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PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O PROFESSOR … · I – Apresentação do tema. O primeiro momento da capacitação constará de esclarecimentos sobre as propostas e reflexões do

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PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O PROFESSOR ITINERANTE DA

REEDUCAÇÃO VISUAL

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SUMÁRIO

1 - Apresentação....................................................................................... Pág. 3

2 - Objetivos.............................................................................................. Pág. 4

3 - I – Apresentação do Tema.................................................................. Pág. 5

4 - II – Fundamentação histórico-cultural da pessoa com deficiência e

pressupostos históricos da Reeducação Visual................................... Pág. 6

5 - III – Legislação sobre a inclusão – Direitos Sócio-

Educacionais........................................................................................... Pág.12

6 - IV – A Deficiência Visual em seus aspectos fisiológico, cognitivo e sócio-

pedagógico.............................................................................................. Pág. 15

7 - V – A Baixa Visão e sua implicância no desenvolvimento

escolar...................................................................................................... Pág. 20

8 - VI – Tecnologias assistivas aplicadas que contribuem para o

desenvolvimento escolar do aluno com Baixa Visão.......................... Pág. 22

9 - VII – Análise e reformulação do material do Serviço

Itinerante.................................................................................................. Pág. 27

10 - Orientações/Recomendações aos professores............................ Pág. 28

11 - Orientações práticas para o Trabalho Itinerante.......................... Pág. 29

12 - Proposta de avaliação do material didático.................................. Pág. 33

13 - Indicações Bibliográficas................................................................ Pág. 34

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APRESENTAÇÃO/PLANO NORTEADOR

TEMA – A PROPOSTA DA INCLUSÃO EDUCACIONAL NO ESTADO DO

PARANÁ

JUSTIFICATIVA

A sociedade escolar é muito diversificada e ao mesmo tempo trabalhada de

forma tão homogênea com docentes despreparados para receber a clientela de

inclusão. Sem preparo e conhecimento específico, por melhor que seja o método, as

chances de sucesso dos professores são limitadas e os alunos, sem receber

estímulos para utilização do potencial visual, podem estar fadados ao fracasso

escolar (GASPARETTO et al., 2004; JANIAL E MANZINI, 1999).

O aluno com baixa visão necessita que o professor que o atende na

Reeducação Visual realize um trabalho itinerante de qualidade junto à escola

comum. Este apoio é garantido ao aluno de inclusão na Deliberação nº 02/03 do

Conselho Estadual de Educação referente à Educação Especial.

A atuação do professor itinerante na inclusão do aluno com baixa visão será

enriquecida com este trabalho sobre planejamento sistematizado, estudos sobre a

fundamentação histórico-cultural do deficiente, a legislação sobre a inclusão, as

tecnologias assistivas existentes e sobre os aspectos biológicos e principalmente,

sócio-pedagógicos do aluno com baixa visão. Um manual com orientações básicas

sobre o atendimento será útil para legitimar a inclusão escolar e, consequentemente

a social do indivíduo.

PÚBLICO ALVO

Professores especializados que fazem o Trabalho Itinerante dos alunos

incluídos no ensino regular.

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OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desse caderno é auxiliar os professores que atuam na

Reeducação Visual com o Serviço Itinerante.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Especificamente, pode-se elencar os seguintes objetivos:

a) Fornecer subsídios aos professores da Reeducação Visual sobre a

história cultural do deficiente e da Reeducação Visual e sobre os aspectos

fisiológico, cognitivo e sócio-pedagógico da pessoa com deficiência visual;

b) Relacionar as tecnologias assistivas aplicadas que contribuem para a

aprendizagem do aluno com baixa visão;

c) Avaliar juntamente com os professores o material de diagnóstico,

acompanhamento e avaliação educacional do Serviço Itinerante para

reformulação quando pertinente.

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PROCEDIMENTOS/MATERIAL DIDÁTICO

CONTEÚDOS

I – Apresentação do tema.

O primeiro momento da capacitação constará de esclarecimentos sobre as

propostas e reflexões do tema e a justificativa sobre a escolha dele. Tem por

objetivo estabelecer uma linha de contato inicial, o preenchimento das fichas de

inscrição e o conhecimento das expectativas dos professores participantes.

PDE 2010 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O PROFESSOR ITINERANTE DA

REEDUCAÇÃO VISUAL

FICHA DE INSCRIÇÃO

PROFESSOR: ___________________________________________________

RG: ___________________________________________________________

E-mail: _________________________________________________________

ESCOLA: _______________________________________________________

1º Encontro: ________________________________________________

2º Encontro: ________________________________________________

3º Encontro: ________________________________________________

4º Encontro: ________________________________________________

5º Encontro: ________________________________________________

6º Encontro: ________________________________________________

7º Encontro: ________________________________________________

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II – Fundamentação histórico-cultural da pessoa com deficiência e pressupostos históricos da Reeducação Visual.

ANTIGUIDADE - EXTERMÍNIO

IDADE MÉDIA – SEGREGAÇÃO

IDADE MODERNA – INSTITUCIONALIZAÇÃO

IDADE CONTEMPORÂNEA – SUPORTE (INCLUSÃO)

Já na BÌBLIA, encontramos a imagem de Moisés com sua deficiência na fala

e, também, a deficiência visual e motora de Paulo, discípulo de Jesus.

Avançando no tempo, deparamo-nos com gênios como Beethoven (surdo aos

quatro anos), e o nosso Antonio Francisco Lisboa (infelizmente mais conhecido pelo

preconceituado pseudônimo “Aleijadinho”), hoje reconhecido como um dos maiores

escultores do mundo em sua época.

Mas, tais exemplos excepcionais não revelam as reais condições de vida de

homens e mulheres comuns com alguma deficiência. A História também relata-nos

a deficiência vista como um “castigo divino”, que concedia às famílias o direito de

eliminar sumariamente “filhos defeituosos”. E, ainda, de Esparta, a cidade grega cuja

divisão “corpo são, mente sã”, incitava o ritual de “devolver” as crianças nascidas

com deficiência, lançando-as do alto de um precipício.

Tudo isso começa a mudar com a adoção do cristianismo pela maioria dos

povos europeus e sua posterior difusão nos demais continentes. Afinal, o preceito

“amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo” exige daqueles

que passam a professar a fé cristã uma revisão dos padrões de comportamento

ancestralmente estabelecidos. Nasce então, uma visão assistencialista com relação

ao deficiente, que perdura a partir da idade média, começa a ser alterada na

revolução industrial do século XIX, e muda radicalmente com a eclosão da Primeira

Guerra Mundial em 1914.

Um conflito de proporções globais inéditas, no qual o uso de armas de

destruição em massa acrescentaria ao mundo, em poucos anos, milhões de

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deficientes, que logo iriam se somar à multidão de vítimas das precárias condições

de trabalho nas indústrias ainda incipientes.

Essa nova e dramática realidade faria com que a sociedade se visse

compelida a conhecer pela primeira vez, efetivamente, a real situação dos

deficientes, a fim de formular políticas públicas condizentes com suas necessidades

específicas e oferecer-lhes formas de compensação.

