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios” (Judas 1:15). O Senhor vem para

concretizar sua condenação num juízo retribuitivo contra os ímpios e pecadores.

A Bíblia afirma que o Senhor vem para tornar “a sua repreensão em chamas de fogo”,

porque com o esplendor de sua glória e com a espada de sua boca o Senhor entrará em juízo

contra todos os ímpios habitantes do mundo.

Naquele grande dia, nenhum pecador poderá subsistir diante do intenso fulgor da glória

do Senhor ou da espada de Sua boca. Mas todos eles serão instantaneamente fulminados

diante da “presença espantosa do Senhor” (Isaías 2:19). Nenhum pecador poderá prevalecer

contra o poder da espada da boca do Senhor (Apocalipse 19:21). Desta maneira, naquele

grande dia, “os mortos do Senhor serão multiplicados” (Isaías 66:16).

5. Miquéias 1:3-4

“Porque eis que o Senhor sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da ter-

ra. E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do

fogo, como as águas que se precipitam num abismo”.

Por onde o Senhor andará?

O que ocorrerá com os montes debaixo dele?

As Escrituras Sagradas ensinam que depois de quarenta dias de Sua ressurreição, Jesus

Cristo foi arrebatado para o céu (Atos 1:3, 9-11). Elas também informam que “o mesmo Se-

nhor descerá do céu” (I Tessalonicenses 4:16). Portanto, o Senhor sairá do Seu lugar no céu

e descerá ao planeta Terra, e “andará sobre as alturas da terra”, como que suspenso no ar, em

meio aos relâmpagos e ao som de trovão.

Em Sua segunda vinda, o Senhor Jesus não pousará em nenhum lugar da superfície do

planeta. E, conforme a Bíblia Sagrada ensina, Ele ficará “nos ares” onde se encontrará com

todos os salvos (I Tessalonicenses 4:17).

No grande dia do Senhor, quando Ele sair do Seu lugar e andar sobre as alturas da Terra,

“os montes debaixo dele se derreterão... como a cera diante do fogo”, consequentemente,

todas as obras criadas pelos seres humanos serão queimadas.

E, devido aos grandes terremotos que ocorrerão no planeta, por ocasião da proximidade

do grande dia do Senhor, muitos “vales se fenderão” e as lavas dos montes derretidos corre-

rão através desses vales “como as águas que se precipitam num abismo”.

GLÓRIA DE DEUS

6. Ezequiel 43:2

“E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era co-

mo a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

De onde vinha a glória de Deus?

Como era a voz de Deus?

Por que a Terra resplandeceu?

O profeta Ezequiel – arrebatado em visão – viu a glória de Deus vindo da direção do

oriente. É dessa direção da Terra que Jesus virá com milhares de milhares e milhões de mi-

lhões de santos anjos.

O som da voz do Senhor foi comparado pelo profeta Ezequiel “como a voz de muitas

águas”. O apóstolo João também descreveu o som de Sua voz “como a voz de muitas águas”

(Apocalipse 1:15). Isso indica o som de uma voz altissonante, cheia de vigor e tremenda-

mente poderosa, que chega a causar temor em quem ouve.

O profeta ainda afirma que “a terra resplandeceu por causa da sua glória”. A glória do

Senhor é tão intensa que toda a Terra é iluminada pelo seu fulgor.

Sabemos que no dia do Senhor, todos os astros do céu deixarão de emitir e refletir a sua

luz. Naquele grande dia do Senhor, a única luz que iluminará a Terra será a luz oriunda da

glória do Senhor. Num fundo celestial escuro, toda a atenção da humanidade estará voltada

para a glória dessa luz sobrenatural.

“Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do

tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a distância, parece

estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem” (GC,

646).

7. Habacuque 3:4-6

“E o seu resplendor era como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o

esconderijo da sua força. Adiante dele ia a peste, e raios de fogo sob os seus pés. Parou, e

mediu a terra: olhou, e separou as nações: e os montes perpétuos foram esmiuçados, os

outeiros eternos se encurvaram: o andar eterno é seu”.

Como era o resplender da glória de Deus?

O que saia das mãos do Senhor?

O profeta Habacuque, falando da glória do Senhor no dia de Sua vinda, afirma que “o

seu resplendor era como a luz”. Isso mostra claramente que quando Jesus retornar a este pla-

neta Ele estará envolto numa luz tão intensa como a luz do Sol, a ponto de iluminar toda a

Terra.

Segundo o profeta, das mãos do Senhor saiam “raios brilhantes”. No passado, aquelas

santas mãos foram feridas e traspassadas pelos cravos que prenderam o Senhor da vida numa

cruz de madeira. Agora em suas mãos “estava o esconderijo de sua força”. Aquelas mãos

que salvam os santos também exercem o juízo contra todos os ímpios e pecadores.

Além dos “raios brilhantes” saírem da mão do Senhor, o profeta também afirma que viu

“raios de fogo sob os seus pés”. Os pés do Senhor também foram traspassados por cravos ao

serem pregados na cruz. Mas, no grande dia do Senhor, todos podem ver claramente “raios

de fogo sob os seus pés”.

Enquanto o Senhor se desloca nas alturas do céu, adiante dEle a peste antecipa a des-

truição dos ímpios. Em muitos, “a sua carne será consumida, estando eles de pé, e lhes apo-

drecerão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na sua boca” (Zacarias 14:12).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Sobre as alturas” (Miquéias 1:3) o Senhor “parou, e mediu a terra”. O Senhor avaliou e

viu a devastação provocada pelo homem em sua sede de ganância pelo lucro. Mas, agora

chegou o grande dia do Senhor “o tempo de destruíres os que destroem a terra” (Apocalipse

11:18).

A seguir o Senhor “olhou, e separou as nações”. Os ímpios “por castigo padecerão eter-

na perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” (II Tessalonicenses 1:9). E os

justos vivos e os justos ressuscitados serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares (I

Tessalonicenses 4:17). “E os montes perpétuos foram esmiuçados”. Diante da glória do Se-

nhor os montes se desmoronam. “Os outeiros eternos” se encurvaram transformados em lava

pelo intenso calor provocado pela glória do Senhor.

SINAIS INDICADORES

8. Atos 2:19-21

“E farei aparecer prodígios em cima, no céu: e sinais em baixo na terra, sangue, fogo e

vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue antes de chegar o grande e

o glorioso dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será

salvo”.

O que se converterá em trevas antes do dia do Senhor?

O que se converterá em sangue antes do dia do Senhor?

“Antes de chegar o grande e o glorioso dia do Senhor” ocorrerão vários “prodígios em

cima, no céu”. Isso é uma clara alusão aos fenômenos sobrenaturais que ocorrerão com os

corpos celestes antes da volta do Senhor. Também acontecerão vários sinais na Terra, como

terremotos, furacões, vulcões em erupções com “fogo e vapor de fumo”, resultando em mui-

tas perdas de vidas.

“O sol se converterá em trevas... antes de chegar o grande e o glorioso dia do Se-

nhor”. Esse fenômeno sobrenatural ocorreu em 19 de maio de 1780. É conhecido na história

universal como o “dia escuro”. Nesse dia, “pela manhã surgiu claro o Sol, mas logo se ocul-

tou. As nuvens se tornaram sóbrias e delas, negras e ameaçadoras como logo se mostraram,

chamejavam relâmpagos; ribombavam trovões, caindo leve aguaceiro. Por volta das nove

horas, as nuvens se tornaram mais finas, tomando uma aparência bronzeada ou acobreada, e

a terra, pedra, árvores, edifícios, água e as pessoas tinham aspecto diferente por causa dessa

estranha luz sobrenatural. Alguns minutos mais tarde, pesada nuvem negra se espalhou por

todo o céu, exceto numa estreita orla do horizonte, e ficou tão escuro como usualmente é às

nove hora de uma noite de verão” (GC, 306). Quando chegou a noite daquele “dia escuro”, a

Lua se converteu em sangue. “Posto que às nove horas daquela noite a Lua surgisse cheia,

‘não produziu o mínimo efeito em relação àquelas sombras sepulcrais.’ Depois de meia-

noite as trevas se desvaneceram, e a Lua, ao tornar-se visível, tinha a aparência de sangue”

(GC, 307). Conforme profetizado, esses fenômenos ocorreriam antes do grande dia do Se-

nhor. E de fato ocorreram. Todavia, fenômenos semelhantes ocorrerão, quando chegar o

grande dia do Senhor. Nesse dia, o Sol, a Lua e as estrelas serão envolvidas em sombras im-

penetráveis.

Mas “antes de chegar o grande e o glorioso dia do Senhor”, o evangelho eterno “será

pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mateus

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

24:14). O mundo inteiro terá que se decidir entre o sinal de Deus e o sinal da besta. Será um

conflito de consciência muito grande. Não será nada fácil uma decisão para entrar no cami-

nho apertado e estreito, uma vez que os homens vinham andando pelo caminho largo e espa-

çoso. Mas “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Esse “invocar” será efi-

caz se for acompanhado de uma total consagração a Deus. Isso implica numa total obediên-

cia ao evangelho de Cristo e numa total e irrestrita obediência à Lei de Deus, conforme cons-

tam das Escrituras Sagradas.

9. I Tessalonicenses 5:2-3

“Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noi-

te. Pois, que, quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destrui-

ção, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão”.

Como virá o dia do Senhor?

Quando disserem: paz e segurança, o que ocorrerá?

Todos aqueles que estudam a Bíblia Sagrada sabem “muito bem que o dia do Senhor

virá como o ladrão de noite”. Da mesma forma como o ladrão vem à noite, quando menos se

espera, o dia do Senhor também virá de forma inesperada. O cristão deve estar sempre vigi-

ando e orando. “E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora

sobre ti virei” (Apocalipse 3:3).

Quando o mundo se organizar numa sociedade global, quando as fronteiras entre os paí-

ses forem derrubadas, quando a moeda, o governo e a religião forem universais, então a

guerra será abolida do planeta e a criminalidade diminuirá drasticamente, então os homens

presumirão que há paz e segurança.

Mas a paz e a segurança são falsas, pois está prevista na Bíblia Sagrada que quando so-

brevier esta suposta “paz e segurança”, “então lhes sobrevirá repentina destruição”, a qual

virá “como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão”.

Estando os homens orgulhosos de suas grandes realizações científicas, políticas, sociais

e econômicas, então de forma inesperada o mundo entrará num conflito mundial que somen-

te terminará quando Jesus aparecer “sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”

(Mateus 24:30). Essa destruição virá repentinamente e de forma inesperada; ela aumentará

de intensidade pouco a pouco, como as dores do parto, e somente terminará com a vinda do

Senhor. Esse evento ocorrerá como resultado dos quatro anjos soltarem os quatro ventos da

terra, que são símiles de guerras (Apocalipse 7:1-3). À essa destruição, soma-se também a

queda das sete últimas pragas, que devastarão as cidades do mundo.

10. Isaías 13:13

“Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do fu-

ror do Senhor dos Exércitos, e por causa do dia da sua ardente ira”.

O que estremecerá?

O que se moverá do seu lugar?

Quando ocorrer o grande dia do Senhor a Terra se moverá de sua órbita natural. Aos

olhos dos habitantes do mundo parecerá que os céus estão estremecendo. Fenômeno seme-

lhante ocorre nos dias de hoje quando, da perspectiva dos homens, parece que o Sol move-se

em torno da Terra, sendo que na realidade, é a Terra que se move em torno do Sol.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No dia da ardente ira do Senhor, o Sol, a Lua e as estrelas parecerão estar sendo sacudi-

das por alguma violenta força, mas na realidade é a Terra que “se moverá do seu lugar”.

A Bíblia Sagrada atribui o fenômeno do descolamento da Terra do seu eixo ao “furor do

Senhor dos Exércitos” e ao “dia de sua ardente ira”. É assim chamado porque o atrevimento

do pecador atingiu tal ponto que o Senhor se vê obrigado a dar um basta ao pecado.

Jesus Cristo ratificou a profecia de Isaías quando afirmou que “as potências dos céus

serão abaladas” (Mateus 24:29). As potências dos céus são o Sol, a Lua e as estrelas. Todos

esses astros serão abalados quando a Terra se mover “do seu lugar”.

O profeta Joel também profetizou o mesmo fenômeno que ocorrerá no grande dia do

Senhor com as seguintes palavras: “Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e

a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor” (Joel 2:10). Portanto, o profeta

foi muito claro: Diante do “Senhor da Glória” (I Coríntios 2:8), a Terra tremerá e consequen-

temente “abalar-se-ão os céus”. Joel acrescenta ainda mais que naquele grande dia “o sol e a

lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor”, confirmando que o grande dia do

Senhor será um dia de escuridão absoluta.

CONCLUSÃO

11. Isaías 2:19

“Então os homens se meterão nas concavidades das rochas, e nas cavernas da terra,

por causa da presença espantosa do Senhor, e por causa da glória da sua majestade, quan-

do ele se levantar para assombrar a terra”.

Por que os ímpios se meterão nas cavernas?

Quando o Senhor aparecer nas alturas do céu, “todas as tribos da terra se lamentarão”

(Mateus 24:30), então “os homens se meterão nas concavidades das rochas, e nas cavernas

da terra”.

Por esse tempo, a pregação do evangelho eterno por todo o mundo, em testemunho a

todas as pessoas, terá sido concluída (Mateus 24:14). Consequentemente, todos os habitantes

do mundo tiveram que tomar uma tremenda decisão. Tiveram que optar entre Cristo ou o

mundo, entre o caminho estreito e apertado ou o caminho largo e espaçoso, entre o sinal da

besta ou o sinal de Deus, entre obedecer aos mandamentos de Deus ou desprezá-los.

E diante “da presença espantosa do Senhor” (Isaías 2:21), que vem “sobre as nuvens do

céu” (Mateus 24:30), os ímpios habitantes do mundo ficam aterrorizados, e assustados pro-

curam um esconderijo “nas concavidades das rochas, e nas cavernas da terra”.

Diante da glória da majestade do Senhor, que é tão intensa e fulgurante quanto ao brilho

do relâmpago, “os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo

o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas” (Apocalipse

6:15).

Essas cavernas surgiram em várias regiões como resultado do grande terremoto que aba-

lou a estrutura do planeta nos últimos instantes da história do mundo (Apocalipse 16:18).

Destarte os ímpios e pecadores “se meterão nas concavidades das rochas, e nas cavernas da

terra” no grande dia do Senhor “quando ele se levantar para assombrar a terra”. Esta expres-

são é empregada por Isaías porque para os ímpios a vinda de Jesus será uma cena insuportá-

vel e assombrosa. Tanto é que eles dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e es-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

condei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro. Porque é

vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” (Apocalipse 6:16-17).

12. Isaías 25:9

“E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos

salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salvação gozaremos e nos alegra-

remos”.

O que exclamarão os justos naquele dia?

Em contraste com aqueles que recusaram a obedecer aos mandamentos de Deus e que

aceitaram a imposição do sinal da besta, a Bíblia Sagrada faz referência a um seleto grupo de

fiéis observadores da lei de Deus, os quais recusando o sinal da besta, sofreram tremendas

provações: “aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de

Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). Esse pequeno grupo de cristãos, por insistirem em

guardar todos os mandamentos de Deus, inclusive o dia do sábado, são tidos como a escória

da sociedade. Mas eles, conscienciosamente, aguardam a vinda do Senhor.

Quando tudo parecer trevas, quando parecer que os fiéis remanescentes terão que selar a

sua vida com sangue, “então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos

da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder

e grande glória” (Mateus 24:30).

Naquele dia, os filhos de Deus, rejubilando exclamarão: “Eis que este é o nosso Deus, a

quem aguardávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salva-

ção gozaremos e nos alegraremos”.

Além de guardarem “os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”, observamos, que pela

expressão de gozo dos santos, que eles são constituídos por um grupo de pessoas que estava

há algum tempo aguardando o advento do Senhor, razão pela qual exclamam por duas vezes:

“este é o nosso Deus, a quem aguardávamos”.

Pelas palavras pronunciadas pelos santos do Altíssimo, podemos constatar que, naquela

ocasião em especial, eles estavam passando por alguma grande provação e aflição de espíri-

to, pois ao notarem “no céu o sinal do Filho do homem” (Mateus 24:30), passam a exclamar:

“ele nos salvará... na sua salvação gozaremos e nos alegraremos”.

LEANDRO BERTOLDO

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Capítulo 2

A Perseguição contra a Igreja de Deus

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 12:1-2

“E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos

seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estava grávida, e com dores de

parto, e gritava com ânsias de dar à luz”.

Que grande sinal foi visto no céu?

Qual era a situação da mulher?

O apóstolo João estava exilado em Patmos. Naquela rochosa ilha do mar Egeu, ele teve

alguns arrebatamentos de sentidos e recebeu várias visões proféticas na forma de símiles

descrevendo o futuro da humanidade e da Igreja de Deus.

Uma dessas visões refere-se à “mulher vestida do sol”. Em profecia, “mulher” simboliza

a Igreja (II Coríntios 11:2). E “uma mulher vestida do sol” simboliza a igreja verdadeira, que

sob o comando de Cristo – “a luz do mundo” (João 8:12) – e que emite a luz da verdade

(Salmos 119:105). Essa “mulher vestida do sol” faz contraste com a mulher “vestida de púr-

pura e de escarlata”, que simboliza uma Igreja infiel à verdade bíblica (Apocalipse 17:4).

A mulher vestida do sol tinha “a lua debaixo dos seus pés”. Isso é uma clara alusão à

antiga dispensação de holocaustos de animais para expiação de pecados. Do mesmo modo

como a Lua não possui luz própria, mas ilumina porque reflete a luz do Sol, assim também,

a antiga dispensação não possuía luz própria, mas iluminava porque apontava para a “luz do

mundo”: Cristo (João 8:12).

A Lua estava localizada “debaixo” dos pés de mulher porque desde a fundação do mun-

do a Igreja de Deus foi assentada sobre a base da expiação de pecados pelo sangue de ani-

mais, os quais apontavam para “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João

1:29).

A mulher vestida do Sol possuía “uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça”. Essa

coroa de doze estrelas é um símile das doze tribos de Israel, que coroam a Igreja verdadeira

antes da cruz. Essa coroa com doze estrelas também é um símile dos doze apóstolos de Jesus

que coroam a verdadeira Igreja após a cruz.

A mulher vestida do Sol “estava grávida”. Ela havia concebido o Seu Filho no Jardim

do Éden, no exato momento em que o homem pecou comendo do fruto da árvore da ciência

do bem e do mal. Ao pronunciar a pena contra os transgressores de Seu mandamento, Deus

colocou uma eterna inimizade entre Satanás e a Igreja. Além disso, o Senhor prometeu que a

semente da mulher feriria a cabeça de Satanás, representado pela serpente (Gênesis 3:15).

João, descrevendo a gestação da mulher, diz que ela estava “com dores de parto, e grita-

va com ânsias de dar à luz”. Com isso fica claro que a plenitude dos tempos havia chegado e

que Deus estava prestes a enviar o Seu filho a este mundo (Gálatas 4:4).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

2. Apocalipse 12:3-4

“E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete

cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a

terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mu-

lher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”.

Que outro sinal foi visto no céu?

Diante de quem o dragão parou?

O que o dragão desejava fazer ao filho?

João afirma que também viu “um grande dragão”. A própria Bíblia diz que o dragão é

um símile da “antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo”

(Apocalipse 12:9). Esse dragão era vermelho, que é a cor do sangue e símbolo do pecado

(Isaías 1:18).

O dragão “tinha sete cabeças e dez chifres”. As sete cabeças são símiles de sete grandes

poderes que se opuseram à verdade e ao povo de Deus no decorrer da história da Igreja. Es-

ses sete poderes foram: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Persa, Grécia, Roma Pagã e Roma

Papal. Os sete diademas sobre a cabeça do dragão representam a forma de governo vitalício

e imperial desses poderes.

Os “dez chifres” são símiles dos dez reinos que resultaram da fragmentação do Império

Romano. Em 476 d.C., o Império Romano atacado pelos povos bárbaros, fragmentou-se em

dez partes: Lombardos - Itália; Francos - França; Saxônio - Inglaterra; Alamanos - Alema-

nha; Suevos - Portugal; Visigodos - Espanha; Burgundos - Suíça; Vândalos; Hérulos; Os-

trogodos.

O apóstolo João diz que o dragão com a sua cauda “levou após si a terça parte das estre-

las do céu”. Em profecia o termo “cauda” é símile de engano, mentira, falsidade etc. (Isaías

9:15) e “estrelas” é símile de anjos (Apocalipse 1:20), que num sentido mais amplo são in-

terpretados como mensageiros de Deus.

As Escrituras Sagradas revelam que Satanás, empregando as armas da mentira (João

8:44), enganou e persuadiu para o seu lado um terço dos anjos. Como resultado de suas ati-

vidades enganadoras, houve numa tremenda batalha no céu (Apocalipse 12:7). A princípio

era uma batalha de ideologias, que acabou partindo para a violência (Ezequiel 28:16). Mas

Satanás não prevaleceu nessa batalha. “Ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram

lançados com ele” (Apocalipse 12:9).

Após Deus ter revelado a Adão e Eva que da Igreja nasceria a semente que os resgataria

da maldição e esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis 3:15), Satanás ficou à espreita, espe-

rando a vinda do Salvador para que quando Ele nascesse pudesse destruí-Lo.

3. Apocalipse 12:5

“E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o

seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”.

A quem a mulher deu a luz?

Para onde foi arrebatado seu filho?

“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho” (Gálatas 4:4). Foi então

que a mulher – Igreja – deu à luz ao seu Filho. Esse Filho é conhecido universalmente pelo

nome de Jesus Cristo.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Quando o Filho de Deus nasceu no seio da Igreja, Satanás que estava à espreita tentou

matá-lo. Para isso ele usou as instituições publicas sobre as quais mantinha poder. Naquela

época, Herodes era rei da Judéia e sabendo – por meio dos reis magos – que o Messias tinha

nascido, intentou eliminá-lo. Como não conhecia quem Ele era ou onde poderia encontrá-Lo,

mandou matar todas as crianças abaixo de dois anos de idade, numa tentativa inútil de atin-

gir o Filho da mulher (Mateus 2:16). A Bíblia Sagrada afirma que esse Filho é o homem que

regerá todas as nações do mundo com firmeza e determinação.

Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João relatam os feitos de Jesus. Eles mos-

tram que depois de batizado, Jesus Cristo foi de todos modos severamente tentado por Sata-

nás, até que por fim foi levado a uma morte atroz numa cruz.

Depois de Sua ressurreição, Jesus ficou vivendo entre os discípulos por quarenta dias,

após os quais “foi arrebatado para Deus e para o seu trono”, razão pela qual Jesus afirmou:

“Saí do Pai, e vim ao mundo: outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai” (João 16:28).

O momento do arrebatamento de Jesus foi descrito por Lucas com precisão e detalhes:

“E quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultan-

do-o a seus olhos. E estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto

deles se puseram dois varões vestidos de branco. Os quais lhe disseram: Varões galileus, por

que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de

vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:9-11).

PERSEGUIÇÃO DA IGREJA

4. Apocalipse 12:10

“E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e

o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é

derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite”.

Com o arrebatamento de Cristo o que é chegada?

Quem foi derrubado com a vitória de Cristo?

João afirma que ouviu uma potente voz sendo proferida no céu. Essa voz dizia o seguin-

te: “agora chegada está a salvação”. Isto significa que a salvação dos homens chegou com o

nascimento, morte e ressurreição do “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João

1:29). Com o arrebatamento do Filho para junto de Deus, o plano da salvação – elaborado

antes mesmo da fundação do mundo (Efésios 1:4; I Pedro 1:20) – estava sendo consolidado.

Agora, Deus pode com justiça salvar o pecador arrependido, haja vista que Cristo recebeu na

cruz o salário do pecado que cabe aos homens.

A voz também dizia que “agora chegada está... a força, e o reino do nosso Deus”. Diante

desta afirmativa fica claro que, com a morte e ressurreição de Cristo, Deus adquiriu força

para reivindicar Sua justiça perante o Universo. Com a morte do Filho de Deus ficou patente

aos olhos de todos os anjos, qual é o verdadeiro resultado da rebelião contra Deus.

A voz também disse que “agora chegada está... o reino de Deus”. Trata-se do reino da

graça, o qual foi de fato implantado com a morte e ressurreição de Cristo. O reino da glória

somente chegará quando Cristo retornar a este mundo pela segunda vez.

A voz ouvida por João também afirmava que “agora chegada está... o poder do seu Cris-

to”. Com a Sua morte e ressurreição, Cristo adquiriu todo poder no céu e na Terra (Mateus

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

28:18). Agora a semente da mulher poderá com justiça esmagar a cabeça da antiga serpente

(Gênesis 3:15).

“A salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo” somente che-

garam porque com a morte e ressurreição de Cristo “o acusador de nossos irmãos é derriba-

do”. Esse acusador é uma clara referência a Satanás. Foi Jesus quem disse: “agora é o juízo

deste mundo: agora será expulso o príncipe deste mundo” (João 12:31). Na cruz do calvário,

Satanás foi derrotado. Naquele lugar, a batalha milenar entre o bem e o mal, que havia sido

iniciada no céu, finamente teve o seu desfecho. A partir daquele momento em diante, Sata-

nás se tornou um inimigo vencido. Satanás nada tinha do que acusar a Jesus (João 14:30). Os

santos anjos já não têm mais nenhuma dúvida quanto ao caráter moral do reino de Satanás.

Ao levar Cristo à cruz, Satanás apenas feriu o calcanhar de Cristo – a semente da mulher –

mas morrendo como holocausto pelo pecado, Cristo adquiriu o poder para com justiça ferir a

cabeça da antiga serpente (Gênesis 3:15).

Antes de sua derrota na cruz, Satanás tinha livre acesso aos concílios celestes que Deus

realizava com os representantes de todos os mundos. Nesses concílios, Satanás costumava

apresentar-se como representante do planeta Terra. Diante de Deus, essa asquerosa criatura

se tornou um formidável acusador dos santos do Altíssimo. A Bíblia Sagrada registra que

num desses concílios, Satanás apresentou-se como representante deste mundo: “E vindo um

dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás

entre eles” (Jó 1:6). Em dois concílios Satanás acusou a Jó de ser fiel a Deus por interesse

em bens materiais (Jó 1:9-11).

5. Apocalipse 12:12-13

“Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e

no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo. E,

quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o va-

rão”.

O que o dragão fez contra a mulher?

Pela formidável vitória alcançada por Cristo na cruz, todos os habitantes dos céus são

agora convocados a se alegrarem com o triunfo do Senhor. Finalmente, o caráter e a obra de

Satanás ficaram patentes aos olhos de todos os habitantes do Universo.

Apesar da grande alegria expressa pelos habitantes dos céus pela vitória de Cristo, infe-

lizmente para os habitantes do planeta Terra é pronunciado um “ai”, o qual representa dores,

lutos, sofrimentos, tristezas, angústias, aborrecimentos etc.

Com a perda do seu acesso aos concílios celestiais, Satanás desceu entre os seres huma-

nos com grande ira. Ele foi vencido na cruz e agora sabe que tem pouco tempo de existência.

Ele, que era um “querubim ungido” (Ezequiel 28:14), que foi criado para existir para sem-

pre, agora – por causa da sua derrota na cruz – a ele é dito: “nunca mais serás para sempre”

(Ezequiel 28:19).

Quando Satanás foi lançado fora dos concílios celestiais, ele ficou restrito a este planeta.

Durante milênios, Satanás havia ficado na espreita para destruir o Filho de Deus que nasceria

da Igreja. Porém, como “o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono” (Apocalipse

12:5), Satanás passou a perseguir sistematicamente a Igreja. Sua intenção é impedir a prega-

ção do evangelho eterno, em todo o mundo, para evitar o fim de todas as coisas (Mateus

24:14).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Numa tentativa desesperada e inútil para impedir o resgate dos pecadores e o fim do seu

reino de trevas, Satanás moveu as autoridades judaicas para perseguir a Igreja que havia con-

cebido o Filho de Deus, depois empregou o poder do Império Romano, e logo após usou o

poder político-religioso papal, o qual substituiu o governo pagão de Roma (Apocalipse 13:5-

7) e, no futuro, empregará o poder político-religioso da imagem da besta.

FUGA DA IGREJA

6. Apocalipse 12:14

“E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto,

ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da

vista da serpente”.

Para onde a Igreja deveria ir rapidamente?

Deveria ficar fora da vista de quem?

Por quanto tempo deveria ser sustentada?

Diante da crescente perseguição movida por Satanás contra a verdadeira Igreja, ela rece-

beu da parte de Deus “duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto”. A referên-

cia profética a “asas” é um símile de rapidez. E a alusão ao “deserto” é um símile de regiões

desabitadas, despovoada, afastadas dos grandes centros urbanos ou civilizados.

O apóstolo João afirma que a mulher fugiu para o deserto, ficando “fora da vista da ser-

pente”. Diante dessa afirmativa, fica claro que a Igreja saiu fora do palco da história do

mundo. Para poder escapar da destruição, a Igreja teve que fugir rapidamente para regiões

afastadas, fora da vista de um poder político-religioso apóstata que estava assumindo o poder

em Roma.

Estando no deserto, a verdadeira Igreja foi “sustentada por um tempo, e tempos, e meta-

de de um tempo”. Mas qual é o significado desta frase? Muito simples! Na língua hebraica

existem três “graus de número”: 1º) singular = um; 2º) dual = dois; 3º) plural = mais de

dois. Ocorre que a palavra “tempos” é dual, indicando exatamente dois tempos. Como cada

“tempo” corresponde a 360 dias proféticos, então um tempo, dois tempos e metade de um

tempo corresponde numericamente a 360 + (2 x 360) + 360/2 = 360 + 720 + 180 = 1260 dias

proféticos.

Ocorre que, conforme Ezequiel 4:6-7, cada dia profético corresponde a um ano literal.

Portanto, os 1260 dias proféticos correspondem a 1260 anos literais. Logo, a Igreja de Deus

ficaria esquecida no deserto durante um longo período de 1260 anos.

7. Apocalipse 12:6

“E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali

fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias”.

Para onde a Igreja fugiu?

Durante quanto tempo ficou escondida?

Este versículo bíblico é paralelo ao anterior. Ambos afirmam a mesma coisa, mas com

diferentes palavras. O versículo afirma que a verdadeira Igreja “fugiu para o deserto”, onde

foi mantida por Deus.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Ambos os versículos fazem referência ao mesmo período de tempo. O resultado numé-

rico do período de “um tempo, e tempos, e metade de um tempo” é explicitamente mencio-

nado por João como sendo “mil duzentos e sessenta dias”. Portanto, está demonstrado que o

raciocínio empregado para calcular “um tempo, e tempos, e metade de um tempo” está cor-

reto e, realmente, corresponde a “mil duzentos e sessenta dias”.

Mas por que razão a Igreja de Deus teve que fugir para o deserto? Quando começou a

contagem do período de mil duzentos e sessenta dias? Ora, tudo teve início no ano 313,

quando o imperador romano Constantino assinou o “Edito de Milão”. Por esse edito, todos

os cristãos passaram a ter plena liberdade de culto, pois até então, eles eram sistematicamen-

te perseguidos pelo Império Romano.

A partir do Edito de Milão, a Igreja ficou sob a proteção do Império Romano e tornou-se

Estatal. Com o decorrer dos anos, várias heresias pagãs, especialmente adaptadas para os

cristãos, se infiltraram na coração da Igreja por meio dos decretos imperiais ou por meio da

influência dos costumes dos lideres pagãos. Todavia, alguns poucos homens fiéis às verda-

des bíblicas resistiram a essas heresias. Naquela época, eles permaneceram inabaláveis dian-

te da apostasia generalizada. Eles eram os únicos representantes da verdadeira Igreja na face

da Terra.

Durante esses séculos de apostasia, os reinos dos Vândalos, Hérulos e Ostrogodos havi-

am aderido à heresia ariana, a qual negava a divindade de Jesus Cristo. Tal heresia foi criada

por Ário (256-336 d.C.) e condenada pela Igreja romana no Concílio de Nicéia em 325 d.C.

e no de Constantinopla em 381 d.C.

Os Vândalos, Hérulos e Ostrogodos constituíam três, das dez nações que resultaram da

fragmentação do Império Romano. Como essas três nações seguiam uma heresia condenada

pela igreja romana, elas opuseram certa resistência ao Edito de Justiniano, o qual foi emitido

no ano 533 e que nomeava o bispo de Roma como o “corretor dos hereges” e “cabeça de

todas as igrejas” (Código de Justiniano, livro I, título I).

A pedido do bispo de Roma, e para fazer valer o seu decreto, Justiniano ordenou que o

general Belisário subjugasse as nações arianas. Sua campanha foi coroada de estrondoso

sucesso. Com a derrocada dos ostrogodos, última das nações arianas, o Edito de Justiniano

passou de fato a vigorar em 538. Nesse mesmo ano a Alemanha, Áustria, Espanha, França,

Inglaterra, Itália, Iugoslávia e Portugal, influenciadas pelo general Belisário, foram levadas a

reconhecer o bispo de Roma como a suprema autoridade em questões de fé e corretor dos

hereges.

No ano de 538 d.C., o bispo de Roma era Virgilio. Ele de fato, tornou-se o primeiro pa-

pa. É bem verdade que bem antes dessa época o bispo de Roma vinha gradativamente adqui-

rindo uma certa proeminência sobre os demais bispos. Tal fato ocorria porque ele possuía o

seu bispado localizado no centro da capital do Império Romano e vivia ao lado dos impera-

dores romanos.

A partir de 538 d.C. iniciou-se o fatídico período de mil duzentos e sessenta anos. A

Igreja de Deus teve que fugir para não ser extinta pelo poder papal. Esse poder, como corre-

tor dos hereges e com a força do Estado, tornou-se opressor e condenava qualquer doutrina

que divergisse daquela oficialmente aceita pela igreja estatal, mesmo que tal doutrina fosse a

verdadeira Palavra de Deus.

Começando a contar o período de mil duzentos e sessenta anos a partir de 538 d.C. che-

ga-se a 1798 d.C. (538 + 1260 = 1798). Neste ano terminou o poder perseguidor do papado.

Em 17 de fevereiro de 1798, Napoleão Bonaparte com um exército de 100.000 homens co-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

mandados pelo general Berthier invadiu Roma e prendeu o papa Pio VI, que foi levado para

o cativeiro na cidade francesa de Valença. Com a prisão do papa, Napoleão anulou o Código

de Justiniano e, consequentemente, extinguiu o poder temporal dos papas sobre as nações do

mundo.

ATIVIDADES DO DRAGÃO

8. Daniel 7:25

“E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará

em mudar os tempos, e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e

metade dum tempo”.

Quem seria destruído durante esse período?

Este versículo, registrado pelo profeta Daniel, vem complementar os dois anteriores que

se encontram no livro do Apocalipse. O que eles possuem em comum é o mencionado perí-

odo de “um tempo, e tempos, e metade dum tempo”, que corresponde a “mil duzentos e ses-

senta dias” (apocalipse 12:6). Portanto, conclui-se que tanto Daniel como o Apocalipse fa-

zem referência ao mesmo poder perseguidor.

O profeta Daniel foi explicito em mostrar a razão pela qual a Igreja teve que fugir para o

deserto. Observe o que esse poder faria à mulher durante esse período (538-1798): a) proferi-

ria palavras contra Deus, b) destruiria os santos de Deus, c) mudaria os tempos e a lei, d) os

santos seriam perseguidos durante um tempo, tempos e metade de um tempo.

Profetizando a respeito do poder que sucederia ao Império Romano, Daniel afirmou que

esse poder proferiria “palavras contra o Altíssimo”. As palavras pronunciadas contra Deus

são palavras contrárias à vontade revelada por Deus nas Escrituras Sagradas. Entre as pala-

vras que esse poder pronunciaria contra o Altíssimo se destacam as seguintes:

1) A palavra papa quer dizer pai. Mas, Jesus disse que “a ninguém na terra chameis

vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus” (Mateus 23:9).

2) O papa não é Deus, mas ele arroga a si a autoridade para perdoar pecado. Quando

Jesus arrogou a Si tal autoridade, Ele foi acusado de blasfemar, porque os judeus não o reco-

nhecendo como Deus, afirmaram o seguinte: “por que diz este assim blasfêmias? Quem po-

de perdoar pecados, senão Deus!” (Marcos 2:7). Portanto, o papa está blasfemando quando

atribui a si a autoridade para perdoar pecado e estabelecer penitência.

3) O papa como chefe máximo da Igreja Católica é conivente com a idolatria, veneração

e culto de imagens, o que é terminantemente proibida pela Bíblia Sagrada: “Não farás para ti

imagem de escultura... não te encurvarás a elas nem as servirás” (Êxodo 20:4-5).

Falando desse poder blasfemo, Paulo profetizou: “Ninguém de maneira alguma vos en-

gane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do

pecado, o filho da perdição. O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus,

ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer

Deus” (II Tessalonicenses 2:3-4).

O profeta Daniel afirmou que esse poder “destruirá os santos do Altíssimo”. Realmente,

o poder papal estava por trás dos reis e do Tribunal da Inquisição. Esse famigerado tribunal

tinha por objetivo julgar na área civil todos que praticassem algum ato contra os dogmas da

Igreja Católica. Durante o período de mil duzentos e sessenta anos, os santos do Altíssimo

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

foram perseguidos, presos, torturados, trucidados e assassinados por influência desse poder,

tido como universal. Foi por essa razão que os santos tiveram que fugir para o deserto duran-

te esse longo período de opressão papal (Apocalipse 12:14).

Um outro ponto importante, profetizado por Daniel, foi que esse poder “cuidará em mu-

dar os tempos”. Mas que tempo esse poder mudou? Muito simples! Esse poder modificou os

tempos em vários aspectos: a) estabeleceu a era cristã, iniciado a contagem do calendário a

partir do suposto ano do nascimento de Cristo; b) interferiu no calendário bíblico, adotando

universalmente o Calendário Juliano, que posteriormente foi substituído pelo Calendário

Gregoriano; c) também mudou a contagem do dia, que segundo a Bíblia Sagrada é contado

de pôr-do-sol a pôr-do-sol (Gênesis 1:5, 8, 13, 19, 23 e 31; Levítico 23:32) e não de meia-

noite a meia-noite.

Daniel também havia profetizado que esse poder mudaria a lei. Mas a que lei Daniel

estava se referindo? Certamente não às leis dos homens, que são diferentes para diferentes

povos e são modificadas de acordo com as necessidades dos homens e pela vontade dos go-

vernantes. Só existe uma lei relevante que nenhum ser humano poderia atrever-se a modifi-

car, posto que foi legislada por Deus. Essa lei é conhecida como sendo o decálogo.

De fato, no Catecismo da Igreja Católica encontram-se as provas dessa modificação: a)

o segundo mandamento, que proíbe a idolatria, veneração ou o culto de imagens foi tirado da

lei de Deus; b) para manter o número de dez mandamentos no catecismo, o décimo manda-

mento do decálogo foi desdobrado em dois; c) esse poder também interferiu com o quarto

mandamento da lei de Deus, que ordena a santificação do sábado, que é o sétimo dia da se-

mana, e substituiu-o pela observância do domingo, que é o primeiro dia da semana.

9. Apocalipse 13:5-7

“E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder

para continuar por quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus,

para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. E foi-lhe per-

mitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua,

e nação”.

Por quanto tempo a besta proferiria blasfêmias?

Contra quem a besta foi fazer guerra?

Sobre o que a besta recebeu poder?

O versículo em questão é paralelo ao anterior. Ambos fazem referências aos mesmos

eventos proféticos, todavia são expressos por meio de diferentes figuras de linguagem.

Os versículos do Apocalipse falam de um poder apóstata que atuaria “sobre toda a tribo,

e língua, e nação” durante um período de “quarenta e dois meses”. Mas quanto tempo cor-

responde os quarenta e dois meses? Em profecia cada mês corresponde a trinta dias proféti-

cos. Portanto, quarenta e dois meses proféticos multiplicados por trinta dias proféticos são

iguais a mil duzentos e sessenta dias (42 x 30 = 1260). Logo, os versículos mencionados

estão fazendo uma clara referência ao mesmo poder político-religioso que atuaria por “um

tempo, e tempos, e metade dum tempo” profetizado por Daniel e também anunciado no

Apocalipse.

É dito que foi dado a esse poder uma boca “para proferir grandes coisas e blasfêmias”

durante mil duzentos e sessenta anos (538-1798). Isso significa que esse poder recebeu auto-

ridade para impor a sua própria vontade. Sabemos que esse poder abriu a sua boca para pro-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

ferir blasfêmias ao introduzir doutrinas contrárias à vontade do Senhor. Esse poder blasfe-

mou do nome de Deus, ao sentar-se “como Deus, no templo de Deus, querendo parecer

Deus” (II Tessalonicenses 2:4). Esse poder blasfemou do tabernáculo de Deus ao estabelecer

na terra um sistema religioso para purificação de pecados, concorrendo com as atividades do

santuário celestial. Esse poder blasfema de Deus toda vez que realiza a purificação dos peca-

dos através do batismo de criança, o qual supostamente apagaria o pecado original. Blasfema

quando diz extinguir o pecados dos fiéis através das penitências e indulgências. Blasfema

quando procuram obter a salvação pelas boas obras. Blasfema quando ensina que a virgem

Maria encontra-se no céu como medianeira entre Jesus e os homens etc.

Esse poder também blasfemou daqueles que habitam no céu (santos anjos) ao estabele-

cer o conceito pagão de alma imortal, que com morte do indivíduo vai para o céu, purgatório

ou inferno. Como esse poder prega a imortalidade da alma, ele é obrigado a ensinar a salva-

ção para o céu, enquanto que a Bíblia Sagrada ensina a salvação para vida eterna (João 3:16).

Também blasfemou dos que estão no céu ao estabelecer culto aos santos que supostamente

estariam no céu com os santos anjos.

Durante todo o período de mil duzentos e sessenta anos, esse poder fez guerra contra os

santos do Altíssimo e venceu-os. Esse poder blasfemo realizou cruzadas exterminadoras

contra os Valdenses e Albigenses. Levou João Huss e Jerônimo de Praga ao martírio nas

fogueiras. Nesse período a verdadeira Igreja era tida, pelo poder dominante e apóstata, como

herética.

O poeta cego John Milton expressou a repulsa do mundo civilizado ao massacre papal

dos valdenses com este soneto imortal:

Vinga, ó Senhor, Teu massacrado povo santo,

Cujos ossos jazem nos Alpes espalhados,

Aqueles que a verdade Tua amaram tanto,

Embora os pais houvesse ídolos louvado.

Não os esqueças, pois Teu livro relatadas

Traz as angústias dessas tuas ovelhinhas

No montanhês redil outrora trucidadas,

Lançadas rocha abaixo – mães com criancinhas.

O vale seu gemido ecoava aos altos montes,

E as cinzas desses mártires predestinados

Cobriam vastos campos, lá no Piemonte,

Por tríplice, cruel tirano dominados.

Surjam das cinzas multidões de seguidores

E fujam cedo aos babilônicos horrores.

Tradução de Isolina A. Waldvogel

Através das guerras santas, da inquisição e do apoio dos monarcas comprometidos com

Roma, os santos do Altíssimo foram sendo dizimados gradativamente em várias partes do

mundo. Por essa razão, a verdadeira Igreja teve que fugir para o deserto “onde já tinha lugar

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

preparado por Deus”, e foi cuidado por Deus durante mil duzentos e sessenta anos (Apoca-

lipse 12:6).

O fato de abrir a sua boca em blasfêmias contra Deus e contra as coisas de Deus indica

claramente tratar-se de um poder religioso. Mas a Bíblia também afirma que esse poder reli-

gioso também recebeu “poder sobre toda a tribo, e língua, e nação”. Tal fato indica tratar-se

também de um poder político de grande influência no mundo.

10. Apocalipse 12:15-16

“E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher água como um rio, para que pela

corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca e tragou

o rio que o dragão lançara da sua boca”.

O que a serpente lançou de sua boca?

Que ajudou a mulher?

Em sua sede assassina para destruir os santos do Altíssimo e sob o pretexto de eliminar

supostos heréticos, Satanás, por meio de sua instituição política-religiosa papal, lançou da

sua boca a ordem expressa para que todas as nações arrebatassem a Igreja de Deus da face da

Terra.

No apocalipse, a água é símile de “povos, e multidões, e nações, e línguas” (apocalipse

17:15). Portanto, nações inteiras foram convocadas e lançadas no encalço da Igreja de Deus.

Mas a Bíblia Sagrada diz que a “terra ajudou a mulher”. Terra faz contraste com a água. Por-

tanto, se a água é símile de povos, multidões, nações e línguas, então, por contraste, a terra é

símile de locais desertos, despovoados.

Destarte, podemos compreender que a verdadeira Igreja fugiu de regiões densamente

povoadas para locais totalmente afastados da civilização. Tal fenômeno ocorreu durante a

Idade Média e na Idade Moderna. Por exemplo, os povos que deram origem aos Valdenses,

para não serem trucidados tiveram que fugir, passando a viver em locais isolados, sob a pro-

teção dos montes alpinos europeus. E, na Idade Moderna, o poder papal e a intolerância reli-

giosa da época, passaram a perseguir os protestantes, os quais tiveram que fugir do movi-

mento da contra-reforma e da sanha assassina dos jesuítas para regiões afastadas da civiliza-

ção, muito deles vindo colonizar a América do Norte. Desse modo, os intentos de Satanás

foram frustrados, pois durante todo o período de 1260 anos, “a terra ajudou a mulher” e dis-

sipou a ânsia assassina do inimigo da verdade.

CONCLUSÃO

11. Apocalipse 12:17

“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que

guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”.

Contra quem o dragão foi fazer guerra?

Que duas características identificam a Igreja de Deus?

No Apocalipse o dragão é um símile para Satanás e a mulher é o símile que representa a

Igreja. Como Satanás fracassou no plano de destruir o Filho de Deus, ele irou-se e “perse-

guiu a mulher que dera à luz o varão” (Apocalipse 12:13). Ou seja, perseguiu a Igreja de

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Deus, a qual teve que fugir para o deserto durante um período de mil duzentos e sessenta

anos (538-1798).

Decorrido esse período, o Senhor suscitou novamente a Sua Igreja de volta no cenário

da história do mundo. E, para que pudesse purificar-se dos falsos ensinos, ela recebeu de

Deus o “Testemunho de Jesus Cristo”. “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; por-

que vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a

Cristo” (II Coríntios 11:2). Essa é a razão pela qual Satanás “foi fazer guerra” contra os fiéis

remanescente dessa Igreja.

A Bíblia Sagrada identifica a semente da mulher como sendo aqueles “que guardam os

mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”. Portanto, na consumação dos

séculos, a verdadeira Igreja se manifestaria ao mundo guardando os mandamentos de Deus,

conforme estão registrados nas Santas Escrituras, inclusive santificando o dia do sábado.

Os remanescentes fiéis da verdadeira Igreja também são identificados pela Bíblia Sagra-

da como sendo aqueles que também guardam o “testemunho de Jesus Cristo”. Mas o que é o

testemunho de Jesus? Bem! Vamos deixar que o próprio autor do livro do Apocalipse res-

ponda a essa importantíssima pergunta.

12. Apocalipse 19:10

“E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou

teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus: adora a Deus; porque o tes-

temunho de Jesus é o espírito de profecia”.

O que é o testemunho de Jesus?

Deslumbrado pela excelência das revelações divinas, o apóstolo João lançou-se aos pés

do anjo para o adorar. Mas o anjo recusou tal ato de adoração, e ainda acrescentou que é

Deus quem deve ser adorado. Esse fato é no mínimo interessante porque um anjo, que é su-

perior ao homem (Hebreus 2:6-7), recusou a receber adoração. Mas o líder máximo do poder

blasfemo que estamos estudando neste capítulo aceita a reverência dos homens, como se ele

fosse o próprio Deus.

Após recusar a adoração de João, o anjo revelou explicitamente ao autor do Livro do

Apocalipse que “o testemunho de Jesus é o espírito de profecia”. Portanto, a verdadeira Igre-

ja, nesses dias finais da história do mundo, além de guardar os mandamentos de Deus tam-

bém tem a orientação do “espírito de profecia”, cuja mensagem encontra-se materializada

em livros. A verdade é que todos verdadeiros profetas de Deus, tais como Isaías, Jeremias,

Ezequiel, Daniel etc. receberam esse dom. Sendo que muitos desses profetas orientados por

Deus, materializaram as revelações que receberam em livros, os quais constituem as Escritu-

ras Sagradas.

A única Igreja que, nestes tempos pós-moderno, preenche todos os requisitos bíblicos

para constituir a verdadeira Igreja, é identificada como sendo a Igreja Adventista do Sétimo

Dia. Desde a sua fundação, essa Igreja tem recebido orientações divinas pelo ministério pro-

fético de Ellen Gould White.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem um papel exclusivo e de fundamental importân-

cia no desfecho da história deste mundo. Cabe somente a ela, a finalização da pregação do

evangelho eterno em todo o mundo em testemunho a todas as gentes. A razão para isto é que

juntamente com a pregação de evangelho, todos os povos serão conclamados a saírem de

babilônia e aceitarem o sinal de Deus em detrimento do sinal da besta.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Sob a Igreja Adventista do Sétimo Dia pesa a solene responsabilidade de profetizar “a

muitos povos, e nações, e línguas e reis” (Apocalipse 10:11) a breve volta de Jesus, bem

como advertir ao mundo sobre o conteúdo da terceira mensagem angelical (Apocalipse 14:9-

10).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 3

A Besta e Sua Imagem

INTRODUÇÃO

1 - Apocalipse 13:1

“E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças

e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de

blasfêmia”.

O que subiu do mar?

Quantas cabeças e chifres a besta possuía?

Arrebatado numa de suas visões, João colocou-se sobre a areia do mar, como expecta-

dor. Foi então que ele observou uma besta subindo do mar. Em profecia a palavra “mar” é

símile de “povos, e multidões, e nações, e línguas” (Apocalipse 17:15). Portanto, a besta que

subiu do mar surgiu em meio a regiões densamente povoadas. A profecia também revela que

essa besta possuía algumas características bastante curiosas.

A primeira característica é que essa besta “tinha sete cabeças”, que são símiles de sete

grandes reinos que entraram em conflito com os santos do Altíssimo. São eles: Egito, Assí-

ria, Babilônia, Medo-Persa, Grécia, Roma pagã e Roma papal. A explicação do símile das

sete cabeças está em perfeita harmonia com a profecia de Daniel sobre os quatro animais que

subiram do mar (Daniel 7:3), os quais representam os reinos de Babilônia, Medo-Persa, Gré-

cia e Roma (Daniel 7:17). As sete cabeças também são símiles de sete montes (Apocalipse

17:9), onde se encontra localizada a cidade de Roma, que sempre foi conhecida como a ci-

dade das sete colinas.

A segunda característica diz respeito aos “dez chifres” da besta, os quais são símiles dos

dez reinos que resultaram da fragmentação do Império Romano em 476 d.C., a saber: Lom-

bardos - Itália; Francos - França; Saxônio - Inglaterra; Alamanos - Alemanha; Suevos -

Portugal; Visigodos - Espanha; Burgundos - Suíça; Vândalos; Hérulos e Ostrogodos.

Uma outra característica da besta que subiu do mar afirma que ela tinha “sobre os seus

chifres dez diademas”. Esses “diademas” são símiles de reis. Portanto os dez reinos repre-

sentados pelos chifres eram independentes politicamente. Destarte conclui-se que eles não

formavam um novo império.

A quarta característica sobre a besta diz que ela tinha “sobre as suas cabeças um nome

de blasfêmia”, que é um símile indicando que os reinos políticos governados pelas cabeças

também eram poderes religiosos, que de um modo ou de outro blasfemaram da verdade.

Blasfemar não é somente falar mal das coisas sagradas ou da divindade, mas também é colo-

car-se no lugar de Deus.

2 - Apocalipse 13:2

“E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua

boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Ao que a besta era semelhante?

O que o dragão deu à besta?

A besta vista por João e que havia subido do mar foi descrita como sendo “semelhante

ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão”. Ora, essas caracte-

rísticas são típicas de três dos quatro animais que subiram do mar, descritos pelo profeta

Daniel. O leão era símile do Império babilônico. O urso um símile do Império Medo-Persa e

o leopardo era símile do Império Grego (Daniel 7:4-6). Portanto, a besta tinha absorvido,

com destaque especial, as características desses três impérios pagãos.

Também é dito que o dragão deu à besta “o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.

O dragão é símile da “antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mun-

do” (Apocalipse 12:9). A besta é o símile de um poder político-religioso. Ela recebeu de

Satanás o seu poder, governo e influência. Das sete cabeças que a besta possui, atualmente

está em vigor o domínio da sétima cabeça.

A História Universal mostra que o papado foi o único poder político-religioso que se

levantou em meio dos destroços do Império Romano para alcançar domínio universal sobre

todas as nações européias e os povos do novo mundo. Nos dias de hoje a organização políti-

ca-religiosa papal é a besta mencionada no Apocalipse.

3 - Apocalipse 13:4

“E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo:

Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?”

A quem os habitantes da Terra adoraram?

Aqueles que aceitam o domínio político e a influência religiosa exercida pela besta que

subiu do mar, na verdade estão, indiretamente, adorando a Satanás, o qual deu à besta “o seu

poder, e o seu trono, e grande poderio”.

Além de prestarem adoração a Satanás, os homens também manifestam seu temor e re-

verência à besta levantando duas perguntas fundamentais sobre o poder dessa besta: “Quem

é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?”

Na primeira pergunta está implícita a ideia de que não existe nenhum outro poder seme-

lhante ou superior ao da besta. Nisso os homens blasfemam do poder de Deus.

Na segunda pergunta, os homens manifestam o sentimento e expressam o pensamento

de que o poder da besta é supremo e que não existe nenhum outro poder que possa batalhar

contra ela.

Portanto, os homens sentem-se seguros em apoiar a besta. Nenhum líder mundial ousa

entrar em atrito ou conflito com esse poder político-religioso. Quem terá capacidade para

enfrentar esse poder?

PERSEGUIÇÃO DOS SANTOS

4 - Apocalipse 13:5-7

“E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder

para continuar por quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus,

para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. E foi-lhe per-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

mitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua,

e nação”.

Por quanto tempo a besta recebeu poder?

O que foi permitido a besta fazer?

A esse poder político-religioso – atualmente governado pela sétima cabeça da besta –

que é a cabeça papal, foi dada “uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias”. Falando

do mesmo poder, o profeta Daniel, empregando o símile de uma ponta pequena, disse “que

nesta ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente... E

proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar

os tempos, e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e metade dum

tempo” (Daniel 7:8 e 25).

A besta blasfemou contra Deus, quando blasfemou do Seu nome, do Seu tabernáculo e

dos seres celestiais. Deus foi blasfemado quando o Seu nome foi usado em vão para justifi-

car atrocidades como as cruzadas, massacres e coisas semelhantes. Deus foi blasfemado

quando a obra de mediação realizada no tabernáculo – santuário celestial – foi totalmente

esquecida em favor da obra concorrente de mediação realizada na missa, na venda de indul-

gência e nas rezas vazias. Deus também foi blasfemado quando a besta denegriu a imagem

dos seres celestiais, distorcendo o caráter santo dos habitantes do céu ao colocá-los lado a

lado com supostas almas de homens e mulheres que a besta canoniza. Maior blasfêmia co-

mete quando a besta diz que os santos por ela canonizados possuem méritos excedentes, e

que no céu intercedem pelos vivos.

A besta blasfema de Deus desde quando se assentou “como Deus, no templo de Deus,

querendo parecer Deus” (II Tessalonicenses 2:4). Também blasfema de Deus quando afirma

que possui autoridade para perdoar os pecados. “Por que diz este assim blasfêmias? Quem

pode perdoar pecados, senão Deus!” (Marcos 2:7). Comete o pecado de blasfêmia toda vez

que aceita a adoração de um ser humano (Atos 10:25). Blasfema vergonhosamente quando

permite que os habitantes da Terra o chamem de “papa”, haja vista que Jesus ensinou que “a

ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus” (Ma-

teus 23:9). Comete blasfêmia quando presta culto a imagens, uma vez que o Senhor disse:

“não farás para ti imagem... não te encurvarás a elas nem as servirás” (Êxodo 20:4-5). Blas-

fema de Deus quando assumem a infalibilidade, que pertence somente a Deus. Nenhum ho-

mem, por mais santo que seja é infalível: “Na verdade que não há homem justo sobre a terra,

que faça bem, e nunca peque” (Eclesiastes 7:20). Quando constratada com a humildade de

Jesus blasfema de Deus pretendendo ser mais elevado do que os reis da Terra, o que cabe só

a Deus: “A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos

reis e Senhor dos senhores” (I Timóteo 6:15).

Trata-se de um poder religioso que possui em suas mãos o poder político para perseguir

e subjugar os seus opositores. A Bíblia Sagrada afirma que foi permitido a esse poder “fazer

guerra aos santos, e vencê-los”. A partir do Imperador Justiniano, todos aqueles que deseja-

vam ser fieis à verdade revelada na Palavra de Deus, passaram a sofrer severa perseguição

por parte da besta. Para isso esse poder criou um tribunal, que é conhecido na história como

o famigerado Tribunal da Inquisição. Os santos do Altíssimo foram colocados para apodre-

cer em calabouços nauseantes, foram levados à fogueira em praça pública ou trucidados vi-

vos.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Em sua obra intitulada Divina Comédia, Dante Alighieri acusou diretamente esse poder

religioso com as seguintes palavras:

Pisando os bons e exaltando os perversos, entristece

O mundo. De vós, pontífices simonistas,

Fala o Evangelista S. João

Quando vê prostituir-se aos reis da Terra

Aquela que tem mando sobre muitas nações,

Aquela que nasceu com as sete cabeças

E que dos dez cornos teve argumento de poder e autoridade. ...

Criastes para vosso uso um deus de ouro e de prata. ...

Ah! Constantino, de quantos males foi princípio,

Não o teres-te feito cristão, mas a doação

Que fizeste do primeiro pontífice rico!

Tradução em prosa, do Dr. César Falcão.

O Inferno de Dante, Canto 19, pág, 89

À besta foi permitido que continuasse com o seu domínio supremo por quarenta e dois

meses. Sendo que cada “mês” corresponde a 30 dias proféticos. Logo podemos concluir que:

42 meses x 30 dias proféticos = 1260 dias proféticos. E, conforme Ezequiel 4:6-7, cada dia

profético corresponde a um ano literal. Portanto, 1260 dias proféticos equivalem a 1260 anos

literais.

“No século VI tornou-se o papado firmemente estabelecido. Fixou-se a sede de seu po-

der na cidade imperial e declarou-se ser o bispo de Roma a cabeça de toda a igreja. O paga-

nismo cedera lugar ao papado. O dragão dera à besta ‘o seu poder, e o seu trono e grande

poderio (Apocalipse 13:2)’. E começaram então os 1.260 anos da opressão papal preditos

nas profecias de Daniel e Apocalipse. Os cristãos foram obrigados a optar entre renunciar

sua integridade e aceitar as cerimônias e culto papais, ou passar a vida nas masmorras, sofrer

a morte pelo instrumento de tortura, pela fogueira, ou pela machadinha do verdugo” (GC,

54).

A besta – autoridade política-religiosa papal – recebeu “poder sobre toda a tribo, e lín-

gua, e nação” durante 1260 anos. Portanto, trata-se de um poder político de alcance mundial.

Além de ser um poder religioso que comete blasfêmias contra Deus, também é um poder

político que tem autoridade sobre todos os povos da Terra.

O período de 1260 anos teve seu início em 538 d.C., quando Justiniano nomeou o bispo

de Roma como papa e corretor dos hereges. Essa nomeação passou efetivamente a vigorar

com a derrota da última nação ariana, e terminou somente em 1798 d.C. (538 + 1260 =

1798), quando Napoleão Bonaparte anulou o Código de Justiniano e exilou o papa Pio VI na

cidade francesa de Valença.

FERIDA MORTAL CURADA

5 - Apocalipse 13:3

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e

toda a terra se maravilhou após a besta”.

O que foi ferida de morte?

O que aconteceu com a chaga mortal?

Quem se maravilhou após a besta.

João viu uma das cabeças da besta – poder político-religioso papal – “como ferida de

morte”. Essa ferida foi causada na sétima cabeça da besta. A profecia anunciava que a besta

perderia o seu poder temporal, mas que depois de um certo tempo o recuperaria novamente,

haja vista que a sua cabeça foi apenas ferida, mas não chegou a ser cortada do corpo ou mor-

ta.

Em 1798 chegou ao fim o período dos 1260 anos de domínio universal do poder opres-

sor do papado. Napoleão Bonaparte, através do seu general Berthier, provocou uma ferida

mortal no papado. Esse imperador prendeu o papa, anulou o Código de Justiniano e tirou o

poder temporal dos papas. Na época, o papa Pio VI foi levado para o cativeiro, vindo a fale-

cer na cidade francesa de Valença.

Mas, infelizmente para a cristandade, “a sua chaga mortal foi curada” em 1929, quando

Benito Mussolini assinou a célebre Concordata de Latrão com o papa Pio XI, entregando-lhe

cerca de 108,7 acres ou 0,44 km2 de superfície da Itália, a qual hoje constituem o Estado do

Vaticano. Desse modo a ferida mortal fora curada e os papas recuperaram o poder temporal

que haviam perdido.

Nos dias de hoje os governantes da terra prestam homenagens a esse poder. Há trocas de

embaixadores. E, quando ocorre o falecimento do líder máximo desse poder, os principais

estadistas do mundo vão prestar-lhes as suas últimas homenagens. Agora, toda a Terra está

se maravilhando após a recuperação da besta. Atualmente, os homens têm aceitado a besta

como a consciência moral do mundo e, por muito pouco, não a aceitaram como a consciên-

cia espiritual do mundo.

6 - Apocalipse 13:8

“E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escri-

tos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”.

Quem são aqueles que adoraram a besta?

Em geral os religiosos costumam prestar adoração a coisas ou a pessoas tidas como sa-

gradas. Assim, as mais diversas religiões adoram imagens, relíquias, locais sagrados, ou pes-

soas tidas como santas. Adorar é a mesma coisa que reverenciar, ajoelhar-se diante daquilo

que é tido como sagrado.

Como a besta recebe adoração de todos “que habitam sobre a terra”, então podemos

concluir que se trata de um poder que possui uma natureza religiosa. Mesmo porque nin-

guém presta adoração a um poder econômico, político ou militar. Todavia, apesar da besta

possuir um poder religioso, ela também possui um poder político de influência mundial so-

bre todas as nações do mundo.

Devido à grande influência desse poder “sobre toda a tribo, e língua, e nação”, os habi-

tantes do mundo são levados a adorar a besta que subiu do mar, reconhecendo-lhe a sua su-

premacia em todas as questões morais e espirituais e sobre todo e qualquer poder mundano

(Apocalipse 13:4).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Todos aqueles que se submetem às ordenanças do sistema político-religioso papal, estão

na realidade prestando adoração à besta. E, em última análise, quem adora a besta, está na

verdade adorando “o dragão que deu à besta o seu poder” (Apocalipse 13:4).

Segundo as Sagradas Escrituras, os adoradores da besta não possuem os seus nomes

escritos no livro da vida. “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado

no lago de fogo” (Apocalipse 20:15). Para ter o nome registrado no livro da vida é necessá-

rio aceitar o sacrifício de Cristo e seguir a verdade, que é a Palavra de Deus (João 17:17).

O Apocalipse fala do “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”. Jesus Cris-

to é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Como é dito que o Cor-

deiro morreu deste a fundação do mundo, isto equivale dizer que os efeitos de Sua morte

expiatória não somente avançam para o futuro, mas retroagem até o momento em que o pe-

cado entrou no mundo, exatamente como se Cristo tivesse morrido na fundação do mundo.

“Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo: mas

agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacri-

fício de si mesmo” (Hebreus 9:26).

A BESTA QUE SUBIU DA TERRA

7 - Apocalipse 13:11

“E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e

falava como o dragão”.

O que João viu subir da terra?

O que tinha a besta que subiu da terra?

Como falava essa besta?

Após observar meticulosamente a besta que subiu do mar, João afirmou que viu uma

outra besta subindo da terra. Se o mar é símile de “povos, e multidões, e nações, e línguas”

(Apocalipse 17:15); então, por contraste, a terra é símile de locais destituídos de “povos, e

multidões, e nações, e línguas”. Portanto, o símile da primeira besta subindo do mar indica o

seu surgimento em áreas densamente povoadas. Mas o símile da segunda besta subindo da

terra indica seu surgimento em áreas despovoadas.

A besta que sobe da terra tem sido identificada por muitos teólogos como sendo um

símile da América do Norte. “Que nação do Novo Mundo se achava em 1798 ascendendo ao

poder, apresentando indícios de força e grandeza, e atraindo a atenção do mundo? A aplica-

ção do símbolo não admite dúvidas. Uma, e apenas uma, satisfaz às especificações desta

profecia; e esta aponta insofismavelmente para os Estados Unidos da América do Norte”

(GC, 439). Essa segunda besta também apresenta algumas características bastante peculiares.

Primeira característica. A segunda besta “tinha dois chifres semelhantes aos de um cor-

deiro”. Esses dois chifres representam o símile do poder político e religioso. “Republicanis-

mo e protestantismo tornaram-se os princípios fundamentais da nação. Estes princípios são o

segredo de seu poder e prosperidade” (GC, 441).

Segunda característica. Os dois chifres desta besta são retratados como sendo “seme-

lhantes aos de um cordeiro”. Isto é uma clara indicação de que essa besta aparenta ser uma

nação cristã tão dócil quanto o cordeiro. Portanto, está vestida com a roupagem do cristia-

nismo.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Terceira característica. A segunda besta “falava como o dragão”. Apesar dos chifres

desta besta lembrarem os chifres do cordeiro, a verdade é que ela fala como o dragão. O dra-

gão é um símile da “antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo”

(Apocalipse 12:9). Portanto, a segunda besta aparenta ser uma coisa, mas fala outra. Ela fala

muito em direitos humanos e paz, mas o seu espírito é de domínio político e econômico glo-

bal.

Devido à sua dissimulação, são oportunas as palavras de Cristo, quando aplicadas a essa

besta: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas,

mas interiormente são lobos devoradores” (Mateus 7:15). De fato, essa segunda besta é tam-

bém chamada de “falso profeta” (Apocalipse 19:20).

8 - Apocalipse 13:12

“E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que

nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada”.

Que poder exerce a besta que subiu da terra?

O que faz a besta que subiu da terra?

A besta de dois chifres que subiu da terra, também conhecida como segunda besta, exer-

ce todo o poder da besta que subiu do mar, conhecida como primeira besta.

Com o seu poder político – um dos chifres – a segunda besta exerce todo o poder que a

primeira besta tinha “sobre toda a tribo, e língua, e nação” (Apocalipse 13:7). E ela exerce

todo esse poder na presença da segunda besta. De fato, os Estados Unidos exerce um tre-

mendo poder político e econômico sobre todas as nações do mundo. E tal fato ocorre na pre-

sença do poder político-religioso papal, que no passado exercia o mesmo poder sobre todas

as nações do mundo.

Com o seu poder religioso – um dos chifres – a segunda besta, falando como o dragão,

obrigará que todos os habitantes da Terra adorem a primeira besta. Essa adoração consistirá

na imposição legal de princípios religiosos defendidos pela besta que subiu do mar. Portanto,

a profecia aponta para o fato de que o cristianismo apostatado das verdades bíblicas alcança-

rá o apoio político na América do Norte.

Conforme João profetizou, essa adoração ocorreria somente depois que a chaga mortal

da primeira besta estivesse totalmente curada. Quando então “toda a terra se maravilhou

após a besta” (Apocalipse 13:3).

“A predição de falar ‘como o dragão,’ e exercer ‘todo o poder da primeira besta,’ clara-

mente anuncia o desenvolvimento do espírito de intolerância e perseguição que manifesta-

ram as nações representadas pelo dragão e pela besta semelhante ao leopardo” (GC, 441).

A IMAGEM DA BESTA

9 - Apocalipse 13:13-14

“E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos

homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em

presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que

recebera a ferida da espada e vivia”.

Que sinais a besta que subiu da terra faz?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

A quem os grandes sinais enganam?

O que essa besta disse aos habitantes da terra?

Como foi visto, os dois chifres são símiles do poder político e religioso exercido pela

segunda besta, a qual subiu da terra. E o chifre que representa o poder religioso dessa segun-

da besta realiza grandes milagres, fazendo até mesmo descer fogo do céu à terra. Tais prodí-

gios miraculosos são realizados diante dos homens.

Assim como a segunda besta exerce o seu poder político na presença da besta que subiu

do mar (Apocalipse 13:12); assim também, a segunda besta realiza os seus grandes sinais

religiosos na presença da besta que subiu do mar (Apocalipse 13:14).

“São os prodígios de mentira do diabo que levarão o mundo cativo, e ele fará descer

fogo do céu à vista dos homens. Ele operará milagres; esse maravilhoso poder enganador de

milagres abrangerá todo o mundo” (II ME, 51).

E, seduzidos pelos sinais e prodígios milagrosos realizados por esse poder, os habitantes

da terra são totalmente enganados. Destarte, a segunda besta convoca os habitantes da terra

para fazer uma imagem à besta que fora ferida com a espada e que agora vive.

“O Senhor mostrou-me claramente que a imagem da besta formar-se-á antes que termi-

ne a graça” (II ME, 81).

Uma imagem é um reflexo. Portanto, a imagem da besta é um reflexo da besta que subiu

do mar. Essa imagem será constituída por uma estrutura política-religiosa semelhante à or-

ganização política-religiosa papal. Em consequência, a América do Norte se transformará

numa organização política-religiosa semelhante à organização papal.

“A fim de formarem os Estados Unidos uma imagem da besta, o poder religioso deve a

tal ponto dirigir o governo civil que a autoridade do Estado também seja empregada pela

igreja para realizar os seus próprios fins” (GC, 443).

10 - Apocalipse 13:15

“E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem

da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da bes-

ta”.

O que foi concedido à imagem da besta?

O que acontecerá a quem não adorar a imagem da besta?

Com a organização política-religiosa da imagem da besta consolidada nos Estados Uni-

dos, então será concedida existência jurídica, política e religiosa à “imagem da besta” para

que ela também tenha autonomia para poder expressar as suas ordenanças com a força da lei.

Com isso, a América do Norte se transformará numa Teocracia. No futuro a imagem da bes-

ta representará a nova face da ordem moral e espiritual dos Estados Unidos e, consequente-

mente, do mundo.

“‘A imagem da besta’ representa a forma de protestantismo apóstata que se desenvolve-

rá quando as igrejas protestantes buscarem o auxílio do poder civil para imposição de seus

dogmas” (GC, 444).

E quando a imagem da besta fala alguma coisa, ela não fala como o cordeiro, mas fala

como o dragão (Apocalipse 13:11). Fala mediante o uso da força e da violência e não do

Espírito do Senhor dos Exércitos (Zacarias 4:6). As leis religiosas serão impostas à consci-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

ência dos cidadãos mediante o emprego da força da lei civil. A pena para quem transgredir

as ordenanças da imagem da besta não será apenas espiritual, mas também material.

O poder Teocrático formado nos Estados Unidos possuirá autoridade suprema para de-

cretar a pena de morte a todos os cidadãos que não acatarem as determinações religiosas da

nova ordem mundial implantada pela imagem da besta.

Eis o tempo de aflição e angústia para os santos do Altíssimo. Novamente os fogos das

perseguições são reacendidos e os dissidentes são condenados à morte.

“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrina que

lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apóie as

instituições, a América protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e

a inflição de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável” (GC, 444).

O SINAL DA BESTA

11 - Apocalipse 13:16-17

“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto

um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas. Para que ninguém possa comprar ou ven-

der, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome”.

O que a imagem da besta faz?

Quem somente poderá comprar ou vender?

