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\ Programa Sistemas agrícolas dos pequenos produtores do município de Euclides da Cunha-BA * INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta de forma resumida os re- sultados do subprojeto Caracterização dos Sistemas Agrícolas de Cinco Municípios da Região Nordeste do Estado da Bahia, Tecnologias Usadas e Possibilidades de Melhoria do Padrão Tecnológico dos Pequenos Produtores, relativos ao município de Euclides da Cunha, que faz parte do projeto Estudos das Variáveis Agro-sócio-econômicas que Caracterizam o Pequeno Produtor do Nordeste Semi-árido: uma Base de Polí- ticas de Desenvolvimento para a Região, coordenado pelo Centro de Pesquisa do Trópico Semi-Árido - CPATSA da EMBRAP A. Este projeto, por sua vez, integra o Programa 09 - Sistemas de Produção da Agricultura Familiar, que abrange um conjunto de ações de pesquisa promovido pela EMBRAPA com a finalidade de apoiar o desenvolvimento da agricultura familiar no país. Espera-se que as informações aqui apresentadas possam contribuir para a melhoria 'do conhecimento sobre a agricultura familiar no semi-árido baiano, bem como servir de subsídio para a elaboração de progra- - "Resurno de relatório de pesquisa ** Sociólogo, M.Sc., EBDAlEMBRAPA ***Geógrafo, B.Sc., EBDA ****Estatístico, M.Sc., CPATSAIEMBRAPA *****Eng. Agrônomo, Ph.D., EBDAlEMBRAPA Sérgio Elisio Peixoto** César Lui; Alves de Souza*** Carlos Alberto Vasconcelos r!t Oliveira **** Benedito Carlos Lemos de Carvalho***** ( mas e projetos de pesquisa e de assistência técnica e extensão rural - ATER que reflitam as principais de- mandas dos pequenos produtores dessa região. O conhecimento da realidade dos pequenos produ- tores e o atendimento de suas demandas tecnológicas tem sido uma das preocupações constantes dos servi- ços de pesquisa agropecuária e de ATER no Estado da Bahia. Isto se traduz, em parte, nos inúmeros estudos realizados, nos últimos 20 anos, no âmbito de diversos programas de apoio às atividades produtivas desenvol- vidas neste setor, a exemplo dos Programas de Desen- volvimento Rural Integrados - PDRI, do Projeto Ser- tanejo, do Programa de Apoio aos Pequenos Produtores - PAPP, etc. Entretanto, apesar do esforço de se produzir conhe- cimentos que permitissem uma intervenção eficaz do Estado nesse segmento da economia agrícola, median- te a formulação de programas e projetos orientados para o desenvolvimento do setor, as ações dele decor- rentes não alcançaram os resultados esperados, mos- trando-se insuficientes para a alteração do quadro de limitações sociais, econômicas e políticas existentes. Com efeito, as políticas agrícolas voltadas para a pe- quena produção se ressentiram da ausência de um conhecimento mais profundo da realidade social e produtiva desse setor, o que resultava na formulação de objetivos e metas nem sempre sintonizados com suas demandas. Também pesaram para a obtenção de resultados insatisfatórios a persistência de importantes BAHIA AGRíCOLA, v. 2, n. 1, novo 1997 9

Programa - Embrapaainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/181372/1/... · 2018. 8. 14. · ticas de Desenvolvimento para aRegião, coordenado pelo Centro de Pesquisa do Trópico

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Programa

Sistemas agrícolas dos pequenosprodutores do município de Euclides

da Cunha-BA *

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta de forma resumida os re-sultados do subprojeto Caracterização dos SistemasAgrícolas de Cinco Municípios da Região Nordeste doEstado da Bahia, Tecnologias Usadas e Possibilidadesde Melhoria do Padrão Tecnológico dos PequenosProdutores, relativos ao município de Euclides daCunha, que faz parte do projeto Estudos das VariáveisAgro-sócio-econômicas que Caracterizam o PequenoProdutor do Nordeste Semi-árido: uma Base de Polí-ticas de Desenvolvimento para a Região, coordenadopelo Centro de Pesquisa do Trópico Semi-Árido -CPATSA da EMBRAP A. Este projeto, por sua vez,integra o Programa 09 - Sistemas de Produção daAgricultura Familiar, que abrange um conjunto deações de pesquisa promovido pela EMBRAPA com afinalidade de apoiar o desenvolvimento da agriculturafamiliar no país.