Surgem assim estatísticas reveladoras e impressionantes. Hoje, sabe-se por

meio de dados da Organização Mundial da Saúde, que cerca de 10% da população

mundial apresenta algum tipo de deficiência (intelectual, motora, auditiva, visual ou

múltipla), com esses percentuais variando em até 25% nos países em

desenvolvimento ou subdesenvolvidos.

No Brasil, a assistência à pessoa com deficiência e o nascimento de uma

sociedade inclusiva deve-se, principalmente, a entidades governamentais ou não,

que buscam, por meio da educação, oferecer ao deficiente um atendimento

especializado de alta qualidade, que lhe possibilite o pleno desenvolvimento de suas

potencialidades e, consequentemente, uma vida digna.

PRESSUPOSTOS HISTÓRICOS DA REEDUCAÇÃO VISUAL

Em 1970, Eleonora Faye fez abordagem oftalmológica por meio de indicações

de utilização de lentes corretoras especiais, num trabalho realizado em Nova York,

na Academia de Oftalmologia.

Na proposta desenvolvida por Faye (1970) existe interesse em mostrar a

importância do trabalho realizado por uma equipe multidisciplinar. Mostra, em seus

trabalhos, informações sobre visão subnormal ligadas aos aspectos pedagógicos,

sem ter a preocupação de utilizar estatísticas na busca pelo desempenho visual

individualizado qualificado.

Para Faye (1970), “a deficiência visual está relacionada à situação na qual o

indivíduo tem condições de indicar a projeção de luz até o grau em que a redução de

acuidade visual interfere ou limita seu desempenho”.

Em 1972, Goldstein afirma que 89% dos portadores de deficiência visual

apresentam acuidade visual inferior a 0,01 (10%) com visão residual que permite

seu desenvolvimento.

Em 1976, Natalie Barraga defende que a utilização da visão funcional, de

acordo com processo acumulativo no qual o indivíduo passa de um estágio de

função óptica, óptica e perceptiva e posteriormente para a viso-motora. De acordo

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com a autora, o processo independe da acuidade visual. É importante que se

observem os aspectos qualitativos e o desempenho que o sujeito faz de sua visão

residual.

Para que este desempenho alcance o mais alto grau possível, é necessário

considerar as seguintes situações:

a) o desenvolvimento visual não é inato e nem automático;

b) a capacidade visual não é determinada e nem pode ser avaliada

apenas pela medida de acuidade visual;

c) a capacidade e funcionamento não estão relacionados necessariamente

à espécie ou grau de deficiência ou perda;

d) a capacidade e eficiência visual podem ser aprendidas por meio de um

programa seqüencial de experiências visuais com base em funções

ópticas, perceptivas e viso-motora;

Em 1982, Friedman, optometrista, professor da Universidade Estadual de

Nova York, propõe “treinamento de visão em indivíduos portadores de vícios

refracionais, através de exercícios que estimulam a visão central e periférica”.

Lea Hyvarinen (1976) na Finlândia propõe um trabalho de estimulação em

crianças com baixa visão, onde estuda os tipos de contrastes de cores como

auxiliares no desenvolvimento de crianças pequenas, preocupando-se também

no tratamento terapêutico de crianças da educação infantil com baixa visão

monocular.

Melissa McGrath (1986), em Kansas City, USA, propõe um programa de

estimulação visual em crianças normais iniciando o atendimento com bebês de 0

a 1 ano. Utiliza contrastes entre as cores: branca, preta e colorida com motivos

que variam desde figuras de rostos humanos, listas e motivos quadriculados.

No Brasil, o Imperador D. Pedro II criou a Real Escola de Meninos Cegos

(atual Instituto Benjamin Constant) dando início em nosso país a Educação

Especial.

No Paraná, o termo Reeducação Visual foi utilizado em 1981, no Instituto

Paranaense dos Cegos (Curitiba, PR) onde, naquela data, foi criado um

programa para o atendimento às pessoas com visão subnormal.

Neste mesmo ano, em 11 de março, o então Secretário de Educação Flávio

Arns, nomeia pela Portaria 2357 da SEED a professora Orcezi Antunes como

coordenadora do Setor de Reeducação Visual, dando atendimento a pais,

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estagiários, orientação e supervisão a professores de outros programas

especiais da Região Metropolitana e interior do Paraná.

Em 1984 foi elaborado o “Projeto de Reeducação Visual” para a clientela de

visão residual que procurava o Serviço de Educação dos Deficientes Visuais do

Departamento de Educação Especial da SEED, coordenado pela professora

Eunice Fagundes. Eram atendidos os alunos do Instituto Paranaense dos Cegos,

da Associação Paranaense de Deficientes Visuais (APADEVI), alunos do Serviço

Itinerante na capital e interior e os casos encaminhados pelo Departamento de

Educação Especial.

Em 1985, com esforços conjuntos entre a Secretaria de Saúde do Estado,

Secretaria de Educação do Estado e Fundação Aristides de Athayde, criou-se o

Centro de Reeducação Visual, no Centro de Saúde Metropolitano (então,

Fundação Caetano Munhoz da Rocha), em Curitiba, com o objetivo principal de

reabilitar as pessoas portadoras de visão residual, reabilitando até o mais alto

grau de sua eficiência, para que possam usá-la de maneira funcional. O Setor

contava com uma professora especializada em Reeducação Visual (Orcezi

Antunes) e uma oftalmologista (Dra. Maria Augusta Neves Tamiozo, especialista

em Visão Subnormal) e três oftalmologistas gerais: Dr. Irineu Antunes, Dra.

Marina Lebbos e Dra. Rosane Möbim Gebran.

Mais tarde, em 1986, este Centro amplia o convênio com a Prefeitura

Municipal de Curitiba para atender maior número de pessoas, contemplando os

educandos da rede municipal que foram triados por agentes de saúde

capacitados pelos profissionais do Centro.

Em 1988 o Centro de Reeducação Visual contava com as seguintes

professoras: Orcezi Antunes (coordenadora), Antonia Verônica Graboski,

Carmem Soares, Dalva Alves dos Santos, Fernanda Nogueira, Ione Saboia

Baggio, Márcia Gomes Duba, Neida T. Almeida e Wânia Inês Nóbrega.

Em 1989, novo avanço nesta área é demonstrado quando, na Escola

Especializada Vivian Marçal, mantida pela Associação do Deficiente Motor,

iniciou-se um trabalho científico direcionado à investigação desta área entre os

alunos com deficiência múltipla. No mesmo ano, a rede municipal de ensino

percebe a necessidade de ampliar o atendimento ao deficiente intelectual,

investindo na implantação de um programa avançado de Reeducação Visual em

decorrência da demanda existente em fila de espera do programa antigo.

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Em virtude desse crescimento, a rede municipal de ensino avança no projeto

inicial proposto, preocupando-se com outros aspectos não contemplados nos

programas precedentes.

