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Capa RECIFE 1999 PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA A REGIÃO NORDESTE PROJETO CENTRO DE PESQUISA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Ministério da Saúde Fundação Nacional de Saúde ESTUDO HIDROGEOLÓGICO SUCINTO PARA LOCAÇÃO DE POÇOS NAS LOCALIDADES DE POÇA, COTIA, ALVES, CHAPADA E UMBUZEIRO - SANTA TEREZINHA/PE

PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA A …§ão Apresentação A CPRM - Serviço Geológico do Brasil vem intensificando a sua atuação na área de Hidrogeologia e, a partir de 1993,

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Capa

RECIFE1999

PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEAPARA A REGIÃO NORDESTEPROJETO CENTRO DE PESQUISA DASÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Ministério da SaúdeFundação Nacional de Saúde

ESTUDO HIDROGEOLÓGICO SUCINTOPARA LOCAÇÃO DE POÇOS NASLOCALIDADES DE POÇA, COTIA, ALVES,CHAPADA E UMBUZEIRO - SANTA TEREZINHA/PE

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CréditosMINISTÉRIO DA SAÚDE

José SerraMinistro de Estado

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

Mauro Ricardo Machado CostaPresidente

Sadi Coutinho FilhoChefe do Departamento deSaneamento - DESAN

COORDENAÇÃO REGIONAL DAFUNASA EM PERNAMBUCO

Giovani Sávio de Andrada OliveiraCoordenador Regional dePernambuco

Luiz Heleno Rodrigues dos SantosJaime Brito de AzevedoChefe do Serviço de Saneamento - SESAN

Helena Magalhães Porto LiraGeóloga

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

Rodolpho Tourinho NetoMinistro de Estado

Hélio Vitor Ramos FilhoSecretário Executivo

Luciano de Freitas BorgesSecretário de Minas e Metalurgia

COMPANHIA DE PESQUISA DERECURSOS MINERAIS - CPRMServiço Geológico do Brasil

Geraldo Gonçalves Soares QuintasDiretor-Presidente

Umberto Raimundo CostaDiretor de Geologia e Recursos Minerais- DGM

Paulo Antônio Carneiro DiasDiretor de Relações Institucionais eDesenvolvimento - DRI

Thales de Queiroz SampaioDiretor de Geologia e Gestão Territorial- DHT

José de Sampaio Portela NunesDiretor de Administração e Finanças- DAF

Frederico Cláudio PeixinhoChefe do Departamento de Hidrologia

Humberto José T. R. de AlbuquerqueChefe da Divisão de Hidrogeologiae Exploração

Marcelo Soares BezerraSuperintendente Regional do Recife

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA MINISTÉRIO DA SAÚDECPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDESUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO RECIFE COORDENAÇÃO REGIONAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA A REGIÃO NORDESTEPROJETO CENTRO DE PESQUISA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

ESTUDO HIDROGEOLÓGICO SUCINTO PARA A LOCAÇÃO DE POÇOSNAS LOCALIDADES DE POÇA, COTIA, ALVES, CHAPADA

E UMBUZEIRO - SANTA TEREZINHA/PE

Franklin de Morais

RECIFE1999

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Equipe Técnica EQUIPE TÉCNICA

Enjôlras de A. Medeiros Lima AutorGerente de Hidrologia e Gestão Territorial Franklin de Morais

Ivo FigueirôaDesenho/Figuras em CorelDraw

Alan Dionisio de BarrosGerente de Relações Institucionaise Desenvolvimento

Flávio Renato A. de A. Escorel

DigitaçãoAna Paula Rangel Jacques

José Carlos da SilvaSupervisor de Hidrogeologia e Exploração Editoração Eletrônica

Claudio ScheidFlávio Renato A. de A. Escorel

Antonio de Souza LealCoordenação Nacional Analista de Informações

Dalvanise da Rocha S. Bezerril

Coordenação EditorialServiço de Edição Regional Luciano Tenório de Macêdo

Av. Beira Rio, 45 - Madalena - Recife - PE

Capa: Mapa de fraturas do município de Santa Terezinha/PE, assinalando-se as localidadesestudadas. Tratamento digital sobre foto realizado por Claudio Scheid e Flávio RenatoA. de A. Escorel.

Permitida a reprodução desde que mencionada a fonte

MORAIS, Franklin de Estudo hidrogeológico sucinto para a locação de poços nas localidades de

Poça, Cotia, Alves, Chapada e Umbuzeiro - Santa Terezinha/PE. Recife: CPRM, 1999.15 p. il."Programa Água Subterrânea para a Região Nordeste. Projeto Centro de Pesquisa das Águas Subterrâneas".

1. Hidrogeologia 2. Água Subterrânea 3. Poços.4. Brasil 5. Pernambuco I.Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais II. Título

CDD551.49

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ApresentaçãoApresentação

A CPRM - Serviço Geológico do Brasil vemintensificando a sua atuação na área de Hidrogeologia e, a partirde 1993, foi-lhe conferido através do Decreto 919, o direito deexecução de trabalhos dirigidos para gerar informações sobre omeio físico, principalmente aqueles relacionados aos recursosminerais e hídricos. Antes de 1993 a CPRM já realizara o MapaHidrogeológico do Brasil (escala 1:5.000.000) e Cartas de Previ-são de Recursos Hídricos Subterrâneos (escala 1:100.000) parao então Ministério da Irrigação.