A imagem da besta é um poder político-religioso que se formará nos Estados Unidos da

América do Norte. Essa nova Teocracia obrigará que todos os cidadãos, de todas as classes

sociais – “pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos” – recebam um sinal em sua

mão direita ou nas suas testas.

O Apocalipse identifica esse sinal como sendo o “sinal da besta” (Apocalipse 16:2).

Portanto, esse sinal não é da besta que subiu da terra e nem tampouco é o sinal da imagem da

besta. Mas as Escrituras Sagradas afirmam explicitamente que se trata do sinal da besta que

subiu do mar. “O característico especial da besta, e, portanto, de sua imagem, é a violação

dos mandamentos de Deus. Diz Daniel a respeito da ponta pequena, o papado: ‘Cuidará em

mudar os tempos e a lei.’ Daniel 7:25” (GC, 445).

O sinal da besta será colocado na mão direita ou na testa de todos habitantes do planeta.

A testa é símile da mente, onde se encontra localizado o centro da inteligência, emoções,

convicções, valores morais e espirituais; enquanto que a mão – por contraste – é o símile de

obras e obediência servil.

Portanto, todos aqueles que receberem o sinal da besta em sua testa acatam-no na plena

convicção de sua legitimidade. Enquanto que aqueles que recebem o sinal da besta em sua

mão direita acatam-no sem nenhuma convicção e pouco se importando com a sua licitude ou

verdade espiritual. Estes aceitam o sinal da besta para evitar qualquer represaria pessoal.

E falando como o dragão, a imagem da besta impõe um boicote econômico universal e

pessoal a todos que recusarem receber ou aceitar o sinal da besta, ou o nome da besta ou o

número do seu nome. Isso significa que todos os países do mundo serão levados a adotar

uma legislação impondo aos seus cidadãos a obrigatoriedade de acatar o sinal da besta. Além

disso, terão que apoiar legalmente algum aspecto da organização política-religiosa papal em

seu território.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Os protestantes lançarão toda a sua influência e poder ao lado do papado. Por um ato

nacional impondo o falso sábado, eles darão vida e vigor à corrompida fé de Roma, aviando

sua tirania e opressão da consciência” (Mar, 179).

CONCLUSÃO

12 - Apocalipse 13:18

“Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é

o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis”.

Qual é o número da besta?

A Palavra de Deus afirma explicitamente que neste versículo há sabedoria. Se há sabe-

doria, então estamos diante de algo para refletir, pensar e meditar. E quem tem entendimento

deve efetuar o cálculo do número da besta. O resultado obtido pelo cálculo desse número

permitirá identificar claramente quem é a besta que subiu do mar.

João afirma que “é o número de um homem”. Logo não é número de uma mulher e mui-

to menos de uma criança. Mas é o número ostentado por um tipo especial de homem.

O apóstolo Paulo falou do homem do pecado, também chamado de filho da perdição, o

qual se manifestaria corrompendo a Igreja fundada por nosso Senhor Jesus Cristo. Esse ho-

mem “se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (II Tessaloni-

censes 2:3-4).

João afirmou que o número da besta “é seiscentos e sessenta e seis”. Para calcular esse

número é necessário ter sabedoria e levar em consideração três informações fundamentais:

Primeira, que o idioma oficial do papado é o latim, a língua dos romanos. Segunda, que os

algarismos romanos são expressos por letras. Terceiro, que um dos títulos exibidos pelos

papas é VICARIVS FILII DEI.

Portanto, calculando individualmente o valor numérico de cada letra deste título papal,

obtém-se o número seiscentos e sessenta e seis. Observe o quadro que segue:

V = 5 F = 0 D = 500

I = 1 I = 1 E = 0

C = 100 L = 50 I = 1

A = 0 I = 1 501

R = 0 I = 1

I = 1 53

V = 5

S = 0

112

Total: 112 + 53 + 501 = 666

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 4

O Sinal da Besta

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 7:1

“E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra,

retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre

o mar, nem contra árvore alguma”.

O que os quatro anjos estavam retendo?

João disse que viu quatro anjos sobre os quatro cantos da Terra. Portanto, esses anjos

encontram-se posicionados nas quatro direções dos quatro pontos cardeais.

Eles estão realizando uma obra de extraordinária importância para toda a humanidade,

uma vez que estão retendo os quatro ventos da Terra. Em profecia, os ventos também são

símiles de lutas, guerras, comoções (Jeremias 49:36-37; 511-2; Daniel 7:2).

Portanto, os quatro anjos estavam sobre as quatro direções da Terra, todos estrategica-

mente posicionados, para evitar que as nações do planeta entrem num grande conflito mun-

dial.

Como esses quatro anjos possuem o poder para reter os quatro ventos da Terra, isso

também significa que eles possuem o poder para provocar a destruição ao liberar os quatro

ventos da Terra (Apocalipse 7:3).

“Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas,

ficarão às soltas todos os elementos da contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína

mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade” (GC, 614).

Portanto, atualmente, esses quatro anjos estão evitando que a terra, o mar e as árvores

venham a sofrer as consequências de uma destruição global, que abalará terrivelmente todas

as nações do mundo.

2. Apocalipse 7:2-3

“E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e

clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o

mar. Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assina-

lado nas suas testas os servos do nosso Deus”.

O que tinha o anjo que subiu da banda do Sol?

O que clamou com grande voz aos quatro anjos?

Logo a seguir o apóstolo João observou que um outro anjo subia “da banda do sol nas-

cente”. Isso significa que o profeta viu um anjo vindo da direção do oriente.

O anjo que subia do oriente “tinha o selo do Deus vivo”. Esse selo é o sábado, o qual é o

selo da lei de Deus. “O quarto mandamento é o único de todos os dez em que se encontra

tanto o nome como o título do Legislador. É o único que mostra pela autoridade de quem é

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

dada a lei. Destarte contém o selo de Deus, afixado à Sua lei, como prova da autenticidade e

vigência da mesma” (PP, 315).

O anjo que subia da banda do Sol nascente tinha uma mensagem importantíssima ende-

reçada aos quatro anjos que retinham os quatro ventos da Terra. Conforme João afirmou,

esses quatro anjos tinham “o poder de danificar a terra e o mar”, ao soltar os quatro ventos

da destruição.

Aos quatro anjos foi ordenado segurar os quatro ventos, para que a terra, o mar e as ár-

vores não fossem danificados. Isso deveria ocorrer “até” que todos os servos de Deus tenham

sido assinalados em suas testas com o selo do Deus vivo. A palavra “assinalar” significa

marcar com um “sinal”.

Enquanto a obra de assinalamento dos santos estiver prosseguindo, o mundo caminhará

para a “paz e segurança”, pois a pregação do evangelho eterno não poderá ser prejudicada

pela desordem mundial. Todavia, quando a obra de assinalamento dos santos do Altíssimo

terminar, então os quatro anjos soltarão os quatro ventos da terra, e “lhes sobrevirá repentina

destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão”.

(I Tessalonicenses 5:3). Como resultado, a terra, o mar e as árvores serão danificados.

“Ainda os quatro ventos sobre os quatro cantos da Terra, estão sendo retidos até que os

servos de Deus estejam assinalados na testa. Então as potências do mundo hão de mobilizar

suas forças para a última grande batalha” (II TS, 369).

É dito que os “servos do nosso Deus” serão assinalados nas suas testas. E, se são servos

de Deus é porque eles encontram-se assinalados com o Espírito (Efésios 1:13; 4:30) e, antes

dos quatro anjos soltarem os quatro ventos, também serão assinalados em suas testas com o

selo do Deus vivo. Portanto, este selo não será colocado sobre nenhum descrente, mas so-

mente sobre as testas daqueles que são servos de Deus.

É importante observar que os servos de Deus recebem o sinal de Deus em suas testas.

Em profecia, “testa” é símile da mente. Isso significa que os servos de Deus são assinalados

em sua mente, sede de sua inteligência. “Não é algum selo ou marca que pode ser visto, mas

a consolidação na verdade, tanto intelectual como espiritualmente, de modo que não possam

ser abalados” (IV BC, 1161). Ao contrário do sinal da besta, o sinal de Deus não é colocado

na mão de ninguém, porque o sinal de Deus deve ser obedecido conscientemente e não por

obrigação.

SINAL DE DEUS

3. Ezequiel 20:12

“E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles:

para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica”.

Qual é o sinal entre Deus e o Seu povo?

O que esse sinal indica?

A Bíblia Sagrada declara explicitamente que o sábado foi dado para servir de sinal entre

Deus e o Seu povo. “O sábado é ai claramente apresentado como um sinal entre Deus e Seu

povo” (III TS, 232).

Como os servos de Deus são assinalados em suas mentes, isso significa que eles estão

plenamente convictos da obrigatoriedade da observância do sábado como um dia sagrado.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Selo é o instrumento que se emprega para estampar um sinal. Quando o sétimo dia da

semana foi separado por Deus para um propósito sagrado, esse dia tornou-se virtualmente

um selo. Portanto, sua observância constitui-se num sinal entre Deus e o Seu povo. Todos

aqueles que recebem de coração esse selo, tornam-se conscientes e convictos de sua obriga-

toriedade.

Quando os servos de Deus passam a santificar o “dia do sábado”, eles também passam a

manifestar em suas vidas um sinal, que é chamado de sinal de Deus. Os servos de Deus não

são o selo, mas eles manifestam em sua vida o sinal de que foram assinalados em suas testas

com o selo do Deus vivo.

A observância do sábado também permite os servos de Deus reconhecerem que eles são

santos somente porque o Senhor Deus é quem os santifica na verdade (João 17:17). E que,

por si mesmos, nenhum poder teriam para se tornar santos.

4. Ezequiel 20:20

“E santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que

eu sou o Senhor vosso Deus”.

O que é o Sábado entre Deus e o Seu povo?

O que esse sinal indica?

Novamente as Escrituras Sagradas enfatizam o fato de que o sábado é um sinal entre

Deus e os Seus servos. Todos aqueles que são assinalados com o selo do Deus vivo manifes-

tam em seu viver um sinal. Por essa razão, no sétimo dia da semana, os servos de Deus santi-

ficam o sábado, separando-o para propósitos sagrados, conforme é determinado no manda-

mento do Senhor nosso Deus.

Como a observância do dia do sábado é um sinal, então a observância do dia do domin-

go também é um sinal. Ocorre que as Escrituras Sagradas ensinam que o sábado é o sinal de

Deus, mas nada fala sobre o domingo. Portanto, o domingo é uma contrafação do sinal de

Deus. É por essa razão que o domingo é identificado na Bíblia Sagrada pelo nome de sinal

da besta.

“O sinal, ou selo, de Deus é revelado na observância do sábado do sétimo dia – o me-

morial divino da criação... A marca da besta é o oposto disso – a observância do primeiro dia

da semana” (III TS, 232).

Todos aqueles que são assinalados com o selo do Deus vivo ficam conscientizados de

que o Criador do Universo é o Senhor seu Deus. E o mandamento do sábado expressa essa

verdade: “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao

sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou” (Êxodo

20:11).

Portanto, ao ostentarem perante o mundo o sinal de Deus, os servos de Deus O reconhe-

cem como Senhor do Universo.

O SINAL DA BESTA

5. Apocalipse 12:17

“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que

guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Contra quem Satanás foi fazer guerra?

O dragão é o símile de Satanás (Apocalipse 12:9) e a mulher é símile da Igreja (II Corín-

tios 11:2). Portanto, Satanás irou-se contra a Igreja fundada por Jesus Cristo. A princípio

esse arquiinimigo perseguiu a Igreja por meio dos judeus, depois por meio do Império Ro-

mano e posteriormente pela Igreja Romana Papal.

A partir do Edito de Milão, emitido por Constantino no ano 313 d.C., a Igreja entrou em

franca apostasia, formando um sincretismo religioso pagão e cristão. Essa nova instituição

imperial passou a perseguir aqueles que insistiam em permanecer fieis à verdade bíblica.

Quando terminou o grande período de apostasia de 1260 anos (538-1798), abriu-se o

caminho para o reaparecimento da verdadeira Igreja na face da Terra. Ela ressurgiria para

encerrar a pregação do evangelho eterno “a toda a nação, e tribo, e língua, e povo” (Apoca-

lipse 14:6). Agora Satanás foi fazer guerra contra o remanescente da mulher, os quais estari-

am vivendo nos últimos dias da história do mundo.

A Igreja contra quem Satanás está fazendo guerra é identificada no versículo bíblico

mencionado, como sendo aquela que guarda “os mandamentos de Deus”. E os “mandamen-

tos de Deus” estão registrados nas Escrituras Sagradas (Êxodo 20:2-17). Nesses mandamen-

tos consta a ordem divina para a santificação do sábado como memorial da criação do mun-

do (Êxodo 20:8-11). Além de guardar os mandamentos de Deus, a verdadeira Igreja também

tem o “testemunho de Jesus Cristo”, o qual é interpretado pelas Escrituras Sagradas da se-

guinte forma: “o testemunho de Jesus é o espírito de profecia” (Apocalipse 19:10).

Os verdadeiros profetas de Deus – de todas as épocas – receberam o testemunho de Je-

sus, que é sinônimo de espírito de profecia. Tanto é verdade que os escrito dos profetas bí-

blicos eram chamados pelos antigos de “testemunho do Senhor” (Salmos 19:7), ou simples-

mente “testemunho” (Isaías 8:20). Portanto, tanto o povo de Deus que viveu antes da cruz

como o povo remanescente que vive nestes últimos dias, receberam o “testemunho do Se-

nhor”, os quais foram materializados em livros.

6. Apocalipse 13:16

“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto

um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas”.

O que a imagem da besta faz com todos?

Em que lugar é colocado um sinal?

Desde o momento em que os fiéis remanescentes da verdadeira Igreja ressurgiram sobre

a face da Terra, Satanás passou imediatamente a fazer guerra contra a guarda dos manda-

mentos de Deus. Essa guerra, que a princípio é de natureza ideológica irá se degenerar em

violência moral e física contra aqueles que guardam os mandamentos de Deus.

Essa guerra contra a lei de Deus se tornará tão intensa, que as instituições religiosas sob

o poder de Satanás, juntamente com o poder político, fará com que todas as classes sociais

aceitem o sinal da besta, quer seja em sua testa ou mão direita.

As Escrituras Sagradas ensinam claramente que o sinal de Deus é o sábado. Mas o sinal

da besta é uma contrafação ao sinal de Deus (Ezequiel 20:12 e 20). E a única imitação do

sábado existente no seio da cristandade é o domingo. Portanto, o domingo é o sinal da besta.

O sinal da besta – entenda-se domingo – é posto na mão direita ou na testa da pessoa

que o aceita. A testa é símile da mente, sede dos pensamentos e convicções, enquanto que a

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

mão é símile do trabalho e das obras. Como a “testa” faz contraste com a “mão”, isso signi-

fica que alguns aceitarão a legislação dominical na plena convicção de sua suposta obrigato-

riedade espiritual; enquanto que outros, sem nenhuma convicção religiosa, aceitarão a legis-

lação dominical por medo de represálias. Para estas pessoas, pouco importa se o domingo é

ou não o sinal da besta ou de Deus. “Apesar das forças arregimentadas contra a verdade,

grande número se coloca ao lado do Senhor” (GC, 618).

Enquanto o sinal da besta é posto na testa ou na mão, o sinal de Deus é posto somente

na testa (Apocalipse 7:3). Ou seja, somente aqueles que tiverem realmente plena convicção

da verdade é que poderão receber o sinal de Deus. O Senhor respeita o livre arbítrio de cada

pessoa e não aceita obediência que não seja de coração. “Não por força nem por violência,

mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4:6).

Para imposição do sinal da besta pouco importa se ele é aceito com convicção ou não. O

que importa é que todos venham a obedecer a ordem para observar o domingo.

“Estamos em vésperas de grandes e importantes acontecimentos. As profecias rapida-

mente se estão cumprindo. O Senhor está às portas. Está prestes a inaugurar-se um período

da mais alta importância para todos os viventes. As controvérsias do passado serão reaviva-

das, e outras novas suscitadas. As cenas que deverá desenrolar-se neste mundo não são nem

sequer sonhadas. Satanás está operando por meio de instrumentos humanos. Os que se em-

penham em conseguir uma emenda à Constituição, para obter uma lei que imponha a obser-

vância do domingo, mal compreendem qual vai ser o resultado. Uma crise está iminente.”

(TS, vol. II, 352).

7. Apocalipse 13:17

“Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o no-

me da besta, ou o número do seu nome”.

Quem somente poderá comprar ou vender?

Quando o decreto dominical for promulgado, a pena para aquele que o descumprir será

muito severa. Os que se recusarem a receber o sinal da besta em sua testa ou em sua mão

direita serão boicotados. Ser-lhes-ão negados todos os direitos e privilégios de comércio e

negócio.

“Em breve serão impostas as leis dominicais, e homens em posições de confiança fica-

rão furiosos com o pequeno número do povo de Deus que guarda os mandamentos” (IV MR,

278).

Somente poderão comprar ou vender aquelas pessoas que tiverem aceitado o sinal da

besta, submetendo-se à autoridade das instituições religiosas apostatadas da verdade. Portan-

to, todos aqueles que aceitarem o sinal de Deus em detrimento ao sinal da besta, não poderão

comprar ou vender.

“Como os defensores da verdade se recusem a honrar o descanso dominical, alguns de-

les serão lançados na prisão, exilados, e outros tratados como escravos” (GC, 613).

E, para que seja possível o controle da população que aceitaram ou não o sinal da besta,

será necessária uma rede mundial de computadores interligando todos estabelecimentos co-

merciais do mundo instantaneamente e uma perfeita identificação de cada indivíduo da po-

pulação mundial. Esse controle poderá ser por meio da leitura de impressão digital, leitura

ótica, implantes de chips, dinheiro na forma de cartão magnético ou qualquer outro meio de

controle.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

ADVERTÊNCIAS DE DEUS

8. Apocalipse 14:9-10

“E segui-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua

imagem e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão. Também o tal beberá do vinho da ira

de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e

enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”.

Quem beberá do vinho da ira de Deus?

Como se deitou o vinho da ira de Deus?

O que significa o fato de não estar misturado?

Apesar da obrigatoriedade do sinal da besta estar sendo imposta por meio de uma legis-

lação mundial, Deus também tem uma severa advertência para aqueles que receberem o sinal

da besta em suas testas ou em suas mãos.

Os mensageiros de Deus, simbolizado pelo símile do terceiro anjo, advertem o mundo

contra a besta, contra a imagem da besta e contra o sinal da besta. A mensagem de Deus é

muito clara: o sinal da besta não pode ser aceito de nenhuma forma, nem por bem (testa) e

nem por mal (mão).

“Ao passo que uma classe, aceitando o sinal de submissão aos poderes terrestres, recebe

o sinal da besta, a outra, preferindo o sinal da obediência à autoridade divina, recebe o selo

de Deus” (GC, 611). Todo aquele que aceitar o sinal da besta será condenado por Deus.

Em primeiro lugar, “beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado”. Isto

significa que o adorador da besta sofrerá as consequências das sete últimas pragas. De fato:

“E foi o primeiro, e derramou a sua salva sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos

homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem” (Apocalipse 16:2); “E o

quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e eles

mordiam as suas línguas de dor” (Apocalipse 16:10).

E como a ira de Deus se deitou não misturado, isto quer dizer que aquele que receber o

sinal da besta sofrerá os efeitos do juízo de Deus sem misericórdia, pois quando as sete últi-

mas pragas caírem sobre a face da Terra, a porta da graça estará fechada e não haverá mais

oportunidade para arrependimento ou salvação.

Em segundo lugar, quem aceitar o sinal da besta “será atormentado com fogo e enxofre

diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”. Em outras palavras, tendo os santos anjos e a

Jesus como testemunhas, os que aceitarem o sinal da besta irão para o juízo executivo e so-

frerão as penas da segunda morte no lago que arde de fogo e enxofre (Apocalipse 21:8).

“Terrível é a crise para a qual caminha o mundo. Os poderes da Terra, unindo-se para

combater os mandamentos de Deus, decretarão que todos... se conformem aos costumes da

igreja, pela observância do falso sábado. Todos os que se recusarem a conformar-se serão

castigados pelas leis civis, e declarar-se-á finalmente serem merecedores de morte. Por outro

lado, a lei de Deus que ordena o dia de descanso do Criador, exige obediência, e ameaça

com a ira divina todos os que transgredirem os seus preceitos” (GC, 610).

9. Apocalipse 13:8

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escri-

tos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.

Quem adorou a besta?

Onde não estão escritos os nomes dos adoradores da besta?

O apóstolo João vaticinou que todos os habitantes da Terra adorarão a besta. Todos

aceitarão o sinal da besta em suas testas ou mãos. Mas todos eles serão condenados por

Deus. Os nomes dos adoradores da besta não estão registrados no livro da vida. E quanto

aparecer “no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão

o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus

24:30).

O Cordeiro é um símile para Jesus (João 1:36). É dito que Ele foi morto desde a funda-

ção do mundo porque os méritos alcançados por sua morte são tão eficazes e abrangentes

para todos os homens, que é como se Cristo tivesse morrido na fundação do mundo.

Sabemos que o plano da salvação, envolvendo a morte do Cordeiro de Deus (João 1:29),

havia sido elaborado pela divindade antes mesmo da entrada do pecado no mundo (I Pedro

1:20), mas sua eficácia começou com a morte do primeiro cordeiro para expiação do pecado.

10. Apocalipse 14:12

“Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de

Deus e a fé de Jesus”.

Contrastando com os adoradores da besta, o que os santos guardam?

Em contraste com aqueles que recebem o sinal da besta, Deus tem na Terra um grupo de

fiéis adoradores. Eles são chamados de santos porque estão santificados na verdade, e a ver-

dade é a Palavra de Deus (João 17:17). “Visto os que guardam os mandamentos de Deus

serem assim colocados em contraste com os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o

seu sinal, é claro que a guarda da lei de Deus, por um lado e a sua violação, por outro, deve-

rão assinalar a distinção entre os adoradores de Deus e os da besta” (GC, 445).

Os santos são identificados nas Escrituras Sagradas como sendo aqueles que guardam os

mandamentos de Deus. Portanto, eles guardam o dia do sábado, conforme estabelece a Bí-

blia Sagrada.

Além de guardarem os mandamentos de Deus, os santos também guardam a fé de Jesus.

Isso indica que os santos são justificados pela fé de Cristo Jesus (Gálatas 2:16). Portanto, a

lei de Deus e a fé de Cristo não são incompatíveis. Na verdade, o apóstolo Paulo pregava

para os gentios que a fé não anula a lei de Deus (Romanos 3:31).

A lei não foi dada como método de salvação, mas como método de santificação. Ela

condena e define o pecado. Aquele que tenta a salvação pelas obras da lei tenta uma impos-

sibilidade, pois o único Salvador é Cristo, o Senhor (Lucas 2:11). Todavia, nenhum trans-

gressor da lei de Deus será salvo, porque o salário do pecado é a morte do pecador. Pouco

importa a fé que o transgressor da lei possa ter; como pecador que é ele não receberá a vida

eterna.

“No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes

classes – os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e

sua imagem, e recebem o seu sinal” (GC, 451).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

CONCLUSÃO

11. Apocalipse 15:2

“E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram, vitoriosos

da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao

mar de vidro, e tinham as harpas de Deus”.

Quem são aqueles que estavam junto ao mar de vidro?

Numa de suas visões, o apóstolo João observou alguma coisa como um mar de vidro

misturado com fogo. Esse mar de vidro está localizado diante do trono de Deus (Apocalipse

4:6).

João não disse que viu um mar de vidro, mas disse que viu algo “como mar de vidro

misturado com fogo”. O profeta Daniel, falando a respeito do trono de Deus descreveu esse

“mar de vidro” de forma um pouco diferente. A respeito desse assunto ele disse o seguinte:

“o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de

diante dele” (Daniel 7:9-10). O profeta Ezequiel disse que Lúcifer andava “no meio das pe-

dras afogueadas” (Ezequiel 28:14).

João também disse que viu as pessoas que saíram vitoriosas do sinal da besta. Elas não

se sujeitaram às imposições do mundo e nem ao decreto dominical. Ao contrariaram as leis

do mundo, sofreram as consequências por suas decisões. Mas, ao recusarem receber o sinal

da besta, tomaram a acertada decisão de sofrer pela verdade e, se necessário, morrer pela fé.

Devido a sua fidelidade à verdade bíblica, esses fiéis servos de Deus foram assinalados

com o selo do Deus vivo. E, agora que alcançaram a vitória sobre o sinal da besta, eles são

vistos diante do trono de Deus, junto ao mar de vidro. Esses obscuros e desprezados heróis

da fé, que saíram vitoriosos da besta, da imagem da besta e do sinal da besta, receberam no

céu “as harpas de Deus”.

12. Apocalipse 15:3

“E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:

Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-poderoso! Justos e verdadei-

ros são os teus caminhos, ó Rei dos santos”.

O que cantavam os que saíram vitoriosas da besta?

Com as “harpas de Deus” em suas mãos, aqueles que saíram vitoriosos do sinal da besta

agora cantavam. Eles cantavam um cântico novo. Esse cântico representa a sua experiência

de libertação. Eles cantavam o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro.

O cântico de Moisés é um cântico de libertação da opressão humana e remete ao Antigo

Testamento, símbolo da lei. O cântico do Cordeiro é um cântico de libertação da opressão do

pecado e remete ao Novo Testamento, símbolo da graça. “Porque a lei foi dada por Moisés;

a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (João 1:17). Mais uma vez fica claro que a gra-

ça e a lei não são incompatíveis.

O cântico daquelas pessoas que saíram vitoriosas do sinal da besta expressa três fatos a

respeito do caráter de Deus: 1º) fala da grandeza das obras de um Deus Todo-poderoso, o

que remete ao sábado, como memorial da criação do mundo (Êxodo 20:11); 2º) louva a jus-

LEANDRO BERTOLDO

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tiça e da verdade que existem nos caminhos de Deus; e 3º) o cântico desses justos reconhece

a Deus como “Reis dos santos”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 5

A Chuva Serôdia

INTRODUÇÃO

1. Deuteronômio 11:14

“Então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que reco-

lhas o teu grão, e o teu mosto e o teu azeite”.

Que duas chuvas são mencionadas na Bíblia?

Se o povo de Deus fosse fiel ao Senhor, obedecendo diligentemente aos Seus manda-

mentos, amando-O de todo o coração, servindo-O com toda a sua alma, então o Senhor faria

chover no devido tempo, para que o Seu povo pudesse recolher o grão, o mosto e o azeite.

A Bíblia Sagrada fala de duas espécies de chuvas. A chuva “temporã” e a “serôdia”. A

chuva temporã é aquela que vem no início da atividade agrícola para amolecer a terra fazen-

do germinar a preciosa semente que foi plantada. E a chuva serôdia é aquela que vem no

final da atividade agrícola para amadurecer as espigas que se encontram nos talos das planta-

ções, preparando-as para a colheita final.

Portanto, a Bíblia Sagrada apresenta claramente o conceito da chuva temporã, que ocor-

re no início das atividades agrícolas e a da chuva serôdia que ocorre no final das atividades

agrícolas. Essas duas espécies de chuvas visam a germinação, crescimento e amadurecimen-

to para a colheita final do produto da terra.

2. Tiago 5:7

“Sede pois irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o preci-

oso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serô-

dia”.

Que duas chuvas a Bíblia faz referência?

No Novo Testamento, Tiago também menciona as duas espécies de chuvas: a “temporã”

e a “serôdia”. Mas ele faz uma aplicação espiritual da virtude possuída pelo lavrador que

aguarda a chuva temporã e serôdia.

O lavrador é a pessoa que abre sulcos na terra com arado ou charrua, para poder cultivar

a terra.

Depois que a semente é lançada na terra, o lavrador passa a aguardar o precioso fruto. A

principio, ele fica à espreita, aguardando com paciência a chuva temporã para que a semente

lançada no solo possa germinar. Depois, quando está próxima a época da colheita, o lavrador

fica na expectativa, mas agora aguardando com paciência a vinda da chuva serôdia, para que

o fruto da terra possa amadurecer.

Tiago relaciona a paciência que o lavrador possui em aguardar cuidadosamente o surgi-

mento do precioso fruto da terra até que receba a chuva temporã e a serôdia com a paciência

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

que todo verdadeiro Cristão deve possuir em aguardar vigilantemente a segunda vinda de

Jesus Cristo à Terra.

ESPÍRITO SANTO: CHUVA

3. Oséias 6:3

“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva será a sua saída: e

ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra”.

Com que chuva é comparada a presença do senhor?

O profeta Oséias relaciona a vinda do favor do Senhor com a vinda da chuva serôdia

que regra a terra. O Senhor será favorável ao Seu povo como a chuva serôdia é favorável ao

amadurecimento da espiga no pé da planta.

Mas para que o Senhor possa vir ao Seu povo como vem a chuva serôdia, é absoluta-

mente necessário, não somente conhecer ao Senhor, mas persistir em conhecê-Lo cada vez

mais profundamente, amando “o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua al-

ma, e de todo o teu pensamento” (Mateus 22:37).

Cumprindo o requisito de conhecer a Deus com interesse profundo e crescente, então o

profeta Oséias diz que a saída do Senhor em nosso benefício será como o alvorecer. O profe-

ta também predisse que o Senhor a nós virá como a chuva serôdia.

Portanto, a chuva serôdia tornou-se um símile do interesse de Deus por todos aqueles

que buscam conhecer ao Senhor, cada vez mais intensamente. “Sob a figura das chuvas tem-

porã e serôdia... os profetas hebreus predisseram a dotação de graça espiritual em medida

extraordinária à igreja de Deus” (AA, 54-55).

4. Oséias 10:12

“Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o campo de lavoura;

porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós”.

O que choverá sobre os que buscam ao Senhor?

Novamente o profeta Oséias emprega termos agrícolas como semear, ceifar, lavrar,

campo, lavoura e chuva num claro símile da espiritualidade que o cristão deve possuir.

O profeta diz que devemos semear em justiça. O cristão deve possuir uma virtude moral

em perfeita harmonia com os princípios da Palavra de Deus, devendo praticar “tudo o que é

verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,

tudo o que é de boa fama” (Filipenses 4:8). Assim procedendo estará semeando em justiça.

Para Oséias, devemos ceifar “segundo a misericórdia”. É da vontade de Deus que o cris-

tão seja misericordioso: “Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento

de Deus, mais do que os holocaustos” (Oséias 6:6). Quando o cristão for corrigir, instruir,

contestar o próximo, deve fazê-lo sempre com o espírito de misericórdia. E, se ele vier a

cometer erros, estará errando pelo lado da misericórdia.

Oséias afirma que devemos lavrar “o campo de lavoura”, que é interpretado como sendo

o coração. E o coração deve adquirir a sabedoria que vem do alto que é “primeiramente pura,

depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade,

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

e sem hipocrisia” (Tiago 3:17). Assim procedendo, o cristão estará também lavrando o cam-

po de outros para que recebam a Palavra de Deus.

O profeta termina a sua mensagem dizendo que devemos semear em justiça, ceifar com

misericórdia e lavrar o campo porque é tempo de buscar ao Senhor. O próprio Senhor orien-

tou a buscá-lo do seguinte modo: “E se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humi-

lhar, e orar e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei

dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (II Crônicas 7:14). Cumprindo

esses requisitos, o profeta afirma que o Senhor virá e choverá a justiça sobre nós.

“Cumpre-nos remediar os defeitos de caráter, purificar de toda a contaminação o tempo

da alma. Então a chuva serôdia cairá sobre nós, como caiu a temporã sobre os discípulos no

dia de pentecostes” (II TS, 69).

5. Isaías 32:15

“Até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto: então o deserto se tornará em

campo fértil, e o campo fértil será reputado por um bosque”.

O que será derramado sobre nós?

A alusão da chuva é muito significativa para compreendermos o conceito de chuva tem-

porã e serôdia como um símile para o derramamento do Espírito Santo. O profeta Isaías fala

do Espírito Santo sendo derramado sobre nós lá do alto.

Com o derramamento do Espírito Santo na chuva temporã, o coração do ser humano que

é árido para as coisas espirituais se tornará num campo fértil. E, com o derramamento do

Espírito Santo na chuva serôdia, o campo fértil será tão vasto que alcançará a reputação de

um bosque.

Em termos espirituais, a chuva “temporã” é um símile do derramamento do Espírito

Santo ocorrido no dia de Pentecostes. Naquela época, o Espírito Santo foi derramado sobre a

Igreja de Deus fazendo com que a preciosa semente do evangelho germinasse nos corações

dos homens sinceros e fiéis à verdade. E, desde então, todos que são convertidos recebem a

chuva temporã.

“Assim como a chuva temporã foi dada, no derramamento do Espírito Santo no início

do evangelho, para efetuar a germinação da preciosa semente, a chuva serôdia será dada em

seu final para o amadurecimento da seara” (GC, 616).

A “chuva serôdia” é um fenômeno meteorológico que ocorre para amadurecer as espi-

gas, possibilitando a colheita dos frutos da terra. Assim também, em termos espirituais a

“chuva serôdia” é símile do derramamento do Espírito Santo, que ocorrerá no final dos tem-

pos, visando o amadurecendo das cearas da Terra (Apocalipse 14:15) que ocorrerá com a

pregação do evangelho eterno em todo o mundo, em testemunhos a todas as gentes (Mateus

24:14).

ÚLTIMOS DIAS: CHUVA SERÔDIA

6. Apocalipse 14:6 e 12

“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar

aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de

Deus e a fé de Jesus”.

O que o mensageiro do céu tinha para proclamar?

A quem será proclamado o evangelho eterno?

Que duas características identificam os santos?

João disse que viu um anjo de Deus voando pelo meio do céu com o evangelho eterno

para proclamar. Esse mensageiro celestial representa os santos do Altíssimo, porque a prega-

ção do evangelho não foi confiada aos anjos e sim aos santos.

Os santos do Altíssimo possuem uma missão extremamente importante e grandiosa para

ser realizada no final dos tempos. Eles possuem o evangelho eterno, que são as boas novas

de salvação para toda humanidade. Estes santos são os portadores da última luz para um

mundo em trevas espirituais e morais.

Está previsto que o evangelho eterno será proclamado a toda nação, tribo, língua e povo.

Mas para concluir essa grande missão os santos receberão dos altos céus a chuva serôdia. E,

com o derramamento do Espírito Santo, os santos anunciarão destemidamente a mensagem

de Deus, para um mundo que está a perecer no abismo do pecado. “A grande obra do evan-

gelho não deverá encerrar-se com menor manifestação do poder de Deus do que a que assi-

nalou o seu início” (GC, 617).

Nos últimos dias, os santos do Altíssimo constituem a verdadeira Igreja de Deus na face

da Terra. Eles são identificados pela Bíblia Sagrada como sendo aqueles que “guardam os

mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). Isto implica em dizer que os san-

tos constituem um grupo de cristão, haja vista guardarem a “fé de Jesus”. Mas eles também

guardam os mandamentos de Deus, inclusive observando o sétimo dia da semana, já que o

sábado faz parte dos mandamentos de Deus.

7. Apocalipse 18:1 e 4

“E depois destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra

foi iluminada com a sua glória”.

“E ouvi outra voz do céu que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante

dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”.

O que o mensageiro do céu tinha?

O que aconteceu com a Terra?

Que poderoso chamado é feito a Babilônia?

João afirma ter visto descer do céu um outro anjo. Esse “outro anjo” representa o povo

de Deus numa outra circunstância espiritual e histórica. O anjo que desce do céu é um símile

do povo de Deus, após o derramamento da chuva serôdia “lá do alto”.

Com o derramamento da chuva serôdia, o povo de Deus finalmente encontra-se prepa-

rado para encerrar a pregação do evangelho eterno. O mundo terá que ouvir a última mensa-

gem de advertência de Deus. E a ouvirá, quer por bem ou por mal.

Com o derramamento do Espírito Santo, os servos de Deus adquirem “grande poder”.

Agora eles possuem habilidades sobrenaturais para apresentar a verdade aos corações endu-

recidos pelo pecado e pela incredulidade. E milhares de pessoas despertarão do seu profundo

sono de trevas para a maravilhosa luz de Cristo e da verdade.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

A Terra inteira será iluminada com a glória da mensagem que os santos têm para o

mundo. Em todos os lugares do globo terrestre não se falará de outra coisa a não ser da men-

sagem anunciada com poder pela boca dos santos servos de Deus.

Naquele tempo ficará patente aos olhos de todos que Babilônia é constituída pelas Igre-

jas que caíram da elevada luz emanada da Palavra de Deus e estão em grandes trevas espiri-

tuais, incapazes de discernirem os sinais dos tempos. Sem o necessário discernimento espiri-

tual, eles abraçaram doutrinas de homens e de demônios (I Timóteo 4:1). “Os que se desvi-

am da luz que Deus lhes deu, ou negligenciam buscá-la quando está a seu alcance, são dei-

xados em trevas” (GC, 311).

Com o “grande poder” que os santos receberam na chuva serôdia, ficará claro que Babi-

lônia veio corrompendo-se cada vez mais, a ponto envolver-se com as manifestações espiri-

tualistas. Seus templos verdadeiramente se tornaram morada de demônios. Todas as nações

participaram de sua doutrina corrompida e diabólica. Todos governantes do mundo se ven-

deram a Babilônia numa relação de prostituição. Os comerciantes da Terra se enriqueceram à

custa da abundância dos produtos religiosos de Babilônia. Tudo isso ficará patente aos olhos

de todos.

Mas o Senhor possui um povo sincero no meio de Babilônia, um povo constituído por

pessoas fiéis a Deus, as quais nunca ouviram a verdade em sua plena luz. A estes, o Senhor

proclama para que saiam de Babilônia, caso contrário, tornarão participantes dos pecados

cometidos em Babilônia e sofrerão as consequências das sete últimas pragas que cairão em

várias regiões do planeta.

“Almas que estavam espalhadas por todas as corporações religiosas responderam à

chamada, e os que eram preciosos retiraram-se apressadamente das igrejas condenadas” (PE,

279).

Todos esses acontecimentos terão lugar após a chuva serôdia ter sido derramada sobre

os servos de Deus. Tal fenômeno ocorrerá antes do fechamento da porta da graça. Assim

será concluída a pregação do evangelho em todo o mundo.

OPOSIÇÃO DOS ÚLTIMOS DIAS

8. Apocalipse 12:17

“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que

guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”.

Contra quem o dragão foi fazer guerra?

Antes da consumação dos séculos chegar, Satanás batalhará intensamente contra o povo

de Deus. A princípio, numa guerra fria, questionando as verdades bíblicas ensinadas pelo

povo que guarda os mandamentos de Deus, e depois numa guerra quente, perseguindo os

santos com multas, prisões, expropriações de bens e até mesmo com a morte. Esse poderoso

arquiinimigo da verdade tentará por todos os meios impedir que a Igreja de Deus cumpra sua

sagrada missão de pregar o evangelho eterno, anunciar a hora do juízo, a queda de Babilônia

e a advertência contra o sinal da besta.

Satanás fará de tudo para impedir o preparo necessário para que o povo de Deus possa

receber a chuva serôdia. Esse formidável adversário procurará denegrir a imagem da Igreja

de Deus, criticará suas doutrinas sagradas, tornará os membros apáticos à piedade. Posteri-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

ormente, levará os governantes do mundo a criar oposição ao povo de Deus. E, finalmente,

tentará aniquilar esse povo da face do planeta Terra.

“Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor,

tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhada desde os tempos apostóli-

cos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos” (GC, 464).

Neste final de história do mundo, a verdadeira Igreja de Deus é identificada pelas Escri-

turas Sagradas como sendo constituída por aqueles que guardam os mandamentos de Deus e

que também possuem o testemunho de Jesus Cristo. Os mandamentos de Deus estão regis-

trados no decálogo e o testemunho de Jesus é o Espírito de Profecia.

9. Apocalipse 13:13-14

“E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos

homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em

presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que

recebera a ferida da espada e vivia”.

O que o inimigo faz à vista dos homens?

Quem será enganado?

Quando os servos de Deus estiverem preparados moralmente e espiritualmente, o Se-

nhor os abençoará, derramando sobre eles a abundância da chuva serôdia.

Diante desse fenômeno sobrenatural, os santos serão dotados de “grande poder” dos

altos céus, e farão grandes sinais e prodígios. Coisas maravilhosas sucederão pelas mãos dos

“que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). Milagres serão

realizados em grande quantidade. Muitos serão curados de enfermidades malignas, milhares

se converterão numa simples pregação, os santos terão visões e sonhos proféticos etc.

Mas o inimigo da verdade também estará em plena atividade, produzindo grandes sinais

e maravilhas. Faz até mesmo descer fogo do céu à terra diante dos homens. As Escrituras

Sagradas ensinam que Satanás possui tal poder. No passado ele fez descer fogo do céu à vis-

ta dos homens, quando queimou as ovelhas e os pastores do patriarca Jó (Jó 1:16).

Por causa dos grandes sinais que as instituições religiosas na época oportuna realizarão

por intermédio de Satanás, os habitantes da Terra são levados a um engodo. Eles pensam que

se trata de um dom de Deus. Creem que aquelas instituições religiosas fazem descer fogo do

céu à semelhança do que fez o profeta Elias (II Reis 1:10 e 12).

E, uma vez enganados, supondo que os sinais e prodígios são manifestações de Deus, os

habitantes da Terra serão orientados pelos falsos profetas dessas denominações apostatadas a

organizarem uma imagem semelhante à besta. Ou seja, são orientados a estabelecerem um

sistema religioso semelhante ao poder político-religioso papal. Razão pela qual tal sistema é

denominado por imagem da besta.

10. Apocalipse 16:14-15

“Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos

reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-

poderoso. Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus

vestidos, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas”.

Quem faz os grandes sinais e prodígios?

Quem é bem-aventurado?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

A Bíblia Sagrada revela explicitamente que “são espíritos de demônios, que fazem pro-

dígios”. Portanto, eles fazem até mesmo fogo descer fogo do céu à terra com o propósito de

enganar os habitantes do mundo.

Por meio de prodígios de mentira, Satanás visa arrebanhar para o seu lado todos os go-

vernantes do mundo. Seu objetivo consiste em levar os governantes do mundo a congrega-

rem-se para a célebre batalha do Armagedom (Apocalipse 16:16), no grande dia do Senhor.

Os governantes do mundo – enganados por Satanás – se congregarão para batalhar con-

tra Deus. A respeito desta batalha, João disse que “vi a besta, e os reis da terra, e os seus

exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu

exército” (Apocalipse 19:19).

A batalha movida contra Deus é realizada na pessoa de Seus santos, os quais são identi-

ficados nas Escrituras Sagradas como sendo “os que guardam os mandamentos de Deus e a

fé de Jesus” (Apocalipse 14:12).

Fenômeno semelhante ocorreu com Saulo de Tarso. Ele perseguia a Igreja de Deus le-

vando muitos cristãos para a prisão. Em certa ocasião, na estrada de Damasco, Jesus abordou

a Saulo e lhe disse: “Saulo, Saulo, por que me persegues? E eu respondi: Quem és, Senhor?

E disse-me: Eu sou Jesus nazareno, a quem tu persegues” (Atos 22:7-8). Na realidade, Saulo

não estava perseguindo diretamente a pessoa de Jesus, haja vista que o Senhor estava no céu,

mas perseguia a Igreja de Deus. Todavia Jesus considerou como sendo a mesma coisa que

persegui-Lo pessoalmente. Assim também, os governantes do mundo batalharão contra Deus

na pessoa de Seus santos.

Naquele tempo os homens estarão totalmente despreparados para a vinda do Senhor, a

ponto de Jesus chegar a declarar: “Eis que venho como ladrão”. Quando o Senhor retornar a

este planeta os homens não O estarão aguardando, mas todos eles ficarão surpresos com o

aparecimento do Senhor nas nuvens do céu.

Jesus também afirmou que é “bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus vesti-

dos”. A vestimenta do cristão é o seu caráter. Portanto, será feliz quem estiver alerta, discer-

nindo os sinais dos tempos e também procurando guardar o seu caráter em santidade, desvi-

ando-se de todo o mal. Tudo isso “para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas”.

Destarte, quando o grande dia do Senhor chegar, não o pegará desprotegido, de forma que

não terá nada do que se envergonhar diante da presença do Senhor.

CONCLUSÃO

11. Atos 2:17-18 e 21

“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a

carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, e

os vossos velhos sonharão sonhos. E também do meu Espírito derramarei sobre os meus

servos e minhas servas naqueles dias, e profetizarão”.

“E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.

O que Deus derramará nos últimos dias?

Sobre quem Deus derramará do Seu Espírito?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

A “chuva serôdia” é uma das profecias que está prevista para ocorrer nos últimos dias.

E, pelo cumprimento das profecias, sabemos que o mundo está vivendo os seus últimos dias,

portanto, estamos na época da chuva serôdia. “A descida do Espírito Santo sobre a igreja é

olhada como estando no futuro; é, porém, o privilégio da igreja tê-la agora” (Ev, 701). “Pedi

ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia: o Senhor, que faz os relâmpagos, lhes dará

chuveiro de água, e erva no campo a cada um” (Zacarias 10:1).

Nestes últimos dias, o Senhor prometeu derramar o Espírito Santo sobre toda a carne.

Quando isso acontecer, “os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão”. Os jovens terão

visões e os velhos terão sonhos proféticos. Nos últimos dias, o Senhor derramará Seu Espíri-

to sobre aqueles que O servem, e todos eles profetizarão.

“Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apres-

sar-se-ão de um lugar para outro para proclamar a mensagem do céu. Por milhares de vozes

em toda a extensão da Terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes

serão curados, e sinais e maravilhas seguirão aos crentes” (GC, 617).

Naquele tempo de provação, em que multidões encontram-se no vale da decisão (Joel

3:14), a pregação do evangelho é fundamental, e os que invocarem o nome do Senhor serão

salvos, porque não será fácil permanecer do lado da verdade em circunstâncias tão difíceis.

12. Mateus 24:14

“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as

gentes, e então virá o fim”.

O que será pregado em todo o mundo?

O que virá quando o evangelho tiver sido pregado?

Com o derramamento do Espírito Santo o evangelho do reino de Deus será pregado em

todo o mundo. Multidões que nunca se interessaram pelo evangelho ouvirão atentamente a

mensagem divina. “O derramamento do Espírito, nos dias apostólicos, foi a ‘chuva temporã’

e glorioso foi o resultado. Mas a ‘chuva serôdia’ será mais abundante” (DTN, 827).

Com a pregação do evangelho na face da Terra, cada ser humano terá que tomar uma

decisão, a favor ou contra a mensagem. E, muito embora o evangelho venha a ser pregado

em todo o mundo, isto não quer dizer que todas as pessoas se converterão à verdade. Mas

sim que todos terão conhecimento suficiente da verdade para poderem formar uma opinião e

tomar sabiamente uma decisão.

Os servos de Deus pregarão o evangelho eterno com grande poder. E toda a Terra será

iluminada com o conhecimento do evangelho eterno. Para esse tempo Jesus profetizou que

os servos de Deus serão “aborrecidos por todos por amor do meu nome; mas quem perseve-

rar até ao fim esse será salvo” (Marcos 13:13).

“Temos de apresentar ao mundo a mensagem do terceiro anjo, admoestando os homens

contra o culto da besta e sua imagem, e induzindo-os a ocupar o seu lugar na fileira dos que

‘guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus’ (Apocalipse 14:12)” (RH, 09/10/1894).

Após todos tomarem suas decisões a favor ou contra a mensagem, então virá a consu-

mação dos séculos – o fim do mundo. Ocasião em que a porta da graça se fechará e o Espíri-

to Santo se retirará da Terra. A partir de então, não haverá mais oportunidade para arrepen-

dimento ou salvação de quem quer que seja. O destino de todos os homens foi selado por

suas respectivas decisões. Agora, com o encerramento do juízo investigativo, virá um tempo

de provação para todos habitantes do planeta.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 6

A Grande Tribulação dos Santos

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 12:17

“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que

guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”.

Quem se irou contra a mulher?

Contra quem o dragão foi fazer guerra?

Durante mil duzentos e sessenta anos, Satanás esteve irado contra a Igreja de Deus. E,

nestes últimos dias, ele levantou-se para fazer guerra aos restantes dos santos. Essa guerra

secular somente chegará ao fim quando Jesus aparecer nas nuvens do céu com poder e gran-

de glória, acompanhado por milhares e milhares e milhões de milhões de anjos.

Atualmente esse inimigo da verdade trava uma verdadeira guerra ideológica contra os

mandamentos de Deus. Ele prega a fabulosa mentira de que Cristo aboliu a lei e extinguiu o

sábado. Mas o que adianta ensinar que o cristão é salvo pela graça, quando não ensina que o

salário da transgressão da lei é a morte! O que adiante ensinar que o cristão é justificado pela

fé, quando ele não é ensinado que será julgado pelas obras! É intensão de Satanás ensinar

apenas parte da verdade e cobrir o restante com a mentira, mantendo os homens nos laços do

pecado e condenados à morte eterna.

Os santos do Altíssimo são identificados na Bíblia Sagrada como sendo aqueles que

“guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”. Portanto, contra-

riando as doutrinas inspiradas pelos demônios, as Escrituras ensinam explicitamente que,

nos últimos dias, a verdadeira Igreja guardará os mandamentos de Deus, os quais foram re-

gistrados em duas tábuas de pedra pelo dedo de Deus e transcritos por Moisés no livro da lei

(Êxodo 20:3-17).

Além de guardarem os mandamentos de Deus, conforme consta na Bíblia Sagrada, os

santos também possuem o testemunho de Jesus Cristo, que nada mais é do que o Espírito de

Profecia (Apocalipse 19:10).

Todas as revelações divinas recebidas pelos verdadeiros profetas de Deus – desde a fun-

dação do mundo – ao ser anunciada pelo profeta oralmente ou por escrito são chamadas nas

Escrituras Sagradas pelo nome de “Testemunho” (Isaías 8:20), “Testemunho do Senhor”

(Salmos 19:7), “Testemunho de Deus” (I Coríntios 2:1), ou ainda “Testemunho de Jesus”

(Apocalipse 19:10). Todos esses termos são empregados como sinônimos.

2. Apocalipse 13:16-17

“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto

um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas. Para que ninguém possa comprar ou ven-

der, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome”.

O que é posto sobre todos?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Quem somente poderá comprar ou vender?

Levantando uma guerra contra aqueles que guardam os mandamentos de Deus, Satanás

por meio das instituições políticas e religiosas existentes no mundo, impõe o sinal da besta

de forma indistinta a todas as classes sociais, desde as mais ricas e poderosas até às mais

simples e humildes.

O sinal da besta é colocado na mão direita ou nas testas das pessoas. A testa é símile da

mente e a mão direita é símile das obras. Logo, o sinal da besta é imposto na testa, quando as

pessoas o recebem na plena convicção de que aquilo é a verdade. E imposto na mão direita,

quando as pessoas que o recebem não possuem nenhuma convicção religiosa e estão pouco

se importando com a verdade.

Todos que receberem o sinal da besta poderão comprar e vender livremente. Mas, aque-

les que não aceitarem o sinal da besta em sua testa ou em sua mão direita estarão diante de

um sério problema. Não poderão comprar ou vender. Não terão salário, e nem tão pouco

crédito na praça.

O controle sobre cada ser humano será rigoroso e absoluto. Sistemas informatizados

avançados e novas tecnologias estão em pleno desenvolvimento nos laboratórios com o obje-

tivo de tornar possível a identificação mundial e instantânea de cada habitante do planeta. A

impossibilidade de poder comprar ou vender trará para o povo de Deus um tempo de grande

provação.

3. Apocalipse 14:9-10

“E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a

sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão. Também o tal beberá do vinho

da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com

fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”.

O que acontecerá com quem receber o sinal da besta?

Enquanto as organizações mundiais impõem aos habitantes do planeta o sinal da besta,

sob pena de não poderem comprar ou vender, Deus também tem uma terrível e séria adver-

tência para dar ao mundo.

O terceiro anjo é um símile da terceira mensagem que os santos do Altíssimo possuem

para anunciar ao mundo. Os santos são aqueles que “guardam os mandamentos de Deus e a

fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). A mensagem que os santos possuem para dar aos homens é

totalmente contrária à vontade do mundo. Todavia, antes da consumação dos séculos, será a

última mensagem de Deus para os habitantes do planeta Terra.

Em várias partes do mundo, os santos do Altíssimo se levantam e anunciam a todos os

povos, nações e línguas, com destemor e seriedade a mensagem divina que proíbe severa-

mente toda e qualquer pessoa de receber o sinal de besta na testa ou na mão direita. Os san-

tos também anunciam a proibição divina de tomar parte dos dois grandes erros do mundo: a

besta e a sua imagem. A besta é o sistema político-religioso católico e a imagem da besta é o

sistema político-religioso protestante.

Todos aqueles que receberem o sinal da besta poderão, legalmente, comprar e vender,

mas também “o tal beberá do vinho a ira de Deus, que se deitou não misturado”. A ira de

Deus é manifesta nas sete últimas pragas (Apocalipse 15:1). Elas cairão na face da Terra sem

mistura, ou seja, as pragas cairão sem a misericórdia do Senhor, num período em que o tem-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

po da graça estará encerrado e o destino de todos habitantes do planeta já estará decidido

para a vida ou para a condenação eterna.

Aquele que aceitarem o sinal da besta, além de sofrerem as consequências das sete últi-

mas pragas, também serão condenados ao “lago que arde com fogo e enxofre; o que é a se-

gunda morte” (Apocalipse 21:8) após o final do milênio. O evento da destruição final e defi-

nitiva de todos ímpios ocorrerá “diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”. Portanto, tal

fato será testemunhado por milhares de milhares e milhões de milhões de anjos e também

por Jesus Cristo.

FIM DO TEMPO DA GRAÇA

4. Apocalipse 22:11

“Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo,

faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda”.

Encerrando o tempo da graça o que Jesus pronunciará?

Quando o tempo da misericórdia concedida aos habitantes do mundo se encerrar, então

a porta da graça será fechada para sempre. Quando esse evento ocorrer, os habitantes do

mundo não o saberão. O mundo seguirá normalmente a sua rotina diária, como se nada de

mais houvesse acontecido. “Estarão os homens a plantar e a construir, comendo e bebendo,

todos inconscientes de que a decisão final, irrevogável, foi pronunciada no santuário celesti-

al” (GC, 494).

Hoje, como ministro do santuário celestial, Jesus está pleiteando a favor dos pecadores

penitentes. Agora mesmo, o juízo investigativo está em curso, realizando a purificação do

santuário. Nomes são confirmados e nomes são eliminados do livro da vida. Mas chegará o

dia em que todas essas atividades jurisdicionais serão encerradas. Então Jesus pronunciará a

solene sentença, que põe fim ao tempo da graça: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e

quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santifi-

cado ainda”.

Com essa solenidade, Jesus está declarando que o destino de todos os habitantes do

mundo está decidido. Cada caso foi analisado e cada nome foi individualmente verificado.

Quem era injusto continuará injusto e na senda da injustiça. Quem estava sujo pelo pecado

continuará sujo, pois já não haverá mais perdão. Quem era justo continuará sendo justo e

praticando a justiça e quem era santo continuará sendo santo, praticando a verdade.

“Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar no san-

tuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo. Suas vestes

devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue da aspersão” (GC, 425).

5. Apocalipse 15:1 e 16:1

“E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos, que tinham as sete últimas

pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus”.

“E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai

sobre a terra as sete salvas da ira de Deus”.

Com o fim do tempo da graça o que cairá sobre a Terra?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, a misericórdia não mais pleiteará em

favor dos culpados habitantes da Terra. O povo de Deus terá cumprido a sua obra. Recebeu a

‘chuva serôdia’, ‘o refrigério pela presença do Senhor’, e acha-se preparado para a hora pro-

bante que diante dele está” (GC, 613).

João viu sete anjos portando as sete últimas pragas. Estas são as últimas pragas, mas

também serão os flagelos mais terríveis que cairão sobre a humanidade. Primeiro porque as

pragas estão concentradas no cálice da ira de Deus, uma vez que não estão misturadas com a

misericórdia divina. Segundo porque nessas pragas é consumada a ira – condenação – de

Deus contra todos os ímpios e pecadores.

Essas pragas começarão a cair, uma após outra, somente depois que a porta da graça

estiver fechada e terminará com a sétima praga, quando então Jesus retornará a este mundo.

O tempo de duração da queda das sete últimas pragas será bastante curto. Segundo alguns

intérpretes, durará apenas um dia profético (Apocalipse 18:8), que corresponde a um ano

literal.

O apóstolo João ouviu, vindo do santuário celestial, uma forte voz. Era a voz do Senhor

Jesus ordenando aos sete anjos a derramarem sobre a Terra as sete últimas pragas.

Todos os habitantes do mundo sofrerão grandemente com a queda das sete pragas. E,

por causa dessas pragas endereçadas aos ímpios, os santos também passarão por grande pro-

vações e privações.

TEMPO DE ANGÚSTIA

6. Jeremias 30:7

“Ah! Porque aquele dia é tão grande, que, não houve outro semelhante! E é tempo de

angústia para Jacó: ele porém será livrado dela”.

Com o fim da graça que tempo haverá?

Quem será livrado?

O dia em que a porta da graça se fechar será tão grande, que o profeta Jeremias foi leva-

do a exclamar que “não houve outro semelhante”. A grandeza desse dia está em sua impor-

tância para os santos do Altíssimo. Nunca a porta da graça esteve fechada. Nunca caíram

pragas tão severas contra os homens. Nunca a misericórdia havia deixado de pleitear em

favor da humanidade.

Aquele tempo, de grande tribulação para os santos, é conhecido como angústia de Jacó.

Sem nenhuma exceção, todos fiéis filhos de Deus passarão por essa grande tribulação. Mas a

promessa do Senhor é que os Seus santos serão livrados dessa tribulação. Nenhum deles será

deixado a sucumbir pelo peso da angústia de Jacó. “A experiência de Jacó durante aquela

noite de luta e angústia, representa a prova pela qual o povo de Deus deverá passar precisa-

mente antes da segunda vinda de Cristo” (PP, 201).

Fugindo a presença assassina de seu irmão, Jacó refugiou-se junto ao seu tio Labão, com

quem permaneceu vivendo durante vinte anos; após os quais, revolveu retornar para junto de

seus pais.

Numa noite, enquanto retornava, pressentindo o perigo de um ataque iminente por parte

de seu irmão, Jacó dividiu sua família em dois grupos. E, à parte, pôs-se a orar. Ele angusti-

ava-se com o pensamento de que seu próprio pecado havia acarretado esse momento de cri-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

se. Pela alta madrugada uma mão tocou-lhe no ombro. Supondo tratar-se de um inimigo pôs-

se a lutar com todas as suas forças e prevalecia. Até que o seu adversário se revelou como o

anjo do Senhor. Jacó havia se tornado um vencedor e caiu nas graças de Deus. A partir da-

quele momento em diante, Deus mudou o seu nome para Israel, e quando o seu irmão se

aproximou, ele estava pacificado e vinha em paz. Jacó havia passado uma noite em angústia,

mas prevaleceu como vencedor.

Assim, também o Senhor intervirá na história dos homens para livrar o Seu povo das

mãos dos ímpios e pecadores. Então “um cântico haverá entre vós, como na noite em que se

celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquele que sai tocando pífano, para

vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel. E o Senhor fará ouvir a glória da sua voz, e fará

ver o abaixamento do seu braço, com indignação de ira, e a labareda do seu fogo consumi-

dor, e raios e dilúvio e pedra de saraiva.”(Isaías 30:29-30).

7. Isaías 33:16

“Este habitará nas alturas: as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão

lhe será dado, as suas águas serão certas”.

No tempo de angústia o que servirá de refúgio ao justo?

O que não faltará ao justo?

Os ímpios supõem que Deus os está castigando com a queda das pragas, porque existe

na face da Terra um grupo de pessoas que não aceitam o sinal da besta – domingo. Então, as

nações do mundo produzem um decreto de morte contra os santos do Altíssimo. Esse decre-

to estabelece um prazo, determinando que todos deverão aceitar o sinal da besta, caso con-

trário serão mortos para aplacar a ira divina.

“A ira do homem será especialmente despertada contra os que santificam o sábado do

quarto mandamento; e por fim um decreto universal denunciará a estes como dignos de mor-

te” (PR, 512)

“Quando o decreto promulgado pelos vários governantes da cristandade contra os ob-

servadores dos mandamentos lhes retirar a proteção do governo, abandonando-os aos que

lhes desejam a destruição, o povo de Deus fugirá das cidades e vilas e reunir-se-á em grupos,

habitando nos lugares mais desertos e solitários. Muitos encontrarão refúgio na fortaleza das

montanhas” (GC, 631).

No tempo de angústia de Jacó os fiéis filhos de Deus passarão por grande provação ma-

terial e espiritual. O príncipe das trevas estará batalhando contra Deus, na pessoa dos santos.

Satanás acusará a consciência dos santos de pecados. Mas os santos não encontram pecados

em suas vidas que não tenham sido confessados e abandonados.

Sucessivamente, as pragas caem sobre os habitantes do mundo. Há falta de tudo. Não há

água potável ou mantimento. O calor é abrasador. A terra não produz o seu fruto no campo.

A carestia cresceu astronomicamente.

Enquanto os santos estão escondidos nas fortalezas das montanhas e nas rochas, eles

passam por grandes privações, mas a promessa de Deus para eles é certa. O essencial para a

sua sustentação está garantido: o seu pão lhe será dado e as suas águas lhes serão certas.

8. Lucas 18:7-8

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda

que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o

Filho do homem, porventura achará fé na terra?”

A quem Deus fará justiça?

O que Jesus duvidou achar na terra?

O tempo de “angústia de Jacó” tem início com a terceira praga e terminará somente na

sétima praga. Nesse período os santos passam por grande tribulação. Sobre eles pesa um

decreto de morte, e como se não fosse suficiente, também passam por grandes privações

materiais.

Enquanto os habitantes do mundo estão sofrendo as consequências da queda das pragas,

as quais vêm uma após a outra; os santos do Altíssimo entram numa desesperada angústia

mental. Eles temem não terem confessados todos os seus pecados. Então começam a passar

em revista as suas vidas. Vêem que nada de bom possuem para apresentar a Deus. Diante de

tamanha pressão mental e material começam a clamar a Deus dia e noite.

Mas a promessa do Senhor é que todos aqueles que clamam a Ele de dia e de noite, ain-

da que o Senhor possa parecer tardio para com eles, na verdade depressa lhes fará justiça. O

Senhor aplacará suas consciências, suprirá suas necessidades materiais e os livrará das mãos

dos ímpios e do decreto de morte.

Mas a grande dúvida que Jesus expressou foi que, se porventura haveria fé na Terra

quando Ele retornasse segunda vez. Isso parece indicar que nos últimos tempos a fé na ver-

dade será tão escassa que parecerá que ninguém segue verdadeiramente os princípios e man-

damentos da Palavra de Deus.

9. Salmos 37:39

“Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angús-

tia”.

A salvação de quem vem do Senhor?

Quem é uma fortaleza no tempo de angústia?

A Bíblia Sagrada traz esperança para aqueles que passam pelo “tempo da angústia”. Ela

diz que a salvação dos justos vem do Senhor. Quando o mundo retirar a proteção legislativa

dos santos, decretando-os à morte, a única esperança será a proteção do Senhor. Somente o

Senhor poderá salvá-los das mãos dos pecadores.

“Vi os santos deixarem as cidades e vilas, reunirem-se em grupos e viverem nos lugares

mais solitários da Terra. Anjos lhes proviam alimento e água, enquanto os ímpios estavam a

sofrer de fome e sede” (PE, 282).

Naquele tempo de angústia, o Senhor será como uma fortaleza para os santos do Altís-

simo. Nos momentos de fraqueza e necessidade os santos recorrerão a esta poderosa fortale-

za. Fora dela não poderão subsistir.

“O povo de Deus, nesse tempo, não está todo ele num só lugar. Eles se encontram em

grupos diferentes e em todas as partes da Terra; e serão provados individualmente, não em

grupos. Cada um terá de resistir à prova por si mesmo” (IV BC, 1143).

10. Daniel 12:1

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos

do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até

àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito

no livro”.

Naquele tempo quem se levantará?

O que haverá?

Quem será livrado?

Naquele tempo de grande tribulação, quando a porta da graça estiver fechada, Miguel se

levantará a favor dos filhos de Deus. Miguel é o nome pelo qual a Segunda Pessoa da Santís-

sima Trindade era identificada antes de assumir a natureza humana.

Muito antes de adquirir a natureza humana, o Senhor havia adquirido a natureza de anjo.

Ele era conhecido como o anjo do Senhor, também identificado como sendo o arcanjo Mi-

guel. Ele era o único anjo que aceitava adoração, por ser ele mesmo o próprio Deus.

Miguel tinha assumido a natureza de anjo para resgatar os anjos que pecaram e ficaram

presos nas artimanhas de Lúcifer. Seu nome significa: “quem é semelhante a Deus”. Tal

nome fazia alusão ao fato de que Lúcifer tinha desejado ser semelhante ao Altíssimo (Isaías

14:14).

Miguel é o grande príncipe. A Bíblia Sagrada nunca chamou qualquer anjo de Deus de

príncipe, mas chamou Jesus de príncipe (Isaías 9:6; Daniel 9:25; Atos 3:15; Atos 5:31; Atos

7:27). A exceção é feita a Satanás, que também é chamado de príncipe deste mundo (João

12:31; João 14:30; João 16:11; Efésios 2:2). É dito que Miguel possui um povo, mas nunca

nenhum anjo de Deus jamais possuiu qualquer povo.

O profeta Daniel afirma categoricamente que nunca houve um tempo de angústia como

o que ocorrerá quando o tempo da graça estiver encerrado. O profeta deixou claro que, desde

que o mundo existe, a humanidade nunca passou por um tempo de angústia tão amargo

quanto ao que está reservado para os santos. No tempo de angústia não haverá misericórdia.

A porta da graça estará fechada. O Espírito Santo terá sido retirado da Terra. Não haverá

mediador entre Deus e os homens. Pecadores e justos sofrerão amargamente grande tribula-

ção.

Mas a promessa de Deus para os santos é que naquele tempo de terrível angústia o povo

de Miguel será livrado. Eles não sucumbirão diante da tremenda pressão da tribulação. O

povo a quem Miguel livrará são todos aqueles que tiverem o nome aprovado no livro da vi-

da. Isso significa que nesse tempo o juízo investigativo estará concluído, com o nome dos

santos mantido no livro da vida.

CONCLUSÃO

11. Apocalipse 3:10

“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da

tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”.

Que hora virá sobre todo o mundo?

Quem será tentado?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

A Palavra de Deus diz claramente que o mundo inteiro será submetido a severa prova-

ção. Jesus afirma que a “hora da tentação” virá sobre todos os seres humanos. Esse evento

abrangerá proporções mundiais. Todos habitantes do planeta passarão por tremenda tenta-

ção. Antes da volta de Jesus, todas as pessoas, individualmente, deverão escolher entre o

sinal da besta e o sinal de Deus. O sinal da besta é o domingo e o sinal de Deus é o sábado.

“A ira do homem será especialmente despertada contra os que santificam o sábado do quarto

mandamento; e por fim um decreto universal denunciará a estes como dignos de morte” (PR,

512).

Aqueles que escolherem o sinal de Deus não poderão comprar ou vender, mas terão a

sua salvação garantida. E os que escolherem o sinal da besta poderão comprar e vender, mas

serão condenados à segunda morte.

A promessa de livramento é somente para aqueles que guardarem a palavra da paciência

de Jesus. Deles é dito: “Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os man-

damentos de Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). "Ouvi-me, vós que conheceis a justi-

ça, vós, povo, em cujo coração está a minha lei: não temais o opróbrio dos homens, nem vos

turbeis pelas suas injúrias” (Isaías 51:7).

A provação que violentará as consciências será tão forte que somente aqueles que tive-

rem recebido e dedicado amor à verdade, observando rigorosamente a palavra de Jesus, é

que serão guardados da hora suprema da tentação mundial. Somente aqueles que estiverem

santificados na Palavra de Deus é que estarão preparados e poderão alcançar vitória nessa

hora de tentação.

“Pessoa alguma, a não ser os que fortaleceram o espírito com as verdades da Escritura,

poderá resistir no último grande conflito” (GC, 600).

12. Lucas 21:34-35

“E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de

embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá

como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra”.

Como virá a hora da tentação sobre todos?

Jesus deixou claro que devemos estar atentos para que aquele dia não venha a nos pegar

de improviso, como um ladrão que ataca na calada da noite. Precisamos estar precavidos

para que as nossas mentes não fiquem presas em glutonaria, embriaguez ou preocupada com

os cuidados da vida, a ponto de negligenciarmos o necessário e indispensável preparo para

estarmos em pé no grande dia do Senhor.

“A glutonaria e a intemperança constituem o fundamento da grande depravação moral

em nosso mundo. Satanás está ciente disso, e tenta constantemente a homens e mulheres

para que condescendam com a gula à custa da saúde e mesmo da própria vida” (Carta 34,

1875).

A Bíblia Sagrada está fazendo referência a um evento de proporções universais. E, aque-

les que não estiverem santificados na Palavra de Deus, farão escolhas erradas, quando a “ho-

ra da tentação” vier sobre todo o mundo.

“O tempo de agonia e angústia que diante de nós está, exigirá uma fé que possa suportar

o cansaço, a demora e a fome – fé que não desfaleça ainda que severamente provada” (GC,

621).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Segundo Jesus, aquele dia virá como um laço sobre todos habitantes da face da Terra.

Esse laço é uma figura de linguagem empregada por Jesus para designar as ciladas de Sata-

nás para atrair ou enganar os seres humanos, envolvendo-os em embaraços, dificuldades ou

armadilhas. Portanto, quando o dia do Senhor chegar os homens estarão presos nos estrata-

gemas de Satanás. Para escaparem dessas armadilhas deverão evitar que os seus “corações se

carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida”, caso contrário, a mente

ficará entorpecida e deixará de se preocupar com as coisas sagradas.

“Os acontecimentos ligados ao final do tempo da graça e a obra de preparo para o perío-

do de angústia, acham-se claramente apresentados. Multidões, porém, não possuem maior

compreensão destas importantes verdades do que teriam se nunca houvessem sido revela-

das” (GC, 594).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 7

As Sete Últimas Pragas

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 15:1

“E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos, que tinham as sete últimas

pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus”.

O que os sete anjos tinham?

João disse que viu um grande e admirável sinal no céu. Eram sete anjos de Deus. Esses

anjos são literais e possuem o poder para aplicar os juízos de Deus na punição dos pecadores

impenitentes. A Bíblia Sagrada registra exemplos de anjos que trouxeram os juízos de Deus

sobre os homens. Por exemplo, o rei Davi havia pecado gravemente e como castigo um anjo

de Deus trouxe a peste por três dias sobre Israel (II Samuel 24:13-17).

Os sete anjos estavam portando as sete últimas pragas. Como são as últimas pragas, isso

significa que antes delas houve outras. A diferença é que as sete últimas pragas, como o pró-

prio nome diz, são as últimas, e serão derramadas sem a mistura da misericórdia divina

(Apocalipse 14:10).

Essas sete pragas também são literais. A exemplo, as Escrituras Sagradas registram as

dez pragas que caíram sobre o povo egípcio e, cada uma delas, era literal em cada detalhe

(Êxodo 7:20-12:30).

O profeta disse que nas sete últimas pragas “é consumada a ira de Deus”. A ira de Deus

é símile da condenação de Deus contra o pecado. Portanto, com a queda das sete últimas

pragas, Deus manifesta ao mundo a condenação dos pecadores vivos que entraram em rebe-

lião contra a Sua lei.

Segundo alguns intérpretes as sete últimas pragas serão derramadas durante o período de

um ano (Apocalipse 18:8). Portanto, desde o fechamento da porta da graça até a volta de

Jesus transcorrerá o período de um ano. Dentro desse tempo os santos passarão pela terrível

“angústia de Jacó”.

