17
O CAUTELEIRO O cauteleiro é um vendedor de cautelas ou bilhetes de lotaria. O cauteleiro é um homem humilde, que pode caminhar vários quilómetros por dia à procura de quem compre mais uma cautela, anunciando em voz alta pregões populares, como por exemplo “ Olha a taluda, Olha a Grande sorte!” A crise económica fez baixar muito as vendas de cautelas, mas ainda assim as pessoas, de vez em quando, ainda compram algumas. A profissão de cauteleiro tem tendência para acabar. Esta profissão é cada vez menos comum nas nossas ruas e apenas os mais velhos ainda a vão praticando. O cauteleiro normalmente lembra-se sempre a quem vendeu o bilhete, que depois mais tarde foi premiado. A Cautela é um bilhete numerado, cujo jogo depende da sorte ou o acaso. - Olha a sorte grande !... - Olha a taluda! Anda

profissões tradicionais

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: profissões tradicionais

O CAUTELEIRO

O cauteleiro é um vendedor de cautelas ou bilhetes de lotaria.

O cauteleiro é um homem humilde, que pode caminhar vários quilómetros por

dia à procura de quem compre mais uma cautela, anunciando em voz alta pregões

populares, como por exemplo “ – Olha a taluda, Olha a Grande sorte!”

A crise económica fez baixar muito as vendas de cautelas, mas ainda assim as

pessoas, de vez em quando, ainda compram algumas. A profissão de cauteleiro tem

tendência para acabar. Esta profissão é cada vez menos comum nas nossas ruas e

apenas os mais velhos ainda a vão praticando. O cauteleiro normalmente lembra-se

sempre a quem vendeu o bilhete, que depois mais tarde foi premiado.

A Cautela é um bilhete numerado, cujo jogo depende da sorte ou o acaso.

Trabalho realizado por:

Joana Gonçalves.

Nº15 - 6ºD.

- Olha a sorte grande !...

- Olha a taluda! Anda amanhã à

roda.

Page 2: profissões tradicionais

O LEITEIRO

Um leiteiro é um vendedor, geralmente um homem, que vai de rua em rua, vender leite, sempre pela manhã. Um leiteiro não vende apenas leite, mas também outros produtos como ovos, creme, queijo, refrigerante, iogurte e manteiga. Nos dias de hoje é muito difícil, senão impossível, encontrar um leiteiro nas ruas, mas antigamente as pessoas até já sabiam de cor e salteado quando chegava o leiteiro.

Os instrumentos utilizados pelos leiteiros eram os fervedores e a jarra. Todos os leiteiros tinham uma vaca. O leiteiro ia diariamente fazer o seu trabalho duro de entregar o leite e outros produtos de porta em porta.

Ricardo Dias, nº 23

Alexandre Gonçalves, nº4

Page 3: profissões tradicionais

ENGRAXADOR

Um engraxador é uma pessoa que anda na rua, ou fica num local fixo,

numa rua ou praça, com as caixas, com as suas escovas e líquidos à procura

de clientes. Limpavam os sapatos aos passantes e com isso ganhavam o seu

dinheiro

Há alguns anos andavam em qualquer rua e cidade engraxadores que

foram desaparecendo aos poucos com o passar dos anos. Andar com os

sapatos bem engraxados fazia parte das regras de boa conduta masculina e,

ao contrário dos dias de hoje, poucas eram as pessoas que tratavam dos seus

próprios sapatos em casa.

Hoje em dia, são poucos os que engraxam sapatos porque muitos usam

outro tipo de calçado que não é engraxado, ou então engraxam-nos em casa. É

por isso uma profissão que está em extinção, sobretudo por falta de clientes.

Alguns engraxadores ainda resistem, nas principais cidades

portuguesas; são postais para os turistas que lhes pedem fotografias, guardam

histórias, olham as pessoas e adivinham-lhes o que lhes vai na alma.

Escurece, a rua, à noite, não lhes pertence. Acomodam com vagar as

ferramentas na caixa, enquanto se despedem com o olhar. Fitam os próprios

Page 4: profissões tradicionais

pés e os sapatos, por vezes, mal engraxados. Resistem e dizem-se,

orgulhosos, os últimos engraxadores de sapatos.

Aaron Noah Dolhen, nº 1

Os azeiteiros eram os vendedores ambulantes que vendiam azeite porta

a porta, por medida.

Antigamente os azeiteiros transportavam o azeite em

mulas, fixando os potes em cangalhas ou em carroças puxadas

por animais.