Dentro do Programa Água Subterrânea para aRegião Nordeste a CPRM vem efetuando pesquisas em rochascristalinas, bacias sedimentares interiores, aluviões e trabalhosdirigidos para fornecer diagnósticos sobre a vocação hidrogeoló-gica em localidades rurais, baseados em estudos fotogeológicose de campo para a definição de locações adequadas de poços ebarragens subterrâneas.

O presente trabalho refere-se a realização de umestudo hidrogeológico executado em curto prazo, para a locaçãode poços em áreas situadas no município de Santa Terezi-nha/PE, na região semi-árida do Nordeste, efetuado dentro doConvênio de Cooperação Técnica firmado entre a CPRM - Ser-viço Geológico do Brasil e a Fundação Nacional de Saúde -FNS/PE.

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SumárioSumário

1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 01

2 - LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SANTA TEREZINHA ................................................. 02

3 - CLIMA E ARIDEZ................................................................................................................... 033.1 Pluviometria e Temperatura ............................................................................................... 033.2 Evapotranspiração Potencial e Evapotranspiração Real ................................................... 033.3 Tipo de Clima e Grau de Aridez ......................................................................................... 03

4 - GEOLOGIA .......................................................................................................................... 04

5 - HIDROGEOLOGIA ............................................................................................................... 07

6 - ÁREA DE POÇA .................................................................................................................. 086.1 Localização da Área ........................................................................................................... 086.2 Geologia ............................................................................................................................. 086.3 Aspectos Hidrogeológicos .................................................................................................. 086.4 Locação do Poço ................................................................................................................ 08

7 - ÁREA DE COTIA ................................................................................................................. 097.1 Localização da Área ........................................................................................................... 097.2 Geologia ............................................................................................................................. 097.3 Aspectos Hidrogeológicos .................................................................................................. 097.4 Locação do Poço ................................................................................................................ 09

8 - ÁREA DE ALVES ................................................................................................................. 108.1 Localização da Área ........................................................................................................... 108.2 Geologia ............................................................................................................................. 108.3 Aspectos Hidrogeológicos .................................................................................................. 108.4 Locação do Poço 2 ............................................................................................................. 10

9 - ÁREA DE CHAPADA ........................................................................................................... 119.1 Localização da Área ........................................................................................................... 119.2 Geologia ............................................................................................................................. 119.3 Aspectos Hidrogeológicos .................................................................................................. 119.4 Locação do Poço ................................................................................................................ 11

10 - ÁREA DE UMBUZEIRO ..................................................................................................... 1210.1 Localização da Área ......................................................................................................... 1210.2 Geologia ........................................................................................................................... 1210.3 Aspectos Hidrogeológicos ................................................................................................ 1210.4 Locação do Poço .............................................................................................................. 12

11 - CONCLUSÕES .................................................................................................................. 13

12 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 15

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1 - Introdução

CPRM/FNS 1

1 - IntroduçãoO presente estudo foi executado

dentro do Convênio de Cooperação Técni-ca existente entre a Fundação Nacionalde Saúde – FNS e a Companhia de Pes-quisa de Recursos Minerais - CPRM –Serviço Geológico do Brasil, tendo por

objetivo definir cinco locações para a perfu-ração de poços tubulares nas localidadesde Poça, Cotia, Alves, Chapada e Umbu-zeiro, no município de Santa Terezinha,estado de Pernambuco.

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2 - Localização do Município de Santa Terezinha

CPRM/FNS 2

2 – Lo calização do Municíp io d e Sant a T erezinh a

O município de Santa Terezinha(Figura 1). está situado na porção setentri-onal da microrregião do Alto Vale do RioPajeú e tem como limites, ao Norte o muni-cípio de Mãe D’Água; à Noroeste Imacula-da; à Leste, Brejinho; à Sudeste, São Josédo Egito e à Sudoeste, Tabira.

Possui o município de Santa Tere-zinha uma área de 278 km2, população de9.755 habitantes (FIAM, 1992) e densidadedemográfica de 35 hab/km2.

A sede municipal localiza-se pelascoordenadas 184.200km N e 667.600km E,situando-se à uma altitude de 808 metros,e distante 442 km da capital pernambuca-na. A explotação da água subterrânea nomunicípio de Santa Terezinha é efetuadaatravés de poços tubulares perfurados nomeio fissural, cuja densidade de poços émuito baixa, igual a 0,12 km². Existem ain-da poços manuais escavados nos sedi-mentos das coberturas elúvio-coluviais ealuviais.