A proposta da rede municipal de ensino teve como fundamentação o

desenvolvimento visual do indivíduo detectado através de avaliação diagnóstica,

cuja perda significativa monocular ou binocular foi trabalhada, levando em conta

os dados quantitativos e qualitativos de visão na busca de entrosamento entre os

professores da rede comum de ensino e as interferências desses dados no

processo ensino-aprendizagem, recebendo uma conotação não apenas

terapêutica, mas educacional.

O avanço tem seu prosseguimento quando, em esforço conjunto com a

Secretaria de Estado da Saúde, há o entrosamento com a área médica

oftalmológica que, preocupada com a qualidade, designa um consultório

oftalmológico, médicos oftalmologistas e o laboratório óptico para atender à

demanda do município.

A equipe que desenvolve o programa é enriquecida posteriormente com a

firmação de um convênio entre a Prefeitura Municipal e um profissional da área

médica, especializado no atendimento de visão subnormal.

Este trabalho passa a ser respeitado e reconhecido até em países da América

Latina como alternativa de atendimento à pessoa com visão subnormal, desde

perda leve até o limiar entre cegueira monocular ou binocular.

O referencial utilizado seguiu os parâmetros estabelecidos quanto ao nível

quantitativo de visão, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).

O interesse do grupo em trabalhar a baixa visão monocular centrou- se em

recuperar ambos os olhos, com o melhor desempenho possível.

Com a finalidade de estimular o olho com menor resíduo, foram utilizados

oclusores seguindo as prescrições do oftalmologista, por meio de um esquema

individualizado de oclusão que cada caso requeira. Cada caso foi acompanhado

e reavaliado pelo médico periodicamente assim como pelo profissional que

realiza a Reeducação Visual. As sessões realizadas eram individuais e em

pequenos grupos, em sistema ambulatorial.

No que se refere aos casos de visão subnormal com perda leve foram

realizadas duas sessões semanais e com os mais comprometidos três sessões

semanais.

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Nos casos da pessoa receber alta do programa, sempre era efetivada através

das discussões entre a equipe médica e os profissionais que atenderam a

pessoa com visão subnormal.

Em 1986, este programa foi descentralizado progressivamente para outras

localidades. Primeiro em Maringá, depois Cascavel e assim sucessivamente para

outros núcleos.

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III – Legislação sobre a inclusão – Direitos Educacionais

Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948, trata das Diretrizes

Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, oferecendo aos alunos

com necessidades educacionais especiais um caminho e os meios legais para tornar

a escola e a sociedade inclusiva.

Constituição do Estado do Paraná – 1989 – garante em seus art. 177, 178,

inciso 1º e art.179, inciso 4º, igualdade de condições de acesso e permanência na

escola, de todos os educandos com necessidades educacionais especiais, sendo

vedada qualquer forma de discriminação e garantindo o atendimento educacional

especializado gratuito.

Lei nº8069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente art.11, §§ 1º e 2º –

garante às crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais

atendimento especializado e incumbe o poder público a fornecer gratuitamente

medicamentos, próteses e recursos relativos ao tratamento, habilitação ou

reabilitação. A oferta da Educação Especial tem início na educação infantil (zero a

seis anos) até o nível médio ou superior, com professores do ensino regular

capacitados para a integração desses alunos nas classes comuns.

Lei Federal nº 9394, de 20 de dezembro de 1996 – no art. 58 §§ I e II,

popularmente conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –

LDBEN – entende por educação especial, a modalidade de educação escolar,

oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos com

necessidades educacionais especiais com apoios especializados. Serão

assegurados currículos, métodos e materiais diferenciados para atender suas

necessidades.

Em 09 de janeiro de 2001, o Plano Nacional de Educação, com vigência por

10 anos (Lei nº10172/01), estabeleceu 27 objetivos e metas para a educação das

pessoas com necessidades educacionais especiais, dentre os quais se destacam:

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estabelecer cooperação com as áreas de Saúde e Previdência e Assistência Social

para, no prazo de dez anos, tornarem disponíveis órteses e próteses para todos os

alunos com deficiência, assim como atendimento especializado e quando

necessário, ações preventivas nas áreas visual e auditiva até a generalização do

atendimento aos alunos na educação infantil e no ensino fundamental; formação

continuada dos professores que estão em exercício e formação em instituições de

ensino superior.

Em documento de janeiro de 2008 na esteira dessas evoluções, a Política

Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, reitera a

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU, em

2006, que estabelece a prioridade a ser dada pelos Estados signatários em

assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino.

Essa Educação deve ser operacionalizada em ambientes capazes de

potencializar o desenvolvimento acadêmico e social que se compatibilize com a

meta de inclusão plena. Desse modo, atesta a necessidade de se adotar medidas

que garantam às pessoas com deficiência a não exclusão do Sistema Educacional,

sob qualquer alegação, como dispõe no art. 24: “As pessoas com deficiência

possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em

igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem”.

O Decreto nº 6094/2007 dispõe sobre a implementação do Plano de Metas e

Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração

com Municípios, Estados e Distrito Federal, além da participação das famílias e da

comunidade; por meio de programas e ações de assistência técnica e financeira,

visando à mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica.

Destacam-se, entre suas diretrizes, a garantia do acesso e permanência no ensino

regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos,

fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas.

O Decreto nº 6571/2008 define, no parágrafo 1º, do artigo 1º, o atendimento

educacional especializado como um conjunto de atividades, recursos pedagógicos e

de acessibilidade, organizados inconstitucionalmente, prestados de forma

complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular.

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Complementando essas medidas, em outubro de 2009 a resolução nº 4, do

Decreto nº6571/2008, postula que os sistemas de ensino devem matricular os

alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no atendimento

educacional especializado, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em

Centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de

instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

Art. 2º - O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da

disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para

sua plena participação na sociedade e desenvolvimento da sua aprendizagem.

Parágrafo Único – Para fins dessas diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na educação

àqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade

reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, do mobiliário

e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços.

O Brasil está entre os países que possuem a legislação mais moderna em

relação às pessoas com deficiência, muito embora o tema ainda seja tratado de

forma insuficiente pelas autoridades. Entretanto, a inclusão não se faz apenas com

leis, resoluções, decretos ou normas, mas há a necessidade da aceitação da

diversidade na vida em sociedade e a garantia do acesso de oportunidades para

todos.

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IV – A Deficiência Visual em seus aspectos fisiológico, cognitivo e sócio-

pedagógico.

A deficiência visual é uma limitação ou perda de uma ou mais funções

básicas do olho e do sistema visual.

As deficiências mais consideradas são: acuidade visual e campo visual.

Os distúrbios acarretados pela perda e/ou limitação na visão central referem-

se aos da acuidade visual; já os acarretados pela perda e/ou limitação periférica

referem-se aos ocorridos no campo visual.

Estes dados estão estritamente ligados aos fatores de ordem quantitativa, na

qual a aferição de medidas do campo visual e da acuidade visual é verificada.