Espera-se que as informações aqui apresentadaspossam contribuir para a melhoria 'do conhecimentosobre a agricultura familiar no semi-árido baiano, bemcomo servir de subsídio para a elaboração de progra-

-"Resurno de relatório de pesquisa** Sociólogo, M.Sc., EBDAlEMBRAPA***Geógrafo, B.Sc., EBDA****Estatístico, M.Sc., CPATSAIEMBRAPA*****Eng. Agrônomo, Ph.D., EBDAlEMBRAPA

Sérgio Elisio Peixoto**César Lui; Alves de Souza***

Carlos Alberto Vasconcelos r!t Oliveira * * * *Benedito Carlos Lemos de Carvalho*****

( mas e projetos de pesquisa e de assistência técnica eextensão rural - ATER que reflitam as principais de-mandas dos pequenos produtores dessa região.

O conhecimento da realidade dos pequenos produ-tores e o atendimento de suas demandas tecnológicastem sido uma das preocupações constantes dos servi-ços de pesquisa agropecuária e de ATER no Estado daBahia. Isto se traduz, em parte, nos inúmeros estudosrealizados, nos últimos 20 anos, no âmbito de diversosprogramas de apoio às atividades produtivas desenvol-vidas neste setor, a exemplo dos Programas de Desen-volvimento Rural Integrados - PDRI, do Projeto Ser-tanejo, do Programa de Apoio aos PequenosProdutores - PAPP, etc.

Entretanto, apesar do esforço de se produzir conhe-cimentos que permitissem uma intervenção eficaz doEstado nesse segmento da economia agrícola, median-te a formulação de programas e projetos orientadospara o desenvolvimento do setor, as ações dele decor-rentes não alcançaram os resultados esperados, mos-trando-se insuficientes para a alteração do quadro delimitações sociais, econômicas e políticas existentes.Com efeito, as políticas agrícolas voltadas para a pe-quena produção se ressentiram da ausência de umconhecimento mais profundo da realidade social eprodutiva desse setor, o que resultava na formulaçãode objetivos e metas nem sempre sintonizados comsuas demandas. Também pesaram para a obtenção deresultados insatisfatórios a persistência de importantes

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fatores restriti vos, tais como a concentração dos recur-sos fundiários, o baixo nível de capitalização dosestabelecimentos, a predominância de um sistema decomercialização espoliativo, além das frequentes esti-agens que agravam ainda mais o quadro de limitaçõesexperimentado pelos pequenos produtores no semi-árido. É certo que alguns desses fatores, a exemplo daconcentração fundiária, dependem, para sua remoção,de condições políticas que extrapolam o âmbito daspolíticas agrícolas. Sua permanência, no entanto, con-tribuía para enfraquecer, senão inviabilizar, benefíciosque decorriam das políticas agrícolas. Outros fatores,de caráter institucional, também influenciaram o limi-tado alcance dos objetivos previstos, destacando-se aliberação irregular de recursos, que se constituía umelemento gerador da descontinuidade das ações deintervenção dos órgãos executores das políticas agrí-colas.

Contudo, não se pode afirmar que as ações gover-namentais, mesmo que realizada sob esses condicio-nantes, não tenham gerado, do ponto de vista técnico,conhecimentos e tecnologias, métodos de organizaçãodos produtores, indicação de linhas de crédito adapta-das às suas características e outros produtos e proces-sos de inegável valor para a melhoria de suas ativida-des produtivas.

Em face do exposto, torna-se relevante indagar,tomando-se por base as rápidas transformações queatingem a economia e a sociedade, ao nível nacional einternacional, como a atuação do Estado pode serorganizada para o atendimento das demandas dos pe-quenos produtores. Neste sentido, alguns elementossão de fundamental importância para esta definição.Em primeiro lugar, aparece a própria geração de co-nhecimentos sobre a pequena produção como elemen-to norteador da formulação de políticas agrícolas. Se-gue-se a questão da implementação dessas políticas,onde se inclui, inicialmente, a análise da atuação doEstado, através dos órgãos responsáveis por sua exe-cução, atuação esta neces ariamente recaracterizadapelas mudanças em curso na economia e na sociedade.

Este subprojeto, dentro de suas limitações, temcomo finalidade apresentar subsídios para o equacio-namento dessas questões. Retoma-se, em parte, o refe-rencial teórico e metodológico concebido para oPAPP, no Estado da Bahia, buscando-se caracterizaros sistemas agrícolas a partir da identificação dosrecursos naturais e das condições socioeconômicas e

tecnológicas que os produtores dispõem para organi-zar o processo produtivo.

Em seguida, procura-se inventariar as tecnologiasgeradas, melhoradas e adaptadas pela pesquisa, visan-do-se selecionar aquelas que possam ser imediatamen-te utilizadas para o atendimento das demandas exis-tentes. Finalmente, sugere-se formas de atuação dosserviços de pesquisa e de ATER que incorporem osprodutores e suas organizações como participantes dasdecisões e das atividades a eles dirigidas.