Figura 1 - Mapa de Localização das Áreas de Poça, Cotia, Alves, Chapada e Umbuzeiro

Legenda

Cidade

Curso d'água intermitente

Barragem

Localização das áreasPovoadoEstrada não pavimentada

CaminhoLimite municipal

0 1 2 3 Km

Alves

Barriguda

Minador

UmbuzeiroRia cho

Bandeira

Lagoa do Mizael

Chapada

MÃE D'ÁGUA

37 30'o

37 30'o

37 20'28"o

37 20'28"o

7 20'38o

7 20'38o

7 30'o

7 30'o

Santa Terezinha

Cotia

Poça

BREJINHO

TABIRA

PB

PB

PE

SÃO JOSÉ

DO EGITO

Mulungu

Mulungu

do

Tigre

Ria ch o das Ba atat s

Tigre

N

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3 - Clima e Aridez

CPRM/FNS 3

3 – Clima e Aridez3.1 Pluviometria e Temperatura

A pluviometria média anual é de542 mm/ano e, desse total, 70% concen-tram-se nos meses de fevereiro a maio(período 1914 – 1985). A temperatura mé-dia é de 23,5ºC, com máxima de 32ºC emínima de 20ºC.

A região apresenta sete meses se-cos, abrangendo o período de junho a de-zembro, segundo o conceito de mês secodefinido por Nimer (1979), que considera omês seco como aquele que possui umvalor de pluviometria menor que duas ve-zes o valor da temperatura.

3.2 Evapotranspiração Potencial e Eva-potranspiração Real

A evapotranspiração potencial éelevada e igual a 1.796 mm/ano, a evapo-transpiração real é de 644 mm/ano. Esteúltimo parâmetro foi determinado atravésdo balanço hídrico das reservas do solo

elaborado a partir dos valores mensais depluviometria e evapotranspiração potencial(Thorntwaite, Mather, 1955). Segundo estebalanço, o déficit hídrico anual na região éde 1.251,8 mm/ano, não ocorrendo exce-dente durante o ano, e apenas nos mesesde março, abril e maio ocorre a utilizaçãodas reservas hídricas disponíveis no solo.

Os dados de pluviometria utilizadosforam obtidos da publicação Dados Pluvi-ométricos Mensais do Nordeste (BRASIL.SUDENE, 1990) e os dados de Evapo-transpiração Potencial usados foram osdeterminados por H. Hargreaves contidosna publicação Dados Climáticos do Nor-deste (Cunha; Millo, 1984).

3.3 Tipo de Clima e Grau de Aridez

O clima da região onde se insere omunicípio de Santa Terezinha é do tipo"tropical quente semi-árido". A aridez émédia, apresentando para o índice de DeMartonne, um valor de 24.

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4 - Geologia

CPRM/FNS 4

4 - GeologiaO município de Santa Terezinha in-

sere-se na província tectono-estratigráficaAlto Pajeú, segundo a divisão do Nordesteem províncias tectono-estratigráficas (San-tos, 1996). Situa-se no domínio transversalda Província da Borborema, entre os line-amentos Patos e Pernambuco e mais pró-ximo do primeiro.

Os terrenos do município em telaacham-se cortados por falhas de cisalha-mento com direções N60E, N70E e N45E.Constituem-se de biotita-gnaisses do Com-plexo Irajaí (PIign) que ocorrem em umalarga faixa de direção N70E na porçãocentro-sul, biotita ortognaisses de granula-ção média a grossa (PIg1a) que ocorremem contato com os litótipos do ComplexoIrajaí em formas de faixa ou elipses nasporções leste e sudoeste; biotita-or-tognaisses de grão fino a médio (PIg1c), aoNorte; coberturas elúvio-coluviais tambémpresentes ao Norte em posição sobrepostaaos biotita ortognaisses, de espessuramáxima de 15 m e, finalmente, as aluviõesde granulometria fina a média, grosseira nabase, com espessura máxima de 7 m, eque ocorrem de forma mais expressiva

acompanhando os cursos d’água dos ria-chos Tigre e das Batatas, ao Sul do muni-cípio. A distribuição em superfície das uni-dades geológicas que ocorrem no municí-pio de Santa Terezinha é mostrada emmapa (Figura 2).

Em razão da predominância domeio fissural caracterizado por sua aniso-tropia e heterogenidade, onde a circulaçãode água se processa através de fraturas,elaborou-se um mapa de fraturas no muni-cípio de Santa Terezinha (Figura 3).

O mapa de fraturas foi executadoaplicando-se o método da “Trama Densa”na interpretação da imagem de radar, naescala 1.100.000. Ele indica, como umaorientação preliminar, uma diferenciação nograu de fraturamento na área do município.Como pode ser observado neste mapa(Figura 3), as áreas com maior grau defraturamento (2 a 4 fraturas/km²) situam-sena metade Sul do município de Santa Te-rezinha. A metade Norte, onde estão aslocalidades de Lagoa do Mizael, Bandeira eAlves, apresentam baixa densidade defratura (0 a 1 fratura/km²).