2. Apocalipse 15:6-7

“E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e

resplandecente, e cingidos com cintos de ouro pelos peitos. E um dos quatro animais deu

aos sete anjos sete salvas de ouro, cheias da ira de Deus, que vive todo o sempre”.

O que um dos quatro animais deu aos sete anjos?

Do que estavam cheias a sete salvas?

Os sete anjos estavam no interior do templo, o qual encontra-se no céu (Apocalipse

11:19; 14:17). Esse templo nada mais é do que o santuário celestial, onde Jesus ministra a

favor daqueles que vão herdar a vida eterna (Hebreus 8:1-2; 9:24). Os sete anjos saíram do

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

santuário vestidos de linho puro e resplandecente. Eles também estavam cingidos pelos pei-

tos com cintos de ouro.

O versículo em questão faz menção a quatro animais. Eles são quatro anjos de hierar-

quia superior. E, por possuírem seis asas, eles são identificados como Serafins (Isaías 6:2).

Portanto, um dos quatro Serafins entregou a cada um dos sete anjos uma taça de ouro.

Essas taças de ouro estavam cheias da ira de Deus. Como foi dito anteriormente, a pala-

vra “ira” é símile da condenação. Portanto, os anjos receberam poder para exercer juízo con-

tra os ímpios.

“Estas pragas não são universais, ao contrário todos os habitantes da Terra seriam intei-

ramente exterminados. Contudo serão os mais terríveis flagelos que já foram conhecidos por

mortais” (GC, 633).

3. Apocalipse 15:8 – 16:1

“E o tempo encheu-se com o fumo da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia

entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos”.

“E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai

sobre a terra as sete salvas da ira de Deus”.

Até quando ninguém podia entrar no templo?

O que disse a voz vinda do templo?

Quando o juízo investigativo terminar, o santuário celestial ficará totalmente ofuscado

com a glória de Deus e do Seu poder. Nessa altura dos acontecimentos, Jesus já terá termi-

nando a purificação do livro da vida, riscando o nome de todos aqueles que caíram em peca-

do (Êxodo 32:33). No livro será mantido somente o nome dos vencedores: “O que vencer

será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e

confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Apocalipse 3:5). “Vi que

os quatro anjos segurariam os quatro ventos até que a obra de Jesus estivesse terminada no

santuário, e então viriam as sete últimas pragas” (PE, 36).

Com o encerramento do juízo investigativo, todos seres celestiais ficam impedidos de

entrar no santuário celeste. Isso é uma alusão ao fato de que a porta da graça se fechará. Não

haverá mais mediação a favor de qualquer pecador. A misericórdia de Deus não mais será

derramada a favor dos pecadores. O Espírito Santo se retirará da Terra, deixando de conven-

cer os homens do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). Quando terminar de cair as sete

últimas pragas, novamente, ficará disponível a entrada no santuário celestial, mas agora, para

a fase do juízo comprobatório. Não haverá mais graça disponível a favor do pecador, mesmo

porque todos eles estarão mortos.

Quando a porta da graça se fechar, nenhum dos habitantes do mundo o saberá. A vida

continuará em sua rotina diária, como se nada de mais houvesse acontecido. Mas o destino

de cada habitante do planeta já foi decidido em juízo e para sempre.

Ninguém poderá entrar no santuário até que seja concluída a queda de todas as pragas.

Isso indica que as sete últimas pragas serão derramadas sobre os ímpios e pecadores a partir

do fechamento da porta da graça até a volta de Jesus. Somente serão protegidos das sete úl-

timas pragas aqueles que fizeram do Senhor o seu refúgio e fortaleza. Eles são preservados

para testemunharem o retorno do Senhor nas nuvens do céu, com poder e grande glória.

João testemunhou que ouviu uma poderosa voz de comando vinda do interior do santuá-

rio celestial. Essa voz ordenava que os sete anjos partissem para a Terra e derramassem as

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

sete últimas pragas, que se encontravam nas sete taças da ira de Deus. E, em obediência a

esse comando divino, os sete anjos partem para o planeta Terra, com a sua missão devasta-

dora.

DERRAMAMENTO DAS PRAGAS

4. Apocalipse 16:2

“E foi o primeiro, e derramou a sua salva sobre a terra, e fez-se uma chaga má e ma-

ligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem”.

Onde foi derramada a primeira praga?

Sobre quem foi derramada a primeira praga?

Em cumprimento à ordem divina, o primeiro anjo derramou a sua taça sobre a terra.

Essa praga teve como efeito imediato provocar nos homens uma chaga má e maligna.

A praga da “chaga má e maligna” é destinada especialmente aos homens que, recusando

o sinal de Deus, aceitaram receber por convicção ou conveniência o sinal da besta.

As Escrituras Sagradas deixam claro que o sinal de Deus é o sábado e o sinal da besta o

domingo. E aquele que recebesse o sinal da besta sofrerá as consequências das pragas e do

tormento no lago de fogo e enxofre (Apocalipse 14:9-10).

Não há qualquer elixir, panacéia, medicamento ou qualquer forma de cura para essa

“chaga má e maligna”. E, tendo em vista que a porta da graça estará fechada, essa chaga má

e maligna será derramada sem misericórdia, ela é pior do que aquela chaga maligna sofrida

por Jó. A Bíblia Sagrada diz que esse patriarca foi ferido “duma chaga maligna, desde a

planta do pé até ao alto da cabeça” (Jó 2:7). A chaga era tão desagradável que Jó tomava

“um pedaço de telha para raspar com ele as feridas” (Jó 2:8), mas Jó alcançou a misericórdia

do Senhor (Jó 42:10-17).

5. Apocalipse 16:3

“E o segundo anjo derramou a sua salva no mar, que se tornou em sangue como de um

morto, e morreu no mar toda a alma vivente”.

Onde foi derramada a segunda praga?

O que aconteceu com o mar?

Consumada a primeira praga, vem o segundo anjo com a sua taça cheia de praga e a

derrama sobre o mar. Essa praga provoca uma transubstancia das águas salgados dos mares

em verdadeiros mares de sangue.

A transubstancia consiste na transformação de uma substância qualquer numa outra; no

caso em tela, trata-se da transformação da água salgada dos mares, em sangue.

Essa transubstancia provoca a extinção da vida marinha. Grandes baleias, tubarões, pei-

xes, camarões, crustáceos, caranguejos, ostras, enfim, todos os seres vivos marinhos morre-

rão, como consequência da segunda praga.

O cheiro de sangue apodrecendo, exalado pelos mares de sangue, envolverá grande pro-

porção do globo terrestre. Será quase que insuportável viver próximo às praias.

6. Apocalipse 16:4-6

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram

em sangue. E ouvi o anjo das águas que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e que eras, e

santo és, porque julgaste estas coisas. Visto como derramaram o sangue dos santos e dos

profetas, também tu lhes deste o sangue a beber; porque disto são merecedores”.

Onde foi derramada a terceira praga?

O que aconteceu com os rios e fontes d’águas?

Tendo o segundo anjo terminado de derramar a última gota da praga de sua taça, então

segue o terceiro anjo. Esse anjo derrama o conteúdo de sua taça nos “rios” e nas “fontes das

águas”. Essa terrível praga transforma a maior parte da água potável do planeta em sangue.

Por causa desta praga, boa parte da população mundial passa por grande sede. O povo

de Deus também não estará livre de grandes provações e, muito embora a água do povo san-

to seja certa (Isaías 33:16), eles também sofrem pela falta do precioso líquido potável.

O motivo pelo qual a água potável foi transubstanciada em sangue resulta do fato de que

o Senhor julgou os ímpios habitantes da Terra, e como eles derramaram sangue inocente,

então o Senhor deu-lhes sangue para beberem. E o anjo acrescenta que disto eles são mere-

cedores.

Na praga anterior, as águas dos mares foram transformadas em sangue e toda a vida ma-

rinha foi extinta. A água do mar é imprópria para beber tendo em vista o alto teor de sal.

Agora, na terceira praga, são as águas potáveis transformadas em sangue. Em consequência

toda a vida existente na água doce foi extinta. Boa parte da humanidade começa a passar

sede. Em vários lugares a vegetação começa a secar por falta de irrigação. Grandes queimas

de florestas sem vida ocorrem quase que diariamente. Uma praga semelhante ocorreu no

Egito. Moisés, divinamente orientado, transformou a água do rio Nilo em sangue, muito em-

bora fosse uma praga em menor escala do que a praga do terceiro anjo.

Sabemos pelas profecias que, com a queda da terceira praga, “saiu um decreto para se

matarem os santos, o que fez com que estes clamassem dia e noite por livramento. Este foi o

tempo da angústia de Jacó” (PE, 36-37). Os pecadores supondo que as pragas são castigos de

Deus porque no planeta existe um grupo de pessoas que não se sujeitaram ao sinal da besta,

lançam mão de um “decreto de morte”, o qual concede a todos um certo tempo para que

aceitem o sinal da besta, sob pena de morte a partir do vencimento aprazado no decreto. A

partir desse momento os santos começam a entrar na “angústia de Jacó”, e que terminará

somente no início do derramamento da sétima praga.

7. Apocalipse 16:8-9

“E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os

homens com fogo. E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram o

nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem

glória”.

Onde foi derramada a quarta praga?

O que aconteceu com os homens?

Sob ordem divina, o quarto anjo derrama o conteúdo de sua taça sobre o Sol. Essa praga

provoca grandes explosões solares. Em consequência, o Sol lança no espaço exterior grandes

línguas de fogo, que alcançam a Terra. Como resultado, a temperatura do planeta se eleva a

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

um grau quase que insuportável à manutenção da vida. Na quarta praga, o mormaço que se

forma na Terra abrasa dos homens.

Atualmente, as explosões solares que atingem a Terra são muito pequenas comparadas

com a da quarta praga. Essas explosões afetam o campo magnético terrestre e, consequente-

mente, a operação de satélites, redes de energia de alta tensão e telecomunicações. Muitas

das explosões solares permitem perceber auréolas brilhantes que saem do Sol em direção à

Terra. As explosões mais intensas apresentam comprimento de onda na faixa dos raios ga-

ma, que são invisíveis aos olhos humanos.

O aquecimento da Terra, causado pelo derramamento da quarta praga sobre o Sol, oca-

siona a estiagem de grandes proporções de terras cultiváveis. A pouca vegetação que ainda

restavam em alguns lugares do planeta ficam totalmente secas. E a falta de água potável pio-

ra ainda mais a situação e a manutenção da vida no planeta.

“Os ímpios estão cheios de pesar, não por causa de sua pecaminosa negligência para

com Deus e seus semelhantes, mas porque Deus venceu. Lamentam que o resultado seja o

que é; mas não se arrependem de sua impiedade. Se pudessem, não deixariam de experimen-

tar todo e qualquer meio para vencer” (GC, 660).

Sofrendo os efeitos da quarta praga, os homens são abrasados com grandes ondas de

calores. Como resposta, eles blasfemam do nome de Deus. Eles não podem arrepender-se,

porque o arrependimento é obra do Espírito Santo, o qual não mais pleiteia a favor do peca-

dor. No período em que as pragas estiverem caindo sobre a Terra, a porta da graça estará

fechada para sempre, e o Espírito Santo não mais pleiteará nas consciências dos seres huma-

nos.

8. Apocalipse 16:10-11

“E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tene-

broso; e eles mordiam as suas línguas de dor. E por causa das suas dores, e por causa das

suas chagas, blasfemaram do Deus do céu; e não se arrependeram das suas obras”.

Onde foi derramada a quinta praga?

O que aconteceu com o reino da besta?

Cumprindo a ordem divina, o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, o

qual está localizado em Roma, que é conhecida desde a mais remota antiguidade como a

cidade das sete colinas (Apocalipse 17:9). Sobre esse poder, Paulo profetizou o seguinte: “O

qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se as-

sentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (II Tessalonicenses 2:4).

A quinta praga atinge diretamente todas as pessoas que dirigem e participam do governo

da besta. É dito que essas autoridades chegavam a morder as suas línguas de tanta dor que

sentiam sofrendo os efeitos da quinta praga.

O reino que esses líderes políticos-religiosos dirige, se tornou tenebroso com a quinta

praga. O medo, a criminalidade, a depredação e a anarquia passam a dominar o cenário

mundial.

A Palavra de Deus informa que na quinta praga, os dirigentes do trono da besta ainda

estavam sofrendo os efeitos da primeira praga que consistia na “chaga má e maligna”. Isso

significa que o período da queda das pragas é muito curto. Na verdade as sete pragas cairão

durante o período de um ano. Observa-se que muitos que sofreram as consequências da

quinta praga não haviam morrido sob os efeitos das quatro pragas anteriores.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

As sete últimas pragas cairão em diversas regiões do planeta. E, dependendo de sua lo-

calização geográfica, algumas pessoas sentirão seu impacto diretamente, enquanto que ou-

tras pessoas, mais afastadas do local da praga, sentirão seus efeitos de forma mais branda.

Portanto, cada uma das sete pragas não trará destruição imediata ou universal, caso contrário

não haveria ninguém mais para sofrer as consequências das demais pragas.

Com a queda das pragas, aqueles que são mais frágeis, de saúde debilitada e os mais

velhos sucumbirão à morte. E os que possuem uma constituição física mais vigorosa sofre-

rão direta e indiretamente os efeitos de cada uma das pragas. “Enquanto os ímpios estão a

morrer de fome e pestilência, os anjos protegerão os justos, suprindo-lhes as necessidades”

(GC, 629).

Sob a quinta praga é dito que os lideres do trono da besta “não se arrependeram das suas

obras”. Nessas circunstâncias, a falta de arrependimento é natural, uma vez que o Espírito

Santo não mais pleiteia no coração do ser humano. Não há mais oportunidade para salvação.

A porta da graça está fechada desde o início da queda das pragas.

9. Apocalipse 16:12 e 15

“E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-

se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente”.

“Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus vesti-

dos, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas”.

Onde foi derramada a sexta praga?

O que aconteceu com a água do rio Eufrates?

Como Jesus virá?

Com o fim do derramamento da quinta praga sobre o trono da besta, vem o sexto anjo,

que derrama a sua taça carregada de praga “sobre o grande rio Eufrates”, fazendo com que

suas águas se sequem. Essas são as águas sobre as quais Babilônia se acha assentada (Apoca-

lipse 17:1)

Historicamente, o rio Eufrates banhava a cidade de Babilônia. Mas em suas conquistas,

Ciro desviou o curso das águas do Eufrates, secando o leito do rio. E, atravessando esse lei-

to, Ciro marchou com os seus soldados e subjugou a cidade de Babilônia.

Hoje em dia, a cidade de Babilônia não mais existe. Todavia seu nome permanece como

um símile para a Babilônia mística. Ela “é a grande cidade que reina sobre os reis da terra”.

(Apocalipse 17:18). Essa Babilônia mística é identificada na Bíblia Sagrada como sendo a

cidade de Roma.

As águas sobre as quais está assentada a Babilônia mística é um símile de “povos, e

multidões, e nações, e línguas” (Apocalipse 17:15). Com a queda da quinta praga sobre o

trono da besta fica mais do que evidente a todos de que Babilônia não tem aprovação divina.

Portanto, o secamento das águas do Eufrates é um claro sinal de que ela perderá o apoio dos

povos, multidões, nações e línguas que até então a acatavam, sem questionar, as suas deci-

sões (Apocalipse 17:16).

A perda do apoio das nações do mundo, que até então Babilônia possuía, prepara “o

caminho dos reis do Oriente”. Essa expressão indica que Jesus virá da direção do oriente,

acompanhado de milhares de milhares e milhões de milhões de santos anjos: “E eis que a

glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas

águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória” (Ezequiel 43:2).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Nessa praga, Jesus lembra a todos os santos que Ele virá como um ladrão. E todos são

exortados pelo Senhor a vigiar e guardar os seus vestidos. Essas vestes são símiles de um

caráter puro e santo, que deve estar impoluto no dia da segunda vinda de Jesus. Estas vestes

não são literais porque a Bíblia Sagrada diz que os santos “lavaram os seus vestidos e os

branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14).

Os súditos de Babilônia mística, reconhecendo-se perdidos e enganados por tal institui-

ção, queimarão totalmente essa cidade, a qual antes serviam com zelo desmedido (Apocalip-

se 18:8-9).

10. Apocalipse 16:17-18

“E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do

trono, dizendo: Está feito. E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto,

como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra: tal foi este tão grande terre-

moto”.

Onde foi derramada a sétima praga?

O que saiu do templo?

O que houve?

Depois de quase um ano sofrendo os efeitos devastadores da queda das pragas, os habi-

tantes do mundo abrem os seus olhos para o verdadeiro caráter da besta e do seu reino. Mas

é demasiado tarde para qualquer arrependimento. Agora vem o sétimo anjo, e derrama a sua

taça no ar, que é um símile da atmosfera terrestre. Essa camada envolve todo o planeta. Isso

sugere que a sétima praga terá proporções globais.

A partir do trono de Deus, que está localizado no interior do santuário celestial, Jesus

pronuncia a celebre frase: “Está feito”. Com essa sentença o Senhor conclui a segunda fase

do plano da salvação. Na primeira fase, Jesus, suspenso numa cruz, disse: “Está consumado”

(João 19:30). Agora que o Senhor está deixando o céu para retornar à Terra Ele diz: “Está

feito” (Apocalipse 16:17). E na terceira e última fase do plano da salvação, quando Ele res-

tabelecer todas as coisas como era no início dos tempos, também dirá: “Está cumprido”

(Apocalipse 21:6).

Com a queda da sétima praga ocorre “um grande terremoto, como nunca tinha havido

desde que há homens sobre a terra”. Esse terremoto rachou a grande cidade, onde se localiza

o trono da besta, em três partes. E todas as cidades das nações do mundo vieram a ruir sob o

efeito desse grande terremoto, que abalou a estrutura do mundo inteiro. Ilhas inteiras desapa-

receram na fúria de grandes tsunamis e os montes mais altos desmoronaram.

Mal passou o “grande terremoto” e caiu do céu sobre os homens uma “grande saraiva”

de granizo, com pedras pesando aproximadamente quarenta quilos. A devastação provocada

pela chuva de granizo é enorme. Novamente os homens só podem blasfemar de Deus. O

prazo do “decreto de morte”, coincidentemente, terminaria com o derramamento da sétima

praga. Sob essa praga, o sofrido povo de Deus encontra o seu livramento final.

Terminada a sétima praga, todos os homens “verão vir o Filho do homem numa nuvem,

com poder e grande glória” (Lucas 21:27). Então, os santos exclamarão: “Eis que este é o

nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardáva-

mos: na sua salvação gozaremos e nos alegraremos” (Isaías 25:9).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

CONCLUSÃO

11. Apocalipse 14:9-10

“E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a

sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão. Também o tal beberá do vinho

da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com

fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”.

Quem beberá do vinho da ira de Deus?

As sete últimas pragas cairão sobre todas as nações do mundo. Todos que aceitaram o

sinal da besta sofrerão de alguma forma as consequências dessas pragas devastadoras. So-

mente aqueles que recusaram receber o sinal da besta em suas testas ou mão escaparão ileso

às pragas, muito embora não deixem de passar por provações naquele terrível período de um

ano.

“O povo de Deus não estará livre de sofrimento; mas conquanto perseguidos e angustia-

dos, conquanto suportem privações, e sofram pela falta de alimento, não serão abandonados

a perecer” (GC, 634).

Antes que as sete últimas pragas caiam sobre os ímpios, os santos do Altíssimo anuncia-

rão a todos os povos, nações e línguas a condenação divina contra o sinal da besta. Por causa

desse dever, os santos possuem um senso de missão. E, sobre eles, pesa responsabilidade de

pregar ao mundo o “evangelho eterno”, acompanhado da mensagem do terceiro anjo, a qual

condena à segunda morte, todos aqueles que aceitarem o sinal da besta.

Conforme anuncia a mensagem do terceiro anjo, todos que aceitarem o sinal da besta em

sua testa ou em sua mão, também sofrerão as consequências das sete últimas pragas, que

cairão sem a mistura da misericórdia divina. Além disso, todos eles serão condenados a so-

frerem a pena da segunda morte no lago de fogo e enxofre. “Quando Cristo cessar de inter-

ceder no santuário, será derramada a ira que, sem mistura, se ameaçara fazer cair sobre os

que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal” (GC, 632).

12. Apocalipse 18:4

“E ouvi outra voz do céu que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante

dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”.

Antes que caia as pragas que chamado Deus faz?

Diante da devastadora e amarga consequência da queda das sete últimas pragas, o Se-

nhor nosso Deus tem uma mensagem especial de extrema importância para todos aqueles

que estão congregados nas Igrejas que formam a organização religiosa que a Bíblia Sagrada

designa como Babilônia.

Conforme a mensagem de Deus (Apocalipse 14:8; 18:2), as Igrejas chamadas de “Babi-

lônia” estão caídas da luz, razão pela qual estão sendo enganadas por poderosas forças das

trevas. Mas Deus possui nessas Igrejas pessoas sinceras e fiéis que ainda não ouviram o

“evangelho eterno”, e que ainda não compreenderam na íntegra a Palavra de Deus. Elas nada

sabem sobre o sábado bíblico ou sobre o símile do sinal da besta. Boa parte do que elas co-

nhecem são ensinos sem luz, baseados nas sutilezas das filosofias, nas tradições e nas imagi-

nações dos homens. Em alguns casos, ensinos baseados em doutrinas de demônios (I Timó-

teo 4:1).

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Profecias Sobre o Tempo do Fim

Essa é a razão pela qual o Senhor conclama o seu povo a sair do meio de Babilônia: “Sai

dela, povo meu”. Caso eles se recusem a abandonar Babilônia, serão todos condenados pelo

Senhor e considerados participantes dos pecados de Babilônia, incorrendo em suas pragas.

Portanto, se você está em Babilônia, a ordem de Deus para você é a seguinte: “Sai dela, povo

meu”.

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Capítulo 8

Os Cento Quarenta e Quatro Mil

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 7:1-3

“E Depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra,

retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre

o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que

tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o

poder de danificar a terra e o mar. Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as

árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus”.

O que os quatro anjos estavam retendo?

O que tinha o anjo que subiu da banda do Sol?

O que clamou com grande voz aos quatro anjos?

Numa de suas visões, João disse que viu “quatro anjos” postados sobre os “quatro can-

tos da terra”. Estes “cantos da terra” referem-se aos quatro pontos cardeais. João também

afirmou que os quatro anjos estavam retendo os quatro ventos da Terra. Portanto, em cada

ponto cardeal havia um anjo detendo um dos ventos.

Esses quatro anjos tinham por objetivo evitar que qualquer vento soprasse sobre a Terra.

Em profecia “vento” é símile de lutas, guerras, comoções etc (Jeremias 49:36-37; Daniel

7:2). Destarte, concluímos que os quatro anjos estavam evitando uma guerra de proporções

mundiais. E que devido a sua magnitude, ela devastaria a terra, o mar e as árvores.

Disso infere-se que esses anjos possuem o poder de destruir a vida no planeta ao soltar

os ventos das discórdias. O mundo ainda não entrou numa terceira guerra mundial porque

Deus tem uma obra importantíssima para realizar em favor dos Seus servos.

A seguir, João afirmou ter visto um outro anjo subindo da direção do nascimento do Sol,

que é o sentido do Oriente. Esse mensageiro de Deus portava o “selo do Deus vivo”. Tal selo

é identificado nas Escrituras Sagradas como sendo o santo sábado. Ele preenche todos os

requisitos de um selo, posto que indica o nome, o título e o domínio do Legislador.

Esse anjo solitário que subia da banda do Sol nascente também tinha uma mensagem

para os quatro anjos, “a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar”. Se esses quatro

anjos soltassem os quatro ventos, a vida na terra e no mar seria danificada, e a obra de Deus

impedida de propagar-se devido aos tremendos conflitos entre as nações do mundo.

A ordem dada aos quatro anjos é a seguinte: “Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem

as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus”. Portanto,

aos quatro anjos foi dada a ordem para não soltarem os quatro ventos da Terra. Eles não po-

dem permitir que a terra, o mar e as árvores sejam danificados por qualquer conflito mundi-

al.

“Os anjos estão agora retendo os ventos da contenda, até que o mundo seja advertido de

sua vindoura condenação; uma tempestade, porém, se está preparando, preste a irromper

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

sobre a terra, e quando Deus ordenar a Seus anjos que soltem os ventos, haverá tal cena de

conflito que a pena não pode descrever” (Review and Herald, 23 de novembro de 1905).

Os quatro anjos deverão segurar os quatro ventos da terra até que os servos de Deus

estejam assinalados nas suas testas com o selo do Deus vivo. Nessa obra de assinalamento

observam-se os seguintes aspectos: Primeiro, é necessário considerar que serão assinalados

com o “selo do Deus vivo” somente aqueles que previamente estiverem selados pelo Espírito

Santo (Efésios 1:13), razão pela qual são chamados de “servos do nosso Deus”. “Todos os

que recebem o selo devem ser imaculados diante de Deus – candidatos para o céu” (II TS,

71). Segundo, os servos de Deus serão assinalados somente na testa com “o selo do Deus

vivo”. A “testa” é símile da mente, onde se encontra a sede das convicções e decisões. Por-

tanto “o selo do Deus vivo” é recebido conscientemente pelo adorador. Terceiro, dentro do

contexto do versículo analisado, a palavra “assinalar” significa marcar ou distinguir alguém

com um sinal. Portanto, os servos de nosso Deus são assinalados com “o selo do Deus vivo”.

Eles distinguem-se dos adoradores da besta com a marca do sábado, haja vista que o sábado

serve de sinal entre Deus e os Seus servos (Ezequiel 20:12 e 20).

“Um anjo que volta da Terra anuncia que a sua obra está feita; o mundo foi submetido à

prova final, e todos os que se mostraram fiéis aos preceitos divinos recebem ‘o selo do Deus

vivo’. Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial” (GC, 613).

OS “CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL”

2. Apocalipse 7:4

“E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados,

de todas as tribos dos filhos de Israel”.

O que João ouviu?

Qual era o número dos assinalados?

João disse que ouviu o número dos servos de Deus que tinham sido assinalados com o

“selo do Deus vivo”. Eles “eram cento e quarenta e quatro mil assinalados”. A característica

desse grupo é que eles são “os servos do nosso Deus” e todos eles são assinalados com o

“selo do Deus vivo”.

Mas a grande questão que tem sido levantada pelos teólogos é a seguinte: os “cento e

quarenta e quatro mil” são literais ou simbólicos? Em outras palavras, a frase “cento e qua-

renta e quatro mil” está indicando um número taxativo ou figurado de pessoas? Ou seja, tra-

ta-se de um número literal ou simbólico de pessoas?

Para poder responder a essa questão, deve-se levar em consideração o contexto em que

se encontra inserido os “cento e quarenta e quatro mil”. Os “cento e quarenta e quatro mil”

são constituídos por pessoas de “todas as tribos dos filhos de Israel”. Se o número for literal,

isso significa que os “cento e quarenta e quatro mil” são constituídos apenas por israelitas e

de ninguém mais. Portanto, os cristãos gentios estão excluídos desse seleto grupo. Mas como

pode ser somente israelitas, se o anjo disse que serão “assinalado nas suas testas os servos do

nosso Deus”. E, com certeza absoluta, “os servos do nosso Deus” não se restringem somente

aos israelitas (Romanos 6:22; I Pedro 2:16). Portanto o número “cento e quarenta e quatro

mil” não é literal, mas simbólico.

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Profecias Sobre o Tempo do Fim

João disse que “eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos

filhos de Israel”. Ocorre que a Bíblia Sagrada ensina que aqueles que forem assinalados com

o selo do Deus vivo, não receberão o sinal da besta em suas testas ou na mão direita, e isso

não inclui apenas as doze tribos dos filhos de Israel. Mesmo porque a mensagem do terceiro

anjo tem caráter universal e aplica-se de modo indistinto a todas pessoas do planeta Terra:

“E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua

imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão. Também o tal beberá do vinho da ira

de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e

enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro” (Apocalipse 14:9-10). “Quando Jesus

sair do Santuário, os que são santos e justos serão santos e justo ainda; pois todos os seus

pecados estarão apagados, e eles selados com o selo do Deus vivo” (PE, 48).

Os filhos de Israel eram constituídos de doze tribos, as quais não mais existem nos dias

de hoje. A linhagem de cada tribo perdeu-se no tempo. Portanto, João está fazendo uma clara

referência a tribos simbólicas e não literais. Portanto, se as tribos são simbólicas, então os

“cento e quarenta e quatro mil”, por fazerem parte dessas doze tribos simbólicas, também

são simbólicos. Como poderia os “cento e quarenta e quatro mil” serem literais, se as tribos

de que fazem parte não são literais?

A relação de “todas as tribos dos filhos de Israel” apresentada por João é a seguinte:

Judá, Rúben, Gade, Aser, Naftali, Manassés, Simeão, Levi, Issacar, Zebulom, José, Benja-

mim (Apocalipse 7:5-8). Mas a relação real das tribos de Israel é a seguinte: Judá, Issacar,

Zebulom, Rúben, Simeão, Gade, Efraim, Manassés, Benjamim, Dã, Aser, Naftali (Números

10:14-27).

Comparando essas duas relações constata-se que as tribos de “Levi” e “José” nunca

constituíram tribos reais da nação israelita. E a relação apresentada por João omite duas das

tribos, que de fato faziam parte de Israel: “Dã” e “Efraim”. Portanto, fica claro que “todas as

tribos dos filhos de Israel” são simbólicas. E, se as tribos são simbólicas, então os “cento e

quarenta e quatro mil”, por integrarem essas tribos, também são simbólicos e não literais.

Não se trata do Israel literal, mas do espiritual, que hoje em dia encontra-se espalhado por

“todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”.

IDENTIFICAÇÃO DOS “CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL”

3. Apocalipse 7:9

“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de

todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cor-

deiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos”.

O que João olhou e viu?

De que lugares vieram a grande multidão?

A grande multidão estava diante do que?

Logo a seguir, após “ouvir” o número dos assinalados, João também disse que ele

“olhou” e viu de fato quem “eram cento e quarenta e quatro mil assinalados”. Note bem!

Primeiro João ouviu e depois ele viu os “cento e quarenta e quatro mil”.

Portanto, conforme o relato de João, os “cento e quarenta e quatro mil” eram constituí-

dos por “uma multidão, a qual ninguém podia contar”. Diante do exposto, fica claro que a

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Profecias Sobre o Tempo do Fim

frase “cento e quarenta e quatro mil assinalados” não se refere a um número taxativo de pes-

soas, mas trata-se da designação simbólica de “uma multidão”.

Os “cento e quarenta e quatro mil”, que foram assinalados com “o selo do Deus vivo” e

que constituíam “uma multidão” eram provenientes “de todas as nações, e tribos, e povos, e

línguas”. Isso está em harmonia com a mensagem do terceiro anjo, a qual possui um caráter

universal. Aqueles que não receberem o selo de Deus, automaticamente receberão o sinal da

besta em suas testas ou mão direita e estarão condenados. E todos aqueles que receberem o

selo de Deus e estiverem vivos quando Jesus voltar são designados por cento e quarenta e

quatro mil.

“No mar cristalino diante do trono, naquele mar como que de vidro misturado com fogo

– tão resplendente é ele pela glória de Deus – está reunida a multidão dos que ‘saíram vitori-

osos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome’ (Apocalipse

15:2)” (GC, 653).

Essa multidão, a qual ninguém podia contar foi vista diante do trono de Deus, na pre-

sença de Jesus. As pessoas que constituíam essa multidão estavam vestidas de branco. Essa

vestimenta é um símile do caráter puro que os santos possuíam diante de Deus. Eles porta-

vam em suas mãos “palmas”, que é um símile da vitória que obtiveram contra o sinal da

besta. Portanto, os “cento e quarenta e quatro mil” são todos os santos que estiverem vivos

por ocasião da segunda vinda de Jesus Cristo a este mundo.

4. Apocalipse 7:13-15

“E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestidos brancos,

quem são, e donde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os

que vieram de grande tribulação, e lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue

do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu

templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra”.

Que pergunta um dos anciãos fez a João?

O que João disse ao ancião?

Segundo o ancião, de onde veio a grande multidão?

Um dos vinte e quatro anciãos fez duas perguntas cruciais ao apóstolo João. Esse ancião

perguntou “quem são” e “donde vieram” essas pessoas que estavam trajando vestes brancas.

Como João não havia anteriormente visto a grande multidão, mas apenas ouviu o número

dos assinalados com o selo do Deus vivo, razão pela qual o profeta não soube responder à

pergunta do ancião. Destarte, João respondeu que o próprio ancião conhecia a resposta.

Então o ancião disse que essa “multidão” são pessoas que vieram de “grande tribula-

ção”. O vocábulo “tribulação” é sinônimo de “angústia”. E sabemos pelas Escrituras Sagra-

das que haverá um tempo de grande angústia (Jeremias 30:7; Daniel 12:1).

“Ninguém a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é

o de sua experiência... ‘Estes são os que vieram de grande tribulação’ (Apocalipse 7:14)”

(GC, 654). Portanto, os cento e quarenta e quatro mil e a grande multidão são o mesmo gru-

po de pessoas.

Logo após o fechamento da porta da graça, os servos de Deus que estiverem assinalados

com “o selo do Deus vivo” em suas testas passarão por um tempo de tribulação, que é cha-

mado na Bíblia Sagrada de “angústia de Jacó” (Jeremias 30:7). Esse tempo foi chamado pelo

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ancião de “grande tribulação” porque, conforme as Escrituras Sagradas, “haverá um tempo

de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (Daniel 12:1).

Portanto, todos servos de Deus assinalados com “o selo do Deus vivo” passarão pelo

tempo de angústia e não somente uma quantidade limitada e literal de cento e quarenta e

quatro mil israelitas. Mesmo porque “Deus não faz acepção de pessoas. Mas que lhe é agra-

dável aquele que, em qualquer nação, o teme e obra o que é justo” (Atos 10:34-35). “Quando

vier este tempo de angústia, todo caso estará decidido, não mais haverá graça, nem miseri-

córdia para o impenitente. O selo do Deus vivo estará sobre o Seu povo” (II TS, 67).

Segundo o ancião, a grande multidão que saiu vitoriosa durante o período de grande

tribulação, lavaram e purificaram o seu caráter no sangue de Jesus. “Ninguém a não ser os

centos e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência...

Mas foram livres, pois ‘lavaram os seus vestidos, e os branquearam no sangue do Cordeiro’

(Apocalipse 7:14)” (GC, 654). Logo, a grande multidão e os “cento e quarenta e quatro mil”

são duas designações para o mesmo grupo de pessoas.

Foram fiéis à verdade. Por essa razão alcançaram vitória sobre a besta e agora se encon-

tram diante do trono de Deus. Assim diz o Senhor: “quem vencer, herdará todas as coisas; e

eu serei seu Deus, e ele será meu filho” (Apocalipse 21:7).

CARÁTER DOS “CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL”

5. Apocalipse 14:1

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte de Sião, e com ele cento e quarenta

e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome dele e o de seu Pai”.

Onde estava o Cordeiro?

Quem estava com o Cordeiro?

O que os 144.000 tinham em suas testas?

João viu o Cordeiro, que é Jesus Cristo (João 1:36), sobre o “monte de Sião”. Esse mon-

te está localizado em Jerusalém, mas em profecia ele é um símile que designa o local onde se

encontra o governo e o trono de Deus. Mesmo porque é dito que os “cento e quarenta e qua-

tro mil” são “irrepreensíveis diante do trono de Deus” (Apocalipse 14:5).

Observe o que diz a Bíblia Sagrada: “Mas chegastes ao monte de Sião, e à cidade do

Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos” (Hebreus 12:22). Seme-

lhantemente é dito que Lúcifer estava no “monte santo de Deus”, e que foi lançado fora do

“monte de Deus” (Ezequiel 28:14; 16). Lúcifer desejava assentar-se em seu próprio trono no

“monte da congregação” (Isaías 14:13). Também é dito que na nova Terra os animais não

farão mal algum no “santo monte de Deus” (Isaías 65:25).

Portanto, junto ao trono de Deus, estava Jesus e com Ele os “cento e quarenta e quatro

mil”. Estes tinham sido assinalados com o “selo do Deus vivo”. Posteriormente, passaram

pela grande tribulação durante a queda das sete últimas pragas e agora desfrutavam a paz

junto a Jesus.

Deles é dito que tinham escrito em suas testas o nome de Jesus e do Pai. A testa é um

símile da mente, e o nome é um símile para o caráter da pessoa. Deus mudou o nome de

muitas pessoas em conformidade com o caráter que possuíam. Portanto, ter o nome de Jesus

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e do Pai na mente, significa que os “cento e quarenta e quatro mil” possuem gravado em sua

mente o caráter de Deus.

“Nenhum de nós jamais receberá o selo de Deus, enquanto o caráter tiver uma nódoa ou

mácula sequer. Cumpre-nos remediar os defeitos de caráter, purificar de toda a contamina-

ção o templo da alma. Então a chuva serôdia cairá sobre nós, como caiu a temporã sobre os

discípulos no dia de Pentecostes” (II TS, 69).

6. Apocalipse 14:4-5

“Estes são os que não estão contaminados com mulheres: porque são virgens. Estes são

os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram

comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou en-

gano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus”.

Por que os 144.000 não estão contaminados com mulheres?

Por que são virgens?

Dentre quem foram comprados?

Diante do que são irrepreensíveis?

A Bíblia Sagrada diz que os “cento e quarenta e quatro mil” não estão contaminados

com mulheres. Em profecia “mulher” é símile de igreja. Portanto, os “cento e quarenta e

quatro mil” não serão contaminados com doutrinas de outras igrejas. Eles jamais se unirão

com outras denominações religiosas, posto que possuem a consciência de que eles são a “luz

do mundo” e constituem a verdadeira Igreja.

Também é dito que os “cento e quarenta e quatro mil” são virgens. Isso significa que

eles, como constituintes da verdadeira igreja, nunca se contaminaram com nenhuma outra

denominação religiosa. Eles permanecerão puros em sua fé e convicções doutrinárias. Por

professarem uma fé pura, manterão impolutas as doutrinas bíblicas que aprenderam e ensi-

nam.

Nos últimos dias a tendência generalizada no meio da cristandade será a união de igre-

jas, mas os servos de Deus não se deixarão contaminar por nenhuma igreja ou doutrina que

seja estranha à Palavra de Deus. Eles, e somente eles, constituem a “igreja gloriosa, sem má-

cula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5:27).

É dito que os “cento e quarenta e quatro mil” “seguem o Cordeiro para onde quer que

vai”. Eles constituirão um séquito especial que acompanharão a Jesus em todos os lugares.

Eles servem a Jesus “de dia e de noite no seu templo” (Apocalipse 7:15).

Os “cento e quarenta e quatro mil” foram comprados dentre os homens como primícias

para Deus e para Jesus. Isso significa que os “cento e quarenta e quatro mil” foram resgata-

dos dentre os vivos como os primeiros frutos da vida eterna. “Estes, tendo sito trasladados da

Terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro” (GC, 654).

Os “cento e quarenta e quatro mil” alcançaram um caráter puro e santo quando “lavaram

os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro”. Deles é dito que na sua boca não

se achou nenhuma forma de engano (mentira, falso testemunho, ardil, dolo ou coisas seme-

lhantes). Eles são irrepreensíveis diante do trono de Deus. Nada há em seu caráter que os

desabone.

Os “cento e quarenta e quatro mil” são a símile para a “grande multidão”. Tanto é ver-

dade que a mesma coisa que o Apocalipse diz a respeito dos “cento e quarenta e quatro mil”,

também diz “da grande multidão”. Eles estavam “diante do trono de Deus”, e eram irrepre-

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ensíveis porque lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro (Apoca-

lipse 7:14-15).

“‘Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai.’ ‘Estes, tendo sido trasla-

dados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro.’

Apocalipse 7:14; passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve

nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó; permaneceram sem intercessor

durante o derramamento final dos juízos de Deus. Mas foram livres, pois ‘lavaram os seus

vestidos, e os branquearam no sangue do Cordeiro.’ ‘Na sua boca não se achou engano; por-

que são irrepreensíveis diante de Deus’” (GC, 654).

LOUVOR DOS “CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL”

7. Apocalipse 14:2-3

“E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande tro-

vão; e uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um como cântico

novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender

aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra”.

Que instrumento João ouviu tocar no céu?

Quem somente podia aprender o novo cântico?

João ouviu uma potente voz vinda do céu. O som dessa voz era retumbante. Ela foi

comparada por João ao som de muitas águas ou ao som de um grande trovão.

Do meio desse som extremamente possante, o profeta também pode ouvir a voz de har-

pistas, que tangiam as suas harpas. Esses harpistas eram os “cento e quarenta e quatro mil”

(Apocalipse 14:1), que saíram vitoriosos do sinal da besta. Agora, eles encontravam-se dian-

te do trono de Deus e cantavam um cântico novo. Naquele momento estavam presentes os

anciãos, que são em número de vinte e quatro (Apocalipse 4:4). Também estavam presente

os “quatro animais”. Esses quatro animais possuem seis asas (Apocalipse 4:8) e são símiles

de quatro serafins, uma vez que os serafins possuem seis asas (Isaías 6:2) e os querubins

quatro asas (Ezequiel 1:6; 10:14).

João diz que ninguém podia aprender aquela nova canção, a não ser os “cento e quarenta

e quatro mil”, que foram resgatados vivos dentre os habitantes da Terra. Somente eles podi-

am apreender com todos os seus sentimentos aquela música, porque ela representa a sua ex-

periência pessoal no tempo da “angústia de Jacó”. Naquele tempo a porta da graça estará

fechada e as pragas estarão caindo sobre aqueles que tiverem o sinal da besta. Então o mun-

do inteiro se insurgirá contra os “cento e quarenta e quatro mil”, produzindo um decreto de

morte. A experiência que eles passarão será singular, mas serão excepcionalmente eles quem

passarão por ela e ninguém mais.

8. Apocalipse 15:3-4

“E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:

Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-poderoso! Justos e verdadei-

ros são os teus caminhos, ó Rei dos santos. Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnifica-

rá o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante

de ti, porque os teus juízos são manifestos”.

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Que dois cânticos os 144.000 cantavam?

Os “cento e quarenta e quatro mil” são todos os santos que saíram vitoriosos do sinal da

besta. Quem não sair vitorioso do sinal da besta será condenado a sofrer as sete últimas pra-

gas e a segunda morte no lago de fogo (Apocalipse 8:10-11). Quem aceitar o sinal da besta

não poderá constituir os “cento e quarenta e quatro mil”.

Todos os servos de Deus estarão assinalados com o “selo do Deus vivo” (Apocalipse

7:2-3). Nenhum deles receberá o sinal da besta. E todos que são assinalados com o selo de

Deus são chamados de “cento e quarenta e quatro mil”. Quem não tiver o “selo do Deus vi-

vo” não fará parte dos “cento e quarenta e quatro mil”. Por essa razão pode-se afirmar com

absoluta certeza que “cento e quarenta e quatro mil” trata-se de um número simbólico e não

de um número literal, e que se refere a todos que estarão vivendo no período em que a porta

da graça estiver fechada.

Junto ao trono de Deus, localizado diante do mar de vidro, estavam os “cento e quarenta

e quatro mil”, tangendo as suas harpas. Eles cantavam um novo cântico. “É o hino de Moisés

e do Cordeiro – hino de livramento. Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil,

pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência – e nunca ninguém teve experiência

semelhante” (GC, 654).

O cântico de Moisés representa a libertação da opressão física sofrida pelos “cento e

quarenta e quatro mil” durante o período da queda das sete últimas pragas. E o cântico do

Cordeiro, representa a libertação espiritual no tempo de angústia de Jacó. O cântico de Moi-

sés remete nossos pensamentos para a lei, enquanto que o cântico do Cordeiro remete nossos

pensamentos para a graça.

O cântico dos “cento e quarenta e quatro mil” fala do poder, da justiça e do governo de

Deus como base do reconhecimento de que somente o Senhor é santo e digno de louvor e

adoração. O cântico dessa grande multidão magnífica a Deus pelas maravilhas de Suas

obras. Glorifica ao Senhor pela justiça e verdade de Seus caminhos. O Senhor também é

exaltado como o “Rei dos santos”. Por essas razões, aqueles harpistas em seu cântico fazem

a seguinte pergunta: “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome?” Então

eles acrescentam que somente o Senhor é santo. Por isso todas as nações se prostrarão diante

do Senhor.

TRIBULAÇÃO

9. Apocalipse 14:9-10

“E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a

sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão. Também o tal beberá do vinho

da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com

fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”.

O que beberá aquele que receber o sinal da besta?

Os santos do Altíssimo são todos aqueles que serão assinalados com o “selo do Deus

vivo”. “Os que hão de receber o selo do Deus vivo e ser protegidos, no tempo de angústia,

devem refletir completamente a imagem de Jesus” (PE, 70). Os santos não aceitam de forma

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alguma o sinal da besta, mas se opõem a ele e também resistem à organização política-

religiosa, que caracteriza a união da besta e de sua imagem.

Esses fiéis servos de Deus possuem uma formidável mensagem para o mundo. Mas a

sua mensagem é totalmente contrária à vontade dos líderes das nações do mundo. Enquanto

o mundo caminha com o objetivo de estabelecer a obrigatoriedade do sinal da besta, a men-

sagem de Deus condena severamente todos aqueles que receberem tal sinal em suas testas ou

em sua mão.

Conforme ensina as Escrituras Sagradas, qualquer pessoa que receber o sinal da besta

em sua testa ou em sua mão em detrimento ao sinal de Deus sofrerá as consequências das

sete últimas pragas, que cairão sobre a face da Terra, sem a mistura da misericórdia de Deus.

Além disso, serão terminantemente condenadas no juízo executivo e consumidas no lago de

fogo e enxofre, que é a segunda morte (Apocalipse 20:14; 21:8). Sendo que tal evento será

testemunhado por Jesus e pelos santos anjos de Deus.

Quando a mensagem do terceiro anjo tiver sido pregada no mundo inteiro, em testemu-

nho a todos os servos de Deus; e quanto todos tiverem feitos as suas respectivas escolhas,

então haverá somente dois grupos de pessoas no mundo: os que receberam o sinal da besta

em sua testa ou mão direita e os que foram assinalados com “o selo do Deus vivo”. Somente

então os “cento e quarenta e quatro mil” estarão formados e preparados para o tempo de an-

gústia que se seguirá com o fechamento da porta da graça.

10. Apocalipse 14:12

“Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de

Deus e a fé de Jesus”.

Em contraste com o sinal da besta o que os santos guardam?

Todos servos de Deus serão assinalados com o “selo do Deus vivo”. E os assinalados

são chamados na Bíblia Sagrada de “cento e quarenta e quatro mil”. Ninguém será assinala-

do com o selo do Deus vivo sem constituir os “cento e quarenta e quatro mil”. Quem não for

assinalado com o “selo do Deus vivo” receberá o sinal da besta em sua testa ou mão direita.

Os “cento e quarenta e quatro mil” são os santos que estarão habitando na face da Terra

nos últimos instantes da história do mundo. Eles estarão vivendo no período que antecede ao

fechamento da porta da graça, ocasião em que a pregação do evangelho estará sendo conclu-

ída no planeta. Eles constituirão a Igreja de Deus, num mundo apostatado da verdade e caído

da luz da verdade.

Eles pregarão com grande poder a mensagem do terceiro anjo num tempo de grande

apostasia que grassará no mundo inteiro. A terra inteira será iluminada com a glória dessa

mensagem. E todos que se decidirem a favor da mensagem do terceiro anjo constituirão os

“cento e quarenta e quatro mil”; somente eles representarão a verdadeira igreja, que passará

incólume pelo período da queda das sete últimas pragas.

As organizações seculares e religiosas estarão trabalhando para impor ao mundo o sinal

da besta. Nesse tempo de provação, os servos de Deus deverão ter paciência para suportar as

adversidades e perseguições. Eles são tidos como santos, porque estão santificados na verda-

de (João 17:17). A Bíblia Sagrada os identifica como sendo aqueles que guardam os man-

damentos de Deus, portanto eles guardam o sábado – o selo do Deus vivo. Eles também

guardam a fé de Jesus, o que permite identificá-los como cristãos.

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CONCLUSÃO

11. Apocalipse 15:2

“E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos da

besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar

de vidro, e tinham as harpas de Deus”.

Do que saíram vitoriosos os que tinham harpas de Deus?

Passado o conflito provocado pela pregação da mensagem do terceiro anjo, decorrido o

“tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (Daniel

12:1) e terminado o fragor da batalha contra as trevas morais e espirituais do mundo, os

“cento e quarenta e quatro mil” são vistos junto ao mar de vidro.

O mar de vidro está localizado diante do trono de Deus (Apocalipse 4:6). João disse que

viu algo “como mar de vidro misturado com fogo”. Em outro lugar João descreve o mar de

vidro como “semelhante ao cristal” (Apocalipse 4:6). O profeta Daniel descrevendo o mar de

vidro disse o seguinte: “um rio de fogo manava e saía de diante dele” (Daniel 7:10). O profe-

ta Ezequiel falando de Lúcifer, disse o seguinte: “no monte santo de Deus estavas, no meio

das pedras afogueadas andavas” (Ezequiel 28:14). O monte santo de Deus é um símile para o

lugar onde se encontra o trono de Deus. E as pedras “afogueadas” é uma referência ao mar

de vidro misturado com fogo. Esses três profetas estão falando da mesma coisa, mas empre-

gando diferentes termos. Eles falam do local onde se encontra o trono de Deus e todos eles

fazem referência ao fogo que há nesse local.

João disse que viu junto ao mar de vidro aquelas pessoas que saíram vitoriosas da impo-

sição do sinal da besta. Eles são os “cento e quarenta e quatro mil”, que foram assinalados

com o selo do Deus vivo (Apocalipse 7:4). Esses vitoriosos agora se encontram junto ao mar

de vidro, diante do trono de Deus. Eles “tinham as harpas de Deus”. Portanto, trata-se de

uma clara referência aos “cento e quarenta e quatro mil”, que são os “harpistas, que tocavam

com as suas harpas e cantavam um como cântico novo diante do trono” (Apocalipse 14:2-3).

12. Apocalipse 20:4

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as al-

mas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus e que

não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em

suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos”.

As almas de quem foram vistas por João?

João observou no céu vários tronos e também viu pessoas sentando-se sobre esses tro-

nos. Elas receberam de Deus autoridade para julgar (Daniel 7:22). Esse julgamento ocorrerá

durante o milênio. É o chamado julgamento comprobatório, onde será aplicada a pena que os

pecadores deverão sofrer no juízo executivo. A respeito desses pecadores, está escrito:

“aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse

20:15).

João disse que viu “almas”. A palavra “alma” na Bíblia Sagrada significa “pessoa”. Por-

tanto, o apóstolo viu várias classes de pessoas sentadas nos tronos. Ele viu aqueles que havi-

am sido degoladas por causa do Testemunho de Jesus, que é o “Espírito de Profecia” (Apo-

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calipse 19:10). João viu sentados sobre tronos de juízes os mártires de todas as épocas que

deram a sua vida pelas verdades eternas da Palavra de Deus.

O profeta viu sentadas nos tronos de juízes, as pessoas que não receberam o sinal da

besta em suas testas nem em sua mão, portanto, ele está falando de pessoas santas que esta-

rão vivendo após o fechamento da porta da graça. Essas pessoas são aquelas que guardam os

mandamentos de Deus e a fé de Jesus (Apocalipse 14:12). E no final da história do mundo,

elas constituirão os “cento e quarenta e quatro mil assinalados”, que passarão pelo tempo de

angústia de Jacó e sairão vitoriosas do sinal da besta.

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Capítulo 9

A Ressurreição Especial

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 16:15

“Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus vesti-

dos, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas”.

Como Jesus disse que viria?

Quem é bem-aventurado?

Jesus voltará segunda vez num momento da história do mundo em que os homens esta-

rão totalmente despreocupados e despreparados. A fé, na verdade, será tão escassa, que Jesus

foi levado a declarar: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na ter-

ra?” (Lucas 18:8).

A vinda do Filho do homem será inesperada. Pois o Senhor mesmo comparou a Sua

vinda como a vinda do ladrão, que vem à noite para roubar aqueles que são negligentes em

vigiar seus pertences e sua casa.

O Senhor considera feliz aquele que estiver vigiando e guardando “os seus vestidos”.

Não se trata de vestes literais, pois todos os verdadeiros seguidores de Jesus “lavaram os

seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14).

Destarte, Jesus espera que os santos, mediante a graça de Deus, conservem o seu caráter

puro de qualquer mancha do pecado. É Seu desejo retornar a este mundo e encontrar os Seus

santos aguardando-O em santidade, e não vivendo na imundícia do pecado. “Para a apresen-

tar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e

irrepreensível” (Efésios 5:27).

Eles devem viver santificados na verdade (João 17:17). O Senhor não quer ver os Seus

filhos andando na transgressão dos mandamentos de Deus, expondo dessa forma os seus

pecados e a vileza de um caráter corrompido e escravo do pecado.

2. Apocalipse 1:7

“Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e

todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”.

Quantos olhos verão a Jesus?

Até mesmo quem verá a Jesus?

Quando Jesus aparecer nas nuvens do céu, acompanhado com milhares de milhares e

milhões de milhões de santos anjos, então “todo o olho o verá”. Todos aqueles que estiverem

vivos naquele grande dia do Senhor “verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do

céu, com poder e grande glória” e “todas as tribos da terra se lamentarão” (Mateus 24:30).

Os pecadores e os ímpios de todas as nações do mundo irão se lamentar amargamente.

Eles recusaram terminantemente o sinal de Deus (sábado) e aceitaram seguir o caminho lar-

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go e espaçoso do sinal da besta (domingo). Perseguiram aqueles “que guardam os manda-

mentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 12:17). E, agora, com a

presença de Cristo nas nuvens do céu, reconhecem que estiveram lutando contra Deus na

pessoa dos seus santos e por isso sabem e sentem que estão perdidos e condenados.

Naquele terrível dia, todos os ímpios e pecadores procurarão esconder-se nas rochas e

cavernas das montanhas, que resultaram do grande terremoto que se abateu sobre a Terra

(Apocalipse 16:18). Atemorizados e aterrorizados pela presença espantosa do Senhor (Isaías

2:19), os pecadores suplicam para que os montes e os rochedos caiam sobre eles para que

não tenham que ver a face do Senhor em Seu trono de glória (Apocalipse 6:17).

O retorno de Jesus a este planeta será um evento fabuloso e faustoso. Até mesmo aque-

las pessoas “que O traspassaram” verão Jesus retornando a este mundo sentando no trono de

Sua glória. As pessoas que O traspassaram são aquelas que condenaram Jesus à morte na

cruz. Mas a pergunta que se faz é a seguinte: se essas pessoas estão mortas há, aproximada-

mente, dois milênios, então como elas poderão ver Jesus vindo nas nuvens do céu? Bem!

Deixemos que a própria Bíblia Sagrada responda a essa pergunta.

RESSURREIÇÃO DOS QUE TRASPASSARAM

3. Marcos 14:60-62

“E, levantando-se o sumo sacerdote no sinédrio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada res-

pondes? Que testificam estes contra ti? Mas ele calou-se, e nada respondeu. O sumo sacer-

dote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? E Jesus

disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vin-

do sobre as nuvens do céu”.

Quem o sumo sacerdote verá?

Era quinta-feira e o dia terminara com o pôr-do-sol. A sexta-feira estava tendo o seu

início com o surgimento das primeiras estrelas no céu. Naquela noite, Jesus foi preso e leva-

do ao sumo sacerdote Anás. Posteriormente foi conduzido ao sinédrio judaico para uma au-

diência preliminar com o sumo sacerdote Caifás. Falsas testemunhas depuseram contra o

Senhor.

Como Jesus permanecia em silêncio diante de seus acusadores, o sumo sacerdote Caifás

solicitou uma resposta do Senhor sobre aquelas acusações. Mas Jesus achou por bem ficar

em silêncio, pois sabia que aquela audiência era uma farsa armada pelos sacerdotes, escribas

e anciãos para condená-lo à morte.

O sumo sacerdote, refazendo a pergunta, solicita de Jesus uma resposta mais direta: “És

tu o Cristo, Filho do Deus Bendito?” A resposta de Jesus foi extraordinária. O Senhor res-

pondeu a pergunta de Caifás, afirmando: “Eu o sou”. Naquela audiência, realizando no siné-

drio judaico, diante das mais altas autoridades religiosas da Judéia, Jesus testemunhou a to-

dos os presentes, de que Ele realmente era “o Cristo, Filho do Deus Bendito”.

Além de confirmar a Sua origem divina, Jesus ainda acrescentou à Sua resposta uma

profecia espantosa. Ele afirmou que Caifás veria a Jesus “assentado à direita do poder de

Deus, e vindo sobre as nuvens do céu”. Mas como pode tal fato ocorrer tendo em vista que

Caifás faleceu aproximadamente há dois mil anos, e até o presente momento Jesus ainda não

retornou na Sua segunda vinda sobre as nuvens do céu? Muito bem! Dentro do universo bí-

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blico, a única resposta possível para essa pergunta é que Caifás ressuscitará pouco antes do

retorno do Senhor a este mundo para poder vê-lo “vindo sobre as nuvens do céu”. Desse

modo, se cumprirá a profecia que diz: “Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até

os mesmos que o traspassaram” (Apocalipse 1:7).

4. João 19:33-37

“Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um

dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele que o viu

testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que tam-

bém vós o creiais. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Ne-

nhum dos seus ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspas-

saram”.

Quem os soldados romanos verão?

Para acelerar a morte dos criminosos condenados à crucifixão, as autoridades romanas

costumavam quebrar-lhes as pernas enquanto encontravam-se cravados na cruz. Com as per-

nas quebradas, os sentenciados não tinham como se apoiar; com isso sua caixa torácica não

conseguia se expandir e, em consequência, o crucificado morria sufocado.

Em cumprimento das profecias anunciadas nas Escrituras Sagradas (Mateus 5:17-18),

Jesus teve as Suas mãos e os Seus pés cravados numa cruz. “Pois me rodearam cães: o ajun-

tamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as mãos e os pés” (Salmos 22:16).

Tendo as mãos e os pés traspassados pelos cravos romanos, Jesus permaneceu agoni-

zando na cruz durante seis longas horas, durante as quais Ele foi contemplado pelos mais

diversos malfeitores que O condenaram à morte, e que tinham vindo especialmente para pre-

senciarem a Sua crucifixão.

Às quinze horas Jesus faleceu (Marcos 15:34). Quando os soldados romanos foram que-

brar as pernas dos crucificados, notaram que o Senhor já estava morto, razão pela qual as

Suas pernas não foram quebradas. Com teve cumprimento a profecia do símile do cordeiro

da páscoa, que apontava para Jesus, “o Cordeiro de Deus” (João 1:36), que é a nossa páscoa

(I Coríntios 5:7). Sobre o cordeiro da páscoa, tal símile afirma que: “não quebrarão osso al-

gum” (Números 9:12).

Apesar de Jesus encontrar-se morto, um dos soldados romanos, contrariando o costume

de quebrar somente as pernas dos sentenciados, resolveu traspassar uma lança no franco do

Senhor. Na mesma hora saiu sangue e água, indicando claramente que Jesus morreu pelo

rompimento de uma artéria do coração.

A atitude impensada do soldado romano em traspassar o corpo de Jesus com uma lança

foi interpretada pelo apóstolo João como sendo o cumprimento de uma profecia bíblica:

“Verão aquele que traspassaram”. Essa profecia, como apresentada por João, indica clara-

mente que os soldados romanos envolvidos na crucifixão do Senhor “verão aquele que tras-

passaram”.

Como esses soldados morreram aproximadamente há dois mil anos e Jesus ainda não

retornou, isso significa que os soldados terão que ressuscitar antes do retorno de Jesus, para

que possam ver Aquele a quem crucificaram. Desse modo, se cumprirá a profecia que diz:

“Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram” (Apo-

calipse 1:7).

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5. Zacarias 12:10

“E sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de

graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem

pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente

pelo primogênito”.

O que farão os habitantes de Jerusalém?

O apóstolo João fez uma citação do Antigo Testamento, a qual ele traduziu para o grego

como: “verão aquele que traspassaram” (João 19:37). No Antigo Testamento só existe uma

profecia fazendo referência à passagem mencionada por João. Essa profecia foi anunciada

por Zacarias e afirma o seguinte: “olharão para mim, a quem traspassaram” (Zacarias 12:10).

Não existe mais nenhuma outra passagem semelhante no Antigo Testamento, que João pu-

desse ter usado para fazer referência ao fato.

Em harmonia com a citação do apóstolo João e com a profecia de Zacarias fica claro

que, sobre os descendentes de Davi, bem como sobre os habitantes de Jerusalém, o Senhor

derramará o “Espírito de graça e de súplicas”. Após o que, todos eles olharão para Jesus, a

quem traspassaram.

Isso significa que os habitantes de Jerusalém e os descendentes da casa Davi, que vive-

ram na época de Jesus, e que direta ou indiretamente foram responsáveis pela morte do Se-

nhor, ressuscitarão para contemplarem Jesus “vindo sobre as nuvens do céu” (Marcos

14:62).

Segundo o Senhor, eles “olharão para mim, a quem traspassaram”. Ao reconhecerem

que Jesus é o Senhor da glória a quem mataram, então, com Espírito de graça e súplica cho-

rarão como quem chora pela morte de seu único filho.

O profeta Zacarias enfatiza o fato de que eles chorarão amargamente por ter traspassado

a Jesus, do mesmo modo como alguém chora amargamente pela perda do seu primeiro filho.

Dessa forma se cumprirá a profecia que diz: “Eis que vem com as nuvens e todo o olho o

verá, até os mesmos que o traspassaram” (Apocalipse 1:7).

RESSURREIÇÃO ESPECIAL DOS JUSTOS

6. Daniel 12:2

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão uns para a vida eterna, e ou-

tros para vergonha e desprezo eterno”.

O que ocorrerá com alguns mortos?

O profeta Daniel, vaticinando sobre a ressurreição, diz que “muitos dos que dormem no

pó da terra ressuscitarão”. O vocábulo “muitos”, não quer dizer “todos”. Isso restringe a res-

surreição para apenas algumas pessoas, tratando-se, portanto, de uma ressurreição especial.

O que está em harmonia com os três textos anteriormente apresentados neste estudo.

Mas o profeta Daniel está fazendo referência a duas espécies de ressurreições especiais:

(1ª) ressurreição da vida e (2ª) ressurreição para vergonha e desprezo eterno. Isso significa

que dois grupos de pessoas ressuscitarão antes da vinda do Senhor.

Sabemos que aqueles que ressuscitarão “para vergonha e desprezo eterno” são as pesso-

as que estiveram envolvidas direta ou indiretamente com a morte de Cristo, pois está profeti-

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zado que eles “verão aquele que traspassaram” (João 19:37). Isso está em perfeita harmonia

com o que o Senhor disse a Caifás: “vereis o Filho do homem assentado à direita do poder

de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu” (Marcos 14:62). Mas então, quem são as pessoas

que participarão da ressurreição especial para a vida eterna? Vamos deixar que a própria

Bíblia Sagrada responda a essa pergunta.

7. Apocalipse 14:13

“E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde

agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito para que descansem dos seus trabalhos, e as

suas obras os sigam”.

Quem são os mortos bem-aventurados?

O versículo mencionado encontra-se inserido dentro do contexto da mensagem do ter-

ceiro anjo (Apocalipse 14:9-13). Essa mensagem começou a ser anunciada após ter decorri-

do o período de “duas mil e trezentas tardes e manhãs” (Daniel 8:14). Tal versículo também

se encontra localizado logo após o Senhor ter identificado os santos, como sendo os “que

guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). A seguir, o apóstolo

João disse que ouviu uma voz do céu dizendo: “Bem-aventurados os mortos que desde agora

morrem no Senhor”. O vocábulo “bem-aventurado” quer dizer feliz, afortunado, ditoso, ven-

turoso etc.

Mas por que somente aqueles que morrem “desde agora” são bem-aventurados? Por que

somente aqueles que morrem dentro da mensagem do terceiro anjo são bem-aventurados? O

que eles possuem de especial que os demais mortos desde Adão e Eva não possuem? Por

que eles são tidos por bem-aventurados? O que eles receberão de especial que os demais

justos mortos, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e outros não receberão? A resposta é

muito simples. Quando ocorrer a ressurreição especial, pouco antes da vinda do Senhor, to-

dos os fiéis que morreram na fé depois das “duas mil e trezentas tardes e manhãs” ressuscita-

rão para a vida eterna, juntamente com aquelas pessoas que traspassaram o Senhor Jesus

Cristo.

“Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorifica-

dos, para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardam a Sua lei”.

E “os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de

Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida

aos fiéis e obedientes” (GC, 643).

Portanto, dentro da ressurreição especial haverá dois grupos distintos de pessoas. Os

santos, que morreram debaixo da mensagem do terceiro anjo, ressuscitarão para a vida eter-

na. E na mesma ocasião, aqueles que traspassaram a Jesus, ressuscitarão para vergonha e

desprezo eterno. Que fique bem claro: esse dois grupos de pessoas ressuscitarão antes do

retorno de Jesus à Terra. E, ambos os grupos, contemplarão o Senhor vindo “com as nuvens”

(Apocalipse 1:7).

Os justos que “desde agora morrem no Senhor” são considerados “bem-aventurados”

porque ao morrerem passam a descansar de seus trabalhos na causa do Senhor. E, muito em-

bora estejam mortos, suas obras seguem adiante, mantendo acesa a chama da verdade pre-

sente aos futuros habitantes do planeta.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

EVENTOS FINAIS

8. Apocalipse 16:21

“E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento; e

os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva: porque a sua praga era

mui grande”.

O que cairá sobre os homens?

Os santos que morreram antes da porta da graça se fechar, durante o período da terceira

mensagem angelical, ressuscitarão no início da sétima praga. Na sétima praga, haverá “um

grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra: tal foi este

tão grande terremoto” (Apocalipse 16:18).

Com esse grande terremoto, as sepulturas dos santos, que guardaram os mandamentos

de Deus e a fé de Jesus (Apocalipse 14:12) se abrirão, e eles sairão das sepulturas glorifica-

dos, incorruptíveis e imortais para contemplarem a glória do Senhor. Também se abrirão as

sepulturas daqueles que traspassaram a Jesus, e eles ressuscitarão com a mesma aparência

que possuíam quando morreram, e também contemplarão a Jesus vindo sobre as nuvens do

céu.

Esse grande terremoto abalará toda a estrutura do planeta Terra. Furacões, Tsunamis e

Maremotos devastarão a Terra. Ilhas inteiras desaparecerão debaixo das águas do mar. Todos

os montes desaparecerão, formando grandes cavernas na Terra.

Com a alteração da natureza, a seguir, cairá do céu uma grande chuva-de-pedra – grani-

zo pesando aproximadamente quarenta quilos. E a única resposta dos ímpios contra esse

fenômeno será blasfemar de Deus.

9. Mateus 24:30

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se la-

mentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande

glória”.

O que aparecerá no céu?

Como Jesus virá?

Com o fim da sétima praga, os habitantes do mundo, juntamente com aqueles dois gru-

pos que passaram pela ressurreição especial, presenciarão “no céu o sinal do Filho do ho-

mem”.

Na distância, esse sinal aparecerá como num ponto do tamanho do punho da mão de um

homem, o qual se aproximará cada vez mais da Terra. Então todos contemplarão Jesus Cris-

to vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. Ao redor do Senhor há milhares

de milhares e milhões de milhões de anjos resplandecente como o relâmpago.

O Senhor disse que “todas as tribos da terra se lamentarão”. Isso ocorrerá porque os

homens recusaram receber a verdade da mensagem do “evangelho eterno”. Jesus vaticinou

que o evangelho será pregado em todo o mundo em testemunho a todas as gentes. Concomi-

tantemente, a mensagem do “evangelho eterno” exige que os homens também sejam adverti-

dos contra o sinal da besta.

Com a pregação do “evangelho eterno”, a verdadeira natureza espírita das igrejas pente-

costais e o mundanismo das igrejas protestantes ficarão patentes aos olhos do mundo (Apo-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

calipse 18:2). Os verdadeiros filhos de Deus que se encontram nessas igrejas caídas da luz da

verdade (Apocalipse 14:8) são chamados para saírem de suas denominações de trevas espiri-

tuais, as quais querem se passar pela igreja de Deus (Apocalipse 18:4). Mas, apesar de todo

esse esforço evangelístico, as nações do mundo decidirão seguir o sinal da besta, em detri-

mento ao sinal de Deus.

Mas, quando Jesus aparecer nas alturas do céu, será tarde demais para arrependimento.

A porta da graça estará fechada. Agora, o Senhor virá em glória “para fazer juízo contra to-

dos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impi-

amente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele”

(Judas 1:15).

10. Apocalipse 6:14

“E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram remo-

vidos dos seus lugares”.

O que acontecerá o céu e com os montes e ilhas?

Quando o Senhor aparecer com poder e grande glória nas nuvens do céu, acompanhado

por milhares de milhares e milhões de milhões de anjos resplandecentes, o céu se retirará

como um livro que se enrola. A respeito desse evento faustoso, o profeta Isaías profetizou o

seguinte: “e os céus se enrolarão como um livro” (Isaías 34:4).

O “livro que se enrola” refere-se aos manuscritos que os antigos redigiam em papiro ou

pergaminho e guardavam enrolados num bastão cilíndrico. Quando eram desenrolados ti-

nham a tendência de retornar à sua situação anterior, voltando a se enrolar.

Esse versículo também fala dos montes e das ilhas que foram removidas dos seus luga-

res naturais. Conforme versículos anteriores, constatamos que ocorrerá “um grande terremo-

to, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra: tal foi este tão grande ter-

remoto” (Apocalipse 16:18). Sua violência será tão grande, que os montes e as ilhas serão

removidas de suas posições geográficas e muitas desaparecerão nas profundezas das águas.

11. Joel 2:10

“Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as

estrelas retirarão o seu resplendor”.

O que acontecerá com os astros celestes?

Joel profetizou que quando o Senhor retornar “diante dele tremerá a terra”. Esta impres-

sionante profecia também foi anunciada por Isaías: “a terra se moverá do seu lugar” (Isaías

13:13).

Portanto, com a ocorrência do “grande terremoto, como nunca tinha havido desde que

há homens sobre a terra” (Apocalipse 16:18), o planeta será abalado, sofrendo o deslocamen-

to de alguns graus de sua órbita.

Como consequência imediata desse fenômeno, a profecia anunciada por Jesus Cristo,

terá o seu pleno cumprimento: “e as potências dos céus serão abaladas” (Mateus 24:29). A

mesma profecia também foi anunciada por Joel nos seguintes termos: “abalar-se-ão os céus”.

O profeta Isaías também anunciou: “pelo que farei estremecer os céus” (Isaías 13:13). Con-

siderando a Terra como um referencial, então quando ela se mover do seu lugar, o movimen-

to aparente dos astros, aos olhos dos homens, parecerá sofrer uma violenta alteração.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No dia em que Jesus voltar a este mundo, o Sol não nascerá, a Lua e as estrelas deixarão

de brilhar. As fontes geradoras de energia elétrica estarão totalmente destruídas pelo grande

terremoto. Naquele dia os homens olharão para o céu, que estará totalmente escuro e verão

apenas um pequeno ponto luminoso na distância. É Jesus retornando à Terra com poder e

grande glória.

CONCLUSÃO

12. Apocalipse 8:1

“E havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora”.

Por quanto tempo durou o silêncio no céu?

Quando o último dos sete selos for aberto, haverá no terceiro Céu (II Coríntios 12:2) um

silêncio absoluto. Mas qual é o significado desse evento? Que importância tem esse silêncio

para os homens?

