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Programa d Conferência Internacional de Estudos Linguísticos Educação (Linguística), Multiletramentos e Identidades Universidade de Brasília | Brasil | 17 e 20 de outubro de 2017 Terça-feira 17/10 Quarta-feira 18/10 Quinta-feira 19/10 Sexta-feira 20/10 8h30 às 10h Abertura Oficial Conferência de Abertura Kanavillil Rajagopalan Viviane Heberle Conferência (2) Daniel Silva Viviane Veras Conferência (3) Xoan Lagares Diez Juscelino Nascimento Conferência (4) Sinfree Makoni Kanavillil Rajagoapalan 10h às 10h30 Intervalo para o Café Intervalo para o Café Intervalo para o Café Intervalo para o Café 10h30 às 12h30 Comunicações e Pôsteres Comunicações e Pôsteres Comunicações e Pôsteres Comunicações e Pôsteres Almoço Almoço Almoço Almoço Almoço 14h às 16h Conferência (1) Joaquim Dolz Kleber Silva Mesa-Redonda (1) Educação Linguística e Multiletramentos Digitais Lucila Pesce, UNIFESP Maximina Freire, PUC-SP Reinildes Dias, UFMG Vilson Leffa, UCPEL Maria del Carmen Aranda Mesa-Redonda (2) Políticas de Ensino e Aprendizagem de Línguas Audrei Gesser, UFSC Clarissa Jordão, UFPR Eulália Leurquin, UFC Mariney Pereira a Conceição, UnB Letícia Capelão Mesa-Redonda (3) Língua Portuguesa: Faces e Interfaces Clécio Bunzen, UFPE Ismara Tasso, UEM Juliana Dias, UnB Rita Augusto, UFMG Sonia Guedes Mesa-Redonda (4) Línguas Estrangeiras/Adicion ais: Faces e Interfaces Beatriz Rodrigues/UFPI Maria Luisa O. Alvarez, UnB Walkyria Monte- Mor/USP Elkerlane Martins Mesa-Redonda (5) Educação Docente na Contemporaneidade Fernanda Liberali, PUC-SP Kleber Silva, UnB Laura Miccoli, UFMG Sávio Siqueira, UFBA Zenaide Dias Mesa-Redonda (6) Política, políticas linguísticas e discursos Cátia Martins, Universidade de Toronto Enilde Faulstich, UnB Maria Izabel Santos Magalhães/UFC Viviane Heberle/UFSC Cesário Pereira Filho

Programa d Conferência Internacional de Estudos ......extensiva, relacionando-os a algumas pesquisas e discutindo as contribuições que o uso desse tipo de atividades pode trazer

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Programa d Conferência Internacional de Estudos Linguísticos

Educação (Linguística), Multiletramentos e IdentidadesUniversidade de Brasília | Brasil | 17 e 20 de outubro de 2017

Terça-feira

17/10

Quarta-feira

18/10

Quinta-feira

19/10

Sexta-feira

20/108h30 às 10h Abertura Oficial

Conferência deAbertura

KanavillilRajagopalan

Viviane Heberle

Conferência (2)Daniel Silva

Viviane Veras

Conferência (3)

Xoan Lagares DiezJuscelino Nascimento

Conferência (4)

Sinfree MakoniKanavillil

Rajagoapalan

10h às 10h30 Intervalo para oCafé

Intervalo para o Café Intervalo para o Café Intervalo para o Café

10h30 às 12h30Comunicações e

PôsteresComunicações e Pôsteres Comunicações e

PôsteresComunicações e

PôsteresAlmoço Almoço Almoço Almoço Almoço

14h às 16h Conferência (1)

Joaquim DolzKleber Silva

Mesa-Redonda (1)Educação Linguística e

Multiletramentos Digitais

Lucila Pesce, UNIFESPMaximina Freire, PUC-SP

Reinildes Dias, UFMGVilson Leffa, UCPEL

Maria del Carmen Aranda

Mesa-Redonda (2)Políticas de Ensino e

Aprendizagem de Línguas

Audrei Gesser, UFSCClarissa Jordão, UFPREulália Leurquin, UFC

Mariney Pereira aConceição, UnBLetícia Capelão

Mesa-Redonda (3)Língua Portuguesa:Faces e Interfaces

Clécio Bunzen, UFPEIsmara Tasso, UEMJuliana Dias, UnB

Rita Augusto, UFMGSonia Guedes

Mesa-Redonda (4)Línguas

Estrangeiras/Adicionais:

Faces e InterfacesBeatriz

Rodrigues/UFPIMaria Luisa O.Alvarez, UnB

Walkyria Monte-Mor/USP

Elkerlane Martins

Mesa-Redonda (5)Educação Docente naContemporaneidade

Fernanda Liberali,PUC-SP

Kleber Silva, UnBLaura Miccoli, UFMGSávio Siqueira, UFBA

Zenaide Dias

Mesa-Redonda (6)Política, políticas

linguísticas ediscursos

Cátia Martins,Universidade de

TorontoEnilde Faulstich, UnBMaria Izabel Santos

Magalhães/UFCViviane

Heberle/UFSCCesário Pereira Filho

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16h às 16h30 Intervalo para oCafé

Intervalo para o Café Intervalo para o Café Intervalo para o Café

16h30 às 18h30 Comunicações ePôsteres

Comunicações e Pôsteres Comunicações ePôsteres

Conferência deEncerramento

eFestschrift

ContemporaryCritical

Studies in Linguistics

Kanavillil RajagopalanKleber Silva

Cátia Martins

Jantar por adesão ApresentaçãoArtística-Cultural

Coquetel eLançamento de Livros

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Minicursos

Leitura Intensiva e Leitura Extensiva – Discussões teóricas e atividades relacionadas ao ensino-aprendizagem de línguas adicionais

Beatriz Gama Rodrigues UFPI

Nesse minicurso abordaremos alguns conceitos teóricos sobre leitura intensiva e leitura extensiva,tendo como base os seguintes autores: Ausubel (2000), Day & Bamford (1988), Bamford & Day(2004), Carrell (1984) e Grabe (2010). Analisaremos algumas atividades de leitura intensiva eextensiva, relacionando-os a algumas pesquisas e discutindo as contribuições que o uso desse tipode atividades pode trazer para o processo de ensino-aprendizagem de línguas adicionais.

Produção de material didático de português língua estrangeiraEulália Leurquin

UFCO material didático é uma ferramenta importante na sala de aula. Mas, muitas vezes, o professorde português língua estrangeira apresenta dificuldades para selecionar seu material porque lhetem dificuldades de estabelecer critérios. O objetivo deste minicurso é desenvolver no professorestratégias que lhes possibilitem mobilizar conhecimentos necessários para que ele possa analisare produzir material didáticos utilizados ou a utilizar em sala de aula de PLE. Para isso, ancoramo-nos em resultados de estudos desenvolvidos por Leurquin (2014) e em estudos realizados porGondim (2012). Partimos do princípio de que o ensino e aprendizagem de português línguaestrangeira deve ser baseado em gêneros textuais, a partir de situações cotidianas e que devemosrealizar atividades de oralidade e escrita para compreender e ser compreendido. Nesse contexto,é preciso desenvolver projetos que envolvam o aprendiz em situações linguageiras diversas pararesolver problemas e agir na sociedade. As atividades analisadas na oficina fazem parte do acervodo Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguística Aplicada (GEPLA/CNPq), produzidas na Oficina deprodução de material didático de PLE.

Ensinar-Aprender em contextos de superdiversidadeFernanda Coelho Liberali

PUC-SP/CNPqVivemos um momento histórico em que, como aponta Vertovec (2006, 2007), a superdiversidadecria uma mistura e entrelaçamento das diversidades, não apenas de etnicidades, mas também deoutras variáveis que se intersectam e influenciam a composição altamente diferenciada e aabundância de variáveis importantes que afetam onde, como e com quem as pessoas vivem.Acima de tudo, essa superdiversidade afeta quem somos. Nesse quadro, a experiência com odesenvolvimento de estudos sobre conceitos referentes a superdiversidade a construção depropostas de como lidar com eles em sala de aula se fazem fundamentais. Esta minicurso discutiráa relação entre linguagem, educação e superdiversidade, abordando temas como globalização,multilinguismo, e multiletramentos, focalizando tanto aspectos de formação de educadores comode ensino-aprendizagem e enfatizando os movimentos de resistência.