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Estudo Hidrogeológico Sucinto para Locação de Poços nas Localidades de Poça, Cotia, Alves, Chapada e Umbuzeiro - Santa Terezinha/PE

CPRM/FNS 5

Figura 2 - Mapa Geológico do Município de Santa Terezinha/PEFonte: Scheid & Ferreira (1991)

CONVENÇÕES

Coberturas elúvio-coluviais de granulometriade fina à media, argilosas

Contato

Falha

Fratura

Cidade

Povoado

Limite municipal

Zona de cisalhamento

Paragnaisses feldspáticos, localmente de aspectoxistoso, intercalações de calcário, metagabros, calcissilicáticas

Psg3a

Pig1c

Pig1a

PIign

Ortognaisses, grão fino a médio,composição sieno a monzogranítica

Ortognaisses, grão médio a grosso,composição sieno a monzograníticacom porfiroblastos de feldspato

Biotita-monzogranito e granodioritoporfirítico, de grão médio a grosseiro

TQdl

37 30'o 37 20'28"o

37 20'28"o

7 20'38"o

TQdl TQdl

TQdlTQdl

TQdl

Psg3aPig1c

Santa TerezinhaMulungu

Cotia

Poça

Bandeira

Minador

Barriguda

Alves

Lagoa do Mizael

PIignPIign

PIign

PIign

Pig1aPig1c

Pig1c

Pig1c

Pig1c

TQdl

TQdl

7 30'o

7 20'38"o

NMÃE D'ÁGUA

BREJINHO

PB

PB

PE

0 1 2 3 Km

37 30'o

7 30'o

TQdl

Tigre

Pig1a

Pig1a

PIign

PIign

TABIRA

SÃO JOSÉ

DO EGITO

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Estudo Hidrogeológico Sucinto para Locação de Poços nas Localidades de Poça, Cotia, Alves, Chapada e Umbuzeiro - Santa Terezinha/PE

CPRM/FNS 6

Figura 3 - Mapa de Fraturas do Município de Santa Terezinha/PE

Legenda

CidadePovoadoLimite municipal

Fraturas

0 1 2 3 Km

37 30'o

37 30'o

37 20'28"o

37 20'28"o

7 20'38o

7 20'38o

7 30'o

7 30'o

Mulungu

Cotia

PoçaAlves

Barriguda

Tigre

Minador

Bandeira

Lagoa do Mizael

MÃE D'ÁGUA

BREJINHO

TABIRA

PB

PB

PE

SÃO JOSÉ

DO EGITO

N

IMACULADA

Umbuzeiro

Chapada

SantaTerezinha

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5 - Hidrogeologia

CPRM/FNS 7

5 - HidrogeologiaA pesquisa da água subterrânea

em rochas cristalinas representa um dosdelicados problemas da Hidrogeologia. Taisrochas formam sistemas anisotrópicos eheterogêneos, configurados através deuma fratura ou conjunto de fraturas, tam-bém denominadas de condutores hidráuli-cos. A distribuição em superfície é aleatóriae sua existência depende localmente dostipos de esforços que atuam em diversaslitologias, e das características físicas des-tas no momento em que são submetidasaos esforços.

Para caracterizar adequadamenteum meio fraturado é necessário o conheci-mento dos tipos de fraturas que nele ocor-rem, freqüência e grau de conectividade,distribuição espacial, características hi-dráulicas e sua associação com parâme-tros litológicos e fisiográficos.

A produtividade dos poços tubula-res nas rochas cristalinas, referenciadapela vazão específica, indica na área domunicípio de Santa Terezinha para umpequeno universo de 11 poços, mediana de0,072 m³/h/m, o que corresponde a umavazão de 1,8 m³/h para um rebaixamentode 25 metros. Os valores mais elevadossão registrados na porção Sudoeste domunicípio de Santa Terezinha, situando-se

como exemplos dois poços perfurados naFazenda Minador, com vazões específicasde 0,555 m³/h/m (13.875 m³/h) e0,148 m³/h/m (3,7 m³/h), um poço na Fa-zenda Beija Flor com vazão específica de0,188 m³/h/m (4,7 m³/h) e outro no Saco doCampim, com produtividade de0,154 m³/h/m (3.850 m³/h). Os poços situa-dos na porção Norte do município de SantaTerezinha, onde estão as localidades deLagoa do Mizael e Sítio Macaco, apresen-tam baixos valores de vazão específica,variando entre 0,006 m³/h/m (0,15m³ /h), nopoço situado no Sítio Macaco, e0,053 m³/h/m (1,32 m³/h) em Mulungu.

Os valores mais elevados de pro-dutividade no município de Santa Terezi-nha, correspondem aos poços relacionadosàs fraturas com direções N45E, N60E eN15W.

A qualidade das águas subterrâ-neas no meio fraturado, observada a partirde análises da água de 10 poços, revelapara o resíduo seco uma mediana de1.250 mg/l, com valor mínimo de 692 mg/l,e máximo de 2.012 mg/l. São águas pre-dominantemente de potabilidade passávelà medíocre, mas que podem ser utilizadaspara o consumo animal.

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6 - Área de Poça

CPRM/FNS 8

6 – Área de Poça6.1 Localização da Área

A localidade de Poça situa-se aSudeste da cidade de Santa Terezinha,com acesso efetuado por um trecho de5km na estrada que liga Santa Terezinha aLagoa de Mizael e, a partir deste povoado,por estrada secundária em trecho de 9kmpassando por Cotia até atingir Poça. Ocentro do povoado tem por coordenadas182.200km N e 679.000km E.