Bem! Se esse silêncio tem uma duração limitada, isso significa que, excluindo essa situ-

ação, o natural é não haver silêncio no Céu. Na realidade o Céu é um local de alarido, ativi-

dades, louvores, cânticos, som de trombetas, som de harpas, vozes de anjos etc.

Esse silêncio significa que o Céu ficará totalmente vazio por quase meia hora. Isso acon-

tecerá porque Jesus sairá do céu para voltar à Terra (I Ts 4:16) e todos os santos anjos O

acompanharão nesse grandioso evento (Mateus 25:31). Esvaziado o Céu, o resultado somen-

te pode ser o silêncio.

A Bíblia Sagrada informa que o silêncio no Céu durará por quase meia hora. João está

falando de uma profecia. Logo, se trata de um silêncio profético. Então quanto tempo literal

corresponde “quase meia hora” profética? A resposta é bem simples!

Conforme Ezequiel 4:6-7, cada dia profético corresponde a um ano literal. Portanto, um

dia profético é constituído por 24 horas proféticas. Sendo que, vinte e quatro horas proféti-

cas, correspondem a 365 dias literais. Assim pode-se apresentar a seguinte igualdade:

24 horas proféticas -------- 365 dias literais

½ hora profética -------------- x dias literais

Por uma simples regra de três tem-se o seguinte resultado:

x = (½ . 365)/24 = 7,6 dias literais

Desse modo fica evidenciado que meia hora profética corresponde a 7,6 dias literais.

Como a profecia diz que o silêncio no Céu durou por “quase” meia hora, isso significa que

essa “quase meia hora” corresponde a sete dias literais. Esse é o tempo que Jesus gastará

para retornar à Terra e voltar ao céu com todos os salvos.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 10

A Volta de Jesus

INTRODUÇÃO

1. Salmos 50:3

“Virá o nosso Deus, e não se calará; adiante dele um fogo irá consumindo, e haverá

grande tormenta ao redor dele”.

Quem o salmista disse que virá?

O que haverá ao redor do nosso Deus?

Nosso Deus virá outra vez. Ele prometeu voltar segunda vez. E retornará do mesmo

modo como para o céu havia subido (Atos 1:11). Ele subiu em carne e osso e de forma visí-

vel e assim virá novamente. O Senhor não mais permanecerá em silêncio diante das atroci-

dades cometidas pelos homens do planeta Terra.

Quando o Senhor voltar acompanhado de milhares de milhares e milhões de milhões de

santos anjos resplandecentes, todos habitantes do mundo “verão vir o Filho do homem numa

nuvem, com poder e grande glória” (Lucas 21:27). Essa glória manifesta-se na forma de um

fogo, o qual procede do Senhor. Esse fogo se expande adiante do Senhor e vai consumindo

tudo que está pela frente.

Nenhum pecador poderá subsistir diante da intensidade do brilho da glória do Senhor.

No dia do Senhor, todos os ímpios e pecadores serão consumidos pelo esplendor da glória da

vinda de Jesus (II Tessalonicenses 2:8).

Quando o Senhor retornar a este planeta haverá grande tormenta ao redor dEle. O céu

entrará em comoção. “E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e

ilhas foram removidos dos seus lugares” (Apocalipse 6:14). Os elementos da natureza mani-

festarão seu poder destruidor; furacões varrerão a Terra; violentas tempestades se formarão

em todos os locais onde o Senhor estiver presente.

2. Tito 2:13

“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus

e nosso Senhor Jesus Cristo”.

Devemos aguardar o aparecimento de quem?

Na consumação dos séculos os santos do Altíssimo serão perseverantes em aguardar a

bem-aventurada esperança da vida eterna que Jesus Cristo prometeu dar a cada um na Sua

segunda vinda. Todos eles aguardam com grande expectativa o aparecimento da glória do

grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.

“Uma das verdades mais solenes, e não obstante mais gloriosas, reveladas na Escritura

Sagrada, é a da segunda vinda de Cristo, para completar a grande obra da redenção” (GC,

299).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Jesus Cristo, como membro da segunda pessoa da Santíssima Trindade é o nosso “gran-

de Deus”. Ele aparecerá nas nuvens do céu com poder e grande glória (Lucas 21:27). Ele

virá segunda vez para buscar todos aqueles que O aguardam para a salvação (Hebreus 9:28).

Após a “grande tribulação”, conhecida como tempo de “angústia de Jacó”, o Senhor

aparecerá nas nuvens do céu para livrar os santos das mãos dos perversos habitantes do

mundo.

Todos que, em juízo investigativo, tiverem o nome mantido no livro da vida alcançarão

livramento (Daniel 12:1). “E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguar-

dávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salvação gozare-

mos e nos alegraremos” (Isaías 25:9).

3. Hebreus 9:28

“Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, apare-

cerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação”.

Quem aparecerá segunda vez?

Para quem Cristo aparecerá segunda vez?

O versículo faz referência à primeira e segunda vinda de Jesus Cristo à Terra. Em Sua

primeira vinda a este mundo, Jesus “manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si

mesmo” (Hebreus 9:26). O Senhor ofereceu-Se uma vez por todas em holocausto pelo peca-

do, para tirar os pecados de muitos. Dele, João Batista disse o seguinte: “Eis o Cordeiro de

Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29). “E ele morreu por todos” (II Coríntios

5:15), para que aquele que nEle crê tenha a vida eterna (João 3:36).

O versículo também faz referência à segunda vida de Jesus. E, conforme anunciado,

Cristo aparecerá a todos que O aguardam para a salvação. O Senhor aparecerá sem pecado

porque Ele não virá para expiar o pecado de ninguém, mesmo porque a essa altura dos acon-

tecimentos a porta da graça estará fechada. Mas Jesus virá como “Rei dos reis, e Senhor dos

senhores” (Apocalipse 19:16) para exercer juízo.

Duas informações são de fundamental importância na mensagem desse versículo. A

primeira diz explicitamente que Cristo aparecerá “segunda vez”. E a segunda informação é

que o Senhor aparecerá para os que O esperam para a salvação. Não é em vão que os santos

exclamam de alegria ao verem o Senhor nas nuvens do céu: “Eis que este é o nosso Deus, a

quem aguardávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salva-

ção gozaremos e nos alegraremos” (Isaías 25:9).

COMO JESUS VIRÁ

4. Mateus 24:30

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se la-

mentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande

glória”.

O que aparecerá no céu?

A quem todas as tribos da terra verão?

Como Jesus voltará?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O sinal de Jesus aparecerá no céu. Esse sinal é uma nuvem do tamanho do punho da

mão fechado de um homem. À medida que esse sinal aproxima-se do planeta, todos podem

identificar claramente que se trata do retorno do Senhor sobre as nuvens do céu.

Violentas tempestades e furacões se formam em redor do Senhor. “Nuvens e obscurida-

de estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono” (Salmos 97:2). Sua grande

glória excede qualquer clarão observado pelos olhos humanos. “Os céus anunciam a sua

justiça, e todos os povos vêem a sua glória” (Salmos 97:6). Ao verem Jesus vindo sobre as

nuvens do céu todas as tribos da Terra se lamentam.

Mas por que todas as nações do mundo se “lamentarão” no dia em que Jesus voltar? A

resposta é muito simples. Elas sabem que estão perdidas. Elas haviam recusado receber de

coração a mensagem do evangelho eterno, que foi pregada em todo o mundo, em testemunho

a todas as pessoas. As nações do mundo preferiram seguir a religião dos homens, aceitando o

sinal da besta em suas testas ou em sua mão. E, como se não fosse suficiente recusar a ver-

dade, todos as nações que aceitaram o sinal da besta passaram a perseguir severamente a

Deus, na pessoa dos Seus santos, os quais insistiam em manter em suas testas o sinal de

Deus.

As Escrituras Sagradas ensinam que o sinal de Deus somente pode ser recebido na testa.

Mas o sinal da besta tanto pode ser recebido na testa como na mão. A testa é símile da men-

te, onde se encontram as faculdades racionais, morais e espirituais do homem. Aceitar o si-

nal da testa implica em aceitá-lo na plena convicção de que tal sinal representa a verdade.

Enquanto que aceitar o sinal na mão, significa que o sinal da besta pode ser obedecido inde-

pendentemente da convicção daquele que o aceita, pois a mão simplesmente obedece, sem

pensar.

5. Apocalipse 1:7

“Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e

todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”.

Quantos olhos verão Jesus vindo com as nuvens?

Quem são os que se lamentarão sobre ele?

Jesus virá com as nuvens do céu e todo o olho o verá. Todas as pessoas que estiverem

vivas no grande dia do Senhor, verão Jesus retornando a este mundo com poder em grande

glória. O Senhor não virá como o “Cordeiro de Deus” para o matadouro, mas virá como

“Reis dos reis e Senhor dos senhores” para juízo.

Também vão testemunhar a vinda de Jesus nas nuvens do céu, aqueles que traspassaram

o Senhor com cravos e lança há quase dois mil anos. Todos, que direta ou indiretamente par-

ticiparam da condenação de Jesus, ressuscitarão pouco antes da volta do Senhor para senti-

rem o desprezo e a vergonha eterna. Nessa ressurreição especial estarão presentes o gover-

nador romano, os soldados romanos, os membros do sinédrio judaico que condenaram a Je-

sus e todos da geração dos judeus que foram adversários do Senhor naquela época.

Os santos que morreram debaixo da mensagem do terceiro anjo também ressuscitarão.

Todos eles ressuscitarão glorificados antes da volta do Senhor, e se juntarão aos “cento e

quarenta e quatro mil”, muito embora eles não venham a constituir ou fazer parte dos “cento

e quarenta e quatro mil”. Todos eles testemunharão o concerto de paz que Deus fará com o

Seu povo santo.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Quanto aos ímpios, as Escrituras Sagradas dizem que eles se lamentarão. Quando a por-

ta da graça estava aberta, eles preferiram o caminho fácil. Eles escolheram uma religião que

apresentava um caminho largo e espaçoso. Um caminho que não exigia renúncia do mundo e

nem sacrifícios ou esforços contra o pecado. Mas, agora, com a vinda do Senhor, reconhe-

cem que estarão eternamente perdidos.

6. Mateus 24:26-27

“Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; eis que ele está no

interior da casa, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra

até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem”.

No que não devemos acreditar?

Com o que Jesus comparou a Sua vinda?

Quando Jesus voltar a este mundo, todo o olho O verá (Apocalipse 1:7). Portanto, se

alguém disser que Jesus apareceu no deserto não devemos nos preocupar em verificar. Se

alguém disser que Jesus está no interior de alguma casa, não devemos acreditar.

Tudo isso porque a vinda de Jesus não terá nada de secreto. Jesus voltará de forma lite-

ral, visível e pessoal, do mesmo modo como para o céu Ele subiu (Atos 1:11). O retorno do

Senhor será um evento faustoso e universal, a tal ponto que todas pessoas O verão com os

seus próprios olhos. O Senhor virá ao som de trombetas com poder e grande glória. Nin-

guém precisará dizer a ninguém que o Senhor retornou a este mundo porque será patente aos

olhos de todos.

O próprio Senhor comparou a visibilidade de Sua vinda a um relâmpago. Ele disse que

“assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a

vinda do Filho do homem”.

Mediante essa ilustração Jesus está dizendo que ao ocorrer um grande relâmpago, todas

as pessoas O verão. Não existe a necessidade de alguém informar a outrem que acabou de

ocorrer um relâmpago, porque na realidade todos viram tal relâmpago. Assim também será a

vinda do Senhor Jesus. Todos os olhos O verão, independentemente de alguém precisar avi-

sar a outrem que o Senhor retornou a este planeta.

RECOMPENSA

7. Mateus 16:27

“Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a

cada um segundo as suas obras”.

Com quem Jesus virá?

Cada um receberá segundo ao que?

Quando Jesus retornar a este planeta, Ele virá numa tríplice glória: “na sua glória e na

do Pai e dos santos anjos” (Lucas 9:26). O fulgor de Sua vinda será esplendoroso. Olho al-

gum jamais viu tanta claridade. A Terra inteira será iluminada com a intensidade da glória

do Senhor naquele grande dia.

Cristo não retornará sozinho, mas virá acompanhado por todos os santos anjos. Segundo

as Escrituras Sagradas, o número de anjos é de “milhões de milhões e milhares de milhares”

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

(Apocalipse 5:11). Quando o Senhor retornar, esses anjos formarão uma verdadeira nuvem

ao Seu redor.

“Com antífonas de melodia celestial, os santos anjos, em vasta e inumerável multidão,

acompanham-nO em Seu avanço. O firmamento parece repleto de formas radiantes – milha-

res de milhares, milhões de milhões” (GC, 646).

Jesus disse que naquele dia Ele “dará a cada um segundo as suas obras”. Quando o Se-

nhor retornar a este mundo, Ele trará a Sua recompensa para dar a cada pessoa conforme a

sua obra. Quem praticou o bem receberá o galardão da vida eterna e quem praticou o mal

receberá o galardão da condenação eterna.

8. Romanos 2:6-8

“O qual recompensará cada um segundo as suas obras. A saber: a vida eterna aos que,

com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra e incorrupção. Mas a indignação

e a ira aos que são contenciosos, e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade”.

Quem receberá a vida eterna?

Quem receberá a indignação?

Segundo o apóstolo Paulo, o Senhor Jesus Cristo recompensará cada pessoa segundo as

suas obras. Mas se as pessoas são salvas pela graça mediante a fé então por que cada um será

recompensado segundo as suas obras?

Isso ocorre porque a fé é algo subjetivo e as obras são objetivas. A verdadeira fé é sem-

pre acompanhada das obras correspondentes. Mesmo porque a Bíblia Sagrada ensina que “a

fé sem obras é morta” (Tiago 2:26). Como as obras refletem a fé, e como Deus é transparen-

te em Suas decisões, então os homens são julgados pelas obras que resultam de sua fé.

Aqueles que, mediante a fé, são perseverantes em praticar o bem, procurando perfeição,

santidade e incorrupção, serão recompensados com a vida eterna. Mas aqueles que são con-

tenciosos, desobedientes à Palavra de Deus e servos do pecado, serão recompensados com a

indignação e a ira do Senhor.

9. Lucas 9:26

“Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergo-

nhará o Filho do homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos”.

O que Jesus fará com quem se envergonhar dele?

Conhecendo o caráter dos homens que estariam vivendo nos últimos dias sobre a face da

Terra, Jesus os advertiu para que ninguém viesse a se envergonhar de Suas Palavras ou se

envergonhar de Sua pessoa.

A vergonha é o sentimento de desconforto que alguém sente devido a exposição de suas

particularidades secretas, fraquezas, defeitos etc. O sentimento de vergonha leva as pessoas a

negarem suas reais convicções, sentimentos e desejos.

Os cristãos não devem sentir vergonha de falar de Jesus a outras pessoas. Não podem

sentir vergonha de carregar em público a Bíblia Sagrada. Não podem sentir vergonha de pre-

gar a mensagem das Escrituras Sagradas. Não podem sentir envergonha de praticar os ensi-

nos da Bíblia Sagrada. Não podem sentir vergonha de dizer que são cristãos. Não podem

sentir vergonha de guardar os mandamentos de Deus.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Caso alguém venha a se envergonhar do Senhor ou de Suas Palavras, então Jesus tam-

bém se envergonhará dessa pessoa, quando Ele retornar a este mundo na Sua tríplice glória:

na Sua própria glória, na glória do Pai e na glória dos santos anjos.

CONCLUSÃO

10. Mateus 25:31

“E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então

se assentará no trono da sua glória”.

Onde Jesus se assentará?

Jesus virá no fulgor de Sua incomensurável glória. Ela é uma auréola de luz que envolve

o Senhor e que se expande em todas as direções iluminando toda a Terra. “Adiante dele vai

um fogo que abrasa os seus inimigos em redor. Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a

terra viu e tremeu” (Salmos 97:3-4).

“Rei dos reis desce sobre a nuvem, envolto em fogo chamejante. Os céus enrolam-se

como um pergaminho, e a Terra treme diante dEle, e todas as montanhas e ilhas se movem

de seu lugar” (GC, 647).

Jesus virá à Terra acompanhado por todos os santos anjos do céu, cujo número é de mi-

lhares de milhares e milhões de milhões. Quando isso ocorrer, o céu ficará vazio e em um

silêncio absoluto que durará por sete dias.

Quando Cristo vier como Rei dos reis e Senhor dos senhores, Ele se sentará no trono de

Sua glória. É o dia do Juízo. Ele “vem a julgar a terra: julgará o mundo com justiça e os po-

vos com a sua verdade” (Salmos 96:13).

11. Mateus 25:34

“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí

por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”.

O que Jesus dirá aos que estiverem à sua direita?

Ao exercer o juízo, como Reis dos reis e Senhor dos senhores, Jesus dirá aos justos que

estiverem à Sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos

está preparado desde a fundação do mundo”.

“Os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dos

mortos” (Lucas 20:35), possuirão eternamente por herança um reino de glória que jamais

será destruído e permanecerá para sempre.

Conforme Jesus, o reino que os santos herdarão está preparado pra eles desde a funda-

ção do mundo. Portanto, desde o início da criação do mundo, o Senhor havia preparado um

reino para os Seus filhos.

12. Mateus 25:41

“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,

para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”.

O que Jesus dirá aos que estiverem à sua esquerda?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No dia do juízo, como Reis dos reis e Senhor dos senhores, Jesus dirá aos pecadores que

estiverem à Sua esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado

para o diabo e seus anjos”.

Assim como o Senhor tem um reino de glória preparado desde a fundação do mundo

para todos os santos, assim também, Ele tem preparado desde o início dos tempos um “fogo

eterno” para o diabo e seus anjos. É chamado de “fogo eterno” por uma simples figura de

linguagem. Ela serve para indicar as consequências eternas desse fogo.

Jesus deixou bem claro que o “fogo eterno” foi especialmente planejado e preparado

para o diabo e seus anjos. Ocorre que todos os pecadores e ímpios serão condenados e lança-

dos nesse fogo eterno.

Portanto, quando o Senhor voltar a este mundo haverá na face da Terra duas classes de

pessoas: a classe dos justos, que herdarão a vida eterna e o reino que está preparado desde a

fundação do mundo. Do outro lado estará a classe dos ímpios, que herdarão a segunda morte

no lago de fogo, originalmente, preparado para o diabo e seus anjos. Em qual dessas duas

classes você deseja encontrar-se?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 11

Os Sinais da Volta de Jesus – I

INTRODUÇÃO

1. Mateus 24:3

“E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos,

em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda

e do fim do mundo?”.

O que os discípulos desejavam saber de Jesus?

Após ter profetizado que Jerusalém ficaria deserta e que do Templo Sagrado não ficaria

“pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mateus 24:2), Jesus se dirigiu ao Monte das

Oliveiras, e sentou-se sobre uma pedra.

Os discípulos que haviam ouvido as palavras do Mestre sentiram a sua curiosidade ficar

aguçada. Então foram até Jesus e, numa conversa particular, solicitaram maiores esclareci-

mentos sobre o assunto por Ele anunciado.

Os discípulos desejavam saber de Jesus três coisas: primeiro, quando ocorreria a profe-

cia de Jesus sobre a destruição de Jerusalém; segundo, que sinal ocorreria indicando a vinda

do Senhor; e, terceiro, que sinal mostraria que o fim do mundo.

Em benefício de todos os cristãos, especialmente daqueles que estariam vivendo no final

da história do mundo, Jesus respondeu e esclareceu todas as dúvidas que os discípulos havi-

am manifestado.

“A profecia não somente prediz a maneira e objetivo da vinda de Cristo, mas apresenta

sinais pelos quais os homens podem saber quando a mesma está próxima” (GC, 303).

2. Mateus 24:36

“Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas uni-

camente meu Pai”.

Quem somente sabe o dia e a hora da vinda de Jesus?

Em resposta aos discípulos, Jesus afirmou que ninguém sabe o dia e a hora do Seu re-

torno a este mundo. Portanto, o dia da volta de Jesus é um mistério que não foi revelado a

ninguém. Tal informação, nem mesmo encontra-se disponível nas Escrituras Sagradas, caso

contrário Jesus teria apresentado a passagem que revelaria o dia e a hora de Sua vinda.

Em certa ocasião Jesus disse que os “anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que

está nos céus” (Mateus 18:10). O número dos santos anjos é de milhares de milhares e mi-

lhões de milhões (Apocalipse 5:11). Todos eles estão no céu e na presença do Pai. Todavia,

Jesus disse que nem mesmo os anjos do céu conhecem o dia e a hora do Seu regresso a este

planeta.

O mistério do dia e da hora da vinda do Senhor a este mundo é tão grande que Jesus

chegou a afirmar que, naquele momento, nem Ele sabia do dia e da hora do Seu retorno a

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

este mundo. É claro que, posteriormente, quando Lhe foi “dado todo o poder no céu e na

terra” (Mateus 28:18), Jesus passou a ter ciência do dia e da hora da Sua vinda a Terra.

Mesmo após ter recebido “todo o poder no céu e na terra”, o Senhor Jesus manteve ab-

soluto silêncio sobre o assunto. Sua intensão era que os homens estivessem constantemente

preparados para o Seu retorno, e não que viessem a se preparar no último instante. Caso os

homens resolvessem se converter na última hora, suas verdadeiras intenções seriam duvido-

sas, posto que se preparariam por medo e não por amor.

“Aproximamo-nos do grande dia de Deus. Os sinais estão-se cumprindo. E, no entanto,

não temos uma mensagem que nos diga o dia e a hora o aparecimento de Cristo. O Senhor

ocultou isso prudentemente de nós, para que sempre estejamos num estado de expectativa e

de preparação para o segundo aparecimento de nosso Senhor Jesus Cristo nas nuvens do

céu” (Carta 28, 1897).

Apesar de Jesus não ter revelado o dia e a hora de Sua vinda, Ele deixou uma série de

sinais indicadores de fatos e fenômenos que ocorreriam antes do Seu retorno a este mundo.

SINAIS NO MUNDO RELIGIOSO

3. I Timóteo 4:1

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé,

dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”.

O que fará alguns nos últimos tempos?

Atendendo ao pedido dos Seus discípulos, Jesus passou a indicar vários sinais de fatos

históricos, geográficos, sociais, espirituais e científicos que estariam ocorrendo pouco antes

de Sua volta e do fim deste mundo.

Posteriormente, alguns discípulos receberam outras revelações de fatos que estariam

ocorrendo no mundo e que indicariam o fim de todas as coisas. Um desses sinais refere-se

aos eventos que se dariam no mundo religioso.

Ao apóstolo Paulo foi revelado pelo Espírito Santo que, nos últimos dias, algumas pes-

soas abandonarão a fé que até então tinham na Palavra de Deus. Tal fato ocorrerá porque

elas ouvirão e seguirão a lideres religiosos enganadores e também darão ouvidos a doutrinas

de demônios.

A única maneira de escapar da apostasia é ser tão nobre quanto os bereanos que, ao re-

ceberem a palavra de Paulo e Silas, foram examinar “cada dia nas Escrituras se estas coisas

eram assim” (Atos 17:11). “Apenas os que forem diligentes estudantes das Escrituras, e que

receberam o amor da verdade, estarão ao abrigo dos poderosos enganos que dominam o

mundo” (GC, 625).

4. Mateus 24:24

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios

que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”.

O que surgirão nos últimos tempos?

O que eles farão?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Jesus profetizou que nos últimos dias surgirão “falsos cristos e falsos profetas”. Esses

falsos cristos e falsos profetas não se limitarão apenas em pregar suas doutrinas enganosas.

Pois poucas pessoas seriam convencidas por suas mensagens mentirosas, já que a Bíblia Sa-

grada é considerada a única regra de fé, doutrina e conduta para o cristão. É através das Es-

crituras que o cristão pode aferir a sua vida e suas crenças.

Mas, visando enganar todas as pessoas, os falsos profetas farão “grandes sinais e prodí-

gios”. “Encontraremos falsas pretensões; erguer-se-á falsos profetas, haverá falsos sonhos e

visões falsas; pregai, porém, a Palavra, não vos desvieis da voz de Deus em Sua Palavra” (II

ME, 49).

Os falsos profetas realizarão exorcismos, profecias, revelações, curas e muitas outras

espécies de milagres. Como se trata de uma obra de engano, tudo é realizado em nome de

Cristo, caso contrário sua obra de engano não alcançaria o pleno sucesso entre os cristãos.

Muitas pessoas supõem que somente Deus pode realizar milagres. Mas Jesus ensinou

aos seus seguidores que os falsos profetas também realizam milagres. E como são falsos,

fica claro que os milagres não vêm de Deus, mas provem do diabo, o inimigo da verdade.

Mas “o povo de Deus é encaminhado às Santas Escrituras como a salvaguarda contra a in-

fluência dos falsos ensinadores e poder ilusório dos espíritos das trevas” (GC, 599).

Jesus disse que se possível fosse, até mesmos os escolhidos seriam enganados pelos

grandes sinais e prodígios que os falsos cristos e falsos profetas realizarão. Todavia, não será

possível enganar os escolhidos. Isso porque eles estão fundamentados e arraigados unica-

mente no que diz a Palavra de Deus e em nada mais.

5. Mateus 24:14

“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as

gentes, e então virá o fim”.

Quando virá o fim do mundo?

Como sinal do fim do mundo, Jesus profetizou que “o evangelho do reino será pregado

em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim”. Quando Jesus anun-

ciou essa profecia, os seus discípulos eram constituídos por um pequeno grupo de pessoas

simples, rudes, iletradas e impopulares. Muitas dessas pessoas eram trabalhadores braçais,

pescadores, marceneiros etc. Aos olhos humanos, a empreitada da pregação do evangelho no

mundo inteiro poderia parecer uma impossibilidade anunciada por um visionário.

Jesus não disse aos seus discípulos que o evangelho “deveria” ou “poderia” ser pregado

em todo o mundo. Mas o Senhor deu a certeza absoluta de que o evangelho do reino “será”

pregado em todo o mundo. Não importam quais sejam as artimanhas levantadas pelo adver-

sário da verdade para impedir a pregação do evangelho no mundo. Ele será de um modo ou

de outro pregado. Em sua missão de pregar o evangelho, a Igreja não sucumbirá diante das

forças das trevas. Jesus profetizou que as portas do inferno não prevalecerão contra a Sua

igreja (Mateus 16:18).

Decorrido aproximadamente dois mil anos após a morte do Senhor, apesar da ação con-

trária das forças das trevas, o evangelho não foi destruído, mas a sua pregação continua cres-

cendo e, atualmente, encontra-se a ponto de alcançar o mundo inteiro. A geração atual é pri-

vilegiada, ela está presenciando o cumprimento dessa profecia de Jesus, que na época em

que foi anunciada poderia parecer uma impossibilidade.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Jesus disse que o evangelho do reino será pregado em todo o mundo. É claro que isso

não quer dizer que todas as pessoas vão se converter à Palavra de Deus, mas sim que todas

elas terão conhecimento suficiente para fazer suas escolhas.

Segundo o Senhor, quando a pregação do evangelho tiver sido concluída no mundo in-

teiro e todos os seres humanos estiverem cientes do caminho que devem seguir e fazerem as

suas respectivas escolhas, somente então terá chegado a consumação dos séculos.

Apesar da pregação do evangelho ocorrer no mundo inteiro, as pessoas ainda assim de-

cidirão pelo caminho errado. Elas escolherão o caminho largo e espaçoso. Por causa dessa

escolha, quando Jesus aparecer nas nuvens do céu, todas as tribos da terra se lamentarão

amargamente (Mateus 24:30; Apocalipse 1:7). O fim do mundo coincide com a vinda de

Jesus nas nuvens do céu com poder e grande glória.

SINAIS DE INDIFERENÇA DA SOCIEDADE

6. Mateus 24:37-39

“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Por-

quanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se

em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. E não o perceberam, até que veio o

dilúvio, e os levou a todos-assim será também a vinda do Filho do homem”.

Aos dias de quem Jesus comparou o dia de sua vinda?

Entre os vários sinais deixados por Jesus, Ele anunciou a indiferença da sociedade com

relação à Sua vinda. Conforme o Senhor, o comportamento dos homens nos últimos dias

será muito semelhante ao comportamento dos antediluvianos. Da mesma forma como as

pessoas se comportaram nos dias de Noé, assim também será o comportamento das pessoas

que estarão vivendo nos dias que antecedem a volta de Jesus a este mundo.

Nos dias que antecederam ao dilúvio, as pessoas comiam, bebiam e casavam. Mas não é

errado comer, beber ou casar, pois se trata de necessidades básicas do ser humano para a sua

própria existência. O que é errado são as pessoas pensarem somente nessas coisas, ficando

totalmente alheias às coisas de Deus.

Apesar de Noé ter pregado a justiça no mundo antediluviano (II Pedro 2:5), poucas pes-

soas creram em sua mensagem (I Pedro 3:20). Naquela época, como também nos dias de

hoje, o mundo está interessado em ser “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (II

Timóteo 3:4). Naqueles dias, como também nos dias de hoje, “a maldade do homem se mul-

tiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má

continuamente” (Gênesis 6:5). “Nos dias de Noé a esmagadora maioria se opunha à verdade,

e se apaixonara por um conjunto de falsidades. A terra estava cheia de violência. A guerra, o

crime e o homicídio eram a ordem do dia. Assim será também antes da segunda vinda de

Cristo” (I BC, 1090).

Na época de Noé, as pessoas continuaram levando a rotina diária da vida, comendo,

bebendo e casando, até ao dia em que Noé e sua família entraram na arca. O próprio Senhor

fechou a porta da arca, numa clara alusão de que a porta da graça para aquela geração havia

se fechado. Não haveria mais oportunidade de arrependimento ou de perdão. O fim do mun-

do antigo havia chegado.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O curioso é que ninguém estava atento para o fato de que Noé e sua família haviam en-

trado na arca. O mundo somente foi despertar quando as primeiras gotas de chuva começa-

ram a cair e as fontes das águas se romperem até transformarem-se num dilúvio que varreu a

face da Terra, destruindo a todos os seres vivos terrestres que estavam fora da arca. Do

mesmo modo, disse Jesus, também será a vinda do Filho do homem.

Nos dias que antecedem a volta de Jesus, o evangelho estará sendo pregado em todo o

mundo. Apesar disso, os homens estarão mais interessados em comer, beber e casar do que

preocupados com as coisas de Deus. Terminada a pregação do evangelho, a porta da graça

será fechada. Os habitantes do mundo não o saberão, mas continuarão em sua rotina diária.

Eles somente despertarão quando caírem as primeiras pragas, todavia será tarde demais. Não

há mais oportunidade para arrependimento ou perdão. Após a sétima praga, Jesus aparecerá

nas nuvens do céu.

7. Lucas 17:28-30

“Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, com-

pravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu

do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem

se há de manifestar”.

Aos dias de quem Jesus comparou o dia de sua vinda?

Reforçando Sua profecia sobre a indiferença da sociedade nos dias que antecederiam à

Sua volta, Jesus disse que, assim como foi nos dias de Ló, assim também será no dia em que

Ele se manifestar nas nuvens do céu.

Nos dias de Ló, os habitantes de Sodoma comiam, bebiam, compravam, vendiam, plan-

tavam e edificavam. Eles estavam pouco preocupados com as suas vidas espirituais. Eles

cometiam todos os tipos de atrocidades sem nenhum temor da condenação divina.

Observe a razão pela qual Sodoma ficou alienada de Deus: “Eis que esta foi a maldade

de Sodoma, tua irmã; soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas

filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado. E se ensoberbeceram, e fizeram

abominação diante de mim; pelo que as tirei dali, vendo eu isto” (Ezequiel 16:49-50).

Jesus está preste a voltar. Mas as pessoas estão indiferentes e apáticas às verdades do

evangelho, razão pela qual serão pegas de surpresa e totalmente despreparadas quando o

Senhor aparecer nas nuvens do céu com poder e grande glória.

Jesus deixou claro que no dia em que Ló fugiu de Sodoma para salvar a sua própria vi-

da, os juízos divinos caíram sobre Sodoma, choveu do céu fogo que consumiu os habitantes

daquela perversa cidade até as cinzas (II Pedro 2:6). Jesus disse que assim também será no

dia em que Ele se manifestar.

SINAIS NO AUMENTO DA MALDADE

8. II Timóteo 3:1-5

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá

homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes

a pais e mães, ingratos, profanos. Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, inconti-

nentes, cruéis, sem amor para com os bons. Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

dos deleites do que amigos de Deus. Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia

dela. Destes afasta-te”.

O que sobrevirão nos últimos dias?

Por que?

Outro sinal registrado nas Escrituras Sagradas sobre os eventos que ocorrerão antes do

retorno de Cristo à Terra, tem relação com o aumento da maldade do homem na face da Ter-

ra.

Devidamente inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo Paulo profetizou que nos últimos

dias, os tempos serão “trabalhosos”. As coisas ficarão difíceis porque os homens serão

amantes de si mesmos e destituídos de amor para com as pessoas bondosas.

As pessoas que viverão nos dias que antecedem a volta de Jesus à Terra, serão mais

amigas dos prazeres do que amigas de Deus. Elas estarão mais preocupadas com os deleites

e as diversões que o mundo tem a oferecer do que em seguir o evangelho de Cristo e guardar

os mandamentos de Deus. Elas estarão mais predispostas a andar pelo caminho largo e espa-

çoso, do que andar no caminho estreito (Mateus 7:13).

Antes da volta de Jesus, as pessoas estarão destituídas de afeto natural. Cometerão todo

tipo de atrocidades a sangue frio. A desobediência a pais e mães atingirá proporções alar-

mantes. Como resultado, haverá filhos matando seus pais e pais matando seus filhos. Cônju-

ge traindo seu cônjuge. Consequentemente, as relações matrimoniais estarão totalmente des-

gastadas e a fornicação será a ordem do dia.

Também é dito que os habitantes da Terra serão avarentos, presunçosos, soberbos, blas-

femos, ingratos, profanos, caluniadores, incontinentes, cruéis, traidores, obstinados e orgu-

lhosos.

Nos últimos dias os homens terão apenas uma aparência exterior de piedade. Mas na

realidade, com as suas obras, negam a eficácia da piedade em suas próprias vidas. A ordem

do Senhor é que devemos nos afastar de tais pessoas.

9. II Timóteo 3:13

“Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enga-

nados”.

Como irão os homens maus e enganadores?

Como resultado do aumento da maldade entre os homens, o mundo inteiro irá de mal a

pior. “O mundo está se tornando cada vez mais iníquo. Em breve surgirá grande perturbação

entre as nações – perturbação que não cessará até que Jesus venha” (RH, 11/02/1904).

A criminalidade será generalizada em todos os cantos do planeta. Cada geração será pior

do que a anterior; cada geração será mais perversa do que a antecessora. E à semelhança dos

dias de Noé, a Terra se encherá de violência (Gênesis 6:11).

O homem enganará ao seu próximo. E, devido à banalização da maldade, esses homens

astutos para a prática do mal, também serão enganados por outros mais ardilosos do que ele.

E assim a humanidade caminhará para a sua ruína final.

“A perversidade e crueldade dos homens alcançarão tal atitude que Deus Se revelará em

Sua majestade. Muito em breve a impiedade do mundo terá atingido seu limite e, como nos

dias de Noé, Deus Derramará os Seus juízos” (OPA, 328, 1903).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Os homens não cumprirão seus contratos e acordos, mentirão descaradamente, o que

resultará em discórdias, inimizades e falta de confiança nos negócios e nas instituições.

10. Mateus 24:12-13

“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perse-

verar até ao fim será salvo”.

O que se multiplicará nos últimos dias?

O que esfriará do coração de muitos?

Jesus predisse que nos últimos tempos a maldade dos homens aumentaria assustadora-

mente. A iniquidade cresceria em progressão geométrica. Todas as formas de criminalidade

enraizarão, crescerão e darão seu fruto no devido tempo. Como resultado secundário da mal-

dade generalizada do ser humano, o amor de muitas pessoas se esfriará e extinguirá. Os ho-

mens serão indiferentes para com o sofrimento dos seus semelhantes.

Em um mundo de iniquidade o esfriamento do amor é um fenômeno natural. A mente

humana possui a tendência de adaptar-se ao meio social em que vive. Por essa razão, de tan-

to ver as injustiças e as maldades, a mente humana cria um mecanismo de defesa, e fica in-

sensível, passando até mesmo a participar das atrocidades dos homens. Na verdade “iniqui-

dade está se tornando uma coisa tão comum que não ofende mais as suscetibilidades como

em tempos passados” (Carta, 258, 1907).

Mas é preciso resistir ao mal. Disse o apóstolo Paulo: “Não deis lugar ao diabo” (Efé-

sios 4:27). E Jesus foi muito explícito ao dizer que “aquele que perseverar até ao fim será

salvo”. Portanto, a pessoa que perseverar com fé na prática do bem, guardando os manda-

mentos de Deus e evitando participar da iniquidade do mundo, será finalmente salva pelo

Senhor. Contra o mal temos o conselho de Tiago: “Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo,

e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7).

“A transgressão já atingiu quase seus limites. O mundo está cheio de confusão, e em

breve apoderar-se-á das criaturas humanas um grande terror. O fim está muito próximo. Nós,

que conhecemos a verdade, nos devemos estar preparado para o que está prestes a rebentar

sobre o mundo numa esmagadora surpresa” (SC, 51, 1904).

CONCLUSÃO

11. Mateus 24:32-33

“Aprendei pois esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e

brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coi-

sas, sabei que ele está próximo às portas”.

Como podemos saber que o verão está próximo?

Como podemos saber que Jesus está próximo às portas?

Jesus comparou os sinais da Sua vinda com os sinais da figueira. O Senhor disse que

quando os ramos da figueira se tornam tenros e as folhas começam a brotar então podemos

deduzir que o verão está chegando.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Assim também, quando os sinais indicadores de Sua segunda vinda e do fim do mundo

estiverem ocorrendo, então também devemos deduzir que o grande dia do Senhor está che-

gando e que Jesus em breve aparecerá nas nuvens do céu com poder e grande glória.

Os sinais que o Senhor deixou estão se cumprido em nossos dias. Por essa razão sabe-

mos que Jesus está às portas. Em breve, muito em breve, o Senhor virá buscar todos os Seus

santos.

12. Mateus 24:42-44

“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai

isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não

deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do ho-

mem há de vir à hora em que não penseis”.

Por que devemos vigiar?

Por que devemos estar apercebidos?

Como não sabemos o dia e a hora da segunda vinda de Jesus, então somos exortados a

estarmos sempre preparados. Devemos vigiar, sem cessar um só instante.

Em muitas ocasiões, as Escrituras Sagradas relaciona a vinda de Jesus com a vinda do

ladrão. Do mesmo modo como não sabemos do dia e a hora que o ladrão vem para roubar a

nossa casa, assim também não sabemos o dia e a hora que Jesus voltará. Assim como o la-

drão vem de surpresa, assim também Jesus virá numa hora inesperada, exatamente quando a

maioria das pessoas não O estiver aguardando.

Se o chefe da família soubesse em que dia e hora o ladrão viria atacar, ele vigiaria e não

deixaria ninguém roubar a sua casa. Mas como o pai de família não sabe o dia e a hora da

vinda do ladrão, então ele é obrigado a estar constantemente vigiando e cuidando para que

não seja pego de surpresa.

Assim também, como não sabemos o dia e a hora da vinda do Senhor Jesus, então de-

vemos estar apercebidos e preparados para que aquele dia não venha a nos surpreender. Pois,

para a maioria das pessoas, Jesus virá num dia e hora em que eles não imaginam. Por essa

razão estarão totalmente despreparadas para esse evento faustoso.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 12

Os Sinais da Volta de Jesus – II

INTRODUÇÃO

1. Marcos 13:3-4

“E, assentando-se ele no monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e

João e André lhe perguntaram em particular. Dize-nos, quando serão essas coisas, e que

sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir”.

Quem solicitou de Jesus algum sinal indicador do fim?

Jesus acabara de sair do templo em Jerusalém, quando um de seus discípulos chamou a

atenção do Mestre para a extraordinária estrutura dos edifícios do templo sagrado. A respos-

ta de Jesus foi que do templo “não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada” (Marcos

13:1-2).

A seguir Jesus se dirigiu ao monte das Oliveiras e sentou-se na direção da localização

do templo sagrado. Foi então que os quatro apóstolos, Pedro, Tiago, João e André aproxima-

ram-se de Jesus, e em particular Lhe perguntaram quando ocorreriam as coisas que o Mestre

havia profetizado e que sinal haveria quando todas elas estivessem prestes para se concreti-

zar.

2. Mateus 25:13

“Vigiai pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir”.

Segundo Jesus por que devemos vigiar?

Mateus expõe em seu evangelho que, Jesus Cristo, respondendo às perguntas dos após-

tolos, deixou bem claro que eles deveriam vigiar. A palavra “vigiar” quer dizer que a pessoa

precisa estar de prontidão, alerta, atenta, preparada para reagir ao evento que se aguarda.

Jesus orientou os Seus discípulos a vigiarem porque eles não sabem o dia e nem a hora

que o Senhor retornará com poder e grande glória a este mundo.

O dia e a hora da segunda vinda de Jesus a este mundo é um mistério que não foi reve-

lado a ninguém, nem mesmo consta em qualquer passagem das Escrituras Sagradas. Qual-

quer pessoa que tente calcular pelas Escrituras o dia e a hora da vinda de Jesus estará em

erro. Tal informação jamais foi revelada a qualquer ser humano.

Deus não revelou o dia e a hora da vinda de Jesus porque é de Sua vontade que os ho-

mens se preparem de coração. Caso conhecessem o dia e a hora da vinda do Senhor, eles se

preparariam na última hora, mas não por amor, mas sim por receio de serem condenados no

dia da vinda do Senhor.

“Aproximamo-nos do grande dia de Deus. Os sinais estão se cumprindo. E, no entanto,

não temos uma mensagem que nos diga o dia e a hora do aparecimento de Cristo. O Senhor

ocultou isso prudentemente de nós, para que sempre estejamos num espírito de expectativa e

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

de preparação para o segundo aparecimento de nosso Senhor Jesus Cristo nas nuvens do

céu” (Carta, 28).

SINAIS NO COMPORTAMENTO DOS ÍMPIOS

3. Judas 1:17-19

“Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de

nosso Senhor Jesus Cristo. Os quais vos diziam que no último tempo haveria escarnecedo-

res que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divi-

sões, sensuais, que não têm o Espírito”.

O que haveria no último tempo?

As Escrituras Sagradas são taxativas em declarar que o dia e a hora do retorno de Jesus

Cristo a este mundo não foi revelado a nenhum ser humano. Mas Jesus revelou aos Seus

discípulos alguns dos sinais que estariam ocorrendo no mundo antes de Sua vinda. Entre os

vários sinais registrados nas páginas das Sagradas Escrituras, existem alguns referentes ao

comportamento dos ímpios.

Judas, o meio irmão do Senhor (Mateus 13:55) exorta a igreja a recordar-se das palavras

proféticas anunciadas pelos apóstolos de Jesus Cristo. Conforme Judas, os apóstolos prega-

vam e ensinavam que no “último tempo” – pouco antes da volta de Jesus – os homens seri-

am escarnecedores e andariam conforme suas nefandas concupiscências carnais.

Escarnecedores são pessoas irreverentes que gozam e zombam das pessoas, das coisas e

dos fatos. Judas diz que no último tempo esses escarnecedores andariam conforme suas pai-

xões pecaminosas. Eles não passaram pelo novo nascimento, portanto, não possuem um co-

ração regenerado pelo Espírito Santo.

Segundo o que foi anunciado por Judas, tais escarnecedores são causadores de divisões

entre os irmãos. Portanto, eles são a causa de escândalos e contendas que resultam na dis-

córdia e separação entre os irmãos. Eles são a causa da quebra da unidade fraterna entre os

filhos de Deus. Judas afirma que os escarnecedores também são sensuais e não possuem o

Espírito Santo.

4. II Pedro 3:3-4

“Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo

as suas próprias concupiscências. E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque

desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da cria-

ção”.

O que virão nos últimos dias?

O que dirão os escarnecedores?

Quando Judas exortou a igreja a lembrar-se “das palavras que vos foram preditas pelos

apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo” (Judas 1:17), ele tinha em mente a mensagem anun-

ciada pelo apóstolo Pedro.

Pedro havia profetizado que nos “últimos dias”, antes da volta de Jesus, apareceriam

homens escarnecedores, que andariam conforme as suas próprias concupiscências. Como

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

sabemos, escarnecedores são zombadores e concupiscência são paixões carnais. Esse com-

portamento é próprio de pessoas que vivem para satisfazer os prazeres carnais.

Conforme a profecia, esses ímpios zombariam dos fiéis servos de Deus que aguardam e

pregam a breve volta do Senhor Jesus Cristo nas alturas do céu. Esses escarnecedores ques-

tionariam os santos do Altíssimo com uma pergunta carregada de incredulidade: “onde está a

promessa da sua vinda?” Em última análise, eles caçoam da promessa da segunda vinda de

Jesus.

Esses escarnecedores são inteligentes. Racionalizando sua incredulidade, eles apresen-

tam o seguinte argumento lógico: “Porque desde que os pais dormiram todas as coisas per-

manecem como desde o princípio da criação”. Em outras palavras, desde que o mundo é

mundo, todas as coisas permanecem do mesmo modo; ou seja, desde que nossos antepassa-

dos morreram, todas as coisas continuam sucedendo da mesma forma.

Na visão distorcida desses incrédulos, nada mudou desde o princípio do mundo. Então,

por que agora seria diferente? Como nunca nada mudou, então os escarnecedores inferem

que nada mudará no mundo. Mas no grande dia do Senhor eles “se lamentarão, e verão o

Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24:30).

5. II Pedro 3:9

“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é

longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a

arrepender-se”.

O que o Senhor não retarda?

Por que o Senhor é longânimo para conosco?

Aos olhos humanos, pode parecer que Jesus está demorando demais para voltar pela

segunda vez a este mundo, mas na verdade, o Senhor de forma alguma retarda a Sua pro-

messa, muito embora alguns acham que Jesus está demorando muito para voltar.

O que ocorre é que o Senhor é extremamente paciente para com todos os seres humanos.

Ele não quer que algumas pessoas venham a perder a vida eterna por falta de oportunidade

de conhecer o evangelho eterno. Se o Senhor houvesse retornado há trinta, quarenta ou cin-

quenta anos, certamente muitas pessoas que seriam sinceras à verdade não poderiam ser sal-

vas.

O Senhor deseja que todas as pessoas, em todos os cantos do planeta, venham receber o

conhecimento do evangelho eterno. Para que, pelo conhecimento do evangelho, possam ar-

repender-se de seus pecados, alcançando o perdão por meio da fé no sacrifício expiatório de

Cristo Jesus, e desde modo, sejam considerados dignos de receber a vida eterna.

Deus não está de maneira alguma adiando o dia e a hora da volta do Senhor Jesus. Na

realidade, Ele conhece muito bem esse dia e hora (Mateus 24:36; Marcos 13:32). Em sua

presciência, quando estabeleceu o dia da volta de Jesus, Deus levou em consideração todos

os contratempos e possíveis adiamentos, para somente então fixar o dia e a hora do retorno

de Seu Filho.

Pelo versículo em questão, também se pode observar que o Senhor nosso Deus não limi-

ta a quantidade de pessoas que deverão ser salvas. Mas, as Escrituras Sagradas ensinam que

o Senhor quer que “todos venham a arrepender-se”. “Porque não tomo prazer na morte do

que morre, diz o Senhor Jeová: convertei-vos, pois, e vivei” (Ezequiel 18:32).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

SINAIS ENTRE AS NAÇÕES E NA NATUREZA

6. Lucas 21:10-11

“Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino. E haverá

em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espan-

tosas, e grandes sinais do céu”.

Segundo Jesus o que se levantará?

O que haverá em vários lugares?

“Cristo, no Monte das Oliveiras, enumerou os juízos terríveis que deviam preceder Sua

volta: ‘E ouvireis de guerras e de rumores de guerras.’ ‘Porquanto se levantará nação contra

nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas

todas estas coisas são o princípio de dores’ (Mateus 24:6-7). Se bem que essas profecias ti-

vessem tido cumprimento parcial na destruição de Jerusalém, aplicam-se mais diretamente

nos últimos dias” TS, vol II, pág. 351.

Entre os sinais deixados por Jesus sobre os eventos que estariam ocorrendo pouco antes

do Seu retorno a este mundo, o Senhor anunciou alguns fatos que aconteceriam entre as na-

ções do mundo e na natureza.

O Senhor profetizou que antes de Sua volta, “levantar-se-á nação contra nação, e reino

contra reino”. Nessa profecia, Jesus está indicando que um sinal de Sua iminente vinda são a

ocorrência de guerras. Mas o mundo, desde que é mundo, sempre esteve em guerras, como

então elas poderiam servir de sinal para indicar que Jesus está preste a retornar?

Bem! O que acontece é que o Senhor não está falando de guerras comuns. Ele está fa-

zendo referência de guerra de “nação contra nação e reino contra reino”, portanto, o Senhor

está se referindo a guerras mundiais. Somente no século XX ocorreram duas grandes guerras

mundiais, nas quais estiveram envolvidas “nação contra nação e reino contra reino”. São elas

que servem de sinal da breve volta de Jesus.

Jesus também profetizou que haveria em vários lugares grandes terremotos. Note que

Jesus não disse que em todos os lugares ocorreriam grandes terremotos, mas Ele deixou cla-

ro que tais fenômenos ocorreriam “em vários lugares”. As estatísticas mostram claramente

que, nos últimos tempos tem havido em muitos lugares grandes terremotos, mais do que em

qualquer outra época. À semelhança das dores de parto, a frequência e a intensidade dos

grandes terremotos vem aumentado cada vez mais à medida que se aproxima a consumação

dos séculos. O último grande terremoto que será presenciado pela humanidade ocorrerá na

sétima praga: “E houve... um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há ho-

mens sobre a terra: tal foi este tão grande terremoto” (Apocalipse 16:18).

Igualmente, o Senhor predisse que haveria em vários lugares fomes. Nunca o mundo

teve tanta fartura e ao mesmo tempo em várias regiões do globo terrestre a fome devasta as

nações subdesenvolvidas. Atualmente, 815 milhões de pessoas, em todo o mundo são víti-

mas crônicas da fome. “As fomes aumentarão. Epidemias arrebatarão milhares de vidas”

(19MR, 382, 1897).

Também foi profetizado pelo Senhor Jesus que em vários lugares haveria pestilências.

Apesar do grande avanço tecnológico da ciência médica, o mundo ainda sofre gravemente

pelas epidemias.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O câncer é a doença que mais mata no mundo, depois vêm as doenças coronárias. A

tuberculose, a lepra e outras antigas doenças, que se acreditavam controladas, estão retor-

nando mais resistentes aos medicamentos. Atualmente dois milhões de pessoas morrem a

cada ano ao redor do mundo de tuberculose. Como se não fosse suficiente, temos ainda as

modernas pestes como a AIDS, doença da vaca louca, gripe aviária e tantas outras.

Jesus predisse que “haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu”. Esses

fenômenos astronômicos serão explicados logo adiante.

7. I Tessalonicenses 5:3

“Pois, que, quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina des-

truição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão”.

O que acontecerá quando disserem que há paz e segurança?

Enquanto os quatro anjos estiverem impedindo que os quatro ventos soprem sobre a

Terra, o mundo não entrará numa convulsão mundial (Apocalipse 7:1). Deus ordenou, aos

quatro anjos, o seguinte: “não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que haja-

mos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus” (Apocalipse 7:3).

Nesse período em que os servos de Deus estiverem sendo assinalados com o selo de

Deus, os homens sentirão que estão seguros. Eles pensam que finalmente alcançaram a paz

duradoura tão sonhada. Eles se vangloriarão de suas grandes realizações. Mas quando a pre-

gação do “evangelho eterno” tiver sido concluída no mundo inteiro e todos os servos de

Deus estiverem devidamente assinalados com o selo do Deus vivo em suas frontes, então

sobrevirá a todas as nações do mundo uma “repentina destruição”.

“Mas conquanto nação se esteja levantando contra nação e reino contra reino, não se

desencadeou ainda um conflito geral. Os quatro ventos sobre os quatro cantos da Terra ainda

estão sendo retidos até que os servos de Deus estejam assinalados na testa. Então as potên-

cias do mundo hão de mobilizar suas forças para a última grande batalha” (TS, II, 369).

Ao terminar o assinalamento dos servos de Deus, os quatro anjos soltarão os quatro ven-

tos da Terra. Então, o mundo inteiro entrará numa comoção como nunca antes havia ocorri-

do. Ocorrerá a última grande guerra mundial, a qual somente terminará quando Cristo apare-

cer nas nuvens do céu acompanhado por todos os Seus santos anjos.

A queda das sete últimas pragas também contribuirá drasticamente com a “repentina

destruição” das cidades das nações do mundo. Está profetizado que na sétima praga ocorrerá

um terremoto de proporções mundiais: “um grande terremoto, como nunca tinha havido des-

de que há homens sobre a terra: tal foi este tão grande terremoto... e as cidades das nações

caíram” (Apocalipse 16:18-19).

Alguns supõem que a “repentina destruição” ocorrerá com a volta de Jesus. Mas a ver-

dade é que antes mesmo do Senhor retornar, o mundo estará passando por uma tremenda

crise. Primeiro, devido ao poder dado aos quatro anjos “de danificar a terra” (Apocalipse

7:2). E segundo, devido a tremenda queda das sete últimas pragas. Esses dois eventos são

fatos que antecedem a volta de Jesus.

SINAIS NOS CORPOS CELESTES

8. Lucas 21:25-27

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angustia das nações, em per-

plexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror, na expectação

das coisas que sobrevirão ao mundo. Porquanto as virtudes do céu serão abaladas. E então

verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”.

O que haverá na terra?

O que serão abaladas?

Com o abalo das virtudes do céu o que os homens verão?

O Senhor profetizou que antes de Sua vinda aconteceriam sinais no Sol, na Lua e nas

estrelas. Esses fenômenos tiveram seu cumprimento nos séculos dezoito e dezenove. Em 19

de maio de 1780, logo pela manhã, o Sol se escureceu e o dia ficou tão escuro que era im-

possível enxergar um palmo de distância. Na noite daquele mesmo dia, quando a Lua surgiu,

ela estava vermelha como sangue.

Naquele dia escuro, “em muitas casas acenderam-se luzes. Os pássaros calaram-se e

desapareceram. As galinhas retiraram-se para os poleiros. Era opinião geral que estava às

portas o dia do juízo” (President Dwight, in Connecticut Historical Collections).

Sobre o fenômeno, o grande astrônomo britânico Herschel observou o seguinte: “O dia

escuro da América do Norte foi um daqueles maravilhosos fenômenos da natureza que sem-

pre serão lidos com interesse, mas que a filosofia é incapaz de explicar”.

Em 12 de novembro de 1833, ocorreu a queda de estrelas cadentes, cujo número foi cal-

culado em um bilhão.

Jesus disse que as nações da Terra entrariam em angústia, todas perplexas pelo ruído

provocado pelo mar e pelas ondas. Tal fenômeno ocorrerá porque as calotas polares se derre-

terão e o mar avançará sobre a terra. Alguns dos “grandes terremotos”, que ocorrerão em

vários lugares do globo terrestre (Lucas 21:11), provocarão a formação de tsunamis. Isso

acarretará grandes perdas de vidas. Ilhas inteiras submergirão para nunca mais retornar à luz

do dia.

“Nas últimas cenas da história terrestre, grassará a guerra. Haverá epidemias, pragas e

fomes. As águas do oceano transporão seus limites. Propriedades e vidas serão destruídas

pelo fogo e por inundações” (Mar, 172). Homens desmaiarão em crise de pânico, carregados

de ansiedade e medo na expectativa do que acontecerá ao mundo, uma vez que “as virtudes

do céu serão abaladas”.

As “virtudes do céu” são os astros, compostos pelo Sol, Lua e as estrelas. Esses astros

celestes sofrerão um abalo porque a Terra sofrerá “um grande terremoto, como nunca tinha

havido desde que há homens sobre a terra: tal foi este tão grande terremoto” (Apocalipse

16:18). Da perspectiva do ser humano, parecerá aos olhos de todos que o Sol, a Lua e as es-

trelas foram abalados de suas posições naturais.

Depois da ocorrência desses eventos extraordinários, os seres humanos verão Jesus Cris-

to retornando numa nuvem do céu, com poder e grande glória, acompanhado de milhares de

milhares e milhões de milhões de santos anjos.

9. Joel 2:10

“Diante dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as

estrelas retirarão o seu resplendor”.

O que será abalado?

O que se enegrecerão?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O que acontecerá com as estrelas?

Joel profetizou que diante do Senhor, na Sua vinda, a Terra tremerá. Esse tremor é pro-

vocado pelo “grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra:

tal foi este tão grande terremoto” (Apocalipse 16:18).

Devido ao tremor da Terra, os céus serão abalados. O movimento aparente do Sol, da

Lua e das estrelas parecerá aos olhos dos habitantes do mundo como ocorrendo fora do seu

percurso natural. Tal fenômeno físico será observado devido ao efeito do “grande terremo-

to”, o qual provocará um deslocamento ou abalo no movimento de rotação e translação da

Terra.

O profeta Joel também anunciou que diante do Senhor da glória, o Sol, a Lua e as estre-

las não emitirão sua luz. Esses astros estarão no céu, mas totalmente escuros. Isso foi que o

profeta Isaías anunciou: “Porque as estrelas dos céus e os astros não deixarão brilhar a sua

luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz” (Isaías 13:10).

Quando o Senhor aparecer nas alturas do céu, a única luz que os homens verão será

aquela que emana da glória de Jesus. Essa glória será tão intensa que chegará a iluminar todo

o globo terrestre (Salmos 97:4).

10. Isaías 13:13

“Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do fu-

ror do Senhor dos Exércitos, e por causa do dia da sua ardente ira”.

O que se estremecerá?

O que acontecerá com a terra?

O profeta Isaías esclarece de forma explícita a razão pela qual “as virtudes do céu serão

abaladas” (Lucas 21:26). Ele deixa claro que no grande dia do Senhor, os céus estremecerão,

e acrescenta que a Terra se moverá do seu lugar.

Diante da profecia de Isaías fica claro que a Terra sofrerá um deslocamento de sua órbi-

ta, provocando alterações no movimento aparente dos astros no céu. Aos olhos dos seres

humanos parecerá que os céus estremeceram (Joel 2:10).

“Então o Sol, a Lua e as estrelas se moverão em seus lugares. Não passarão, mas serão

abalados pela voz de Deus” (PE, 41).

Esses fatos ocorrerão por causa do furor do Senhor dos Exércitos e por causa do dia da

sua ardente ira. Portanto, esses fenômenos astronômicos são resultados da condenação do

Senhor contra os ímpios e pecadores deste mundo.

CONCLUSÃO

11. Lucas 21:28

“Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vos-

sas cabeças, porque a vossa redenção está próxima”.

Que atitude tomar ao começarem acontecer essas coisas?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Estamos vivendo nos momentos mais solenes da história do mundo. As profecias que

anunciam o retorno de Jesus a este planeta estão se cumprindo rapidamente em nossos dias.

Os sinais que ocorrem, todos os anos, indicam claramente que Jesus em breve voltará.

O Senhor Jesus Cristo aconselhou aos seus seguidores o seguinte: “quando estas coisas

começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças”. Ou seja, quando as

profecias que anunciam o retorno de Jesus estiverem ocorrendo, então os cristãos são acon-

selhados a olharem para cima e levantar as suas cabeças. Eles têm motivos de sobra para

sentir segurança, confiança e esperança diante do fato de que o Senhor da glória está se pre-

parando para voltar a este mundo.

A razão pela qual os cristãos devem olhar para o futuro com confiança e otimismo é

que, com o cumprimento das profecias anunciando a breve volta de Jesus, elas também indi-

cam que a salvação de todos os santos do Altíssimo está bem próxima.

12. Lucas 21:31

“Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus

está perto”.

Como podemos saber que o reino de Deus está perto?

Jesus também foi bem enfático ao afirmar que, ao notarmos os sinais preditos de Sua

volta a este mundo, nós devemos ter consciência de que o reino de Deus está perto.

O reino que Jesus está fazendo referência é o reino da glória, uma vez que o reino da

graça foi consolidado com a morte de Cristo na cruz do calvário. O reino da graça existe

desde o momento em que o pecado entrou no mundo. É por essa razão que é dito que Cristo,

o Cordeiro de Deus, morreu desde a fundação do mundo (Apocalipse 13:8).

Diante do fato de que os sinais deixados por Jesus estão sucedendo um após outro em

nossos dias, devemos tomar a decisão otimista de preparar-nos para aquele grande dia, para

sermos dignos de encontrar o Senhor nas alturas do céu.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 13

Aguardando a Segunda Vinda do Senhor

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 1:8

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há

de vir, o Todo-poderoso”.

Quem há de vir?

O Senhor é o Alfa e o Ômega. A palavra “alfa” é a designação da primeira letra do alfa-

beto grego e “ômega” é o nome da última letra do mesmo alfabeto.

O Senhor diz que Ele é o “princípio e o fim”. Portanto, o Senhor é o começo e o término

de todas as coisas. “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se

fez” (João 1:3). “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visí-

veis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo

foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16). “Digno és, Senhor, de receber glória, e hon-

ra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Apoca-

lipse 4:11).

As Escrituras Sagradas dizem que o Senhor é Aquele “que é, e que era, e que há de vir”.

Com isso fica claro que o Senhor é aquele que existe, e que sempre existiu, e que sempre

existirá. Ele é aquele que há de vir com as nuvens (Apocalipse 1:7). Ele é o “Todo-

poderoso”, que ao toque da sétima e última trombeta tomará posse dos reinos do mundo e

reinará para sempre (Apocalipse 11:15).

2. Apocalipse 16:15

“Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus vesti-

dos, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas”.

Como Jesus disse que virá?

Quem é bem aventurado?

Jesus disse que Ele virá como o ladrão. Assim como o ladrão não manda aviso marcan-

do o dia e a hora que vem para roubar; assim também Jesus não anunciou o dia e a hora de

Sua segunda vinda. Do mesmo modo, como o ladrão vem de forma inesperada, quando as

pessoas menos o esperam; assim também, Jesus retornará de forma repentina, numa ocasião

em que as nações do mundo estarão totalmente despreocupadas e despreparadas para vinda

do Senhor, razão pela qual elas se lamentarão (Apocalipse 1:7).

Conforme afirmativa de Jesus, será “bem-aventurado” aquele que “vigia”. O termo

“bem-aventurado” quer dizer feliz, ditoso, venturoso, afortunado etc. E a palavra “vigiar”

sugere que o cristão para ser bem-aventurado precisa manter-se num constante estado de

alerta. A pessoa que vigia é observadora, precavida e cautelosa.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Como o dia e a hora da vinda do Senhor não foi revelado a nenhum ser humano, então

Jesus aconselhou todos os Seus seguidores a estarem constantemente vigiando. Disse o Se-

nhor: “vigiai pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir”

(Mateus 25:13). “Vigiai pois em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de

evitar todas estas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do homem”

(Lucas 21:36). “E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai” (Marcos 13:37).

Será bem-aventurado aquele que “guarda os seus vestidos, para que não ande nu, e não

se vejam as suas vergonhas”. Guardar os vestidos significa guardar o caráter purificado e

santificado pela Palavra de Deus. “É agora que devemos lavar as vestes de nosso caráter,

tornando-as alvas no sangue do Cordeiro” (II TS, 70).

As “vergonhas” era o nome pelo qual os antigos designavam os órgãos sexuais (Deute-

ronômio 25:11). O órgão sexual exposto aos olhos do público sempre é causa de vergonha

para as pessoas que possuem certo pudor. No livro do Apocalipse tal conceito é empregado

de forma figurada. E quer dizer que o cristão deve andar sempre santificado na verdade, para

que quando Cristo voltar os seus pecados não sejam expostos, sendo causa de vergonha.

O cristão deve estar sempre alerta, guardando o seu caráter de forma impoluta e em san-

tidade para que não seja pego desprevenido e nem venha a sentir vergonha naquele grande

dia do Senhor, quando Cristo aparecer nas nuvens do céu com poder e grande glória.

3. Lucas 12:39-40

“Sabei, porém, isto: que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão,

vigiaria, e não deixaria minar a sua casa. Portanto, estai vós também apercebidos; porque

virá o Filho do homem à hora que não imaginais”.

Em que circunstância o pai de família vigiaria?

Por que você deve ficar apercebido?

Esses versos complementam o que Jesus disse em Apocalipse 16:15: “Eis que venho

como ladrão”. O ladrão não avisa o dia e a hora em que ele vem para roubar. Assim também

Jesus Cristo não avisou o dia e a hora em que Ele virá segunda vez.

O ladrão vem quando menos se espera. Segundo Jesus, se o chefe da família soubesse o

dia e a hora que o ladrão viria para roubar a sua casa, com toda certeza o chefe de família

seria encontrado vigiando, e de forma alguma permitiria que a sua casa fosse roubada.

Mas como o chefe de família não sabe o dia e a hora que o ladrão virá para roubar, então

ele é constrangido a estar constantemente alerta precavendo-se para que a sua casa não venha

a ser roubada.

Assim também, como não sabemos o dia e a hora em que Jesus voltará a este mundo,

somos exortados a estar sempre preparado para não sermos pegos de surpresa. Devemos

aguardar o retorno do Senhor em plena santidade e obediência aos mandamentos de Deus,

porque o Senhor virá numa hora que ninguém imagina.

Jesus não avisou em que dia e a hora Ele viria a este mundo porque Ele conhece a natu-

reza pecaminosa do ser humano. Ele sabia que se anunciasse o dia e a hora de Sua segunda

vinda, muitos deixariam para se preparar na última hora. Tal fato geraria várias consequên-

cias. Por exemplo, a morte poderia pegar alguns de surpresa sem o devido preparo. Além

disso, ninguém consegue se preparar de um dia para o outro depois de levar uma vida inteira

de pecado e procrastinação. A experiência mostra que todas as conversões de última hora

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

ocorrem mais por medo do que por amor à verdade e a Jesus; e, passado o perigo, esses con-

versos voltam à sua antiga forma de viver.

AGUARDANDO EM PUREZA

4. Tito 2:13-14

“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus

e nosso Senhor Jesus Cristo. O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a

iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras”.

Por que Jesus se deu a si mesmo por nós?

Os cristãos são exortados a aguardarem a bem-aventurada esperança da vida eterna e o

aparecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Segundo as Escrituras, o Senhor virá

nas nuvens do céu, com poder e grande glória, acompanhado por milhares de milhares e mi-

lhões de milhões de santos anjos.

Os verdadeiros cristãos estão sempre aguardando a volta de Jesus, para que quando Ele

aparecer nas nuvens do céu possam dizer: “Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardáva-

mos, e ele nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salvação gozaremos e

nos alegraremos” (Isaías 25:9).

Segundo as Escrituras Sagradas, nosso Senhor Jesus Cristo “se deu a si mesmo por nós”

oferecendo-se em holocausto por toda a humanidade, para adquirir o poder de perdoar os

pecados de todos aqueles que nEle crerem.

Cristo “se deu a si mesmo por nós” para “purificar para si um povo seu especial, zeloso

de boas obras”. Portanto, os cristãos constituem um povo especial que aguarda a vinda do

Senhor, sendo zelosos em boas obras e conservando o coração puro de toda transgressão,

impureza e pecado.

Quem estiver com a mente maculada pelo pecado não poderá fazer parte do povo “espe-

cial, zeloso de boas obras”. Quando Jesus voltar Ele deve encontrar na face da Terra um po-

vo especial que é identificado nas Escrituras Sagradas como sendo os “cento e quarenta e

quatro mil”. A respeito deles é dito que “na sua boca não se achou engano; porque são irre-

preensíveis diante do trono de Deus” (Apocalipse 14:5).

5. II Pedro 3:14

“Pelo que, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imacu-

lados e irrepreensíveis em paz”.

Como devemos ser achados diante de Jesus?

Os cristãos aguardam a “vinda do dia de Deus”, bem como “novos céus e nova terra, em

que habita a justiça” (II Pedro 3:12-13). E, enquanto esses eventos não ocorrem, devem estar

sempre preparados, para que quando Cristo voltar possam ser “achados imaculados e irre-

preensíveis em paz”.

O vocábulo “imaculado” é sinônimo de pureza. O cristão é imaculado quando, após

confessar ao Senhor todos as suas transgressões, ele procura manter-se afastado de toda e

qualquer mancha do pecado. Para isso o verdadeiro cristão passa a ser zeloso em boas obras

e torna-se perseverante observador dos mandamentos de Deus.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O cristão é “irrepreensível em paz”, quando ele não merece nenhuma censura por even-

tual falta contra a paz. Ele é “irrepreensível em paz” quando sua conduta pela paz é correta

diante dos homens e de Deus. Ele é “irrepreensível em paz” quando evita propagar mexeri-

cos ou qualquer coisa que traga discórdia entre irmãos.

Portanto, todos cristãos devem aguardar com expectativa a segunda vinda de Jesus, pro-

curando sempre ser encontrado “imaculados e irrepreensíveis em paz”. Está profetizado que,

quando o Senhor retornar, a Sua Igreja terá alcançado esse grau de santificação na Palavra de

Deus. Essa Igreja será constituída pelos “cento e quarenta e quatro mil”.

AGUARDANDO EM SANTIDADE

6. I Tessalonicenses 3:13

“Para confortar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade dian-

te de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos”.

Em que devemos ser irrepreensíveis?

Todos cristãos devem estar vivendo em plena santidade na segunda vinda de nosso Se-

nhor Jesus Cristo, que retornará a este mundo com poder e grande glória, acompanhado por

todos os Seus santos anjos.

A Palavra de Deus diz claramente que os cristãos devem ser encontrados “irrepreensí-

veis em santidade” diante de Deus, no dia da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Aqueles que são “irrepreensíveis em santidade” praticam e vivem inteiramente pela Pa-

lavra de Deus. Jesus Cristo deseja ardentemente que todos os Seus seguidores sejam santos.

Foi Jesus quem expressou a seguinte oração ao Pai: “santifica-os na verdade: a tua pala-

vra é a verdade” (João 17:17). Portanto, todos cristãos devem ser santificados na Palavra de

Deus. Destarte, quando a Palavra de Deus estiver integrado totalmente a vida e o caráter do

cristão então, pode-se afirmar que ele está santificado na verdade e preparado para o grande

dia do Senhor.

Quem não estiver santificado na verdade, jamais poderá subsistir diante do intenso ful-

gor da glória do Senhor Jesus Cristo.

7. I Tessalonicenses 5:23

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e cor-

po, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cris-

to”.

Que partes do nosso “ser” devem ser irrepreensíveis?

Paulo expressa o desejo para que Deus santifique os cristãos em tudo. Portanto, para que

haja santificação é necessário que haja a participação de Deus. E para que Deus possa parti-

cipar da vida do cristão é necessário que ele venha abrir o coração à Sua Palavra.

Segundo as Escrituras Sagradas, a nossa vida deve ser santa em todos os aspectos. Nos-

sos pensamentos, comportamentos, atitudes, decisões, modo de falar, enfim, todo nosso ser

deve estar santificado. Nossa santificação deve estar em harmonia com a vontade de Deus. E

a vontade de Deus está expressa em Sua Palavra.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

A santificação do homem deve ser holística e, conforme Paulo, deve abranger: “todo o

vosso espírito, e alma, e corpo”. Ela não se restringe apenas a uma parte do ser humano, mas

compreende todos os aspectos da natureza do homem. A santificação abarca inteiramente os

aspectos racionais, emocionais e espirituais do ser humano.

Todas as partes da natureza do ser humano interagem uma com a outra. Elas formam um

todo, não existindo e nem sendo possível entendê-las isoladamente. Por essa razão, também

não é possível compreender a santificação sem que seja levada em conta a santificação de

todas as partes do ser humano.