Até 1972, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), os distúrbios

relativos à acuidade visual estão divididos em dois grupos: visão subnormal e

cegueira.

A visão subnormal está classificada da seguinte forma:

(1) Leve – 20/30 – 20/60;

(2) Moderada – 20/80 – 20/100;

(3) Severa – 20/200 – 20/400, ou conta dedos a 3 m, considerada em alguns

países como cegueira legal para efeitos de aposentadoria;

(4) Profunda – 20/500 – 20/1000 ou conta dedos a 1 m.

A cegueira é classificada da seguinte forma:

(1) Intensa – os que têm percepção de luz;

(2) Total – os que têm perda da projeção de luz até ausência do globo ocular.

A perda do campo visual é classificada da seguinte forma:

(1) Leve – 120º - 80º;

(2) Moderada – 60º - 30º;

(3) Severa – 20º - 15º - em alguns países é chamada cegueira legal e serve para

efeitos de aposentadoria;

(4) Profunda – 10º - 5º;

(5) Total – 0º

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A OMS reuniu em Genebra o Grupo de Estudos da Prevenção da Cegueira

que criou as categorias de Deficiência Visual atualmente utilizadas em todo o

mundo:

• A CARACTERIZAÇÃO DE DEFICIÊNCIA VISUAL ATUALMENTE USADA EM TODO O MUNDO É BASEADA NA 1ª E 2 ª EDIÇÃO DA DÉCIMA REVISÃO DO CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇAS (CID) QUE DERIVA DO GRUPO DE ESTUDOS DA OMS EM PREVENÇÃO DE CEGUEIRA QUE SE REUNIU EM 1972 PARA CRIAR UMA DEFINIÇÃO PADRONIZADA. ISSO FOI FEITO PARA FACILITAR A COLETA DE DADOS POPULACIONAIS SÔBRE A PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIAS VISUAIS E CEGUEIRA DE UMA MANEIRA UNIFORME E COMPARÁVEL. NOVAS PROPOSTAS ESTÃO SENDO ESTUDADAS PELA CONSULTORIA DA OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE) PARA A “PADRONIZAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE PERDA DE VISÃO E FUNCIONAMENTO VISUAL”.

• LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ATUAL:

NOVA REDAÇÃO DA CARACTERIZAÇÃO DE DEFICIÊNCIA VISUAL – ARTIGO 4º DO DECRETO NÚMERO 3.298/1999.

“DEFICIÊNCIA VISUAL COMPREENDE: CEGUEIRA, NA QUAL A ACUIDADE VISUAL É IGUAL OU MENOR QUE 0.05 (20/400) NO MELHOR OLHO COM A MELHOR CORREÇÃO ÓPTICA; BAIXA VISÃO OU VISÃO SUBNORMAL, QUE SIGNIFICA ACUIDADE VISUAL ENTRE 0.3 (20/60) A 0.05 (20/400) NO MELHOR OLHO E COM A MELHOR CORREÇÃO ÓPTICA; A SITUAÇÃO NA QUAL A SOMATÓRIA DA MEDIDA DO CAMPO VISUAL EM AMBOS OS OLHOS FOR IGUAL OU MENOR QUE 60º (SESSENTA GRAUS) ; OU A OCORRÊNCIA SIMULTÂNEA DE QUALQUER UMA DAS CONDIÇÕES ANTERIORES.”

• DEFINIÇÃO ATUAL DA OMS: “ CEGUEIRA LEGAL: PRESENÇA DE ACUIDADE VISUAL IGUAL OU PIOR QUE 20/400 NO MELHOR OLHO E COM A MELHOR CORREÇÃO POSSÍVEL OU AINDA A PRESENÇA DE CAMPO VISUAL INFERIOR A 20 GRAUS CENTRAIS NO MELHOR OLHO.

A acuidade visual é utilizada como medida padrão, segundo parâmetros

mundialmente seguidos com a utilização 20/20, que corresponde ao seguinte: uma

pessoa enxerga a 20 pés o estímulo que seria visto a 20 pés. Este indivíduo é

portador de visão normal. Se transformássemos em metros, teríamos 6/6, isto é, o

indivíduo vê a 6 m o estímulo que deveria ser visto a 6 m. A medida 20 pés equivale

a 6m utilizados no Brasil.

A partir da situação em que o denominador do referencial aumenta, há

diminuição da visão.

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O campo visual do ser humano com visão normal é 180º, que corresponde ao

nível de desempenho normal no qual o indivíduo é capaz de visualizar estímulos na

periferia da visão, olhando em direção a um ponto fixo de frente.

Os distúrbios funcionais da visão são a defasagens existentes entre a

qualidade e a quantidade de visão que o indivíduo desempenha.

As funções cognitivas superiores desempenhadas pela visão estão ligadas às

áreas: associativas, interpretativas e mnemônicas.

É muito comum que uma das áreas acima com mau funcionamento possa

contribuir para que a qualidade da visão esteja rebaixada. Mesmo que os valores

quantitativos aferidos pelo oftalmologista e/ou profissional que atuará em avaliação

diagnóstica, sejam respondidos dentro dos parâmetros da normalidade, não significa

que a qualidade de desempenho visual do sujeito seja normal.

A relação existente entre os dados qualitativos e quantitativos de visão neste

sentido não coincidem, causando os distúrbios funcionais de visão:

1 – Baixa velocidade de percepção – necessita de tempo maior para

reconhecer estímulos simbólicos e gravuras;

2 – Dificuldades de discriminação visual – confunde letras e palavras

semelhantes; produção gráfica e desenhos com padrão inferior, pobre em

pormenores, com ausência de partes importantes e relevantes; dificuldades na

observação e manutenção de uma imagem mental do objeto; ausência de olhos e

boca na figura humana; ausência de janela na casa;

3 – Problemas de análise e síntese visual – envolve não só atividades

verbais, mas as construtivas; dificuldade de relacionar o todo com as partes;

4 – Tendência a reversão e inversão: (1) escrita especular – podem ocorrer

no plano verbal e/ou não verbal; (2) desenhos com inversão direito-esquerdo e alto-

baixo, palavras escritas (sul – luz) ou lidas (bolo – lobo) com incorreções desta

natureza;

5 – Distúrbios de memória visual – dificuldades na evocação de experiências

verbais e não verbais com envolvimento do analisador visual (lembranças de

objetos, cenas, casas, trajetos, pessoas, detalhes);

6 – Dificuldades perceptivas e mnemônicas de sequência visual – reprodução

de modelos em desordem, sem acréscimo de dados que não pertencem ao modelo,

nas dificuldades de obediência à ordem apresentada;

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7 – Discrepâncias nítidas das avaliações psicossomáticas quanto aos

resultados obtidos em tarefas visuais – viso motora especialmente;

8 – Preferências por atividades de natureza analítica e abandono de

experiências de origem visual – experiências perceptivas na área auditiva.