Avaliação no ensino de língua estrangeiraLaura Miccoli

UFMGNeste minicurso, abordaremos a difícil arte de avaliar para melhorar. Trataremos das experiênciasque cercam professores em relação à avaliação. Discutiremos os instrumentos mais comuns para

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avaliar e apresentaremos as alternativas à disposição de quem deseja avaliar com eficiência, bemcomo os desafios de quem elabora, aplica e corrige com o objetivo de sensibilizar professores paraa importância da avaliação como parte integral do ensino e da aprendizagem.

Formação de educadores e a problemática do tempo nas mídias digitaisLucila Pesce

UNIFESPLevando em consideração o atual cenário de formação de educadores da Educação Básica, noâmbito nacional – com base em documentos como as Diretrizes Curriculares Nacionais paraFormação de Professores de Educação Básica, em nível superior (BRASIL, 2015), o Plano Nacionalde Educação (2014-2024), o Documento Referência da Conferência Nacional de Educação (2014) -e sua circunscrição nas demandas internacionais, amparado no documento da UNESCO intitulado“Padrões de competência em TIC para professores: diretrizes de implementação” (2008) - opresente minicurso tem por objetivo proceder à discussão reflexiva acerca de questões afeitas àtemporalidade, no contexto da formação docente. Para tanto, partindo da premissa conceitual detempo como construção social (PESCE, 2014), o minicurso apresenta um breve painel histórico darelação dos seres humanos com o tempo, apoiado nos estudos de Heidegger (2005), Pineau(2003), Aguiar (2000), Assmann (1998) e Glezer (1992). O minicurso prossegue com aapresentação de trechos de filmes que suscitem a discussão acerca de como os seres humanostêm se relacionado com o tempo, na contemporaneidade. A discussão busca considerar asdimensões cronológica e kairológica do tempo (ASSMANN, 1998) e seus desdobramentos naconstituição das subjetividades e das identidades societárias. O minicurso finaliza com umadinâmica dialogal entre os participantes, erguida em meio à apresentação das principais ideiasemanados no grupo, à guisa de levantar alguns limites e possibilidades, quando do enfrentamentode tal problemática.

Ensino de línguas como política linguística

Kanavillil RajagopalanUNICAMP/CNPq

Durante muito tempo, pensou-se que ensino de línguas era simplesmente uma questão detranferir um certo conhecimento a quem desejava adquirí-lo. Até hoje, encontram-se algunsresquicios desse modo de pensar, especialmente em algumas das práticas concretas e corriqueirasnesse campo de atividade. Este mini-curso terá como objetivo pleitear que, cada vez mais, estáficando clara idéia de que muitas dessas práticas têm suas raizes em decisões tomadas na esferadaquilo que chamamos de ‘política linguística’. Daí, a necessidade urgente de prestar atenção nasquestões da ordem política que subjazem as nossas decisões relativas ao ensino de línguas, quermaterna, quer estrangeira.

Tecnologias digitais e expressão oral: aprimorando os letramentos do professor em formaçãoinicial e continuada para ouvir e falar inglês

Reinildes DiasUFMG

As tecnologias para o aprimoramento da escuta e da fala em inglês evoluem na medida que novosrecursos surgem para apoiar esse processo. Das fitas cassetes, CDs e DVDs, para citar apenasalguns dos artefatos culturais para a aprendizagem, encontramo-nos, hoje, diante das affordancesda web que permitem ao professor de inglês assumir o papel de agente em seu próprio aprender.De uma situação passiva do ouvir e repetir, de participar em role plays artificiais, pode criar a suaprópria agenda e estabelecer objetivos para o seu aprimoramento discursivo-multimodal de textos

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orais de vários gêneros em consonância com seus propósitos comunicativos, respeitando asdiversidades linguísticas, culturais e sociais. Pode ainda consultar bancos de dados como oMichigan Corpus of Academic Spoken English, dicionários on-line e sites de pronúncia. Naperspectiva do entrelaçamento do mundo virtual e formação docente, este minicurso objetiva adiscutir o papel de agência do professor em seu aprimoramento da expressão oral por meio derecursos digitais. A criação de um cronograma curto contendo as capacidades orais que gostariade desenvolver será incentivada. O Portal for the English Teacher (DIAS, 2011) será utilizado para aseleção dos artefatos digitais adequados às situações de aprimoramento. O modelo da pedagogiapor design (KALANTZIS; COPE, 2012), visto como um processo de autocriação, será discutido paraapoiar as tomadas de decisão relativas ao inter-relacionamento dos objetivos estabelecidos erecursos digitais para otimizar as ações de aprimoramento. Ênfase será colocada no programaAudacity para a criação de áudios de textos orais de vários gêneros, assim como para as edições,além do acréscimo de trilhas sonoras para torná-los multimodais, tendo em vista a situaçãocomunicativa. Exemplos de trabalhos de graduandos em Letras-Licenciatura e de professores emformação continuada, como, por exemplo, documentários e perfis pessoais, serão disponibilizadospara a avaliação crítico-reflexiva dos participantes.

A performatividade da linguagem: trânsito, trama, traduçãoViviane Veras

UNICAMP

Daniel do Nascimento e SilvaUFSC

Este minicurso, realizado em duas partes, abordará o problema da invenção dos enunciadosperformativos por J. L. Austin e delineará implicações de sua visão pragmática da significação paraos estudos contemporâneos da linguagem. Na primeira parte, revisitaremos a proposta de análiseda linguagem proposta por Austin nas conferências que originaram a obra póstuma Como dizercoisas com palavras e situaremos essa obra no jogo de sua interpretação. A segunda parteretomará esse jogo, dando especial ênfase ao papel do movimento – como tornado visível emmetáforas como o trânsito e a tradução – na significação performativa. Essa parte tratará tambémda interinfluência entre psicanálise, antropologia e pragmática linguística na imaginação dessemovimento.

Multiletramentos e ensino de línguas estrangeiras no BrasilViviane M. Heberle

UFSC/CNPqCom o advento de novas tecnologias, abriu-se a possibilidade de inovações na área de ensino delínguas estrangeiras no Brasil, com a utilização de diferentes recursos semióticos advindos daInternet, redes sociais, sites, YouTube, por exemplo, em atividades como blogs, wikis, resenhasdigitais de livros e filmes, narrativas multimodais digitais, entre outras. O uso dessas inovaçõesestá diretamente ligado à temática de Multiletramentos, que se refere a práticas sociais queenvolvem um conjunto de habilidades, estratégias e recursos semióticos utilizados para seproduzir e interpretar textos na sociedade contemporânea, em estreita relação com o contextosocial. Neste minicurso discutiremos essas questões e proporemos atividades pedagógicas quepodem ser utilizadas em aulas de inglês, mas possivelmente também aplicáveis a outras línguasestrangeiras/adicionais.

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Letramento Crítico e Construção de Sentidos: práticas em discussãoWalkyria Monte Mor

USP/CNPqO minicurso pretende discutir as tensões – e ao mesmo tempo, as possibilidades de expansãointerpretativa – entre o que se entende por ‘controle de sentidos’ e as propostas para odesenvolvimento de construção de sentidos. As teorias dos letramentos críticos reconhecem asmudanças em linguagem e comunicação, colocando em discussão: 1) as tensões e o controle socialdas interpretações; 2) o conceito de construção de sentidos (meaning making) e sua atualidade navisão de leitura como prática social, com base nos estudos de Lemke (2004); Kress (2000, 2010,2012) e Gee (2003, 2010, 2015). Para tal, reporta-se aos estudos sobre multimodalidade, segundoos quais a linguagem se constrói por novos modos e modalidades, havendo também novas formasde interação. Esta é uma percepção que conduz às revisões nas noções sobre ‘compreensão’ e‘interpretação’ em suas interfaces com o conceito de ‘construção de sentidos’ nos estudos delinguagem como prática social (KRESS 2005; GEE 1997, 2004; FREEBODY & LUKE, 1997). Aconstrução de sentidos revela ter um potencial de desenvolvimento de agência, uma perspectiva aser ampliada na formação universitária e escolar voltada para práticas sociais e culturaisativas/críticas (LANKSHEAR & KNOBLE 2003, 2011; COPE & KALANTZIS 2000, 2004, 2012, 2015;GIROUX 2005; MENEZES DE SOUZA 2006, 2010; MONTE MÓR 2006, 2009, 2010, 2013, 2015).