Desse modo, preconiza-se que os resultados dessetrabalho sejam, inicialmente, discutidos com pesqui-sadores, extensionistas e produtores. A seguir, devemser apresentados às Prefeituras Municipais como umacontribuição para a elaboração de planos de desenvol-vimento agrícola do município. As ações decorrentesdessas propostas poderão ser implementadas com baseem um sistema de parceria múltiplo, que articule asinstituições envolvidas no desenvolvimento agrícolado município. O processo de execução dessas açõespoderá, ainda, servir de referência para outros municí-pios do semi-árido baiano.

DISCUSSÃO DOS DADOS

Os objetivos mais importantes do trabalho foram acaracterização dos sistemas agrícolas dos pequenosprodutores e a formulação de recomendações que pu-dessem subsidiar o processo de intervenção dos órgãospúblicos encarregados da execução dos serviços depesquisa e de ATER. Para tanto, buscou-se a identifi-cação das principais demandas tecnológicas da peque-na produção, a seleção de tecnologias geradas, melho-radas e adaptadas pela pesquisa que pudessem sertransferidas de modo imediato, e a formulação deorientações necessárias ao direcionamento das ativi-dades de pesquisa e de ATER.

Para a coleta de dados em fontes primárias foiutilizado um questionário, de modo a obter-se infor-mações sobre os seguintes aspectos:

• características dos estabelecimentos;• características dos produtores;• força de trabalho;• tecnologias utilizadas nas atividades agropecuárias;

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ção significativa de leite durante o ano;• Pecuária leiteira: caracteriza-se pela posse de mais

de cinco unidades animais, podendo apresentar duassituações: uma em que a produção de leite atinge,no máximo, 7.000 I por ano; e outra em que talprodução é superior a 7.000 1;

• Cultivos comerciais: caracteriza-se pela exploraçãode produtos que se destinam, preferentemente, aomercado (mandioca, caju, fumo, etc.);

• Cultivos tradicionais: caracteriza-se pela explora-ção de produtos que se destinam, preferentemente,ao consumo do grupo familiar (feijão, milho, feijão-de. corda, etc.); e

• Renda extra-agrícola: caracteriza-se por ocorrerapenas quando os rendimentos brutos obtidos comatividades artesanais são duas vezes superiores àrenda agropecuária bruta.Com base nessas variáveis conceituais estabele-

ceu-se uma matriz de tipificação dos sistemas agríco-las praticados por pequenos produtores nas regiõesestudadas no Projeto. Como resultado, obteve-se 12tipos de sistemas agrícolas diferenciados, com deman-das tecnológicas, creditícias e de organização distintas.

Com base na tipificação definida a partir dos dadosdo Projeto, referentes a vários Estados do Nordeste doBrasil, foram identificados no município de Euclidesda Cunha, dez tipos de sistemas agrícolas de pequenosprodutores que serão resumidamente descritos a seguir:

• comercialização da produção; e

• renda.

Após o levantamento de campo, as informaçõesforam processadas, possibilitando a elaboração deuma tipificação dos sistemas agrícolas de cada muni-cípio, de acordo com os aspectos anteriormente men-cionados.

A população alvo foi definida baseando-se emdados do IBGE, e considerando-se que 20% da popu-lação (famílias com 5 membros) constituía o númerode produtores da população alvo. Verificou-se, ainda,que 90% dos produtores da população censitada, ex-ploram propriedades com área de até 50 hectares,limitando-se então o estudo a este estrato de produto-res. A amostragem foi realizada, de forma inde-pendente, para cada município, considerando-se o nú-mero de produtores que exploram propriedades comárea de até 50 ha como uma população de tamanho N.No modelo estatístico adotado, utilizou-se a análisefatorial como uma técnica de análise estatística multi-variada, que procura explicar variações maximizandoa informação não repetida.

Com relação à análise dos dados, construiu-se umamatriz de correlação simples, onde se identificou 13grupos distintos de variáveis que se relacionavamentre si. De cada grupo escolheu-se uma variável quemelhor representasse essa variação. As 13 variáveisforam: - valor da produção animal; - produção de leitepor ano; - número de bovinos; - índice de tecnologia;- outras receitas; - cultu-ras comerciais; - culturaspermanentes; - área to-tal; - área com pastagens;- venda de mão-de-obra;- salários externos; - cul-turas tradicionais; - ta-manho da família.