Funções visuais:

1ª Função: Óptica – está relacionada com:

(1) Fixação: ato de direcionar os olhos para um ponto parado exatamente à frente;

(2) Focalização: é o ajustamento dos olhos para convergir os raios de luz para obter

a imagem mais clara possível.

(3) Mobilização: pode ser feita com a rotação cefálica ou não. Mobilizar os olhos em

todas as direções.

(4) Acomodação: é o processo de ajustamento do olho para modificar o foco e ver

objetos claramente em distâncias diferentes.

2ª Função: Óptica e Perceptiva – tarefas visuais que partem de ações

discriminativas (cores e nuances de cores, linhas e ângulos, formas, tamanhos e

gravuras de objetos e pessoas); de reconhecimento e identificação (detalhes em

figuras e objetos concretos, semelhanças e diferenças em figuras abstratas e

representações simbólicas) e memória visual (lembranças de figuras e símbolos

abstratos, detalhes internos, figuras de pessoas, formas, objetos por categoria).

3ª Função Óptica, Perceptiva e Viso Motora – compreende o trabalho olho-

mão e as relações com as funções cognitivas superiores. As aptidões exigidas nesta

etapa estão relacionadas à percepção e organização espacial, a relação do espaço

e do objeto, a coordenação viso-motora, o trabalho de análise e síntese, os símbolos

isolados e combinados e a leitura e escrita de palavras.

As dificuldades sócio-pedagógicas dos alunos com visão subnormal estão

relacionadas ao fato de raramente serem tratados como pessoas que possuem

capacidade limitada para enxergar e, às vezes, são tratadas como cegas e, em

outros momentos, como pessoas visualmente normais relacionando suas

dificuldades de aprendizagem ou sócio-afetivas como problemas em outras áreas

como incapacidade mental ou falta de vontade. Sua identidade fica comprometida,

pois não é cego e também não enxerga como os demais.

Todo o ser humano tem que sentir-se pertencente a um grupo e a pessoa

com visão subnormal com freqüência fica isolada, pois não pertence ao grupo dos

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cegos e nem ao dos videntes. Isto acarreta a desconfiança no ambiente levando-a

ao isolamento e bloqueando sua comunicação.

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V – A baixa visão e sua implicação no desenvolvimento escolar.

Considera-se baixa visão ou visão subnormal a alteração da capacidade

funcional da visão decorrente de inúmeros fatores isolados ou associados, tais

como: baixa acuidade significativa, redução importante do campo visual, dificuldades

de adaptação à luz e ao escuro e para a percepção de cores, alterações corticais

e/ou de sensibilidade aos contrastes que interferem ou limitam o desempenho

individual da pessoa.

Para K. M. M. CARVALHO (1992, p. 13):

“Visão subnormal (VSN) é uma perda severa de visão que não pode ser corrigida por tratamento

clínico ou cirúrgico nem com óculos convencionais. Também pode ser descrita como qualquer grau

de enfraquecimento visual que cause incapacidade funcional e diminua o desempenho visual. No

entanto, a capacidade funcional não está relacionada apenas aos fatores visuais, mas também às

reações das pessoas à perda visual e aos fatores ambientais que interferem no desempenho.”

O Conselho Internacional para a Educação de Pessoas com Deficiência

Visual (C.I.E.V.I.) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) reuniram-se para

discutir o atendimento das crianças com baixa visão no mundo e elaboraram uma

nova definição incluindo a avaliação educacional e clínica.

O desempenho visual é mais um processo funcional do que simples

expressão numérica de acuidade visual.

Foi proposta, então, a seguinte definição para Baixa Visão:

- comprometimento do funcionamento visual em ambos os olhos, mesmo após

tratamento e/ou correção de erros refracionais comuns;

- acuidade visual inferior a 0,3 até percepção de luz;

- campo visual inferior a 10º do seu ponto de fixação;

- capacidade potencial de utilização da visão para o planejamento e execução de

tarefas.

Os critérios visuais incluídos nessa definição seguem a Classificação

Internacional das Doenças (CID) e não devem ser, portanto, utilizados para

elegibilidade de educação ou reabilitação, sem incluir dados de avaliação de outras

funções visuais igualmente importantes.

21

Avaliação clínico-funcional realizada por oftalmologista e professor

especializado em baixa visão:

Avaliação clínica, realizada pelo oftalmologista:

. Diagnóstico e prognóstico;

.Avaliação da acuidade visual para perto e longe;

.Avaliação do campo visual;

.Prescrição e orientação de recursos ópticos especiais.

Avaliação funcional, realizada pelo professor especialista na área de

deficiência visual: é a observação do desempenho visual do aluno em todas as

atividades diárias, desde como se orienta e locomove-se no espaço, alimenta-

se, brinca, até como usa a visão para a realização de tarefas escolares ou

práticas. Revela dados qualitativos de observação informal sobre:

. Nível de desenvolvimento visual do aluno;

. Uso funcional da visão residual para atividades educacionais, de vida diária,

orientação e mobilidade;

. Necessidade de adaptação à luz e aos contrastes;

. Treinamento de recursos ópticos, não ópticos e equipamentos de tecnologia

avançada.

O professor especializado fará o trabalho itinerante junto às escolas regulares

transmitindo estas avaliações. Há alunos que necessitam de aumento de contraste,

de ampliação de materiais, aumento ou controle da iluminação para definir imagens,

cenas, cores, decodificar letras, copiar e ler. Com as adaptações dos recursos

ópticos e/ou materiais, as dificuldades visuais serão minimizadas contribuindo para o

acesso e permanência do aluno com baixa visão incluso no ensino regular.

22

VI – Tecnologias assistivas aplicadas que contribuem para o desenvolvimento

escolar do aluno com baixa visão

Recursos Ópticos: alunos com baixa visão poderão se beneficiar com a

ajuda de recursos ópticos específicos para perto ou longe, facilitando o processo

ensino aprendizagem.

Auxílios ópticos para perto: corrigem ametropias e possibilitam um aumento do

objeto a ser visto. Utiliza-se, muitas vezes, mais de um auxílio juntos:

a) Óculos – muitos alunos com baia visão têm prescrição de óculos para corrigir

erros de refração que, apesar de não corrigirem a sua deficiência, melhoram

o seu desempenho visual;

b) Lupas – são úteis para aumentar o material de leitura, mapas, gráficos, entre

outros. Podem ser manuais ou de apoio. Quanto maior o aumento da lupa,

menor o campo de visão, diminuindo a velocidade da leitura e causando

maior fadiga visual.

As lupas manuais são úteis para textos que não requerem leitura prolongada.

Quanto mais perto do olho a lupa estiver, maior é o campo visual e vice-versa. O

aluno necessita ocupar as duas mãos, uma para segurar a lupa e a outra para

segurar o objeto ou folha de trabalho e muitas vezes têm dificuldade em manter-

se na mesma linha do texto.

As lupas de apoio ou de mesa são mais fáceis de usar. As crianças menores

usam, pois não necessitam de boa coordenação motora. São úteis para a leitura

de textos curtos e para pessoas que apresentam dificuldade em achar a distância

focal dos auxílios, já que a sua distância de foco é fixa.