Voz e a voz de RajagopalanSávio Siqueira

UFBAA proposta do mini-curso é apresentar e discutir com interessados argumentos, ideias e reflexõesde Kanavillil Rajagopalan em textos ancorados na Linguística Aplicada, voltados especificamentepara a pedagogia de línguas, em especial o inglês na sua condição de língua mundial. Tendo acessoà voz do nosso mestre e pensador, busca-se trazer para o centro do debate suas provocações epropostas no sentido de alargar o pensamento e refinar a prática de profissionais envolvidos comeducação linguística de modo mais amplo e, mais especificamente, de ensino de língua inglesa nocontexto brasileiro.

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Conferência de Abertura

Why linguistics needs to reinvent itself

Kanavillil RajagopalanUNICAMP/CNPq

Academic disciplines tend to be sluggish in responding to demands placed on them by the realityon the ground below, especially when these demands bespeak cataclysmic changes that havebeen taking place slowly but steadily. Linguistics is a case in point. Its “birth” as a discipline in itsown right happened at a time when the world was completely different from what it is widelyseen as today. No wonder that many scholars have characterized it as a largely 19 th centurydiscipline. How can we hope to make it more amenable to our day-to-day lived reality? My aim inthis talk is to speculate on some of the new battle-cries that will behoove us to adopt if we wish tomeet the challenge contained in the foregoing question.

Conferência 1

As práticas de formação dos professores no domínio da produção escrita

Joaquim DolzUniversidade de Genebra

Em uma pesquisa realizada nos últimos anos pela equipe GRAFE da Universidade de Genebraforam analisadas as práticas de formação dos professores no domínio da escrita em seteinstituições de formação. A pesquisa evidencia os conteúdos de saber ensinados, os tipos deatividades de formação propostas, os suportes e as ferramentas profissionais desenvolvidas, o tipode alternância com o terreno escolar proposto nos estágios e o conjunto de gestos profissionaisque caracterizam a ação dos formadores. Conhecendo a importância do desenvolvimento daescrita para o letramento, os resultados da pesquisa serão uma base para discutir aspotencialidades da formação sobre a escrita sobre os desafios educativos do Brasil.

Conferência 2

Comunicação: a recusa e o desejo da Linguística

Viviane VerasUNICAMP

Daniel do Nascimento e SilvaUFSC

Um princípio básico da Linguística como empreendimento científico é a de que a linguagem éirredutível à comunicação. Ao diferenciar a linguagem humana da comunicação animal,Benveniste, de forma pioneira, chamava atenção ao caráter plástico e criativo da linguagemhumana, o que a distingue, em sua visão, da relativa fixidez da comunicação de outros animais.Antes dele, Voloshinov já havia contraposto o signo ao sinal, apontando que o próprio dos estudos

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da linguagem é o signo não como entidade meramente informativa, idêntica a si própria, mas simcomo diferença e transformação. Nesta conferência, apontaremos que, a despeito de muitasvertentes da Linguística defenderem que fazemos mais do que comunicar quando usamos alinguagem, o desejo pela comunicação como transmissão transparente de informação aindapermanece em muitos empreendimentos do campo. Ao revisitar metáforas como “transmissão”em Psicanálise e “comunicabilidade” em Antropologia Linguística, tentaremos indagar aindecidibilidade entre recusa e desejo, impossibilidade e necessidade, metafísica e desconstrução,no problema da comunicação em Linguística.

Conferência 3

A perspectiva glotopolítica

Xoán Lagares Diez UFF

A minha apresentação consistirá numa definição da perspectiva glotopolítica, com base no artigode Guespin e Marcellesi de 1986, "Pour la Glottopolitique". As principais características desse tipode análise têm a ver, do meu ponto de vista, com a consideração da política como debate e litígio,com a compreensão da língua como um objeto político em disputa e com a integração do social edo linguístico. Mostrarei exemplos tomados da realidade atual brasileira.

Conferência 4

Language planning, security, police communication and multilingualism inuniform: The case of South African Police Services

Sinfree B. MakoniPennState University

The virulence of global conflicts and conflicts between different ethnolinguistic groups makeslanguage, now more so than previously, a central issue within the state security apparatus. Policeare at the forefront of law enforcement, making language and language planning an integralcomponent of police communication. The centrality of language is more pertinent in complexmultilingual contexts like South Africa. The sociolinguistic and discourse analysis of the security inSouth Africa makes an important contribution to policing to the extent that it adds social andlinguistic dimensions, critical-theoretical and sociological approaches relevant to multilingualism,language policy and planning in security contexts over and above conventional security research,which, to date, has been dominated by psychological and anthropological approaches. As a result,this article explores ways in which language and language planning can address security issues in amultilingual context, focusing on the case of South Africa and the South African Police Services.The objective is to analyze multilingualism in relation to security and to draw implications forsociolinguistics of policing studies, and conversely the implications of security studies (andsecurity, policy) for sociolinguistics and multilingualism. This article builds on the limited literatureon the sociolinguistics of security and at the same time situates security at the nexus ofsociolinguistics and multilingualism in South Africa. The article maintains that while it is true, to adegree, that multilingualism enhances security, the significance and value of multilingualism maybe exaggerated especially if language is viewed as disembodied practice. Unless multilingualism is

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embedded in other semiotic practices that embrace ways in which both historical andcontemporary communication in security are framed; it will remain at the periphery of policecommunication.

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Mesa-Redonda 1 – Língua Portuguesa: Faces e Interfaces

O trabalho com tiras cômicas: o que pensam e o fazem os professores em formação inicial?

Clecio dos Santos Bunzen JúniorUFPE

Baseado nas discussões de Rojo (2001) sobre modelização de gêneros e planejamento docente,assim como do conceito de projeto didático autoral (Matencio, 1999; Rojo, 2005; Bunzen, 2009),pretendo discutir nesta mesa como professores em formação inicial mobilizam seus saberes econhecimentos sobre o trabalho na com as práticas de linguagem. A discussão central girará emtorno da ação de planejar aulas para crianças ou jovens (Anos Finais do Ensino Fundamental ouEnsino Médio) com o gênero “tira”, “tira cômica” ou “tirinha” (RAMOS, 2013). Neste sentido, faz-se necessário debater como os professores em formação inicial (com pouca ou nenhumaexperiência em docência) planejam aulas com determinados gêneros e textos singulares. Talmovimento implica várias ações didáticas da parte do futuro professor, matriculado em um cursode licenciatura em Letras-Português: (i) escolha de textos específicos para uma turma; (ii) gestãodo tempo; (iii) seleção de objetivos de ensino; (iv) seleção de objetivos de aprendizagem; (v)seleção de atividades e metodologias específicas; (vi) uso de materiais/suportes/mídias específicas(vii) escolha de modos de avaliar, (viii) o diálogo com outros materiais didáticos etc. Destacarei, aolongo da apresentação, as principais dificuldades observadas para trabalhar com dimensõesverbo-visuais (BRAIT, 2013) da tira cômica, levando em consideração o processo de (re)elaboraçãode planos de aulas, os comentários de auto-avaliação e algumas entrevistas semi-estruturadas.