6.2 Geologia

A base física onde está assentadoo povoado de Poça constitui-se de gnais-ses migmatizados do Complexo Irajaí, doProterozóico Inferior (PIign). Estes litótiposapresentam lineação N70E e revelam fratu-ras de pequena extensão com direçõesN10W, N20W, N40E, N60E e N80E.

A área estudada apresenta umamédia densidade de fraturas e insere-seem um relevo ondulado e associado a umadrenagem de ordem 2, onde não ocorremcoberturas aluviais com espessura quecontribua indiretamente para uma recargasignificativa das fraturas.

6.3 Aspectos Hidrogeológicos

Predominam na área estudada osaqüíferos fraturados de porosidade secun-dária onde a circulação de água é proces-sada através de suas fraturas. A recarga éefetuada diretamente a partir das águasdas chuvas.

A explotação da água subterrâneano setor de Poça é incipiente. A área es-colhida para a perfuração do poço possuiuma declividade média e está associada a

uma drenagem de baixo índice, apresen-tando um médio grau de fraturamento.

A produtividade do poço locado,definida em testes de aqüífero após a per-furação, não deverá ser elevada, situando-se em torno da média obtida para a região,que é de 0,072 m³/h/m (1,8 m³/h).

A qualidade da água, tratando-sedos litótipos do Complexo Irajaí, deveráapresentar resíduo seco entre 500 mg/l a2.000 mg/l, acima do limite admitido depotabilidade de 500 mg/l, mas poderá seraproveitada para o consumo animal.

6.4 Locação do Poço

A partir da caracterização dos tiposde aqüíferos que ocorrem na localidade dePoça e da análise das características litoló-gicas, fisiográficas e estruturais, foi locadoo poço tubular nesta área.

A locação de Poça está situada àmargem esquerda do riacho Poça e acha-se indicada em campo através de um pi-quete encravado no terreno do Sr. JoséCarvalho, 200 metros a juzante de umapequena barragem de águas superficiais.Este poço tem por objetivo captar águasque circulam e estão armazenadas nasfraturas de direções N10W, N20W, N40E,N60E e N80E, que ocorrem nos litótipos doComplexo Irajaí.

O poço deverá ter profundidademáxima de 50 metros, vazão inferior a2,5 m³/h e água de potabilidade passável àmedíocre, com resíduo seco entre 500 mg/la 2.000 mg/l, mas de utilidade para abaste-cimento dos animais.

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7 - Área de Cotia

CPRM/FNS 9

7 – Área de Cotia7.1 Localização da Área

Cotia situa-se a Leste de Santa Te-rezinha, em posição Sudeste ao povoadode Lagoa do Mizael. O acesso até a área éefetuado em trecho de 6,5 km na estradaSanta Terezinha - Brejinho até ultrapassarLagoa do Mizael 1,5 km e, a partir daí, emtrecho de 3 km na estrada secundária parasudeste até atingir Poça. Esta área podeser localizada através das coordenadas9.184.000km N e 675.700km E.

7.2 Geologia

A base física da localidade de Cotiaestá situada sobre coberturas elúvio-coluviais (TQdl) cuja área total no Norte domunicípio de Santa Terezinha é de aproxi-madamente 35km². Estes sedimentos ocor-rem em superfície de forma contínua, con-torno irregular e apresentam espessuramáxima de 15 metros. Sua litologia é are-nosa, de granulometria fina a média comníveis argilosos. Em posição sotoposta aestes sedimentos situam-se as rochascristalinas do Proterozóico (PIg1c), consti-tuídas de biotita gnaisses de grão fino amédio, de composição sieno a monzono-granítica, com raros porfiroblastos defeldspatos.

7.3 Aspectos Hidrogeológicos

As coberturas elúvio-coluviais(TQdl) constituem um aqüífero livre cujaespessura, na área estudada, pode atingiraté 10 metros. Sua recarga é processadaatravés da infiltração direta das águas daschuvas, cuja pluviometria média anual é de542 mm/ano e se concentra, predominan-temente, nos meses de fevereiro a maio(70%).

Em posição sotoposta às cobertu-ras, (aqüífero intergranular), ocorrem asrochas cristalinas, de porosidade secundá-ria, cuja circulação efetua-se em fraturasque são alimentadas indiretamente pelaságuas dos sedimentos das coberturas so-brejacentes.

O período seco na região, quenormalmente abrange 7 a 8 meses, prolon-gou-se no ano de 1998, caracterizando-secomo um ano seco. Tal fato conduziu auma infiltração quase nula nos sedimentosdas coberturas elúvio-coluviais. Apesar denão ter sido efetuado um estudo de maiorduração abrangendo um período de 12meses, no que se refere à pluviometria, emum ano normal, observou-se que em Lagoade Mizael, 3 km a Noroeste de Cotia, ospoços manuais apresentam-se secos. Istoocorre, provavelmente, em razão do baixoíndice de recarga no período compreendidoentre junho de 1997 e novembro de 1998,associado a elevada evapotranspiração naárea em tela. Nesta localidade há evidênci-as de marcas de nível estático nas paredesinternas dos poços manuais, que assegu-ram para este atributo valores de 2 m a3 m.