Selecionadas estasvariáveis e utilizando-seo método de análise fato-rial, elaborou-se cincovariáveis conceituais:• Atividade pecuária:

caracteriza-se pelaposse de, no máximo,cinco unidades ani-mais, sem uma produ-

Tipologia dos sistemas agrícolas de pequenos produtores da regiãosemi-árida do Nordeste brasileiro

U.A. U.A=O O<U.A=S U.A.>SÁrea (ha) P.L. = 7.000 I P.L. > 7.000 I

TIPO I TIPO 4 TIPO 7 TIPO 10A=O

Agricultura de Pecuária de Pecuária Pecuária de LeiteSobrevivência Subsistência

TIPO 2 TIPOS TIPO 8 TIPO 11Pecuária0<A=3

Agricultura de Diversificada dePecuária Pecuária de Leite

Subsistência Subsistência Diversificada Diversificada

TIPO 6 TIPO 9 TIPO 12TIPO 3 PecuáriaAgricultura Diversificada com

Pecuária com Pecuária de LeiteA>3 Agricultura com AgriculturaComercial Agricultura Comercial ComercialComercial

U.A. = Unidade AnimalA = Área com cultura comercial

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• Características dos sistemas agrícolasidentificados

TIPO 1AGRICULTURA DE SOBREVIVÊNCIA

Características e demandas:

A análise das caraterísticas dos produtores queintegram o Tipo 1 revela a existência de severas res-trições às atividades produtivas por eles desenvolvi-das. Observa-se que 50% dos estabelecimentos dis-põem, no máximo de 2ha, o uso de tecnologiasmodernas é praticamente inexistente, não possuemanimais e menos da metade do seus rendimentos de-correm das atividades agrícolas. Apenas 25% dosprodutores possuem estabelecimentos com área queultrapassa o tamanho médio das propriedades e rendi-mentos bastantes superiores àqueles constatados paraa maioria do grupo.

A situação de pauperismo da maior parte dos inte-grantes desse grupo demonstra que sua sobrevivênciaestá relacionada muito mais à venda da força de traba-lho, dentro e fora da agricultura, e ao recebimento deproventos oriundos de aposentadorias do que a umautilização produtiva da terra.

Evidenciam-se duas situações distintas com rela-ção à intervenção dos serviços de pesquisa e de ATER:a primeira relativa aos produtores pauperizados maispróximos do assalariamento, e a segunda aos quereúnem condições potenciais de maior participação nomercado.

Para o grupo mais pauperizado, as possibilidadesde atuação desses serviços são bastante restritas. Suamaior limitação é a carência de terra, fator este cujaremoção dependeria de uma política de redistribuiçãode recursos fundiários. No entanto, podem ser imple-mentadas atividades com o objetivo de amenizar onível de pobreza existente, a exemplo de orientaçõespara um melhor aproveitamento das áreas disponíveis,bem como da organização de programas de capacita-ção dos produtores nas tarefas que desenvolvem foradas propriedades, no setor agrícola.

No que diz respeito ao segundo grupo, as ações depesquisa e de ATER devem enfatizar o estudo dossistemas de produção em uso, visando a possibilidade

de melhorar o seu desempenho, mediante a incorpora-ção de novas tecnologias. Faz parte deste esforço,também, a realização de uma avaliação das possibili-dades de uso imediato das tecnologias disponíveis.

Por outro lado, verifica-se a necessidade de umamaior organização dos produtores com vistas a melho-rar a comercialização dos seus produtos, bem como aindicação de linhas de crédito compatíveis com ascondições em que produzem.

TIPO 2AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA

Características e demandas:

Os produtores que fazem parte do Tipo 2 caracte-rizam-se por apresentar sérias limitações ao desenvol-vimento do processo produtivo. De modo geral, dis-põem de pouca quantidade de terra, efetuam umreduzido uso de tecnologias modernas, não possuemanimais e têm menos da metade dos seus ganhosoriginados das atividades agrícolas. Apenas um quartodesses produtores detêm estabelecimentos que podemchegar a 21ha e uma renda muitas vezes superior àmédia do grupo.

Desse modo, configura-se uma situação muito se-melhante à observada em relação ao Tipo 1, a saber,um grupo majoritário em condições de pauperismoacentuadas e um outro com maior disponibilidade derecursos. Isto requer, também, a formulação de estra-tégias distintas, que contemplem as necessidades es-pecíficas de cada grupo.

Assim, para os produtores cujos recursos são insu-ficientes para a viabilização das atividades produtivasde forma autônoma, recomenda-se a promoção deeventos que veiculem informações sobre uma utiliza-ção mais proveitosa das terras disponíveis e para suacapacitação nas tarefas desenvolvidas fora da propri-edade, no setor agrícola.

Para os agricultores que apresentam maiores con-dições de participação no mercado, torna-se necessá-rio o estudo dos sistemas de produção praticados, como objetivo de melhorá-Ios, mediante o emprego denovos conhecimentos, bem como avaliar as tecnologi-as disponíveis que podem ser utilizadas para atender

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suas demandas mais imediatas. É necessário, ainda, odesenvolvimento de um trabalho de organização dosprodutores, de modo a permitir-lhes maiores ganhosna comercialização dos seus produtos, e a identifica-ção de linhas de crédito adequadas a sua capacidadede pagamento.