Língua Portuguesa, Letramento e Inclusão Social em governamentalidade no Vestibular para osPovos Indígenas no Paraná

Ismara TassoUEM

Dentre as ações mais expressivas de respeito à Diversidade das Expressões Culturais e de políticainclusiva, o governo do Paraná promove, desde 2001, o Vestibular para os Povos Indígenas noParaná, cujos fins é atender à demanda de ingresso da população indígena ao ensino superior. Nocampo educacional e linguístico, o evento é singular e dotado de complexidade, haja vista se tratare um processo seletivo que avalia, certifica, legitima e qualifica o candidato como proficiente emlíngua portuguesa. Sob os princípios que regem o vestibular em questão, na ordem da língua,convalida-se ser, o aprovado, detentor dos saberes escolares, obtidos durante a formação básica.Diante disso, propomo-nos refletir sobre como a Língua Portuguesa, sob o regime do Pacto deSegurança, opera e mobiliza categorias que marcam inflexões, avanços, retrocessos, retornos eresistências nesse espaço institucional do Vestibular, trazendo à luz condições de visibilidade da epara a inclusão social.

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Escrita criativa autoral no processo de leitura e escrita na Universidade

Juliana DiasUnB

Nessa mesa redonda focalizo a apresentação geral do nosso projeto de textos da Universidade deBrasília na condição de coordenadora do Laboratório de Textos da UnB- LABTEX. Especificamente,o presente trabalho, cujo marco teórico central são os estudos de letramentos (Freire, Barton,Street, entre outros) e os preceitos da Análise do Discurso Crítica (Fairclough, Chouliaraki eFairclough) com seus desdobramentos para o ensino (Clark, Cameron, entre outros), traz umareflexão sobre a prática do ensino da escrita na pós-modernidade, com ênfase na (re)construçãoidentitária do/a aluno/a como sujeito autor/a autônomo e criativo em sua escrita. Este trabalhoparte dos princípios da Conscientização Linguística Crítica (CLC), uma proposta de linguistas daUniversidade de Lancaster (Grã-Bretanha) que consideram a linguagem como constitutiva emrelação à sociedade, no âmbito ideológico e das relações de poder. A CLC se constrói por meio deum estudo crítico da linguagem, utilizando a Análise de Discurso Crítica como meio para alcançarum discurso emancipatório. A partir destes pressupostos teóricos, apresentamos nossaexperiência com relação à constituição da escrita criativa autoral dos estudantes universitários, apartir da utilização do gênero Memorial de Leitura (FREIRE, 1989). O foco dessa apresentaçãocentra-se no diálogo entre a teoria explorada no âmbito acadêmico e a prática de ensino-aprendizagem de produção textual em gêneros textuais predominantes no ensino superior,especialmente nas humanidades. Como resultados, destacamos a relevância do processo dedesencaixe de identidades do jovem aluno universitário como autor de seu texto, a partir dametodologia da escrita criativa, o que revela estilo e autoria para o trabalho posterior comgêneros acadêmicos tradicionais.

Ensino/aprendizagem de língua adicional: uma perspectiva complexa

Rita de Cássia AugustoUFMG

Um pressuposto teórico que tem balizado grande parte dos estudos empíricos na área deaquisição de uma língua adicional assume que tal aquisição se dá através de um processo linear,ou seja, através de uma dinâmica de causa e efeito. Essa visão determinista, entretanto, tem sidoproblematizada por alguns estudiosos (Larsen-FREEMAN,1997; PAIVA, 2002; VERSPOOR, M.;LOWIE. W.; VAN DIJK. M, 2008). Esses pesquisadores defendem a tese de que a lingua(gem) e oensino aprendizagem de uma língua adicional é um fenómeno demasiadamente complexo eimprevisível para que possa ser explicado por um paradigma cartesiano que tenta compreender otodo pelo estudo de suas partes de forma isolada e que, portanto, desconsidera a forma como asparte interagem no processo de construção do todo. Nesse sentido, linguistas aplicados tais comoRod Ellis, 1995, Krashen, 1985, e Long, 1991 tem, ao longo de décadas, elencados diferentesfactores que atuariam como facilitadores e/ou dificultadores da aprendizagem e que em últimainstância per se determinariam o sucesso ou insucesso do processo de aprendizagem de umalíngua adicional. Larsen Freeman (1997) coloca em dúvida a possibilidade de fatores, agindo deforma isolada, determinarem um processo de aprendizagem exitoso. Essa autora hipotetiza que éa forma como esses factores interagem entre si que pode impactar a trajectória do processo deensino e aprendizagem. Nessa perspectiva, recentemente, alguns estudiosos na área de ensino eaprendizagem de língua adicional, tanto no cenário internacional (LARSEN-FREEMAN, 1997;LARSEN-FREEMAN e CAMERON, 2008) quanto no cenário nacional (PAIVA, 2002,2005) propõemque o processo de ensino aprendizagem de uma língua adicional seja visto a partir da teoria dos

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sistemas complexos. Um sistema é considerado complexo não porque seja complicado, mas simdevido ao grande número de componentes/fatores presentes em sua composição que agem,interagem e retroagem entre si de forma dinâmica e imprevisível. Dessa forma, a teoria dacomplexidade se apresenta como um ferramental epistemológico que pode auxiliar nacompreensão sobre questões relativas ao fenômeno de ensino e aprendizagem de uma línguaadicional. Nessa perspectiva, o propósito da contribuição para a mesa redonda em questão éexplorar as ideias apresentadas até aqui de forma mais ampla.

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Mesa-Redonda 2 – Línguas Estrangeiras/Adicionais: Faces e Interfaces

Formação de professores de língua inglesa em pré-serviço na UFPI: reflexões sobre práticassociais de leitura no ensino-aprendizagem de línguas adicionais

Beatriz Gama Rodrigues (UFPI)

Este trabalho tem como foco analisar as práticas sociais de leitura de alunos/futuros professoresde um curso de Letras Inglês no Piauí. Acreditamos que, assim como as outras habilidades, aleitura tem uma grande importância no desenvolvimento linguístico e faz parte das atividadescotidianas de estudantes universitários, em especial de alunos de um curso de Letras. NaUniversidade Federal do Piauí, ao reformularmos nosso curso de Letras Inglês em 2010, inserimosas disciplinas de Leitura Intensiva e Leitura Extensiva no currículo porque acreditamos que éessencial que futuros professores de línguas adicionais desenvolvam não somente suacompetência leitora, mas que possam auxiliar seus futuros alunos no processo de aquisição dosletramentos que fazem parte da sua formação como cidadãos e participantes de grupos sociais.Nesta pesquisa, apresentamos algumas reflexões sobre práticas sociais de leitura dos estudantesde Letras Inglês que cursaram a disciplina de Leitura Intensiva na UFPI em 2017, buscandocompreender, entre outros aspectos, as contribuições que as leituras e discussões realizadas lhestrouxeram, suas reflexões como estudantes de língua inglesa e também como futuros professoresdessa língua. Fundamentamos nossa pesquisa em Kleiman (1995), Soares (2006), Street (1991),Heath (2001), Barton (2007), Bartlett e Holland (2002) e Gee (2004). No início da disciplina,utilizamos questionários para conhecer as práticas sociais de leitura dos participantes. No decorrerda disciplina, fizemos algumas sessões reflexivas para discutirmos o processo de formação deprofessores de línguas adicionais e o ensino-aprendizagem de leitura. Apresentaremos ediscutiremos as observações que coletamos durante este evento. Esperamos que, a partir dasdiscussões ocorridas, possamos refletir mais profundamente sobre o desenvolvimento daformação de professores de línguas em nossas instituições de ensino e sobre o impacto dessaformação no desenvolvimento dos seus alunos em nosso país.