A explotação da água subterrâneaem Cotia é incipiente, sendo efetuada atra-vés de um pequeno número de poços ma-nuais com profundidade máxima de 8 me-tros. O único poço tubular existente nestesetor situa-se em Lagoa do Mizael. Foiperfurado pela EMATER em 1990, comprodutividade de 0,011 m³/h/m, vazão de0,273 m³/h, para um rebaixamento corres-pondente de 24,12 metros.

7.4 Locação do Poço

A locação do poço a ser perfuradoem Cotia dista 3 km a sudeste de Lagoa doMizael, e está indicada no campo atravésde um piquete encravado na propriedadedo Sr. José Tiete da Costa.

O poço projetado deverá ter umaprofundidade de 50 metros e será construí-do com o objetivo de captar água do meiofissural, nas fraturas que são alimentadaspelas águas das coberturas elúvio-coluviaissobrejacentes, em um movimento verticalde cima para baixo.

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8 - Área de Alves

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8 – Área de Alves8.1 Localização da Área

A localidade rural Alves situa-se a9 km à Sudeste da cidade de Santa Terezi-nha, com acesso efetuado pela estradasecundária Santa Terezinha-São José doEgito e passando pelas localidades deBarriguda, Bandeira e Mulungu.

8.2 Geologia

Os terrenos da área rural Alves sãoconstituídos de biotita gnaisses de compo-sição sienomonzogranítica (PIg1a) e debiotita-monzogranítico e granodiorítico tipoItaporanga de grão médio a grosseiro, comporfiroblastos de microclina de até 10 cm.Apresenta enclaves de rochas melanocráti-cas, granodioríticas a quartzodioríticas,ortognaisses, paragnaisses e calcissilicati-cas. Estes litótipos apresentam lineaçãocom direção N80E e fraturas com direçãoN-S e N10W. A área estudada caracteriza-se por possuir baixa densidade de fraturas,quando confrontada com os setores Sul eSudoeste do município de Santa Terezinha.

A locação do poço a ser perfuradoem Alves no meio fissural, foi efetuada apartir da análise dos tipos de rochas queocorrem na área, existência de contatos ede feições estruturais, tais como direção dalineação, direção e mergulho das fraturas,que são de pequena extensão e apresen-tam direções N-S e N10oW.

8.3 Aspectos Hidrogeológicos

Predominam em Alves os aqüíferosfraturados cuja circulação e armazena-mento da água estão intrinsecamente rela-cionados às fraturas. Estes condutoreshidráulicos são alimentados diretamentepelas águas das chuvas, cujo índice anualé de 542 mm/ano e sua distribuição é muitoirregular durante o ano. Do total, 70% con-centra-se nos períodos de fevereiro a maio.

A alimentação das fraturas do meiofissural também se faz indiretamente, atra-vés das aluviões que se situam em posiçãosobrejacente às rochas cristalinas e quesão de pequena espessura (2 m a 4 m);

ocorrem de forma restrita nos talvegues doriacho Pedra D’Água, de ordem de drena-gem 2, e que se situa no alto vale do riachodas Batatas.

A explotação da água subterrâneaatravés de poços tubulares é incipiente e atentativa de perfuração de poços manuaistem sido frustrada em razão da reduzidaespessura das aluviões. O abastecimentode água para o consumo humano e animalé parcialmente assegurado através de pe-quenas barragens que secam quando operíodo seco se prolonga; tal ocorreu noano de 1998, caracterizado como um anode seca.

8.4 Locação do Poço 2

É necessário recorrer-se a váriasalternativas paralelas quando se pretendeaproveitar a água para atender ao consumoanimal, nestas partes de cotas elevadas ede relevo mais ondulado do município deSanta Terezinha. Destacam-se a locaçãode outras barragens em alguns locais pré-selecionados, perfuração de poços tubula-res no meio fissural e construção de cister-nas com capacidade mínima de 40 m³ paraaumentar a oferta de água potável duranteo período seco, que é de 7 a 8 meses, eque pode ser prolongado por um períodomais longo, tal como aconteceu no ano de1998.

O poço a ser perfurado na área Al-ves e cuja locação está materializada nocampo através de um piquete na proprie-dade do Sr. João Carvalho da Silva, tempor objetivo captar água do meio fissural edeverá ser perfurado com diâmetro de5 polegadas até a profundidade de 50 me-tros. A água tende a ser de potabilidademedíocre com resíduo seco que pode vari-ar de 1.000 mg/l a 2.000 mg/l, mas podeser aproveitada para o consumo animal. Avazão específica não deverá ser elevada,pois a área apresenta baixa densidade defraturas, declividade média de relevo on-dulado. A ela associam-se cursos d’águade baixos recursos, da ordem de drenagem1 e 2.

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9 - Área de Chapada

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9 – Área de Chapada9.1 Localização da Área

O povoado Chapada situa-se àNordeste da cidade de Santa Terezinha. Oacesso faz-se através da estrada SantaTerezinha - Brejinho em trecho de aproxi-madamente 5 km, daí mais 3,5 km na es-trada para Mata Grande, até atingir a loca-lidade de Chapada. O centro do povoadotem como coordenadas 186.200km N e671.700km E.