Raquel Laginha e Alexandre Sousa

GALINHEIRA

A galinheira era uma profissão que existia há alguns anos atrás.

Essa profissão consistia numa senhora com um cesto na cabeça onde levava galinhas vivas para negociar de porta em porta.

Hoje esta já não existe, porque temos os aviários que fazem criação de galinhas e distribuem-nas pelas superfícies comerciais.

Hoje, a nossa sociedade evoluiu, industrializou-se e inovou sendo as galinhas criadas em grandes quantidades e distribuídas, não por uma pessoa de porta em porta, mas por empresas específicas para esse efeito.

Page 5: profissões tradicionais

As galinhas antigamente iam vivas no cesto da galinheira, mas agora são mortas pelas empresas ou pelos aviários, porque é necessário respeitar as regras de segurança e de higiene.

Diogo Amado, nº 13

Volodimir Dembitsky, nº 28

AGUADEIROS

Os grupos de aguadeiros podiam ser homens e

mulheres, que percorriam as ruas das nossas cidades

e vilas.

O Transporte da água era feito de preferência em

pipas, embora também utilizassem as bilhas.

A água era recolhida em fontes públicas e

transportada às casas das pessoas; normalmente não

pagavam a contribuição ao Estado pela água que

recolhiam nas fontes.

Era transportada em carroças e cada uma levava cerca de 18 bilhas

de água, mas também o faziam a pé,

vendendo a água a copo.

O cântaro era um utensílio

indispensável, não só para

transportar a água, mas também

para a guardar em casa.

As mulheres vestiam-se com saias

pretas, com barrões, blusas brancas, coletes pretos bordados, lenços… e

os homens vestiam-se com calças brancas, faixas pretas e camisas

brancas com dísticos.

Também costumavam cantar muitas canções como:

“Mal rompe a aurora

Page 6: profissões tradicionais

Os passarinhos

Saltam trinados

Lá pelos montes,

Os aguadeiros

Com as cantarinhas

Buscando vão

Água das fontes”.

Antes da água canalizada era uma actividade muito importante, mas que

acabou por desaparecer.

Bruna Eustáquio, nº 7

Catarina Costa, nº 8

O AMOLADOR

O amolador é um comerciante ambulante que

se faz transportar numa bicicleta ou motocicleta para

oferecer os seus serviços de amolador de facas,

tesouras, navalhas, canivetes. Também concertava

tachos e panelas com buracos, alguidares de barro,

jarros, travessas e reparava guarda-

chuvas.

Para atrair os clientes, o amolador

faz-se anunciar através do som de uma gaita ou

flauta, que o identifica com facilidade, instrumento

designado por Gaita de Amolador.

Page 7: profissões tradicionais

Na bicicleta ou motocicleta está montada a pedra ou roda de

esmoril com que executa os trabalhos. Na mesma, transporta

também uma caixa de ferramentas, váris, de diferentes tamanhos,

feitios e utilidades: martelos, muitos alicates de pontas diferentes,

pregos, arame… e ao lado da caixa, traz, por vezes, uns chapéus de

chuva velos que o ajudam nos seus concertos.

Ao longo do século XX, os amoladores urbanos tinham que se

estabelecer em comércios situados já dentro do recinto dos

mercados. Estes comércios têm uma dupla função, tanto eram o lugar

de trabalho para o amolador de ferramentas de

corte, como ponto de venda das mesmas.

Antigamente havia, e ainda há, a crença de

que o amolador, com sua gaita característica,

anuncia chuva. È uma das profissões em risco de

extinção.

Hugo Maciel, nº 14

Lucas Silva, nº 17

Gaita do Amolador

AS LAVADEIRAS

Instrumentos usados:

Lavavam em pedras modeladas e

com sabão azul e branco.

Page 8: profissões tradicionais

Sítios onde lavavam: rios e ribeiras

Características desta actividade: para lavar nestas margens de

piso irregulares, onde não havia joelhos que resistissem, muitas

lavadeiras usavam “caixões” de madeira apoiando aí os joelhos para

se protegerem.

Numa época em que não havia máquinas de lavar, recolhiam a

roupa pelas cidades e vilas e transportavam-nas em carroças ou em

“trouxas” à cabeça, que entregavam já depois de lavada e tratada.