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A (des)valorização do ensino do espanhol no Brasil

Maria Luisa Ortiz AlvarezUnB

Ao longo dos anos muitas foram as tentativas de inserção do ensino do Espanhol no Brasil. Atéque em 5 de agosto de 2005, foi sancionada a lei nº. 11.161, pelo então presidente Luis InácioLula da Silva que tornaria obrigatória a oferta do espanhol nas escolas públicas e privadas noEnsino Médio em todo o país, sendo facultativa a implementação nos currículos plenos de EnsinoFundamental – ciclo II. Moreno Fernandez (2005, p. 18) caracteriza o inicio do século XXI como ummomento de “bonança, auge e prestígio” para o Espanhol no Brasil e destaca a pouca importânciadada ao Espanhol pelo sistema educativo brasileiro no século XX. Assim, o ensino dessa língua -cultura tornou-se relevante para os brasileiros e, consequentemente, a procura aumentou Muitosforam os impactos ocasionados por ela começando pelo crescimento do número de interessadosem lecionar a língua espanhola, pela quantidade de alunos ingressando nos cursos de formação,pela presença desta língua no vestibular, dentre outros. Mas apesar desse avanço e dos benefíciosque trouxe, a lei foi revogada em 2016. Este trabalho visa analisar criticamente o momento atualde mudança discursiva no Brasil por parte do atual governo, diante de tantas investidas, comrelação ao ensino de espanhol a partir da revogação da Lei 11.161. Ressalta-se a importância deexigir esclarecimentos e soluções concretas que expliquem a des(valorização) desse idioma noterritório nacional.

Educação linguística e formação crítica de professores de línguas

Walkyria Monte MórUSP/CNPq

Vários estudiosos da Linguística, das Ciências Sociais e Ciências Humanas refletem sobre ‘línguas elinguagens’ nas pesquisas sobre identidade e sociedade. Nas Ciências Sociais, por exemplo, Hall(1992) retrata as mudanças ocorridas desde o Iluminismo até os tempos atuais (nos quais oIluminismo também tem forte presença) ao classificar algumas construções identitárias. Para ele,dentre essas, convivemos com sujeitos iluministas - cujas identidades buscam se constituir demodo convergente e coerente, sendo dotadas das capacidades de razão, consciência e ação - eoutros não exatamente iluministas, cujas identidades gradual e historicamente sealteram/alteraram, respondendo à dinâmica da história social e política. Estes se percebem maisplurais, ligados a contextos sociais e identificam que as sociedades em que vivem não secaracterizam apenas pela convergência, mas também pela diferença, ou seja, pelas divisões epelos antagonismos sociais e pelas relações de poder. Percebem que a diversidade, a diferença e apluralidade sempre integraram/integram os fios das tecelagens iluministas em suas váriasinstituições, mas que estas buscaram/buscam valorizar e priorizar as formações unificadas e não-híbridas, de fácil ou imediata identificação, assim excluindo outras configurações/formaçõesdiversas. Assim como na menção anterior às relações sociais que envolvem identidade, línguas elinguagens, na educação linguística os estudos sobre as/das ‘línguas dos outros’ - numa referênciaàs línguas estrangeiras/adicionais e à língua portuguesa como língua estrangeira - apresentammaiores contribuições na medida em que neles sobressaem-se questões que dizem respeito àsrelações com esses ‘outros’. Nestas, evidenciam-se conceitos (heterogeneidade, hibridismo,

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pluralismo, diversidade, superdiversidade, diferença, colonialidade, por exemplo) que propõemuma rediscussão sobre práticas, conteúdos e enfoques de pesquisas e programas de formaçãodocente na área dos estudos linguísticos.

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Mesa-Redonda 3 – Educação Linguística e Multiletramentos Digitais

Metodologia de medição online: contribuições para o debatedora

Lucila PesceUNIFESP

Considerando o crescimento dos programas e cursos de formação inicial e continuadade professores da Educação Básica, com extensa utilização de dispositivos e interfacesdigitais, a palestra salienta a fecundidade da abordagem dialógica, no contexto dainteração online. A palestra inicia com considerações a respeito das atuais políticaspúblicas brasileiras de educação, situando-as no contexto das demandas dosorganismos multilaterais para a formação de educadores. Nesse movimento, tececonsiderações a respeito da temática, com base em documentos como as DiretrizesCurriculares Nacionais para Formação de Professores de Educação Básica, em nívelsuperior (BRASIL, 2015), o Plano Nacional de Educação (2014-2024), o DocumentoReferência da Conferência Nacional de Educação (2014) e o Documento da UNESCOintitulado “Padrões de competência em TIC para professores: diretrizes deimplementação” (2008). Com vistas a proceder a reflexões sobre alguns indicadoresrelevantes à metodologia de mediação, em ambientes digitais, a reflexão prosseguecom a apresentação de alguns estudos e pesquisas sobre o tema, ancorados naabordagem teórica sociohistórica - particularmente os apontamentos de Levinson(1983), Marcuschi (1998), Soares (2001), Bruno e Pesce (2012), Carneiro e Marschin(2005), Dias (2010), Valentini e Fagundes (2005). A partir da apresentação do conceitofreireano de interação dialógica (FREIRE, 1983; 2001), a palestra finaliza com aexposição do conceito de dialogia digital (PESCE, 2003), refletindo sobre ascontribuições da perspectiva dialógica para a metodologia de mediação online (PESCE,2005).

A educação linguística e os multiletramentos na contemporaneidade

Maximina M. FreirePUC-SP

Vivemos tempos de incertezas e imprevisibilidade, de ordem e desordem, no qual asdisciplinas não conseguem manter seus limites rígidos e, cada vez mais, invadem etransgridem barreiras, procurando definir-se e buscando definições. Causas e efeitosnão mais compartilham uma relação linear e a circularidade que as interliga nos leva àpercepção de que os efeitos retroagem às causas e os produtos retroalimentam osprodutores. Vivemos tempos em que as teorias tradicionais de ensino não maisfornecem respostas convincentes para as perguntas que temos e que emergem a cadadia novas, dos novos contextos sociais e educacionais em que vivemos. A linguagemnunca se mostrou tão mutante e a educação linguística tão carente de inovações comon os nossos dias. Temos que buscar formas de mudança, atualização e docência:formas de entender e ensinar línguas, formas de conceituar e tratar os letramentos, oumelhor, os multiletramentos. Esse é o objetivo desta apresentação: refletir sobre oatual estado do ensino de línguas e buscar alternativas de lidar com questõespedagógicas, tendo em vista uma sociedade sistêmica, marcada por ambiguidades,

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pelo domínio da tecnologia e pelo acesso desmedido à informação, bem como pelademanda de multiletramentos.

Políticas públicas, PNLD, letramentos e a formação de professores de línguasestrangeiras: implementação e desafios no contexto brasileiro

Reinildes DiasUFMG

Os fenômenos da globalização e da interconectividade digital entre indivíduos dediferentes partes do planeta são, de modo geral, os grandes desafios que impactam aspolíticas públicas no âmbito educacional. No caso brasileiro, muitos foram osdocumentos oficiais sobre línguas estrangeiras norteadores dos currículos escolares(PCN, 1998; PCLEM, 1999; OCEM, 2006), entre outros. Porém, só a partir de 2011, oPNLD (Programa Nacional do Livro Didático) – Língua Estrangeira Moderna, fomentadopelo Ministério de Educação e Cultura, com o apoio do FNDE (Fundo Nacional deDesenvolvimento da Educação), reconhece, de maneira imperativa, a necessidadepremente da aprendizagem de uma língua estrangeira na educação básica ao assumira distribuição gratuita de livros didáticos de inglês e de espanhol, em todo o territóriobrasileiro. Tal programa configura-se como uma das ações de políticas públicasbrasileiras advindas dos desafios da nossa era por reconhecer a relevância doconhecimento de uma ou mais línguas estrangeiras pelos alunos para o exercício desua cidadania, tendo em vista a atual internacionalização dos processos formadoresdos cidadãos do século XXI. Em suas prescrições, o PNLD coloca ênfase nodesenvolvimento dos letramentos em língua estrangeira que incluem dois aspectosbásicos: o contexto atual de diversidades (culturais, sociais, linguísticas) e amultimodalidade dos textos na contemporaneidade com foco na formação dos alunospara a cidadania. Tais prescrições, orientadas pelo “entendimento de linguagem comoatividade social e política, que envolve concepções, valores e ideologias inerentes aosgrupos sociais [ ... ] e prática discursiva [ ... ] por meio de manifestação verbal e nãoverbal” (PNLD, 2012, p. 11), dão suporte a propostas pedagógicas de qualidade social,onde o desenvolvimento dos letramentos dos alunos são o ponto central. Nestacomunicação, pretendo discutir algumas das questões da ficha de avaliação do PNLD-2015 e 2018 e relacioná-las a obras didáticas aprovadas para os segmentos do EnsinoFundamental e Ensino Médio, respectivamente. Minha intenção é salientar os desafiosenfrentados no processo de formação de professores de línguas estrangeira frente àum ensino de qualidade social para a educação básica brasileira. São essas obras queajudam a preparar os alunos para o exercício pleno da cidadania, incluindo asoportunidades de acesso a outros bens culturais, como, por exemplo, as pesquisas e osestágios de aperfeiçoamento em outros países. Pretendo sugerir uma relação maisestreita entre a formação do professor, as orientações do PNLD e as obras aprovadaspor meio de colaboração entre os professores através de um portal virtual por mimcriado.