Tanto as lupas manuais como as de apoio podem ser usadas como

complementação de óculos especiais. Podem ser iluminadas ou não e ter

diferentes formatos: régua, copo, folha, lanterna, gancho, etc.

c) Telemicroscópios em óculos – são tele lupas de acoplagem em óculos

monoculares, binoculares, ou manuais, que permitem trabalho em uma distância

maior. Essas lentes, embora tenham restrição de campo, permitem conforto

visual pela qualidade de iluminação e por deixar as mãos livres.

23

Auxílios Ópticos para longe - os auxílios ópticos para longe visam

melhorar a visão à distância, por meio da correção de alterações ópticas e/ou

aumento de tamanho do objeto a ser visto.

a) Óculos – no caso de altas ametropias (hipermetropia, astigmatismo e miopia)

que muitas vezes depois de corrigidas, melhoram a acuidade visual do aluno.

Outras vezes, mesmo com a correção dos óculos, necessitam usar outros

auxílios ópticos para longe.

b) Lentes de contato – as pessoas com altas ametropias são beneficiadas com o

uso de lente de contato, pela melhora do campo visual, pelo maior tamanho

da imagem que ele oferece. Pode ser usada juntamente com outros auxílios

para perto ou longe.

c) Telescópios (Telelupas) – é um sistema óptico que aumenta o tamanho da

imagem projetada sobre a retina, com foco fixo ou ajustável e permitem o

aumento e aproximação do objeto a ser visto. Há dois tipos:

(1) Galileu – formada por duas lentes, uma convergente que serve como objetiva

e outra divergente que serve como ocular. São as mais utilizadas;

(2) Kepler ou Prismática – composta por duas lentes convergentes que invertem

a imagem, por isto é usada com lente prismática. Não é muito utilizada em

baixa visão.

Os telescópios podem ser manuais ou acoplados a óculos monoculares ou

binoculares que geralmente são de pequeno poder dióptrico e indicado para

pessoas que têm acuidade visual semelhante em ambos os olhos. São usadas

para assistir TV, teatro e jogos. As ampliações dos telescópios variam de 2X até

12X, sendo necessário fazer a adaptação gradativa. Quanto maior seu poder de

aumento, menor é o campo visual. Os alunos usam para leitura e cópia do

quadro de giz. Os telescópios restringem muito o campo visual diminuindo a

velocidade da leitura e cópia e podem causar fadiga visual.

Recursos não Ópticos – são aqueles que melhoram a função visual sem o

auxílio de lente. São utilizados como complementos dos auxílios ópticos ou, em

alguns casos podem substituí-los.

a) Modificações ambientais – melhora a função visual através do controle

da iluminação, da transmissão e da reflexão da luz e do aumento do

contraste.

24

A capacidade de enxergar depende basicamente do tamanho do objeto, da

quantidade de luz ambiental e do contraste do objeto com o fundo.

Os alunos com baixa visão necessitam adaptações individuais, pois as

necessidades são específicas para as condições dos olhos e para as tarefas

visuais a serem executadas. Diminuir o reflexo (ofuscamento) e aumentar o

contraste ajuda muito. Um recurso simples e muito útil para o controle da reflexão

da luz é o tiposcópio, que pode ser feito com papel cartão preto com uma

abertura retangular recortada com cerca de 19 cm de comprimento por 1 cm de

altura. É segurado sobre a página de leitura, aparecendo as palavras na abertura

retangular.

O quadro deve ser escuro o suficiente para permitir bom contraste com o giz.

As pautas dos cadernos devem ser bem escuras e até mesmo ampliadas se

necessário, isto é, riscadas manualmente com traços mais escuros. Os materiais

escolares devem ter bom contraste, usando-se tinta preta em papel branco,

caneta de ponta porosa preta, réguas adaptadas (coloridas ou com faixa preta),

caneta esferográfica preta e lápis preto 6B, cuja grafite é mais mole e mais

contrastante.

b) Ampliação da imagem através do uso de impressos ampliados, de sistemas de

vídeomagnificação e dos computadores – alguns alunos com baixa visão

conseguem ler os livros escolares, principalmente nas séries iniciais do ensino

fundamental que apresentam tipos de letras maiores. A grande maioria necessita

de tipos ampliados que podem ser feitos manualmente, em foto copiadora (xérox

ampliado) ou no computador.

A ampliação manual deve seguir alguns critérios: clareza e uniformidade de

caracteres, espaços regulares entre palavras, tamanho adequado de caracteres,

contraste máximo entre o papel e a escrita, a cor e o brilho do papel, usar lápis

6B ou caneta hidrográfica preta.

A foto copiadora tem seu uso limitado pela perda de contraste que ocorre e

pelas dificuldades surgidas pelas grandes ampliações, necessitando de sulfites

maiores ou páginas adicionais.

O computador permite uma ampliação mais perfeita. As fontes mais

adequadas são Arial, Arial Black e Verdana. O tamanho deverá respeitar as

25

características individuais, mas o tamanho 24 atende às necessidades de grande

número de alunos com baixa visão.

Recursos eletrônicos para baixa visão – em função dos rápidos avanços

tecnológicos, os preços baixaram para alguns dispositivos, mas ainda são caros

para serem comprados pelas pessoas ou escolas.

Circuito fechado de televisão com sistema de ampliação (CCTV) – o

material a ser lido é posicionado sob um sistema de lupas e a imagem ampliada

é mostrada num monitor. O aluno pode usar este dispositivo para ler livros e

mapas comuns, bastante ampliados. O contraste e a cor podem ser alterados

assim como a ampliação. Pode ser visto em branco com fundo preto ou preto

com fundo branco, bem como em cores. O CCTV permite grandes ampliações de

imagens e leitura mais rápida e de duração mais longa do que os auxílios ópticos

e possibilita ao aluno posicionar-se a uma distância normal do material a ser

observado.

Computadores – estão sendo largamente usados, tanto nas escolas como no

trabalho. Além da ampliação do material por meio de fontes adequadas a cada

aluno com baixa visão, este dispositivo permite o acesso ao conhecimento e a

realização de atividades e ações. Os Softwares de acessibilidade que

possibilitam configurar tamanho de letra, contraste e brilho da tela, ou de

programas com sintetizador de voz (DosWox, Virtual Vision, Jaws) que permitem

ouvir o que aparece na tela por um alto-falante ou fone de ouvido, o aluno com

baixa visão tem acesso à Internet, pode digitar trabalhos, fazer pesquisas e

realizar as tarefas elaboradas pelos professores, entre outras atividades.

d) Acessórios para melhorar o conforto físico e o desempenho das tarefas do dia

a dia.

Adequações dos conteúdos curriculares e dos métodos de ensino – mudanças

de objetivos, do processo de avaliação e didático-pedagógicas. O aluno com baixa

visão pode atingir os objetivos comuns ao grupo em um período de tempo maior ou

com atividades complementares individuais. A aprendizagem cooperativa é

26

importante para ele. O professor deverá organizar as tarefas escolares permitindo

momentos de descanso ocular.