TIPO 3AGRICULTURA COMERCIAL

Características e demandas:

A análise das condições em que se desenvolvem asatividades dos produtores que fazem parte do Tipo 3indica a existência de sérias restrições à realização desuas atividades produtivas. Constata-se que dispõemde pouca quantidade de terra, utilizam tecnologiasmodernas apenas para o preparo do solo e não possuemanimais, embora façam uso intensivo do solo. É ogrupo que apresenta a segunda menor renda proveni-ente em 85% do seu total das atividades agrícolas.

A melhoria do desempenho produtivo desse gruporequer dos serviços de pesquisa e de ATER o estudodos sistemas de produção utilizados, considerando aspossibilidades de introdução de tecnologias modernasque permitam a elevação da produtividade existente.Além disso, é necessário uma maior organização dosprodutores com o objetivo de ampliar os seus ganhosno processo de comercialização da produção, contro-lado, em sua totalidade, por feirantes e atravessadores.A indicação de linhas de crédito adequadas às condi-ções em que produzem, também é de grande impor-tância para a incorporação de novas tecnologias, den-tre elas as que já se encontram disponíveis para usoimediato.

TIPO 4PECUÁRIA DE SUBSISTÊNCIA

Características e demandas:

A análise das características dos produtores quecompõem o Tipo 4 evidencia limitações para a reali-

zação das atividades produtivas, a exemplo da reduzi-da quantidade de terra, da baixa utilização de tecnolo-gias modernas e do pequeno número de animais, ape-sar de um quarto dos produtores deteremestabelecimentos com áreas que podem chegar a 30ha.Por outro lado, seus rendimentos decorrem, em 40%,da venda de força de trabalho e de aposentadorias. Umtotal de 25% dos produtores podem obter ganhos atétrês vezes superiores à média do grupo.

De modo geral, observa-se que a intervenção dapesquisa e da ATER devem visar o conhecimento dossistemas de produção em uso, avaliando as possibili-dades de introduzir tecnologias modernas que permi-tam ,o aumento da produtividade das culturas e dascriações, atentando-se para as interações entre elasexistentes. O fortalecimento da organização dos pro-dutores para a obtenção de maiores ganhos na comer-cialização de seus produtos e a existência de linhas decrédito adaptadas às condições em que produzem,também são de grande importância para o incrementode suas atividades, considerando que retiram apenaspouco mais da metade de sua renda das exploraçõesagropecuárias.

TIPOSPECUÁRIA DIVERSIFICADA DE

SUBSISTÊNCIA

Características e demandas:

A apreciação das características do Tipo 5 demons-tra a existência de inúmeros impecilhos para a execu-ção das atividades produtivas. De modo geral, verifi-ca-se uma reduzida quantidade de terra, baixautilização de tecnologias modernas, posse de animaisem número limitado e pouco mais da metade da rendaoriginada de atividades agropecuárias. Mesmo assim,constata-se que 25% dos produtores detêm proprieda-des que podem chegar até 35 ha e obtêm renda quepode ser três vezes superior à renda média do grupo.

Desse modo, entende-se que os papéis mais impor-tantes a serem executados pelos serviços de pesquisae de ATER seriam os de estudar os sistemas de produ-ção em uso, estimular a organização dos produtores,indicar linhas de crédito adequadas às condições emque produzem e divulgar as tecnologias já conhecidas.

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Tais funções têm como objetivo melhorar o desempe-nho dos sistemas de produção, elevando sua produti-vidade e atenuar os efeitos da descapitalização dosestabelecimentos. Tais medidas, podem contribuirpara potencializar os recursos disponíveis possibili-tando aos produtores maiores condições de participa-ção no mercado.

TIPO 6PECUÁRIA DIVERSIFICADA COMERCIAL

Características e demandas:

A análise das características do Tipo 6 evidencialimitações ao desenvolvimento do processo produtivo,tais como o uso limitado de tecnologias modernas e àreduzida quantidade de animais. De outro lado, obser-va-se que 35% de sua renda são formados pela vendada força de trabalho no setor agrícola e pelas aposen-tadorias. Além disso, constitui-se o grupo que possuia menor renda em todo universo estudado.

Assim, cabe aos serviços de pesquisa e de ATERo estudo dos sistemas de produção utilizados, com oobjetivo de avaliar a introdução de tecnologias moder-nas que possam elevar sua produtividade. Neste sen-tido, deve-se ter em conta que as tecnologias disponí-veis e adequadas a estes sistemas podem serimediatamente recomendadas para que tal propósitoseja alcançado. Por outro lado, toma-se necessária amelhoria do nível de organização dos produtores tendoem vista reduzir sua dependência de intermediários noprocesso de comercialização dos seus produtos. Aidentificação de sistemas de crédito adaptados às con-dições em que produzem também é um importantefator para amenizar a descapitalização dos estabeleci-mentos e viabilizar a incorporação de novas tecnolo-gias.