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Da perspectiva monológica à perspectiva dialógica multimodal: desafios para oprofessor de línguas

Vilson J. LeffaUCPEL/CNPq

A ideia de estabelecer um diálogo com o interlocutor ausente representa um desafiopara o professor de línguas, não só no ensino a distância, mas também no presencial,principalmente quando trabalha com textos. O que se percebe é uma dificuldadegeneralizada de levar o aluno a conversar com o texto durante o processo da leitura,de modo a auxiliá-lo no momento em que ele tenta construir o significado do texto, enão depois, como geralmente acontece, com ênfase no resultado, tipicamente porperguntas de compreensão/interpretação. Pretendo demonstrar que o professorquando usa um texto para trabalhar com o aluno pode assumir a posição do autor dotexto, mesmo que o texto não seja seu, e, como tal, criar meios de estabelecer umdiálogo com o aluno/leitor. Embora essa questão já pareça esgotada em outras áreas,incluindo a Comunicação e a Teoria Literária, ela, em minha percepção, ainda nãochegou ao ensino de línguas. Na literatura, por exemplo, temos a Teoria da Recepção,principalmente na figura de Wolfgang Iser, com sua proposta do leitor implícito naobra de quem escreve. Exemplos clássicos dessa tentativa de dialogar com o leitorpodem ser encontrados na obra de Machado e, de modo mais contundente, em ItaloCalvino, no seu livro Se um viajante numa noite de inverno, em que chega à proeza detransformar o leitor em personagem. Minha proposta é de que o trabalho teórico eprático desses precursores dos recursos dialógicos do texto verbal pode servir de basepara o trabalho do professor com os textos multimidiáticos, incluindo não apenas otexto verbal, mas também o áudio, o vídeo e o recurso da interatividade, viável namídia digital. O que era difícil de ser implementado no texto impresso, limitado àbidimensionalidade estática do papel, pode ser produzido com muito mais facilidadena mídia digital, essencialmente dinâmica, líquida e extremamente adaptável adiferentes contextos, capaz não só de produzir um diálogo mais significativo com oaluno, no mundo conectado em que vive, mas também de levá-lo a novas formas deconstrução do conhecimento, mais envolventes e produtivas. Partindo do pressupostode que a dificuldade de construir esse diálogo com o texto depende de um saber nãoadquirido pelo professor em sua formação, vou tentar demonstrar algumas maneirasrecuperar essa lacuna, usando como material de pesquisa, cursos de formação deprofessores em serviço sobre a produção de recursos educacionais abertos com o usodas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). A conclusão é de que a essênciadesse saber está na capacidade de implementar o diálogo na aprendizagem, unindo oque se aprende dos clássicos da literatura com a maiêutica socrática, tudo facilitado eenriquecido pelos recursos multimodais das TIC.

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Mesa-Redonda 4 - Políticas de Ensino e Aprendizagem de Línguas

Usos linguísticos e construções culturais em aulas de Libras como língua adicionalpara ouvintes

Audrei GesserUFSC

Essa fala tem como objetivo traçar os relevos de uma cena pedagógico- cultural quereúne alunos ouvintes com o interesse comum em aprender a Libras interagindo comum professor surdo. Com base em ferramentas da Etnografia (Mason 1997), eseguindo a perspectiva da Sociolinguística Interacional, que analisa língua(gem) emcontextos sociais, este estudo leva em consideração as noções de capital cultural(Bourdieu 1992), habitus grafocêntrico (Souza 2001) e tática/estratégias (de Certeau1994, 1996) para relacionar com a discussão da interação em tela. Observa-se que asobreposição e a alternância de modalidades durante a aprendizagem pelos alunosouvintes depende dos significados construídos e identidades projetadas na interaçãoface-a-face. Com efeito, choques culturais entre o professor surdo e algumas alunasouvintes foram identificados, já que diferenças culturais estavam em jogo. Emboraneste contexto investigado ambas as línguas – Libras e Português – são reconhecidascomo línguas completas e utilizadas pela maioria dos participantes, a presença dealguns conflitos durante a interação em sala de aula é sentida, bem como valoresdistintos atribuídos às línguas e suas respectivas modalidades linguísticas. Aprenderuma língua cujo canal de comunicação é totalmente alheio e diferente (GESSER, 2009)causa um estranhamento aos olhos e mãos dos ouvintes. Sendo assim, entendo que osalunos devem ser sensibilizados, e o fazer pedagógico do professor deve contar com acontextualização das perspectivas históricas, linguísticas e políticas vividas pelossurdos, pois esses saberes refletem as formações culturais e identitárias queconstituem o sentido de “ser surdo” em uma sociedade majoritariamente ouvinte(STROBEL, 2008), contribuindo, a meu ver, no processo de aprendizagem da Librascomo língua adicional por ouvintes (GESSER, no prelo).

Inglês para internacionalização: Identidade docente e EMI

Clarissa Jordão UFSC

Esta comunicação tratará de questões relacionadas à internacionalização do ensinosuperior no Brasil, destacando-se uma prática institucional implementada numauniversidade pública para o desenvolvimento docente em língua inglesa. A partir deresultados preliminares de pesquisas em andamento, que têm como foco as práticasinstitucionais voltadas para a internacionalização (editais, programas, práticas, etc) eas percepções de discentes e docentes (de diversas áreas do conhecimento) sobre alíngua inglesa em sua formação acadêmica e no processo de internacionalização doensino superior, apresentaremos uma análise inicial de alguns aspectos relacionados àformação docente e à vida acadêmica de brasileiros envolvidos com a língua inglesaem suas instituições. A fim de discutir especialmente a dimensão ética de práticas deinternacionalização, adotaremos na análise uma perspectiva pós-colonial e

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descolonizadora, tratando especialmente de docentes com (1) o mito do falantenativo, (2) as percepções sobre proficiência linguística e inteligibilidade em ambientesde uso da língua inglesa em contextos internacionais, e (3) seus desdobramentos empolíticas de publicação em inglês.

Ensino e aprendizagem de português língua estrangeira: intenções e impedimentosnos desafios da sala de aula

Eulália Vera Lúcia Fraga LeurquinUFC

O ensino e aprendizagem de português língua estrangeira nas universidades aconteceno contexto de projetos de extensão, em sua maioria. A falta de uma política deformação de professor é um dos grandes motivadores para o caminhar em passos maislentos, inclusive do ensino e aprendizagem porque, entre outros, falta o espaço dereflexão sobre a prática docente. Essa situação gera conflitos oriundos de intenções eimpedimentos (BRONCKART, 1999) verbalizados pelos professores ao falar sobre aexperiência. Meu objetivo é abrir um espaço de reflexão sobre o ensino eaprendizagem de português língua estrangeira a partir do agir do estagiário(LEURQUIN, no prelo) representado nos relatórios de estudantes que realizaram oestágio docente em sala de aula de PLE. Os dados analisados fazem parte do acervo doGrupo de Estudos e Pesquisa em Linguística Aplicada (GEPLA), produzidos em 2016.Trata-se do relatório de três estagiários, que assumiram as três turmas do CursoPortuguês Língua Estrangeira: língua e cultura brasileiras, da Universidade Federal doCeará. Nosso foco é o item desenvolvimento do relatório, onde são descritas eanalisadas as aulas ministradas. Analisamos as figuras de ação (BULEA, 2010), os tiposde discurso e os impedimentos e intenções (BRONCKART, 1999), relacionando-os àsmodalizações do agir do estagiário (LEURQUIN, 2013).