Foi por isso que Paulo disse que o nosso “espírito”, “alma” e “corpo” devem ser conser-

vados plenamente irrepreensíveis. Nosso “espírito” é a nossa mente, nossos pensamentos,

nossos sentimentos, nossas emoções. Nossa “alma” é a nossa vida, nosso comportamento,

nossa relação e atitude para com o mundo ao nosso redor. Nosso “corpo” é a nossa estrutura

física que basicamente é constituída por carne, sangue e ossos. Todos esses aspectos da natu-

reza humana devem ser santificados em conformidade com as orientações contidas na Pala-

vra de Deus.

Portanto, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, todos os cristãos devem estar

com o espírito, alma e corpo irrepreensivelmente santificados na verdade. E a verdade é a

Palavra de Deus (João 17:17).

8. Hebreus 12:14

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.

Sem o que ninguém verá o Senhor?

O apóstolo Paulo exorta que todos os cristãos devem seguir o caminho da “paz”. Todos

devem procurar viver em paz e harmonia com o próximo e com o mundo. Sem paz os cris-

tãos estariam em guerra contra tudo e contra todos. E estando em guerra não podem cumprir

os altos propósitos que Deus estabeleceu para cada um dos Seus filhos.

Paulo também acrescenta que os cristãos devem seguir a “santificação”. A santificação é

a perfeita obediência aos preceitos da Palavra de Deus, mediante a influência do Espírito

Santo. Ela é um processo que somente se completará quando a consumação dos séculos che-

gar.

Finamente Paulo acrescenta que sem a santificação ninguém verá o Senhor. Portanto,

sem a santificação do espírito, alma e corpo ninguém verá o Senhor em Seu reino de glória.

Ela é tão importante que sua ausência exclui o homem da vida eterna.

Quem não estiver vivendo em harmonia com a Palavra de Deus não poderá subsistir

diante da glória do Senhor, naquele grande dia, quando Jesus aparecer nas nuvens do céu

acompanhado por todos os santos anjos. Portanto, devemos aguardar a vinda do Senhor em

perfeita santificação.

AGUARDANDO EM VIGILÂNCIA

9. Lucas 21:34

“E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de

embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia”.

Do que o nosso coração não deve se carregar?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Jesus nos orientou a nos policiarmos. Devemos estar em constante estado de alerta para

que não venhamos a nos acomodar com um determinado modo de vida que possa nos afastar

do preparo necessário para o grande dia do Senhor.

Precisamos tomar muito cuidado para que os nossos corações não venham a ficar carre-

gado de glutonaria. Devemos estar atentos para que não venhamos a levar uma vida desre-

grada. Vivemos numa época de grande correria, estresse e pressão psicológica. A tendência

natural do ser humano é procurar compensar as suas frustrações com comidas. E hoje em dia

se tornou muito comum encontrar em cada esquina uma lanchonete, um bar, uma doceira,

um restaurante ou uma padaria. Todas as coisas trabalham em favor da intemperança no co-

mer e beber. “O que guarda a lei é filho entendido, mas o companheiro dos comilões enver-

gonha a seu pai” (Provérbios 28:7).

Também devemos tomar cuidado com a embriaguez. O vício da bebida alcoólica é seve-

ramente condenado pela Bíblia Sagrada (I Coríntios 6:10). Ela intoxica o espírito, o corpo e

a alma. Aquele que se envolve com a bebida alcoólica e nela fica preso, perde a moral e o

respeito de sua família. O bêbado não tem nenhuma motivação para cuidar de si mesmo,

quanto mais de se preparar em santidade para encontrar-se com o Senhor no dia de Sua vin-

da. “Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne” (Provérbios

23:20).

Também somos exortados por Jesus para não ficarmos presos aos cuidados da vida.

Muitas pessoas, na ganância de alcançar o sucesso, vendem a mãe e a alma ao diabo. Muitos,

em sua ganância para ficarem ricos, perdem sua saúde física, mental e espiritual. Outros tan-

tos, por trabalharem excessivamente, acabam morrendo antes do tempo.

Segundo Jesus, para aqueles que são dominados pela glutonaria, embriaguez e os cuida-

dos da vida, o grande dia do Senhor virá inesperadamente, como um ladrão na calada da

noite. O preparo necessário para o dia do Senhor exige que o espírito, corpo e alma dos cris-

tãos estejam livres da intemperança no comer, beber e dos cuidados da vida. Em caso contrá-

rio, todos serão pegos sem o discernimento e preparo necessário para estar de pé no grande

dia do Senhor.

10. I Tessalonicenses 5:4-6

“Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como

um ladrão. Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem

das trevas. Não durmamos pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios”.

Para o que não estamos em trevas?

Do que todos nós somos filhos?

Nós que somos cristãos, e que conhecemos a Palavra de Deus, já não estamos mais em

trevas espirituais. Sabemos claramente de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.

Portanto, para quem estuda a Bíblia Sagrada, o dia da vinda do Senhor não o surpreen-

derá. Mas aqueles que não conhecem a Palavra de Deus estão em densas trevas, e o dia do

Senhor os surpreenderá como o ladrão surpreende os desavisados.

Os que estão purificados de seus pecados e santificados na verdade revelada na Bíblia

Sagrada são filhos da luz e não filhos das trevas. Aqueles que conhecem e praticam a Palavra

de Deus são filhos do dia e não filhos da noite.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Portanto, como possuidores da luz da verdade não devemos e nem podemos dormir co-

mo fazem aqueles que estão em densas trevas. Mas devemos estar constantemente vigiando

para que não sejamos derrotados pelas forças das trevas. Devemos estar sempre sóbrios espi-

ritualmente, alimentando-nos diariamente da Palavra de Deus, pois “lâmpada para os meus

pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmos 119:105).

CONCLUSÃO

11. Lucas 12:36

“E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de vol-

tar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe”.

Ao que você deve ser semelhante?

Jesus fez um paralelo entre os homens que esperam o seu senhor voltar das bodas com a

atitude que os cristãos devem ter em aguardar a Sua segunda vinda.

Os homens que aguardam o retorno do seu senhor das bodas, estão sempre preparados

para recebê-lo. Da mesma forma devemos à semelhança desses homens aguardar a volta de

Jesus.

Cristo subiu ao céu para se preparar para as bodas de Sua Igreja. E como servos do Se-

nhor, devemos estar de prontidão, aguardando o Seu retorno, que poderá ocorrer a qualquer

momento.

Quando a Igreja de Deus estiver preparada em santidade, o Senhor retornará para as bo-

das, então haverá grande alegria: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; por-

que vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Apocalipse 19:7). Mas

para que essa alegria seja nossa, precisamos estar constantemente vigiando em pureza e san-

tidade para que não venhamos a ficar desqualificado para o céu.

Enquanto a Igreja aguarda o retorno do Senhor, ela deve crescer santificada no espírito,

alma e corpo. Somente assim ela poderá ter parte nas bodas: “bem-aventurados aqueles que

são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Apocalipse 19:9).

Quando o Esposo chegar, aqueles que estavam preparados, “entraram com ele para as

bodas, e fechou-se a porta” (Mateus 25:10). Portanto, os que não estiverem preparados não

poderão entrar para as bodas, razão pela qual Jesus recomenda a todos o seguinte: “Vigiai

pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mateus

25:13).

12. Tiago 5:8

“Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Se-

nhor está próxima”.

Que virtude você deve possuir?

O que esta próxima?

Sabendo que os sinais da breve volta de Jesus estão se cumprindo rapidamente em vá-

rias partes do mundo e que “a vinda do Senhor está próxima”, todos os cristãos são exorta-

dos a exercerem a virtude da paciência. Os cristãos que são pacientes suportam com resigna-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

ção todas as adversidades. Eles são perseverantes em seus objetivos espirituais, apesar dos

obstáculos levantados pelos adversários da verdade.

Quando o sinal da besta estiver sendo cogitado, os santos se manifestarão com grande

poder. Eles anunciarão ao mundo a proibição divina contra o sinal da besta.

Nesse período de confronto contra as autoridades mundiais comandadas pela besta e por

sua imagem, os santos não poderão entrar em desespero, mas terão que exercer a virtude da

paciência: “Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de

Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). Somente praticando a paciência é que os cristãos

poderão alcançar a vitória sobre o mal e sobre o pecado. “Na vossa paciência possuí as vos-

sas almas” (Lucas 21:19).

Nesse período conturbado da história da humanidade, o Senhor tem uma mensagem

especial para os santos: “Dizei aos turbados de coração: Esforçai-vos, não temais: eis que o

vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará” (Isaías

35:4). E quando o Senhor aparecer nas nuvens do céu os santos clamarão: “Eis que este é o

nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardáva-

mos: na sua salvação gozaremos e nos alegraremos” (Isaías 25:9).

Como as profecias mostram que a vinda do Senhor está próxima, os cristãos são orien-

tados a fortalecer os seus corações. Mas para que isso ocorra, é absolutamente necessário

que o cristão estude diariamente a Palavra de Deus, observe os Seus mandamentos e os prin-

cípios de Sua Palavra. Também é necessário que pratique uma oração lúcida e fervorosa e dê

testemunho pessoal. Essas são atividades espirituais que fortalecem o coração na verdade.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 14

O Juízo Retribuitivo

Juízo do Advento

INTRODUÇÃO

1. II Timóteo 4:1

“Conjuro-te pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e

os mortos, na sua vinda e no seu reino”.

Quando Jesus julgará os vivos e os mortos?

O versículo supra mencionado assegura explicitamente que o Senhor Jesus Cristo há de

“julgar os vivos e os mortos”. Tanto entre os “vivos” como entre os “mortos” há duas classes

bem diferentes de pessoas: a classe dos justos e a dos ímpios.

Este versículo afirma categoricamente que esse julgamento ocorrerá na “vinda” do Se-

nhor Jesus Cristo e também no Seu “reino” de glória. É obvio que na vinda do Senhor so-

mente poderão ser julgados os justos e os ímpios que estiverem “vivos”.

O julgamento que ocorre na vinda do Senhor Jesus é chamado teologicamente de “Juízo

Retribuitivo”. É assim chamado porque o Senhor vem para retribuir a cada um segundo a sua

obra (Mateus 16:27; Romanos 2:6-8; Apocalipse 18:6; 22:12).

É ponto pacífico nas Escrituras Sagradas de que haverá um juízo, quando Jesus vier

segunda vez, nas nuvens do céu, com poder e grande glória. Observe o que diz a Bíblia: “Vi-

rá o nosso Deus, e não se calará; adiante dele um fogo irá consumindo, e haverá grande tor-

menta ao redor dele. Chamará os céus, do alto, e a terra, para julgar o seu povo” (Salmos

50:3-4). “Ante a face do Senhor, porque vem, porque vem a julgar a terra: julgará o mundo

com justiça e os povos com a sua verdade” (Salmos 96:13).

O Senhor Jesus retornará para fazer “justiça e juízo”. “Nuvens e obscuridade estão ao

redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono” (Salmos 97:2). Portanto, Jesus vem para

fazer “justiça” a todos os Seus santos, todos aqueles cujos nomes foram mantidos no livro da

vida. Mas, o Senhor também vem para fazer “juízo” contra todos os ímpios, os quais serão

destruídos pelo esplendor de Sua vinda.

2. Judas 1:14-15

“E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vin-

do o Senhor com milhares de seus santos. Para fazer juízo contra todos e condenar dentre

eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e

por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele”.

O Senhor vem para fazer o que?

A quem o Senhor condenará?

Enoque foi o sétimo descendente em linha direta a partir de Adão. Após viver na Terra

por trezentos sessenta e cinco anos, o profeta Enoque foi arrebatado vivo ao céu. Eis o que

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

diz as Escrituras Sagradas a respeito do seu arrebatamento: “Pela fé Enoque foi trasladado

para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua

trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus” (Hebreus 11:5).

Enoque profetizou a vinda do Senhor acompanhado por milhares de seus santos anjos.

Ele anunciou que o Senhor virá para fazer “juízo” e “condenar” todos os ímpios pecadores.

Segundo o profeta, a base para a condenação dos pecadores na vinda do Senhor serão as suas

obras de impiedade que cometeram durante suas vidas, bem como as blasfêmias que proferi-

ram contra o Senhor. Sabemos que esses ímpios são os mesmos escarnecedores que debo-

chavam da vinda do Senhor (II Pedro 3:3-4; Judas 1:17-19). Portanto, Enoque não somente

profetizou a vinda do Senhor, mas também anunciou o juízo retribuitivo que ocorreria na

vinda de Jesus.

A obra do juízo é um todo completo, mas encontra-se dividida em quatro fases bastante

distintas. A primeira fase é chamada teologicamente de “juízo investigativo”. Essa fase

ocorre antes da vinda do Senhor e nela são julgados todos que possuem o nome no livro da

vida. A segunda fase é chamada teologicamente de “juízo retribuitivo”. Essa fase ocorre na

volta de Jesus e todos que estiverem vivos receberão a sua respectiva recompensa: os que

praticaram o bem irão para a vida eterna e os que praticaram o mal para a condenação eterna.

A terceira fase é chamada teologicamente de “juízo comprobatório”. Essa fase ocorre duran-

te o milênio no reino do Senhor e são julgados todos aqueles que não possuem o nome no

livro da vida. A quarta fase é chamada teologicamente de “juízo executivo”. Essa fase ocor-

re pouco tempo depois do fim do milênio e todos os ímpios sofrem sua pena no lago de fogo,

que é a segunda morte.

A diferença entre o “juízo retribuitivo” e o “juízo executivo” é a seguinte: no juízo retri-

buitivo, a pena do ímpio é provisória, e no juízo executivo sua pena é definitiva. Outra dife-

rença marcante é que o juízo retribuitivo ocorre sobre aqueles que estiverem vivos na vinda

do Senhor e o juízo executivo ocorre sobre todos ímpios que viveram desde a fundação do

mundo. Além disso, no juízo retribuitivo, Satanás e seus anjos não são destruídos, mas eles

serão destruídos somente no juízo executivo.

O juízo retribuitivo é uma consequência direta do resultado do juízo investigativo. E o

juízo executivo é resultado das decisões tomados no juízo comprobatório. O juízo retribuiti-

vo vem para resgatar todos os justos desde a fundação do mundo para a vida eterna, que são

todos aqueles que foram julgados em juízo investigativo. E o juízo executivo vem para con-

denar todos os ímpios desde a fundação do mundo à morte eterna, que são todos aqueles que

foram julgados no juízo comprobatório.

VINDA DO SENHOR PARA JUÍZO

3. Mateus 24:30

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se la-

mentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande

glória”.

O que aparecerá no céu?

Quem se lamentará?

A quem todas as tribos da terra verão?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No grande dia do Senhor, todos os vivos vão ver no céu o sinal da vinda de Jesus. Esse

sinal é uma nuvem do tamanho do punho da mão de um homem. A princípio, tal sinal apare-

cerá no céu como um ponto luminoso coberto de pesadas nuvens na escuridão do espaço

sideral.

E à medida que o sinal de Jesus se aproxima da Terra, todas as nações do mundo reco-

nhecerão que é Jesus vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

Todas nações da Terra se lamentarão amargamente. Pois sabem que o dia do juízo retri-

buitivo chegou. Sabem que estão totalmente perdidas. Reconhecem que elas escolheram o

caminho largo e espaçoso. Sabem que deixaram de preparar-se para o evento faustoso da

segunda vinda do Senhor. Tanto reconhecem que estão perdidos que procurarão se esconder

nas cavernas (Apocalipse 6:15-16). A dúvida de Jesus se concretizou: “Quando porém vier o

Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18:8).

Jesus ilustrou o juízo retribuitivo que ocorrerá na Sua segunda vinda com as seguintes

palavras: “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele,

então se assentará no trono da sua glória. E todas as nações serão reunidas diante dele, e

apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. Então dirá o Rei aos que

estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está

preparado desde a fundação do mundo. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda:

Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”.

(Mateus 25:31-32; 34; 41).

Esses versículos mostram claramente a ocorrência de um juízo na segunda vinda de Je-

sus. Haverá uma separação entre os justos e os ímpios, bem como haverá uma sentença para

cada um deles.

4. Apocalipse 19:11 e 16

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco: e o que estava assentado sobre ele chama-

se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça”.

“E no vestido e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senho-

res”.

Como julga e peleja aquele que se chama Fiel e Verdadeiro?

Que nome Jesus tem escrito em sua coxa?

O apóstolo João estava exilado na ilha de Patmos. Naquela rochosa ilha ele teve uma

série de visões. Numa delas o profeta relata que viu o céu aberto. A seguir, observou um

cavalo branco, que é símile da verdadeira Igreja.

O cavalo é branco porque representa a pureza que a Igreja alcançará antes da volta de

Cristo. Segundo o apóstolo Paulo essa é a “Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa

semelhante, mas santa e irrepreensível” (Efésios 5:27).

Para ser mais exato, esse cavalo branco representa os “cento e quarenta e quatro mil”,

pois somente eles constituirão a verdadeira Igreja pouco antes da volta do Senhor Jesus. Em

suas bocas “não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus” (Apo-

calipse 14:5). Naquele tempo haverá somente dois grupos de pessoas: os que receberam o

“sinal da besta” e os que foram assinalados com “o selo do Deus vivo”.

João viu um cavaleiro sentando sobre o cavalo branco. O nome do cavaleiro é “Fiel e

Verdadeiro”. Esse cavaleiro não é outro senão o Senhor Jesus Cristo conduzindo a sua igreja

naquele período conturbado de pragas e angústia das nações (Lucas 21:26).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor. Agora, não como ‘Homem de do-

res’, para sorver o amargo cálix da ignomínia e miséria, vem Ele vitorioso no Céu e na Terra

para julgar os vivos e os mortos. ‘Fiel e verdadeiro,’ Ele ‘julga e peleja em justiça.’” (GC,

646). É dito que o cavaleiro “julga e peleja com justiça”. Portanto, o Senhor vem para o juí-

zo retribuitivo para dar a cada um segundo a sua obra. Em batalha o Senhor derrotará e con-

denará todos os Seus adversários, pois Ele vem como “Rei dos reis, e Senhor dos senhores”.

5. Apocalipse 19:19

“E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra

àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército”.

Que três grupos estavam reunidos para a guerra?

Contra quem fariam guerra?

João viu a “besta”, símile do sistema político-religioso papal. Ele disse que também viu

os governantes do mundo e os exércitos de várias nações. Todos eles estavam reunidos para

uma grande guerra.

Eles estavam prontos para batalhar contra Jesus, que conduzia a Sua Igreja, constituída

pelos “cento e quarenta e quatro mil”, e contra o exército do Senhor, constituído por milha-

res de milhares e milhões de milhões de santos anjos.

Mas pode alguém batalhar contra o Senhor? Como se batalha contra o Senhor? Sim, é

possível alguém batalhar contra o Senhor, mas na pessoa de Seus santos. As Escrituras Sa-

gradas deixam claro que foi desse modo que Saulo de Tarso perseguia a Jesus.

Haviam decorrido três anos e meio da morte, ressurreição e ascensão de Jesus. E “Saulo

assolava a igreja, entrando pelas casas: e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na

prisão” (Atos 8:3). Mas na estrada de Damasco uma intensa luz do céu ofuscou a vista de

Saulo “e, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?

E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é

para ti recalcitrar contra os aguilhões” (Atos 9:4-5).

Na verdade Saulo não perseguia diretamente a pessoa de Jesus, pois Jesus estava no céu,

fora do alcance de qualquer ser humano. Mas então como Saulo poderia estar perseguindo a

Jesus? A resposta é muito simples. Saulo estava perseguindo a Jesus na pessoa dos cristãos.

Assim também, na consumação dos séculos, os adversários da verdade batalharão contra

o cavaleiro e seu exército na pessoa do povo santo do Altíssimo. As Escrituras Sagradas pre-

vêem o resultado final dessa batalha: “Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os

vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele,

chamados, eleitos, e fiéis” (Apocalipse 17:14).

6. Isaías 66:15-16

“Porque, eis que o Senhor virá em fogo; e os seus carros como um torvelinho; para

tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo. Porque com fogo e com a

sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne; e os mortos do Senhor serão multi-

plicados”.

Quem virá em fogo?

Com o que duas coisas o Senhor entrará em juízo?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O Senhor virá numa intensa ofuscante luz, a qual é descrita por muitos profetas da Anti-

guidade como “fogo”. Outros chamam de “fogo devorador”, tamanho é o seu efeito devasta-

dor contra os pecadores. A respeito deste assunto, assim declara o salmista: “Virá o nosso

Deus, e não se calará; adiante dele um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao

redor dele” (Salmos 50:3).

“Como um torvelinho” virá os Seus “carros”. Isso significa que o Senhor virá acompa-

nhado por seu exército de inumeráveis santos anjos, todos preparados para batalha. Em certa

ocasião o profeta Eliseu orou ao Senhor pedindo que o Senhor abrisse os olhos de seu servo

para que ele também pudesse ver o exército. “E o Senhor abriu os olhos do moço, e viu; e eis

que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (II Reis 6:17).

Portanto, na visão do profeta Isaías, os “carros” são símiles do poderoso exército de anjos do

Senhor.

O Senhor vem para tornar a sua ira em furor, e sua repreensão em chamas de fogo. O

termo “ira” é uma metáfora para a palavra “condenação”. Portanto, o Senhor vem para exe-

cutar o juízo retribuitivo contra todos os ímpios pecadores. “Nuvens e obscuridade estão ao

redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono. Adiante dele vai um fogo que abrasa os

seus inimigos em redor. Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a terra viu e tremeu” (Sal-

mos 97:2-4). O Senhor vem para destruir os pecadores da Terra. Naquele grande dia do juízo

retribuitivo, os mortos do Senhor serão multiplicados. “Mas julgará com justiça os pobres, e

repreenderá com equidade os mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com

o sopro dos seus lábios matará o ímpio” (Isaías 11:4).

O profeta Isaías anuncia que “com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo

com toda a carne” (Isaías 66:16). Esse juízo que ocorre com a vinda do Senhor é chamado de

“juízo retribuitivo”, posto que o Senhor retribuirá a cada um conforme a sua obra.

JUÍZO PELO FOGO

7. II Pedro 3:10

“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com

grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se

queimarão”.

O que virá como o ladrão?

Com o que o os céus passarão?

O que acontecerá com a Terra e as obras que nela há?

A Bíblia Sagrada afirma que “o dia do Senhor virá como o ladrão de noite”. Essa pas-

sagem bíblica está fazendo uma clara alusão ao evento da segunda vinda de Jesus. Isso por-

que em muitos outros versículos, a Bíblia Sagrada relaciona a segunda vinda de Jesus com a

vinda do ladrão (Mateus 24:43-44; Lucas 12:39-40; I Ts 5:2 e 4; Apocalipse 16:15).

Portanto, a citação bíblica feita pelo apóstolo Pedro sobre o “dia do Senhor” refere-se

claramente ao dia em que Jesus retornará a este mundo. O Senhor virá de maneira inespera-

da, do mesmo modo como o ladrão vem para roubar. Tal fato profético ocorrerá porque o

Senhor não indicou o dia e a hora de Sua segunda vinda, razão pela qual Jesus exortou os

Seus seguidores a vigiarem (Mateus 24:42; 25:13; Marcos 13:33, 35, 37; Lucas 21:36; I Pe-

dro 4:7; Apocalipse 16:15).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No dia do Senhor “os céus passarão com grande estrondo”. Isso significa que o hidrogê-

nio – um dos gases que constituem o céu atmosférico – estimulado pelo fulgor da glória do

Senhor entrará numa reação nuclear e os céus incendiarão, resultando num grande “estron-

do”.

Com os céus incendiados, os elementos que constituem a atmosfera terrestre arderão

com o tremendo calor e se desfarão. Em consequência, muitas regiões da Terra e as obras

que nela existem se queimarão. Arranha-céus, prédios, casas, pontes, estradas, carros, flores-

tas, enfim tudo será queimado.

8. Apocalipse 19:20-21

“E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que

enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram

lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espa-

da que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram

das suas carnes”.

Onde foram lançados a besta e o falso profeta?

Como os demais ímpios foram mortos?

A besta é a organização política-religiosa papal. Também é dito que diante da besta, o

falso profeta “fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adora-

ram a sua imagem”.

Mas quem é o falso profeta? Bem, o falso profeta é um outro nome para designar a besta

de dois chifres. Tanto quanto o falso profeta, a besta de dois chifres “faz grandes sinais, de

maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens.... E engana os que habi-

tam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo

aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta.... e fizesse que fossem mortos

todos os que não adorassem a imagem da besta (Apocalipse 13:13-15). Portanto, o falso

profeta é a besta de dois chifres, referem-se à mesma instituição. Trata-se de um símile da

América do Norte.

Em meio a toda comoção da vinda do Senhor, “os céus passarão com grande estrondo, e

os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se queimarão” (II Pedro

3:10), e a besta e o falso profeta serão lançados naquela ardente fornalha de fogo e enxofre

resultante da explosão da atmosfera terrestre.

Alguns pensam que a besta e o falso profeta serão lançados no lago de fogo e de enxofre

no final do milênio. Mas não é assim que a Bíblia Sagrada ensina. Na verdade ela diz que

após o final dos mil anos descerá fogo do céu “e o diabo, que os enganava, foi lançado no

lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta” (Apocalipse 20:10). Mas como

pode a besta e o falso profeta já estar no lago de fogo, antes mesmo dele descer do céu? A

resposta é muito simples. Eles foram lançados no lago de fogo no início do milênio, quando

ocorreu o juízo retribuitivo. Portanto, com a volta de Jesus, o fogo que queimará a terra e as

suas obras, também queimará a besta e o falso profeta. Mas esse fogo não queimará o diabo,

o qual será destruído somente após o final dos mil anos. Portanto, ocorrerá um lago de fogo

antes do milênio e outro depois.

Enquanto que a besta e o falso profeta são lançados no lago de fogo resultante da segun-

da vinda de Jesus; os demais ímpios serão mortos “com a espada que saía da boca” do Se-

nhor. Essa espada é a língua do Senhor. Com o poder de Suas palavras o Senhor entrará em

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“juízo retribuitivo” contra todos os ímpios, destruindo-os com o poder de Sua palavra. A

mesma ideia é apresentada por Isaías, quando ele afirma que “com fogo e com a sua espada

entrará o Senhor em juízo com toda a carne” (Isaías 66:16).

Resumindo. As profecias anunciam que haverá dois lagos de fogo. Um antes do milênio

e outro logo depois do milênio. Antes do milênio, a besta e o falso profeta serão lançados no

lago de fogo, enquanto que os “demais” ímpios serão “mortos com a espada que saía da boca

do que estava assentado sobre o cavalo”. Após o milênio, ocorrerá um novo lago de fogo que

destruirá definitivamente os ímpios e pecadores (Apocalipse 20:10, 15). O lago de fogo, an-

tes do milênio, é resultado do juízo retribuitivo, e o lago de fogo depois do milênio é resulta-

do do juízo executivo.

9. Mateus 13:40-42

“Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste

mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que

causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali ha-

verá pranto e ranger de dentes”.

Como será a consumação deste mundo?

Onde serão lançados os que cometem iniquidade?

Numa parábola que os discípulos denominaram por “parábola do joio do campo” (Ma-

teus 13:36), Jesus Cristo ilustrou o fim do mundo – que ocorrerá na Sua vinda – com a des-

truição dos ímpios, comparando-os ao joio que é colhido e queimado no fogo.

Quando Jesus voltar a este mundo, terá início o reino da glória. E nenhum ímpio poderá

subsistir nesse reino. Por essa razão os ímpios são arrancados da face da Terra.

Segundo a parábola proferida por Jesus, assim como o joio é colhido e queimado, assim

também será na consumação desde mundo. Quando o Senhor voltar com milhares de milha-

res e milhões de milhões de santo anjos, Ele ordenará que os Seus anjos juntem todos os

ímpios dos quatro cantos da Terra para lançá-los na fornalha de fogo ardente.

Essa parábola deixa bem claro que, com a segunda vinda de Cristo, o mundo será con-

sumido pelo fogo. A parábola está em perfeita harmonia com muitas outras passagens bíbli-

cas paralelas que relaciona a segunda vinda do Senhor com o fogo. Portanto, o juízo retribui-

tivo sobre os ímpios será pela espada da boca do Senhor e pelo fogo.

CONCLUSÃO

10. Mateus 7:22-23

“Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e

em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E

então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vós que praticais a

iniquidade”.

O que muitos dirão a Jesus naquele dia?

O que Jesus dirá a esses cristãos?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No juízo retribuitivo, que ocorrerá naquele grande dia do Senhor, muitos cristãos serão

condenados. Eles argumentarão com Jesus dizendo que profetizaram, expulsaram demônios

e que fizeram muitas outras maravilhas em nome do Senhor.

A única sentença que esses cristãos receberão do Senhor Jesus será a seguinte: “nunca

vos conheci”. Portanto, está claro que Jesus não reconhece esses cristãos como filhos de

Deus. Muito embora eles se passem por cristãos e usem o nome de Jesus para profetizar,

expulsar demônios e realizarem muitas outras maravilhas, não é o Senhor Jesus quem de fato

opera os prodígios mencionados por esses cristãos, mas sim as forças das trevas comandadas

por Satanás.

O motivo pelo qual Jesus condena esses pseudocrístãos é o fato de que eles são pratican-

tes de iniquidade. A iniquidade é definida na Bíblia Sagrada como sendo pecado, e pecado é

transgressão dos mandamentos de Deus. Embora esses pseudocrístãos realizem várias espé-

cies de milagres, eles não observam a lei de Deus, razão pela qual o Senhor os considera

praticantes de iniquidade.

As ocorrências de milagres em nome de Cristo não provam que determinada religião é

de Deus ou que possui a verdade. Pois nos últimos dias os falsos profetas “farão sinais e

prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos” (Marcos 13:22).

Os pseudocrístãos são sinceros em sua fé, mas estão sendo enganados por forças diabó-

licas. Caso contrário, no dia do juízo retribuitivo, não se atreveriam a reivindicar a salvação,

dizendo a Jesus que realizaram sinais e prodígios em Seu nome. É triste dizer, mas quem

corre atrás de milagres para confirmar a sua fé corre o risco de perder a sua alma para o in-

ferno.

11. Lucas 9:26

“Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergo-

nhará o Filho do homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos”.

De quem Jesus se envergonhará?

Jesus deixou bem claro que no juízo retribuitivo Ele vai sentir vergonha de todas as pes-

soas que sentiram vergonha dEle. Ou seja, o Senhor retribuirá em gênero, grau e número a

mesma vergonha que os professos cristãos possam ter sentido do Senhor.

Jesus também alertou para o seguinte fato: quem sentir vergonha de Suas Palavras, Ele

também sentirá vergonha dessa pessoa, no dia em que voltar segunda vez, acompanhado dos

santos anjos. É o juízo retribuitivo. E o Senhor retribuirá a vergonha que professos cristãos

possam ter sentido por Ele.

Quem sente vergonha do nome de Cristo, quem sente vergonha de testemunhar a Cristo,

quem sente vergonha de ler a Bíblia, quem sente vergonha de carregar a Bíblia em público,

quem conhecendo a Bíblia, sente vergonha de ensiná-la, quem sente vergonha de praticar a

mensagem da Bíblia, desses, disse o Senhor que também sentirá a mesma vergonha quando

voltar pela segunda vez. Isso é o juízo retribuitivo.

12. João 12:48

“Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a

palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia”.

Quem há de julgar aquele que rejeitar a Jesus?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No Evangelho de João, o “último dia” é o dia da volta de Jesus a este mundo. Nessa

ocasião o Senhor ressuscitará todos os justos que morreram na fé desde a fundação do mun-

do (João 6:39; João 6:40; João 6:44; João 6:54; João 11:24).

Portanto, Jesus está falando de um julgamento que há de ocorrer no “último dia”. Ou

seja, um julgamento no dia em que o Senhor retornar a este mundo com poder e grande gló-

ria. Esse julgamento é conhecido como juízo retribuitivo.

No “último dia”, quando o Senhor voltar segunda vez, os ímpios serão retribuídos pelas

suas obras e atitudes. Assim, quem rejeitar a Cristo será rejeitado por Cristo e quem não re-

ceber as Palavras de Cristo será julgado pelas Palavras de Cristo. É o juízo retribuitivo que

ocorrerá no último dia.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 15

A Ressurreição Geral dos Justos

INTRODUÇÃO

1. Jó 19:25-27

“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E

depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim

mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e por isso os meus rins se consomem dentro

de mim”.

Segundo Jó quem por fim se levantará sobre a terra?

Depois de consumida a sua pele, como Jó veria a Deus?

A doutrina da ressurreição dos mortos não é um ensino novo e nem exclusivo do Novo

Testamento. Na verdade é uma doutrina tão antiga entre o povo de Deus, que se perde no

tempo. A Bíblia Sagrada mostra que os antigos patriarcas criam na ressurreição. A seita dos

fariseus também cria na ressurreição. Jesus pregou e ensinou a doutrina da ressurreição dos

mortos. E ao fazer essa pregação se opunha à concepção da seita dos saduceus, que não

acreditava na ressurreição.

Jó foi um dos grandes patriarcas dos tempos antigos. Em sua provação e cheio de angús-

tia esse santo homem de Deus declarou a sua crença na ressurreição dos mortos. Em sua

época, Jó demonstrou a uma firme convicção num Redentor vindouro. Ele cria que o seu

Salvador estava vivo em algum lugar. E que um dia no futuro Ele se levantaria sobre a Terra.

Jó estava absolutamente certo, pois na “plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho” (Gála-

tas 4:4).

O patriarca deixou claro em suas convicções espirituais que, num futuro remoto, ele

veria a Deus, mesmo depois de sua morte, quando sua pele já estivesse totalmente consumi-

da pelo tempo. O patriarca afirmou com segurança que ele mesmo veria a Deus e não outra

pessoa, que seriam os seus próprios olhos e não outros que veriam a Deus.

“Nossa identidade pessoal é preservada na ressurreição, se bem que não as mesmas par-

tículas de matéria ou substância material que foram para a sepultura... O corpo humano

compor-se-á de um material muito mais requintado, pois é uma nova criação, um novo nas-

cimento. ‘Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual’ I Coríntios 15:44” (VC,

40).

Esse antigo patriarca cria na ressurreição da carne, especialmente em sua própria ressur-

reição. Ele sabia que um dia morreria, mas por intermédio do seu Redentor ele seria ressus-

citado para vida e então veria a Deus.

2. Isaías 26:19

“Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, os que habi-

tais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os

mortos”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Quem são aqueles que viverão e ressuscitarão?

O que a terra lançará?

Isaías profetizou que os “mortos viverão”. E para esclarecer a maneira pela qual os

“mortos viverão”, o profeta acrescentou em suas palavras que os “mortos ressuscitarão”.

Portanto, a ressurreição é um processo pelo qual os mortos voltam a ter vida.

“Os que habitam no pó” da terra são os mortos. A Bíblia Sagrada ensina que os mortos

estão no pó da terra “porque dela foste tomado: porquanto és pó, e em pó te tornarás” (Gêne-

sis 3:19). Jó suplicou a Deus: “peço-te que te lembres de que como barro me formaste, e de

que ao pó me farás tornar” (Jó 10:9). Salomão declarou enfaticamente: “todos vão para um

lugar: todos são pó, e todos ao pó tornarão” (Eclesiastes 3:20).

Dirigindo-se aos mortos, identificados aqui como sendo aqueles que “habitam no pó” da

terra, o profeta ordena para que eles despertem do sono da morte. O profeta diz aos que habi-

tam no pó para exultarem, pois eles voltarão ao frescor da vida, assim “como o orvalho das

ervas”. O orvalho das ervas existe no frescor da manhã, e os santos ressuscitarão no frescor

da eterna juventude.

O profeta Isaías também afirma que “a terra lançará de si os mortos”. Os mortos serão

reconstituídos a partir do pó da terra. Sob o poder do Senhor, o pó da terra restaurará a antiga

expressão facial, mas em suas linhas perfeitas. E uma vez fisicamente formado, a vida do

morto lhe será restaurada por Aquele que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em

mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).

RESSURREIÇÃO NO ÚLTIMO DIA

3. João 6:39-40

“E a vontade do Pai que me enviou é esta: que nenhum de todos aqueles que me deu se

perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é

esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no

último dia”.

Quando Jesus ressuscitará os justos?

Foi o Pai quem enviou Jesus Cristo a este mundo com o objetivo de resgatar a raça hu-

mana das terríveis consequências do pecado, sendo que a principal consequência do abismo

criado pelo pecado é a morte.

É da vontade do Pai que nenhuma pessoa que Ele tenha enviado a Cristo venha a perder

o galardão da vida eterna. Mesmo porque o Senhor não toma “prazer na morte do que mor-

re” (Ezequiel 18:32). O Pai deseja que todos sejam ressuscitados no “último dia”, ocasião

em que Jesus retornará a este mundo.

O “último dia” mencionado por Jesus é também conhecido como o grande dia do Se-

nhor. É o dia escatológico da vinda de Jesus nas nuvens do céu com poder e grande glória.

Na verdade é o último dia da história da civilização humana.

Essa verdade é tão importante que Jesus sentiu-se no dever de repeti-la com nova ênfa-

se. Jesus foi enviado pelo Pai a este mundo. E a vontade do Pai é que todos que vêem e cre-

em em Jesus recebam a vida eterna. O cristão vê e crê em Cristo pela fé nas Sagradas Escri-

turas, haja vista que são elas que testificam de Jesus (João 5:39). Todavia, somente no últi-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

mo dia da história da humanidade é que a vida eterna será concedida aos que creem, ocasião

em que o Senhor ressuscitará do pó da terra, todos os que morreram em Cristo.

“Os preciosos mortos, desde Adão aos últimos santos que morrerem, hão de ouvir a voz

do Filho de Deus, e sairão dos sepulcros para a vida imortal” (DTN, 606).

ARREBATAMENTO DOS JUSTOS

4. Mateus 24:30-31

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se la-

mentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande

glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus

escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”.

Quem todas as tribos da terra verão?

O que farão os anjos que acompanham a Jesus?

No “último dia” da história deste mundo aparecerá no céu o sinal do Filho do homem.

Na distância esse sinal consiste num pequeno ponto luminoso, cujo brilho aumentará pro-

gressivamente até que todos possam identificar uma pequena nuvem do tamanho do punho

da mão de um homem. É Jesus vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória,

acompanhado por milhares de milhares e milhões de milhões de santos anjos.

Quando reconhecem que o dia do juízo retribuitivo chegou, todas as nações da terra se

lamentam amargamente. O dia da vinda do Senhor chegou de surpresa para todas as nações

do mundo. A profecia de que o Senhor viria como um ladrão se cumpriu com perfeita exati-

dão. Agora os homens procuram fugir da presença espantosa do Senhor (Isaías 2:19, 21).

Eles procuram ocultar-se nas cavernas que resultaram do grande terremoto que abalou a es-

trutura da Terra (Apocalipse 16:18).

A seguir, comandados pelo toque do som da trombeta de Deus, os anjos são enviados

para reunir todos os santos que estão dispersos por toda a superfície do globo terrestre. Os

santos estão prestes a serem arrebatados para encontrar-se com o Senhor.

Os “quatro ventos” são as quatro direções dos quatro pontos cardeais. A título de ilus-

tração é bom lembrar que a figura estampada na bússola chama-se “rosa dos ventos”. Já a

expressão “extremidade dos céus” refere-se à linha do horizonte, que na distância parece

ocorrer o encontro da extremidade do céu com a superfície da terra.

5. I Tessalonicenses 4:16-17

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a

trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que

ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor

nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”.

Como o Senhor descerá do céu?

Naquela ocasião quem ressuscitará?

O que ocorrerá com os justos vivos e os ressuscitados?

Quarenta dias após a Sua ressurreição, tendo por testemunhas os santos apóstolos, o

Senhor Jesus subiu ao céu de forma visível e em carne e osso. (Atos 1:12-11). Muitas déca-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

das depois de Sua ascensão, o apóstolo Paulo afirmou que esse “mesmo Senhor descerá do

céu”. Ele descerá com poder e grande glória, acompanhado por todos os santos anjos, virá

com alarido, com voz de arcanjo e com trombeta de Deus. Com tudo isso, a volta de Jesus

não tem nada de secreto ou de oculto aos olhos dos seres humanos.

O retorno de Jesus a este mundo caracterizará a “consumação dos séculos”. A volta do

Senhor ocorrerá no “último dia” da história deste velho mundo de pecado (João 6:39-40).

Nesse dia todos os santos que morreram na fé em Cristo, desde a fundação do mundo, volta-

rão a viver através da ressurreição.

“Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz

do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levan-

tando as mãos para o céu, brada: ‘Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e

surgi!’ Por todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela voz, e os que

ouvirem viverão” (GC, 649).

No dia em que Jesus voltar haverá santos vivos que não provarão a morte. Eles são os

“cento e quarenta e quatro mil”, que são resgatados vivos dentre os homens. Também esta-

rão presentes todos os santos que morreram debaixo da mensagem do terceiro anjo e que

participaram da ressurreição especial.

Depois que todos os santos – de todas as épocas – ressuscitarem do pó da terra; eles,

juntamente os “cento e quarenta e quatro mil” e com todos os que participaram da ressurrei-

ção especial serão arrebatados pelos seus respectivos anjos da guarda para encontrarem-se

com o Senhor nas nuvens do céu, e assim todos estarão para sempre com o Senhor. No céu

“serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20:6).

6. Mateus 13:49

“Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus dentre os

justos”.

Na consumação dos séculos o que farão os anjos?

Na “consumação dos séculos”, Jesus aparecerá nas nuvens do céu com poder e grande

glória, acompanhado por milhares de milhares e milhões de milhões de santos anjos. Esse

será o “último dia” da história deste mundo.

Como resultado final do juízo investigativo, o Senhor virá à Terra para executar o cha-

mado juízo retribuitivo. Ao comando do tremendo toque da trombeta de Deus, o Senhor Je-

sus enviará os seus santos anjos para reunir “os seus escolhidos desde os quatro ventos, de

uma à outra extremidade dos céus” (Mateus 24:31).

Dessa maneira os anjos separarão os santos do Altíssimo do meio dos ímpios e pecado-

res. Aqueles que praticaram o mal, em rebelião contra os “mandamentos de Deus e a fé de

Jesus” (Apocalipse 14:12) serão destinados à condenação eterna; e os que praticaram o bem

em harmonia com os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo (Apocalipse

12:17), serão reunidos para a vida eterna.

No grande dia do Senhor, os justos serão para sempre separados dos ímpios. Essa sepa-

ração representa uma parte do juízo retribuitivo. Enquanto os santos serão arrebatados ao

céu, os pecadores vivos serão destruídos. Estes acontecimentos ocorrem no início do milê-

nio.

7. Mateus 24:40-41

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro. Estando duas mo-

endo no moinho será levada uma, e deixada outra”.

Na rotina da vida o que acontecerá às pessoas?

Está profetizado em várias passagens bíblicas que Jesus retornará a este mundo como

um ladrão. Ele mesmo disse: “Eis que venho como ladrão” (Apocalipse 16:15). Nessas pala-

vras Jesus está afirmando que as nações do mundo vão negligenciar o preparo necessário

para o grande dia do Senhor. Apesar do evangelho eterno ter sido pregado em todo o mundo

em testemunho a todas as gentes, parecerá – da perspectiva humana – que Jesus veio de sur-

presa. Naquele dia todas as nações do mundo serão encontradas despreparadas, razão pela

qual todas elas se lamentarão amargamente (Mateus 24:30; Apocalipse 1:7).

No tempo do fim, o mundo estará vivendo a sua rotina diária. Os homens estarão plane-

jando o futuro, comendo, bebendo, comprando, vendendo, plantando e edificando. E isso até

o momento em que o Senhor aparecer nas nuvens do céu com poder e grande glória (Lucas

17:28-30).

Assim como o joio e o trigo são distinguidos claramente somente no momento da ceifa,

assim também a diferença entre o justo e o ímpio ficará bem caracterizada no último dia,

quando o Senhor voltar a este mundo. “Assim será na consumação dos séculos: virão os

anjos, e separarão os maus dentre os justos” (Mateus 13:49).

“Cristo declarou que quando Ele vier alguns de Seu povo expectante estarão empenha-

dos em transações comerciais. Alguns estarão semeando no campo, outro ceifando e reco-

lhendo o que foi ceifado, e outros ainda, moendo no moinho” (Ms, 26).

E, estando dois no campo, um deles será arrebatado para encontrar-se com o Senhor nos

ares (I Tessalonicenses 4:17) e outro será deixado a perecer como ímpio e pecador. Estando

duas pessoas moendo, uma será levada para a vida eterna e outra deixada para a condenação

eterna. Mas como será essa separação? Os anjos se colocarão ao lado dos justos e o arrebata-

rão ao céu. Dessa maneira, os anjos vão separar os justos dos ímpios.

O versículo analisado não fala nada de arrebatamento secreto. O que o versículo deixa

claro é que, dentro de um mesmo contexto social e cultural, alguns estarão preparados para o

encontro com o Senhor nos ares, enquanto que outros, que tiveram as mesmas oportunida-

des, não estarão preparados. Foi por essa razão que Jesus orientou o seguinte: “Vigiai, pois,

porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mateus 24:42).

O arrebatamento dos justos ao céu não tem nada de secreto. Esse arrebatamento ocorrerá

diante das comoções da natureza, ao toque da trombeta de Deus, ao som do alarido de anjos,

ao esplendor da glória do Senhor que iluminará toda a Terra (Salmos 97:1-4). Também será

testemunhada por milhares e milhares e milhões de milhões de santos anjos. Tudo isso mos-

tra que não haverá nada de secreto no dia em que os santos forem arrebatados para encon-

trar-se com o Senhor nos ares. Além disso, o próprio Senhor Jesus advertiu contra qualquer

retorno secreto e muito menos contra qualquer espécie de arrebatamento secreto (Mateus

24:26-27).

TRANSFORMAÇÃO DOS JUSTOS

8. I Coríntios 15:51-53

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos

transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque

a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.

Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é

mortal se revista da imortalidade”.

Como ressuscitarão os mortos em Cristo?

O que acontecerá com os justos vivos?

O que convém que ocorra ao corpo dos justos?

Paulo apresentou à Igreja de Coríntio uma revelação, a qual até então era um verdadeiro

mistério na cristandade. Ele deixou claro que no dia da volta do Senhor, nem todos os santos

estarão mortos. Na verdade, sabemos que os santos vivos no grande dia do Senhor e que não

passarão pela morte são constituídos somente pelos “cento e quarenta e quatro mil”.

Ao toque da trombeta de Deus ocorrerão dois eventos extraordinários. Um deles refere-

se ao fato de que todos os santos vivos serão “transformados” num abrir e fechar de olhos. E

o outro evento igualmente espetacular refere-se ao fato de que todos os santos mortos desde

a fundação do mundo serão “ressuscitados” para a vida eterna.

Segundo as Escrituras Sagradas, os santos mortos ressuscitam incorruptíveis para rece-

ber a vida eterna, e os santos vivos são transformados, para que também possam se tornar

incorruptíveis para a vida eterna. Ao tornar-se “imortal”, os santos deixam de ser mortal.

Eles tornam-se eterno e vivem para sempre. Ao tornar-se “incorruptível”, os santos passam a

manter a eterna juventude, sem degradação de nenhuma espécie. Aquele que é incorruptível

não pode mais envelhecer e extinguir-se.

Para poder encontrar-se com o Senhor nos ares é absolutamente necessário que os santos

sejam transformados (I Coríntios 15:50), caso contrário, não poderão subsistir diante da ful-

minante glória do Senhor. Portanto, o corpo dos santos será revestido de incorruptibilidade.

Os santos mortos ressuscitarão com os seus corpos restaurados na beleza da juventude, e

os santos vivos serão transformados em corpos restaurados na flor da juventude, sem ne-

nhum resquício do pecado. Os corpos que os santos receberão terão as mesmas característi-

cas originais do corpo de Adão e Eva, sem os traços da degradação do pecado. Somente duas

coisas permanecerão no corpo restaurado dos santos: o caráter e o traço fisionômico. Todos

se reconhecerão pela fisionomia.

CORPO SEMELHANTE AO DE JESUS

9. Filipenses 3:20-21

“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor

Jesus Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glo-

rioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”.

Quando voltar, o que Jesus transformará?

Os cristãos possuem uma cidade, que atualmente se encontra localizada nos céus. Tam-

bém é dos céus que os cristãos aguardam o retorno do Salvador, o Senhor Jesus Cristo.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Quando o Senhor retornar a este mundo, em juízo retribuitivo, Ele dirá “aos que estive-

rem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está prepa-

rado desde a fundação do mundo” (Mateus 25:34).

No “último dia”, o Senhor Jesus Cristo “transformará” o nosso corpo degradado pelo

poder do pecado para ser idêntico ao Seu corpo glorioso. Portanto, com a volta do Senhor,

todos os santos de Deus receberão corpos imorredouros e indestrutíveis, que possuirão uma

glória deslumbrante.

Os santos ressuscitarão com novos corpos. As partículas de matéria que constituirão

esses novos corpos não são as mesmas partículas de matéria que constituíam o antigo corpo.

Apesar disso, o caráter e a expressão fisionômica do ressuscitado serão preservados. Caso

contrário, não estaríamos diante da mesma pessoa que havia falecido, mas sim diante de uma

nova pessoa. “As maravilhosas obras de Deus são um mistério para o homem. O espírito, o

caráter do homem, volta a Deus para ser preservado. Na ressurreição, toda pessoa terá seu

próprio caráter. Deus, em Seu devido tempo, despertará os mortos, dando novamente o fôle-

go de vida” (VC, 40).

O Senhor Jesus efetuará essa mudança nos corpos dos santos, segundo o Seu eficaz po-

der de dominar todas as coisas. Na verdade “nele foram criadas todas as coisas que há nos

céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,

sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16).

10. Salmos 17:15

“Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; satisfazer-me-ei da tua semelhança

quando acordar”.

Em que o salmista satisfaria ao ser despertado da morte?

Neste versículo o salmista expressa a sua crença na ressurreição dos justos e declara, em

poucas palavras, as duas situações que ocorrerão na ressurreição dos santos do Altíssimo.

Primeiro, ele disse que quando acordasse do sono da morte, contemplaria a face do Se-

nhor na justiça do juízo retribuitivo.

Segundo, ele manifestou plenamente o sentimento de satisfação que teria quando des-

pertasse da morte e ver-se transformado com um corpo semelhante ao corpo glorioso do Se-

nhor.

“Ele mudará nosso corpo vil, modelando-o conforme Seu corpo glorioso. As formas

mortais, corruptíveis, destituídas de beleza, poluídas pelo pecado, tornam-se perfeitas, belas

e imortais. Todos os defeitos e deformidades são deixados no túmulo. Os redimidos refletem

a imagem de seu Senhor” (VC, 36).

Hoje o corpo do salmista encontra-se desfeito no pó da terra. Mas ele morreu há milha-

res de anos na esperança de que, no dia da justiça retribuitiva, ele voltará a viver através da

ressurreição e então contemplará a face do Senhor e também ficará satisfeito em possuir a

mesma semelhança do Senhor.

11. Lucas 20:35-36

“Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição

dos mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento. Porque já não podem mais

morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição”.

Quem não hão de casar e nem ser dado em casamento?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Por que os salvos não mais se casarão?

No “mundo vindouro”, onde habitará a paz e a justiça, todos aqueles que forem conside-

rados dignos de alcançar a “ressurreição dos mortos” e a “vida eterna”, jamais se casarão e

nem tão pouco serão dados em casamento.

No mundo futuro, a população mundial estará completa e limitada ao número das pesso-

as que foram salvas no início do milênio. Por essa razão não mais existe necessidade de ca-

samento para que o homem possa frutificar, multiplicar e encher a Terra (Gênesis 1:28). O

propósito original de Deus para encher a Terra com seres humanos foi plenamente cumprido

com a ressurreição dos santos de todas as nações do mundo, em todas as eras.

“Nenhum dos que forem despertados da morte, nem dos que forem trasladados sem ver

a morte, casará ou será dado em casamento. Eles serão como os anjos de Deus, membros da

família real” (VC, 140).

Jesus afirmou que no mundo vindouro, os salvos “já não podem mais morrer”, pois to-

dos eles são iguais aos anjos, que não se casam e são imortais. Na Nova Terra os salvos re-

ceberão definitivamente a adoção de filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.

CONCLUSÃO

12. II Timóteo 4:7-8

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da

justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a

mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”.

O que Jesus dará a todos os que amarem a sua vinda?

O poderoso Império Romano vivia sob a loucura do reinado de Nero. Paulo acabara de

ser preso. Era a última vez que ele seria encontrado na prisão, pois sua sentença, condenan-

do-o à morte por decapitação, em breve sairia. E do interior da cela de sua prisão ele encon-

trou tempo para escrever várias cartas aos seus amigos.

Uma das cartas foi endereçada ao seu fiel colaborador Timóteo. Nela, Paulo afirma que

combateu o bom combate pela causa de Cristo, mas agora que a sua carreira acabou, ele dei-

xa o testemunho de que guardou a fé.

Paulo expressou a plena certeza que, desde aquele momento em diante, a “coroa da jus-

tiça” lhe estava reservada. E que sendo o Senhor Jesus, “justo juiz”, lhe dará a coroa naquele

dia. Esse dia é o da volta do Senhor Jesus, ocasião em que ocorrerá o juízo retribuitivo.

Desses versículos verificamos que Paulo não esperava receber o galardão logo após a

sua morte, mas sim “naquele dia” da vinda do Senhor. Portanto, Paulo sabia que ficaria no

pó da terra aguardando o dia da vinda de Jesus a este mundo.

Esses versículos também mostram de forma implícita que Paulo acreditava na sua pró-

pria ressurreição, pois ele expressou sua convicção de que receberia a “coroa da justiça”

“naquele dia” da vinda do Senhor. É evidente que para receber qualquer coisa ele precisaria

voltar a viver.

As Escrituras Sagradas fazem referência a várias espécies de coroas. Elas falam de coroa

incorruptível (I Coríntios 9:25), coroa de glória (I Tessalonicenses 2:19; I Pedro 5:4), coroa

da justiça (II Timóteo 4:8), coroa da vida (Tiago 1:12; Apocalipse 2:10) etc. Mas, muito em-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

bora os santos receberão uma coroa literal, a verdade é que a coroa referida por Paulo não é

literal, mas trata-se de uma metáfora para a vida eterna, a qual ele crê que receberá no último

dia em função da justiça de Cristo e da fé que ele tem no Salvador.

O apóstolo Paulo finaliza o versículo afirmando que a coroa da justiça não estava reser-

vada somente para ele, mas também estava guardada para todos aqueles que amarem a vinda

de Jesus Cristo a este mundo.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 16

A Destruição dos Ímpios

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 11:18

“E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julga-

dos, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem

o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra”.

A quem Deus destruirá?

Este versículo menciona cinco fatos que correrão antes do início dos mil anos. Esses

fatos são os seguintes: (1) ira das nações, (2) ira de Deus, (3) julgamento dos mortos, (4)

galardão dos santos e a (5) destruição dos ímpios.

O profeta afirmou que “iraram-se as nações”. Portanto, as nações do mundo entraram

em conflito e desordem de proporções mundiais. Esse conflito envolve a política, a socieda-

de, a moralidade, a religiosidade etc. A ira das nações iniciou-se com a Revolução Francesa

– quando terminou o período profético de “mil duzentos e sessenta dias” – e continuará in-

tensificando-se até a consumação dos séculos.

Chegou também a ira de Deus. A ira de Deus é diferente da ira dos seres humanos. A ira

dos homens é carregada de rancor, raiva, ódio etc. Mas a ira de Deus é carregada de amor.

Ela é resultado da justiça de Deus em condenar o pecado. Segundo as Sagradas Escrituras, a

ira de Deus se manifesta com a queda das sete últimas pragas “porque nelas é consumada a

ira de Deus” (Apocalipse 15:1). E também se manifesta com a volta de Jesus. “Porque é vin-

do o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” (Apocalipse 6:17).

João também diz que chegou o “tempo dos mortos, para que sejam julgados”. O versícu-

lo refere-se ao juízo que ocorrerá antes da segunda vinda de Jesus. “E vi os mortos, grandes

e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é

o da vida: e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo

as suas obras” (Apocalipse 20:12). Essa fase inicial do julgamento é conhecida teologica-

mente pelo nome de “juízo investigativo”. Nesse juízo será analisada a vida e as obras de

todos os santos mortos desde a fundação do mundo.

Um dia chegará “o tempo de dares o galardão”. Quando o juízo investigativo terminar,

Jesus dirá: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segun-

do a sua obra” (Apocalipse 22:12). Portanto, Jesus retornará segunda vez a este mundo para

dar “o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pe-

quenos e a grandes”. Jesus virá para executar o juízo retribuitivo. E aqueles que fizeram o

bem receberão o galardão da vida eterna e aqueles que fizeram o mal receberão o galardão

da condenação eterna.

Com o retorno de Jesus, também chegará o tempo para o Senhor destruir “os que des-

troem a terra”. A industrialização, o comércio, a ganância e o amor do dinheiro estão devas-

tando o planeta Terra. A poluição tem contaminado a atmosfera terrestre e destruído a cama-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

da de ozônio, provocando o desgelo das calotas polares. As fontes d’águas estão contamina-

das por produtos químicos. A devastação das florestas e da vegetação tem transformado a

terra num deserto estéril. Experiências científicas inescrupulosas têm trazido várias espécies

de pestes para o seio da humanidade e fortalecendo outras que até então pareciam vencidas.

Todavia, nos planos de Deus, finalmente chegou o tempo do Senhor destruir aqueles que

destroem a Terra.

2. Isaías 28:21

“Porque o Senhor se levantará como no monte de Perazim, e se irará, como no vale de

Gibeom, para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estra-

nho ato”.

Como é chamado o ato de Deus destruir os pecadores?

Perazim e Gibeom são duas localidades onde o povo de Deus travou tremendas batalhas

contra poderosos inimigos da verdade. Nessas batalhas o Senhor se levantou para defender o

Seu povo santo. A Bíblia Sagrada diz que o Sol foi detido em Gibeom, quando o general

Josué solicitou tal feito ao Senhor (Josué 10:12).

Falando dos últimos acontecimentos, o profeta Isaías empregou os eventos da destruição

dos ímpios no monte de Perazim e no vale de Gibeom como uma ilustração escatológica do

que ocorrerá com todos os ímpios vivos no grande dia do Senhor.

“Inteiramente consumirei tudo sobre a face da terra, diz o Senhor. Arrebatarei os ho-

mens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os ím-

pios; e exterminarei os homens de cima da terra, disse o Senhor” (Sofonias 1:2-3).

E, muito embora o Senhor não tenha prazer em destruir o ímpio e pecadores, porque “é

longânimo... não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”

(II Pedro 3:9), Ele terá que fazer “a sua obra, a sua estranha obra” de destruição dos ímpios.

O Senhor se levantará “para executar o seu ato, o seu estranho ato” de destruir os pecadores

impenitentes.

Essa obra é tida como “estranha” porque é contrária à natureza de Deus. Deus é amor!

Seu caráter é de misericórdia. Ele morreu para que todos que cressem na expiação que Ele

fez pelos pecados pudessem receber o perdão e a vida eterna. Ele não deseja de forma algu-

ma a morte de quem quer que seja. “Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio?

diz o Senhor Jeová: não desejo antes que se converta dos seus caminhos e viva?” (Ezequiel

18:23). Mas, em benefício de todos os santos, infelizmente, a justiça de Deus exige que o

ímpio e o pecador impenitente sejam eliminados do Universo. Portanto, “buscai ao Senhor,

vós todos os mansos da terra, que pondes por obra o seu juízo: buscai a justiça, buscai a

mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do Senhor” (Sofonias 2:3).

DESTRUIÇÃO DOS ÍMPIOS

3. II Tessalonicenses 1:7-9

“E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus

desde o céu com os anjos do seu poder. Como labareda de fogo, tomando vingança dos que

não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Os quais por castigo padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu

poder”.

Sobre quem Jesus tomará vingança?

Que castigo padecerá o ímpio?

Disse Jesus: “vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”

(Mateus 11:28). No versículo retro mencionado, Paulo convida a todos que passam por tri-

bulações para que descansem com ele. Paulo está se referindo a tribulação daqueles que são

perseguidos por causa da Palavra de Deus (II Tessalonicenses 1:4).

Paulo diz que o Senhor Jesus Cristo se manifestará desde o céu com os anjos do seu

poder. Portanto, Paulo está fazendo uma clara referência à segunda vinda de Jesus nas nu-

vens do céu com poder e grande glória, acompanhado por milhares de milhares e milhões de

milhões de santos anjos.

A Bíblia Sagrada ensina claramente que Jesus retornará nas nuvens do céu com poder e

grande glória (Lucas 21:27). Para o apóstolo Paulo e muitos profetas antigos, a fulminante

glória do Senhor Jesus é comparada à labareda de fogo.

No dia em que o Senhor se manifestar Ele virá tomando vingança de dois grupos de

pessoas: 1) Os ímpios constituem o grupo de pessoas que não conhecem e nem se interessam

em conhecer a Deus; 2) os pecadores constituem outro grupo de pessoas que, embora conhe-

çam a Deus, não obedecem ao evangelho eterno.

Esses dois grupos constituem as duas classes de pessoas que, em juízo retribuitivo, so-

frerão a eterna perdição. Elas serão destruídas diante da face do Senhor e do poder de Sua

glória fulminante. Portanto, Paulo está falando de um castigo que vem pelo fogo.

A palavra “vingança” sugere o emprego arbitrário das próprias razões para punir alguém

como forma de reparação ao dano ou ofensa sofrida. No caso de Deus a vingança tem como

base o juízo divino e não as próprias razões. A manifestação da vingança de Deus é uma

retribuição justa pelos pecados dos ímpios e pecadores. Na realidade trata-se do chamado

juízo retribuitivo.

4. II Tessalonicenses 2:8-10

“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e

aniquilará pelo esplendor da sua vinda. A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás,

com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira. E com todo o engano da injustiça para os

que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem”.

Quando voltar o que o Senhor fará ao iníquo?

Paulo profetizou que antes da volta do Senhor Jesus a este mundo, ocorreria uma apos-

tasia generalizada dentro do cristianismo. Ocasião em que se manifestaria o homem do pe-

cado, também chamado de filho da perdição ou ainda iníquo.

O homem do pecado ou iníquo é o anticristo, o qual “se opõe, e se levanta contra tudo o

que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus,

querendo parecer Deus” (II Tessalonicenses 2:3-4). Sobre o homem do pecado, a Bíblia Sa-

grada revela que “o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio” (Apocalipse

13:2). Quanto à extensão do domínio do poder do homem do pecado as Escrituras afirma

que “deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação”. (Apocalipse 13:7).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Até a consumação dos séculos, esse poder se passará como sendo a consciência moral e

espiritual do mundo. Mas quando o Senhor Jesus se manifestar entre as nuvens do céu, então

será revelado que esse iníquo é o anticristo, “a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua

boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda”. O “iníquo” ou o homem do pecado é o po-

der político-religioso dirigido pelos papas.

A vinda do homem do pecado seria segundo o poder de Satanás, que viria com todo

poder sobre as nações do mundo, realizando sinais e prodígios de mentira. Isso significa que

esse falso sistema religioso cristão operará várias espécies de milagres para enganar. Atual-

mente essa profecia encontra-se em pleno andamento com o chamado movimento carismáti-

co, o qual realiza sinais e prodígios enganosos.

“E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos

no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8).

Esse poder vem com todo engano da injustiça para aqueles que não alcançaram a vida eter-

na.

As pessoas são enganadas pelo iníquo porque não receberam amor à verdade, que é a

Palavra de Deus (João 17:17). E por não receberem o amor da verdade todas elas não pode-

rão salvar-se da condenação de seus pecados. E todas serão destruídas junto com o iníquo,

no grande dia do Senhor, pelo esplendor da Sua vinda no chamado juízo retribuitivo.

5. Apocalipse 19:19-21

“E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra

àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela

o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal

da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de

fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava

assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes”.

Quem foi lançado no ardente lago de fogo?

O que aconteceu com os demais pecadores?

João testemunhou que viu a “besta”, os “reis da terra” e os seus “exércitos” reunidos. A

“besta” é um símile para a organização política-religiosa papal. Os “reis da terra” são símiles

dos governantes do mundo e os “exércitos” é um símile dos povos arregimentados para bata-

lha.

Eles estavam reunidos para fazer guerra contra Cristo e ao Seu exército. Enganados, e

instigados por Satanás, a besta e os reis da Terra fazem guerra contra Deus, perseguindo os

Seus servos: “e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de

Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 12:17).

Mas com a segunda vinda de Cristo, a besta e o falso profeta foram presos e “lançados

vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”. O “falso profeta”, também conhecido como a

“besta de dois chifres” é um símile para os EUA.

Com o retorno de Jesus a este mundo, os lideres religiosos dessas duas organizações

mundiais (besta e falso profeta) serão totalmente destruídos pelo fogo. “Portanto, num dia

virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o

Senhor Deus que a julga” (Apocalipse 18:8).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

E “os reis da terra, e os seus exércitos” e todos os demais ímpios e pecadores serão mor-

tos com a aguda espada que sai da boca do Senhor Jesus. A espada que saía da boca do Se-

nhor é a língua do Senhor, símile do poder de Sua Palavra. Ele ordena e logo tudo acontece.

“Por ocasião da vinda de Cristo os ímpios são eliminados da face de toda a Terra: con-

sumidos pelo espírito de Sua boca, e destruídos pelo resplendor de Sua glória” (GC, 663).

Portanto, quando Jesus voltar todos os ímpios serão destruídos, parte deles pelo fogo e outra

parte pelo poder da Palavra de Cristo. E o símile afirmando que “as aves se fartaram das suas

carnes” é uma referência ao fato de que os ímpios mortos ficarão expostos à ação do tempo,

apodrecendo e consumindo sua carne na superfície da Terra.

6. Isaías 13:9-11

“Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em

assolação, e destruir os pecadores dela. Porque as estrelas dos céus e os astros não deixa-

rão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz.

E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade: e farei cessar a

arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos”.

Quando o Senhor voltar a quem Ele destruirá?

O que o Senhor visitará sobre o mundo?

O profeta Isaías previu que o dia do Senhor virá de forma aterrorizante; chegará com

fúria e em brasa ardente. É o dia do juízo retribuitivo. Esse dia entrará para a história do

mundo, pois o planeta ficará totalmente devastado e todos os pecadores serão destruídos da

superfície da Terra.

O “dia do Senhor” também é conhecido na Bíblia Sagrada como o “último dia” (João

6:39-40). Nesse dia, Jesus retornará a este mundo acompanhado por milhares de milhares e

milhões de milhões de santos anjos, formando uma nuvem ao seu redor. Nesse dia, os astros

do céu não vão brilhar. O Sol escurecerá ao nascer, a Lua não refletirá a sua luz e as estrelas

dos céus não brilharão. “O sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor”

(Joel 3:15).

Um grande terremoto “como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra”

(Apocalipse 16:18) destruirá todas as fontes geradoras de energia elétrica. No grande dia do

Senhor, a Terra inteira ficará numa escuridão absoluta.

Naquele dia o mundo estará em total blecaute. Mas com o passar das horas, os homens

poderão observar na distância do céu, por atrás de pesadas nuvens, um pequeno e crescente

ponto luminoso. É o Senhor Jesus voltando a este mundo com poder e grande glória.

O Senhor vem para colocar “a terra em assolação, e destruir os pecadores dela”. Ele vem

para executar o juízo retribuitivo. Portanto, visitará a maldade do mundo e sobre os ímpios

visitará a sua iniquidade. Naquele dia, o Senhor retribuirá a cada um conforme a sua obra e

fará cessar a arrogância dos atrevidos e abaterá a soberba dos tiranos, dos religiosos e dos

políticos que comandam o mundo.

EXTERMINIO TOTAL

7. Isaías 24:21-22

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“E será que naquele dia o Senhor visitará os exércitos do alto na altura, e os reis da

terra sobre a terra. E serão amontoados como presos numa masmorra, e serão encerrados

num cárcere: e serão visitados depois de muitos dias”.

Como serão amontoados os ímpios?

Quando os ímpios mortos serão visitados?

No “último dia”, quando retornar a este mundo, o Senhor Jesus visitará os exércitos do

alto na altura. Isso é uma alusão ao fato de que Jesus não pisará no solo da Terra, mas ficará

nas alturas, e os salvos de todas as épocas serão “arrebatados... nas nuvens, a encontrar o

Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (I Tessalonicenses 4:17).

O Senhor também visitará os ímpios reis da terra sobre a própria terra. Isso é uma indi-

cação de que eles não serão arrebatados, mas receberão o galardão de suas obras na terra e

aqui ficarão mortos.

Numa linguagem figurada, o profeta anuncia que os ímpios serão “amontoados como”

que se estivessem “presos numa masmorra”. E que eles “serão encerrados num cárcere”.

Nesta profecia, a masmorra e cárcere são símiles para sepultura.

Com isso, o profeta está anunciado que no último dia, os que morrerem pelo fogo e pela

espada da boca do Senhor serão multiplicados. E todos eles ficarão como que encerrados no

pó da Terra. “Porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a

carne; e os mortos do Senhor serão multiplicados” (Isaías 66:16).

O profeta Isaías também anuncia que os “mortos do Senhor” “serão visitados depois de

muitos dias”. Realmente, a Bíblia Sagrada ensina que decorrido mil anos da destruição dos

ímpios, o Senhor descerá pela terceira vez do céu e visitará os ímpios no pó da terra, ressus-

citando-os para a condenação do juízo executivo (Apocalipse 20:5).

8. Jeremias 25:33

“E serão os mortos do Senhor, naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra

extremidade da terra: não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão

como estrume sobre a face da terra”.

Como serão os mortos do Senhor naquele dia?

Quando Jesus vier para exercer o juízo retribuitivo contra todos os ímpios e pecadores,

“todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do

céu, com poder e grande glória” (Mateus 24:30). Após findar aquele grande dia, os “mortos

do Senhor” estarão esparramados por toda a extensão da superfície do planeta, “desde uma

extremidade da terra até à outra extremidade da terra”.

Mas porque razão o profeta Jeremias anuncia que os mortos do Senhor “não serão pran-

teados, nem recolhidos, nem sepultados”? A resposta é muito simples. Primeiro, porque to-

dos os salvos serão arrebatados para o céu e “serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão

com ele mil anos” (Apocalipse 20:6). Segundo, porque todos os ímpios e pecadores serão

destruídos. Portanto, está claro que não haverá ninguém para poder prantear, recolher ou

sepultar os mortos do Senhor. “Cristo leva o Seu povo para a cidade de Deus, e a Terra é

esvaziada de seus moradores” (GC, 663).

O profeta Jeremias também vaticina que naquele dia, os mortos do Senhor “serão como

estrume sobre a face da terra”; ou seja, eles não terão sepultura, mas ficarão expostos na su-

perfície do planeta e em processo de putrefação até se transformarem em pó.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

9. Jeremias 4:23-28

“Observei a terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz.

Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei

e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a

terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas diante do Se-

nhor, diante do furor da sua ira. Porque assim diz o Senhor: Toda esta terra será assolada:

de todo, porém, a não consumirei. Por isto lamentará a terra, e os céus em cima se enegre-

cerão; porquanto assim o disse, assim o propus, e não me arrependi nem me desviarei dis-

so”.

Como estava a terra após a vinda do Senhor?

O que havia se tornado num deserto?

Jeremias teve uma visão na qual lhe fora mostrado a situação da Terra, após todos peca-

dores terem sido destruídos e o planeta posto em assolação (Isaías 13:9). O profeta deixa

claro que ele observou a Terra após a vinda do Senhor e pôde notar que o planeta estava as-

solado e vazio.