TIPO 7PECUÁRIA

Características e demandas:

As características do Tipo 7 revelam limitações aodesenvolvimento do processo produtivo, a exemplo do

reduzido uso de tecnologias modernas. Contudo, é umgrupo que possui um maior número de animais e cujosrendimentos são em grande parte decorrentes das ati-vidades agropecuárias.

Em face dessas condições, compete aos serviçosde pesquisa e de ATER o estudo dos sistemas deprodução em uso para avaliar as possibilidades deampliar a incorporação de tecnologias modernas, vi-sando a elevação dos níveis de produtividade existen-tes. Neste sentido, pode-se verificar quais as tecnolo-gias geradas que se mostram adequadas para usoimediato pelos produtores.

Outros aspectos relevantes a serem consideradossão o do fortalecimento da organização dos produtorescom vistas a obterem maiores ganhos no processo decomercialização, bem como o da identificação de li-nhas de crédito adaptadas às condições em que produ-zem.

TIPOSPECUÁRIA DIVERSIFICADA

Características e demandas:

A análise do Tipo 8 demonstra a existência delimitações ao desenvolvimento do processo produtivo,como a disponibilidade de terras e o reduzido nível deutilização de tecnologias modernas. Dentre os fatoresfavoráveis, pode-se mencionar a posse de um maiornúmero de animais, sobretudo bovinos, e uma compo-sição da renda, em que 79% dos ganhos são oriundosdas atividades agropecuárias.

Desse modo, a atuação dos serviços de pesquisa ede ATER devem concentrar-se no estudo dos sistemasde produção existentes, com o objetivo de identificaros conhecimentos necessário à elevação de sua produ-tividade. Faz parte deste esforço a seleção das tecno-logias já disponíveis que se mostrem adequadas a estessistemas.

A melhoria dos níveis de organização dos produ-tores também é de fundamental importância para re-duzir sua dependência de intermediários-no processode comercialização dos bens produzidos, assim comoa identificação de linhas de crédito compatíveis comsuas condições.

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TIPO 9PECUÁRIA COM AGRICULTURA

COMERCIAL

Características e demandas:

A análise das características do Tipo 9 demonstraque as limitações existentes para o desenvolvimentodas atividades produtivas são bem menores que asconstatadas nos demais Tipos. Os produtores fazemum uso mais acentuado de tecnologias modernas, so-bretudo na pecuária, e dispõem de um maior númerode unidades animais, principalmente de bovinos. Poroutro lado, verifica-se que 92% dos seus rendimentossão originados das atividades agropecuárias.

Desse modo, cabe à pesquisa e à ATER a identifi-cação das tecnologias que possibilitem a elevação daprodutividade das criações e cultivos existentes, ava-liando, de imediato, quais os conhecimentos disponí-veis que podem ser transferidos, a curto prazo, paraque tal propósito seja alcançado.

Por outro lado, o fortalecimento da organizaçãodos produtores com vistas a comercialização dos seusprodutos é de grande importância para que os possíveisganhos com o aumento da produtividade não venhama ser repassados para os intermediários. A indicaçãode linhas de crédito compatíveis com as condições quecaracterizam o processo produtivo também é necessá-ria para a capitalização das atividades desenvolvidas.

TIPO 12PECUÁRIA DE LEITE COM

AGRICULTURA COMERCIAL

Características e demandas:

A análise das características do Tipo 12 indica queas restrições ao processo produtivo são mais reduzidasdo que as observadas em todos os outros grupos.Embora não façam uso de tecnologias modernas nasatividades agrícolas, empregam intensivamente estesconhecimentos na pecuária. Possuem um número debovinos elevado, bem maior que o dos demais tipos.Seus rendimentos são, também, superiores aos dos

outros grupos, e, em grande parte, oriundos da agro-pecuária. Todavia, é o tipo de menor repre-sentatividade no universo estudado.

Desse modo, a atuação de pesquisa e da ATERdeve visar a introdução de tecnologias modernas nasatividades agrícolas e a elevação da produtividade napecuária. A organização dos produtores é um aspectoa ser também enfatizado, com a finalidade de reduzirsua dependência de intermediários no processo decomercialização. A identificação de linhas de créditocondizentes com a capacidade de endividamento dosprodutores é necessária para a captação de recursos,que possibilitem a adoção de novas tecnologias e acapitalização dos estabelecimentos.