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Linguagens e identidades na pós-modernidade: implicações para a educação de professores delínguas

Mariney Pereira ConceiçãoUnB

Novos letramentos presentes na sociedade contemporânea trazem um grande desafio para aformação de professores de línguas estrangeiras nos dias atuais: a busca por um modelo deformação que envolva a capacidade de lidar com a multimodalidade textual, ou seja, a capacidadede ler e produzir textos orais e escritos inseridos nos mais diversos contextos sociais (ROJO, 2012).Programas que adotam um modelo reflexivo de formação de professores devem capacitarprofessores a avaliarem a sua prática em sala de aula, incluindo a análise crítica das suas própriasexperiências. O ato de narrar contribui para a estruturacao da experiencia humana, uma vez queorganizamos nossas experiencias e memorias principalmente por meio da narrativa (Hanke, 2003).Nesse sentido, as narrativas tem sido amplamente utilizadas na pesquisa qualitativa, como formade acessar experiencias, tanto nas dimensoes pessoais quanto profissionais (Clandinin & Connelly,2000; Johnson & Golombek, 2000). Esta fala tem como objetivo discutir experiências deprofessores em formação inicial e continuada no que diz respeito ao uso de tecnologias nodesenvolvimento da oralidade em língua inglesa. Serão apresentados resultados de um estudoenvolvendo a utilização da plataforma VoiceThread, uma plataforma que promove a interação e acolaboração na aprendizagem online. Os resultados do estudo revelam crenças paradoxicais econflitantes que remontam experiências de aprendizagem como fontes de ricas informações sobrea maneira como as emoções dos alunos se relacionam no processo de formação para a atuação naperspectiva dos multiletramentos. Esperamos que as discussões geradas possam trazerimportantes contribuições em relação ao uso de tecnologias e aos multiletramentos na agenda daeducação de professores no século XXI, tendo em vista as múltiplas identidades presentes na salade aula de línguas.

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Mesa-Redonda 5 - Educação Docente na Contemporaneidade

Formação crítico-colaborativa de formadores de formadores

Fernanda Coelho LiberaliPUC-SP/CNPq

Nosso momento histórico clama por mudanças radicais em nosso modo de agir, dentro e fora dasescolas. Segundo Kress e Van Leeuwen (2006), fatores sociais, culturais e econômicos criam novasrealidades com múltiplos territórios semióticos que intensificam a diversidade linguística ecultural. Nos espaços escolares, contudo, parece manter-se a cultura de uma verdade única,promovida por alguns poucos que determinam o que, como e quem tem poder para constituir ossaberes que circulam nas escolas. Meu objetivo é discutir, em oposição a isso, a formação crítico-colaborativa de formadores de formadores como agentes de transformação sócio-histórico-cultural. Para sustentar a tese de que é preciso que os sujeitos possam vivenciar o agenciamentode suas histórias na construção de realidades distintas das que estamos vivendo, focalizarei oprojeto, realizado em instituições de ensino superior e de educação básica de São Paulo, Ceará ePiauí, que integra pesquisadores, coordenadores, supervisores, diretores, professores, tradutores-intérpretes de Libras/português e alunos, surdos e ouvintes, na construção de propostascurriculares transformadoras. No projeto em foco, todos os envolvidos atuam além das amarrashistoricamente encapsuladoras de seu agir, como formadores de outros formadores. Serãoapresentados exemplos dessa ampliação de horizontes da ação dos participantes para além dasfunções e das tarefas correntemente a eles atribuídas, criando bases para o desenvolvimento desua mobilidade (BLOMMAERT, 2014). Em outras palavras, será exemplificada a capacidade deutilizar as experiências e recursos desenvolvidos em um contexto espaço-temporal como basepara a construção de novas possibilidades de agir e de produzir significados em diferentescontextos sócio-histórico-culturais, tendo em conta os distintos graus de poder, autoridade evalidade, o rompimento com os limites representacionais e criação do inédito viável (FREIRE,1970/1987).

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Políticas linguísticas, ensino de línguas estrangeiras/adicionais e (trans)formação docente emcontextos de internacionalização: rotas, rumos, contornos e (novas)perspectivas

Kleber Aparecido da SilvaUnB

A internacionalização fazem parte da agenda atual das instituições de ensino superior (Silva, 2017;Moraes, 2017; Finardi, 2016; Sarmento, Abreu-e-Lima, 2016; Rocha, Braga e Caldas, 2015;Rajagopalan, 2013; Nicolaides, Silva, Tílio e Rocha, 2013). Nesse contexto, as universidadesbuscam formas de atrair estudantes do exterior, bem como firmar convênios para intercâmbios deestudantes, professores e pesquisadores. À parte os aspectos positivos desse cenário – como atroca de informações e a preparação de profissionais aptos a lidar com mudanças ininterruptas emdiversas realidades culturais –, é preciso que atitudes bilaterais façam parte desses acordos. Alémdisso, não se pode abrir mão da qualidade da formação oferecida. Comprometida com essasquestões, esta conferência discute temas de relevância para a (trans)formação educacionalinternacionalizada, a partir da Linguística Aplicada Crítica e da Pedagogia Crítica (Silva, 2017;Rajagolan, 2015; Pennycook, 2001; Freire, 1970) e tendo como escopo as nossas experiênciasacadêmico-profissionais em nosso lócus de ensino e de pesquisa na área de línguaestrangeira/adicional, a saber: a Universidade de Brasília (UnB). Assim, as experiências e asreflexões que interfacearão esta conferência pretendem contribuir para que a internacionalizaçãonão seja assumida de forma subserviente, com os países avançados ditando as regras do quejulgam que deve ser feito na ciência (Nóbrega, 2016). Busca-se incentivar ações maiscontundentes que assegurem a qualidade educacional nas práticas de internacionalização, a partirde elementos que nos darão condições de esboçar uma política propositiva pautada no ensino ena formação de professores de línguas estrangeiras/adicionais em contextos de globalização e deinternacionalização (Silva, 2017; Moraes, 2017; Finardi, 2016).

Formação de Professores, Experiências, Desafios e Possibilidades

Laura Miccoli UFMG

A formação de um professor começa nos bancos da escola, como estudante. A observação deprofessores ao longo da vida escolar modula o ideário de quem quer se tornar professor. Nafaculdade a formação segue um currículo, que nem sempre atende à expectativa do aluno, quepode se formar, sentindo-se despreparado para a docência. É no ofício de professor, que aformação real se inicia. Nela, os desafios são imensos e os papéis desempenhados extrapolamaqueles inicialmente imaginados. A formação continuada nem sempre está disponível ouacessível. Nesse contexto, a formação em serviço, pode ser uma maneira de oferecer ao professora oportunidade de aperfeiçoar-se em seu ofício, partindo das experiências bem e mal sucedidasem sala de aula para compreendê-las à luz de reflexões coletivas e compartilhadas. Nestaapresentação, nos remeteremos a processos de formação anterior à formação universitária e àformação continuada, por meio de projetos institucionais e em serviço. Partindo da experiênciados professores a proposta é levantar desafios e abrir possibilidades de transformação pessoal ecoletiva nas instituições de ensino que se abrem para melhorar seus indicadores pelofortalecimento de suas equipes de professores.