9.2 Geologia

A base física da localidade deChapada está assentada em coberturaselúvio-coluviais (TQdl), cuja área total nomunicípio de Santa Terezinha (na sua por-ção Norte) é de aproximadamente 35 km².Estes sedimentos ocorrem em superfíciede forma contínua, contorno irregular e comespessura máxima de 15 metros. Apre-sentam litologia arenosa de granulometriafina a média, com níveis argilosos. Emposição inferior aos sedimentos ocorrem asrochas cristalinas do Proterozóico Inferior(PIg1c) constituídas de biotita-gnaisses degrão fino, com raros porfiroblastos.

9.3 Aspectos Hidrogeológicos

As coberturas elúvio-coluviais re-presentam um aqüífero livre nesta área,com espessura inferior a 10 metros. Suarecarga é processada através da infiltraçãodireta das chuvas, cujo índice pluviométricoé de 542 mm/ano, e 70% se concentra nosmeses de fevereiro até maio.

Em posição sotoposta às cobertu-ras (aqüífero intergranular) ocorrem asrochas cristalinas, de porosidade secundá-ria. A circulação da água efetua-se atravésde fraturas, alimentadas indiretamentepelas águas dos sedimentos das cobertu-ras elúvio-coluviais em movimento verticalde cima para baixo.

O período seco na região, normalmente de7 a 8 meses, prolongou-se no ano de 1998,caracterizado como um ano seco, condu-zindo a uma recarga muito baixa nos sedi-mentos das coberturas que, por sua vez,são de baixa permeabilidade.

Apesar de não ter sido realizadoum estudo hidrogeológico abrangendo, nomínimo, um período de 12 meses, comorequer o problema, observou-se que ospoços manuais situados em Lagoa do Mi-zael (3 km a sudeste de Chapada), apre-sentam-se geralmente secos. Isto, prova-velmente, em razão da recarga incipientemotivada pela escassez das chuvas no anode 1998. Ao mesmo tempo há evidências,nesta localidade, de marcas de nível estáti-cos nas paredes internas dos poços queasseguram valores para este atributo entre2 m a 3 m.

A explotação da água subterrâneana localidade de Chapada é efetuada atra-vés de poucos poços manuais geralmenterasos e com problemas de caráter constru-tivo. O poço tubular mais próximo de Cha-pada situa-se em Lagoa do Mizael, perfu-rado pela EMATER em 1990, com profun-didade de 41 m e vazão específica de0,077 m³/h/m, considerando-se a vazão deteste de 0,273 m³/h para um rebaixamentode 24,12 m. Já em Santa Terezinha tam-bém existe um poço tubular perfurado pelaCONESP com profundidade de 60 m evazão específica um pouco mais elevada,de 0,029 m³/h/m, vazão de 1,455 m³/h paraum rebaixamento de 49,69 m. O nível está-tico situa-se a 2,7 m. A espessura das co-berturas elúvio-coluviais é de 5,7 m.

9.4 Locação do Poço

A locação do poço a ser perfuradona localidade de Chapada está distante 3km ao norte do entroncamento da estradaque liga Santa Terezinha a Brejinho e quevai para Mata Grande. Está indicada emcampo através de um piquete encravadoem um terreno desocupado, situado 400metros à Oeste da estrada da Mata Gran-de, já no limite com o Estado da Paraíba.

A perfuração de poço projetadocom profundidade de 50 metros, tem porobjetivo captar água do meio fissural, dasfraturas que são alimentadas pelas águasdas coberturas elúvio-coluviais sobreja-centes.

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10 - Área de Umbuzeiro

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10 – Área de Umbuzeiro10.1 Localização da Área

Umbuzeiro localiza-se à Sudoestede Santa Terezinha. O acesso a área ruralé efetuado através de estrada secundáriaque liga esta cidade a Tabira, após percor-rer 12 km.

10.2 Geologia

A base física de Umbuzeiro éconstituída de gnaisses migmatizados doComplexo Irajaí (PIign). Os litótipos desteComplexo exibem lineação N75oE e baixadensidade, e fraturas cujas direções pre-dominantes são N15oW e N70oE. Tais litó-tipos apresentam um relevo medianamenteondulado. As aluviões que ocorrem emUmbuzeiro no local visitado são de peque-na espessura, com profundidade máximade 4 metros.

10.3 Aspectos Hidrogeológicos

Na área de Umbuzeiro predominamos aqüíferos fraturados de porosidade se-cundária. A sua recarga é efetuada direta-mente das águas das chuvas, principal-mente nos meses de fevereiro, março, abrile maio, que concentra 70% da pluviometriatotal da região (542 mm/ano).

A explotação da água subterrâneano setor de Umbuzeiro é incipiente. A áreaonde foi locado o poço apresenta declivi-

dade média, está associada a cursosd’água de ordens 1 e 2 e apresenta fraturascom direções N15oW e N70oE.