O céu estava escuro, posto que nenhuma luz foi vista pelo profeta. O profeta observou

que naquele tempo, o planeta estava sofrendo constantes tremores de terra, haja vista que o

profeta observou que os montes e todos outeiros estremeciam. Ele viu que não havia na Ter-

ra nenhum ser humano e nenhuma ave do céu. A vida deixou de existir no planeta. O profeta

Sofonias destacou o mesmo evento com as seguintes palavras: “Inteiramente consumirei

tudo sobre a face da terra, diz o Senhor. Arrebatarei os homens e os animais, consumirei as

aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os ímpios; e exterminarei os homens de

cima da terra, disse o Senhor” (Sofonias 1:2-3).

Jeremias observou que a terra que era fértil havia se transformado em um horrível e seco

deserto. Ele também notou que todas as cidades do mundo foram destruídas diante do furor

da ira do Senhor. A Terra foi totalmente devastada pelo Senhor no dia do juízo retribuitivo.

O Senhor diz que a Terra será devastada, mas não consumida. Portanto Deus não destru-

irá o planeta, muito embora venha a deixá-lo assolado e deserto por um certo período. Isso

ocorrerá porque Deus tem planos para o planeta. Ele será o lar dos salvos, quando a Terra e o

Céu forem totalmente renovados pelo grande poder do Senhor. “Porque assim diz o Senhor

que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a estabeleceu, não a criou

vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro” (Isaías 45:18).

Finalmente o profeta encerra a sua mensagem afirmando que os céus se enegrecerão.

Portanto, nenhuma forma de luz será vista no céu durante aquele período em que a Terra

estiver assolada e vazia. Esse período durará mil anos.

CONCLUSÃO

10. Isaías 26:20-21

“Vai pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti: esconde-te

só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para

castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade, e a terra descobrirá o seu

sangue, e não encobrirá mais aqueles que foram mortos”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Por quanto tempo os santos devem se esconder?

Por que o Senhor sairá do seu lugar?

Por meio de uma metáfora, o Senhor ordena a todos os santos vivos no grande dia do

Senhor, para que entrem nos seus aposentos e fechem as suas portas. “Porque no dia da ad-

versidade me esconderá no seu pavilhão: no oculto do seu tabernáculo me esconderá: por-

me-á sobre uma rocha” (Salmos 27:5). “Os que tudo sacrificaram por Cristo estão agora em

segurança, como que escondidos no lugar secreto do pavilhão do Senhor” (GC, 644).

Os santos deverão ficar escondidos por apenas um momento, até que seja concluído o

juízo retribuitivo sobre todos os ímpios e pecadores vivos. “Porque o Senhor se levantará...

para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estranho ato” (Isa-

ías 28:21). A “estranha obra” e o “estranho ato” de Deus consiste na destruição da vida hu-

mana, algo totalmente contrário à natureza do Senhor, que morreu para resgatar a vida dos

homens da destruição eterna.

Isaías afirma categoricamente que o “Senhor sairá do seu lugar” no céu, e virá à Terra

para castigar os ímpios deste mundo. Eles serão castigados, em juízo retribuitivo, por causa

de suas ímpias obras de iniquidade (Judas 1:14-15).

O profeta também afirma que a “terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais

aqueles que foram mortos”. Desde a morte do justo Abel, a terra está carregada de sangue.

Mas agora com a segunda vinda do Senhor a terra “não encobrirá mais aqueles que foram

mortos” porque todos os santos que viveram desde a fundação do mundo ressuscitarão do pó

da terra para a vida eterna. “Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão... e a terra

lançará de si os mortos” (Isaías 26:19).

Após a destruição de todos os ímpios e pecadores que estarão vivos na vinda do Senhor,

os justos serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares (I Tessalonicenses 4:17). É por

essa razão que o Senhor orienta os santos a se esconderem somente por um momento até que

passe o juízo retribuitivo sobre os ímpios e pecadores.

11. Apocalipse 6:15-17

“E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o ser-

vo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas. E diziam aos

montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado

sobre o trono, e da ira do Cordeiro. Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá

subsistir?”

Que sete classes de pessoas se esconderão na vinda do Senhor?

O que os ímpios dirão aos montes e rochedos?

Antes de Jesus retornar a este mundo pela segunda vez, o evangelho eterno terá sido

pregado em todo o mundo em testemunho a todas as gentes (Mateus 24:14). “Então aparece-

rá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho

do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24:30).

Naquele dia, todos os ímpios e pecadores vão procurar esconder-se da presença espanto-

sa do Senhor (Isaías 2:19) nas cavernas e nas rochas das montanhas, que resultaram do gran-

de terremoto que abalou toda a estrutura do planeta (Apocalipse 16:18).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Ímpios de todas as classes sociais se lamentarão no grande dia do Senhor. Entre eles

estão os governantes do mundo, os grandes homens da terra, os ricos, os tribunos, os podero-

sos e também os servos e os livres.

E no interior das cavernas todos os ímpios suplicarão para que as rochas venham a cair

sobre suas cabeças. Todos eles desejam a morte para poderem esconder-se da presença es-

pantosa do Senhor. Nenhum dos ímpios deseja enfrentar o Senhor face a face em Sua glória.

Jesus vem nas alturas do céu sentado sobre um trono de deslumbrante glória. Os ímpios

reconhecem que chegou o grande dia da ira do Senhor. Eles possuem consciência de sua

natureza perversa e levantam a seguinte questão: “é vindo o grande dia da sua ira; e quem

poderá subsistir?” Os capítulos seguintes respondem à pergunta dos ímpios, apresentando os

“centos e quarenta e quatro mil” como sendo somente aqueles que poderão subsistir no

grande dia da “ira do Cordeiro”.

12. Isaías 25:9

“E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos

salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salvação gozaremos e nos alegra-

remos”.

O que os justos dirão naquele dia?

No grande dia do Senhor, enquanto os ímpios estão se escondendo nas cavernas e nas

rochas das montanhas, apavorados com a Sua espantosa presença (Isaías 2:19); todos os san-

tos vivos, que são os “cento e quarenta e quatro mil”, estarão exultando de alegria. Não por-

que os ímpios estão perecendo, mas porque o Senhor a quem aguardavam com grande ex-

pectativa chegou à Terra para salvá-los.

Quando o grande dia do Senhor chegar, os santos estarão ilesos. Passaram pelas sete

últimas pragas, sofreram na angústia de Jacó e todos superaram o medo do ameaçador decre-

to de morte. Contrariando o mundo, os “cento e quarenta e quatro mil” permaneceram firmes

em guardar os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Com essa atitude fizeram uma tremen-

da oposição ao sinal da besta (Apocalipse 14:12) e venceram.

E agora, ao identificarem no céu o sinal da segunda vinda de Jesus, os “cento e quarenta

e quatro mil”, triunfantes, exclamam jubilosos: “Eis que este é o nosso Deus, a quem aguar-

dávamos, e ele nos salvará”. As palavras dos santos expressam um profundo sentimento que

até então os animava. Primeiro, eles admitem abertamente que estavam aguardando a volta

do Senhor. Segundo, eles manifestam a esperança de que o Senhor os salvará. Mas salvará

do que? O Senhor os salvará das mãos dos ímpios e os levará para o Seu reino de glória.

Naquele momento de intensa e inexprimível felicidade os santos continuam exclaman-

do: “este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salvação gozaremos e nos alegraremos”.

Novamente eles repetem que estavam “aguardando a bem-aventurada esperança e o apare-

cimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tito 2:13).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 17

O Milênio

INTRODUÇÃO

1. João 14:2-3

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito: vou

preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim

mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”.

O que Jesus foi fazer no céu?

Depois de preparar lugar o que Jesus fará?

Jesus disse que na casa do Seu Pai existem muitas moradas, e se porventura não existis-

sem Ele teria dito tal fato aos seus ouvintes. Mas como realmente existem, então o Senhor

prometeu que vai preparar um lugar para todos os salvos.

A casa do Pai está no Céu, mais precisamente no terceiro céu (II Coríntios 12:2). Jesus

falou sobre a existência de um reino que “está preparado desde a fundação do mundo” para

todos os salvos (Mateus 25:34); a Bíblia Sagrada também fala de uma cidade que “está nos

céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20). Essa

cidade é a Nova Jerusalém e nela há muitas moradas.

Quando Jesus terminar de preparar um lugar para todos os salvos Ele prometeu que vol-

tará a este mundo. Foi Jesus mesmo quem fez a seguinte e maravilhosa promessa: “virei ou-

tra vez”. Desde então, todos os cristãos aguardam com grande expectativa a vinda do Senhor

nas nuvens do céu com poder e grande glória.

Jesus prometeu que, os que forem dignos de receber a vida eterna, serão levados ao Céu

para estarem com Ele. Mas tal evento somente ocorrerá no dia de Sua volta. E, enquanto

Jesus não vem, os santos mortos estão dormindo no pó da Terra, aguardando a bem-aventura

esperança da ressurreição da vida eterna no dia da volta de Jesus a este mundo (Tito 2:13).

2. João 5:28-29

“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepul-

cros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que

fizeram o mal para a ressurreição da condenação”.

Onde estão os mortos quando ouvirem a voz de Jesus?

Que duas ressurreições haverá?

Jesus deixou bem claro que chegará o dia e a hora em que todos os que estão nas sepul-

turas ouvirão a Sua voz. Diante dessa mensagem concluímos que os mortos “estão” na se-

pultura e não no céu ou no inferno. Portanto, os mortos não ouvirão a voz do Senhor no céu

e muito menos no inferno, mas eles a ouvirão nas sepulturas.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O Senhor fez referência a duas classes de pessoas. Os que praticaram o bem e os que

praticaram o mal. Aqueles que praticaram o bem, também são conhecidos como justos, san-

tos, eleitos etc. E os que praticaram o mal são conhecidos como ímpios e pecadores.

Segundo o versículo, haverá duas espécies de ressurreições: a “ressurreição da vida” e a

“ressurreição da condenação”. Portanto, aqueles que fizeram o bem e morreram em Cristo,

sairão das sepulturas, ressuscitados para a vida eterna; e os que fizeram o mal sairão das se-

pulturas ressuscitados para a condenação.

Veremos pelas Escrituras Sagradas que a “ressurreição da vida” e a “ressurreição da

condenação” não são eventos que ocorrem simultaneamente. Mas são acontecimentos que

ocorrerão em ocasiões bem distintas.

I – ACONTECIMENTOS NO INÍCIO DO MILÊNIO

QUE ACONTECERÁ AOS JUSTOS

3. I Tessalonicenses 4:16-17

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a

trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que

ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor

nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”.

Quem será ressuscitado quando o Senhor voltar?

O que acontecerá com todos os salvos?

Quarenta dias após a Sua ressurreição, Jesus Cristo subiu ao céu e também será Ele

mesmo que descerá do céu com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus. A

segunda vinda de Jesus não tem nada de secreta. Na realidade as Escrituras Sagradas afir-

mam explicitamente que Ele “vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o

traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém” (Apocalipse

1:7).

Naquele grande dia, os que praticaram o bem e morreram na fé, ressuscitarão incorrup-

tíveis e imortais para a vida eterna. Eles ressuscitam com corpos glorificados na flor da eter-

na juventude. Voltam a raciocinar e a pensar a partir do exato instante em que caíram sob o

poder da morte. Não importa se eles estão mortos há uma semana, um ano, cem anos, dois

mil anos, quatro mil ou seis mil anos. O lapso de tempo decorrido enquanto estiverem mor-

tos não está registrado em suas mentes. Quando ressuscitam, para eles, esse lapso de tempo

simplesmente não existe. Em suas mentes terão a sensação de que, desde a sua morte decor-

reu apenas um instante. Desta perspectiva pode-se afirmar que eles morrem e imediatamente

encontram-se perante o Senhor.

Enquanto os santos mortos, que viveram em diferentes nações e épocas, estão sendo

ressuscitados, os “cento e quarenta e quatro mil” que estarão vivos no dia da volta do Senhor

serão transformados durante um intervalo de tempo que durará somente um abrir e piscar de

olhos. Então, num instante, eles recebem um corpo incorruptível e imortal na beleza da eter-

na juventude.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Esses dois grupos de santos – ressuscitados e transformados – serão arrebatados para

encontrar o Senhor Jesus Cristo nas alturas dos céus, e assim, todos estarão para sempre com

o Senhor.

O QUE ACONTECERÁ AOS ÍMPIOS

4. II Tessalonicenses 1:7-9

“E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus

desde o céu com os anjos do seu poder. Como labareda de fogo, tomando vingança dos que

não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Os quais por castigo padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu

poder”.

Quem se manifestará desde o céu?

Contra quem será tomada vingança?

Que castigo padecerá os ímpios?

Até agora estudamos o que ocorrerá com os santos quando Jesus retornar a este mundo.

Mas o que acontecerá com os ímpios que estiverem vivos no grande dia do Senhor?

Divinamente inspirado, o apóstolo Paulo diz que o Senhor Jesus se manifestará do céu

com os anjos do seu poder. O Senhor voltará nas nuvens do céu com poder e grande glória,

acompanhado por milhares de milhares e milhões de milhões de santos anjos.

Naquele grande dia escatológico, a glória de Jesus se manifestará atingindo os ímpios e

os pecadores “como labareda de fogo”. O Senhor vem para tomar vingança daqueles que não

conhecem a Deus e daqueles que não obedecem ao evangelho de Cristo. Aqueles que conhe-

cem a Deus são condenados porque conscientemente ignoraram, desprezaram e recusaram

receber a mensagem do evangelho eterno. E aqueles que não obedecem ao evangelho de

nosso Senhor Jesus Cristo são condenados porque deixaram de guardar os Seus mandamen-

tos.

No “último dia”, os ímpios serão aniquilados pelo esplendor da vinda do Senhor (II Tes-

salonicenses 2:8). “Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr

a terra em assolação, e destruir os pecadores dela. E visitarei sobre o mundo a maldade, e

sobre os ímpios a sua iniquidade: e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a so-

berba dos tiranos” (Isaías 13:9; 11).

Os ímpios e os pecadores são destruídos porque, com a pregação do evangelho eterno

em todo o mundo (Mateus 24:), eles tiveram esclarecimento, tempo e oportunidade para se

arrepender e escolher a quem servir, mas recusaram fundamentar as suas vidas na verdade. E

com o fechamento da porta da graça perderam toda e qualquer oportunidade de salvação.

E, por se tratar de um juízo retribuitivo, a rejeição dos ímpios por parte do Senhor indica

claramente que eles estão condenados à perdição eterna, “ante a face do Senhor e a glória do

seu poder”.

“Por ocasião da vinda de Cristo os ímpios são eliminados da face de toda a Terra: con-

sumidos pelo espírito de Sua boca, e destruídos pelo resplendor de Sua glória. Cristo leva o

Seu povo para a cidade de Deus, e a Terra é esvaziada de seus moradores” (GC, 657).

DUAS RESSURREIÇÕES

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

5. Apocalipse 20:6

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes

não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com

ele mil anos”.

Quem é bem-aventurado?

Sobre quem a segunda morte não tem poder?

Quanto tempo os salvos reinarão com Cristo?

O apocalipse deixa claro que são bem-aventurados – afortunados, ditosos, felizes, ventu-

rosos – e santos todos aqueles que participarem da “primeira ressurreição”. É evidente que se

existe uma “primeira ressurreição” é porque existe uma segunda ressurreição. Além disso,

Jesus deixou bem claro que haveria duas espécies de ressurreições: a “ressurreição da vida”

e a “ressurreição da condenação”.

A primeira ressurreição, também conhecida como “ressurreição da vida”, ocorre na se-

gunda vinda de Cristo e dela participam todos os santos de todas nações e épocas.

E sobre todos aqueles que participarem da “primeira ressurreição” a “segunda morte”

não tem nenhum poder. É claro que se existe uma “segunda morte” é porque existe uma

primeira morte. A primeira morte é a morte natural que ocorre com todos os seres vivos. A

segunda morte é resultado do juízo executivo, e ocorrerá “no lago que arde com fogo e enxo-

fre” (Apocalipse 21:8).

A segunda morte será aplicada a todos os ímpios e pecadores que já viveram sobre a

face da Terra. Todos eles morrerão uma primeira vez. Depois de um certo tempo voltam a

receber a vida por força da segunda ressurreição e, finalmente, em juízo executivo passam

pela segunda morte.

Os que voltarem a viver na primeira ressurreição “serão sacerdotes de Deus e de Cristo e

reinarão com ele mil anos”. Isso significa que os santos ressuscitados têm uma importante

obra a realizar no céu com Cristo durante o período de mil anos. E o fato dos santos ressusci-

tados reinarem com Cristo durante mil anos, pressupõe que a “primeira ressurreição” ocorre

no início desse período.

6. Apocalipse 20:5

“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a pri-

meira ressurreição”.

Quando ocorrerá a ressurreição dos “outros mortos”?

Enquanto todos os santos participam da primeira ressurreição, que ocorre no início dos

mil anos, “os outros mortos” que não participaram da primeira ressurreição não reviverão até

que os mil anos venham a terminar.

Quando terminarem os mil anos, Jesus retornará à Terra pela terceira vez. Nesta ocasião

aqueles que fizeram o mal ouvirão a voz do Senhor na sepultura e sairão para a ressurreição

da condenação. Essa é a segunda ressurreição e ela ocorre no fim dos mil anos.

Todos aqueles que não participarem da “primeira ressurreição” não são considerados

santos. Na verdade eles são considerados ímpios e pecadores. Portanto, os ímpios e os peca-

dores somente ressuscitarão na segunda ressurreição, que ocorrerá no final dos mil anos.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Sobre aqueles que participam da primeira ressurreição, a segunda morte não tem poder

(Apocalipse 20:6). Ora, o fato dos “outros mortos” não participarem da primeira ressurreição

pressupõe que sobre eles a segunda morte tem poder.

Que fique bem claro, a “segunda morte” não tem poder sobre aqueles que participam da

“primeira ressurreição”, mas ela tem pleno poder sobre todos aqueles que participam da se-

gunda ressurreição, também conhecida como “ressurreição da condenação”.

Ao ouvirem a voz de Jesus, os ímpios ressurgem do pó da terra. É a chamada “ressurrei-

ção da condenação”. Eles não ressuscitam na flor da juventude, mas apresentam a mesma

aparência e idade que tinham quando morreram. Eles não ressuscitam incorruptíveis ou

imortais, mas ressuscitam para receberem a sentença condenatória no juízo executivo.

Diante do que foi exposto até o presente momento, fica claro que o milênio é um perío-

do de mil anos que tem início com a primeira ressurreição que ocorre na segunda vinda de

Cristo; e termina com a segunda ressurreição que ocorre na terceira vinda de Cristo. A pri-

meira ressurreição é a dos santos e a segunda é dos ímpios e pecadores.

II - ACONTECIMENTOS DURANTE O MILÊNIO

A PRISÃO DE SATANÁS

7. Apocalipse 20:1-3

“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua

mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por

mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não

engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto, por um

pouco de tempo”.

Devido às cadeias de circunstâncias quem será preso?

Quanto tempo Satanás ficará nessa prisão?

João viu a prisão de Satanás sendo representada pelo símile de um anjo que tinha a cha-

ve do abismo e uma grande cadeia em sua mão. A “chave do abismo” é o símile da Terra

num estado assolado e em trevas. A palavra “abismo” remete o leitor à origem da criação,

onde a Bíblia diz que: “a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo”

(Gênesis 1:2). Numa linguagem semelhante, o profeta Jeremias descreveu a situação da Ter-

ra transformada em abismo com as seguintes palavras: “Observei a terra, e eis que estava

assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz” (Jeremias 4:23). A “grande cadeia” é

sinônimo de algema, corrente, presídio, enfim, símile de prisão.

O dragão, também conhecido como antiga serpente, Diabo e Satanás foi preso no abis-

mo; ou seja, na Terra assolada e vazia (Jeremias 4:23) e ficou amarrado durante um período

de mil anos. O anjo que tinha a chave do abismo não é literal, mas símbolo de Jesus Cristo

que vem à Terra para transformá-la num abismo e prender Satanás durante mil anos.

Portanto, Satanás será preso no início dos mil anos, quando Cristo retornar a este plane-

ta para destruir todos os ímpios e arrebatar os santos para o céu, deixando a Terra totalmente

devastada e vazia.

LEANDRO BERTOLDO

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Qualquer prisão tem a finalidade de isolar da sociedade o transgressor da lei. Assim

também, Satanás ficará preso na Terra durante todo o milênio. Ele será isolado de tudo e de

todos seres humanos. Isso porque todos os ímpios e pecadores foram mortos e os santos fo-

ram arrebatados para o céu. Satanás e seus anjos ficarão sozinhos na Terra por um período

de mil anos. Nesse período ele estará impedido de enganar as nações, pois os ímpios estarão

no pó da terra e os santos estarão nas moradas celestiais preparadas por Jesus. Portanto, Sa-

tanás ficará preso devido às cadeias de circunstâncias dos eventos que ocorrerão com a vinda

de Cristo a este mundo.

Terminado o milênio, importa que Satanás seja solto por um pouco de tempo. Isso ocor-

rerá porque no final dos mil anos, todos os ímpios, de todas as épocas e nações serão ressus-

citados para a condenação. Essa é a segunda ressurreição. Agora Satanás sente-se novamente

livre de sua prisão milenar, haja vista que passa a possuir as nações dos ímpios, para tentar e

enganar outra vez.

Em resumo; no início dos mil anos Satanás e seus anjos são presos na Terra. Eles per-

manecem impedidos de sair de sua prisão durante todo o período de mil anos. Os ímpios

permanecem mortos no pó da terra. Os santos foram arrebatados para o céu, onde reinarão

com Cristo. Será somente no final do milênio, com a ressurreição de todos os ímpios, é que

Satanás será solto de sua prisão, mas apenas por um pouco de tempo.

ACONTECIMENTOS NO CÉU

8. Apocalipse 20:4

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as al-

mas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus e que

não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em

suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos”.

O que foi visto?

O que foi dado aos salvos?

Por quanto tempo viveram e reinaram com Cristo?

Todos os santos, de todas as nações e de todas as épocas, foram ressuscitados no início

do milênio, e juntamente com os santos vivos, que não provaram a morte – cento e quarenta

e quatro mil – foram arrebatados para o céu no grande dia do Senhor. Ao mesmo tempo,

todos os ímpios e pecadores foram mortos pelo esplendor da vinda do Senhor.

Arrebatado em santa visão, João observou que no céu havia vários tronos. Ele afirmou

que viu pessoas sentando-se sobre esses tronos e que elas haviam recebido autoridade para

julgar. João também afirmou que essas pessoas “viveram, e reinaram com Cristo durante mil

anos”.

Mas que julgamento é esse? Quem julgará? Quem será julgado? Por que serão julgados?

Essas são algumas das perguntas que serão respondidas logo a seguir.

Esse julgamento representa a terceira fase do juízo. A primeira fase é chamada de “juízo

investigativo”, na qual são analisadas as vidas daqueles que possuem o nome registrado no

livro da vida e ocorre antes do milênio. A segunda fase é denominada de “juízo retribuitivo”,

onde a cada pessoa viva será retribuído o galardão conforme as suas obras e ocorre no início

do milênio. A terceira fase é conhecida como “juízo comprobatório”, no qual são analisadas

LEANDRO BERTOLDO

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as vidas daqueles que não possuem o nome no livro da vida e ocorre durante o milênio. A

quarta fase é chamada de “juízo executivo”, na qual cada ímpio recebe uma pena proporcio-

nal às suas obras, no lago de fogo, sendo que esta fase ocorre após o final do milênio.

Durante o milênio, os santos julgarão todos os ímpios e os pecadores que nasceram e

morreram na face da Terra. Os ímpios estão condenados por Deus, haja vista que não parti-

ciparão da primeira ressurreição. E, por não participarem da primeira ressurreição, a segunda

morte possui poder sobre eles.

Sobre esse julgamento, o apóstolo Paulo afirmou o seguinte: “Não sabeis vós que os

santos hão de julgar o mundo?... Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (I Corín-

tios 6:2). Nesse versículo fica bem claro que os santos julgarão os ímpios, Satanás e os seus

anjos.

Sabendo que Satanás e os ímpios já estão condenados, então por que eles serão julgados

pelos santos? Eles serão julgados para que os santos possam reconhecer três fatos fundamen-

tais à felicidade geral do Universo: primeiro, para que seja reconhecido que Deus é verdadei-

ro e justo em condenar os ímpios; segundo, para que todos possam ver a razão pela qual os

ímpios não receberam a salvação; e, terceiro, para que os santos possam dosar a pena que

cada ímpio deve receber em juízo executivo, em função da luz que possuíam em suas épocas

e das obras correspondentes.

Em resumo, durante o milênio Satanás ficará preso na Terra. Os ímpios permanecerão

no pó da terra e os santos glorificados estarão no céu, realizando o julgamento de todos os

ímpios e dos anjos que pecaram.

III - ACONTECIMENTOS NO FIM DO MILÊNIO

DESCIDA DA NOVA JERUSALÉM

9. Apocalipse 21:2

“E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereça-

da como uma esposa ataviada para o seu marido”.

Após o Milênio o que descerá do céu?

João viu a santa cidade. Ela é chamada de “Nova Jerusalém”, cujo “artífice e construtor

é Deus” (Hebreus 11:10). Ela é nova porque vem para substituir a antiga Jerusalém.

No fim dos mil anos, a Nova Jerusalém descerá do céu e pousará no local onde atual-

mente encontra-se o Monte das Oliveiras, que será aplainado numa longa planície.

A Nova Jerusalém será a capital do reino de Deus. Nela estará o trono de Deus. O plane-

ta Terra será o centro do governo universal de Deus.

O esplendor da Nova Jerusalém é tão deslumbrante que João a descreveu “como uma

esposa ataviada para o seu marido”. A cidade é tão bela e esplendorosa que João não encon-

trou palavras para descrevê-la, a não ser compará-la com uma noiva no dia do seu casamen-

to, quando ela está toda bela, enfeitada e adornada para o seu noivo.

SATANÁS É LIBERTADO

LEANDRO BERTOLDO

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10. Apocalipse 20:7-8

“E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão. E sairá a enganar as

nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a

areia do mar, para as ajuntar em batalha”.

Acabando-se os mil anos, quem será solto?

O que Satanás fará com as nações dos perdidos?

No fim dos mil anos, “os outros mortos” (Apocalipse 20:5) que não fizeram parte da

primeira ressurreição, voltam à vida. É a chamada ressurreição da condenação. Com a res-

surreição dos ímpios e pecadores, Satanás sente-se livre de sua prisão. Ele não está mais

isolado de tudo e de todos. Agora ele possui novamente o controle de todas as nações de

ímpios para os dominar como príncipe do mundo.

Satanás vendo-se livre de sua prisão milenar, sairá para enganar as nações dos ímpios

ressuscitados que estão esparramadas sobre todos os quatro pontos cardeais da Terra. Essas

nações são chamadas de Gogue e Magogue. Esses nomes são citados no Antigo Testamento

e são tidos como adversários de Deus (Ezequiel 38:2). O número de pessoas que constituem

as nações dos ímpios “é como a areia do mar”; ou seja, são incontáveis. Experimente contar

os grãos de areia contidos numa praia!

Satanás enganará as nações dos ímpios para ajuntá-la em batalha. Grandes guerreiros de

todas as épocas são convocados para essa guerra. Generais que nunca perderam uma batalha

se fazem presentes. Todos eles, enganados por Satanás, possuem apenas um propósito: des-

truir a Nova Jerusalém e todos os seus habitantes. Trata-se do último confronto das trevas

contra a luz. É a última batalha de Satanás contra Cristo.

A SEGUNDA MORTE

11. Apocalipse 20:9 e 15

“E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade ama-

da; mas desceu fogo do céu, e os devorou”.

“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.

O que Satanás e os ímpios cercarão?

O que descerá do céu e os devorará?

Decorrido pouco tempo depois do milênio, os ímpios se preparam para a batalha. Sob o

comando de Satanás, se põem a marchar em direção à Nova Jerusalém. Vários exércitos vêm

de todas as direções da Terra, e aproximando-se, cercam o acampamento dos santos e a ci-

dade amada.

Nesse poderoso exército de ímpios encontram-se Adolf Hitler, Napoleão Bonaparte e

tantos outros que cometeram crimes contra a humanidade e não se arrependeram de seus

pecados.

Mas no momento exato em que esse poderoso exércíto está preparado para dar início

aos ataques contra a cidade amada, o Senhor interfere. Primeiro, o Senhor desperta as cons-

ciências de todos os ímpios e pecadores para mostrar a razão pela qual eles foram condena-

dos. Segundo, desce fogo do céu e consome todos os ímpios. As consequências desse fogo é

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eterna para todos os ímpios, razão pela qual é chamado de “fogo eterno”. A Terra inteira se

transforma num lago de fogo.

O combustível que mantém as chamas acessas desse “fogo eterno” é o pecado. E cada

ímpio permanecerá vivo e queimando enquanto não for consumida a última gota de pecado,

quando então se transformarão em cinzas. Satanás como pai da mentira, autor da rebelião

contra a lei de Deus, opositor do governo divino e causa da perdição dos homens será o úl-

timo a extinguir-se em cinza no lago do “fogo eterno”.

As Escrituras Sagradas deixam claro que todos aqueles que não tiverem o seu nome

registrado no livro da vida, serão lançados no lago de fogo (Apocalipse 20:15), sofrendo a

pena da segunda morte (Apocalipse 21:8). Essa será a última batalha do conflito entre o bem

e o mal. A rebelião de Lúcifer, iniciada no céu finalmente chegou ao fim. Pecado e pecado-

res não mais existem. O mal não se levantará segunda vez.

CONCLUSÃO

12. Apocalipse 21:5

“E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E

disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis”.

O que Deus disse que tornaria novo?

Sentado sobre o Seu trono de glória, disse o Senhor: “Eis que faço novas todas as coi-

sas”. Com essas palavras o Senhor está afirmando que torna novas todas as coisas que exis-

tem, ou seja, o Senhor renovará todas as coisas. Note bem, Deus não reformará todas as coi-

sas, mas Ele tornará novas todas as coisas.

Deus, com o seu grande poder criador, restaurará todas as coisas à sua perfeição edêni-

ca. Sob o comando e poder da Palavra do Senhor, o céu e a Terra serão totalmente renova-

dos, como eram no princípio da criação, antes da entrada do pecado no mundo.

Os salvos formarão as novas nações do mundo. Eles desfrutarão da juventude eterna.

Muito embora o homem tenha sido criado um pouco menor que os anjos (Salmos 8:5; He-

breus 2:7), eles “já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos” (Lucas 20:36).

Finalmente, tem início para os santos do Altíssimo uma eternidade de paz, gozo, cres-

cimento intelectual, moral e espiritual. A justiça e o amor reinarão universalmente nos cora-

ções de todos os salvos de todas as gerações, nações, línguas e épocas. O plano original de

Deus para a raça humana, que foi interrompido pelo pecado, estará apenas dando os seus

primeiros passos. Um mundo de felicidade eterna aguarda os santos.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 18

O Reino de Deus

INTRODUÇÃO

1. Mateus 24:30

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se la-

mentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande

glória”.

Quantos reinos da Terra se lamentarão?

Jesus deixou aos cristãos a confortadora promessa: “virei outra vez” (João 14:3). As

Escrituras Sagradas afirmam categoricamente que Cristo “aparecerá segunda vez” (Hebreus

9:28). Essa tem sido a esperança de milhares de cristãos que desceram à sepultura, confian-

tes na promessa de que no dia em que Jesus voltar eles serão ressuscitados para a vida eter-

na.

Os santos possuem a plena consciência de que eles, ao morrerem, não subirão imedia-

tamente ao céu e muito menos irão para o inferno. Mas todos eles sabem que ficarão no pó

da terra aguardando o dia da ressurreição.

Quando chegar o grande dia do Senhor, então “aparecerá no céu o sinal do Filho do ho-

mem”. A princípio, esse sinal consistirá de um pequeno ponto luminoso, cujo brilho e tama-

nho aumentarão progressivamente até que todos possam identificar, por entre as nuvens car-

regadas, que se trata do Senhor retornando a este mundo.

Ao verem Jesus vindo nas nuvens do céu, todos os reinos do mundo vão se lamentar

amargamente. Conforme as profecias bíblicas anunciam, Jesus retornará como o ladrão. Na-

quela época, o mundo estará totalmente despreparado e, aos olhos dos homens, parecerá que

Cristo veio de forma inesperada.

Nessa ocasião, a pregação do evangelho eterno no mundo inteiro já terá ocorrido. Todos

seres humanos tiveram oportunidades para arrependimento. Todos foram orientados a se

converterem às verdades do evangelho. A condenação divina sobre o sinal da besta foi lar-

gamente demonstrada. Mas o amor aos prazeres do mundo foi maior, e os reinos do mundo

recusaram a obedecer ao evangelho eterno. Agora, com a vinda do Senhor é tarde demais

para qualquer espécie de arrependimento. Chegou o dia do juízo retribuitivo. Os ímpios e os

pecadores sabem que estão condenados e perdidos, razões pela quais eles se lamentarão.

2. Daniel 2:44

“Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais des-

truído; e este reino não passará a outro povo: esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e

será estabelecido para sempre”.

O que Deus levantará?

O que Deus esmiuçará e consumirá?

Por quanto tempo o reino de Deus será estabelecido?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No dia em que Jesus retornar a este mundo as nações da Europa, que resultaram da fra-

gmentação do Império Romano em 476, ainda estarão existindo como reinos divididos.

Conforme as profecias anunciam, até a consumação dos séculos, esses reinos “não se

ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro” (Daniel 2:43). Eles

nunca mais serão unidos para formar um novo Império. Mas está profetizado que nos dias

desses reinos divididos, Jesus retornará a este mundo e então Deus começará a levantar um

reino.

Os reinos do mundo não são estáveis e nem permanentes. A História Universal mostra

que, com o passar do tempo, os reinos dos homens são destruídos e sucedidos por outros.

Todavia, o reino que Deus vai estabelecer neste planeta jamais será destruído e muito menos

passará ao poder de outro povo. Será um reino que nenhum ser humano, poder ou criatura

poderá destruir ou subjugar. Será o único reino estável que permanecerá para sempre.

O estabelecimento do reino de Deus na Terra tem início com a segunda vinda do Se-

nhor, quando Ele resgatar todos aqueles que constituirão os súditos do reino de Deus. Nos

dias de hoje, esses súditos encontram-se mortos no pó da Terra.

A vinda de Jesus Cristo a este mundo, para estabelecer o reino de Deus, “esmiuçará e

consumirá todos estes reinos”. Muito embora a profecia de Daniel tenha focado os reinos

europeus, a verdade é que todos os reinos do mundo serão esmiuçados e consumidos.

O reino que Deus estabelecerá subsistirá para sempre. Terá início com o resgate de to-

dos aqueles que serão os súditos desse reino. A princípio, esses súditos “serão sacerdotes de

Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20:6). E, após o milênio, “eles

reinarão sobre a terra”, “e reinarão para todo o sempre” (Apocalipse 5:10; 22:5).

JESUS RECEBE O REINO

3. Apocalipse 11:15

“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os

reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o

sempre”.

De quem vieram ser os reinos do mundo?

Por quanto tempo Cristo reinará?

Quando o último dos sete anjos tocar a sua trombeta, haverá uma tremenda comoção no

céu. Do meio dessa comoção, o apóstolo João afirmou que ouviu vozes dizendo que os rei-

nos do mundo vieram a pertencer ao Senhor e a Cristo.

O sétimo anjo começou a tocar a sua trombeta quando terminou o período profético das

“duas mil e trezentas tardes e manhãs”, o que deu início à purificação do santuário celestial

por meio do juízo investigativo. Esse anjo continuará tocando a sua trombeta até que tenha

início o período dos mil anos.

A trombeta era empregada na guerra e tocada para comandar a ação dos soldados em

batalha. Portanto, a trombeta é símbolo de guerra e comando (Jeremias 4:19-21, I Coríntios

14:8). No toque da última trombeta sobressai-se de imediato o anúncio de que os reinos do

mundo vieram a pertencer ao Senhor e que Ele reinará para sempre.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O toque da sétima trombeta compreende os seguintes eventos finais: 1) os reinos do

mundo passam para o Senhor; 2) vem a ira das nações; 3) a ira de Deus manifesta-se nas sete

últimas pragas; 4) ocorre o julgamento dos mortos no juízo investigativo; 5) os justos rece-

bem o galardão na vinda do Senhor; 6) os ímpios são destruídos no juízo retribuitivo; 7) a

arca do concerto é vista no santuário celestial. (Apocalipse 11:15-19).

Quando terminar o juízo investigativo, Jesus terá em mãos o livro da vida, com os no-

mes de todos aqueles que herdarão a vida eterna. Pode-se dizer que Jesus terá em mãos –

virtualmente – todos os reinos do mundo vindouro. Mas é somente quando terminar o juízo

investigativo é que esses “reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e

ele reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11:15).

4. Daniel 7:13-14

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um

como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe

dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem:

o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não será

destruído”.

Que três coisas foram dadas a Jesus Cristo?

Que reino não será destruído?

Quando “assentou-se o juízo, e abriram-se os livros” (Daniel 7:10), Jesus Cristo dirigiu-

se imediatamente para o local santíssimo do santuário celestial, onde teria lugar o juízo in-

vestigativo. Santos anjos conduziram o Senhor até a presença do Pai. Cristo tem uma obra de

fundamental importância para realizar em juízo.

Jesus afirmou que recebeu autoridade para exercer o juízo porque Ele é o “Filho do ho-

mem” (João 5:27). Quando fez tal afirmativa, o Senhor aplicou a Si mesmo as palavras do

profeta Daniel, que O identifica como o Filho do homem. Jesus também disse que “o Pai a

ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” (João 5:22). Mas por que o Pai confiou o jul-

gamento ao Filho?

A resposta é a seguinte: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compade-

cer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem peca-

do” (Hebreus 4:15). Portanto, o julgamento foi confiado pelo Pai a Jesus Cristo pelos se-

guintes motivos: Foi o Filho quem assumiu a natureza humana, viveu entre os seres huma-

nos, conheceu na carne as fraquezas dos homens e suas tentações. Portanto, o Senhor Jesus

está perfeitamente apto e qualificado para exercer o juízo com justiça.

“Ele vem ao Ancião de dias, no Céu, para receber o domínio, a honra, e o reino, os quais

Lhe serão dados no final de Sua obra de mediador”. (GC, 484). Portanto, somente quando

terminar o juízo investigativo, tendo o testemunho de milhares de santos anjos, o Senhor

Jesus receberá “o domínio e a honra, e o reino”. Nessa ocasião Cristo será elevado à condi-

ção de “Reis dos reis e Senhor dos senhores” para que todos os povos, nações e línguas pos-

sam servi-Lo.

Esses povos, nações e línguas são constituídos por milhares de milhares e milhões de

milhões de seres humanos que foram resgatados em todas as nações de todas as épocas. Com

a morte de Cristo foi possível comprar “para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo,

e nação” (Apocalipse 5:9).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O domínio que Cristo exercerá será um domínio duradouro, que nunca passará a outro

povo. O reino de Cristo será um reino eterno porque o Rei e os Seus súditos serão eternos.

A História Universal mostra que os reinos do mundo sempre são destruídos, e sempre

passam para as mãos de algum outro povo. Mas o reino que Cristo estabelecerá será o único

que não passará a nenhum outro povo e também o único que jamais será destruído.

OS SANTOS RECEBEM O REINO

5. Daniel 7:22

“Até que veio o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo; e chegou o

tempo em que os santos possuíram o reino”.

O que foi dado aos santos?

Que tempo chegou?

Após o encerramento do juízo investigativo, o Senhor voltará à Terra como “Reis dos

reis e Senhor dos senhores”. Ele virá para inaugurar um reino eterno de paz e justiça. Quan-

do o Senhor vier, os santos do Altíssimo serão arrebatados para o céu onde “serão sacerdotes

de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20:6).

O “ancião de dias” é um símile que identifica o Pai, a primeira pessoa da Santíssima

Trindade e também indica a Sua eternidade e a Sua sabedoria. Os “santos do Altíssimo” são

aqueles que foram santificados na Palavra de Deus (João 17:17), são “os que guardam os

mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12).

No céu “foi dado o juízo aos santos do Altíssimo”. Esse juízo é chamado teologicamen-

te de “Juízo comprobatório”. O apóstolo João descreveu a cena desse juízo do seguinte mo-

do: “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar... e viveram, e

reinaram com Cristo durante mil anos” (Apocalipse 20:4).

Esse juízo – comprobatório – será realizado e concluído durante o período de mil anos.

Durante esse juízo, serão analisadas as obras de todos aqueles que não possuem o nome es-

crito no livro da vida. Paulo descreveu esse juízo com as seguintes palavras: “Não sabeis vós

que os santos hão de julgar o mundo?... Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (I

Coríntios 6:2-3).

Com o término da execução dos ímpios e pecadores, chegará “o tempo em que os santos

possuíram o reino” (Daniel 7:22). Finalmente os santos receberão definitivamente o reino

que foi usurpado das mãos de Adão e Eva por Satanás.

Na criação do mundo, o domínio da Terra havia sido entregue por Deus a Adão (Gêne-

sis 1:28). Mas Adão perdeu esse domínio quando se fez servo de Satanás (João 8:34; II Pe-

dro 2:19). A Bíblia Sagrada mostra que Satanás apresentava-se nos concílios celestiais como

representante deste mundo (Jó 1:6-7; 2:1-2). Além disso, Satanás admitiu, perante Jesus, que

possuía o domínio sobre os reinos do mundo (Lucas 4:5-6). E o próprio Senhor identificou a

Satanás como sendo o “príncipe deste mundo” (João 12:31; 14:30; 16:11).

6. Mateus 25:34

“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí

por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”.

O que Jesus dirá a todos os salvos?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Desde quando o reino está preparado?

Os santos virão a possuir o reino somente após o final do milênio, quando as nações do

mundo estiverem estabelecidas na face da Terra. Mas a verdade é que eles começarão a des-

frutar do reino de Deus junto com Cristo. E isto, desde o momento da Segunda vinda do Se-

nhor, haja vista que as Escrituras Sagradas anunciam que os santos “viveram, e reinaram

com Cristo durante mil anos” (Apocalipse 20:4).

Quando o “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (I Timóteo 6:15; Apocalipse 19:16) vol-

tar a este mundo exercendo o juízo retribuitivo, Ele arrebatará os santos de todas as épocas

para o céu e dirá: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está pre-

parado desde a fundação do mundo”. A princípio, o governo desse reino será realizado no

céu em conjunto com Jesus, já que a Bíblia Sagrada afirma que os santos reinam com Cristo.

No céu, “diante da multidão de resgatados está a santa cidade. Jesus abre amplamente as

portas de pérolas, e as nações que observaram a verdade, entram. Ali contemplam o paraíso

de Deus, o lar de Adão em sua inocência. Então aquela voz, mais harmoniosa do que qual-

quer música que tenha soado já aos ouvidos mortais, é ouvida a dizer: ‘Vosso conflito está

terminado.’ ‘Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado

desde a fundação do mundo’.” (GC Pág. 646).

Nas palavras de Jesus estão evidenciadas quatro situações distintas e fundamentais: 1ª)

que o reino está preparado desde a fundação do mundo; 2ª) que o reino está preparado para

os santos; 3ª) que os santos receberão o reino por herança, advinda da morte de Cristo; e, 4ª)

os santos receberão virtualmente o reino no início do milênio.

“O homem, em sua condição atual, não pode entrar no reino de Deus. Mas, em vindo

Jesus, confere a imortalidade a Seu povo; e então os chama para possuírem o reino de que

até ali têm sido apenas herdeiros” (GC, 323).

E, enquanto os santos estiverem no céu, eles reinarão com Cristo durante mil anos. Mas

os santos somente tomarão posse definitiva do reino quando estiverem instalados na Terra e

formarem as futuras nações do mundo. Fato que ocorrerá somente depois de decorrido o

juízo executivo.

7. Daniel 7:18

“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e possuirão o reino para todo o sempre,

e de eternidade em eternidade”.

Quem receberá o reino de Deus?

Por quanto tempo os santos possuirão o reino?

Quando o mal tiver sido definitivamente erradicado do planeta por meio da segunda

morte no lago de fogo e enxofre, então a Terra será inteiramente purificada e renovada pelo

grande poder de Deus.

Após terem reinado no céu juntamente “com Cristo durante mil anos” (Apocalipse

20:4), os santos do Altíssimo voltarão a habitar a Terra (Isaías 45:18), quando então recebe-

rão de fato a posse definitiva do reino que está preparado para eles desde a fundação do

mundo. A Bíblia Sagrada deixa claro que reino de Deus será estabelecido para sempre na

Terra.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O profeta Daniel fez questão de enfatizar que os santos possuirão esse reino para todo o

sempre, e de eternidade em eternidade continuarão a exercer a posse e o domínio desse rei-

no. Nada o arrebatará de suas mãos.

Na eternidade o mundo será constituído por várias nações de pessoas resgatadas de to-

das as épocas pelo precioso sangue de Cristo. Neste novo mundo habitará a justiça (II Pedro

3:13). Cada uma das nações dos santos terá o seu próprio rei e os seus próprios senhores.

Adão será o representante máximo do Planeta, mas Cristo sempre será “Reis dos reis e Se-

nhor dos senhores”. Com isso fica claro que a Terra formará um vasto Império, no qual o

imperador será Cristo.

8. Daniel 7:27

“E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao

povo dos santos do Altíssimo: o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servi-

rão, e lhe obedecerão”.

O que serão dados aos santos do Altíssimo?

Daniel deixou bem claro que o reino, o domínio e a majestade dos reinos da Terra serão

dados ao povo dos santos do Altíssimo. O “reino” é o governo; o “domínio” é a possessão e

a “majestade” é a grandeza dos reinos formados pelos justos que ressurgiram de todas as

épocas e de todas as nações do mundo.

Em razão deste versículo, também está evidente que os santos não terão domínio sobre

os reinos dos céus e nem sobre os anjos, mas eles receberão os “reinos debaixo de todo o

céu”. E esses reinos somente serão estabelecidos na Terra após o final dos mil anos.

“O propósito original de Deus na criação da Terra cumpre-se, ao fazer-se ela a eterna

morada dos remidos. ‘Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre’ (Salmos

37:29)” (GC, 681).

A Bíblia Sagrada afirma que o reino que os santos receberão será eterno. Evidentemente

terá uma forma de governo, mas esse reino nunca terá fim. O reino que os santos herdarão

nunca será subjugado por qualquer outro reino. Todos os reinos coexistirão pacificamente.

Todos os reinos servirão ao Senhor e Lhe obedecerão. Tal afirmativa implica em dedu-

zir que haverá leis e regras a serem obedecidas e que todos os governantes estarão sujeitos à

vontade de Deus.

Com o fim do período de mil anos, a Nova Jerusalém descerá do céu. Ela será a capital

dos reinos do mundo. “E as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua

glória e honra” (Apocalipse 21:24).

OS SANTOS REINAM

9. Apocalipse 5:9-10

“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus

selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo,

e língua, e povo, e nação. E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão

sobre a terra”.

De onde foram comprados homens para Deus?

Onde os santos do Altíssimo reinarão?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Jesus foi morto numa rude cruz. Sua morte teve um significado muito mais profundo do

que apenas a condenação de uma pessoa inocente à crucifixão. Ele morreu como um cordei-

ro em holocausto pelos pecados de todos os homens.

Ele morreu pelos pecados da humanidade, para que todo aquele que nEle crer venha a

ter o perdão e por fim a vida eterna na ressurreição que ocorrerá no último dia, quando Cris-

to retornar segunda vez a este mundo.

Como resultado do Seu supremo sacrifício em favor dos homens, Jesus adquiriu para

Deus pessoas de todas as tribos, línguas, povos e nações de todas as épocas. No dia do retor-

no de Jesus, todos esses santos ressuscitarão do pó da terra, incorruptíveis para a vida eterna.

Dentre esses homens, Jesus Cristo os tornou reis e sacerdotes para Deus. A Terra reno-

vada pelo Senhor será o eterno lar dos santos, e todos eles reinarão sobre ela, uma vez que os

reinos do mundo serão entregues aos santos do Altíssimo após o final dos mil anos.

“A Terra, dada originalmente ao homem como seu reino, traída por ele às mão de Sata-

nás, e tanto tempo retida pelo poderoso adversário, foi recuperada pelo grande plano da re-

denção. Tudo que se perdera pelo pecado foi restaurado” (GC, 680).

10. Zacarias 13:6

“E se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá ele: São as feridas

com que fui ferido em casa dos meus amigos”.

O que muitos perguntarão a Cristo?

Qual será a resposta de Cristo?

No reino que o Senhor estabelecerá na Terra, muitos santos que viveram antes da cruz e

que foram salvos da segunda morte, ao verem as cicatrizes deixadas pelos cravos nas mãos

de Jesus, perguntarão ao Senhor: “Que feridas são essas nas tuas mãos?”.

Então em sua maneira doce, meiga e gentil, Jesus dirá a essas pessoas que manifestaram

interesse em conhecer a origem de suas feridas: “São feridas com que fui ferido em casa dos

meus amigos”.

Alguns desses “amigos”, que foram ferrenhos adversários de Jesus, se converteram com

a pregação dos apóstolos (Atos 6:7; 15:5; 21:20) e agora se encontram salvos. Jesus não tem

nenhuma palavra de acusação.

“Há, entre os gentios, almas que servem a Deus ignorantemente, a quem a luz nunca foi

levada por instrumentos humanos; todavia não perecerão. Conquanto ignorantes da lei escri-

ta de Deus, ouviram Sua voz a falar-lhes por meio da Natureza, e fizeram aquilo que a lei

requeria. Suas obras testificam que o Espírito Santo lhes tocou o coração, e são reconhecidos

como filhos de Deus” (DTN, 637).

“Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a

lei pecaram pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus:

mas os que praticam a lei hão de ser justificados”.

“Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da

lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei. Os quais mostram a obra da lei escrita em seus

corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-

os, quer defendendo-os” (Romanos 2:12-15).

Muitos dos que viveram antes da cruz estarão a salvos no reino de Deus. Muitos deles

nunca souberam que o Messias seria traspassado pelos cravos e pregado numa cruz. Agora,

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

no reino de Deus, eles sentem-se curiosos para saber como o Seu amado Salvador havia ad-

quirido aquelas feridas em Suas mãos.

“Nosso Redentor sempre levará os sinais de Sua crucifixão. Em Sua fronte ferida, em

Seu lado, em Suas mãos e pés, estão os únicos vestígios da obra cruel que o pecado efetuou”

(GC, 674).

No reino vindouro, as únicas provas materiais existentes de que a humanidade passou

por um grande conflito são as cicatrizes nas mãos, pés e franco de Jesus. Eles são símbolos

de Sua tremenda vitória contra o mal. Todas as demais provas materiais da existência de um

mundo de pecado, dor, sofrimento e morte foram apagadas para sempre no reino que Deus

estabelecerá.

CONCLUSÃO

11. Apocalipse 2:26

“E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as

nações”.

Quem receberá poder sobre as nações dos salvos?

Mas que tipo de pessoas herdarão o reino que “está preparado desde a fundação do

mundo”? (Mateus 25:34)

“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? quem morará no teu santo monte?” (Salmos

15:1)

“Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala verazmente, segundo o seu

coração. Aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita

nenhuma afronta contra o seu próximo. Aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas

honra os que temem ao Senhor; aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda. Aque-

le que não empresta o seu dinheiro com usura, nem recebe peitas contra o inocente; quem

faz isto nunca será abalado” (Salmos 15:2-5).

Portanto, a resposta bíblica para essas perguntas é muito simples, aquele que vencer o

pecado receberá autoridade para governar as futuras nações do mundo. Mas o cristão deve

não somente vencer o pecado, mas também precisa guardar até ao fim as obras do Senhor.

Portanto, o cristão deverá ser fiel à verdade até a morte (Apocalipse 2:10). Não é porque a

pessoa foi salva quando veio a crer no evangelho, que a sua salvação está definitivamente

assegurada. Se assim fosse, não haveria necessidade de um juízo. E Jesus não poderia riscar

o nome de ninguém do livro da vida (Apocalipse 3:5).

O que as Escrituras Sagradas ensinam claramente é que o cristão precisa vencer o peca-

do pelo sangue de Cristo e continuar fiel até ao fim dos seus dias, guardando as obras de

Jesus, que consiste em cumprir os preceitos bíblicos deixados pelo Senhor, tais como amar a

Deus e ao próximo, guardar fielmente todos os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, entre-

ter íntima comunhão com Jesus através da oração, estudo diário da Palavra de Deus e teste-

munho pessoal etc. Quem assim proceder receberá poder sobre as nações do mundo.

12. Mateus 13:43

“Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos

para ouvir, ouça”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O que acontecerá com os justos?

Aqueles que vencerem o pecado e permanecerem fiéis a Cristo até o fim, serão declara-

dos justos diante de Deus. Os justos são a pessoas que pela fé foram justificados e se torna-

ram justas pelo sangue remidor de Cristo Jesus. E uma vez justificados, os justos vivem san-

tificados pela fé na Palavra de Deus.

E quando Jesus voltar pela segunda vez a este mundo, os justos mortos de todas as épo-

cas e nações ressuscitarão imortais e incorruptíveis e os justos vivos serão transformados

para também se tornarem imortais e incorruptíveis e, ambos os grupos, serão arrebatados

para encontrar-se com Jesus nas alturas do céu.

Então, todos os justos serão levados para o céu, onde residirão nas moradas eternas que

Jesus foi preparar. Eles reinarão com Cristo durante um período de mil anos.

No reino de Deus “os justos resplandecerão como o sol”. Eles serão revestidos por uma

glória deslumbrante. A respeito dos justos, disse o profeta Daniel: “os entendidos pois res-

plandecerão, como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgi-

rão como as estrelas sempre e eternamente” (Daniel 12:3).

“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Ouvir é diferente de escutar. Aquele que apenas

escuta uma mensagem, mas não ouve, nada aprendeu. Mas aquele que escuta uma mensa-

gem e ouve, tem a sua vida transformada pelo poder que há na Palavra de Deus.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 19

Os Herdeiros do Reino de Deus

INTRODUÇÃO

1. Mateus 5:3 e 10

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”.

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o

reino dos céus”.

Por que os pobres de espírito são bem-aventurados?

Quem mais receberá o reino dos céus?

Os herdeiros do reino são pessoas comuns, que pela graça de Deus aperfeiçoaram o ca-

ráter em meio a uma geração perversa e incrédula. Das nove bem-aventuranças pronunciadas

por Jesus Cristo no Sermão do Monte, pelo menos duas delas estão diretamente relacionadas

com o reino dos céus.

Numa delas, Jesus anunciou que são “bem-aventurados os pobres de espírito, porque

deles é o reino dos céus”. O termo “bem-aventurado” é sinônimo de feliz, afortunado, ditoso,

venturoso.

A frase “pobres de espírito” é uma referência às pessoas que são espiritualmente pobres,

as quais reconhecendo a sua fraqueza e pecado sentem a necessidade de ajuda espiritual.

Mas, para reconhecer o seu estado de pobreza espiritual, elas devem ser humildes de cora-

ção, da mesma forma como são os meninos (Mateus 18:3). Conforme Jesus, os pobres de

espírito são bem-aventurados porque eles herdarão o “reino dos céus”.

Numa segunda bem-aventurança, Jesus afirmou que são “bem-aventurados os que so-

frem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. A palavra “justiça”,

a qual Jesus faz referência é uma alusão à Palavra de Deus (Salmos 119:172). Todos que

sofrem perseguição por causa de sua convicção e consciência orientada pela Palavra de

Deus, são afortunados porque herdarão o reino de Deus.

2. Tiago 2:5

“Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo

para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?”

O que herdará aqueles que amam a Deus?

Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé porque os pobres sentem

sua real necessidade material e espiritual da proteção divina. Eles não têm em quem confiar

a não ser em Deus.

Os ricos não sentem tanta necessidade da providência de Deus, uma vez que as riquezas

suprem suas necessidades espirituais. Por essa razão é muito difícil um rico deixar de confiar

no poder das riquezas. “O homem rico é sábio aos seus próprios olhos” (Provérbios 28:11).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Foi por esse motivo que Jesus foi levado a afirmar “que é difícil entrar um rico no reino dos

céus” (Mateus 19:23).

É claro que os ricos em bens deste mundo também podem ser ricos na fé. A Bíblia Sa-

grada registra o exemplo de vários homens que eram extremamente ricos em bens materiais,

mas que também foram ricos na fé. Por exemplo, Abraão, Jó, Salomão, José de Arimatéia,

Nicodemos etc.

Tiago conclui esse versículo afirmando que todos os que amam a Deus são herdeiros do

reino prometido pelo Senhor. Portanto, se o pobre e o rico amam a Deus, então é claro que

todos eles herdarão o reino que Deus prometeu estabelecer.

QUEM NÃO HERDARÁ O REINO

3. Mateus 7:21

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz

a vontade de meu Pai, que está nos céus”.

Quem não entrará no reino dos céus?

Quem entrará no reino dos céus?

Nem toda pessoa que tem a Jesus como Senhor de sua vida entrará no reino dos céus.

Muitos cristãos louvam ao Senhor, oram ao Senhor, falam do Senhor, mas infelizmente não

fazem a vontade do Senhor. Eles são arredios aos mandamentos de Deus. Não querem nada

com a lei de Deus e muito menos com o santo sábado. Tal atitude os torna praticantes de

iniquidade (Mateus 7:23). E, como tal, são redarguidos pela lei como transgressores (Tiago

2:9). Segundo Jesus, eles não “entrarão no reino dos céus”.

“Sempre que os homens preferem seus próprios caminhos, põem-se em conflito com

Deus. Eles não terão lugar no reino do Céu” (MDC, 51).

Mas todos que fazem a vontade do Pai, louvando, orando, ensinando, pregando, guar-

dando a lei de Deus e os demais preceitos da Palavra do Senhor, terão livre acesso ao reino

dos céus.

Para o Senhor Jesus é muito mais importante um caráter moldado em conformidade com

a Palavra de Deus do que sentimentos ou emoções que não estão santificadas na obediência

à verdade. Estes não herdarão o reino de Deus.

4. I Coríntios 6:9-10

“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os

devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os

ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herda-

rão o reino de Deus”.

O que os injustos não hão de herdar?

Divinamente inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo Paulo ensinou à igreja de Corín-

tio que os “injustos não hão de herdar o reino de Deus”. As pessoas injustas são aquelas que

não praticam a justiça, elas não vivem a verdade, não são dignas de confiança e são total-

mente desonestas para com a verdade.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Após afirmar que os injustos não herdarão o reino de Deus, Paulo passou a relacionar

dez classes de pessoas injustas. Sua lista relaciona os devassos, idólatras, adúlteros, efemi-

nados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores.

Os “devassos” são pessoas lascivas, pervertidas, corrompidas, desmoralizadas, deprava-

das etc. Os “idólatras” são aqueles que adoram, veneram ou prestam cultos a imagens. Os

“adúlteros” são aqueles que quebram a fidelidade conjugal. O adultério e a fornicação são

relações sexuais realizadas fora do casamento. Além do adultério, a fornicação também é

condenada por Deus (Efésios 5:5) e ocorre entre solteiros, enquanto que o adultério ocorre

entre pessoas casadas.

Os “efeminados” são homens que possuem comportamento, atitude e modos próprios de

mulher. Os “sodomitas” são as pessoas que praticam a sodomia. A sodomia é definida como

perversão sexual, relação sexual entre homens. Os “ladrões” que Paulo está fazendo referên-

cia são os salteadores. Os “avarentos” são os que, apegando-se à ambição das riquezas, ali-

mentam a paixão cega de juntar dinheiro, a ponto de tornar-se escravo de suas economias. A

avareza é uma forma de idolatria (Colossenses 3:5).

Os “bêbedos” não são somente as pessoas “viciadas” em bebidas alcoólicas, mas tam-

bém se refere a qualquer pessoa que esteja embriagada. Todo bêbedo tem o cérebro pertur-

bado pela ação do álcool. Os “maldizentes” são aqueles que falam mal dos outros, amaldiço-

am ou desejam mal a alguém. Os “roubadores” são os que cometem furtos ou roubos.

A relação apresentada por Paulo remete o leitor aos dez mandamentos. Quem não guar-

dar os dez mandamentos comete pecado e o salário do pecado é a morte. Eles não herdarão o

reino de Deus.

5. Gálatas 5:19-21

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: Prostituição, impureza, lascí-

via. Idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias.

Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais

vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino

de Deus”.

Quais são as obras da carne?

O que não herdará os que praticam as obras da carne?

Em contraste com a natureza espiritual existe a natureza carnal (Mateus 26:41). As

obras realizadas pela carne são várias. E, segundo o apóstolo Paulo, aqueles que realizam as

obras da carne não herdarão o reino de Deus.

Paulo relacionou dezesseis espécies de obras da carne. Mas ao acrescentar a frase: “e

coisas semelhantes a estas”, Paulo demonstrou que a sua lista não era taxativa, mas apenas

exemplificativa. Com isso o apóstolo de Jesus tornou possível que se fizesse uma interpreta-

ção extensiva de sua lista, desde que mantido o espírito da mesma.

Entre as obras da carne citada por Paulo estão relacionadas as seguintes: prostituição,

impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissen-

sões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias. Conforme disse o apóstolo, quem

pratica “tais coisas não herdarão o reino de Deus”.

“É necessário batalhar constantemente contra o egoísmo e a corrupção do coração hu-

mano... Os que esquecem de Deus, mesmo por uma hora ou um momento, encontram-se

numa vereda perigosa” (V T, 102-103).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No reino que o Senhor estabelecerá na Terra não haverá pessoas depravadas, cobiçosas,

traiçoeiras, briguentas, ciumentas, invejosas ou coisas semelhantes. O juízo executivo virá

pelo fogo, que exterminará, na segunda morte, o pecado e os pecadores. Então a Terra será

renovada por ato de Deus e ostentará para sempre a sua beleza edênica.

6. Efésios 5:5

“Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicário, ou impuro, ou avarento, o qual é idó-

latra, tem herança no reino de Cristo e de Deus”.

Quem não tem herança no reino de Cristo?

Aos efésios Paulo escreveu que nenhum “fornicário”, “impuro” ou “avarento” tem he-

rança no reino de Cristo e de Deus.

A relação sexual fora do casamento, praticada por pessoas casadas, chama-se adultério.

A fornicação é a relação sexual fora do casamento, mas praticada por pessoas solteiras. O

livro do Apocalipse corroborando o que foi dito pelo apóstolo Paulo sobre a fornicação afir-

ma que: “mas, quanto aos... fornicários, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxo-

fre; o que é a segunda morte” (Apocalipse 21:8).

O “impuro” é aquela pessoa que está contaminado por pensamentos viciosos, carregados

de pecados. Portanto, aqueles que possuem um coração impuro impregnado com sensualis-

mo, desejo de vingança, ódio, raiva, cobiça, inveja e outros pensamentos perniciosos não

herdarão o reino de Deus. Foi por essa razão que Jesus afirmou que são “bem-aventurados os

limpos de coração; porque eles verão a Deus” (Mateus 5:8).

O último item da lista de Paulo aos efésios trata do “avarento”. De imediato Paulo afir-

ma que o avarento é “idólatra”. A avareza é severamente condenada pela Bíblia Sagrada

desde a época mais remota. Em potencial, o avarento tem tudo, mas na prática nada possui,

porque é escravo do dinheiro. Com relação aos cristãos avarentos, temos a seguinte exorta-

ção do apóstolo Paulo: “mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizen-

do-se irmão, for... avarento...; com o tal nem ainda comais” (I Coríntios 5:11).

Em resumo: nenhum fornicário, impuro ou avarento terão herança no reino de Cristo e

de Deus.

OS HERDEIROS DO REINO

7. Mateus 8:11

“Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa

com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus”.

De onde muitos virão?

Em que reino se assentarão?

Quando Jesus retornar a este mundo, com poder e grande glória todos os santos de todas

as épocas e nações serão ressuscitados para a vida eterna. A seguir, todos serão arrebatados e

levados ao céu, onde reinarão com Cristo durante mil anos.

E no reino dos céus, junto a Jesus, os salvos de todas as épocas, resgatados do oriente e

do ocidente sentarão à mesa junto com Abraão, Isaque e Jacó. Ali os salvos conhecerão

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Adão, Eva, Noé, Abraão, Rute, Ester, Davi, Isaías, Jeremias, Daniel, Pedro, João, Paulo,

Tiago, Timóteo e muitos outros heróis da fé.

Nesse versículo, Jesus revelou claramente que os herdeiros do reino dos céus virão de

todas as partes da Terra – Oriente e Ocidente. Também revelou que Abraão, Isaque e Jacó

estarão presentes no reino dos céus. Com isso, Jesus deu a certeza absoluta que esses três

patriarcas receberão a vida eterna.

8. Mateus 26:29

“E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele dia em que o

beba de novo convosco no reino de meu Pai”.

Onde Jesus beberá do fruto da videira?

Na tarde de quinta-feira, pouco antes de ser preso, Jesus Cristo celebrou e instituiu a

Santa Ceia. Junto com os apóstolos, Jesus Cristo pegou o pão e abençoando-o, partiu em

vários pedaços e deu um pedaço a cada discípulo presente, e ordenou que eles comessem,

pois era um símbolo do Seu corpo.

Após comer o pão, Jesus pegou o cálice contendo o “fruto da vide”. Como era páscoa,

qualquer alimento fermentado era terminantemente proibido; então o “fruto da vide” menci-

onado por Jesus era o puro suco da uva e não o vinho, que é uma bebida fermentada. E após

dar graças entregou o cálice aos apóstolos ordenando que todos eles tomassem da bebida,

pois ela era um símbolo do Seu sangue.

Depois de beber o puro suco de uva junto com os apóstolos, Jesus Cristo prometeu que

não mais beberia desse “fruto da vide” até que viesse a reunir-se novamente com os Seus

apóstolos no reino de Deus.

Passaram-se vinte séculos deste que esse evento solene ocorreu, e Jesus ainda não retor-

nou a este mundo. Mesmo depois de decorrido todos esses séculos, o Senhor ainda não tor-

nou a provar do suco da uva. Ele prometeu que beberia de novo do puro suco da uva somen-

te quando estivesse junto com os Seus apóstolos no reino de Deus.

9. II Pedro 1:10-11

“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; por-

que, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a

entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

O que devemos fazer cada vez mais firme?

O que nos será amplamente concedida?

Segundo o apóstolo Pedro, todos os cristãos devem procurar tornar cada vez mais firme

a sua “vocação” e “eleição” para ter ampla entrada no reino de Deus. Paulo escrevendo aos

coríntios, disse o seguinte: “Vigiai, estai firmes na fé” (I Coríntios 16:13), e aos efésios ele

escreveu: “Estai pois firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a

couraça da justiça” (Efésios 6:14).

“As tentações muitas vezes parecem irresistíveis porque, pela negligência da oração e

estudo da Bíblia, o que é tentado não pode facilmente lembrar-se das promessas de Deus e

enfrentar Satanás com as armas das Escrituras” (GC, 605).

Os cristãos tornam firmes a sua vocação e eleição quando se dedicam de espírito, alma e

corpo à oração, ao estudo da Bíblia, à prática da Palavra de Deus e ao testemunho pessoal.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Realizando tais coisas, os cristãos jamais tropeçarão, e se assim continuarem procedendo,

facilmente lhes será concedido entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus

Cristo.

CONCLUSÃO

10. Apocalipse 21:4

“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto,

nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.

O que não haverá no reino de Deus?

No reino vindouro os santos serão largamente consolados de todas as suas tristezas e

aborrecimentos que passaram neste mundo de trevas e dor. As Escrituras Sagradas anunciam

que Deus limpará dos olhos dos santos toda a lágrima, confortando-os e compensando-os

com a felicidade eterna.

No reino que Deus estabelecerá não haverá mais pranto, clamor e nem dor porque não

haverá mais razão para amarguras, tristezas ou sofrimentos. Nunca mais alguém morrerá

porque todos os seres vivos serão transformados em imortais. Disse Jesus: “Os que forem

havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dos mortos... já não po-

dem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurrei-

ção” (Lucas 20:35-36).

No reino vindouro, não haverá cego, surdo, mudo, depressão etc. Não haverá deformi-

dades físicas de nenhuma espécie, porque todos os santos receberão um corpo glorificado,

jovial, perfeito, incorruptível e imortal. E todos os salvos viverão eternamente em paz num

mundo de justiça.

João encerra a mensagem do versículo afirmando que as amarguras passarão “porque já

as primeiras coisas são passadas”. Portanto, o profeta está dizendo que o mundo de pecado,

sofrimento, amargura, aflição e angustia que hoje existe, será coisa do passado. O reino que

Deus estabelecerá estará fundamentado na verdade, na justiça e na vida.

11. I Coríntios 2:9

“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não su-

biram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”.

O que Deus preparou para os que O amam?

No reino de Deus, os santos serão consolados com coisas que o olho nunca viu e o ou-

vido nunca ouviu falar. Coisas que nunca passaram pelo pensamento ou imaginação do ser

humano. Podemos imaginar coisas maravilhosas que desejamos no Seu reino, mas para além

há maravilhas extraordinárias e apaixonantes que ainda não chegaram ao pensamento de

qualquer um dos filhos de Deus.

“A linguagem humana não é adequada para descrever a recompensa dos justos. Será

conhecida apenas dos que a contemplarem. Nenhum espírito finito pode compreender a gló-

ria do Paraíso de Deus” (GC, pág. 657). No reino vindouro, as coisas inimagináveis pelos

seres humanos estarão preparadas para o gozo daqueles que amam a Deus.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Mas quem são as pessoas que amam a Deus? Bem! Conforme as Escrituras Sagradas, o

Senhor define aqueles que O amam da seguinte maneira: “E faço misericórdia em milhares

aos que me amam e guardam os meus mandamentos” (Êxodo 20:6). Disse Jesus: “Se me

amardes, guardareis os meus mandamentos” (João 14:15). Você está guardando os manda-

mentos de Deus como demonstração concreta do seu amor pelo Senhor? Se estiver, então

esteja certo que Deus está preparando coisas maravilhosas para você desfrutar no reino vin-

douro e que será instalado na Terra.

12. Apocalipse 3:21

“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu

venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”.

Quem se assentará com Jesus em Seu trono?

Àqueles que, mediante o poder de Cristo, vencerem a tentação, orgulho, egoísmo, e to-

das as demais formas de pecados, terão permissão para sentar-se com Cristo em Seu trono de

glória.

A força espiritual que vence a sedução do pecado é a nossa fé em Cristo e na Palavra de

Deus. O apóstolo João afirmou que “todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a

vitória que vence o mundo, a nossa fé” (I João 5:4).

O trono é símile de autoridade, poder, governo e reino. O trono é feito para reis. E ne-

nhum rei senta num trono sem ter um reino com súditos para governar. Portanto, sentar no

trono não é simplesmente um ato de repousar o corpo num assento para descansar. Sentar no

trono é símbolo de ter autoridade para governar.

Portanto, os vencedores que sentarem no trono de Cristo receberão autoridade para go-

vernar junto com Cristo. Na verdade, sobre esse governo, o apóstolo João disse o seguinte:

“viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos” (Apocalipse 20:4).

“Precisamos olhar a Cristo; precisamos resistir como Ele resistiu; orar como Ele orava;

angustiar-nos como Ele Se angustiou, se quisermos vencer como Ele venceu” (PC, 34).

Jesus deixou bem claro que precisamos vencer o poder da tentação do mesmo modo

como Ele venceu. E por causa de Sua extraordinária vitória sobre o pecado, Jesus pôde sen-

tar-se junto com o Pai no Seu trono de glória.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 20

A Capital do Reino de Deus

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 21:2

“E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereça-

da como uma esposa ataviada para o seu marido”.

O que João viu descendo do céu?

Numa de suas gloriosas visões, o apóstolo João viu a santa cidade, também conhecida

como Nova Jerusalém descendo do céu à Terra. É chamada de Nova Jerusalém porque faz

contraste com a Antiga Jerusalém.