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Um professor intercultural para um mundo interculturalSávio Siqueira

UFBA

A globalidade de diversas línguas na contemporaneidade, em especial o inglês, é um fenômenocada vez mais recorrente e, sem dúvida, tem contribuído para a transposição de fronteiras edesvelado inúmeras implicações nos mais variados níveis, incluindo a formação deprofessores. Buscando-se um desempenho satisfatório na atual sociedade planetária de fluxostransculturais (RISAGER, 2006; PENNYCOOK, 2007), precisamos de educadores interculturais paraeste mundo que se mostra cada vez mais... intercultural. Entre outras coisas, tal cenário pressupõeum rompimento epistêmico que vislumbre possibilidades e estratégias de transformação,libertação e transgressão no processo de ensino de línguas (KUMARAVADIVELU, 2012). O objetivodesta fala é, portanto, levantar e discutir questões relevantes para a educação do docente delínguas em países periféricos como o Brasil, enfatizando a importância de respondermos às novasdemandas do mundo globalizado, propondo novas posturas político-pedagógicas,a reconceitualização de cursos e currículos, o repensar de sistemas avaliativos, a descolonizaçãoda concepção e produção de materiais didáticos, a (re)construção de um perfil mais ‘localizado’ dofuturo professor de línguas e, em última instância, a adoção de uma pedagogia intercultural críticacapaz de semear soluções locais para as tensões e os desafios comumente impostos pelas forçasdo mundo pós-moderno.

Mesa-Redonda 6 - Política, políticas linguísticas e discursos

Língua Portuguesa enquanto Língua de Herança (LH): ensino e cultura no contexto de diásporalusófona em Toronto, Canadá

Cátia MartinsUniversidade de Toronto/Canadá

O trabalho Língua Portuguesa enquanto Língua de Herança (LH): ensino e cultura no contexto dediáspora lusófona em Toronto, Canadá fundamenta-se na perspectiva sociocomunicativa deensino de língua, a partir da análise das referências epistêmicas e metodológicas empregadas noensino de LP/LH, considerando os paradigmas instrucionais por meio dos quais se realizam asexperiências dos “atores pelo mundo” e como esses respondem às condições locais. Realizadajunto aos alunos de graduação da Universidade de Toronto, Canadá. Orientada a partir de umpanorama histórico da concepção da Linguística Aplicada Crítica: identidades, cultura e ensino delíngua – sob os postulados de linguagem de BAKTHIN (1992), dos Estudos Culturais e IdentidadesSociais de HALL (2003, 2005), RAJAKOPLALAN (2001, 2002, 2003), WOODWARD (2005); ELLIS;BARKHUIZEN (2005), KRAMSCH (2001, 2003, 2006), MOITA LOPES (2006, 2012), PIERCE (2005),GRIGOLETTO (2005); análise da Língua Adicional como Língua de Herança de KAGAN, CARREIRA ECHIK (2017), os estudos de materialidade de MAHER (2002); MEY (2002); REVUZ (2002), NORTON(2000, 2003); do capital cultural de BOURDIEU (1991), dos multiletramentos em contextosculturais diversificados BARTON (2007), HORNBERGER (2003), PENYCOOK (2006, 2008), PAYER(2007); de aspectos teóricos e epistemológicos dos Novos Estudos de Letramento propostosporBARTON & HAMILTON (1998), GEE (2005), STREET (2003), entre outros. A pesquisa-ação foiselecionada como referencial metodológico THIOLLENT, M (1988), BARBIER (2009, 2014) por

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favorecer o diagnóstico da situação, o planejamento de ação e intervenção, a avaliação dosresultados e o confronto das perspectivas de análise junto à comunidade de colaboradores e, porfim, a análise dos resultados e a proposição de soluções para os problemas identificados,coletivamente, pelo pesquisador e seus colaboradores. Realiza-se junto ao grupo depesquisadores colaboradores do GECAL (Grupo de Estudos Críticos e Avançados de Linguagem),Universidade de Brasília (UnB/CNPq), e ao grupo de alunos da turma PRT 420, Ensino daGramática do Português Avançado: Análise e Produção Acadêmica do Programa de LínguaPortuguesa, Departamento de Português e Espanhol, Universidade de Toronto, Língua Portuguesaenquanto Língua de Herança (LH): ensino e cultura no contexto de diáspora lusófona em Toronto,Canadá.

Investigação em torno de percursos metodológicos que diferenciam o estatuto de portuguêscomo segunda língua de português língua secundária

Enilde FaulstichUnB

No texto principal desta exposição, serão questionadas algumas metodologias de ensino da línguaportuguesa (LP), em vista de obterem-se respostas se o ensino de português como segunda língua(LP2) se dá de modo diferenciado do ensino do português como uma língua secundária, no escopoda diversidade. O ponto de partida é a formação docente, apoiada em políticas oficiais quepretendem regular a educação linguística no estado brasileiro. A abordagem para o entendimentodas questões considerará a língua em funcionamento e, por consequência, para quem e comomodalidades pedagógicas de ensino e de aprendizagem são desenvolvidas, com vistas ao sucessono uso de linguagens. Como resultado parcial, esperamos manifestar se há métodos quediferenciam o ensino da LP2, como tal, do ensino da língua portuguesa como uma línguasecundária.

O projeto “Escola sem Partido”: Discurso, Letramento e Ideologia

Izabel MagalhãesUnB/CNPq

Sempre houve uma forte tendência nas escolas brasileiras ao controle do Estado, mediante leiscomo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e os Paradigmas Curriculares Nacionais (PCNs).Além de leis federais e estaduais, o controle sobre os docentes é exercido diariamente nopreenchimento de diários de classe, no registro da frequência de docentes e discentes, noplanejamento e na coordenação das atividades de sala de aula. Nada escapa ao controle estatal doensino e da aprendizagem, resultando em um ensino mecânico, alienante, afastado da realidadedocente e discente. Nesse contexto intimidante e controlador, surge o projeto “Escola semPartido” com uma proposta de modificação da LDB para avançar o controle estatal sobredocentes, e significando grandes restrições às práticas didático-pedagógicas e à interface crítica daeducação. No caso de aprovação do projeto, o olho fascista estará presente em todas as salas deaula, como também na sala de convivência de docentes, na forma de um cartaz, contendo asproibições determinadas pela lei. Há certamente aqui o que se pode denominar de um discurso damordaça e de uma prática de letramento problemática, pois educará discentes para a delação dequem deveria ser o interlocutor ou a interlocutora de um diálogo formador do intelecto e dacidadania. Nesta apresentação, serão analisados o discurso e a prática de linguagem e letramentodo projeto, de acordo com a perspectiva crítica de análise textual e o conceito de sociedade

Page 26: Programa d Conferência Internacional de Estudos ......extensiva, relacionando-os a algumas pesquisas e discutindo as contribuições que o uso desse tipo de atividades pode trazer

“auditorial”, ligado ao neocapitalismo. O resultado da análise é uma reflexão sobre o controleideológico da intimidade e da formação política de discentes, pois o vazio produzido pela ausênciade discussão será um terreno fértil para plantar o pensamento único.

Políticas linguísticas e ensino de línguas estrangeiras: vislumbres do passado e um olhar para ofuturo

Viviane M. HeberleUFSC/CNPq

Nesta apresentação discuto questões referentes a políticas linguísticas em relação a ensino delínguas estrangeiras. Inicio com considerações a partir de discussões dos I e II Encontro Nacionalsobre de Política de Ensino de Línguas Estrangeiras, promovidos pela alab (em Florianópolis, em1996 e em Pelotas, em 2000). Um dos resultados dessas discussões foi a Carta de Pelotas, quenaquela época já apontava para temas relevantes como a aprendizagem de línguas para ummundo plurilíngue e multicultural e como parte da formação integral do/a aluno/a, e tambémrecomendava planos e projetos para a qualificação e formação continuada de professores, alémde ações implementadoras nas áreas de novas tecnologias. Desde então, pode-se perceberpesquisas de diferentes áreas de estudos da linguagem e vários eventos acadêmicos que discutemquestões de ensino de línguas e de políticas linguísticas. Após relacionar alguns desses estudos,apresento dois exemplos de minha participação na atualização da proposta curricular do Estadode Santa Catarina e da Cidade de Florianópolis. Para finalizar, apresento possibilidades para ofuturo, a partir da temática de multiletramentos e multimodalidade, que propõe a inclusão dediferentes recursos semióticos além da linguagem verbal para a comunicação em contextos sociaisvariados, visando práticas educativas inclusivas.