Adequações na sala de aula – o posicionamento em sala de aula do aluno com

baixa visão será, normalmente, a primeira carteira da fila central. Caso ele necessite

do uso do telescópio deverá sentar-se a uma distância fixa do quadro (cerca de 2

metros).

As demonstrações deverão ser feitas no centro do quadro ou no próprio caderno

do aluno.

O professor deverá ler em voz alta, pausadamente, o que estiver escrevendo no

quadro para que o aluno com baixa visão possa anotar como se fosse um ditado,

caso não consiga copiar. Permitir que outros colegas o auxiliem.

A dificuldade visual para longe impede que ele veja expressões de aprovação,

solicitação de participação ou outras, sendo necessário sempre expressar-se

verbalmente com ele. Para a segurança do aluno com baixa visão, as mudanças na

posição da mobília da sala de aula devem ser comunicadas.

27

VII – ANÁLISE E REFORMULAÇÃO DO MATERIAL DE DIAGNÓSTICO,

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DO SERVIÇO

ITINERANTE.

Após reflexão sobre os temas trabalhados, analisar juntamente com os

professores participantes os formulários de acompanhamento e avaliação

educacional utilizados no serviço itinerante e, se necessário, propor mudanças

pertinentes que venham a aperfeiçoar o trabalho.

O compromisso firmado com os professores de que os conhecimentos

adquiridos no transcorrer da capacitação, pelo seu próprio teor de realidade em que

são visualizados, serão aplicados no dia a dia, de forma a construir novos

comportamentos com relação ao tema em questão.

Todos os conteúdos do Programa de Capacitação são repassados aos

Professores Itinerantes da Reeducação Visual através de slides, com dinâmicas e

intermediados por profissionais da saúde e educação. Prevê-se uma carga horária

de 28 horas divididas em 7 encontros de 4 horas cada um.

28

ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES AOS PROFESSORES

Segundo Vigotski, é fundamental compensar as deficiências naturais com a

criação da necessidade de utilizarem novos e diferentes meios externos, de

mediadores específicos. É preciso utilizar recursos e métodos especiais que

busquem a superação da deficiência.

É necessário que o professor descubra talentos em todos os alunos,

individualmente, partindo do pressuposto de que ninguém é tão severamente

prejudicado que não possua uma habilidade; desta forma todos podem aprender.

Professor: - analise atenciosamente esse material e reflita sobre a importante

função que você exerce e a grande responsabilidade que tem para que o sucesso

escolar do aluno com baixa visão se realize.

Sugestões de filmes sobre a inclusão:

A luz na escuridão.

Borboletas de Zagorski.

Entre os muros da escola.

Narradores de Javé.

A máquina.

A língua das mariposas.

O Estigma.

Vai encarar?

O amor é contagioso.

Escola de presidentes.

Metrópolis.

A outra.

Pro dia nascer feliz.

A batalha de Passcadle.

29

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS PARA O TRABALHO ITINERANTE

Antes de ir à escola:

- Receber o aluno com muito carinho. Ele necessita ser bem tratado para confiar em

você. Lembre-se que geralmente sua auto-estima encontra-se rebaixada.

- Conversar bastante com o responsável (anamnese). Como o aluno, a mãe também

precisa ter confiança em você. Ela deve ser sua parceira no trabalho itinerante.

- Saber os gostos e preferências do aluno. O trabalho renderá muito mais se ele

estiver realizando as atividades com prazer.

- Fazer uma avaliação funcional confiável que é a observação do desempenho visual

do aluno em todas as atividades diárias, desde como se orienta e locomove no

espaço, alimenta-se, brinca, até como usa a visão para a realização de tarefas

escolares ou práticas. Revela dados qualitativos do resíduo visual. Muitas vezes o

aluno responderá diferentemente do que na clínica oftalmológica.

- Observar o quê, quanto e como ele enxerga. É a principal informação que você

passará aos professores.

- Pedir que traga o material escolar. Assim, poderá constatar o que ele consegue

copiar da lousa.

- Ver se ele consegue ler o que escreve e a dificuldade que possui.

- Levá-lo a escrever na lousa e no caderno para depois ler.

- Observar a necessidade de adaptação à luz e contraste.

- Verificar após vários testes o tamanho e fonte de letra que necessita para ler com

comodidade. É necessária muita segurança para transmitir estes dados à escola.

- Investigar sobre a necessidade de adaptações de recursos ópticos, não ópticos e

de equipamentos de tecnologia avançada.

- Caso use telescópio, que seja bem treinado. Ele precisa adquirir destreza, pois o

uso desta tecnologia torna a cópia mais lenta e o deficiente visual por si já é mais

moroso.

- Perguntar se tem alguma dificuldade na aceitação do telescópio por parte dele

mesmo, dos colegas e professores. Algumas vezes, ele é ridicularizado pelos

colegas e professores que não conhecem essa tecnologia. O professor itinerante

deverá sanar quaisquer dúvidas.

30

- Verificar a avaliação escolar. Quais os conteúdos que estão defasados e com quais

professores encontra problemas de relacionamentos. Ao visitar a escola, você já

saberá o que mais o afeta.

- Solicitar que fale sobre os seus colegas. Algum o auxilia? Muitas vezes ele

necessitará que um colega dite a matéria para ele.

- A escola onde estuda já tomou alguma providência para ajudá-lo? Assim você

saberá o que existe e o que ainda precisa solicitar.

- Agendar uma visita à escola para conversar não apenas com o pedagogo, mas

com todos os professores e profissionais que trabalham com o aluno.

- Ao visitar a escola, levar toda a pasta sobre o aluno (laudo, matrícula, suas

avaliações, exemplos de materiais diversificados que ele necessita, etc.)

Na escola regular do aluno com baixa visão:

- Transmitir os sinais de alerta para que o professor encaminhe os alunos ao

oftalmologista:

tonturas, náuseas e dor de cabeça;

sensibilidade excessiva à luz (fotofobia);

visão dupla e embaçada;

dor nos olhos;

levantar da carteira para enxergar no quadro;

dificuldade para discriminar e parear cores;

inclinar a cabeça para um dos lados durante a leitura;

apertar e esfregar os olhos;

irritação nos olhos após esforço visual;

estrabismo;

nistagmo (tremor nos olhos);

franzimento da testa ou piscar contínuo, para fixar perto ou longe;

dificuldade para seguimento de objeto;

quedas freqüentes ou tropeços nos objetos ao redor;

desatenção ou falta de interesse;

inquietação e irritabilidade;

dificuldade para leitura e escrita;

aproximação excessiva para ler;

postura inadequada, etc.

31

- Deixar claro para o professor que na maioria dos casos são apenas erros de

refração (ametropias), corrigidos com o uso de óculos, diferentemente do aluno com

baixa visão que necessitará de outros recursos que facilitem sua integração e

rendimento em sala de aula.