TECNOLOGIAS GERADAS

A identificação de conhecimentos elaborados pelapesquisa que possam ser transferidos para os sistemasde produção em uso, após uma avaliação prévia de suaadequação, constitui-se em um dos objetivos do estu-do. Tais conhecimentos correspondem a duas catego-rias básicas: as tecnologias de convivência com seca eas tecnologias geradas para a elevação dos níveis deprodução e de produtividade dos sistemas agrícolas.

A exploração das atividades agropecuárias nosemi-árido baiano é dificultada pela distribuição irre-gular das chuvas e pela ocorrência de estiagens fre-quentes, o que, muitas vezes, acarreta elevados preju-ízos aos produtores. Visando a atenuar os efeitos dasadversidades climáticas os órgãos de pesquisa agrope-cuária localizados na região desenvolveram progra-mas de geração, adaptação e melhoria de tecnologiascom objetivo de proporcionar recursos que possibili-tassem uma convivência com seca. Dentre as tecnolo-gias geradas pode-se mencionar como as mais impor-tantes as cisternas, os barreiros, as barragenssubterrâneas, a captação "in situ", o capim buffel, aleucena, a algaroba e o sorgo. Observa-se que algumasdessas tecnologias destinam-se à captação e ao arma-zenamento de água, outras à melhoria das atividadesagrícolas e pecuárias. Em seu conjunto, porém, con-vergem para o fortalecimento da infra-estrutura daspropriedades.

Verificou-se que a maioria dos produtores nãoconhecem essas tecnologias e uma parcela ainda maiornão as utiliza. Os conhecimentos relativos à captação

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e armazenamento de água são praticamente ignorados,enquanto os referentes à pecuária são os mais conhe-cidos. Sua utilização, contudo, é efetuada por umcontingente reduzido de produtores.

Em relação ao aumento dos níveis de produtivida-de, foi selecionado um conjunto de tecnologias, que,após uma pré-avaliação dos pesquisadores e extensio-nistas da região, poderá ser recomendado aos produ-tores:

• Adubação em feijão• Aporé, nova cultivar de feijão para a Bahia• Clone de cajueiro anão Epace CL 49• Clone de cajueiro anão precoce• Milho BR 5011 sertanejo• Pioneira, nova variedade de banana• Sistema integrado leucena, milho e feijão para pe-

quenas propriedades da região serni-árida• Variedades de milho para o serni-árido baiano• Capim buffel CV CPATSA 7754• Capim buffel CV molopo• Capim buffel CV numbank• Colheideira manual de sementes de capim buffel• Cultivo da maniçoba para produção de forragem no

serni-árido brasileiro• Desmame do bezerro para melhorar o desempenho

reprodutivo na zona semi-árida• Feno de maniçoba na engorda de novilhas• Raspas de mandioca para alimentação animal na

região semi-árida do Nordeste

• Sistema CBL para a produção de bovinos no sem i-árido

• Suplementação mineral de bovinos na Bacia doParaguaçu

• Uso direto de fertilizantes fosfatados para suple-mentação de bovinos no sem i-árido

• Utilização da leucena como fonte de proteínas paraos rebanhos

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos diferentes tipos de sistemas agrícolasencontrados no município de Euclides da Cunha evi-dencia inúmeras semelhanças entre eles, as quais re-metem à constatação de fatores estruturais responsá-veis por tal configuração. Assim, observa-se que apouca disponibilidade de terras, o uso limitado detecnologias no processo produtivo, a falta de crédito ea extrema dependência de intermediários para a co-mercialização dos bens produzidos, atinge a maioriados produtores, fazendo com que, na composição desua renda, os ganhos oriundos das atividades agrope-cuárias, poucas vezes ultrapassem mais da metade dototal obtido. No entanto, à medida em que os estabe-lecimentos passam a dispor de mais de cinco unidadesanimais, sobretudo bovinos, tal situação se altera sen-sivelmente. Isto pode ser verificado na Tabela 1, apartir do tipo 7, onde se observa um expressivo incre-mento na renda. Modifica-se, também, a estrutura desua composição, desde que mais de 80% dos ganhospassam a se originar das atividades agropecuárias,conforme pode ser visto na Tabela 2. Nesses tipos seobserva, também, uma tendência para o assalariamen-to de um menor número de trabalhadores permanentes(Tabela 3).