A roupa era lavada com sabão de barra, partido aos bocadinhos

e enxaguada nas límpidas águas do rio ou ribeira, torcida e retorcida

e estendida sobre as ervas das suas margens para corar, acto a que

muita gente recorria na época. A roupa secava ao ar livre, se o tempo

o permitisse ou nas caves das casas das lavadeiras.

Rita Agostinho, nº 24

Débora Gonçalves, nº 11

CARVOEIRO

Os carvoeiros dedicavam-se ao fabrico de carvão vegetal, que depois era vendido, nas principais cidades do país, onde o consumo era elevado. Ao contrário do que acontecia nas áreas rurais, em que a população utilizava essencialmente lenha, nas cidades consumia-se carvão para aquecimento das casas ou para os fogões das cozinhas.

Para o fabricar faziam um grande monte de terra em forma de “iglu” onde

Page 9: profissões tradicionais

colocavam previamente a madeira que ficava a queimar muito tempo até se transformar em carvão.

Depois de fabricado o carvão, tarefa que durava algum tempo, vendiam-no, transportando-o em carroças, ou numa barraca na praça pública da cidade mais próxima.

Actualmente ainda é consumido o carvão vegetal, embora em menor quantidade, essencialmente nos barbecues de fim-de-semana, sendo vendido, devidamente embalado, nas grandes superfícies e por isso o carvoeiro limita-se apenas a fabricar ainda o carvão, mas não a vendê-lo.

Bogdan Ciorba, nº 6

Mário Wilson, nº 19

OS MOÇOS DE FRETES

Os moços de fretes – No século passado, desenvolviam inúmeras tarefas e foram os precursores das modernas firmas que prestam serviço de mudanças nos tempos modernos.

Situavam-se normalmente nas esquinas das principais ruas da “baixa“ de Lisboa, e mesmo de outras cidades, e esperavam que solicitassem os seus serviços.

Page 10: profissões tradicionais

Estes faziam as mudanças, carregando com cordas os volumes, através de estreitas escadas dos edifícios; eram pois essencialmente carregadores.

Por vezes precisavam subir pianos ou outros artefactos pesados através de roldanas colocadas nas varandas e puxados por cordas com a utilização da força humana.

Também eram solicitados alguns serviços ou tarefas menos pesadas, como a entrega de cartas ou recados ou ainda a actividade de pesquisa (uma espécie de detectives) que consistia em seguir os presumíveis maridos ou namorados infiéis.

Faziam entrega de pequenas encomendas, e inclusive dedicavam-se a tarefas de acompanhamento nas compras nos mercados ou comércio de senhoras mais abastadas economicamente, transportando os embrulhos e volumes para a residência de quem solicitava o serviço.

Caracterizavam-se por usarem sempre uma corda colocada aos ombros e um boné, com uma chapa metálica, identificadora do prestador de serviço.

Os moços de fretes para exercerem a sua profissão tinham de estar inscritos nos Governos Civis. Em 1921, o edital camarário determina a sua inscrição na Câmara Municipal de Lisboa. A inscrição na Câmara efectuou-se a partir de 22 de Julho de 1922, e constava da data, do número de ordem da matrícula, o nome do indivíduo, o número da matrícula do Governo Civil, a morada e o local onde exercia a actividade.

Com a introdução das camionetas no mercado, as mudanças feitas pelos moços de fretes decaíram a pique.

A entrega de recados, de cartas de amor e de cartas de negócios feitas outrora por estas figuras de esquina deixaram também de se realizar, pois foram substituídas pelas mensagens telefónicas.

LIMPA-CHAMINÉS

Os Limpa – chaminés – Usavam roupa escura, um boné sempre muito “enfarruscado”da sujidade das chaminés que limpavam.

Faziam-se acompanhar duma vara comprida, em cuja extremidade colocavam panos ou outros materiais utilizados para executar a limpeza. Levavam igualmente espátulas ou outras ferramentas metálicas para rasparem as paredes

sujas. Este trabalho era difícil e requeria alguma destreza, pois eram feitos por duas pessoas,

Page 11: profissões tradicionais

uma fazia a limpeza dentro da casa e outro no telhado, junto à saída da chaminé. Inicialmente eram trabalhadores por conta própria, surgindo depois empresas que se dedicavam a estas tarefas e contratavam estes homens.

A limpeza duma chaminé é importantíssimo na segurança dum prédio ou duma vivenda, a falta poderá originar o fogo.

Alguns conseguiam exercer esta actividade em cafés, barbearias.