A Nova Jerusalém não é simbólica e nem símbolo de alguma coisa e muito menos espi-

ritual, haja vista que as Escrituras deixam bem claro que se trata de uma cidade literal. Sobre

essa cidade disse o Senhor Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse as-

sim, eu vo-lo teria dito: vou preparar-vos lugar” (João 14:2).

Em outras partes das Escrituras Sagradas existem muitas referências que demonstram

que a santa cidade é real. Observe: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também espe-

ramos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20). “Porque esperava a cidade que

tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hebreus 11:10). “Porque não te-

mos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hebreus 13:14). “Mas agora desejam

uma melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus se não envergonha deles, de se cha-

mar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade” (Hebreus 11:16). Todos esses versículos

demonstram claramente que a Nova Jerusalém é uma cidade real, aguardada por todos os

santos de todas as épocas.

“Aquele que nos amou de tal maneira que morreu por nós, construiu para nós uma cida-

de. A Nova Jerusalém é o nosso lugar de repouso. Não haverá tristeza na cidade de Deus.

Nenhum véu de infortúnio, nenhuma lamentação de esperanças frustradas e afeições sepul-

tadas serão jamais ouvidas” (VC, 140).

Quando Jesus retornar à Terra pela terceira vez, no final dos mil anos, “estarão os seus

pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte

das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale mui-

to grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul” (Za-

carias 14:4). No final do milênio, o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, formando

um vale muito grande, no qual pousará a Nova Jerusalém. Essa santa cidade será a capital do

reino eterno que Deus estabelecerá na Terra. “E as nações andarão à sua luz; e os reis da

terra trarão para ela a sua glória e honra” (Apocalipse 21:24).

2. Apocalipse 21:10

“E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a

santa Jerusalém, que de Deus descia do céu”.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O que Deus mostrou ao Apóstolo João?

A seguir, “um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas”

levou o apóstolo João em espírito a um grande e alto monte. A expressão de João “levou-se

em espírito” indica que o apóstolo teve um “arrebatamento de sentidos” (Atos 10:10; II Co-

ríntios 12:2).

No pico daquele grande e alto monte foi mostrado ao apóstolo João – numa visão pano-

râmica – a grande cidade, também chamada por “santa Jerusalém”, que de Deus descia do

céu. Do alto do monte, João pode contemplar admirado o tamanho, a forma e o esplendor da

Nova Jerusalém.

“Ao fim dos mil anos, Cristo volta novamente à Terra. É acompanhado pelo exército

dos remidos, e seguido por um cortejo de anjos... Cristo desce sobre o Monte das Oliveiras,

donde, depois de Sua ressurreição, ascendeu, e onde anjos repetiram a promessa de Sua vol-

ta.” (GC, pág. 662).

No futuro, essa santa cidade será estabelecida como sendo a capital do reino universal

que “o Deus do céu levantará” (Daniel 2:44). “E ali nunca mais haverá maldição contra al-

guém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão” (Apocalipse

22:3).

UMA CIDADE DE LUZ

3. Apocalipse 21:11

“E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como

a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente”.

O que a cidade tinha?

Ao que era semelhante a luz da cidade?

Descrevendo a beleza e o esplendor da santa cidade, João afirmou que ela possuía a

“glória de Deus”. Essa glória é uma espécie de halo de luz que envolve e emana do Senhor

nosso Deus. Portanto, a cidade era totalmente iluminada pela luz proveniente de Deus. João

deixa claro que essa cidade não tem luz própria, mas ela é iluminada unicamente pela glória

de Deus.

A luz da glória de Deus refletida, refratada, difratada e difundida pelas paredes e muros

da santa cidade produz um espetáculo de cor, luz e brilho que foi contemplada pelo apóstolo

João e comparada como algo semelhante à luz de uma pedra preciosíssima.

O profeta também comparou a luz proveniente da Nova Jerusalém à luz de uma pedra

de jaspe, como o cristal resplandecente. O jaspe é uma pedra fina parecida com a ágata, de

um tom próximo do verde escuro, de brilho leitoso. O jaspe também é tido como sendo uma

variedade de quartzo duro e opaco.

4. Apocalipse 21:23

“E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a

glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada”.

Por que a cidade não necessita de Sol nem de Lua?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

A glória de Deus é uma luz intensamente brilhante. João afirma que a Nova Jerusalém

não necessita da luz do Sol e nem da luz da Lua para que ela seja iluminada “porque a glória

de Deus a tem alumiado”.

A respeito da santa cidade, vaticinou o profeta Isaías: “Nunca mais te servirá o sol para

luz do dia, nem com o seu resplendor a lua te alumiará; mas o Senhor será a tua luz perpétua,

e o teu Deus a tua glória. Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua minguará; porque o

Senhor será a tua luz perpétua, e os dias do teu luto findarão. E todos os do teu povo serão

justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas

mãos, para que eu seja glorificado” (Isaías 60:19-21).

Isso não significa que o Sol e a Lua não vão existir. Na realidade esses astros continua-

rão existindo, iluminando toda a superfície do planeta Terra. O que João diz é que a santa

cidade não “necessita” de Sol nem de Lua para ser iluminada. O profeta faz tal afirmação

porque a glória de Deus que ilumina a cidade santa é tão intensa que chega a ofuscar a luz

proveniente desses dois astros. O mesmo fenômeno ocorre nos dias de hoje com a luz do

Sol, que de dia ofusca a luz das estrelas.

A glória de Deus é inerente à Sua própria natureza. Essa glória não existe separada do

Senhor. Portanto, se a cidade é iluminada pela glória de Deus, isso significa que Deus estará

constantemente presente na cidade.

João afirmou que o Cordeiro é a lâmpada da cidade. A lâmpada é um utensílio destinado

à produção de luz e que serve para iluminar. Portanto, a luz que ilumina a Nova Jerusalém é

proveniente da glória de Cristo, o Cordeiro de Deus (João 1:36).

Na santa cidade, “ninguém necessitará ou desejará repouso. Não haverá cansaço em

fazer a vontade de Deus e oferecer louvor ao Seu nome. Sempre estaremos longe de seu ter-

mo... A aquisição de conhecimento não cansará o espírito nem esgotará as energias” (GC,

676-677).

O MURO E AS PORTAS

5. Apocalipse 21:12-13

“E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes es-

critos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel. Da banda do levante tinha três

portas, da banda do norte três portas, da banda do sul três portas, da banda do poente três

portas”.

O que a cidade tinha?

Quantas portas têm o muro?

Do alto do monte – para onde fora arrebatado em espírito – João pôde observar que a

santa cidade estava cercada por um grande e alto muro. A altura do muro dessa cidade era de

“cento e quarenta e quatro côvados” (Apocalipse 21:17), que corresponde a sessenta e cinco

metros.

A cidade era quadrangular e o seu perímetro media “doze mil estádios” (Apocalipse

21:16), que corresponde aproximadamente a 2574 quilômetros. Destarte, cada lado da cidade

media 644 quilômetros de extensão. “O seu comprimento, largura e altura eram iguais”

(Apocalipse 21:16). Portanto, o pico mais alto da cidade também media 644 quilômetros de

altura.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O apóstolo também afirmou que o muro da cidade possuía doze portas. Sendo que cada

um dos quatro lados do muro apresentava três portas. Em cada porta havia um anjo, com a

função de recepcionar aqueles que visitarem a Nova Jerusalém. Cada uma das portas do mu-

ro era identificada pelo nome de uma dos doze tribos de Israel, que eram as seguintes: Judá,

Issacar, Zebulom, Rúben, Simeão, Gade, Efraim, Manassés, Benjamim, Dã, Aser, Naftali

(Números 10:14-27).

6. Apocalipse 21:14

“E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do

Cordeiro”.

Quantos fundamentos têm o muro da cidade?

O apóstolo João afirmou no livro do Apocalipse que o muro da santa cidade possuía

doze fundamentos, que são doze sapatas, que também são conhecidas como baldrame ou

alicerce. O fundamento é a base que sustenta o muro da cidade. É a estrutura que forma a

raiz do muro e que o mantém firme.

Não foram somente os nomes das doze tribos de Israel que serão imortalizados nas doze

portas do muro da santa cidade. Mas os nomes dos doze apóstolos de Jesus Cristo também

serão imortalizados nos doze fundamentos que sustentam o muro da cidade amada.

Numa outra célebre passagem bíblica, o apóstolo João descreve que “os fundamentos do

muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era

jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; o quinto sardônica; o

sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o

undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista” (Apocalipse 21:19-20).

7. Apocalipse 21:18

“E a fábrica do seu muro era de jaspe, e a cidade de ouro puro, semelhante a vidro

puro”.

De que material é fabricado o muro da cidade?

De que material é fabricada a cidade?

Nesse versículo a palavra “fábrica” tem o sentido de fabricação. Portanto, o apóstolo

João afirma categoricamente que o muro da cidade era fabricado de jaspe. Como já foi dito,

o jaspe é uma pedra fina parecida com a ágata, de um tom próximo do verde escuro, de um

brilho leitoso.

No versículo bíblico analisado, João também assegura que a cidade era fabricada de

ouro puro, semelhante a vidro puro. Observe que a cidade santa não era de “vidro puro”, mas

o apóstolo afirma que ela era “semelhante” ao vidro puro.

Logo, a cidade tinha apenas uma aparência de vidro puro, pois o apóstolo viu que a No-

va Jerusalém era fabricada de ouro extremamente polido a ponto de compará-lo ao vidro

puro, como uma comparação do seu extraordinário resplendor.

8. Apocalipse 21:21

“E as doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola; e a praça

da cidade de ouro puro, como vidro transparente”.

De que são feitas as doze portas do muro?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

De que material é feita a praça da cidade?

Voltando a falar sobre as portas do muro da cidade, João afirma que “as doze portas

eram doze pérolas”. As pérolas são constituídas de camadas esféricas e concêntricas de cris-

tais de carbonato de cálcio ligados por matéria orgânica. Ela é produzida em torno de corpos

estranhos, entre o manto e a concha de certos moluscos, especialmente das ostras.

Quando o apóstolo disse que “as doze portas eram doze pérolas”, ele estava empregando

uma figura de linguagem para descrever a aparência ou a fabricação das doze portas. Seria

inconcebível imaginar que as doze portas são doze pérolas literais, uma vez que as portas são

extremamente grandes e as perolas não passam de pequenas esferas. Além disso, não existe

porta na forma de esfera, o que não seria nada prático, ainda mais considerando uma perola

gigantesca.

No versículo bíblico em questão, o apóstolo João também afirma que a santa cidade

tinha uma praça. E que a praça era de ouro puro, tão polido que se assemelhava ao vidro

transparente.

PRAÇA E O RIO

9. Apocalipse 22:1

“E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono

de Deus e do Cordeiro”.

O que atravessa a cidade?

A seguir, o anjo mostrou a João um rio com água pura e tão clara como o cristal. Nova-

mente o apóstolo João empregou uma figura de linguagem ao comparar a limpidez da água

desse rio com a transparência nítida do cristal.

O apóstolo de Jesus afirma que esse rio tinha a sua nascente no trono de Deus e do Cor-

deiro. O curioso é que o profeta Daniel falou algo semelhante a um rio de fogo que procedia

do trono de Deus: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de

dias se assentou... o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio de fogo

manava e saía de diante dele” (Daniel 7:9-10).

João identificou a água desse rio puro e límpido como sendo a “água da vida”. O livro

do Apocalipse é o único livro da Bíblia Sagrada que faz referência ao rio de água da vida.

Em uma das promessas do Apocalipse, Jesus assegurou o seguinte: “a quem quer que

tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida” (Apocalipse 21:6). O Senhor também

disse: “e quem quiser, tome de graça da água da vida” (Apocalipse 22:17).

10. Apocalipse 22:2

“No meio da sua praça, e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que

produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde

das nações”.

Que há em ambas margens do rio?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Sabemos que a Nova Jerusalém possui uma praça “de ouro puro, como vidro transparen-

te” (Apocalipse 21:21). Agora, João informa aos seus leitores que no meio da praça da santa

cidade está localizada a “árvore da vida”.

Pelo Antigo Testamento, sabemos que a árvore da vida está localizada no meio do “Jar-

dim do Éden” (Gênesis 2:9). Portanto, o Jardim do Éden encontra-se situado exatamente no

meio da praça da santa cidade, haja vista que a árvore da vida encontra-se no meio da praça.

O rio atravessa o tronco da árvore da vida, de tal forma que parte do tronco encontrava-

se na margem direita do rio e outra parte encontrava-se na margem esquerda.

“De um lado do rio havia um tronco da árvore, e do outro lado outro, ambos de ouro

puro e transparente. A princípio pensei que via duas árvores. Olhei outra vez e vi que elas se

uniam em cima numa só árvore. Assim estava a árvore da vida em ambos os lados do rio da

vida” (PE, 17).

A árvore da vida produz mensalmente doze frutos. Portanto, durante o ano ela produz

cento e quarenta e quatro frutos. Esses frutos possuem a propriedade miraculosa de perpetuar

a vida (Gênesis 3:22). E as folhas da árvore da vida oferecem saúde eterna para todos os

salvos que viverão na nova Terra.

A primeira vez que a árvore da vida é mencionada na Bíblia Sagrada é no livro do Gê-

nesis. Esta árvore estava plantada no meio do jardim do Éden. Quando o homem pecou, o

Senhor Deus os expulsou para fora do jardim do Éden para que ele “não estenda a sua mão,

e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente... E havendo lançado fora o

homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao

redor, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gênesis 3:22 e 24).

Quando retornar segunda vez a este mundo, o Senhor Jesus ressuscitará todos os santos

que viveram desde a fundação do mundo até o último que morrer antes de Sua volta. Então,

concederá a cada santo a vida eterna permitindo que venham beber a água da vida e comer

do fruto da árvore da vida. Uma das sete bem-aventuranças registrada no Apocalipse expres-

sa exatamente esse pensamento: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no

sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade

pelas portas” (Apocalipse 22:14).

CONCLUSÃO

11. Apocalipse 22:19

“E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte

da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro”.

O que Deus fará com quem alterar o Apocalipse?

O Apocalipse encerra a sua mensagem com uma tremenda advertência contra qualquer

pessoa que tentar excluir ou modificar alguma das palavras que foram registradas por João

nesse sagrado livro.

Nos tempos antigos, os livros eram editados através do moroso e entediante processo de

transcrição manual de pergaminhos ou papiros. Era muito comum nesse processo de trans-

crição ocorrer duas espécies de erros: o erro inconsciente e o intencional. No erro intencional

os escribas tinham o costume de modificar as palavras para que o texto se harmonizasse com

a sua compreensão doutrinária ou então para que o texto se tornasse mais compreensível.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Não se deve confundir o texto escrito do Apocalipse com a interpretação desse texto. O

texto e a interpretação são coisas totalmente diversas. E o que Deus proibiu em sua adver-

tência foi a modificação original do texto do Apocalipse e não a sua interpretação, que é uma

forma de compreensão do texto base.

Todo aquele que modificar qualquer palavra do livro do Apocalipse será excluído de

participar da árvore da vida e não terá parte alguma na Nova Jerusalém. Isso significa que

qualquer pessoa que falsificar do texto do Apocalipse será condenado a participar do juízo

executivo, que é a segunda morte no lago de fogo.

12. Apocalipse 2:7

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a

comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”.

O que Jesus dará àquele que vencer?

O Apocalipse afirma que a árvore da vida está no meio do paraíso de Deus. O “paraíso

de Deus” é o nome pelo qual também é conhecido o “Jardim do Éden”. Ele está localizado

no meio da praça da Nova Jerusalém, Tanto o Apocalipse como o Gênesis, afirmam que a

“árvore da vida” está no meio do Jardim do Éden (Gênesis 2:9). Portanto, o paraíso ainda

existe e está no céu.

O Jardim do Éden permaneceu durante longo tempo na Terra, guardado por querubins

(Gênesis 3:24). Mas por ocasião do dilúvio universal, foi arrebatado ao céu, onde se encon-

tra até o presente momento (Apocalipse 22:2). “Mas, na restauração final de todas as coisas,

quando houver ‘um novo céu e uma nova Terra’ (Apocalipse 21:1), será restabelecido, mais

gloriosamente adornado do que no princípio” (PP, 62).

O Espírito Santo tem uma mensagem especial para a Igreja de Deus de todas as épocas.

Sua mensagem é endereçada aos vencedores. Essa mensagem afirma que quem vencer o

pecado será conduzido por Jesus à árvore da vida para comer do seu fruto. E quem comer da

árvore da vida viverá eternamente (Gênesis 3:22).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 21

Os Moradores da Nova Jerusalém

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 21:2

“E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereça-

da como uma esposa ataviada para o seu marido”.

O que João viu descendo do céu?

Numa de suas visões recebidas na ilha de Patmos, o apóstolo João contemplou a descida

da Nova Jerusalém. Há séculos que os cristãos estão esperando em grande expectativa a san-

ta cidade (Hebreus 11:10, 16). A Bíblia Sagrada ensina claramente que atualmente essa ci-

dade encontra-se localizada no céu (Filipenses 3:20). Mas ao final dos mil anos ela descerá

do céu (Apocalipse 20:7-9) e pousará no lugar onde atualmente encontra-se o monte das

Oliveiras (Zacarias 14:4).

A santa cidade é conhecida pelo nome de “Nova Jerusalém”. A palavra Jerusalém é uma

justaposição de jeru + salém, que significa “cidade de paz”. Essa nova cidade de paz descerá

do céu tão bela, formosa e esplendorosa que o apóstolo João foi levado a compará-la a uma

esposa adornada para o seu marido.

Depois de decorrido o juízo executivo, a Nova Jerusalém será estabelecida como a capi-

tal do reino que Deus estabelecerá na Terra (Daniel 2:44). Esse reino não terá fim e será tão

extenso que o seu domínio alcançará todos os pontos do planeta.

Por constituir a capital do reino eterno, o trono de Deus e do Cordeiro será estabelecido

definitivamente na Nova Jerusalém (Apocalipse 22:3). Isso significa que o planeta Terra se

tornará o centro do governo Universal de Deus.

2. Apocalipse 22:14

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para

que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas”.

Quem poderá entrar na cidade pelas portas?

Aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro são tidos em conta de

“bem-aventurados”. O vocábulo “bem-aventurado” significa feliz, afortunado, ditoso etc. E a

frase “lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro”, significa limpar ou purificar o cará-

ter pela fé na morte vicária de Cristo e pela obediência à Palavra de Deus (Salmos 119:9).

Aqueles que são considerados “bem-aventurados” terão o direito de comer do fruto da

árvore da vida. Esse fruto possui a extraordinária propriedade de tornar a pessoa que o comer

em imortal. Foi por essa razão que o Senhor Deus expulsou Adão do Jardim do Éden, para

que ele “não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamen-

te” (Gênesis 3:22).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Apesar da queda de Adão e Eva, eles também são “bem-aventurados” porque terão o

direito de entrar na santa cidade pelas portas. Quem for considerado indigno de entrar na

santa cidade pelas portas, então não poderá entrar por nenhum outro lugar.

3. Apocalipse 22:3-4

“E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do

Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu

nome”.

O que nunca mais haverá?

O que os servos de Deus verão?

Depois que Adão e Eva pecaram – comendo da árvore da ciência do bem e do mal – a

Terra inteira passou a sofrer uma maldição. A partir de então, todos os seres vivos entraram

num processo de degeneração que os levam a uma degradação cada vez maior a cada gera-

ção. A doença e a morte passaram a fazer parte da vida de todos os seres vivos. A terra co-

meçou a produzir espinhos e cardos. Os animais se tornaram ferozes e muitos deles selva-

gens.

Mas quando a Nova Jerusalém estiver pousada na Terra, nunca mais haverá maldição

contra alguém. Isso ocorrerá porque no dia do juízo executivo, o pecado terá sido aniquilado

para sempre da face do Universo. “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo

que habitar nela será absolvido da sua iniquidade” (Isaías 33:24).

Falando da destruição definitiva dos ímpios e dos pecadores, o profeta Naum havia pro-

fetizado que “não se levantará por duas vezes a angústia” (Naum 1:9). Com essa profecia

Naum está anunciando que o mal, em todas as suas formas e consequências, nunca mais se

levantará novamente.

O versículo em questão também afirma que na santa cidade estará o trono de Deus e do

Cordeiro. Isso é uma clara alusão ao fato de que o governo de Deus será estabelecido na Ter-

ra.

Na Nova Jerusalém, transbordando de amor para com o Senhor, os servos de Deus O

servirão prazerosamente. Os santos verão O rosto do Senhor e nas suas testas estará escrito o

nome do Senhor. A testa é símile da mente e o nome de Deus representa o Seu caráter. Por-

tanto, os salvos refletirão em suas vidas o caráter do Senhor.

QUEM NÃO ENTRARÁ NA SANTA CIDADE

4. Apocalipse 22:15

“Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os

idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.

Quem ficará fora da cidade?

Os ímpios e os pecadores não poderão entrar na Nova Jerusalém, e muito menos morar

nessa santa cidade. Ficarão fora do muro da cidade amada os cães, feiticeiros, prostitutos,

homicidas, idólatras e os mentirosos. Evidentemente essa lista não é exaustiva, mas apenas

exemplificativa.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Os “cães” simbolizam os malfeitores (Salmos 22:16). Os “feiticeiros” são aqueles que

praticam as artes do espiritismo (I Samuel 28:7-8; I Crônicas 10:13). Os que se “prostituem”

são os que praticam relações sexuais por dinheiro. Os “homicidas” sãos aqueles que matam

os seus semelhantes. Os “idólatras” são aqueles que veneram ou prestam cultos a imagens

(Êxodo 20:4-5).

Também não poderão entrar na Nova Jerusalém todos aqueles que amam e praticam a

“mentira”. A Bíblia é clara: quem ama a mentira não entrará na santa cidade. E quem, muito

embora não ame a mentira, mas a pratica, igualmente não entrará na cidade.

Tanto a mentira como o erro são distorções da verdade. A diferença fundamental é que a

mentira é uma prática consciente e o erro é inconsciente. A mentira é condenável porque

nela existe a intenção de enganar os incautos com o objetivo de alcançar alguma vantagem.

5. Apocalipse 21:27

“E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas

só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro”.

O que não entrará nessa cidade?

Quem somente entrará na cidade?

Na Nova Jerusalém não entrará coisa alguma que contamine, cometa abominação ou

que pratique a mentira.

Contaminar é macular. É tornar o puro em impuro, o santo em profano, o justo em injus-

to, o limpo em sujo. Cometer abominação é praticar atos contrários aos bons costumes, à

moral e à santa lei de Deus. E a mentira é a distorção intencional dos fatos, visando auferir

vantagem própria, por meio do engano de outrem.

Somente aquele que for santo diante de Deus é que poderá entrar na cidade amada. Se-

gundo as Escrituras Sagradas, “santo” é aquele que mediante a fé “faz a vontade de meu Pai,

que está nos céus” (Mateus 7:21). Os santos são “os que guardam os mandamentos de Deus

e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12).

Somente poderão entrar na santa cidade pelas portas, aqueles que tiverem o seu nome

escrito no livro da vida. Para ter o nome escrito no livro da vida é necessário que a pessoa

passe pelo novo nascimento (João 3:5), o que implica que deverá nascer do Espírito Santo e

das águas batismais, e para manter o nome nesse livro é necessário que essa pessoa seja fiel

à verdade até a morte (Apocalipse 2:10).

Fora dos muros da Nova Jerusalém, os perdidos olham o esplendor da santa cidade. Sa-

bem que jamais poderão estar juntos com os santos. Possuem consciência de que estão per-

didos. Recusaram o convite da misericórdia pelo sacrifício expiatório de Cristo, e agora a

porta da graça encontra-se fechada há mais de mil anos. A respeito deles Jesus disse: “Ali

haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas,

no reino de Deus, e vós lançados fora” (Lucas 13:28).

AS NAÇÕES DOS SALVOS

6. Apocalipse 21:24-26

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“E as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra.

E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória

e honra das nações”.

O que os reis da terra trarão para a santa cidade?

O número de salvos é tão grande que encherá toda a Terra, inclusive ocupando uma par-

te das regiões que, nos dias de hoje, são ocupadas pelos oceanos.

No reino que Deus estabelecerá os salvos de todas as épocas serão organizados em

grandes grupos, que formarão as futuras nações do mundo. Cada uma dessas nações terá o

seu próprio território e governo.

E todas as novas nações do mundo andarão em harmonia com a luz proveniente da No-

va Jerusalém, que será habitada por milhões e milhões de seres humanos e anjos. E os reis da

Terra, ao visitarem a Nova Jerusalém, levarão para a santa cidade a sua “glória e honra”.

Essa “glória e honra” são os produtos característicos das nações, os quais as distinguem e

que lhes dão fama e sucesso.

Nos tempos antigos, as portas das muralhas eram fechadas à noite para proteção contra

eventual ataque inimigo e eram abertas de dia para as atividades cotidianas. Mas as portas do

muro da Nova Jerusalém jamais se fecharão porque ali nunca haverá noite, pois a glória de

Deus a iluminará continuamente e eternamente. E como “não entrará nela coisa alguma que

contamine, e cometa abominação e mentira” (Apocalipse 21:27), então a função das portas

da santa cidade será para entrada dos cidadãos e não para proteção contra qualquer espécie

de mal.

O versículo termina afirmando que na Nova Jerusalém, os povos trarão a glória e a hon-

ra de suas nações. Essa glória são suas riquezas materiais, intelectuais, morais, espirituais

etc.

7. Apocalipse 22:5

“E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque

o Senhor Deus os alumia; e reinarão para todo o sempre”.

Por quanto tempo os salvos reinarão?

Na região em que estiver localizada a Nova Jerusalém não haverá mais noite. Portanto,

todos aqueles que estiverem visitando ou vivendo na santa cidade jamais verão a noite.

Os habitantes da Nova Jerusalém não necessitarão de lâmpada para iluminar a noite e

nem da luz do Sol para iluminar o dia porque a glória de Deus iluminará todos os que estive-

rem naquele local.

É claro que o Sol e a Lua continuarão existindo. O Sol continuará a iluminar a Terra

produzindo o dia, e a Lua continuará a iluminar a noite. O que ocorre é que no local onde

estiver a Nova Jerusalém, o brilho proveniente de Deus é tão intenso que chega a ofuscar a

luz proveniente do Sol e da Lua. Fenômeno semelhante ocorre nos dias de hoje, quando de

dia o Sol ofusca a luz das estrelas.

O versículo em questão termina afirmando que os santos reinarão para todo o sempre.

Destarte, infere-se que Deus estabelecerá um reino onde os santos reinarão. E como reinarão

para sempre é obvio que receberão a vida eterna, quando Jesus lhes conceder que comam do

fruto da árvore da vida.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Ali toda faculdade se desenvolverá, e toda capacidade aumentará. Os maiores empre-

endimentos serão levados avante, as mais altas aspirações realizadas, as maiores ambições

satisfeitas. E, todavia, surgirão novas culminâncias a galgar, novas maravilhas a admirar,

novas verdades a compreender, novos assuntos a apelarem para as forças do corpo, espírito e

alma” (Ed, 307).

NATUREZA DOS ANIMAIS

8. Isaías 65:25

“O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi: e o pó

será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz

o Senhor”.

Que animais apascentarão juntos?

O que comerá o leão?

No reino que Deus estabelecerá na Terra, os animais serão extremamente mansos. O

lobo que atualmente é um animal feroz pastará junto com o cordeiro. O leão que é um ani-

mal carnívoro comerá alimento vegetal do mesmo modo como o boi. Na criação do mundo o

homem e os animais comiam somente vegetais (Gênesis 1:29-30), e no futuro eles apresenta-

rão essa natureza.

Nenhum animal fará mal e nem causará dano algum em todo o reino de Deus. Na verda-

de quando os animais foram criados por Deus eles eram dóceis e herbívoros. Mas com a

entrada do pecado, a Terra foi amaldiçoada (Gênesis 3:17-18). A partir desse instante, alguns

dos animais sofreram uma transformação e se tornaram selvagens, com alguns deles adqui-

rindo presas e instintos carnívoros.

Que no reino de Deus haverá animais, não há sombra de dúvidas. Mas de onde vem, ou

qual é a origem desses animais? Bem, há duas teorias. I) Alguns defendem a tese de que

esses animais vêm do próprio Jardim do Éden, que foi arrebatado para o Céu poucos instan-

tes antes do dilúvio universal que devastou a vida humana da face do planeta. Isso significa

que esses animais terão que se reproduzir para poder encher a Terra. II) Como a Bíblia trata

a questão dos animais na Nova Terra como se fosse uma transformação que ocorrerá com os

animais, outros defendem a tese de que os animais vêm como resultado das coisas que “não

subiram ao coração do homem” (I Coríntios 2:9). Eles são aqueles animais que os justos

devotaram amor e desejo de possuí-los para sempre. Por exemplo, a fé de Noé supriria a

ausência de fé de um eventual filho infante, levando-o para dentro da arca. Também foi a fé

de Noé que salvou os animais da extinção. Do mesmo modo como a fé dos pais supre a au-

sência da fé dos filhos infantes, assim também a mesma fé protege os animais do coração

dos santos.

9. Isaías 11:6-9

“E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e

o filho de leão e a nédia ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a

ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. E

brincará a criança de peito sobre a toca do áspide, e o já desmamado meterá a sua mão na

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade,

porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”.

Quem morará com o cordeiro?

Que animais pastarão juntos?

Após o término do juízo executivo, que ocorrerá pouco tempo depois do fim dos mil

anos, o Senhor estabelecerá na face da Terra um reino que não será jamais destruído. (Daniel

2:44; 7:18). Nesse reino todos os animais serão extremamente mansos.

Atualmente o lobo é um animal carnívoro e o cordeiro herbívoro. Mas no reino que

Deus levantará, todos eles morarão juntos e o lobo não comerá o cordeiro, porque não terá

nenhum instinto selvagem ou natureza carnívora.

O leopardo é um animal extremamente feroz, mas no reino vindouro, ele se deitará no

campo ou nos jardins junto com um cabritinho. E nenhum mal ocorrerá ao cabrito, porque a

natureza do leopardo será mansa e herbívora.

O bezerro, o leão e a ovelha viverão juntos, sem que haja qualquer espécie de mal entre

eles. E um menino pequeno guiará esses animais sem sofrer qualquer sorte de dano. Isso

tudo porque os animais não serão mais ferozes, mas todos eles serão mansos.

O alimento dos animais que hoje em dia são carnívoros será o capim. Destarte, a vaca e

a ursa pastarão juntas. E os filhotes desses animais juntos se deitarão sem causar nenhum

dano um ao outro. O leão que, atualmente, é um animal feroz e carnívoro, no reino futuro

comerá apenas capim como o boi.

Até mesmo os animais peçonhentos não oferecerão riscos à vida de qualquer outro ser

vivo. A Bíblia Sagrada fala do “áspide”, que é uma pequena víbora. Mas na nova Terra, o

bebezinho brincará na toca do áspide e não sofrerá nenhum dano. Também fala que uma

criança mais crescida colocará a sua mão na cova do basilisco e também não sofrerá mal

algum. O dicionário define o “basilisco” como sendo uma espécie de lagarto. Gênero de rép-

teis sáurios.

No reino pós-milênio, onde o Senhor estabelecerá o Seu trono, não haverá mal de ne-

nhuma espécie. Não haverá animais ferozes. Os salvos conviverão com os animais, os quais

serão mansos e dóceis. Os animais nunca mais terão que devorar uns aos outros para sua

subsistência. Naquela época futura a Terra estará cheia do conhecimento do Senhor do mes-

mo modo como as águas cobrem o mar.

CONCLUSÃO

10. Isaías 25:8

“Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Jeová as lágrimas de

todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o Senhor o disse”.

O que Deus aniquilará para sempre?

No reino vindouro não haverá mais a morte de qualquer ser vivo. Isso porque o Senhor

“aniquilará a morte para sempre”. O apóstolo Paulo proclamou que “o último inimigo que há

de ser aniquilado é a morte” (I Coríntios 15:26). Logo, não havendo mais morte, ninguém

morrerá. João afirmou que “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo: esta é a se-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

gunda morte” (Apocalipse 20:14). Portanto, a morte deixará de existir quando terminar o

juízo executivo.

Ao aniquilar a morte para sempre, o Senhor nosso Deus estará virtualmente enxugando

as lágrimas de todos os salvos. No reino dos santos “Deus limpará de seus olhos toda a lá-

grima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras

coisas são passadas” (Apocalipse 21:4).

O Senhor também “tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra”. Muito dos santos do

Altíssimo desceram à sepultura como hereges, amaldiçoados, desonrados, manchados pela

infâmia etc. Mas no reino futuro, o Senhor restaurará a sua honra perante todos os habitantes

do Universo. Assim disse o Senhor e assim o Senhor fará.

11. Apocalipse 7:17

“Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia

para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima”.

Para que fontes o Cordeiro servirá de guia?

O que Deus limpará dos olhos dos salvos?

Jesus Cristo está no meio do Seu trono de poder e glória eterna. Como um pastor que

conduz as ovelhas às fontes de águas, assim também o Senhor apascentará os santos que

foram resgatados de todas as épocas e nações do mundo. O Senhor os conduzirá mansamen-

te “para as fontes das águas da vida”.

“As fontes das águas da vida” estão localizadas no “trono de Deus e do Cordeiro” (Apo-

calipse 22:1). Portanto, os santos serão conduzidos até o trono de Deus, onde se encontram

as fontes das águas da vida. Naquele local, ao lado de Cristo, os santos beberão “de graça da

água da vida” (Apocalipse 22:17). Essas fontes são aquelas que dão origem ao rio da água da

vida.

“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima”. Os salvos serão totalmente confortados

por Deus. Suas perdas, aborrecimentos e sofrimentos serão supridos pelas “coisas que o olho

não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem” (I Coríntios 2:9). Coi-

sas que Deus tem preparado para aqueles que O amam.

12. Apocalipse 3:12

“A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escre-

verei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém,

que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”.

O que Jesus fará com aquele que vencer?

Neste versículo, as Escrituras Sagradas deixam claro que o vencedor receberá de Jesus

quatro recompensas: 1) será estabelecido como coluna no templo de Deus para sempre; 2)

receberá o nome de Deus; 3) receberá o nome da Nova Jerusalém; 4) receberá o novo nome

de Jesus Cristo.

Vencer implica numa competição. E essa competição é contra o pecado. Vencer o peca-

do pelas próprias forças humanas é uma impossibilidade. Foi por essa razão que Jesus afir-

mou “necessário vos é nascer de novo” (João 3:7). “Porque todo o que é nascido de Deus

vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (I João 5:4). “Porquanto a

inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em ver-

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

dade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:7-

8). Logo, para vencer o pecado é necessário observar a lei de Deus. Somente aquele que nas-

ceu de novo pode dizer: “posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13),

pois conforme disse o Senhor Jesus: “sem mim nada podeis fazer” (João 15:5).

Coluna é um pilar usado para sustentar ou enfeitar construções. Figuradamente é uma

pessoa muito forte. Paulo afirma que Tiago, Cefas e João eram considerados como colunas

da Igreja (Gálatas 2:9). Portanto, ser coluna no templo de Deus sugere que aquele que vencer

ocupará uma posição proeminente no templo de Deus. Como todas as pessoas que forem

salvas da segunda morte terão que vencer o pecado, então se pode inferir que todas elas ocu-

parão posições proeminentes.

A Bíblia Sagrada afirma que os “cento e quarenta e quatro mil” possuíam escrito em

suas testas o nome de Jesus e do Pai (Apocalipse 14:1). Ela também diz que os habitantes da

Nova Jerusalém terão nas suas testas o nome de Deus e de Jesus (Apocalipse 22:3-4). Nas

Escrituras Sagradas o nome é uma expressão do caráter da pessoa. Portanto, ter o nome de

Deus e o novo nome de Cristo escrito na mente, é a mesma coisa que dizer que os justos

possuirão o caráter de Deus e de Cristo. Ter o nome da Nova Jerusalém escrita na mente

significa que o salvo terá plena convicção de que é um cidadão da santa cidade. O Apocalip-

se revela que somente o Senhor Jesus Cristo é quem conhece o Seu novo nome (Apocalipse

19:12).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 22

O Fim do Céu e da Terra

INTRODUÇÃO

1. II Pedro 3:10

“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com

grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se

queimarão”.

O que passarão com grande estrondo?

O que se queimarão?

O apóstolo Pedro afirma que “o dia do Senhor virá como o ladrão de noite”. Paulo

anunciou que “vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de

noite” (I Tessalonicenses 5:2). Sobre o assunto comentou Jesus Cristo: “Eis que venho como

ladrão” (Apocalipse 16:15). Portanto, a passagem bíblica citada por Pedro está se referindo

ao dia da volta de Jesus.

O grande dia do Senhor é o último dia da história da civilização humana. É o dia em que

Jesus retornará a este mundo com poder e grande glória. Como ninguém sabe o dia e a hora

da vinda do Senhor e como as maiorias das pessoas são propensas a deixar tudo para a últi-

ma hora, então aquele dia virá de improviso, “como um laço sobre todos os que habitam na

face de toda a terra” (Lucas 21:34-35).

Nesse dia “os céus passarão com grande estrondo”. A palavra “passar” tem o sentido de

acabar, terminar, desfazer. Jesus também falou algo parecido: “O céu e a terra passarão, mas

as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24:35). No apocalipse, João afirmou que “o

céu retirou-se como um livro que se enrola” (Apocalipse 6:14). Isaías anunciou que “todo o

exército dos céus se gastará e os céus se enrolarão como um livro” (Isaías 34:4).

Sabemos que a Bíblia Sagrada faz referência a três espécies de céu: 1º) atmosférico, 2º)

cósmico e 3º) celestial. Inclusive o apóstolo Paulo deixa claro que em certa ocasião ele “foi

arrebatado até ao terceiro céu” (II Coríntios 12:2).

Mas Pedro, em sua profecia, está se referindo ao céu atmosférico, o qual passará numa

grande explosão. A seguir o apóstolo fala que “os elementos, ardendo, se desfarão”. Esses

conceitos trazem a ideia de que a atmosfera sofrerá uma grande explosão e a seguir se incen-

diará e se desfará. E, como resultando desse fogo, “a terra e as obras que nela há, se queima-

rão”.

Portanto, no grande dia do Senhor a atmosfera terrestre explodirá em chamas de fogo

queimando todas as obras produzidas pelos homens: grandes edifícios, casas, metrôs, asfal-

tos das ruas, florestas, tudo será queimado no “ardente lago de fogo e de enxofre”, especial-

mente a sede da besta e do falso profeta (Apocalipse 19:20).

2. II Pedro 3:11-12

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Havendo pois de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo

trato, e piedade. Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os

céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?”

O que se desfarão em fogo?

Sabendo que todas as coisas vão perecer no “ardente lago de fogo”, então somos exorta-

dos a viver em santo cuidado e cheios de misericórdia para com todos.

Também somos exortados a aguardar a “vinda do dia de Deus”. Todavia, não devemos

somente aguardar, mas também devemos apressar-nos para aquele grande dia.

Mas como podemos nos apressar para a “vinda do dia de Deus”? A resposta é muito

simples. O fim somente virá quando a pregação do evangelho do reino em todo o mundo em

testemunho a todas as gentes estiver concluída (Mateus 24:14). Então cabe aos cristãos

anunciar com eficiência o evangelho no mundo para apressar a vinda do dia de Deus.

Portanto, apressamos a vinda do dia de Deus trabalhando na Seara do Senhor. Esse tra-

balho consiste em dar testemunhos pessoais, ministrar estudos bíblicos, distribuir literaturas,

evangelizar pelas mídias distribuindo CDs e DVDs, convidar interessados para um pequeno

grupo, para as classes bíblicas, para os cultos em geral e fazer outras coisas semelhantes.

“Dando o evangelho ao mundo, está em nosso poder apressar a volta de nosso Senhor.

Não nos cabe apenas aguardar, mas apressar o dia de Deus” (DTN, 634).

No versículo analisado, o apóstolo Pedro novamente afirma que os céus se desfarão em

fogo. Mais uma vez fica claro que a atmosfera terrestre explodirá numa bola de fogo. E os

elementos da natureza, ardendo em fogo, se derreterão.

FIM DO CÉU E DA TERRA

3. Isaías 34:4

“E todo o exército dos céus se gastará e os céus se enrolarão como um livro: e todo o

seu exército cairá, como cai a folha da vide, e como cai o figo da figueira”.

O que se gastará?

Em sua linguagem poética e profética, Isaías vaticinou que “todo o exército dos céus se

gastará”. O exército dos céus são os astros celestes, tais como o Sol, a Lua e as estrelas. A

respeito desse assunto, disse o salmista: “todos eles, como um vestido, envelhecerão” (Sal-

mos 102:26).

O Novo Testamento reforça essa profecia com as seguintes palavras “E: Tu, Senhor, no

princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos: Eles perecerão, mas tu permane-

cerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão. E como um manto os enrolarás, e como um

vestido se mudarão, mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão” (Hebreus 1:10-12).

Isaías também profetizou que os céus se enrolarão como um livro. O livro que o profeta

se refere são os pergaminhos e papiros, que eram guardados enrolados em toras de madeira

roliças. Nessas condições adquiriam deformações elásticas semipermanentes. E, quando

eram desenrolados, tendiam a retornar à sua condição original de enrolado.

O profeta anuncia que o exército dos céus “cairá, como cai a folha da vide, e como cai o

figo da figueira”. Numa passagem paralela, o Apocalipse revela que: “E as estrelas do céu

caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

vento forte” (Apocalipse 6:13). Portanto, a profecia de Isaías indica o fenômeno que ficou

conhecido na história como a “queda das estrelas” anunciada por Jesus Cristo (Mateus

24:29; Marcos 13:25).

4. Isaías 51:6

“Levantai os vossos olhos para os céus, e olhai para a terra de baixo, porque os céus

desaparecerão como o fumo, e a terra se envelhecerá como um vestido, e os seus moradores

morrerão semelhantemente; mas a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça

não será quebrantada”.

O que acontecerá com os céus?

O que ocorrerá com a Terra?

O profeta Isaías convoca os vivos a olharem e observarem os céus e a terra que hoje

existem, porque no grande dia do Senhor os céus desaparecerão como a fumaça.

Tal profecia está em perfeita harmonia com aquela anunciada pelo apóstolo Pedro,

quando vaticinou que “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se

desfarão” (II Pedro 3:10). E em outra passagem o mesmo apóstolo diz: “os céus, em fogo se

desfarão” (II Pedro 3:12).

Isaías também profetizou que a Terra se envelhecerá como um vestido. Um vestido en-

velhecido fica gasto pelo tempo de uso. Além disso, o vestido envelhecido possui fibras frá-

geis, que se rompem facilmente com o menor esforço. Assim também a Terra, estando enve-

lhecida, terá os seus recursos naturais totalmente exauridos. Ela não conseguirá nem mesmo

manter qualquer espécie de vegetação no planeta. A seca é a consequência imediata inevitá-

vel.

Semelhantemente, os moradores da Terra morrerão. Mas a salvação de Deus durará para

sempre. Portanto, podemos concluir que a morte é inevitável. Mas aqueles que aceitarem a

salvação oferecida por Deus em Cristo Jesus viverão para sempre.

A Justiça de Deus não será quebrantada. Mas permanecerá firme para todo sempre. A

justiça de Deus se cumpre em Jesus Cristo. Na cruz, Cristo pagou o preço do salário do pe-

cado (Romanos 6:23). Agora Deus pode ser misericordioso e justo para perdoar os pecados e

conceder a vida eterna ao pecador arrependido.

NOVOS CÉUS E NOVA TERRA

5. II Pedro 3:13

“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habi-

ta a justiça”.

Que promessa os cristãos aguardam de Deus?

Como os cristãos sabem que “o céu e a terra passarão” (Mateus 24:35), eles são levados

a aguardar novos céus e nova terra. Isso porque Deus prometeu que tornaria novas todas as

coisas (Apocalipse 21:5). Tornar novo é a mesma coisa que renovar, restaurar, recuperar,

reconstruir etc. Portanto, o Senhor renovará o céu e a Terra que atualmente existem para se

tornar o lar dos salvos.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Cabe aqui fazer a seguinte observação: “renovar” é diferente de “reformar”. Quando

Deus renova as coisas Ele restaura à perfeição original, como se tivesse acabado de criar. A

reforma não restaura ao estado original. Ela apenas repara e substitui as partes gastas pelo

tempo de uso.

Daniel profetizou que nos dias dos reinos europeus, que resultaram da fragmentação do

Império Romano, Deus “levantará um reino que não será jamais destruído... esmiuçará e

consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para sempre” (Daniel 2:44). João profeti-

zou que os salvos “reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:10). Portanto, a Terra não será des-

truída, mas sim, restaurada por Deus para se tornar o lugar onde os santos passarão a morar

por toda a eternidade.

A Nova Terra será um local onde “habita a justiça”. Nos dias de hoje, o mundo é habi-

tado por toda espécie de injustiça. Conforme Jesus, neste mundo “por se multiplicar a ini-

quidade, o amor de muitos esfriará” (Mateus 24:12). A Bíblia Sagrada ensina que o ser hu-

mano é mau por natureza. E nos últimos dias eles serão piores ainda. Segundo o apóstolo

Paulo nos últimos dias os homens serão “amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos,

soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irre-

conciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obs-

tinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (II Timóteo 3:2-4). O

mal e todas as formas de crueldade e criminalidade imperam soberanamente na Terra. Atu-

almente a maldade dos homens é parcialmente restringida pela influência do Espírito Santo e

pelas severas penas das leis.

Mas quando o céu e a Terra forem restaurados à sua perfeição edênica (Atos 3:21), en-

tão se poderá dizer que a justiça habita no mundo porque “já as primeiras coisas são passa-

das” (Apocalipse 21:4).

6. Apocalipse 21:1

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra pas-

saram, e o mar já não existe”.

O que João viu?

O que já tinham passado?

Numa de suas visões, o apóstolo João afirmou explicitamente que viu “um novo céu, e

uma nova terra”. Ele viu que o céu e a Terra atualmente existentes foram renovados por ato

divino.

Em sua visão, o amado apóstolo de Jesus descreve que “o primeiro céu e a primeira ter-

ra passaram”. O céu e a Terra que hoje existem trazem as marcas do pecado. Quando Adão e

Eva pecaram o Senhor amaldiçoou a Terra (Gênesis 3:17). Com o dilúvio universal a Terra

sofreu uma segunda maldição. E, atualmente, impelidos pela ganância do lucro, os homens

estão devastando o planeta, exaurindo todos os seus recursos naturais. Portanto, quando to-

das as coisas forem renovadas pelo Senhor, o céu e a Terra que hoje existem, serão tidos

como coisas do passado.

João também afirmou que “o mar já não existe”. Desde a sua criação, o planeta sempre

teve mares (Gênesis 1:10; 22; 26; 28). Ocorre que os grandes mares atualmente existentes

foram formados como resultado do dilúvio universal. “No ano seiscentos da vida de Noé, no

mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do

grande abismo, e as janelas dos céus se abriram” (Gênesis 7:11). Esse fenômeno ocasionou

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

grande concentração de águas em determinadas regiões e grandes concentrações de terras

secas e desérticas em outras regiões. Atualmente, três quintos da superfície da Terra estão

cobertos pelos oceanos.

Originalmente, o planeta era entrecortado por vários canais de mares, que mantinham o

clima da Terra estabilizado e uniforme em todas as regiões. Naquela época “um vapor, po-

rém, subia da terra, e regava toda a face da terra” (Gênesis 2:6). Mas na Nova Terra, o ocea-

no como conhecemos deixará de existir, consequentemente, boa parte da superfície da Terra

que hoje se encontram cobertas pelos grandes oceanos, ficarão descobertos e disponível para

a habitação dos salvos.

7. Isaías 65:17

“Porque, eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembranças das cousas

passadas, nem mais se recordarão”.

O que Deus prometeu criar?

Do que não haverá lembranças?

O Senhor prometeu criar “céus novos e nova terra”. O céu e a Terra que atualmente

existem não serão destruídos em bilhões de pedaços, mas serão renovados e restaurados à

sua perfeição original para habitação dos salvos. “Porque assim diz o Senhor: Toda esta terra

será assolada: de todo, porém, a não consumirei” (Jeremias 4:27). “Porque assim diz o Se-

nhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a estabeleceu, não a cri-

ou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro” (Isaías

45:18).

No novo céu e na nova Terra “não haverá lembranças das cousas passadas, nem mais se

recordarão”. Não é que os salvos terão um lapso de memória ou um “branco” em sua mente.

Mas a felicidade e a recompensa dos salvos serão tão grandes que eles não terão e nem senti-

rão nenhuma motivação para se lembrarem ou recordarem das coisas ruins e tristes que ocor-

reram em suas vidas no mundo passado. Por exemplo: “A mulher, quando está para dar à

luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já se

não lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo” (João 16:21).

Existem muitas maravilhas do novo céu e da nova Terra que Deus ainda não revelou aos

homens, mas que estão reservadas como uma caixinha de surpresa, para alegria e deleite de

todos aqueles que alcançarem a salvação. “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não

viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou

para os que o amam”. (I Coríntios 2:9).

HERDEIROS DA TERRA

8. Salmos 37:9

“Porque os malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que esperam no Senhor her-

darão a terra”.

O que acontecerá com os malfeitores?

O que herdarão aqueles que esperam no Senhor?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Os malfeitores não herdarão a nova Terra, mas eles serão desarraigados. Os “malfeito-

res” são pessoas que cometem atos criminosos. E “desarraigar” é a mesma coisa que extir-

par, erradicar, extinguir, exterminar, destruir. Portanto, aqueles que praticam o mal serão

totalmente destruídos.

Na verdade sabemos muito bem, que todo “aquele que não foi achado escrito no livro da

vida foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse 20:15). Mas a Bíblia Sagrada ensina que vive-

rão debaixo do novo céu e da nova Terra “só os que estão inscritos no livro da vida do Cor-

deiro” (Apocalipse 21:27).

O salmista também afirma que, aqueles que esperam no Senhor herdarão a Terra. Os

que “esperam no Senhor” são os mansos e os justos. Eles “herdarão a terra, e se deleitarão na

abundância de paz” e “habitarão nela para sempre” (Salmos 37:11; 29). A respeito dos her-

deiros da nova Terra Isaías profetizou: “E todos os do teu povo serão justos, para sempre

herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja

glorificado” (Isaías 60:21).

9. Isaías 45:18

“Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez;

ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Se-

nhor e não há outro”.

Para que o Senhor formou a Terra?

O Senhor que criou os céus é também o mesmo Deus que formou, fez e estabeleceu a

Terra. “Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a

todos os seus exércitos dei as minhas ordens” (Isaías 45:12).

“Deus criou a Terra para ser habitada por seres santos e felizes. Esse propósito será

cumprido quando, renovada pelo poder de Deus e liberto do pecado e da tristeza, ela se tor-

nar o eterno lar dos remidos” (LA, 540). “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra deu-a

ele aos filhos dos homens” (Salmos 115:16).

O Senhor não criou a Terra vazia, mas a formou para que fosse habitada. O objetivo de

Deus ao criar a Terra foi o de torná-la o lar dos seres humanos. Esse propósito se cumprirá

no seu devido tempo. O Senhor não destruirá a Terra em milhares de pedaços, mas irá torná-

la nova para ser habitada pelos santos de todas as épocas e de todas as nações.

10. Isaías 66:22-23

“Porque, como os céus novos, e a terra nova, que hei de fazer, estarão diante da minha

face, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que desde

uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar pe-

rante mim, diz o Senhor”.

Quem virá adorar o Senhor?

O Senhor há de fazer novos céus e nova Terra. O céu e a Terra que agora existem passa-

rão (Mateus 24:35; II Pedro 3:10) e serão renovados pelo poder do Senhor (Apocalipse

21:5). Eles serão restaurados à sua perfeição edênica, sem as marcas do pecado ou da maldi-

ção que atingiu a Terra.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

E da mesma forma como essas obras estarão para sempre diante da face do Senhor, as-

sim também haverão de estar a posteridade e o nome dos santos na nova Terra, pois eles

viverão para sempre junto do Senhor.

Na nova Terra, o sábado será lembrado para sempre por todos os salvos. Ele ainda con-

tinuará sendo o nome pelo qual o sétimo dia da semana ainda será conhecido. É oportuno

observar que Deus não faz referência a nenhum outro dia em especial a não ser o santo sába-

do.

Falando da Nova Jerusalém, João disse que “nela não vi templo, porque o seu templo é

o Senhor Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro” (Apocalipse 21:22). Na nova Terra não haverá

igrejas, templos ou casa de cultos porque todos os santos virão adorar diretamente diante da

face do Senhor. Na Nova Terra, “o povo de Deus tem o privilégio de entreter franca comu-

nhão com o Pai e o Filho” (VC, 141).

E de uma Lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, todos os santos virão

perante o trono de Deus, que estará localizado na Nova Jerusalém, para adorar perante o Se-

nhor. “E a ela trarão a glória e honra das nações” (Apocalipse 21:26). “E ali nunca mais ha-

verá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o

servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome” (Apocalipse 22:3-4).

CONCLUSÃO

11. Apocalipse 21:5-6

“E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E

disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está

cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de gra-

ça lhe darei da fonte da água da vida”.

O que Deus tornará novas?

O que o Senhor disse mais a João?

Deus encontrava-se sentado sobre o Seu alto e sublime trono de glória quando disse:

“Eis que faço novas todas as coisas”. Com essas palavras, o Senhor está dizendo que com o

Seu grande poder Ele restaurará todas as coisas à sua perfeição original. O céu e a Terra se-

rão renovados e os santos terão um corpo glorioso. Todos os animais, em sua beleza extraor-

dinária, serão eternamente dóceis.

Ao apóstolo João foi ordenado que escrevesse essas palavras porque a ele foi dito que

elas são verdadeiras e fiéis. Isso significa que elas jamais falharão e que se cumprirão com

perfeição.

Nesse versículo bíblico constatamos que, pela terceira vez, o Senhor pronuncia as céle-

bres palavras conclusivas da fase do plano da salvação: “Está cumprido”. Ao encerrar a pri-

meira fase do plano da salvação, com a morte do Cordeiro de Deus, o Senhor disse: “Está

consumado” (João 19:30). Ao terminar a segunda fase do plano da salvação, com a purifica-

ção do santuário celestial e a queda das sete últimas pragas, o Senhor disse: “Está feito”

(Apocalipse 16:17). E ao encerrar a terceira e última fase do plano da salvação com o fim do

pecado no juízo executivo e a restauração de todas as coisas, o Senhor disse: “Está cumpri-

do” (Apocalipse 21:6).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O Senhor afirma que Ele é o “Alfa e o Ômega”. O alfa é a primeira letra do alfabeto

grego e o ômega é a última letra desse alfabeto. O Senhor também afirma que Ele é o “prin-

cípio e o fim”. Ele é a origem e o fim de todas as coisas. Todas as coisas originam-se, subsis-

tem-se e consomem-se nEle.

Quem tiver sede de verdade, de vida, de felicidade ao lado de Deus, poderá tomar de

graça da fonte da água da vida. Para isso basta crer no Senhor Jesus Cristo.

12. Mateus 24:35

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”.

O que passarão?

Segundo Jesus o que não hão de passar?

Segundo Jesus Cristo, “o céu e a terra passarão”. Eles se esgotarão e envelhecerão (Isaí-

as 51:6). Segundo o apóstolo Pedro “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos,

ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se queimarão” (II Pedro 3:10).

Mas a promessa de Deus é que os céus e a Terra serão renovados para ser o eterno lar

dos santos. Será um lar onde habita a justiça e a paz. Um lar de amor, respeito e dignidade

infindável.

“O propósito original de Deus na criação da Terra será cumprido ao ser ela feita a terna

habitação dos remidos. ‘Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre’ Salmos

37:29” (LA, 540).

Disse o Senhor: “Eis que faço novas todas as coisas”. Como o Senhor fará novas todas

as coisas, isso implica que todas as coisas atualmente existentes passarão. Mas uma coisa é

certa: as palavras de Jesus jamais passarão, jamais acabarão. Tudo o que Cristo anunciou em

Sua palavra terá o seu cumprimento no devido momento.

O Senhor prometeu um novo céu e uma nova Terra. Sua palavra se cumprirá, porque foi

a boca do Senhor quem o disse.

“Há diante de nós um Céu, uma coroa de vida a ganhar. Mas somente ao vencedor é

dada a recompensa. O que obtém o Céu precisa estar revestido das vestes da justiça. ‘E qual-

quer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro’ I João

3:3” (VC, 91).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 23

O Juízo Divino

Parte Geral

INTRODUÇÃO

1. Salmos 9:7-8

“Mas o Senhor está assentado perpetuamente; já preparou o seu tribunal para julgar.

Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com retidão”.

O que o Senhor julgará com justiça?

Quem o Senhor julgará com retidão?

A Bíblia Sagrada traz muitas referências escatológicas sobre as palavras “juiz”, “juízo”,

“julgar”, “julgamento”, “condenar”, “tribunal” e outras semelhantes. Portanto, as Escrituras

deixam bem claro que haverá um juízo. Isso é ensino bíblico e ponto final!

O versículo supra mencionado afirma claramente que o Senhor “já preparou o seu tribu-

nal para julgar”. O “tribunal” é o lugar onde alguém, investido da autoridade de juiz, pro-

nuncia uma sentença estabelecendo o direito de cada pessoa. E “julgar” é o ato pelo qual o

julgador avalia, formula um juízo e emite uma decisão com base na lei.

O Senhor “julgará o mundo com justiça”. O julgamento do mundo compreende o julga-

mento de todas as pessoas que viveram, vivem e viverão na face da Terra. Portanto, o julga-

mento abrange os povos de todas as épocas, desde o primeiro homem até o último que have-

rá de nascer. Nenhum ser humano escapará ao exame minucioso do juízo divino.

O julgamento do Senhor será realizado com “justiça” e com “retidão”. Em juízo o Se-

nhor emitirá uma sentença que salvará ou condenará o pecador. Sua decisão será com justiça

porque será atribuído a cada pessoa o que lhe compete. A justiça implica no poder que o

Senhor possui para julgar alguém, punindo ou recompensando.

O Senhor também “julgará os povos com retidão”. A “retidão” de um julgamento é a

sua qualidade íntegra, sincera, honesta e correta. Um julgamento reto está em conformidade

com a razão, com a justiça, com a lei e com o dever.

2. Eclesiastes 3:17

“Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para

todo o intento e para toda a obra”.

A quem Deus julgará?

Inspirado pelo Espírito Santo, o sábio Salomão disse em seu coração que “Deus julgará

o justo e o ímpio”. Portanto a Bíblia Sagrada ensina claramente que tanto justos como os

ímpios serão julgados pelo Senhor.

O puro e o impuro; o que sacrifica e o que não sacrifica; o bom e o pecador; o que jura e

o que teme o juramento, todos serão julgados. Até mesmo os que morreram na fé em Cristo

serão julgados.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Alguns terão menos luz do que outros, mas cada um será julgado de acordo com a luz

recebida” (Ms, 77).

Os justos e os ímpios serão julgados, cada um a seu devido tempo. Os justos serão jul-

gados num determinado período e os ímpios serão julgados em outro período distinto “por-

que há um tempo para todo o intento e para toda a obra”. Os justos serão os primeiros a se-

rem julgados, depois virá o julgamento dos ímpios.

Muito embora o juízo divino seja um todo uniforme e completo, ele está dividido em

quatro fases bastante distintas. A primeira fase é conhecida por “juízo investigativo”; a se-

gunda fase por “juízo retribuitivo”; a terceira fase é chamada de “juízo comprobatório” e a

quarta fase é conhecida por “juízo executivo”.

JUIZ DOS VIVOS E MORTOS

3. Atos 17:31

“Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por

meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos”.

O que Deus há de julgar com justiça?

Por meio de quem Deus julgará o mundo?

Em suas viagens missionárias, Paulo pregou aos filósofos gregos no antigo tribunal de

Atenas, conhecido pelo nome de Areópago, dizendo àqueles sábios que Deus “tem determi-

nado um dia em que com justiça há de julgar o mundo”.

Paulo falou desse dia como estando no futuro. Ele tinha conhecimento que Deus havia

determinado um dia em que com justiça julgaria o mundo. Hoje, sabemos que o julgamento

começou no segundo compartimento do santuário celestial, quando terminou as “duas mil e

trezentas tardes e manhãs” e será concluído pouco tempo após o encerramento do período de

mil anos.

Segundo esse versículo, Deus julgará o mundo “por meio do varão que destinou; e disso

deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos”. Paulo está se referindo a Jesus Cristo, a

quem Deus ressuscitou dos mortos. Portanto, Deus julgará o mundo por meio de Jesus Cris-

to.

4. Atos 10:42

“E nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz

dos vivos e dos mortos”.

De quem Jesus foi constituído juiz?

Pedro afirma que o Senhor Jesus ordenou aos apóstolos pregarem e testemunharem ao

povo que Cristo foi constituído por Deus como juiz dos vivos e dos mortos.

Jesus Cristo é o juiz a quem o Pai confiou o julgamento do mundo. Jesus está apto a

exercer o juízo porque, assumindo a natureza humana, pôde conhecer de perto o poder da

tentação e as fraquezas dos homens (Hebreus 4:15). Por essa razão o Senhor pode ser mise-

ricordioso e justo ao julgar os seres humanos.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Segundo o versículo analisado, as pessoas que entrarão em juízo divino são constituídas

por “vivos” e “mortos”. Sabemos que o julgamento divino começa pelos mortos e termina

com os vivos.

Pelas Sagradas Escrituras, também sabemos que o julgamento começa pelos santos.

Portanto, todos os justos mortos, desde Adão até o último justo que morrerá antes da segun-

da vinda do Senhor, serão os primeiros a serem julgados. Somente depois da volta de Jesus é

que ocorrerá o julgamento dos ímpios.

Portanto, está claro que entre os vivos e os mortos existem duas classes distintas de pes-

soas, e que no julgamento divino receberão sentenças distintas. Uma delas é constituída pela

classe dos “justos” e a outra é constituída pela classe dos “ímpios”.

NORMA DO JUÍZO

5. Tiago 4:11-12

“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu ir-

mão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei já não és observador da lei, mas juiz.

Há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a

outrem?”

Quantos legisladores há?

Quantos juízes há?

Tiago exorta os irmãos a não falarem mal uns dos outros. Ele afirma que quem fala mal

de um irmão e julga o seu irmão, na verdade está falando mal da lei e julgando a lei. Isso

porque quando alguém fala mal do seu irmão está avaliando o comportamento desse irmão

pela justiça que há na lei (Filipenses 3:6).

Segundo o versículo, quem julga a lei, já não é observador da lei, mas sim juiz. Portan-

to, Tiago está afirmando claramente que os cristãos têm o dever de observar a lei e não jul-

gar a lei. Porque quem realiza julgamentos é juiz.

Conforme Tiago explica existe somente “um legislador e um juiz que pode salvar e des-

truir”. Esse legislador e juiz é o Senhor.

O legislador é a pessoa investida de autoridade para elaborar as leis em conformidade

com a justiça e o juiz é a pessoa investida de autoridade para julgar em conformidade com a

lei.

O Senhor como juiz salvará todos os justos e destruirá os ímpios e pecadores. Em es-

sência, o cristão deve ser um “observador da lei” e jamais deve falar “mal uns dos outros” ou

julgar a seu irmão.

6. Tiago 2:12

“Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”.

Por qual lei devemos ser julgados?

Os cristãos são exortados a serem observadores da lei de Deus e não juízes (Tiago 4:11).

Eles são orientados a falar e assim proceder em conformidade com o que dizem sobre a lei;

ou seja, eles devem ser coerentes, devem praticar o que falam. “Porque, se alguém é ouvinte

da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

natural. Porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de que tal era. Aquele,

porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte

esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito” (Tiago 1:23-25).

Os cristãos devem proceder como devendo ser “julgados pela lei da liberdade”. E, pela

leitura do contexto imediato (Tiago 2:9-11), entende-se que a “lei da liberdade” pela qual

todos cristãos serão julgados é o decálogo. Ele estabelece o padrão de justiça, pela qual cada

um será julgado. “A lei de Deus é a norma pela qual o caráter e a vida dos homens serão

aferidos no juízo” (GC, 486).

Portanto, é muito importante que o cristão guarde a lei de Deus. É por meio dela que o

seu caráter será aferido em juízo. Por isso, eles são exortados a não serem apenas ouvintes da

lei, mas praticantes da lei. Ela é chamada de lei da liberdade porque aquele que anda em con-

formidade com seus preceitos foi libertado do poder do pecado.

Aquele que não tem liberdade é considerado pela Bíblia Sagrada como transgressor da

lei, e como tal é servo do pecado (João 8:34) e condenado à morte eterna (Romanos 6:23).

Aquele que não consegue guardar a lei ainda está vivendo na carne (Romanos 8:7-8). So-

mente aquele que nasceu de novo e que está em Cristo é que de fato consegue guardar a lei

de Deus (João 15:5; Filipenses 4:13).

7. Romanos 2:12-13

“Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a

lei pecaram pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de

Deus: mas os que praticam a lei hão de ser justificados”.

O que acontecerá a todos que sem lei pecaram?

O que acontecerá a todos que sob a lei pecaram?

Como “pela lei vem o conhecimento do pecado” (Romanos 3:20) e o salário do pecado

é a morte (Romanos 6:23), então fica claro que as pessoas “que sem lei pecaram sem lei

também perecerão”. Observe que o apóstolo Paulo está referindo-se aos “pecadores” e não

aos justos.

“Há, entre os gentios, almas que servem a Deus ignorantemente, a quem a luz nunca foi

levada por instrumentos humanos; todavia não perecerão. Conquanto ignorantes da lei escri-

ta de Deus, ouviram Sua voz a falar-lhes por meio da Natureza, e fizeram aquilo que a lei

requeria. Suas obras testificam que o Espírito Santo lhes tocou o coração, e são reconhecidos

como filhos de Deus” (DTN, 637).

Paulo também afirma que “todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados”. A lei

de Deus é o grande padrão de justiça na qual o caráter de todas as pessoas será avaliado e

julgado.

É claro que todos os pecadores estão condenados, tanto os que pecaram sem lei como os

que pecaram com lei. O julgamento de todos pecadores ocorrerá “no reino de Deus” (II Ti-

móteo 4:1), durante o período do milênio, na fase chamada juízo comprobatório.

Aqueles que “pecaram” sem o conhecimento da lei simplesmente “perecerão” no juízo

executivo. Mas os pecadores que viveram sob a luz da lei receberão no juízo executivo uma

punição proporcional aos seus pecados, para então perecer na segunda morte. “Muitos vive-

ram de acordo com a melhor luz que tiveram, e serão julgados em conformidade com isso”

(Carta, 36).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Paulo afirma que “os que ouvem a lei não são justos diante de Deus”. Os cristãos não

devem ser ouvintes da lei de Deus, mas devem ser praticantes da lei. O simples conhecimen-

to intelectual da lei de Deus não torna os cristãos justos diante de Deus. Pois são todos re-

darguidos como transgressores da lei e, portanto, pecadores. Como o salário do pecado é a

morte, então todos transgressores da lei de Deus estão condenados.

“Mas os que praticam a lei hão de ser justificados”. Uma vez que o cristão aceitou o

sacrifício expiatório de Cristo e guarda a lei de Deus, ele, evidentemente, será justificado em

juízo. Primeiro porque teve o seu pecado perdoado; e, segundo porque observando a lei não

cometem pecados.

Todavia, se o cristão aceitou o sacrifício expiatório de Cristo, mas não pratica a lei de

Deus, então ele está vivendo uma vida em pecado. E o salário do pecado é a morte (Roma-

nos 6:23). Por essa razão esse cristão não é justo diante de Deus, e de forma alguma será

justificado em juízo.

BASE DO JULGAMENTO

8. Apocalipse 20:12

“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os li-

vros; e abriu-se outro livro, que é o da vida: e os mortos foram julgados pelas coisas que

estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”.

Os mortos foram julgados por que coisas?

João afirmou que viu os mortos. E eles estavam diante do trono para o juízo divino, haja

vista que são julgados segundo as suas obras. O apóstolo observou que esses mortos –

“grandes e pequenos” – pertencem a todas as classes sociais.

Os mortos não se encontram fisicamente presentes no tribunal divino, mas as suas vidas

estão representadas pelas coisas escritas nos livros. Tanto é verdade que o profeta afirma que

“os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros”. Portanto, os mortos

comparecem em juízo por meio das coisas escritas nos livros.

O apóstolo João fala que “abriram-se os livros”. Ele menciona esses “livros” no plural,

indicando que se trata de vários livros, os quais são conhecidos como “memoriais” (Mala-

quias 3:16). Neles estão registradas as obras de todas as pessoas que viveram na face da Ter-

ra. Todos os detalhes de sua vida estão minuciosamente registrados em tais livros. Os livros

abrem-se no início do juízo (Daniel 7:10) e permanecem abertos durante todas as suas fases

(investigativa, retribuitiva, comprobatória e executiva).

João também fala que “abriu-se outro livro”. Neste passo ele menciona esse “livro” no

singular, indicando que se trata de apenas um livro. Esse livro é conhecido pela designação

de “livro da vida”. Nele está registrado o nome de todos aqueles que viveram desde a funda-

ção do mundo e que, em algum momento de suas vidas nasceram de novo, aceitando o sacri-

fício do Cordeiro de Deus.

Todos os mortos serão julgados no tribunal divino pelas coisas que estão escritas nos

“livros”. Todos seres humanos serão julgados segundo as suas obras. Mas se somos salvos

pela fé, então por que somos julgados pelas obras? A respostas para esta pergunta é muito

simples. As obras não possuem o poder para salvar nenhuma única pessoa, elas apenas mate-

rializam a fé que o cristão possui na verdade. Porque “a fé, se não tiver as obras, é morta em

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

si mesma... a fé sem obras é morta” (Tiago 2:17; 26). Para o benefício geral de todos os sal-

vos, o juízo divino é totalmente transparente. E como a fé é algo subjetivo e as obras são

objetivas, então todos são julgados pelas obras.

9. Mateus 12:36-37

“Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar

conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás

condenado”.

Do que os homens hão de dar conta no dia do juízo?

Todas as obras dos seres humanos estão detalhadamente registradas nos “livros”, até

mesmo as suas palavras. Foi por essa razão que Jesus afirmou “que de toda a palavra ociosa

que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo”. Palavras “ociosas” são palavras

inúteis, desnecessárias, supérfluas, que não servem para nada.

Segundo o Senhor, em juízo os homens terão que dar conta de todas as palavras ociosas

que proferiram durante o decorrer de suas vidas. Porque por meio das palavras o homem

manifesta o que está dentro do seu coração. Por meio de suas palavras, o caráter do homem

será avaliado, “pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mateus 12:34).

Portanto, pelas palavras que as pessoas pronunciam, elas serão justificadas ou condena-

das em juízo.

10. João 5:29

“E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal

para a ressurreição da condenação”.

O que acontecerá aos que fizeram o bem?

O que acontecerá aos que fizeram o mal?

Aqueles que, como resultado da fé na verdade, praticaram boas obras serão justificados

em juízo, e sairão das sepulturas para a “ressurreição da vida”.

E os que praticaram más obras serão condenados em juízo, e sairão das sepulturas para a

“ressurreição da condenação”.

A ressurreição da vida ocorrerá no início dos mil anos, após ter findado o chamado “juí-

zo investigativo”, e a ressurreição da condenação ocorrerá ao final dos mil anos, após ter

encerrado o “juízo comprobatório”.

Os santos receberão o galardão da vida eterna na fase do chamado “juízo retribuitivo”. E

os ímpios receberão o galardão da condenação na fase chamada de “juízo executivo”.

O “juízo investigativo” ocorre antes do milênio. Nesse juízo são analisadas as obras de

todos aqueles que viveram desde a fundação do mundo e que possuem o nome registrado no

livro da vida.

O “juízo retribuitivo” ocorrerá no início do milênio. E todos os viventes receberão o

galardão conforme as suas obras.