Com efeito, pode-se constatar que a pecuária seapresenta como um forte fator de diferenciação entreos grupos no universo estudado. Se considerados ostipos de 1 a 6, nota-se que eles representam 81 % dossistemas agrícolas do município. Os produtores quêintegram estes tipos não possuem animais ou dispõemde um número limitado deles. Em sua maioria, encon-tram-se em uma situação de acentuado pauperismo,dependendo, em parte, da venda da força de trabalhoe de aposentadorias para sua sobrevivência (Tabela 2).Nesses grupos, uma reduzida parcela de produtoressitua-se na categoria de "agricultura familiar de tran-sição", ou seja, possuem determinada gama de recur-sos (terra, animais, rendimentos) cuja potencializaçãopoderá levá-Ios a uma maior participação no mercado.A maioria, porém, subsiste em condições de pobrezaacentuadas, o que reduz enormemente a possibilidadede maior integração a uma economia monetária. Suaefetiva realização como produtores dependeria de po-lítica sociais de maior alcance, a exemplo dos progra-mas de redistribuirão fundiária. Por sua vez, os produ-tores que integram os sistemas agrícolas constituídospelos tipos 7 a 12 são aqueles que, devidamente esti-mulados (crédito, tecnologia, assistência técnica), pos-suem condições mais adequadas à consolidação desuas posições em uma economia de mercado.

Tabela 1Tamanho de propriedade, utilização das terras e renda média anual por tipo

Área Área Média Unidades animais Área Média Principais culturascom culturasTipos Média total com pastagens Principais pastagens tradicionais tradicionais

(ha) (ha) Bovinos Ovinos Caprinos (ha)(ha)

Tipo I 7.1 - - - - - 3,8 Feijão, milho,feijão-de-corda

Tipo 2 4,8 - - - - - 2,8 Milho, feijão,feijão-de-corda

Tipo 3 6,9 - - - - - 3,4 AITOZ, feijão, milhoTipo4 7,9 1,4 Capim, capim buffel, palma 1,56 0,20 0,14 4,7 Feijão, milho,

feijão-de-cordaTipo 5 9,3 1,1 Capim, palma 2,18 0,19 - 3,0 Feijão, milho,

feijão-de-cordaTipo 6 27,5 3,0 Capim 3,50 0,60 0,60 5,3 Milho, feijãoTipo 7 25,3 4,7 Capim,palma, capim buffel 6,70 3,60 - 6,1 Milho, feijãoTipo 8 14,6 3,7 Capim, capim buffel 7,50 0,50 - 7,5 Milho, feijãoTipo 9 32,0 4,5 Capim,palma 8,10 1,20 2,20 10,0 Milho, feijãoTipo 12 33,2 12,0 Capim 23,20 - - 12,0 Milho, feijão

FOI/te: Levantamento de campo - /995.

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COCHRAN,W.G. Teorias de amostragem. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura,1965. 555p.

Tabela 2Composição da renda média bruta anual dos produtores por tipo

Renda Média Renda Agropeeuária Renda da Venda de Mão-de-Obra Renda de Salários Externos Renda de AposentadoriasTipo Bruta Anual na Agricultura(R$ 1,00) (R$ 1,00) % (R$ 1,00) % (R$ 1,00) % (R$ 1,00) %

Tipo 1 1.369 650 47,5 l58 11,6 145 10,6 415 30,3Tipo 2 1.521 677 44,0 314 21,0 75 5,0 455 30,0Tipo 3 1.058 898 85,0 20 1,0 - - 140 14,0Tipo4 1.671 994 60,0 224 13,0 114 7,00 340 20,0Tipo 5 1.298 750 58,0 140 11,0 210 16,0 198 15,0Tipo 6 870 554 65,0 235 27,0 - - 70 8,0Tipo 7 2.882 2.306 80,0 48 1,8 84 2,9 444 15,3Tipo 8 2.474 1.953 79,0 93 3,8 51 2,1 376 15,1Tipo 9 3.520 3.241 92,0 57 1,6 144 4,1 77 2,3

Tipo 12 6.977 6.432 92,2 545 7,8 - - - -

Fonte: Levantamento de campo - /995

Tabela 3Tamanho da família e distribuição da mão-de-obra por tipo

Tipo Tamanho Médio da Família Mão-de-Obra Familiar N° Médio de Dependentes Mão-de-Obra Temporária Mão-de-Obra Permanentepor Ativo (h/d/a) (h/d/a)

Tipo I 4,8 2,3 2,1 0,03 0,13Tipo 2 5,3 2,6 2,0 0,04 0,08Tipo 3 5,0 2,6 2,9 - -

Tipo 4 5,2 2,6 2,0 0,05 0,06Tipo 5 6,6 3,4 1,9 0,05 0,03Tipo 6 3,0 1,8 1,7- 0,20 -Tipo 7 6,2 3,0 2,0 0,30 -

Tipo 8 5,3 2,8 1,8 0,07 0,09Tipo 9 7,4 4,2 1,8 0,08 -

Tipo l2 4,0 1,8 2,3 0,41 -

Fonte: Levantamento de campo - /995

CBl- CAATlNGA-BUFFEL -LEUCENAALTERNATIVAS PARA A PECUÁRIA

DO SEMI-ÁRIDO- E:DA -CPATSA

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