Continuam a existir ainda inúmeras empresas de limpeza de chaminés, contudo, já não se vêem pelas ruas estas figuras com os seus trajes sujos.

QUEIJEIRA

A QUEIJEIRA – complementando a pastorícia, cabia à mulher o

fabrico do queijo Serra da Estrela, tão típico da região, aliás

localizada em pleno coração da Região Demarcada do Queijo

Serra da Estrela.

AS ROUPAS DAS QUEIJEIRAS – Usam blusa de chita e saia de riscado, calça chinelase, transporta a francela, os ancinhos e cestinhos, utensílios usados na feitura do queijo e do requeijão.

Processo de fabrico do queijo artesanal

O processo de fabrico artesanal deste queijo pode resumidamente descrever-se:

O leite de ovelha deve estar a uma temperatura de 30ºc, de seguida põe-se o sal dissolvido previamente no leite. Umas horas antes deve-se preparar o extracto de cardo. A coagulação do leite é feita em potes de barro vidrados junto ao lume de uma lareira que demora cerca de 45 minutos. Depois de coalhado é deitado dentro de uma grande cincho ou trincho, em cima de uma mesa queijeira, onde é trabalhado lentamente com as mãos.

Em seguida essa massa é posta em pequenas cinchos, onde é comprimida com as mãos, com força até sair a quantidade de soro apropriada para uma boa fermentação ou cura do futuro queijo.

Esses queijos vão em seguida para uma casa de enxugo ou sangria, onde estão cerca de 20 dias, com um mínimo de arejamento a uma temperatura de 10º a

Page 12: profissões tradicionais

12º C, e uma humidade relativa de 90 a 95%. Passado esse tempo os queijos são transferidos para outra casa de cura ou seca onde sofrerão outra fase de fermentação durante cerca de 10 dias, com uma lenta corrente de ar, uma temperatura de 12º a 15ºC, e uma humidade relativa de 85 a 90%.

Finalmente são lavados e preparados para venda. Antigamente eram, muitas vezes, vendidos directamente pelas queijeiras, ou pelos maridos, nas vilas e cidades mais próximas. Actualmente só podem ser vendidos mediante determinadas condições de higiene.

Pedro costa 6ªD Nº20

Marco mesquita 6ªD Nº18

ARDINAS

Ardinas - Desde de muito cedo iam para as ruas, para venderem e distribuírem os jornais diários, caracterizavam-se igualmente pelos pregões que vociferavam enquanto percorriam as artérias citadinas, apregoando a notícia e chamando a tenção do potencial cliente.

O ardina é uma figura muito retratada por artistas e muito popular pela sua exposição pública, a sua origem perde-se nos tempos e remete-nos à "notícia" que corria de boca em boca.

O ardina difere do actual distribuidor de jornais gratuitos.

Preteridos pelo aparecimento de quiosques e outros meios de distribuição, já raramente se encontram ardinas pelas ruas de Lisboa, ou outras cidades, que apregoavam a manchete do dia e a informação fonte do seu sustento.

AS PEIXEIRAS

Vendedora de peixe

Esta actividade era exercida pelas mulheres. Abasteciam-se nos mercados e nas lotas e vendiam de porta em porta, divulgando os artigos para venda, com pregões muito característicos.

Page 13: profissões tradicionais

De todas elas destacavam – se as varinas de Lisboa com as suas típicas canastras à cabeça.

Usavam pregões como: da “viva da costa”, “pescada fina do alto”, “belo carapau”, “Oh! viva da costa...”,”Há sardinha linda....”, “oh! freguesa quem é que acaba o resto... é treze a dúzia!” – tão grato aos gatos e aos pobres das ruas que percorriam.

Usavam um traje perfeitamente adaptado à sua função, blusa de algodão, saia ampla e comprida e avental de riscado. Para segurar a saia, adaptando a sua altura, ou o ventre, quando grávida, usavam em volta das ancas uma faixa de fazenda. Na cabeça, um lenço de fazenda de lã e chapéu de feltro de aba pequena e revirada para cima, de forma a aparar os pingos que caiem da canastra. Nos pés, geralmente descalços, usavam socas de madeira e carneira preta.De Inverno usavam, pelas costas, um xaile de lã espesso que cruza no peito e amarra nas costas, de forma a permitir a mobilidade dos braços.

É uma profissão que praticamente desapareceu, subsistindo, nas regiões rurais, alguns vendedores que se fazem deslocar em carro ou carrinha.

Ana Sofia Rodrigues

Débora Oliveira