A produtividade do poço a ser per-furado deverá situar-se em torno da médiacontida na região (0,072 m³/h/m / 1,8 m³/h)e a qualidade da água deverá ser de pota-bilidade passável à medíocre com resíduoseco entre 1.000 mg/l a 2.000 mg/l. Estaágua no seu estado natural, embora não sepreste ao consumo humano, pode ser utili-zada para a pecuária.

10.4 Locação do Poço

A partir da análise em campo dostipos de aqüíferos que ocorrem em Umbu-zeiro, de sua configuração fisiográfica eestrutural, foi locado o poço que captaráágua das fraturas dos litótipos do biotitagnaisse do Complexo Irajaí e deverá terprofundidade de 50 metros.

A produtividade do poço será ava-liada em testes de aqüífero realizados logoapós a perfuração e a completação. O valoresperado será em torno da média obtida nomunicípio (0,072 m³/h/m) e a água deverápossuir potabilidade passável à medíocre.A locação está indicada em campo atravésde um piquete encravado a jusante de umabarragem de águas superficiais, em terrenode propriedade do Sr. José Fortunato Al-ves.

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11 - Conclusões

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11 - ConclusõesAs áreas situadas no município de

Santa Terezinha mostram característicasmorfológicas, fisiográficas e estruturais quese configuram como principais fatores res-ponsáveis pela baixa produtividade de seuspoços, cuja produtividade média é de0,072 m³/h. Isto corresponde a uma vazãomédia de 1,8 m³/h.

Alguns poços, como os que ocor-rem nas localidades de Saco, Capim, Mi-nadouro e Beija Flor, com vazões específi-cas que variam entre 0.154 m³/h/m a1.299 m³/h/m são considerados de bonsresultados, no tocante a produtividade. Taispoços situam-se na porção Sudoeste domunicípio de Santa Terezinha, onde o graude fraturamento é mais elevado.

Nas áreas visitadas o meio fratura-do apresenta um relevo medianamenteondulado e baixa densidade de fraturas. Asáreas de cotas mais baixas estão associa-das a cursos de águas de 1a a 3a ordens,predominando as de ordem 1 e 2. Estesaspectos conduzem a uma predominânciade resultados baixos de produtividade dospoços perfurados nas rochas cristalinas daregião estudada.

O meio intergranular está repre-sentado pelas Coberturas Elúvio-Coluviais,com litologia de granulometria fina a média,presença de níveis argilosos, espessuraque não ultrapassa 15 metros e morfologiaconfigurada através de tabuleiros e mese-tas de cotas elevadas, entre 808 metros a850 metros.

A espessura saturada é variávelem função da recarga direta das chuvasdurante o ano, chegando a ser inexpressivaquando o período seco se prolonga (talaconteceu em 1998, caracterizado comoum ano seco). Parte das águas desteaqüífero é repassada para as fissuras quese satura em posição sotoposta. As aluvi-ões são estreitas e de pequenas espessu-ras, não ultrapassando 7 metros. A espes-sura saturada passa por variações em fun-ção do volume de infiltração das chuvas(quando o período seco é prolongado osvalores são baixos.

Os poços que serão perfurados naslocalidades de Poça, Cotia, Alves, Chapadae Umbuzeiro (Figura 4) não deverão apre-sentar valores elevados de produtividade.Em Cotia e Chapada esta situação é condi-cionada pela baixa permeabilidade dasCoberturas Elúvio-Coluviais (aqüífero inter-granular), além da configuração geomorfo-lógica de tabuleiros situados em cotas ele-vadas. Em Poça, Alves e Umbuzeiro, taldesfavorabilidade é firmada por se situaremem área de rochas cristalinas, constituindoaqüíferos anisotrópicos e heterogêneos,apresentando ainda baixa densidade defraturas.

A perspectiva de perfuração de no-vos poços será de grande valia para estasáreas, que apresentam poucas alternativaspara o abastecimento d’água em razão daslimitações do meio físico, relativo aos as-pectos morfológico, litológico e estrutural.

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Estudo Hidrogeológico Sucinto para Locação de Poços nas Localidades de Poça, Cotia, Alves, Chapada e Umbuzeiro - Santa Terezinha/PE

CPRM/FNS 14

Figura 4 - Locações dos Poços nas Localidades de Poça, Cotia, Alves, Chapada e Umbuzeiro

0 1 2 3 Km

Alves

Barriguda

Minador

UmbuzeiroRiacho

Bandeira

Lagoa do Mizael

Chapada

MÃE D'ÁGUA

37 30'o

37 30'o

37 20'28"o

37 20'28"o

7 20'38o

7 20'38o

7 30'o

7 30'o

Cotia

Poça

BREJINHO

TABIRA

PB

PB

PE

SÃO JOSÉ

DO EGITO

Mulungu

Mulungu

do

Tigre

Riacho das Ba atat s

Tigre

N

Legenda

Cidade

Curso d'água intermitente

Barragem

Poço locadoPovoadoEstrada não pavimentada

CaminhoLimite municipal

IMACULADA

SantaTerezinha

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12 - Referências Bibliográficas

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12 – Referências Bibliográficas

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THORNTHWAITE, C. W.; MATHER, J. R. The water balance. Publication of climatology, v.8,n.1, p. 104, 1955.

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