O “juízo comprobatório” ocorrerá durante o milênio. Nesse juízo são analisadas as obras

de todos que viveram desde a fundação do mundo, mas que não possuem o nome registrado

no livro da vida.

O “juízo executivo” ocorrerá após o fim do milênio, e todos os ímpios ressuscitados

para a condenação passarão pela segunda morte.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

CONCLUSÃO

11. Eclesiastes 11:9

“Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mo-

cidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos: sabe, porém, que

por todas estas cousas te trará Deus a juízo”.

O que o mancebo deve saber sobre as obras que fizer?

O sábio Salomão, estando divinamente inspirado, deixou uma mensagem de alerta para

todos os jovens tementes a Deus. Ele disse que os jovens deveriam alegrar-se e que o seu

coração deveria recrear-se nos dias de sua mocidade.

O sábio ainda disse que os jovens deveriam andar pelos caminhos do seu coração e pela

vista dos seus olhos. A orientação é que os jovens devem seguir os seus sentimentos, mas

sob a supervisão de sua razão.

Os jovens por serem impetuosos e inexperientes tendem a praticar muitas coisas erradas,

tais como abusar da liberdade e proceder com leviandade. Mas Salomão fez questão de ad-

verti-los de que “por todas estas cousas te trará Deus a juízo”.

Os jovens serão levados a juízo porque a partir da idade da razão passam a ser responsá-

vel pelos seus atos. Antes da idade da razão, a fé dos pais protege a criança. Mas, se porven-

tura os pais não possuem nenhuma fé, então a criança está totalmente desprotegida no juízo

divino.

12. Eclesiastes 12:13-14

“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos;

porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até

tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau”.

Qual é o dever de todo o homem?

O que Deus há de trazer a juízo?

Salomão afirma que o dever de todo o homem é temer a Deus e guardar os Seus man-

damentos. O temor a Deus não é um sentimento de medo, pavor ou terror; mas é um senti-

mento de respeito ou reverência pela Autoridade Suprema.

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 9:10). “Mas a sabedoria

que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de miseri-

córdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tiago 3:17).

Os mandamentos de Deus mencionados por Salomão é uma clara referência aos dez

mandamentos, posto que o decálogo é a norma de justiça pelo qual o mundo será julgado.

Além do mais, as Escrituras Sagradas afirmam que os santos guardam os mandamentos de

Deus e a fé de Jesus (Apocalipse 14:12).

O “temor a Deus” e “guardar os Seus mandamentos” é dever de todo o homem. E a ex-

pressão “todo o homem” abrange não somente os judeus, mas também todos os gentios por-

que é inconcebível imaginar a suposição de que os gentios estavam dispensados de guardar o

“temor do Senhor”. Portanto, se os gentios devem temer a Deus, então eles também devem

guardar os Seus mandamentos. Esse é o dever de todo o homem.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Por que “todo o homem” deve temer a Deus e guardar os Seus mandamentos? O próprio

Salomão responde a essa pergunta: “Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra”. A Palavra

de Deus ensina claramente que os homens serão julgados pela lei (Tiago 2:12) “segundo as

suas obras” (Apocalipse 20:12), e não somente os judeus.

Divinamente inspirado, o rei Salomão foi levado a declarar que “Deus há de trazer a

juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau”. Todas as

obras que os homens realizaram durante toda a sua vida serão trazidas a juízo. Todas as coi-

sas boas ou más que os homens praticaram serão apresentadas em juízo. Até mesmo as coi-

sas boas ou más que os homens fizeram às escondidas ficarão patentes a todos diante do tri-

bunal divino.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 24

A Fase Investigativa do Juízo

Juízo Pré-Advento

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 14:6-7

“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar

aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com

grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai

aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.

O que o anjo tinha para proclamar?

A quem o evangelho eterno será proclamado?

O que o anjo dizia com grande voz?

O apóstolo João viu um anjo voando pelo meio do céu. No livro do Apocalipse, muitas

vezes, a palavra “anjo” é símile identificador dos fiéis servos de Deus (Malaquias 2:7). Esse

mensageiro celestial “tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a

terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo”.

A palavra evangelho significa “boas novas de salvação”. Ele é chamado de “evangelho

eterno” por dois motivos: primeiro, porque anuncia as boas novas de salvação eterna; e, se-

gundo, porque o Evangelho é o mesmo desde sempre. Não há nenhum outro evangelho pelo

qual o homem possa ser salvo e sua eficácia abrange todos os homens que viveram na face

da Terra desde a fundação do mundo (Apocalipse 13:8).

Uma forte evidência de que esse anjo não é literal, mas sim um símile dos servos de

Deus é o fato de que a pregação do evangelho não foi confiada aos anjos, mas sim aos ho-

mens regenerados pelo poder do evangelho. A humanidade que foi resgatada pelo sangue de

Cristo deve dedicar-se a resgatar para Cristo a humanidade caída.

Especialmente a esses servos de Deus, foi incumbido a pregação do evangelho eterno a

todas nações, tribos, línguas e povos do mundo. Portanto, são esses os cristãos que cumpri-

rão a profecia anunciada por Jesus: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mun-

do, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mateus 24:14).

Na obra de pregação do evangelho eterno, os mensageiros de Deus apresentam com

grande veemência a seguinte mensagem: “Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque vinda é a

hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.

Essa mensagem de amplitude mundial convoca todos os homens a temer a Deus e a dar-

lhe glória. As Escrituras Sagradas afirmam que todo homem tem o dever de temer a Deus e

guardar os Seus mandamentos (Eclesiastes 12:13). O mensageiro celestial afirma que o ho-

mem deve temer a Deus “porque vinda é a hora do seu juízo”. Essa mensagem indica clara-

mente o início do juízo, cuja primeira fase é conhecida por juízo investigativo, começou

precisamente no momento em que chegou o fim das “duas mil e trezentas tardes e manhãs”

(Daniel 8:14).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Os homens também são convocados a adorar “aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e

as fontes das águas”. Essa mensagem visa levar os homens a reconhecer e adorar a Deus

como o Criador do Universo. O movimento criacionista defendido pelos santos do Altíssimo

tem levado muitos homens a reconhecer a Deus como o Criador. Além disso, sendo o sábado

um memorial da Criação do Universo (Êxodo 20:11), a sua observância pelos santos implica

em reconhecer a Deus como o Criador.

2. Daniel 7:9-10

“Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assen-

tou: o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a limpa lã; o seu

trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante

dele: milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele: assentou-se

o juízo, e abriram-se os livros”.

O que foram postos?

Quem estava diante do ancião de dias?

O que se assentou?

Com o encerramento do período das “duas mil e trezentas tardes e manhãs” (Daniel

8:14) teve início a purificação do santuário celestial. Essa purificação consiste em um juízo

investigativo, cuja finalidade é expurgar do “livro da vida” o nome daqueles que não herda-

rão a vida eterna, bem como purificar dos demais “livros” os pecados dos santos.

Arrebatado em santa visão, o profeta Daniel observou “que foram postos uns tronos, e

um ancião de dias se assentou”. O ancião de dias é um símile do Pai. O profeta descreve que

o “seu vestido era branco como a neve, e o cabelo de sua cabeça como a limpa lã”. A men-

ção das vestes branca é um símile da pureza do caráter divino e o cabelo como a limpa lã é

um símile de Sua eterna santidade.

O Pai – ancião de dias – sentou-se sobre o Seu trono de glória. E do “seu trono chamas

de fogo, e as rodas dele fogo ardente”. A glória do Pai é tão intensa que o profeta descreve

que no trono e ao seu redor havia chamas de fogo ardente.

“Um rio de fogo manava e saía de diante dele”. Daniel observou que diante do trono do

Pai havia um rio de fogo, que corria com abundância que provinha de uma nascente diante

do trono. O apóstolo João descreveu esse rio de fogo como “mar de vidro”: “E vi um como

mar de vidro misturado com fogo” (Apocalipse 15:2). “E havia diante do trono um como

mar de vidro, semelhante ao cristal” (Apocalipse 4:6). Já o profeta Ezequiel fez referência a

esse rio de fogo ao afirmar que quando Lúcifer estava no monte santo de Deus, ele andava

no meio das pedras afogueadas (Ezequiel 28:14).

Daniel afirmou que “milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam di-

ante dele”. Quem são esses seres contados aos milhares e milhões que serviam ao Pai? O

apóstolo João fornece uma resposta a essa pergunta afirmando que eles são os anjos (Apoca-

lipse 5:11).

Estando os tronos postos, os anjos prontos para servir e o Pai tomando assento, então é

dado início ao juízo. Esse juízo começa pela fase chamada teologicamente de “juízo investi-

gativo”. Aqueles que serão julgados comparecem em juízo por meio das coisas que estão

escritas nos livros, os quais são abertos em juízo.

3. Apocalipse 5:11

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos;

e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares”.

Qual é o número de anjos ao redor do trono?

João afirmou que viu e ouviu a voz de muito anjos que estavam ao redor do trono de

Deus. O apóstolo também afirmou que esses anjos estavam ao redor dos animais e dos an-

ciãos.

Os animais são em número de quatro e, uma vez que possuem seis asas, são símiles de

serafins (Apocalipse 4:8 e Isaías 6:2). Os anciãos, cujo número é de vinte e quatro (Apoca-

lipse 4:4), são santos que foram resgatados e que se encontram no céu (II Reis 2:11; Hebreus

11:5; Mateus 17:3; 27:52-53).

Portanto, o número de anjos que estavam ao redor do trono de Deus era de “milhões de

milhões e milhares de milhares”. Com pequenas variações, essa é a descrição dos seres que o

profeta Daniel se referiu com as seguintes palavras: “milhares de milhares o serviam, e mi-

lhões de milhões estavam diante dele”.

JESUS EXERCE O JUÍZO

4. Daniel 7:13

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um

como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele”.

Quem se dirigiu ao ancião de Dias?

Continuando observando os eventos apresentados nas visões que teve à noite sobre a

instauração do juízo, o profeta Daniel afirmou ainda mais “que vinha nas nuvens do céu um

como o filho do homem”. Jesus Cristo identificou-se como sendo o filho do homem (Mateus

13:41; 16:27-28; 24:27 e 30) anunciado pelo profeta Daniel.

Daniel também afirma que o Filho do homem “dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram

chegar até ele”. Portanto, quando se assentou o juízo, o Senhor Jesus Cristo imediatamente

dirigiu-se ao Pai. Chegando ao local santíssimo do santuário celestial, os santos anjos con-

duziram o Senhor até a presença do Pai.

Cristo tem uma participação especial na purificação do santuário celestial. Ele tem uma

parte muito importante a desempenhar no juízo investigativo. Sua presença é indispensável

para a justificação dos santos do Altíssimo.

E quando o juízo investigativo terminar, os reinos do mundo virão a pertencer ao Senhor

Jesus Cristo (Daniel 7:13; Apocalipse 11:15).

5. João 5:27

“E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem”.

A quem foi dado o poder de exercer o juízo?

Quando esteve na Terra, Jesus Cristo afirmou que a Ele foi dado “o poder de exercer o

juízo”. O Senhor, fundamentado na profecia de Daniel, assegurou a todos que recebeu essa

autoridade “porque é o Filho do homem”. Com essa afirmativa, fica claro que Jesus Cristo

identificou-se com o filho do homem que se dirigiu ao ancião de dias profetizado em Daniel.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O Pai confiou ao Filho o juízo porque Cristo assumiu a natureza humana e viveu por

trinta e três anos entre os homens. “Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante aos

irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os

pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos

que são tentados” (Hebreus 2:17-18).

Logo, o Senhor Jesus está amplamente qualificado para exercer o juízo porque conhece

o poder da tentação e a fraqueza da natureza humana. “Porque não temos um sumo sacerdote

que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi

tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4:15).

JULGAMENTO COMEÇA PELOS SANTOS

6. I Pedro 4:17

“Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa

por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?”

Por onde começa o julgamento?

O apóstolo Pedro afirmou que o julgamento começa pela casa de Deus, referindo-se à

Igreja, constituída pelo povo de Deus. Portanto, o juízo divino tem início com o julgamento

dos santos do Altíssimo. “Os únicos casos a serem considerados são os do povo professo de

Deus. O julgamento dos ímpios constitui obra distinta e separada, e ocorre em ocasião poste-

rior” (GC, 484).

Os santos são os primeiros a serem julgados. Todos os justos que existiram desde a fun-

dação do mundo serão julgados no tribunal divino. Esse solene juízo começou com a análise

das obras de Adão, o primeiro ser humano que veio a existir no Universo, e prossegue inves-

tigando todos os santos que morreram nos séculos passados. Finalmente, o juízo chegará ao

escrutínio das obras dos santos vivos.

Todos que fizeram profissão de fé participam da primeira fase do juízo. Essa fase é

chamada teologicamente por “juízo investigativo” e ocorre antes do início do milênio. Na

realidade, esse juízo já começou em 1844, quando terminou o período das “duas mil e tre-

zentas tardes e manhãs” (Daniel 8:14).

No versículo supra mencionado, Pedro levanta a seguinte questão: Se o julgamento di-

vino começa primeiro pelos santos, então qual será o fim daqueles que desobedecem ao

evangelho de Deus? O raciocínio desse apóstolo é o seguinte: Se os santos, que procuram

viver uma vida santa de amor e obediência ao evangelho, não escapam do julgamento, mas

são os primeiros a serem julgados, imagine então qual será o resultado do julgamento daque-

les que são desobedientes ao evangelho eterno? Com certeza não será nada agradável.

7. I Coríntios 4:4

“Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado; pois

quem me julga é o Senhor”.

O que Paulo não se considerava?

Quem Paulo disse que o julga?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

A partir do momento em que passou pelo novo nascimento, o apóstolo Paulo tornou-se

um fiel servo de Deus. Ele testemunhou aos coríntios que não se sentia culpado de nada que

houvesse praticado. Isso porque tinha se arrependido e confessado os seus pecados a Deus.

E, muito embora a sua consciência não o acusasse de ter cometido algum pecado, nem por

isso o apóstolo se julgava justificado diante de Deus.

Mesmo sendo um cristão fervoroso e obediente ao evangelho eterno, Paulo tinha plena

consciência de que ele e todos os demais cristãos serão julgados pelo Senhor. Dentro desse

contexto, o apóstolo sabia muito bem que ele não era juiz de nenhum cristão, e muito menos

dele próprio. Por isso é que ele não se considerava justificado.

Esse apóstolo afirmou que quem o julga é o Senhor. É claro que o Senhor não julgará

somente o apóstolo Paulo, mas também julgará todos os santos que já viveram e que ainda

viverão.

Que fique bem claro. Paulo reconhecia que todos os santos serão julgados pelo Senhor.

E aquele que se considera justificado – por ter aceitado a Cristo – não passa de uma pessoa

presunçosa. O apóstolo Paulo havia aceitado a Cristo e nem por isso ele se considerava justi-

ficado.

SESSÃO PLENÁRIA DO TRIBUNAL

8. Apocalipse 20:12

“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os li-

vros; e abriu-se outro livro, que é o da vida: e os mortos foram julgados pelas coisas que

estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”.

Os mortos foram julgados por que coisas?

Na fase do juízo investigativo, todos os santos mortos de todas as épocas e classes soci-

ais – grandes e pequenos – comparecem diante do trono de Deus para receber a sua sentença.

Observe que os santos estão “mortos”, portanto eles não podem comparecer em juízo

em sua própria pessoa física. Mas todos eles comparecem por intermédio de sua vida e obras

relatadas “nos livros”. Não existe nenhuma dificuldade nisso, pois para se julgar alguém não

é necessária a sua presença física em juízo, basta que os autos do processo estejam comple-

tos. “Os justos mortos não ressuscitarão senão depois do juízo, no qual são havidos por dig-

nos da ‘ressurreição da vida’. Consequentemente não estarão presentes em pessoa no tribu-

nal em que seus registros são examinados e decididos seu caso” (GC 486).

No início do juízo “abriram-se os livros” (Daniel 7:10; Apocalipse 20:12). Observe que

a palavra “livros” está no plural, indicando tratar-se mais de um livro. Nesses livros estão

relatadas de forma pormenorizada todas as obras realizadas pelos homens. “Porque Deus há

de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau”

(Eclesiastes 12:14).

No juízo investigativo “abriu-se outro livro” muito especial, o qual é conhecido pelo

nome de “livro da vida”. Note que a palavra “livro” está no singular, indicando tratar-se ape-

nas de um único livro. Nesse livro estão registrados os nomes de todos os santos do Altíssi-

mo. Todos que conheceram a verdade e obedeceram ao evangelho eterno possuem o nome

registrado no livro da vida. Nesse livro estão os nomes de todos aqueles que fizeram e fazem

parte da “casa de Deus” (I Pedro 4:17).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“A lei de Deus é a norma pela qual o caráter e a vida dos homens serão aferidos no juí-

zo” (GC, 486). A lei de Deus funciona como um aferidor de medida, condenando o trans-

gressor dos mandamentos de Deus; enquanto que o sangue de Jesus justifica o pecador, que

com fé arrepende-se do seu pecado. Os santos mortos são julgados pelas coisas que estão

registradas nos “livros”, conforme as suas obras.

9. Apocalipse 3:5

“O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu

nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.

Quem não será riscado do livro da vida?

Nesse versículo, o Senhor Jesus está fazendo referência ao juízo investigativo. Nesse

juízo os santos são “julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas

obras”, tendo como referência a lei de Deus.

Segundo Jesus, aquele que vencer a tentação e o poder do pecado será vestido de vestes

brancas. Essas vestes brancas são símiles da justificação e pureza de caráter dos santos. É

uma indicação de que os santos “lavaram os seus vestidos” – caráter – “e os branquearam no

sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14). Portanto, aquele que sair vitorioso do grande confli-

to contra o mal será justificado pelo sangue de Jesus no julgamento divino.

Quem vencer o pecado pelo sangue de Cristo nunca terá o seu nome riscado do livro da

vida. É claro que o santo que não vencer a tentação ou o pecado terá caído da graça, e em

juízo terá o seu nome riscado do livro da vida pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Foi o Senhor

quem disse: “Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro” (Êxodo 32:33).

Quando o Pai sentou-se em Seu trono, também “assentou-se o juízo, e abriram-se os

livros” (Daniel 7:9-10). Imediatamente, o Filho foi conduzido à presença do Pai na sala do

tribunal divino. Milhões de santos anjos encontram-se presentes diante do trono de Deus. O

“livro da vida” encontra-se aberto diante do Pai. Nomes após nomes são chamados. A cada

nome apresentado, um anjo consulta “os livros”, onde se encontram registradas a vida e as

obras daquela pessoa. Constatado que todos os seus pecados foram perdoados, Jesus Se er-

gue em juízo e estendendo as mãos para o Pai exclama: “Pai, Meu sangue por ele”. Nesse

momento solene o Senhor confessa o nome desse santo diante do Pai e também diante dos

milhares de milhares e milhões de milhões de santos anjos que assistem em Sua presença. O

rejúbilo é geral. E o nome desse santo é mantido no livro da vida.

O juízo investigativo ocorre antes da segunda vinda de Jesus Cristo a este mundo. So-

mente então é que os santos receberão o galardão da vida eterna através da ressurreição. Este

fato pressupõe que os homens não vão para o céu ou para o inferno imediatamente após a

sua morte. Caso contrário qualquer julgamento seria irrelevante, pois todos já teriam recebi-

do o seu galardão, seja para a salvação ou para a condenação. Além disso, a Bíblia Sagrada

ensina explicitamente que depois da morte vem o juízo (Hebreus 9:27).

10. João 5:24

“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que

me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas, passou da morte para a

vida”.

Em juízo quem não entrará em condenação?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Jesus deixou bem claro que quem ouve a Sua Palavra e também crê no Pai que O envi-

ou, tem a vida eterna. Segundo os ensinos das Escrituras Sagradas, a vida eterna é concedida

somente para a pessoa que crê em Jesus. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que

deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida

eterna” (João 3:16). “Quem tem o Filho tem a vida: quem não tem o Filho de Deus não tem

a vida” (I João 5:12).

Portanto, todos os que crerem em Jesus Cristo e permanecerem fiéis ao evangelho até a

morte (Apocalipse 2:10) receberão a vida eterna na ressurreição, a qual ocorrerá no último

dia (João 6:39-40) quando Jesus retornar pela segunda vez a este mundo (I Tessalonicenses

4:16).

Conforme as Escrituras Sagradas, todos os santos do Altíssimo entrarão em juízo divino

(I Pedro 4:17). Todavia, eles não entrarão em “condenação”, porque desde o momento em

que creram no evangelho e foram fiéis até o fim dos seus dias, eles passaram da morte para a

vida. “O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele confiam será conde-

nado” (Salmos 34:22).

Também é evidente que todos aqueles que ouviram a Palavra de Jesus e creram no Pai,

mas não permaneceram firmes na verdade, não receberão a vida eterna. E, muito embora tais

pessoas tenham o nome registrado no livro da vida, no juízo investigativo entrarão em con-

denação e terão os nomes riscados do livro da vida pelo próprio Senhor Jesus (Apocalipse

3:5). A respeito do assunto expressou o salmista: “Sejam riscados do livro da vida, e não

sejam inscritos com os justos” (Salmos 69:28). Portanto, todos cristãos irão a juízo, todavia

aqueles que permaneceram fiéis à verdade não serão condenados, mas aqueles que forem

infiéis à verdade serão condenados.

CONCLUSÃO

11. I Pedro 1:17

“E, se invocais por Pai aquele que sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de

cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação”.

Sendo julgado pelas obras, como o cristão deve andar?

Nesse versículo, Pedro está fazendo uma clara referência aos santos do Altíssimo. Mais

precisamente aos cristãos, já que o apóstolo era um cristão e estava se dirigindo aos cristãos.

Mesmo porque são os cristãos que invocam o Pai por meio da súplica e da oração.

Pedro afirmou que o Pai não faz acepção de pessoas. Moisés ensinou aos santos o se-

guinte: “Pois o Senhor vosso Deus... não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas”

(Deuteronômio 10:17). Paulo afirma que “para com Deus, não há acepção de pessoas” (Ro-

manos 2:11).

Portanto, para Deus todos são iguais. O Senhor não tem preferência especial por este ou

por aquele. Diante de Deus, o rico não tem mais privilégio do que o pobre ou vice-versa; o

poderoso não é mais elevado do que o fraco; o inteligente não é melhor do que o mais sim-

ples etc. Mas o Senhor “julga segundo a obra de cada um”, sem acepção de pessoa, sexo,

cor, raça, idade etc.

Portanto, pouco importa a classe social do cristão. Todos eles são exortados a andarem

em temor, durante o tempo de sua peregrinação neste mundo. No juízo investigativo, suas

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

vidas serão julgadas não pelas riquezas, poder, influência ou inteligência que possuem, mas

todos serão julgados “segundo as suas obras”. As obras são um reflexo materializado da fé

que possuem, haja vista que a fé sem as obras correspondentes está morta (Tiago 2:26).

12. Apocalipse 22:11-12

“Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo,

faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E eis que cedo venho, e o meu

galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”.

Que sentença Jesus proferirá ao findar o juízo?

O que Jesus dará a cada um segundo sua obra?

“A obra do juízo que começou em 1844, deve continuar até que os casos de todos este-

jam decididos, tanto dos vivos como dos mortos; disso se conclui que ela se estenderá até ao

final do tempo da graça para a humanidade” (GC, 435).

Quando o juízo investigativo terminar e o último nome registrado no livro da vida for

lido e sua vida analisada pelas coisas escritas nos demais livros, então Jesus pronunciará

uma sentença solene que selará o destino de toda a humanidade.

A solene sentença que Senhor profere mostra que o destino de todos habitantes do mun-

do está decidido de forma irrevogável. Assim, quem é injusto continuará na prática da injus-

tiça. Nada do que ele possa fazer mudará sua situação diante de Deus. Quem está sujo na

lama do pecado continuará sujando-se, pois não haverá mais nenhuma mudança. Mas quem

é justo continuará na prática da justiça, pois o seu destino já foi decidido em juízo. E quem é

santo continuará sendo santificado.

“Quando a obra de investigação se encerrar, examinados e decididos os casos dos que

em todos os séculos professaram ser seguidores de Cristo, então, e somente então, se encer-

rará o tempo da graça, fechando-se a porta da misericórdia” (GC, 428).

A seguir, após proferir no Tribunal Divino essa tremenda sentença que fecha a porta da

graça para todos os habitantes do mundo, o Senhor anuncia que Ele virá cedo e que o galar-

dão está com Ele para dar a cada um segundo a sua obra. O juízo investigativo terminou,

agora vem o juízo retribuitivo com o retorno de Jesus Cristo à Terra.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Capítulo 25

A Fase Comprobatória do Juízo

Juízo Pós-Advento

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 20:6

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes

não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com

ele mil anos”.

Quem é bem aventurado?

Por quanto tempo os santos reinarão com Cristo?

A Palavra de Deus afirma que é “bem-aventurado e santo aquele que tem parte na pri-

meira ressurreição”. Somente participarão da “primeira ressurreição” aqueles que forem jus-

tificados no juízo investigativo (Apocalipse 3:5), o qual precede a ressurreição dos santos do

Altíssimo.

O fato das Escrituras Sagradas mencionarem uma primeira ressurreição é uma clara in-

dicação de que haverá uma segunda ressurreição. Como são os santos quem ressuscitam na

primeira ressurreição, então fica claro que os ímpios e os pecadores ressuscitam na segunda

ressurreição.

Sobre os santos que ressuscitam na primeira ressurreição é dito que a segunda morte não

tem poder sobre eles. Ora, se haverá uma segunda morte é porque houve uma primeira mor-

te, caso contrário, não haveria a sucessão da segunda morte. Se a segunda morte não possui

poder sobre os santos que ressuscitarão, então fica claro que ela possui poder sobre os ím-

pios que ressuscitarão. Portanto, podemos concluir que os ímpios ressuscitam na segunda

ressurreição e posteriormente passam pela segunda morte.

Ao serem aprovados em juízo investigativo, os santos – mortos e vivos – são justifica-

dos e declarados dignos de receber a vida eterna. E, com a segunda vinda de Jesus Cristo a

este mundo, eles serão ressuscitados na “primeira ressurreição”, também conhecida como

“ressurreição da vida”. Os santos ressuscitados, juntamente com os santos vivos serão arre-

batados “nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Se-

nhor” (I Tessalonicenses 4:17). E levados ao céu “serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e

reinarão com ele mil anos”.

Enquanto os santos ressuscitam na primeira ressurreição, que ocorre no início do milê-

nio, “os outros mortos” – entenda-se ímpios e pecadores – “não reviveram, até que os mil

anos se acabaram” (Apocalipse 20:5). Portanto, a segunda ressurreição ocorrerá somente

quando os mil anos se acabarem. Destarte, conclui-se que o milênio inicia-se com a ressur-

reição dos justos e termina com a ressurreição dos ímpios.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

2. Apocalipse 20:4

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as al-

mas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus e que

não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em

suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos”.

Que poder foi dado aos santos?

Em que período os santos julgarão?

João afirmou que viu tronos. O profeta Daniel também havia observado “tronos” quan-

do “assentou-se o juízo, e abriram-se os livros”. Observe as próprias palavras empregadas

por Daniel: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos” (Daniel 7:9). O que o

apóstolo João viu foram esses mesmos tronos, mas nunca outra circunstância histórica. En-

quanto Daniel viu o início do juízo em sua fase investigativa, João viu o juízo em sua fase

comprobatória.

O apóstolo de Jesus afirmou que esses tronos foram ocupados. E aqueles que se senta-

ram nesses tronos receberam autoridade para julgar. Todo julgamento pressupõe um juízo.

Esse juízo é teologicamente chamado por “juízo comprobatório”. “Durante os mil anos entre

a primeira e a segunda ressurreições, ocorre o julgamento dos ímpios” (GC, 666).

Entre aqueles que se sentaram nos tronos de juízes estão registrados dois grupos: as al-

mas dos mártires e aqueles que recusaram receber o sinal da besta.

Nas Escrituras Sagradas a palavra “alma” tem o significado etimológico de ser vivo,

pessoa (Gênesis 2:7; Gênesis 46:26; Ezequiel 18:20). Logo, o que João viu sentadas nos

tronos foram pessoas com vidas. Elas são os santos que participaram da primeira ressurrei-

ção. E, tanto estão vivas, que a Bíblia Sagrada afirma que elas “viveram, e reinaram com

Cristo durante mil anos”. Então fica claro que o juízo investigativo é realizado pelos santos e

ocorre durante o período do milênio.

3. Daniel 7:22

“Até que veio o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo; e chegou o

tempo em que os santos possuíram o reino”.

O que foi dado aos santos?

O profeta Daniel, fazendo referência ao juízo divino, afirmou que “foi dado o juízo aos

santos do Altíssimo”. Ao receberem o juízo, santos receberam autoridade divina para julgar

(Apocalipse 20:4). E quem deu aos santos essa autoridade foi o ancião de Dias, que é um

símile da primeira pessoa da santíssima trindade: o Pai.

Os santos do Altíssimo são aqueles que observam a Palavra de Deus (João 17:17) e

guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus (Apocalipse 14:12).

No capítulo 7 (sete) de seu livro, o profeta Daniel fez referência ao chamado “juízo in-

vestigativo”, que é realizado pelo Pai e pelo Filho (Daniel 7:9-10; 13-14) antes do início dos

mil anos. Mas agora o profeta faz referência ao conhecido “juízo comprobatório”, o qual

será realizado pelos santos do Altíssimo (Daniel 7:22), após terem sido ressuscitados na

“primeira ressurreição” (Apocalipse 20:6).

O Pai havia dado ao Filho autoridade para exercer o juízo (João 5:27). E agora, o Pai

concedeu aos santos “o poder de julgar” (Apocalipse 20:4).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O “juízo comprobatório” transcorrerá durante o período de mil anos, ocasião em que

será julgado o caráter de todos aqueles que não possuem o nome registrado no livro da vida.

Todos eles serão julgados “pelas coisas que estavam escritas nos livros” (Apocalipse 20:12),

tendo por base a luz que possuíam aferidas pela santa lei de Deus (Romanos 2:12; Tiago

2:12).

Esse juízo será realizado por Jesus e pelos santos do Altíssimo. Os santos são todos

aqueles fiéis filhos de Deus que participam da primeira ressurreição e eles “reinaram com

Cristo durante mil anos” (Apocalipse 20:4). Mas, todos aqueles que não participarem da

primeira ressurreição estarão condenados e serão objeto de juízo pelos santos do Altíssimo

durante o período de mil anos.

OS SANTOS JULGARÃO OS ÍMPIOS

4. I Coríntios 6:2-3

“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julga-

do por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que ha-

vemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?”

O que os santos hão de julgar?

Quem mais havemos de julgar?

Paulo ensinou que no futuro “os santos hão de julgar o mundo”. E quando Paulo afir-

mou que “o mundo deve ser julgado por vós” ele estava se referindo aos santos do Altíssi-

mo, que receberão autoridade para julgar o mundo durante os mil anos.

O apóstolo Paulo deixou bem claro que os santos não julgarão apenas o mundo, mas

eles também julgarão os anjos. Mas que espécie de anjos Paulo está se referindo? Certamen-

te ele está se referindo aos anjos que pecaram, os quais a Bíblia Sagrada diz que estão “re-

servados para o juízo” (II Pedro 2:4).

Todos os santos do Altíssimo, que viveram desde a fundação do mundo, serão ressusci-

tados e arrebatados para o céu por ocasião da segunda vinda de Jesus a este planeta, e duran-

te um período de mil anos, eles receberão autoridade do Pai para julgar os ímpios e os anjos

que pecaram, os quais já estão condenados.

Mas se o mundo e os anjos caídos já estão condenados, então qual é a razão de um jul-

gamento? Bem! O objetivo do “juízo comprobatório” não é inocentar qualquer ímpio ou

demônio, mas é uma atividade judicial que visa comprovar a justiça de Deus em condená-

los. Também é uma atividade em que os santos ajustarão a pena que cada ímpio e demônio

deve receber no “juízo executivo”, tudo em conformidade com as suas obras.

“Satanás também e seus anjos foram julgados por Jesus e os santos. O castigo de Sata-

nás deveria ser muito maior do que o daqueles a quem ele enganara” (PE, 291).

5. Mateus 19:28

“E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na rege-

neração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis so-

bre doze tronos, para julgar as doze tribos d’Israel”.

A quem os apóstolos de Jesus julgarão?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Jesus disse aos Seus apóstolos que quando chegasse o tempo da regeneração – ressurrei-

ção dos justos – Ele se sentará “no trono da sua glória”. Quando o Senhor Jesus sentar-se

sobre o trono da Sua glória, os Seus apóstolos também se sentarão sobre doze tronos.

Antes da regeneração da carne, sentado sobre o Seu trono de glória, Jesus conduz o juí-

zo investigativo. Após a regeneração, Jesus, juntamente com todos os salvos, também senta-

dos sobre tronos, conduzem o juízo comprobatório.

Sentados nesses doze tronos, os apóstolos receberão autoridade para julgar as doze tri-

bos de Israel. O juízo que exercerão é conhecido pelo nome de juízo investigativo, que ocor-

re durante o período de mil anos. Eles julgarão os ímpios e pecadores das doze tribos de Is-

rael.

Mas porque os discípulos de Jesus julgarão as doze tribos de Israel e não os santos que

vieram depois deles ou os santos que viverão nos últimos dias?

A resposta para essa pergunta é muitos simples. Cada geração julgará a sua geração. Isso

porque cada geração está apta a formar um juízo e julgar os seus contemporâneos pela luz

que eles possuíam na época em que viveram. Quanto maior for a luz que os santos possuem,

maior é a sua responsabilidade perante Deus e seus semelhantes.

6. Salmos 75:2

“Quando eu ocupar o lugar determinado, julgarei retamente”.

Como o salmista disse que julgaria?

O salmista tinha plena certeza de sua ressurreição e do juízo vindouro. Foi por essa ra-

zão que ele afirmou que quando ocupasse “o lugar determinado”; ou seja, quando sentasse

sobre o trono e recebesse autoridade para julgar (Apocalipse 20:4), então ele julgaria reta-

mente.

É claro que o salmista não poderia julgar “retamente” qualquer geração antiga ou futura

à dele, com a mesma luz que ele mesmo possuía em sua época. Para poder julgar “retamen-

te”, o salmista terá que julgar a sua geração, com a luz que possuía naquela época.

Como esse julgamento é realizado pelos salvos, então se pode deduzir que o salmista

está fazendo referência à terceira fase do juízo, a qual é conhecida pelo nome de juízo com-

probatório. A primeira fase é o juízo investigativo, a segunda fase é o juízo retribuitivo, a

terceira fase é o juízo comprobatório e a quarta fase é o juízo executivo. No juízo comproba-

tório será analisada a vida de todos aqueles que não possuem o nome no livro da vida.

Nunca é demais lembrar que esse juízo é realizado pelos santos e ocorre durante o milê-

nio. Nesse período os santos julgam os mortos “pelas coisas que estavam escritas nos livros,

segundo as suas obras” (Apocalipse 20:12).

JULGAMENTO SEGUNDO AS OBRAS

7. Apocalipse 20:12

“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os li-

vros; e abriu-se outro livro, que é o da vida: e os mortos foram julgados pelas coisas que

estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”.

O que se abriram em juízo?

Segundo ao que os mortos foram julgados?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

João viu os mortos de todas as classes sociais – grandes e pequenos – que estavam dian-

te do trono de Deus para o juízo. Eles não se encontram fisicamente presentes, posto que

estão mortos. No mesmo capítulo, quando o apóstolo quer se referir a pessoas vivas ele em-

prega a palavra “almas” (Apocalipse 20:4). Então, como podem os mortos comparecer em

juízo? Ora, eles comparecem virtualmente pelo relato de suas vidas e obras registradas nos

“livros”.

O apóstolo João afirma que “abriram-se os livros”. Esses livros são abertos no início do

juízo (Daniel 7:10) e permanecem abertos durante todas as fases do juízo, para que sejam

julgados todos os justos e ímpios (Eclesiastes 3:17). Ocorre que o julgamento dos justos é

realizado pelo Pai e por Jesus antes do início do milênio, na fase chamada “juízo investigati-

vo”. E os ímpios são julgados por Jesus e pelos santos resgatados de todas as nações e épo-

cas durante o período do milênio, na fase chamada “juízo comprobatório”.

Nos “livros” que são abertos em juízo encontram-se registradas as vidas e as obras de

todos os seres humanos que viveram no mundo. E todos os justos e ímpios são “julgados

pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”.

João também esclarece que “abriu-se outro livro, que é o da vida”. Nesse livro estão

registrados apenas os nomes das pessoas que creram e aceitaram o sacrifício do Cordeiro de

Deus. Mas nem todas as pessoas que, a princípio, aceitaram o sacrifício do Cordeiro, perma-

neceram fiéis à verdade até a morte (Apocalipse 2:10), razão pela qual existe a necessidade

de um juízo investigativo.

Enquanto que no juízo investigativo são analisadas a vida e as obras de todos os que

possuem o nome registrado no livro da vida, no juízo comprobatório são analisadas a vida e

as obras de todos aqueles que não possuem o nome registrado no livro da vida.

8. II Coríntios 5:10

“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um rece-

ba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”.

Quantos vão comparecer ante o Tribunal de Cristo?

Segundo o apóstolo Paulo, todos os cristãos devem comparecer diante do Tribunal de

Cristo. Sabemos pelas Escrituras Sagradas que não são somente os santos que comparecerão

diante do Tribunal de Cristo, mas também todos os ímpios e pecadores comparecerão diante

desse Tribunal.

O Tribunal de Cristo teve sua sessão plenária iniciada em 1844, quando terminou o pe-

ríodo das “duas mil e trezentas tardes e manhãs” (Daniel 8:14). E o julgamento começou

com a análise da vida dos santos (I Pedro 4:17) através do chamado juízo investigativo “para

que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”. Quem

praticou o bem terá o nome mantido no livro da vida e quem praticou o mal terá o nome ris-

cado do livro da vida.

E quando Jesus voltar pela segunda vez – no início do milênio –ocorrerá o juízo retri-

buitivo, ocasião em que os santos que foram justificados no juízo investigativo receberão o

galardão da vida eterna e os ímpios vivos serão destruídos pela aguda espada da boca do

Senhor.

A seguir, os santos ressuscitados de todas as épocas serão arrebatados para encontrar-se

com o Senhor nas alturas (I Tessalonicenses 4:17). E todos eles serão levados para o céu,

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onde durante um período de mil anos, realizarão o julgamento dos os ímpios e pecadores, no

chamado juízo comprobatório (Apocalipse 20:4).

9. II Tessalonicenses 2:12

“Para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na

iniquidade”.

Quem será julgado pelos santos?

Em todas as fases do juízo (investigativa, retribuitiva, comprobatória e executiva), todos

os seres humanos serão julgados tendo por base a luz da santa lei de Deus.

Todos que não creram na verdade, que é a Palavra de Deus (João 17:17), mas tiveram

prazer na prática do pecado, serão julgados em juízo comprobatório, o qual ocorrerá durante

o período dos mil anos.

Os ímpios que estiverem vivos no dia da volta de Jesus passarão pelo “juízo retribuiti-

vo” e juntos com todos os ímpios que estão mortos desde a fundação do mundo, passarão

pelo “juízo comprobatório” durante o período de mil anos e finalmente todos irão para o

“juízo executivo” após o final do período de mil anos no lago de fogo (Apocalipse 21:8).

No juízo comprobatório, ficará patente aos olhos de todos os salvos que aos pecadores e

aos anjos que caíram da graça foram dadas amplas oportunidades para se salvarem. Os peca-

dores serão condenados porque “não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade”.

10. Lucas 8:17

“Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não

haja de saber-se e vir à luz”.

Que coisa será manifesta em juízo?

Que coisa virá à luz em juízo?

Tanto no julgamento dos justos no juízo investigativo quanto no julgamento dos ímpios

no juízo comprobatório, todas as suas obras ficarão patente no Tribunal de Cristo. Não existe

nada que tenha sido realizado em oculto que não venha a se tornar manifesta em juízo. Não

existe nada que tenha sido praticado às escondidas que não venha a ser conhecido em juízo.

Nada que tenha sido praticado em secreto deixará de vir à luz no dia do julgamento. “Porque

Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer

seja mau” (Eclesiastes 12:14).

Os homens podem conseguir esconder dos seus semelhantes muito de seus pecados.

Mas no dia em que se abrirem “os livros” em juízo e as suas obras forem analisadas pelas

coisas neles escritas, então as suas práticas e pecados secretos serão manifestos e virão à luz

para conhecimento de todos que estão diante do trono de Deus. “E não há criatura alguma

encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com

quem temos de tratar” (Hebreus 4:13).

Muitos pensam que podem ocultar os seus pecados não somente dos seus semelhantes,

mas também de Deus. Todavia, suas obras estão sendo minuciosamente registradas nos li-

vros que estão no céu. Esse registro é tão perfeito que alcança as obras resultantes das inten-

ções do coração humano. Até mesmos as palavras que os homens proferem estão registradas

nesses livros (Mateus 12:37). Cedo ou tarde todo pecado será descoberto.

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

No juízo comprobatório, os santos terão pleno conhecimento de todas as más obras pra-

ticadas em oculto pelos ímpios e pecadores. Nessa fase do juízo, os santos dosarão a pena

que os pecadores devem receber em juízo executivo, em conformidade com os seus pecados

e a luz que possuíam em sua época.

CONCLUSÃO

11. Salmos 1:5

“Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos

justos”.

Quem não subsistirá em juízo?

“Os ímpios não subsistirão no juízo”. Eles não vão a julgamento para ser absolvido dos

seus pecados. Na verdade todos eles são culpados e todos já estão condenados. Sua condena-

ção foi pronunciada por Deus na fundação do mundo, quando Adão e Eva foram condenados

à morte eterna, ao transgredirem o mandamento de Deus.

Foi por essa razão que “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores” (I Timó-

teo 1:15). Assim, quem crer em Cristo e for fiel até à morte não será condenado em juízo

(João 5:24); mas quem não crer em Jesus já está condenado (João 3:18). Portanto, os ímpios

e pecadores não subsistirão na “congregação dos justos” porque já estão condenados.

Quem não participou da primeira ressurreição será julgado durante o milênio no juízo

comprobatório, e no final dos mil anos participará da segunda ressurreição, também conhe-

cida como ressurreição da condenação (João 5:29).

O juízo comprobatório tem duas funções básicas: primeira, serve para mostrar aos san-

tos a razão pela qual os pecadores não receberam a vida eterna na primeira ressurreição; se-

gunda, reconhecendo a justiça divina, os santos aferirão a pena que cada pecador deve sofrer

no dia do juízo executivo. “Em união com Cristo julgam os ímpios, comparando seus atos

com o código – a Escritura Sagrada, e decidindo cada caso segundo as ações praticadas no

corpo. Então é determinada a parte que os ímpios devem sofrer, segundo suas obras” (GC,

666).

12. João 3:18

“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado; porquanto não

crê no nome do Unigênito Filho de Deus”.

Quem já está condenado?

Todos aqueles que nasceram de novo e creram no sacrifício expiatório realizado por

Jesus Cristo para remissão dos pecados, possuem o seu nome registrado no livro da vida, e

consequentemente irão para o juízo investigativo.

Quando se abrirem os livros todos os santos são “julgados pelas coisas que estavam es-

critas nos livros, segundo as suas obras” (Apocalipse 20:12). Se foram fiéis à verdade até à

morte (Apocalipse 2:10) não serão condenados. Em consequência os seus nomes serão man-

tidos no livro da vida. Todavia, aqueles santos que não foram fiéis até à morte, serão conde-

nados em juízo e terão o seu nome riscado do livro da vida (Êxodo 32:33; Apocalipse 3:5).

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E todos aqueles que não creram no sacrifício expiatório de Cristo já estão condenados.

Sua condenação foi pronunciada no Jardim do Éden, quando nossos primeiros pais desobe-

deceram ao mandamento de Deus, comendo da árvore da ciência do bem e do mal, trazendo

o pecado e a morte ao mundo (Romanos 5:12).

Quem não crer em Jesus Cristo não terá o nome registrado no livro da vida e irá para o

juízo comprobatório, o qual ocorrerá durante o milênio. Todos são “julgados pelas coisas

que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Apocalipse 20:12).

Portanto, no juízo comprobatório, será analisada a vida de dois grandes grupos de pes-

soas: 1) a vida daqueles que nunca tiveram o nome registrado no livro da vida; 2) e a vida

daqueles que tiveram o nome riscado do livro da vida na fase do juízo investigativo.

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Capítulo 26

A Fase Executiva do Juízo

Juízo Final

INTRODUÇÃO

1. Apocalipse 20:6

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes

não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com

ele mil anos”.

Quem é bem-aventurado?

O que não tem poder sobre os santos?

Por quanto tempo os santos reinarão com Cristo?

As Escrituras Sagradas deixam bem claro que é bem-aventurado e santo todo aquele que

participar da “primeira ressurreição”. Essa ressurreição também é chamada por “ressurreição

da vida” (João 5:29). Ela ocorrerá no último dia (João 6:39-40) com a volta de Cristo a este

mundo (I Tessalonicenses 4:16), quando então terá início o período de mil anos (Apocalipse

20:6). E todos aqueles que participarem da primeira ressurreição não sofrerão os efeitos da

segunda morte.

Os que forem dignos de participarem da primeira ressurreição serão levados ao céu para

viver nas moradas que Cristo foi preparar (João 14:2), e “serão sacerdotes de Deus e de Cris-

to, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20:6).

Paulo ensinou “que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos in-

justos” (Atos 24:15). Portanto, haverá duas espécies de ressurreições: a dos justos e a dos

injustos. A ressurreição dos justos é chamada de “ressurreição da vida” (João 5:29) e a res-

surreição dos injustos é chamada de “ressurreição da condenação” (João 5:29).

Como a Bíblia Sagrada faz referência a uma “primeira ressurreição”, isto implica que

haverá uma “segunda ressurreição”. E como somente os santos participam da primeira res-

surreição, então fica claro que todos os ímpios participarão da segunda ressurreição, a qual

Jesus chamou de “ressurreição da condenação” (João 5:29).

Como as Escrituras Sagradas afirmam que a “segunda morte” não tem poder sobre quem

participar da primeira ressurreição, isto implica dizer que a “segunda morte” tem poder sobre

todos que fizerem parte da segunda ressurreição. Portanto, todos que estiverem na segunda

ressurreição morrerão uma segunda vez no chamado juízo executivo.

2. Apocalipse 20:5 e 13

“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a pri-

meira ressurreição”.

“E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que ne-

les havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras”.

Quando os outros mortos reviverão?

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Os mortos revividos foram julgados segundo o que?

As Escrituras Sagradas deixam claro que os santos participam da primeira ressurreição

no início do período de mil anos, enquanto que os demais mortos somente voltam a viver

quando terminar tal período, que também é conhecido como milênio. Portanto, o milênio

começa com a primeira ressurreição e termina com a segunda ressurreição.

“Ao fim dos mil anos, Cristo volta novamente à Terra. É acompanhado pelo exército

dos remidos, e seguido por um cortejo de anjos. Descendo com grande majestade, ordena aos

ímpios mortos que ressuscitem para receber a condenação” (GC, 669).

Quando o milênio terminar ocorrerá a ressurreição de todos os pecadores. Então o mar

expelirá de si aqueles que morreram no mar. A morte terá que devolver os mortos para a

vida. E o inferno, que é a sepultura lançará para fora os mortos. Essa linguagem carregada de

metáfora descreve a ressurreição dos ímpios em todos os lugares.

Depois que todos os ímpios e pecadores voltarem à vida, então eles serão julgados, cada

um conforme as suas obras. Esse julgamento que ocorre após a ressurreição dos pecadores é

chamado teologicamente de juízo executivo. E cada um receberá uma punição em conformi-

dade com as suas obras malignas, conforme ao que foi decidido durante o milênio por Jesus

e pelos santos no chamado juízo comprobatório.

3. Filipenses 2:10-11

“Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e

debaixo da terra. E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus

Pai”.

No dia do juízo o que todos joelhos farão?

Pouco antes de ocorrer o juízo executivo, Satanás, seus anjos e todos os ímpios, fora dos

muros da cidade amada, se tornarão cônscio da razão pela qual estão sendo condenados. Ca-

da um se lembrará exatamente do momento em que violaram as suas consciência e se desvi-

aram da luz.

“Logo que se abrem os livros de registro e o olhar de Jesus incide sobre os ímpios, eles

se tornam cônscios de todo pecado cometido” (GC, 673).

Então, ao nome do Senhor Jesus Cristo, todo joelho se dobrará. Todos reconhecerão a

justiça e a verdade da decisão do Senhor. Naquele momento supremo de intensa emoção, na

qual os ímpios reconhecem a sua merecida condenação, os anjos se prostram no céu e dentro

dos muros da Nova Jerusalém os santos ajoelham-se e fora dos muros da santa cidade os

ímpios também dobram os seus joelhos em adoração a Jesus. E para glória do Pai, todos são

levados a reconhecer e confessar que Jesus Cristo é o Senhor.

Apesar dos ímpios terem sido constrangidos a ajoelhar-se perante a supremacia de Cris-

to, a verdade é que o seu caráter permanece sem mudança alguma.

REUNIÃO DE GERAÇÕES

4. Lucas 11:31-32

“A rainha do sul se levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará;

pois até dos confins da terra veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é

maior do que Salomão. Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, e a

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condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do

que Jonas”.

Que homens a rainha do sul condenará?

A quem os homens de Nínive condenarão?

A rainha do sul mencionada por Jesus Cristo é uma referência à rainha de Sabá (I Reis

10:4) que “veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão” (Mateus 12:42).

“E ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, veio a Jerusalém, experimentar Salo-

mão com enigmas, com uma mui grande comitiva de camelos carregados de especiarias, e

ouro em abundância e pedras preciosas: e veio a Salomão, e falou com ele de tudo o que

tinha no seu coração” (II Crônicas 9:1).

Essa rainha se levantará no juízo e condenará os homens da geração de Jesus Cristo. Ela

os condenará porque, como uma pagã que era, viajou dos confins da terra para ouvir a sabe-

doria de Salomão e ficou maravilhada com o que viu e ouviu (I Reis 10:7). E Jesus Cristo,

sendo maior do que Salomão, não era nem mesmo ouvido pelos seus contemporâneos, que

tinham uma maior luz do que a rainha do sul.

Os homens de Nínive também se levantarão em juízo e eles condenarão a geração con-

temporânea de Jesus Cristo.

Os ninivitas eram pagãos e haviam se convertido com uma pregação que o profeta Jonas

realizou contrariado e com muita má vontade. Mas mesmo assim, “os homens de Nínive

creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao me-

nor” (Jonas 3:5). E Jesus Cristo, sendo maior do que Jonas pregou de boa vontade para a sua

geração, mas os homens da geração de Jesus se recusaram a ouvir as Suas palavras e não

vieram a arrepender-se de seus pecados.

A rainha de Sabá e os homens de Nínive se levantarão no juízo comprobatório e conde-

narão os ímpios e pecadores da geração de Jesus. E, posteriormente, no juízo executivo se

levantarão e ratificarão a sua condenação contra esses mesmos ímpios e pecadores, porque

com a pouca luz que receberam dos servos de Deus, eles se converteram e foram salvos,

posto que foram fiéis à luz da verdade que receberam.

RIGOR DA PENA

5. Mateus 11:21-22

“Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os

prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza.

Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que pa-

ra vós”.

No dia do juízo o que haverá para Tiro e Sidom?

Jesus pronunciou um “ai” contra Corazim e um “ai” contra Betsaida. Esse “ai” era uma

clara advertência de que essas duas cidades da Judéia seriam condenadas em juízo. “E per-

corria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evange-

lho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mateus 9:35). E,

mesmo assim, eles não se arrependeram de seus pecados.

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Cristo deixou claro que entre os gentios há mais boa vontade do que entre os judeus. E

se nas cidades pagãs de Tiro e Sidom fossem realizados os mesmos milagres que foram rea-

lizados em Corazim e Betsaida, eles rapidamente teriam se arrependido de seus pecados e se

convertido.

Foi por essa razão que Jesus disse que Corazim, Betsaida, Tiro e Sidom irão para o juízo

executivo, mas ainda assim haverá menor rigor para Tiro e Sidom do que para Corazim e

Betsaida. Porque as cidades pagãs de Tiro e Sidom possuíam menor luz do que as cidades

judaicas de Corazim e Betsaida.

Com essas palavras de Jesus, ficou bem claro que, no juízo executivo, haverá uma gra-

duação de pena. Cada um será condenado pelos pecados cometidos em função da luz que

possuíam. Quanto maior for a luz que tinham, tanto maior será a sua responsabilidade. “E o

servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vonta-

de, será castigado com muitos açoites. Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites,

com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e

ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá” (Lucas 12:47-48).

6. Mateus 11:23-24

“E tu, Capernaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque,

se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permaneci-

do até hoje. Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo,

do que para ti”.

No dia do juízo o que haverá para Sodoma?

Capernaum era uma grande cidade da Judéia. O orgulho e a arrogância de seus habitan-

tes se erguiam até aos céus. Mas o Senhor Jesus Cristo disse que ela será “abatida até aos

infernos”, ou seja, será abatida até a sepultura eterna.

Jesus afirmou que, se na cidade de Sodoma tivessem sido realizados os milagres que

foram realizados na cidade de Capernaum, os habitantes de Sodoma teriam se convertido e

sua cidade teria sido poupada da destruição pelo fogo.

Jesus deixou bem claro que no dia do juízo executivo haverá menos rigor para os habi-

tantes de Sodoma do que para os habitantes de Capernaum. A cidade pagã de Sodoma teve

menos luz e oportunidade de arrependimento do que Capernaum. Por essa razão a condena-

ção de seus pecados será em conformidade com a luz que possuíam.

Por esses versículos, fica evidente que no juízo haverá uma graduação de pena. Essa

graduação é realizada por Jesus e pelos santos durante o período de mil anos no juízo com-

probatório.

Portanto, os ímpios sofrerão no juízo executivo uma pena proporcional aos seus pecados

em função da luz que possuíam. Uns sofrerão as consequências de uma pena rigorosa, en-

quanto que outros nem tanto. “Alguns são destruídos em um momento, enquanto outros so-

frem muitos dias. Todos são punidos segundo as suas ações” (GC, 679).

ANJOS QUE PECARAM

7. Judas 1:6

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“E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habi-

tação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”.

Quem está reservado para o dia do juízo?

Quando Jesus retornar a este mundo, todos os santos que morreram desde a fundação do

mundo serão ressuscitados para encontrar o Senhor nos ares (I Tessalonicenses 4:16-17). A

seguir eles são levados ao céu (João 14:2-3), onde “serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e

reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20:6).

Durante o período de mil anos o juízo divino continua, mas agora em sua fase compro-

batória. Os santos recebem do Pai (Daniel 7:22) autoridade para julgar (Apocalipse 20:4) o

mundo e os anjos (I Coríntios 6:2-3). Esses anjos são aqueles que não guardaram o seu prin-

cipado.

Movido pelo orgulho e desejo de supremacia, um poderoso querubim identificado como

Lúcifer rebelou-se contra o governo de Deus e, com as armas da mentira (João 8:44), logrou

seduzir um terço dos anjos do céu (Apocalipse 12:4). Esses anjos deixaram a sua própria

habitação quando não puderam prevalecer numa terrível batalha que moveram no céu (Apo-

calipse 12:7-8). Então, Lúcifer, agora conhecido como Satanás, “foi precipitado na terra, e os

seus anjos foram lançados com ele” (Apocalipse 12:9).

Destarte, deduz-se que os homens não estão sozinhos no planeta. Aqui na Terra eles

convivem com criaturas espirituais maléficas e poderosas. Elas são os anjos caídos, os quais

são mantidos nas trevas espirituais, na total ausência de luz divina. Eles estão eternamente

presos na Terra “até ao juízo daquele grande dia”. O juízo contra os anjos que se rebelaram

contra Deus será desdobrado em duas fases: a fase comprobatória e a fase executiva.

8. II S. Pedro 2:4

“Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no

inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo”.

Os anjos que pecaram estão reservados para o que?

Após a rebelião dos anjos ocorrida no céu, imediatamente entrou em operação um plano

para salvar os anjos que pecaram. A segunda pessoa da Santíssima Trindade velou a sua

fulminante glória, tomando a forma de anjo. Seu nome era Miguel, que significa: “Quem é

semelhante ao Senhor”. Esse era um nome muito apropriado, uma vez que Lúcifer em sua

rebelião expressou em seu coração o desejo de ser “semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:14).

A todos os anjos que pecaram, Miguel apresentou o caráter amoroso e misericordioso de

Deus em perdoar pecado. Mostrou que seguir o caminho aberto por Lúcifer implicava em

ruína e separação da fonte da vida. Muitos dos anjos que a princípio haviam aderido aos ide-

ais de Lúcifer se arrependeram e retornaram para Deus. E após todos terem tomados as suas

respectivas decisões, a porta da graça se fechou. A partir desse momento em diante Deus não

poderia mais perdoar os anjos que pecaram. Em sua obstinada decisão de seguir a Lúcifer,

eles foram tão longe que blasfemaram contra o Espírito Santo e suas consciências cauteriza-

ram-se de tal forma que eles tornaram inaptos para o céu. E todos que decidiram ficar ao

lado de Lúcifer acabaram sendo lançados na Terra.

O apóstolo Pedro afirmou que os anjos que pecaram foram lançados no inferno, enquan-

to que o restante da Bíblia Sagrada fala que eles foram lançados na Terra (Ezequiel 28:17;

Apocalipse 12:4, 9, 12-13). Etimologicamente, a palavra “inferno” significa sepultura. Com

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a entrada do pecado e da morte no mundo (Romanos 5:12), a Terra tornou-se verdadeira-

mente uma sepultura (inferno). Os anjos que pecaram estão presos neste planeta de trevas

espirituais e morais, aguardando o juízo.

Todos os anjos que pecaram passarão pelo juízo comprobatório, que será realizado por

Jesus e pelos santos (I Coríntios 6:3) durante o período de mil anos. E pouco tempo depois

do milênio eles irão sofrer as penas do juízo executivo, o qual Jesus chamou de “fogo eterno,

preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25:41).

JUÍZO PELO FOGO

9. Apocalipse 20:7-9 e 15

“E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão. E sairá a enganar as

nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a

areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o

arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu, e os devorou”.

“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.

Quem sairá a enganar as nações?

O que devorará a Satanás e as nações?

Quem será lançado no lago de fogo?

Quando o milênio terminar, todos os ímpios e pecadores ressuscitarão do pó da terra

(Apocalipse 20:5). Essa é a segunda ressurreição, conhecida pelo nome de “ressurreição da

condenação” (João 5:29). E, como consequência dessa ressurreição, “Satanás será solto da

sua prisão”.

Satanás tornou-se um prisioneiro na Terra a partir do início do milênio. Sua prisão con-

sistiu numa cadeia de eventos que resultaram em seu isolamento de todos os habitantes do

planeta. Quando Jesus retornar pela segunda vez, todos os ímpios e pecadores serão destruí-

dos e todos os santos do Altíssimo serão arrebatados para o céu. Devido a essa cadeia de

circunstâncias, Satanás ficará preso durante todo o período de mil anos. Mas no final do mi-

lênio, com a ressurreição dos ímpios, Satanás sente-se livre outra vez.

A multidão de ímpios que ressuscitam no final do milênio é enorme, “cujo número é

como a areia do mar”. Eles ressuscitam corruptíveis e mortais, com o mesmo caráter e fio de

pensamento que possuíam quando desceram à sepultura.

Após o milênio, por um pouco de tempo, eles povoarão o planeta e constituirão as na-

ções da Terra. As “nações que estão sobre os quatro cantos da terra” formarão dois grandes

impérios: “Gogue e Magogue”.

Nesse tempo Satanás sairá para enganar e seduzir as nações de ímpios que estão espa-

lhadas sobre a superfície do planeta, para as arregimentar em batalha. Guerreiros de todas a

eras são convocados para alistarem-se nos exércitos. Entre eles, encontram-se antigos guer-

reiros e militares que nunca perderam uma batalha. Nesse exército, homens de gênios béli-

cos extraordinários criam armas e planejam a estratégia de ataque.

Após intensivo treinamento, esse enorme e poderoso exército de ímpios, armados até

aos dentes, marcham rumo à Nova Jerusalém, que havia descido do céu no fim dos mil anos.

Esse terrível exército, vindo de todas as direções da terra, cerca o acampamento dos santos e

a cidade amada. Mas quando estão prontos para atacar desce fogo do céu e os devora.

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Esse é o juízo executivo, no qual ímpios e pecadores sofrerão a pena de seus pecados.

Todos eles serão devorados para sempre pelas chamas do fogo que desceu do céu. “Repre-

endeste as nações, destruíste os ímpios, apagaste o seu nome para sempre e eternamente”

(Salmos 9:5).

“Alguns são destruídos em um momento, enquanto outros sofrem muitos dias. Todos

são punidos segundo as suas ações” (GC, 673). Jesus Cristo e os santos anjos serão as teste-

munhas oculares da pena aplicada a cada ímpio no juízo executivo: “e será atormentado com

fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro” (Apocalipse 14:10).

Exceto o lugar onde se encontra o acampamento dos santos e a Nova Jerusalém, o res-

tante do planeta se transforma numa gigantesca bola de fogo. Todos os ímpios e pecadores

serão lançados nas chamas desse fogo eterno. “E aquele que não foi achado escrito no livro

da vida foi lançado no lago de fogo”.

10. Apocalipse 21:8

“Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos

fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no

lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”.

Qual será a parte dos ímpios?

João relacionou o caráter possuído por algumas pessoas que ressuscitarão para a conde-

nação do juízo executivo no “lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”.

Logicamente, a sua lista não é exaustiva e nem taxativa, mas apenas exemplificativa.

Ele relacionou oito classes de ímpios e pecadores que serão condenados: 1) tímidos, 2)

incrédulos, 3) abomináveis, 4) homicidas, 5) fornicários, 6) feiticeiros, 7) idólatras e 8) men-

tirosos.

Os “tímidos” são aqueles que se envergonham de Jesus e de Sua Palavra (Lucas 9:26).

Os “incrédulos” sãos os que não creem e não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus

Cristo. Os “abomináveis” são pessoas que cometem abominações, as quais são praticas imo-

rais e espirituais condenadas por Deus (Levítico 20:13; Deuteronômio 7:25; 14:3; 18:10-12;

27:15 etc). Os “homicidas” são aqueles que, transgredindo a santa lei de Deus, matam os

seus semelhantes.

Os “fornicários” são pessoas que praticam a fornicação, que é a relação sexual fora do

casamento, praticada entre solteiros. Os “feiticeiros” são os que praticam as artes ocultas de

encantamentos, adivinhações, invocação de espíritos e coisas semelhantes. Os “idólatras”

são aqueles que idolatram, veneram, reverenciam, inclinam-se ou prestam cultos a imagens.

Os “mentirosos” são pessoas que, visando auferir alguma vantagem escusa, intencionalmen-

te distorcem a verdade para enganar os seus semelhantes.

Todos que praticam algumas dessas oito classes de pecados precisam de arrependimento

e conversão, caso contrário, todos irão para o juízo executivo que “será no lago que arde

com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”. Somente escaparão desse juízo, os santos que

participaram da primeira ressurreição porque “sobre estes não tem poder a segunda morte”

(Apocalipse 20:6).

“Enquanto a Terra está envolta nos fogos da destruição, os justos habitam em segurança

na Santa cidade. Sobre os que tiveram parte na primeira ressurreição, a segunda morte não

tem poder” (GC, 680).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

CONCLUSÃO

11. Malaquias 4:2-3

“Mas para vós, que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, e salvação trará de-

baixo das suas asas; e saireis, e crescereis como os bezerros do cevadouro. E pisareis os

ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que farei, diz o

Senhor dos Exércitos”.

Por que os salvos pisarão os ímpios?

Os ímpios e pecadores serão condenados ao juízo executivo no “lago que arde com fogo

e enxofre; o que é a segunda morte” (Apocalipse 21:8). O fogo descerá do céu e os ímpios

serão devorados pelas suas chamas ardentes (Apocalipse 20:9). Satanás também será consu-

mido pelo fogo e transformado “em cinza sobre a terra” (Ezequiel 28:18). Esse fogo tem o

poder de destruir a Satanás porque foi especialmente “preparado para o diabo e seus anjos”

(Mateus 25:41).

“Nas chamas purificadoras os ímpios são finalmente destruídos, raiz e ramos – Satanás a

raiz, seus seguidores os ramos” (GC, 679).

Mas para aqueles que temem o nome do Senhor “nascerá o sol da justiça”, que é justiça

de Deus em Cristo Jesus. Para todos os santos, essa justiça “trará salvação debaixo das suas

asas”.

Após ter decorrido o juízo executivo, no reino de Deus, os justos sairão fora das portas

da Nova Jerusalém e se desenvolverão como os bezerros do cevadouro. E, ao caminharem

sobre a superfície do planeta, inadvertidamente, pisarão os ímpios. Tal fato ocorrerá porque,

após o juízo executivo, os ímpios se farão em cinza debaixo das plantas dos pés dos justos.

Segundo Jesus, todos os pecadores irão “para o fogo eterno, preparado para o diabo e

seus anjos” (Mateus 25:41). E, conforme ensino das Sagradas Escrituras, todos eles serão

transformados em cinzas.

A frase “fogo eterno” é uma figura de linguagem empregada na Bíblia Sagrada para in-

dicar que as consequências do castigo são eternas. Tal frase jamais se refere à duração do

castigo (Malaquias 14:1 e Salmos 37:10). Essa afirmação encontra respaldo na destruição

das cidades de Sodoma e Gomorra, que segundo a Bíblia sofreram a pena do “fogo eterno”

(Judas 1:7). E, apesar de terem sofrido a pena do “fogo eterno”, elas não estão queimado até

aos dias de hoje. Portanto, a frase “fogo eterno” é empregada nas Escrituras Sagradas para

referir-se às consequências eternas do fogo e não à própria duração do fogo.

A vida eterna é oferecida somente a quem crer em Cristo, quem não crer não receberá a

vida eterna (João 3:36; I João 5:12) e consequentemente não poderá sofrer qualquer tormen-

to eterno. Além disso, o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23), e não tormento eterno!

“O fogo que consome os ímpios, purifica a Terra. Todo vestígio de maldição é removi-

do. Nenhum inferno a arder eternamente conservará perante os resgatados as terríveis conse-

quências do pecado” (GC, 680).

12. Apocalipse 2:11

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o

dano da segunda morte”.

Quem não receberá o dano da segunda morte?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

O livro do Apocalipse faz referência a sete períodos proféticos pelo qual passaria a Igre-

ja fundada por Jesus Cristo até Sua segunda vinda a este mundo. E todos cristãos são exorta-

dos a darem ouvidos às mensagens que foram enviadas as sete Igrejas. Essa é a razão pela

qual Jesus diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

Segundo o Senhor, quem vencer o pecado “não receberá o dano da segunda morte”.

Aqueles que vencerem o pecado serão bem-aventurados e santos. Eles terão “parte na pri-

meira ressurreição: sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de

Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20:6).

Todavia, quem não vencer a tentação e o pecado, infelizmente “receberá o dano da se-

gunda morte” (Apocalipse 2:11). Para aquele que vive na prática do pecado, a Bíblia Sagrada

afirma que “a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”

(Apocalipse 21:8). Quem não for fiel a Cristo até à morte, terá o nome riscado do livro da

vida (Apocalipse 3:5) e “aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no

lago de fogo” (Apocalipse 20:15).

Com a destruição definitiva dos pecadores no juízo executivo, o mal deixará de existir

(Naum 1:9). A terra será purificada. Então o Senhor restaurará o Céu e a Terra em sua beleza

edênica, “e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras

coisas são passadas” (Apocalipse 21:4).

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Apêndice

Sobre as Profecias Bíblicas Ellen Gould White

INTRODUÇÃO

1. OE, 148

“Os pastores devem apresentar a firme palavra da profecia como o fundamento da fé

dos adventistas do sétimo dia. As profecias de Daniel e Apocalipse devem ser cuidadosa-

mente estudadas e, em ligação com elas, as palavras: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o

pecado do mundo’” (João 1:29).

O que os pastores devem apresentar?

TODOS DEVEM COMPREENDER AS PROFECIAS

2. Ev, 194

“Muitos há que não compreendem as profecias referentes aos nossos dias, e precisam

ser esclarecidos. É dever, tanto do vigia como do leigo, dar à trombeta sonido certo”.

O que muitos não compreendem?

3. CES, 23

“Cada filho de Deus deve ser entendido nas Escrituras e capaz de mostrar nossa posi-

ção na história deste mundo, acompanhando o cumprimento das profecias”.

O que cada filho de Deus deve acompanhar?

AS PROFECIAS EXIGEM NOSSA ATENÇÃO

4. EF, 14

“As profecias referentes aos últimos dias requerem nossa atenção”.

O que requer nossa atenção?

5. Mar, 158

“A medida que nos aproximamos do termo da história deste mundo, as profecias refe-

rentes aos últimos dias exigem nosso estudo especial”.

O que exigem as profecias referentes aos últimos dias?

CONCLUSÃO

6. M, 38, 1905

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

“Devem os seguidores de Cristo associar-se num poderoso esforço para chamar a

atenção do mundo para as profecias da Palavra de Deus que se cumprem rapidamente”.

Para o que a atenção do mundo deve ser chamada?

7. GC, 341

“Todos os que ridicularizam os assuntos da profecia, zombando dos símbolos ali sole-

nemente dados, todos os que se recusam a reformar a vida e preparar-se para a vinda do

Filho do homem, não serão abençoados”.

Quem são aqueles que não serão abençoados?

LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

Bibliografia

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de Naor G. Conrado. 3º Trimestre de 1989. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1989.

Cottrell, Raymond F. Crise e Vitória. Tradução de César L. Pagani e Marcos Toledo. 1ª edi-

ção. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1977.

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LEANDRO BERTOLDO

Profecias Sobre o Tempo do Fim

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Conrado. 1º Trimestre de 1987. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1987.

LaHaye, Tim. Como Entender a Profecia Bíblica Sozinho. Tradução de Elizabeth Charles

Stowell Gomes. 1ª edição. São Paulo: A.B.E.C.A.R., 2004.

LaRondelle, Hans K. Boas Novas Sobre o Armagedom. Tradução de César Luís Pagani. 1ª

edição. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2002.

Leonel, Sebastião. A Face Oculta do Catolicismo Romano. 6ª edição. São Paulo: Xama Edi-

tora, 1998.

Maxwell, C. Mervyn, Uma Nova Era Segundo as Profecia de Daniel. Tradução de Hélio

Luiz Grelmann. 1ª edição. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1996.

Maxwell, C. Mervyn, Uma Nova Era Segundo as Profecia do Apocalipse. Tradução de Hé-

lio Luiz Grelmann. 1ª edição. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1998.

Mello, Aracely S. A Verdade Sobre as Profecias do Apocalipse. 2ª edição. Rio Grande do

Sul: Oficina da GRAFIACS, 1982.

Odom, Robert Leo. Vida para Sempre. Tradução de Neila Diniz Oliveira. 1ª edição. São

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ra Brasileira, 1990.

Princípios de Vida da Palavra de Deus. Tradução de Carlos A. Trezza. 3ª edição. São Paulo:

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Schwantes, S. J. O Despontar de uma Nova Era. 1ª edição. São Paulo: Casa Publicadora

Brasileira, 1984.

Smith, Uriah. As Profecias de Daniel. Tradução de Olyntho S. Soares. 2ª edição. São Paulo:

Edições Vida Plena, 1994.

Smith, Uriah. As Profecias do Apocalipse. 1ª edição. São Paulo: Edições Vida Plena, 1991.

White, Ellen G. Eventos Finais. Tradução de Naor G. Conrado. 1ª edição. São Paulo: Casa

Publicadora Brasileira, 1993.

White, Ellen G. O Grande Conflito. 32ª edição. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira,

1987.

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