- A aceitação e a flexibilidade do professor em relação á limitação do aluno com

baixa visão são importantes para a integração do mesmo na escola.

- Expor aos professores sobre a doença do aluno, a parte da visão que afeta, o que

e como ele enxerga.

- Explicar sobre a melhor posição para o aluno com baixa visão em sala de aula.

Normalmente, é a primeira carteira da fila central, mas se for cego ou enxergue

menos com um dos olhos, deverá sentar-se mais à direita ou à esquerda.

- Caso use telescópio, mostrar aos professores como é sua visão com o aparelho e

explicar que necessita sentar-se a uma distância fixa da lousa (cerca de 2m).

- O quadro deve ser escuro o suficiente para permitir bom contraste com o giz e

estar sempre bem limpo. O giz utilizado deve ser branco ou amarelo.

- O professor deverá usar o centro do quadro, espaçar as palavras e linhas, durante

demonstrações, sendo necessário algumas vezes explicar individualmente no

caderno do aluno.

- Ler pausadamente o que estiver escrevendo na lousa, para que o aluno escreva

como se fosse um ditado ou permitir que um colega dite em voz baixa para ele.

- Deixar que ele levante da carteira para copiar do quadro.

- O material usado deve ter cores fortes e contrastantes para estimular a visão

residual do aluno.

- Usar cadernos com pautas mais escuras (preto) ou reforçar as linhas com caneta

preta ponta porosa. O lápis deve ser preto nº 1 ou 6.

- Sugerir ao professor que quando dirigir-se ao aluno com baixa visão, chame-o pelo

nome. Ele não consegue ver expressões de aprovação, um sorriso, solicitação de

participação ou outras. Expresse-se sempre verbalmente.

- Quando houver mudanças mobiliárias, o professor deverá falar para o aluno com

baixa visão.

32

- Sempre que possível, ele deverá fazer as atividades sozinho, mas é fundamental a

colaboração dos colegas. Ele deverá ser encorajado a oferecer e aceitar a ajuda dos

demais alunos.

- Explicar sobre as adaptações dos materiais necessários para a adaptação do aluno

com baixa visão: - melhor tipo de fonte, tamanho, espaço entre letras e linhas e

contraste adequado para ele; este material deverá ser elaborado com antecedência

para ele participar das atividades propostas em igualdade de condições com os

demais colegas.

- A iluminação na sala de aula não pode causar ofuscamento e deve permitir a

melhor eficiência visual possível.

- A prática de atividades físicas bem orientadas é fundamental para um bom

desenvolvimento e crescimento do aluno.

- As atividades em grupo devem ser estimuladas, assim todos aprendem com a

diversidade.

- Adequações dos conteúdos, currículos, métodos de ensino e mudanças de

objetivos e no processo de avaliação podem fazer-se necessárias.

- Atividades complementares individuais contribuirão para o sucesso escolar do

aluno com baixa visão.

- O professor deverá organizar as tarefas escolares permitindo momentos de

descanso ocular.

- Se o professor da escola comum apresentar alguma resistência a oferecer as

adaptações necessárias para o aluno com baixa visão esclarecer sobre os aspectos

legais da educação inclusiva.

33

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO

Analisar os pontos negativos e positivos e o interesse demonstrado pelo

professor em sua atuação como professor itinerante da Reeducação Visual.

PDE

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O PROFESSOR ITINERANTE DA

REEDUCAÇÃO VISUAL

AVALIAÇÃO

PROFESSORA: __________________________________________________

1 – APRENDI QUE _______________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 - ACREDITO QUE ______________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 – TRABALHO __________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 – APONTE AVANÇOS. O QUE VOCÊ PASSOU A COMPREENDER?______

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5 – O QUE MANTER EM SUA PRÁTICA PROFISSIONAL? ___________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

34

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, M.R.,KARA-JOSÉ, N. O olho e a visão: o que fazer pela saúde ocular de

nossas crianças. Rio de Janeiro. Vozes, 1996.

AMIRALIAN, M.L.T.M. Compreendendo o cego, uma visão psicanalítica da cegueira

por meio de desenhos e histórias. São Paulo: Casa do Psicólogo, Fapesp, 1997.

AMIRALIAN, M.L.T.M. A criança deficiente visual com problemas de aprendizagem:

um modelo para atendimento integral. Pesquisa realizada no Lide/IPUSP com apoio

do CNPq e CAPES: São Paulo, 2002.

BARRAGA, N.C. Guia do professor para o desenvolvimento de aprendizagem visual

e utilização da visão subnormal. Fundação para o livro do cego no Brasil. São Paulo,

1978.

BREGANTINI, E.C.O. Mito da dificuldade de aprendizagem e da deficiência. São

Paulo: Revista Psicopedagogia, 2001; v. 19 (56), P. 27-34.

CARVALHO, K.M.M. DE et al. Visão subnormal. Orientações ao professor do ensino

regular. 2ª ed. Campinas, SP: UNICAMP, 1964.

FAYE, E.E. El enfermo com défict visual. Barcelona: Científico Médica, 1972, p. 246

GASPARETTO, M.E.R.F., TEMPORINI, E.R., CARVALHO, K.M.M., KARA-JOSÉ, N.

Dificuldade visual em escolares: conhecimentos e ações de professores do ensino

fundamental que atuam com alunos que apresentam visão subnormal. Arq. Bras.

Oftalmol., 2004; 65-71.

MONTILHA, R.C.I. Escolarização e reabilitação de deficientes visuais: percepção de

escolares e ações de reabilitação. Tese de doutorado. Campinas, SP: Universidade

Estadual de Campinas, 2001.

MOSQUERA, C.F.F. Deficiência Visual na Escola Inclusiva, Editora IBPEX, 2010.

ROMAGNOLLI, G.S.E. Inclusão de alunos com baixa visão na rede pública de

ensino, orientação para professores. Produção didático-pedagógica do PDE. Curitiba

– Paraná, UFPR, 2007.

SANTOS, M.S.O. Diversidade em foco: as necessidades educacionais de alunos

com baixa visão na escola comum. Produção didático-pedagógica do PDE.

Jacarezinho – Paraná, Universidade Estadual do Norte do Paraná, 2008.

35

PDE 2010

IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

FICHA DE INSCRIÇÃO

Professor: _______________________________________________________

RG: _________________________

E – mail: ________________________________________________________

Escola: _________________________________________________________

1º Encontro: _____________________________________________________

2º Encontro: _____________________________________________________

3º Encontro: _____________________________________________________

4º Encontro: _____________________________________________________

5º Encontro: _____________________________________________________

6º Encontro: _____________________________________________________

7º Encontro: _____________________________________________________

36

PDE 2010 IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

AVALIAÇÃO

Professor - ____________________________________________________ 1 – Aprendi que ..._______________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 – Acredito que ..._______________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 – Trabalho ...__________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 – Aponte avanços. O que você passou a compreender?______________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5 – O que manter em sua prática profissional?_______________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 6 – O que transformar em sua prática profissional?__________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________